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10 + 11 Março 2016 quinta, 21:00h / sexta, 19:00h Grande Auditório Coro e Orquestra Gulbenkian Hannu Lintu Inês Simões Jussi Lehtipuu hannu lintu © dr

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10 + 11 Março 2016quinta, 21:00h / sexta, 19:00hGrande Auditório

Coro e OrquestraGulbenkianHannu LintuInês SimõesJussi Lehtipuu

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MUSICA.GULBENKIAN.PT

mecenasgrandes intérpretes

mecenascoro gulbenkian

mecenasciclo piano

mecenasconcertos de domingo

mecenasmúsica de câmara

mecenasrising stars

sexta, 18:00h — Zona de congressos Entrada livre Guia de audiçãoDaphnis et Chloé de Maurice Ravelpor Pedro AmaralPlay de Jamie Man

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Duração total prevista: c. 2hIntervalo de 20 min.

* Estreia mundial – Encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian Agradecimentos: Manchester Metropolitan University, pelos vídeos disponibilizados

Ron Moret, pela execução do adereço Cabeça de Lobo

quinta 10 Março 201621:00h — Grande Auditório

sexta 11 Março 201619:00h — Grande Auditório

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Jamie ManPlay *

I. PrologueII. Sub-spaceIII. Whiteness: the unbornIVa. White LiesIVb. InterludeV. Sub-dropVI. Epilogue

intervalo

Coro e Orquestra GulbenkianHannu Lintu maestro

Inês Simões soprano

Jussi Lehtipuu barítono

Paulo Lourenço maestro do coro gulbenkian

Kristiina Helin direção cénica (obra de jamie man)

Pedro Diniz Reis consultor shibariSiça Souza maquilhagem e cabelosRita Gonzaga assistência ao guarda-roupa

Maurice RavelDaphnis et Chloé

Tableau I Introduction et Danse religieuse Danse générale Danse grotesque de Dorcon Danse légère et gracieuse de Daphnis Danse de Lycéion Nocturne; Danse lente et mystérieuse des Nymphes

Tableau II Introduction Danse guerrière Danse suppliante de Chloé

Tableau III Lever du jour Pantomime (Les amours de Pan et Syrinx) Danse générale (Bacchanale)

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Jamie Manlondres, 11 de julho de 1987

Nota da compositoraQuando éramos crianças relacionávamo-nos com o mundo através de jogos de imaginação em que construíamos personagens para representar experiências e inventávamos ficções para experimentarmos diferentes comportamentos. Ao crescermos também ia crescendo a nossa experiência do mundo, formatada por condicionamentos sociais e morais que distorciam a nossa perspetiva em função de oposições binárias convenientes, como "bom e mau" e "verdadeiro e falso".O mundo das possibilidades tornou-se assim tão pequeno! É através de sonhos e fantasias que somos capazes de expressar a nossa necessidade de explorar um mundo que é indivisível, infinito e complexo, para lá dos limites falaciosos do "verdadeiro e falso", em busca de mistérios maiores, de luzes mais brilhantes e de escuridões mais negras.A Arte é uma expressão da nossa necessidade de sonhar e de brincar. (Jamie Man)

Uma nova obra para a Gulbenkian MúsicaA nova obra da compositora britânica Jamie Man é fruto de um processo que durou dois anos. Jamie foi selecionada para participar num workshop para jovens compositores na Fundação Calouste Gulbenkian. O workshop

– parte das nossas atividades no âmbito da colaboração com a enoa (european network of opera academies) – foi liderado pelo compositor e maestro Magnus Lindberg. Oito compositores trabalharam durante seis meses no sentido de potenciar as suas capacidades de escrita para vozes e orquestra. No final, as curtas peças que escreveram foram apresentadas pela Orquestra Gulbenkian, num concerto público, em setembro de 2014.Depois do concerto quisemos dar a dois compositores a oportunidade de desenvolver a sua experiência, criando verdadeiras obras de concerto. Restart, de Nuno da Rocha, foi estreada em outubro de 2015, tendo chegado agora a vez de Play, de Jamie Man.A composição de Jamie, White Lies, para o concerto do workshop, é pouco convencional.A orquestra não incluiu violinos e os violetistas são todos dobrados pelo triângulo. O texto, cantado nesta versão por um soprano e um tenor, foi escrito pela própria compositora. Entre a encomenda de Play, em 2014, e a sua finalização, há algumas semanas, tivemos muitas reuniões e discussões com Jamie, algumas vezes incluindo o maestro Hannu Lintu, outras vezes com a encenadora Kristiina Helin, e outras ainda com o tutor Magnus Lindberg. Jamie deixou claro desde

Playcomposição: 2014-16estreia: lisboa, fundação calouste gulbenkian, 10 de março de 2016duração: c. 30’

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o início que queria contar uma história, mesmo sendo abstrata, e que a história seria contada pela música, pelo texto e também pelos elementos visuais e dramatúrgicos. Num dos primeiros encontros ela falou da tradição da Paixão (em particular como em São Mateus de Bach), mas também em se aproximar da expressão operática. Play difere das escolhas de Bach em relação ao texto e, de facto, pode ser vista como uma resposta à suprema realização do mestre alemão. Play lida também com a dúvida e o pecado, não como fraquezas, mas como dons essenciais à condição humana e à concretização das nossas maiores conquistas.

