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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS CÂMPUS MACHADO Bruno da Silva Marques Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com base em dias e unidades térmicas MACHADO 2013

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Page 1: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS – CÂMPUS MACHADO

Bruno da Silva Marques

Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com

base em dias e unidades térmicas

MACHADO

2013

Page 2: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

Bruno da Silva Marques

Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com

base em dias e unidades térmicas

Monografia apresentada ao IFSULDEMINAS, como

parte das exigências do Curso de Agronomia para o

obtenção do título de Bacharel em Agronomia.

Orientador: Prof. Dr. Saul Jorge Pinto de Carvalho

MACHADO

2013

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Bruno da Silva Marques

Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com

base em dias e unidades térmicas

Monografia apresentada ao IFSULDEMINAS, como

parte das exigências do Curso de Agronomia para o

obtenção do título de Bacharel em Agronomia.

Orientador: Saul Jorge Pinto de Carvalho

Membros: Wellington Marota Barbosa

Patrícia de Oliveira Alvim Veiga

MACHADO

2013

Page 4: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

À minha mãe Sara Marques

e ao meu pai Fábio Marques

Dedico

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me conceder força e acima de tudo sabedoria nos

momentos de dificuldade.

Aos meus pais Sara Maria da Silva Marques e Fábio Marques da Silva, pela educação,

amor, espelho de dignidade e que acima de tudo sempre me apoiaram e acreditaram no meu

sucesso.

À minha namorada Michele Figueiredo, pelo carinho e apoio durante toda a minha

graduação, ao meu irmão Igor da Silva Marques pela força e amizade e as minhas queridas

avós Otávia Lima e Aparecida Marques pelas suas orações e carinho.

Ao IFSULDEMINAS - Câmpus Machado por toda estrutura disponibilizada.

Ao professor Dr. Saul Jorge Pinto de Carvalho pela orientação, confiança, incentivo e

amizade.

Ao grupo GAPE – Matologia que esteve sempre presente nas atividades do trabalho.

À FAPEMIG pelos dois anos de bolsa de iniciação científica concedida.

Aos meus amigos de república pelas recordações inesquecíveis e pela grande amizade

que construímos durante esses anos.

Enfim, obrigado a todos que participaram dessa conquista.

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RESUMO

O capim-amargoso (Digitaria insularis) tem despertado crescente atenção quanto ao manejo

de plantas daninhas devido à dificuldade de controle com o herbicida glyphosate e, mais

recentemente, devido ao surgimento de biótipos resistentes a este herbicida. Neste sentido,

este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o crescimento e o desenvolvimento do

capim-amargoso com base em dias ou unidades térmicas acumuladas (graus dia - GD). Para

tanto, dois experimentos independentes foram desenvolvidos quantificando o

desenvolvimento fenológico e o acúmulo de massa seca total da espécie, em condição de

fotoperíodo crescente ou decrescente. Houve adequado ajuste do desenvolvimento fenológico

do capim-amargoso à contagem de tempo em dias ou unidades térmicas acumuladas (GD),

por meio da equação linear de primeiro grau. A espécie possui crescimento inicial lento, com

posterior acúmulo exponencial de massa seca, na condição de fotoperíodo crescente.

Registrou-se massa seca total máxima de 75 e 6 g planta-1

para condição de fotoperíodo

crescente e decrescente, respectivamente. Assim, conclui-se que o desenvolvimento

fenológico do capim-amargoso pode ser previsto por meio de modelos matemáticos com base

em dias ou unidades térmicas acumuladas, contudo ressalta-se que outras variáveis ambientais

interferem no crescimento da espécie (acúmulo de massa), com potencial destaque para o

fotoperíodo.

Palavras-chave: graus-dia, capim-amargoso, fenologia, massa seca, biologia.

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ABSTRACT

Among the weeds usually found in agricultural areas in Brazil highlights the sourgrass

(Digitaria insularis). Is a perennial weed which has the ability to germinate, grow and

develop during the entire year under Brazilian weather conditions. This weed reproduces from

seeds and rhizomes, being difficult to control after its first flowering. With the advent of

resistant biotypes to glyphosate, the problems became worse and knowledge abount growth

and development of this species based on thermal units is critical to develop strategies for

their management. Thus, this work was developed with the objective to evaluate the growth

and development of Digitaria insularis in southern Minas Gerais, based on thermal units

(degree day), through logistic equations. The experiment was development in the area of the

Federal Institute of Education, Science and Technology in southern Minas Gerais, Campus

Machado, experiments were developed at different times of the year (increasing and

decreasing photoperiod) in order to compare the mass accumulation and development plant

phenological, adjusting such variables to logistic models based on the concept of degree-days,

the experimental design was a randomized block design with nine treatments (ratings) and

three replications.

Keywords: growing degree-day, sourgrass, phenology, dry mass, biology

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................. 8

2. O CAPIM-AMARGOSO ............................................................. 11

3. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ............................ 13

4. MANEJO DO CAPIM-AMARGOSO ........................................ 14

5. CONCEITO DE GRAUS DIAS .................................................. 17

6. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................... 18

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................. 22

8. CONCLUSÃO .............................................................................. 30

9. REFERÊNCIAS ........................................................................... 31

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1. INTRODUÇÃO

As plantas daninhas são um dos principais componentes bióticos do agro-ecossistema

com capacidade de interferir negativamente nas culturas. Os efeitos negativos causados pelas

plantas daninhas se manifestam sobre a quantidade e a qualidade da produção agrícola,

consequência da competição pelos recursos de crescimento oferecidos pelo ambiente, da

alelopatia ou por serem agentes que hospedam pragas e doenças, permitindo a multiplicação

destas. Lorenzi (2006) estima que, no Brasil, as perdas ocasionadas às culturas agrícolas pela

interferência das plantas daninhas estejam em torno de 20 – 30%.

Vários fatores influenciam a probabilidade de infestação de plantas daninhas em uma

área, como adaptabilidade ecológica e prolificidade de indivíduos, longevidade e dormência

das sementes e de outros propágulos, frequência na utilização de herbicidas de único

mecanismo de ação e sua persistência, eficácia do herbicida e métodos adicionais empregados

no controle das espécies daninhas (GRESSEL e SEGEL, 1990).

Dentre as plantas daninhas comumente encontradas em áreas agrícolas brasileiras,

pode-se destacar o capim-amargoso (Digitaria insularis (L.) Fedde). Em observações a

campo, em áreas onde há uso contínuo de glyphosate, tem-se constatado que plantas

originárias de sementes, quando jovens, são controladas pelo herbicida; contudo, quando elas

se desenvolvem e formam rizomas, seu controle é ineficiente (MACHADO et al., 2006).

