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O FLUXO DE CAIXA APLICADO À MICRO E PEQUENA EMPRESA Mariana Szilagyi Santos 1 RESUMO: O presente artigo trata do fluxo de caixa e a sua relevância nas micro e pequenas empresas. O fluxo de caixa é um instrumento gerencial que tem como finalidade auxiliar o processo decisório de uma organização, visando sempre atingir os objetivos estabelecidos. Mesmo nas micro e pequenas empresas, que tendem a controlar menos as suas finanças, o controle de fluxo de caixa é uma ferramenta indispensável, pois auxilia os gestores nas tomadas de decisões e tem como resultado melhor eficiência na administração das empresas. O objetivo da pesquisa é apresentar os benefícios e a importância da elaboração e análise de orçamentos de fluxo de caixa em micro e pequenas empresas. O artigo foi elaborado com base em pesquisas bibliográficas, questionários aplicados em oito micro e pequenas empresas do município de Cacoal e estudo de caso em empresa específica, ABC Ltda. (nome fictício) também localizada em Cacoal. Através de análises comparativas das respostas dos questionários e das informações do estudo de caso, foi possível concluir que algumas empresas não tem um controle eficiente, mas ao menos todas reconhecem a sua importância. A empresa ABC Ltda. possui um controle do fluxo de caixa simples, mas sua atual situação financeira, que é confortável, traduz a eficiência desse controle. Palavras-chave: Fluxo de caixa. Organização. Micro e Pequenas Empresas. INTRODUÇÃO O objetivo da presente pesquisa é apresentar os benefícios e a importância da elaboração e análise de orçamentos de fluxo de caixa em micro e pequenas empresas. Para atingi-lo, foi realizada uma pesquisa de campo junto à micro e pequenas empresas situadas no município de Cacoal, onde, através de questionários em diversas empresas e estudo em empresa específica, foram estabelecidas análises comparativas. Através da pesquisa procurou-se responder a seguinte problemática: por que o controle de caixa nas micro e pequenas empresas é subutilizado? 1 Acadêmica concluinte do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Rondônia – Campus de Cacoal, com TCC elaborado sob a orientação do Prof. MSc. Adriano Tumelero, Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina.

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O FLUXO DE CAIXA APLICADO À MICRO E PEQUENA EMPRESA

Mariana Szilagyi Santos1

RESUMO: O presente artigo trata do fluxo de caixa e a sua relevância nas micro e pequenas empresas. O fluxo de caixa é um instrumento gerencial que tem como finalidade auxiliar o processo decisório de uma organização, visando sempre atingir os objetivos estabelecidos. Mesmo nas micro e pequenas empresas, que tendem a controlar menos as suas finanças, o controle de fluxo de caixa é uma ferramenta indispensável, pois auxilia os gestores nas tomadas de decisões e tem como resultado melhor eficiência na administração das empresas. O objetivo da pesquisa é apresentar os benefícios e a importância da elaboração e análise de orçamentos de fluxo de caixa em micro e pequenas empresas. O artigo foi elaborado com base em pesquisas bibliográficas, questionários aplicados em oito micro e pequenas empresas do município de Cacoal e estudo de caso em empresa específica, ABC Ltda. (nome fictício) também localizada em Cacoal. Através de análises comparativas das respostas dos questionários e das informações do estudo de caso, foi possível concluir que algumas empresas não tem um controle eficiente, mas ao menos todas reconhecem a sua importância. A empresa ABC Ltda. possui um controle do fluxo de caixa simples, mas sua atual situação financeira, que é confortável, traduz a eficiência desse controle. Palavras-chave: Fluxo de caixa. Organização. Micro e Pequenas Empresas.

INTRODUÇÃO

O objetivo da presente pesquisa é apresentar os benefícios e a importância da

elaboração e análise de orçamentos de fluxo de caixa em micro e pequenas empresas. Para

atingi-lo, foi realizada uma pesquisa de campo junto à micro e pequenas empresas situadas no

município de Cacoal, onde, através de questionários em diversas empresas e estudo em

empresa específica, foram estabelecidas análises comparativas.

Através da pesquisa procurou-se responder a seguinte problemática: por que o

controle de caixa nas micro e pequenas empresas é subutilizado?

1 Acadêmica concluinte do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Rondônia – Campus de Cacoal, com TCC elaborado sob a orientação do Prof. MSc. Adriano Tumelero, Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina.

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De acordo com dados do Ministério do Trabalho (2008), as micro e pequenas empresas

brasileiras somam 3.040.438 de 3.085.470 empresas, correspondendo a 99% do total.

Essas categorias têm a vantagem de se adaptar mais facilmente às necessidades do

mercado com decisões mais rápidas podendo reagir pontualmente às mudanças exigidas.