PlayPlay começa com um "Prólogo" orquestralde quatro minutos que nos apresenta a frase do anjo quando viu as três Marias que vinham visitar o túmulo de Jesus: Quem quaeritis in sepulchro o Christicolae? Há aqui uma referência aos mistérios bíblicos medievais. É ela que dá o tom à história que se segue: porque quereis vós entrar nesta escuridãoe fazer esta viagem?Na segunda secção, Sub-space (Subespaço, 6 minutos), o coro canta o texto latino da melodia de cantochão O magnum mysterium, seguida de uma citação em grego do segundo livro das Epístolas de São Pedro sobre o castigo que Deus impõe aos anjos caídos.A terceira secção, Whiteness: the unborn (Brancura: o nascituro, 5 minutos) começa com o apelo do vazio ("l'appel du vide"), a voz que

descreve o sofrimento dos anjos forçadosà castidade e que deixa um apelo em prolda liberdade de prossecução do prazer, faceao juízo moral.A quarta secção (6 minutos) chama-se White Lies (Mentiras piedosas), foi escrita para o concerto-oficina de 2014 e refere-se ao encontro entre a criança e o caçador. Vemos a criança sob a sua verdadeira forma. Tinha estado a ouvir em sonhos todas as vozes que antes tinham soado, suspensa de cordas "shibari".Após um pequeno interlúdio extático, a música entra no quinto andamento, Sub-drop (Quebra de submissão, 4 minutos) e as luzes baixam lentamente de intensidade até à escuridão.A peça termina, a criança regressa à realidade e pergunta-se para onde terão as estrelas desaparecido. Coloca-se-nos uma pergunta: “que quereis vós ver em mim quandome olhardes?”

Glossário

Subespaço (Sub-space) refere-se ao estado psicológico de um parceiro submisso durante uma prática sadomasoquista. Quebra de submissão (Sub-drop) é o momento em que o submisso sai do subespaço. Shibari é uma antiga forma japonesa de submissão por meio de cordas. As cordase a sua textura estabelecem um contrastecom a pele e as curvas suaves do corpo.

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Jamie ManPlayTexto de Jamie Man

I. PROLOGUE

[Flashing images of the encounter between the HUNTER and the CHILD.] QUEM QUAER-I-TIS IN SE-PUL-CHROO CHRIST-I-CO-LAE?(Mistério Medieval) II. SUB-SPACE

[Darkness. Child’s sub-space.] CHORUS:O magnum mysterium,et admirabile sacramentum,ut animalia viderent Dominum natum,jacentem in praesepio!Beata Virgo, cujus viscerameruerunt portareDominum Christum.Alleluia.(Cântico Responsorial)

εἰ γὰρ ὁ Θε-ὸς ἀγγέλων ἁμαρτησάντων οὐκ ἐφείσατο ἀλλὰ σειραῖς ζόφου ταρταρώσας παρέδωκεν εἰς κρίσιν τηρουμένους καὶ…(2 Pedro 2:4)

[CHILD appears.] CHILD:Claude, cette langue est si étrange. Les mots ressemblent à des insectes qui jouent avec ma langue. Je ne parle pas, j’ai trop peur: mais les rêves ne sont pas faits de mots et tu entends tous les miens. [Stars grow culminating into a flood of blinding white light and music diminishes.]

I. PRÓLOGO [Imagens intermitentes do encontro entre o CAÇADOR e a CRIANÇA.] QUEM PRO-CU-RAIS NO SE-PUL-CRO, Ó CRIS-TÃOS?

II. SUBESPAÇO [Escuridão. O subespaço da criança.] CORO:Oh, que grande mistério,e admirável sacramento,por verem os animais o Senhor nascido,deitado no presépio!Virgem bem-aventurada, cujas entranhasmereceram trazerCristo Senhor,Aleluia.

Com efeito, Deus não poupou os anjos que pecaram, mas, precipitando-os no Inferno, entregou-os a um fosso de trevas, onde estão reservados para o Juízo. [A CRIANÇA aparece.] CRIANÇA:Claude, esta língua é tão estranha. As palavras parecem insetos que brincam com a minha língua. Já não falo, tenho medo de mais: mas os sonhos não são feitos de palavras e tu ouves todas as minhas palavras. [As estrelas começam a crescer, culminando numa torrente de luz branca ofuscante e a música diminui.]