Comumente, esta espécie exige aplicação de doses de glyphosate superiores àquelas

recomendadas para adequado controle de outras espécies da família Poaceae. Timossi,

Durigan e Leite (2006) observaram que a aplicação de 1440 g ha-1

de glyphosate promoveu

controle satisfatório da comunidade infestante, porém, não evitou o rebrote do capim-

amargoso. Correia, Leite e Garcia (2010), constataram suscetibilidade diferencial de

populações de capim-amargoso ao herbicida glyphosate, o que pode indicar forte evidência de

seleção de populações desta espécie resistente ao produto.

Em Jaboticabal (SP), Correia e Durigan (2009), relataram que a aplicação de 2,88 kg

ha-1

de glyphosate não foi eficaz no controle de capim-amargoso. Apesar do controle inicial,

70% das plantas rebrotaram, comprovando a capacidade de recuperação delas.

Machado et al. (2008) comentam que a maior dificuldade em controlar plantas de

capim-amargoso originadas de rizomas pode estar relacionada com a maior espessura na

epiderme das faces adaxial e abaxial e maior espessura da lâmina foliar, quando comparadas

com plantas provenientes de sementes. Ainda, observaram grande quantidade de amido nos

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rizomas, que pode dificultar a translocação do glyphosate e permitir rápida rebrota da parte

aérea das plantas.

A maior espessura da folha é uma característica de plantas adaptadas à sombra

(CASTRO; FERREIRA e YAMADA, 1987; TAIZ e ZEIGER, 2004). A partir dessa

constatação pode se esperar que as plantas de capim-amargoso oriundas da rebrota do rizoma

sejam mais tolerantes ao sombreamento, e, portanto, à supressão de luz realizada pela cultura

(controle cultural).

Quando se trata de plantas oriundas de sementes no início de seu desenvolvimento,

Pyon (1975) verificou a baixa capacidade competitiva do capim-amargoso em relação à

Panicum maximum e Cenchrus ciliaris em condições normais de luminosidade. E ainda,

quando estas espécies se desenvolveram sob condições de até 60% de sombreamento,

Digitaria insularis teve sua altura, número de perfilhos e matéria seca reduzida drasticamente

em relação às demais espécies avaliadas. Porém, mesmo com a aplicação equivalente a 60 Kg

de nitrogênio por hectare, essa espécie não conseguiu competir com as demais.

Essas informações estão em concordância com o período de crescimento inicial lento

descrito por Machado et al. (2006), que suportam a afirmação de que “o início do

desenvolvimento de Digitaria insularis é o período de maior sensibilidade dessa planta

daninha”, e, portanto, quando há a maior facilidade para a realização de seu controle.

A habilidade de predição de estádios fenológicos, tais como florescimento,

desenvolvimento e dispersão de sementes de plantas daninhas pode auxiliar no

desenvolvimento das práticas de manejo (GHERSA e HOLT, 1995). Ainda, as características

de crescimento de determinada espécie oferecem um indicador de sua habilidade competitiva

(HOLT e ORKUTT, 1991).

Em função dos eventos que podem ocorrer ao longo do desenvolvimento vegetal, tem-

se a necessidade de adoção de escalas numéricas que estabeleçam níveis para este período.

Tradicionalmente, tem-se utilizado dias como contagem de tempo do ciclo, contudo trata-se

de uma variável muito sujeita a interferências ambientais que, indiretamente, também se

expressam na fenologia.

A análise quantitativa do crescimento é a parte da fisiologia vegetal em que se utilizam

modelos e fórmulas matemáticas para a avaliação de índices de crescimento, muitos deles

relacionados à atividade fotossintética (REIS e MILLER, 1979). Neste sentido, a área foliar e

a massa de matéria seca são variáveis básicas nos estudos de crescimento vegetal, que devem

ser obtidas em intervalos regulares de tempo (RADFORD, 1967; BENINCASA, 2004).

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A distribuição proporcional da matéria seca nas diferentes partes constituintes das

plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo

de desenvolvimento das espécies (AGUILERA; FERREIRA e CECON, 2004).

Admite-se, além disso, uma relação linear entre acréscimo de temperatura e o

desenvolvimento vegetal (GADIOLI et al., 2000). Assim sendo, torna-se possível o uso de

modelos matemáticos e rotinas de simulação que utilizem o conceito de graus dia acumulados

(MEDEIROS et al., 2000).

Neste sentido, estudos sobre o crescimento e desenvolvimento das plantas daninhas

fornecem informações sobre os diferentes estádios fenológicos e padrões de crescimento

vegetal. Estes resultados permitem a análise do comportamento das plantas perante os fatores

ecológicos, bem como sua ação sobre o ambiente, principalmente quanto a sua interferência

sobre outras plantas, o que pode contribuir para o desenvolvimento de sistemas de manejo

integrado de plantas daninhas (LUCCHESI, 1984; BIANCO et al., 1995).

Este conceito não é diferente para as plantas daninhas, contudo são poucos os estudos

que avaliaram o desenvolvimento destas espécies com base em graus-dia acumulados. A

predição de diferentes aspectos fenológicos de culturas, plantas daninhas e outras pragas com

equações térmicas simples tende a ser uma excelente ferramenta para fornecer soluções

práticas para problemas culturais (GHERSA e HOLT, 1995).

Desta forma, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o crescimento e

o desenvolvimento de Digitaria insularis, com base em dias e unidades térmicas (graus dia),

por meio de equações logísticas.

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2. O CAPIM-AMARGOSO

O gênero Digitaria sp. corresponde cerca de 300 espécies de plantas que estão

distribuídas em diferentes regiões do mundo, tanto de clima tropical quanto subtropical

(CANTO-DOROW, 2001).

O Brasil hoje é o país com maior diversidade de espécies do gênero Digitaria sp.,

sendo constatada a presença de 26 espécies nativas e de 12 exóticas. Dentre estas espécies, o

capim-amargoso atualmente vem apresentando a maior distribuição geográfica, ocorrendo na

maioria dos ambientes favoráveis à agricultura, desde o continente asiático ao americano

(MONDO et al., 2010).

