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1 de janeiro de 2006 Edição 1 Correio da Umbanda UMBANDA - COMO RESSURGIU Antes de ocuparmo-nos da Anunciação da Umbanda no plano físico sob a forma de religião, é preciso expor sinteticamente um histórico sobre os precedentes religiosos e culturais que precipita- ram o surgimento, na 1ª década do século XX , da única e genuína Religião Brasileira. Em 1500, quando os portugueses avistaram o que para eles eram as Índias, em realidade Brasil, ao desembarcarem depararam-se com uma terra de belezas deslumbrantes, e já habitada por nativos. A estes aborígenes os lusitanos, por imaginarem estar nas Índias, denominaram de índios. Os primeiros contatos entre os dois povos foram, na sua maioria, amistosos, pois os nativos identificaram-se com alguns símbolos que os estrangeiros apresentavam. Porém, o tempo e a convi- vência se encarregaram em mostrar aos habitantes de Pindorama (nome indígena do Brasil) que os homens brancos estavam alí por motivos pouco nobres. O relacionamento, até então pacífico, come- ça a se desmoronar como um castelo de areia. São inescrupulosamente escravizados e forçados a trabalhar na nóvel lavoura. Reagem, resis- tem, e muitos são ceifados de suas vidas em nome da liberdade. Mais tarde, o escravizador faz de- sembarcar na Bahia os primeiros negros escravos que, sob a égide do chicote, são despejados tam- bém na lavoura. Como os índios, sofreram toda espécie de castigos físicos e morais, e até a subtra- ção da própria vida. Desta forma, índios e negros, unidos pela dor, pelo sofrimento e pela ânsia de liberdade, de- sencarnavam e encarnavam nas Terras de Santa Cruz. Ora laborando no plano astral, ora como en- carnados, estes espíritos lutavam incessantemente para humanizar o coração do homem branco, e fazer com que seus irmãos de raça se livrassem do rancor, do ódio, e do sofrimento que lhes eram infligidos. De outra parte, a igreja católica, preocupada com a expansão de seu domínio religioso, inves- te covardemente para eliminar as religiosidades negra e índia. Muitas comitivas sacerdotais são envi- adas, com o intuito "nobre" de "salvar" a alma dos nativos e dos africanos. Os anos sucedem-se. Em 1889 é assinada a "lei áurea". O quadro social dos ex-escravos é de total miséria. São abandonados à própria sorte, sem um programa governamental de inserção social. Na parte religiosa seus cultos são quase que direcionados ao mal, a vingança e a desgraça do ho- mem branco, reflexo do período escravocrata. No campo astral, os espíritos que tinham tido encarnação como índios, caboclos (mamelucos), cafuzos e negros, não tinham campo de atuação nos agrupamentos religiosos existentes. O catolicis- mo, religião de predominância, repudiava a comunicação com os mortos, e o espiritismo (kardecismo) estava preocupado apenas em reverenciar e aceitar como nobres as comunicações de espíritos com o rótulo de "doutores". Os Senhores da Luz (Araxás, Orixás), atentos ao cenário existente, por ordens diretas do Cristo Planetário (Jesus) estruturaram aquela que seria uma Corrente Astral aberta a todos os espíri- tos de boa vontade, que quizessem praticar a caridade, independentemente das origens terrenas de suas encarnações, e que pudessem dar um freio ao radicalismo religioso existente no Brasil. Começa a se plasmar, sob a forma de religião, a Corrente Astral de Umbanda, com sua hie- rarquia, bases, funções, atributos e finalidades. Enquanto isto, no plano terreno surge, no ano de 1904, o livro Religiões do Rio, elaborado por "João do Rio", pseudônimo de Paulo Barreto, membro emérito da Academia Brasileira de Letras. No livro, o autor faz um estudo sério e inequívoco das religiões e seitas existentes no Rio de Janeiro, à- quela época, capital federal e centro socio-político-cultural do Brasil. O escritor, no intuito de levar ao conhecimento da sociedade os vários segmentos de religiosidade que se desenvolviam no então Dis- trito Federal, percorreu igrejas, templos, terreiros de bruxaria, macumbas cariocas, sinagogas, entre- vistando pessoas e testemunhando fatos. Não obstante tal obra ter sido pautada em profunda pes-

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1 de janeiro de 2006 Edição 1

Correio da Umbanda

UMBANDA - COMO RESSURGIU Antes de ocuparmo-nos da Anunciação da Umbanda no plano físico sob a forma de religião, é preciso expor sinteticamente um histórico sobre os precedentes religiosos e culturais que precipita-ram o surgimento, na 1ª década do século XX , da única e genuína Religião Brasileira. Em 1500, quando os portugueses avistaram o que para eles eram as Índias, em realidade Brasil, ao desembarcarem depararam-se com uma terra de belezas deslumbrantes, e já habitada por nativos. A estes aborígenes os lusitanos, por imaginarem estar nas Índias, denominaram de índios. Os primeiros contatos entre os dois povos foram, na sua maioria, amistosos, pois os nativos identificaram-se com alguns símbolos que os estrangeiros apresentavam. Porém, o tempo e a convi-vência se encarregaram em mostrar aos habitantes de Pindorama (nome indígena do Brasil) que os homens brancos estavam alí por motivos pouco nobres. O relacionamento, até então pacífico, come-ça a se desmoronar como um castelo de areia. São inescrupulosamente escravizados e forçados a trabalhar na nóvel lavoura. Reagem, resis-tem, e muitos são ceifados de suas vidas em nome da liberdade. Mais tarde, o escravizador faz de-sembarcar na Bahia os primeiros negros escravos que, sob a égide do chicote, são despejados tam-bém na lavoura. Como os índios, sofreram toda espécie de castigos físicos e morais, e até a subtra-ção da própria vida. Desta forma, índios e negros, unidos pela dor, pelo sofrimento e pela ânsia de liberdade, de-sencarnavam e encarnavam nas Terras de Santa Cruz. Ora laborando no plano astral, ora como en-carnados, estes espíritos lutavam incessantemente para humanizar o coração do homem branco, e fazer com que seus irmãos de raça se livrassem do rancor, do ódio, e do sofrimento que lhes eram infligidos. De outra parte, a igreja católica, preocupada com a expansão de seu domínio religioso, inves-te covardemente para eliminar as religiosidades negra e índia. Muitas comitivas sacerdotais são envi-adas, com o intuito "nobre" de "salvar" a alma dos nativos e dos africanos. Os anos sucedem-se. Em 1889 é assinada a "lei áurea". O quadro social dos ex-escravos é de total miséria. São abandonados à própria sorte, sem um programa governamental de inserção social. Na parte religiosa seus cultos são quase que direcionados ao mal, a vingança e a desgraça do ho-mem branco, reflexo do período escravocrata. No campo astral, os espíritos que tinham tido encarnação como índios, caboclos (mamelucos), cafuzos e negros, não tinham campo de atuação nos agrupamentos religiosos existentes. O catolicis-mo, religião de predominância, repudiava a comunicação com os mortos, e o espiritismo (kardecismo) estava preocupado apenas em reverenciar e aceitar como nobres as comunicações de espíritos com o rótulo de "doutores". Os Senhores da Luz (Araxás, Orixás), atentos ao cenário existente, por ordens diretas do Cristo Planetário (Jesus) estruturaram aquela que seria uma Corrente Astral aberta a todos os espíri-tos de boa vontade, que quizessem praticar a caridade, independentemente das origens terrenas de suas encarnações, e que pudessem dar um freio ao radicalismo religioso existente no Brasil. Começa a se plasmar, sob a forma de religião, a Corrente Astral de Umbanda, com sua hie-rarquia, bases, funções, atributos e finalidades. Enquanto isto, no plano terreno surge, no ano de 1904, o livro Religiões do Rio, elaborado por "João do Rio", pseudônimo de Paulo Barreto, membro emérito da Academia Brasileira de Letras. No livro, o autor faz um estudo sério e inequívoco das religiões e seitas existentes no Rio de Janeiro, à-quela época, capital federal e centro socio-político-cultural do Brasil. O escritor, no intuito de levar ao conhecimento da sociedade os vários segmentos de religiosidade que se desenvolviam no então Dis-trito Federal, percorreu igrejas, templos, terreiros de bruxaria, macumbas cariocas, sinagogas, entre-vistando pessoas e testemunhando fatos. Não obstante tal obra ter sido pautada em profunda pes-

Correio da Umbanda - Edição 1 - Janeiro/2006

quisa, em nenhuma página desta respeitosa edição cita-se o vocábulo Umbanda, pois tal terminologia era desconhecida. Escrever sobre Umbanda sem citarmos Zélio Fernandino de Moraes é pratica-mente impossível. Ele, assim como Allan Kardec, foram os intermediários escolhidos pelos espíritos para divulgar a religião aos homens. Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro. Aos dezessete anos quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha aconteceu um fato curioso: começou a falar em tom manso e com um sotaque diferente da sua região, parecendo um senhor com bastante idade. À princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande. Após alguns dias de observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica sugeriu à fa-mília que o encaminhassem a um padre para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse possuído pelo demônio. Procuraram, então também um padre da família que após fazer ritual de exorcismo não conseguiu nenhum resultado. Tempos depois Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: "Amanhã estarei curado". No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura co-nhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio. Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunida-de e deveria trabalhar com a caridade. O Pai de Zélio de Moraes Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita. No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói. Chegando na Federação e convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição senta-ram-se a mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e dis-se que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde realizava-se o trabalho. Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local ele incorporou um espírito e simultanea-mente diversos médiuns presentes apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Foi então que o jovem Zélio foi novamente dominado por uma força estranha, que fez com que ele falasse sem saber o que dizia (de acordo com o depoimento do próprio Zélio à revista Seleções de Umbanda, em 1975). Advertidos pelo dirigente do trabalho a entidade incorporada no rapaz perguntou: "- Porque repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens sociais e da cor?" Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava perguntou: "- Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de es-píritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca re-flete uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?" Ele responde: "- Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humil-des, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá cami-nhos fechados para mim." O vidente ainda pergunta: "- Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?"

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Novamente ele responde: "-Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei." Depois de algum tempo todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos res-quícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi o Padre Gabriel Malagrida. Zélio de Morais contou que no dia seguinte, 16 de novembro, ocorreu o seguinte: "Minha família estava apavorada. Eu mesmo não sabia o que se passava comigo. Surpreendia-me haver dialogado com aqueles austeros senhores de cabeça branca, em volta da mesa onde se pra-ticava um trabalho para mim desconhecido. Como poderia, aos 17 anos, organizar um culto? No en-tanto eu mesmo falara, sem saber o que dizia e porque dizia. Era uma sensação estranha, uma força superior que me impelia a fazer e a dizer o que nem sequer passava pelo meu pensamento". No dia 16 de novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, 30 – Neves – São Gonçalo – RJ, a-proximando-se das 20:00 horas, estavam presentes os membros da Federação Espírita, parentes, a-migos e vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos. Pontualmente as 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras iniciou o culto: "-Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A prática da caridade no sentido do amor fraterno, será a caracte-rística principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo". Deu, também, o nome desse movimento que se iniciava; disse primeiro allabanda (ou um dos presentes assim anotou), mas, considerando que não soava bem a sua vibratória, substituiu-o por aumbanda, ou seja, umbanda, palavra de origem sânscrita, que se pode traduzir por "Deus ao nosso lado" ou "o lado de Deus". Muito provavelmente ficou o nome umbanda, e não aumbanda, porque alguém anotou a pala-vra separadamente (a umbanda). Sobre o assunto, diz Ramatis, no livro A Missão do Espiritismo: "A palavra AUM é de alta significação espiritual, consagrada pelos mestres; BANDHÃ, em sua expressão mística iniciática, significa movimento incessante, força centrípeta emanada do Criador. A palavra AUMBANDHÃ, pronunciada na forma de um mantra, aproxima-se melhor da sonorização OMBANDA, sendo ajustada à doutrina de Umbanda, praticada no Brasil". Após estabelecer as normas que seriam utilizadas no culto e com sessões diárias das 20:00 às 22:00 horas, determinou que os participantes deveriam estar vestidos de branco e o atendimento a todos seria gratuito. O grupo que acabara de ser fundado recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Pie-dade e o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse as seguintes palavras:

"- Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a

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ela recorrerem nas horas de aflição, todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com a-queles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum virare-mos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai." Ainda respondeu perguntas de sacerdotes que ali se encontravam em latim e alemão. O cabo-clo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas. Zélio, nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras: "- Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá", Após insistência dos presentes fala: "- Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo". Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reu-nião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde: "- Minha caximba. Nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá". Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solici-tar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antonio". Nos dias seguintes, verdadeira romaria se formou na casa de Zélio. Cegos, paralíticos e pesso-as com outras enfermidades vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de Jesus. Mé-diuns, cujas manifestações haviam sido consideradas como loucura, deixaram sanatórios e deram provas de suas excelentes qualidades mediúnicas. A partir destes fatos fundou-se a Corrente Astral de Umbanda. As sete linhas que foram dita-das para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Iansã, Xangô, Oxossi e Exú. Após algum tempo manifestou-se um espírito com o nome de Orixá Malé, este responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia, espírito que, quando em demanda era agitado e sábio destru-indo as energias maléficas dos que lhe procuravam. Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebendo ordens do astral fun-dou sete tendas para a propagação da Umbanda, sendo elas as seguintes: Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia; Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição; Tenda Espírita Santa Bárbara; Tenda Espírita São Pedro; Tenda Espírita Oxalá; Tenda Espírita São Jorge; Tenda Espírita São Jerônimo. A respeito do uso do termo espírita e de nomes de santos católicos nas tendas fundadas, o mesmo teve como causa o fato de naquela época não se poder registrar o nome Umbanda, e quanto aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um ponto de referência para fiéis da religião católica que procuravam os préstimos da Umbanda. Em 1935 estavam fundados os sete templos idealizados pelo caboclo das Sete Encruzilhadas, coroando de êxito o que nos parece ter sido um dos movimentos, entre outros semelhantes e não re-gistrados, mais importantes da criação da Umbanda no Brasil. Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das acima mencionadas. Embora não seguindo a carreira militar para a qual se preparava, pois sua missão mediúnica não o permitiu, Zélio nunca usou como profissão a mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospeda-vam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Ministros, industriais, e militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de parentes enfermos e os vendo recuperados, procuravam retribuir o be-nefício através de presentes, ou preenchendo cheques vultosos. "Não os aceite.

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Devolva-os", ordenava sempre o seu guia chefe. O ritual sempre foi simples, com cânticos baixos e harmoniosos e vestimenta branca. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Capacetes, espadas, cocares, vestimentas de cor, rendas, lamês e outros acessórios não seriam aceitos. Dispensou os atabaques e as palmas. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilha-das, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje. As guias usadas eram apenas as de-terminadas pelas entidades que se manifes-tavam. A preparação dos médiuns era feita através da concentração nos ambientes vi-bratórios da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, de ba-nhos de ervas e do ritual do amaci, isto é, a lavagem de cabeça onde os filhos de Um-banda afinizam a ligação com a vibração dos seus guias. Passados 55 anos de atividades à frente da Tenda Nossa Senhora da Piedade (1º templo de Umbanda), Zélio entregou a direção dos trabalhos as suas filhas Zélia e Zilméa. Mais tarde ao lado de sua esposa Isabel, médium do Ca-boclo Roxo, continuou a trabalhar na Cabana de Pai Antônio, em Boca do Mato, distrito de Cachoeiras de Macacú – RJ, dedicando a maior parte das horas de seu dia ao atendimento de portado-res de enfermidades psíquicas e de todos os que o procuravam. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu.

Zélio Fernandino de Moraes dedicou 66 anos de sua vida à Umbanda, tendo retornado ao plano espiritual em 03 de outubro de 1975, aos 84 anos de idade e com a certeza de missão cum-prida. Seu trabalho e as diretrizes traçadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas continuam em ação através de suas filhas Zélia e Zilméa de Moraes, que têm em seus corações um grande amor pela Umbanda, árvore frondosa que está sempre a dar frutos a quem souber e merecer colhê-los. De seu trabalho resultou a Umbanda de hoje, que abran-ge cerca de 30 milhões de adeptos, segundo estimativas apre-sentadas no 2o Festival Mundial de Artes Negras, realizado em Lagos, na Nigéria, pelo professor René Ribeiro, da Universidade Federal de Pernambuco, que demonstrou que a Umbanda era a religião que mais crescia no Brasil. O professor Ribeiro baseou-se em dados do IBGE.

Referências bibliográficas http://sites.uol.com.br/umbanda/epoca.htm Paulo C. L. Vicente http://www.nossaumbanda2002.hpg.ig.com.br/comosurgiu.html Templo Espiritualista Sol e Esperança http://www.paimaneco.com.br/principal/umbanda_origem.html Templo Espiritualista Anita Zippin

Curitiba - PR [email protected]

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Necessário fazer-se urgentemente a união umbandista, independente das formas de se pensar e praticar a Umbanda. Somos pela diversidade de cultos e ritos , que apesar de diferentes, não são desi-guais, portanto não há o mais ou menos im-portante, todos são importantes. Precisamos de políticas que incenti-vem a diversidade de cultos como algo de valor inestimável em nossa religião. Somente assim respeitaremos a alteridade, o outro, valorizaremos todas as formas de se pensar e praticar a Umbanda. Não podemos codificar a Umbanda, caso contrário, nossos mentores espirituais já o teriam feito. Podemos codificar nosso próprio terreiro, mas não todos. Cada segmento deve e tem de ser respeitado, pois são ângulos de interpretação diferentes de uma mesma Doutrina – a Um-banda . Respeitar as diferenças constitui dever e é um ato de fraternidade. A Umbanda, como religião surgida de um caldeamento cultural, é pela não exclu-são, pela total inclusão.

Na Umbanda não há marginalização, algo deprimente e corrente em nossa socieda-de tão injusta. A Umbanda devido aos seus vários segmentos ou escolas (ângulo de interpreta-ção) na forma de doutrina e prática, para man-ter sua unidade na diversidade e possuir uma política de consenso em suas necessidades (contra a discriminação que sofremos de ou-tros setores ou da sociedade como um todo) precisa de união, de convivência pacífica. Não importa a forma, a maneira de encarar ou praticar a Umbanda, precisamos estar unidos, convivermos pacificamente, sem brigas, dissensões, fragmentações. Carecemos de convivência pacífica, que é o mínimo que pode-se esperar de uma religião que pretende ser brasileira e trazer soluções em todos os âmbitos. Texto extraído do Locutório realizado na Facul-dade de Teologia Umbandista realizado em 10/08/2005. http://www.ftu.org.br/ Paulo C. L. Vicente Templo Espiritualista Sol e Esperança Templo Espiritualista Anita Zippin

mite que todo Um-bandista, indepen-dente de segmento ou grau cultural, pos-sa expressar-se livre-mente, onde a Um-banda e sua doutrina sejam discutidas pu-blicamente, de ma-neira que as duvidas possam ser dirimidas de forma aberta, cla-ra sem nenhum cer-ceamento.

A última reunião a-conteceu em Curitiba

Esta reunião, destina-se a os Umbandistas, sacerdotes, médiuns, cambonos, filhos es-pirituais, filhos de fé, simpatizantes, liga-dos a qualquer seg-mento da Umbanda, para que possam se expressar livremente colocando suas vi-sões e duvidas, que serão amplamente discutidas entre to-dos. Importante salientar que este espaço per-

PR, no Templo Escola Vovó Cambinda, onde cerca de 200 pesso-as de diversos agru-pamentos, trocaram experiências sobre a Umbanda, onde fo-ram abordados as-suntos sobre mediu-nidade, animismo, mistificação, dentre outros.

Como parte do even-to, conhecemos um pouco da história do terreiro.

União e Respeito a Diversidade

II Locutório Intra-Religioso em Curitiba

“Respeitar as diferenças constitui dever e é um ato de fraternidade. “

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Podemos codificar nosso próprio terreiro, mas não todos.

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Um jornal, que permite informar, tro-car de experiências, transmitir parte do que aprendemos, de conhecer um pouco daquilo que fizer parte dos co-rações e mentes. Meio, instrumento, canal de comuni-cação, palavras habituais na prática da nossa fé, usadas quando somos portadores da vontade do Mundo Es-piritual. Acredito que somos instrumentos in-teligentes. Partindo disso, creio que além de cumprir nossa missão com amor, dedicação e seriedade, pode-mos e devemos reter parte do ensina-mento, com o qual convivermos. Relembrar momentos, exteriorizar nossas opiniões de acordo com nossa sensibilidade, respeitar o entendimen-to alheio independente da escola em que aprendemos. Aprender com o alheio quando o a-charmos adequado. Contar as estórias, contar e preservar a his-tória. Como aprendi com o Preto-Velho que me assiste, aprender é uma das maiores razões da nossa existência e compartilhar aprendizado é uma

das formas mais eficientes para a-prender. Fé, esperança e caridade. Quanto sig-nificado. A religião que escolhemos, nos permi-te evoluir, ajudar aos outros e nos a-judar. Acredito que é possível, a criação de uma comunidade cuja experiência somada seja significativa. Não é difícil, basta um pouco de bom senso, participação livre, sem cobran-ças, sem conflitos, sem críticas. Fico entusiasmado com o quanto vou poder aprender. Meu Saravá fraterno a todos irmãos e irmãs e fé. Salve a Umbanda e todos aqueles que nos assistem. Paulo C. L. Vicente Templo Espiritualista Sol e Esperança Templo Espiritualista Anita Zippin Curitiba — PR [email protected]

Os corpos orgânicos são compostos de células que nascem, alimentam-se, reproduzem-se e morrem. Por isso, dizem os biólogos que o corpo inteiro se renova totalmente de sete em sete anos, embora alguns tecidos se refaçam com maior rapidez. As células nervosas, no entanto, não sofrem essas mutações; elas nas-cem e crescem, permanecendo as mesmas até a desencarnação, jamais se re-produzem e, se lesadas, não se recompõem. O sistema nervoso constitui a parte mais grosseira do corpo astral ou perispírito. Os neurônios são células altamente especializadas; unidos vão for-mar as fibras nervosas e estas, os nervos. O sistema nervoso é complexo e atravessa todo o corpo físico, formando uma série de "cordões". Em certos pontos, as células nervosas formam uma espécie de rede compacta, em emaranhados que parecem nós de uma linha embaraçada. Chama-se esses pontos de "plexos" nervosos. Existem muitos no corpo, mas alguns são considerados de maior importância, pela localização e pelo trabalho que realizam. Esses plexos, localizados no corpo físico, se apresentam no corpo astral, contraparte que não se materializa, e possuem funções que realizam trabalho específico. Assim, correspondendo aos locais dos plexos físicos, o corpo astral possui "turbilhões", que servem de ligação e captação dos elementos fluídicos do plano astral. A estes pontos ou centros de força, chamamos "chakras".

CORREIO DA UMBANDA

PLEXOS NERVOSOS

“compartilhar aprendizado é uma das formas mais eficientes para aprender”

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“Em certos pontos, as células nervosas formam uma espécie de rede compacta, em emaranhados que parecem nós de uma linha embaraçada.”

