correio notícias - edição 851

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21 Diretora: Elizabete Gois Ano XIII - Nº 851 - R$ 2,00 Sábado de Setembro de 2013 O município de Siqueira Campos completa 93 anos nesta segunda-feira, 23 e o jornal Correio Notícias trás para os leitores a história do município. De acordo com informações, o primeiro homem que pisou nas terras, que mais tarde se tornaria “Siqueira Campos”, foi Joaquim José de Sene, em 1843. Ele veio de “Faxina”, município que mais tarde se tornaria “Itapeva” – SP e atingiu o cume da Serra dos Pereiras. Ele então subiu nas pontas de uma Figueira Branca e avistou as serras da Boa Vista, Salto Bonito e da Guabiroba. Nesse momento ele disse, “em nome de Deus tudo que meus olhos avistam a partir desse momento é meu”. Joaquim Sene “tomou posse” de dez mil alqueires mineiros, que equivale a pouco menos de dez alqueires atuais. Página 2 Secretaria de Assistência Social de Siqueira Campos disponibiliza cursos gratuitos A prefeitura de Siqueira Campos através da Secretaria de Assistência Social e o Departamento da Infância, Adolescência e Assunto da Famí- lia (DIAAF) disponibiliza oficinas e cursos gratuitos para toda popula- ção siqueirense. A secretaria atende cerca de 270 siqueirenses, e tem previsão de expandir os seus proje- tos. Pois, segundo a secretária de Assistência Social, Vanessa Bassani Marques de Goes, a aceitação e pro- cura por parte da população aumenta diariamente. Página 4 Siqueira Campos e sua cultura culinária diversificada Em comemoração aos 93 anos de emancipação politica do município de Siqueira Campos a equipe de reporta- gem do CN foi até o Distrito da Alemoa onde entrevistou algumas pessoas que produzem produtos culinarios. O muni- cípio de Siqueira Campos além de ser um grande produtor de café, conta com uma cultura culinária diversificada, como a produção artesanal de doces, a iguaria do pastel de polvilho, a pamo- nha entre outros. Página 5

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Correio Notícias - Edição 851

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Page 1: Correio Notícias - Edição 851

Sábado - 21 de SeTeMbRo de 2013 - edição 8511

21 Diretora: Elizabete GoisAno XIII - Nº 851 - R$ 2,00

Sábado de Setembro de 2013

O município de Siqueira Campos completa 93 anos nesta segunda-feira, 23 e o jornal Correio Notícias trás para os leitores a história do município. De acordo com informações, o primeiro homem que pisou nas terras, que mais tarde se tornaria “Siqueira Campos”, foi Joaquim José de Sene, em 1843. Ele veio de “Faxina”, município que mais tarde se tornaria “Itapeva” – SP e atingiu o cume da Serra dos Pereiras. Ele então subiu nas pontas de uma Figueira Branca e avistou as serras da Boa Vista, Salto Bonito e da Guabiroba. Nesse momento ele disse, “em nome de Deus tudo que meus olhos avistam a partir desse momento é meu”. Joaquim Sene “tomou posse” de dez mil alqueires mineiros, que equivale a pouco menos de dez alqueires atuais. Página 2

Secretaria de Assistência Social de Siqueira Campos

disponibiliza cursos gratuitosA prefeitura de Siqueira Campos através da Secretaria de Assistência Social e o Departamento da Infância, Adolescência e Assunto da Famí-lia (DIAAF) disponibiliza oficinas e cursos gratuitos para toda popula-ção siqueirense. A secretaria atende

cerca de 270 siqueirenses, e tem previsão de expandir os seus proje-tos. Pois, segundo a secretária de Assistência Social, Vanessa Bassani Marques de Goes, a aceitação e pro-cura por parte da população aumenta diariamente. Página 4

Siqueira Campos e sua cultura culinária

diversificadaEm comemoração aos 93 anos de emancipação politica do município de Siqueira Campos a equipe de reporta-gem do CN foi até o Distrito da Alemoa onde entrevistou algumas pessoas que produzem produtos culinarios. O muni-

cípio de Siqueira Campos além de ser um grande produtor de café, conta com uma cultura culinária diversificada, como a produção artesanal de doces, a iguaria do pastel de polvilho, a pamo-nha entre outros. Página 5

