correio dos trabalhadores ed. 61

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Uma Publicação do MRS - Movimento Revolucionário Socialista Edição número 61 - Ano 5 - A serviço dos Trabalhadores e da Revolução Socialista R$2,00 página 3 Imensa maioria dos trabalhadores é representado por centrais pelegas e governistas! página 6 página 7 Inflação dispara a 6,52%, ultrapassa teto da meta e deve subir ainda mais! Governo Dilma bate recorde de assassinato de índios! Estado nazi-sionista Israel invade Faixa de Gaza, depois de destrui-la com bombas! página 4 e 5.

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Jornal do MRS - Movimento Revolucionário Socialista. Política, economia e sociedade na visão dos trabalhadores.

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Page 1: Correio dos Trabalhadores ed. 61

Uma Publicação do MRS - Movimento Revolucionário Socialista

Edição número 61 - Ano 5 - A serviço dos Trabalhadores e da Revolução Socialista

R$2,00

3página 3

Imensa maioria dos trabalhadores é representado por centrais pelegas e governistas!

página 6 página 7

Inflação dispara a 6,52%,ultrapassa teto da metae deve subir ainda mais!

Governo Dilma baterecorde de assassinato de índios!

Estado nazi-sionista Israel invade Faixa de Gaza, depois de destrui-la com bombas!

página 4 e 5.

Page 2: Correio dos Trabalhadores ed. 61

Correio dos Trabalhadores edição nº61

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1 ANO DO MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO SOCIALISTANo mês de junho, o Movimento Revolucionário Socialista

comemorou 1 ano de sua existência, após a fusão de 4 grupos políticos revolucionários: ARS, CERLUS, MR e PRS. Um ano depois, podemos dizer que o mundo segue afundado em sua maior crise da História do capitalismo, com a continuidade e aprofundamento do desemprego mundo afora, com a Europa completamente quebrada, com a América Latina submersa em dívidas; a África banhada em sangue por conta de conflitos estimulados pelo imperialismo e o Oriente Médio assistindo a mais um massacre aos palestinos.

Como diagnosticado por Lênin no início do século XX, o capitalismo vive hoje sob sua época imperialista, caracterizada por monopólios, a superconcentração do capital e o esgotamento do crescimento das forças produtivas. O resultado são crises, guerras e revoluções! Nada mais atual e corriqueiro que este tripé no dia a dia da luta de classes deste ano que passou.

As crises foram incontáveis; as guerras na Ucrânia e na Palestina são o lado mais visível de massacres que também se sucedem na África, na Síria e no Iraque, além de estarem sendo recobrados na Líbia; e as revoluções, ou seus movimentos iniciais, ocorrem em inúmeros países onde as massas saem às ruas, mas, tragicamente, são processos revolucionários abortados e derrotados, por conta da crise da direção revolucionária.

Neste sentido, o 2º semestre de 2013 e o 1º de 2014 marcaram um ano rico politicamente ao MRS. Neste período, interviemos com força e destaque nas manifestações de junho e julho do ano passado, tendo estado na vanguarda de ocupações de Câmaras de Vereadores, passeatas multitudinárias e novas organizações surgidas das lutas, como os Blocos de Luta que se multiplicaram. Temos o orgulho de, ao contrário da imensa maioria das demais organizações de esquerda, ter caracterizado que um ascenso JÁ TINHA se iniciado no Brasil desde 2012, com explosivas e repetidas ondas de greves nacionais, que só não se tornaram uma Greve Geral pela traição do conjunto das centrais sindicais. Da mesma forma, apontávamos a crise do regime democrático0burguês no Brasil e a falência de suas instituições; ambos elementos combinados que indicavam a iminência de uma grande mudança política no país. O levante de junho/julho ocorreu neste marco, exatamente na 1ª semana de existência do MRS, e nos proporcionou a condição de intervir desde o início como um partido da ação direta, das lutas, antiburocrático, não eleitoralista, de combate e

afirmado na prática e na teoria sobre o marxismo, leninismo e trotsquismo!Desde junho de 2013, o MRS luta para derrotar Dilma e os patrões,

denunciando todas as demais alternativas burguesas ou reformistas. Estivemos em cada manifestação onde pudemos e temos militantes; em cada ação internacionalista; em cada organização dos explorados (trabalhadores, estudantes, movimento popular, luta contra as opressões...); e, em todas estas horas, mantivemos erguida a necessidade da revolução socialista como única forma de libertar a humanidade da miséria, violência, preconceito e ignorância.

Defendemos a ortodoxia marxista e a manutenção de princípios irredutíveis na defesa da classe trabalhadora, junto da mais ampla flexibilidade e ousadia tática, a serviço de uma intervenção política permanente e nas lutas, como um partido de ação exige. Esta é a grande conquista do MRS neste 1º ano: ter apresentado e disputado parte das massas exploradas para uma alternativa diferente das demais, revolucionária de verdade, democrática, firme programaticamente e defendendo e aplicando a moral proletária, tão ausente entre a esquerda recentemente.

Além disso, crescemos! Hoje, temos militantes do MRS nas 5 regiões do Brasil, em 8 estados do Brasil, reunindo operários, professores, bancários, catadores de lixo, trabalhadores dos Correios, do Judiciário, do Serviço Público Federal, da Saúde, municipários, aposentados, estudantes, militantes dos movimentos populares e sociais, etc. Conseguimos comprar uma sede própria no Rio Grande do Sul! Aumentamos o número de núcleos e militantes do partido! Reforçamos nossa Corrente Revolucionária Internacional, composta conjuntamente com a Convergência por um Partido dos Trabalhadores, da Argentina, organização recém fundada produto da unificação de duas organizações revolucionários, tal como o processo do MRS!

Portanto, só podemos saudar este 1º ano, e que muito mais lutas e vitórias no caminho da construção de uma direção revolucionária massiva e mundial venham no 2º ano que se inicia agora. Somos um grão de areia neste processo urgente e necessário. Mas um grão de areia diretamente nos olhos da burocracia e da burguesia, que cresce e que já incomoda bastante.