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III. WHITENESS: THE UNBORN L’APPEL DU VIDE:Seethe faceless unbirthed beauties whosefeathered corpsesolder than the starslie tremblingon wet bedsof white magnoliabut they do not know why. They weep likelittle fauns,drowning their sorrowswith mouthfuls of water-girlsthey swallow and swallow. The virtuous feedon their crimson tearsand vanilla breedsdripping with banality. Teacher, dreamer, sacred friend,I hear you cryand silence the makers,lovers and creators.Your fear defilesthe vestal innocentsstripped of joy and reveriestragedies and nativities You know not what you do. Teacher, dreamer, sacred friend,let them live,seek the edgeand find their kingdomslost in their games of ‘just pretend’free to fall and fly…

III. BRANCURA: O NASCITURO O APELO DO VAZIO:Vêas belezas sem rosto dos não nascidoscujos corpos com penasmais antigos do que as estrelasestão deitados, tremendoem camas molhadasde magnólias brancasmas sem saberem porquê. Choram comopequenos faunosafogando os seus desgostoscom goles de raparigas-de-águaengolem, engolem. Os virtuosos alimentam-sedas suas lágrimas carmesime de criaturas de baunilhaque pingam banalidades. Professor, sonhador, amigo sagrado,ouço-te chorare a calar os fazedores,os amantes e os criadores.O teu medo sujaas inocentes vestaisdestituídas de alegria e sonhostragédias e natividades Não sabeis o que fazeis. Professor, sonhador, amigo sagrado,deixa-os viver,procura a vantageme vai ao encontro dos seus reinosperdidos nos seus jogos de “faz de conta”livres de cair e voar…

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IVa. WHITE LIES [L’APPEL DU VIDE narrates a story describing a conversation between the CHILD and the WOLF. Split stage: CHILD hears the story as an imaginary voice.] L’APPEL DU VIDE:… High up there the wolf began, [as WOLF] “Blind is the hunterwho becomes a preycaught in the grace of yourguileless embraces,unsexed skin.But you, my child, were born like every otherDrenched in the blood of your own mother." CHILD:Silent! [covers ears and cries.] L’APPEL DU VIDE:[as WOLF] Silent? [laughs] Silent was the night and holy,When all was calm and bright.They danced.The hunter and the child,So tender and mildAs the red snow fell.Slow, so slow. L’APPEL DU VIDE:Ashes to ashesDust to dustSlow, so slow.Ashes to ashes,

IVa. MENTIRAS PIEDOSAS [O APELO DO VAZIO narra uma história que descreve a conversa entre a CRIANÇA e o LOBO. Palco dividido: a CRIANÇA ouve a história como uma voz imaginária.] O APELO DO VAZIO:… Lá do alto, começou o lobo, [no papel de LOBO] “Cego é o caçadorque se torna presaapanhado na beleza dos teusabraços inocentes,pele assexuada.Mas tu, minha criança, nasceste como todas as outrasEncharcada no sangue da tua própria mãe.” CRIANÇA:Silêncio! [tapa os ouvidos e chora.] O APELO DO VAZIO:[no papel de LOBO] Silêncio? [ri] A noite era silenciosa e sagrada,Quando tudo estava calmo e luminoso.Dançaram.O caçador e a criança,Tão terna e calmaEnquanto a neve vermelha cai.Lentamente, tão lentamente. O APELO DO VAZIO:Cinza às cinzasPó ao póLentamente, tão lentamente.Cinza às cinzas,

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Língua à língua,em violento deleite,tão terno e tão jovem,Lentamente, tão lentamente,a neve vermelha cai. CRIANÇA:Dançámos.Lentamente, tão lentamente,A neve vermelha cai. O APELO DO VAZIO:[no papel de LOBO] “Frio mas amável foi o beijo do caçador.” Sussurrou o lobo,Cujos olhos eram brilhantes, mas cegos à corQue com a solitária criança estava deitado. [no papel de LOBO] “Amável foi o seu beijoe meigos os seus lábios.”Mas sabia ele?Saberia o caçador famintoO susto amargo das borlobetas (1)que trepavam entre as tuas coxas sedosasEnquanto dançavas, dançavas, dançavasno escuroE gritavas.Como gritavas silenciosamenteem êxtase cruel, carnívoro!”

IVb. INTERLÚDIO QUEM PRO-CU-RAIS NO SE-PUL-CRO Ó CRIS-TÃOS?