Considerando essas características essa pesquisa foi baseada no estudo da gestão financeira dessas

empresas focada no orçamento de fluxo de caixa, de modo a explicitar como é possível maximizar

ainda mais essa vantagem com um controle de fluxo de caixa eficiente.

Após análise e discussão sobre o tema em questão, foram emitidas as considerações

através do relatório conclusivo. Espera-se, através da pesquisa, contribuir com a atuação de

gestores e administradores, para que as micro e pequenas empresas, especialmente a ABC

Ltda.(nome fictício), empresa utilizada no estudo de caso, sejam mais bem sucedidas no mercado

de trabalho.

1 O FLUXO DE CAIXA APLICADO À MICRO EMPRESA

1.1 DEFINIÇÃO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

De acordo com a Lei Geral para Micro e Pequena Empresa (BRASIL, 2006), as

micro empresas são as que apresentam um faturamento anual de, no máximo, R$ 240 mil por

ano. Sendo que as pequenas devem faturar entre R$ 240.000,01 e R$ 2,4 milhões anualmente

para ser enquadradas.

O SEBRAE/RJ (2007) acrescenta uma definição voltada para a quantidade de

colaboradores. Para ele, as micro empresas são as que empregam até nove pessoas, no caso do

comércio e serviços, ou até 19, no caso dos setores industrial ou de construção. Já as

pequenas, para serem enquadradas, devem empregar de 10 a 49 pessoas, no caso de comércio

e serviços, e 20 a 99 pessoas, no caso de indústrias e empresas de construção.

1.2 CAIXA E FLUXO DE CAIXA

No entendimento de Frezatti (1997), o caixa é prioridade quando se necessita de

algum recurso na empresa, ele é o ativo mais líquido, nunca deve ter grandes sobras, assim

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como não pode haver faltas. Com isso, se evidencia a necessidade do controle para obter

informações necessárias e para a utilização do caixa de forma correta.

De acordo com Marion (2008), todos nós temos nosso fluxo de caixa mental, até

mesmo as crianças que ganham mesada tem seu fluxo financeiro. Ele ainda afirma que uma

pessoa, por menos instrução que ela tenha, ela tem a necessidade de gerenciar seus

pagamentos e recebimentos. Algumas pessoas tem maior controle de suas finanças que outras,

essas têm menos chances de passarem por problemas financeiro. Assim também funcionam as

empresas, as que possuem um controle de fluxo de caixa mais adequado tem mais chances de

prosperar.

Assaf Neto e Silva (1997, p. 38), definem fluxo de caixa como “um processo pelo

qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados pelas várias atividades

desenvolvidas”. É necessário conhecer o fluxo de caixa, para que o valor gerado, se existente,

seja mais bem aplicado e no caso de faltas, torna-se mais fácil identifica-las com antecedência

para buscar melhores soluções.

Silva (2010) nos evidencia que:

No mundo moderno as transações das empresas não envolvem somente o caixa, pois os pagamentos podem ser efetuados de diversas maneiras, por exemplo, via internet, transferências eletrônicas e cheques. Desta forma, a expressão fluxo de caixa, deve ter uma amplitude maior, envolvendo os pagamentos e recebimentos em geral.

Baseando-se nos conceitos dos autores acima citados, define-se fluxo de caixa como

um instrumento indispensável para se obter todas as informações referentes às movimentações

financeiras auxiliando de forma expressiva o gerenciamento da empresa.

1.3 DFC – DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA

Conforme Brasil (2007), a Demonstração de Fluxo de Caixa, DFC, é um

demonstrativo contábil obrigatório apenas para as empresas com patrimônio líquido superior a

dois milhões de reais. Apesar das micro e pequenas empresas não serem obrigadas, elas

podem se utilizar da DFC para fins gerenciais.

Iudícibus e Marion (1999, p. 218) apontam que a DFC “[...] demonstra a origem e a

aplicação de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado período e o

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resultado desse fluxo”. Marion (2008) afirma que ela é uma peça imprescindível em qualquer

atividade empresarial e até mesmo para as pessoas físicas que se dedicam a algum negócio.

Para Padoveze (1997), ela se baseia no conceito de disponibilidade imediata dentro

do regime de caixa, mostrando a modificação ocorrida no saldo de disponibilidades da

empresa durante determinado período por meio dos fluxos de recebimento e pagamento.

Quanto à elaboração da DFC, ela pode ser apresentada sob duas formas: o método

direto e o método indireto. Estes dois métodos diferenciam-se pela forma como são

apresentados os recursos provenientes das operações (RIBEIRO, 2005).

Segundo Silva (2010):

O método direto é elaborado através da análise de diversos dados das empresas: recebimento de clientes, pagamento a fornecedores, pagamento de despesas e impostos, caixa operacional antes das despesas e receitas financeiras, pagamento de despesas financeiras, receitas financeiras, compra de imobilizado, aumento de capital, financiamento a longo prazo e efeitos das decisões estratégicas sobre o caixa. O método direto permite visualizar claramente o montante que a empresa recebeu de clientes, pagou para fornecedores e pagou de despesas, por exemplo.

