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15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 1

15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

CRIAÇÃO DE ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL NA TENTATIVA DE

COIBIR A OCUPAÇÃO DE ENCOSTAS SEM NENHUM CRITÉRIO

TÉCNICO OU PLANEJAMENTO

MODELO APA DOS MORROS GARAPENSES

DUQUE BACELAR-MARANHÃO

João Luiz Matta de Souza 1

Resumo – O planeta Terra se comporta como um sistema vivo, por meio de um conjunto de grandes engrenagens que se movimenta, que se modifica, acolhe e sustenta uma imensidade de seres vivos em sua superfície. O crescimento acelerado e desordenado das cidades aliado à ausência de planejamento urbano, técnicas de construção adequadas, e ausência de educação básica, sanitária e ambiental, tem sido agentes potencializadores dessas situações de risco, que se efetivam em desastres por ocasião de eventos naturais, nos grandes e pequenos núcleos urbanos. A ocupação de encostas sem nenhum critério técnico ou planejamento bem como a ocupação das planícies de inundação dos principais cursos d’água que cortam a maioria das cidades têm sido os principais causadores de mortes e de grandes perdas materiais. O reconhecimento dessas horrendas consequências potenciais tem motivado as pesooais a trabalharem juntas para reduzir os efeitos adversos. Os governos têm promulgado novas regulamentações voltadas para os problemas ambientais regionais e novos tratados têm sido formulados para reduzir os impactos nas atividades antrópicas. Uma das auternativas para impedri o creacimento desosdenado e as tecnicas de construções inadequadas e a conservação dos morros atraves de implantação De áreas de proteção

ambiental, como por exemplo, a APA dos Morros Garapenses. .

Abstract – The planet Earth behaves as a living system, through a set of large gears that moves, that changes, hosts and supports a multitude of living beings on its surface. The rapid and unplanned growth of cities combined with the absence of urban planning, appropriate building techniques, and lack of basic, sanitary and environmental education, has been potentiating agents such risk situations that take place on the occasion of natural disaster events in large and small urban centers. The occupation of slopes without any technical criteria or planning and the occupation of flood plains of the main streams that cut most cities have been the main cause of deaths and great material losses. The recognition of these horrendous consequences potencies has motivated pesooais to work together to reduce the adverse effects. The go¬vernos have enacted new regulations focused on regional environmental problems and new treaties have been formulated to reduce the impacts on human activities. One of alternatives to impedri the desosdenado creacimento and techniques of inadequate buildings and the conservation of the hills through deployment in protected areas, such as the APA dos Morros Garapenses.

Palavras-Chave – Geossistemas; encostas; APA; Morros Garapenses.

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1 Geólogo da CPRM – SGM - SUREGSA Salvador - BA, (71) 21017373, [email protected]

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1. INTRODUÇÃO

Os geossistemas são mapeados num sistema similar à sobreposição de planos de informação em sistema de informação geográfica sendo que para o mapeamento dos geossistemas são sobrepostas informações relativas ao relevo, substrato, drenagem, solos, vegetação e uso da terra. O mapeamento de geossistemas pode ser considerado uma atividade básica para o planejamento territorial, uma vez que o mapa de geossistemas mostra áreas homogêneas onde a interação entre os componentes da natureza e o uso da terra são similares. Visando uma redução geral das perdas humanas materiais, bem como os danos ambientais causados pelas as ocupações desordenadas em encostas, o governo do Maranhão, através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, pela Lei Nº 25.087 de 31 de Dezembro de 2008, criou uma APA – Área de Proteção Ambiental, que abrange uma área de 234. 767.9097 ha, nos municípios de Buriti, Duque Bacelar, Coelho Neto e Afonso Cunha. Com seis anos de criação, sendo a mais nova do Estado, essa Unidade de Conservação maranhense localizada no Baixo Parnaíba e Alto Munim, é a única de jurisdição estadual que possui um Conselho em funcionamento. O CONAMG é um Conselho atuante e participativo junto ao Governo e a sociedade. O CONAMG possui 16 representantes que se reúnem ordinariamente quatros vezes ao ano, buscando soluções para os problemas ambientais e da sustentabilidade da Unidade.

