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COVID-19: plano de retomadaCOVID-19: plano de retomada

Design e diagramaçãoDepartamento de Marketing e ComunicaçãoManagement Solutions - Espanha

FotografIasArquivo fotográfico da Management SolutionsiStock

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Introdução 4

Índice

Contexto geral da fase de retomada 6

Propostas para a elaboração do plano de retomada 10

Considerações finais 20

Bibliografia 24

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Introdução

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Em 30 de janeiro de 2020, depois de detectar surtos do vírusSARS-CoV-2 fora das fronteiras da China, a OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS) declarou a situação de EmergênciaInternacional de Saúde. A rápida disseminação subsequentedo vírus para diferentes países deu origem à declaração comouma pandemia pelo referido órgão em 11 de março de 2020,instando os governos de todo o mundo a tomar as medidasnecessárias para conter sua expansão.

Desde o final de março quase metade da população mundialvê sua liberdade de movimento restringida em maior oumenor grau. Além disso, e com o objetivo de mitigar as gravesconsequências econômicas de uma crise sem precedentes, osprincipais governos, bancos centrais e organizaçõessupranacionais adotaram medidas excepcionais em questõesde política fiscal, trabalhista e monetária.

Diante dessa situação, no início de abril de 2020, aManagement Solutions publicou a Newsletter "COVID-19:Propostas para garantir a continuidade das operações"1, cujoobjetivo fundamental era apresentar uma visão geral docontexto das principais medidas adotadas pelas instituiçõespara mitigar os efeitos econômicos e à saúde da pandemia,além de oferecer propostas de ações concretas destinadas àsempresas para facilitar o gerenciamento de crises e garantir acontinuidade de suas operações.

No mês passado, como resultado da estabilização e remissãoda pandemia em algumas regiões, vários paísesdesenvolveram ou estão em processo de elaboração de planosde ação para reduzir gradualmente as restrições à liberdade demovimento que permitem a retomada da atividade de formaprudente e gradual.

Os referidos planos devem contemplar a possibilidade denovas ondas na expansão do vírus, cuja intensidadedependerá, entre outros fatores, da quantidade de populaçãopreviamente imunizada.

Em termos gerais, as recomendações da OMS, com nuancesgeográficas, aumentam a necessidade de que certas condiçõesprévias sejam atendidas para o início da fase de retorno, comoa diminuição contínua de novos casos, a recuperação dosistema de saúde para dar assistência adequada e acapacidade dos países de testar, rastrear e isolar rapidamenteinfecções. Da mesma forma, recomenda-se garantir ainformação adequada e a manutenção do comportamentoresponsável por parte da população.

Paralelamente ao lançamento dos planos de retomada pelosgovernos, as empresas também estão na fase de definir seuspróprios planos de retomada, adaptados de acordo com ageografia, os setores de atividade e sua capacidade deimplementar as condições de segurança sanitáriasestabelecidas pelos governos. Por sua vez, e tendo em vista opotencial reaparecimento de possíveis surtos, o plano deretomada das empresas também deve ser adaptável esequencial, permitindo que as medidas sejam reavaliadas emcada fase.

Finalmente, o ambiente econômico e social que o setor denegócios enfrentará será muito diferente daquele existenteantes da crise.

4 Do ponto de vista econômico e político, os agenteseconômicos enfrentarão um ambiente de queda do PIB eum aumento sem precedentes no desemprego, queda depreços, volatilidade nos mercados e uma possível onda defusões. Em certos casos, os governos podem atuar atravésda intervenção de preços em alguns setores ou propor umreforço da produção local quando consideradosestratégicos para enfrentar autonomamente novoscenários de crise (por exemplo, saúde, autonomia emalimentos e energia).

4 Do ponto de vista social, as empresas devem fazer umareflexão para distinguir quais mudanças no mercado, nocomportamento do cliente e no modelo derelacionamento com elas serão permanentes, a fim deadaptar sua estratégia e proposta de valor.

4 Além disso, elas devem fortalecer a gestão de riscos parase adaptar a um novo ambiente de crescentesinadimplências, tensões de liquidez e moratórias emsetores vulneráveis.

O conteúdo das seções a seguir se concentra em ofereceruma visão do contexto geral em que a estratégia de retomadaocorrerá e em oferecer propostas concretas de ação para queocorra de maneira ordenada e segura, considerando osfatores que influenciam a estratégia e os fatoresdeterminantes nos termos de recursos (humanos,tecnológicos e físicos) e a logística a eles associada.

1Management Solutions, 2020.

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Contexto geral da fase de retomada

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que causa (COVID-19), portanto, a maneira pela qual a atividadeeconômica se desenvolverá será condicionada pelo controle datransmissão do vírus e pela capacidade dos sistemas de saúdede tratar todos os afetados e proteger a população.

Embora exista uma grande incerteza sobre como a pandemiaevoluirá, de acordo com a OMS, três possíveis cenários4:

4 A interrupção completa da transmissão da doença entre aspessoas.

4 A recorrência da epidemia nas ondas (em maior ou menorescala).

4 A transmissão continua entre as pessoas, mas em níveisbaixos.

Embora a probabilidade de cada um desses cenários sejaincerta, com base nas evidências atuais, a OMS estabelece que ocenário mais provável consiste na recorrência da epidemia emondas, intercalada por períodos com um nível baixo, mascontínuo, de transmissão entre pessoas.

Cada um desses cenários possui um nível diferente degravidade e, portanto, um impacto diferente em termos de riscopara a saúde pública e para o sistema de saúde dos países.Portanto, as estratégias de retomada são projetadas levando emconsideração diferentes cenários e o nível de risco associado,para adaptar e variar a severidade das medidas de contenção,bem como, quando apropriado, a velocidade, o grau e anatureza das medidas de retorno, dependendo do cenárioresultante5.

