correio da umbanda ed.23

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Artigo – Autor / Remetente / Instituição............................................................................. Pág Base Filosófico-Religiosa da Umbanda / env. por Norberto Peixoto / Caboclo Pery ........ 02 A Umbanda e a festa de sua data maior / Henrique Perazzi / no Umbanda Fest ............ 04 O que é a Umbanda / Pai Firmino do Congo por Maria Luzia / Luz de Aruanda .............. 06 Faz caridade fio! / Negro Ambrósio por Maria Luzia / Luz de Aruanda ............................ 07 Os mortos vivem / Momento Espírita / env por Flecheiro lista Choupana Caboclo Pery . 09 Nascer de novo / por João Batista Goulart Fernandes .................................................... 10 Aprendendo com Nêga Veia / por Pedro Rangel / msg lista Choupana Caboclo Pery .... 12 Eu Adorei as Almas / Pai Firmino do Congo por Maria Luzia / Luz de Aruanda .............. 13 Alma Branca em Corpo Preto / FÚ-MAN-CHU enviado por Maurício Queiroz ................. 14 Humildade X Orgulho / Autor desconhecido / enviado por Noberto Peixoto .................... 16 Nossos Umbigos / Vovó Benta por Leni Saviscki / Vozes de Aruanda ............................ 17 Esclarecimentos Sobre Curimba Na Umbanda / Fernando Sepe / msg lista Choupana .. 19 E aí o que acontece / Padilha das 7 Encruzilhas por Maria Luzia / Luz de Aruanda ....... 21 Mediunidade digna / Joanna de Angelis / enviado por Norberto Peixoto ......................... 22 Chico Xavier falando dele mesmo / enviado por Alexandre Morós / Caboclo Arruda ...... 23 Alicerçando a estrada / Pai Firmino do Congo por Maria Luzia / Luz de Aruanda ........... 25 Caridade Em Ambiente Doméstico / Ramatís por Noberto Peixoto / Choupana .............. 26 A Projeção E As Formas-Pensamentos / Revista Cristã de Espiritismo env por Luzia .... 27 Absurdos! / Silvio da Costa Mattos / APEU ...................................................................... 29 Respeito ao Congá / Sandro da Costa Mattos / APEU .................................................... 30 Considerações sobre os templos iniciáticos / Premanaddâchâryâ – Ramés por João .... 31 Grupos, Templos e Instituições ......................................................................................... 46 Expediente ........................................................................................................................ 48 Correio da Umbanda Edição 23 – Novembro de 2007

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Duvidas e respostas de algumas questões importantes na UMBANDA

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  • Artigo Autor / Remetente / Instituio............................................................................. Pg Base Filosfico-Religiosa da Umbanda / env. por Norberto Peixoto / Caboclo Pery ........ 02 A Umbanda e a festa de sua data maior / Henrique Perazzi / no Umbanda Fest ............ 04 O que a Umbanda / Pai Firmino do Congo por Maria Luzia / Luz de Aruanda .............. 06 Faz caridade fio! / Negro Ambrsio por Maria Luzia / Luz de Aruanda ............................ 07 Os mortos vivem / Momento Esprita / env por Flecheiro lista Choupana Caboclo Pery . 09 Nascer de novo / por Joo Batista Goulart Fernandes .................................................... 10 Aprendendo com Nga Veia / por Pedro Rangel / msg lista Choupana Caboclo Pery .... 12 Eu Adorei as Almas / Pai Firmino do Congo por Maria Luzia / Luz de Aruanda .............. 13 Alma Branca em Corpo Preto / F-MAN-CHU enviado por Maurcio Queiroz ................. 14 Humildade X Orgulho / Autor desconhecido / enviado por Noberto Peixoto .................... 16 Nossos Umbigos / Vov Benta por Leni Saviscki / Vozes de Aruanda ............................ 17 Esclarecimentos Sobre Curimba Na Umbanda / Fernando Sepe / msg lista Choupana .. 19 E a o que acontece / Padilha das 7 Encruzilhas por Maria Luzia / Luz de Aruanda ....... 21 Mediunidade digna / Joanna de Angelis / enviado por Norberto Peixoto ......................... 22 Chico Xavier falando dele mesmo / enviado por Alexandre Mors / Caboclo Arruda ...... 23 Alicerando a estrada / Pai Firmino do Congo por Maria Luzia / Luz de Aruanda ........... 25 Caridade Em Ambiente Domstico / Ramats por Noberto Peixoto / Choupana .............. 26 A Projeo E As Formas-Pensamentos / Revista Crist de Espiritismo env por Luzia .... 27 Absurdos! / Silvio da Costa Mattos / APEU ...................................................................... 29 Respeito ao Cong / Sandro da Costa Mattos / APEU .................................................... 30 Consideraes sobre os templos iniciticos / Premanaddchry Rams por Joo .... 31 Grupos, Templos e Instituies......................................................................................... 46 Expediente ........................................................................................................................ 48

    Correio da Umbanda Edio 23 Novembro de 2007

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    BASE FILOSFICO-RELIGIOSA DA UMBANDA Estamos em pleno perodo de afirmao doutrinria da Umbanda. Uma fase como esta

    no pode se restringir a negar conceitos. Sabemos que na fase de expanso as grandes discusses da Umbanda se prendiam sua origem (Vedas, Atlantis, Sumrios?) ou da origem do prprio vocbulo (vdico, snscrito, celta?); essas buscas tinham o sentido de afirmar a Umbanda no como uma religio brasileira, mas, sim, como uma religio antiga, que voltava at ns, e por esse fato mais confivel. No entanto, o perodo de afirmao doutrinria iniciou-se, como vimos, com o abandono de todas essas especulaes e firmou-se naquilo cuja evidncia era irrefutvel e estava bem mo: a origem brasileira da Umbanda.

    Hoje, portanto, para que sejamos consistentes com esse incio, no devemos ficar em

    afirmaes ridas ou em buscas desnecessrias. A base filosfico - religiosa da Umbanda , sem nenhuma dvida aquela pregada por Cristo. Antes de Jesus Cristo, os Manuscritos do Mar Morto trouxeram isso tona apesar da oposio dos Judeus e da Igreja Catlica Apostlica Romana, comprovam que antes de Jesus Cristo, num perodo entre 500 e 200 anos a.C., vrios lderes religiosos j apresentavam as bases daquilo que posteriormente veio a configurar a religio crist. Dentre eles, figura o ento chamado Mestre da Retido, lder essnio, cujas orientaes religiosas j adiantavam quase tudo o que Jesus viria a dizer. Se isso verdade, porque razo Cristo foi quem marcou nosso mundo? Exatamente por sua misso Crstica. E esta misso foi to forte, to inconteste, que a filosofia pregada por Cristo, do amor entre todos e de nossa filiao direta a Deus, alm de marcar uma Era, marcou o calendrio e se espalhou por todos os cantos do mundo. Do extremo oriente ao ocidente, Cristo hoje reconhecido como aquele que veio trazer a mensagem do Pai.

    Assim, a Umbanda no deve temer o assumir Jesus Cristo como seu maior orientador.

    Se buscarmos em alguns pensadores cristos suas bases filosfico-religiosas veremos o quanto elas so compatveis com a Umbanda, inclusive no que concerne definio dada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, ou seja, "A manifestao do Esprito para a prtica da caridade".

    Ao analisarmos com cuidado esses escritores, religiosos ou laicos, veremos ainda o

    quanto foi deturpada a mensagem que nos foi trazida por Jesus Cristo pelas Igrejas que hoje se apresentam como exclusivas representantes de Cristo. A esse argumento, somam-se outros de carter filosfico e histrico. O Caboclo das Sete Encruzilhadas sempre afirmou a presena na Umbanda da filosofia crist; sempre utilizou-se do Evangelho como apoio de suas pregaes; enquanto o seu mdium esteve vivo manteve a Umbanda dentro de seus princpios incruentos. J vimos em item anterior, algumas das razes pelas quais a Umbanda foi to desfigurada. Por isso, o perodo de afirmao doutrinria, dever preocupar-se pelo menos com trs linhas de pensamento e atuao:

    - a primeira, a afirmao dos princpios cristos da Umbanda;

    - a segunda, um processo de afirmao do seu rito, depurado de todos atos que por essa mistura indesejada vieram a descaracterizar a Umbanda, cabendo ressaltar que o que a obra de Omolub j nos trouxe em relao a essa parte da tarefa significa, sem nenhuma dvida o maior passo j dado pela nossa Religio neste sentido; - a terceira, a manuteno do seu ritual de formao sacerdotal, visando ordenar sacerdotes que se comprometam com as duas primeiras vertentes.

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    No tocante primeira, cabe executar um trabalho de avaliao dos inmeros livros com base na filosofia crist para, aps uma acurada avaliao, termos assentadas as bases crists da Umbanda. Aproveito para deixar aqui, alguns princpios que acreditamos devam ser revistos. No se pode aceitar as interpretaes que foram feitas de Cristo e que conduzem a:

    - um Deus vingativo e punitivo; - inexistncia da comunicao com as almas; - o carma como punio divina; - a inexistncia da reencarnao.

    Alguns outros princpios devem ser discutidos e ampliados: - a autodeterminao (existncia de "dois momentos" onde o ser humano faz opes

    fundamentais a respeito de sua nova existncia na Terra) ; - nossa ao como nossos prprios juizes, aps nossa morte fsica; - qual o caminho de evoluo que a Umbanda aceita (centelha divina, aperfeioamento at o nvel de Devas?); - o que significa para a Umbanda o "Amai a Deus sobre todas as coisas e ao prximo como a ti mesmo"? - dentro daquilo que pregava Cristo, e por conseqncia da Umbanda, qual e onde est a viso holstica do Homem.

    Estas e outras questes devem ser buscadas tanto nos livros j existentes como, se nos for consentido, atravs de comunicaes do Astral.

    Sabemos o quanto foi deturpada a pregao do Cristo; sabemos tambm o quanto o

    poder temporal superou a pregao da doutrina que nos foi trazida por Cristo, quando da formao da Igreja Catlica: sabemos ainda quantas "reformas" foram feitas nos Evangelhos em nome do fortalecimento desta mesma Igreja; sabemos ainda o quanto o Evangelho segundo o Espiritismo traz no seu bojo a influncia da comunicao de Almas que tiveram sua formao dentro do catolicismo; sabemos enfim que ser muito difcil esse processo de separao daquilo que foi verdadeiramente trazido por Cristo, do joio do trigo. Mas temos certeza que a Umbanda, sem nenhuma dvida a religio que menos se amarra a dogmas, ter a ajuda de seus guias e a sua doutrina aparecer, limpa, transparente, libertadora e, por fim, se afirmar doutrinariamente.

