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Criando e recriando laços: as revistas portuguesas no Rio de Janeiro e a construção de
narrativas históricas
Robertha Pedroso Triches Ribeiro∗
Condensadora, de leitura ligeira, “multitemática”, ilustrada, crítica, humorística,
literária, verdadeira “obra em movimento”1, essas são algumas das características mais
comuns atribuídas pelos pesquisadores ao gênero revista para explicar o fato desse impresso
ter se transformado, no início do século XX, num dos mais populares. No século XIX, as
revistas produzidas no Brasil ainda se aproximavam muito do modelo de jornal, com folhas
soltas, reduzido número de páginas, conteúdo e seções que se assemelhavam aos dos diários.
Dotado de um parque gráfico precário, poucas livrarias e raras bibliotecas públicas, o que o
Brasil produzia em termos de revista ficava muito aquém do que já estava sendo feito na
Europa. Nesse período, era complicado diferenciar e mesmo classificar determinados tipos de
impresso no Brasil, dada a semelhança entre eles. De qualquer forma, o que vai singularizar o
impresso revista é seu caráter fragmentado e o fato de ser um empreendimento datado.
Essa é uma das grandes características que diferencia, por exemplo, a revista do livro,
pois esse, independente do momento de sua publicação, tem caráter de obra durável, podendo
ser lido a posteriori, sem perder valor e credibilidade. A revista, ao contrário, é uma obra do
momento, está articulada ao cotidiano, tornando-se “ultrapassada” com o desenrolar de novos
acontecimentos. Além disso, divididas em seções específicas - como esporte, moda, artes e
política -, as revistas não obrigavam o leitor a uma leitura contínua e total, pois ele poderia
selecionar o que achava de mais interessante, estabelecendo suas próprias estratégias de
leitura. Em relação aos jornais, podemos dizer que a revista se diferenciava por possuir um
cuidado maior com seu acabamento. Além disso, contemplava vários assuntos que eram
explorados satisfatoriamente, de forma a que o leitor pudesse não só tomar deles
conhecimento, como ler opiniões e interpretações a seu respeito.
As mudanças sofridas pela imprensa no início do século XX interferiram diretamente
na produção das revistas. Em suas páginas, o conto substituiria os romances e as crônicas o
folhetim. Também seriam incorporadas entrevistas e reportagens e a poesia passaria a ser
usada constantemente, inclusive em reclames publicitários, servindo como uma importante
∗Doutoranda em História na Universidade Federal Fluminense (UFF) / CPII. 1 Caracterizada dessa forma por Monica Velloso em Modernismo no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: FGV, 1996.
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fonte de renda para os literatos. Além disso, enquanto no século XIX as revistas geralmente
pertenciam a um determinando literato ou a um grupo específico, que buscava fazer dela um
canal direto para a divulgação de seus projetos culturais, como o caso das chamadas “revistas
de vanguarda”, à medida que a imprensa foi ganhando um caráter mais “profissional”,
passando por processos de segmentação e especialização, a revista foi cada vez mais se
afastando da imagem de um empreendimento individual, para se transformar em um negócio,
com métodos racionais de organização, criando estratégias para conquistar os leitores, como o
investimento em ilustrações, e, muitas vezes, usando um discurso “neutro”. Isso não quer
dizer que a revista tenha perdido sua característica de projeto político-cultural, mas ela deixa
de ser depositária de um discurso único e explícito, comportando diversas vozes.
A fórmula clássica que vigorou no Brasil, principalmente no momento em que o
gênero revista ainda estava se afirmando, foi a criação de revistas a partir do próprio jornal.
Dessa feita, o jornal passaria a guardar, principalmente, suas características de informação
política, e a revista um cunho mais literário e cultural. Essa prática se deu também na
imprensa organizada pela colônia portuguesa do Rio de Janeiro. Nas redações desses
periódicos, observou-se a formação de grupos, ligados por amizades, relações comerciais,
afinidades ideológicas e mesmo políticas. Convivendo lado a lado, discutindo visões de
mundo, produzindo diagnósticos sobre a sociedade e projetando ideias para o futuro, essas
redações funcionavam como um importante lugar de sociabilidade, onde projetos político-
culturais eram construídos e compartilhados. Inúmeras revistas foram concebidas nesse
ambiente, sendo, portanto, parte desses projetos.
