correio do litoral.com - maio 2010

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Correio do Litoral .com 39 ANO VI abril/maio 2010 [email protected] R$ 1,00 O deputado federal Moacir Micheletto, presidente da Comissão Especial que prepara mudanças no Código Florestal, veio ouvir a opinião dos mora- dores do Cubatão, em Guaratuba, e também conversou pessoas de outras cidades. O deputado levou dois representantes para fala- rem para os demais membros da comissão sobre a realidade dos agricultores e das comunidades rurais da região. Micheletto assegura que as propostas do litoral paranaense serão levadas em conta na elabora- ção do projeto de lei. Página 3 Litoral oferece ideias para novo Código Florestal Caminho do Peabiru em Itapoá pág. 12 Entrevista Regina Pessuti conta o que sabe e o que pensa sobre o Litoral “É possível con- ciliar oferecendo alternativas não só de sobrevivência a população, como também de cresci- mento econômico. Educação, saúde e programas de gera- ção de renda que não conflitem com a necessária pre- servação.” Entrevista exclusiva na pág. 6 Pescadores de Guaratuba mostram poder da união pág. 4 Couro de Peixe ganha recursos do governo federal pág. 9 Governo antecipa preparativos para a temporada 2010-2011 O governador Orlando Pessuti incumbiu os secretários do Planejamento, Allan Jones, e do Meio Ambiente, Jorge Callado, a começar em julho a discutir com os prefeitos, líderes e co- munidades as obras e ações necessárias. O governo já destinou R$ 3 milhões para lim- peza de rios e canais do litoral e pretende an- tecipar o início da Operção Viva o Verão para antes do Natal. Pág. 5 Em defesa do Porto Público e eficiente pág. 9 Ponte sobre a baía pág. 10 Realize seus projetos. Deixe a burocracia com a gente. Rua José Nicolau Abbage, 409 - Guaratuba Telefone: (41) 3442-2205 Apoio - Birô de Serviços

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Notícias do Litoral do Paraná

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Page 1: Correio do litoral.com - maio 2010

Correio do Litoral.comNº 39ANO VI abril/maio 2010 [email protected] R$ 1,00

O deputado federal Moacir Micheletto, presidente da Comissão Especial que prepara mudanças no Código Florestal, veio ouvir a opinião dos mora-dores do Cubatão, em Guaratuba, e também conversou pessoas de outras cidades.

O deputado levou dois representantes para fala-rem para os demais membros da comissão sobre a realidade dos agricultores e das comunidades rurais da região.

Micheletto assegura que as propostas do litoral paranaense serão levadas em conta na elabora-ção do projeto de lei. Página 3

Litoral oferece ideias para novo Código Florestal

Caminho do Peabiru em Itapoá pág. 12

Entrevista

Regina Pessuti conta o que sabe e o que pensa sobre o Litoral

“É possível con-ciliar oferecendo alternativas não só de sobrevivência a população, como também de cresci-mento econômico. Educação, saúde e programas de gera-ção de renda que não conflitem com a necessária pre-servação.”

Entrevista exclusiva na pág. 6

Pescadores de Guaratuba mostram poder da união pág. 4

Couro de Peixe ganha recursos do governo federal pág. 9

Governo antecipa preparativos para a temporada 2010-2011

O governador Orlando Pessuti incumbiu os secretários do Planejamento, Allan Jones, e do Meio Ambiente, Jorge Callado, a começar em julho a discutir com os prefeitos, líderes e co-munidades as obras e ações necessárias.

O governo já destinou R$ 3 milhões para lim-peza de rios e canais do litoral e pretende an-tecipar o início da Operção Viva o Verão para antes do Natal.

Pág. 5

Em defesa do Porto Público e eficiente pág. 9

Ponte sobre a baía pág. 10

Realize seus projetos.Deixe a burocracia com a gente.Rua José Nicolau Abbage, 409 - Guaratuba

Telefone: (41) 3442-2205

Apoio - Birô de Serviços

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abril/maio 20102 correiodolitoral.com

OpiniãO pública

Informática na administração pública é sinônimo de caixa dois. Mas não foi o que aconte-ceu na administração Requião, responsável pela ruptura de contratos em 2003 no valor de R$ 450 milhões. Além de terceirizar o que não devia, a gestão anterior mantinha o custo de R$ 100 milhões por ano da estatal de informática, a Celepar.

O governo tentou uma lici-tação séria, no modesto valor de R$ 27 milhões, para ações complementares às atividades da Celepar. Mas foi curiosa-mente impugnada a pedido de três entidades da sociedade civil: Assespro Paraná – e dois sindicatos dos trabalhadores, Stiupar e Saemac.

A Celepar passou a desen-volver a quase totalidade das demandas de informática da administração direta. Muita chiadeira no mercado, ale-gando que nenhuma terceiriza-ção causaria atraso das empre-sas de informática no estado. O que é um falso argumento, pois uma licitação séria não pode garantir que empresas locais sejam vencedoras.

Como o mercado da infor-mática para governo estaduais tem apenas 27 unidades fede-rativas, e é sujeita a constantes regulamentações federais e estaduais, não têm produtos de prateleira para suprir as necessidades de secretarias de estado. Acaba que a maneira mais profícua de produzir sof-tware para governos estaduais é o software livre.

Estranhamente, as empresas raramente se interessam em buscar as soluções da Celepar para implementá-las em outros estados. Apesar de sempre ter estados, prefeituras e até países procurando as soluções da Celepar. E não são usadas porque falta de quem as adapte e as implemente. O fato é que as empresas de informática paranaense não estão ideo-logicamente capacitadas para cooperar dentro do capitalismo. A Assespro tem muito que aprender com a Ocepar.

Julian Carlo Fagotti

Iniciativa privada e código estatal

Correio do Litoral.comEditora Hostal Ltda. - Curitiba - Paraná CNPJ: 09.192.226/0001-06Editor: Gustavo Aquino (DRT-4586/19/26)Colaboradores: Cynthia Ramos e Jefferson Schuhli Revisão: Carlos Alfredo GomesDiagramação: Gustavo AquinoRedação: Rua José Nicolau Abbage, 409 Centro - Guaratuba - CEP: 83.280-000Telefones: (41) 3442-2205 / 9156-2803 (Oi)Impressão: Jornal de Londrina/Cia do Impresso (41) 3255-2089

e-mail: [email protected]

O tema da ponte sobre a baía de Guaratuba voltou à tona de vez com o projeto apresentado pelo governador Orlando Pessuti. Primeiro foram os blogs, com destaque para o da Imobiliária Efetiva. O Correio repercutiu o tema sem paixão, em 2009, mas alguns veículos da imprensa local, com destaque para o semanário “Guará Notícias”, não deixaram o assunto cair no esquecimento.

O sonho, ou pesadelo, já pareceu mais real no passado. Chegou, por iniciativa do deputado estadual Antonio Ani-belli (PMDB), a ser incluída na Constituição do Estado do Paraná.

Agora, no projeto encomendado por Pessuti ao novo secre-tário de Transportes, Mário Stamm Júnior, vira possibilidade. Claro que o Pessutão tratou de avisar, antes que alguém levantasse a hipótese do delírio ou da promessa eleitoreira, de que se trata de um projeto feito com a obrigação do gover-nante de encaminhar e encomendar estudos para todas as reivindicações e alternativas do Litoral. O governador fez sua parte e mostrou disposição de levar adiante o projeto se assim a a comunidade local decidir.

Por isto a gente tem de discutir bem o assunto. O sonho da ponte cruzando a baía continua acalentado por aqueles que criticam as condições de transporte do ferryboat, por aqueles que querem tornar mais rápido o acesso a Guaratuba e maior o tráfego de veículos Guaratuba. para eles, o “turismo de passagem” vai incrementar a economia local.

