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Nota Cosit-E nº 94, de 31 de março de 2015. Interessado: Gabinete do Secretário da RFB Assunto: Projeto de Lei de Conversão à Medida Provisória nº 660, de 2014. e-dossiê nº 10030.000682/0315-22 O Projeto de Lei de Conversão da Medida Provisória nº 660, de 2014, encontra-se sob exa- me de Comissão Mista no Congresso Nacional, a relatoria é do Senhor Deputado Silas Câmara e, em re- sumo – segundo sua ementa – altera a Lei nº 12.800, de 23 de abril de 2013, que dispõe sobre as tabelas de salários, vencimentos, soldos e demais vantagens aplicáveis aos servidores civis, aos militares e aos empregados oriundos do ex-Território Federal de Rondônia integrantes do quadro em extinção de que tra- ta o art. 85 da Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010, e dá outras providências. 2. O relatório do PLV indica que foram inicialmente apresentadas 68 (sessenta e oito) emen- das, sendo que, posteriormente, o autor da Emenda nº 03, Senador Randolfe Rodrigues, solicitou sua reti- rada. 3. Foi encaminhado a esta Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) o Projeto de Lei de Con- versão à MP nº 660, de 2014. Dentre os temas de interesse da Secretaria da Receita Federal do Brasil, des- tacam-se os arts. 9º, 10, 11 e 12. 4. Cabe ressaltar que a presente Nota foi elaborada a partir de consulta e coleta de dados junto à Subsecretaria de Gestão Corporativa (Sucor), à Subsecretaria de Fiscalização (Sufis) e à Subsecretaria de Aduana e Relações Internacionais (Suari). Assim, com os subsídios colhidos, passa-se ao exame de cada artigo. Por fim, o Anexo Único contém quadro comparativo da redação atualmente em vigor com a que foi proposta, com breves comentários decorrentes da análise contida na Nota. 5. Art. 9º Fl. 4 DF COSIT RFB Impresso em 31/03/2015 por ROSANIA ROSA CARDOSO DE OLIVEIRA CÓPIA Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por ROSANIA ROSA CARDOSO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por LEONARDO DE PAULA DA CUNHA, Assinado digitalmente em 31/03/2015 por EDUARDO GABRIEL DE GOES VIEIRA FERREIRA FOGACA, Assinado digitalmente em 31/03/2015 por MIRZA MENDES REIS

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Nota Cosit-E nº 94, de 31 de março de 2015.

Interessado: Gabinete do Secretário da RFB

Assunto: Projeto de Lei de Conversão à Medida Provisória nº 660, de 2014.

e-dossiê nº 10030.000682/0315-22

O Projeto de Lei de Conversão da Medida Provisória nº 660, de 2014, encontra-se sob exa-me de Comissão Mista no Congresso Nacional, a relatoria é do Senhor Deputado Silas Câmara e, em re-sumo – segundo sua ementa – altera a Lei nº 12.800, de 23 de abril de 2013, que dispõe sobre as tabelas de salários, vencimentos, soldos e demais vantagens aplicáveis aos servidores civis, aos militares e aos empregados oriundos do ex-Território Federal de Rondônia integrantes do quadro em extinção de que tra-ta o art. 85 da Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010, e dá outras providências.

2. O relatório do PLV indica que foram inicialmente apresentadas 68 (sessenta e oito) emen-das, sendo que, posteriormente, o autor da Emenda nº 03, Senador Randolfe Rodrigues, solicitou sua reti-rada.

3. Foi encaminhado a esta Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) o Projeto de Lei de Con-versão à MP nº 660, de 2014. Dentre os temas de interesse da Secretaria da Receita Federal do Brasil, des-tacam-se os arts. 9º, 10, 11 e 12.

4. Cabe ressaltar que a presente Nota foi elaborada a partir de consulta e coleta de dados junto à Subsecretaria de Gestão Corporativa (Sucor), à Subsecretaria de Fiscalização (Sufis) e à Subsecretaria de Aduana e Relações Internacionais (Suari). Assim, com os subsídios colhidos, passa-se ao exame de cada artigo. Por fim, o Anexo Único contém quadro comparativo da redação atualmente em vigor com a que foi proposta, com breves comentários decorrentes da análise contida na Nota.

5. Art. 9º

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Art. 9º O art. 6º da Lei nº 10.593, de 06 de dezembro de 2002, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 6º São atribuições dos ocupantes dos cargos da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil, no exercício das competências da Secretaria da Receita Federal do Brasil:

I – Em caráter privativo dos ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil:

a) finalizar procedimentos de fiscalização e constituir, mediante lançamento, crédito tributário da pessoa jurídica, ressalvado o disposto na alínea “a” do inciso II deste artigo;

b) elaborar e proferir decisões em contencioso de processo administrativo fiscal que trate de exigência de crédito tributário da pessoa jurídica, ressalvado o disposto na alínea “b” do inciso II deste artigo;

c) executar o desembaraço aduaneiro de bens e mercadorias sujeitas ao regime comum ou especial de importação ou exportação, ressalvado o disposto na alínea “e” do inciso II deste artigo;

d) elaborar e proferir despachos em processo administrativo fiscal de ressarcimento de tributos e contribuições;

II – Em caráter geral e concorrente:

a) executar os procedimentos de fiscalização e constituir, mediante lançamento, crédito tributário da pessoa física e da pessoa jurídica sujeita a regime especial de tributação, especialmente ao Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional estabelecido pela Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006;

b) elaborar e proferir decisões em contencioso de processo administrativo fiscal que trate de exigência de crédito tributário da pessoa física e da pessoa jurídica sujeita a regime especial de tributação, especialmente ao Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional estabelecido pela Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006;

c) elaborar despachos, ou deles participar, em processo administrativo fiscal de consulta, reembolso, restituição, compensação e reconhecimento de benefícios fiscais;

d) realizar a cobrança administrativa, inclusive em atuação externa, de crédito tributário, de contribuições ou de outros créditos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil;

e) orientar o sujeito passivo e outros interessados sobre a aplicação da legislação tributária e aduaneira;

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f) executar despacho aduaneiro de bens e mercadorias submetidos a regime simplificado de importação e exportação, e a regime especial de trânsito aduaneiro, admissão temporária e tributação de bagagem;

g) presidir e participar das atividades correcionais;

h) executar as atividades de planejamento, investigação e inteligência fiscal;

i) exercer as demais atribuições inerentes às competências e atividades específicas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, e aquelas previstas em leis e regulamentos específicos.

§ 1º No desempenho das suas atribuições, os ocupantes dos cargos da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil poderão examinar a contabilidade e registros de sociedades empresariais, empresários, órgãos, entidades, fundos e demais controles mercantis, adotando os procedimentos necessários para verificar o cumprimento das obrigações tributárias e aduaneiras, e praticando todos os atos definidos na legislação, como a apreensão de livros, documentos e assemelhados, inclusive de controles que possam constituir prova para lançamento de crédito tributário e de contribuições, não se lhes aplicando as restrições previstas nos arts. 1.190 a 1.192 do Código Civil e observado o disposto no art. 1.193 deste diploma legal.

§ 2º Incumbe, ainda, aos ocupantes dos cargos da Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil, exercer as demais atividades inerentes às competências da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

§ 3º Observado o disposto neste artigo, o Poder Executivo regulamentará as atribuições dos ocupantes dos cargos da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil.” (NR)

5.1. O artigo 9º do PLV deve ser rejeitado.

5.2. O artigo propõe alterar a redação do artigo 6º da Lei 10.593, de 6 de dezembro de 2002, dispositivo este que trata atribuições dos ocupantes dos cargos da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil.