Page 2: Correio Notícias - Edição 851

Sábado - 21 de SeTeMbRo de 2013 - edição 8512 ESPECIAL - SIQUEIRA CAMPOS

Siqueira CamposCornélio ProcópioCuritibaIbaitiJapiraJabotiSalto do ItararéCarlópolisJoaquim TávoraGuapiramaQuatiguáJacarezinhoConselheiro MairinckPinhalão

DIREçãOEDItORA ChEfE

Elizabete GoisREDAçãO

Camila Consulin, Isa Machado,Regiane Romão, Isamara MachadoBruno, MarcosADMInIStRAtIvO

Mireila Guilmo, Emilia Kuster, Claudenice Machado, COLUnIStA

Gênesis MachadoCIRCULAçãO

REPRESEntAçãOMERCONET Representação de Veículos de Comuni-cação LTDARua Dep. Atilio de A. Barbosa, 76 conj. 03 - Boa Vista - Curitiba PRFone: 41-3079-4666 | Fax: 41-3079-3633

fILIADO A

Associação dos Jornais Diários do Interior do Paraná

joRNAlístIcA coRREIo Do NoRtE s/c ltDA - cNpj: 07.117.234/0001-62

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[email protected]@correiodonortesc.com

TomazinaCuriúvaFigueiraVentaniaSapopemaSão Sebastião da AmoreiraNova América da ColinaNova Santa BárbaraSanta Cecília do PavãoSanto Antônio do ParaísoCongoinhasItambaracáSanta MarianaLeópolis

SertanejaRancho AlegrePrimeiro de MaioFlorestópolisSão Gerônimo da SerraSanto Antônio da PlatinaArapotiJaguariaívaSengésSão José da Boa VistaWenceslau BrazSantana do ItararéJundiaí do SulAndirá

AbatiáCambaráRibeirão do PinhalNova FátimaBarra do JacaréSanta AméliaSertanópolisBela Vista do ParaísoRibeirão Claro

A história do município que nasceu de uma Figueira Branca

A história de Siqueira Campos é associada à chegada de paulistas na região

De siqueira camposRegiane Romão

O município de Siqueira Campos completa 93 anos nesta segunda-feira, 23 e o jornal Correio Notícias trás para os leitores a his-tória do município.

De acordo com informações, o primeiro homem que pisou nas terras, que mais tarde se tornaria “Siqueira Campos”, foi Joaquim José de Sene, em 1843. Ele veio de “Faxina”, município que mais tarde se tornaria “Itapeva” – SP e atingiu o cume da Serra dos Perei-ras. Ele então subiu nas pontas de uma Figueira Branca e avistou as serras da Boa Vista, Salto Bonito e da Guabiroba. Nesse momento ele disse, “em nome de Deus tudo que meus olhos avistam a partir desse momento é meu”.

Joaquim Sene “tomou posse” de dez mil alqueires mineiros, que equivale a pouco menos de dez alqueires atuais.

Em 1848, Joaquim Sene trocou as terras por uma espingarda de carregar pela boca com José Ber-nardo de Gouveia. Mais tarde, Gou-veia vendia as terras aos irmãos Miguel Joaquim e Francisco de Paula pela importância em dinheiro de réis setecentos mil réis.

Os irmãos se desfizeram das terras. Eles venderam para Domi-ciano Corrêa, morador de São José da Boa Vista. Ele então vendeu novamente as terras para os paren-tes de Miguel Joaquim e Francisco de Paula, residentes em Itaberá, Estado de São Paulo.

No ano de 1863, dos últimos, compravam a posse os Caetanos de Carvalho. Eram estes três irmãos: José Caetano de Carvalho, Cae-tano José de Carvalho e Inocêncio José de Carvalho e os cunhados dos mesmos, João de Oliveira Rocha e Pedro José Rocha. Vinham os Caetanos de Carvalho acompa-nhados de muitas mulheres, filhos, homens e mulheres totalizando 15 famílias compostas de cento e cin-quenta (150) pessoas oriundas de Santo Antonio do Machado, São José e Dores de Alfenas, São Fran-cisco de Paula do Machadinho e

São João Batista do Douradinho, do sul da Província de Minas Gerais. Construindo os seus ranchões, a beira do ribeirão, nascia o povoado que foi chamado pelo Capitão Fran-cisco José de Almeida Lopes (Tico Lopes) de São José da Boa Vista, de Colônia dos Mineiros, nome que em 1886, se constitui em Capela do Senhor Divino Espírito Santo da Colônia Mineira.