    Colaborao de: Casa Branca de Oxal Templo Umbandista

    Rua Barbacena 35 - Lagoa Santa - Minas Gerais CEP 33400-000 Dirigentes: Solano de Oxal e Maria de Omol

    Mensagem da lista da Choupana do Caboclo Pery Porto Alegre RS

    Enviado por Norberto Peixoto

    [email protected]

    mailto:[email protected]

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    A UMBANDA E A FESTA DE SUA DATA MAIOR Quinze de novembro o Dia da Proclamao da Repblica, mas tambm comemora-se na mesma data o Dia da Umbanda, que nesse ano completou 99 anos de fundao. Em Bauru, a data no passa batida, pois pelo segundo ano consecutivo acontece uma festa em homenagem a essa tradicional religio. a Umbanda Fest, que por iniciativa de um jovem umbandista, Ricardo Barreira, 29 anos, toma conta do Teatro Municipal, ocupando boa parte da tarde e incio da noite, num congraamento que, une os mais diferentes terreiros da cidade e da regio. Ano passado, com o sucesso alcanado, o site ( www.umbandafest.com.br) foi impulsionado, divulgando atividades o ano todo, promovendo ainda mais a marca e a difuso da Umbanda. Nesse segundo ano, com a repetio do sucesso, finca-se definitivamente no calendrio de novembro na cidade, como um evento que veio para ficar. A preparao minuciosa e toma vrios meses dos organizadores. Quem chegava ao local do evento, no ltimo domingo, 18/11, no imagina o quanto ocorreu de trabalho e envolvimento nos bastidores para encontrar aquilo tudo pronto. Pouco depois das 15h30, os 450 lugares do teatro esto quase lotados e quando o mestre de cerimnias, Gabriel Petroni anuncia o incio do evento, o que se v um mar de gente, vestida na sua maioria de branco, as cores preferenciais da umbanda. Esto ali reunidos quase todos os terreiros da cidade, muitos da regio e representantes da capital paulista, do Paran e do Rio de Janeiro. So muitas as famlias e na fisionomia de todos, estampado a alegria por verem aquela festa em algo que, durante um bom tempo esteve restrita lugares menos nobres. Na entrada, numa banca montada no hall est Rosenilda Aparecida da Silva, a Rose que, recebe os alimentos solicitados como ingresso, devendo ser encaminhados entidades assistenciais ligadas aos terreiros locais. Ali tambm vendida a camiseta do evento, com um slogan dos mais chamativos, "Umbanda: Eu visto essa camisa", que anos atrs, poucos ousariam ostentar no peito em praa pblica. A discriminao, na verdade, ainda existe e exatamente isso que se tenta quebrar com um evento desse porte. Na abertura, pai Dito, de Cafelndfia, do alto de seus 72 anos de Umbanda pega o microfone e faz um longo desabafo: "Tem muita gente nova, que mal saiu das fraldas e j est dando passe. Queremos uma coisa bonita, honesta, onde o povo no desacredite o nosso trabalho". Ricardo precede e agradece o espao cedido pelo Secretrio Municipal de Cultura, Jos Augusto Ribeiro Vinagre, que diz "ser uma obrigao do poder pblico abrir as portas para eventos como esse." Na sequncia da abertura, outro ilustre convidado, pai Joelmir de Oxssi, da Unio Espirta do Brasil, com 25 anos de Umbanda, relembra a histria de Zlio de Moraes, o fundador, que em 1908 deu incio a tudo, sendo o primeiro mdim a incorporar o Caboclo das 7 Encruzilhadas: "Graas ao que ele fez l atrs, estamos hoje no mundo todo, estruturados em 12 pases. Viemos para ficar." Aps as palmas, volta ao microfone e anuncia que, ano que vem, dever acontecer no Rio uma verso do Umbanda Fest carioca, provavelmente entre agosto e setembro. Nova ovao. Antes do evento em si comear, a execuo do Hino Nacional e logo a seguir, o Hino da Umbanda, com acompanhamento do Grupo da Lua. Em ambos, platia em p e participao animada da assistncia. Ricardo Barreira explica o motivo da espcie de um altar no canto direito do palco, onde uma imagem do caboclo das 7 Encruzilhadas parece abenoar e aprovar aquilo tudo sua frente: "Acabou de ficar pronto, ficar num lugar nobre do Rio de Janeiro, em uma das tendas que Zlio fundou, e o primeiro lugar aprovado para sua sada foi aqui, nesse evento. o reconhecimento pela seriedade do que fazemos." Quem sobe ao palco Edenilson Francisco, que cita o centenrio no prximo ano, enfatizando algo que est na boca de todos os organizadores: "Voc no ver ningum na Umbanda apontando o dedo para algum e dizendo ser nossa crena a melhor. Aqui ningum precisa fazer isso." Finaliza alertando os seguidores, com uma frase proferida por Jesus Cristo e que serve para o atual momento: "Nenhuma casa dividida consegue seguir em frente." Ao som da msica Morena de Angola, na voz de Chico Buarque so mostrados num telo as imagens da festa do ano passado e logo a seguir comea especificamente o espetculo. Como se fossem

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    grupos musicais, num grande show, nove terreiros da cidade se apresentam alternadamente, entoando as curimbas dos terreiros, com o acompanhamento da batida na palma da mo. Ricardo d uma entrevista para o Jornal da Cidade, quando enfatiza que a "festa foi criada para comemorar o aniversrio da Umbanda, divulgar nossos templos, diminuir a discriminao e difundir nossa mensagem de muita paz." No intervalo de cada apresentao, Gabriel procurar usar de muita irereverncia, quebrando aquela sisudez de eventos religiosos, tanto que num certo momento desabafa: "J me falaram para ser mais srio, no brincar tanto, mas no consigo." So sorteados livros, revistas e as camisetas, com pessoas da platia sendo convidadas a subir ao palco para participar dos sorteios. Quem sobe ao palco em seguida Marco Boeing, de Curitiba, com 25 anos de Umbanda. Sua fala est centrada em cima dos novos rumos e d uma puxada de orelha nos que insistem em continuar errando: "Ainda existe muito umbandista largando tudo o que porcaria nas cachoeiras e no mato. Orixs no comem de marmitex. Quando comea a concorrncia, um quer fazer mais do que o outro e a surgem os abusos. Conclamo todos a nos policiar mais, principalmente contra os comentrios desairosos. Temos que trazer o respeito para dentro de nossa religio, para s assim exigirmos isso dos outros. A Universal vive em busca de nossas falhas para ficar mostrando na TV e no podemos ficar alimentando isso." um dos mais aplaudidos. As apresentaes no palco vo se intercalando e at o presidente da Federao Umbandista do Estado de SP, Evandro de Ogum, canta com seu grupo: "Eu vou bater tambor..." No fundo da platia Edenilson localiza Dulio Duka, o presidente do Conselho da Comunidade Negra da cidade, lhe entregando uma estatueta pelo apoio dado Umbanda. Enquanto eles se abraam, surge no telo as imagens do ltimo Frum Umbandista sobre Liberdade Religiosa, outra atividade realizada pelo grupo, tendo a voz de Clara Nunes ao fundo entoando o Canto das Trs Raas. A atrao seguinte Cidmar, o Pantanegro, um msico regional que, com sua viola caipira canta canes mato-grossenses e pantaneiras. Sem qualquer ensaio, ao lado do Grupo da Lua, emociona muita gente, com trs msicas alusivas ao sincretismo religioso. Gabriel faz todos rirem quando faz subir ao palco um menino de uns cinco anos, que ele apelida de Robinho e como toda criana, com suas inesperadas respostas, deixa o ambiente ainda mais descontraido. Quase ao fim so mostradas imagens de uma Conferncia sobre Discriminao Religiosa, realizada na OAB local, demonstrando como o Umbanda Fest acontece o ano todo. Como msica de fundo, Carlos Buby, um sacerdote umbandista solta a voz em contra os feiticeiros negros? Por que tanto preconceito contra os feiticeiros negros?" Ricardo Barreira sobe novamente ao palco para o encerramento e o faz unindo todos os templos que se apresentaram, convidando-os para voltarem ao palco e junto com o pblico cantarem novamente o Hino da Umbanda, onde se sobressai o refro: "A Umbanda Paz e Amor". J so quase 18h30 e quando a festa vai chegando ao fim, Ricardo ainda solta a voz na ltima fala da noite: "No haver caminhos fechados na Umbanda". Foram trs horas de um show, onde o que predominou foram a paz e o amor. Um exemplo que a Umbanda vem dando para muitas outras religies. Eis o novo texto do projeto de Memria Oral. Chego ao n 20. Muitos outros viro. Aguardem para hoje noite a publicao deste l no mafu: www.mafuadohpa.blogspot.com

    http://www.umbandafest.com.br/

    por Henrique Perazzi

    enviado por Marco Boeing Associao Espiritualista Mensageiros de Aruanda

    Curitiba-PR [email protected]

    http://www.mafuadohpa.blogspot.comhttp://www.umbandafest.com.br/mailto:[email protected]

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    QUE A UMBANDA?

    Umbanda fora! Umbanda f!

    Umbanda raa!

    Umbanda amor! Umbanda humildade!

    Umbanda simplicidade de corao!

    Umbanda alegria! Umbanda luz que ilumina os caminhos de filhos de f.

    Umbanda miscigenao, a troca da cultura dos povos e das raas.

    Umbanda vida em abundncia e respeita a vida em todos os seus Reinos. Umbanda magia. a magia branca, a magia do amor.

    Umbanda a manifestao da f do culto ao iletrado.

    Umbanda a manifestao de Deus atravs da sua criao. Umbanda tudo isso e muito mais.

    fogo, gua, terra, ar.

    a melodia dos ventos, Eparrei Ians! o ribombar dos troves, Ka Kabesil! o canto da cachoeira, Oraieieu Oxum!

    o cheiro da mata virgem, Oke Oxossi! a luz do luar de prata, Odoi Iemanj! o raio do sol a nos aquecer, Ogunh!

    Umbanda energia que vibra na me natureza

    a fora da Terra, Atot! Sarav Senhor Omul! A Umbanda Estrela Matutina!

    A Umbanda a luz de Oxal

    Explicar a Umbanda quase que impossvel...

    Sentir a Umbanda essencial.

    Pai Firmino do Congo

    por Maria Luzia Leito do Nascimento, em 12/08/2005

    Centro Espiritualista Luz de Aruanda - Recife-PE [email protected]

    mailto:[email protected]

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    FAZ CARIDADE FIO!

    Faz caridade fio, faz caridade fio!

    Assim era as falas do negro Ambrsio atravs do aparelho medinico que lhe servia de canal para se fazer proseador. No era a primeira vez que aquele consulente ouvia esse conselho do Pai Velho, j havia se passado oito meses desde o primeiro dia que aquele senhor tinha adentrado ao terreiro, passando a fazer parte da assistncia, sempre voltando ao negro Ambrsio para tirar suas duvidas. Naquele dia ele estava decidido. Iria perguntar ao Velho porque toda vez que falava com ele escutava o mesmo conselho? Ser que como esprito no estava vendo que ele j estava fazendo sua parte?

    Esperou ansioso a sua vez. Aquela noite seria especial, seria diferente das outras, aquele encontro marcaria uma nova etapa no caminhar daquele senhor.

    Como sempre fazia, mais por repetio do que mesmo por convico, se ajoelhou diante do negro Ambrsio e foi dizendo:

    - Beno v Ambrsio, hoje venho lhe pedir uma explicao para melhor entender o que o senhor me diz.

    - Oxal te abenoe meu fio! Negro Ambrsio fica feliz com sua presena e gosta de fazer proseador com todos os fios que aqui vem.

    - Meu v, como o senhor mesmo sabe j faz algum tempo que venho a essa casa e falo com o senhor. Como j lhe disse no tenho uma situao financeira ruim, ao contrrio, nunca tive problemas dessa ordem o que sempre me facilitou uma vida com fartura e bem-estar desde a infncia.

    - Certo meu fio, negro Ambrsio j tem cunhecimento de tudo isso que sunc falou.