D. insularis, comumente conhecido como capim-amargoso, é uma espécie nativa de

regiões tropicais e subtropicais da América, onde é frequentemente encontrada infestando a

cultura da banana, cana-de-açúcar, pastagens, lavouras de café, pomares, beira de estradas e

terrenos baldios; que se propaga facilmente por sementes e por rizomas (KISSMANN e

GROTH, 1997; LORENZI, 2000; KUVA et al., 2008) e apresenta crescimento inicial lento

(MACHADO et al., 2006). Em agrícolas onde não há o estabelecimento de culturas de

cobertura na entressafra, tem-se observado aumento na infestação de capim-amargoso.

Na citricultura representa grande inconveniente, pois, além de competir com a cultura,

pode abrigar no seu sistema radicular as bactérias do cancro cítrico (KISSMAN e GROTH,

1997). Desta forma, o diagnóstico de plantas daninhas resistentes desta espécie em áreas

agrícolas é de extrema importância, pois trata-se do primeiro passo na escolha racional da

prática mais adequada de manejo.

O capim-amargoso é uma espécie perene, herbácea, entoucerada, ereta, rizomatosa, de

colmos estriados, com 0,5 a 1,0 m de altura. Possui grande potencial como daninha, pois suas

sementes são revestidas por muitos pelos, os quais auxiliam sua dispersão por longas

distâncias, o que, aliado ao grande percentual germinativo, permite que essa planta se

dissemine com grande facilidade (KISSMANN e GROTH, 1997).

O reconhecimento do capim-amargoso em campo pode ser feito facilmente pela

observação de sua inflorescência pendente de coloração branco-prateada na maturação, além

de frutos do tipo cariopse, os quais são uma de suas principais unidades de dispersão

juntamente com a fragmentação do rizoma.

No Brasil, o capim-amargoso possui vários nomes comuns, destacando-se os

seguintes: capim-flecha, capim-açú, capim-pororó e milheto-gigante. Na língua inglesa o

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nome comum é sourgrass, que pode ser traduzido como capim-ácido, devido ao paladar ácido

que esta planta possui quando ingerida (GEMELLI, 2012).

Essa espécie pode se tornar dominante, como ocorre em muitos casos nas áreas de

café, citros e plantio direto, em que a dose de glyphosate é eficaz para outras espécies e

insatisfatória para o adequado controle do capim-amargoso (MACHADO et al., 2006).

Nas últimas décadas, em áreas de cereais onde se utiliza o sistema de plantio direto, o

capim-amargoso vem se transformando em uma das mais importantes infestantes, possuindo

assim maior relevância dentro da agricultura brasileira, sendo este aumento de ocorrência

relacionado às suas características de competitividade. Entre elas, destaca-se a capacidade de

formação de rizomas, que apesar de curtos são bem evidentes, formando notáveis touceiras

(CLAYTON et al., 2006) e a capacidade de disseminação de propágulos (sementes)

praticamente durante todo o verão (LORENZI, 2000).

Em condições de temperaturas alternadas entre 20 e 30 ºC, a germinação das sementes

de capim-amargoso depende da presença de luz. Já em condições de temperaturas alternadas,

entre 15 e 35 ºC, a germinação é semelhante tanto na presença quanto ausência de luz,

podendo alcançar facilmente 90% de germinação após 10 dias (PYON, 1975; MONDO et al.,

2010). Além disso, quando submetidas ao fotoperíodo de 8 a 12 horas de luz, a germinação é

mais rápida, alcançando índices de germinação próximos à 70% em 5 dias (Pyon, 1975).

Já a emergência das plântulas de D. insularis pode ser afetada pela profundidade de

solo na qual essas sementes se encontram. A profundidade mais adequada se encontra entre 1

e 3 cm de profundidade, onde se observa maior velocidade de emergência (PYON;

WHITNEY e NISHIMOTO, 1977; MARTINS, 2009). Além disso, Pyon; Whitney e

Nishimoto (1977) constataram que as sementes de capim-amargoso são mais tolerantes ao

estresse hídrico durante a germinação quando comparado à Panicum maximum (capim-

colonião).

D. insularis é uma espécie de Poaceae de ciclo perene com metabolismo fotossintético

do tipo C4 (KISSMANN e GROTH, 1997), porém possui crescimento inicial lento até 45 dias

após a emergência (DAE). Entretanto, dos 45 aos 105 DAE o seu crescimento é acelerado,

com aumento exponencial de matéria seca. Nessa fase, o que favorece o incremento de massa

seca das raízes a partir dos 45 DAE se deve principalmente à formação dos rizomas

(MACHADO et al., 2006).

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3. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

Em geral, quando se estudam programas para o manejo integrado de plantas daninhas

em agroecossistemas, os conhecimentos sobre a biologia das espécies envolvidas têm grande

representatividade (BIANCO et al., 1995).

Estudos sobre o crescimento e o desenvolvimento das plantas daninhas fornecem

informações sobre os diferentes estádios fenológicos e padrões de crescimento, tornando

assim possível a análise do comportamento dessas plantas diante dos fatores ecológicos, bem

como de sua ação sobre o ambiente, principalmente quanto à sua competitividade

(LUCCHESI, 1984).

Segundo Benincasa (2004), o uso de análises de crescimento ainda é um dos meios

mais simples e precisos para inferir a contribuição de diferentes processos fisiológicos para o

crescimento vegetal, tornando possível o conhecimento da cinética de produção de biomassa

das plantas e sua distribuição. Radosevich; Holt e Ghersa (1997) afirmaram que os processos

básicos do crescimento vegetal envolve a produção de massa seca total bem como o acúmulo

da área foliar.

Segundo Fernández (1982), uma das maiores limitações aos programas de manejo

integrado de plantas daninhas é a falta de conhecimentos sobre a biologia e ecologia dessas

plantas. Os conhecimentos adquiridos são considerados essenciais para o desenvolvimento de

sistemas de manejo viáveis econômica e ambientalmente (BHOWMIK, 1997); uma vez que o

grau de interferência das plantas daninhas sobre as culturas está diretamente relacionado com

características próprias da comunidade infestante, tais como: composição específica,

densidade e distribuição espacial (BLEASDALE, 1960).

Estudos de crescimento de plantas têm sido frequentemente utilizados para o

conhecimento da ecologia de diferentes espécies e para análise comparativa entre espécies

daninhas e culturas (DUNAN e ZIMDAHL, 1991; CHRISTOFFOLETI; WEDTRA e

MOORE III, 1997; CHRISTOFFOLETI, 2001). As taxas de crescimento podem refletir a

habilidade e a hierarquia competitiva das espécies na comunidade vegetal (ROUSH e

RADOSEVICH, 1985), a magnitude da taxa de crescimento relativo (TCR) e o tipo de

ambiente de origem das plantas daninhas (GRIME e HUNT, 1975).