Tongue to tongue,in violent delight,so tender and young,Slow, so slow,the red snow fell. CHILD:We danced.Slow, so slow,The red snow fell. L’APPEL DU VIDE:[as WOLF] “Cold but kind was the hunter’s kiss.” Whispered the wolfWhose eyes were bright but colour-blindWho with the lonely infant lied. [as WOLF] “Kind was his kiss and gentlehis lips.But did he know?Did the hungry hunter knowThe bitter fright of the flutterbiesthat crawled between your satin thighsAs you danced, danced, danced in the darkAnd screamed.How silently you screamedIn cruel, carnivorous ecstasy!”

IVb: INTERLUDE QUEM QUAER-I-TIS IN SE-PUL-CHRO O CHRIST-I-CO-LAE?

(1) Nota do tradutor: propositadamente, para dar conta do anagrama “flutterbies / butterflies”

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V. SUB-DROP [Orchestra lights dim.] CHILD:[A moment before waking]Où sont les étoiles?Où sont-elles parties?Elles ne nous ont pas attendus?Qu’est-ce qu'ils veulent voir?ces gens dans le noir? VI. EPILOGUE[Darkness] [CHILD is alone on stage.] L’APPEL DU VIDE:When the light of the world has burned to none,Our secret feasting begun,What will you wish to see [Audience sees CHILD’s face for the first time]When you look at me?

V. QUEBRA DE SUBMISSÃO [As luzes da orquestra diminuem.] CRIANÇA:[Um momento antes de acordar]Onde estão as estrelas?Para onde foram elas?Não esperaram por nós?O que querem verestas pessoas na escuridão? VI. EPÍLOGO[Escuridão] [A CRIANÇA está sozinha no palco.] O APELO DO VAZIO:Quando a luz do mundo se extinguiu,O nosso festim secreto começou,Que quereis vós ver em mim

[O público vê o rosto da CRIANÇA pela primeira vez]Quando me olhardes?

Tradução: Linguaemundi

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Maurice Ravelciboure, 7 de março de 1875paris, 28 de dezembro de 1937

Na viragem da primeira década do século XX foram inúmeros os projetos teatrais em que Maurice Ravel esteve envolvido. A oportunidade mais relevante neste âmbito surgiu em 1909, com a encomenda de Daphnis et Chloé para os Ballets Russes de Diaghilev, sobre um argumento em um ato e três cenas, concebido por Fokine e baseado num romance pastoral do poeta greco-romano Longus (séc. II).Por altura da sua estreia em junho de 1912, em Paris, com coreografia também de Fokine e com Nijinski e Karsavina nos principais papéis, o bailado não logrou alcançar um sucesso significativo, em grande parte devido ao facto de ter ocorrido ainda no rescaldo do grande choque causado poucos dias antes pela coreografia de Nijinski em L’après-midi d’un faune. Não obstante, esta “symphonie choréographique”, como o próprio compositor a descreveu, é normalmente encarada como a sua obra mais impressionante e bem conseguida. Com efeito, Daphnis et Chloé destaca-se não só pelas suas dimensões, duração e recursos instrumentais exigidos, mas também pelas melodias exuberantes, pelas harmonias luxuriantes e pela orquestração sumptuosa, encerrando alguma da música mais arrebatadora alguma vez composta por Ravel.

Quando o pano sobe, a flauta apresenta um tema ansioso sobre as cordas em surdina e o coro sem palavras. Um grupo de jovens chega com oferendas para as ninfas, iniciando-se uma dança religiosa. Na Danse générale, as raparigas dançam em volta de Daphnis e Chloé sente ciúmes. Quando Dorcon se mostra interessado nela, Daphnis não aceita, acabando por envolver-se ambos num concurso de dança. A Danse grotesque de Dorcon introduz um elemento de comicidade, com a representação dos seus movimentos desajeitados e até das gargalhadas da assistência. Em Danse légère et gracieuse de Daphnis, este responde e é declarado vencedor, abraçando-se a Chloé e ficando em êxtase enquanto esta é levada. Lycéion aproxima-se e faz a sua dança lasciva (Danse de Lycéion). Quando de longe vêm sons de guerra, Daphnis vai em socorro de Chloé. Esta aparece, implorando a proteção das ninfas, mas é raptada por piratas. Em Nocturne: Danse lente et mystérieuse des Nymphes, as três estátuas das ninfas ganham vida e iniciam uma dança misteriosa. Vendo Daphnis desmaiado, fazem-no ver o deus Pan e ele prostra-se em suplicação. A 2.ª cena abre com a música ameaçadora associada aos piratas. A sua Danse guerrière tem um caráter rude e, após

Daphnis et Chloé

composição: 1909-12estreia: paris, 8 de junho de 1912duração: c. 55’