    - meu v, por essa razo gostaria de lhe perguntar porque o senhor toda vez que fala comigo me aconselha a fazer a caridade? O senhor no j sabe que fao isso todo ms entregando gneros alimentcios aos que esto carentes? Alm do que, na minha empresa mantenho uma creche para os filhos dos meus empregados para que assim possam trabalhar com mais tranqilidade. Por isso gostaria que me explicasse o porqu desse conselho, dentro da minha conscincia cumpro com meu compromisso.

    - verdade meu fio, tudo isso que sunc falou pra negro veio, faz parte de seu compromisso e fio cumpre direitinho sua parte. Porm fio esse compromisso faz parte de seu social. Sunc alimenta o corpo material que precisa de sustentao pra ficar de p, pois se no for assim fio tem prejuzo, s que o fio tambm precisa distribuir o po espiritual e assim fazer a caridade.

    - No entendi meu v seja mais claro? Que caridade espiritual essa?

    - a mesma que esse meu aparelhinho faz aqui no terreiro. Sunc precisa assumir sua condio de mdium.

    Espantado, disse o senhor: - como que v Ambrsio? O senhor est me dizendo que tenho compromisso com a mediunidade na Umbanda isso?

    - isso sim, meu fio. Sunc tem compromisso com essa banda.

    - Ante as muitas verdades que ele j tinha ouvido, nunca uma afirmao estava tanto a lhe remoer a alma. Como seria possvel? Achava bonito a Umbanda, gostava do cheiro das ervas e do cachimbo dos vs, mais da ento a ser mdium era demais para ele.

    Mesmo de forma acanhada buscando aparentar tranqilidade aquele senhor disse ao v: - Meu v acho que h um equvoco, pois nunca senti nada a respeito da mediunidade?

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    - Num sentiu porque se prende e que no quer dizer ou sunc acha que nego veio no v o

    companheiro de Aruanda que lhe acompanha e que hoje est dando autorizao pra fazer esse conversado?

    - Meu fio diz que gosta do cheiro das ervas e desse terreiro - o que uma verdade - mais o que fio no se v dobrando o corpo para prestar a caridade, deixando assim que seu Pai Preto tambm lhe traga lies para seu caminhar. Ento meu fio, enquanto sunc no entender, nego veio vai continuar repetindo o conselho: faz caridade fio, faz caridade fio! Mesmo que tenha que arrepetir isso por muitas veis, pois gua mole em pedra dura fio, tanto bate int que fura. Olha fio! Eu tenho um compromisso moral com esse companheiro de Aruanda que te acompanha e te agaranto que no ser de minha parte que no ser cumprido. Pensa no que esse vio te falou e disps vem prosear novamente, pois o passo de vio miudinho e devagarzinho, s tem uma coisa fio: o tempo corre e espero que sunc queira aproveitar enquanto t desse lado de c!

    Aquele senhor se levantou da frente de negro Ambrsio sem dizer mais nenhuma palavra, seria preciso tempo para digerir tudo que ele tinha ouvido. Oito meses se passaram depois daquela prosa, ningum no terreiro tinha visto novamente aquele senhor na assistncia.

    Era 13 de maio, gira festiva de preto velho, os trabalhos tinham se iniciado. Negro Ambrsio olhava para a porteira do terreiro como se estivesse a esperar por algum e assim cantarolava acorda cedo meu fio, se com velho quer caminhar, olha que a estrada longa e velho caminha devagar, devagar, devagarinho quem anda com preto velho nunca ficou no caminho. Acostumados com a curimba os filhos da corrente repetiam os versos sem perceber que naquele dia a entonao estava mais dolente. Mais um filho de zambi venceria uma etapa, mais um seria libertado.

    E foi olhando para a porteira que negro Ambrsio viu aquele senhor adentrar no terreiro, com os olhos rasos dgua e de joelhos se postar assim dizendo:

    - v Ambrsio se verdade que tenho essa tal mediunidade aqui estou para aprender a fazer caridade, nesses oito meses minha vida perdeu a alegria, relutei muito para chegar aqui novamente e no nego que fugi por vergonha. Se ainda houver tempo...

    Aquele senhor nem chegou a ouvir a resposta do negro Ambrsio. Do seu lado j se encontrava um negro que de forma doce e amorosa assim falou:

    - Meu fio h quanto tempo espero por esse momento, por esse reencontro. Vamos trabai meu fio nas bnos de Zambi e na f de Oxal!

    Diante dos filhos daquela corrente, aquele homem branco, de olhos claros, quase translcidos, alto, dava passagem nesse momento a mais um preto velho e foi curvando aquele corpo que se ouviu a voz da entidade assim dizer:

    - Bendito e louvado sejam o nome de nosso Pai Oxal! - Sarav negro Ambrsio! - Pai Joaquim das Almas se faz presente nesse gong! - Sarav Pai Joaquim!

    E daquele dia em diante mais um filho comeava a sua caminhada. Mais um chegava a corrente

    da casa. Mais uma estrela passou a brilhar nos cus de Aruanda!

    Sarav Preto!!! Negro Ambrsio em 18/09/2007

    por Maria Luzia Leito do Nascimento

    Centro Espiritualista Luz de Aruanda - Recife-PE [email protected]

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    OS MORTOS VIVEM

    A comemorao dos mortos, hoje denominada Dia de Finados, tem origem na antiga Glia, no territrio europeu. comum no dia de hoje a intensa visitao aos tmulos. E se observam cenas interessantes. Existem os que se sentam sobre os tmulos dos seus amados, e ali passam o dia. Para lhes fazer companhia. Como se, em verdade, eles ali estivessem encerrados.

    Outros lhes levam comidas e bebidas. Para que se alimentem. Como se o Esprito disso necessitasse. Outros ainda gastam verdadeiras fortunas em flores raras e ornamentaes vistosas. Decoram o tmulo como se devesse ser a morada do seu afeto.

    Tais procedimentos podem condicionar o Esprito, se no for de categoria lcida, consciente, mantendo-o ligado aos seus despojos, ao seu tmulo.

    Como cristos, aprendemos com Jesus que a morte no existe. Assim, nossos mortos no esto mortos, nem dormem. Cumprem tarefas e distendem mos auxiliadoras aos que permanecem no casulo carnal. Prosseguem no seu auto-aprimoramento, construindo e reformulando o mundo ntimo, na disciplina das emoes. E continuam a nos amar.

    A mudana de estado vibratrio no os furta aos sentimentos doces, cultivados na etapa terrena. So pais e mes queridas, arrebatados pelo inesperado da desencarnao. Filhos, irmos, esposos - seres amados.

    O vazio da saudade alugou as dependncias de nosso corao e a angstia transferiu residncia para as vizinhanas de nossa alma.

    hora de nos curvarmos majestade da Lei Divina e orarmos. A prece perfume de flor que se eleva e funde abraos e beijos, a saudade e o amor. Para os nossos afetos que partiram para o Mundo Espiritual, a melhor conduta a lembrana das suas virtudes, dos seus atos bons, dos momentos de alegria juntos vividos. A prece que lhes refrigera a alma e lhes fala dos nossos sentimentos.

    No h necessidade de se ter dinheiro para honrar com fervor cristo os nossos mortos. Nem absoluta necessidade de nossas presenas ao lado das suas tumbas. Eles no esto l.

    Espritos libertos, vivem no Mundo Espiritual tanto quanto esto ao nosso lado, muitas vezes, nos dizendo da sua igual saudade e de seu amor.

    * * * Se desejas honrar teus mortos, transforma em pes e peas de vesturio para crianas

    e gestantes pobres as quantias amoedadas que gastarias na ornamentao dos tmulos e em flores exuberantes.

    Oferta-as em nome e por teus amados. Redao do Momento Esprita.

    Mensagem divulgada na lista da Choupana do Caboclo Pery Porto Alegre RS www.choupanadocaboclopery.blogspot.com

    Enviado por Flecheiro - [email protected]

    http://www.choupanadocaboclopery.blogspot.commailto:[email protected]

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    NASCER DE NOVO

    Comenta-se com freqncia nas rodas filosficas do lado de c, muitas vezes em discusses saudveis e acaloradas, entre alunos de diversas escolas do pensamento, sobre o encontro de Jesus com Nicodemos.

    Nicodemos, sacerdote muito conceituado em Israel, famoso pela agudeza de seu raciocnio,

    adestrado em longas noites de estudos, em que se debruava sob alfarrbios seculares, vendo Jesus, o Mestre nazareno, no se conteve.

    Aproximou-se do Mestre cristo, no sem antes comparar-se em estatura, pois o Rabi

    encontrava-se posto de p junto do trio do templo principal de Jerusalm, no momento em que este respondia as diversas questes que lhE dirigiam os pensadores livres do seu tempo, e argiu com tom jocoso:

    - Jesus nazareno! Dizes que no v o Reino de Deus aquele que no nascer de novo. E

    completou a pergunta lanando um olhar de infantil desdm aos ouvintes presentes. - Como pode o homem morrer e voltar ao ventre de sua me?! Jesus de Nazar, com sua peculiar serenidade,voltou sua aureolada cabea para o

    interlocutor; e ao divisar o autor daquela pergunta singular, dirigiu o magnetismo do seu olhar para o ancio, e redargiu:

    - Nicodemos, tu s mestre em Israel, e ignoras estas coisas? E se no entendeis quando

    falo das leis mais simples da evoluo do homem na terra, como havereis vs, de entender, quando eu falar das coisas mais complexas do esprito?!

    Todos os presentes procuraram ver a reao de Nicodemos, que emudecido, continuava a

    medir do alto de seu orgulho a figura majestosa de Jesus. - Em verdade vos digo, que no v o reino de Deus aquele que no nascer de novo!

    sentenciou Jesus. - Privilegiando todos com seu luminoso e raro sorriso, e, apontando o dedo indicador para o alto, arrematou:

    - E o homem novo j no mais o fruto da paixo da carne, por que renasceu do fogo do

    esprito que imortal. uma chama ardente que se expande e se eleva at ao seio do Criador, e Nele faz a oferenda de sua vida. Quando o homem estuda com a sua mente as escrituras sagradas, mas no as compreende com seu corao; como a cerejeira que est suculenta por fora, mas oca por dentro. No tardar em que as pragas, dela faam morada.

    - Aquele que se ufana por muito conhecer, achando que por muito j ter estudado, se perde

    em distancia dos seus semelhantes, por vaidade e orgulho; mais se assemelha ao cego, que mesmo depois de lhe ser restituda a viso, continua a fazer uso da bengala! Deus grande na Sua humildade e humilde na Sua grandeza, e assim permanecer para vs, em Sua misteriosa impermanncia. Como podeis vs, homens de cincia, beber a gua na fonte sagrada da vida e no perceberdes a origem de sua pureza cristalina? Quem vos d o direito de tripudiar sobre os vossos irmos mais pequeninos? De onde poder vir tamanha pretenso, de vos achardes uns melhores que outros, quando a vs foi dito que Deus fez o homem Sua imagem e semelhana? Somente em um corao divorciado do amor que Eu vos trago, que poder germinar uma tal arrogncia! No ver o Reino de Deus o homem que no nascer de novo, pois o homem novo, com sua nova viso, buscar necessidades novas e desprezar os velhos hbitos. O homem novo pede perdo e no torna a pecar. No ofende mais a natureza de Deus, pois compreendeu que assim como em cima, tambm o embaixo; assim como no cu, tambm na terra, e na prpria natureza de seu ser. Aquele que nasce duas vezes venceu seus velhos costumes, e quando vai as bodas j

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    no veste as roupas velhas. O que nasceu de novo ignora as ofensas, assim como uma esttua permanece indiferente aos elogios! Pratica as boas obras e, esquecido de si mesmo, tudo faz para contentar aos seus irmos. E nele j no h diferenas. Nem de castas, nem de nacionalidade, nem de religio, por que em seu corao vibra apenas uma sinfonia, que canta a nica cano que o cosmos conhece no concerto do universo: a cano do amor!