Correio da Umbanda - Edição 1 - Janeiro/2006

Gostaria de abordar um trabalho de extre-ma importância no terreiro que é o de cambone. O trabalho de Umbanda no atendimento ao consulente também funciona como um re-lógio, que tanto no astral com na parte material depende do bom funcionamento de sua engrenagem. Existe toda uma expectativa no início dos trabalhos, cada casa tem seu ritímo, mas o que não muda é aquela adrenalina e ansie-dade (benéfica) à espera da linha de traba-lho a ser chamada. Muitas vezes por tempo de trabalho e por dedicação e afinidade, o cambone se sente um misto de peça im-portante com um filho de todas as entida-des que na casa se manifestam. É, muitas vezes, temos esse sentimento, de atenção com tudo, preparar o espaço para a chegada dos Guias Espirituais, pem-bas, blocos de anotação, velas, tudo tem de estar a contento, a assistência, ansiosa, tem que ser bem recebida e conduzida aos Guias. Todo o trabalho transcorre numa dinâmica de atenção, concentração e doação, depen-dendo muito do amor e da dedicação de todos, inclusive dos cambones. Aí entra também o sentimento de ser filho de cada um dos Guias espirituais, que com o tempo só de olhar sabem como estamos, como um pai que olha o filho pequeno. Os cum-primentos e o abraço de um, a palavra do outro, a "chamada" de um terceiro, e a gente vai, crescendo como crianças dentro de uma grande família de sábios, anciões, companheiros, pais e mães espirituais. Chegando até mesmo um ponto, em que ao meio de inúmeros Guias, o cambone ouve mentalmente o chamado de um ou outro Guia Espiritual com mais afinidade com o cambone, solicitando sua presença ali ao seu lado. Isso não tem preço ! Não digo que cada dia de trabalho tem um aprendizado, mas sim, cada atendimento, sendo este ligado apenas um médium e suas entidades ou como também os cam-bones que atendem vários médiuns sem ser específico de um só. Muito depende do funcionamento de cada casa, mas o trabalho de ser cambone é uma escola, um aprendizado sem fim, que aos atentos, faz aumentar a fé, descobrir-se e sentir amado e especial. Existem dias, em que o cansaço e eventu-ais dificuldades atrapalham, mas são nes-

ses dias, em que a espiritualidade te re-compensa com um abraço de um pai querido ou um ramo de arruda imantado. Enfim, cada gesto dessa grande corrente, não só de pais e mães espirituais, mas como também os "colegas", irmãos de trabalho que se ajudam e muitas vezes, sob a coordenação de um guia espiritual fazem o revezamento de descarregos para os mais necessitados da corrente. Ser cambone é ser importante para o bom funcionamento do trabalho, exige ser atento, concentrado, estudar, apren-de e se incorporar à dinâmica de trabalho da Umbanda, estar preparado para toda um esforço físico, mental e espiritual de trabalho e acima de tudo amar a Deus e o que faz . Hoje, de um modo geral, por todo o tra-balho de doutrina, esclarecimento e pre-paração, os cambones são vistos como parte importante da engrenagem de fun-cionamento de uma casa, mas apelo aos irmãos, colegas de trabalho, que se ve-jam, não com soberbia na importância do seu trabalho em uma casa, mas como privilegiados e abençoados por tanta ge-nerosidade que recebem em cada auxilio às entidades, sem precisar mencionar do auxilio que cada cambone, como médium de umbanda recebe de seus próprios am-paradores espirituais. Percebam e inter-nalizem para poderem retransmitir, a gratidão, os pequenos gestos de humilda-de e delicadeza, a generosidade e o tra-balho extramamente gratificante e en-grandecedor de servir ao Pai, servindo a muitos. Se tiverem amor pelo trabalho de cambo-ne, receberão amor enquanto forem membros neste ponto da hierarquia, e no futuro também colherão amor e doarão amor de toda a corrente. Hoje por vários motivos não participo mais dos trabalhos, sinto tristeza por dei-xá-los, gratidão por ter sido tão maravi-lhoso o tempo que ali estive, e rogo que nosso Pai Oxalá me conceda a oportuni-dade de voltar. Quando isso acontecer que seja tão per-feito, tão bom e me traga tanta felicidade como me trouxe ser um dia cambone. Leny Regina Gritz Templo Espiritualista Sol e Esperança Templo Espiritualista Anita Zippin Curitiba—PR [email protected]

Cambone de Umbanda

Não digo que cada dia de trabalho tem um aprendizado, mas sim, cada atendimento.

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Acesso a informação

Atenção, concentração, estudo e aprendizado

Correio da Umbanda - Edição 1 - Janeiro/2006

O Templo Escola Vovó Cambinda, sendo uma Escola Iniciática, entende que o Movimento Umbandista pretende, de maneira progressiva e gradual, restaurar a unidade perdida do ser espiritual e resgatar a sua essência. Nossos mentores espirituais nos ensinam que, em um passado relativamente distante, nós (espíritos) habitávamos um outro local do Espaço Cósmico, onde não havia matéria nem energias. O Reino do Vazio. Éramos puro espírito, sem nenhum corpo ou organismo de manifestação (como o corpo físico por exemplo). Nessas con-dições, éramos unos com o Supremo Espírito (Deus). Mas, infelizmente, em determinado momento da Eternidade, não quisemos mais ser unos com Deus, mas únicos. O egoísmo assolou a consciência de muitos seres espirituais e eles passaram a alimentar um desejo muito grande de manifestar concretamente suas afinidades e tendências kármicas através de corpos e organis-mos cada vez mais densos (até chegar ao corpo físico, o mais denso). E hoje, estamos nós aqui, no Reino da Matéria, percorrendo o caminho de retorno à Morada do Pai. Ao longo de nossas sucessivas encarnações pelo Universo Material, passamos por diversas experiências que se somam à nossa bagagem kár-mica para que, num futuro não tão distante, possamos reencontrar nossa essência divina. E o Movimento Umbandista, através da Iniciação e de sua rito-liturgia, tem muito a contribuir nesse caminho de volta. Como? Em primeiro lugar, é importante lembrar que tudo no Universo é manifesta-ção e concretização das vibrações dos Orixás (Senhores da Luz, etimologicamen-te). Tudo: cristais, cores, ervas, flores, frutos, sítios sagrados, até os nossos corpos. Não é a toa que são sete as notas musicais, sete as cores do espectro, sete os dias da semana, sete as principais glândulas endócrinas, sete os chakras, etc.

Em segundo lugar, vale lembrar que a natureza absorve as vibrações dos Ori-xás e as mantém puras e naturais. Mas nós, seres espirituais encarnados e em evo-lução, absorvemos pouco e mal as vibrações dos Orixás. Sendo assim, os rituais umbandistas, são repletos de elementos da natureza (ervas, perfumes, flores, frutos, cores, pedras etc), para que as vibrações dos Orixás estejam presentes e puras, restabelecendo a harmonia de todos aqueles que parti-cipam desses ritos. Acreditamos que quando mais próximos estejamos da vibração do Orixá, mai-or o nosso estado de saúde (mental, emocional e física). Assim, a Iniciação é um caminho que coloca o Ser Espiritual em contato con-sigo mesmo e em contato com a Luz do Orixá. Sabemos que, desde o momento em que “caímos” para o Reino da Matéria, rompemos diversos vínculos importantes: os vínculos entre nós e nós mesmos, entre nós e os outros seres espirituais, entre

nós e o meio em que estamos inseridos e, finalmente, entre nós e o Sagrado, o Di-vino.

Não querendo ser repetitivo, mas talvez sendo, o Templo Escola Vovó Cam-binda propõe a seus iniciados exatamente isso: uma expansão de consciência, o despertar da própria essência espiritual, restaurando a conexão do Espírito com o Sagrado, cuja ruptura foi responsável por todo sofrimento, toda dor, toda ilusão de nós, “anjos caídos”. Paz profunda... Aranauam, Ashé, Saravá

Thomé Sabbag Neto Iniciado do Templo Escola Vovó Cambinda - Curitiba –PR

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UMBANDA - O DESVELAR DA LUZ

O termo aranauam é composto de duas partes: ara (luz) e anauam (paz). Logo, traduz-se por “paz e luz”. O termo ashé é composto pelas três letras arquetipais do alfabeto adâmico (A, S e Th) e representa o princípio vital de realização do espírito; em outras palavras, é o que dá vida ao Universo Material. O termo saravá significa o movimento das energias sutis, isto é, quando se pronuncia saravá está se colocando em movimento (dinami-zando) as energias e vibrações sutis do campo astral.

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Resgatar a essência

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Sentado ali em frente de seu congá o velho pai-de-santo relembra com surpreendente nitidez sua infância e seu primeiro contato com espiritualidade. Nitidamente ele se vê na tenra infância a brincar sozinho no amplo quintal da casa de seus pais.

Lembra-se que alguma coisa o fez olhar para as nuvens e diante dele uma estranha ima-gem se forma: um velho sentado ao redor de uma fogueira e um menino a ouvir-lhe estórias. De alguma maneira o menino ao ver aquela cena sabia que se tratava dele mesmo. O tempo passou e a cena jamais esquecida e também jamais revelada, o acompanha em sonhos e lembranças.

Cresce e acaba se tornando médium Umbandista. Aos poucos vai conhecendo seus guias, que vão tomando seu corpo nas diversas "giras de desenvolvimento". Primeiro o Caboclo que lhe parece muito grande e forte, depois os demais... Até que, ao completar 18 anos, seu Exu também recebe permissão para incorporar.

Já não é mais médium de gira, a bem da verdade ocupa o cargo de pai pequeno do ter-reiro. Percebe que não tivera uma adolescência como a da maioria dos jovens que lhe cercam na escola. Não vai a bailes, festas...

Dedica-se com uma curiosidade e um amor cada vez maior à prática da caridade. Os a-nos passam e acaba pôr abrir seu próprio terreiro. Inúmeras pessoas procuram os seus guias e recebem um lenitivo, uma palavra de consolo e esperança.

Foram tantos os pedidos e tantos os trabalhos realizados que já perdera a conta. Viu inú-meras pessoas que declaravam amor eterno pela Umbanda e bastava que alguns pedidos não fossem alcançados na plenitude desejada que já se afastavam, criticando o que ontem lhes era sagrado...

Presenciou pessoas que, vindas de outras religiões, encontraram a paz dentro do terreiro, mantido a duras penas, uma vez que nada cobrava pelos trabalhos realizados ("Dai de graça o que de graças recebestes").

Solteiro permanecia até hoje, pois embora tivesse tido várias mulheres que lhe foram caras, nenhuma delas agüentou ficar a seu lado, pois para ele a vida sacerdotal se impunha a qualquer outro tipo de relacionamento. Amava mesmo assim todas aquelas que lhe fizeram com-panhia em sua jornada terrena.

Brincava, o velho pai-de-santo, quando lhe perguntavam se era casado e respondia, bem humorado, que se casara muito cedo, ainda menino. A curiosidade dos interlocutores quanto ao nome da esposa era satisfeita com uma só palavra: Umbanda, este era o nome da esposa.

Com o passar do tempo, a idade foi chegando; muitos de seus filhos de fé seguiram seus destinos vindo eles também a abrirem suas casas de caridade. O peso da idade não o impede de receber suas entidades. Ainda ecoa, pelo velho e querido terreiro, o brado de seu Caboclo, o ca-chimbo do Preto-velho perfuma o ambiente, a gargalhada do Exu ainda impressiona, a alegria do Erê emociona a ele e a todos...

Enfim, sente-se útil ao trabalhar. Hoje não tem gira. O terreiro está limpo, as velas estão acessas e tudo parece normal. Resolve adentrar ao terreiro para passar o tempo, perdera a noção das horas. Apura os ouvidos e sente passos a seu redor, percebe que alguém puxa pontos e que o atabaque toca. Ele está de costas para todos e de frente para o congá. O cheiro da defumação invade suas narinas...

Seus olhos se enchem de lágrimas na mesma proporção que seu coração se enche de alegria. Estranhamente, não sente coragem ou vontade de olhar para trás, apenas canta junto os pontos. Fixa seus olhos nas imagens do altar, fecha os olhos e ainda assim vê nitidamente o con-gá, parece que percebe o movimento do terreiro aumentar.