5.3. Ressalte-se, preliminarmente, que o artigo contém inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa. A emenda trata de competências de servidores públicos da União, matéria que está intrinsecamente ligada ao regime jurídico dos referidos servidores, o que desrespeita a alínea “c” do inciso II do § 1º do art. 61 da Constituição Federal de 1988, o qual dispõe, verbis:

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

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(…)

II - disponham sobre:

(…)

c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998 (Grifou-se)

5.4. Além do escopo da MP nº 660, de 2014, que originalmente só dispunha sobre os servidores e empregados oriundos do ex-Território Federal de Rondônia, o presente artigo objetiva, em essência – por via transversa – legislar sobre matéria de competência privativa do Presidente da República. Este vício não é meramente formal, uma vez que a alteração legislativa está sendo realizada à revelia da maior interessada, a Receita Federal do Brasil, sem estudos prévios a respeito dos possíveis impactos das alterações, inclusive de modo contraditório em relação ao que já está disposto em outras leis (conforme se exemplificará nos itens 5.9.1 e 5.9.2) e sem levar em consideração a complexidade das atividades que envolvem a Administração Tributária brasileira. Tal iniciativa privativa serve para que o Poder Executivo faça estudos e proponha projetos que o auxiliem em seu mister. Nota-se frontal desrespeito à separação dos poderes aqui.

5.5. A despeito do aludido vício de iniciativa, no mérito, a RFB entende que a distribuição das atribuições privativas do cargo de Auditor-Fiscal da RFB para o cargo de Analista-Tributário da RFB, quando submetida a uma perspectiva acurada, poderá provocar prejuízos à Administração Tributária, e, consequentemente, a toda sociedade.

5.6. Como se percebe da simples leitura das ressalvas contidas nas alíneas propostas para o inciso I do art. 6º da Lei nº 10.593, de 2002, o objetivo da alteração legislativa é permitir o compartilhamento de atribuições fiscais entre auditores e analistas, em prejuízo das atribuições privativas do Auditor-Fiscal.

5.7. A proposta legislativa apresenta vários pontos obscuros, contraditórios e que merecem um estudo mais detido:

5.7.1. Art. 6º, inciso I, alínea “a”: O termo “finalizar procedimento” é impreciso. O procedimento de fiscalização é um ato complexo, que culmina no lançamento, não sendo passível defini-lo como atividade distinta da constituição do crédito tributário. Além disso, a competência das carreiras de Auditor-Fiscal e Analista-Tributário não pode se limitar a esse ou aquele tipo de sujeito passivo ou a esse ou aquele tipo de tributo, pois o ato em si – fiscalizar, lançar – é o mesmo.

5.7.2. Art. 6º, inciso I, alínea “b”: Significa que qualquer decisão no âmbito das DRF's (que não verse sobre exigência de crédito tributário da pessoa jurídica não sujeita a regime especial de tributação) será concorrente, o que implica, por exemplo, um Analista-Tributário REVISAR e ALTERAR um lançamento do Auditor-Fiscal, o que é inconcebível pela própria distinção legal das carreiras. Não pode um cargo de apoio (Analista) reformar ou anular uma atividade do cargo principal (Auditor-Fiscal).

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5.7.3. Art. 6º, inciso I, alínea “d”: O termo despacho é genérico, não corresponde exatamente a uma Decisão, mas pode abrangê-la. Limitar ao Auditor-Fiscal apenas a decisão sobre o ressarcimento, deixando de fora a compensação, possui, no mínimo, duas impropriedades: a) a compensação pode ser com crédito de ressarcimento, portanto, não poderia o Analista ter competência para homologar uma compensação desse tipo; b) a homologação de uma compensação pode implicar um reconhecimento de que o lançamento de ofício ou uma glosa de crédito presumido – efetuados pelo Auditor-Fiscal, seja alterado ou anulado por um servidor que, por lei, é seu apoio, e não tem competência para lançar. Ora, por decorrência lógica, se não tem competência para lançar, não pode ter competência para anular o lançamento.

5.7.4. Art. 6º, inciso II, alínea “a”: Inadmissível distribuir a competência “de autoridade fiscal” por tipo de tributo, de sujeito passivo e forma de tributação. Ora, é sabido que o regime simplificado de arrecadação já existiu na forma do agora chamado Simples Federal (Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996), hoje Simples Nacional (Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006), amanhã sequer pode existir. Não se concebe definir competências de uma carreira com base em leis específicas de tributos ou regimes especiais. Além disso, o Simples é forma de arrecadação simplificada, mas a constituição do crédito tributário de tais pessoas jurídicas é a mesma utilizada para as demais formas de tributação, aplicando a elas o Lucro Presumido, Arbitrado ou Real, o que torna também por esse motivo contraditória a ressalva final com o resto da alínea e incompatível com a competência exclusiva do Fiscal proposta na alínea “a” do inciso I.

5.7.5. Art. 6º, inciso II, alínea “b”: Pelos mesmos motivos já tratados na alínea “a”, não se pode permitir que uma lei de iniciativa do legislativo (legislação por via transversa conforme exposto no item 5.4), usurpando competência privativa do Poder Executivo, unifique duas carreiras que exigem concursos públicos distintos com atividades e fins distintos, numa clara forma de burlar as restrições constitucionais de ingresso na carreira por meio de concurso. É isso que essa proposta está fazendo ao dar a mesma competência para Fiscais e Analistas – fiscalizar e constituir o crédito tributário, diferenciando apenas pelo tipo de sujeito passivo (PF ou PJ) ou pelo tipo de tributação (Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e Simples, quando esse último sequer é passível de autuação, mas apenas uma forma de arrecadação agregada de vários tributos).

5.7.6. Art. 6º, inciso II, alínea “c”: Primeiro, verifica-se que o termo “despachos” é abrangente. Numa interpretação mais larga, poderia abranger até a própria decisão, o que é incoerente. Se for feita uma interpretação mais restritiva, equivalente ao do processo civil judicial, o dispositivo é inócuo, pois evidentemente o Analista já pode proferir despacho de mero expediente.

5.7.6.1. Segundo, conceder ao analista a possibilidade de participar e proferir da decisão em consulta é conceder a um cargo auxiliar a função jurídica mais complexa e fundamental da RFB. Isso porque os entendimentos jurídicos formulados em consulta externa do sujeito passivo e em consulta interna são vinculantes para toda a RFB, inclusive para os autos de infração e julgamentos administrativos fiscais. Ou seja, é dar para servidor público auxiliar, menos capacitado, o poder de determinar os entendimentos jurídicos da carreira principal da auditoria fiscal, o que por si só é incongruente. Fazendo uma analogia ao Poder Judiciário, é permitir que servidores do poder Judiciário possam formular entendimento em abstrato que vincula o juiz ao proferir a sua sentença. Evidentemente, por simetria das formas, somente o servidor do mesmo cargo que pode lançar e julgar é que pode solucionar consulta que os vincula. Do mesmo modo, fica incoerente a alínea “e”, pois a orientação errônea de um servidor de carreira auxiliar pode gerar insegurança jurídica ao contribuinte. Poder-se-ia, assim, criar situações teratológicas, como a possibilidade de um cargo auxiliar (Analista-Tributário) poder emitir pareceres (em

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soluções de consulta, por exemplo) que vinculassem a atuação daqueles que ocupam o cargo principal (Auditor-Fiscal), bem como julgar (com poder de determinar anulação, inclusive) os lançamentos executados pelas autoridades fiscais.

5.7.6.2. Terceiro, o processo administrativo fiscal de reembolso, restituição, compensação e reconhecimento de benefícios fiscais trazem embutidos em sua análise revisar, alterar e mesmo anular lançamentos de ofícios de créditos tributários de PJ, de qualquer tipo de tributo, efetuados pelo Auditor-Fiscal. Juridicamente é incompatível esse dispositivo com a competência privativa do Auditor-Fiscal para constituir o crédito tributário de PJ das demais formas de tributação não sujeitas ao Simples, inclusive porque somente existe constituição dos tributos separadamente, nunca na forma consolidada e simplificada. Significa que ao ter crédito tributário a ser constituído a PJ optante pelo Simples foi dele excluída. Por sua vez, permitir que um Analista defira restituições e homologue compensações em valores astronômicos, e tais decisões não ficarem sujeitos a revisão de ofício, é no mínimo incompatível com a obrigatoriedade de, no contencioso administrativo, os julgadores Fiscais – colegiado que são – e que venham a decidir pela exoneração do crédito tributário acima de determinado valor, estejam sujeitos à revisão de ofício. Ou seja, além de se dar ao Analista a mesma competência do Auditor-Fiscal, o está fazendo com privilégios ainda maiores, numa total ilegalidade e arbitrariedade.