Devido ao fato de que a futura evolução da pandemia é incerta,as estratégias de retomada devem considerar diferentes fasespara cada um dos cenários epidemiológicos.

Introdução

Ao longo dos primeiros quatro meses deste ano, a maioria dospaíses impôs, em maior ou menor grau, medidas de controle eprevenção, a fim de preparar e responder à pandemia doCOVID-192. Essas medidas incluem restrições à liberdade decirculação de pessoas e o estabelecimento de regulamentos àdistância, bem como, em determinados casos, a paralisia deatividades econômicas não essenciais. Juntamente com asrestrições anteriores, também foram implementadas medidaspara fornecer apoio econômico e financeiro à economia e aosgrupos mais vulneráveis. Dependendo da gravidade dapandemia em nível local, alguns países estão em processo deestabelecer essas medidas de contenção, enquanto osgovernos e autoridades de outros países (como na Europa e nosEstados Unidos) começam a considerar a retirada de medidas eelaborar planos de retomada.

Essas estratégias de retomada, marcadas pela incerteza sobre aevolução futura da pandemia, delimitarão decisivamente osesforços e planos das empresas e outros atores econômicospara se adaptar ao novo cenário e, assim, evitar a criseeconômica desencadeada.

Portanto, é essencial que as empresas conheçam os princípiosque governarão essas estratégias de retomada, bem como aspossíveis medidas que podem ser esperadas e os cenáriosresultantes mais prováveis.

Objetivo e princípios das estratégias deretomada

Os planos de recuperação propostos atualmente têm comoprioridade a retomada da atividade socioeconômica,minimizando o impacto dessa retomada na saúde pública e nosistema de saúde3.

Para atingir esse objetivo, o elemento chave que determinará odesign e a evolução das estratégias de retorno é a evoluçãofutura das infecções. Nesse sentido, até que tratamentoseficazes ou uma vacina contra a SARS-CoV-2 sejamdesenvolvidos, a população mundial coexistirá com a doença

2Management Solutions, 2020.3Como indicado, por exemplo, no quadro desenvolvido pela Comissão e peloConselho Europeu: Joint European Roadmap towards lifting COVID-19containment measures.

4OMS, 2020.5 Ibíd.

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Adicionalmente, existiria uma possibilidade de avançar ouretroceder de acordo com a evolução de uma série deindicadores. Como será visto mais adiante, alguns países jáestão elaborando estratégias seguindo este princípio6.

Avaliação de risco epidemiológico ejustificativa para planos de retomada

As estratégias de saída da crise causada pelo COVID-19 serãomarcadas pela avaliação do risco epidemiológico eestabelecidas com base em variáveis de natureza médica.Algumas das variáveis para medir o referido risco, consideradasrelevantes pelas autoridades nacionais e supranacionais, são7:

4 O nível de propagação da doença, que deve ser reduzidosignificativamente por um período prolongado de tempo.Essa variável pode ser medida, por exemplo, no número denovas infecções (totais e proporcionais), na taxa detransmissão interpessoal do vírus, no número de pacientesem terapia intensiva etc.

4 O nível e o estado da capacidade do sistema de saúde decombater efetivamente a pandemia, tratar pacientes econtinuar as atividades normais. Esse estado pode sermedido na proporção de ocupação de unidades de terapiaintensiva, no número de leitos hospitalares disponíveis(total e proporcional à população), no número de pessoalmédico (total e proporcional à população), etc.

4 A capacidade de monitorar e controlar casos de contágio,incluindo a capacidade de realizar testes em larga escala,bem como a capacidade de identificar e conter rapidamentenovos casos e rastrear a cadeia de infecções. Essa capacidadepode ser medida no número de testes disponíveis (total eproporcional à população), no grau de informação disponívelsobre movimentos e contatos entre pessoas, etc.

Da mesma forma, as estratégias de retorno que estão surgindonos diferentes países geralmente apresentam uma série decaracterísticas comuns e princípios médicos, econômicos e

sociais que determinam as políticas resultantes, dentre as quaisse observa o seguinte:

4 Os planos de retomada serão executados gradualmente, emmuitos casos em fases, dando às autoridades temposuficiente para medir a eficácia, bem como o impacto decada mudança de fase na saúde pública, permitindo corrijir aação, se necessário. Os tempos de transição entre as fasesconsideradas são marcados por critérios médicos. Um dosmais utilizados é o de duas semanas8, uma vez que esta éuma estimativa conservadora da duração de um período deincubação do vírus COVID-199,10,11.

4 As medidas serão implementadas nos níveis local e regional,expandindo-se gradualmente nos níveis nacional e, emalguns casos, supranacional, levando em consideração ascaracterísticas de cada região geográfica. A velocidade e aeficácia da implementação das estratégias de retomada serãodiferentes nas áreas urbanas e rurais, dependendo dadensidade populacional, dos meios de transporte maisutilizados e do estilo de vida, com a possibilidade dacoexistência em um mesmo país de regiões em diferentesestágios do programa de retomada durante um período detempo específico.

4 A retomada da atividade econômica será realizada seguindodiferentes modelos e critérios ao priorizar a abertura dedeterminados setores e atividades. Esses modelos incluem a

6Por exemplo, África do Sul, Espanha ou Suíça. 7Como indicam, por exemplo, a OMS, ou a Comissão e o Conselho Europeu.8Por exemplo, é o tempo utilizado pela Espanha.9OMS, 2020.