De outro lado, há os que acreditam que a ponte será uma agressão ao meio ambiente e à vocação de cidade turística tranquila. Os críticos argumentam que em períodos de alta temporada, como o Ano Novo e o Carnaval, a cidade atrai um volume de pessoas no limite de sua capacidade. Sem ponte, com ferryboat demorado e congestionamento na Estrada de Garuva.

A falta de turistas o ano todo é um dos maiores problemas sociais e econômicos da cidade, mas dificilmente alguém afirmaria que a ponte resolveria a questão.

Diante do interesse pelo assunto, o Correio volta a debater a ponte, começando na edição impressa pela oposição feita pelo publicitário Jefferson Schulli. No site publicamos a opinião favorável do advogado Luiz Antonio Michaliszyn Filho. Só pra começar, só pra provocar.

O Correio do Litoral.com completa no dia 29 de abril, aniversário de 239 anos de Guaratuba, seu quinto ano de existência.

Entramos no Ano VI com modestas 39 edições impressas, mas 514 edições diárias do site. Na Internet publicamos, até o dia 25 de abril, nada menos do que 3.756 matérias, o que daria para uma centena de edições impressas.

Os números poderiam servir de marketing do jornal que surgiu com o nome de “Correio do Povo de Guaratuba”, pas-sou para “Correio do Povo do Litoral” e que hoje se consolida como principal veículo de comunicação na Internet de toda a região litorânea.

O alcance e repercussão na Internet fez com que incluís-semos o “.com” no nome do jornal impresso. Antes tínhamos um site de um jornal. Agora somos um diário eletrônico com uma versão impressa.

Estamos atento às mudanças rápidas que ocorrem na imprensa em virtude de um público cada vez mais exigente, mais participativo e com mais recursos próprios para se infor-mar e também para informar os outros.

Por enquanto, o marco das 553 edições, ao lado da grande quantidade de veículos impressos e blogs que existem em todas as cidades do Litoral do Paraná, confirma o interesse do público da região por informação em uma época em que a imprensa mundial vive sua maior crise.

Uma ponte no meio do caminho

Ano VI, Edição 39 ou 553

Julian Carlo Fagotti faz parte do Movimento Software Livre Paraná, é assessor de Relações Institucionais da Celepar.

Usa Sistema operacional Ubuntu, Editor de texto BrO-ffice, Editor de imagem vetorial Inkscape, Editor de bitmap Gimp. Navegador FireFox não conta, porque todo mundo usa.

A rejeição das contas dos ex-prefeitos José Ananias dos Santos (PMDB) e Miguel Jamur (PTdoB) pela Câmara de Vereadores deverá domi-nar a cena política de Guara-tuba nos próximos meses.

A atuação de aliados e adversários na votação tam-bém terá reflexos nas alian-ças políticas nas eleições de 2010 e 2012.

Aliados de Ananias reco-nhecem que houve falhas técnicas na prestação de contas do ex-prefeito, mas nada que não pudesse ser relevado pela votação políti-ca que é feita pela Câmara.

As mesmas fontes tam-bém afirmam que ocorreram diversas irregularidades na tramitação do caso na Câ-mara e Ananias vai recorrer à Justiça para anular a deci-são.

Miguel Jamur não com-pareceu à votação. Comen-tários durante a sessão da Câmara dão conta de que não havia interesse do grupo político próximo a Miguel Ja-mur – que está com 86 anos, mas teria interesse em ser prefeito pela quarta vez – em oferecer condições para que

ele concorra em 2012. O maior prejudicado se-

ria então Ananias, apontado como político mais popular de Guaratuba.

Seu filho, Ananias Jú-nior, é vice-prefeito e, assim como a prefeita Evani Jus-tus (PSDB), está no primei-ro mandato. O ex-prefeito é apontado como potencial candidato em 2016.

Contas

As contas dos ex-prefei-tos se referem ao exercício de 2003. Naquele ano ano, Miguel Jamur, que era vice de Ananias, assumiu interi-namente a prefeitura entre janeiro e 12 de junho. Ana-nias reassumiu no dia 13 de junho.

As prestações de contas de ambos foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Na Câmara, que promove uma análise mais política do que técnica, a votação secreta terminou com 5 votos pela rejeição das contas e 4 pela aprova-ção. Para derrubar a posi-ção do TCE seriam precisos 2/3 dos votos da Câmara, seis vereadores.

Situação de ex-prefeitos domina política local

Guaratuba

Ananias acompanhou votação, Jamur nem mandou representante

Foto: Câmara Municipal / Antonio Comin JR

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correiodolitoral.com abril/maio 2010 3

Litoral participa da mudança no Código Florestal MiCheLetto assegurou que Comissão da Câmara que estuda mudanças na legislação recebesse propostas das comunidades rurais

O deputado Moacir Miche-letto esteve no início de março na Comunidade do Cubatão para ouvir o que pensam os moradores da região. Ele atendeu convite de Ananias, Ricardo Valente e do Correio do Litoral.com para explicar o tra-balho da Comissão do Código Florestal e levar as sugestões para os demais membros.

Além da troca de informa-ções, o encontro serviu para os moradores das comunidades rurais do litoral ganharem um interlocutor em Brasília.

empresáriosOutros setores também

poderão contar com o depu-tado. No mesmo dia, Micheletto participou de uma reunião organizada em Guaratuba pelo

A Comissão Especial do Código Florestal da Câmara dos Deputados chega numa fase decisiva em maio antes da apresentação do parecer, marcada para 1º de junho. Mas as comunidades rurais do litoral paranaense já podem comemorar o fato de que suas reivindicações serão levadas em conta na legislação que vier a substituir o emaranhado de leis, decretos, resoluções e portarias.

Dois representantes de Gua-ratuba estiveram reunidos com a comissão, no dia 29 de março, em Curitiba: o ex-prefeito José Ananias dos Santos e o produ-tor rural Ricardo Valente. Eles foram convidados pelo presi-dente da comissão, deputado Moacir Micheletto (PMDB), para falar da aplicação das leis ambientais na região.

Os dois mostraram a reali-dade que vive o produtor em Guaratuba, mas também tra-çaram um panorama sobre os conflitos entre a agricultura e o manejo de espécies nativas com as restrições ambientais em todo litoral, especialmente no município de Guaraque-çaba.

A cidade abriga uma grande quantidade de reservas par-ticulares e públicas, recebe um grande volume de ICMS Ecológico, mas presencia o empobrecimento da população. Os habitantes que mantiveram a região preservada durante séculos ficaram à margem das políticas ambientalistas inicia-das há poucas décadas.

AnaniasNa opinião de Ananias, a

comissão e Micheletto estão no caminho certo em querer organizar o conjunto de leis e normas, muitos deles contra-ditórios. “O Código Florestal assegura muitos direitos aos agricultores que não são res-peitados na prática, em parte por falta de conhecimento dos produtores ou por que os órgãos públicos não dão a orientação necessária, em parte porque há normas e resoluções que retiram inconstitucionalmente estes direitos”, disse o ex-pre-feito. De acordo com Ananias, até mesmo os órgãos de fis-calização, o Ministério Público

e o Judiciário são vítimas da confusão de leis e normas. “Faltam parâmetros claros na aplicação da lei”, disse.

Ananias também elogiou a determinação de Micheletto em conduzir o debate das mudan-ças necessários sob critérios científicos. “Os deputados estão ouvindo pesquisadores sobre diversos pontos, como por exemplo a questão da mata ciliar, o aproveitamento do alto dos morros para a agricultura e em relação às várzeas. Na falta de leis claras, acaba se proi-bindo tudo”, disse Ananias.