Silva (2010) ainda apresenta que o método indireto, assim como o direto, chegará ao

resultado do fluxo de caixa líquido do período, a diferença crucial entre eles é o detalhamento

do demonstrativo. Este método apenas parte do lucro líquido e faz diversos ajustes até chegar

ao resultado final.

1.4 O FLUXO DE CAIXA COMO INSTRUMENTO GERENCIAL NAS MICRO E

PEQUENAS EMPRESAS

De acordo com o SEBRAE/PR (2009), muitas empresas de pequeno porte colocam

as operações diárias como produzir e vender em primeiro plano, e esquecem que também é

necessário organizar e controlar essas operações. É muito comum encontrar empresas que não

conhecem os valores exatos a receber e a pagar e não elaboram um controle de caixa eficiente.

O SEBRAE/PR (2009) ainda afirma que não é possível uma empresa sobreviver sem que os

administradores tenham conhecimento de pelo menos as informações básicas para a gestão

financeira do negócio. Abaixo segue algumas recomendações feitas por eles:

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a) Implantar um sistema de controle financeiro informatizado;

b) Elabelecer rotinas diárias para lançamento de informações;

c) Atualizar os dados financeiros rigorozamente;

d) Conferir os controles periodicamente;

e) Arquivar os documentos de forma organizada.

“Muitas empresas vão à falência por não saberem administrar seu fluxo de caixa”

(MATARAZZO, 2003, p. 363). Prossegue o autor argumentando que “Quase sempre os

problemas de insolvência ou iliquidez ocorrem por falta de adequada administração do fluxo

de caixa; daí a importância de sua análise".

Kassai (1997) propõe a montagem de um demonstrativo gerencial para empresas de

pequeno porte que proporcione informações claras, tendo como características básicas a

simplicidade, a facilidade de obtenção das informações, a relevância, a atualidade, as

funcionalidades e simulações e a facilidade de manipulação das informações. Independente do

método gerencial utilizado é extremamente importante que o gestor tenha total domínio das

informações, somente desta forma elas serão úteis.

IMPERADOR (2009) afirma que é possível utilizar métodos de controle

apresentados em forma de planilhas, tanto para o controle da movimentação bancária, quanto

para o controle do Caixa em dinheiro.

Imperador (2009), assim relata sobre a planilha de banco:

A idéia aqui é que essa planilha seja como se fosse uma cópia da sua conta do banco. Por motivos de simplificação, é melhor trabalhar com uma conta só. Também é necessário que princípios básicos da administração empresarial se apliquem, você não deve utilizar o caixa da empresa como caixa pessoal. Separe um dinheiro para transferir para sua conta pessoa física, mesmo que seja por semana, mas não confunda as duas. De qualquer forma, qualquer saque que você fizer em benefício próprio ou compras no supermercado, essas coisas, anote com Retirada do Sócio, você vai conferir com o extrato bancário e incluir todas as despesas, de preferência identificando cada uma delas no campo descrição.

O Anexo A do presente artigo explicita o modelo selecionado pelo autor. É simples,

de fácil manuseio e entendimento, podendo ser utilizado pelas empresas que não possuem

sistema de informatização.

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Outra sugestão de planilha apresentada por Imperador, referenciada no Anexo B,

apresenta um controle do caixa em espécie. Semelhante à apresentada no Anexo A é simples,

porém eficiente na falta de outros recursos mais sofisticados.

2 METODOLOGIA

Para a elaboração do presente do Artigo Científico foi utilizado da pesquisa bibliográfica

em livros de diversos autores e na internet, do estudo de caso em empresa varejista do município

de Cacoal, ABC Ltda. e do estudo de campo através da aplicação de questionários em empresas

também localizadas em Cacoal escolhidas por critério aleatório.

O Método de abordagem científica utilizado foi o indutivo. Esse método leva em

consideração situações específicas para se definir um contexto geral (BORGES et al., 2007).

A pesquisa foi qualitativa quanto ao estudo de caso proposto, e quantitativa quanto às

outras pesquisas por meio de questionários. Os questionários foram aplicados em oito empresas.

Os métodos de procedimentos utilizados foram o observacional e o comparativo. O

primeiro, que consiste basicamente na busca deliberada do assunto com cautela e determinação à

parte das percepções do senso comum (BORGES et al, 2007), foi utilizado em toda a pesquisa. O

procedimento comparativo, que segundo Borges et al. (2007, p. 14) “consiste em investigar coisas

ou fatos e explicá-los segundo as semelhanças e suas diferenças”, foi utilizado especialmente no

estudo de caso e na pesquisa de campo.