10 Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, 2020.11 Centros de Controle e Prevenção de Doenças, 2020.

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reabertura com base na importância econômica do setor enas necessidades que ele atende, dependendo do contatopessoal que cada atividade acarreta, bem como apossibilidade de estabelecer trabalho remoto, sistemas deturnos ou dias intensos para minimizar o contatointerpessoal12.

4 As concentrações e reuniões de pessoas serão permitidasprogressivamente, de acordo com a importância social dessesgrupos, bem como o número de pessoas que ele encontra e ocontato necessário entre eles. Esses critérios serão utilizados,por exemplo, para priorizar as datas de abertura de escolas ecentros educacionais, shopping centers e, finalmente,estabelecimentos e atividades de lazer, evitando eventos demassa.

4 Da mesma forma, o movimento e o deslocamento de pessoasserão permitidos progressivamente, de acordo com oobjetivo e a necessidade do deslocamento, bem comogradualmente do nível local para o nacional e o internacional.

No entanto, espera-se que a retomada da atividade econômicae social esteja condicionada, até o desenvolvimento de umtratamento eficaz ou de uma vacina contra a doença, a umasérie de medidas e regras suplementares de distanciamento ehigiene social, como limites para o número de pessoas quepodem se encontrar, redução de capacidade em espaçospúblicos, a necessidade de usar equipamentos de proteçãoindividual (EPI) em certos casos (como o uso de máscaras nostransportes públicos ou no trabalho), bem como a exigência demaiores obrigações para as empresas na forma de protocolosde distanciamento de funcionários e critérios de limpeza.

Medidas específicas e exemplos de estratégiasde retorno

Os planos de saída das medidas para conter a pandemia serãoacompanhados nos diferentes países por um conjunto demedidas específicas, destacando, devido à sua ampla adoção ourelevância, os seguintes:

4 A capacidade de obter informações sobre a evolução dapandemia, essencial para monitorar a evolução do risco aque cada país ou região está exposto. Por esse motivo,espera-se que planos de teste do vírus em larga escalasejam estabelecidos onde a capacidade permita, como já foifeito, entre outros lugares, a Coreia do Sul13. Esses testespriorizariam segmentos da população com base em suavulnerabilidade, condições de trabalho ou com base nanecessidade (por exemplo, testes de pessoal médico seriampriorizados). Da mesma forma, espera-se que os sistemas decoleta de dados e informações pelas entidades de saúdepública sejam fortalecidos e que sejam promovidasiniciativas nacionais e supranacionais para compartilharessas informações. Destaca a proposta da UE de cooperar ecompartilhar informações entre estados membros14.

4 Devido a essa grande necessidade de informações, algumasdas medidas mais relevantes sendo estudadas e

estabelecidas consistem no uso de tecnologia, comoaplicativos móveis e técnicas de geolocalização, pararastrear o movimento de pessoas e os contatos entre elas.Tais tecnologias complementariam as informações médicase melhorariam a rápida identificação de infecções e aquelescom quem eles tiveram contato, estabelecendoquarentenas e alertando sobre o potencial infectado. Essasmedidas foram usadas, entre outros lugares, na Coreia doSul15, China e Israel, provando ser eficazes. No entanto, elestambém suscitam várias objeções e preocupações sobre aprivacidade dos dados e a capacidade de controle dosEstados. No caso da UE, a Comissão propôs um plano paraestabelecer um quadro para essas medidas na Europausando dados anonimizados16.

4 Da mesma forma, além das inúmeras medidas já tomadaspelas autoridades nacionais e supranacionais17, espera-seque sejam tomadas mais medidas para estimular e protegera economia e a estabilidade financeira, priorizando aproteção ao emprego e considerando setoresespecialmente afetados pela pandemia, como hotelaria eturismo, aviação e transporte em geral.

4 Finalmente, espera-se que medidas para reforçar e fortaleceros sistemas de saúde sejam consideradas.

De qualquer forma, o princípio que governa essas estratégiasglobais de retorno é o controle de riscos através de umesquema de adaptação gradual, como é o caso da África do Sul,onde o estabelecimento de uma estrutura estratégica deretorno ajustada ao risco e em cinco níveis18. Cada um dessesníveis indica quais medidas de contenção ainda estariam emvigor e quais setores econômicos poderiam ser reativados. ASuíça é outro país que anunciou um retomo em três fases deabertura econômica progressiva e social19, com a passagem deuma fase para outra, desde que não haja um aumentosignificativo nos casos confirmados de COVID-19 no país. NaFrança, a retirada do confinamento foi propostaprogressivamente e dependendo do território20. Por fim, umaabordagem semelhante foi implementada na Espanha21, cujoretorno consistirá em quatro fases, e na Itália22, onde a intençãode progredir em três fases foi indicada.

12Comissão e Conselho Europeu, 2020.13Roy Choudhury, 2020.14Comissão e Conselho Europeu, 2020.15Roy Choudhury, 2020.16Comissão Europeia, 2020.17Management Solutions, 2020.18Departamento de Saúde da República da África do Sul, 2020.29De Montpellier, 2020.20Governo da República Francesa, 2020.21Gobierno de España. Presidencia del Gobierno, 2020.22Governo Italiano, 2020.

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Propostas para a elaboração do plano deretomada

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Marco regulatório e princípios de atuação

Como ponto de partida, e antes de aprofundar a definição depropostas de ação concretas, é essencial que as empresasconsiderem o marco regulatório existente e a coordenaçãocontínua com as autoridades de saúde relevantes de acordocom a localidade. Da mesma forma, internamente e respeitandoo marco legal, é conveniente que as empresas definam oconjunto de princípios que servirão como premissa inicial aoconsiderar as diferentes propostas de ação que compõem aestratégia e que prevalecerão ao longo de todo o processo deretomada.