Melo et al. (2010) conduziram trabalho, em condições controladas, utilizando biótipos

de D. insulares resistente e susceptíveis ao glyphosate e verificaram que as plantas resistentes

possuem desenvolvimento mais rápido que as plantas susceptíveis.

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4. MANEJO DO CAPIM-AMARGOSO

Atualmente o controle químico das plantas daninhas por meio da aplicação de

herbicidas é a opção mais utilizada pelos produtores, devido a sua alta eficiência; contudo,

sabe-se que a contínua aplicação do mesmo herbicida ou de herbicidas que tenham o mesmo

mecanismo de ação em anos consecutivos, favorece ao aparecimento de casos de resistência

(LÓPEZ-OVEJERO, 2006).

O glyphosate hoje é considerado um dos herbicidas de maior importância mundial,

sendo utilizado por muitos anos no controle de plantas daninhas anuais e perenes em diversos

sistemas de produção (FAIRCLOTH et al., 2001; BLACKSHAW e HARKER, 2002). O

primeiro relato de um biótipo de D. insularis (capim-amargoso) resistente ao glyphosate foi

no Paraguai, em 2006, depois no Paraná (BR), em 2008 (ADEGAS; BAGATELI e

GAZZIERO, 2013). A intensa utilização de glyphosate nas áreas citrícolas do Estado de São

Paulo favorece o aumento da pressão de seleção que, aliado à boa adaptabilidade ecológica

das espécies de capim-amargoso, contribuem para a seleção de biótipos resistentes dessa

espécie (CHRISTOFFOLETI et al., 2009).

Atualmente, existem poucos princípios ativos registrados no Brasil para o controle de

Digitaria insularis e, além disso, excetuando-se o glyphosate, os herbicidas disponíveis são

geralmente recomendados para aplicação em pré-emergência ou em estádios precoces de

desenvolvimento dessa planta daninha, fato já esperado devido às características já discutidas

anteriormente (GEMELLI, 2012).

Quando se trata do controle de Digitaria insularis em pré-emergência, não são

relatados problemas na literatura, pois existem vários mecanismos de ação que possuem

eficácia sobre capim-amargoso nessa modalidade: inibidores de divisão celular, inibidores do

fotossistema II, inibidores da síntese de carotenóides, inibidores da ALS (enzima Aceto

Lactato Sintase), inibidores da protox.

Para aplicações em pós-emergência, o número de mecanismos de ação se restringe a

cinco: tem-se os inibidores da GS-GOGAT, ACCase (Acetyl-CoA carboxylase), FSI, síntese

de carotenóides e EPSPS (enol-piruvil-shiquimato-fosfato-sintase). No entanto, das cinco

opções, apenas três são de herbicidas com caráter sistêmico: os inibidores da síntese de

carotenóides, ACCase e EPSPS. Contudo, o glyphosate é o único que não possui restrição de

uso em relação ao estádio das plantas de Digitaria insularis, podendo ser utilizado em plantas

adultas (florescimento pleno) utilizando-se a dose recomendada (GEMELLI, 2012).

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No entanto, quando são utilizados somente herbicidas de ação de contato, como o

formulado de paraquat+diuron e amônio-glufosinato, em plantas de capim amargoso, é

comum que ocorra a diminuição dos níveis de controle com o passar do tempo (MELO,

2011). Porque estes herbicidas não são caphazes de atuar nos órgãos de reserva e assim,

mesmo que as plantas ainda se encontrem com poucos perfilhos, é possível que estas já

tenham iniciado a formação de seus rizomas e, portanto, já apresentem a capacidade de emitir

novos perfilhos utilizando as reservas armazenadas nos rizomas.

No início do desenvolvimento, as plantas de Digitaria insularis são mais facilmente

controladas. Dornelles (2004) verificaram níveis de controle acima de 85% com a utilização

de atrazine, mesotrione e nicosulfuron quando as plantas se encontravam no estádio de 3 a 4

folhas.

No entanto, quando se trata de plantas em estádio avançado de desenvolvimento

(florescidas) observam-se níveis de controle próximos a 50% com a utilização de [paraquat +

diuron], porém com elevada ocorrência de rebrota (PROCÓPIO et al., 2006).

Com a introdução de cultivares geneticamente modificados, os chamados

transgênicos, resistentes aos herbicidas inibidores da enzima EPSP (enol-piruvil-shiquimato-

fosfato-sintase), as espécies daninhas como a Conyza spp, Lolium multiflorum, Digitaria

insularis, Euphorbia heterophylla, Eleusine indica e Parthenium hysterophorus têm se

tornado resistente ao herbicida ghyphosate (VASCONCELOS et al., 2012).

A resistência de plantas daninhas a herbicidas é definida como a capacidade natural e

herdável de determinados biótipos, dentro de uma população, de sobreviver e se reproduzir

após a exposição a doses de herbicidas que normalmente levariam à morte indivíduos

suscetíveis da mesma espécie (CHRISTOFFOLETI e LÓPEZ-OVEJERO, 2008).

A resistência de plantas daninhas aos herbicidas é um fenômeno natural que ocorre

espontaneamente em suas populações, não sendo, portanto, o herbicida o agente causador da

resistência, mas sim selecionador dos indivíduos resistentes que se encontram em baixa

frequência inicial (CHRISTOFFOLETI e LÓPEZ-OVEJERO, 2008).

Geralmente, um mesmo herbicida aplicado frequentemente na mesma área não possui

espectro de ação suficiente para controlar todas as espécies existentes, podendo então

selecionar uma espécie dominante, como acontece em muitos casos em diversas lavouras de

café e áreas de plantio direto, em que a dose de glyphosate é satisfatória para outras espécies e

insuficiente para o efetivo controle de D. insularis (MACHADO et al., 2006).

As diferenças na suscetibilidade de espécies de plantas daninhas a herbicidas têm sido

atribuídas ao estádio de desenvolvimento da planta, à diferença na morfologia (área e forma

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do limbo, ângulos ou orientação das folhas em relação ao jato de pulverização), à anatomia

foliar (presença de estômatos e pelos, espessura e composição da camada cuticular) e às

diferenças na absorção, translocação, compartimentalização e no metabolismo da molécula

herbicida (DALL‘ARMELLINA e ZIMDAHL, 1989; WESTWOOD e WELLER, 1997;

VARGAS et al., 1999; TUFFI; MEIRA e SANTOS, 2004).