Vira de costas para o congá e a cena o surpreende: vê Caboclos, Boiadeiros, Pretos-velhos, Marujos, Baianos, Erês e toda uma gama de Guias... Até Exus e Pomba-giras estão ali na porteira. Se dá conta que os vê como são, não estão incorporados. Todos lhes sorriem amavel-mente.

Dentre tantos Guias, percebe aqueles que incorporam nele desde criança. Tenta bater cabeça em homenagem a eles, mas é impedido. O Caboclo, seu guia de frente, se adianta, lhe abraça, brada seu grito guerreiro... Os demais o acompanham. O velho pai de santo não agüenta e chora emocionado... As lágrimas lhe turvam a vista. Fecha seus olhos e ao abrí-los todos os guias ainda permanecem em seus lugares embora calados... Nota uma luz brilhante em sua direção, Yansã e Omolu se aproximam, seu Caboclo os saúda e é correspondido. A luz o envolve completamente. Já não se sente mais velho. Na verdade sente-se jovem como nunca. Seu corpo está leve e ele levita em direção à luz. Todos os guias fazem reverência... O terreiro vai ficando longe envolto em luz... Ele sorri alegre... A missão esta-va cumprida... No dia seguinte, encontram seu corpo aos pés do congá. Tinha nos lábios um sorri-so...

Marco Boeing - Associação Espiritualista Mensageiros de Aruanda - Curitiba-PR [email protected]

De Olhos Fechados

Se dá conta que os vê como são, não estão incorporados. Todos lhes sorriem amavelmente

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Se somos pessoas religiosas, ou seja, se temos uma religião, espera-se de nós atitudes compatíveis com esta condição. Em função disto já que sou umbandista, falo de minha religião e sobre o que é esperado de seus praticantes. Muitos falam apenas na conduta esperada no médium antes e durante as sessões ou giras, mas quase nada se fala do depois da gira e normalmente o que é falado é sobre o imediatamente após a gira ou no máximo 24 horas após o término da sessão. Não podemos e nem devemos ser umbandistas durante as 48 horas que giram em torno de uma sessão, mas sim 24 horas por dia e 7 dias por se-mana. Mas isso é no sentido da conduta no nosso dia-a-dia. O quanto nos pre-ocupa a caridade, o amor, a fraternidade e o respeito pelo próximo, o quanto disto tudo faz parte de nossos corações e mentes, verdadeiramente. Não adianta de absolutamente nada banhos, defumadores, preceitos preparatórios para as sessões, se quando a mesma termina, trocamos nossa roupa e esquecemos todas as palavras e orientações recebidas durante a ses-são, saímos do centro achando que nossa missão e papel terminaram ali e conseqüentemente não aplicamos o nosso aprendizado. A Umbanda é extremamente prática e nós temos obrigação de execu-tarmos essa praticidade.. Como? Tendo uma conduta compatível com a nossa religiosidade dentro e fora do terreiro. As defesas de um terreiro não serão abaladas pela conduta inconse-qüente de alguns médiuns, mas as defesas do médium sim. Daí advém proble-mas que alguns médiuns passam e ainda tem a coragem de afirmar que "tomou o banho" direitinho, que firmou o Anjo da Guarda direitinho, etc, etc... Ou ainda, o que considero pior: dizem que não merecem isso ou aquilo e que a “Banda” deles tem a obrigação de resolver!! Desculpas! Meras e tolas desculpas, que servem apenas para ajudar a mascarar a verdade. E qual é a verdade que estou me referindo? A verdade que alguns médiuns e dirigentes acreditam que preceitos e oferendas substitu-em conduta moral correta, honestidade de propósitos, caridade e humildade! Não! Em absoluto não! Não há banho, trabalho, preparo, despacho, o-ferenda, amaci, que substitua um coração nobre, caridoso, honesto e sincero! Para que os preceitos de Umbanda surtam efeito é fundamental a coerência entre o que está sendo feito e quem está fazendo ou recebendo. Urge que nos tornemos aparelhos melhores. Preocupe-se menos com oferendas e mais com conduta moral. Aprenda primeiro a “oferendar-se”, pois como disse o Caboclo Pery na mensagem Oferendas Para Orixás somos a me-lhor oferenda que podemos dar aos nossos guias e mentores, mas eu digo, que precisamos ser dignos de sermos oferendados. Lembre-se: somos os únicos responsáveis pelas companhias invisíveis que atraímos e mantemos. Cabe a cada um de nós respeitar a Umbanda atra-vés de atos nobres, corretos e coerentes com Ela dentro e fora do terreiro, pois não agindo assim, tornamo-nos os piores detratores de nossa própria reli-gião, e para cada um de nós existe uma conduta esperada coerente com o fato de sermos umbandistas, e a intolerância e a vaidade não fazem parte dela.

Iassan Ayporê Pery Dirigente do CECP - Centro Espiritualista Caboclo Pery Mensagem a ser publicada no livro "Umbanda - Mitos e Realidade" (no prelo)

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CONDUTA ESPERADA

As defesas de um terreiro não serão abaladas pela conduta inconseqüente de alguns médiuns, mas as defesas do médium sim.

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A Umbanda é extremamente prática

somos os únicos responsáveis pelas companhias invisíveis que atraímos e mantemos.

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Amigos, em meio a tantas discussões quero deixar aqui um registro de como é a Umbanda que conheci, aprendi, pratico e tento passar a aqueles que me acompanham. A Umbanda que pratico e tento ensinar, é pura e simples, sem conceitos cósmicos e metafísicos, sem teorias helênicas, despida de vaidades e preconcei-tos. A Umbanda que pratico e tento ensinar, não aceita que para ajudar al-guém ou dar evolução a um ser espiritual, precisemos sacrificar outro ser, pois entendo que a Umbanda é antes de tudo uma celebração à vida. A Umbanda que pratico e tento ensinar, acolhe a todos da mesma forma, seja qual for sua cor, orientação sexual, posição social e religião. A Umbanda que pratico e tento ensinar, não quer servos ou escravos, quer sim pessoas de boa vontade, pessoas que venham com o coração aberto, pessoas que entendam que não devem vir para a Umbanda pensando somente em melhorar a sua vida, mas sim pessoas que entendam que ajudando a melho-rar um pouco que seja este mundo, vão com certeza receber sua parte nesta me-lhora. A Umbanda que pratico e tento ensinar, não quer ninguém vivendo “DA RELIGIÃO” e nem “PARA A RELIGIÃO”, quer sim que vivamos “A RELIGIÃO” em toda sua plenitude. Na Umbanda que pratico e tento ensinar, Orixás e entidades, não nos tra-tam como empregados ou meros “cavalos”, eles nos tratam como companheiros de jornada, não nos fazem exigências absurdas e respeitam nossos limites e nos-so livre arbítrio. Na Umbanda que pratico e tento ensinar, sabemos que a caridade é im-portante, mas não só a material, entendemos que a maior caridade que podemos fazer é sermos as melhores pessoas o possível, passando isto a quem nos procu-ra. A Umbanda que pratico e tento ensinar, nos incentiva a estudar e apren-der cada vez mais, pois entendo que não devem existir segredos em uma coisa tão bela como esta religião. A Umbanda que pratico e tento ensinar, é uma Umbanda que não assusta ninguém, não causa medo, ao contrario traz o prazer e a alegria para dentro do terreiro. Na Umbanda que pratico e tento ensinar, na há lugar para a soberba, os títulos e cargos são meras referências, sem aquela idéia de que quem os possui é melhor que os outros. Desculpem a extensão do texto mas senti que deveria dividir com vocês como é a Umbanda que eu amo... Desculpem-me também aqueles que pensam diferente, e se sentiram ofendidos em algum momento...

Marco Boeing Associação Espiritualista Mensageiros de Aruanda - Curitiba-PR

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A UMBANDA QUE EU AMO

a maior caridade que podemos fazer é sermos as melhores pessoas o possível, passando isto a quem nos procura

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Antes de "ter" um corpo, o homem "é" uma fração infinitesimal da consciência universal, uma centelha divina que ao encarnar recebe o nome de alma. Durante sua escalada evolutiva a centelha divina encontra as energias específicas para sua manifestação na matéria. A alma, consciência divina propicia a coesão dessas energias por meio de pontos focais que recebem o nome de chakras, palavra sânscrita que significa roda. Os chakras são estruturas energéticas oriundas de fontes superiores com aparência de flores girando constan-temente. A velocidade desse movimento vai indicar o grau de evolução da criatura. Além disso os chakras mais próximos da energia do cosmo tem, normalmente, velocidade maior que a dos chakras que se ligam com maior intensidade às energias telúricas, que vem da Terra. Vários são os chakras existentes, variando sua denominação e número total, de acordo com os autores estuda-dos. Os mais importantes, no entanto, são: básico, esplênico, gástrico, cardíaco, laríngeo, frontal e coronário. 1-Chakra básico, genésico ou fundamental (MUDLADHARA) - está localizado no períneo, na base da coluna ver-tebral. Está relacionado com as glândulas supra-renais, cujos hormônios são parte essencial de manutenção da vida no corpo. Possui força vitalizadora conhecida como kundaline; essa força revigora o sexo e também pode ser transformada em vigor mental, alimentando outros centros. 2-Chakra esplênico (SVADDISTHANA) - situado na altura do baço. Está intimamente relacionado à circulação sangüínea. É responsável pela vitalidade do organismo pois absorve o prana (vitalidade do sol) e o distribui pelo corpo; é nesse chakra que os espíritos inferiores se ligam (obsessões) e sugam toda a energia vitalizadora do indivíduo (vampirismo). 3-Chakra gástrico ou umbilical (MANIPURA) - responsável pela absorção de elementos extraídos da atmosfera que vitalizam o sistema digestivo; controla o funcionamento do sistema vago - simpático. É responsável pelas emoções. Neste chakra é que se operam as ligações, por fio fluídico, de espíritos sofredores e obsessores, nas reuniões mediúnicas. 4-Chakra cardíaco (ANAHATA) - localiza-se na altura do coração físico, sobre o plexo cardíaco; sua função princi-pal é governar o sistema circulatório, presidindo à purificação do sangue nos pulmões e ao envio de oxigênio a todas as células. Comanda os sentimentos, mas nos indivíduos menos evoluídos, deixa-se influenciar pelas vibrações do chakra umbilical, que transfere para o cardíaco as emoções inferiores. 5-Chakra laríngeo (VISHUDDHA) - está localizado na garganta, mais ou menos na altura da tireóide; responsá-vel pela emissão da voz e pelo controle de certas glândulas endócrinas. O desenvolvimento desse chakra apu-ra não só a emissão da voz, que se torna agradável e musical, como ainda a pronúncia das palavras. 6-Chakra frontal (AJÑA) - Está localizado entre as sobran-celhas; corresponde à glândula pituitária ou hipófise que tem função coordenadora de todas as outras glândulas endócrinas. É responsável pela clareza do raciocínio e pe-la percepção intelectual; comanda os cinco sentidos. 7-Chakra coronário (SAHASHARA) - está localizado no alto da cabeça, na direção da glândula pineal, a que corres-ponde. É o sintonizador das intuições provenientes do mundo espiritual. É o elo entre a mente espiritual e o cére-bro físico. Referências bibliográficas http://caminheirosdaluz.vilabol.uol.com.br/passes.htm http://www.geocities.com/Vienna/Strasse/5774/Chakras.htm http://www.geocities.com/Baja/Dunes/4700/chakras1.htm Paulo C. L. Vicente Templo Espiritualista Sol e Esperança Templo Espiritualista Anita Zippin Curitiba - PR [email protected]

CHAKRAS ou CENTROS DE ENERGIA

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CHAKRAS ou CENTROS DE ENERGIA (resumo)