Muitos outros de nós, revolucionários, estão por aí, como independentes ou em organizações políticas. É preciso que todos nos unamos daqui para a frente, a fim de que nos tornemos uma verdadeira tempestade de areia do deserto, avassaladora contra o capitalismo.

EDITORIAL !Página 2

RAPIDINHAS!RAPIDINHAS!

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edição nº61 Página 3Correio dos Trabalhadores

Imensa maioria dos trabalhadores é representada por centrais pelegas e governistas!

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), após 30 anos de sua fundação e 12 anos de governos do PT, em que se converteu numa central patronal, governista e com práticas mafiosas em muitos locais e categorias, ainda é a maior central sindical do Brasil, longe das demais. Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que acaba de divulgar novo levantamento sindical, a CUT têm 34,39% dos trabalhadores sindicalizados do país. É a maior central da América Latina e a quinta maior do mundo. Atualmente, a CUT representa 24.062.754 trabalhadores na base, tem 7.890.353 de associados e 3.820 entidades filiadasUm peso que não significa nada em termos de luta a favor dos trabalhadores; ao contrário: é o maior entrave que enfrentam os trabalhadores brasileiros quando saem às greves e mobilizações.

Em publicação no Diário Oficial da União, ainda são contabilizadas as outras grandes centrais sindicais brasileiras. Em segundo lugar está a Força Sindical, com 12,59% dos sindicalizados; seguida da UGT, em 3º lugar, com 11,92%; da CTB, em 4º, com 9,33%; e da Nova Central, 5ª colocada, com 8,01%.

Essas são as cinco centrais que atingiram 7% de representatividade nacional, índice mínimo exigido na Lei 11.648/08, que regulamenta o reconhecimento das centrais sindicais. Por esta lei antidemocrática, as centrais deverão atender a alguns requisitos. Entre eles, a filiação de no mínimo 100 sindicatos distribuídos nas

cinco regiões do país, sendo que, em 3 destas regiões, deve haver a filiação de, no mínimo, 20 sindicatos em cada uma. Também é preciso ter sindicatos filiados de, pelo menos, cinco setores de atividades econômicas e filiação de sindicatos que representem, no mínimo, 7% do total de empregados sindicalizados em âmbito nacional.

CUT caindo, mas sem crescer uma alternativa classista. CSP-Conlutas ainda é muito pequena.

Em 2012 e 2013, o ranking das 5 centrais “reconhecidas” apresentava as mesmas posições, mas números um pouco diferentes. Em 2013, a CUT tinha 35,60%, a Força Sindical tinha 13,80%, a UGT 11,20%, a CTB 9,20% e a Nova Central Sindical de Trabalhadores - NCST 8,10%. Em 2012, a CUT tinha 36,7%, a Força 13,7%; a UGT 11,3%; a CTB 9,2%; e a NCST os mesmos 8,1%. O índice é apurado com base na quantidade de trabalhadores sindicalizados filiados a cada central no último dia útil do ano

anterior. Os dados mostram que a CUT caiu nos últimos dois anos,

perdendo 2,3% de seu peso. A Força também perdeu 1,2% no ano passado. Enquanto isso, CTB e NCST ficaram praticamente estáveis e a UGT foi quem cresceu um pouco, pouco mais de 0,7%. O que fica claro é que não há alternativas boas para os trabalhadores dentre as grandes centrais, pois todas são igualmente burocráticas, corruptas, mafiosas e a serviço dos partidos que estão no poder ou na oposição burguesa. Todas representam os interesses dos patrões, e são apenas meios de ganhar dinheiro e para seus dirigentes fazerem carreira.

Dentre as pequenas centrais, que não conseguiram passar a

“cláusula de barreira” dos 7%, estão a CSB com 5,42%, a CGTB com 2,86% e a CSP-Conlutas com 2,56%.

Como lanterna dentre as centrais legalizadas, a CSP-Conlutas é a única central formada por sindicatos classistas e com um perfil geral de esquerda e de luta. Seus 2,5% de representação, porém, mostram que é necessário enfrentar as demais centrais, procurando agitar os trabalhadores e colocar em, moimento grandes ações a partir das categorias em que há mais influência, chamando à unidade dos demais explorados, sindicalizados ou não, como forma de disputar a consciência e a influência das massas trabalhadoras.

É urgente retomar as campanhas de denúncia e desfiliação de sindicatos da CUT, em especial. E apresentar uma alternativa realmente diferente de sindicalismo, oposta aos pelegos da CUT, CTB, Força e UGT. Para isso, a direção da CSP-Conlutas deve mudar! Para que mudem os rumos desta central e que ele retome seu programa inicial, sem chapas sindicais com governistas, sem compor câmaras tripartites, sem que se aceite dinheiro do imposto sindical em seus sindicatos, sem retornar a fóruns cutistas (como ocorre em bancários e nos Correios) e a favor da priorização da ação direta como meio de luta!

Apesar do quadro desastroso que expressa o controle das entidades dos trabalhadores por parte de seus inimigos, ainda há muito espaço para ser ocupado. Em 31 de dezembro de 2011, para se ter uma idéia, havia 7.253.268 trabalhadores associados a sindicatos filiados a centrais sindicais. Isso significa que há outros mais de 100 milhões de trabalhadores que não são representado por sindicatos, ou cujos sindicatos não são filiados a nenhuma central!

A CSP-Conlutas deve buscar entrar em contato também com estes setores, e ganhá-los para uma luta conjunta em defesa de seus reais interesses! Este é o desafio para que se possa unificar a classe trabalhadora, com e sem carteira assinada; efetivada e terceirizada; empregada e desempregada; sob uma mesma luta anticapitalista e pelo fim da exploração. É para isto que o Movimento Revolucionário Socialista se organiza e atua dentro da CSP-Conlutas como uma fração pública, uma oposição de esquerda, sob o Bloco Classista, Anticapitalista e de Base!em contato. Milite conosco!