Em cumprimento a promessa feita ao Divino Espírito Santo, durante a viagem, pedindo a sua proteção para chegarem bem até o sertão, doaram 32 (trinta e dois) alqueires de terra ao Divino Espírito Santo e levantaram uma capelinha de barro, na qual entronizaram a “Pombinha Branca” como padroeiro

do povoado.Por volta de 1909, com a morte

do Presidente Afonso Moreira Pena, a Câmara Municipal de Tomazina deu à Colônia o nome de Penápolis, em sua homenagem. Este nome foi conservado até que a Lei nº 1. 918 de 23 de fevereiro de 1920, criou o município com sua emenda fazendo voltar o antigo nome de Colônia Mineira. Também em 1920, precisa-mente em 23 de setembro de 1920, tomaram posse: o primeiro Prefeito, Coronel José Inocêncio dos Santos, e a Câmara Municipal de Colônia Mineira, eleitos no último dia 21 de junho.

Por decreto estadual n.º 323, de 05-11-1930, o município passou a chamar Siqueira Campos.

Em divisão administrativa refe-rente ao ano de 1933, o município já denominado Siqueira Campos é constituído do distrito sede.

Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município figura com os distritos de Siqueira Campos, Salto do Itataré e Alemoa.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o muni-cípio é constituído de três distritos: Siqueira Campos, Alemoa e Salto do Itararé.

Pelo decreto-lei estadual n.º 199, de 30-12-1943, o distrito de Alemoa passou a denominar-se Marimbondo.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é cons-

tituído de três distritos: Siqueira Campos, Marimbondo (ex Alemoa) e Salto do Itararé.

Pela lei estadual n.º 4245, de 25-07-1960, desmembra do municí-pio de Siqueira Campos o distrito de Salto do Itararé, elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de dois distritos: Siqueira Campos e Marimbondo.

A Lei Estadual nº100, de 30/12/1936. criou o distrito de Alemoa.

Pela Lei Estadual n.º 199, de 30/12/43, o distrito de Alemoa passou a denominar-se Marim-bondo.

Em divisão territorial datada de

15-VII-1999, o município é cons-tituído de dois distritos: Siqueira Campos e Alemoa.

Pela Lei Municipal n.º 009/97, de 02/04/1997, o distrito de Marim-bondo voltou a denominar-se Alemoa.

Em divisão territorial datada de 14-V-2001, o município é cons-tituído de dois distritos: Siqueira Campos e Alemoa.

Alteração Toponímica Munici-pal:

Colônia Mineira para Siqueira Campos alterado, por decreto esta-dual n.º 323, de 05-11¬1930.

Em 2010, o censo calculou 18.446 habitantes no município. Na área urbana são encontradas 73% da população e na área rural, 27%.

Camila Consulin

Page 3: Correio Notícias - Edição 851

Sábado - 21 de SeTeMbRo de 2013 - edição 8513ESPECIAL - SIQUEIRA CAMPOS

Secretaria de Assistência Social de Siqueira Campos disponibiliza cursos gratuitos

A secretaria atende cerca de 270 siqueirenses, e tem previsão de expandir os seus projetos. Pois, segundo a secretária de Assistência Social, Vanessa Bassani Marques

de Goes, a aceitação e procura por parte da população aumenta diariamente De siqueira campos

Redação com Assessoria

A prefeitura de Siqueira Campos através da Secretaria de Assistência Social e o Departa-mento da Infância, Adolescência e Assunto da Família (DIAAF) dispo-nibiliza oficinas e cursos gratuitos para toda população siqueirense. A secretaria atende cerca de 270 siqueirenses, e tem previsão de expandir os seus projetos. Pois, segundo a secretária de Assis-tência Social, Vanessa Bassani Marques de Goes, a aceitação e procura por parte da população aumenta diariamente.

De acordo com o prefeito Fabiano Lopes Bueno, o Bi, essas ações são de grande importância. “Nosso município hoje conta com uma equipe preparada para dispo-nibilizar atendimento em todas as áreas e com a assistência social não é diferente, isto demonstra bem o carinho que nossa gestão tem com toda população siquei-rense”, diz.