ValenteRicardo Valente fez um

relato sobre a atuação de organizações e órgãos fisca-lizadores na região a porta fechadas com os deputados da comissão. O produtor da região do Cubatão disse que os deputados também foram receptivos às propostas que apresentou. “Fiquei satisfeito que o deputado Micheletto e outros membros da comissão concordam que o interesse das comunidades na criação de parques e reservas tem de ser levada à sério e que as audiên-cias públicas devem ter poder de decisão e não ser apenas uma formalidade”, disse.

Valente também defendeu que as unidades de conserva-ção (UC) têm de elaborar seu plano de manejo antes de ser aprovada. Hoje se corre o risco de a população apoiar uma UC e depois criarem um plano de manejo que vai prejudicar esta própria população.

SUSTENTABILIDADE SOCIAL

Micheletto trocou idéias com moradores da região do Cubatão, na área rural de Guaratuba

Fotos: Gustavo Aquino

empresário Maurício Lense. Durante a conversa, Lense fez uma explanação sobre a economia e as reivindicações do comércio e do turismo de Guaratuba. As dificuldades financeiras da Santa Casa tam-bém foram tratadas. Micheletto comprometeu-se a intermediar uma solução para o hospital junto ao governo federal e está aguardando o envio de um relatório sobre as dificuldades e reivindicações.

MatinhosO deputado também esteve

em Matinhos onde conversou com alunos da UFPR Litoral. Micheletto expôs a importância de ter uma legislação ambiental com critérios científicos e não “ideológicos” como considera

que é a atual. Micheletto expli-cou que a comissão pretende em primeiro lugar cumprir a Constituição Federal, que define a competência da União, dos estados e dos municípios para legislar sobre o meio ambiente.

Ele também defendeu a criação do Zoneamento Eco-lógico e Econômico local que irá estabelecer regras que atendem as necessidades de preservação, levando em consi-deração aspectos científicos de cada bioma, as necessidades econômicas e, principalmente, o interesse social de cada comunidade.

Participaram da reunião alunos do curso de Ges-tão Ambiental da UFPR

Litoral e o professor do curso, o engenheiro florestal Renato Bochic-chio, o secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca de Matinhos, Sérgio Cioli, os diretores de Habitação da secre-taria, Irapuan Marchi Fernandes, e do Meio Ambiente, José Car-los Pedroso, a analista ambiental do ICMBio que atua na administração do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange, Beatriz Nascimento Gomes e um representante da ONG Amigos da Mata, de Matinhos.

Pontal do ParanáNo mesmo dia, Micheletto

se encontrou com artesãos e comerciantes de Pontal do Paraná, no balneário Shan-gri-lá. Eles encaminharam ao deputado diversos projetos de apoio ao comércio e ao turismo local.

Ao final das reuniões, o deputado disse que lamentava conhecer tantas pessoas em um ano de eleições e fez questão de demonstrar que não é mais um “candidato paraquedista”, que só visita municípios nestas ocasiões.

De fato, Micheletto veio cumprir seu trabalho de ouvir as pessoas a respeito do Código Ambiental como faz em todos os estados, para atender convites de amigos e por uma “convoca-ção” dos leitores do Correio.

Um interlocutor da região

Reunião com empresários para discutir o turismo e a economia local

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abril/maio 20104 correiodolitoral.com

No dia 20 de abril, o enge-nheiro agrônomo Cleberson Carneiro Zavaski foi oficial-mente nomeado secretário exe-cutivo do Ministério da Pesca e Aquicultura.

Natural de Curitiba, Cle-berson atuava desde 2007 como chefe de gabinete de Altemir Gregolin, ministro da Pesca e Aquicultura, tendo sido anteriormente subsecretário de Planejamento da Pesca e Aquicultura.

Cleberson Zavaski é servidor efetivo do Ibama, cedido para atuar na Secretaria Especial e agora Ministério da Pesca e Aquicultura. Teve participação estratégica para que a secre-taria fosse alçada a ministério, o que ocorreu em 2009. Tam-bém fez parte da comissão organizadora da segunda e da terceira Conferência Nacional do setor, que ocorreram em 2006 e 2009.

No final de 2003 foi membro da comissão organizadora da Conferência Estadual de Aqui-cultura e Pesca do Estado do Paraná e da primeira Confe-rência Nacional de Aquicultura e Pesca, em Brasília.

Atualmente é membro titu-lar do Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca. E eventu-almente já atuava como secre-tário executivo, na condição de substituto.

Cleberson Zavaski acumulou experiência na área de atuação do ministério. Dedica-se ao estudo da aquicultura desde 1993. (Fonte: MPA)

CIDADANIA

Pescadores de Guaratuba mostram força ARtiCuLAção com deputado já resultou em mudanças na legislação e em projetos dos governos estadual e federal

O Seminário de Gestão Par-ticipativa da Pesca, realizado em Guaratuba nos dias 22 e 23 de abril, foi a edição com maior participação popular e que tinha mais motivos para comemorar.

Os pescadores de Guaratuba tiveram recentemente diversas conquistas como resultado da mobilização e do trabalho do presidente da Colônia Z7, Álvaro Cunha.

O deputado estadual Péricles de Mello (PT) participou do seminário e relacionou algumas destas conquistas.

Atendendo solicitação da Colônia de Pescadores de Gua-ratuba (Z7), do vereador Laudi Carlos de Santos “Tato” (PT) e do chefe do seu escritório polí-tico local, Paulo Pinna, Péricles conseguiu que o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) liberasse definitivamente a pesca da tainha na baía nos meses de junho e julho, justamente o período de maior abundância da espécie.

Também atendendo aos pescadores de Guaratuba, Péri-cles conseguiu que o Ministério Público Federal em Paranaguá estabelecesse uma norma contra prisão em flagrante de pescadores pegos em atividade considerada ilegal. Os casos agora são encaminhados aos promotores para eles anali-sarem se a prisão preventiva se justifica. Na maioria dos casos, os pescadores tem equi-pamentos apreendidos mas respondem aos processos em liberdade.

Outra conquista foi o fim da proibição da pesca a menos de 100 metros das margens da baía e das ilhas, que pratica-mente inviabilizava a atividade dentro da baía de Guaratuba. Péricles também conseguiu que o ex-governador Roberto Requião colocasse em prática a lei estadual do subsídio ao óleo diesel.

O desconto que chega pró-ximo a 40% agora só depende da regularização dos docu-mentos das colônias de pes-cadores. Em Guaraqueçaba e Antonina, os pescadores já estão construindo seus tanques e bombas.

De acordo com o depu-tado o caso da tainha revela a importância da mobiliza-ção dos pescadores e a articulação com os poderes públicos. Segundo ele, ao apresentar a reivindicação dos pescadores ao IAP, ele e os dirigentes do órgão ficaram sabendo que a proi-bição não tinha nenhuma justificativa de preservação da espécie.

Ela havia sido instituída no passado para atender apenas o interesse de proprietários de mansões à beira de baía. Além de ocuparem uma área da União e impedirem o acesso público num longo trecho da baía de Guaratuba, os proprietários conseguiram que o governo impedisse que os pescadores artesa-nais atrapalhassem seus momentos de lazer.

A proibição foi cance-lada em junho de 2009, depois de um acordo em que os pescadores se comprometem a não rea-lizar pesca com rede nos finais de semana, feriados e nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro para não prejudicarem o turismo.

Cerca de 500 pescadores participaram dos dois dias do Seminário de Gestão Participa-tiva da Pesca. No primeiro dia, os representantes dos órgãos e organizações ligados á pesca mostraram como atuam. No segundo dia, foram formados dois grupos de trabalho de pescadores e representantes de órgãos públicos para tratar da legislação da pesca dentro da baía e no mar.

