Crescimento, Inclusão e Sustentabilidade Brasil, China, Índia

Vinod Thomas*Vinod Thomas*

Diretor-Geral de Avaliação, Grupo Banco MundialDiretor-Geral de Avaliação, Grupo Banco Mundial

LisboaLisboa2 de outubro de 20082 de outubro de 2008

** As opiniões expressas nesta apresentação são as do autor e não representam os pontos As opiniões expressas nesta apresentação são as do autor e não representam os pontos de vista do Grupo de Avaliação Independente do Banco Mundialde vista do Grupo de Avaliação Independente do Banco Mundial

I. Crescimento econômico

Crescimento econômico mundial e as mudanças no panorama global

Índia: 12a maior economia em 2007 e 3ª maior em 2050

China: 4a maior em 2007 e 1a em 2050

Brasil: 10a maior em 2007 e 6a maior em 2050

Região/País 1980-

1989

1990-

1999

2000-

2004

2005

2006

2007

Leste Asiático e Pacífico 6 6,8 7,1 8,2 9,3 9,6

China 8,2 8,7 8,5 9,7 11,0 11,2

América Latina e Caribe -0,3 1,2 1,0 3,3 4,2 4,5

Brasil 0,8 0,1 1,6 1,5 2,4 4,2

Oriente Médio e Norte da África

-0,9 2,0 1,9 2,6 3,5 4

Sul da Ásia 3,3 3,3 3,8 7,0 7,4 6,9

Índia 3,4 3,7 4,3 7,8 8,2 7,7

África Subsaariana -0,8 -0,7 1,5 3,1 3,3 3,7

Mundo 1,3 1,2 1,6 2,2 2,7 2,6

Crescimento e níveis de renda

Índia China Brasil

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

1971 1977 1983 1989 1995 2001 2007

PIB

pe

r ca

pita

(U

S$

con

stan

te e

m 2

000

)

-10

-8

-6

-4

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8

10

12

14

16

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nu

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cap

ital (

%)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

1971 1977 1983 1989 1995 2001 2007

PIB

pe

r ca

pita

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S$

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14

16

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%)

0

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1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

1971 1977 1983 1989 1995 2001 2007

PIB

pe

r ca

pita

(U

S$

con

stan

te e

m 2

000

)

-10

-8

-6

-4

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6

8

10

12

14

16

Cre

scim

en

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nu

al d

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IB p

er

cap

ita (

%)

A Principal Fonte de Crescimento: Produtividade

País Episódio de crescimento

1978-1993

1993-2004

1978-2004

2003-2005

China1

Contribuição em pontos percentuais

3,6 4 3,8 --

Parcela de contribuição

40 41 41 --

Índia1

Contribuição em pontos percentuais

1,1 2,3 1,6 3,5

Parcela de contribuição

24 35 30 43,5

PaísEpisódio de crescimento

Anos1960

Anos 1970

Anos 1980

Anos1990

Brasil2

Contribuição em pontos percentuais

2,15 2,33 -3,74

Parcela de contribuição

37 29 -260

China*: 1990-94China*: 1990-94 56% - mudanças técnicas56% - mudanças técnicas 34% - migração da força de 34% - migração da força de trabalhotrabalho13% - reformas estruturais13% - reformas estruturais ((Fonte: Yusuf e Nabeshima, 2006; Jorgenson e Vu Fonte: Yusuf e Nabeshima, 2006; Jorgenson e Vu 2005; cálculos do autor)2005; cálculos do autor)

EUA e países EUA e países industrializados:industrializados: Especialmente a inovação Especialmente a inovação institucional e tecnológicainstitucional e tecnológica

**Os percentuais se referem à participação desses Os percentuais se referem à participação desses componentes na produtividade e não no componentes na produtividade e não no crescimento. As estimativas de produtividade da crescimento. As estimativas de produtividade da China apresentam uma grande variação, por isso é China apresentam uma grande variação, por isso é necessário ter cautela ao fazer comparações.necessário ter cautela ao fazer comparações.