5.7.6.3. Em relação aos processos de reconhecimento, restituição e compensação, eles muitas vezes são tão complexos como um processo de lançamento. A compensação, por sua vez, tem enorme potencial de prejuízo à Fazenda Nacional, pois segundo o § 1º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, o sujeito passivo entrega a Declaração de Compensação que extingue o seu débito com a Fazenda Nacional, com análise posterior da RFB no prazo de cinco anos, sob pena de homologação. Essa análise, por sua vez, é bastante complexa, pois envolve a verificação da existência efetiva daquele crédito que o sujeito passivo diz ter, o que envolve análise de base de cálculo de tributo, inclusive em sua contabilidade, mediante procedimento de fiscalização. Uma análise feita por servidor sem preparo para tanto, com nenhuma experiência prévia em atividade tão complexa, pode ensejar o risco de se homologar compensação de créditos com a Fazenda Nacional indevidos ou não existentes, enfraquecendo todo o esforço fiscal feito atualmente pelo governo brasileiro.

5.7.6.4. Por fim, é temerário também que processos de reconhecimento de benefício fiscal possam ser realizados por Analista-Tributário. Tal análise é bastante complexa, envolvendo investigação prévia e posterior sobre o enquadramento do sujeito passivo nas hipóteses descritas na lei que dá o benefício. Tal análise necessariamente gera consequência em eventual lançamento de crédito tributário, tornando-o vinculante ao Auditor-Fiscal, o que gera mais uma incongruência.

5.7.7. Art. 6º, inciso II, alínea “d”: Esse dispositivo é totalmente inconcebível, pois está-se retroagindo o procedimento de cobrança ao tempo em que o Fisco ia pessoalmente cobrar o crédito tributário devido, mas não confessado, numa espécie de cobrança amigável, o que é anacrônico, um retrocesso que facilita a corrupção, e, acima de tudo, é um procedimento desnecessário, pois hoje todos os débitos do sujeito passivo já são confessados ou lançados de ofício, com cobranças eletrônicas e automáticas, não se concebendo uma cobrança pessoal no local do estabelecimento da PJ.

5.7.8. Art. 6º, inciso II, alínea “e”: Orientar implica interpretar a legislação tributária e hoje pela Lei 9.430, de 1996, essa interpretação vincula o consulente e toda a RFB, o que significa dizer, tal qual o a alínea “c” acima, implica um Analista, servidor de apoio do Fiscal, definir como este aplicará a legislação tributária, o que é incompatível também.

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5.7.9. Art. 6º, inciso II, alínea “f”: A despeito do referido dispositivo atribuir a competência em caráter geral e concorrente à Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil situações supostamente de menor complexidade, percebe-se que as atribuições são bastante relevantes. A denominação “regime simplificado” não corresponde à realidade. Veja-se:

5.7.9.1. A admissão temporária é o regime aduaneiro que permite a entrada no País de certas mercadorias com uma finalidade e por período de tempo determinado, com suspensão total ou parcial do pagamento de tributos aduaneiros, independentemente do valor da mercadoria, com o compromisso de serem reexportadas. Mercadorias sujeitas ao regime aduaneiro de admissão temporária normalmente possuem um alto valor agregado, de forma a limitar uma importação a título definitivo, uma vez que seu valor será utilizado como base de cálculo para a cobrança dos tributos aduaneiros incidentes.

5.7.9.2. O regime especial de admissão temporária foi implementado com a finalidade de possibilitar a esses bens a entrada no país para utilização e desenvolvimento nacional, com o compromisso de posterior retorno ao exterior. Para isso se segue um rigoroso procedimento de análise de enquadramento no regime especial, bem como para o seu controle. E não poderia ser diferente, pois, do contrário, além de se desvirtuar o regime, ter-se-ia uma forma de burlar o controle aduaneiro. Da mesma maneira, ocorre com os regimes simplificados de importação e exportação. São diversas as hipóteses para configuração do regime e muitas delas possuem complexidade relevante, além de abranger mercadorias de valores vultosos.

5.7.9.3. No que tange ao regime de trânsito aduaneiro, também verifica-se complexidade relevante, uma vez que a autorização depende de detalhada conferência documental e física em determinados casos, além de seu controle de rota e prazo serem bastante relevantes para a efetivação da finalidade do regime ou seu desvirtuamento. O regime de tributação de bagagem, por sua vez, é relevante na medida em que há hipóteses de isenção total de tributos para bens novos ou usados que ingressem no território nacional.

5.7.9.4. Desta sorte, verifica-se que apesar de alguns regimes possuírem a expressão “simplificado” em sua denominação, ela só reflete o tratamento que o contribuinte necessita realizar para dar seguimento ao pleito. Por outro lado, no âmbito institucional, a análise do pleito demanda um esforço bastante superior às demandas em “regimes normais”, não devendo ser, por isso, relegadas, e, logo, irrazoável atribuir competência para situações ordinárias para cargos principais e deixar situações igualmente complexas para a competência genérica (concorrente) da carreira.

5.7.10. Art. 6º, inciso II, alínea “g”: Não se mostra razoável que Analista-Tributário (que nunca executou auditoria de qualquer espécie) possa presidir atividades correcionais a respeito de procedimentos de auditoria de algo grau de complexidade.

5.7.11. Art. 6º, § 1º: Tal dispositivo está igualando as atividades dos Analistas a dos Fiscais, o que fere por si só a existência de dois cargos distintos, cuja lei exige ingresso por concursos também distintos.

5.8. Por outro lado, a Receita Federal do Brasil tem feito grande investimento em gestão por processos (mapeamento e modelagem de processos) que, dentre outros benefícios, tornará ainda mais claro quais as atividades passíveis de serem desenvolvidas pelos Analistas Tributários, em conformidade com o regulamentado nos artigos 3º e 4º do Decreto nº 6.641, de 2008. O que ocorre, de fato, é que há diversas atividades a serem desenvolvidas pelos ocupantes desse cargo que sequer podem ser plenamente

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executadas pela carência de servidores. Acrescer-lhes competências prejudicaria ainda mais o pleno e eficaz exercício de atividades que hoje já devem ser desenvolvidas por eles.

5.9. É o Auditor-Fiscal (servidor fiscal de que trata o art. 37, XIII, da CF/88) a autoridade administrativa, no âmbito federal, de que tratam os arts. 142, 149, 194 e 196 do Código Tributário Nacional (CTN), de modo que quaisquer mudanças que afetem tais dispositivos devem ser tratadas por meio de lei complementar, conforme art. 146, III, da CF/88.

5.9.1. Reforçando o caráter privativo da competência dos ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal para a realização de atividade de lançamento e fiscalização do crédito tributário, dispõe o Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 – Lei do Processo Administrativo Fiscal, em seu art. 20 que “no âmbito da Secretaria da Receita Federal, a designação de servidor para proceder aos exames relativos a diligências ou perícias recairá sobre Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional.” O art. 196 do CTN deve ser cotejado com o art. 20 do Decreto nº 70.235, de 1972, que evidencia, explicitamente, a competência do Auditor-Fiscal.

5.9.2. Também reforçando esse caráter privativo é a redação do art. 33, § 1º da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, segundo o qual “é prerrogativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil, por intermédio dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, o exame da contabilidade das empresas, ficando obrigados a prestar todos os esclarecimentos e informações solicitados o segurado e os terceiros responsáveis pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e das contribuições devidas a outras entidades e fundos.”