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO

Elaborou-se um questionário (Apêndice) com onze perguntas relacionadas ao controle de

fluxo de caixa. Esse questionário foi respondido por oito empresas do município de Cacoal que se

dispuseram a colaborar.

Todas as empresas pesquisadas optaram por não se identificar, algumas na qual o

questionário foi entregue sequer se propuseram a responder mesmo tendo esclarecido que o nome

da empresa poderia ficar no anonimato. O controle de fluxo de caixa é um assunto que expõe de

maneira expressiva a situação financeira das empresas, esse fato torna a pesquisa mais restrita.

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A pesquisa foi elaborada apenas com empresas do comércio, não foi possível pesquisar

nenhuma micro ou pequena indústria pela ausência de empresas disponíveis para a pesquisa no

município.

Com os resultados, foi possível observar que a maior parte das empresas pesquisadas

apresentou um faturamento anual inferior a seiscentos mil reais ao ano.

Figura 1 : Faturamento médio anual. Fonte: Dados obtidos pelo autor (2010).

O número de colaboradores nessas micro e pequenas empresas não ultrapassa

dezenove pessoas, e em sua maior parte, que corresponde a 62,50% do total, não possuem

mais de nove colaboradores.

Figura 2: Número de colaboradores. Fonte: Dados obtidos pelo autor (2010).

Através das respostas obtidas, foi possível averiguar que todas as empresas têm

consciência de que o controle de fluxo de caixa é um instrumento importante, porém muitas não o

fazem adequadamente por diversos motivos que serão averiguados no decorrer da pesquisa.

Apenas uma das oito empresas acredita que é necessário possuir softwares caros para que seja

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possível um controle eficiente do fluxo de caixa, todas as outras sabem que podem buscar opções

mais simples e baratas.

Quanto a qualidade do seu controle de fluxo de caixa, 37% das empresas o considera

fraco, 50% o considera mediano, apenas 12% (corresponde a uma empresa) o considera bom e

nenhuma das pesquisadas considera seu controle excelente.

Figura 3: Qualidade do controle de Fluxo de Caixa. Fonte: Dados obtidos pelo autor (2010).

As sete empresas que consideram seu controle de fraco a mediano expuseram os motivos

pelo qual não procuram aprimorá-lo. Cerca de 29% responderam que não é uma opção

interessante, apesar de no início da pesquisa todos terem respondido que o controle de fluxo de

caixa é importante, ainda sim, para a empresa deles, acreditam que não é um bom negócio. A

maioria dos sete pesquisados (aproximadamente 43%) alegou ignorância quanto ao modo como

proceder. Uma empresa respondeu como outras opções, que nunca havia pensado no assunto, e

apenas uma, que também respondeu como outras opções, que tem planos para melhorar seu

controle de fluxo de caixa.

Figura 4: Motivo pelo qual os gestores não melhoram seus controles de Fluxo de Caixa. Fonte: Dados obtidos pelo autor (2010).

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Apesar de algumas empresas considerarem seu controle de caixa fraco, ainda assim

elas têm uma pessoa responsável para cuidar desse controle, na verdade todas as oito

empresas têm uma pessoa responsável específica. Quanto ao controle das contas a pagar e a

receber, todas também o possuem.

Observou-se que apenas três das oito empresas utilizam alguma informação do

controle de caixa para as tomadas de decisões. Essa é uma informação bem relevante que traz

a tona o quanto as micro e pequenas empresas estão despreparados nesse sentido. Elas sabem

que é importante, mas não buscam aprimorar e incluir no cotidiano dos administradores.

Figura 5: Utilização do controle de Fluxo de Caixa nas tomadas de decisões. Fonte: Dados obtidos pelo autor (2010).

Por fim, foi averiguado que cinco das oito empresas misturam o dinheiro do caixa da

empresa com suas finanças pessoais, sem nenhum controle. Fato que também caracteriza

grande despreparo, além de falta de controle e organização.

Figura 6: Falta de controle entre a administração da pessoa física e a jurídica. Fonte: Dados obtidos pelo autor (2010).

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Através dos resultados apresentados, mesmo numa amostra pequena, foi possível

verificar diversos fatores relacionados ao controle de fluxo de caixa no município de Cacoal,

dados que caracterizaram que as micro e pequenas empresas do nosso município ainda

precisam amadurecer mais esse conceito e aplicá-lo de maneira efetiva em seus cotidianos

empresariais.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESDULTADOS DO ESTUDO DE CASO

4.1 PERFIL DA EMPRESA

A Empresa Varejista ABC Ltda. (nome fictício) é uma micro empresa do ramo

varejista do município de Cacoal. Ela possui dois funcionários e seus sócios são um casal que

além de administrar a empresa, dispõem de outras atividades profissionais. A empresa possui

um faturamento de aproximadamente 220 mil reais ao ano.