Nota: PTF derivada do resíduo de Solow ampliado pela educação.Fontes: Bosworth e Collins (2007), Poddar e Yi (2007), e Thomas (2006).

Barreiras do Brasil ao Aumento da Produtividade (1995-2004)

Economia informal: Economia informal: 43%43%

Instabilidade Instabilidade macroeconômica: macroeconômica: 20%20%

Leis trabalhistas: Leis trabalhistas: 17%17%

Serviço público: Serviço público: 12%12%

Infra-estrutura: 8%Infra-estrutura: 8%

Fonte: Elstrodt et al, 2006.Fonte: Elstrodt et al, 2006.

Índice de Dificuldade de Contratação

Índice de Rigidez de Horários

Índice de Dificuldade de Demissão

Índice de Rigidez Trabalhista

Custos de contratação (% do salário)

Custos de demissão (semanas de salários)

América Latina 41 51 30 40 15,9 62,9

São Paulo 67 80 20 56 26,8 165,3

Sul da Ásia 42 35 43 40 5,1 75

Mumbai 56 40 90 62 12,3 79

África Subsaariana 48 63 48 53 11,8 53,4

Johanesburgo 56 40 60 52 2,6 37,5

Nota: Os índices com valores mais altos indicam maior dificuldade para contratar, demitir, e maior rigidez no horário de trabalho e no emprego. Fonte: Beath, 2006.

Controle da corrupção em países da América Latina, na China e na Índia (2007)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

VENEZUELAPARAGUAIEQUADOR

NICARÁGUAGUATEMALAHONDURAS

CHINAREPÚBLICA DOMINICANA

BOLÍVIAARGENTINA

ÍNDIAPERU

MÉXICOPANAMÁ

COLÔMBIABRASIL

EL SALVADORCOSTA RICA

URUGUAICHILE

Classificação do Percentil do País (0-100)

Fonte: Kaufmann D., A. Kraay e M. Mastruzzi, 2008. Governance Matters VII: Governance Indicators for 1996-2007.

Condições fiscais subjacentes

IndicadorIndicador BrasilBrasil ChinaChina ÍndiaÍndia

Dívida do setor público (% do PIB, 2003)

5858 25(a) 85

Serviço da dívida externa (% das exportações, 2002)

29 6 13(b)

Reservas em moeda estrangeira (% da dívida externa, 2002)

16 127 47

Déficit/Superávit (% do PIB, 2002)

Primário 4,3 -1,7 -4,7

Pagamento de juros -9,6 -1,3 -6,3

Total -5,3 -3-3 -11-11

Fonte: Thomas 2006a. A estimativa da dívida pública da China não inclui os passivos contingentes dos bancos estatais.b. O reduzido serviço da dívida da Índia resulta em parte do financiamento com juros baixos.

O coeficiente da dívida da China seria de 50%, se os empréstimos irrecuperáveis fossem incluídos, O coeficiente da dívida da China seria de 50%, se os empréstimos irrecuperáveis fossem incluídos, e ainda mais elevado considerando-se as aposentadorias.e ainda mais elevado considerando-se as aposentadorias.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Brasil China Índia

Dív

ida

com

o %

do

PIB

(20

03)

0

5

10

15

20

25

30

35

Ser

viço

da

dívi

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omo

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xpor

taçõ

es (

2002

)

Dívida/PIB Serviço da dívida/Exportações

Brasil: Dívida-PIB x Superávit Primário-PIB

II. Inclusão Social

Desigualdade de renda entre as regiões

0

10

20

30

40

50

60

70

Brasil China Índia

20% mais pobres

20% mais ricos

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Gra

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e d

esi

gua

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de

(ín

dic

e d

e G

ini)

América Latina

Ásia

Leste EuropeuPaíses da OCDE

Brasil

Fonte: Banco de dados sobre desigualdade de renda no mundo V2.0c, maio de 2008.