Trabalhadores de base negociam do TRT, em Porto Alegre.

Traição dos sindicatos é tamanho que lutas ocorrem sem sua participação

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Páginas Centrais

Terremoto, exploração e miséria podem ter matado 100 mil pessoas!

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Páginas Centrais

Correio dos Trabalhadores nº61

Estado nazi-sionista Israel invade Faixa de Gaza, depois de destrui-la com bombas! Assassinou 220 palestinos como “preparação” e o massacre chega a 609 em 15 dias!

Terremoto, exploração e miséria podem ter matado 100 mil pessoas!

Terremoto, exploração e miséria podem ter matado 100 mil pessoas!

O exécito do Estado terrorista e racista de Israel está praticando um verdadeiro genocídio na Faixa de Gaza. Há num claro processo de limpeza étnica, onde o objetivo sionista é assassinar o máximo possível de palestinos. 4 crianças palestinas foram assassinadas enquanto brincavam numa praia, todos primos entre 9 e 11 anos; outras 3 crianças foram estraçalhadas na hora em que davam comida para pombas no telhado de sua casa. Não estavam em “locais de grande concentração” nem eram “escudos humanos”, como os nazi-sionistas mentem. Foram mortas apenas por serem

palestinas! As ações nazistas de Israel se dirigem contra qualquer um que seja palestino, numa política racista de inspiração nazista, configurando genocídio e holocausto. Por isso, eles miram e disparam em crianças propositalmente!

Antes de invadir Gaza, já havia 220 mortos palestinos, assassinados covardemente por aviões, tanques e mísseis disparados à distância, por um Estado terrorista, teocrático e fundamentalista religioso, onde quem não é judeu é inimigo. Depois disso, veio a invasão por terra, e tanques disparam obuses e explosivos em todas

as direções, contra palestinos armados de pedras, fuzis e granadas em sua defesa. Por parte dos israelenses, só faltam as câmaras de gás nazistas, p o i s o s c a m p o s d e concentração estão por todos os lados, as remoções em massa idem, e o holocausto sob a forma do extermínio de um povo ocorre sistematicamente!

A ONU reconhece que quase todos os mortos são civis, com g rande número de mulheres, idosos e crianças. Os poucos militantes mortos são igualmente vítimas e devem ter toda a solidariedade a suas famílias e homenagens a suas ações, por reagirem contra um

Estado ilegítimo, criado no pós 2ª Guerra Mundial depois de ações terroristas, bombas e expulsão de árabes, cujo desfecho foi a instauração de um Estado que se diz apenas de uma etnia, eleita por Deus, e de uma única religião.

A teocracia judaica fanática e terrorista de Israel coloca os árabes que sempre viveram na região como sendo escravos a serviço de sua economia, que também se sustenta por conta dos repasses que os países imperialistas lhes dão, especialmente os EUA, para que sejam os cães de guarda do capitalismo na região!

Invasão covarde e criminosa

Depois de destruir mais de 1500 casas de civis, matar mais de 220 e desmembrar, desfigurar e ferir outros milhares com chuvas de bombas e mísseis, tudo à distância, os covardes sionistas invadiram a Faixa de Gaza para terminar a limpeza étnica que defendem e estão aplicando!

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nazista dos pés à cabeça, despachou tanques e dezenas

d e m i l h a r e s d e assassinos para matar um povo pobre e que há d é c a d a s v i v e milagrosamente sem ter emprego, recursos e possibilidade de fazer comércio, vítimas do bloqueio imposto pelos sionistas (movimento q u e p r e g a a superioridade de judeus, c o m o o s n a z i s t a s

pregavam com relação aos arianos).

O resultado, passados 15 d i as da i nvasão m i l i t a r israelense em Gaza, são 609 palestinos mortos e outros 3.720 fe r idos . O por ta -voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf Al Qedra, informou que dois terços dos mortos são civis, mortos em suas casas! Entre as 609 vítimas, 154 são crianças e 38 são idosos!

No 15º dia de massacre, uma mu lhe r g ráv ida fo i bombardeada, perdendo seu filho e morrendo junto com outros 2 jovens somente neste ataque! O Ministério da Saúde i n f o r m o u t a m b é m e m comunicado que desde o início da ofensiva, Israel atacou 25 centros médicos e hospitais! O último foi o hospital de al-Aqsa de Deir al-Balah, na região central, que ontem foi alvo do fogo de artilharia israelense que deixou quatro pessoas mortas e 30 feridos!

Não há precedentes nos c r i m e s q u e I s r a e l e s t á cometendo! São agressões bárbaras e crimes contra a humanidade! O Ministério de Assuntos Religiosos palestino t a m b é m d e n u n c i o u e m comunicado que cerca de 50 mesquitas foram total ou

parcialmente destruídas em toda Gaza, provando que o ataque é uma agressão contra um povo inteiro e sua cultura, e não contra “militantes”, que apenas estão defendendo o povo como podem.