Segundo Machado et al. (2008), o principal responsável pela resistência do capim-

amargoso ao glyphosate, seria a reserva de amido acumulada nos rizomas o qual dificulta a

translocação e permite uma rápida rebrota da parte aérea após ser tratada com o herbicida.

Carvalho (2011), em concordância, mostrou que os mecanismos que conferem

resistência ao capim-amargoso estão relacionados à mais lenta absorção de glyphosate por

plantas do biótipo resistente, assim como a mais rápida metabolização do glyphosate em

AMPA (aminometilfosfônico), glioxilato e sarcosina. Além disso, a translocação é muito

menor em plantas do biótipo resistente em relação ao susceptível, mesmo em plantas novas,

com 3 a 4 folhas.

Diferenças na absorção, na translocação e no metabolismo até 72 horas após aplicação

do glyphosate em Amaranthus hybridus, Ipomoea grandifolia e Commelina benghalensis

foram estudadas por Monquero et al. (2004). A. hybridus teve 90% de absorção, com taxa de

translocação de 25%, e a maior parte do herbicida permaneceu na folha. I. grandifolia teve

80% de absorção, com 68,5% presente na folha tratada e 11,5% do herbicida translocado. C.

benghalensis teve 66% absorvidos, com 26,3% do herbicida translocado, com indicações da

ausência de barreiras quanto à translocação, e 40,8% do herbicida foi metabolizado. Os

prováveis mecanismos de tolerância desta espécie ao glyphosate se deveram à absorção e ao

metabolismo diferencial.

Ferreira et al. (2008) mencionaram que o mecanismo de resistência está relacionado à

translocação diferencial desse herbicida nos biótipos, pois houve maior concentração do 14

C-

glyphosate absorvido nas folhas, no caule e nas raízes do biótipo suscetível comparado ao

biótipo resistente, que apresentou maior acúmulo apenas na folha tratada.

Como o glyphosate e os herbicidas inibidores da ACCase são os principais herbicidas

usados como graminicidas pós-emergentes, é normal que após a ocorrência de um biótipo

resistente a um dos mecanismos, o uso do outro aumente intensamente e com isso também a

pressão de seleção (HEAP, 2012).

Page 18: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

17

Apesar da dificuldade do controle químico de plantas adultas de capim-amargoso,

obtêm-se resultados satisfatórios utilizando-se doses mais elevadas de glyphosate ou a sua

associação com outros herbicidas (PROCÓPIO et al., 2006).

5. CONCEITO DE GRAUS DIAS

A duração das fases fenológicas de uma cultura, avaliada pelo número de dias, pode

variar entre regiões, anos e datas de semeadura, em razão das variações climáticas, como

umidade relativa, temperatura do ar e do solo, chuva, radiação solar e fotoperíodo (COSTA,

1994).

A duração de subperíodos e ciclos da planta estão associados às variações das

condições ambientais e não somente ao número de dias. A temperatura torna-se o elemento

climático mais importante para predizer a fenologia da cultura, desde que não haja deficiência

hídrica. A utilização da temperatura média do ar, em uma escala diária, é uma boa estimativa

indireta da quantidade de energia química metabólica produzida pelo material genético

(GADIOLI et al., 2000).

O método dos graus-dia baseia-se na premissa de que uma planta necessita de uma

certa quantidade de energia, representada pela soma de graus térmicos necessários, para

completar determinada fase fenológica ou mesmo o seu ciclo total. Cada espécie vegetal ou

variedade possui uma temperatura base, que pode variar em função da idade ou da fase

fenológica da planta. Geralmente adota-se uma única temperatura base para todo o ciclo da

planta por ser mais fácil a sua aplicação (PRETT, 1992).

As plantas desenvolvem-se à medida que acumulam unidades térmicas acima de uma

temperatura base, entretanto abaixo dessa temperatura basal o crescimento cessa. Através do

acúmulo térmico, também conhecido como graus-dia, têm-se obtido ótimas correlações com a

duração do ciclo da cultura, ou seja, com os estádios do desenvolvimento fenológico de uma

determinada cultivar (MEDEIROS et al., 2000).

Essas informações, associadas ao conhecimento da fenologia da cultura, podem ser

utilizadas na prática para determinar qual a melhor época de semeadura, de utilização de

insumos (fertilizantes, inseticidas, fungicidas e principalmente herbicidas) e de colheita

(GADIOLI et al., 2000).

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18

6. MATERIAL E MÉTODOS

Foram desenvolvidos dois experimentos iguais em área do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Câmpus Machado – MG (21º 40’ S;

45º 55’ W; 850 m de altitude). O trabalho foi desenvolvido em duas etapas uma em

fotoperíodo crescente e outra em fotoperíodo decrescente. Em cada experimento, avaliou-se o

crescimento do capim-amargoso (Digitaria insularis) em condição de inverno/primavera

(primeiro) e verão/outono (segundo).

O primeiro experimento foi realizado entre agosto e dezembro de 2012 (fotoperíodo

crescente), enquanto o segundo foi desenvolvido entre março e julho de 2013 (fotoperíodo

decrescente). Os propágulos de capim-amargoso foram coletados em áreas agrícolas e não-

agrícolas do município de Machado – MG. Posteriormente, as sementes foram acondicionadas

em sacos de papel, em local seco, à temperatura ambiente até o início da instalação do

trabalho.

As sementes foram distribuídas em excesso em 2 vasos plásticos com capacidade para

4 L, preenchidos com substrato comercial (casca de Pinus + turfa + vermiculita).

Posteriormente, em estádio de duas folhas definitivas, realizou-se o transplante das plântulas

para as parcelas experimentais, também constituídas por vasos plásticos de 4L. A princípio,

foram transplantadas três plantas por vaso. Após enraizamento das plântulas, realizou-se

desbaste das parcelas, mantendo-se densidade final de duas plantas por vaso. Os vasos foram

preenchidos com proporção de substrato comercial e vermiculita (3:1; v:v), acrescentando-se

fertilizante comercial completo que forneceu (mg/parcela): N a 600; P2O5 a 600; K2O a 800; S

a 100; Mg a 20; Zn a 4; B a 0,8; Fe a 8, Cu a 2, Mn a 4 e Mo a 0,8. Adicionalmente,

realizaram-se duas fertilizações de cobertura com 630 mg de N e 720 mg de S, quando

identificou-se pleno perfilhamento das plantas (seis perfilhos) e em pré-florescimento. Em

ambos os experimentos, os vasos foram irrigados diariamente, sem a ocorrência de deficiência

hídrica.