Figura 1. Limites atuais da APA dos Morros Garapenses

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A Vegetação da APA dos Morros Garapenses, possui grande extensão ainda preservada dos ecossistemas transitórios de caatinga, mata de cocais e cerrado (este um dos biomas brasileiros mais ameaçados), da região leste do Maranhão. Sua Hidrografia é banhada por dois importantes rios: Parnaíba e Munim, tendo em seu território as nascentes do rio Preto e Estrela, e dezenas de nascentes formadoras de uma rica rede hidrográfica de riachos e lagoas naturais; onde a fauna, apesar de várias espécies de mamíferos e aves já extintas, como o gato-maracajá, onça-parda, jacu-de-porco, etc., pela caça predatória e destruição de áreas verdes, ainda se beneficia destes recursos, sendo ainda grande. Assim, com essa diversidade de aves e peixes dentro e no entorno da APA dos Morros Garapenses, os ambientalistas, os estudiosos e a população em geral podem ainda observar e preservar essa viva e pulsante diversidade de seres. Outra grande atração de beleza ímpar é a floresta petrificada de árvores pré-históricas, encontrada em diversos sítios fosselíferos da APA, constituindo esses sítios um dos principais patrimônios ambientais e culturais do Maranhão.

2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ESTUDADA

Segundo o editor da Folha do Garapa, os Morros Garapenses Urbanos em Duque Bacelar são um conjunto de seis morros de formatos topográficos diversos, circundando o oeste e o sul da cidade, com uma população de urbana de quase seis mil habitantes. Estes Morros e sua vegetação são os ecossistemas naturais que originaram a luta para a criação da APA DOS MORROS GARAPENSES. Historicamente foram esses morros que forjaram o nome do povoado Garapa, no ciclo natural da chuva, que acumulada em partes de seus vales, dificultava o passar dos tropeiros e pedestres pela vereda principal, que encharcada, formava extensos atoleiros. Com a criação da cidade de Duque Bacelar, em 1º de Janeiro de 1955, o natural e simpático nome do lugarejo GARAPA fora substituído pelo nome atualmente no qual é denominada a cidade. O conjunto natural dos Morros Urbanos em Duque Bacelar, formando duas cadeias geográficas, separados por um vale que forma o centro da cidade, no qual inspirou à criação da APA dos Morros Garapenses são formados por esses seis Morros:

Morro do Urubu, que fica a oeste da cidade, agrupando diversos cumes, formando a parte direita do vale da Avenida Coronel Rosalino, no Centro, e do Bairro Vargem Redonda (onde em sua própria topografia oeste abrange a Rua da Cruz, Santa Luzia e Santo Antônio, no mesmo Bairro). No Centro da cidade, ele ainda forma partes da paisagem natural e pela Rua Vicente Vilar é cortado em sua borda, formando mais em frente um belo boqueirão, onde fica a Rua Benedito Bona e diversas ruas e travessas ainda sem nomes. Neste morro vivem diversos animais selvagens, notificados: coelhos, porcos- espinhos, soins, veados e répteis. A floresta de babaçu em seu topo é densa.

Figura 2. Morro do Urubu.

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O Morro Garapa (sul) é o mais conhecido e visitado morro da cidade. Diversas atividades de lazer, educação ambiental e ecoturismo são vivenciados em seu topo e trilhas. Com aproximadamente 200 metros altura, ele forma uma das paisagens naturais mais significativas da cidade, sendo já cartão postal. Do seu topo se avista também um dos panoramas mais bonito do vale do Parnaíba e do centro de Duque. O Morro Garapa forma à parte esquerda do vale da Avenida Coronel Rosalino e do Bairro Vargem Redonda. Na sua topografia sul ele forma com o Morro dos Patins, um pequeno e lindo vale, indo desfazer-se num boqueirão defronte e continua sua formação circundando partes da Lagoa da Olaria, se findando, nas proximidades do Açude da vargem Redonda.

Figura 3. Morro Garapa.

O Morro dos Patins, localizado na Rua Chico Carnaúba, fica atrás do Morro Garapa. Em seu plano topo predomina a vegetação de Palmáceo Patim. De seu Mirante natural, na parte detrás, a visão da região dos Lagos, com diversas lagoas e do vale do Parnaíba é espetacular. O mais belo pôr- do- sol da cidade é visto deste mirante. Parte de seu solo é de formação pedra de fogo. Outra curiosidade são as grandes pedras jacarés em seu topo.

Figura 4. Morro dos Patins.

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O Morro dos Estudantes, no Centro (sul da cidade), é abordado pela Rua São José e a Rua Zeca Barão e Chico Carnaúba. Algumas veredas dão acesso ao seu topo, onde a vista do centro, dos bairros Mutirão, Vicente Vilar e a Rua Chico Rita é plena e bonita. Sua vegetação é formada de muitas árvores das famílias de palmáceas.