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Toda iniciativa que vise divulgar e assim fortalecer a Umbanda merece o meu incondicional apoio. Umbandista há mais de 30 anos, venho procurando, ao longo desse tempo, desempenhar bem as minhas funções dentro dos trabalhos espirituais e, no coti-diano, procuro conciliar os meus compromissos diários com os assuntos relacio-nados à minha crença, à minha fé, visando sempre o seu engrandecimento. Eu entendo que a Umbanda é uma grande obra em fase de acabamento e nós, umbandistas de hoje e que tenham a visão do futuro, somos os operários encar-regados de fazê-lo. Não é um trabalho braçal, mas, de amor, de dedicação, de respeito e de pro-funda fé. É preciso ter consciência da imensa responsabilidade que cabe a cada um de nós nessa empreitada, não havendo lugar, nesta hora, para sentimentos menores e individualistas. Os verdadeiros umbandistas devem ter comprometimento, espírito de união e desprendimento com a causa. Para compreender a Umbanda é preciso muito estudo e pesquiza, aliando conhecimento com a capacidade de decifrar as mensagens de Deus contidas nos e-maranhados dos acontecimentos históricos. É uma parábola. Jesús expressava-se por parábolas. Ele assim procedia para ensinar os homens a pensar, a raciocinar e pelo ra-ciocínio fazer o homem encontrar a razão, a causa, o verdadeiro, o sentido oculto das coisas. E por mais que muitos se achem como os “donos da verdade”, o certo é que poucos são os “escolhidos” para entendê-la na sua verdadeira acepção. Como se diz popularmente que “duas cabeças pensam melhor do que uma”, essa iniciativa do Irmão Paulo de criar o Correio da Umbanda é uma excelente oportu-nidade de se juntar, não apenas “duas cabeças”, mas, “várias cabeças” para juntos procurarmos o melhor caminho que deveremos trilhar. Tenho ouvido falar muito em “respeito à diversidade” e outras teses. Particularmente, eu defendo a unidade. Unidade no sentido de identidade, identificando, fortalecendo e consolidando os seus fundamentos. Na diversidade não há identidade própria, pois, pressupõe várias tendências e sem identidade não existe unidade. Quando não há unidade, qualquer movimento acaba se tornando fraco e sem consistência. Entendo que é preciso haver um intenso intercâmbio entre os umbandistas responsáveis para estabelecermos os objetivos a serem alcançados. Estou, desde já, colocando-me à disposição de todos os Terreiros para partici-par de reuniões de trabalho ou para realizar palestras. Da mesma forma, o nosso Grupo estará à disposição de quem queira vir com o mesmo propósito. Serão muito bem-vindos ! SARAVÁ, MEUS IRMÃOS !

Eduado Okazaki - Ogan de Terreiro Templo Espiritualista Sol e Esperança

Templo Espiritualista Anita Zippin - Curitiba - PR [email protected]

UNIDADE

Na diversidade não há identidade própria, pois, pressupõe várias tendências e sem identidade não existe unidade

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Tenho ouvido falar muito em “segredos de Umbanda”. Se-gundo alguns dirigentes, estes segredos não podem ser revelados. Alguns inclusive se irritam quando são questionados sobre deter-minados assuntos, e quando não se recusam a responder, sim-plesmente o fazem de maneira vaga, com a famosa frase “..É as-sim mesmo...”. Tenho uma opinião sobre isto, acredito que dirigentes que criam segredos para a Umbanda o fazem por dois motivos: - ou o fazem por não querer dividir seu saber com os outros, achando que assim vão conseguir manter sua superioridade, como “detentor dos segredos da Umbanda”, conseguindo assim manter seu pretenso poder sobre um grupo. - ou o fazem por também não saberem as respostas, e não ter a humildade de reconhecer isto, como também não tem o inte-resse de as procurarem, achando que a obrigação disto é das enti-dades, ou que o estudo em nada vai contribuir para seu “desenvolvimento”. Seja qual for o motivo, os tais “segredos de Umbanda”, ao meu ver é um dos grandes motivos da debandada de médiuns dos terreiros, pois os tempos hoje são outros, e temos em nossos ter-reiros pessoas cada vez mais ávidas por conhecimentos, e se não oferecermos isto a eles, com certeza eles vão procurá-los em ou-tros locais. Pai Tomas, Preto Velho o qual tenho a honra de servir como aparelho, usa uma frase que sintetiza tudo isto: “O verdadeiro sábio não é aquele que recolhe para si todo o conhecimento, o verdadeiro sábio é aquele que esta sempre divi-dindo o pouco que aprende...”. Pensem nisto Amigos Dirigentes, acabem com estes “segredos”, antes que eles acabem com a Umbanda. Marco Boeing Associação Espiritualista Mensageiros de Aruanda Curitiba-PR [email protected]

SEGREDOS DE UMBANDA

o verdadeiro sábio é aquele que esta sempre dividindo o pouco que aprende

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Ontem (26/06) a tarde estávamos num churrasco de confraternização da ASSE-MA, no qual alem dos médiuns, estavam também alguns amigos da "casa". Já havia anoi-tecido e entre uma musica tocada ao violão e uma colherada de um delicioso caldo de peixe, um rapaz que quase sempre está na assistência dos trabalhos, senta ao meu lado e me pergunta se eu poderia definir numa palavra apenas, a coisa mais importante para a realização de um bom trabalho de umbanda. Confesso que fui pego de surpresa, pois nunca havia parado para pensar nisto, ou pelo menos desta maneira. Sempre achei que eram vários os fatores que levavam a este fim. Confessei a ele a minha dificuldade e pedi para me deixar refletir um pouco, pois me conhecendo bem, sabia que muito mais do que responder a ele, teria de achar a res-posta para eu mesmo. Depois de pensar um pouco cheguei a minha conclusão, a palavra que eu esco-lhera é HARMONIA. E por incrível que pareça me foi mais fácil do que eu imaginava... Foi só fazer um balanço mental dos trabalhos realizados... Para termos um bom trabalho, necessitamos muito de harmonia... Harmonia entre os médiuns da corrente, para que todos caminhem para o mesmo lado. Harmonia nos pontos cantados, para que a vibração que deles emana seja a me-lhor possível. Harmonia entre a Hierarquia da casa e os médiuns, para não ocorrer choques de vaidades. Harmonia no espaço físico, deixando o mesmo limpo e "descarregado". E o principal, Harmonia entre os fundamentos da casa e a verdadeira Essência da Umbanda. Esta é uma auto-crítica. Estou a tanto tempo nesta caminhada, e foi preciso al-guem de fora para me fazer pensar nisto...

AS VEZES EU PENSO Muitas vezes me pego pensando no que me levou a ser Umbandista, e nos últi-mos tempos isto tem sido mais constante. Sempre tenho muitas alternativas, mas invariavelmente chego sempre a mesma conclusão: sou Umbandista por que esta religião me permite praticar o bem, ajudar quem precisa, ela me fez crescer e aprender a amar a vida, me ensinou a enxergar o mundo de uma forma diferente, alargando meus horizontes, não me deu riquezas materiais, mas me deu Paz e me fez conhecer algumas das melhores pessoas que já passaram ou ainda estão presentes em minha vida, e olha que algumas eu nem conheço pessoalmente. Aprendi como princípios básicos desta religião O Amor, A Fé , A Humildade e A Caridade, e foi a Umbanda com estes princípios que aprendi a amar. Aí, de repente, eu vejo pessoas escrevendo ou falando sobre entidades de "umbanda", principalmente sobre nossos Guardiões (Exus), e alguns afirmando que os mesmos podem fazer o mal, por que "é de sua natureza". Novamente me pego pensando: se a Umbanda que conheço é tudo isto que des-crevi acima, como é que ela aceita em suas fileiras entidades que estejam abertas a prati-car o mal ? Será que ai não existe uma tendência, dos médiuns e das casas que permitem estas práticas, e por conseqüência se afinizam com entidades que nada tem haver com a Umbanda verdadeira ? Acho que cabe uma reflexão ...

Marco Boeing Associação Espiritualista Mensageiros de Aruanda - Curitiba-PR

HARMONIA

Estou a tanto tempo nesta caminhada e foi preciso alguém de fora para me fazer pensar nisso

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Correio da Umbanda - Edição 1 - Janeiro/2006

Inconcebível. Assim podemos definir o comportamento de alguns umbandistas, ou ditos umbandistas, no tocante a certos hábitos e posturas que denigrem a si, como membros de um segmento religioso que são, e mais grave, maculam o SAGRADO NOME DA UMBANDA. Do que se trata? Trata-se de um assunto muito sério e que merece especial atenção de dirigentes, médiuns e assistentes que compõe este maravilhoso corpo religioso nominado UM-BANDA. É que, movidos por ignorância, descriminação e preconceito em relação a nossa religião, sempre fomos vistos pelos inimigos do Umbanda como macumbeiros, termo pejorativo utilizado para desqualificar as nossas práticas religiosas. E a situação se agrava na medida em que alguns integrantes de nossa religião, quando vítimas de tal impropério, ao invés de reagirem, repudiarem e repelirem esta investida maléfica, acabam silenciando, ou pior, absorvendo a ofensa como algo natural, achando graça e rindo da estampa negativa que lhes colam na testa. E você, amigo leitor, pensa que para por aí? Não, não para! Porque infelizmente temos maus umbandistas dentro da religião. Dissociados das verdadeiras bases e diretrizes da Umban-da, e num misto de irresponsabilidade e falta de consciência religiosa, quando indagados sobre qual religião professam, respondem da seguinte forma: “Ah! Sou macumbeiro”, ou ainda em dias de sessão de no terreiro, quando exclamam: “Hoje vou à macumba”. Para estes que assim agem vai o devido esclarecimento, necessário para que não mais incorram neste lamentável equívoco. 1. Macumba é um termo utilizado por determinada etnia africana para designar certo tipo de árvore em torno da qual se desenvolviam certas práticas religiosas; 2. Da madeira da árvore retro citada eram confeccionados instrumentos de percussão se-melhantes ao atabaque e ao reco-reco, também nominados de macumba; 3. No final do século XIX e início do século XX, o termo macumba foi associado a qual-quer prática religiosa de origem africana onde houvesse o uso de instrumentos de percussão, e que tivesse como finalidade à prática da magia para fins negativos; 4. A Umbanda, nada tendo a ver com tal quadro, passou a sofrer os efeitos deletérios de tal ofensa, fato que teve co-causas à omissão das ditas elites Umbandistas em dar ao Movimen-to Umbandista os devidos esclarecimentos doutrinários e os instrumentos básicos de defesa an-te a eventuais ataques; 5. Que por conta de falta de preparo de alguns (ou muitos) dirigentes Umbandistas e da ausência de interesse de médiuns e assistentes em se esclarecerem acerca da religião que se-guem, tal ofensa ainda se faz presente. Irmão umbandista de fato e de direito, analise as informações aqui contidas. Se estiver de acordo com seu conteúdo junte-se a nós nesta grande missão de orientação aos nossos irmãos menos informados, no tocante a explicar-lhes sobre os inconvenientes em se intitularem macum-beiros; da ofensa em serem rotulados pelo mesmo nome; e os prejuízos que tais fatos trazem a nossa crística Umbanda. Como verdadeiro filho de Umbanda que é, dê um pouco de luz aos seus irmãos de fé. Di-ga-lhes com muito orgulho: Somos Umbandistas, graças a Deus !! Saravá Umbanda !!! Publicado no site Jornal Umbanda Hoje Dimas Basílio www.jornalumbandahoje.com.br Templo Espiritualista Sol e Esperança Templo Espitualista Anita Zippin [email protected]

UMBANDISTAS, GRAÇAS A DEUS

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Correio da Umbanda - Edição 1 - Janeiro/2006

Ao nos aproximarmos do centenário da “Apresentação oficial” da Um-banda ao plano material, constatamos que infelizmente nossa religião continua a margem da sociedade, não por ser uma religião marginal, mas sim por que os próprios umbandistas a negam.

Assim como Pedro negou Jesus por três vezes, os umbandistas também negam sua religião em várias oportunidades, quase todos os dias.

Não nos cabe julgar os que tomam esta atitude, mas sim tentar enten-der por que eles o fazem.