Todos os dias, o exército i s r a e l e n s e p r a t i c a m a i s atrocidades! Também no 15º dia de invasão, ele bombardeou uma escola da agência das Nações Un idas para os refugiados palestinos (UNRWA) no centro de Gaza, onde cerca de mil de pessoas estavam abrigadas! Não há limites! São escolas, hospitais, abrigo de refugiados, prédios da ONU, milhares de casas, crianças em telhados, na praia! É uma chacina em escala só vista antes no nazismo, como método racista de eliminação de um povo!

sendo o país de Israel, em áreas historicamente palestinas, mas em que hoje a entrada de árabes é proibida, e lá também justiçou 7 soldados nazi-sionistas.O justiçamento de 27 terroristas, invasores sionistas, armados até os dentes, é um enorme triunfo da resistência armada palestina. Assim como a captura de um dos soldados nazi-s ion is tas , que o Hamas anunciou ter em seu poder. Estas vitórias parciais num cenário de catástrofe dão ânimo aos lutadores e mostram que o povo palestino está todo ele unido em torno da resistência, pois não é o Hamas quem está lutando sozinho, mas o povo inteiro, que dá abrigo, suporte e apoios logístico e político à luta armada, que é de massas na Faixa de Gaza.No entanto, o Hamas não poderá resistir sozinho por muito tempo, e, paralelamente, ocorre uma destruição da infraestrutura palestina e o massacre do povo, que não tem mais condições de suportar outras centenas de vítimas. Por isso, é urgente que os movimentos e organizações que se recusam a permitir ou ser cúmplices desta tragédia criminosa deem apoio efetivo à resistência. É urgente e imediata a necessidade de fornecer armas e combatentes à Gaza, além de remédios, comida e ajuda de todo tipo. Diante do b l o q u e i o g e o g r á f i c o e diplomático imposto por Israel e o Egito, Estado árabe traidor e lacaio do sionismo, é preciso ingressar nestes dois países

para lutar desde dentro deles pelo fim do bloqueio, pela derrubada da ditador de Al Sissi no Egito e pela destruição de Israel.Defendemos o boicote e a ruptura de relações comerciais e diplomáticas com Israel e o Egito, culpados pela morte de cen tenas de pa les t inos . Rechaçamos a “ paz de cemitério” que significa a proposta feita pelo governo militar do Egito de “cessar-fogo”, que interromperia a chuva de mísseis mas deixaria Gaza destruída, isolada e faminta, ardendo em fogo e com a população refém de fronteiras militarizadas sem emprego, produção nem alimento nenhum dentro do território, que já é um e n o r m e c a m p o d e concentração.

N e s t e m o m e n t o , é preciso uma ampla unidade de ação de todos os que são contra o h o l o c a u s t o p a l e s t i n o provocado pelo Estado sionista. E, além da unidade de ação política, é possível e necessário fazer uma frente militar de todos os que arriscam suas vidas para e x p u l s a r o s i n v a s o r e s assassinos de Israel. Nesta trincheira, denunciamos o Fatah, grupo majoritário na Cisjordânia palestina, e que controla a Autoridade Nacional Palest ina (ANP) por ser colaboracionista com o Estado terrorista judeu, cuja existência reconhece e com cujo governo colabora e é cúmplice, tolerando a limpeza étnica que é cometida através de sucessivas colônias

de invasores que se instalam na Cisjordânia, e por meio de incursões de tropas israelenses na mesma região, sempre autorizadas pelo Fatah!

Ao contrário do Fatah, estamos do mesmo lado das trincheiras que o Hamas, apesar d e n o s s a s e n o r m e s e irreconciliáveis diferenças com um grupo fanático muçulmano, q u e p r e g a u m E s t a d o islamizado, não democrático e capitalista na Palestina. O Hamas é incapaz de levar até as últimas consequências a defesa d o s i n t e r e s s e s d o s trabalhadores palestinos. Em primeiro lugar, porque seu programa é burguês, e a Palestina livre que defendem não é uma Palestina de iguais, sem exploração. Eles defendem um Estado com donos de meios de p rodução e pa t rões , explorando a mão de obra de outros palestinos, que seriam quase tão pobres como hoje, como é a real idade dos t raba lhadores no mundo capitalista como um todo: com milhões de desempregados, pobres , d isc r im inação e exploração! Em 2º lugar, o Hamas é um grupo religioso incapaz de apontar para a libertação palestina como um todo, defendendo um capitalismo conservador, b a s e a d o e m determinações de líderes machistas, homofóbicos e u l t ra r reac ionár ios muçulmanos, tal como ocorre hoje com os aiatolás iranianos.

Por isso, defendemos os mi l i tantes do Hamas da perseguição que estão sofrendo e exigimos que o Fatah também entre na lutam, a que hoje ele a s s i s t e d e c a m a r o t e , legitimando o massacre de seu próprio povo. Mas nenhum d e s t e s g r u p o s , q u e vergonhosamente hoje têm um governo comum, depois que o Hamas capitulou e aceitou governar junto com os traidores do Fatah, é capaz de vender em definitivo Israel e o sionismo.É necessário construir uma d i reção revo luc ionár ia e socialista na Palestina, como par te de um mov imento revolucionário mundial, que coloque na ordem do dia a destruição de Israel, mas também o fim da exploração, do capitalismo e da alienação, imposta pelo imperialismo, pela vida terrível dos palestinos, mas também pela religião, que, mais ainda no Oriente Médio, coloca t r a b a l h a d o r e s c o n t r a trabalhadores e desmobiliza a luta dos explorados por sua verdadeira libertação! É preciso uma direção que defenda uma Palestina única, sobre todo o território da região, com a volta dos refugiados, laica, não-racista e socialista!

A última vez que Israel lançou uma ofensiva terrestre em Gaza foi em janeiro de 2009, quando mataram mais de mil palestinos! Outra carnificina já está em andamento agora, mas, assim como em 2009, apesar do banho de sangue, os palestinos devem expulsar Israel de volta! Isso por que, apesar de entrar demolindo tudo, não há como manter soldados israelenses em Gaza por muito tempo, pois a população iria acabar com eles com o passar do tempo.

Os sionistas já foram expulsos em 2005 do território de Gaza, que antes ocupavam, tendo que retirar todos seus colonos criminosos também!O mito de exército invencível de Israel já foi desmoralizado. Israel foi expulsa do Líbano e de Gaza. E será expulsa de Gaza outra vez! Os trabalhadores do mundo todo devem apoiar ativamente os lutadores da resistência palestina, com absolutamente todos os meios que tiverem à disposição.