Quanto ao desenvolvimento, em intervalo médio de três dias, realizou-se a avaliação

da fenologia de toda a população. Para tanto, utilizou-se escala proposta por Hess et al.

(1997), escala numérica a qual vai de 0 a 100. O estádio fenológico foi definido quando

determinada característica de desenvolvimento foi constatada para 50% + 1 da população de

plantas. Em ambos os experimentos, o delineamento experimental adotado foi o de blocos ao

acaso, com nove tratamentos (avaliações de crescimento) e três repetições. Em cada avaliação

Page 20: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

19

de massa, três parcelas (repetições) foram aleatoriamente amostradas pelo método destrutivo,

que consisti em passar por lavagem em água corrente, para a retirada do substrato

remanescente nas raízes e, em seguida, o material foi seco em estufa a 70 ºC por 72 h. Após

secagem, foi mensurada a massa seca (g planta-1

) total das plantas.

Os experimentos foram analisados independentemente, por meio da aplicação do teste

F na análise da variância. Os dados fenológicos do capim-amargoso foram ajustados à

contagem temporal em dias ou em unidades térmicas acumuladas (Graus Dia – GD) por meio

do modelo de regressão linear y = ax, em que y diz respeito ao desenvolvimento do capim-

amargoso segundo escala fenológica (Hess et al., 1997), x é referente à escala utilizada e a é

parâmetro do modelo. Na prática, o parâmetro a desta equação pode ser entendido como o

percentual de unidades calóricas ambientais efetivamente convertidas em unidades de

fenologia vegetal, permitindo estimativa da velocidade de desenvolvimento das plantas em

determinada época do ano ou data de semeadura.

Para cálculo das unidades térmicas diárias, foi utilizada a equação de Gilmore Jr. e

Rogers (1958):

TbTT

GD

2

minmax

Em que: Tmax é a temperatura máxima diária; Tmin é a temperatura mínima diária; e Tb diz

respeito à temperatura basal, avaliada em 10 ou 15 ºC. As temperaturas máximas e mínimas

diárias foram obtidas junto à estação meteorológica instalada no campus Machado e

disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE (Figura 1).

Page 21: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

20

A massa seca total foi analisada por meio de regressões não-lineares do tipo logístico,

também com base em dias ou em unidades térmicas (GD). Foi adotado modelo proposto por

Streibig (1988):

c

b

x

ay

1

Em que: y é a variável resposta de interesse, x é escala temporal (dias ou GD) e a, b, e c são

parâmetros estimados da equação (a é a amplitude existente entre o ponto máximo e o ponto

mínimo da variável; b corresponde ao número de graus-dia necessários para a ocorrência de

50% de resposta da variável e c é a declividade da curva ao redor de b).

Page 22: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

21

Figura 1. Temperaturas máximas e mínimas diárias para o período e local de

desenvolvimento do experimento. A – Segundo semestre de 2012; B – Primeiro semestre de

2013. Machado – MG, 2012/13

A

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2 - 10 11 - 20 21 - 31 1 - 10 11 - 20 21 - 30 1 - 10 11 - 20 21 - 31 1 - 10 11 - 20 21 - 30 1 - 10 11-18

Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Tem

per

atu

ras

Diá

ria

s (º

C)

Meses / Dias (2012)

Máxima Mínima

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

4 - 10 11 - 20 21 - 31 1 - 10 11 - 20 21 - 30 1 - 10 11 - 20 21 - 31 1 - 10 11 - 20 21 - 30 01 - 08

Março Abril Maio Junho Julho

Tem

per

atu

ras

Diá

ria

s (º

C)

Meses / Dias (2013)

Máxima Mínima

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22

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Notadamente, houve adequado ajuste do desenvolvimento fenológico do capim-

amargoso às escalas utilizadas, em dias ou unidades térmicas acumuladas (GD), por meio da

equação linear de primeiro grau, com coeficientes de determinação sempre superiores a 85%

(Tabela 1). Para todas as escalas, detectou-se a sobreposição dos intervalos de confiança dos

experimentos desenvolvidos em 2012 e 2013, em condições de fotoperíodo crescente e

decrescente. Esta constatação sugere desenvolvimento vegetal semelhante (fenologia) nas

diferentes épocas do ano, quando ajustado à contagem de dias ou GD.

Tabela 1. Escala adotada, quadrado médio do resíduo do modelo1 (QMres), teste F,

coeficiente de determinação (R²), parâmetro a da equação e intervalo de confiança (I.C.) a 5%

de significância, para ajuste do desenvolvimento fenológico de Digitaria insularis às unidades

térmicas acumuladas (graus-dia) em todas as condições experimentais. Machado, 2013

Fotoperíodo Ano Escala QMres F R² a I.C. (5%)

Mínimo Máximo

Crescente 2012

Dias 63,876 551,928** 0,9128 0,4571* 0,4162 0,4980

Tb 10ºC 41,941 849,998** 0,9237 0,0430* 0,0399 0,0461

Tb 15ºC 38,964 916,321** 0,9252 0,0804* 0,0749 0,0860

Decrescente 2013

Dias 35,093 679,572** 0,9186 0,4235* 0,3894 0,4577

Tb 10ºC 49,462 476,918** 0,9080 0,0413* 0,0373 0,0453

Tb 15ºC 74,030 312,674** 0,8900 0,0799* 0,0705 0,0895

Geral

Dias 49,086 1202,359** 0,9430 0,4423* 0,4165 0,4681

Tb 10ºC 43,898 1348,96** 0,9463 0,0423* 0,0399 0,0446

Tb 15ºC 53,535 1099,28** 0,9402 0,0803* 0,0753 0,0851

1Fenologia = a.(Graus-dia); Tb = temperatura basal; *Significativo ao teste t a 5% de probabilidade.