5.10. A mera alteração legal, com evidente intuito de aumento de atribuições do cargo de Analista-Tributário, transferindo-lhe competências fiscais – inclusive de constituição de crédito tributário da pessoa física e da pessoa jurídica sujeita ao Simples Nacional e a outros regimes especiais – não teria o condão, por inconstitucional, de tornar legitimados para a atividade de lançamento tributário e fiscalização servidores que não foram selecionados por concurso específico, tampouco capacitados para este mister. Nessa linha, a aprovação da proposta poderia gerar desalinhamento e ineficiência administrativa, notadamente nos casos que envolvessem o Simples Nacional, que não é um tributo, mas um sistema de recolhimento unificado de diversos tributos, inclusive as contribuições previdenciárias.

5.10.1. Em um eventual procedimento de exclusão de ofício do regime do Simples Nacional, as constituições dos créditos tributários dos anos subsequentes deverão ser feitas pelas legislações dos demais regimes de tributação, quais sejam, lucros presumido, arbitrado ou real. Sendo feita a exclusão de ofício do regime do Simples Nacional de uma PJ por um Analista-Tributário, de forma isolada, os lançamentos dos anos subsequentes, devem ser feitos por um Auditor-Fiscal que não participou do primeiro procedimento. O que, por si só, geraria um conflito de competências no âmbito da RFB (insegurança jurídica), bem como perda de eficiência e produtividade.

5.11. Cabe ressaltar que os processos de trabalho da RFB para execução de procedimentos de fiscalização e a consequente constituição do crédito tributário não são distintos por motivo de natureza jurídica do contribuinte, se pessoa física ou jurídica, ou sua opção pelo regime de tributação, como os optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional, ou, ainda pelo lucro real, presumido ou arbitrado.

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5.12. Muitos procedimentos de fiscalização são conexos, haja vista ser muito comum um procedimento numa pessoa jurídica ser ampliado para os seus sócios pessoas físicas, com fatos geradores correlatos.

5.13. É fato, também, que um procedimento de fiscalização numa empresa optante pelo Simples Nacional não é necessariamente mais simples do que um procedimento numa empresa optante por outro regime. A legislação deste regime é bastante complexa, com diversas dúvidas sobre as atividades que podem optar ou devem se encaixar nas diversas tabelas do regime especial.

5.14. A histórica distribuição de atribuições entre os cargos, decorre do fato de que há uma classe auxiliar (a dos Analistas) – na qual seus ocupantes ingressaram, até o final da década de 90, em concurso de nível médio – e outra principal (a dos Auditores-Fiscais), com concursos distintos, com graus de exigência claramente diferenciados, na linha fixada pelo Supremo Tribunal Federal a partir da ADI 231 (DJ de 13-11-1992).

5.15. Pela proposta acima exposta, pode-se concluir que o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, com a revogação do inciso I do §2º do art. 6º da Lei nº 10.593, de 2002, em vigor, deixará de contar com este cargo técnico e competente para exercer atividades de natureza técnica, acessórias ou preparatórias ao exercício das suas atribuições privativas, conforme previsto atualmente. A RFB está estruturada para ter um cargo principal (Auditor-Fiscal) e outro auxiliar (Analista-Tributário); a presente alteração está sendo feita sem qualquer estudo dos impactos financeiro, orçamentário, arrecadatório e, sobretudo, à revelia da própria instituição afetada. A ausência desses estudos prévios sobre os efeitos das alterações pressupõem impactos desconhecidos que podem perdurar anos afinco e sejam indesejáveis em momento de ajuste fiscal. O possível desalinhamento causado nas competências internas da RFB pode gerar impactos negativos na arrecadação em um momento crucial da conjuntura econômica nacional.

5.16. Quanto à redação proposta ao art. 6º, inciso II, alínea “g”, não se mostra razoável Analista-Tributário (que nunca executou auditoria de qualquer espécie) possa presidir atividades correcionais a respeito de procedimentos de auditoria de algo grau de complexidade.

5.17. Os argumentos genéricos contidos na justificativa da emenda, relativos à necessidade de se “utilizar da maneira mais eficaz seus recursos materiais e humanos” e à “ação do Estado insuficiente para combater práticas elisivas e fraudulentas, gerando assim, perda substancial de arrecadação e ineficácia no combate à corrupção” e uma “timidez na atuação fiscal explicada a partir do diagnóstico da gestão contraproducente da RFB, principalmente em relação à sua política de administração de recursos humanos, notadamente acerca da distribuição das atribuições entre os ocupantes dos dois principais cargos do Órgão e a alocação deste corpo funcional”, são meras conjecturas, ou seja, estão baseados em suposições e desprovidas de análise comprobatória, além de caracterizar interferência indevida do Poder Legislativo na atuação político-administrativa do Poder Executivo (organização e funcionamento da administração federal, sobretudo fixação de atribuições), não autorizada pelo art. 2º da Constituição, bem como ofende a iniciativa privativa do Presidente da República, de que trata o art. 61, §1º, II, c, da CF/88, como já exposto.

5.18. Além disso, cumpre analisar os índices de produtividade crescentes deste órgão como demonstra a evolução da produtividade média dos Auditores-Fiscais da RFB alocados na Fiscalização, em

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relação aos lançamentos de tributos e contribuições administrados pela RFB de 2008 a 2013, conforme quadros abaixo:

Produtividade AFRFB – Por Ano

Ano Valor em R$ por Auditor-Fiscal

2008 16.327.818,09

2009 21.302.877,46

2010 21.967.846,42

2011 28.574.978,04

2012 32.733.396,96

2013 57.001.408,77

Fonte: Gerencial Ação Fiscal em 23/12/2014

5.19. Em termos de evolução da atuação da Fiscalização da RFB nos últimos anos, os quadros abaixo demonstram a efetividade da estratégia adotada e adequação dos meios humanos e tecnológicos para seu atingimento.

Evolução do Crédito Tributário Constituído Quantidade de Procedimentos Executados pela Fiscalização da RFB

AnoValor de Crédito Tributário

Constituído (R$)Crescimento

(%)

2010 90.641.081.548,00 -

2011 109.634.209.239,00 21,0%

2012 116.350.566.997,00 6,1%

2013 190.199.395.938,00 63,5%

Consolidado2012 2013 Variação

Qtd Crédito (R$) Qtd Crédito (R$) Qtd Crédito

Auditorias Externas 17.980 109.916.545.601 20.414 181.215.063.928 13,5% 64,9%

Revisão de Declarações

281.921 6.434.021.396 308.622 8.984.332.010 9,5% 39,6%

Total Geral: 299.901 116.350.566.997 329.036 190.199.395.938 9,7% 63,5%

5.20. Em razão do exposto, ainda que fossem superados os vícios de inconstitucionalidade e ilegalidade, o artigo proposto erra em sua motivação, pois não há baixos quantitativos de procedimentos fiscais e tampouco baixo resultado com as fiscalizações, bem como em sua operacionalização, uma vez que as alterações de competência propostas podem gerar prejuízo às regulares atividades da RFB. Pelo todo arrazoado, o artigo deve ser rejeitado.

6. Art. 10

Art. 10. O art. 50 do Decreto-Lei nº 37, de 18 de novembro de 1966, passa a vigorar com a

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seguinte redação:

“Art. 50. A conferência aduaneira será realizada por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil ou por Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, na presença do viajante, do importador, do exportador ou de seus representantes, podendo ser adotados critérios de seleção e amostragem, de conformidade com o estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. .......................................................“ (NR)

6.1. O artigo 10 do PLV deve ser rejeitado.

6.2. Preliminarmente, cabe ressaltar que este artigo também padece de inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa nos mesmos termos aclarados acima (itens 5.3 e 5.4). Assim, como já se disse acima, as emendas aqui analisadas procuram, em essência – por via transversa – legislar além do escopo da MP nº 660, de 2014, que originalmente só dispunha sobre os servidores e empregados oriundos do ex-Território Federal de Rondônia, sobre matéria de competência privativa do Presidente da República.

6.3. Afirma-se mais uma vez que este vício não é meramente formal, uma vez que a alteração legislativa está sendo realizada à revelia da maior interessada, a Receita Federal do Brasil, sem estudos prévios a respeito dos possíveis impactos das alterações e sem levar em consideração a complexidade das atividades que envolvem a Administração Tributária brasileira.