Será que isto não ocorre por causa da falta de esclarecimentos sobre sua religião que deveriam ser passados pelos dirigentes a estes irmãos, dei-xando-os assim sem argumentos para manter uma discussão quando questio-nados sobre sua religião?

Será que não é por causa da vergonha que estes irmãos sentem em relação ao que é mostrado na mídia sobre a Umbanda, que é demonizada dia após dia?

Será que não é por falta de união e respeito entre os próprios umban-distas, que muitas vezes não se colocam como irmãos de fé mas sim como “concorrentes comerciais”?

Seja qual for o motivo, a realidade é uma só: somos todos culpados por isto.

Somos nós “Umbandistas” que não ensinamos aos mais novos, e não explicamos para nossa assistência o significados de determinados atos realiza-dos durante os trabalhos, pois estas coisas são “segredos de umbanda”

Somos nós “Umbandistas” que sujamos esquinas, matas, rios, praias, etc, com restos de oferendas e coisas que não tem o menor fundamento co-mo: garrafas, pratos, alguidares, vidros, ponteiras, restos de animais, etc.

Somos nós “Umbandistas” que colocamos anúncios em jornais prome-tendo “milagres” mediante algum tipo de pagamento.

Somos nós “Umbandistas” que não nos preocupamos com o que vamos fazer em nossas casas, se é para o bem ou para o mal, jogando toda a res-ponsabilidade sobre as “entidades”.

Somos nós “Umbandistas” que sempre que se fala em união logo torce-mos o nariz, e antes mesmo de ouvir as idéias já as classificamos como absur-das.

Sei que muitos vão se identificar com as situações descritas acima, al-guns vão aceitá-las e outros vão criticá-las, mas este é meu pensamento.

Por que não tomamos a iniciativa de criar ações e eventos que mostrem para a sociedade o que é a verdadeira UMBANDA, e quem são os verdadeiros UMBANDISTAS ?

Por que não colocamos nosso “branco” e mostramos a nossa cara ?

Por que não vamos para a rua como UMBANDISTAS que somos ?

Esta aberta à temporada de reflexão ...

Marco Boeing Associação Espiritualista Mensageiros de Aruanda - Curitiba-PR

[email protected]

UMBANDA NA RUA

Por que não tomamos a iniciativa de criar ações e eventos que mostrem para a sociedade o que é a verdadeira UMBANDA

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Correio da Umbanda - Edição 1 - Janeiro/2006

O Templo Escola Vovó Cambinda é um dos Templos que integram a dinâmi-ca do Movimento Umbandista, na busca pela unidade e pela síntese perdida, des-de sua reimplantação no plano terrestre, em 08/12/1982.

Localizado no Sul do Brasil, em Curitiba/PR, o TEVC vem desempenhando a importante função (juntamente com diversos outros Templos) de aproximar os um-bandistas, independentemente dos aspectos e das diferenças rito-litúrgicas, pois entende que as semelhanças e os fundamentos são mais relevantes que as dife-renças e os aspectos externos/ritualísticos.

Ao longo de nossa história, buscamos conhecimentos, vivências e alianças em diversas fontes. Alguns exemplos (entre muitos outros): Tenda Espírita Yoriel (Sua Bênção Pai Gabriel!), Tenda Espírita São Sebastião (Mucuiú Pai Ferro!), Terreiro de Umbanda do Pai Maneco (Axé Pai Guimarães!), Centro de Estudos Holísticos de Curitiba (Saravá Mãe Fanny!), Templo Espiritualista Anita Zippin (Saravá Mãe Ma-galy!), Associação Espiritualista Mensageiros da Aruanda (Salve Pai Marco!).

Além de Templos Umbandistas, o TEVC sempre teve penetrância no meio acadêmico (Faculdades Integradas “Espírita”, Universidade Federal do Paraná e ou-tras), promovendo Congressos e Workshops, sempre com a intenção de aproximar à realidade espiritual da realidade material (em suas dimensões: cultural, cien-tífica, filosófica, artística e mesmo política).

Desde sua fundação, pela Sacerdotisa-Raiz Yabacy (Mãe Nancy Machado de Aguiar), preocupa-se em agregar aspectos filosóficos, conceitos científicos, mani-festações artísticas e rituais espiritualistas. Isso porque entende que as quatro grandes bases do Conhecimento Humano (filosofia, ciência, arte e religião) são ex-pressões e manifestações do Sagrado.

Somos pela Síntese, pois esta é como o ápice de uma pirâmide, para onde ca-minham suas quatro faces, de maneira convergente, pacífica e gradual. Somos pela Convergência, pois só ela poderá nos remeter à concórdia e à união, fatores tão im-portantes para que nós, umbandistas, possamos ter representatividade social e cultural.

Não poderíamos deixar de mencionar a Ordem Iniciática do Cruzeiro Di-vino e a Faculdade de Teologia Umbandista, ambas em São Paulo e conduzidas por Mestre Yamunisiddha Arhapiagha (Francisco Rivas Neto), com as quais mante-mos contato profundo e salutar. “Aranauam” aos Irmãos da OICD e da FTU! Sua Bênção, Arhapiagha!

Em relação à sua dinâmica interna, o Templo Escola Vovó Cambinda desen-volve atividades diversas.

Em primeiro lugar, e o mais importante, atividades de cunho iniciático (vivências, rituais e ensinamentos que colocam o aprendiz iniciado em contato dire-to com o Sagrado e com a Realidade Una).

Além destas, reservadas aos membros e iniciados, o Templo desenvolve ritos públicos, transformando-se em verdadeiro “ambulatório da fé e da alma” ou “pronto socorro espiritual”, com consultas, bênçãos, vibrações dos Emissários do Astral Superior (Crianças, Caboclos, Pais Velhos e Exus), sob a direção espiritual de Zezinho d’Angola, de Caboclo Senhor Serra Negra, de Vovó Cambinda e do Guardião do Templo Senhor Veludo.

Desenvolvemos também aulas, cursos e palestras, levando a todos os inte-ressados um pouco de nossa mensagem e de nossa doutrina, revelada pelo Astral Superior.

Receberemos todos os irmãos planetários, em especial os irmãos umbandis-tas, pois é chegada a hora de nossa união. Haverá um dia em que os Templos serão da Umbanda e não apenas dos umbandistas. Até lá, trabalhemos para que assim seja...

Aranauam, Saravá e Ashé ... Mãe Rosangela de Oshossi Thomé Sabbag Neto Dirigente Espiritual do TEVC [email protected]

RAÍZES ESPIRITUAIS E PROPÓSITOS

As semelhanças são mais relevantes que as diferenças

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O Templo Escola Vovó Cambinda é um dos Templos que integram a dinâmi-ca do Movimento Umbandista, na busca pela unidade e pela síntese perdida, des-de sua reimplantação no plano terrestre, em 08/12/1982.

Localizado no Sul do Brasil, em Curitiba/PR, o TEVC vem desempenhando a importante função (juntamente com diversos outros Templos) de aproximar os um-bandistas, independentemente dos aspectos e das diferenças rito-litúrgicas, pois entende que as semelhanças e os fundamentos são mais relevantes que as dife-renças e os aspectos externos/ritualísticos.

Ao longo de nossa história, buscamos conhecimentos, vivências e alianças em diversas fontes. Alguns exemplos (entre muitos outros): Tenda Espírita Yoriel (Sua Bênção Pai Gabriel!), Tenda Espírita São Sebastião (Mucuiú Pai Ferro!), Terreiro de Umbanda do Pai Maneco (Axé Pai Guimarães!), Centro de Estudos Holísticos de Curitiba (Saravá Mãe Fanny!), Templo Espiritualista Anita Zippin (Saravá Mãe Ma-galy!), Associação Espiritualista Mensageiros da Aruanda (Salve Pai Marco!).

Além de Templos Umbandistas, o TEVC sempre teve penetrância no meio acadêmico (Faculdades Integradas “Espírita”, Universidade Federal do Paraná e ou-tras), promovendo Congressos e Workshops, sempre com a intenção de aproximar à realidade espiritual da realidade material (em suas dimensões: cultural, cien-tífica, filosófica, artística e mesmo política).

Desde sua fundação, pela Sacerdotisa-Raiz Yabacy (Mãe Nancy Machado de Aguiar), preocupa-se em agregar aspectos filosóficos, conceitos científicos, mani-festações artísticas e rituais espiritualistas. Isso porque entende que as quatro grandes bases do Conhecimento Humano (filosofia, ciência, arte e religião) são ex-pressões e manifestações do Sagrado.

Somos pela Síntese, pois esta é como o ápice de uma pirâmide, para onde ca-minham suas quatro faces, de maneira convergente, pacífica e gradual. Somos pela Convergência, pois só ela poderá nos remeter à concórdia e à união, fatores tão im-portantes para que nós, umbandistas, possamos ter representatividade social e cultural.

Não poderíamos deixar de mencionar a Ordem Iniciática do Cruzeiro Di-vino e a Faculdade de Teologia Umbandista, ambas em São Paulo e conduzidas por Mestre Yamunisiddha Arhapiagha (Francisco Rivas Neto), com as quais mante-mos contato profundo e salutar. “Aranauam” aos Irmãos da OICD e da FTU! Sua Bênção, Arhapiagha!

Em relação à sua dinâmica interna, o Templo Escola Vovó Cambinda desen-volve atividades diversas.

Em primeiro lugar, e o mais importante, atividades de cunho iniciático (vivências, rituais e ensinamentos que colocam o aprendiz iniciado em contato dire-to com o Sagrado e com a Realidade Una).

Além destas, reservadas aos membros e iniciados, o Templo desenvolve ritos públicos, transformando-se em verdadeiro “ambulatório da fé e da alma” ou “pronto socorro espiritual”, com consultas, bênçãos, vibrações dos Emissários do Astral Superior (Crianças, Caboclos, Pais Velhos e Exus), sob a direção espiritual de Zezinho d’Angola, de Caboclo Senhor Serra Negra, de Vovó Cambinda e do Guardião do Templo Senhor Veludo.

Desenvolvemos também aulas, cursos e palestras, levando a todos os inte-ressados um pouco de nossa mensagem e de nossa doutrina, revelada pelo Astral Superior.

Receberemos todos os irmãos planetários, em especial os irmãos umbandis-tas, pois é chegada a hora de nossa união. Haverá um dia em que os Templos serão da Umbanda e não apenas dos umbandistas. Até lá, trabalhemos para que assim seja...

Aranauam, Saravá e Ashé ... Mãe Rosangela de Oshossi Thomé Sabbag Neto Dirigente Espiritual do TEVC Iniciado do TEVC [email protected] [email protected]

Correio da Umbanda - Edição 1 - Janeiro/2006

Nós Umbandistas, exigimos respeito das outras religiões e segmentos da sociedade, ficamos indignados, quando falam mal de alguma coisa referen-te a nossa religião, criamos movimentos, mas... Como vamos exigir respeito se nós mesmos não nos respeitamos ? Como vamos cobrar igualdade se dentro de nossa própria religião so-mos preconceituosos com aqueles que pensam e/ou agem diferente de nós ? Se não aceitamos criticas ? Alguns umbandistas se acham a “ultima coca-cola gelada do sertão”, apenas por ostentarem títulos como “pais”ou “mães”, adoram criticar, mas não aceitam críticas, tornam-se donos da verdade e combatem aqueles que não aceitam estas verdades ... Há alguns dias atrás recebi críticas, ao dizer que antes de criarmos um movimento para cobrar respeito de outros segmentos, deveríamos debater nossa conduta, mas cada vez mais vejo que tinha razão ... Qual é a importância se a Umbanda que pratico adota imagens e a do outro não? Qual é a importância se na Umbanda que pratico acendemos velas ou não? Etc, etc ... O que realmente importa é a essência, o amor, a fé e a seriedade com que ela é praticada, a partir do momento em que começarmos a mostrar isto para a sociedade com certeza seremos respeitados ... Vamos parar de nos tratar como concorrentes comerciais, ou pior con-correntes políticos, e vamos agir como irmão de fé ... Vamos parar de querer censurar irmãos que nos questionam, ou que não concordam com nossas idéias e vamos chamá-los para debate-las ... Vamos parar de usar nossos títulos como garantia de sermos sábios e passar a agir como o que realmente somos APRENDIZES... Penso que se tivéssemos todos o dom da vidência, inúmeras vezes po-deríamos ver nossos amados guias espirituais, tristes, indignados e até cho-rando ao nos ver tomando determinadas atitudes...