Page 24: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

23

Assim sendo, para a fenologia da espécie, procedeu-se análise conjunta dos

experimentos, considerando-se dias, Tb = 10 ou 15 °C (Figura 2, 3 e 4). A temperatura basal –

Tb é a temperatura mínima para o crescimento de determinada espécie, abaixo da qual o

crescimento cessa ou é drasticamente reduzido. Na literatura, usualmente são considerados

valores de Tb = 0 ºC para plantas daninhas e culturas de clima temperado, tais como cevada

(Hordeum vulgare) e trigo (Triticum aestivum) (CAO e MOSS, 1989; KIRKBY, 1995;

SHIRTLIFFE; ENTZ e VAN ACKER, 2000; BALL; FROST e GITELMAN, 2004). Já no

caso do girassol (Helianthus annuus), Granier e Tardieu (1998) encontraram temperaturas

basais da ordem de 4,8 ºC.

Figura 2. Ajuste do desenvolvimento fenológico do capim-amargoso (Digitaria insularis),

considerando-se dias acumulados. Machado, 2012/13

y = 0,4423x

0

10

20

30

40

50

60

70

0 20 40 60 80 100 120 140

Esc

ala

Fen

oló

gic

a

Dias Após Semeadura

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24

Figura 3. Ajuste do desenvolvimento fenológico do capim-amargoso (Digitaria insularis),

considerando-se graus dia acumulados, calculados com temperatura basal de 15 °C. Machado,

2012/13

Figura 4. Ajuste do desenvolvimento fenológico do capim-amargoso (Digitaria insularis),

considerando-se graus dia acumulados, calculados com temperatura basal de 10 ºC.

Machado, 2012/13

y = 0,0803x

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

Esc

ala

Fen

oló

gic

a

Graus Dia Acumulados - Tb = 15ºC

y = 0,0423x

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0 400 800 1200 1600

Esc

ala

Fen

oló

gic

a

Graus Dia Acumulados - Tb = 10ºC

Page 26: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

25

Para o caruru-gigante (Amaranthus retroflexus), espécie com ciclo fotossintético do

tipo C4, Gramig e Stoltenberg (2007) registraram Tb = 8,5. Temperaturas basais da ordem de

10 ºC têm sido registradas para o feijoeiro (KISH e OGLE, 1980; MEDEIROS et al., 2000),

para a cultura do milho (GADIOLI et al., 2000) e para a forrageira Panicum virgatum

(SANDERSON e WOLF, 1995). Villa Nova et al. (1999) utilizaram Tb = 15 para o capim-

elefante cv. Napier (Pennisetum purpureum), notadamente uma planta da família Poaceae de

clima tropical.

Vasconcelos et al. (2012) relataram temperatura basal de 15 ºC para o capim-

amargoso, em experimento desenvolvido com fotoperíodo decrescente (Janeiro – Julho /

2011). Assim sendo, considerando-se o porte do capim-amargoso, ciclo fotossintético do tipo

C4 e classificação como planta daninha perene, julga-se como adequada a atribuição de Tb =

10 ºC ou 15 °C, adotadas para a análise de massa seca.

Machado et al. (2006), em experimento desenvolvido entre abril e agosto de 2004,

consideraram o capim-amargoso como espécie de crescimento inicial lento, com

florescimento entre 63 e 70 dias após emergência (DAE). Bianco; Carvalho e Bianco (2012),

cultivando o capim-amargoso entre novembro de 2010 e abril de 2011, também relataram

crescimento inicial lento da espécie, cujo florescimento se deu aos 63 DAE e ponto máximo

de acúmulo de massa seca aos 143. Nas condições de Machado - MG, em média, o

florescimento da espécie ocorreu 120 após semeadura (Tabela 2). Esta informação tem

valiosa aplicação prática, pois assegura que, após germinação das sementes, tem-se ao menos

60 dias de intervalo para utilização de medidas de manejo antes que o florescimento ocorra.

Pacheco e De Marinis (1984), estudando o capim-carrapicho (Cenchrus echinatus), também

observaram intervalos de florescimento da espécie variáveis entre 60 e 150 DAS. Para tanto,

vale ressaltar que, dentre os fatores ecológicos, o efeito da temperatura é proeminente e pode

influenciar o crescimento e a produtividade das diferentes espécies de plantas

(MCLANCHLAN et al., 1993; GUO e AL-KHATIB, 2003); contudo, o efeito do fotoperíodo

pode ser determinante para estimular ou retardar o florescimento das plantas.

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26

Tabela 2. Escala adotada, momento com registro do florescimento, coeficiente de

determinação (R²) do modelo1, e parâmetros a, b e c da equação logística utilizada para ajuste

da massa seca total do capim-amargoso (Digitaria insularis), em todas as condições

experimentais. Machado, 2013

Ano Fotoperíodo Escala

Florescimento

Observado em

Graus-dia

Parâmetros do Modelo

a b c

2012 Crescente

Dias 125 132,593 131,264 -6,417 0,982

Tb 10ºC 1380 121,753 1418,571 -5,335 0,985

Tb 15ºC 760 118,754 770,334 -4,602 0,986

2013 Decrescente

Dias 123 6,971 98,908 -5,805 0,956

Tb 10ºC 1190 6,825 1002,686 -8,242 0,953

Tb 15ºC 575 6,393 502,344 -13,816 0,957

1y=a/(1+(x/b)

c); Tb = temperatura basal.

Considerando-se Tb = 10 °C, o florescimento do capim-amargoso foi identificado após

acúmulo de 1380 e 1190 graus dia (GD), para fotoperíodo crescente e decrescente,

respectivamente (Tabela 2). De forma análoga, para Tb = 15 °C, registrou-se florescimento da

espécie após acúmulo de 760 e 575 GD, para fotoperíodo crescente e decrescente,

respectivamente. Notadamente, embora não tenha sido identificada diferença no número de

dias para florescimento da espécie, registrou-se menor acúmulo de unidades térmicas em

condição de fotoperíodo decrescente (Tabela 2).

Foi identificado crescimento inicial lento para a espécie, com posterior acúmulo

exponencial de massa seca na condição de fotoperíodo crescente (Figura 5, 6 e 7). Esta

observação está em concordância com Machado et al. (2006), que relataram crescimento

inicial lento até 45 dias após transplantio, dessa forma, infere-se que o melhor período para

controle de D. insularis é até os 45 DAE, quando os rizomas ainda não foram formados. Os

valores máximos de massa seca foram registrados para a condição de fotoperíodo crescente,

da ordem de 75 g planta-1

. Em condições de fotoperíodo decrescente foram registrados os

valores mínimos de massa seca acumulada, com média da ordem de 6 g planta-1

, ao final do

experimento. Neste sentido, Bianco; Carvalho e Bianco (2012) registraram máximo acúmulo

teórico de massa seca de 12,41 g; enquanto que Machado et al. (2006) registraram 30,66 g

planta-1

. Melo (2011) detectou, inclusive, influência do biótipo estudado, com massa seca

total variável entre 30 e 45 g planta-1

. Todos os parâmetros dos modelos logísticos ajustados

às unidades térmicas acumuladas estão apresentados na Tabela 2.