6.4. Também aqui vale a argumentação exposta no item 5.19.

6.5. Ademais, a legislação vigente já permite ao Analista-Tributário, desde que sob a supervisão de um Auditor-Fiscal, a realização da verificação física, colaborando sobremaneira para a atuação privativa do Auditor-Fiscal, em prol da eficiência do trabalho aduaneiro, sem que se cogite falar de mau aproveitamento de quaisquer servidores.

6.6. Por outro lado, a medida aloca, nos processos de fiscalização aduaneira associados aos despachos de importação e exportação, servidores sem formação e qualificação adequados para a atribuição, ao permitir a atuação concorrente de servidores selecionados por processos seletivos com diferentes níveis de exigência.

6.7. A conferência aduaneira materializa todos os procedimentos de fiscalização realizados no curso dos despachos aduaneiros (importação, exportação ou trânsito). Assim sendo, inclui, dentre outros procedimentos:

a) o exame dos documentos que amparam essas operações;

b) o exame do cumprimento da legislação aduaneira aplicável;

c) o exame e a decisão quanto a concessão de isenção, suspensão ou redução de tributos;

d) o exame e a decisão quanto a concessão de regime aduaneiro especial, como a admissão temporária;

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e) a homologação do lançamento tributário e dos valores recolhidos;

f) a aplicação de valoração e classificação de mercadoria;

g) a aplicação de medidas de defesa comercial (antidumping, salvaguarda e medidas compensatórias);

h) a intimação para correções que se fazem necessárias; e

i) a formalização e aplicação de penalidades e exigência do crédito tributário, quando cabíveis.

6.8. Essas atividades, no conjunto, somente são compatíveis com a formação e preparação de Auditor-Fiscal da Receita Federal, e portanto são privativas desse cargo.

5.9. A redação proposta para a alínea “c” do inciso I do art. 6º da Lei no 10.593, de 2002, estabelece que somente será privativa a atividade de desembaraço aduaneiro de bens e mercadorias sujeitas ao regime comum ou especial, ressalvando-se o disposto na alínea “e” do inciso II. Em que pese se entender equivocada a remissão à alínea “e”, quando parece claro que a intenção é referir-se à alínea “f”, a dissociação do desembaraço do correspondente despacho aduaneiro é ilógica e impossível.

6.10. De acordo com o atual art. 571 do Decreto no 6.759, de 2009 – Regulamento Aduaneiro (RA), o desembaraço aduaneiro é o ato pelo qual é registrada a conclusão da Conferência Aduaneira. Tal disposição nasce do artigo 51 do Decreto-Lei nº 37, de 1966, que reza que, concluída a conferência aduaneira, sem exigência fiscal, a mercadoria será desembaraçada. Sendo assim, é facilmente compreensível que o desembaraço aduaneiro nada mais é do que a formalização de que a conferência aduaneira fora encerrada, e o despacho foi concluído sem exigência fiscal.

6.11. Todavia, os presentes artigos (9º e 10) propõem que toda a atividade de conferência aduaneira seja exequível por qualquer integrante dos cargos da Carreira de Auditoria (alínea “f” do inciso II do art. 6º proposto pelo art. 9º do Projeto de Conversão), mas a mera formalização da conclusão, sem exigências, das etapas do despacho aduaneiro (desembaraço aduaneiro) é restrita ao Auditor-Fiscal (alínea “c” do inciso I do art. 6º proposto pelo art. 9º do Projeto de Conversão). Não se mostra lógico que todo o despacho aduaneiro possa ser realizado por Analista-Tributário, incluindo atividades de alta responsabilidade funcional, mas o ato final, por meio do qual somente se formaliza a conclusão de todas as etapas, tenha de ser promovido privativamente por Auditor-Fiscal. Isso demonstra a falta de uma visão global sobre as competências e os procedimentos realizados no âmbito da RFB por parte de quem propõe a alteração legislativa e indica a ausência de estudos técnicos prévios sobre a matéria.

6.12. A redação vigente do art. 50 do Decreto-Lei no 37, de 1966, já prevê com bastante acerto e precisão que a Verificação Física da mercadoria (somente uma das etapas da Conferência Aduaneira) poderá ser efetuada por Analista-Tributário, sob a supervisão do Auditor-Fiscal, porque se trata de procedimento acessório, que visa quantificar e identificar a mercadoria com a finalidade de dirimir dúvidas e esclarecer aspectos que devem ser considerados pelo Auditor nesta fiscalização aduaneira para embasamento das decisões.

6.13. Ademais, a redução do tempo de despacho aduaneiro (argumento apresentado pelos parlamentares para justificar a inclusão da emenda à medida) não decorrerá de revisão de competências do cargo de Analista-Tributário. Deve-se destacar que o tempo médio bruto do despacho na Receita Federal

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já é inferior a 40 horas (tempo atribuído à atuação da instituição), compatível com o desempenho de economias mais avançadas. Ainda assim, vários projetos estão em andamento para alcançar melhoria de desempenho e de transparência, como o Portal Único de Comércio Exterior e a anexação eletrônica de documentos (meta de redução para 10 dias do tempo total do processo de importação, desde a atracação do navio até a retirada da carga, envolvendo os 20 órgãos anuentes e operadores logísticos – atualmente com média de 16 dias).

6.14. A redução do tempo de despacho aduaneiro já é um objetivo estratégico perseguido incansavelmente pela RFB, além de um compromisso internacional. Esta redução se dará não por uma revisão de competências, mas por intensas atividades de capacitação, tecnologia e sistemas de informação e ações de gestão de risco.

5.16. Importante lembrar que já se tentou a mesma alteração, por meio da Medida Provisória nº 497, de 2010, acertadamente rejeitada pelo Congresso Nacional. Portanto, em razão de já existir previsão legal para que a verificação física de importações e exportações seja realizada pelos Analistas Tributários propõe-se a rejeição da proposta.

7. Art. 11

Art. 11. O art. 61 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte § 4º:

“Art. 61 ..................................................................................................................................

§ 4° Os débitos de que trata este artigo, declarados ou não obrigados à declaração, poderão ser cobrados administrativamente por meio de atuação externa dos ocupantes dos cargos da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil, conforme regulamento a ser estabelecido pelo Poder Executivo.” (NR)

7.1. O artigo 11 do PLV deve ser rejeitado.

7.2. Também aqui vale a argumentação exposta no item 5.7.7. Assim, esse dispositivo se mostra totalmente inconcebível no atual ordenamento jurídico, pois está-se retroagindo o procedimento de cobrança ao tempo em que o Fisco ia pessoalmente cobrar crédito tributário devido, mas não confessado, numa espécie de cobrança amigável, o que é anacrônico, um retrocesso, que facilita a corrupção ativa e, acima de tudo, é um procedimento desnecessário, pois hoje todos os débitos do sujeito passivo já são confessados ou lançados de ofício, com cobranças eletrônicas e automáticas, não se concebendo uma cobrança pessoal no local do estabelecimento da PJ.

8. Art. 12

Art. 12. O inciso II do caput do art. 10 da Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 10.................................................................................................................................................

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II - em cargos de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, de que trata o art. 5º da Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002, com a redação conferida pelo art. 9º desta Lei;

III - em cargos efetivos, ocupados e vagos, de Técnico da Receita Federal da Carreira Auditoria da Receita Federal prevista na redação original do art. 5º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002;

IV - em cargos efetivos, ocupados e vagos, de Técnico do Seguro Social e Analista do Seguro Social redistribuídos para a Secretaria da Receita Federal do Brasil previsto no Art. 12, inciso II, alínea “c”, da Lei nº 11.457 de 2007, e que não tenham optado por sua permanência no órgão de origem.” (NR)

8.1. O artigo 12 do PLV deve ser rejeitado.

8.2. Primeiramente, cabe destacar que os incisos propostos têm origem na Emenda nº 12, de autoria do Senhor Deputado Moreira Mendes, e a redação que consta no Projeto de Lei de Conversão à MP é ininteligível, sendo impossível a sua compreensão. Diante disso, colaciona-se a redação original da Emenda nº 12 para análise:

Art......O inciso II do caput do art. 10 da Lei no 11.457, de 16 de março de 2007, passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 10. .........................................................................................