Dentro dessa estrutura regulatória, as empresas devem nãoapenas levar em consideração as publicações ou comunicaçõesemitidas em relação à pandemia por organizaçõesinternacionais como a OMS, mas, fundamentalmente, tambémdevem analisar e cumprir todos os regulamentos emitidos emnível estadual, regional e local.

Nesse sentido, as empresas devem revisar como esse marcoregulatóio afeta sua estratégia, especialmente nas seguintesáreas de ação fundamentais (saúde, trabalho e economia):

4 Gestão em saúde: para recomeçar a atividade presencial, éfundamental garantir a saúde e a proteção das pessoas nolocal de trabalho (reforçando o monitoramento da saúdedos profissionais, estabelecendo medidas dedistanciamento social, medidas mínimas de segurança nolocal de trabalho, regulamentos para a realização de testessorológicos e sua disponibilidade, etc.).

4 Ambiente de trabalho: principalmente medidasgovernamentais destinadas à proteção do emprego diantedo dimensionamento objetivo necessário para atender àdemanda no novo contexto (por exemplo, relacionado àregulamentação dos registros de regulamentação doemprego - licença temporária ou não remunerada)recuperação ou redução de regulamentações de horas detrabalho, entre outros).

4 Âmbito econômico: as empresas devem avaliar o impactoque seus negócios terão sobre as medidas publicadas paraenfrentar o impacto econômico (moratória no pagamentode dívidas de financiamento imobiliário, auxílio público,linhas de financiamento para pequenas e médias empresas,injeções de liquidez etc.).

Outro canal de informação relevante para as empresas será acomunicação com as autoridades de saúde. Nesse sentido, éimportante estabelecer um modelo de relacionamento quepermita a coordenação contínua da empresa com as referidasautoridades para garantir a implantação do plano nos termos econdições acordados, além de fazer ajustes conforme novasmedidas sejam conhecidas e/ou recomendações que possamser relevantes no desenvolvimento da atividade.

Por fim, e levando em consideração os riscos existentes nodesenvolvimento e implementação da estratégia de retomada,bem como a possível existência de objetivos múltiplos e, emalguns casos, contraditórios - por exemplo, proteção da saúdecontra uma maior proteção ao emprego com retorno àatividade completa - é conveniente para a Administração definiruma estrutura com os valores fundamentais (e priorizados) nosquais a gestão e o desenvolvimento se basearão no plano. Damesma forma, devem ser estabelecidos critérios paraestabelecer esses princípios em termos de reputação, saúde,segurança, relação custo/benefício, criticidade de processos,etc.

Esses princípios devem ser consolidados em um guia para serusado como referência na tomada de decisões.

Alguns exemplos de valores ou princípios de retomada a seremincorporados poderiam ser os seguintes:

4 Garantir em primeiro lugar a saúde e a segurança dosempregados.

4 Cumprir escrupulosamente as normas vigentes e garantir opleno cumprimento das condições legais de retomada àsatividades, fornecendo as condições para isto.

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dimensões eixos (localizações geográficas - considerandocritérios epidemiológicos, produtos e serviços -considerando a demanda existente - e processos -considerando o funcionamento em modo trabalho remoto).Para isso, três tipos de análise serão desenvolvidossequencialmente:

- Preparação de cenários sob diferentes hipóteses,avaliação dos impactos a eles associados e consideraçãoantecipada dos riscos existentes durante o processo.

- Priorização dos processos, serviços e localidades aserem considerados nas fases de retomada.

- Definição da própria estratégia de retomada para cadaum dos blocos de processos e localidades, de acordocom a priorização realizada na ação anterior.

4 Planos de ação transversais: elaboração de planos de açãopara o retorno dos funcionários, a fim de garantir todos osmeios humanos, materiais, técnicos e logísticos, garantindoo adequado funcionamento do plano de processo deretomada e minimizando os possíveis riscos que possamsurgir durante o processo.

Modelo de governança

O plano de retomada deve começar com a revisão da estruturade governança definida no início da crise, a fim de incorporarnele a visão estratégica e operacional do plano de retomada,estabelecendo mecanismos de coordenação que assegurem aaplicação adequada do plano em situações de crise em todosos níveis da empresa.

4 Garantir a continuidade das operações e garantir aresiliência de processos críticos.

4 Incentivar a liderança empática com os funcionários,favorecendo respostas objetivas e justas às solicitações epreocupações e analisando as circunstâncias individuais.

4 Promover a transparência e a cultura aberta das decisõestomadas.

Elaboração do plano de retomada

O primeiro passo na elaboração do plano de retomada éconsiderar os possíveis cenários que surgem e os impactosdecorrentes desses cenários e definir com base neles asestratégias para a aplicação simultânea de modelos de trabalhopresenciais e remotos. Da mesma forma, devem serdesenvolvidos planos de ação transversais - ou seja, aquelesque garantam os meios e a logística adequados paradesenvolver a estratégia definida - sob uma governança deprocesso adequada.

Portanto, o plano de retomada será organizado em torno detrês componentes fundamentais:

4 Estrutura de governança: revisão da governança definidapara a crise na fase inicial da pandemia, a fim de incorporarnela a visão estratégica e operacional do plano deretomada, estabelecendo mecanismos de coordenação quegarantam a implementação do plano.

4 Impactos e estratégias de retomada: definição detalhada daestratégia de retomada considerando as diferentes

Figura 1: componentes do plano de retomada

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de retomada

Fonte: elaboração própria.