Marco Boeing Associação Espiritualista Mensageiros de Aruanda - Curitiba-PR

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NÓS UMBANDISTAS

O que realmente importa é a essência, o amor, a fé e a seriedade com que a Umbanda é praticada

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Correio da Umbanda - Edição 1 - Janeiro/2006

O Templo Escola Vovó Cambinda é um dos Templos que integram a dinâmi-ca do Movimento Umbandista, na busca pela unidade e pela síntese perdida, des-de sua reimplantação no plano terrestre, em 08/12/1982.

Localizado no Sul do Brasil, em Curitiba/PR, o TEVC vem desempenhando a importante função (juntamente com diversos outros Templos) de aproximar os um-bandistas, independentemente dos aspectos e das diferenças rito-litúrgicas, pois entende que as semelhanças e os fundamentos são mais relevantes que as dife-renças e os aspectos externos/ritualísticos.

Ao longo de nossa história, buscamos conhecimentos, vivências e alianças em diversas fontes. Alguns exemplos (entre muitos outros): Tenda Espírita Yoriel (Sua Bênção Pai Gabriel!), Tenda Espírita São Sebastião (Mucuiú Pai Ferro!), Terreiro de Umbanda do Pai Maneco (Axé Pai Guimarães!), Centro de Estudos Holísticos de Curitiba (Saravá Mãe Fanny!), Templo Espiritualista Anita Zippin (Saravá Mãe Ma-galy!), Associação Espiritualista Mensageiros da Aruanda (Salve Pai Marco!).

Além de Templos Umbandistas, o TEVC sempre teve penetrância no meio acadêmico (Faculdades Integradas “Espírita”, Universidade Federal do Paraná e ou-tras), promovendo Congressos e Workshops, sempre com a intenção de aproximar à realidade espiritual da realidade material (em suas dimensões: cultural, cien-tífica, filosófica, artística e mesmo política).

Desde sua fundação, pela Sacerdotisa-Raiz Yabacy (Mãe Nancy Machado de Aguiar), preocupa-se em agregar aspectos filosóficos, conceitos científicos, mani-festações artísticas e rituais espiritualistas. Isso porque entende que as quatro grandes bases do Conhecimento Humano (filosofia, ciência, arte e religião) são ex-pressões e manifestações do Sagrado.

Somos pela Síntese, pois esta é como o ápice de uma pirâmide, para onde ca-minham suas quatro faces, de maneira convergente, pacífica e gradual. Somos pela Convergência, pois só ela poderá nos remeter à concórdia e à união, fatores tão im-portantes para que nós, umbandistas, possamos ter representatividade social e cultural.

Não poderíamos deixar de mencionar a Ordem Iniciática do Cruzeiro Di-vino e a Faculdade de Teologia Umbandista, ambas em São Paulo e conduzidas por Mestre Yamunisiddha Arhapiagha (Francisco Rivas Neto), com as quais mante-mos contato profundo e salutar. “Aranauam” aos Irmãos da OICD e da FTU! Sua Bênção, Arhapiagha!

Em relação à sua dinâmica interna, o Templo Escola Vovó Cambinda desen-volve atividades diversas.

Em primeiro lugar, e o mais importante, atividades de cunho iniciático (vivências, rituais e ensinamentos que colocam o aprendiz iniciado em contato dire-to com o Sagrado e com a Realidade Una).

Além destas, reservadas aos membros e iniciados, o Templo desenvolve ritos públicos, transformando-se em verdadeiro “ambulatório da fé e da alma” ou “pronto socorro espiritual”, com consultas, bênçãos, vibrações dos Emissários do Astral Superior (Crianças, Caboclos, Pais Velhos e Exus), sob a direção espiritual de Zezinho d’Angola, de Caboclo Senhor Serra Negra, de Vovó Cambinda e do Guardião do Templo Senhor Veludo.

Desenvolvemos também aulas, cursos e palestras, levando a todos os inte-ressados um pouco de nossa mensagem e de nossa doutrina, revelada pelo Astral Superior.

Receberemos todos os irmãos planetários, em especial os irmãos umbandis-tas, pois é chegada a hora de nossa união. Haverá um dia em que os Templos serão da Umbanda e não apenas dos umbandistas. Até lá, trabalhemos para que assim seja...

Aranauam, Saravá e Ashé ... Mãe Rosangela de Oshossi Thomé Sabbag Neto Dirigente Espiritual do TEVC [email protected]

O LOCUTÓRIO E A REVELAÇÃO DA ESPIRITUALIDADE

Sem pretender impor nada e sem que nada me tenha sido imposto eu vou aprimorar minha mediunidade bebendo a água de coco durante as incorporações

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As mensagens da espiritualidade acontecem, às vezes, por sinais.

No dia 16 passado foi realizado aqui no nosso terreiro o primeiro encontro de vá-rios pais e mães-de-santo além de numerosa assistência adepta da Umbanda. Esse encon-tro, denominado locutório, patrocinado pelo Conselho Nacional de Umbandista do Brasil (CONUB).

A tônica desses encontros é a troca de idéias e o respeito pelo ritual de cada diri-gente. Não se busca a unanimidade, mas a revelação das informações que cada dirigente tem sobre a religião. O segredo de cada um poderá ser revelado sem que receba nenhuma critica.

Enquanto eu pensava como explicar a todos a simplicidade desse sistema recebi um e-mail do casal Maria de Omolú e Solano de Oxalá. Fundadores da Casa Branca de O-xalá, em Lagoa Santa, Minas Gerais, apresentando um interessante ensaio sobre a Quim-banda.

Em um trecho ela diz “Gostam muito de bebidas voláteis e o aguardente está entre elas ao qual dão o nome de malafo ou marafo, conhaque, cerveja e outras bebidas fortes. As Pomba-Giras gostam de anis e champanhe. Não há necessidade de o médium ingerir a bebida, pois a mesma pode ficar num copo e o Exú ou Pomba-gira trabalhar com a sua energia utilizando o conteúdo astral da bebida.”

Mais adiante consta uma informação que diz assim: “No nosso terreiro temos uns 3 médiuns que não bebem nada (Pertencem ao AAA, ou já foram viciados e deixaram a be-bida). O que eles fazem: deixam no ponto central um cuité com o marafo e bebem água de côco em outro cuité. Trabalhando com a água de côco.

O côco tem uma propriedade enorme na sua essência, primeiro que ele é conside-rado o "sangue vegetal" e segundo que ele tem o plasma da vida. Na guerra do Vietnã, quando faltou sangue para os soldados fazerem transfusão, foi a água de coco que salvou muita gente. Então os Exús ou Pomba-Giras que trabalham com médiuns que não podem beber, trabalham com a água de côco. E ficam satisfeitos, porque a função de uma Entida-de é querer que seu aparelho evolua ou então no seu caso querer o seu bem estar físico.”

Fui um fumante inveterado desde os doze anos e por isso - hoje não tenho duvi-das, fui acometido de um enfarte agudo do miocárdio. Depois do susto, por respeito aos que se incomodaram por mim, deixei de fumar. Como nunca gostei de beber, aproveitei a oportunidade para pedir às entidades que quando incorporadas comigo não bebessem ne-nhuma bebida alcoólica e não fumassem. Fui atendido mas foi determinado pelo Caboclo Akuan que deixasse em seu ponto um coite com marafo para que elas – as entidades, quando precisassem para alguma magia que se servissem dessa bebida.

Só não uso a água de coco, mas daqui para frente vou passar a usá-la, claro com o consentimento das entidades. Sobre a água de coco, meu pai-de-santo desencarnado, Ed-mundo Rodrigues Ferro, dizia-me que a Umbanda combate todos os trabalhos negativos, exceto quando neles foi usado o sangue como energia, pois, segundo ele, para desman-char um campo de forças, um semelhante tem que ser criado.

Durante um trabalho no terreiro o Exu Tranca Ruas das Almas, em mim incorpora-do, fazia um trabalho para desmanchar um negativo, quando foi perguntado por um cam-bone porque ele usava a água de coco no trabalho e ele respondeu que era para criar a mesma força do sangue.

Voltando ao principio do locutório, as entidades deram-me um forte sinal que isso deve ser feito pois, duas polêmicas formas de trabalhar (sem bebida e o uso da água do côco) estão sendo usadas em dois terreiros que não se conheciam.

Sem pretender impor nada e sem que nada me tenha sido imposto eu vou aprimo-rar minha mediunidade bebendo a água de coco durante as incorporações, até para forta-lecer o meu perispírito com uma fonte de energia que deverá ser usada pelas entidades.

Fernando M. Guimarães Terreiro de Umbanda Pai Maneco

Sociedade Espiritualista Edmundo Rodrigues Ferro [email protected]

Correio da Umbanda - Edição 1 - Janeiro/2006

Um dia um jornalista ao entrevistar uma Mãe de santo, perguntou: Quantos filhos sua casa tem ?

A senhora não lhe respondeu como ele esperava, disse que ele deveria acompanhar as atividades do terreiro na próxima semana que ele teria a res-posta.

E assim foi no sábado pouco antes de se iniciarem os trabalhos lá esta-va ele sentado na assistência observando tudo. Viu que havia mais os menos 40 médiuns, quase todos estavam na corrente, prontos para a gira, e aprovei-tavam estes momentos que antecediam o inicio dos trabalhos para mostrarem uns aos outros suas roupas novas, ou pra colocar algum assunto em dia.

Mas notou também que um grupo de cinco médiuns estava em plena atividade arrumando as coisas para o inicio dos trabalhos.

O trabalho foi muito bonito e alegre, quando terminou viu que a grande maioria dos médiuns se apressa em se retirar, uns por que queriam chegar logo em casa, outros por terem algum compromisso.

Notou mais uma vez que aqueles mesmos cinco médiuns que antes do inicio arrumavam as coisas, agora eram os que começavam a limpar e organi-zar o terreiro depois dos trabalhos.

Na segunda feira haveria um momento de estudos no terreiro e ele foi convidado, ao chegar ao local, chovia muito e viu que menos da metade da corrente se fazia presente, novamente notou que aquele cinco estava lá.

Na quinta-feira haveria um trabalho na linha do Oriente, e também passaria na TV um jogo da seleção, novamente bem menos da metade da cor-rente compareceu, mas aqueles cinco estavam entre eles.

No sábado novamente estava sentado na assistência e novamente re-petiu-se o que havia acontecido na semana anterior, os cinco médiuns fazendo os últimos preparativos para o inicio dos trabalhos, e também começaram a limpeza assim que estes se encerraram, e foi no término dos trabalhos que foi chamado pela Mãe de Santo, que lhe perguntou:

Você conseguiu descobrir quantos filhos tem em nossa casa ? Contei 43 minha mãe – respondeu.

Não, filhos verdadeiros tenho cinco. São aqueles que estavam presen-tes em todas as atividades da casa.

E os outros?

Os outros são como se fossem “sobrinhos” de quem gosto muito e que também gostam da casa, mas só visitam a “tia” se não houver nenhum atra-palho ou programa “melhor”, e mesmo vindo muitas vezes ficam contando os minutos para acabar os trabalhos.

O rapaz muito sério perguntou:

E por que a senhora não impõe regras para mudar isto ?

Meu filho a Umbanda não pode ser imposta a ninguém, tem de ser pra-ticado com entrega, o amor à religião não pode ser uma obrigação, ele deve nascer no coração de cada um, e o mais importante a Umbanda respeita o livre-arbítrio de todos os seres ...