Israel tem que ser d e r r o t a d a p a r a q u e o s t rabalhadores palest inos, incluindo a classe trabalhadora de Israel, judia e não-judia, e do mundo todo, possam se livrar de uma máquina de guerra terrorista e criminosa, que repete, 70 anos depois, as atrocidades cometidas pelos nazistas. Atrocidades estas cometidas, tragicamente, contra os mesmos judeus, de cujo ventre vive o sionismo, versão

hebraica do nazismo, ao pregar a superioridade dos judeus como “povo escolhido”.Os judeus são um povo vítima de p rog roms e a taques cometidos de forma cruel e inaceitável na História, e que novamente hoje, em sua maioria, são vítimas de uma gangue assassina, desta vez agindo em nome dos próprios judeus. Uma gangue sionista que controla Israel e as bombas de seu arsenal!

É possível vencer!

O Hamas lançou quase 1,5 mil foguetes contra Israel antes da invasão, numa resposta que merece aplausos de todos os que se indignam com o massacre cometido por Israel. Mas esta resposta é incapaz de fazer com que se possa chamar o ocorrido na Palestina de “conflito”, “guerra” ou qualquer

outro termo que não seja o de um massacre. Assim como heroicamente fizeram os judeus do Gueto de Varsóvia, que resistiram ao genocídio nazista durante algum tempo, antes de serem derrotados, os palestinos que devolvem pedras e atiram foguetes incapazes de atingir qualquer alvo sabem que a

vitória militar é impossível, mas não podem deixar de lutar!Por isso, é impressionante e digno de comemoração e júbilo que nas últimas duas semanas, após a agressão por terra, se tenham conseguido executar dois civis e 27 soldados israelenses, e mais de 100 tenham ficado feridos. Mesmo

com uma inferioridade gritante no terreno militar, os palestinos, em especial sob a direção do g r u p o i s l â m i c o H a m a s , conseguiu interceptar tanques de guerra, explodir veículos sionistas e alvejar assassinos do exército de Israel. Também conseguiu entrar nos territórios palestinos conhecidos como

Armas para Gaza já! É preciso expulsar os agressores e destruir Israel para haver paz!

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edição nº61Página 6

Governo Dilma bate recorde de assassinato de índios!

assistência escolar, de saúde, de políticas públicas que impeçam a disseminação de bebidas alcoólicas e outras drogas dentro da comunidade e até tentativas de suicídio.Também fica claro que os índios continuam sendo alvos de racismo e preconceito. Além disso, crianças indígenas seguem morrendo de doenças como pneumonia, diarreia e gastroenterite, insuficiência respiratória, infecções provocadas por bactérias, entre outros males. O Cimi destaca as dificuldades para se chegar aos números reais de casos. Enquanto o relatório contabiliza 26 ocorrências de mortalidade infantil, o texto de apresentação do documento cita dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Ministério da Saúde que indicam a morte de 693 crianças de até 5 anos entre janeiro e novembro de 2013.

Com números completamente subestimados, ainda assim o estudo do Cimi deixa claro que está em curso um projeto de extermínio da população indígena, que, após 514 anos da ocupação europeia, mantém a prática de genocídio contra as diferentes etnias pré-colombianas ainda sobreviventes no Brasil.

A responsabilidade deste extermínio é do Estado brasileiro como um todo, incluindo-se aí todos suas instituições e seus 3 poderes. Mas, evidentemente, como o Brasil é um país extremamente presidencialista, com o presidente da República concentrando quase todas as decisões e políticas de Estado, é Dilma a culpada máxima do genocídio atual; como o foram os presidentes passados. Pela Constituição Federal, o Estado brasileiro já deveria ter identificado, demarcado e retirado os não índios de todos os territórios tradicionais indígenas até 1993!

Ao menos 53 índios foram assassinados no Brasil durante o ano de 2013 em consequência de conflitos, diretos ou indiretos, pela disputa por terras. Terras indígenas, diga-se de passagem! O dado faz parte do relatório sobre a violência contra os povos indígenas brasileiros que o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou em 17/07/14, em Brasília. Dos casos registrados em todo o País, 33 ocorrências (66%) foram registradas no Mato Grosso do Sul. Não é a primeira vez que o Estado lidera lista do relatório da organização indigenista, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O total de índios assassinados em 2013 é menor do que os 60 casos identificados pelo Cimi em 2012. No entanto, como em anos anteriores, a organização informa que os números podem estar subestimados, porque são colhidos a partir várias fontes como relatos e denúncias dos próprios povos e organizações indígenas; missionários do conselho; reportagens de jornais, sites e agências de notícias; órgãos públicos que prestam assistência; Ministério Público, além de relatórios e boletins policiais. De toda forma, os anos Dilma estão sendo recordistas em assassinatos de índios!

Além dos assassinatos, apenas em 2013 houve mais 328 tentativas de assassinato, além de 14 casos em que índios foram ameaçados de morte. Ainda houve dez casos de violência sexual praticada contra indígenas. O relatório também aponta que 8.014 dos 896.917 índios brasileiros (dado do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010) sofreram algum tipo de violência decorrente da omissão do Poder Público. Os casos são de falta de

Piores que Pizarro e Cortéz!

indígena nenhuma, e desautorizou a FUNAI a seguir seu trabalho, que sempre foi precário. O resultado é que o governo deu sinal verde para que ruralistas, latifundiários, garimpeiros, grandes grileiros de terra e empresas de agronegócio juntem seus capangas e invadam as terras indígenas matando seus líderes e expulsando os demais.

Ao reagir, ou simplesmente protestar contra isso, os indígenas são condenados pelo governo Dilma e pelo ministério da Justiça a não terem mais demarcação nenhuma, pois há ”tensão” na área! Além disso, José Eduardo Cardozo tem se aproveitado do massacre sofrido pelos índios para lhes roubar terras, propondo que as comunidades aceitem deixar de receber 15mil hectares já demarcados para ficar com 1 mil ou 2 mil e se dar por satisfeitos.É uma ação criminosa, de crime contra a humanidade e cínica ao extremo que Dilma e José Eduardo Cardozo implementam! Os jagunços dos ruralistas matam, e o governo Dilma entra em cena para culpar os índios e tomar suas terras.