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A este respeito, pode considerar-se necessário criar uma novamesa específica de "retorno" que será incorporada no modelode governança da gestão de crises globais ou assegurar que avisão para o desenvolvimento de um plano de retomadacoordenado seja incorporada no modelo de governançaexistente.

Nos dois casos (mesa expecífica ou integração em mesasexistentes), são identificadas uma série de funções básicas aserem executadas (que podem variar de acordo com a naturezada empresa):

4 Formular cenários de retorno, considerando variáveissanitárias, de negócio e econômicas.

4 Avalie os riscos existentes em cada uma das estratégiaspotenciais de retomada.

4 Definir a estratégia de retomada (determinação do “mix”presencial/remoto aplicável em cada fase).

4 Definir estratégias para contingências "retrocessos"decorrentes de instruções de saúde ou surtos internos.

4 Coordenar com as mesas transversais os planos de açãonecessários para a estratégia estabelecida em cada fase.

4 Receber feedback das mesas transversais e operacionaispara ajustar ou reorientar a estratégia de retomada.

4 Manter o Comitê de Crise sempre informado sobre odesenvolvimento das atividades e sobre o desempenho daestratégia de retomada.

Avaliação de cenários e definição de estratégias deretomada

Para estabelecer a estratégia de retomada mais adequada, énecessário avaliar possíveis cenários de negócios, impactos eriscos associados, bem como priorizar os processos e serviços daempresa de acordo com uma série de variáveis definidas (porexemplo, criticidade, operação de trabalho remoto durante acrise, nível de contágio por região geográfica, etc.).

Geração de cenários e avaliação de riscos

Recomenda-se que as empresas formem novos cenários denegócios - impacto na produção e demanda e capacidade deretomada da atividade - sob diferentes hipóteses sobre aduração de cada fase estabelecida pelo governo para conter ovírus, bem como a situação de mercado esperada após aretomada.

Para isso, serão levadas em consideração a expansão anterior dovírus e a capacidade do sistema de saúde por localidade,estrutura regulatória e política e situação econômico-financeira(por exemplo, suspensão de dívidas e apoio público).

A estimação do impacto sobre a demanda deve ter comoreferência a evolução dos principais segmentos de clientes,identificando não apenas a situação atual, mas também oscenários de evolução previsíveis, pois isso condicionarádiretamente a retomada da empresa.

Além disso, e com base nos cenários apresentados, é necessárioajustar as estimativas e modelos preditivos da empresa (porexemplo, empréstimos vencidos, modelo de provisões,projeções de balanço ou gerenciamento de liquidez).

Figura 2: modelo de governança da crise

Fonte: elaboração própria.

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Por fim, os impactos na empresa derivados dos novos cenários eos possíveis riscos que podem surgir durante todo o processode desenvolvimento do plano de retomada devem seravaliados. Entre outros riscos, podem ser considerados: novossurtos e possíveis "retrocessos", infecções pelos própriosfuncionários, reivindicações de responsabilidade civil por afetara saúde dos trabalhadores, não conformidade com as normasvigentes (trabalho ou saúde), risco de reputação derivado dogerenciamento inadequado da retomada ou da interrupção deprocessos e serviços críticos.

Priorização de processos

A principal ação, e a partir da qual as estratégias de retomadaserão executadas, é a realização de uma classificação epriorização dos processos e serviços da empresa com base emdiferentes critérios, dentre os quais se recomenda analisar pelomenos a localização geográfica -atendendo critériosepidemiológicos-, a criticidade do processo ou serviço, o graude adaptação e desempenho do modelo de trabalho remoto, o

nível de segurança ou estabilidade do referido modelo (porexemplo, em termos de segurança tecnológica) e os custosassociados a ele.

Com objetivo de respeitar a priorização dos processos eserviços definidos e garantir os meios necessários para odesenvolvimento das diferentes fases do plano, será necessáriorealizar uma avaliação das capacidades exigidas em cada umdos diferentes eixos transversais (pessoas e organização,tecnologia, instalações, fornecedores e comunicação), tal comoserá analisado nas seções posteriores.

Definição da estratégia

Uma vez avaliados os aspectos acima mencionados (cenários,riscos e priorização), as empresas poderão escolher a estratégiade retomada que considerem mais adequada, definindo oconjunto de linhas de ação cujo resultado deve ser transferidopara um roteiro. Entre outras, essas linhas de ação devem seaprofundar nos seguintes aspectos:

Figura 3: exemplo ilustrativo de uma estratégia de retomada

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Fonte: elaboração própria.

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4 Fases e tempos de retomada.

4 Modelo de trabalho (presencial, remoto ou umacombinação de ambos).

4 Planos de ação e execução flexível diante de possíveiscenários de retorno.

4 Ambiente após a retomada (abordagem da situação pré-crise vs. evolução para um modelo futuro).

Esse roteiro acordado também deve incluir as medidasacordadas para cada um dos planos transversais, a fim degarantir as ações apropriadas que permitam organização elogística adequadas e garantir que os meios necessáriosestejam disponíveis.

Por fim, e para garantir o controle adequado da estratégiadefinida, recomenda-se estabelecer um modelo de reportingpara os comitês de governança de crises que permita omonitoramento e a avaliação contínuos do plano durante todoo processo de retomada.

Planos de retomada transversais

O objetivo dos planos transversais é garantir que os recursosdisponíveis em todos os momentos (humanos, tecnológicos emateriais) sejam suficientes para atender à estratégia deretomada definida e que exista uma comunicação fluida,interna e externa, que permita uma divulgação adequada dasações.