    - Em verdade vos digo: Todo aquele que nasce de novo e percebe as luzes do reino,

    humilhado diante dos tronos da terra. Porm, o Reino de Nosso Pai no deste mundo! O sapo sente-se muito melhor no brejo, mas um jardim florido o paraso do beija-flor! Se algum dentre vs mereceu a outorga de filho de Deus, mais por vossa nulidade do que por vossa exaltao. Porque os que se exaltarem sero humilhados, e os que se humilharem sero exaltados!

    - Eis a as premissas do homem novo, que faz do seu trabalho a sua bblia; do seu corao

    o seu templo, e do seu amor a sua igreja, e fortalece a sua f no trabalho de caridade, pois no h f maior que esta, de agradar a Deus favorecendo aos seus irmos. Este o homem que nasceu de novo em Meu conceito, mesmo depois de j nascido ele voltou a enxergar, pois v com os olhos do esprito e tem a sede de seus sentimentos na alma. Aquele que nasce de novo, pariu a si mesmo e sentiu as dores do parto. Por que sabeis que estreita a porta que vos conduz ao Reino, e ningum vence este mundo se no sofrer, se no atravessar sozinho a hora amarssima de seu prprio calvrio.

    - As iluses do mundo vos atraem como a voz de uma virgem, implorando os prazeres da

    carne, oferecendo os mais secretos perfumes e delrios inconfessveis. Depois de saciada, despreza-vos sem nenhuma cerimnia, abandonando-vos ao silncio de uma doena, ou as asquerosidades de umas chagas. a nica lembrana que tereis dos vossos sonhos desfeitos na mocidade.

    - Em verdade, em verdade vos digo; que valor tem a vida humana, consumida entre

    asquerosos prazeres e desejos animalizados, para depois desaparecer por entre as pedras e os musgos de um tmulo esquecido? E se vos digo todas estas coisas por que Eu Sou duas vezes nascido e sei o caminho que estou trilhando. ningum dado ensinar caminhos que no tenha trilhado, nem falar das coisas que no tenha conhecido. Ensinar sem ter compreendido, assemelhar-se a dois homens cegos apalpando um camelo. Cada um far uma idia diferente enquanto que o animal permanecer o mesmo.

    Jesus silenciou... Seus olhos penetravam profundamente o boquiaberto Nicodemos, que at ali permanecera

    em silncio. Uma aragem fresca minimizou o calor sufocante do Oriente, espalhando-se pelo salo do templo israelita, bafejando com uma brisa suave os rostos amorenados dos filhos do deserto.

    Nicodemos parecia despertar de um sono, quando Jesus fez meno de se afastar, indo

    juntamente com seus apstolos ao seu lugar predileto de silncio e de orao. Acompanhou com seu olhar a meiga silhueta de Jesus, se distanciando luz do sol poente, e soliloquiou de si para si:

    - Sou mestre em Israel e doutor da lei, mas hosanas a Ti Jesus, pois eu ainda no sou digno

    da tua escola...

    Mensagem recebida por inspirao. Joo batista Goulart Fernandes.

    [email protected]

    mailto:[email protected]

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    APRENDENDO COM NGA VIA

    Nga via pede licena zifio, pra troc dois dedo de prosa com sunc. Esta nga no entende nada zifio e, ainda, tem muito o que aprender. Nga via no

    entende como amar, pode significar privar os outros de viver.

    Nga via no entende como pode ser feita a guerra para se conseguir a paz; e nem por que, com a paz verdadeira, os zifios nunca se satisfaz.

    Tantos zifios cheios de vida e com medo de morrer, outros zifios to longe da morte e com medo de viver. Muitos zifios corajosos s para fazer o mal, outros zifios to medrosos de realizar o bem. Mas o que esta nga via menos entende como os zifios pode tirar as vida dos outro e dizer que em nome de Deus;

    Como os zifios pode se achar melhor que os outros por que diz que tem Jesus no corao. Os zifios tem que se comportar e agir como irmos no por que pensam da mesma forma, moram no mesmo casu ou partilham das mesmas idias e ideais; os zifios tem que agir como irmos to somente porque so fios do mesmo pai que Zambi.

    E o mestre Jesus fiados, tem que estar no corao de suncs no para suncs achar

    que so melhor que os outros, mas sim para suncs serem melhores que suncs mesmos, para cada dia que passar suncs ser cada vez melhor que no dia que se passou: melhores em esprito e virtudes.

    Estas lgrimas nos seus olhos zifio, pra nga via um aprendizado. Este choro ensina

    a nga que sunc entendeu ela e que o mundo pode ser melhorado. Esta nga tambm chora zifio e roga a Zambi que as lio de Jesus suncs todos possam aprender, e que coloquem o aprendizado em prtica para que possam crescer. Todos juntos, neste divino pranto, irmanados lado a lado. Pois todo o pranto que vem da alma zifio, tambm sinal de aprendizado.

    Sarav a Deus nosso pai!!!! Sarav a umbanda!!!! Sarav a linha dos pretos velhos!!!!

    Por Pedro Rangel

    Mensagem da lista da Choupana do Caboclo Pery Porto Alegre RS

    Enviado por Norberto Peixoto

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    EU ADOREI AS ALMAS Eu adorei as Almas!. Saudao singela, que muito tem a revelar! Adorar = devotar respeito e admirao. Quando nessas terras de Zambi poderia branco imaginar que o negro de outrora que s tinha serventia braal, encontraria nos ei de um povo amargurado e sofrido um lugar no corao, uma oportunidade para trabalhar. Quando Firmino escuta essa saudao nos terreiros por onde vai, Eu adorei as Almas! Eu c respondo as almas eu adorei e no Cruzeiro bendito seu Atot reverenciei! As Almas de Vicentina, As Almas de Pai Joo, As Almas de Maria Conga, As almas de V Serapio, As Almas de V Chica, As Almas de Catarina, As Almas de Pai Joaquim, As Almas de Nh Barbina e de Cambinda tambm! A todas as Almas benditas que so de consolao! A todas essas Almas humildes e de bom corao, negro Firmino rende homenagem pela amiga preciso! Em acolher em seus colos espirituais, os filhos cansados do hoje, dando a cada um sua beno! por isso povo querido que neste Brasil faz morada que o negro Raa de fora, ento tenham orgulho dessa Raa! Tenham orgulho da Umbanda, que se fez da miscigenao! E aprendam com a Me Natureza que a cada dia traz uma nova lio! No queiram minimizar o que grandioso por si j , foi e sempre ser! No queiram explicar por palavras o que vocabulrio nenhum os far sentir! Salve a fora dos Orixs! Salve essa herana divina! Herana que veio de alm-mar da Me de todas as Terras: A Me frica Atot Senhor Omul! Salve o Senhor da Terra! Sarav Congo!

    Sarav meus filhos, salve a Banda de cada um de suncs!

    Naru meu Pai! Patacori Ogum! Ogunheee!

    Pai Firmino do Congo por Maria Luzia Leito do Nascimento, em 05/09/2007

    Centro Espiritualista Luz de Aruanda - Recife-PE

    [email protected]

    mailto:[email protected]

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    A ALMA BRANCA EM CORPO PRETO

    O povo brasileiro muito deve aos Irmos Africanos que, forosamente, emigraram para o nosso solo ptrio. Estudemos esta imigrao luz dos desgnios do Pai Maior, pois nada acontece por acaso em seu Reino. no Plano Divino que se projetam os acontecimentos da Humanidade. Quando os portugueses aqui chegaram, no descobriram nada para a Humanidade, na concepo da palavra. Descobriram, no sentido de encontrarem pela primeira vez, para eles. Aqui, j existia uma civilizao instituda, no que concerne ao estado de progresso e cultura social para a poca. Ns somos muito pretensiosos quando subestimamos a cultura dos outros povos, medindo-a pelo grau de evoluo de outros agrupamentos humanos. Os Irmos Indgenas poderiam ser selvagens por habitarem na selva, no por serem incultos. Havia uma cultura muito adiantada, haja vista as obras dos Povos das Misses, Incas, Astecas e muitos outros. Certa ocasio nos foi dito que: acabamos com o ndio, sem conhecer a sua cultura de viver sem agredir a natureza. uma verdade que poucos se do conta da relevncia desta afirmao e de outras causas que contriburam para a formao da sociedade atual. Como a histria escrita pelos vencedores, logo, os louros so seus! Fizemos este prembulo para fortalecer a idia de que, no Sculo XVI estava por se criar uma nova sociedade no Planeta Terra. Analisemos os fatos ocorridos, aps o descobrimento do Brasil, interpretando-os como uma deciso do Plano Divino. J existia uma Raa, a dos Peles Vermelhas; com a Sua permisso, aqui aportou a Raa Branca com a sua miscigenao, e para compor a sociedade que surgiria, pelos caminhos tortos, mas escrevendo certo, foi adicionada a Raa Negra. Pela Lei de Causa e Efeito, e jamais duvidando da Sua Justia, aos membros da Raa Negra havia um compromisso a ser resgatado e tiveram como oportunidade a sua emigrao para o novo continente que os brancos encontraram. Sabemos como aqui chegaram. Vencidos, deportados, sem cidadania e animalizados, no sentido de que o branco no os reconhecia como Irmos, em Deus. Mesmo diante desta situao deplorvel, os Irmos Negros souberam se portar com muita dignidade na sua provao... Eles nos ensinaram a humildade, a devoo original, a pacincia e a lealdade. Humildade, quando: sofrendo as maiores atrocidades que se pode impingir a um ser humano, as sofriam com a resignao, obedientes aos desgnios do Pai, no agravando as suas penas; Devoo original, quando: acreditando na proteo de seus Orixs, no se rebelaram; Pacincia, quando: por sua f, esperaram o trmino da expiao e; Lealdade, quando: apesar dos brancos serem seus terrveis atrozes, a eles eram fiis, a ponto de lutarem contra os inimigos dos brancos, ajudando-os a expulsar dos seus domnios, na epopia dos Guararapes, quando nasceu a Nacionalidade da Ptria do Brasil, com a unio

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    das trs Raas. Naquele momento, poderiam, aproveitando a fragilidade do poder de seus opressores, aderirem aos invasores ou se rebelarem em busca de sua liberdade Preferiram se arregimentar e criar um Batalho, sob o comando de Henrique Dias, para lutarem contra os inimigos de seus opressores. inerente natureza humana reagir de maneira violenta, quando se humilhado, injustiado. S os nobres de esprito tem a grandeza de perdoar. Pois, nos parece que os Irmos Negros perdoavam os seus algozes, levando em conta o convvio entre eles. Sofrendo as piores perversidades, algumas inconcebveis para um animal irracional, eles mantiveram uma atitude de respeito e dedicao. No acreditamos que fosse por covardia. S poderia ser por uma fora maior, que, em cumprimento ao que foi estabelecido, manipulava a forja das trs Raas para criar a nossa Nacionalidade. E, nesta fundio divina, a participao dos Irmos Negros tornou-se indelvel. Ns, que somos Umbandistas, no devemos deixar que caa no olvido da Histria os feitos que os Irmos Negros praticaram durante o perodo de seu cativeiro em nossa Terra. Eles, quando em manifestao espiritista, no se ufanaro, porque no so vaidosos. A sua vaidade muito ntima deles, que o reconhecimento do Pai Maior e a sua evoluo espiritual. Saibam os que hoje se pem diante de uma Entidade de Preto ou Preta Velho, que ali est uma Entidade a qual, hoje, pela permisso do Pai Maior, nos vem oferecer conforto, alegria e, muitas vezes, com suas magias, interceder junto s Esferas Superiores do Plano Espiritual no sentido de que os irmos necessitados tenham os seus sofrimentos amenizados. Quando aqui esteve encarnada, ns no a dispensamos o tratamento de irmo para irmo. Esta infinita bondade, ela, a Entidade, no adquiriu com o seu desenlace, porque o desencarne no dar merecimento a quem no possui. Corporalizada na Raa Negra, ela a merc do Pai, aqui aportou com uma misso sagrada de participar na criao de uma nova Sociedade e, pelo procedimento dos seus membros, um exemplo de amor ao prximo. Os Irmos Negros j eram evoludos espiritualmente ao chegarem nossa Terra.