Estados Unidos

Desigualdade crescente nos países

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

An

nu

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Gin

i ce

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cie

nt

Gini coefficients for countries calculated based on available data. The range of time periods runs from Honduras (1986-1999) to Uruguay (1996-2005).

Inequality rising

Inequality decreasing

Source: Povcalnet database, DECRG

Bo

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na

A excepcional redução da desigualdade no Brasil

• Programas de Programas de transferência condicional transferência condicional de renda, como o Bolsa de renda, como o Bolsa Familia, no Brasil, e o Familia, no Brasil, e o OportunidadesOportunidades, no , no México, contribuíram México, contribuíram para a redução da para a redução da pobreza e da pobreza e da desigualdadedesigualdade• O Bolsa Família foi O Bolsa Família foi

responsável por um responsável por um terço da redução da terço da redução da desigualdade no desigualdade no Brasil entre 2001 e Brasil entre 2001 e 2004.2004.

0,623

0,604

0,593

0.599

0,615

0,634

0,612

0,598

0,593

0,587

0,581

0,569

0,580

0,589

0,582

0.594

0,5880,587

0.596

0,592

0,6000,602

0,600

0,599

0,566

0,55

0,56

0,57

0,58

0,59

0,6

0,61

0,62

0,63

0,64

1977

1979

1981

1983

1985

1988

1990

1993

1996

1998

2001

2003

2005

Coe

ficie

nte

de G

ini

Valor mínimo do coeficiente de Gini

Mean value of Gini coefficient

Fonte: Ricardo Paes de Barros, IPEA

Tamanho e Composição do Gasto Público

Condições fiscais Condições fiscais desiguais entre regiões e desiguais entre regiões e províncias (China)províncias (China)

Corte nos investimentos Corte nos investimentos (Brasil) ou nos serviços (Brasil) ou nos serviços sociais (China)sociais (China)

Compromissos sem Compromissos sem financiamento previsto financiamento previsto (aposentadorias)(aposentadorias)

Gasto excessivo com o Gasto excessivo com o consumo públicoconsumo público

Regiões Receitas orçamentárias per capita (Yuans)

Gastos per capita (Yuans)

Leste

Xangai 4.362,8 5.307

Pequim 3.752,6 4.415,7

Guangdong 1.529 1.935,5

Tianjin 1.706,4 2.633,7

Central

Sichuan 336,5 809

Hunan 348,7 804,1

Anhui 315,9 720,8

Oeste

Shaanxi 457,9 1.102,1

Gansu 294,0 1.056,7

Guizhou 282,2 825,3

Fonte: Dabla-Norris, 2005, incluindo as transferências fiscais.

Fonte: Dabla-Norris 2005, incluindo as transferências fiscais.

Investimentos em capital humano correlacionados ao desenvolvimento

  Brasil China Índia

Expectativa de vida ao nascer, total (anos), 2005

71,8 71,8 64,2

Taxa de mortalidade infantil (por 1000 nascidos vivos), 2005

19,8 21,4 58,7

Bebês com baixo peso (% de partos), 2003

8,2 3,7 30,4a

Médicos (por 1000 pessoas), 2004 2,1 0,51b 1,6

Leitos hospitalares (por 1000 pessoas), 2003

2,6c 2,2 0,9

Gastos per capita com saúde, 2005 (US$)

371.0 81.0 36

Fonte: Indicadores do Desenvolvimento Mundial, 2008

a 1999

b 1998

c 2002

Índia

BrasilChina

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

Logaritmo do PIB per capita

Mali

BeninMoçambique

Nepal

Ruanda

Bangladesh

UgandaTanzânia

Índia

Senegal

Paquistão

Camarões

Nicarágua

Indonésia

Bolívia

Guatemala

EgitoTunísia

EL Salvador

República Dominicana

JordâniaColômbia

Honduras

Suazilândia

Paraguai

Tailândia

Peru

África do Sul

CroáciaBrasil

Turquia

Costa Rica

Chile

México

Argentina

Panamá

Jamaica

Hungria

Polônia

RússiaRomênia

BulgáriaFilipinas

Sri Lanka

China

SFonte: Thomas, Vinod, Yan Wang e Xibo Fan, 2001.