Como os antigos colonizadores, como Pizarro e Cortez, exterminadores de incas, maias e aztecas, fizeram, os poderosos brasileiros hoje saem à caça dos índios que restaram para entregar de bandeja suas terras ao lucro da classe dominante a quem representam. Sendo que hoje é ainda pior, pois mal restaram índios, e o que se está levando adiante é o extermínio e a liquidação completa dos indígenas.

Dilma e José Eduardo Cardozo, seu ministro da Justiça, a quem cabe a responsabilidade sobre a FUNAI e as reivindicações indígenas, são pessoalmente responsáveis por estarem destruindo as comunidades indígenas. Segundo o Cimi, das 1.047 áreas reivindicadas por povos indígenas, apenas 38% estão regularizadas. Outras cerca de 30% delas estão em processo de regularização e em 32% dos casos o procedimento de demarcação foi iniciado. Das terras já regularizadas, 98,75% são na Amazônia Legal. Mas isso não significa quase nada perto do que deveria existir. 554.081 dos 896.917 indígenas reconhecidos vivem em regiões do País onde apenas 1,25% da extensão das terras indígenas é regularizada!

O Cimi informa que ao menos 30 processos demarcatórios relativos a áreas já identificadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) não têm pendência administrativa ou judicial que impeçam a homologação da reserva, mas não foram concluídos! Desses processos, 12 dependem da publicação, pelo Ministério da Justiça, de portaria declaratória, conforme a entidade. Dezessete áreas aguardam a homologação presidencial e cinco processos dependem da aprovação da presidente da Funai, Maria Augusta Assirati. A Funai informou que, "por orientação do governo federal", paralisou os processos em locais onde há “tensão” e que os cinco processos em questão são em áreas de conflito.

Na prática, o que ocorre é que Dilma não demarca mais terra

PT consegue façanha e mata o dobro de índios por ano do que FHC!

governo Lula e 260% maior do que a do governo FHC!Isto só mostra que eles são todos iguais, e que o extermínio se acelera. Não há perigo de “volta da direita” sem o PT, pois ele é a pior direita possível hoje em dia! PT = PSDB = PCdoB = DEM = PSB = todos eles!

É preciso votar nulo nestas eleições e organizar a resistência aos bandos criminosos da burguesia contra os indígenas, negros e trabalhadores pobres em geral, através de grandes lutas e do enfrentamento direto ao capitalismo. Só a ação direta e uma saída revolucionária podem impedir a continuidade desta barbárie.

Os assassinatos de indígenas no Brasil aumentaram 269% nos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff em comparação com os oito anos do tucano Fernando Henrique Cardoso. De acordo com o CIMI, foram registrados 167 assassinatos de indígenas no governo FHC, média de 20,8 mortes por ano. Já no governo Lula o número subiu para 452 assassinatos, 56,5 em média por ano, ou crescimento de 271%. Em 2011, o primeiro ano do governo Dilma, foram contabilizados 51 assassinatos de indígenas pelo CIMI e em 2012 outras 57 mortes, de acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), média de 54 mortes por ano, próxima à do

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A meta de inflação no Brasil, na teoria, é de 4,5% ao ano. Isso significa que o Banco central deveria entregar este índice, no máximo, ao final de cada ano, sem que mais do que este percentual corroesse salários e renda no país. Mas este valor nunca correspondeu à realidade. Nos 8 anos de Lula a inflação foi muito maior que 4,5% e nos 4 anos de Dilma da mesma forma. Por isso, o governo, o Ministério da fazenda e o banco central ainda trabalham com uma “margem” de 2%, para mais ou menos, que permite deixar a inflação sempre estar rondando os 6,5%.

O absurdo disso tudo é que outros índices, como o percentual que corrige a tabela do Imposto de Renda, são sempre de 4,5%, inalteradamente, mesmo que a inflação atinja 7%. Com a correção do FGTS é ainda pior, pois é fixa em 3%. O resultado é que há uma inflação virtual, fictícia, que nunca ocorre na prática, que reajusta recursos e isenções de trabalhadores para baixo, e uma inflação verdadeira sempre muito maior, detonando com o poder de compra e poupança da maioria da população.

No caso da inflação atual, ela já está acumulada em 6,52% nos últimos 12 meses fechados em junho de 2014, o que ultrapassa o “centro da meta” e até mesmo o “teto da meta” fixada pelo governo. E tudo deve piorar ainda mais.

Isso por que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho de 2013 registrou apenas 0,03%. Ou seja, qualquer valor acima disto em julho deste ano eleverá o acumulado em 12 meses para ainda mais próximo dos 7%. A taxa do IPCA acumulada em 12 meses vem subindo desde janeiro de 2014. Em junho, rompeu o teto da meta, ao alcançar 6,52%, mas em julho, há impactos importantes previstos para a inflação, sendo o principal deles o reajuste de energia elétrica em São Paulo.

É esperado um aumento de 18% na tarifa da região, feito pela Eletropaulo, assim como em regiões como o Distrito Federal, o pedido de reajuste chegou a 23%! Exatamente o mesmo índice de reajuste de 23% já aplicado na energia elétrica em Porto Alegre, em vigor desde 19 de junho, e cujo impacto será parcialmente medido na inflação de julho. Curitiba também pode ser que tenha reajuste, pois houve a subida de 30% n a e n e r g i a e lé t r i ca , mas logo após tal r e a j u s t e f o i suspenso.