O evento é organizado pelo Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas), com apoio do Ministério da Pesca e Aquicul-tura e órgãos do Ministério do Meio Ambiente, além de ter a participação do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde da PM e do Ministério Público Estadual.

O objetivo é apresentar e explicar as leis e portarias relativas à pesca e colher sugestões para modificá-las. Os seminários também incentivam a organização dos pescadores artesanais e obtém subsídios para políticas públicas para o setor.

Os primeiros seminários foram realizados em Pontal do Paraná e Matinhos. Após a Guaratuba a agenda segue em Antonina, Guaraqueçaba e Paranaguá.

O deputado Péricles tem acompanhado as discussões e encaminhado as propostas feitas pelos pescadores aos órgãos públicos, além de levar as discussões para a Assem-bleia, dentro da Frente Parla-mentar em Defesa dos Povos e Comunidades Tradicionais, da qual é coordenador.

Péricles encaminha propostas dos seminários os poderes públicos

Participação

Durante o seminário, o de-putado Péricles de Mello rela-cionou algumas ações promo-vidas pelo Ministério da Pesca e conquistadas com seu apoio e do superintendente do MPA no Paraná, Zeca Wigineski. “Pela primeira vez, os pesca-dores artesanais do litoral pa-ranaense tem acesso fácil a empréstimos com juros subsi-diados”, disse o deputado.

Péricles ainda anunciou que os pescadores de Guara-tuba e Pontal do Paraná vão compartilhar um caminhão-feira, com câmara frigorifica e uma banca montada para comercializar seus produtos. Antonina e Guaraqueçaba vão compartilhar outro. Matinhos receberá recursos para refor-mar o Mercado de Peixes.

Todas as colônias do litoral também vão receber fábricas de gelo do governo federal. Também estão sendo implan-tados em todas as cidades o programa de casas para as famílias dos pescadores, com preços subsidiados. Guaratu-ba deverá receber 50 casas.

Na opinião do deputado, não só os pescadores , mas todas as comunidades tradicionais estão recebendo do gover-no do presidente Lula uma atenção que nunca tiveram. No início de 2009, o governo criou a Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, o que motivou o o deputado a criar a frente na Assembleia..

Proibição para atender os ricos invasores da baía

Nunca antes na história

desse país...

Paranaense é secretário do Ministério

edição de Guaratuba foi a que teve maior número de participantes

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correiodolitoral.com abril/maio 2010 5

O governador Orlando Pes-suti vai organizar a temporada de verão de forma participativa e com bastante antecedência.

Durante o anúncio do Plano Rodoviário do Litoral, dia 21 de abril, Pessuti disse que os secretários do Planejamento, Allan Jones, e Meio Ambiente, Jorge Callado, vão começar em julho a discutir com os pre-feitos as obras e ações neces-sárias.

O governador também dis-se que irá antecipar a Opera-ção Viva o Verão em pelo me-nos duas semanas. Antes do Natal, as cidades litorâneas já deverão ter recebido as obras de desassoreamento e lim-peza de canais, entre outras obras preparativas.

Jones e Callado também vão discutir com lideranças e com a comunidade quais as prioridades de cada município e de cada setor, além de corri-gir falhas que tenham ocorrido em outras temporadas.

No dia 4 de maio, Pessuti confirmou, durante a escola de Governo, que irá destinar R$ 3 milhões para iniciar a limpeza de rios e canais do litoral.

O Governo do Paraná tem aumentado sua presença no litoral durante o verão. Mas a discussão ampla e antecipada promete tornar esta ação ain-da mais eficiente.

obras viáriasO governador também pre-

para uma série de ações e obras que terão reflexos no final do ano.

O Plano Rodoviário do Lito-ral inclui projetos a serem estu-dados, ações de longo prazo, mas também obras que deve-rão começar antes do final do ano. Entre elas estão o alarga-mento do acesso de Matinhos ao ferryboat, alargamento da PR 412 entre Matinhos e Pon-tal do Paraná, o complexo viá-rio na ligação das rodovias PR 407 e 412, em Praia de Les-te, assim como várias obras viárias entre Praia de Leste e Shangri-lá, em Pontal.

Pessuti quer ter até o final do ano, a definição e o início do maior projeto rodoviário já feito na região.

Os 12 projetos apresentados pelo secretário de Transportes, Mário Stamm Filho, incluem obras que deverão começar este ano, intervenções que deverão ser inauguradas antes da temporada e estudos para serem aprofundados.

Projetos:● Alargamento do trecho de Matinhos até o ferryboat, com oito quilômetros de extensão ● Readequação de acesso do Porto de Paranaguá pela BR-277, via principal e marginais.● Complexo viário de distribuição de tráfego da PR-407 e PR-412, entre Praia de Leste e Santa Te-rezinha ● Ligação da PR-407 à PR-508, com oito quilômetros de extensão ● Construção da Rodovia Mata Atlântica, da PR-407 a Ponta do Poço, com 18 quilômetros ● Duplicação da PR-412 à PR 407/Pontal do Sul, com 18 quilômetros ● Duplicação da PR-412 entre o entroncamento da PR-407 e Matinhos, com 14,4 quilômetros. ● Duplicação da PR-407, no trecho do entroncamento da BR-277 e o entroncamento da PR-412, com 18 quilômetros.● Conclusão da Beira Mar, de Santa Terezinha até Ipanema e Shangri-lá● Conclusão do acostamento de Pontal do Sul a Shangri-lá ● Conclusão do acostamento de Pontal do Sul a Shangri-lá

Estudos:● Contorno de Matinhos, com 14 quilômetros ● Ponte na Baia de Guaratuba, com 800 metros de vão

Plano Rodoviário do Litoral

escola de GovernoO Litoral também poderá

sediar ou pelo menos ser um dos focos de uma das ações de interiorização que Pessuti está promovendo em diver-sas regiões. Com menos de um mês no cargo, o governa-dor já levou a reunião sema-nal da administração, Escola de Governo, para Ponta Gros-sa e pretende encerrar a série em alguma cidade da Região Metropolitana de Curitiba ou no Litoral.

Conforme explica o secre-tário Allan Jones, a interioriza-ção promove da aproximação do governo estadual com pre-feitos, vereadores e com a pró-pria população. “É na nestas pequenas conversas que as coisas acontecem: demandas reais e necessidades de cada região em contato direto com os prefeitos. A Secretaria do Planejamento trata do Estado como um todo. Trabalhamos ajustando a questão orçamen-tária para atender a deman-da das demais Secretarias de Governo e para que elas possam, consequentemente, atender às necessidades dos municípios da região”, afirmou Jones.

Outra novidade é a decisão de Pessuti de criar, no futuro, uma Região Metropolitana do Litoral.

Na área de saúde, o gover-nador determinou neste final de abril que fossem contrata-dos imediatamente 755 ser-vidores para os hospitais da região. A medida trará benefí-cios à população local e terá reflexos na temporada

No Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá, serão contratados 620 servidores.

O hospital vai contar com 700 servidores, não incluindo os médicos, o que vai vai dobrar a equipe atual e aumentar a capacidade de atendimento na unidade que já comportou boa parte da demanda no ve-rão passado.

O Hospital de Guaraqueça-ba receberá 135 funcionários. A unidade, com 2 mil metros

Mais 755 funcionários nos hospitais da região

Pessuti antecipa preparativos para o verão

quadrados de área construí-da, tem 20 leitos para interna-ção, centro cirúrgico, área de radiologia, clínicas médicas e consultórios, além de um he-liponto que permitirá a chega-da e saída de pacientes em situação de urgência médica. As contratações vão permitir o início da operação do hospital recém construído.