Gini para educação (1=menos igual, 0=mais igual)

III. Desenvolvimento sustentável

Sustentabilidade do Meio Ambiente

Alto grau de poluição na China e na Índia O custo anual dos danos ambientais na China e na Índia é

estimado em cerca de 4% a 9% da produção total, e varia de 4,5% a 8% na Índia.

No Brasil, enquanto o lucro dos fazendeiros é de US$75 por hectare ao ano na Amazônia, os custos ambientais estão acima de US$100.

O Brasil também enfrenta uma intensa degradação ambiental nas cidades e áreas rurais. Se as florestas fossem protegidas ao invés de serem destruídas, a

absorção de carbono resultante de sua maior conservação poderia ter um alto valor de mercado.

Emissões, PIB e População

Recursos Naturais

Perspectivas da indústria do etanol

Menor custo de Menor custo de produção do mundo: produção do mundo: US$0,23 por litro US$0,23 por litro contra US$0,39 nos contra US$0,39 nos EUA e US$0,52 na EUA e US$0,52 na Europa em 2006.Europa em 2006.

Demanda mundial Demanda mundial para exportação em para exportação em 2020: até 200 bilhões 2020: até 200 bilhões de litrosde litros

30 milhões de 30 milhões de hectares de terras hectares de terras disponíveis e maior disponíveis e maior produtividade produtividade poderiam prover mais poderiam prover mais do que a demandado que a demanda..

A Expansão do Etanol no Brasil Atenderá à Demanda

359

4121

29

22

26

76

254

42

Demanda interna de etanolExcedente para exportação3ª série4ª série

14 319

36

6

84

414

Plantação de cana-de-açúcar, milhões de hectares

6

12

30

Previsão da demanda do mercado global para exportação

em 2010 limitada a ~ 10 bilhões de litros

Suficiente para atender à demanda do mercado global de exportaçãode ~200 bilhões de litros

Produção de etanol no Brasil: açúcar/etanol equivalente a bilhões de litros de etanol1

2005

Aumento inicial da produtividade2

Plantação de cana-de-açúcar em terras ociosas e pastagens 3

Previsão para 2010

Aumento secundário da produtividade

mediante novas tecnologias

2ª etapa da substituição de pastagens4

Previsão para 2020

1

1 Uma tonelada de cana-de-açúcar pode produzir 139 kg de açúcar ou 82 litros de etanol; estimativas baseadas em dados de 2006.

2 Tomando como referência a produção de 95 toneladas/ha de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo.3 Recuperação das terras próximas às zonas de produção, utilizadas como pastagens nos últimos dez anos.4 Inclui a transferência de mais 5% das atuais pastagens para o cultivo da cana-de-açúcar.

Fonte: Assis, Elstrodt e Silva, 2007

Açúcar

IV. Metas e Opções para o Brasil

MetasMetas Áreas de AçãoÁreas de Ação

Obter a classificação do grau de investimento Implementar a próxima rodada de reformas na Previdência Social

Aumentar a competitividade global Enfatizar o aumento de qualidade da educação

Enfatizar a maior igualdade Realizar uma campanha para promover o impacto dos gastos públicos

Fazer melhor uso dos recursos naturais Executar os contratos de sustentabilidade ambiental nos estados

Melhorar a qualidade dos serviços Aperfeiçoar o marco regulatório para energia e infra-estrutura

Reformar o processo político Implementar mudanças nos mecanismos de financiamento político e eleitoral

Muito obrigado.