Ainda no t e r r i t ó r i o d e s e r v i ç o s m o n i t o r a d o s , espera-se um reajuste médio de 6% nas tarifas de água e esgoto d e u m a d a s companhias que servem Porto

Alegre, e em Fortaleza também há reajuste de água e esgoto, de 7,30% e aumento de água e esgoto em Salvador, de 7,8%. É válido lembrar que existem outras pressões vindas dos reajustes de preços esperados para este mês: São Paulo terá aumento de 5,29% no pedágio. Já o ônibus interestadual ficará, em média, 5% mais caro em todas as regiões. Também em todo o País, os Correios reajustaram vários serviços, em torno de 6,5% a 7,5%, desde 12 de junho.

Quer dizer: a inflação está disparada e deve aumentar ainda mais. Em 12 meses, a alimentação fora do domicílio, por exemplo, acumula um aumento de 10,10%; o aluguel residencial, 10,13%; a passagem aérea, 15,74%; o aluguel de veículo, 7,64%; e o hotel, 38,34%.

Dilma está conduzindo o Brasil para o abismo de uma economia recessiva, que cresceu meros 0,2% no 1o trimestre e provavelmente encolheu (PIB abaixo de 0%) no 2o trimestre de 2014. O desemprego já ronda inúmeros setores e já é uma realidade entre metalúrgicos, químicos e bancários! As dívidas não param de crescer e o consumo desabou! Ao msmo, tempo, os salários não são mais reajustados e a inflação bate recordes.

É preciso derrotar Dilma antes que os efeitos da crise se multipliquem ainda mais e sejam os trabalhadores a pagar esta conta mais uma vez. As eleições vem aí, mas todos os candidatos concorrentes de Dilma representam o mesmo projeto neoliberal de continuidade do pagamento da dívida pública, isenções para multinaiconais e repressão e arrocho contra trabalhadores, sem-teto, negros e índios. Por isso, é preciso derrotar todos eles, e dizer não ao voto em qualquer um.

Chamamos todos os setores em luta a unificarem suas pautas e construirem um grande movimento e campanha de voto nulo nestas eleições e de luta de rua contra todos os governos e o Congresso, para que se imponham um programa de emergência dos trabalhadores. Que contenha o não pagamento da dívida pública; a estatização sem indenização do sistema financeiro, empresas estratégicas, de energia, de telefonia, construção civil, ligadas à saúde e à

educação; e a i m e d i a t a r e d u ç ã o d a j o r n a d a d e trabalho para 36h semanais, o rajuste geral dos sa lár ios e a decretação da estabilidade no emprego para todos.

Só a luta muda a vida! Fora todos! Voto nulo em todos os locais e para todos os cargos!

Inflação dispara a 6,52%, ultrapassa teto da meta e deve subir ainda mais!

Alta do preço faz com que famílias consomam menos produtos alimentícios.

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O Governo Dilma, no final de junho deste ano, sancionou a lei que determina as metas para a educação no Brasil pelos próximos 10 anos. Apesar das mobilizações de 2013 reivindicarem com muita força mudanças nas políticas

públicas para educação, obrigando Dilma a declarar em cadeia nacional que muita coisa iria mudar, agora, com o projeto em aplicação, vemos que pouca coisa se fará sobre esse tema.

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Plano Nacional De Educação – 10 Anos em que pouca coisa irá mudar

EDUCAÇÃO INFANTIL E EVASÃO ESCOLARA educação pública no Brasil precisa de uma radical mudança. Nosso

país, atualmente, ocupa a posição 38ª entre 40 países analisados pela The Economist Intelligence Unit (EIU) e Pearson Internacional, em pesquisa divulgada em maio deste ano, ficando atrás de países como Singapura, na 3ª posição; ou Tailândia, na 35ª.

A educação precisa ser modificada não somente em relação ao nível fundamental e médio, mas também nos primeiros anos de ensino, a começar pelas creches. Isso não é fundamental somente para o bom desenvolvimento infantil, mas para que a família consiga garantir sua manutenção, com empregos decentes, combatendo em especial a dupla jornada das mulheres, a quem hoje o capitalismo “terceiriza e privatiza” a educação e criação dos futuros trabalhadores. As creches têm um papel fundamental a desempenhar, já que atualmente grande parte das famílias de nosso país são chefiadas por mulheres e é fundamental que seja garantido pelo Estado as condições para que as mulheres possam trabalhar.

Com o PNE, ficou estabelecido que até 2016 todas as crianças de 4 a 5 anos devem estar na escola. Porém, até 2024, somente escandalosos 50% das crianças com até 3 anos terão acesso a creches garantido pelo Estado. O governo ficará restrito a “estimular”, como cita o próprio texto, a educação de crianças de 0 a 5 anos.

A evasão escolar é um dos grandes problemas que a educação tem que superar. Suas causas são econômicas e sociais e demonstram um retrato de nossa sociedade nas mais diversas debilidades. Essa realidade acaba transformando a educação em um verdadeiro funil, onde muitos entram, mas poucos acabam saindo com seus estudos concluídos. A evasão mais crítica ocorre dos 15 aos 17 anos e deveria ser contornada, segundo o PNE, mediante a busca de políticas conjuntas com assistentes sociais, de saúde e proteção aos adolescentes e a juventude. Porém, sem a obrigatoriedade de que se cumpram estas e outras “orientações”, o PNE se mostra como uma nova lei que possivelmente não vai “pegar”.

A educação por tempo integral é parte fundamental para repensar o sistema de ensino, onde o Estado cumpriria seu verdadeiro papel, de garantir, enquanto o aluno estivesse sob sua responsabilidade, além da educação, acesso ao esporte, ao lazer, à cultura, à alimentação.

O PNE tem como objetivo garantir que 50% das escolas públicas do país tenham turno integral, com 7 horas diárias de atividades, atingindo 25% dos estudantes da educação básica. Ou seja, 75% dos estudantes continuarão a ter um acesso como é hoje, onde crianças e adolescentes passam grande parte do tempo ociosos, outra grande causa do aumento da evasão escolar e da marginalidade.