Foto: Levy Ferreira - AEN

Foto: Levy Ferreira - AEN

SeCRetáRioS Allan Jones e Jorge Callado começam em julho a discutir com prefeitos e comunidades as ações para a temporada

OperaçãO participativa

Governador anunciou projetos e disse que operação Viva o Verão 2011 começa e ser preparada em julho

Page 6: Correio do litoral.com - maio 2010

Correio: Por que a senhora escolheu Guaraqueçaba como tema de dois projetos de conclusão de curso?

Regina Pessuti: Escolhi Guaraqueçaba porque sem-pre frequentamos o Litoral do Paraná e em visitas percebi as dificuldades do povo, dos moradores de uma área de preservação.

Que aspectos a senhora tratou?

D. Regina: No trabalho de conclusão do curso de Geo-grafia, a Geografia Humana: como a população vive hoje (na época, do trabalho, se não me engano em 99) diante das limitações impostas pelas leis. Acostumados ao extrativismo por um longo tempo – a região começou a ser habitada por ‘brancos’ em meados de 1600... – hoje quais são suas perspec-tivas de sobrevivência...

Encontrei um povo sofrido e desesperançado, muitos sem condições mínimas de sobrevivência. Constatei um

abril/maio 20106 correiodolitoral.com

D. Regina quer sustentabilidade com ‘sustento’ENTREVISTA EXCLUSIVA

Regina e orlando Pessuti na posse do novo governador

D. Regina: É possível conci-liar oferecendo alternativas não só de sobrevivência a popula-ção, como também de cresci-mento econômico. Educação, saúde e programas de geração de renda que não conflitem com a necessária preservação.

Por exemplo: incentivar e apoiar com conhecimentos técnicos e financeiros, ‘fazen-das aquáticas’ para criação de ‘frutos-do-mar’; incremento no cultivo do palmito e outras espécies economicamente rentáveis, como a banana. Incremento na produção de produtos orgânicos. Incre-mento do turismo ecológico que proporciona o crescimento do setor de serviços. Incremento na qualificação da população nativa para atender a demanda nesta área de serviços.

E tem um projeto pelo qual estou encantada, pelas possi-bilidades que oferece de apro-veitamento: bambu!

Que projetos a senhora defende para o Litoral do Paraná?

D. Regina: Acho que já respondi. Sei que a realidade já mudou desde os anos em que realizei meus trabalhos de conclusão dos cursos de Geografia e Direito, mas acho que devemos fazer mais. O básico é que se trabalhe com a população residente, buscando a melhora da sua qualidade de vida.

A senhora defenderá esta posição no Governo Pessuti? Como programa de Governo para 2011 em diante?

D. Regina: Com certeza

defenderei com unhas-e-dentes! Como programa de governo, por exemplo, imple-mentar o Projeto Bambu, que é algo para se colher resultados a médio e longo prazo, mas que deve ser iniciado.

Que papel a senhora terá no Governo Pessuti?

D. Regina: Vou participar ativamente. Vou coordenar o Palácio das Araucárias e demais residências como cuido da minha casa e do cerimonial. Vou colocar em prática alguns projetos que tenho em mente, no sentido de valorizarmos o que é nosso, buscando ativar o sentimento de ‘paranismo’.

Acredito que com ações educacionais e culturais temos que lançar as sementes para que nosso povo conheça mais nosso estado. Pretendo ouvir opiniões sem jamais impor ‘meus projetos’. Tenho linhas básicas. A formatação e execu-ção deverá acontecer no con-senso, ou seja, na conformidade e concordância de ideias.

e na campanha eleitoral?D. Regina: Depois das

convenções, após oficializada a candidatura do Orlando, vou participar ativamente, em especial com as mulheres, pois somos 52% da população e temos um papel importantís-simo na sociedade, seja como profissionais liberais, operárias ou donas de casa.

Pretendo participar da orga-nização partidária das mulhe-res, dos jovens e de outros segmentos. Vou participar com agenda própria e também con-junta com meu marido.

Regina Pessuti, a primei-ra-dama do Estado, não se encaixa no perfil comum da “grande mulher por trás de

um grande homem”. Ela sempre esteve lado a lado do seu marido, o

governador Orlando Pes-suti. Nos cinco mandatos

do marido como deputado estadual ela cumpria fun-ções no gabinete e ainda

fazia a ponte com prefeitos e líderes municipais.

Neste trabalho e na mili-tância no PMDB ganhou

a fama de briguenta, pois não costuma ter papas na

língua. Nos nove meses de Governo Pessuti e na cam-panha eleitoral que começa

em julho, ela diz que irá participar “ativamente”, mesmo que não ocupe

nenhum cargo oficial. Nesta entrevista exclu-

siva ao Correio do Litoral, Regina Pessuti fala menos de governo e de eleições. O tema surgiu numa con-versa que ela teve com o editor do Correio no dia 7

de março em Caiobá. Já formada em Química,

dez anos atrás Regina escolheu o Litoral como

tema de dois trabalhos de conclusão dos cursos de

Direito e Geografia que fez simultaneamente.

Mais especificamente, Guaraqueçaba e as contra-dições entre a necessidade de preservar o ambiente e

assegurar a sustentabili-dade dos moradores locais.

A vivência e os conceitos que a primeira-dama do

Paraná têm sobre o Litoral, abrem uma perspectiva

única para a região durante pelo menos os nove meses

de Governo Pessuti e durante os debates do período eleitoral. Esta

entevista serve, no mínimo, como ponto de partida para

o Litoral cobrar soluções aos candidartos que se pro-põem a governar o Paraná.

sentimento de exclusão, de ‘desvalor’.

Ousei oferecer sugestões para mudar essa realidade, que é basicamente incluir a população como parte inte-grante (que é) no ambiente. A Fauna e a Flora são de extrema importância, mas o também o ser humano que lá sempre viveu – devemos a eles, que lá viveram até agora, esse legado maravilhoso! Oferecendo pers-pectivas – muitas são possíveis - eles virão a ser aliados na pre-servação daquele ambiente de diversidade biológica fantástica, talvez único no planeta.

Na área do Direito tratei da efetividade da Lei Ambiental, ou seja, como a lei é aplicada. Constatei que a lei em si é boa. O problema é a forma como muitas vezes ela é equivocadamente aplicada pelos operadores do Direito. Conclui que inúmeras vezes falta bom senso.

Que conclusão a senhora chegou na sua tese de Direito?

D. Regina: Há inúmeros aspectos a serem pontuados. Minha opinião é que há equívo-cos de interpretação nas leis. A Lei não exclui o ser humano! O ser humano é parte integrante do ambiente!

E da Geografia?D. Regina: A Geografia

Humana tem por objeto estudar o homem dentro, integrante, do ambiente físico em que vive. É esta perspectiva que não se pode deixar de lado.

A senhora percebeu que no Litoral, as pessoas que mais preservam a natureza são as que mais têm broncas com os órgãos ambientais. Como evitar esta contradição?

D. Regina: Sim, percebi. Constatei essas ‘broncas’, inúmeras vezes justas! Como evitar? Deixando de considerar o ser humano como inimigo, que não é!

Como conciliar a susten-tabilidade ambiental com o sustento das comunidades e com o direito ao crescimento econômico da região?

ViVênCiA da primeira-dama do estado sobre o Litoral abre excelente perspectiva para a região no governo e nas eleições

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correiodolitoral.com abril/maio 2010 7

Um casal de namorados decidiu pedalar de São Paulo até Santa Catarina para divulgar a importância de aprender a lín-gua brasileira de Sinais (Libras), em escolas e faculdades. A Libras é a linguagem usada pelas pessoas com deficiências auditivas e de fala e para quem quer se comunicar com elas.