Legitimadas pelos próprios intelectuais como lugares de sociabilidade, as revistas
representavam eficientes instrumentos de combate e intervenção social. Nelas eram travadas
disputas em torno de interpretações sobre o presente o passado e o futuro, sobre formas de
agir e orientar a população, sobre mecanismos de transformação social, e tudo isso articulado
às relações pessoais do grupo. Nesse sentido, caracterizamos os jornalistas portugueses
envolvidos com a produção de periódicos no Rio de Janeiro como intelectuais, mais
especificamente como “intelectuais mediadores”2, nos afastando das posições que definem os
jornalistas como meros “transmissores” da cultura, entendidos simplesmente como aqueles
2 Adotamos aqui a categoria utilizada em: SIRINELLI, Jean-François. “Os intelectuais”. In: RÉMOND, René (org). Por uma história política. 2ed. Rio de Janeiro: FGV, 2003.
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que fazem a ligação direta entre o autor/produtor de ideias, portanto, o “verdadeiro
intelectual”, e o receptor, aí pensado como um ator passivo. Este trabalho rompe com essa
abordagem ao apontar, através da análise de algumas revistas portuguesas, que os seus
produtores, ao longo do processo de divulgação das ideias, estão, ao mesmo tempo,
desenvolvendo novas propostas estéticas, realizando intervenções na sociedade, produzindo
novos sentidos para os acontecimentos e fazendo política, porque a política é constitutiva do
trabalho desses intelectuais.
Através das revistas podemos observar, portanto, não só projetos sendo debatidos e
compartilhados, como também o desenvolvimento de estratégias de legitimação desses
projetos e de intervenção no espaço público, questões indissociáveis e que dialogam
diretamente com os dilemas de seu tempo. No caso das revistas portuguesas, produzidas nas
primeiras décadas do século XX, muitas surgiam pela necessidade dos imigrantes de se
comunicarem com “toda” a colônia, com os outros imigrantes de mesma nacionalidade
espalhados pelo país e pelo desejo de divulgarem informações sobre a terra natal. Investiam
principalmente na manutenção de suas identidades, tradições e laços culturais e afetivos com
a terra de origem, atuando para que a sociedade de adoção não os “engolissem”.
Periódicos portugueses de grande circulação na cidade possuíam uma estrutura muito
bem organizada, com um corpo editorial, redação e oficinas próprias, seções jornalísticas,
diagramadores, fotógrafos, ilustradores e até correspondentes internacionais, configurando
uma equipe e chegando a formar verdadeiros grupos jornalísticos, donos ao mesmo tempo de
jornais, revistas e suplementos. Além disso, assim como ocorria com a imprensa brasileira, os
anúncios de publicidade eram uma das suas principais fontes de renda, muito mais do que as
próprias assinaturas. Os anunciantes eram, principalmente, firmas e lojas de imigrantes bem
sucedidos, bem como companhias de navegação, serviços de médicos e advogados e empresas
onde os periódicos eram vendidos, como hotéis e lojas comerciais, por exemplo.
Outra forma de manutenção desses periódicos eram as associações de imigrantes,
muitas das quais chegaram a possuir sua própria publicação. Através delas muitos
empreendimentos conseguiam o suporte financeiro que não alcançavam com a vendagem dos
periódicos. Além disso, muitos periódicos recebiam apoio de beneméritos das colônias e de
homens públicos de prestígio, como grandes comerciantes e empresários, que financiavam
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publicações com projetos afins aos seus, além de se utilizarem dos próprios periódicos como
uma forma de promoção social e política dentro da própria colônia.