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um interlúdio mais calmo, torna-se mais selvática. Sob ordem de Bryaxis, a prisioneira é trazida para os festejos. Na Danse suppliante de Chloé, ela dança acompanhada pela sonoridade do corne inglês, que evoca a sua vulnerabilidade. Subitamente, a atmosfera altera-se e, cercados por sátiros, os piratas debandam em pânico quando a sombra de Pan emerge sobre as montanhas. Na 3.ª cena, em Lever du jour, os sons abafados do amanhecer dão gradualmente lugar a uma linha melódica nas cordas, a qual cresce até se transformar num tema lírico. Daphnis é acordado por pastores e procura por Chloé, divisando-a finalmente, protegida por pastoras.No instante em que os dois amantes se abraçam inebriados, a melodia atinge um ponto culminante de paixão. Em Pantomine (Les amours de Pan et Syrinx), para agradecimento a Pan, cuja intervenção salvara Chloé, os dois

amantes representam a história desse deus e da sua amada ninfa, Syrinx, que se havia transformado em bambu e que ele colhera na forma do seu famoso instrumento musical. Envolvida pelo acompanhamento sedutor das flautas, que evoca esse episódio, Chloé dança, cada vez mais animada, até que o movimento se quebra e ela cai langorosamente nos braços de Daphnis. Num breve mas apaixonado epílogo, os amantes juram o seu amor eterno e fazem as suas oferendas perante o altar das ninfas. Entretanto, entra em cena um grupo de raparigas, vestidas como bacantes e tocando pandeiros, seguidas por um grupo de rapazes, num ambiente de grande alvoroço e sensualidade. Neste final estimulante e arrebatador, Ravel emprega a totalidade dos recursos orquestrais à sua disposição para evocar uma voluptuosa celebração dionisíaca do amor físico. luís miguel santos

Coleção de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian ( 15)

Gil Heitor Cortesão (Lisboa, 1967)Sem Título (Manifestação), 2004Óleo sobre vidro acrílico190 x 135 cm |190 x 100 cmColeção CAM – Fundação Calouste GulbenkianInv. 04P1262

Esta obra pode ser vista na exposição “As Casas na Coleção do CAM”, até 29de agosto de 2016, na nave do Centro de Arte Moderna.

A força da arquitetura e de um lugar próximo do imaginário está presente no trabalho de Gil Heitor Cortesão. No díptico de 2004, Sem título (Manifestação), o artista apresenta uma cidade invadida por uma multidão que a atravessa, numa atmosfera esfumada, espécie de sonho ou representação de uma cidade futurista/fantasista. Mas esta

multidão é ao mesmo tempo uma multidão sem rostos, num tempo incógnito, repleto de incerteza. Os prédios arquitetonicamente pesados e rígidos, através da pincelada e das escorrências da tinta transformam-se em edifícios fragilizados, numa artificialidade construída pelo artista numa imagem distante da realidade.

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maestroHannu Lintu

Hannu Lintu nasceu em Rauma, na Finlândia. Estudou violoncelo e piano na Academia Sibelius, em Helsínquia, prosseguindo depois a sua formação em direção de orquestra com Jorma Panula. Frequentou também as masterclasses de Myung-Whun Chung na Accademia Chigiana, em Siena. Em 1994 venceu o Concurso Nórdico de Direção, em Bergen. Desde 2103, Hannu Lintu é o Maestro Principal da Orquestra Sinfónica da Rádio Finlandesa. Anteriormente foi Diretor Artístico e Maestro Principal da Filarmónica de Tampere, Maestro Convidado Principal da Sinfónica Nacional da RTÉ e Diretor Artístico da Sinfónica de Helsingborg e da Filarmónica de Turku. Para além da sua estreia à frente da Orquestra Gulbenkian, na presente temporada dirige a Gürzenich-Orchester Köln, a Orquestra de Câmara de Lausanne,a Orquestra Nacional de Lille, a Sinfónica da Islândia, a Sinfónica de Baltimore, a Sinfónica de Moscovo e a Filarmónica de Seul. Em 2015 dirigiu a Sinfónica da Rádio Finlandesa numa digressão ao Japão.

Em janeiro de 2016 realizou uma digressão a Viena, Salzburgo e Innsbruck com a violinista Leila Josefowicz. Em maio regressará à Ópera Nacional Finlandesa para dirigir Tristão e Isolda, tendo anteriormente dirigido Parsifal, Carmen e King Lear de A. Sallinen. Outros projetos recentes neste domínio incluem Kullervo, de Sallinen, no Festival de Ópera de Savonlinna (2014) e Tannhäuser, com a Ópera de Tampere (2012). Hannu Lintu realizou várias gravações para as editoras Ondine, Naxos, Avie, Avex e Hyperion, tendo recebido vários prémios. Em 2011 foi nomeado para um Grammy na categoria de “Melhor CD de Ópera”. Foi também nomeado para os prémios Gramophone pelas suas gravações da Sinfonia n.º 2 de Enesco, com a Filarmónica de Tampere, e dos Concertos para Violino de Sibelius e Thomas Adès, com Augustin Hadelich e a Royal Liverpool Philharmonic Orchestra. Em 2015 gravou os Concertos para Violino de Mendelssohn e Tchaikovsky, com Fumiaki Miura e a Deutsches Symphonie-Orchester Berlin.

