cos experiencias exitosas experiencias2

18

Upload: fernandatoussaint

Post on 24-May-2015

1.073 views

Category:

Documents


9 download

TRANSCRIPT

Page 1: Cos experiencias exitosas   experiencias2

1

Page 2: Cos experiencias exitosas   experiencias2

2 3

Macro Centro Sul Macro Leste do Sul04

05

08

11

12

14

16

20

22

Presidente Mauro Guimarães Junqueira - SMS São LourençoVice-presidente Moacir Teixeira Rosa Soares - SMS GuanhãesSecretário Geral Silma de Lourdes Oliveira - SMS Carbonita1º Secretário Michele Pereira dos Santos Barcelos - SMS Inimutaba1º Tesoureiro José Márcio Zanardi - SMS Luz2º Tesoureiro Douglas Moreira Dias - SMS MachadoConselho Fiscal 1 Gilmar Ferreira da Costa - SMS Coronel PachecoConselho Fiscal 2 José Raimundo Dias - SMS PradosConselho Fiscal 3 Danilio Clessio Ferreira - SMS Alvorada de MinasConselho Fiscal Rogério Geraldo Pontes - SMS DiamantinaConselho Fiscal Farley Eleandro Costa - SMS Santo Antônio do RetiroConselho Fiscal Valdemar Hial - SMS UberabaCONARES Eurípedes Tobias - SMS ParacatuCONARES Geovani Ferreira Guimaraes - SMS Barão de CocaisCONARES Valdson José de Rezende - SMS PiraporaCONARES Eduardo Caldeira de Souza Penna - SMS Contagem

CES Elizabeth Rodrigues Pereira - SMS Antônio CarlosCES Tarcília Rodrigues Fernandes - SMS Itamarati de MinasCIBE Mauro Guimarães Junqueira - SMS São LourençoCIBE Marcelo Gouvea Teixeira - SMS Belo HorizonteCIBE Laerte Matheus - SMS NinheiraCIBE Geraldo Cesar Bastos Destro - SMS ManhumirimCIBE Marcos Rogério de Paula Oliveira - SMS São Sebastião do ParaísoCIBE Rubens de Almeida Castro - SMS Coronel FabricianoCIBE Lara Jamille Silveira Silva - SMS PorteirinhaCIBE Suplente Edson Alves de Oliveira - SMS Engenheiro CaldasCIBE Suplente Eduardo Tertuliano Oliveira Santos - SMS Teófilo OtoniCIBE Suplente Maria de Lourdes de Morais Silva - SMS ItajubáCIBE Suplente Giselly Gianini Pelegrini - SMS AlfenasCIBE Suplente Junio de Araujo Alves - SMS BrumadinhoCIBE Suplente Geraldo Delgado Moreira Junior - SMS Pedro TeixeiraCIBE Suplente Cristiane Inês de Carvalho - SMS Alfredo Vasconcelos

Diretoria Biênio 2011-2012

Presidentes Regionais COSEMS Regional AlfenasCOSEMS Regional BarbacenaCOSEMS Regional Belo HorizonteCOSEMS Regional Coronel FabricianoCOSEMS Regional DiamantinaCOSEMS Regional DivinópolisCOSEMS Regional Governador ValadaresCOSEMS Regional ItabiraCOSEMS Regional ItuiutabaCOSEMS Regional Juiz de ForaCOSEMS Regional LeopoldinaCOSEMS Regional Macro Leste do SulCOSEMS Regional Macro Norte de MinasCOSEMS Regional PassosCOSEMS Regional Patos de MinasCOSEMS Regional Pedra AzulCOSEMS Regional Pouso AlegreCOSEMS Regional São João Del ReiCOSEMS Regional Sete LagoasCOSEMS Regional Teófilo OtoniCOSEMS Regional UbáCOSEMS Regional UberabaCOSEMS Regional UberlândiaCOSEMS Regional UnaíCOSEMS Regional Varginha

Douglas Moreira Dias - SMS MachadoElizabeth Rodrigues Pereira - SMS Antônio CarlosJunio de Araujo Alves - SMS BrumadinhoRubens de Almeida Castro - SMS Coronel FabricianoSilma de Lourdes Oliveira - SMS CarbonitaMárcia Aparecida Nogueira Pivato - SMS CandeiasEdson Alves de Oliveira - SMS Engenheiro CaldasGeovani Ferreira Guimaraes - SMS Barão de CocaisMiguel Ângelo de Oliveira Ribeiro - SMS Santa VitóriaKely Cristina dos Santos - SMS GoianáTarcília Rodrigues Fernandes - SMS Itamarati de MinasGeraldo Cesar Bastos Destro - SMS ManhumirimLaerte Matheus - SMS NinheiraJosé Garcia de Faria - SMS Vargem BonitaLeandra de Fátima Silva Costa - SMS Carmo do ParanaíbaArlan Ferreira Lima - SMS Santo Antônio do JacintoNádia Maria dos Santos Pádua - SMS Borda da MataJosé Raimundo Dias - SMS PradosMichele Pereira dos Santos Barcelos - SMS InimutabaOtávio Ferreira Neto - SMS PotéReginaldo Furtado de Carvalho - SMS Rio PombaValdemar Hial - SMS UberabaJoana Pereira de Oliveira - SMS GrupiaraEuripedes Tobias - SMS ParacatuHermógenes Vaneli - SMS Santana da Vargem

ApoiadoresAlfenasBarbacenaBelo HorizonteCoronel FabricianoDiamantinaDivinópolisGovernador ValadaresItabiraItuiutabaJuiz de ForaLeopoldinaMacro Leste do SulMacro Norte de Minas

Douglas Moreira Dias - MachadoElizabeth Rodrigues Pereira - Antônio CarlosJunio de Araujo Alves - BrumadinhoRubens de Almeida Castro - Coronel FabricianoSilma de Lourdes Oliveira - CarbonitaJosé Márcio Zanardi - LuzEdson Alves de Oliveira - Engenheiro CaldasGeovani Ferreira Guimarães - Barão de CocaisMiguel Ângelo de Oliveira Ribeiro - Santa VitóriaKely Cristina dos Santos - GoianáTarcília Rodrigues Fernandes - Itamarati de MinasGeraldo Cesar Bastos Destro - ManhumirimLaerte Matheus - Ninheira

PassosPatos de MinasPedra AzulPouso AlegreSão João Del ReiSete LagoasTeófilo OtoniUbáUberabaUberlândiaUnaíVarginha

José Garcia de Faria - Vargem BonitaLeandra de Fatima Silva Costa - Carmo do ParanaíbaArlan Ferreira Lima - Santo Antônio do JacintoNádia Maria dos Santos Pádua - Borda da MataJosé Raimundo Dias - PradosMichele Pereira dos Santos Barcelos - InimutabaOtávio Ferreira Neto - PotéReginaldo Furtado de Carvalho - Rio PombaValdemar Hial - UberabaJoana Pereira de Oliveira - GrupiaraEurípedes Tobias - ParacatuHermógenes Vaneli - Santana da Vargem

Diretoria e COSEMS Regionais ÍNDICE

Macro Centro Macro Oeste

Macro Triângulo Sul Macro Sudeste

Macro Noroeste Macro Sul

Macro Nordeste

04

0508

1112

1416

2022

Page 3: Cos experiencias exitosas   experiencias2

4 5

Macro Centro

Medidas eficientes e apoio da população reduzem 98,5% dos casos da doença

Práticas de comunicação, mobilização social e participação popular. Foram essas medidas, aliadas ao esforço de diversos setores do Governo, de profissionais de saúde e do empenho dos agentes comunitários que João Monlevade conseguiu uma redução de 98,5% dos casos de dengue em 2011, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em 2010 foram confirmados por sorologia, até o mês de junho, 1.191 casos da doença, sendo 1.183 casos de dengue clássica e oito casos de dengue com complicações. Já em 2011 foram 18 ocorrências, mas nenhuma apresentou complicações.

A queda desse percentual é resultado das várias atividades desenvolvidas pelo município para envolver e sensibilizar todos os seguimentos da população, como o material educativo “Dengue em 10 lições”, contendo informações sobre o mosquito Aedes Aegypti que foi distribuído nas escolas. Foi implantado o Monitoramento Inteligente da Dengue “MIDengue” e “MIVírus” para detectar a presença do vetor e do sorotipo circulante através da inspeção semanal de armadilhas de depósito de óvulos. Profissionais da área de saúde como médicos, enfermeiros e agentes de endemias foram capacitados. Além disso, foram confeccionadas faixas indicando os bairros de maior incidência de casos e focos da dengue com o objetivo de buscar o apoio da comunidade na eliminação dos seres inservíveis como latas, garrafas pets e pneus, que servem de criadoura para o mosquito, entre outras medidas.

O líder comunitário, Valdir Martins, contou que a situação do município estava crítica antes do trabalho de mobilização que foi realizado. De acordo com ele, alguns conhecidos até chegaram a contrair dengue mais de uma vez. ”Era muito lixo, entulho e água parada em várias casas. Junto com cerca de 20 voluntários percorremos todos os bairros da cidade

divulgando informações e estimulando a participação ativa delas na eliminação dos possíveis focos da doença em suas residências. Juntamos um caminhão de lixo”, comentou.

Segundo a coordenadora da Divisão de Vigilância em Saúde de João Monlevade, Kátia Guimarães, embora o município tenha atingido sua meta, as ações de prevenção não podem ser amenizadas. “É fundamental a manutenção dessa parceria para que em 2012 e nos anos seguintes a cidade esteja livre da dengue. Circulam no município três sorotipos do vírus que associado às condições ambientais, como as altas temperaturas e chuvas intensas no verão, permitem a proliferação do mosquito”, explicou.

Curiosidade

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Programas essencialmente centrados no combate químico, com pouca ou mesmo nenhuma participação da comunidade e com pequena utilização de medidas epidemiológicas, mostraram-se incapazes de conter esse vetor que possui alta capacidade de adaptação ao novo ambiente criado pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos de consumo.

Autores da experiência: Kátia Reis Guimarães - coordenadora da Divisão de Vigilância em Saúde de João MonlevadeSuélen Cota Torres – coordenadora da Atenção Básica da Secretaria de Saúde de João MonlevadePolliana A. Prandini de Assis – secretária municipal de Saúde de João MonlevadeAutora da matéria: Fernanda ToussaintCrédito da foto: Assessoria de Comunicação de João Monlevade

Município contra a DengueJOÃO MONLEVADEJovens longe das drogas

CONGONHAS

Congonhas mostra como a informação, o esporte e a arte podem ser fortes aliados no combate às drogas

Com a finalidade de informar aos jovens, principalmente de 11 a 18 anos, sobre os perigos do mundo das drogas, o município de Congonhas realiza, desde 2010, um trabalho de conscientização apresentando alternativas para que os indivíduos vivam de forma plena. O projeto, que envolve saúde, educação, assistência social e comunidade, buscou preencher o tempo ocioso dos jovens por meio da dança, leitura, pintura, poesia, esportes e com informações sobre as consequências desse vício.

Entre as ações de mobilização adotadas pelo município a ornamentação do coreto, localizado na praça Dom Oscar, chamou a atenção da população. A iniciativa buscou fazer uma alusão das drogas com as cores do semáforo: vermelha (pare), amarela (atenção) e verde (siga em frente). A fase verde mostrou como é o cotidiano do jovem sem as drogas, plenamente integrado à sociedade. Na fase amarela enfatizou-se o estado de alerta, pois é aí que reside o primeiro contato, a curiosidade e as más companhias. Na fase vermelha mostrou o jovem mergulhado no vício, doente, excluído e necessitando de ajuda.

O estudante Luis Eduardo Pereira Martins, 15 anos, contou que o projeto é uma boa maneira para que os jovens adquiram conhecimentos sobre as drogas. “Achei a iniciativa muito legal, uma vez que nos alertou dos perigos dessas substâncias. Muitas pessoas acham que se experimentarem drogas apenas uma vez ou então de vez em quando não irão se viciar, mas isso não é verdade”, afirmou.

De acordo com a referência técnica do PSF Residencial da Secretaria Municipal de Saúde de Congonhas, Bianca Kelly dos Santos Diniz, “as ações implementadas colaboraram na sensibilização dessa parcela mais vulnerável

da comunidade, que são os jovens, quanto à viagem muitas vezes sem volta ao universo das drogas. O conhecimento liberta e fornece as pessoas a possibilidade de escolhas mais acertadas para a construção do seu futuro”, salientou.

O trabalho desenvolvido contribuiu também para o aperfeiçoamento e a interação entre os membros das equipes interdisciplinar e intersetorial e ao mesmo tempo demonstrou que a ação conjunta dos atores envolvidos pode fazer a diferença na abordagem da comunidade. “A magnitude do alcance social que se reflete na melhoria da qualidade de vida, fortalecimento dos vínculos sociais, promoção de saúde e inclusão melhorou o processo de trabalho e o bom entrosamento entre os profissionais que desenvolveram as habilidades de planejamento das ações, divisão de tarefas, compromisso e espírito solidário, somando os diferentes saberes em prol de um objetivo comum”, contou Bianca.