    FU-MAN-CH Porto Alegre, 1997.

    Mensagem divulgada na lista da Choupana do Caboclo Pery Porto Alegre RS

    www.choupanadocaboclopery.blogspot.com

    Enviado por Maurcio Queiroz [email protected]

    http://www.choupanadocaboclopery.blogspot.commailto:[email protected]

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    HUMILDADE x ORGULHO

    Humildade. Esta palavra muito usada, mas nem todas as pessoas conseguem entender o seu verdadeiro significado. O termo humildade vem de hmus, palavra de origem latina que quer dizer terra frtil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente. Assim, uma pessoa humilde est sempre disposta a aprender e deixar brotar no solo frtil da sua alma, a boa semente. A verdadeira humildade firme, segura, sbria, e jamais compartilha com a hipocrisia ou com a pieguice. A humildade a mais nobre de todas as virtudes pois somente ela predispe o seu portador, sabedoria real.

    O contrrio de humildade orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende. O orgulhoso soberbo, julga-se superior e esconde-se por trs da falsa humildade ou da tola vaidade.

    Alguns exemplos talvez tornem mais claras as nossas reflexes.

    Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz: "eu me equivoquei", pois sua inteno de aprender, de crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: "no foi minha culpa", porque se acha acima de qualquer suspeita.

    A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e por essa razo tem mais tempo. Uma pessoa orgulhosa est sempre "muito ocupada" para fazer o que necessrio. A pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas. A pessoa orgulhosa d desculpas, mas no d conta das suas obrigaes e pendncias.

    Uma pessoa humilde se compromete e realiza. Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita. A pessoa humilde diz: "eu sou bom, porm no to bom como eu gostaria de ser". A pessoa humilde respeita aqueles que lhe so superiores e trata de aprender algo com todos. A orgulhosa resiste queles que lhe so superiores e trata de pr-lhes defeitos.

    O humilde sempre faz algo mais, alm da sua obrigao. O orgulhoso no colabora, e sempre diz: "eu fao o meu trabalho". Uma pessoa humilde diz: "deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir". A pessoa orgulhosa afirma: "sempre fiz assim e no vou mudar meu estilo".

    A pessoa humilde compartilha suas experincias com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para si mesmo, porque teme a concorrncia. A pessoa orgulhosa no aceita crticas, a humilde est sempre disposta a ouvir todas as opinies e a reter as melhores.

    Quem humilde cresce sempre, quem orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posio de superioridade. O orgulhoso se diz ctico, por achar que no pode haver nada no universo que ele desconhea, o humilde reverencia ao criador, todos os dias, porque sabe que h muitas verdades que ainda desconhece. Uma pessoa humilde defende as idias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A pessoa orgulhosa defende sempre suas idias, no porque acredite nelas, mas porque so suas.

    Enfim, como se pode perceber, o orgulho grilho que impede a evoluo das criaturas, a humildade chave que abre as portas da perfeio.

    Voc sabe por qu o mar to grande? To imenso? To poderoso? porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centmetros abaixo de todos os rios. Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, no seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.

    (autor desconhecido)

    Mensagem divulgada na lista da Choupana do Caboclo Pery Porto Alegre RS

    Enviado por Flecheiro - [email protected]

    mailto:[email protected]

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    NOSSOS UMBIGOS

    O terreiro de Umbanda, como um hospital de almas ou pronto socorro emergencial, recebe nos dias de sesso ou "gira" uma quantidade razovel de encarnados, mas somente os espritos desencarnados que l trabalham, que podem vislumbrar a imensido de desencarnados que se movimentam no ambiente, em busca de ajuda. Ordenados e amparados por seus tutores, chegam estropiados e com aparncia assustadora, uma vez que em sua maioria representam aqueles que cansaram ou esgotaram suas foras, na vida andarilha do ps-morte do corpo fsico.

    Voltam a ptria espiritual e dela no tem conhecimento e sem noo da continuidade da vida, quando no, desconhecem at mesmo sua condio de esprito desencarnado e por isso continuam a sentir os desejos, ambies, gostos e dores da vida fsica e nesse caminho, definham suas energias.

    Quando conseguem alcanar algum vislumbre de conscincia de sua realidade, permitem a ajuda dos benfeitores que os encaminham a algum local sagrado, onde medianeiros encarnados possam ajud-los atravs do choque anmico, permitindo o total desligamento da matria. Neste momento os chamados Centros Espritas e de Umbanda, tornam-se "osis" em seus desertos e como pontes entre os cu e a terra, permitem a passagem de volta casa.

    Naquela noite chuvosa e fria, a maioria dos mdiuns daquele terreiro, ressentidos pela dificuldade de deixaram o conforto dos lares, faltaram ao trabalho espiritual e o dirigente preocupado com o atendimento dos doentes que se apinhavam no espao que dia a dia se tornava pequeno, ajoelhou-se em frente ao cong, assumindo sua tristeza diante dos Guias espirituais. Deixou correr duas lgrimas para aliviar seu peito angustiado. Pensou em como fora seu dia e nas atribulaes a que j deveria estar acostumado, mas que agora pesavam mais pela sade que j lhe faltava. Nas dificuldades financeiras, no aluguel da casa que j vencera e nos tantos atrapalhos que ocorreram em seu ambiente de trabalho naquele dia. Sem contar na visita que viera de longe e que deixara em casa esperando pela sua volta do terreiro. Nada disso o impediu de fazer uma prece no final do dia, de tomar seu banho de ervas e seguir a p at o terreiro, enfrentando a distncia e o temporal que se fazia.

    Sentia-se feliz em cumprir sua tarefa medinica, mas como havia assumido abrir um "hospital de almas", juntamente com outros irmos que se responsabilizaram perante a espiritualidade em servir caridade pelo menos nos dias de atendimento ao pblico, sabia que sozinho pouco podia fazer.

    Pedindo perdo aos guias pela sua tristeza e talvez incompreenso em ver os descaso dos mdiuns, que a menor dificuldade, escolhiam cuidar dos prprios umbigos servir aos necessitados, solicitou que se redobrasse no plano espiritual a ajuda e que ningum sasse dali sem receber amparo.

    Olhando a imagem de Oxal que mesmo ofuscada pelas lgrimas, irradiava sua luz azulada, sentiu que algo maior do que a lamparina ao ps da figura, agora brilhava. Era uma energia em forma de fios dourados que se distribuam, a partir do corao do Cristo e que cobriam os poucos mdiuns que oravam silenciosos, compartilhando daquele momento, entendendo a tristeza do dirigente.

    Agindo como um blsamo sobre todos, iniciaram a abertura dos trabalhos com a alegria costumeira. Quando o dirigente espiritual se fez presente atravs de seu aparelho, transmitiu segurana a corrente, com palavras amorosas e firmes e nesse instante, falangeiros de todas as correntes da Umbanda ali "baixaram" e utilizando de todos os recursos existentes no mundo

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    espiritual, usaram ao mximo a capacidade de cada mdium disponvel, ampliando-lhes a percepo e irradiao energtica, o que valeu de um trabalho eficiente e rpido.

    Harmoniosamente, os trabalhos encerraram-se no horrio costumeiro e todos os necessitados foram atendidos.

    Desdobrados em corpo astral, dois observadores descontentes com o final feliz, esbravejavam do lado de fora daquele terreiro. Sua programao e intenso trabalho para desviar os mdiuns da casa naquela noite, no intuito de enfraquecer a corrente e consequentemente, infiltrarem suas "entidades" no meio dela, havia falhado. Teriam que redobrar esforos na prxima investida.

    Quando as luzes se apagaram e a porta do terreiro fechou, esvaziando-se a casa material, no plano espiritual, organizava-se o ambiente energtico para logo mais receber os mesmos mdiuns, agora desdobrados pelo sono.

    Passava da meia noite no horrio terreno e os mdiuns, agora em corpo de energia voltavam ao mesmo local do qual a pouco haviam sado. Os aguardavam, silenciosos ouvindo um mantra sagrado, seus benfeitores espirituais. Tudo estava muito limpo e perfumado por ervas e flores. Um a um, ao adentrar, era conduzido a uma trelia de folhas verdes e convidado a deitar-se, recebendo ali um banho de energias revigorantes. Quando todos j se encontravam prontos, seguiram em caravana para os hospitais do astral e l, como verdadeiros enfermeiros, auxiliaram por horas a fio a tantos espritos que horas antes haviam estado com eles no terreiro e recebido os primeiros socorros.

    No final da noite, o canto de Oxum os chamava para lavarem a "alma" em sua cachoeira e assim o fizeram, para somente depois retornar aos seus corpos fsicos que se permitia descansar no leito.

    - V Benta, mas e aqueles mdiuns que faltaram ao terreiro naquela noite, perderam de viver tudo isso?

    - Nem todos zi fio! Nem todos! Dois ou trs deles, faltaram por necessidades extremas e no por desleixo e assim sendo, se propuseram antes de dormir, auxiliar o mundo espiritual e por isso foram convidados a fazer parte da caravana.

    - E aqueles que mesmo no tendo comparecido por preguia, se ofereceram para auxiliar durante o sono, no foram aceitos?

    - A preguia, bem como qualquer outro vcio, um atributo do ego e no do esprito, mas que reflete neste. Perdem-se grandes e valiosas oportunidades a todo instante pela insensatez de ouvirmos o ego e suas exigncias. O tempo, zi fio, oportunidade sagrada e dele se faz o que bem quer cada um. O minuto passado, no retorna mais, pois o tempo renova-se constantemente. O amanh nos dir o que fizemos no ontem e esse tempo que vir nosso desconhecido, por isso no sabemos se nele ainda estaremos por aqui servindo ou se em algum lugar, clamando por ajuda de outros que podero alegar no ter tempo para ns, pois precisam cuidar de seus umbigos. Assim a vida, zi fio. Contnua troca!

    De Vov Benta por Leni Winck Saviscki em 23/09/2007 Templo de Umbanda Vozes de Aruanda - Erechim RS

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    ESCLARECIMENTOS SOBRE CURIMBA NA UMBANDA !