Segundo a secretária de Assis-tência Social, as benfeitorias que estes projetos trazem a sociedade são inegáveis, e as formas que estes projetos são trabalhados são inúmeras. Além disso, conta com parceria do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), na execução dos projetos. “A secre-taria conta com uma equipe téc-nica formada por profissionais da assistência social e psicologia. Os projetos tomam caráter também de arteterapia, já que os usuários atendidos na instituição usam os projetos como forma de expres-são e autoconhecimento”, disse a secretária.

O chefe da Divisão de Assuntos da Família, Marlon Valle, enalteceu a atenção que o prefeito tem dado aos projetos voltados a assistência social. “Não podemos deixar de

destacar a atenção que o Bi tem dado aos projetos destinados a população. Esta é uma preocupa-ção clara da sua gestão, atender a todos com igualdade, dando suporte de atendimento para estes, e isto se reflete na população uma vez que a felicidade dos alunos que iniciam em algum dos projetos é visível”.

Segundo a chefe da Divisão de Assuntos da Criança e Adolescente, Vera Lúcia da Cruz o atendimento é aberto para todas as idades. “É algo primordial e alcança todas as áreas de vulnerabilidade social de nosso município e da suporte aos alunos, visando não só a inclusão, mas a criação de novos vínculos”, disse.

Para finalizar a secretária de Assistência Social, felicita a popula-ção e ressalta o trabalho da equipe do CRAS/DIAAF em parceria com prefeitura municipal, como prin-cipal motivador do sucesso dos projetos. “Quanto a grande aceita-ção popular, isto muito nos alegra, nos mostra o quanto a população

siqueirense é participativa. Siqueira Campos esta de parabéns, assim como todo o nosso quadro de pro-fissionais, nossa equipe é bata-lhadora e busca sempre atender a população de maneira a superar as dificuldades e demonstrar nossa satisfação em atender a população siqueirense”, disse.

Os cursos oferecidos são de costura, artesanato, pintura, pat-chwork, informática, violão, capo-eira e karatê. As oficinas funcionam em diversos horários para que toda população tenha acesso a estas oportunidades. As inscrições conti-nuam sendo feitas e os interessa-dos devem procurar o CRAS.

Divulgação

Equipe da secretaria de Assistência social e da Divisão de Assuntos da criança e Adolescente

Page 4: Correio Notícias - Edição 851

Sábado - 21 de SeTeMbRo de 2013 - edição 8514 ESPECIAL - SIQUEIRA CAMPOS

Bar do Mané 54 anos de história em Siqueira Campos

O tradicional bar é conhecido em toda região do Norte Pioneiro devido às iguarias servidas e devido à contribuição e importância histórica que o mesmo tem no município

De siqueira camposisaele machado

No dia 14 de agosto de 1959 surgiu o tradicional Bar do Mané, em Siqueira Campos que com muito esforço o Senhor Manoel Marques de Oliveira e sua esposa Cacilda Lima de Oliveira deram início ao estabelecimento que hoje continua nas mesmas ins-talações sendo também um dos casarões mais antigos que ainda existem em Siqueira Campos. Seu Manoel Marques, Mané Sabino como era conhecido, cuidou com apreço e dedicação do estabe-lecimento durante 50 anos vindo a falecer em 21 de fevereiro de 2008. Depois de sua morte seus

dois filhos Ademir José Marques e Leodir de Oliveira assumiram o famoso Bar do Mané que é conhe-cido até mesmo nas cidades vizi-nhas. Atualmente o bar continua oferecendo a clientela comidas tradicionais e salgados como o famoso "capotado do bar do mané". Pão Mandi iguaria e o sor-vete servido no estabelecimento que é de fabricação própria, inclu-sive a massa do sorvete de coco queimado que é o mais vendido. Segundo Ademir a receita do sor-vete de coco queimado foi pas-sada por seu falecido pai que os ensinou como preparar.

Entre uma das mais impor-tantes personalidades que já passaram pelo bar destacam-se

o governador do Paraná, Beto Richa que visitou e almoçou no bar por duas vezes e o secretário Estadual do Trabalho, Luiz Clau-dio Romanelli.

No dia 14 de agosto o Bar do Mané completou 54 anos de his-tória em Siqueira Campos, tanto é que o estabelecimento enri-quece a história do município.