A seguir, são desenvolvidos os blocos relacionados aos

diferentes planos de ação transversais.

Organização e pessoas

A estratégia de retomada implica na determinação dacombinação apropriada de trabalho remoto e trabalhopresencial. Para isso, as empresas devem monitorarconstantemente o estado de saúde da força de trabalho e ograu de desempenho da mesma, com base no plano detrabalho estabelecido.

As linhas de ação a serem abordadas neste âmbito incluem osseguintes:

4 Realizar uma avaliação inicial do estado de saúde de toda aforça de trabalho. Em geral, será realizado o preenchimentode questionários elaborados pelo serviço de medicina dotrabalho da empresa. Esses questionários identificarãofatores de risco, como diagnóstico prévio de COVID-19,presença de sintomas nos últimos 14 dias, contato compessoas de uma das duas situações anteriores ou fatores derisco (grupos vulneráveis). A coleta de informações de saúdedeve ser realizada em estrita conformidade com osregulamentos locais de proteção de dados.

4 Implementação de metodologias com o objetivo de avaliarcontinuamente o estado de saúde das pessoas, como oregistro diário da ausência de sintomas ou tomada detemperatura pelo funcionário, a solicitação e realização detestes sorológicos pela empresa. Da mesma forma, énecessário definir o processo para obter esses dadosrelacionados à saúde, dependendo de onde são obtidos: i)centros médicos; ii) a própria empresa; ou iii) domicílio do

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Figura 4: âmbitos de atuação do plano de Organização e Pessoas

- situação pessoal; ou - os meios disponíveis para chegar ao local de trabalho.

4 Estabelecimento da estratégia organizacional que aempresa deve assumir durante o processo de retomada,com o objetivo de reduzir riscos no desenvolvimento daatividade presencial. Neste âmbito, o estabelecimento dehorários flexíveis, dias alternados ou jornadas intensivasdeve ser considerado para garantir a saúde dostrabalhadores através do distanciamento físico e temporal.

4 Gerenciamento das desigualdades que podem ser geradasentre os funcionários como resultado da estratégiaorganizacional (grupos de funcionários que são solicitados aretornar ao trabalho presencial em comparação comaqueles que permanecem remotamente) e coordenação enegociação com representantes de trabalhadores emconformidade.

4 Monitorar e gerenciar as exceções ou incidentes que foremproduzidos durante a reincorporação normal da força detrabalho (p.ex. preocupações dos empregados, dificuldadespara compatibilizar com compromissos familiares, etc.).

4 Definição e revisão de estratégias de dimensionamentoorganizacional em cada fase do processo de retomada.Durante o desenvolvimento do plano, as empresas devemavaliar medidas que foram tomadas anteriormente, comoregulamentação de empregos temporários ou permanentes,ou a flexibilidade de contratos e dias úteis para adaptá-los àsituação de retomada a qualquer momento.

4 Revisão de políticas e procedimentos internos sobre saúde edesempenho no trabalho (viagem, deslocamento para otrabalho, treinamento a distância, etc.), com o objetivo deajustá-los ao ambiente atual no trabalho remoto epresencial, resultando na criação de novos protocolos eguias de boas práticas.

4 Por fim, é conveniente que as empresas analisem acobertura das apólices, entre as quais, dada a situação,saúde e responsabilidade civil, se adaptem às circunstâncias.

funcionário.

4 Alto envolvimento do serviço de medicina do trabalho pararevisar situações de contágio caso a caso ou suspeita decontágio, além das diretrizes fornecidas pela empresa, a fimde fornecer ao funcionário instruções mais precisas deacordo com os critérios de saúde considerando sua situaçãopessoal e familiar.

4 Estabelecimento de um processo de tomada de decisãopara reincorporar grupos ao modelo presencial em cadafase, considerando a priorização de processos previamentedefinidos e os critérios de exclusão de grupos defuncionários, dentre os quais prevalecem: - patologias anteriores; - idade do trabalhador;

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Fonte: elaboração própria.

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Tecnologia

O plano tecnológico deve determinar os requisitos vinculados asoluções específicas para o gerenciamento do plano deretomada, a estabilidade no suporte aos processos, bem comoos requisitos em termos de sistemas e processos para suportaros novos requisitos do contexto de gerenciamento.

Nesse sentido, as linhas de ação a serem abordadas são:

4 Estabilização do modelo de trabalho remoto e suacompatibilidade com o modelo de assistência presencial,através de: - definição de medidas de estabilização e resiliência nascomunicações e nas infraestruturas tecnológicas e deinformação necessárias;

- fortalecer a segurança de equipamentos e comunicações,por meio do desenvolvimento e disseminação deprotocolos para trabalho remoto; e

- a revisão da estratégia tecnológica de retomada,considerando a possibilidade de mudanças frequentesno modelo de trabalho.

4 Adaptação dos sistemas e processos decorrentes demudanças nos requisitos regulatórios e/ou nasnecessidades de gerenciamento como consequência dapandemia (parametrizações, novos desenvolvimentos) emedidas governamentais, como suspensões de dívida eprocessos de retomada e impacto que estes últimos têmpara a empresa em termos de solvência e liquidez.

4 Implantação de soluções específicas e ferramentas digitais(apps) próprias ou de terceiros para protocolar e facilitar oautodiagnóstico dos funcionários, oferecer à empresainformações em tempo real sobre a saúde de seusfuncionários, fornecer orientações aos funcionários e emitirinstruções comunicações ágeis, estabelecer "passaportes"para autorizar a entrada de funcionários com base no nívelde saúde, funções de alerta automático para funcionáriosque tiveram contato próximo com outro trabalhador

Figura 5: âmbitos de atuação do plano de Tecnología Figura 6: plano de atuação de Instalações

infectado, funções de geolocalização no momento doautodiagnóstico etc.