“II - em cargos de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, de que trata o art. 5º da Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002, com a redação conferida pelo art. 9º desta Lei, os cargos efetivos, ocupados e vagos, de Técnico da Receita Federal da Carreira Auditoria da Receita Federal prevista na redação original do art. 5º da Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002, e os cargos efetivos, ocupados e vagos, de Técnico do Seguro Social e Analista do Seguro Social redistribuídos para a Secretaria da Receita Federal do Brasil previsto no Art. 12, inciso II alínea ”c” da Lei 11457 de 2007, e que não tenham optado por sua permanência no órgão de origem.”(NR)

8.3. Posto isso, cabe também aqui, preliminarmente, suscitar a inconstitucionalidade aduzida nos itens 5.3 e 5.4.

8.4. Os Técnicos e Analistas do Seguro Social foram redistribuídos para a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) por força do art. 12 da Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007. Vale ressaltar que na Lei nº 11.907, de 2 de fevereiro de 2009, que dispõe sobre a reestruturação da composição remuneratória de algumas carreiras, dentre elas a da Seguridade Social, foi apresentada emenda semelhante a que se verifica na MP nº 660, qual seja, proposta de alteração do art. 10 da Lei nº 11.457, de 2007, prevendo a transformação dos cargos relacionados no art. 12 desta lei, dentre eles os da Seguridade Social, para o cargo de Analista-Tributário da RFB, a qual foi rejeitada.

8.5. Na Mensagem de Veto nº 48, de 2 de fevereiro de 2009, consta a seguinte exposição de motivos referente à citada proposta de alteração do art. 10 da Lei nº 11.457, de 2007:

Fl. 17DF COSIT RFB

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Art. 257

“Art. 257. O inciso II do caput do art. 10 da Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007, passa a vigorar com a seguinte redação:‘Art. 10. ..............................................................................................................................II - em cargos de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, de que trata o art. 5º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, com a redação conferida pelo art. 9º desta Lei, os cargos efetivos, ocupados e vagos, de Técnico da Receita Federal da Carreira Auditoria da Receita Federal prevista na redação original do art. 5º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, e os cargos efetivos, ocupados e vagos, dos servidores de que trata o art. 12 desta Lei redistribuídos para a Secretaria da Receita Federal do Brasil até a data da publicação da Medida Provisória nº 440, de 29 de agosto de 2008....................................................................................................................................................’ (NR)” Razões dos vetos

“O art. 257 pretende transformar em cargos de Analista Tributário da Receita Federal do Brasil os cargos oriundos da Secretaria da Receita Previdenciária, redistribuídos para a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por força do art. 12 da Lei no 11.457, de 2007. Tal transformação viola o art. 37, inciso II e § 2o, da Constituição, pois estabelece o preenchimento de cargo público sem concurso específico. Os servidores que atuavam na Secretaria da Receita Previdenciária, do Ministério da Previdência Social, que se enquadraram no dispositivo do art. 12 da Lei no 11.457, de 2007, pertenciam ao Plano de Classificação de Cargos - PCC, instituído pela Lei no 5.645, de 10 de dezembro de 1970, ou ao Plano Geral de Cargos do Poder Executivo – PGPE, de que trata a Lei no 11.357, de 19 de outubro de 2006, ou à Carreira Previdenciária, instituída pela Lei no 10.355, de 26 de dezembro de 2001, ou à Carreira da Seguridade Social e do Trabalho, instituída pela Lei no 10.483, de 3 de julho de 2002, ou à Carreira do Seguro Social, instituída pela Lei no 10.855, de 1o de abril de 2004. Nenhum desses servidores prestou concurso público para o cargo de Analista Tributário da Receita Federal do Brasil ou tem atribuições idênticas à de Analista Tributário, cargo no qual o art. 257 pretende transformá-los e pelo qual perceberiam nova remuneração, bastante superior à atual. Tal proposição mostra-se uma tentativa de burla à regra do concurso público, caracterizando provimento derivado. Ademais, a transposição proposta representa grande aumento de despesa em matéria de iniciativa reservada, violando o art. 63, inciso I, da Constituição.”

8.6. Ocorre que as atribuições dos referidos cargos da Carreira do Seguro Social são diversas às afetas à Carreira de Auditoria da RFB, inclusive é vedado a tais cargos o exercício das competências privativas da Carreira da RFB, como se demonstrará adiante.

8.7. Cumpre esclarecer, inicialmente, que os Técnicos do Seguro Social estão regidos pela Lei nº 10.855, de 1º de abril de 2004, a qual estabelece que a estes cabe “realizar atividades técnicas e administrativas, internas ou externas, necessárias ao desempenho das competências constitucionais e legais a cargo do INSS, fazendo uso dos sistemas corporativos e dos demais recursos disponíveis para a consecução dessas atividades”, de acordo com Mapa de Atribuições elaborado pela Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas da RFB (Cogep/RFB).

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8.8. Já os Analistas do Seguro Social, de acordo com a Lei nº 10.667, de 14 de maio de 2003, têm as seguintes atribuições:

“Art. 6º......................................................................................................................................I - Analista Previdenciário:a) instruir e analisar processos e cálculos previdenciários, de manutenção e de revisão de direitos ao recebimento de benefícios previdenciários;b) proceder à orientação previdenciária e atendimento aos usuários;c) realizar estudos técnicos e estatísticos; ed) executar, em caráter geral, as demais atividades inerentes às competências do INSS.”

8.9. Dessa forma, verifica-se que as atribuições desempenhadas pelos Analistas e Técnicos do Seguro Social, oriundos da extinta Secretaria da Receita Previdenciária na atual Secretaria da Receita Federal do Brasil, são aquelas relacionadas com atividades-meio e de apoio do órgão.

8.10. Destaca-se que o art. 5º-A, da Lei 10.855, de 2004, dispõe que os cargos de provimento efetivo de nível superior de Analista Previdenciário integrantes da Carreira do Seguro Social do Quadro de Pessoal do INSS, mantidas as atribuições gerais, passaram a se denominar Analista do Seguro Social (incluído pela Lei nº 11.501, de 2007).

8.11. O art. 12 da Lei nº 11.457, de 2007, prescreve que os cargos da carreira do Seguro Social, instituída pela Lei nº 10.855, de 2004, dos servidores que se encontravam em exercício na extinta Secretaria da Receita Previdenciária foram redistribuídos para a Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB, órgão integrante da estrutura do Ministério da Fazenda.

8.12. Ademais, a Lei nº 11.907, de 2 de fevereiro de 2009, complementou o dispositivo previsto no citado art. 12 da Lei nº 11.457, de 2007, transpondo os cargos em referência para o Plano Especial de Cargos do Ministério da Fazenda (PECFAZ), nos termos de seu art. 256-A.

8.13. Importante destacar que o art. 256-A da Lei nº 11.907, de 2009, é objeto de ações judiciais ajuizadas pelos Sindicatos dos Técnicos e dos Analistas da Seguridade Social, nº 0055884-14.2012.4.01.3400 e nº 36028-35.2010.4.01.3400, bem como da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4151/DF.

8.14. Os servidores redistribuídos para a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por força da Lei nº 11.457, de 2007, devem exercer atribuições correlatas com aquelas próprias de seus cargos, quando lotados na extinta Secretaria da Receita Previdenciária.

8.15. Convém salientar, por oportuno, que o art. 37, inciso III, da Lei nº 8.112, de 1990, prevê que um dos preceitos para a redistribuição é a manutenção da essência das atribuições do cargo.