De acordo com Sérgio Miceli, é principalmente no final dos anos 1920 no Brasil que
vamos presenciar essa conversão de grandes comerciantes e industriais em empresários de
bens culturais. (MICELI, 1979:86) A própria posição social desses homens, acostumados com
os mecanismos de importação, tendo acesso ao crédito, conhecimento do mercado e canais
para a distribuição do produto acabado teria facilitado um processo de migração para o ramo
de edição de livros e periódicos. Isso não quer dizer que abandonassem o antigo ofício; eles
estariam somente buscando formas de diversificar seus investimentos e ganhar maior prestígio
social, pois, de certa forma, editar um jornal ou uma revista garantia reconhecimento e status
dentro da sociedade. Essa articulação entre as elites empresariais e intelectuais revela,
portanto, o papel estratégico exercido pelos periódicos como lugares de formação de redes de
sociabilidade, levando à construção de um espaço específico de organização e de atuação
tanto das elites empresariais quanto das elites intelectuais.
O apelo à imagem de um Portugal do passado, de tradições milenares, com um
panteão de heróis, foi o pano de fundo de quase todos os periódicos produzidos pela colônia
portuguesa do Rio de Janeiro, principalmente no que diz respeito às revistas. Na verdade, a
forma encontrada pelos periódicos para enaltecer sua terra natal não passava
fundamentalmente por eventos do presente (como grandes artistas contemporâneos e a cultura
moderna portuguesa), mas sim pelas glórias do passado, tendo como temas principais a saga
da formação de Portugal; o movimento das Cruzadas e seus bravos guerreiros; as grandes
navegações e o maior símbolo dessa grandeza, o poeta Luís Vaz de Camões.
A referência a Camões era algo quase que obrigatório no processo de exaltação da
nação portuguesa. O grande poeta aparecia nos periódicos de distintas formas, principalmente
ilustrando as capas ou por meio de seus textos mais famosos, que exaltavam a “raça” e a
coragem do povo português. Por exemplo, na revista Colônia Portuguesa, de 1925, a famosa
frase do poeta “por mares nunca d’antes navegados” é reproduzida na capa, acompanhada de
alguns elementos que remetem ao “passado heroico” de Portugal, como o desenho de uma
grande embarcação e a Cruz de Malta, um símbolo do guerreiro cristão que lutara durante as
Cruzadas contra os mouros. A cruz representava, segundo os estudiosos, as forças centrípetas
do espírito e da regeneração.
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Colônia Portuguesa, ano I, n. 1, janeiro de 1925.
Além disso, os “heróis” portugueses ganhavam expressivo espaço nas páginas dos
periódicos, principalmente aqueles que haviam participado das grandes navegações, das
Cruzadas e das batalhas de formação de Portugal. Seus personagens históricos estavam
sempre muito bem representados através de ilustrações, contos e poemas, com destaque para
Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama e o infante Dom Henrique de Avis. No periódico
Portugal (1926-1928), suplemento da revista Portugal, por exemplo, a referência histórica
estava presente inclusive no cabeçalho, pela representação de um guerreiro, com sua
armadura, espada e escudo, tendo atrás a imagem de um castelo.
Portugal, ano I, n. 1, 22 de abril de 1926.
A maioria desses periódicos possuía como mote a defesa das tradições portuguesas, a
exaltação do “Portugal Grande”, “Imperial”, e a temática ultramarina como uma forma de
afirmação de Portugal no presente. Não é a toa que grande parte deles circulava também em
Portugal e nas colônias portuguesas da África. Essa é uma tendência que também vai ser
verificada na produção de periódicos realizada em Portugal nesse mesmo período. Aliás,
muitos periódicos produzidos pela colônia portuguesa do Rio de Janeiro faziam questão de
afirmar sua aproximação e sua afinidade com a produção portuguesa.
Trabalhando com periódicos portugueses de temática ultramarina, produzidos durante o
Estado Novo português, Sérgio Neto mostra que a maioria deles era norteado por certo
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“messianismo redentor”. (NETO, 2008:320) Direcionados especificamente às colônias
portuguesas na África e ao Brasil, esses periódicos seriam marcados, segundo o autor, pela
mitificação do império português, através da evocação de um passado expansionista e de um
futuro de ressurgimento. As semelhanças com as revistas produzidas aqui eram muitas, não se
esgotando nas questões temáticas, mas também seguindo as próprias características físicas e
materiais das mesmas, apelando constantemente para uma dimensão visual.