4.2 RESULTADOS APRESENTADOS

O objetivo inicial era implantar um controle de fluxo de caixa na empresa ABC Ltda.

de modo que os administradores soubessem a suas obrigações e recebimentos para

proporcionar condições para um melhor gerenciamento. Os administradores não tinham noção

que possuíam um controle de fluxo de caixa, tanto que informaram que não possuíam este

controle, mas através das informações e planilhas prestadas por eles, verificou-se que o

controle existe e é eficiente, e foram sugeridos somente alguns ajustes.

A empresa utiliza de uma agenda onde anota suas obrigações e recebimento futuros.

Sempre que necessário os proprietários verificam esta agenda que está sempre em mãos. Eles

ainda têm um controle do saldo de caixa que é fechado mensalmente, mas é modificado

diariamente de acordo com as entradas e saídas. Foi verificado que apesar de utilizarem o

dinheiro da empresa para pagar despesas pessoais quando é necessário, as despesas pessoais

não se misturam com as despesas da empresa, fato constatado que existe em grande parte das

empresas cacoalenses através dos questionários. Quando é feita alguma retirada de dinheiro

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para pagar alguma despesa pessoal, é anotado no controle de saldo de caixa, com o nome de

quem pegou e a finalidade. Foi detectado que a empresa não utiliza nenhum sistema de

controle de estoque.

Esta empresa possui uma grande sazonalidade, de novembro até fevereiro as vendas

diminuem drasticamente. De acordo com as planilhas as vendas começam a melhorar a partir

de abril e os meses em que mais se fatura é entre junho e setembro. Por causa dessa grande

diminuição das vendas, os sócios têm que se programar para esses meses, e eles têm plena

consciência disso. Quando se aproxima de Novembro, os administrados já fazem estimativas

dos fornecedores que ainda restam pagar e diminuem as compras, adquirindo apenas o

necessário. Para esse período eles deixam uma boa reserva que foi acumulada nos meses

anteriores.

Segue abaixo uma tabela com as entradas e saídas mensais e seus respectivos saldos.

Nela é possível verificar a variação do saldo do caixa, e também é possível perceber a

sazonalidade.

MÊS ENTRADAS SAÍDAS SALDO DO CAIXA NOVEMBRO/2009 9.668,10 18.502,78 -8.834,68

DEZEMBRO/2009 7.379,66 11.980,49 -4.600,83 JANEIRO/2010 7.787,44 10.016,79 - 2.229,35

FEVEREIRO/2010 9.331,10 5.686,13 3.644,97 MARÇO/2010 16.228,41 18.893,38 - 2.664,97

ABRIL/2010 27.868,82 23.215,55 4.653,27 MAIO/2010 28.677,37 25.823,35 2.854,02 JUNHO/2010 35.305,69 28.188,92 7.116,77

JULHO/2010 33.076,67 29.064,25 4.012,42 AGOSTO/2010 34.902,50 33.764,13 1.138,37

SETEMBRO/2010 33.309,42 29.263,42 6.398,20 OUTUBRO/2010 25.439,63 30.387,20 -4.947,57 Figura 7: Saldo do controle de caixa mensal de nov./2009 a out./2010. Fonte: Empresa ABC Ltda. (nome fictício).

No anexo C, está uma das planilhas disponibilizadas pela empresa, referente ao mês

de setembro, com os históricos das movimentações ocultados conforme foi acordado com os

sócios. Ela expressa o modelo utilizado pela empresa e a variação das entradas e saídas.

Ainda no anexo segue o modo de conferência utilizado que apresenta diferenças todos os

meses. Essas diferenças, conforme foi explicado pelos sócios, são referentes às somas que

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eles retiram da empresa e os vales pegos pelos funcionários. Esses valores estão explicitados

nos histórico e, além disso, nos foi informado que eles possuem um controle separado das

retiradas para pagamento de despesas pessoais, porém esse controle não foi disponibilizado

para a pesquisa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em relação ao estudo de campo que foi realizado através de questionários aplicados

em oito micro empresas de Cacoal, foi possível verificar que apesar da maioria das empresas

analisadas não possuir um controle de fluxo de caixa adequado, elas em geral tem consciência

da importância desse controle. Apenas dois administradores, que mesmo tendo respondido na

questão número quatro que o controle de fluxo de caixa é importante, nos expuseram na

questão número sete que não acham interessante melhorar o controle de suas próprias

empresas. Em maioria, as empresas pesquisas, admitiram falta de informação e conhecimento

quanto à elaboração de controles de fluxo de caixa.

Por meio das respostas obtidas nas questões dez e onze foi possível avaliar dados

muitos relevantes à pesquisa. Menos de 38% das empresas utilizam o controle de fluxo de

caixa no âmbito gerencial de suas empresas e ainda, mais da metade (62,5%) fazem retiradas

da empresa sem controle algum para pagamento de despesas pessoais.