Notas Biográficas

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Inês Simões é Mestre em Artes, Estudos Vocais Avançados, pela Wales International Academy of Voice, onde estudou com Dennis O’Neill. É também Mestre em Canto pela Guildhall School of Music and Drama, onde ganhou o Tracey Chadwell Memorial Prize. Participou no curso Opera Works da English National Opera e coordenou o projeto Mini Operas. É licenciada pela Academia Nacional Superior de Orquestra. Foi 3.ª classificada no Prémio Jovens Músicos (2010) e 2.ª classificada no Prémio José Alegria (2008).No domínio da ópera, apresentou-se em várias cidades do país, no âmbito do projeto europeu enoa. Atuou também em vários festivais em Londres, nos papéis de Judith (O Castelo do Barba Azul), Isla (The Fisherman’s Brides de L. Treacher), Rita, na ópera homónima de Donizetti, Clarice (Il mondo della luna de J. Haydn), Condessa (As bodas de Figaro de Mozart), Bubikopf (Der Kaiser von Atlantis de Ullmann), Susana (Il segreto di Susanna de Wolf-Ferrari), Bastienne (Bastien und Bastienne de Mozart) entre outros.Apresenta-se também regularmente em recital e é uma grande entusiasta da música contemporânea, tendo cantado em palcos como Oxford Lieder Festival, Song in the City Concert Series, Barbican Hall, Barbican Pit, Sadler’s Wells, London Coliseum, British Museum e Millennium Centre.Em concerto, estreou-se no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian em Solomon de Händel, tendo ainda participado em obras de Marcos Portugal, Rossini, Schubert, Rutter, Händel e Orff.

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O barítono finlandês Jussi Lehtipuu estudou na Academia Sibelius, em Helsínquia, e na Academia da Ópera Nacional Holandesa, em Amesterdão. Em 2009 estreou-se no papel de Guglielmo, em Così fan tutte de Mozart, e cantou com a Opera Zuid numa digressão da ópera Dido e Eneias de Purcell. Desde então, tem vindo a alargar o seu repertório, incluindo papéis de óperas de Monteverdi, Händel, Mozart, Tchaikovsky, Poulenc e Britten, tendo obtido grande sucesso no papel de Apollo, em L'Orfeo de Monteverdi.Cantor versátil, Jussi Lehtipuu interpreta com regularidade obras de compositores contemporâneos. Em colaboração com o Ensemble Machetes, participou numa versão encenada de El Cimarrón, de H. W. Henze, apresentada em festivais de música contemporânea em Espanha, na Croácia e na Finlândia. Em 2014 integrou o elenco da ópera Kopernikus, de Claude Vivier, na Ópera Holandesa, em Amesterdão.Para além da ópera, Jussi Lehtipuu interpreta com regularidade o repertório de concerto, incluindo as grandes obras sacras de Monteverdi, J. S. Bach, Händel ou Brahms, bem como obras de compositores menos conhecidos como Zachow, Graupner ou Graun. Apresentou-se em recital com a pianista Petra Somlai, tendo interpretado canções de Schubert, Schumann, J. Haydn e Franz Xaver Mozart. Ainda no domínio da música de câmara, colaborou com vários agrupamentos, incluindo Les Talens Lyriques, The Harp Consort e De Nederlandse Bachvereniging.

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A compositora e maestrina Jamie Man nasceu em Londres. Estudou composição em Birmingham e Londres, tendo em seguida viajado para Amesterdão, onde reside atualmente. Depois de escrever várias obras para o Asko|Schönberg Ensemble (Amesterdão), o Xenon Ensemble (Berlim), o Eric Ericson Kammarkör (Estocolmo) e o LOD Muziektheater (Gent), começou a dedicar-se à ópera, desenvolvendo o seu trabalho através de workshops na Royal Opera House (Londres), no Jerwood Opera Writing Programme (Aldeburgh) e no Festival d’Aix-en-Provence. Em 2013 foi nomeada Sound and Music Embedded Composer do Mahogany Opera Group (Londres) com o qual desenvolve atualmente a peça No Devil Lived On, uma reflexão encenada sobre Der Spiegel Im Spiegel, Ein Labyrinth de Michael Ende. Em 2014, na sequência da apresentação da sua peça White Lies, pela Orquestra Gulbenkian, no âmbito de um workshop para jovens compositores orientado pelo compositor e maestro Magnus Lindberg, foi-lhe encomendada a composição da obra para duas vozes e orquestra Play.Em 2010, Jamie Man ganhou a Britten-Pears Young Conductors' Bursary, tendo trabalhado com Oliver Knussen. Desde então, dirigiu no Festival de Aldeburgh em várias ocasiões, bem como no Yellow Lounge, no Arcola Theatre (Londres), na Silbersee Opera (ex-vocaallab) e na Ópera Nacional Holandesa,em Amesterdão.