Page 28: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

27

Figura 5. Acúmulo de massa seca total por plantas de capim-amargoso (Digitaria insularis),

em duas condições distintas de crescimento, com base em dias. F = estádio fenológico de

florescimento. Machado, 2012/13

Figura 6. Acúmulo de massa seca total por plantas de capim-amargoso (Digitaria insularis),

em duas condições distintas de crescimento, considerando-se graus dia acumulados,

calculados com temperatura basal de 10°C. F = estádio fenológico de florescimento.

Machado, 2013

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0 20 40 60 80 100 120 140

Ma

ssa

Sec

a T

ota

l (g

pla

nta

-1)

Dias Após Semeadura

Fotoperíodo Crescente 2012

Fotoperíodo Decrescente 2013

F

F

0

10

20

30

40

50

60

70

80

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Ma

ssa

Sec

a T

ota

l (g

pla

nta

-1)

Graus Dia Acumulados - Tb = 10ºC

Fotoperíodo Crescente 2012

Fotoperíodo Decrescente 2013

F

F

Page 29: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

28

Figura 7. Acúmulo de massa seca total por plantas de capim-amargoso (Digitaria insularis),

em duas condições distintas de crescimento, considerando-se graus dia acumulados,

calculados com temperatura basal de 15°C. F = estádio fenológico de florescimento.

Machado, 2013

A análise global dos dados permite assumir que a contagem do tempo em dias, bem

como com unidades térmicas, por meio dos GD, podem ser utilizados como estimadores da

fenologia do capim-amargoso, contudo não estimam adequadamente o crescimento da

espécie, de comportamento diferencial entre as condições de fotoperíodo (Figuras 5, 6 e 7).

Fica claro que outras variáveis também influenciam o acúmulo de massa seca podendo,

potencialmente, complementar o modelo matemático. O fluxo e duração da radiação

fotossinteticamente ativa, a disponibilidade de nutrientes e água, a perda de tecido

fotossintético e, sem dúvida, o fotoperíodo também podem afetar o crescimento e

desenvolvimento vegetal (RUSSELLE et al., 1984; GRAMIG e STOLTENBERG, 2007).

Neste ponto, vale a pena ressaltar que crescer é diferente de desenvolver. Enquanto

crescer pode ser entendido como aumento irreversível de massa e volume, desenvolver diz

respeito à alternância entre sucessivos estádios fisiológicos, com expressão sobre a fenologia

da planta. Assim sendo, ao menos em teoria, uma planta é capaz de crescer sem,

necessariamente, desenvolver e vice-versa. A análise conjunta das variáveis ambientais

(Figura 1), o desenvolvimento fenológico (Tabela 1; Figuras 2, 3 e 4), a demanda de tempo ou

temperatura para florescimento (Tabela 2), e acúmulo de massa seca (Figuras 5, 6 e 7) deixa

0

10

20

30

40

50

60

70

80

200 300 400 500 600 700 800 900

Ma

ssa

Sec

a T

ota

l (g

pla

nta

-1)

Graus Dia Acumulados - Tb = 15ºC

Fotoperíodo Crescente 2012

Fotoperíodo Decrescente 2013

F

F

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29

claro o comportamento distinto das plantas para o binômio crescimento-desenvolvimento

quando reconhecem determinada época do ano.

Em condição de fotoperíodo crescente, o desenvolvimento fenológico ocorre mais

lentamente (760 GD para florescimento; Tb = 15 °C), enquanto a planta permite que maior

rendimento calórico seja direcionado ao acúmulo de massa e estabelecimento no ambiente

(maior crescimento; Figura 5; 6; 7) para, posteriormente, iniciar florescimento e produção de

sementes. Em resumo, pode-se assumir que houve maior investimento vegetal em crescer e

menor investimento em desenvolver.

Em condição de fotoperíodo decrescente a situação se inverte, registrando-se 575 GD

para florescimento e menor massa. Possivelmente, as plantas reconheceram os dias mais frios

(Figura 1), ou o fotoperíodo desfavorável (dias curtos), como adversidades ambientais e

passaram a direcionar maior parte da soma calórica ao desenvolvimento fenológico. Nesta

condição, assume-se maior interesse da espécie em desenvolver e produzir sementes e menor

interesse em crescer. Não houve diferença notável no número de dias para florescimento

(120), visto que o acúmulo de calor foi diferente nas distintas estações do ano.

Potencialmente, tem-se o binômio fisiológico crescer-desenvolver, que por vezes é

equilibrado, no entanto maior investimento em um evento retarda o progresso do outro e vice-

versa.

Page 31: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

30

8. CONCLUSÃO

Conclui-se que o desenvolvimento fenológico do capim-amargoso pode ser previsto

por meio de modelos matemáticos que utilizem dias ou unidades térmicas acumuladas como

escala para contagem de tempo, contudo ressalta-se que outras variáveis ambientais também

interferem no crescimento da espécie (acúmulo de massa), com potencial destaque para o

fotoperíodo.

Essas informações fornecem excelente ferramenta de previsão e manejo de lavouras,

conhecendo-se a quantidade de calor necessária entre sucessivos estádios fenológicos, podem-

se prever datas de pulverização ou roçadas com maior precisão, evitando-se a ocorrência da

chuva de sementes.

Page 32: Crescimento e desenvolvimento de Digitaria insularis com ... · plantas se deve ao processo fisiológico da translocação de fotoassimilados ao longo do ciclo de desenvolvimento

31

9. REFERÊNCIAS

ADEGAS, F.; BAGATELI, J.; GAZZIERO, D. Glycines (G/9) resistant weeds by species

and country. Disponível em:

<http://www.weedscience.org/Details/Case.aspx?ResistID=5351>. Acessado em: 12 ago.

2013.

AGUILERA, D.B.; FERREIRA, F.A.; CECON, P.R. Crescimento de Siegesbeckia orientalis

sob diferentes condições de luminosidade. Planta Daninha, v.22, n.1, p.43-51, 2004.

BALL, D.A.; FROST, S.M.; GITELMAN, A.I. Predicting timing of downy brome (Bromus

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