Sendo bar e restaurante, dia-riamente passam mais de 500 pessoas pelo local e são vendidos aproximadamente 1 mil salgados. Durante a Festa do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, o bar fica praticamente intransitável e as vendas dobram, de acordo com Ademir (um dos proprietários do bar). os irmãos leodir de oliveira e Ademir josé Marques atuais proprietários do estabelecimento

Isaele Machado

Doces artesanais são atrativos no município

A tradição de fazer compotas já se arrasta desde a época de quando Siqueira Campos ainda era denominada Colônia Mineira. As compotas

de doces enriquecem a culinária do município.

De siqueira camposIsaele Machado

O Correio Notícias entrevistou um produtor de compotas arte-sanais que reside no Distrito da Alemoa, em Siqueira Campos.

O produtor Oscar Lima, que trabalha há dez anos na produção artesanal de compotas, conta que

são feitas cerca de 400 compotas por semana dos mais diversifica-dos sabores como abóbora, laranja, figo, mamão entre outros que são quase vinte qualidades.

De acordo com o doceiro a produção é feita duas vezes por semana e durante dois dias da semana também é vendido as compotas na região dos Campos

Gerais, inclusive na cidade de Telêmaco Borba.

Oscar explica que há vários produtores de compotas artesa-nais, por isso escolheu uma cidade mais distante para comercializar o produto, no entanto, as compotas que são provenientes da cultura culinária de Siqueira Campos tem ganhado destaque em todo país.

compotas artesanais

Isaele Machado

A pesca além de gerar renda é

atração aos turistas

De siqueira camposIsaele Machado

A pesca é um destaque em toda região do Norte Pioneiro, inclusive existem projetos voltados à pesca. A equipe de reportagem do Correio Notícas entrevistou os pescadores moradores da Alemoa José Claro e Jucélio Claro que falaram um pouco sobre como comercializam os peixe e fazem a pesca.

Jucélio Claro é pescador de car-teirinha há 10 anos e seu pai José Claro há 19, mas de acordo com eles pescam desde a idade de 10 anos. José conta que criou os cinco filhos e construiu seu patrimônio tra-balhando como pescador.

A rotina dos pescadores se resume em armar as redes de pesca às 15 horas e voltar pegar às 5 horas da manhã, diariamente pescam aproximadamente 40

quilos de peixes, ao mês cerca de 500 quilos são distribuídos em toda a região e inclusive em Taguaí Estado de São Paulo. Os peixes são repassados por R$ 4 o quilo e são entregues quinzenalmente para a revenda.

A pesca na Alemoa gera renda aos pescadores e é um atrativo aos turistas que além de pescarem tem a oportunidade de contemplar a natureza e beleza do local.

pescadores que vivem exclusivamente da pesca

Isaele Machado

Page 5: Correio Notícias - Edição 851

Sábado - 21 de SeTeMbRo de 2013 - edição 8515ESPECIAL - SIQUEIRA CAMPOS

Escola Ana Montanha Cezar oferece curso de libras para a população

A primeira turma se formará em dezembro. Ao todo 25 alunos estão participando das aulas. Para 2014 a intenção é abrir duas turmas com 40 alunos cada

De siqueira camposregiane romão

A Escola Municipal Ana Mon-tanha Cezar em parceria com o Departamento de Educação de Siqueira Campos promovem, a pouco mais de um mês o curso de libras, com o professor Erfem Ruguens da Silva.

A iniciativa partiu da diretora da escola, Silvia Adriana dos Santos Roque, que a princípio queria capacitar os professo-res da instituição, que é conhe-cida como Centro da Educação Especial. “Aqui nós atendemos crianças que não ouvem, não enxergam e por isso resolvemos abrir esse curso, já que vários professores não sabem a lingua-gem dos sinais”.

Silvia explicou também que alguns professores fazem pós em “Libras”, mas que se aprende apenas a teoria. “Na pós gradua-ção temos a teoria, e isso não é

o suficiente. Com o Erfem temos as aulas práticas”.

No começo, a intenção de Silvia, como ela mesma explicou era fazer um curso interno. “Na primeira aula foram oito alunos, na segunda já foram 25. Temos universitários, funcionários do Lar do Menor e professores. A procura é grande, inclusive pes-soas de outra cidade me ligaram perguntando sobre esse curso”.