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A encenadora finlandesa Kristiina Helin estudou economia durante dois anos antes de viajar para Inglaterra, onde ingressou na East 15 Acting School, em Loughton, Essex. Dois anos mais tarde juntou-se ao grupo liderado por Ryszard Cieslak, um membro do laboratório teatral de Jerzy Grotowsky. Foi aluna de Grotowsky e de Eugenio Barba e colaborou também com o grupo dinamarquês Odin Teatret. Em 1992 viajou para Los Angeles, onde conheceu a bailarina experimental Naoyuki Oguri, que trabalhara com o criador da dança “butô”, Tatsumi Hijikata. No ano seguinte viajou para o Japão para estudar “butô” com Min Tanaka.De regresso à Finlândia, em 1995, trabalhou na Academia Sibelius e na Ópera Nacional Finlandesa, em Helsínquia. O contacto direto com o canto lírico despertou-lhe um interesse particular por este domínio artístico. Em 2000 fundou a companhia Graal Opera, uma das primeiras companhias de ópera independentes na Finlândia. Depois do fim deste projeto, nos últimos quinze anos Kristiina Helin tem trabalhado como encenadora independente.Em 2008, 2009 e 2014 trabalhou com o maestro Esa-Pekka Salonen no Festival de Helsínquia, no Festival do Mar Báltico e na Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2012 colaborou com o renovado Neue Vocalsolisten no Festival de Música ECLAT, em Estugarda, e na Bienal de Música de Veneza, a convite da European Network of Performing Arts.

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Fundado em 1964, o Coro Gulbenkian conta presentemente com uma formação sinfónica de cerca de cem cantores, atuando igualmente em grupos vocais mais reduzidos, conforme a natureza das obras a executar. Assim, apresenta-se tanto como grupo a cappella, interpretando a polifonia dos séculos XVIe XVII, como em colaboração com a Orquestra Gulbenkian ou outros agrupamentos para a execução de obras do repertório clássico e romântico. Na música do século XX tem interpretado, frequentemente em estreia absoluta, inúmeras obras contemporâneas de compositores portugueses e estrangeiros. Tem sido igualmente convidado para colaborar com as mais prestigiadas orquestras mundiais, sob a direção de maestros como Claudio Abbado, Sir Colin Davis, Emmanuel Krivine, Frans Brüggen, Franz Welser-Möst, Michael Tilson Thomas, Rafael Frübeck de Burgos ou Theodor Guschlbauer. Para além da sua apresentação regular em Lisboa e das digressões em Portugal, o Coro Gulbenkian atuou em numerosos países em todo o mundo, participando também em importantes festivais internacionais. Em temporadas recentes, o Coro Gulbenkian realizou uma digressão internacional com a Orquestra Barroca de Friburgo, sob a direção de René Jacobs (Così fan tutte), apresentou-se em

Londres, no Royal Festival Hall, com a Philharmonia Orchestra, dirigida por Esa-Pekka Salonen, atuou no Auditório Nacional de Madrid, sob a direção de Michel Corboz, e realizou uma série de concertos com a Orchestre National de Lyon, sob a direção de Leonard Slatkin, no Auditorium ONL em Lyon. Em 2013 apresentou-se com a Real Orquestra Filarmónica de Galicia, sob a direção de Antoni Ros Marbà, em Santiago de Compostela. No âmbito do Festival de Aix-en-Provence, em França, participou numa nova produção da ópera Elektra, de Richard Strauss, com a Orquestra de Paris, dirigida por Esa-Pekka Salonen. A discografia do Coro Gulbenkian está representada nas editoras Philips, Archiv / Deutsche Grammophon, Erato, Cascavelle, Musifrance, FNAC Music e AriaMusic, tendo ao longo dos anos registado um repertório diversificado, com particular incidência na música portuguesa dos séculos XVI a XX. Algumas destas gravações receberam prémios internacionais, tais como o Prémio Berlioz, da Academia Nacional Francesa do Disco Lírico, o Grand Prix International du Disque, da Academia Charles Cros e o Orphée d’Or. Desde 1969, Michel Corboz é o Maestro Titular do Coro. Jorge Matta é Maestro Adjunto e Paulo Lourenço Maestro Assistente.