A capa da revista portuguesa Alma Nova, reproduzida abaixo, revela bem essas
semelhanças com as revistas aqui publicadas. Nessa ilustração podemos observar o resgate
realizado pelo artista do período das grandes navegações, mesclando a imagem de um passado
grandioso, a partir da representação da embarcação portuguesa que aporta em terras
brasileiras em 1500, com um presente e futuro promissor, a partir da representação da
aeronave pilotada pelos aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que ficaram
internacionalmente conhecidos por terem realizado, em 1922, a primeira viagem área ligando
a Europa à América do Sul. Nesse sentido, a revista, que apresentava como programa
“Contribuir para o ressurgimento nacional, despertando o culto das virtudes pátrias e o amor
das coisas portuguesas”, cumpria uma dupla função: a de exaltar a história e o passado
heroico de Portugal, e a de atestar o ressurgimento da nação portuguesa a partir de exemplos
concretos do presente.
Alma Nova, 3ª Série, n. 2, maio-junho de 1922.
Alma Nova, 3ª Série, n. 2, maio-junho de 1922.
Mais do que perceber essas semelhanças físicas e temáticas com a produção realizada
aqui no Brasil pelos imigrantes portugueses, é importante atentarmos para o intercâmbio que
ocorria entre elas. Muitas revistas faziam referência à produção portuguesa ou mesmo
reproduziam artigos e trechos dessas revistas. Além disso, os periódicos portugueses
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circulavam pela colônia do Rio de Janeiro e seus integrantes tinham a possibilidade de entrar
em contato com o que estava sendo publicado em Portugal.
Esse intercâmbio pode ser notado, principalmente, no que diz respeito às discussões
sobre as relações luso-brasileiras, em que, muitas vezes, os periódicos portugueses são
utilizados como exemplos para comprovar determinado argumento defendido pelos periódicos
produzidos aqui. No que diz respeito a esse tema, uma infinidade de assuntos serve de motivo
para dar início a debates e discussões. Para além das relações históricas entre Brasil e
Portugal, a temática das relações luso-brasileiras era abordada também para falar sobre as
questões comerciais e políticas entre as duas nações. No primeiro caso, são muito recorrentes
os artigos que enfatizam a necessidade de uma maior aproximação econômica entre os dois
países, principalmente através da realização de acordos comerciais. Muitos periódicos chegam
a reclamar do fato de o Brasil estar mais próximo da Inglaterra, no que dizia respeito às
transações econômicas, do que de Portugal, o seu “verdadeiro irmão”. No que diz respeito às
relações políticas, o discurso que predominava na maioria dos periódicos era o da necessidade
de não intromissão nos assuntos alheios, garantindo dessa forma uma postura de neutralidade
e preservando a integridade e a independência das nações.
Como podemos ver, a história esteve muito presente nessas publicações. Na revista
Lusitania, por exemplo, publicada entre 1929 e 1934, o investimento na história de Portugal
começa já com a escolha do nome, Lusitania. Um lugar meio geográfico, meio histórico, mas
certamente um lugar mítico, considerado a origem ancestral de Portugal: o território que, na
Antiguidade, ficava no Oeste da Península Ibérica, onde viviam os povos lusitanos, e que
depois foi conquistado pelos romanos. A evocação desse “nome” demonstra a tentativa da
revista de associar sua imagem às origens mais remotas e genuínas de Portugal. Mas não só
seu título apresenta um conteúdo histórico. Toda a revista sustenta um projeto de exaltação
do passado heroico de Portugal, com o intuito de atestar a grandeza da nação e fazer um
“chamado” aos portugueses, exigindo dos mesmos o amor à pátria, o orgulho pela nação e a
necessidade de perpetuar essas façanhas no presente.
Se atentarmos para as capas, os editoriais e os artigos dessa revista, podemos perceber
que ela estava pautada por uma visão de História “memória da nação”, segundo um
paradigma tradicionalista dominante no século XIX, ou seja, antes da divulgação e impacto
trazidos pela proposta da Escola dos Annales. Todas as narrativas históricas produzidas pela
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Lusitania referem-se à figura de um herói, à biografia de um grande português, a um evento,
a uma data marcante, enfim, toda ela assume uma concepção de tempo linear que “evolui”
em direção ao progresso. Não há, nem se está cobrando que houvesse, qualquer tipo de
problematização de fatos, personagens ou símbolos; pelo contrário, eles são dados como
“prontos e verdadeiros”, sobretudo porque se trata de uma história dirigida a um grande
público, ou seja, uma narrativa de divulgação do conhecimento, potencializada ainda mais
pela situação de seus leitores privilegiados, que estavam “fora” dessa pátria portuguesa.