8.16. Outrossim, o Parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) nº 753/2009/PGFN/CJU/CPN, revisado pelo Parecer nº 625/2010/PGFN/CJU/COJPN, trata especificamente da análise de questionamentos propostos por Analistas e Técnicos do Seguro Social à Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogep), redistribuídos para a Secretaria da Receita Federal do Brasil e estabelece que:

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“(...) aos Analistas e Técnicos previdenciários é legalmente vedado o exercício das competências privativas da Carreira de Auditoria, podendo, todavia, desempenhar competências outras da RFB, em concorrência com outros servidores do Órgão, desde que compatíveis com os cargos que ocupam”. (grifou-se) “(...) De fato, ficou consignado naquela oportunidade que as competências elencadas no inc. I do art. 6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, e nos incisos I e II do §2º daquele mesmo artigo seriam passíveis de exercício apenas por membros da Carreira de Auditoria (…).”

8.17. Nesse diapasão, é o entendimento exarado no Parecer nº 1993/2013/PGFN/ CJU/COJPN, o qual consagra a impossibilidade de transformação dos cargos de Analistas Previdenciários redistribuídos à Secretaria da Receita Federal do Brasil em cargos de ATRFB, nos seguintes termos:

“36. Desse modo, por todas as razões destacadas, entende esta Coordenação-Geral Jurídica da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (CJU/PGFN), em atenção à consulta formulada pela Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas da Secretaria da Receita Federal do Brasil (COGEP/RFB), que a proposta de alteração legislativa apresentada pela Associação Nacional dos Analistas da Receita Federal do Brasil (ANARF), às fls. 02/04, está maculada pelo vício da inconstitucionalidade, já que desrespeita os incisos I e II do art. 37 da Constituição da República, que consagram, respectivamente, os princípios da ampla acessibilidade aos cargos, funções e empregos públicos e do concurso público.37. Por essa razão, recomenda-se o não acolhimento da proposta de alteração legislativa, por parte dos órgãos do Ministério da Fazenda, a fim de que seja preservada a higidez do texto constitucional”. (Grifou-se)

8.18. Vale destacar, também, que já houve outras tentativas infrutíferas de emendas a medidas provisórias (MP 440/2008, MP 441/2008, MP 479/2009 e MP 650/2014) nessa mesma linha (transformar os cargos dos servidores redistribuídos em cargos de ATRFB), as quais sofreram veto presidencial.

8.19. É importante salientar, nesse sentido, o seguinte trecho da exposição de motivos do veto presidencial à emenda realizada pelo Congresso Nacional à Medida Provisória nº 440/2008:

“Os servidores que atuavam na Secretaria da Receita Previdenciária, do Ministério da Previdência Social, que se enquadraram no dispositivo do art. 12 da Lei nº 11.457, de 2007, pertenciam ao Plano de Classificação de Cargos - PCC, instituído pela Lei nº 5.645, de 10 de dezembro de 1970, ou ao Plano Geral de Cargos do Poder Executivo - PGPE, de que trata a Lei nº 11.357, de 19 de outubro de 2006 ou à Carreira Previdenciária, instituída pela Lei nº 10.355, de 26 de dezembro de 2001, ou à Carreira da Seguridade Social e do Trabalho, instituída pela Lei nº 10.483, de 3 de julho de 2002, ou à Carreira do Seguro Social, instituída pela Lei nº 10.855, de 1º de abril de 2004.

Nenhum desses servidores prestou concurso público para o cargo de Analista Tributário da Receita Federal do Brasil ou tem atribuições idênticas à de Analista Tributário, cargo no qual o art. 168 pretende transformá-los e pelo qual perceberiam nova remuneração, bastante superior à atual. Tal proposição mostra-se uma tentativa de burla à regra do concurso público, caracterizando provimento derivado.”

8.20. Há de se enfatizar, que, como destacado nos mencionados expedientes, a Carreira do Seguro Social abarca cargos de nível médio e superior, o que demonstra heterogeneidade em sua

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composição, o que difere do cargo de ATRFB, que exige nível superior, com atribuições próprias e distintas do cargo de Auditor-Fiscal da RFB (AFRFB).

8.21. Dessa forma, não deve prosperar o art. 12 do Projeto de Lei de Conversão.

Conclusão

9. Pelo todo arrazoado, verifica-se que o projeto em tela possui vício jurídico insanável de iniciativa que o torna inconstitucional. No mérito, este projeto se revela temerário diante das diversas incongruências e falhas técnicas relatadas ao longo da presente Nota, podendo causar, inclusive, graves problemas na arrecadação federal em momento importante de ajuste fiscal. Nesse sentido, a Receita Federal do Brasil manifesta-se de maneira contrária à sua aprovação.

À consideração superior.

Assinado digitalmenteLEONARDO DE PAULA DA CUNHA

Auditor-Fiscal da RFB

De acordo. Encaminhe-se à Coordenadora da Copen.

Assinado digitalmenteEDUARDO GABRIEL DE GÓES V. F. FOGAÇA

Auditor-Fiscal da RFB – Chefe da Dinog

De acordo. Encaminhe-se à Subsecretaria de Tributação e Contencioso (Sutri), com proposta de posterior envio à Assessoria de Acompanhamento Legislativo (Asleg).

Assinado digitalmenteMIRZA MENDES REIS

Auditora-Fiscal da RFB – Coordenadora da CopenDelegação de Competência - Portaria nº 3, de 8 de maio de 2008.

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Anexo Único

Alterações propostas:

Texto atual: Texto proposto:Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002:

Ementa:

“Art.6º São atribuições dos ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil: (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)

I – no exercício da competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil e em caráter privativo: (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)

a) constituir, mediante lançamento, o crédito tributário e de contribuições; (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)

b) elaborar e proferir decisões ou delas participar em processo administrativo fiscal, bem como em processos de consulta, restituição ou compensação de tributos e contribuições e de reconhecimento de benefícios fiscais; (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)

c) executar procedimentos de fiscalização, praticando os atos definidos na legislação específica, inclusive os relacionados com o controle aduaneiro, apreensão de mercadorias, livros, documentos, materiais, equipamentos e assemelhados; (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)Deixa de ser exclusivo de AFRFB e passa para

“Ar. 6º São atribuições dos ocupantes dos cargos da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil, no exercício das competências da Secretaria da Receita Federal do Brasil:

I – Em caráter privativo dos ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil:

a) finalizar procedimentos de fiscalização e constituir, mediante lançamento, crédito tributário da pessoa jurídica, ressalvado o disposto na alínea “a” do inciso II deste artigo; Competência exclusiva do AFRFB alterada apenas para constituir CT de pessoa jurídica; além disso, não deixa claro o conceito de finalizar procedimentos. Limitação de competência para determinado tributo ou sujeito passivo indevida.

b) elaborar e proferir decisões em contencioso de processo administrativo-fiscal que trate de exigência de crédito tributário da pessoa jurídica, ressalvado o disposto na alínea “b” do inciso II deste artigo;Competência exclusiva para proferir decisões em PAF para lançamento de CT de pessoa jurídica, deixando os regimes especiais de PJ e os lançamentos de pessoa física para competência concorrente. Inconcebível possibilidade de Analista revisar e alterar lançamento de Auditor.

c) executar o desembaraço aduaneiro de bens e mercadorias sujeitas ao regime comum ou especial de importação ou exportação, ressalvado o disposto na alínea “e” do inciso II deste artigo;Ver observações posteriores, pois entende-se que o despacho de regimes especiais são mais complexos que o regime comum, e com mais razão devem ficar na competência do cargo principal (AFRFB)

d) elaborar e proferir despachos em processo administrativo-fiscal de ressarcimento de tributos e

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concorrente

d) examinar a contabilidade de sociedades empresariais, empresários, órgãos, entidades, fundos e demais contribuintes, não se lhes aplicando as restrições previstas nos arts. 1.190 a 1.192 do Código Civil e observado o disposto no art. 1.193 do mesmo diploma legal; (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)

Passa a ser concorrente

e) proceder à orientação do sujeito passivo no tocante à interpretação da legislação tributária; (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007) REVOGADOPassa a ser concorrente

f) supervisionar as demais atividades de orientação ao contribuinte; (Incluída pela Lei nº 11.457, de 2007) REVOGADO

II - em caráter geral, exercer as demais atividades inerentes à competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)

contribuições; Demais processos de reconhecimento de crédito do contribuinte, como restituição e compensação, passam a ser de competência concorrente.