    "Eu no sabia, mas agora aprendi Que o canto faz a gira de Umbanda

    Quem canta, encanta a vida dos Orixs uma beno, divina que emana muita paz

    Curimba o nome que damos para o grupo responsvel pelos toques e cantos sagrados dentro de um terreiro de Umbanda. So eles que percutem os atabaques (instrumentos sagrados de percusso), assim como conhecem cantos para as muitas partes de todo o ritual umbandista. Esses pontos cantados, junto dos toques de atabaque, so de suma importncia no decorrer da gira e por isso devem ser bem fundamentados, esclarecidos e entendidos por todos ns.

    Muitas so as funes que os pontos cantados tm. Primeiramente uma funo

    ritualstica, onde os pontos marcam todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a defumao, abertura das giras, bater cabea, etc.

    Temos tambm a funo de ajudar na concentrao dos mdiuns. Os toques assim como os cantos envolvem a mente do mdium, no a deixando desviar se do propsito do trabalho espiritual. Alm disso, a batida do atabaque induz o crebro a emitir ondas cerebrais diferentes do padro comum, facilitando o transe medinico. Esse processo tambm muito utilizado nas culturas xamnicas do mundo afora.

    Entrando na parte espiritual, os cantos, quando vibrados de corao, atuam diretamente nos chacras superiores, notavelmente o cardaco, larngeo e frontal, ativando os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como, os toques dos atabaques atuam nos chacras inferiores, criando condies ideais para a prtica da mediunidade de incorporao.

    As ondas energticas sonoras emitidas pela curimba, vo tomando todo o centro de Umbanda e vo dissolvendo formas pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psquica com condies ideais para a realizao das prticas espirituais. A curimba tranforma se em um verdadeiro plo irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibraes dos Orixs.

    Os pontos transformam se em oraes cantadas, ou melhor, verdadeiras determinaes de magia, com um altssimo poder de realizao, pois um fundamento sagrado e divino. Poderamos chamar tudo isso de magia do som dentro da Umbanda.

    A Curimba tambm de suma importncia para a manuteno da ordem nos trabalhos espirituais, com os seus pontos de chamada das linhas, subida, firmeza, saudao, etc. Entendam bem, os guias no so chamados pelos atabaques como muitos dizem. Todos j encontram se no espao fsico - espiritual do terreiro antes mesmo do comeo dos trabalhos. Portanto a curimba no funciona como um telefone, mas sim como uma sustentadora da manifestao dos guias. O que realmente invoca os guias e os Orixs so os nossos pensamentos e sentimentos positivos vibrados em vossas direes. Muitas vezes ao cantar

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    expressamos esse sentimentos, mas o amor aos Orixs a verdadeira invocao de Umbanda.

    Falando agora da funo de atabaqueiro e curimbeiro, ou simplesmente da funo de og como popularmente as pessoas chamam na Umbanda, enfatizamos a importncia deles serem bem preparados para exercerem tal funo em um terreiro. Infelizmente ainda hoje a mentalidade de que o og qualquer um que no incorpore persiste. Mas afirmamos, o og como pea fundamental dentro do ritual tambm um mdium intuitivo que tem como funo comandar todo o setor da curimba. Por isso faz - se necessrio que seja escolhido uma pessoa sria, estudada, conhecedora dos fundamentos da religio.

    Alm disso, o ideal que o nefito que busca ser um novo og procure uma escola de curimba, onde aprender os fundamentos, os toques de nao e como, o qu e quando cantar.

    Por fim, queremos fazer alguns comentrios a cerca da espiritualidade que guia os trabalhos da curimba. Muitas linhas de Umbanda existem no astral e trabalham ativamente nele, apesar de no incorporarem. Existem muitas linhas de caboclos, exus, pomba giras, etc, que por motivos prprios trabalham nos bastidores, sem incorporarem ou tomarem a linha de frente dos trabalhos espirituais. Tambm existe uma corrente de espritos que auxiliam nos toques e cantos da curimba. So mestres na msica de Umbanda, verdadeiros guardies dos mistrios do som. Normalmente apresentam se com a aparncia de homens e mulheres negras, com forte complexo fsica para os homens, e bela mas igualmente forte para as mulheres. Seus trajes variam muito, indo desde a roupagem mais simples como um escravo da poca colonial, como at mesmo o terno e o vestido branco.

    Sabemos que esse universo da curimba muitas vezes pouco explicado, e muitos chegam a defender a abolio dos atabaques dos centros de Umbanda. A isso, os prprios guias e mentores de Umbanda respondem, tanto incentivando os toques e trazendo mentores nesse campo , como tambm, abrindo turmas de estudo de Umbanda e desenvolvimento medinico, onde percebemos claramente que o animismo acontece por despreparo do mdium, falta de estudo ou orientao e no pelo uso de atabaques. Colocar a culpa nos atabaques como tampar o sol com a peneira. Afinal, como explicado pargrafos acima, o atabaque quando bem utilizado tima ferramenta para o desenvolvimento medinico.

    Muitos desses toques a respeito da curimba, que aqui esto escritos, foram me passados por um esprito amigo, que me auxilia nos trabalhos de curimba e que apresenta se com o nome simblico de Z do Couro.

    Fernando Sepe

    Mensagem divulgada na lista da Choupana do Caboclo Pery Porto Alegre RS

    www.choupanadocaboclopery.blogspot.com

    Enviado por Filho do Vento - [email protected]

    http://www.choupanadocaboclopery.blogspot.commailto:[email protected]

  • Correio da Umbanda Edio 23 Novembro de 2007

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    E A O QUE ACONTECE?

    Por ser atributo do ser espiritual a mediunidade faculdade que o acompanhar onde quer que este se encontre. O mdium no s o nos dias e instantes que antecedem o fenmeno durante as sesses de um terreiro essa condio se faz presente vida a fora, dia-a-dia. Muitos filhos se esquecem dessa particularidade e quando saem do terreiro no se lembram dos ensinamentos repassados pelas entidades.

    Se um mdium dcil, gentil, educado, fraterno em suas atitudes no o deixar de ser aps as sesses; da mesma forma que se a hostilidade lhe molda a personalidade em seu cotidiano, essa caracterstica apresentar-se- na sua conduta como mdium, muito embora conte com toda amorosidade, disciplina e seriedade de sua Banda.

    comum vermos na lida diria a despreocupao dos mdiuns em cultivar a serenidade, a paz interior e a gentileza natural.

    E a o que acontece?

    Acontece que muitas entidades que lhe seguiram os passos aps a sesso precisando de seus exemplos no bem a fim de entenderem o significado da palavra caridade de forma materializada, vero ruir por terra toda aquela aparncia de bom moo e ento na prxima sesso o mdium chegar ao terreiro no se sentindo bem e normalmente alegar que est com algum "encosto" a lhe perturbar e que precisa de ajuda da corrente, pois na ltima semana nada em sua vida deu certo.

    Tambm pudera! Esqueceu que seu compromisso no s no terreiro e se permitiu envolver com energias densas em ambientes no to saudveis a sua manuteno de bem-estar. E o que pior: ainda fala que a culpa foi de seu Exu ou de sua Pombagira que no o protegeu! Como coisa que sejamos babs de planto e no tenhamos servios a executar.

    H ainda alguns que dizem: "mais eu fao tudo certinho tomo meus banhos, acendo minhas velas, firmo minha Banda e s vivo atrapalhado!" E c de minha parte vou dizer que assim esse mdium continuar at que perceba que a Umbanda faz caridade e no milagres! Que a Umbanda mostra o roteiro, porm quem tem que trilhar so os filhos. Que nela no h facilitaes muito embora no existam impossibilidades desde que se queira melhorar afinal de contas por que vocs mdiuns esto na Terra em um corpo fsico? J pararam para pensar nisso?

    No pensem vocs que estou querendo coloc-los numa postura de santidade. De forma alguma! Pois lugar de Santo no Cu e l a lotao j est pra l de esgotada ou ento em oratrio. S estou querendo mostrar que nada passa despercebido lei do Todo Poderoso e que no adianta colocar mscara de bonzinho porque com o tempo essas se desfazem.

    No passem a culpa de seus mal-estares s entidades. No coloquem vossas responsabilidades em nossos ombros e faam a vossa parte, porque a nossa j o fazemos.

    Ou vocs duvidam disso? Sarav aos filhos dessa Banda!

    Padilha das 7 Encruzilhadas!

    por Maria Luzia Leito do Nascimento, em 14/06/2007

    Centro Espiritualista Luz de Aruanda - Recife-PE [email protected]

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  • Correio da Umbanda Edio 23 Novembro de 2007

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    MEDIUNIDADE DIGNA

    A mediunidade digna jamais se coloca a servio de puerilidades e fantasias descabidas, fomentando fascinao e desequilbrio, provocando impactos e alienando os seus aficionados...

    No se oferece para finalidades condenveis, nem se torna mvel de excogitaes inferiores, favorecendo uns em detrimento de outros.

    Corrige a ptica da tua colocao a respeito da mediunidade.

    S simples e natural no desempenho do teu compromisso medinico.

    Evita revelaes estapafrdias, que induzem a estados patolgicos e conduzem a situaes ridculas.

    Poupa-te tarefa das notcias e informaes deprimentes, desvelando acontecimentos que te no dizem respeito e apontando Entidades infelizes como causa dos transtornos daqueles que te buscam.

    S comedido no falar, no agir, no auxiliar.

    Reconhece a prpria insipincia e dependncia que te constituem realidade evolutiva, sem procurar parecer missionrio, que no s, nem tampouco privilegiado, que saber estar longe dessa injusta condio em relao aos teus irmos.

    No usa das tuas faculdades medinicas para ampliar o crculo das amizades, seno para o servio ao prximo, indistintamente.

    Jesus, jamais se descurou, mantendo a mesma nobre atitude diante dos poderosos do mundo quanto dos necessitados, dos doutos como dos incultos, dos ataviados pela iluso, assim como diante dos simples, ensinando, amando e servindo sem cessar.