Através das informações coletadas nas onze perguntas do questionário concluiu-se

que, em sua maioria, as empresas ainda estão muito despreparadas quanto à elaboração de

controles de fluxo de caixa, até reconhecem sua importância, porém não expressam vontade

de aprimora-lo.

Quanto ao estudo de caso realizado na empresa ABC Ltda. (nome fictício), os

resultados apresentados foram além do esperado. O objetivo inicial da pesquisa era implantar

um controle de fluxo de caixa adequado à empresa, e na realidade, só foi necessário fazer

observações do controle utilizado e algumas sugestões de melhoria.

Após o estudo dos primeiros dados fornecidos, que consistia apenas na agenda da

empresa contendo os valores a pagar e a receber, a ideia de que a empresa não possuía um

controle eficiente se reforçou ainda mais. Passado algum tempo foi disponibilizado pela sócia

outros controles. A planilha (Anexo C) que apresenta todas as entradas e saídas da empresa

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foi uma grande surpresa. Através dela foi possível verificar que a empresa tem um controle

eficaz de acordo com o seu porte. A ABC controla inclusive as retiradas dos sócios,

sinalizando o valor e o sócio que fez a retirada.

Dentre as sugestões apresentadas à empresa, a primeira foi que as informações

contidas na agenda fossem transcritas para uma planilha eletronica de forma que essas

informações pudessem ser compiladas através de fórmulas, assim seria muito mais fácil

visualizar as obrigações e recebimentos futuros. Apenas verificando na agenda é fácil deixar

passar por despercebido algum item que pode influenciar totalmente o orçamento da empresa.

Além disso, também é possível elaborar estimativas dos recebimentos e das despesas fixas, as

incluindo com as obrigações e com os recebimentos já conhecidos proporcionando uma

segurança maior e mais proximidade da realidade.

A segunda sugestão foi a elaboração de um controle separado para cada conta

bancária, as separando do controle do caixa propriamente dito, efetuando diariamente, se não

possível semanalmente a conferência com o extrato emitido pela instituição financeira. Por

fim, sugeriu-se que poderia ser feito um controle do estoque com conferência periódica,

semestral ou anualmente.

Conlui-se então, através do estudo de caso, que a empresa estudada, a ABC Ltda.,

possui um controle adequado às suas necessidades, mas que ainda pode ser melhorado. Por se

tratar de uma empresa com grande sazonalidade, necessita de atenção especial para os

períodos de escassez de vendas, e essa peculiariedade é administrada cuidadosamente pelos

sócios. A empresa tem uma situação financeira confortável, e isso se deve em grande parte ao

fato dos sócios serem esclarecidos quanto às informações básicas para a gestão da empresa, o

que inclui o controle de fluxo de caixa que é primordial.

REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, Alexandre e SILVA, César A T. Administração do capital de giro – 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. BORGES, Creunice et al. Manual de orientações para elaboração e apresentação de projetos de pesquisa – Universidade Federal de Rondônia. Cacoal, 2007.

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BRASIL, Lei complementar n.123, de 14 de dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leiscomplementares/2006/leicp123.htm>. Acesso em: 13 out. 2010. BRASIL, Lei n.11638, de 28 de dezembro de 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 03 nov. 2010. FREZATTI, Fábio. Gestão do fluxo de caixa diário – 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997. IMPERADOR, Fernando. Controlando o fluxo de caixa. Disponível em: <http://www.fernandoimperador.wordpress.com>. Acesso em: 15 set. 2010. IUDICIBUS, Sérgio de, MARION, José Carlos. Introdução à teoria da contabilidade: para o nível de graduação – 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. KASSAI, Silvia. As Empresas de pequeno porte e a contabilidade – Caderno de estudos. São Paulo, 1997. Disponível em: <http://www.eac.fea.usp.br/cadernos/completos/cad15/as_empresas_certo.pdf>. Acesso em: 13 out. 2010. MARION, José Carlos. Contabilidade básica – 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MATARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços – 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MINISTÉRIO DO TRABALHO, RAIS, 2008. Disponível em: <http://anuariorais.caged.gov.br/index1.asp?pag=estabelecimento>. Acesso em: 03 nov. 2010. PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil – 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade avançada volume 3 – 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. SEBRAE PR. Diagnóstico empresarial, 2009. Disponível em: <http://www.sebraepr.com.br/portal/page/portal/PORTAL_INTERNET/PRINCIPAL2009/BUSCA_TEXTO2009?codigo=1069> Acesso em: 10 set. 2010. SEBRAE RJ. Notícias SEBRAE, 2007. Disponível em: <http://www.sebraerj.com.br/main.asp?View={7164EE94-4E37-42E6-A0B6-C72F35E0A696}&Team=&params=itemID={91214A76-6D10-44EA-9094-05136E8E6CB2};&UIPartUID={F3CDD9BA-9FCA-4DA8-8C7C-6AC5D997600F> Acesso em: 10 nov. 2010. SILVA, José Pereira. Análise financeira das empresas – 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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ANEXO A – PLANILHA DE BANCO