Autores da experiência: Bianca Kelly dos Santos Diniz – referência técnica do PSF Residencial da Secretaria Municipal de Saúde de CongonhasJuscelino Jose Ribas – enfermeiro assistencial do PSF Residencial da Secretaria Municipal de Saúde de CongonhasGláucia Moreira Zebral – enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de CongonhasAngélica Braga – dentista da Secretaria Municipal de Saúde de CongonhasCláudia Nicolau – nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde de Congonhas

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Bianca Kelly dos Santos Diniz

Macro Centro Sul

Page 4: Cos experiencias exitosas   experiencias2

6 7

Secretaria de Saúde de Mateus Leme qualifica trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde

Elaborado a partir da necessidade de melhorar e fortalecer o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de Mateus Leme, a prefeitura do município tem investido cada vez mais na capacitação desses profissionais. Palestras realizadas em um primeiro momento a cada 15 dias e posteriormente pelo menos uma vez por mês, com duração de quatro horas, foram ministradas por uma ampla equipe de profissionais com o objetivo de abordar temas de diversos setores da saúde pública como vigilância sanitária, epidemiologia, imunização, controle social, direito e saúde, doenças transmissíveis e do trabalhador, assistência farmacêutica, urgência e emergência, regulação, garantindo assim a integralidade da atenção no processo de saúde.

Os principais problemas detectados pelo município nesses profissionais foram a carência de determinados conhecimentos técnicos relativos à saúde pública, pouca motivação com o trabalho e a diminuição da identidade profissional e responsabilização social. De acordo com a secretária Municipal de Saúde Adjunta de Mateus Leme, Maria Emília Rocha, a educação permanente é um recurso pedagógico para a formação e o desenvolvimento do profissional. “Nosso objetivo com essa proposta foi oferecer conhecimentos científicos aos agentes sobre as questões que eles atuam para que pudessem promover uma saúde de melhor qualidade no âmbito domiciliar e comunitário”, esclareceu.

A coordenadora da Atenção Básica da Secretaria de Saúde de Mateus Leme, Juliana Mara Lima, contou que foram vários os resultados positivos obtidos com a capacitação. “A atuação dos agentes comunitários

passou a ser mais comprometida em relação ao processo de trabalho e com a comunidade. Houve uma melhora da qualidade da assistência e humanização. Maior participação, resolutividade e comprometimento nas ações desempenhadas. Os agentes passaram a ter uma reflexão mais crítica sobre as ações de saúde, uma vez que se tornou um profissional mais habilitado para planejar, organizar, desenvolver e avaliar as necessidades de sua comunidade.”

Segundo a ACS e aluna do curso, Apoena Tanisia Melo Peruci, “a teoria demonstrou a importância do nosso trabalho para a saúde da sociedade. Quanto mais profundamente entendermos sobre as doenças e sua forma de prevenção mais pessoas conseguiremos ajudar”, declarou.

Os ACS são essenciais para o SUS e preenchem uma lacuna entre o Estado e a comunidade. Suas ações de solidariedade e responsabilidade social corporativa são fundamentais nas políticas de saúde características da nova forma de sociabilidade.

Autor da experiência: Maria Emília Rocha - secretária municipal de Saúde Adjunta de Mateus Leme

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Kildary Medeiros

Macro Centro

População de São Domingos do Prata se exercita para se manter saudável

A prática regular da atividade física aliada a uma boa

alimentação é essencial para a saúde e a qualidade de vida. Ela favorece a prevenção de doenças e problemas como o diabetes, colesterol alto, pressão arterial, triglicéris, glicose do sangue, além de controlar o peso. Foi pensando nisso que o Município de São Domingos do Prata criou o Núcleo de Apoio à Saúde da Família Viver Bem (NASF Viver Bem). Formando a equipe estão profissionais das mais diversas áreas da saúde como terapeutas ocupacionais, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas.

As atividades físicas são direcionadas a adultos e idosos. Durante as aulas, que são realizadas de uma a duas vezes por semana em espaços públicos, centros comunitários e clube poliesportivo, os alunos realizam exercícios de alongamento muscular, dança, relaxamento, hidroginástica e caminhada orientada. Entretanto, assim que aderem ao projeto são submetidos à avaliação física e nutricional.

Iraci Souza Matos, 62 anos, disse que depois que entrou no grupo passou a ser uma pessoa mais ativa e alegre. “Além de ter melhorado minha coordenação motora, autoestima, dores na coluna, exames e ter perdido peso, desde que entrei para o projeto passei a me comunicar mais com as pessoas, a sair mais de casa e fiz novas amizades. Tornei-me uma pessoa mais saudável e hoje vivo de bem com a vida”, destacou.

Segundo a educadora física do NASF, Flavia Maria Domingues, a atuação do profissional de educação física na saúde foi uma conquista de grande relevância para a população. “A preocupação com a melhora da qualidade de vida das pessoas está presente em todas as ações do profissional de educação física. Após a implantação do NASF, os participantes reconheceram a importância da atividade física”, esclareceu.

A secretária municipal de saúde de São Domingos do Prata, Maria da Luz Aparecida Garcia Silva, contou que atreladas a esse grupo estão as atividades de nutrição e bem estar psíquico que colaboram para o sucesso do programa. “A preocupação com a melhoria da qualidade de vida das pessoas está presente em todas as ações do profissional de Promoção de Saúde e Qualidade de Vida. Após a implantação do NASF e conseqüentemente das práticas corporais percebem-se hoje nos grupos pessoas mais felizes e com uma melhor coordenação motora e flexibilidade corporal. Além disso, houve uma ampliação do convívio social e da preocupação com um envelhecimento ativo e saudável. Outro ponto positivo foi a percepção do usuário de que ele é um ser ativo e que a mudança só ocorre à partir de sua participação no processo e incorporação de hábitos saudáveis de vida”, explicou Maria da Luz.

A formação dos grupos teve início em abril de 2010 por meio do trabalho de divulgação realizado pelos agentes comunitários de saúde e nas reuniões de hiperdia. O projeto atende a 100% da Equipe de Saúde da Família (ESF) do município. O educador físico do NASF conta ainda com a colaboração dos agentes comunitários e técnicos de enfermagem, além de lideranças comunitárias para realizar o trabalho de multiplicadores.

Autores da experiência: Fernanda Pires Gonçalves - coordenadora do NASFFlávia Maria Domingues - educadora físicaMaria da Luz Aparecida Garcia Silva - secretária municipal de Saúde de São Domingos do PrataAutora da matéria: Fernanda ToussaintCrédito da foto: Assessoria de Comunicação de São Domingos do Prata

Saúde e bem estarSÃO DOMINGOS DO PRATA

Macro Centro

Capacitação permamenteMATEUS LEME

Page 5: Cos experiencias exitosas   experiencias2

8 9

Gestão participativaSACRAMENTO

Pré-conferências realizadas pelo município aproximam a sociedade das decisões da saúde

Para garantir a participação popular na tomada de decisões da política da saúde, há alguns anos, o município de Sacramento, localizado na região sudeste do Estado de Minas Gerais, criou as pré-conferências. A experiência se tornou um importante mecanismo na construção de uma política pública centrada nas reais necessidades da população.

Moisés dos Reis, morador da comunidade rural Santa Bárbara, em Sacramento, ressaltou a importância de o usuário participar das pré- conferências. “São nelas que nascem as propostas que serão discutidas na Conferência de Saúde. Têm pessoas que reclamam do Sistema Único de Saúde (SUS), mas nem sabem como ele funciona”.

Para o assessor da Superintendência Municipal de Saúde de Sacramento, Edward Meirelles, a possibilidade de a própria população poder decidir sobre as prioridades de investimentos estimula a organização da sociedade, além de permitir um maior engajamento político. “Obtivemos a aprovação de 93 propostas nas pré-conferências que passaram a fazer parte do Plano Municipal de Saúde 2009-2013. Esse modelo proporcionou uma melhor gestão dos recursos destinados à saúde em nosso município, uma vez que houve a inversão de prioridades dos investimentos em benefício da maioria da população, o que melhorou a saúde como um todo”, pontuou.

As demandas levantadas são agrupadas por temas e compõem o relatório de propostas a ser votado pela plenária da Conferência Municipal de Saúde. Depois de aprovadas, as sugestões passam a ser instrumento do gestor municipal, técnicos, prestadores de serviços, agentes políticos, enfim, de todos os poderes constituídos.

O conhecimento das demandas pela comunidade

é um fator essencial para a efetividade e qualidade da saúde segundo a Superintendente Municipal de Saúde de Sacramento, Elisangela Aparecida Felipe. “As pré-conferências, que acontecem a cada dois anos, criam espaços para que os usuários discutam, avaliem e definam propostas para a política pública municipal de saúde, além de eleger os delegados representantes dos usuários para a Conferência Municipal de Saúde e os candidatos do Conselho Municipal de Saúde. Acredito também que para que as políticas de saúde sejam cada vez mais efetivas precisamos construí-las tendo a comunidade como sujeito atuante, sendo ouvida e considerada nesse processo”, explicou.

Garantia constitucional

A gestão democrática está assinalada na Constituição Federal de 1988 que fala da democracia participativa. Ela cria instrumentos para o exercício popular por meio da descentralização que inclui formas não hierarquizadas de discussão, tomada de decisão e implementação de ações às principais fontes de recursos.

Autores da experiência: Elisangela Aparecida Felipe – superintendente municipal de Saúde de SacramentoEdward Meirelles de Oliveira – assessor da Superintendência de Saúde de Sacramento

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Superintendência Municipal de Saúde

Macro Triângulo do Sul

Município de Ibiá desenvolve atividades para prevenir doenças

Sedentarismo, sobrepeso, obesidade e estresse. Esses são os principais vilões das doenças cardíacas, diabetes, hipertensão e até alguns tipos de câncer. De acordo com dados divulgados pela Or-ganização Mundial de Saúde (OMS), atualmente são mais de 300 milhões de pessoas acima do peso no planeta. Já no Brasil, 40% da população têm excesso de peso, e de 10% a 15% são obesas.

Foi levando em consideração esse contexto que o município de Ibiá desenvolveu o projeto Viver Melhor. Tendo como objetivo principal as mudanças de hábitos da saúde, reduzir a vulnerabilida-de e os riscos de agravos não notificáveis, a iniciativa promoveu a melhoria da qualidade de vida da população através do combate ao sedentarismo, incentivo à alimentação saudável e ao lazer.

As atividades, que acontecem de segunda-feira a sexta-feira, desde 2009, trouxeram vários benefícios. Viabilizou a participação dos jovens e crianças em atividades físicas diá-rias despertando-os para uma vida mais saudável, bem como a prática do esporte. Além disso, levou a população a adquirir hábitos alimentares mais saudáveis, além de ter facilitado seu acesso à informação sobre doenças e exercícios.

Iara Evarista Godinho, 35 anos, que frequenta as aulas duas vezes na semana, contou que conseguiu controlar a pres-são arterial e glicemia através do projeto. “Fiquei sabendo que minha pressão e glicose estavam alteradas por meio do projeto. Se não existisse o programa continuaria a ser uma pessoa se-dentária e nem sei se teria conseguido controlar a pressão e a taxa de açúcar”, destacou.

Segundo a coordenadora do projeto Viver Melhor, Môni-ca Aparecida Pimenta, o projeto foi organizado em três etapas. “Na primeira fase foi definido a estratégia de sensibilização dos profissionais e planejamento das atividades propostas. Tam-bém foi realizada uma conscientização dos benefícios do proje-to através de rádio, carro de som, panfletos, divulgação dentro

dos grupos operativos existentes (hipertensos e diabéticos) e visitas dos agentes comunitários. Na segunda fase a população passou por avaliação fisioterápica, nutricional e física, e após esta etapa, os participantes foram distribuídos nas atividades que encaixavam melhor com o seu perfil. Por fim, na terceira fase, foi dado início as atividades propostas junto com o acom-panhamento do profissional habilitado”, disse.

O secretário de Saúde de Ibiá, Ivan José da Silva, esclare-ceu que todas as ações são desenvolvidas a nível municipal e têm como território às áreas cobertas pela Estratégia Saúde da Família (ESF). “Tivemos o cuidado de desenvolver, de acordo com os perfis de cada grupo, um tipo específico de atividade. Para as pessoas com sobrepeso, por exemplo, foram elaboradas atividades que atendessem melhor a esse perfil, assim como para as hipertensas, entre outras”, finalizou.

SedentarismoPessoas que não realizam atividades físicas e que perdem

poucas calorias durante a semana são consideradas sedentárias ou com hábitos sedentários. Essa característica atinge atualmen-te cerca de 70% da população mundial segundo a OMS.

A atividade física, além de melhorar a qualidade de vida dos que apresentam alguma doença, também contribui para diminuir o aparecimento de sequelas. E mais, reduz o uso de medicamentos e o número de internações gerando economia aos cofres públicos.

Autores da experiência: Ivan José da Silva - secretário de Saúde de IbiáAngélica Ayko kirita Palmieri - chefe de Gestão da Secretaria de Saúde de IbiáMônica Aparecida Pimenta – coordenadora do Projeto Viver MelhorPatrícia Massuda - coordenadora da Vigilância em Saúde de IbiáAutora da matéria: Fernanda ToussaintCrédito da foto: Assessoria de Comunicação de Ibiá

Macro Triângulo do Sul

A prevenção é o melhor remédioIBIÁ

Page 6: Cos experiencias exitosas   experiencias2

10 11

Fim das filas para atendimento especializadoUBERABA

Agendamento de procedimentos médicos por telefone leva aos uberabenses atendimento mais humanizado

Desde 2010, a população de Uberaba não precisa se dirigir as Unidades Básicas de Saúde (UBS), após passar por uma consulta médica, para agendar exames ou outros procedimentos médicos. Basta realizar uma ligação para a central de atendimento da Secretaria Municipal de Saúde, que um atendente realiza a marcação. O projeto Agendamento Eletrônico de Consultas e Exames Especializados, formulado pela Prefeitura de Uberaba, nasceu com o objetivo de eliminar todo o desgaste, frustação e insatisfação do usuário quanto ao acesso à assistência especializada.