O valor do curso é de R$ 20 mensais, e são usados para ajuda de custo do professor, já que ele não tem um salário fixo. “Aqui na escola nós imprimimos os trabalhos para ele, assim ajuda a amenizar os gastos, e os R$ 20 de cada aluno é repassado para ele”.

Além disso, Erfem criou a ‘Pastoral do Surdo’. “Ainda está no início, mas ele faz o mesmo trabalho daqui da escola e ensina as pessoas à língua dos sinais”.

O curso que começou

pequeno tem possibilidade de expansão para o próximo ano. “Como a procura foi muito grande, temos a intenção de em 2014 abrir 80 vagas. Já conversamos com o prefeito Fabiano Lopes Bueno e ele pretende contratar o professor. Dessa forma, além de aumentar o nosso número de vagas outras escolas também poderão fornecer o curso”.

O professor é ex aluno da instituição e procurou a diretora e se ofereceu para ensinar os professores. “Ele veio até aqui, e nós acertamos tudo. Temos que mudar a ideia das pessoas que acham que para conversar com um surdo tem que usar mímicas. Não é assim, eles tem uma lin-guagem e inclusive ficam bravos quando você não usa”.

O objetivo da diretora é divul-gar o curso para o próximo ano. “Queremos que todos saibam sobre o curso e que se inscre-vam”, finalizou. Alunos aprendem a língua dos sinais com o professor Erfem

Silvia Roque

Lixo eletrônico terá local de descarte em Siqueira Campos

Segundo a secretária de Meio Ambiente, Soraya Helena Queiroz Manoel, todos os municípios que compõem a Amunorpi, terão um convênio com uma empresa, devidamente licenciada

para fazer esse recolhimento e dar um destino correto aos resíduosDe siqueira camposcamila consulin

A população de Siqueira Campos terá nos próximos dias opções de onde descartar o lixo tecnológico que ocupa espaço e está em casa há anos. A Secretaria de Meio Ambiente, através da pre-feitura, realizará um mutirão e insta-larão postos para o descarte correto do lixo eletrônico.

De acordo com secretária de Meio Ambiente, Soraya Helena Queiroz Manoel, todos os municí-pios que compõem a Associação

dos Municípios do Norte Pioneiro (Amunorpi), terão um convênio com uma empresa, devidamente licen-ciada para fazer esse recolhimento e dar um destino correto aos resí-duos.

“Tudo que for eletrônico, como baterias, televisão, celulares, gela-deiras, secadores, entre outros, a população poderá descartar corre-tamente”, ressaltou Soraya.

Soraya ainda informou que será a primeira vez que o município rea-lizará este tipo de coleta.

“O principal objetivo é evitar o descarte incorreto dos objetos, no

entanto ainda faremos uma análise pra saber qual o tempo necessário pra realizar a coleta novamente”, informou.

O mutirão deve acontecer durante a próxima semana, porém as pessoas que já quiserem se des-fazer dos lixos eletrônicos, pode-rão se dirigir a Secretaria de Meio Ambiente.

As empresas com grande quan-tidade de resíduos eletroeletrônicos para descarte poderão agendar junto à Secretaria para que uma equipe se desloque até o local para fazer a coleta.

lixo Eletrônico Com o elevado uso de equipamentos eletrônicos no mundo moderno, este tipo de lixo tem se tornado

um grande problema ambiental quando não descartado em locais adequados. Exemplos de lixo eletrônico: Monitores de computadores, telefones celulares e baterias, computadores, televisores, câmeras fotográficas, impressoras.

problemas causados pelo descarte inadequadoEste descarte é feito quando o equipamento apresenta defeito ou se torna ultrapassado. O problema ocorre

quando este material é descartado no meio ambiente. Como estes equipamentos possuem substâncias quími-cas (chumbo, cádmio, mercúrio, berílio) em suas composições, podem provocar contaminação de solo e água.

Além do contaminar o meio ambiente, estas substâncias químicas podem provocar doenças graves em pessoas que coletam produtos em lixões, terrenos baldios ou na rua.

E como são compostos também por grande quantidade de plástico, metais e vidro. Estes materiais demoram muito tempo para se decompor no solo.

Evite a poluiçãoO primeiro passo para evitar a poluição do meio ambiente é fazer a coleta seletiva em casas, escolas e

empresas. O lixo eletrônico deve sempre ser separado dos resíduos orgânicos e dos materiais recicláveis (papel, plástico, metal).