NOME DA EMPRESA

FLUXO DE CAIXA – CONTA BANCO :_______ AG.:__________ C/C: _______________

INÍCIO DA MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA: ___________/ ____________/ ____________

DATA

HISTÓRICO / DESCRIÇÃO

MOVIMENTAÇÃO DO CAIXA

ENTRADA

(CRÉDITO)

SAÍDA

(DÉBITO)

SALDO ATUAL

01/11/10

02/11/10

03/11/10

04/11/10

05/11/10

06/11/10

07/11/10

08/11/10

09/11/10

10/11/10

11/11/10

12/11/10

13/11/10

14/11/10

15/11/10

16/11/10

17/11/10

18/11/10

19/11/10

20/11/10

21/11/10

22/11/10

23/11/10

24/11/10

25/11/10

26/11/10

27/11/10

28/11/10

29/11/10

30/11/10

Fonte: www.fernandoimperador.wordpress.com

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ANEXO B – PLANILHA DO CAIXA EM DINHEIRO

NOME DA EMPRESA

FLUXO DE CAIXA - DINHEIRO

DATA

HISTÓRICO / DESCRIÇÃO

MOVIMENTAÇÃO DO CAIXA

ENTRADA

(CRÉDITO)

SAÍDA

(DÉBITO)

SALDO ATUAL

01/11/10

02/11/10

03/11/10

04/11/10

05/11/10

06/11/10

07/11/10

08/11/10

09/11/10

10/11/10

11/11/10

12/11/10

13/11/10

14/11/10

15/11/10

16/11/10

17/11/10

18/11/10

19/11/10

20/11/10

21/11/10

22/11/10

23/11/10

24/11/10

25/11/10

26/11/10

27/11/10

28/11/10

29/11/10

30/11/10

Fonte: www.fernandoimperador.wordpress.com

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ANEXO C – FLUXO DE CAIXA SETEMBRO 2010.

FLUXO DE CAIXA SETEMBRO DE 2010

Data Histórico Débito Crédito Saldo 31/08/2010 Transporte de saldo 44.171,98 02/09/2010 2.530,00 41.641,98 03/09/2010 417,99 41.223,99 03/09/2010 2.000,00 39.223,99 01/09/2010 100,00 39.323,99 04/09/2010 739,50 38.584,49 04/09/2010 8.854,10 47.438,59 04/09/2010 258,00 47.696,59 04/09/2010 14,00 47.710,59 04/09/2010 17,40 47.727,99 04/09/2010 53,00 47.780,99 04/09/2010 23,30 47.804,29 04/09/2010 30,00 47.834,29 04/09/2010 20,00 47.854,29 04/09/2010 47,90 47.902,19 04/09/2010 130,00 48.032,19 04/09/2010 180,00 48.212,19 04/09/2010 133,00 48.345,19 04/09/2010 50,00 48.395,19 04/09/2010 200,00 48.595,19 04/09/2010 72,90 48.668,09 04/09/2010 25,00 48.693,09 04/09/2010 80,00 48.613,09 04/09/2010 80,00 48.533,09 04/09/2010 100,00 48.433,09 04/09/2010 40,00 48.393,09 04/09/2010 11,60 48.381,49 06/09/2010 192,11 48.189,38 06/09/2010 350,00 47.839,38 06/09/2010 2.065,00 45.774,38 06/09/2010 397,00 45.377,38 08/09/2010 1.299,00 44.078,38 08/09/2010 650,55 43.427,83 08/09/2010 1.481,00 41.946,83 10/09/2010 454,00 41.492,83 11/09/2010 4.046,00 37.446,83 11/09/2010 55,00 37.391,83 11/09/2010 70,00 37.321,83 11/09/2010 2.230,00 35.091,83 11/09/2010 104,00 34.987,83 11/09/2010 4.355,45 39.343,28 11/09/2010 30,00 39.373,28 11/09/2010 19,00 39.392,28 11/09/2010 160,00 39.552,28 11/09/2010 27,00 39.579,28

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11/09/2010 10,00 39.589,28 11/09/2010 85,00 39.674,28