De acordo com a moradora de Uberaba, Dauana Oliveira Diniz, desde que o sistema foi implantado o atendimento da saúde melhorou muito no município, já que antes muitos usuários chegavam a dormir nas filas sem a garantia de conseguir uma vaga. “Antigamente para se conseguir atendimento esperávamos muito tempo e às vezes nem conseguíamos. Com o sistema a consulta é certa. Eles ligam com um dia de antecedência para lembrar-nos e ao chegar ao médico somos atendidos rapidamente. O atendimento melhorou 100%”, destacou.

Segundo o secretário municipal de Uberaba, Valdemar Hial, uma pesquisa realizada sobre o programa com os usuários apontou que o índice de satisfação foi de 86%. “O agendamento eletrônico trouxe inúmeros benéficos, garantindo um atendimento mais humanizado eliminando as filas diárias de usuários, diminuindo o número de reclamações da população quanto às dificuldades de se conseguir uma vaga com especialista e viabilizando parcerias com todos os níveis de atenção (Primário, Secundário e Terciário) para o atendimento integral à saúde da população. Além de ter promovido o controle e a regulação do número excessivo de encaminhamentos para exames complementares”, pontuou.

Conforme os parâmetros assistenciais, o projeto proporcionou

também à população a cobertura ambulatorial cobrando uma resolutividade de 85% dos atendimentos prestados.

Capacitação Na primeira fase da ação foram promovidas a capacitação

e sensibilização dos agentes envolvidos (recepcionistas, gerentes de unidades, telefonistas) para o entendimento e envolvimento com a proposta. O software utilizado no agendamento eletrônico foi desenvolvido por uma empresa da área de tecnologia da informação contratada pelo município.

A diretora do Departamento de Atenção Especializada da Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba, Maria Cristina Strama, explicou a lógica de funcionamento do sistema. “Após sair da consulta básica com o médico, o usuário, de posse de seu encaminhamento, se dirige até a recepção onde é feito o registro do atendimento. Caso não haja a vaga disponível para o agendamento imediato, os dados cadastrais do usuário são confirmados e o mesmo é inserido no agendamento eletrônico para posterior contato tão logo seja realizada a marcação. Nas 48h que antecedem a data agendada é realizado um segundo contato telefônico para lembrar o usuário do seu compromisso em comparecer à consulta”, explica a diretora.

Para o fortalecimento do programa e entendimento da população da nova dinâmica foi utilizado recursos de marketing e jornalismo disponíveis na prefeitura, além da divulgação em todos os veículos de comunicação. A central de atendimento funciona na própria Secretaria Municipal de Saúde e contra com oito telefonistas, um coordenador e um diretor de Atenção Especializada.

Autores da experiência: Valdemar Hial - secretário municipal de Uberaba Maria Cristina Strama - diretora do Departamento de Atenção Especializada da Secretaria Municipal de Saúde de UberabaAutora da matéria: Fernanda ToussaintCrédito da foto: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Uberaba

Trabalho realizado em conjunto com familiares garante uma melhor recuperação

Internações, reinternações e pouca participação familiar

durante o tratamento. Esses foram os principais motivos que levaram o município de Paracatu, em 2008, a desenvolver alternativas para fortalecer a recuperação de pacientes com problemas mentais graves. Diante desse quadro, a Secretaria Municipal de Saúde começou a levantar quais eram os casos mais frequentes de internações, como era a participação familiar no tratamento, qual era o diagnóstico desses pacientes e a maneira como estavam sendo administradas as medicações prescritas.

De acordo com Maria de Lourdes Costa, a maior dificuldade encontrada no tratamento do filho foi em relação à medicação. “Nos dias que meu filho estava mais agitado ele não aceitava tomar o remédio e não sabia o que fazer. Foi então que os profissionais do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) me orientaram a colocar o medicamento no meio da comida, no suco ou no doce, sem que ele percebesse e funcionou. Depois que passei a frequentar as reuniões e adquiri informações aprendi a ajudar meu filho e sua recuperação evoluiu muito. Atualmente ele frequenta os grupos de terapia ocupacional semanalmente no CAPS”, relatou.

Segundo o coordenador do CAPS do município de Paracatu, Warley Alexandre Braga, na maioria dos casos a família não aderia ao tratamento junto com o paciente o que dificultava o trabalho junto ao CAPS. “Nas reuniões destinadas aos familiares poucos participavam e os medicamentos distribuídos acabavam não sendo usados. Entretanto, quando o paciente entrava em surto a primeira coisa a se pedir era para interná-los porque estavam dando muito trabalho”, explicou.

Foram vários os benefícios desde a implantação do

projeto. Ele permitiu a redução do número de internações e reiterações semanais, aumentou o número de famílias que passaram a frequentar as reuniões do CAPS, contribuiu para a confiança dos pacientes nos profissionais, uma vez que eles passaram a compartilhar seus problemas e aceitarem ajuda, entre outros.

Para Warley, o CAPS é algo que funciona e que precisa ser fortalecido e estruturado. “É necessário a formação de uma rede de saúde que tenha comunicação e intersetorialidade. É preciso também, em alguns casos, quebrar o estigma que a própria família e a sociedade têm em relação à saúde mental e ao doente mental. Todos nós, de alguma forma, podemos vir a precisar desse serviço”, pontuou.

CAPS

Preparado para acolher e cuidar de pessoas com problemas mentais graves e seus familiares, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um serviço de saúde voltado para a comunidade. Ele estimula a convivência familiar e social, além de apoiar e incentivar o atendimento especializado.

Autor da experiência: Warley Alexandre Braga - coordenador do CAPS do município de Paracatu

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Warley Alexandre Braga

Macro Triângulo do SulMunicípio fortalece saúde mental

PARACATUMacro Noroeste

Page 7: Cos experiencias exitosas   experiencias2

12 13

PEDRA AZULRodas de conversas em prol dos direitos da criança e do adolescente

Para combater a vulnerabilidade, Pedra Azul implanta Projeto Círculo das Juventudes em 100% das escolas

Com a proposta de mobilizar gestores, técnicos,

conselheiros, escolas, comunicadores, protagonistas da cultura e da juventude para avançarem na garantia dos direitos da criança, adolescente e jovem, o município de Pedra Azul criou o Projeto Círculo das Juventudes. Desde 2011, o projeto vem trabalhado com a prevenção das violências, abuso de álcool e outras drogas, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), sexualidade e preconceito dentro e fora das escolas. Prefeitura, sociedade civil, escolas, famílias, grupos religiosos, culturais e diversos setores se envolvem nesse processo.

Para discutir os temas foram constituídos rodas de conversas em 100% das escolas públicas urbanas e rurais com critério de vulnerabilidade. Tendo como local de reunião o pátio das escolas, os estudantes possuem 20 minutos para debater a temática que ficaram responsáveis junto com seu grupo e posteriormente formulam perguntas que são colocadas dentro de uma caixa, para então dar início ao debate com os demais participantes. Para cada tema apresentado o município formou um grupo mobilizador, composto por representantes da Secretaria de Educação, Programa Prazer e Paz (DST/AIDS) da Secretaria de Saúde, Secretaria de Assistência, Comissão Jovem Prazer e Paz, Grupo Vida do CEDEDICA-VALE Social e grupos de teatro, que se direcionou para o planejamento e execução das ações propostas.

De acordo com o coordenador de Vigilância em Saúde de Pedra Azul, Glaubert Gomes de Souza, o projeto conseguiu a adesão de vários participantes e sanou a deficiência organizacional da rede de prevenção e assistência às juventudes por meio do planejamento estratégico, além de ter integrado movimentos juvenis com a criação do Fórum Boca no Trombone das Juventudes de Pedra Azul e região. “A melhoria dos indicadores sociais e de saúde têm resultados

concretos nas condições de vida dos meninos e meninas. As ações do projeto ajudou a fortalecer a gestão local por meio do debate com as juventudes ao identificar situações vulneráveis que receberam um planejamento específico”, destacou.

Para Jhene Kelly Costa Barbosa, de 18 anos, os temas trabalhados fortaleceram os jovens ao mostrar que escolhas erradas podem trazer consequências para toda a vida. “Nós jovens achamos que as coisas de ruins nunca irão acontecer com a gente. Os debates em grupo foram bem construtivos uma vez que abordou temas diversificados e que são da curiosidade de todos. Tivemos a oportunidade de esclarecer dúvidas e com o conhecimento adquirido com certeza muitos jovens terão a oportunidade de repensar suas atitudes e fazer uma escolha mais acertada”, concluiu.

Autor da experiência:Glaubert Gomes de Souza - coordenador de Vigilância em Saúde de Pedra Azul

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Marco Antônio da Cruz Silva

Macro Nordeste

Programa Caminhada Pela Vida em Santo Antônio do Jacinto aponta melhora física e psíquica em 100% dos participantes

Treinamento físico, alimentação adequada e convívio social. Foi com o foco nesses três pontos que Santo Antônio do Jacinto, região Nordeste de Minas Gerais, desde 2007, tem trabalhado para diminuir os impactos do envelhecimento. Voltado para toda a população da terceira idade, com prioridade para os hipertensos e diabéticos, o projeto, que começou com 17 participantes, conta hoje com 80 pessoas que recebem o acompanhamento de psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais e profissionais das equipes de saúde da família. Para manter essa turma mais ativa, três vezes durante a semana há um tipo de exercício físico. Na segunda-feira é o dia do alongamento e caminhada, quarta-feira hidroginástica e sexta-feira aeróbica, aferição da pressão arterial e pesagem.

Cirina Souza Viana, de 67 anos, disse realizar todas as atividades, porém a que mais gosta é a hidroginástica. ”Fico doida para chegar quarta-feira para fazer a atividade na água. Ela melhorou muito minha circulação e condicionamento físico. Antes não podia subir escada que ficava cansada, hoje subo numa boa. Minha musculatura fica mais relaxada por conta das atividades que faço nos três dias da semana. Outra coisa boa foram os amigos que fiz nos grupos”.

Segundo o Secretário Municipal de Saúde de Santo Antônio do Jacinto, Alan Ferreira Lima, o projeto trouxe para os participantes uma série de benefícios tanto nos aspectos físicos como nos psicológicos. “Nos aspectos psíquicos é possível observar a valorização da autoestima, o resgate da autonomia, a conscientização sobre o envelhecer com saúde, maior sensação de bem estar e humor. No físico houve a melhoria da capacidade respiratória e sensorial, equilíbrio, diminuição nas queixas de quadro álgico na lombar, redução do uso de medicamentos para o controle da hipertensão, diabetes e desenvolvimento neuromuscular. Enfim, o Programa Caminhada Pela Vida

proporcionou uma melhora na qualidade de vida da população idosa que hoje se monstra mais bem disposta”, pontuou.

Um questionário aplicado pelo município no mês de setembro de 2011 revelou que 100% dos participantes apresentaram melhora nos aspectos físicos e psicológicos, além de ter manifestado satisfação em participar do projeto. Devido a esse resultado, Santo Antônio do Jacinto pretende expandir a iniciativa para a população dos distritos e povoados para que elas também possam usufruir desse serviço e ter mais qualidade de vida mesmo residindo em lugares mais distantes.

HidroginásticaAs atividades físicas aquáticas provaram ser eficazes no

desenvolvimento e manutenção das capacidades físicas e orgânicas. Um componente desse grupo é a hidroginástica, que a cada dia vem ganhando mais adeptos.

Na hidroginástica busca-se o condicionamento cardiovascular e muscular por meio do treinamento em flexibilidade, coordenação motora e relaxamento. Além de se mostrar extremamente eficaz no combate ao estresse, ela é usualmente indicada a idosos, gestantes e deficientes físicos, uma vez que quase não possui impacto para as articulações, em comparação com os exercícios no solo, devido aos fatores de densidade da água.

Autores da experiência:Arlan Ferreira Lima – secretário de Saúde de Santo Antônio do JacintoJunia Darth Silva – coordenadora do Projeto Caminhada Pela VidaKatia Aparecida – ex referência técnica da Secretaria de Saúde de Santo Antônio do JacintoNicole Luciana de Souza – psicóloga da Secretaria de Assistência Social de Santo Antônio do JacintoAutora da matéria: Fernanda ToussaintCrédito da foto: Secretaria de Saúde de Santo Antônio do Jacinto

Terceira idade ativaSANTO ANTÔNIO DO JACINTO

Macro Nordeste

Page 8: Cos experiencias exitosas   experiencias2

14 15

Equipe de Saúde da Família de Paula Cândido eleva a cobertura de exames Papanicolaou

Depois que as enfermeiras das Equipes de Saúde da

Família (ESF) do município de Paula Cândido iniciaram, em 2009, o trabalho de conscientização sobre a importância de realizar o exame Papanicolaou, passou para 41% o número de mulheres de 25 a 59 anos que fizeram o preventivo. Em um ano de trabalho, se comparado com o mesmo período de 2008, o avanço foi de 9%. O benefício do exame está no diagnóstico de doenças, lesões pré-malignas e malignas do colo uterino e de infecções vaginais que podem acabar evoluindo para o câncer, caso não sejam descobertas e tratadas a tempo.

Maria de Fátima Freitas Braga, 45 anos, contou que até então nunca tinha realizado o Papanicolaou, uma vez que não sabia dos seus benefícios e porque não queria expor seu corpo para outra pessoa que não fosse seu marido. “Não imaginava que o exame era tranquilo e realizado de uma forma tão natural. Consegui vencer o tabu que tinha na minha cabeça pelo desconhecimento e recomendo a todas as mulheres a realizá-lo”.