Instalações

A gestão dos espaços em termos de medidas sanitárias e desegurança é indispensável para que seja possível o retornopresencial dos funcionários. Portanto, o plano de instalaçõesdeverá garantir a gestão dos espaços em termos de segurança ecumprimento das medidas sanitárias estabelecidas pelasautoridades, além daquelas consideradas adequadas pelaAdministração da empresa.

As linhas de ação que devem ser abordadas em relação àsinstalações são limitadas aos quatro eixos fundamentais aseguir:

4 Gerenciamento dos espaços necessários de acordo com apriorização de processos e serviços, abrangendo:- edifícios dos Serviços Centrais; - escritórios e instalações comerciais; e - espaços comuns em qualquer conjunto de edifícios,como salas de conferências, salas de jantar, elevadores,banheiros, veículos compartilhados, etc.

4 Avaliação e estabelecimento das medidas de segurançanecessárias para adaptar os espaços através de: - separações físicas; - redução da capacidade permitida; - controles de acesso; - aumento da ventilação; e - a desativação de áreas nãp essenciais para uso coletivo(por exemplo, salas de jantar).

Além disso, e se necessário, as empresas podem exigir arealocação ou condicionamento de espaços.

4 Revisão da adequação das cadeias logísticas para forneceraos funcionários o material necessário e de qualidade (luvas,géis hidroalcoólicos, máscaras faciais, telas, óculos deproteção etc.) para cumprir as medidas sanitárias.

Fonte: elaboração própria. Fonte: elaboração própria.

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4 Reforço das medidas sanitárias com foco na revisão deprotocolos de limpeza e desinfecção."

Fornecedores

Para priorizar a proteção dos funcionários, é necessário que asempresas abordem a reincorporação de serviços defornecedores com o mesmo rigor e cuidado com os quais ospróprios trabalhadores são atendidos.

As linhas de ação a serem abordadas no campo de fornecedoressão, entre outras, as seguintes:

4 Definição de um plano detalhado para a reincorporação defornecedores, com foco em: - priorização de processos e serviços críticos e seudesenvolvimento ou não em nossas próprias instalações;

- a revisão de novas necessidades decorrentes das açõestomadas no plano de retomada;

- a seleção de novos fornecedores críticos (materialsanitário, limpeza, transporte, etc.); e

- análise de possíveis rompimentos na cadeia de valor,identificando causas e possíveis soluções.

4 Comunicação com os fornecedores do plano de retomadada empresa para que eles possam entender o impacto queisso tem sobre suas atividades e a solicitação e análise doplano de retomada dos próprios fornecedores. Da mesmaforma, as medidas de saúde e segurança a serem seguidasdevem ser coordenadas com os fornecedores,principalmente quando envolvem contato com funcionáriosda própria empresa.

4 Supervisão contínua da estabilidade da cadeia de

suprimentos e Acordos de Nível de Serviço (SLAs, do inglêsService Level Agreement) e definição de medidas de açãopara possíveis incidentes que possam afetá-lo.

4 Finalmente, a empresa deve monitorar a situação desolvência e liquidez de seus fornecedores, para garantir acontinuidade do serviço e, em determinados casos, apoiaros fornecedores solventes com problemas pontuais deliquidez, empreendendo ações tais como adiantar ospagamentos.

Comunicação

Em uma situação de crise como a atual, estabelecer umaestratégia de comunicação correta com os funcionários e com omercado é essencial para transmitir confiança e gerenciaradequadamente todas as fases do plano de retomada.

Para atender ao exposto, o plano transversal deve estabelecerdiferentes linhas de ação para comunicação interna(funcionários) e comunicação externa (mercados eautoridades), como as descritas nos seguintes blocos:

Comunicação interna

4 Divulgação do plano completo de retomada, incluindo:fases estabelecidas, medidas de saúde e segurança edemais ações transversais contempladas.

4 Desenvolvimento de um plano de comunicação contínuacom o objetivo de transmitir tranquilidade para osfuncionários, emitindo notas informativas sobre o estadodo meio ambiente e da empresa, bem como o progresso nopróprio plano de retomada.

Figura 7: áreas de atuação do plano de Fornecedores

Fonte: elaboração própria.

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Figura 8: áreas de atuação do plano de Comunicação

4 Definição de indicadores para medir a conformidade com osprotocolos de saúde e desenvolvimento de um modelo paraa escalada de incidentes com foco especial nos de naturezasanitária.

Comunicação externa

4 Estabelecimento de um canal de comunicação parainteração contínua com as autoridades, especialmente asautoridades reguladoras e de saúde de cada setor denegócios, dependendo da empresa.

4 Estabelecer uma estratégia de comunicação com o clienteorientada tanto a explicar a estratégia de retomada daempresa (p.ex. novos canais presenciais que vão sendohabilitados), quanto as medidas especiais de proteção ehigiene adotadas, com o objetivo de prover uma sensaçãode segurança no consumo dos produtos ou serviços.

4 Definição de uma estratégia de comunicação que garantatransparência, definindo os canais de comunicação(comunicação através de redes sociais, presença na mídia),bem como o conteúdo que é objeto da comunicação.

4 Estabelecimento de comunicação transparente e valiosapara o mercado, como notas informativas, documentosatuais, medidas de responsabilidade social corporativaadotadas, etc.