Cerca de 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico são gerados por ano no mundo. Entre os países emer-gentes, o Brasil é o país que mais gera lixo eletrônico. A cada ano o Brasil descarta: cerca de 97 mil toneladas métricas de computadores; 2,2 mil toneladas de celulares; 17,2 mil toneladas de impressoras.

Page 6: Correio Notícias - Edição 851

Sábado - 21 de SeTeMbRo de 2013 - edição 8516 ESPECIAL - SIQUEIRA CAMPOS

Pastel de polvilho é patrimônio cultural imaterial

de Siqueira Campos

De siqueira camposIsaele Machado

De acordo com a Lei Municipal n° 042|2005 e do Conselho Muni-cipal do Patrimônio Cultural ficou registrado o pastel de polvilho como patrimônio cultural imaterial de Siqueira Campos.

A receita vinda com os pioneiros que aqui chegaram em 1863, e que permanece fiel até os dias de hoje, representa a mais autêntica iguaria siqueirense.

Presente em todas as festas populares e religiosas, sua degus-tação é mantida principalmente na Festa do Senhor Bom Jesus

da Cana Verde, “Ícone da Cultura Municipal”, onde esta iguaria é saboreada pelos romeiros, turistas e a população local.

Receita do pastel de polvilho Os ingredientes para a massa

- 1Kg de farinha de trigo, 250gr de polvilho azedo, sal a gosto.

Modo de preparo da massa – Junte todos os ingredientes na ordem acima e mexa até dar ponto e deixar a massa consistente.

Ingredientes do recheio – 1 Kg de carne de boi moída, 3 tomates picados, 1 cebola picada, cheiro verde picado.

Modo de preparo do recheio – Refogue a carne sem colocar óleo

ou banha, deixe fritar um pouco até a água que juntar secar, coloque a cebola, o tomate, o cheiro verde, o sal e misturebem. Está pronto o recheio.

Para montar o pastel – Faça uma espécie de concha com a massa e preencha seu interior com recheio fechando-a em seguida.

Dicas na sua fritura – Frite o pastel em óleo morno sem meche-lo até que a parte de baixo seque um pouco; em seguida, com uma espumadeira, vire-o com cuidado. Quando sentir que a massa está crocante, retire o papel em um reci-piente com papel toalha para absor-ver o excesso de óleo.

Pamonha, uma iguaria siqueirense

De siqueira camposIsaele Machado A iguaria proveniente do milho,

a pamonha, destaca Siqueira Campos em todo o Norte Pioneiro devido a produção e qualidade que a mesma é feita e comercia-lizada pelos siqueirenses.

O CN entrevistou um produ-tor de pamonha que reside na Alemoa, Senhor Antonio Batista de Lima e sua esposa Naldina-Abucarib de Lima, que nos contou que produzem pamonha há 27 anos e já tem clientela formada.

De acordo com o pamonhei-roalém das pamonhas são pro-

duzidos doces e bolo de milho. São seis pessoas que trabalham no feitio e são produzidas 400 pamonhas por semana que são vendidas em Quatiguá, Arapoti, Siqueira Campos e em outros municípios.

São produzidas cerca de 3 mil pamonhas ao mês.

Isaele Machado

Antônio Batista cultiva o próprio milho para produção das iguarias, na foto ele e sua esposa no espaço onde são produzidas as pamonhas.

Siqueira Campos e sua cultura culinária diversificada

Em comemoração aos 93 anos de emancipação politica do município de Siqueira Campos a equipe de reportagem do CN foi até o Distrito da Alemoa onde entrevistou algumas pessoas que produzem produtos culinarios. O município de Siqueira Campos além de ser um grande produtor de café, conta com uma cultura culinária diversificada, como a produção artesanal de doces, a iguaria do pastel de polvilho, a pamonha entre outros. Os produtos culinários produzidos no município são distribuídos em todo norte pioneiro e também nos campos gerais do Paraná. A maioria dos produtores vivem da culinária e inclusive construíram patrimônios e criaram

os filhos com o “fruto” de tal trabalho artesanal.