Para obter êxito na realização dos exames, as ESF fizeram um levantamento das mulheres na faixa etária dos 25 a 59 anos para constatar quais não tinham realizado o papanicolaou nos últimos anos. Após o levantamento foi realizado uma busca ativa dessas mulheres através de visitas domiciliares pelos agentes comunitários. Além disso, outro importante método de abordagem foi a realização de palestras educativas ministradas pelas enfermeiras das ESF em todas as comunidades e bairros do município para esclarecer as dúvidas e conscientizar as mulheres dos benefícios desse exame como forma de reduzir a morbidade e a mortalidade por câncer uterino.

Segundo a enfermeira do PSF do município de Paula Cândido, Márcia Helena de Oliveira, “a repulsão pelo exame ocorria por acharem que nunca teriam doenças relacionadas

ao colo do útero. Na busca ativa e nas palestras foi realizado a conscientização quanto ao aumento da incidência do câncer de colo de útero no Brasil; desmistificação do exame; esclarecimento e importância de sua realização como forma de prevenção e diagnóstico precoce. Todas as mulheres na faixa etária dos 25 a 59 anos, sexualmente ativas ou não, devem realizá-lo podendo ainda optar pela enfermeira de sua confiança”, esclareceu.

Problema de saúde públicaO câncer de colo uterino é um problema mundial de saúde

pública, correspondendo a aproximadamente 15% de todos os tipos de câncer em mulheres, sendo atualmente o segundo mais comum. Ocupa o 2º lugar em incidência e o 4º em mortalidade por câncer nas mulheres de Minas Gerais.É comprovado que a abordagem mais efetiva para seu controle é o rastreamento por meio do exame preventivo do papanicolaou, tendo reduzido as mortes por câncer de colo de útero em 70%. No Brasil, desde 1988, o Ministério da Saúde (MS) tem seguido a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) que propõe um exame de papanicolaou a cada três anos em mulheres entre 25 a 59 anos de idade, após dois controles anuais consecutivos com resultado normal.

Autores da experiência:Márcia Helena de Oliveira - enfermeira da Equipe de Saúde da Família (PSF) do Município de Paula CândidoAlessandra Pires de Miranda Mesquita – fisioterapeuta do Município de Paula CândidoLuciana das Graças Henrique Barbosa – coordenadora do Programa Saúde da Família (PSF) de Paula Cândido

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Maria Auxiliadora Reis

Programa de Próteses Dentárias resgata autoestima da população

Muito mais do que garantir um sorriso bonito, uma boca saudável traz benefícios para a mastigação, fonética, respiração, digestão, bom hálito, qualidade de vida, além de favorecer o relacionamento social e a vida profissional. Foi com essa intenção que Manhumirim iniciou, em 2009, o Programa de Próteses Dentárias que facilitou o acesso ao tratamento odontológico do município e devolveu a alegria no rosto da população.

O vendedor de picolé Maurício José Garcia Mattos, 59 anos, mais conhecido como Colé – Colé, disse não ter palavras para descrever os benefícios que a prótese trouxe para a sua vida. “Passei a ser muito mais feliz, a sorrir mais para as pessoas, além de ter voltado a comer alimentos que há muito tempo não lembrava direito do gosto”.

Em menos de um ano foram entregues 180 próteses. De acordo com o Secretário Municipal de Saúde de Manhumirim, Geraldo Cesar Bastos Destro, muitas pessoas não tinham prótese e algumas já estavam com a mesma há mais de 20 ou 30 anos. “Quando receberam uma nova ficaram numa felicidade imensa, os olhinhos chegaram a brilhar, pois recuperaram o bem-estar e a estética. É isso que gratifica nosso trabalho”.

O programa é executado em todas as Equipes de Saúde da Família (ESF) onde tem Equipe de Saúde Bucal (ESB), e na Policlínica Municipal que atende a demanda da zona rural. “Inicialmente realizamos a moldagem nas unidades e, em seguida, enviamos ao laboratório responsável. Após a primeira moldagem o paciente retorna em sua unidade de tratamento pelo menos cinco vezes até a adaptação da prótese. Depois que ela é entregue

é feita uma palestra que tem como objetivo ensinar o paciente a cuidar dos novos dentes. É nesse momento que fazemos a demonstração e esclarecemos que o paciente deve comparecer em todos os retornos agendados, ou quando tiver necessidade”, explicou a coordenadora Odontológica da Secretaria Municipal de Saúde de Manhumirim, Marta Aparecida da Silva Heringer.

Para identificar a demanda da população que precisava de tratamento bucal, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realizaram um rastreamento em todas as unidades de ESF da região. A Secretaria Municipal de Saúde também ofereceu um curso de capacitação teórica e prática para toda a equipe odontológica envolvida no programa, demonstrando novas técnicas e materiais a serem utilizados na moldagem e confecção das próteses dentárias.

“Devolver o sorriso a estas pessoas é algo que não tem preço!”, destacou o prefeito Ronaldo Lopes. De acordo com ele, a falta de acesso aos meios de saúde bucal pode levar a um processo de exclusão social. “Apesar de existirem métodos efetivos para a prevenção das doenças bucais, estas são consideradas importantes problemas de saúde pública devido à sua prevalência e impacto nos indivíduos e na sociedade”, finalizou.

Autores da experiência:Marta Aparecida da Silva Heringer - coordenadora Odontológica da Secretaria Municipal de Saúde de ManhumirimGeraldo Cesar Bastos Destro - secretário municipal de Saúde de ManhumirimAutora da matéria: Fernanda ToussaintCrédito das fotos: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Manhumirim

Macro Leste do Sul

Macro Leste do SulMANHUMIRIMManhumirim sorri com mais saúde Diagnóstico precoce

PAULA CÂNDIDO

Page 9: Cos experiencias exitosas   experiencias2

16 17

CAMPO BELOAgentes mirins

Crianças e adolescentes de Campo Belo no combate à dengue

Foi com o auxílio de educadores e de maneira organizada

que o Projeto Agente Mirim de Combate à Dengue, iniciado em Campo Belo, em 2011, reduziu mais de 92% das ocorrências da doença. Em 2010 foram confirmados 458 casos, sendo que 100 estavam concentrados apenas dentro de uma escola estadual. Já em 2011, o número de confirmações caiu para 36.

Para a operacionalização do projeto foram realizadas reuniões com a Secretaria de Educação e com professores e funcionários das escolas. Buscou-se a parceria e articulação junto com os agentes das equipes do Programa Saúde da Família (PSF). Foram produzidos materiais como cartazes, maquetes, panfletos, adesivos e faixas para informar e chamar a atenção da população. Com os alunos foi realizado um trabalho de campo para que pudessem atuar na distribuição de panfletos e na conscientização da comunidade.

A aluna Karolina Aparecida Protasio, 11 anos, da Escola Estadual Miguel Rogana, contou que o projeto a transformou em uma verdadeira fiscal dos focos do Aedes Aegypti. “Na escola, em casa, na rua, em todos os lugares que vou fico atenta se tem água parada nos pratinhos das plantas, nos lixos que podem se transformar em criadouros, nas vasilhas de água dos cachorros, e se tem chuva, quando ela passa, procuro observar nos lugares onde estou se tem água acumulada.

Segundo a enfermeira da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Campo Belo, Lalene Magri, além da redução dos casos da dengue o projeto se mostrou peça fundamental na formação dos alunos e consolidou o aprendizado por meio da prática e da vivência. “Devido à grande incidência dos casos da dengue no município,

transformamos os alunos em agentes mirins para que eles pudessem ajudar a reverter esse quadro. A ação também se mostrou um importante mecanismo de melhora das condições sanitárias, uma vez que os estudantes se tornaram promotores de ambientes mais saudáveis. A ação ainda contribuiu para a construção da cidadania desses jovens, pois os permitiu participar diretamente das decisões importantes de sua comunidade. É através da educação que muitas ações de prevenção de doenças e promoção da saúde são concretizadas”, afirmou.

Cuidado constante

A dengue é um dos mais graves problemas de saúde pública da atualidade enfrentado por diversos países. Somente com a efetiva participação da sociedade na adoção de medidas de controle dos criadouros do mosquito é possível reverter essa situação. Dessa forma, uma mudança de atitude das pessoas possibilita mais qualidade de vida e ambientes sem dengue.

Autor da experiência:Lalene Magri – enfermeira da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Campo Belo

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Campo Belo

Macro Oeste

Macro Oeste

Oficinas realizadas em Cláudio trabalham para a redução do número de adolescentes grávidas e envolvidas com drogas

Desde março de 2012, o município de Cláudio, pertencente

ao COSEMS Regional Divinópolis, realiza oficinas terapêuticas para as adolescentes que possuem problemas familiares, convivem com usuários de droga ou moram perto de pontos de tráfico. O objetivo do Projeto Lilás: voz adolescente é dá a essas mulheres atenção, cuidado e trazê-las informações para reduzir o número de jovens envolvidas com drogas e grávidas. Uma análise ambulatorial realizada pelo município revelou que 21,43% das gestantes são menores de 20 anos, e que a maioria das adolescentes já se encontrou em situações presenciais com substâncias ilícitas.

Uma estudante, de 11 anos, disse que participar do grupo foi muito construtivo para a sua vida. “Aprendi muitas coisas com a troca de experiências com outras meninas. Como só mulheres participam do grupo, nos sentimos mais à vontade para expor certos assuntos que perto dos homens ficamos com vergonha e intimidadas, além de termos aprendido a lidar com certas situações que a vida nos apresenta”.

O trabalho, que conta com acompanhamento de enfermeiro, médico, psicólogo, entre outros profissionais de saúde, faz o uso das oficinas para propor reflexões sobre um determinado tema. Cada grupo de discussão é formado por nove adolescentes, que são selecionadas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) mediante o grau de vulnerabilidade. As oficinas são realizadas uma vez por semana, durante sete encontros, que possuem no máximo 1h15min de duração. Os temas apresentados variam em cada grupo, uma vez que são escolhidos de acordo com o interesse das próprias jovens. Entre os assuntos mais abordados estão amizade, relações e limites; namoro e sexualidade; família e violência; e drogas. No primeiro dia do encontro, com a intensão de recepcionar as meninas, e como forma de descontração, é

oferecido um café da manhã e realizado a abertura do projeto. No encerramento é feito uma “salada da amizade” com frutas variadas que representam de forma lúdica as características essenciais da convivência.

De acordo com a enfermeira do Programa Saúde da Família (PSF) do município de Cláudio, Cleonice Ferreira Rabelo, espera-se com o projeto reduzir o número de adolescentes grávidas e envolvidas com drogas. “Nos encontros realizados as adolescentes compartilharam vários problemas familiares e ouvimos relatos como: “Não quero viver como minha mãe!”; “Meu pai usa isso!”. Há ainda outros depoimentos sobre dificuldade de convivência entre elas e outros adolescentes, bem como na sociedade em geral. Esses encontros são uma boa oportunidade de trabalharmos com essas adolescentes sobre esses conflitos, uma vez que dão abertura para isso, e propor soluções para mudar a realidade enfrentada por elas dentro das possibilidades existentes. Apesar de ser um grupo considerado difícil de ser atingido pelos programas de prevenção de saúde pública, com uma abordagem adequada pode-se colher bons resultados com esse público”, afirmou.

Autor da experiência:Elizabeth Martins de Oliveira – agente comunitária de saúde do PSFCleonice Ferreira Rabelo - enfermeira do PSF do Município de CláudioGlenda Silva Carlos – estagiária de psicologia do PSFTailane da Silva Barcelos - estagiária de psicologia do PSF

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Rita de Cássia

Projeto Lilás: voz adolescenteCLÁUDIO

Page 10: Cos experiencias exitosas   experiencias2

18 19

Macro Oeste

Itatiaiuçu desenvolve programa de incentivo ao pré-natal

A fase da gestação é caracterizada por profundas alterações na vida da mulher, companheiro ou família. Além das mudanças corporais da mãe, para adaptar-se ao novo papel, ocorrem transformações emocionais, o que em muitos casos acaba por gerar certa ansiedade e medo. Pensando na saúde e bem estar dessas mulheres e do bebê, o município de Itatiaiuçu adotou, em novembro de 2010, um curso voltado para as gestantes, com atividades de campo, palestras, debates e demonstração prática de como cuidar do recém-nascido. Todas estas realizações compõem um conjunto de medidas que visam à qualificação e a integralidade da assistência ao pré-natal.

Tânia Cristina da Cunha, de 26 anos, relatou que teve uma gravidez tranquila uma vez que realizou todos os pré-natais e participou dos grupos destinados às gestantes. “Durante o pré-natal realizei todos os exames para ver se estava ocorrendo tudo bem com o bebê e se a minha saúde estava boa. No curso aprendi a importância de alimentar o neném exclusivamente com o leite materno até os seis meses de idade, tive a oportunidade de esclarecer várias dúvidas, trocar experiências com outras grávidas e, com isso, quando o Nicholas nasceu, eu e meu marido estávamos tranquilos”.

De acordo com a enfermeira coordenadora da Atenção Primária da Secretaria de Saúde de Itatiaiuçu, Gláucia de Sousa Vilela, em apenas um ano, o projeto aumentou 30% o número de consultas de pré-natais. “92% das gestantes do município realizaram sete ou mais consultas e todos os exames gestacionais. Além disso, outro aspecto importante a ser mencionado foi a aproximação entre as pacientes às suas unidades de saúde, o que aumentou o vínculo de cuidado entre as partes. Para o serviço de saúde, através destas ações foi possível desenvolver um acompanhamento contínuo das gestantes, antevendo possíveis problemas gestacionais e

propor ações de promoção da saúde para a população como forma de estruturação dos serviços em atenção primária, mostrando à população a importância da prevenção e da educação para uma melhor qualidade de vida”, explicou.