II - Em caráter geral e concorrente:

a) executar os procedimentos de fiscalização e constituir, mediante lançamento, crédito tributário da pessoa física e da pessoa jurídica sujeita a regime especial de tributação, especialmente ao Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional estabelecido pela Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006;Dar competência para analista lançar contraria o disposto no art. 20 do Decreto nº 70.235, de 1972, que determina quem é competente para o lançamento de que trata o art. 142 do CTN (apenas AFRFB); traz problemas para a fiscalização da RFB, pois parte do pressuposto que o lançamento de pessoas físicas ou de regimes especiais seria menos complexo, o que não é verdade; a exclusão do Simples, além disso, pode impactar a atividade do AFRFB de lançar PJ, o que torna o dispositivo tecnicamente inadequado.

b) elaborar e proferir decisões em contencioso de processo administrativo-fiscal que trate de exigência de crédito tributário da pessoa física e da pessoa jurídica sujeita a regime especial de tributação, especialmente ao Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional estabelecido pela Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006;Mesmo problema descrito no dispositivo anterior.

c) elaborar despachos, ou deles participar, em processo administrativo-fiscal de consulta, reembolso, restituição, compensação e reconhecimento de

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benefícios fiscais;Problema com o termo “despachos”, que é muito genérico e traz insegurança jurídica para o servidor; se for de mero expediente, não precisa constar da lei; se for para interpretar como decisão, é inviável que o cargo auxiliar da carreira de auditoria possa proferir solução de consulta que vincula o entendimento do cargo principal, além do que as matérias envolvendo consultas são sempre complexas; as atribuições de reconhecimento de benefício fiscal têm consequência direta nas autuações, gerando risco à arrecadação; análise das Dcomp deve ser apenas do cargo principal, pois elas são feitas pelo sujeito passivo, e se a RFB analisar sem o devido cuidado, podem ser homologadas erroneamente.

d) realizar a cobrança administrativa, inclusive em atuação externa, de crédito tributário, de contribuições ou de outros créditos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil;Não existe cobrança externa, sendo a cobrança administrativa atualmente feita automaticamente pelo sistema.

e) orientar o sujeito passivo e outros interessados sobre a aplicação da legislação tributária e aduaneira;As orientações vinculam toda a RFB, sendo inconcebível que o cargo auxiliar profira orientação que vincule o cargo principal em sua atividade fim. f) executar despacho aduaneiro de bens e mercadorias submetidos a regime simplificado de importação e exportação, e a regime especial de trânsito aduaneiro, admissão temporária e tributação de bagagem;Fragiliza o controle aduaneiro, pois os regimes especiais são muito mais complexos que os despachos normais, além de envolverem vultosos valores.

g) presidir e participar das atividades correcionais;Irrazoável cargo auxiliar presidir atividades correcionais de procedimentos desempenhados na atividade fim do cargo principal. h) executar as atividades de planejamento, investigação e inteligência fiscal;

i) exercer as demais atribuições inerentes às competências e atividades específicas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, e aquelas previstas em leis e regulamentos específicos.

§ 1º No desempenho das suas atribuições, os ocupantes

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§ 1º O Poder Executivo poderá cometer o exercício de atividades abrangidas pelo inciso II do caput deste artigo em caráter privativo ao Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)

dos cargos da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil poderão examinar a contabilidade e registros de sociedades empresariais, empresários, órgãos, entidades, fundos e demais controles mercantis, adotando os procedimentos necessários para verificar o cumprimento das obrigações tributárias e aduaneiras, e praticando todos os atos definidos na legislação, como a apreensão de livros, documentos e assemelhados, inclusive de controles que possam constituir prova para lançamento de crédito tributário e de contribuições, não se lhes aplicando as restrições previstas nos arts. 1.190 a 1.192 do Código Civil e observado o disposto no art. 1.193 deste diploma legal.Contraria o disposto no art. 33, § 1º da Lei nº 8.212, de 1991, além do que quebra o paradigma que o procedimento de fiscalização deve ser feito pelo cargo principal da carreira de auditoria, gerando insegurança jurídica aos contribuintes, colocando em risco

§ 2º Incumbe, ainda, aos ocupantes dos cargos da Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil, exercer as demais atividades inerentes às competências da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

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§ 2o Incumbe ao Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, resguardadas as atribuições privativas referidas no inciso I do caput e no § 1o deste artigo: (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)

I - exercer atividades de natureza técnica, acessórias ou preparatórias ao exercício das atribuições privativas dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil; (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007)

II - atuar no exame de matérias e processos administrativos, ressalvado o disposto na alínea b do inciso I do caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007)

III - exercer, em caráter geral e concorrente, as demais atividades inerentes às competências da Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007)

A proposta acaba com as competências específicas dos analistas, tornando todas eles concorrente, o que gera insegurança jurídica na divisão deles.

§ 3o Observado o disposto neste artigo, o Poder Executivo regulamentará as atribuições dos cargos de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007)“

§ 3º Observado o disposto neste artigo, o Poder Executivo regulamentará as atribuições dos ocupantes dos cargos da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil.” (NR)

Texto atual: Texto proposto:Decreto-lei nº 37, de 18 de novembro de 1966:

Ementa:

“Art. 50. A verificação de mercadoria, na conferência aduaneira ou em outra ocasião, será realizada por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil ou, sob a sua supervisão, por Analista-Tributário, na presença do viajante, do importador, do exportador ou de seus representantes, podendo ser adotados critérios

“Art. 50. A conferência aduaneira será realizada por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil ou por Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, na presença do viajante, do importador, do exportador ou de seus representantes, podendo ser adotados critérios de seleção e amostragem, de

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Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por ROSANIA ROSA CARDOSO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 31/03/2015 por LEONARDO DE PAULA DA CUNHA, Assinado digitalmente em 31/03/2015 por EDUARDO GABRIEL DE GOES VIEIRA FERREIRA FOGACA, Assinado digitalmente em 31/03/2015 por MIRZA MENDES REIS

Page 24: CÓPIA - Sindireceitasindireceita.org.br/.../Anexo-4-Nota-Cosit-E-no-94-2015.pdfNota Cosit-E nº 94, de 31 de março de 2015. Interessado: Gabinete do Secretário da RFB Assunto: Projeto

de seleção e amostragem, de conformidade com o estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010)”(...)

conformidade com o estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. .......................................................“ (NR)

A conferência é passo fundamental para o despacho aduaneiro, e não faz sentido que o cargo principal competente para tanto (AFRFB) fique a mercê da análise de outrem para um dos principais procedimentos do despacho, que é a conferência.

Texto atual: Texto proposto:Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007:

Ementa: “Art. 10 ........................................................... ....................................................................................................................................................

II - em cargos de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, de que trata o art. 5o da Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002, com a redação conferida pelo art. 9o desta Lei, os cargos efetivos,ocupados e vagos, de Técnico da Receita Federal da Carreira Auditoria da Receita Federal prevista na redação original do art. 5o da Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002.

III - acrescentado

IV - acrescentado

“Art. 10 ........................................................... ....................................................................................................................................................

II - em cargos de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil, de que trata o art. 5º da Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002, com a redação conferida pelo art. 9º desta Lei;

III - em cargos efetivos, ocupados e vagos, de Técnico da Receita Federal da Carreira Auditoria da Receita Federal prevista na redação original do art. 5º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002;

IV - em cargos efetivos, ocupados e vagos, de Técnico do Seguro Social e Analista do Seguro Social redistribuídos para a Secretaria da Receita Federal do Brasil previsto no Art. 12, inciso II, alínea “c”, da Lei nº 11.457 de 2007, e que não tenham optado por sua permanência no órgão de origem.” (NR)

Fl. 27DF COSIT RFB

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