Diego Ferrari Bruno, 27 anos e Raquel Couto Amaral, 26 anos, ela portadora de defici-ência auditiva, saíram no dia 19 de março de São Paulo numa aventura audaciosa, perigosa e muito importante pelas estradas no sul do Brasil.

Eles chegaram em Parana-guá no dia 6 de abril e pales-traram no Instituto Superior do Paraná, o Isulpar. O projeto “Vamos Em Sinais”, surgiu em 2009 quando o alemão Sebas-tian Burguer, decidiu fazer um passei ciclístico com deficientes auditivos pela América do Sul e convidou alguns jovens bra-sileiros para participar do pro-jeto. O casal, juntamente com Sebastian e mais três alemães percorreram 1.900 km em três bicicletas duplas de São Paulo à Campo dos Goitacases, divisa do Rio de Janeiro com Espírito Santos, em Setembro do ano passado.

No trajeto, os aventureiros palestraram numa faculdade de pedagogia, em São Sebastião, que foi o marco para o casal. “Foi a partir daquela palestra que decidimos continuar com o projeto em 2010. O inte-resse dos futuros professores e pedagogos em aprender a língua de sinais fez com que nós saíssemos divulgando pelo Brasil”, conta Diego.

“Normalmente, na faculdade os alunos aprendem o básico da Libras. Seis meses, duas vezes por semana não é suficiente para aprender uma língua. Nós queremos incentivar os alunos a aprender mais sobre língua de sinais, para que no futuro as crianças com deficiência auditiva possam se comunicar facilmente com professores e colegas da turma”, conta Raquel em sinais para a equipe de reportagem.

AcolhidaO percurso até Paranaguá

foi perigoso, desgastante, mas com muitas aventuras e alegrias. “Conhecemos várias famílias e quanto mais humil-des, mais acolhedoras eram. Pedimos para acampar no jardim do quintal e eles nos colocaram para dentro das resi-

AVENTURA

Por amor e uma causaJoVenS pedalam mais de 1.900 km divulgando a Língua Brasileira de Sinais

Pontal ganha CineClube

dências, deram cama, chuveiro e comida. Muito melhor que um hotel. Mas as imagens que vamos guardar são da mara-vilhosa estrada da Graciosa. Foi um dos percursos mais fascinantes que passamos”, diz Diego.

Além dos obstáculos nas estradas, o casal passou por algumas dificuldades em pales-trar nas faculdades. “Em algu-mas escolas nós precisaríamos de autorização da secretária de educação e isso poderia demo-rar um pouco. Nós não temos esse tempo, apenas batemos nas portas das instituições, palestramos, montamos nas bicicletas e vamos para outra cidade. É tudo muito rápido”.

Próximas pedaladasO casal deixou Paranaguá

na manhã do dia 7 em direção a Florianópolis. No trajeto, pararam em Pontal do Paraná e Garuva. Chegarem em São Paulo no dia 10 de abril e pretendem partir logo para o Nordeste.

Você pode acompanhar esta e a próxima Odisseia de Diego e Raquel nos endereços www.ves.sur10.net e mais informa-ções pelo site oficial www.sur10.net. “ Precisamos mostrar que surdo não é mudo. Nós temos uma voz que são os sinais”, disse Raquel, por sinais, à reportagem do Correio.

Raquel tem deficiência auditiva. Diogo aprendeu com a namorada

Um grupo de 25 voluntários participou no dia 10 de abril do plantio de plantas nativas nos manguezais do Cabaraquara, em Guaratuba. A iniciativa foi Instituto HSBC Solidariedade e Projeto Cul-timar (realizado pelo Instituto GIA), em parceria com a UFPR (Grupo Integrado de Aquicul-tura e Estudos Ambientais), Instituto Ambiental do Paraná (APA de Guaratuba), Instituto Guaju, Aguamar (Associação Guaratubana de Maricultores) e e o Departamento de meio Ambiente de Guaratuba, por meio do Projeto Manguezais. A planta escolhida foi o man-gue vermelho. Foram plan-

tadas aproximadamente 500 “canetas do mangue”, como é conhecido o propágulo (estru-tura para reprodução) do man-gue vermelho, e 20 mudas já desenvolvidas. Os participantes tiveram a oportunidade de dividir experi-ências com os produtores de ostras parceiros do Cultimar e de navegar no Barco Escola por um roteiro de reconheci-mento do ambiente mangue-zal. O Mangue-vermelho (Rhizo-phora mangle), também co-nhecido como sapateiro, é uma espécie típica de man-guezal. (Fonte e foto: Manuela Silva)

Em defesa do mangue

Projeto manguezais cultiva mudas e promove conscientização

Em setembro de 2009 o Mi-nistério da Cultura abriu um edital para criação de 150 ci-neclube em municípios com até 20 mil habitantes. Em de-zembro, Pontal do Paraná en-tregou seu projeto, elaborado pelo assessor cultural da Casa da Cultura e coordenador mu-nicipal da Juventude, Marcelo Ribeiro, com a colaboração do servidor público Antonio Ca-lheiros.

Em fevereiro saiu o resulta-do do edital com 394 projetos escritos. Destes apenas 236 foram habilitados e só 150 acabaram contemplados. Pon-tal do Paraná, com média 9,0 e em 15° colocado, ficou com a maior pontuação no Paraná.

Agora a prefeitura aguarda o agendamento que será feito pelo Ministério da Cultura e a homologação da parceria en-tre o município e a União.

As propostas selecionadas foram contempladas com um kit completo para instalação de um cineclube contendo um telão de 3m x 4m, projetor de vídeo, mesa de som com 4 canais, demais equipamentos e 104 filmes que serão esco-lhidos pela coordenação do projeto e entregues trimestral-mente.

O cineclube tem de realizar pelo menos uma exibição por semana, sempre no mesmo dia, horário e lugar, e ainda ca-pacitar dois monitores com ofi-cinas que contem desde a his-tória do cinema brasileiro até a manutenção e administração de um cineclube. Para que esse projeto tivesse a força e credibilidade que precisava foram enviadas declarações de apoio de 13 instituições, in-cluindo grêmios estudantis da cidade.

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correiodolitoral.com abril/maio 2010 9

O Ministério da Integração Regional (MI) aprovou o projeto de uma unidade de beneficia-mento do pescado da Associa-ção Ryo & Mar de Guaratuba.

O valor global do projeto é de R$ 275.503,81, sendo R$ 267.117,70 de repasse do governo federal e R$ 8.386,11 de contrapartida.

Segundo a gerente da Mesorregião Vale do Ribeira/Guaraqueçaba, Juliana Alves Ferreira Freitas, o governo já encaminhou para empenho, etapa final antes da liberação do dinheiro.

Juliana, que trabalha no ministério estará no Paraná entre os dias 17 e 21 de maio, fazendo vistorias, conhecendo melhor alguns projetos.

A aprovação do projeto contou com apoio decisivo do Cordrap (Conselho Regional de Desenvolvimento Rural, Pesqueiro e do Artesanato do

Litoral Paranaense).A Associação Ryo & Mar foi

pioneira no Paraná no curtume e artesanato com couro de peixe Seus trabalhos foram levados pelo Cordrap até a II Mostra nacional de desenvolvimento regional, realizada em Floria-nópolis, em março.

O presidente do Cordrap, Ailson Orlei Moro Camargo, membro da Coordenação Exe-cutiva do Fórum de Desenvolvi-mento Integrado e Sustentável do Vale do Ribeira / Litoral do Paraná, disse que a feira trouxe resultados positivos para Guaratuba, Matinhos, Pontal do Paraná, Paranaguá, Morretes e Antonina.