4 Comunicação aos clientes das medidas adotadas por meiodo plano de retomada que lhes seja de interesse, quanto aostatus dos serviços prestados ou às medidas de segurançaestabelecidas.

Fonte: elaboração própria.

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Considerações finais

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É uma reflexão habitualmente ampliada que gerenciar oprocesso de retomada, tanto para governos quanto para asociedade em geral, envolve maiores riscos e uma dificuldadede gerenciamento significativamente superior. Seu sucesso seráamplamente determinado, além do esforço da comunidadecientífica na busca de uma cura, pelo nível de maturidade doscidadãos e pela responsabilidade dos agentes econômicos deusar dos âmbitos de liberdade de movimento que eles irãorecuperar gradualmente.

A estratégia de retomada de cada empresa responderá demaneira particular ao tipo de produto ou serviço fornecido e aonível de risco percebido pelas autoridades para odesenvolvimento dessa atividade (dependendo da exposição acontatos sociais).

Da mesma forma, o ritmo em que a retomada ocorre serádefinido pela evolução da demanda (incluindo a adaptação àsnovas expectativas dos clientes). Neste sentido, as empresasdeverão estabelecer ações para a reativação da demanda,revisando as estratégias de promoção e preço e financiandoclientes solventes e com dificuldades de liquidez.

Os desafios que as empresas enfrentam nessa fase sãoaltamente relevantes, na medida em que devem garantir asegurança dos funcionários, garantir a continuidade dasoperações e a estabilidade financeira (própria e da cadeia devalor), e ao mesmo tempo, enfrente novos requisitos, restriçõesou políticas regulatórias que podem impactar o plano denegócios e levar a novas mudanças.

Além disso, além de gerenciar adequadamente o período detransição, as organizações devem visualizar quais característicaso novo ambiente terá para se adaptar às mudançasprovavelmente significativas. Por exemplo, na percepção dasaúde, no desenvolvimento de atividades e consumo em casa,no consumo digital, etc., que, como consequência da pandemia,estará aqui para ficar.

Alguns dos principais aspectos a serem revisados pelasdiferentes empresas para garantir uma transformação adequadade seu modelo de negócios adaptado ao ambiente que existirá,mesmo após o controle da pandemia, são os seguintes:

No âmbito da organização e pessoas:

4 As empresas devem realizar uma avaliação remota dotrabalho em termos de produtividade e custos, benefíciospara o funcionário e a sociedade em geral. Com base na suaavaliação, deve refletir sobre as condições sob as quais otrabalho remoto deve ser realizado para ser eficaz (prazossemanais recomendados, ambiente físico, capacidadestecnológicas, ambiente de trabalho, mecanismos decontrole de desempenho etc.).

4 Da mesma forma, as empresas devem avaliar odimensionamento futuro de acordo com as expectativas dedemanda no cenário pós-pandemia, bem como as

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mudanças observadas nos processos e políticas (maiorflexibilidade, revisão do modelo de remuneração ebenefícios sociais, gestão de autonomia dos funcionários)como resultado de sua gestão.

No âmbito tecnológico:

4 As empresas devem revisar sua priorização do portfólio deprojetos para enfrentar a restrição orçamentária quase certae, dentro dessa priorização, levar em conta novos critérios(objetivos do projeto para promover resiliência ou melhorara eficiência, alinhamento com o novo ambiente mais difícil,impacto no trabalho remoto etc.).

4 Ao priorizar os investimentos a serem realizados, éespecialmente relevante a avaliação da arquiteturatecnológica para adaptação a um ambiente que apresentaránovas preferências do cliente em seu modelo derelacionamento (promoção e otimização de canais on-line emodelo digital de negócios), novas maneiras de trabalharem formato telemático e risco de possíveis novas epidemias.

4 A resiliência da infraestrutura tecnológica a possíveis novascrises, pandêmicas ou não, pode levar à revisão de planostécnicos de contingência e, por extensão, planos decontinuidade de negócios.

No âmbito de instalações:

4 As empresas devem revisar o modelo atual e sua adaptaçãoa novos ambientes de trabalho e estar preparados parapossíveis crises ou surtos, avaliando vantagens edesvantagens da concentração de funcionários em edifícioscorporativos, da existência de instalações de backup ou daredistribuição espacial de processos, crítico para que nãocoincidam no mesmo edifício.

No âmbito das relações com os fornecedores:

4 As empresas terão que reavaliar sua estratégia deterceirização de acordo com as lições aprendidas duranteesta crise (abordagem geográfica, internalização decomponentes da cadeia de valor, identificação de novosfornecedores críticos, etc.).

4 Da mesma forma, a resiliência dos fornecedores deve serrevisada, o que pode dar origem a novos requisitos paraadaptar seus planos de continuidade de negócios a seremaprovados como fornecedores da empresa.

4 As lições aprendidas com a pandemia podem levar afornecedores críticos que não eram críticos anteriormente(por exemplo, limpeza e saneamento).

4 Finalmente, o novo ambiente econômico determinará anecessidade de identificar novas medidas de contenção decustos, o que possivelmente levará à renegociação decontratos e à busca de fornecedores alternativos.

Por fim, em relação à Comunicação:

4 As empresas devem manter comunicação com asautoridades competentes sobre as lições aprendidas para ogerenciamento de novas crises de saúde como resultadodos eventos, bem como as medidas de prevenção econtingência consideradas permanentes.

4 Consequentemente, com base em novas percepções sociaisoriginadas como resultado da pandemia, as empresas terãoque revisar o perfil em relação aos critérios ASG (ambiental,social e de governança), a fim de garantir seu alinhamentocom as expectativas do novo ambiente.

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