A precariedade das escolas públicas é tão grave que o PNE, que tem vigência até 2024, ressalta que todas as escolas devem contar com “eletricidade, água potável, esgoto, espaço para prática esportiva, bens culturais e artísticos, laboratório de ciência, equipamento digitais”. O que expressa o grau de sucateamento atual da educação, e que está longe de ser algo que se possa fazer festa pela sua aplicação.

Ainda ressalta que até 2019 todas as escolas devem ter internet banda larga e até 2024 a relação aluno/computador deve aumentar em 3 vezes o número atual. Indicativos de melhorias, mas sem que o entorno a estas aquisições de infraestrutura tenha a garantia de também ser melhorado, como a formação de professores para utilizar estas tecnologias.

EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL E ESTRUTURAS DAS ESCOLAS

É necessário revolucionar a educação pública no Brasil, e isso se inicia acabando com o balcão de negócio em que se tornaram as instituições de ensino. Educação não pode ser tratada como uma mercadoria; e conhecimento é um direito de todo o povo e um dever do Estado em garantir para todos.

Por isso, todas instituições de ensino privadas devem ser expropriadas sem indenização a nenhum burguês ou “filantropo”. Toda a educação pública é financiada com verbas públicas, então nenhum centavo a mais para financiar instituições privadas, nem concessão de isenção em impostos.

É urgente acabar com o vestibular e universalizar todos os níveis da

educação, inclusive o nível superior.Defendemos um grande plano de obras públicas para construir novas

instituições de ensino, bem como ampliar e reformar todas as já existentes; um PNE “padrão FIFA” para cada creche, escola e universidade desse país.

A imediata aplicação do piso do magistério e a constituição de planos de carreiras para professores e funcionários das instituições de ensino.Constituir instituições ou cursos públicos com a intenção de ampliar a quantidade de mestres e doutores.Tudo isso deve ser construído baseado no mais amplo debate com o conjunto da população e dos trabalhadores envolvidos nesse processo.

UM VERDADEIRO PNE DOS TRABALHADORES É NECESSÁRIO!

O governo Dilma usará o PNE como um pseudo-grande avanço na educação brasileira, mas não passa de uma grande mentira. A burguesia nacional, que amarga um verdadeiro pibinho, reclama que o país não oferece mão de obra qualificada para que possamos tornar nossa economia mais competitiva. O governo tenta agradá-los com esse plano de educação, que tem por finalidade oferecer uma educação voltada para a lógica do mercado, que acaba reproduzindo a lógica excludente do capitalismo.

Enquanto as famílias ricas continuam cursando as melhores universidades brasileiras, ou estudando no exterior, para a classe brasileira restam as escolas públicas e a educação superior gratuitas de péssima qualidade, na maioria das vezes.

A lógica inserida no PNE é a de aprofundar um processo que se iniciou ainda sob o governo de FHC e que se aprofundou nos mais de 10 anos do PT,

utilizar verbas públicas, para custear instituições privadas, para conceder educação gratuita. E agora o bolo que vai engordar esse setor da burguesia é ainda maior, sendo 7% do PIB até 2019 e 10% do PIB até 2024. São os empresários do ensino os que mais lucrarão com o novo PNE!

Os programas como Prouni, Pronatec e FIES utilizam essa lógica. Nos dois primeiros, o governo compra vaga nas instituições de ensino privado e as concedem para a população; no caso do FIES, é um simples empréstimo.

Todo esse plano foi aprovado com o apoio e colaboração explícita da CNTE/CUT e de todas as organizações sindicais governistas, que pressionaram pela imediata aprovação deste plano que, por mais que repita intenções positivas nunca cumpridas, é, de fato, um duro ataque contra a população brasileira, ao cristalizar tudo o que já acontece hoje, sem praticamente permitir mudança nenhuma, e congelando esta realidade por 10 anos!

Apesar de dezenas de páginas, o PNE é extremamente genérico em sua maior parte, colocando muitos objetivos, mas garantido poucas de suas metas.

QUEM SAI GANHANDO COM TUDO ISSO?

O PNE estabelece como meta que todas crianças saibam ler até o 3º ano de ensino. Apesar de aparente avanço, coloca índices absurdos para erradicar o analfabetismo. O governo estabelece como meta que 93,5% da população acima de 15 anos devam ser alfabetizadas até 2015 e que até 2024 deve acabar com 50% dos analfabetos funcionais!

Ou seja, pelos próximos 10 anos, mesmo que as taxas de analfabetismo

caiam, seguiremos em um país onde grande parte da população não saberá interpretar textos. E o analfabetismo funcional, em que se sabe apenas ler coisas simples ou assinar o nome, mas não se sabe interpretar um texto, por exemplo, segue sem ser combatido. Uma prova de que a “alfabetização” capitalista é apenas para saber operar máquinas e melhor entender as ordens dos patrões, mas não para gerar reflexão, conhecimento ou aprendizado de verdade.

ALFABETIZAÇÃO

A meta para esse segmento da educação é triplicar a oferta de vagas, e ampliar em 50% a expansão do segmento público. Para isso, nos cursos técnicos em instituições federais, irá aumentar a quantidade de alunos por professor, se tornando 20 alunos por educador.

As matrículas no ensino superior devem atingir a meta de 33% da população com idade entre 18 a 24 anos. Com 40% destas vagas sendo em instituições públicas. Sendo que 1/3 das vagas do ensino superior devem ser

oferecidas para cursos noturnos.Nessas metas, observamos que a lógica do ensino segue a mesma: de

garantir que a minoria, e não aqueles que trabalham, tenham condições de cursar uma universidade. A diferença é que, para massificar a educação superior no sentido mercadológico, formando proletários que melhor possam ser explorados, num aumento da mais-valia relativa, se ofertam mais cursos desqualificados e voltados meramente para a formação exigida pelas empresas.

ENSINO TÉCNICO E SUPERIROR