O curso é dividido em oito módulos e conta com a participação de uma equipe multidisciplinar em cada um deles, bem como da equipe de coordenação, composta por enfermeiros, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, odontologistas e nutricionistas. Os encontros têm duração média de três horas e são realizados no centro pastoral e na unidade do Programa de Saúde da Família (PSF). Ao final da gravidez todas as gestantes que realizaram o pré-natal corretamente e frequentaram o curso de forma assídua recebem um pequeno enxoval contendo bolsa, macacão, pagão, sabonete, shampoo, condicionador, álcool absoluto, gases estéreis, algodão, cobertor e toalha.

Autor da experiência:Renata Vilaça Pereira – secretária de Saúde de ItatiaiuçuGláucia de Sousa Vilela - enfermeira coordenadora da Atenção Primária da Secretaria de Saúde de ItatiaiuçuVilânia Cristina de Oliveira – enfermeira do PSF da Secretaria de Saúde de ItatiaiuçuMariana Cristina Assis - enfermeira do PSF da Secretaria de Saúde de ItatiaiuçuRoberta Cristina de Melo Silva - enfermeira do PSF da Secretaria de Saúde de Itatiaiuçu

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Secretaria de Saúde de Itatiaiuçu

Macro OesteITATIAIUÇUGestação tranquila, bebês mais saudáveis Atenção Primária como eixo estruturador

PARÁ DE MINAS

Pará de Minas reorganiza fluxo de atendimento e garante mais eficiência

Com o objetivo de ampliar o acesso da Atenção Primária, bem como implementá-la como modelo de atenção às condições crônicas e agudas e como centro coordenador da rede de atenção a saúde, Pará de Minas adotou, em outubro de 2010, medidas para reorganizar os fluxos de atendimento no município.

Considerada “porta de entrada” do Sistema Único de Saúde (SUS), a atenção primária é capaz de resolver cerca de 80% das necessidades e problemas da saúde, já que possui as principais especialidades, como clínica médica (clínica geral), pediatria, obstetrícia e ginecologia. No entanto, em vários municípios ela tem revelado graves problemas devido a uma concepção cultural e histórica que supervaloriza os demais níveis de atenção em relação ao atendimento básico. Muitos pacientes ao invés de recorrerem primeiramente à atenção primária se dirigem aos demais níveis de atendimento, o que acaba por gerar tumulto e uma sobrecarga no sistema da saúde.

A assistente social e coordenadora da Atenção Primária da Secretaria de Saúde de Pará de Minas, Renata Virginia da Silva, contou que depois que a Atenção Primária de Saúde (APS), em Pará de Minas, foi reorganizada houve um aumento expressivo na qualificação do atendimento prestado a população. “Uma análise realizada entre setembro de 2010 a julho de 2011 revelou uma redução de 30% do número de pacientes, com cobertura do Programa Saúde da Família (PSF), que buscavam receber o primeiro acolhimento junto ao Pronto Atendimento Municipal, e um aumento no número de consultas agendadas e retornos nas APS. Também tivemos uma queda de mais de 23% de pacientes com queixa aguda e que tumultuavam as unidades e os serviços de enfermagem. Identificamos ainda a redução no tempo de espera entre a consulta e a classificação de risco do paciente”, relatou.

Esse projeto teve como público alvo os profissionais das equipes de saúde da APS do município, e para a sua realização foram propostas as seguintes estratégias: reorganização dos processos da APS baseando-se na implantação dos produtos gerados pelo Plano Diretor da Atenção Primária (PDAPS); Adequação do atendimento aos protocolos e maior divulgação para a população; Organização da demanda de coleta do citopatológico (preventivo) com a priorização do atendimento para as mulheres que se inserem nos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde (MS); Implementação da agenda programada e implantação do sistema de gestão de resultados através das equipes do Programa de Saúde da Família (PSF).

A usuária, Maria Antônia Mendes Ferreira, relatou que não sabia como era o funcionamento dos fluxos de atendimento prestado pelo SUS. “Quando precisava consultar tinha o costume de procurar o pronto atendimento porque acreditava que se necessitasse de algum outro tipo de intervenção ficaria mais fácil. Não sabia que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) são as responsáveis pelo primeiro atendimento e se fosse o caso de um acolhimento especializado, ou se fosse diagnosticada com algum problema grave, a própria unidade realizaria todos os procedimentos necessários e me encaminharia para o especialista. Hoje quando preciso agendar uma consulta ou sinto algum mal estar vou direto a UBS”.

Autor da experiência:Renata Virginia da Silva – assistente social e coordenadora da Atenção Primária da Secretaria de Saúde de Pará de Minas

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Renata Virginia da Silva

Page 11: Cos experiencias exitosas   experiencias2

20 21

Trabalho realizado em Leopoldina aproxima a população das Equipes de Saúde da Família

A fim de minimizar a distância dos serviços de saúde para a população leopoldinense, em agosto de 2011, o município criou o Projeto Saúde no Bairro. A iniciativa nasceu depois que a atenção básica, por meio de um levantamento, revelou que muitos dos hipertensos e diabéticos do município não realizavam o controle dessas e de outras patologias devido à considerável distância da unidade de saúde em relação às suas residências.

Como forma de resolver essa questão, as Equipes de Saúde da Família (ESF) foram levadas para o contexto de vida dessas pessoas e mensalmente, em cada microárea, realizam aferições da pressão arterial e glicemia, verificam as medidas de peso, altura circunferência abdominal e Índice de Massa Corporal (IMC). Distribuem kits odontológicos e dão orientações sobre a saúde geral e bucal, além de esclarecer questões relevantes sobre o acesso aos serviços prestados na unidade de saúde.

Joel Mendes da Silva, de 57 anos, contou que raramente se dirigia a unidade de saúde para aferir sua pressão, bem como realizar outros exames. “Como o centro de saúde fica longe daqui, só me conduzia até lá quando eu ou alguém da minha família estava doente e quando tinha que pegar algum remédio. Com isso, descobri somente agora que estou hipertenso e que preciso me tratar. Como não sentia nenhum mal e minha pressão estava alta poderia ter sofrido um infarto ou derrame. Aprendi com essa lição que não devemos procurar os serviços de saúde apenas quando estamos mal, mas sim como forma de prevenir as doenças”, destacou.

De acordo com a coordenadora do Programa de Saúde da Família (PSF) de Leopoldina, Alessandra Ribeiro Souza, para desenvolver as ações propostas a ESF contou com a ajuda de lideranças comunitárias, moradores e agentes comunitários. “Os líderes comunitários e os moradores cederam espaços

para realizar os eventos e os agentes comunitários se dedicaram a divulgar as ações propostas e orientar os usuários a permanecerem em jejum no dia do teste da glicemia. Como forma de identificar melhor o resultado das avaliações, uma vez que muitos usuários não são alfabetizados, foi adotado um sistema de cartão com as cores vermelha, amarela e verde. Quando os resultados indicavam perigo eram marcados pela cor vermelha; os resultados limítrofes, que apontam a necessidade de redobrar os cuidados, são identificados pela cor amarela e aqueles que possuem resultados satisfatórios são apontados em verde. Ao final das avaliações os profissionais de enfermagem e odontologia realizaram as orientações necessárias e inseriram os usuários identificados na ação do atendimento cotidiano da unidade. É importante ressaltar esse caráter da ação, que apesar de acontecer em momentos pontuais, se propõe a dar continuidade à assistência. A população também participa da elaboração da programação do Saúde no Bairro ao propor temas de seu interesse a serem trabalhados nos grupos educativos que ocorrem paralelamente”, explicou.

Para a enfermeira do PSF de Leopoldina, Luana Vieira Toledo, com o projeto foi possível identificar novos portadores de hipertensão, diabetes e outras patologias, além de ter proporcionado o fortalecimento do trabalho em equipe, já que todos os profissionais se envolveram na realização das ações.

Autores da experiência: Luana Vieira Toledo – enfermeira do PSF de LeopoldinaElisa Shizue Kitamura - dentista do PSF de LeopoldinaAlessandra Ribeiro Souza - coordenadora do PSF de Leopoldina

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Secretaria de Saúde de Leopoldina

Além das barreiras institucionaisLEOPOLDINAITAMARATI DE MINAS

Atenção especial ao público feminino

Ações implantadas em Itamarati de Minas fortalecem a saúde das mulheres

Um levantamento realizado pelo Sistema de Informação

da Atenção Básica (SIAB) do município de Itamarati de Minas, em 2008, revelou que a porcentagem da população feminina com doenças crônicas era superior à masculina. Dos 4.035 habitantes cadastrados no sistema, as mulheres lideraram o ranking em todas as patologias com problemas relacionados à saúde mental, diabetes e pressão arterial, o que gerava consequências como o uso de uma quantidade maior de medicamentos. Para entender a dimensão da questão, dados do município confirmaram que 9.39% das mulheres apresentaram problemas com a saúde mental, contra 4.03% dos homens, mais do que o dobro de diferença. Após essa análise, também foi verificado que para as mulheres na idade de 25 a 55 anos não havia nenhuma atividade que as ajudasse a melhorar sua qualidade de vida, sendo elas, nessa faixa etária, cerca de 26% da população.

Para reverter essa situação, em 2010, Itamarati de Minas adotou o Projeto Vivendo Melhor, destinando ações de prevenção e cura desses males por meio de atividades físicas orientadas, atividades socioeducativas e recreativas, acompanhamento nutricional, psicológico, fisioterapêutico e da Equipe de Saúde da Família (ESF). A meta era diminuir o total gasto com medicamentos para hipertensão, diabetes e problemas de saúde mental; sensibilizar familiares com o problema enfrentado dentro de suas residências; incluir novos conceitos em qualidade de vida para as mulheres do município; implementar ações de convívio social como forma de melhorar a autoestima do público alvo e sua inserção no mercado de trabalho; conscientizar profissionais de saúde da importância do projeto para o desenvolvimento da qualidade de vida dessas mulheres e da população em geral, entre outros. Solange Aparecida Ferraz Rodrigues é uma das mulheres de

Itamarati de Minas que, com apenas 47 anos, tem pressão alta e por pouco não adquiriu diabetes. “O projeto chegou em uma boa hora. Além de não praticar nenhuma atividade física só comia bobagens, como doces, biscoitos, chocolate e poucas verduras e frutas. Quando as ESF me procuraram e explicaram sobre o projeto falando que eu me enquadrava no perfil do público alvo não achei que fosse colher tantos benefícios. Hoje não corro mais o risco de ficar diabética, reduziram as miligramas do meu remédio de pressão, emagreci e sou uma pessoal muito mais disposta com os afazeres do cotidiano e mais feliz”, declarou.

De acordo com a secretária de Saúde de Itamarati de Minas, Tarcília Rodrigues Fernandes, para se conseguir esse resultado o município desenvolveu seminários e palestras abordando temas sobre autoconhecimento, reflexão sobre a vida e autoestima. Foram realizados eventos de sensibilização como campanhas educativas, uso racional de medicamentos, alimentação saudável, além da implantação de atividades físicas diárias. “Com essas medidas tanto o condicionamento físico e a pressão das mulheres melhoraram, houve uma diminuição do nível de stress dentro do ambiente familiar, bem como a redução da circunferência abdominal e as internações por complicações das doenças crônicas e cardiovasculares”, finalizou.

Autores da experiência:Tarcília Rodrigues Fernandes - secretária de Saúde de Itamarati de MinasWagner da Silva Marques da Silva – ex coordenador de Epidemiologia de Itamarati de MinasEliane Cunha – coordenadora de Epidemiologia de Itamarati de MinasSilvana de Sousa Muniz – auxiliar administrativa da Secretaria de Saúde de Itamarati de MinasAutora da matéria: Fernanda ToussaintCrédito da foto: Secretaria de Saúde de Itamarati de Minas

Macro Sudeste

Macro Sudeste

Page 12: Cos experiencias exitosas   experiencias2

22 23

Macro Sul

Programa de Acompanhamento da Gestante monitora mãe e filho diariamente

Com o objetivo de acompanhar de forma integrada, intersetorial, multidisciplinar e em caráter contínuo toda a gestação e puerpério de mulheres e crianças de até um ano, residentes em Alfenas, o município criou o Programa de Acompanhamento da Gestante (PAGE). O projeto teve início em 2010, com a realização de entrevistas, pelo Comitê de Mortalidade Materno Infantil da Secretaria de Saúde de Alfenas, em todos os domicílios que tiveram óbitos maternos e infantis, como forma de identificar as razões que levaram a morte dessas pessoas. Detectou-se que muitas famílias viviam em precárias condições financeiras e de moradia, não tinham uma estrutura familiar e, ainda, que muitas gestantes eram menores de 17 anos. Foi então que por meio de um software o município passou a monitorar diarimente todas as gestantes e crianças, dentro da faixa etária atendida pelo programa, cadastradas na atenção à saúde ou na rede de atenção social.