Porém, também eles eram “bons portugueses”, capazes de cultivar e disseminar essa memória
histórica aos quatro cantos do mundo, pois eram tidos indistintamente como a base da própria
nacionalidade portuguesa.
Lusitania, ano IV, n.81, 1º de junho de 1932.
Além de capas e editoriais, algumas seções também utilizavam o discurso da
monumentalidade de Portugal. Na seção “As noites do Avozinho: contos da história de
Portugal para crianças e adultos”, o autor José Agostinho ia ensinando aos pequenos
portugueses, de forma bem didática e segundo o modelo canônico do ensinar e divertir,
oferecendo modelos cívicos e morais, que passado tão grandioso era esse, exaltando, mais
uma vez, figuras como Camões e D. Afonso Henriques. Capítulo por capítulo, o narrador –
um avozinho – contava passagens como a Reconquista portuguesa, as navegações marítimas,
a descoberta do Brasil e a consequente “contribuição portuguesa para o progresso da
civilização”, ajudando a construir, portanto, uma memória histórica sobre esse passado, e
ensinando aos portugueses “lições de nacionalismo”.
Essa concepção tradicionalista ou mesmo historicista da História também foi aquela
compartilhada pelo Estado Novo português. Segundo Luís Torgal, a História era para Salazar
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e para os salazaristas algo a se retomar, mas partindo de pressupostos que não poderiam ser
postos em causa. Essa história do passado deveria assim ser lembrada e narrada, pois seria
feita, sobretudo, de manifestações de nacionalismo, de sacrifícios heroicos, os quais, quando
lembrados, prolongariam esse passado. (TORGAL, 1998:274)
A maioria das revistas produzidas pela colônia portuguesa do Rio de Janeiro, portanto,
seguindo um movimento que se concretizaria ao longo do Estado Novo português, investiu
numa narrativa histórica sobre Portugal, em que este foi exaltado como um grande “formador
de civilizações”, um “produtor de heróis e guerreiros”, possuidor de um povo virtuoso. Dessa
narrativa depreende-se uma concepção de história tradicional, erudita e factual, que buscará
forjar uma memória histórica do país a partir da glorificação da ação de grandes homens e de
grandes feitos, embora também abrindo espaço às tradições populares e às narrativas
lendárias, que igualmente compunham o panorama dessa história memória nacional.
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Fundação Getúlio Vargas, 1999.
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Assis-UNESP, Tese de Livre Docência, 2009.
MARTINS, Ana Luiza. Revistas em Revista: Imprensa e práticas culturais em Tempos de
República, São Paulo (1890-1922). São Paulo: EDUSP: FAPESP, 2008.
MARTINS, Ana Luiza & LUCA, Tânia Regina de. História da Imprensa no Brasil. São
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MICELI, Sérgio. Intelectuais e a Classe Dirigente no Brasil (1920-1945). São Paulo: DIFEL,
1979.
NETO, Sérgio. “Periódicos de temática ultramarina: cultura, propaganda e informação na
antecâmara do Estado Novo. O caso do Jornal da Europa (1927-1931). In: Estudos do
Século XX. Cultura, imagens e representações. Coimbra: Imprensa da Universidade de
Coimbra, n.8, 2008, p. 317-328.
PAULO, Heloísa. Aqui também é Portugal: a colônia portuguesa do Brasil e o Salazarismo.
Coimbra: Quarteto, 2000.
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SIRINELLI, Jean-François.“Os intelectuais”. In: RÉMOND, René (org). Por uma história
política. 2ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2003.
SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Mauad,
1999.
TORGAL, Luís Reis; MENDES, José Maria Amado & CATROGA, Fernando (orgs.).
História da História em Portugal (sécs. XIX-XX). 2ª ed. Lisboa: Temas e Debates, 1998.
VELLOSO, Mônica Pimenta. Modernismo no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: FGV, 1996.