Page 7: Correio Notícias - Edição 851

Sábado - 21 de SeTeMbRo de 2013 - edição 8517ESPECIAL - SIQUEIRA CAMPOS

A história do padroeiro de Siqueira Campos, Senhor Bom

Jesus da Cana VerdeO nome Bom Jesus da Cana

Verde deve-se a uma fazenda tra-dicional na região, que teve forte colonização mineira, e era grande produtora de cana de açúcar. Uma das famílias trouxe consigo para cá no fim do século XIX a imagem do Bom Jesus. Essa família morava na fazenda Cana Verde e depois da imagem ter-se mostrado milagrosa começou a devoção. Em 1931 começou a festa em homenagem ao Senhor Bom Jesus.

Conta-se que Antônio de Paula Oliveira Pinto era dono duma fazenda de escravos e que havendo um de seus escravos, por nome de Vicente, cometido uma falta muito grave e, temendo as iras do Sinhô e os castigos do capataz, fugiu para mata, onde ficou escondido.Procissão de abertura da festa do Senho Bom Jesus da Cana Verde.

O escravo, após certo tempo, mandou propor ao Sinhô uma linda imagem de São Bom Jesus, em troca do perdão. Diz-se, que vendo a belíssima imagem, o velho Pinto ficou muito comovido e perdoou o escravo dizendo-lhe: “Come e bebe à vontade durante toda a sua vida e não precisa mais trabalhar!”. E conduzindo a bonita imagem para sua casa, ali ela ficou até que fez uma capela para o Senhor Bom Jesus, doando uma quantidade de terras para o santo.

Na comunidade de Pesca-

ria, existe uma versão um pouco diferente. Diz-se, que o preto havendo cometido a grave falta, fugira para o mato, e, após uns 15 dias, depois de muitas buscas, descobriram lá na mata virgem um “descascado ou descalavrado” de madeira de cedro vermelho.

E, ali morto, o negro, tendo ao seu lado a imagem feita daquela madeira. O negro, apesar de estar morto já por alguns dias, não apresentava sinais de decom-posição. Vendo isto, o Sinhô se arrependeu muito do ódio contra o pobre escravo. Mandou “lustrar” a imagem, e, mais tarde, a levou pro sertão.

Uma terceira versão, conhe-cida há muito tempo, conta que fugindo o negro, escondera-se lá no mato; e em grande aflição pelo medo do Sinhô e pelo terror da solidão, rogara muito a Deus. Num momento do dia, dormiu a sono solto e quando acordou, ali estava, em sua frente, a imagem encantadora do santo, quase sorrindo a lhe inspirar confiança. Abraçando com tal alegria o santo, foi o preto com ele às costas, pre-sentear o Sinhô, em troca do qual foi perdoado. Com grandes festas foram recebidos na casa grande, santo e escravo.

Outra lenda diz que em tempos idos o velho Pinto possuía um negro cativo e que este cometera um crime, e fugindo em seguida, embrenhara-se pela densa mata,

nas cercanias da fazenda de seu Sinhô. Para seu esconderijo arranjou o preto um local perto da casa de um sertanejo, que lhe dava comida. Quando, arrepen-dido do crime que praticara e que-rendo obter o perdão do Sinhô, teve o pobre escravo a feliz idéia de esculpir a Imagem de São Bom Jesus, para oferecer-lhe em troca

da absolvição da falta cometida.Com algumas ferramentas,

fornecidas pelo homem que lhe dava de comer, derrubou um pau de embiruçu e deu-se ao piedoso trabalho de esculpir o santo, ao mesmo tempo que mandava pro-posta ao Sinhô, por intermédio de seu protetor. Aceita a pro-posta, com a condição de que o

Sinhô visse esculpida a imagem. Em dia pré-marcado, esteve no local o ancestral dos Pintos e tão entusiasmado ficou ante a obra muito perfeita que, sole-nemente, a fez transportar para sua fazenda. Tendo à frente do cortejo o escravo, com a imagem em punho, que foi no mesmo dia perdoado e alforriado pelo Sinhô.

Verídicas ou não uma ou outra destas histórias e lendas, Joaquim Vicente de Souza é da opinião que a imagem, pelo seu cunho típico e estilo especialíssimo, muito bem pode ser obra de um hábil discí-pulo do Aleijadinho, mestre Antô-nio Francisco Lisboa, de Ouro Preto. Isso se não for mesmo uma escultura de sua própria lavra.

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Sábado - 21 de SeTeMbRo de 2013 - edição 8518 ESPECIAL - SIQUEIRA CAMPOS