“Foram efetuadas ótimas vendas e conquistadas muitas parcerias e negócios futuros. Lamentamos apenas a falta de representantes do municí-pio de Guaraqueçaba”, disse Camargo.

Guaratuba ganha recursos para curtume de peixeARTESANATO SUSTENTÁVEL

GoVeRno federal liberou R$ 275 mil para unidade de beneficiamento de pescado da Associação Ryo & Mar

O vereador Almyr Troyner (PMDB) colocou a segurança na ordem do dia em Guaratuba. Desde que assumiu, em março, Troyner tem ocupado a tribuna em todas as sessões.

O vereador lançou uma cru-zada em favor de um programa municipal de recuperação de dependentes químicos e afirma que quase 90% das ocorrências policiais da cidade tem relação com o tráfico ou o consumo do crack.

Troyner também está organi-zando, junto com o presidente da Câmara, Claudio Nazário (PSDB), e outros vereadores, a ida de uma comissão para conversar com o novo secre-tário estadual de Segurança, coronel Aramis Linhares Serpa. O objetivo é solicitar reforços na estrutura da Polícia Militar em Guaratuba.

Superintendente da Polícia Civil em Guaratuba, Troyner contabiliza diversas conquistas para a Delegacia de Guara-tuba.

Em relação a um projeto que parecia unanimidade na Câmara, a criação da Guarda Municipal, Troyner tem afir-mado que a proposta merece maiores estudos. A comitiva que irá conversas com o coronel Serpa deve visitar as guardas de Curitiba e São José dos Pinhais, tidas como as mais desenvolvi-das do Paraná.

Em dois meses de mandato, o vereador surpreendeu seus pares ao propor a realização de sessões itinerantes da Câmara nos bairros da cidade. A proposta deverá aproximar o legislativo da população e expor o trabalho que vem sendo feito pelos vereadores.

Almyr troyner também propôs reuniões da Câmara nos bairros

Vereador faz cruzada pela segurança em Guaratuba

Foto: Câmara Municipal / Antonio Comin JR

Foto: Cordrap

edson Zanni (Matinhos), Girlei (Guaratuba) e elizabeth (Pontal do Paraná) a ii Mostra nacional em Florianópolis

O Instituto de Tecnologia do Paraná fará parceria com a Associação de Produtores de Cachaça de Morretes.

O diretor-presidente dor ór-gão, Luiz Fernando de Olivei-ra Ribas, disse que as ações conjuntas para desenvolver produtores rurais fazem parte da política de governo adota-da pelo governador Orlando Pessuti.

“Esse trabalho vai estimular os produtores a buscar uma excelência na qualidade, o que vai agregar valor aos pro-dutos e, consequentemente, dar longevidade à produção paranaense de cachaça, con-solidando-a nesse mercado.”

A iniciativa faz parte do Programa Universidade Sem Fronteiras, da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, cujo objeti-vo é beneficiar os produtores com indicação geográfica dos produtos da região, garantindo sua qualidade e característi-cas regionais.

A primeira etapa dos pro-jetos que são desenvolvidos em parceria engloba análises necessárias para a adequa-ção da cachaça, que a princí-pio serão feitas gratuitamente pela equipe do Tecpar.

Cachaça de Morretes terá certificado regional

Tecpar

O novo superintendente da Administração dos Portos de

seguidas. Essa é uma ideia-chave que eu tenho e que quero construir”, disse.

“O conceito de Porto Público está se sustentando no Brasil, mas eu acho que a gente pre-cisa avançar”, acrescentou.

RegionalizaçãoA escolha do advogado Má-

rio Lobo Filho tem um valor simbólico para a região litorâ-nea e, em especial, para Pa-ranaguá.

“O governador Orlando Pes-suti tem prestigiado as lideran-ças regionais e, com isso, de-

monstrado sua confiança na competência desses profissio-nais”, disse o novo superinten-dente, que tem suas origens em Paranaguá.

De 2002 a 2006, Mário Lobo Filho atuou como diretor Administrativo e Financeiro da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Estava no cargo de diretor de Finanças e Patrimônio da Pa-raná Previdência, antes de as-sumir a Superintendência.

Seu pai, Mário Lobo, foi su-perintendente dos Portos entre os anos de 1991 a 1994.

Perto da populaçãoO novo diretor Empresarial

da Appa, João Batista Lopes dos Santos, disse que uma de suas prioridades será a aproximação da Appa com a população do Paraná. “Cerca de 95% do povo paranaense não conhece o Porto de Pa-ranaguá. Queremos aproxi-mar a comunidade desta es-trutura. Pretendo trabalhar na construção de um elo com os trabalhadores, empresários paranaenses, cooperativas, organizações e segmentos agrícolas do Estado.”

Porto Público

João Batista Lopes dos Santos e Mário Lobo Filho

Paranaguá e Antonina (Appa), Mário Lobo Filho, diz que é preciso estabelecer um pla-no que transcenda governos

e consolidar o conceito de Porto Público.

“Cada go-verno tem suas ideias e ideologias, mas acho que alguns con-sensos míni-mos, algumas linhas mestras tem que ser

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abril/maio 201010 correiodolitoral.com

A ponte sobre a baía de Guaratuba é um velho fantasma que volta e meia reaparece levantando muitas questões: de um lado temos o discurso (que o povo adora) progressista e desenvolvimentista que sempre tem muita pressa em realizar grandes obras, sem levar em conta as consequências para a grande massa da população.

Esta conta é muitas vezes superfaturada e como sempre o povo paga mais tarde, recla-mando.

O que implicará em novas grandes obras para sanar os velhos problemas advindos do primeiro e assim sucessiva-mente. Temos aqui um moto-perpétuo.

(Veja bem meu caro lei-tor, não estou aqui fazendo, nenhuma acusação prévia, nem afirmando que será o caso, mesmo porque, esta obra é só um projeto cogitado e caso seja aprovado, pode até ser um capítulo a parte desta novela brasileira que assistimos e se repete ad eternum. Só estou fazendo uma menção a outros casos semelhantes e compro-vados empiricamente).

Do outro lado ficam “os velhos retrógrados”, a minoria que não vê mais “no progresso cego” vantagem nenhuma, mesmo porque a experiência ao longo dos anos e ao redor do mundo tem comprovado que não deveríamos ter mais pressa em estragar o resto do planeta. E todo “progresso” traz novas demandas.

Também temos “jovens r o m â n t i c o s e a l g u n s ambientalistas”, embora o impac to causado pe las balsas ao meio ambiente seja questionável, a ponte traria outras consequências.

De qualquer forma é uma ideia que tem muitos defenso-res, também é um projeto que depois de pronto não tem mais volta, e esta possibilidade sim

A TravessiaJefferson Schulli

CONTRAPONTO

assusta e assombra, porque arrependimentos posteriores de nada adiantarão.

ReflexãoAs pessoas devem refletir

um pouco e projetar no espaço esta possibilidade e no que ela implicará antes de se posicio-narem.

Eu simples mortal, fico do lado de cá e aqui das Caieiras fico imaginando ter que olhar para um horizonte até ontem intocado pelo homem e me deparar com uma futura ponte que atrofiará definitivamente esta visão romântica da baía.

A possibilidade de substituir esta calmaria por uma ponte cheia de automóveis e cami-nhões com muita pressa em atravessar brutalmente estas simpáticas cidades, fazendo uma ligação nervosa que trans-formarão definitivamente Mati-nhos e Guaratuba num grande corredor de escoamento de cargas até Itapoá.

Alguém, do lado dos defenso-res do progresso dirá que isso traz rendas? Sim, para poucos e prejuízos para os demais. Lembro que tempo é dinheiro, estas pessoas terão muita pressa ao atravessar a baía, e dificilmente encontraram vagas para estacionar etc.