De acordo com a Secretária Municipal de Saúde de Alfenas, Giselly Gianini Pelegrini, no PAGE são realizadas e articuladas ações voltadas diretamente à redução da mortalidade infantil e a realização do pré-natal de qualidade, bem como assistência adequada às gestantes e aos familiares com vulnerabilidade social. “Todas as estratégias foram desenvolvidas de forma integrada, facilitando a detecção de outras situações correlatas às gestantes como alcoolismo, uso de drogas ilícitas, condições precárias de sobrevivência e desestruturação familiar. Entretanto, para o desenvolvimento das ações educativas, nutricionais, físicas, sócioeconomicas e psicossociais foi criado um Comitê Gestor com a participação de representantes das Secretarias Municipais de Educação, Cultura, Desenvolvimento Social, Habitação e Saúde, que articularam estratégias para resolver as situações de risco. Foi realizado o acompanhamento rotineiro com visita domiciliar dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), técnicos de enfermagem, médicos, enfermeiros, dentre outros profissionais, que orientaram quanto à necessidade de manter o calendário de vacinação em dia, bem como exames, consultas e esclareceram dúvidas quanto à gravidez, puerpério e planejamento familiar”, explicou.

O principal recurso de monitoramento do PAGE é o software

Sistema de Gestão Social (SGS) que permite um rastreamento diário. O software é online e através dele todas as gestantes que são captadas na rede de atenção à saúde ou na rede de atenção social, são cadastradas e acompanhadas pelas ações individuais desenvolvidas pelos parceiros. O software registra todas as entregas de cesta básica, suplemento nutricional, fraldas, auxílio moradia, consulta com médico,enfermeiro, psicologo e assistente social. O software também possui relatórios de gerenciamento e de monitoramento que são enviados via email pelo setor de informações de epidemiologia da Secretaria de Saúde às unidades de saúde, a cada trimestre, com informações da taxa de mortalidade infantil em menores de um ano, a cada mil nascidos vivos.

O projeto foi responsável pela redução de 77% da mortalidade infantil no ano de 2011. “Esse percentual é resultado da melhoria da assistência à saúde da gestante que passou a ter um acompanhamento integral e articulado com os vários serviços de melhoria à saúde infantil, melhor captação e atendimento ás demandas sociais, além da integração da equipe envolvida”, finalizou o prefeito municipal de Alfenas, Luiz Antônio da Silva.

PremiaçãoEm maio deste ano (2012), o prefeito Luiz Antônio recebeu

das mãos da presidenta Dilma Rousseff, em Brasília, o Prêmio ODM Brasil. A administração pública do município foi premiada em reconhecimento ao Programa de Apoio à Gestante e ao Recém-nascido (PAGE), que reduziu a mortalidade infantil de 13 para três casos em mil no município. Esses índices foram comparados aos da Suíça, e considerados muito abaixo da realidade brasileira.

Autores da experiência:Luiz Antônio da Silva - prefeito de AlfenasGiselly Gianini Pelegrini - secretária de Saúde de AlfenasIvone Sottani Canavez - secretária de Ação Social de AlfenasTani Rose Ribeiro - ex-secretária de Educação e Cultura de AlfenasVanessa da Silva Pereira - secretária de Habitação de AlfenasAutora da matéria: Fernanda ToussaintCrédito da foto: Divulgação

ALFENASMunicípio reduz 77% dos óbitos infantis

Macro Sul

Ações educativas com as gestantes são fundamentais para introduzir bons hábitos desde o início da vida da criança

A fase da gestação é uma das situações em que a mulher, companheiro e família passam por inúmeras transformações, inclusive em relação à boca. A saúde bucal apresentada durante a gestação tem íntima relação com o bem estar geral da mulher, podendo influenciar na saúde geral e bucal do bebê. Por esse motivo, as ações educativo-preventivas com as gestantes são essenciais, uma vez que introduzem bons hábitos à criança desde o início da vida. Foi por esse motivo que o município de Arceburgo, desde 2011, realiza o trabalho de dinâmicas de grupo, que tem como público alvo as mães, abordando assuntos de saúde bucal na gestação e primeira infância.

Segundo o acadêmico Oscar Anacleto Teixeira Junior, cirurgião dentista do Programa Saúde da Família (PSF), durante as reuniões foram trabalhados temas como, diagnóstico de possíveis lesões de cárie e necessidade de tratamento; gengivite ou doença periodontal crônica; orientação sobre hábitos alimentares; higiene bucal; entre outros. “Nesses encontros foi possível promover uma maior interação com os participantes entre o conhecimento técnico e o popular. Após o início dos trabalhos observou-se um maior interesse pelo tratamento odontológico, uma vez que muitas pessoas acreditavam que durante a gravidez não se podia tratar dos dentes. As gestantes não só podem como devem. Elas só não podem ingerir vitaminas ou medicamentos que contenham flúor, pois no município de Arceburgo a água de abastecimento é fluoretada, salvo em situações especiais”, afirmou.

De acordo com a enfermeira responsável pelo PSF, Rosemárcia de Oliveira, é essencial que no primeiro mês de vida a criança seja incluída num grupo de ações educativas em saúde bucal, onde a equipe discutirá com as mães ou

cuidadores as necessidades para a manutenção da sua saúde bucal, bem como dos bebês. “A procura por tratamento e o interesse na prevenção aumentou com o projeto, juntamente com a frequência de crianças que sempre acompanham as mães”, pontuou.

A equipe de saúde bucal, juntamente com os agentes comunitários do PSF São Sebastião, no município de Arceburgo, realizaram palestras contendo vídeos educativos, avaliação nutricional e bochechos fluoretados às crianças e seus pais ou responsáveis.

A superintendente municipal de Saúde, Luciana Ribeiro da Costa Cilli, contou que as ações foram divididas em duas etapas. “Primeiramente houve a promoção da saúde, por meio de ações do grupo das gestantes da própria unidade de saúde, que abordaram a prevenção de doenças por meio da escovação, e por último, aconteceram às ações individuais, que após o exame clínico, classificou o grau de risco dos pacientes”.

Durante os eventos são doados kits de higiene bucal que incluí escovas de dente, creme e fio dental. “A todo o momento é ressaltado a importância da higienização bucal dos bebês”, finalizou Luciana.

Autores da experiência: Oscar Anacleto Teixeira Junior - cirurgião dentista do PSF de AcerburgoRosana Elena Perles – enfermeira responsável pela Saúde do Trabalhador de Acerburgo

Crédito da foto: Prefeitura de Acerburgo

Crédito da matéria: Filipe Diniz

ARCEBURGOSaúde bucal na gestação e primeira infância

Page 13: Cos experiencias exitosas   experiencias2

24 25

Este é o principal objetivo do Programa de Atenção Integral a Saúde do idoso desenvolvido em Caxambu

Estudos revelam que o número de idosos no Brasil tem aumentado significativamente a cada ano. Esse panorama é resultado dos avanços da ciência em relação à saúde, que permite entender cada vez mais o funcionamento do organismo humano e a maneira de se reverter alguns aspectos do envelhecimento. Entretanto, não adianta viver muito, mas sem qualidade de vida. Foi por esse motivo que, em 2011, Caxambu, região Sul de Minas Gerais, implantou o Programa de Atenção Integral a Saúde do Idoso.

A aposentada Laura Francisca Braga Matias, de 71 anos, disse que ter um programa que valorize a saúde do idoso e proporcione melhores condições de vida é uma satisfação muito grande. “Muitas pessoas, principalmente antigamente, enxergavam os idosos como indivíduos improdutivos, doentes e que não serviam para mais nada. Hoje graças a Deus essa realidade não é mais a mesma. Por meio dos projetos trabalhados em Caxambu me sinto incluído na sociedade e principalmente na minha família. Quando tenho alguma dúvida sobre saúde ou preciso de ajuda recorro ao programa que sempre me recebe de forma acolhedora e com muito respeito”.

O projeto buscou promover o envelhecimento ativo, saudável e bem-sucedido; estruturar a atenção integral à saúde; fortalecer a participação social através de informações e palestras; monitorar o processo de envelhecimento; identificar os fatores de risco de doenças e agravos; envolver a família e a comunidade no processo do cuidado com o foco no bem estar do individuo; orientar os pacientes quanto à necessidade de cuidados específicos com a saúde; integrá-los à sociedade; fornecer orientações em relação à alimentação saudável; qualificar os profissionais da rede pública municipal para um atendimento diferenciado;

estimular o cuidado pessoal, bem como capacitar os idosos para novas atividades compatíveis com o seu perfil e disposição. Para isso, a Secretaria Municipal de Saúde montou uma sala de atendimento dentro da unidade de saúde destinada a atender exclusivamente as pessoas acima dos 60 anos.

De acordo com a enfermeira da Policlínica Municipal de Caxambu, Rachel de Souza Silva Braga, o projeto reduziu os índices de depressão e isolamento nessa faixa etária. “Para conseguirmos esse resultado, primeiramente fizemos o cadastro dos usuários que procuraram a unidade de saúde e em seguida fizemos o agendamento de uma consulta com o cardiologista para que o paciente fosse avaliado em todas as suas necessidades. Também realizamos mensamente reuniões de grupo como forma de esclarecer as dúvidas apresentadas pelos participantes. Esse é um trabalho contínuo que tem crescido a cada dia, sempre lembrando que é a participação de todos que faz seu sucesso”, destacou.

Autor da experiência:Rachel de Souza Silva Braga

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Prefeitura Municipal de Caxambu

Macro Sul

CAXAMBUViver mais e com qualidade

Macro Sul

Atividades adaptadas as reais necessidades da população dão mais disposição aos idosos de Dom Viçoso

A prática regular da atividade física é uma importante ação

para a melhoria da saúde pública. Na terceira idade, o objetivo da atividade é o retardamento do processo do envelhecimento, através da manutenção de um estado saudável que possibilite a normalização da vida e minimize os fatores de riscos. Por esse motivo, Dom Viçoso implantou, neste ano de 2012, o Projeto Eu Faço Atividade Física.

Para Carlos Teodoro da Silva, 68 anos, o projeto ajudou a diminuir vários problemas que chegaram com a idade. “Desde que o projeto começou sou uma pessoa muito mais independente para realizar os afazeres do cotidiano, uma vez que as atividades físicas melhoraram minha musculatura, força e até memória. A equipe de saúde também me disse que agora meus exames estão ótimos”, contou.

Segundo a educadora física de saúde da prefeitura de Dom Viçoso, Wanessa de Lima, o projeto tem como meta melhorar a saúde e o equilíbrio físico e emocional dos participantes com a minimização dos efeitos negativos que a velhice causa no idoso (desvalorização física, econômica e social), por meio de atividades adaptadas às suas reais necessidades. “Esses exercícios, quando realizados regularmente, trazem inúmeros benefícios. Aumentam a longevidade, melhoram a saúde de um modo geral, os níveis de energia, a disposição, levando-os a ter mais confiança nos seus afazeres. Eles também afetam de maneira positiva o desempenho intelectual, o raciocínio, a velocidade de reação e o convívio social”, afirma.

Antes de dar início às atividades, os agentes de saúde encaminham todos os interessados para que realizem um diagnóstico clínico para saber se a pessoa está apta a realizar os exercícios. Na avaliação são realizados exames de aptidão física, medição da altura, peso e cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). “A atividade física consiste em exercícios bem

planejados e bem estruturados. No entanto, para que seus benefícios sejam alcançados é necessário que os participantes sejam supervisionados por um profissional capacitado”, esclareceu o diretor de Saúde de Dom Viçoso, Sebastião Marcio dos Santos.

O projeto conta com o apoio da equipe do Programa Saúde da Família (PSF), Conselho Municipal de Saúde e de um professor de educação física, pós-graduado em geriatria e gerontologia. “Procuramos com essas parcerias fazer com que os integrantes do projeto sempre participem dos eventos na cidade, tais como, desfile cívico, palestras, Dia da Beleza, Dia da Mulher, Festa da APAE, eventos culturais nas escolas, festividades religiosas assim como o Dia da Padroeira do Brasil. Temos como suporte a Secretaria de Cultura e Diretoria Municipal de Educação e Saúde”, finalizou Wanessa.

Autor da experiência:Wanessa de Lima - educadora física de saúde da Prefeitura de Dom Viçoso

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Prefeitura de Dom Viçoso

Terceira idade a todo vaporDOM VIÇOSO

Page 14: Cos experiencias exitosas   experiencias2

26 27

Macro Sul

100% da Equipe de Saúde Bucal está implantada nas Equipes de Saúde da Família

Desde 2005, o município de Cruzília, região Sul de Minas Gerais, tem desenvolvido ações educativas de saúde bucal e higiene geral. O objetivo do programa é ampliar e reorientar as ações de saúde bucal; intensificar a promoção e prevenção nas Equipes de Saúde da Família (ESF); fazer com que a população (gestantes, mães, professores e profissionais de várias áreas) se integre nesse trabalho; realizar uma busca ativa, através de exames clínicos, informações e orientações, dos casos de câncer de boca que podem ser diagnosticados precocemente; intensificar o atendimento e orientação aos idosos, usuários de próteses e fumantes, entre outros.

O aluno Pedro Augusto Pereira Vieira, de nove anos, contou que há muito tempo não tem problemas com seus dentes. “Desde que minha escola passou a ter dentista me preocupo mais com a minha boca. Nas explicações realizadas aprendi que se não cuidarmos dos dentes de maneira correta, realizando a escovação sempre após as refeições, passar o fio dental e evitar comer muitos doces, como balas e chicletes, podemos contrair várias doenças, inclusive a cárie”.