E nós, somos “filhos” ou “sobrinhos” de Umbanda ?

Somos Umbandistas em todos os momentos de nossa vida, ou somos Umbandistas somente uma vez por semana durante os trabalhos no terreiro.

Marco Boeing Associação Espiritualista Mensageiros de Aruanda - Curitiba-PR

[email protected]

QUANTOS FILHOS SUA CASA TEM ?

o amor à religião não pode ser uma obrigação, ele deve nascer no coração de cada um, e o mais importante a Umbanda respeita o livre-arbítrio de todos os seres...

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Correio da Umbanda - Edição 1 - Janeiro/2006

História e Estórias

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Centro Espírita Anita Zippin Em vinte e cinco de junho de 1948 deu-se por inaugurada uma casa de orações espí-ritas, ainda sem nome, com a doação de imóvel pertencente ao Dálio, com a finalidade de difusão do espiritismo, por todos os meios e maneiras, subordinado sempre a prática do bem e o amor ao próximo, segundo os estatutos.

Ficou combinado que o primeiro dentre os presentes que desencarnasse daria o nome ao Centro Espírita, sendo madrinha da solenidade a avó Anita.

Pensando muito além, o Dálio colocou a seguinte cláusula:

"A casa é de propriedade de Dálio Zippin que vai doá-la com o respectivo terreno aos seus filhos, com a condição de que não possam onerar ou vender de qualquer forma, o que só será possível quando ditos filhos e seus pais Dálio e Lili, tenham desencarnado e ditos fi-lhos dos seus filhos tenham atingido a maioridade".

A avó Anita veio a falecer a quinze de março de 1949, portanto, ficou expresso que o nome do local passaria a ser "Centro Espírita Anita Zippin", constando em ata as seguintes palavras do Dálio:

"E é com o coração cheio de alegria que na companhia de confrades e amigos dedica-dos, prestamos à nossa companheira e irmã desencarnada, a maior homenagem terrena que lhe poderíamos prestar de termos, com a graça de Deus, cumprido terrenamente com o a-mor filial que lhe devíamos. Que Deus encaminhe o seu espírito e lhe dê as oportunidades que merece".

O Dálio freqüentava o Centro Espírita e fazia trabalhos de "mesa branca", levando to-das as pessoas da família que comungassem da mesma fé. Eu me lembro que, enquanto ele tirava os sapatos e ia circulando ao redor da mesa, pedindo a proteção dos guias para a ses-são, uma Anita de apenas seis anos sentia que algo a chamava para auxiliar as pessoas que ali estavam à procura de um conforto espiritual.

Voltei ao Centro Espírita somente depois de adulta, numa noite em que senti que de-veria ir até lá. Quando cheguei, todos vestiam branco e os trabalhos estavam terminando. Conscientemente, eu estava toda de preto e me aproximei das pessoas dizendo:

- "Eu sou Anita Zippin! Enquanto existirem lágrimas, ela estará presente! "

Não sei o que, nem quem me levou a este ato. Quem sabe, um dia, terei a explicação de ser a portadora de tal recado.

Quando o Dálio desencarnou, em seu velório, duas pessoas me procuraram e relata-ram que nos trabalhos da noite anterior no Centro Espírita, as velas haviam se apagado, sem vento. E que, naquele instante, todos choraram !

Era prova concreta de que alguém ligado ao Centro estaria desencarnando. E me de-ram total certeza de que agora existia mais uma força espiritual a auxiliar aquela Casa de Paz. Era o Dálio Zippin. Texto extraído do livro O Dálio que eu vi Anita Zippin Monteiro da Silva Outubro de 1986

Paulo C. L. Vicente Templo Espiritualista Sol e Esperança

Templo Espiritualista Anita Zippin Curitiba - PR

[email protected]

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Templos, Grupos e Instituições

Centro Espiritualista Caboclo Pery Fundado em 23 de setembro de 1998

Rua 21, Quadra 30, Lote 10 Loteamento Maravista - Itaipu - Niterói-RJ

http://www.caboclopery.com.br

Dirigente: Mãe Iassan Ayporê Pery [email protected]

Associação Espiritualista Mensageiros de Aruanda Fundado em 5 de dezembro de 2003

Rua Marcílio Dias, 433 - Bairro Alto - Curitiba-PR

Dirigentes: Marco Boeing e Fátima Boeing [email protected]

Os trabalhos são realizados aos sábados, a partir das 16 horas

Reinício em 21/01/2006, com homenagem a Oxosse

Programação habitual: passes na Linha de Caboclos, atendimento na Linha pretos-velhos

atendimento da Linha de Exus de acordo com calendário:

chamadas nas linhas de Xangô, Ogum, Yemanjá, Iansã e Oxum chamadas nas Linha auxiliares: Boiadeiros, Marinheiros, Ciganos e Baianos

Centro de Umbanda Caboclo Arruda Rua Bandeirantes Dias Cortes, 166

Jardim Social - Curitiba - PR

Dirigente: Edward James Harrison (Jimmy) [email protected]

Os trabalhos são realizados às quintas-feiras, a partir das 20 horas.

Reinício 02/02/2006

Umbanda Esotérica. Primeira quinta-feira: Linha auxiliar

Segunda quinta-feira: Linha de Pretos-velhos Terceira quinta-feira: Linha do Oriente Quarta quinta-feira: Linha de Caboclos

Paralelamente as giras são realizadas sessões de apometria

Faculdade de Teologia Umbandista Av Santa Catarina, 400 - Vila Alexandria

São Paulo - SP

http://www.ftu.org.br

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Templos, Grupos e Instituições

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Grupo Espiritualista Pai João da Caridade Fundado em 1969

Templo Espiritualista Anita Zippin Travessa Belo Horizonte, 33 - Batel - Curitiba-PR

Dirigente: João André Dias Paredes Junior

[email protected]

Os trabalhos são realizados às quartas-feiras, a partir das 20 horas

Grupo Espiritualista Caboclo Urubatan Templo Espiritualista Anita Zippin

Travessa Belo Horizonte, 33 - Batel - Curitiba-PR

Dirigente: Wallace Palmieri Rodrigues [email protected]

Os trabalhos são realizados às sextas-feiras, a partir das 20 horas

Reinício das atividades em 07/02/2006

Programação habitual: sessões de passes e consultas com Caboclos, Pais velhos e Exús, e sempre uma sessão mensal com o povo do Oriente. O grupo, também, tem giras de cura espiritual com

consultas e operações espirituais.

A última terça-feira de cada mês é dedicada aos médiuns.

Grupo Espiritualista Nhô Batista Templo Espiritualista Anita Zippin

Travessa Belo Horizonte, 33 - Batel - Curitiba-PR

Dirigente: Nei Rodrigues

Os trabalhos são realizados às segundas-feiras, a partir das 20:30 horas

Sociedade Espiritualista Caminheiros da Luz Fundado em 22 de setembro de 1992 Templo Espiritualista Anita Zippin

Travessa Belo Horizonte, 33 - Batel - Curitiba-PR http://caminheirosdaluz.vilabol.uol.com.br

Dirigente: Iolanda Vargas

[email protected]

Os trabalhos são realizados às sextas-feiras, a partir das 20 horas - Reinício 03/02/2006

1a Sexta-Feira do mês – Passe com caboclos, Chamada especial e consulta mediúnica na linha de esquerda.

2a Sexta-Feira do mês – Passe e consulta mediúnica com caboclos, Chamada especial na linha de São Cosme e São Damião.

3a Sexta-Feira do mês – Passe e consulta mediúnica com caboclos, Chamada especial na linha de Pretos e Pretas Velhas.

4a Sexta-Feira do mês – Passe com caboclos, Desenvolvimento interno (não há consultas).

5a Sexta-Feira do mês Trabalho especial a ser definido pela diretoria espiritual.

Correio da Umbanda - Edição 1 - Janeiro/2006

Página 27

Templo Escola Vovó Cambinda Fundado em 8 de dezembro de 1982

Rua Antônio Escorsin, 1730 - fundos - São Braz - Curitiba-PR

Dirigente: Mãe Rosangela de Oshossi [email protected]

Os trabalhos são realizados às quartas-feiras, a partir das 20 horas

JANEIRO/2006 Dia 11, Rito de Cura e Autocura Umbandista.

FEVEREIRO/2006 Dia 08, Rito de Cura e Autocura Umbandista.

MARÇO/2006 Dia 08, Rito de Cura e Autocura Umbandista;

Dia 15, Rito de Caboclos; Dia 22, Rito de Crianças e P. Velhos;

Dia 29, Rito de Guardiães (Exus).

Terreiro de Umbanda Pai Maneco Sociedade Espiritualista Edmundo Rodrigues Ferro

Início da Estrada Nova de Colombo nº 5487 (ao lado do Cemitério da Santa Cândida)

Bairro Santa Cândida - Curitiba - PR http://www.paimaneco.com.br

Dirigente: Fernando M. Guimarães

[email protected]

Os trabalhos são realizados às segundas-feiras, a partir das 20 horas Também são realizados trabalhos espirituais nas quartas, quintas e sextas-feiras

Templo Espiritualizsta Sol e Esperança Fundado em 17 de janeiro de 1980 Templo Espiritualista Anita Zippin

Travessa Belo Horizonte, 33 - Batel - Curitiba-PR http://soleesperanca.z6.com.br

Dirigentes: Magali Okazaki e Massatake Okazaki (Eduardo)

[email protected]

Os trabalhos são realizados aos sábados, a partir das 20:30 horas

Programação habitual: Passes na linha Caboclos e consultas na linha Pretos-Velhos.

Segundo a necessidade é feita chamada especial na Linha do Oriente.

Mensalmente, no sábado mais próximo da lua cheia, gira na Linha da Quimbanda.

Correio da Umbanda - Edição 1 - Janeiro/2006

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EXPEDIENTE Meio de divulgação da Umbanda Nome: Correio da Umbanda Periodicidade: - Mensal ou bimestral dependendo do material existente - Primeira edição: 01/01/2006 Formato: - eletrônico (PDF - para ser lido com o Adobe Acrobat Reader) - não haverá impressão em papel - cada leitor poderá imprimir suas edições de acordo com a sua necessidade e conveniência Contribuições: - já devem estar digitadas, preferencialmente, no formato do word (.doc) - devem conter nome do autor - devem conter nome do agrupamento ou instituição a que pertence - devem conter nome, endereço, página na internet(se existente) do Templo onde o agrupamento atua - ao extrair informações de outras publicações ou sites na internet devem ser mencionadas suas fontes, como referências bibliográficas - devem ser enviadas para [email protected] Divulgação: - envio de email a contato nos agrupamentos para repasse - download a partir de sites ligados a Umbanda, onde for permitida hospedagem Faz parte do propósito do Correio da Umbanda - Compartilhar informações sobre a Umbanda - Compartilhar vivências na Umbanda - Usar de bom senso ao argumentar e expor entendimento e opinião - Que cada artigo a ser divulgado deva refletir a opinião de cada autor, e não representar a opinião de agrupamento, templo ou instituição - Que a partir das informações divulgadas os leitores possam refletir, tirar suas conclusões e filtrando aquilo que acharem adequado, possam enriquecer seu conhecimento - Estimular a concórdia e a união, a convergência gradual e pacífica e o respeito a diversidade - Aproximar a comunidade Umbandista. Para isso, ao final de cada edição, será divulgado nome, agrupamento e templo ou instituição a que pertence, atua ou atou cada autor dos artigos divulgados. NÃO FAZ PARTE DO PROPÓSITO do Correio da Umbanda - promoção pessoal, de agrupamento, de Templo ou Instituição - divulgação de informações que não digam respeito a Umbanda - codificação, uniformização ou imposição de práticas, ritos ou elementos doutrinários - imposição de entendimento ou opinião - divulgação política - cessão de espaço de divulgação através de patrocínio