Figura 5. Morro dos Estudantes.

O Morro Zeca Barão, Morro da Igreja ou Morro do Alto dos Mandis é extenso, com diversas curvas e bordas topográficas do tipo tabuleiros e chapadas, formando muitos boqueirões. A sua vegetação é constituída desde palmáceas, a espécies de caatinga, cerrado e Amazônia, na transitoriedade florífera da região. Ele é abordado pela Rua São José e Alto dos Mandis, em suas coordenadas oeste e norte. Na coordenada sul, é circundado pela estrada que leva ao Pontão, e na do leste, é circundado pelo Igarapé Central, que deságua no rio Parnaíba. Ele é o morro mais misterioso da cidade, onde algumas lendas o têm como protagonista, como a lenda da casa de Ouro. Dizem ser encantado. Dos diversos mirantes naturais que possui, o que se vê o rio Parnaíba é espetacular. O rio lá em baixo, bem próximo, majestoso, fazendo uma curva no Peixe Magro, cuja visão acalma os espíritos.

Figura 6. Morro da Igreja.

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O Morro dos Ambientalistas distancia-se dos demais Morros localizados na parte história e urbana da cidade. Ele localiza-se nos proximidades do bairro Garapa de Fora e caminha antigo do povoado Ana Maria. O mesmo possui o cume mais baixo dos seis morros urbanos de Duque na APA dos Morros Garapenses. Sua vegetação de cerrado e amazônica é uma das mais exuberantes, com diversos animais selvagens habitando lá, como soins e roedores. Atualmente, pela construção de bairros residências nas proximidades de seu entorno, ele sofre com sua vegetação séria ameaças de desaparecimento.

3. CONCLUSÕES

A Terra é como um complexo sistema de componentes interativos, o habitat humano é uma delgada interface entre a (Terra e o céu, onde grandes forças interagem para moldar a face do nosso planeta.). As forças tectônicas dentro da litosfera, controladas pelo calor interno das profundezas, geram terremotos, erupções vulcânicas e soerguimento de montanhas. As forças meteorológicas dentro da atmosfera e da hidrosfera, controladas pelo calor do Sol, produzem tempestades, inundações, geleiras e outros agentes de erosão. As interações entre os geossistemas globais da tectônica de placas e do clima mantêm um equilibrado ambiente na superfície terrestre, no qual a sociedade humana pode prosperar e crescer. Os humanos têm modificado o meio ambiente pelo desmatamento, pela agricultura e por outros tipos de uso do solo ao longo de toda a história registrada, mas os efeitos nos tempos antigos eram, comumente, restritos ao habitat local ou regional. Segundo a Constituição Federal; “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” Então devemos nos utilizar dessa prerrogativa e nos utilizar dos diferentes mecanismos para preservar o meio ambiente e salvaguardar a vida humana.

AGRADECIMENTOS

O autor agradecem a CPRM, aos demais colegas da SUREGSA e o Jornal Folha do Garapa pelo fomento nas pesquisas.

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REFERÊNCIAS

Constituição Federal:1988; Cap. VI, Art. 225

SOCHAVA, 1978; ISACHENKO, 1998; CHRISTIAN, 2006; EGOROV, 2008; CAVALCANTI,

CORRÊA e ISACHENKO, 2010.

SANTOS, A. R. DOS – Enchentes e deslizamentos; causas e soluções. PINI, São Paulo.

MACEDO, E. S, DE; BRESSANI, L. A. (2013) – Diretrizes para o zoneamento da suscetibilidade, perigo e risco de deslizamentos para planejamento do uso do solo. – ABGE; ABMS; CPRM, São Paulo.

CULSHAW, M. G. (2013) – A contribuição da geologia Urbana ao desenvolvimento recuperação conservação de cidades. – ABGE; CPRM, São Paulo.

Gestão e Mapeamento de Riscos Socioambientais – Módulo do Curso de capacitação. Min. de Minas e Energias, Brasília.

SOUZA, J.L. M; DIAS, R.B (2014)- Ação Emergencial para Delimitação de Áreas em Alto e Muito Alto Risco a Enchentes, Inundações e Movimentos de Massa.

http://folhadogarapa.blogspot.com.br/2014/03/os-morros-garapenses-urbanos-duque.html

http://raymundjose.blogspot.com.br/2012/06/apa-dos-morros-garapenses-na-rio20.html

www.ibge.gov.br - IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Último acesso: 21/04/2015

http://folhadogarapa.blogspot.com.br/2014/03/os-morros-garapenses-urbanos-duque.html