Segundo a dentista e coordenadora da Saúde Bucal de Cruzília, Ana Paula Junqueira Pereira, a vivência do serviço de saúde bucal no município mostra que o trabalho tem resultados positivos, pois os números de dentes cariados, perdidos e restaurados têm sido pequenos e se mantido abaixo do que a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza. “Este índice foi conseguido após a implantação da Equipe de Saúde Bucal (ESB) na Equipe de Saúde da Família (ESF) e também pelo fato do município contar com um dentista dentro das escolas, e em outras instituições,

que realiza a prevenção com flúor, ensinando a maneira correta de se fazer a escovação, passar o fio dental e esclarecer dúvidas. Através dessa participação mais ativa dos profissionais de saúde bucal a população entendeu que a boca também faz parte do corpo e que tem sua importância”, esclareceu.

Atualmente a ESB tem seis dentistas no PSF, um na prevenção e três na Policlínica, além de um auxiliar de saúde bucal para cada um dos dentistas. As ações variam entre a promoção e prevenção à saúde bucal, tratamento de intervenção e curativo. Cada profissional especialista em Saúde da Família, que atua numa equipe de PSF, conta com 30% de aumento no seu salário por mês.

Autores da experiência:Ana Paula Junqueira Pereira - dentista coordenadora da Saúde Bucal de CruzíliaCristiane Aparecida Messias - secretária municipal de Saúde de Cruzília

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Ramon Jader

CRUZÍLIAMunicípio intensifica políticas de saúde bucal

Município de Doresópolis estimula hábitos saudáveis para a prevenção de doenças e agravos não transmissíveis

Com o objetivo de fazer com que crianças e adolescentes cresçam com mais saúde, o município de Doresópolis desenvolveu, em 2010, o projeto Vida Saudável, com a promoção de aulas de educação nutricional, práticas esportivas e oficinas culinárias. A iniciativa também contribuiu significativamente para o controle das Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT’S) de adultos e idosos.

Foram realizadas aulas de educação nutricional, desde o ensino infantil até o 5º ano, sobre a importância da manutenção da saúde. Através de brincadeiras, aulas lúdicas, campeonatos, músicas, teatros e oficinas de culinárias as crianças foram estimuladas a realizar esportes como forma de diminuir o índice de sedentarismo e prevenir o surgimento de problemas cardíacos, nutricionais, entre outros, quando chegarem na fase adulta. Por meio de redações, poemas e paródias as crianças também exploraram o conhecimento adquirido nas aulas, fazendo da alimentação saudável uma atividade prazerosa e divertida.

De acordo com a nutricionista da Secretaria de Saúde de Doresópolis, Lorraine Thayla Lima Soares, crianças que antes não tinham o hábito de comer alimentos saudáveis como frutas, verduras e legumes, após as aulas de educação nutricional passaram a comê-las e melhoraram seu desempenho escolar. “Vários pais nos contaram que depois que os filhos receberam a orientação nutricional e entenderam os benefícios da alimentação saudável passaram a disseminar essas informações dentro de suas casas e para seus familiares. Muitas crianças de três a cinco anos que antes tinham dificuldades de se alimentar, hoje, segundo vários relatos de pais, transformaram-na em um momento prazeroso”, contou.

Atendimento para todosO projeto também procurou melhorar a qualidade de vida de

adultos e idosos com hipertensão, diabetes e obesidade através de acompanhamento nutricional e atividade física. Segundo a

enfermeira do PSF de Doresópolis, Patrícia Veronesi da Silva, primeiramente foi analisado os prontuários do Programa Saúde da Família (PSF) e realizado visitas às casas dos pacientes que tinham hipertensão, diabetes, obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis, para convidá-los a participar do projeto. Os pacientes que aderiram à iniciativa tiveram que realizar exames para que os profissionais de saúde pudessem orientá-los de acordo com as suas necessidades.

O educador físico, Fabrício Eloi Gonçalves, disse que houve uma redução do peso de pelo menos 70% dos pacientes; Controle de 70% dos níveis de colesterol, triglicérides e glicemia. “Quanto aos idosos inseridos no projeto, 100% relataram não sentir mais dores musculares e estar mais dispostos e felizes por interagirem com outras pessoas”, finalizou.

DANT’SAs Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT’S)

constituem um grande e heterogêneo grupo de doenças. Seu controle é de grande importância para a saúde pública, uma vez que estão diretamente relacionadas com a forma como a sociedade está organizada e ao estilo de vida da população, decorrentes de hábitos não saudáveis como, alimentação inadequada ou insuficiente em quantidade e qualidade, uso de alimentos industrializados, conservantes, sedentarismo, tabagismo, álcool, condições ambientais, aspectos sociais e culturais.

Autores da experiência: Rosangela Aparecida Terra e Guerra – secretária de Saúde de DoresópolisFabrício Eloi Gonçalves - educador físico da Secretaria de Saúde de DoresópolisLorraine Thayla Lima Soares - nutricionista da Secretaria de Saúde de DoresópolisPatrícia Veronesi da Silva - enfermeira do PSF de Doresópolis Crédito da foto: André Brant Crédito da matéria: Fernanda Toussaint

DORESóPOLISCrianças e adolescentes com mais saúde

Macro Sul

Page 15: Cos experiencias exitosas   experiencias2

28 29

Macro Sul

Macro Sul

Parceria entre os setores de saúde e educação do município de Monte Santo de Minas objetiva diminuição dos casos da

doença

Sabendo que é preocupante o aumento no número de casos de dengue e que aproximadamente 80% dos focos da doença estão dentro das casas das pessoas, o município de Monte Santo de Minas, pertencente ao COSEMS Regional Passos, decidiu unir as forças dos setores de saúde e educação para conscientizar a população sobre a importância de eliminar os focos do mosquito Aedes aegyptimelhorando assim os índices de infestação da doença no município.

O projeto “Agente Mirim: Educação e Saúde em Casa” foi implantado inicialmente no Centro Educacional Alcides de Paula Braga, para os alunos da 2ª série, e na Escola Municipal Florianita de Paiva Gomes, no distrito de Milagre. A equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família do município, formada por profissionais de saúde como nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, buscou junto aos profissionais de educação, dar o exemplo de trabalho em equipe para as crianças a fim de mobiliza-las a trabalharem juntamente com seus familiares e vizinhança para a eliminação dos focos da doença.

Segundo Camila Vidigal, uma das autoras do projeto no município,“o foco principal foi trabalhar a conscientização, a prevenção e combate ao mosquito da dengue, porém também foi importante realizar trabalhos em parcerias, tanto entre setores municipais quanto entre munícipes, principalmente por termos um objetivo em comum, que foi de diminuir o surto e risco de epidemia de dengue em nosso Município”. A equipe que trabalhou na mobilização nas escolas avaliou a realização do projeto como um sucesso. “As crianças, com a mobilização e trabalho feito em equipe realizaram um verdadeiro mutirão no recolhimento das garrafas “PET”, atendendo plenamente o objetivo proposto”.

Os alunos tiveram o prazo de uma semana para mobilizar seus pais e/ou responsáveis, com o objetivo de recolher em suas casas, casa de vizinhos e em todo o bairro de localização de sua moradia, o maior número possível de garrafas do tipo “Pet” vazias. O material recolhido foi entregue para as professoras e armazenados num local especifico para serem separados e contados posteriormente. A contagem foi realizada pela Equipe do NASF com a presença de todos os alunos e seus professores.

Os resultados foram: em primeiro lugar ficou a turma 2ªA da Escola Municipal Centro Educacional Alcides de Paula Bragaque conseguiu juntar em apenas uma semana 226 garrafas. No total, 730 garrafas foram recolhidas pela escola. Na Escola Municipal de Milagre Florianita de Paiva Gomes a turma vencedora foi a 3ª com 725 garrafas. No total foram recolhidas 1.365 garrafas pela escola.

A sala campeã, além de contribuir com a qualidade de vida do município, ganhou como premiação uma sessão cinematográfica, nas dependências do CVT (Centro Vocacional Tecnológico), com direito a pipocas e refresco. As garrafas recolhidas foram separadas e armazenadas na própria escola. Parte delas foi utilizada pelos alunos durante as aulas de artes, onde o tema trabalhado foi àimportância da reciclagem, visando à sustentabilidade do planeta. Já o restante do material recolhido foi destinado à Cooperativa dos Catadores de Materiais Reciclavéis(COMARE) do Município de Monte Santo de Minas.

Autores da experiência: Camila Vidigal, Camila Orlandi, Bruna Santos, PatriciaSillos, Juliana Espósito

Crédito da foto:

Autora da matéria: Nathália Freitas

Mobilização infantil para o combate à dengueMONTE SANTO DE MINAS

Passa Quatro desenvolve projeto para melhorar a saúde dos idosos

Uma dieta diversificada, rica em frutas, verduras,

legumes, grãos, carnes, entre outros alimentos, é uma das melhores maneiras do organismo se manter saudável. No entanto, essa simples tarefa pode se tornar um tanto quanto difícil aos idosos que não se encontram com uma boa saúde bucal.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), cerca de 80% dos idosos no país têm menos de 20 dentes. Para melhorar a saúde dessas pessoas, desde abril de 2011, Passa Quatro tem dado uma atenção especial às características próprias dessa faixa etária. O projeto busca devolver a habilidade da mastigação da terceira idade, melhorar sua sensibilidade gustativa, ajudar na fonação e reinserção social.

Segundo a coordenadora de Saúde Bucal da Secretaria de Passa Quatro, Maria Cecília de Oliveira e Silva, a melhoria do acesso do idoso à atenção em saúde bucal traz benefícios na qualidade de vida, bem estar e autoestima desses indivíduos. “Estudos revelam que a falta de alguns dentes e o uso de próteses inadequadas diminui a eficiência mastigatória. Como o processo digestivo é iniciado na boca, a formação do bolo alimentar nesses indivíduos fica inadequada e sobrecarrega inclusive o trânsito estomacal, trazendo graves prejuízos a esse órgão na absorção dos nutrientes”, explicou.

José da Conceição Pereira, 70 anos, contou ter gostado muito da consulta que realizou. “Quando cheguei para ser atendido o dentista me ouviu e esclareceu todas as minhas dúvidas. Agora estou só aguardando minha dentadura ficar pronta para voltar a ter uma vida normal”.

No total, foram avaliados 323 indivíduos acima de 60 anos no município. Para abranger o maior número

de idosos, houve uma intensa divulgação nos meio de comunicação, através de radiodifusão e panfletagens, e as consultas foram realizadas durante um evento voltado para os idosos. Também teve um envolvimento multidisciplinar com a presença de fonoaudiólogos, nutricionistas, farmacêuticos, médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, técnicos de enfermagem, auxiliares de saúde bucal e cirurgiões-dentistas. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) foram responsáveis, dentro de suas populações, pela busca ativa dos idosos a serem examinados, e os cirurgiões-dentistas e agentes de saúde bucal, junto com outros profissionais, pelo atendimento.

“Por meio do projeto verificamos que a taxa de edentulismo, que é ausência total de dentes, em idosos acima de 60 anos é muito alta no município, representando 81,4%. Há uma grande demanda reprimida por próteses totais para esta parcela da sociedade (32,1%), e é para isso que estamos trabalhando, para resolver esses problemas e dar melhores condições para nossa população”, destacou a secretária de Saúde de Passa Quatro, Luzia Aparecida Caetano Ribeiro.

Autor da experiência:Maria Cecília de Oliveira e Silva – coordenadora de Saúde Bucal da Secretaria Municipal de Saúde de Passa QuatroPatrícia Braz Scarpa de Paula Santos - ex enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de Passa Quatro

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Secretaria Municipal de Saúde de Passa Quatro

Saúde bucal em diaPASSA QUATRO

Page 16: Cos experiencias exitosas   experiencias2

30 31

Macro Sul

Crianças de Soledade de Minas apendem a importância da higiene bucal

Existem vários tipos de doenças bucais que podem classificar-se desde uma simples cárie até um câncer bucal. Entretanto, felizmente, a maioria desses problemas são passíveis de prevenção. Foi por esse motivo que o pequeno município de Soledade de Minas, localizado na região Sul de Minas Gerais, ensina desde cedo as crianças, na faixa etária dos 5 aos 12 anos, a importância do cuidado com os dentes. A iniciativa começou em 2010 e é realizada por professores nas escolas da zona da rural.

Fagner Vieira Bento, de 13 anos, aprendeu não só a maneira correta de escovar os dentes, mas várias lições de como prevenir doenças. “Aprendi a passar o fio dental, a importância do uso do flúor, do enxague bucal, da limpeza da língua e da boca como um todo. Sempre depois que comemos alguma coisa temos que escovar os dentes para não termos cáries”, explicou.

De acordo com o técnico de higiene bucal de Soledade de Minas, Luciano Pereira de Souza, a higiene bucal é fruto de hábitos que devem ser introduzidos e estimulados o mais precocemente possível. “O sucesso na prevenção da doença periodontal e cárie dependem que o paciente esteja suficientemente preparado, consciente e motivado para a prática da higiene bucal. Os pais ou responsáveis também devem ser orientados a incentivar as crianças. O uso de um creme dental de boa qualidade, a escovação e o uso do fio dental para remover os restos de alimentos não alcançados pela escova são medidas extremamente importantes”.

Os alunos também foram avaliados pelas referências de saúde bucal do município, por meio de exame clínico visual com espátula de madeira, para saber como andava a boca. Durante a consulta os alunos foram questionados se tinham recebido algum atendimento odontológico no último ano na

Unidade Básica de Saúde (UBS), em consultório particular ou em outro local. As crianças que não possuíam a faixa etária indicada na ação foram encaminhadas a UBS da zona urbana. “Por meio dessa ação conseguimos obter uma melhora na higiene dental e um ganho educacional dos envolvidos”, destacou a dentista do PSF de Soledade de Minas, Lucimara de Oliveira Maciel.