    Joanna de Angelis

    Mensagem da lista da Choupana do Caboclo Pery Porto Alegre RS

    Enviado por Norberto Peixoto

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  • Correio da Umbanda Edio 23 Novembro de 2007

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    CHICO XAVIER FALANDO DELE MESMO O Cristo no pediu muita coisa, no exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifcios. Ele s pediu que nos amssemos uns aos outros. Nenhuma atividade no bem insignificante... As mais altas rvores so oriundas de minsculas sementes. A repercusso da prtica do bem inimaginvel... Para servir a Deus, ningum necessita sair do seu prprio lugar ou reivindicar condies diferentes daquelas que possui. Os espritos amigos sempre mostram disposio de nos auxiliar, mas preciso que, pelo menos, lhes ofereamos uma base... Muitos ficam na expectativa do socorro do Alto, mas no querem nada com o esforo de renovao; querem que os espritos se intrometam na sua vida e resolvam seus problemas... Ora, nem Jesus Cristo, quando veio Terra, se props a resolver o problema particular de algum... Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por ns mesmos. Nunca quis mudar a religio de algum, porque, positivamente, no acredito que a religio A seja melhor que a religio B. Nas origens de toda religio crist est o pensamento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quem seguir o Evangelho... Se Allan Kardec tivesse escrito que fora do Espiritismo no h salvao, eu teria ido por outro caminho. Graas a Deus ele escreveu Fora da Caridade, ou seja, fora do Amor no h salvao... Devemos orar pelos polticos, pelos administradores da vida pblica. A tentao do poder muito grande. Eu no gostaria de estar no lugar de nenhum deles. A omisso de quem pode e no auxilia o povo, comparvel a um crime que se pratica contra a comunidade inteira. Tenho visto muitos espritos dos que foram homens pblicos na Terra em lastimvel situao na vida Espiritual... O desespero uma doena. E um povo desesperado, lesado por dificuldades enormes, pode enlouquecer, como qualquer indivduo. Ele pode perder o seu prprio discernimento. Isso lamentvel, mas pode-se dizer que tudo decorre da ausncia de educao, principalmente de formao religiosa. Sem Deus no corao, as futuras geraes colocaro em risco a vida no planeta. Por maior seja o avano tecnolgico da humanidade, impossvel que o homem viva em paz sem que a idia de Deus o inspire em suas decises. Devemos fazer tudo para evitar uma guerra, que viria sem dvida, ser um atraso na marcha progressiva da humanidade. Quando surge uma guerra de propores maiores, quase tudo se desmantela e, praticamente, tem que ser reiniciado... Gente h que desencarna imaginando que as portas do mundo Espiritual iro se lhes escancarar... Ledo engano! Ningum quer saber o que fomos, o que possuamos, que cargo ocupvamos no mundo; o que conta a luz que cada um j tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo... Existem pessoas que se sentem ofendidas, magoadas por qualquer coisa: mais leve contrariedade, se sentem humilhadas... Ora, ns no viemos a este mundo para nos banhar em guas de rosas... Somos espritos altamente endividados - dentro de ns o passado ainda fala mais alto... No podemos ser to suscetveis assim... Agradeo todas as dificuldades que enfrentei; no fosse por elas, eu no teria sado do lugar... As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as crticas nos auxiliam. Emmanuel sempre me ensinou assim: - Chico, se as crticas dirigidas a voc so verdadeiras, no reclame; se no so, no ligue para elas... Graas a Deus, no me lembro de ter revidado a menor ofensa das inmeras que sofri, certamente objetivando, todas elas, o meu aprendizado, e no me recordo de que tenha, conscientemente, magoado a quem quer que fosse... Emmanuel sempre me disse: - Chico, quando voc no tiver uma palavra que auxilie, procure no abrir a boca... Sabemos que precisamos de certos recursos, mas o Senhor no nos ensinou a pedir o po, mais dois carros, mais um avio... No precisamos de tanta coisa para colocar tanta carga em cima de ns.

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    Podemos ser chamados hoje vida Espiritual... Tudo que criamos para ns, de que no temos necessidade, se transforma em angstia, em depresso... A doena uma espcie de escoadouro de nossas imperfeies; inconscientemente, o esprito quer jogar para fora o que lhe seja estranho ao prprio psiquismo... Na realidade, toda doena no corpo processo de cura para a alma... Abenoemos aqueles que se preocupam conosco, que nos amam, que nos atendem as necessidades... Valorizemos o amigo que nos socorre, que se interessa por ns, que nos escreve, que nos telefona para saber como estamos indo... A amizade uma ddiva de Deus... Mais tarde, haveremos de sentir falta daqueles que no nos deixam experimentar solido! A caridade um exerccio espiritual... Quem pratica o bem, coloca em movimento as foras da alma. Quando os espritos nos recomendam, com insistncia a prtica da caridade, eles esto nos orientando no sentido de nossa prpria evoluo; no se trata apenas de uma indicao tica, mas de profundo significado filosfico... Tudo o que pudermos fazer no bem, no devemos adiar... Carecemos somar esforos, criando, digamos, uma energia dinmica que se anteponha s foras do mal... Ningum tem o direito de se omitir... Uma das mais belas lies que tenho aprendido com o sofrimento: No julgar, definitivamente no julgar a quem quer que seja. O exemplo uma fora que repercute, de maneira imediata, longe ou perto de ns... No podemos nos responsabilizar pelo que os outros fazem de suas vidas; cada qual livre para fazer o que quer de si mesmo, mas no podemos negar que nossas atitudes inspiram atitudes, seja no bem quanto no mal. Sempre recebi os elogios como incentivos dos amigos para que eu venha a ser o que tenho conscincia de que ainda no sou... Fico triste quando algum me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar algum terrvel!... A gente deve lutar contra o comodismo e a ociosidade; caso contrrio, vamos retornar ao mundo Espiritual com enorme sensao de vazio... Dizem que eu tenho feito muito, mas, para mim, no fiz um dcimo do que deveria ter feito... A questo mais aflitiva para o esprito no Alm a conscincia do tempo perdido. Confesso a vocs que no vi o tempo correr... Por mais longa que nos parea, a existncia na Terra uma experincia muito curta. A nica coisa que espero depois da minha desencarnao a possibilidade de poder continuar trabalhando. Devemos aceitar a chegada da chamada morte, assim como o dia aceita a chegada da noite tendo confiana que, em breve,de novo h de raiar o Sol... Tudo tem seu apogeu e seu declnio... natural que seja assim; todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos o nada, eis que a vida ressurge, triunfante e bela!... Novas folhas, novas flores, na indefinida bno do recomeo!...

    Revisado por Dani *Lara* Mensagens em PPS no site www.janelaparaomar.hpg.ig.com.br

    Enviada por Alexandre Mors Centro de Umbanda do Caboclo Arruda

    Curitiba PR

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    ALICERANDO A ESTRADA!

    Para bem exercer o compromisso com a Umbanda todo adepto deve se lembrar em primeiro de se exercitar na humildade. A humildade to esquecida e que nada custa aos filhos.

    Que digo! Para o filho que est em alerta custa muito e o custo baseia-se no sentimento de poder viver com a conscincia tranqila por j ter entendido que todos so viajores de eras milenares em contnuo estgio evolutivo.

    Aportar no seio do Brasil tento essa Me Terra por abrigo ddiva que nenhum filho deve desperdiar.

    Para muitos j soou os clarins convocando ao trabalho, outros ainda esperam o toque dessa convocao e outros h que passam alheios a tudo que acontece ao seu redor embora, a tecnologia esteja caminhando sempre a passos largos.

    Quantos no h que esperam receber os benefcios das Entidades que militam na Umbanda para s depois buscarem trabalhar em prol do seu semelhante. Quanto engano! Quanto tempo perdido! Quantas lgrimas muitos filhos j no poderiam ter enxugado!

    Est na hora de mudar conceitos pr-estabelecidos meus filhos! Pois o trabalho na querida Umbanda no de escambo, mas, sim de parceria, de doao.

    Se nego veio num t errado, h uma melodia cantada por todos suncs que assim diz: " Umbanda paz, amor, um mundo cheio de luz, fora que nos d vida e a grandeza nos conduz". Nego veio ento pergunta meus fios: como ser grande sem ter aprendido a viver na simplicidade das pequenas coisas? Como ser grande sem aprender a ser humilde?

    A gota de orvalho faz sua parte no roseir! E os filhos de Umbanda como esto alicerando sua estrada?

    Oxal abenoe suncs!

    Naru meu Pai!

    Patacori Ogum!

    Ogunh!

    Pai Firmino do Congo em 01/09/2006

    por Maria Luzia Leito do Nascimento Centro Espiritualista Luz de Aruanda - Recife-PE

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    CARIDADE EM AMBIENTE DOMSTICO PERGUNTA: Observamos alguns irmos umbandistas arrastarem mveis, a fim de obter espao para improvisar congs em suas residncias. Logo esto a dar consultas e todo tipo de atendimento em suas moradas.Qual vossa opinio sobre as atividades de caridade realizadas em ambiente domstico? RAMATS: Infelizmente, esta situao corriqueira. generalizado o desconhecimento dos fundamentos mnimos da consagrao vibratria de um templo de umbanda. Os trabalhos realizados durante uma sesso de caridade (consulta, desobsesso, desintegrao de formas de pensamento, morbos psquicos e larvas astrais), aliado ao desmanche de magia negra e de outras ferramentas de ataques psquicos espirituais, necessitam de campos de fora adequados para proteo, como forma de dissolver todos os restos fludicos que ficam pairando no local, no ter circunscrito crosta terrestre. como se uma casa de umbanda fosse uma enorme usina de reciclagem de lixo astral. Atividades sem nenhuma fundamentao defensiva no campo da alta magia, no amparadas pela corrente medinica e os devidos condensadores energticos, tendem a se tornar objetos de assdios das regies trevosas. Os trabalhos de caridade em vossas residncias impregnam negativamente o ambiente domstico. H uma diferena enorme da benzedeira, que toda amor e ora ardente no cantinho de sua choupana, com f desinteressada, e os mdiuns vaidosos que trabalham em casa com seus guias poderosos, que tudo fazem por meia dzia DE MOEDAS. Os que persistem em sua arrogncia, a ponto de prescindir de um agrupamento e de um templo ionizado positivamente para a descarga fludica de uma sesso de caridade, acabam tornando-se instrumentos das sombras, muitas vezes custa da desunio familiar, de doenas e ferrenhas obsesses.

    --------------------------------------------------------------------------------

    Ouso ainda acrescentar aqui que muitas vezes o mdium se acha estar coberto de "boas intenes" ao comear a montar em sua residncia um cong para atendimento. A princpio apenas para os familiares e conhecidos. Ou seja, inicialmente no tem inteno de cobrar pelo atendimento que far. Entretanto, o que verdadeiramente o motivou no foi o amor, mas sim a arrogncia e vaidade em no admitir-se sob o comando de outro encarnado e atuar fraternalmente entre irmos. Desejoso de ser o "chefe do terreiro" sempre v mais defeitos do que qualidades em qualquer terreiro que freqente. Sempre visualiza o quo perfeito ser o seu prprio terreiro. Com isso em mente abre o seu "cong" e comea a trabalhar, com o passar do tempo sem o devido preparo, sente falta do mesmo, mas no o admite e no busca auxlio em outra corrente e vai cada vez mais sendo enfraquecido. E no admite porque o que inicialmente o motivou a abrir o cong foi a empfia, arrogncia e a vaidade. Sendo alvo constante do astral inferior (o que todo dirigente o ), vai fenecendo, at que as suas entidades (guias e protetores) no podem ou conseguem mais atuar ativamente sendo gradativamente substitudas por inteligncias trevosas que se fazem passar por entidades de luz. A essa altura a sua antiga "residncia" j um terreiro sim, um centro, mas um centro de concentrao de foras trevosas que atuaro forte e implacavelmente na manuteno deste lugar, transformando o mdium chefe e todos os seus seguidores em servidores de suas foras. O processo obsessivo est nesse estgio no seu ponto mximo que a fascinao. Portanto, senhores mdiuns cuidado! O nosso maior inimigo est dentro de ns mesmos e se chama vaidade! Ningum dono da verdade e terreiro algum perfeito! Busquemos pois nos unir em nossos momentos de dvida e aflio para que possamos sempre tambm estarmos unidos nos momentos de glria e alegria! Oxal nos abenoe!

    Me Iassan

    Mensagem da lista da Choupana do Caboclo Pery - Porto Alegre RS Enviado por Norberto Peixoto - [email protected]

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    A PROJEO E AS FORMAS-PENSAMENTOS

    H alguns anos atrs passei por algumas dificuldades, tanto n rea financeira quanto no campo afetivo. Foi uma fase muito difcil da minha vida, porm, analisando a fundo tudo o que estava passando e buscando despertar minha conscincia, soube canalizar foras e superar minhas dificuldades.