Data Histórico Débito Crédito Saldo 11/09/2010 43,00 39.717,28 11/09/2010 26,50 39.743,78 11/09/2010 61,80 39.805,58 11/09/2010 16,50 39.822,08 11/09/2010 10,00 39.812,08 11/09/2010 300,00 39.512,08 11/09/2010 51,00 39.461,08 11/09/2010 4,00 39.457,08 18/09/2010 4.543,10 44.000,18 18/09/2010 61,00 44.061,18 18/09/2010 32,00 44.093,18 18/09/2010 130,00 44.223,18 18/09/2010 390,00 44.613,18 18/09/2010 31,00 44.644,18 18/09/2010 50,00 44.694,18 18/09/2010 35,00 44.659,18 18/09/2010 130,00 44.529,18 18/09/2010 190,00 44.339,18 18/09/2010 180,00 44.159,18 18/09/2010 87,00 44.072,18 18/09/2010 77,18 43.995,00 25/09/2010 5.483,87 49.478,87 25/09/2010 43,50 49.522,37 25/09/2010 55,00 49.577,37 25/09/2010 141,90 49.719,27 25/09/2010 43,00 49.762,27 25/09/2010 28,00 49.790,27 25/09/2010 33,00 49.823,27 25/09/2010 20,00 49.803,27 25/09/2010 63,00 49.740,27 25/09/2010 43,29 49.696,98 25/09/2010 1.150,00 48.546,98 25/09/2010 460,00 48.086,98 30/09/2010 2.769,20 50.856,18 30/09/2010 56,00 50.912,18 30/09/2010 20,00 50.932,18 30/09/2010 100,00 51.032,18 30/09/2010 18,00 51.050,18 30/09/2010 50,00 51.100,18 30/09/2010 50,00 51.150,18 30/09/2010 50,00 51.200,18 30/09/2010 42,00 51.242,18 30/09/2010 480,00 50.762,18 30/09/2010 160,00 50.602,18 30/09/2010 10,00 50.592,18 30/09/2010 22,00 50.570,18

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TOTAIS EXCETO SALDO ANTERIOR 22.865,22 29.263,42 6.398,20

CONFERÊNCIA DO SALDO Troco 132,00 Dinheiro 4.010,00 Dinheiro 2.909,00 Moeda 66,00 Banco I 9.300,00 Banco II 8.975,27 Custódia 11.253,54 Cartão 10.784,69 Bônus 163,50 Cheques 1.063,00 Chq devolvido 128,00 Dif. Chq devol. 500,00 49.285,00 Fonte: Empresa ABC Ltda. (nome fictício)

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APÊNDICE – QUESTIONÁRIO

QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA ACADÊMICA

O FLUXO DE CAIXA APLICADO À MICRO E PEQUENA EMPRESA

ACADÊMICA MARIANA SZILAGYI SANTOS

8º PERÍODO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

EMPRESA: ______________________________________________________________________

RESPONSÁVEL: __________________________________________________________________

1- QUAL É MÉDIA DO FATURAMENTO ANUAL DA SUA EMPRESA? _______________________________________________________

2- A SUA EMPRESA SE TRATA DE UMA INDÚSTRIA OU COMÉRCIO? ( ) INDÚSTRIA ( ) COMÉRCIO

3- QUAL É O NÚMERO DE COLABORADORES EM SUA EMPRESA? ( ) 1 a 9 ( ) 10 a 19 ( ) 20 a 49 ( ) 50 acima

4- VOCÊ ACREDITA QUE É IMPORTANTE TER CONTROLE DE CAIXA NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS OU ELE É NECESSÁRIO APENAS PARA AS EMPRESAS MAIORES? ( ) SIM ( )NÃO

5- TER UM CONTROLE EFICIENTE DE CAIXA DE ACORDO COM O PORTE DA SUA EMPRESA SÓ É POSSÍVEL COM SOFTWARES CAROS? ( ) SIM ( )NÃO

6- COMO VOCE CONSIDERA O SEU CONTROLE DE FLUXO DE CAIXA? ( ) FRACO ( )MEDIANO ( )BOM ( )EXCELENTE

7- SE VOCÊ CONSIDERA SEU CONTROLE DE FLUXO DE CAIXA DE FRACO A MEDIANO, PORQUE NÃO PROCURA MELHORA-LO? ( ) NÃO ACHO INTERESSANTE ( ) É MUITO CARO ( ) NÃO SEI COMO PODERIA FAZER ( ) OUTRAS OPÇÕES: _________________________________________________________________

8- EXISTE UMA PESSOA RESPONSÁVEL PARA FAZER ESSE CONTROLE? ( ) SIM ( )NÃO

9- VOCÊ TEM O CONTROLE DAS CONTAS A PAGAR E A RECEBER? ( ) SIM ( )NÃO

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10- O CONTROLE DO FLUXO DE CAIXA É UTILIZADO NAS TOMADAS DE DECISÕES DA

EMPRESA? ( ) SIM ( )NÃO

11- MUITAS EMPRESAS MISTURAM A PESSOA JURÍDICA COM A PESSOA FÍSICA, POR EXEMPLO, PAGANDO CONTAS PESSOAIS COM DINHEIRO DA EMPRESA SEM CONTROLE. ISSO ACONTECE NA SUA EMPRESA?

( ) SIM ( )NÃO