Doenças cardíacas X higiene bucal

Além de ocasionar desconforto, noites mal dormidas, mau rendimento escolar, as doenças bucais podem inclusive trazer problemas ao coração. Isso acontece uma vez que qualquer lesão na gengiva, língua e as cáries favorecem a entrada de bactérias pelo organismo, através da corrente sanguínea, que acabam se alojando nesse órgão.

Conforme estatísticas do Instituto do Coração (Incor), 40% dos pacientes atendidos com endocardite bacteriana (inflamação das estruturas internas do coração), apresentam má higiene bucal.

Autores da experiência:Wania Maria Pinto Veloso – ex cirurgiã-dentista de Soledade de MinasLuciano Pereira de Souza - técnico de higiene bucal de Soledade de Minas

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Luciano Pereira de Souza

SOLEDADE DE MINASCuidado desde a infância

Macro Sul

Bolsas ecológicas reduzem focos da doença em Piumhi

Além de contribuir para a sustentabilidade do meio ambiente, as bolsas ecológicas implantadas em Piumhi, região Centro Oeste de Minas Gerais, estão a cada dia ajudando a acabar com os focos da dengue na cidade. A iniciativa teve início em 2011, depois que o município verificou que em vários locais as sacolas estavam servindo de criadouros para o Aedes Aegypti.

Lucimar da Silva Terra, professora da Escola Municipal Dr. Avelino de Queiroz, contou que achou a iniciativa muito interessante e eficaz, tanto para a questão da dengue, quanto para o lado do meio ambiente. “O desenvolvimento desse trabalho de incentivo ao uso das sacolas ecológicas, que são estampadas com dizeres de apoio ao combate à dengue, é uma forma de estarmos sempre atentos aos cuidados com a doença. A iniciativa adotada pelo município ajudou mesmo a mobilizar muitas pessoas”.

Segundo o mobilizador social da prefeitura de Piumhi, Marcelo Antônio Soares Barbosa, foram distribuídas cerca de 600 sacolas, produzidas com recursos do Ministério da Saúde (MS), suficientes para alcançar os principais comércios, como mercearias, padarias, entre outros, que são seus maiores distribuidores. “Atualmente um dos grandes problemas que aflige as grandes e pequenas cidades é a questão do lixo e que tem como grande vilão as sacolas plásticas. Além de serem prejudiciais ao meio ambiente, elas estão relacionadas diretamente com a problemática da dengue, uma vez que podem acumular água quando jogadas em lotes baldios, córregos, o que facilita com que o mosquito deposite seus ovos. O setor de mobilização social ao desenvolver esse trabalho visa à parceria entre prefeitura e comércio. Através dessa ação conjunta a população sai ganhando mais saúde, uma vez que

é lembrada a todo o tempo dos cuidados a serem tomados para a diminuição dos casos da doença no município, e os comerciantes, ao aderirem à distribuição das bolsas ecológicas, passam a visão de que o estabelecimento se preocupa com a saúde de seus fregueses”, esclareceu.

As sacolas também foram entregues para funcionários de repartições públicas, como os do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Correio, INSS, entre outros. Os servidores, além de ganhar as bolsas e conhecer o trabalho de incentivo ao uso das sacolas ecológicas, trabalharam um dia na semana com botons da campanha de combate à doença com os dizeres: “Dengue se você agir podemos evitar”.

Popularidade

A preocupação com o futuro do planeta tem ganhado cada dia mais destaque e com ela vem a preocupação com os problemas relacionados à poluição. Como o material das sacolas plásticas não são renováveis, e demoram para se decompor na natureza, as pessoas tem adotado cada vez mais as sacolas retornáveis, que geralmente são de tecidos, laváveis e reutilizáveis.

Autores da experiência:Marcelo Antônio Soares Barbosa - mobilizador social da Prefeitura de Piumhi

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Prefeitura de Piumhi

PIUMHIAtitudes sustentáveis no combate à dengue

Page 17: Cos experiencias exitosas   experiencias2

32 33

Macro Sul

Macro Sul

Três Corações insere estudantes de odontologia na realidade das Equipes de Saúde da Família

O objetivo do projeto implantado por Três Corações, em 2011, busca inserir o acadêmico de odontologia na realidade das Equipes de Estratégia de Saúde da Família (EESF) e a integração da população com os futuros profissionais da saúde, de modo a familiarizá-los com a nova realidade de prestação de atendimento, visto que diversas unidades de saúde são recentes e a atenção odontológica recém-implantada. Para isso, o município tem trabalhado com fatores socioeconômicos e psicológicos no processo saúde/doença, e com o desenvolvimento de atividades de promoção, manutenção e recuperação da saúde no processo de formação do cirurgião dentista.

Segundo a acadêmica, Sandra Helena kukulka, do 3º período de odontologia da Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações (UNINCOR), o projeto tem permitido identificar as reais necessidades de cada família e propor ações preventivas junto aos profissionais da unidade de saúde. “Os dados levantados visam o estudo das condições das famílias para o aproveitamento, tanto da equipe médica (médico, enfermeiro e agentes comunitários de saúde), quanto da equipe odontológica”, esclareceu.

De acordo com o cirurgião dentista da Secretaria de Saúde de Três Corações e supervisor do estágio do curso de odontologia da UNINCOR, Giulliano Henrique Gonçalves, após receberem o treinamento nas unidades de EESF, os acadêmicos atuarão como agentes comunitários de saúde, levantando prioridades, cadastrando as famílias e promovendo a distribuição de materiais de higiene pessoal (escovas e creme dental). Posteriormente, eles ministrarão palestras nas escolas sobre temas relacionados à saúde, segundo as necessidades

identificadas no levantamento. Os acadêmicos também realizarão o inquérito epidemiológico e a classificação de risco, para que os dados sirvam de base para o atendimento realizado pelo dentista da unidade.

“Como metodologia, o projeto prevê o desenvolvimento das atividades junto aos acadêmicos do 1º, 2º e 3º períodos na disciplina de estágio supervisionado do curso de odontologia da UNINCOR. Numa segunda etapa, será desenvolvido um trabalho de campo, junto às Equipes de Saúde Bucal (ESB) do município, sob a orientação dos profissionais que nestas atuam, e elaborando questionários de visitas, roteiros de trabalho, materiais de palestras, relatórios de acompanhamento e dados estatísticos. Todas as informações coletadas passarão por análise periódica”, finalizou a coordenadora municipal de Saúde Bucal de Três Corações, Simone Cerqueira Ferreira

Autores da experiência: Giulliano Henrique Gonçalves - cirurgião dentista da Secretaria de Saúde de Três Corações e supervisor do estágio do curso de odontologia da UNINCORSimone Cerqueira Ferreira – coordenadora municipal de Saúde Bucal de Três Corações

Crédito da foto: Giulliano Henarique Gonçalves Crédito da matéria: Filipe Diniz

TRÊS CORAÇÕESAcadêmicos mais preparados

Implantação do “Programa de Saúde Bucal”, uma das estratégias do“Saúde da família”, assegura atendimento ampliado

Melhorar as condições e orientar as práticas referentes à saúde bucal da população rural, garantir o acesso progressivo de todas as ações de promoção e prevenção à população, bem como aquelas de caráter curativo (restauradoras de saúde bucal), são alguns dos objetivos preconizados através da implantação do “Programa de Saúde Bucal”, estratégia do“Saúdeda família”, no município de Três Corações. O trabalho integrado da área odontológica com as áreas médica e de assistência social teve como finalidade priorizar o atendimento das pessoas excluídas de qualquer cuidado de saúde através do tratamento curativo e preventivo.

O Programa de Saúde Bucal vem reorganizando o sistema local e permitindo que as autoridades competentes tenham acesso a situação da saúde em âmbito geral e específico (bucal) da população. Segundo o odontologista GiullianoHenrique Gonçalves, que faz parte da equipe de saúde bucal que atende a região, “para uma população que tinha de se deslocar alguns quilômetros para uma consulta médica ou uma orientação odontológica, a visita realizada por estes profissionais em sedes pólo como escolas, centros comunitários ou igrejas é um amparo para que o deslocamento somente seja feito para atendimentos de média complexidade médicos, exames complementares e consultas odontológicas em gabinete odontológico”.Atualmente, as comunidades rurais que fazem parte da unidade de Estratégia de Saúde da Família Rural contam com a atenção de vários profissionais de saúde, dentre eles agentes comunitários, enfermeiros, médicos e cirurgiões dentista. “O empenho destes profissionais da Equipe de ESF cria uma integração e uma maior abrangência da cobertura do município em relação à saúde”, garanteGiulliano.

Segundo Eufrânia Paula Corrêa Potting, diretora das escolas municipais José Joaquim Alves Pereira e Deputado Renato Azeredo, ambas incluídas no programa de atendimento, 80% de seus alunos, que são pertencentes à zona rural, nunca tinham recebido

acompanhamento dentário. “Quando os dentistas chegaram à escola, fizeram um trabalho preventivo e encaminharam as crianças que possuíam problemas odontológicos mais graves para o consultório, o que foi comemorado pela população, já que era uma demanda antiga da comunidade”, comenta.

Através de visitas domiciliares dos profissionais de saúde bucal nunca antes realizadas, desenvolvimento de atividades como palestras educativas por meio de uma linguagem fácil e acessível sobre como realizar a higiene bucal, distribuição de escovas de dente e aplicação tópica de flúor, foi observado uma melhora significativa na mudança de hábitos da população atendida. “As crianças que ficavam em horário integral na escola não se preocupavam em trazerem suas escovas, por isso começamos a distribuí-las, porém mesmo assim, não havia a preocupação em realizar a higiene bucal após as refeições. Somente depois da chegada dos dentistas, as crianças apresentaram uma mudança completa de hábitos. Agora todas se preocupam em escovar os dentes”, afirma Eufrânia.

Para Giulliano, a retribuição vem em forma de reconhecimento dos usuários e no cumprimento dos princípios básicos da atenção primária que são a promoção à saúde, o acolhimento e o monitoramento das famílias pertencentes a um território. “Queremos que esses resultados sirvam para que melhorias sejam feitas para atender as necessidades da população. Eles podem ser avaliados pela satisfação dos usuários e no caso da odontologia pela diminuição gradual de alguns indicadores de saúde como o Inquérito Epidemiológico CPOD e a classificação de risco. Ainda é cedo para determinar resultados maiores nos indicadores, mas a melhoria de valores indica que o projeto encontra-se no caminho certo”, assegura.

Autores da experiência: Giulliano Henrique Gonçalves, Simone Cerqueira Ferreira, Fernanda Moisés Valadão Marins.Crédito da foto: Giulliano Henrique GonçalvesCrédito da matéria: Nathália Freitas

TRÊS CORAÇÕESMunicípio é exemplo na assistência odontológica

Page 18: Cos experiencias exitosas   experiencias2

34

Macro Sul

Há nove anos Varginha leva aos acamados mais humanização no tratamento de doenças incapacitantes

O Programa de Atenção Domiciliar e Internação (PADI) de Varginha, região Sul de Minas Gerais, há nove anos realiza de forma sistematizada, globalizada e contínua o atendimento domiciliar de pacientes com dificuldades de locomoção ou com doenças incapacitantes. Seu objetivo principal é reduzir os riscos decorrentes das internações de longa permanência e aumentar a capacidade de autonomia do paciente e de sua família. Vale ressaltar, porém, que esse tipo de assistência também vem assumindo grandes proporções, uma vez que agrega três elementos essenciais ao gerenciamento da saúde pública: redução de custos, maior rotatividade de leitos hospitalares e humanização.

O PADI atua em duas modalidades: atendimento domiciliar e internação hospitalar. A primeira constitui no atendimento de saúde prestado no domicílio do paciente por um ou vários profissionais habilitados, visando o restabelecimento e a manutenção da saúde, bem como sua autonomia, independência e participação no seu contexto social por meio do desenvolvimento e adaptação de funções, elevando sua qualidade de vida. Já a internação domiciliar pode ser definida como uma atividade de cuidados à saúde, realizada no domicílio, como alternativa à hospitalização para paciente com quadro clínico estável e que dependa continuamente de cuidados especializados de uma equipe multiprofissional, coordenada e supervisionada por um médico. Envolve a transferência de aparato tecnológico específico para o domicílio, disponibilidade de serviços de transporte externo para emergências, exames especializados, fornecimento de medicamentos

e monitoramento constante do paciente e da família.De acordo com a coordenadora do PADI, Maria

Paula Ferreira de Carvalho, o projeto tem trazido benefícios tanto ao atendimento prestado, quanto de ordem financeira. “Desde que o projeto foi implantado, em 2002, tivemos uma diminuição das ocorrências de infecção hospitalar; houve um menor número de agravos ao paciente e cuidador; o uso de transportes (ambulância) foi diminuído, sem contar que, em termos financeiros, a assistência domiciliar custa em média um terço da assistência hospitalar, além de levar mais conforto ao paciente com um atendimento mais humanizado”, pontuou.

Desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde de Varginha, o PADI é um serviço de atenção secundária, que conta com a parceria do Hospital Bom Pastor e Hospital Regional do Sul de Minas do município.

Autores da experiência:Maria Amália Guerra Monteiro - ex coordenadora do Programa de Atenção Domiciliar e Internação de VarginhaMaria Paula Ferreira de Carvalho - coordenadora Programa de Atenção Domiciliar e Internação de Varginha

Autora da matéria: Fernanda Toussaint

Crédito da foto: Prefeitura de Varginha

VARGINHAServiço ambulatorial domiciliar