    Para isso, contei com a ajuda de irmos espirituais que estiveram ao meu lado, no como babs espirituais, mas como amigos dispostos a me orientar e amparar, sem a inteno paternalista de percorrer o caminho que s cabe a mim percorrer. Entre estes espritos amigos, est um que se apresentou como sendo o Ex Sr. Tranca-Ruas.

    Certa noite, j de madrugada, despertei projetado fora do corpo fsico, no corredor da minha casa, que liga a sala com a cozinha. Antes que pudesse pensar em fazer qualquer coisa, algo me chamou a ateno no fundo do corredor. Era uma forma monstruosa, parecida com aquele fantasma verde do filme Ghostbusters Os caa-fantasmas!

    Ela veio voando na minha direo e me atravessou. Olhei para trs e vi outro monstro,

    parecido com o primeiro, que tambm voou na minha direo, me atravessando. Pensei, ento: Meu Deus, so espritos obsessores! Estou sendo assediado.

    Imediatamente, comecei a rezar o Pai-Nosso, mas no consegui terminar. Aqueles

    monstros no paravam de voar, atravessando meu perisprito, fazendo caretas e me provocando no intuito de me assustar.

    E estavam conseguindo! Recomecei a orar, e nada de conseguir terminar a prece.

    Ento, no tem jeito! pensei. Preciso pedir auxlio a algum guardio! Iniciei, mentalmente, uma das preces cantadas do exu Sr. Tranca-Ruas. Assim que

    comecei a entoar seu ponto de evocao, um esprito de estatura mediana, vestindo uma camisa preta, leno vermelho na cabea e segurando uma espcie de cajado em uma das mos, atravessou a porta que sai do terrao para a sala de estar.

    Entrou e, antes que me dissesse qualquer coisa, fui logo pedindo socorro. Disse que

    estava sendo assediado por espritos obsessores monstruosos. Ele, ento, com muita serenidade e confiana me respondeu:

    No so espritos obsessores. So formas-pensamento. So criaes emanadas da

    sua mente. Todos os seus medos e insegurana esto gerando essas formas que esto te assustando.

    E o que posso fazer para acabar com elas? perguntei ansiosamente. Autoconfiana! Se voc confiar mais em si mesmo, em seus potenciais, bastar dizer

    sumam! e elas desaparecero para sempre. Quer ver? Neste momento, ele ergueu seu cajado e bateu com fora, mas sem violncia, no cho, e imediatamente aquelas formas-pensamento desapareceram.

  • Correio da Umbanda Edio 23 Novembro de 2007

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    Senti uma fora me puxar de volta ao corpo fsico e acordei (na verdade j estava acordado, s que fora do corpo), voltando a manifestar minha conscincia no plano fsico denso. Levantei-me da cama e fui beber um copo dgua, refletindo nos ensinamentos que aquele esprito amigo havia me passado.

    Realmente, quantos de ns somos responsveis pelas dificuldades por que passamos! Quantas vezes, devido a nossa imprudncia, atramos situaes que nos causam

    sofrimento que poderamos evitar se vivssemos com maior lucidez espiritual. Quantas vezes geramos pensamentos de medo, acreditando que somos incapazes de

    superar determinada situao, nos sentindo cada vez mais fracos. E o que pior, passamos a usar drogas ou medicamentos na nsia de acabar com

    nossa angstia. Isso quando no acreditamos que algum fez magia negra contra ns ou que estamos sendo obsediados. Na maioria das vezes, ns mesmos que somos os culpados. Podemos chamar isso de auto-obsesso.

    E quando determinada idia constante em nossa mente (monoidesmo) acabamos

    gerando as formas-pensamento. As formas-pensamento iro permanecer em torno do nosso campo mental, gravitando ao nosso redor, pois ns as alimentamos com nossa energia. Elas parecem ter vida prpria, mas na verdade obedecem automaticamente a determinados padres de manifestao, alguns, inclusive, que fazem parte do inconsciente coletivo. Muito mdiuns clarividentes as confundem com espritos, mas no so.

    No meu caso, bastou que eu tomasse conscincia de determinados pensamentos

    negativos que eram comuns, a ponto de serem gerados inconscientemente, para iniciar o processos de desintegrao daquelas formas-pensamento.

    O processo de autoconhecimento eterno. Trabalhemos sempre nele para que

    possamos nos libertar da cadeia de sofrimento em que vivemos, o sansara, como diz a sabedoria oriental.

    Conhea-te a ti mesmo! Eis a lio libertadora!

    Fonte: Revista Crist de Espiritismo: http://www.rcespiritismo.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=194&Itemid=1

    enviado por Maria Luzia Leito do Nascimento Centro Espiritualista Luz de Aruanda

    Recife-PE [email protected]

    http://www.rcespiritismo.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=194&Itemid=1mailto:[email protected]

  • Correio da Umbanda Edio 23 Novembro de 2007

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    ABSURDOS

    Por diversas vezes, ouvi alguns dirigentes desavisados afirmarem absurdos que

    qualquer indivduo que tenha um mnimo de tirocnio, certa-mente, haver de discordar. So pessoas que no concatenam a realidade e a lgica dos fatos e com sua ignomnia,

    contribuem para que a imagem da Umbanda seja denegrida e chacoteada. Elas se assemelham aos vendilhes que traficam o que no lhes pertence, fazendo de seus Guias e Protetores, meras mercadorias, adquiridas por outrem, atravs de imaginrias negociaes, como se esses Entes do Plano Etreo, trabalhadores da seara divina, fossem reles objetos expostos nas prateleiras de algum supermercado qualquer, a espera de que, movido por uma ao impulsiva ou compulsiva, algum sinta irresistvel vontade de possu-los em sua particular coleo de raridades.

    J testemunhei patticas declaraes, feitas por inescrupulosos pais e mes-de-santo,

    no apenas comandantes, ainda inexperientes, devido ao pouco tempo em que se acham frente de seus terreiros, mas tambm, agravando ainda mais a situao, que partiram de antigos sacerdotes tidos como respeitveis e competentes.

    Tais elementos, na tentativa de agradarem seus prediletos da casa, prometem dar-lhes,

    de presente, essa ou aquela Entidade Espiritual componente de sua coroa medinica. At determinados exus, esses sujeitos ousam dizer que doaro para seus filhos-de-f, de modo tal que venham a lhes suprir a carncia de uma fora de esquerda em suas vibratrias. S falta embrulh-los em papel especial e decorado acompanhado de um carto de felicitaes. Alguns desses cegos e pretensiosos lderes chegam a preparar rituais e festas suntuosas, inventadas, exclusivamente, para essa finalidade.

    E o pior: depois de propalarem o gesto que, em suas parcas mentes se revelam como

    de incomparvel magnanimidade, depois de se acharem rodeados pelos paparicos e pelas loas de seus sditos, vero, com conscincia dos fatos, esses infelizes contemplados, forjarem incorporaes, apenas para agrad-los ou no desagrad-los. Tal atitude, certamente, instigar outros mdiuns e os levar a aceit-la como verdadeira, gerando um grande perigo de despertar nos mais incautos, certa inveja e o desejo de receber prmio igual ou superior ao de seu confrade. Oras! Quem determina quais tarefeiros e respectivas linhas de atuao que, por meio da psicofonia iro se manifestar neste ou naquele sensitivo, so os Senhores do Karma (Mestres de altssima elevao que cuidam de todo o nosso processo reencarnatrio e nos atribuem as misses s quais estaremos destinados e nos outorgam as devidas capacidades de acordo com o nosso prprio mrito e no de um qualquer, preso a um corpo carnal e que, s vezes, tem uma ascendncia espiritual muito inferior daqueles que se prope a laurear.

    Houve um dia em que, um desses chefes de templo, props, diante de meus olhos,

    que, j que quase no mais incorporava um certo Caboclo, iria d-lo a um de seus discpulos.

    Tambm chegou ao meu conhecimento o caso de um pai-de-santo que, tendo Exus de sobra como guardies de sua cabea, ordenou que um deles passasse a ser Guia de esquerda de um dos seus componentes da engira, alis, aquele que lhe despertava mais simpatia e dizem que a Entidade lhe acatou s ordens e segue cumprindo, at hoje, duas determinaes.

  • Correio da Umbanda Edio 23 Novembro de 2007

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    J vi doaes de Pretos-Velhos, Caboclos, Ers, Pombagiras, Baianos, Ciganos e at de Orixs, que no ritual da Umbanda no incorporam em ningum, mas que, (o fizeram)!!! (?), obedecendo a tamanho poder, inclusive observei esses falsos profetas cedendo Guias Chefes de Falanges aos seus seguidores, como se suas intensas energias fossem compatveis s nossas, encarnados que mal conseguimos suportar o calor do sol que, no universo, representa uma simples estrela de 5 grandeza.

    Se voc mdium na verdadeira acepo da palavra, no caia nessa. Os espritos no

    nos pertencem e nenhum de ns possui meios de transferi-los, ao bel prazer, de um a outro interposto. Eles sim, que so donos de nossas coroas e, apesar de possurem certa autonomia sobre os nossos atos, numa admirvel demonstrao de grandeza, no interferem sobre a nossa vontade ou o nosso livre-arbtrio e, caso no os queiramos mais como nossos escudos, simplesmente se afastam, sem questionamentos, e procuram aproximar-se e ajustar-se a outros verdadeiros mdiuns que possuam o mrito de poder servi-los.

    Seja paciente e aguarde. Dia vir em que seus autnticos Guias havero de, espontaneamente manifestar-se, iluminados pela verdade derivada da honra e glria que se faz emanar da imorredoura chama que constituir esse elo, porque tem origem no mago do Criador.

    Texto de Pai Silvio F. da Costa Mattos extrado do livro de sua autoria:

    Casos Reais Acontecidos na Umbanda ( no prelo). www.apeu.rg.com.br

    RESPEITO AO CONG

    comum notarmos que, diante do Cong (altar umbandista), os mdiuns batem cabea.

    Esse termo, comum na religio, refere-se ao gesto de ajoelhar e em seguida deitar com

    sua cabea voltada para o Peg, demonstrando um absoluto respeito e humildade diante da grandeza de Deus, dos Orixs e seus falangeiros e do ponto de maior referncia e fora vibratria da engira.

    Fonte: Jornal Umbanda Branca ed.22 - fevereiro/2007

    Por Sandro da Costa Mattos

    Associao de Pesquisas Espirituais Ubatuba So Paulo SP

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  • Correio da Umbanda Edio 23 Novembro de 2007

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    CONSIDERAES SOBRE OS TEMPLOS INICITICOS E OS VERDADEIROS MESTRES DE SABEDORIA

    PERGUNTA: Existem verdadeiramente Escolas de Sabedoria, capazes de oferecer aos seus formandos, ensinamentos iniciticos, cujos horizontes esto muito alm da compreenso do homem comum? RESPOSTA: Observamos com naturalidade, esta propenso do homem, de escolher palavras inadequadas para expressar seus pensamentos adequados. No correto, nossa observao, dizer escola de sabedoria. No nosso entendimento, a SABEDORIA o resultado da infatigvel evoluo do esprito imortal, que vivenciou em s mesmo incontveis experincias, cuja origem se perde na noite profunda do csmos. Um Sbio jamais consegue transferir sua sabedoria a outrem, como se fosse um dom, pois a sabedoria no uma concesso extempornea, que se oferece a algum,