Que esta pressa afugentará mais do que trará turistas?

Pensem no aumento consi-derável do número de vítimas ao longo da estrada e do tempo?

Pior se for algum ente pró-ximo e querido? Alguns dirão que a ponte levará com mais rapidez as vítimas até o hospital mais próximo em Paranaguá.

Então porque não desti-nar esta verba para construir hospitais aqui para atender as pessoas daqui?

Porque não pensar nas pessoas da terceira idade que escolhem cidades para se apo-sentar a beira mar e precisam de infra-estrutura de saúde.

Acho que este “acidente geográ-fico que Deus nos presenteou” é favorável à paz e tem uma natural vocação turística e de preservação da cidade.

Adoro atraves-sar a baía de balsa principalmente de bicicleta e de graça, mesmo de carro quando tenho que pagar.

A d o r o e s t a ca lma t raves-sia que me faz pensar na dialé-tica questão que pode ficar defini-tivamente só no papel como uma simples metáfora que servirá para outras questões:

Balsa x ponte, custo x bene-fício de tal empreendimento, tempo x dinheiro, pressa x acidentes.

Para finalizar: Estou cansado do discurso desenvolvimentista, da pressa em não chegar a lugar nenhum.

Neste dias atrás, fiz esta travessia sem pressa e pen-sando neste assunto, veio-me a lembrança de um livro que li quando tinha 15 anos:

E para atropelar os que nunca leram o livro “Sidarta” de Hermam Hesse. Em sua narrativa o guru Gautama Buda, depois de tanto procurar respostas em toda sua vida, foi somente na balsa que ele

encontrou, fazendo reflexões e a ligação de toda sua existência e procura.

E você, meu prezado leitor se chegou até aqui de que lado fica?

O mundo agora é interativo

e lhe convido a assinar uma lista.

Nas próximas edições iremos entrevistar os dois lados:

Você é a favor ou contra? Mande sua opinião por e-mail

para o [email protected]

Sobre a baía e nossa vida cotidiana

O Resgate O jornal cult do Litoral

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correiodolitoral.com abril/maio 2010 11

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Pesquisa traz novo motivo para visitar região

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O jornalista Ze Beto Maciel encaminhou ao pré-candidato a deputado federal Zeca Dirceu (PT) o projeto de recuperação histórica do Caminho do Pea-biru, o projeto Travessias. A ideia foi iniciada diversas vezes am alguns municípios cortados pela antiga estrada dos indíge-nas e está sendo retomada pelo Correio do Litoral.com a partir de uma pesquisa para rever o local exato da sua “porta de entrada”. A polêmica em si já é um incentivo à divulgação do caminho e à realização de um roteiro turístico em todo seu trajeto com destaque para Garuva, Guaratuba e Tijucas do Sul.

De acordo com a jornalista Fernanda de Aquino, colabo-radora do Correio na coluna “Correio de S. Chico”, o início do Caminho do Peabiru em Santa Catarina pode não ser o rio Itapocu em Barra Velha como sempre se pensou, mas sim o rio três Barras, em Garuva. Fernanda cita diversos estudos recentes com esta conclusão.

Quem levantou essa ques-tão é o autor joinvilense Olavo Raul Quandt. Em seu livro Cabeza de Vaca e o Peabiru, lançado em 2007, Quandt garante desfazer o equívoco na historiografia sobre o tema, que coloca a atual rio Itapocu, em Barra Velha como início da

caminhada dos desbravadores da coroa espanhola no século XVI em busca das minas de prata ou minas de Potosi, na Bolívia, e particularmente do famoso adelantado espanhol Alvar Nuñes Cabeza de Vaca em direção à Assunção, capital do Paraguai, em 1542.

Para Quandt, o Caminho Velho – como é chamado esse trecho inicial do Caminho, desde a Baia da Babitonga até o Paraná – “é o único e verdadeiro

Caminho do Peabiru em Santa Catarina”!

tijucas do SulPesquisas recentes de estu-

diosos sobre o complexo e ainda nebuloso assunto, con-firmam a teoria do Caminho Velho de Quandt.

A secretária de Turismo de Tijucas do Sul, Jane Beatriz Dis-senha Fagundes, Deise Suzana Claudino de Oliveira e o profes-sor José Hamilton Claudino, em

O Caminho do Peabiru foi a mais importante estrada indí-gena interoceânica da América do Sul pré-colombiana, usada pelos guaranis, incas e outros povos. Ia do Atlântico ao Pací-fico, do Brasil ao Peru, incluindo Bolívia e Paraguai, cortando o continente por quase quatro mil quilômetros e tinha diversos ramais em outros estados e países. Têm, ainda, um caráter místico.

Para os esotéricos, o Cami-nho Velho, por exemplo, é considerado um dos principais pontos energéticos do planeta. Criado em 2007, o Parque Natu-ral Caminho do Peabiru, em Barra Velha, tem uma área de 4.285.300 metros quadrados e

Mesmo com toda a óbvia resistência local, a nova ideia avança a passos largos. Os defensores da velha teoria já admitem haver pesquisas que demonstram que o único Caminho do Peabiru em Santa Catarina era feito apenas a partir da Baía da Babitonga, entrando pela Baía do Palmital e chegando ao riacho chamado rio Três Barras, seguindo paralelamente a este riacho por terra pela atual fazenda de Três Barras (hoje Pirabeiraba em Joinville), continuando em direção aos pés da serra do Quirirí (hoje nos limites inter-municipais de Garuva com Campo Alegre e também com a divisa com o Paraná), subindo pela trilha do Monte Crista e caminhando pelos altiplanos pelos Campos do Quirirí (Icrín, Iqueririm, Iquerí ou Iquirí) e nos Campos dos Ambrósios já no estado do Paraná. Este cami-nho era chamado antigamente pelos tropeiros do século XVIII de “Caminho Velho”.

No entanto, ainda defen-dem que o “Caminho Velho” interligava apenas a região de São José dos Pinhais-PR com a região de São Francisco do Sul-SC, sendo considerado como um caminho alternativo do Peabiru parananense!

O pesquisador Ricardo Gomes Moreira mergulhou fundo nessa história e, con-vencido da veracidade dos documentos analisados, ela-borou o Projeto Travessias – Caminhos do Peabiru. A ideia é criar um roteiro de turismo no trecho do Peabiru em Joinville (SC), Garuva, a área rural de Guaratuba e Tijucas do Sul (PR), onde seria desenvolvido – através do turismo susten-tável – um importante resgate histórico e ainda, segundo Moreira, “corrigir um erro de informação antigo”.

almeja ser decla-rado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Em seu livro História do Cami-nho do Peabiru, com uma biblio-grafia de mais de 400 fontes, a j o r n a l i s t a Rosana Bond, que estudou o Peabiru por 14 anos, também levanta a tese de que tudo pode ter começado na Baia da Babi-tonga, no rio Três Barras.

História e misticismo: turismo

Projeto Travessias

Baía da Babitongasuas monografias defendem o

Caminho dos Ambrósios, entre Tijucas do Sul (PR) e Garuva (SC), como sendo o autêntico início da longa caminhada de Cabeza de Vaca. O resultado dessas pesquisas, nas quais foram percorridos cerca de 54 quilômetros através de matas, vales e abismos, resultou numa proposta de revitalização do Caminho dos Ambrósios como etapa inicial do Caminho de Peabiru que leva até o Peru.

PRoJeto de roteiro no Caminho do Peabiru pode despertar novo interesse científico internacional para Garuva e Guaratuba

Início do Caminho do Peabiru pode não ser em Barra Velha como se pensava, mas em Garuva

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