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Coro Gulbenkian

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Michel Corboz maestro titular

Jorge Matta maestro adjunto

Paulo Lourenço maestro assistente

sopranosAriana RussoClara CoelhoFilipa PassosFilomena OliveiraInês LopesJoana SiqueiraManuela ToscanoMaria José ConceiçãoMariana LemosMariana MoldãoMarisa FigueiraMónica AntunesMónica SantosNatasa SibalicRita MarquesRosa CaldeiraRosário AzevedoSusana DuarteTaiana FroesTânia ViegasVerónica Silva

contraltosBeatriz CebolaCatarina SaraivaCristina FerreiraElsa GomesInês MartinsInês MazoniJoana EstevesJoana NascimentoLiliana SilvaLucinda GerhardtManon MarquesMaria Forjaz SerraMarta QueirósPatrícia MendesRita Tavares

coordenaçãoMariana Portas

produçãoFátima PinhoLuís SalgueiroJoaquina Santos

tenoresAníbal CoutinhoAntónio GonçalvesArtur AfonsoBruno AlmeidaDiogo PomboFernando FerreiraGerson CoelhoHugo MartinsJaime BacharelJoão AfonsoJoão BarrosJoão BrancoJoão CustódioManuel GamitoMiguel SilvaNuno FonsecaPedro RodriguesRui MirandaSérgio Fontão

baixosFernando GomesFilipe LealHugo WeverJoão Luís FerreiraJosé DamasJosé Bruto da CostaLeandro CésarLuís FernandesManuel CarvalhoMário AlmeidaNuno Gonçalo FonsecaPedro CasanovaPedro MorgadoRicardo MartinsRui BorrasRui GonçaloSérgio SilvaTiago Batista

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Orquestra Gulbenkian

Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Na temporada 2012-2013, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) celebrou 50 anos de atividade, período ao longo do qual foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta e seis instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências dos programas executados. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian a abordagem interpretativa de um amplo repertório, desde o Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora interior.Em cada temporada, a orquestra realiza

uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música (maestros e solistas). Atuando igualmente em diversas localidades do país, tem cumprido desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian tem vindo a ampliar gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, Ásia, África e Américas. No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida desde muito cedo com diversos prémios internacionais de grande prestígio.Paul McCreesh é o atual Maestro Titular da Orquestra Gulbenkian, sendo Susanna Mälkki a Maestrina Convidada Principal e Joana Carneiro e Pedro Neves os Maestros Convidados. Claudio Scimone, titular entre 1979 e 1986, é Maestro Honorário, e Lawrence Foster, titular entre 2002 e 2013, foi nomeado Maestro Emérito.

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primeiros violinosErik Heide Concertino principal *Bin Chao 2º Concertino AuxiliarPaula Carneiro 2º Concertino Auxiliar *Pedro Meireles 2º Concertino AuxiliarVasco BrocoAntónio José MirandaAntónio Veiga LopesPedro PachecoAlla JavoronkovaDavid WanhonAna Beatriz ManzanillaElena RyabovaMaria BalbiMaria José LaginhaJoão Castro *Zófia Pajak *Sandra Rosinha * segundos violinosAlexandra Mendes 1º SolistaJordi Rodriguez 1º SolistaCecília Branco 2º SolistaMaria Leonor MoreiraStephanie AbsonJorge TeixeiraTera ShimizuStefan SchreiberOtto PereiraLuciana Cruz *Catarina Silva Bastos *Félix Duarte *Miguel Simões * violasSamuel Barsegian 1º SolistaLu Zheng 1º SolistaIsabel Pimentel 2º SolistaAndré CameronPatrick EisingerLeonor Braga SantosChristopher HooleyMaia KouznetsovaAugusta Romaskeviciute *Cátia Santos *

violoncelosVaroujan Bartikian 1º Solista

Marco Pereira 1º SolistaMartin Henneken 2º SolistaLevon MouradianJeremy LakeRaquel ReisFernando Costa *Nelson Ferreira *Miguel Fernandes * contrabaixosMarc Ramirez 1º SolistaPedro Vares de Azevedo 1º SolistaManuel Rêgo 2º SolistaMarine TrioletMaja PlüdemannRomeu Santos *Luisa Marcelino *João Alves * flautasSophie Perrier 1º SolistaCristina Ánchel 1º Solista AuxiliarAmália Tortajada 2º SolistaJuanjo Hernández 2º Solista * oboésPedro Ribeiro 1º SolistaNelson Alves 1º Solista AuxiliarAlice Caplow-Sparks 2º Solista Corne inglês clarinetesEsther Georgie 1º SolistaJosé María Mosqueda 2º Solista Clarinete baixoRui Martins 2º Solista *Luís Palomares 2º Solista * fagotesRicardo Ramos 1º SolistaVera Dias 1º Solista AuxiliarJosé Coronado 2º Solista ContrafagoteRafaela Oliveira 2º Solista * trompasGabriele Amarù 1º SolistaKenneth Best 1º SolistaEric Murphy 2º Solista

Darcy Edmundson-Andrade2º Solista

trompetesStephen Mason 1º SolistaPaulo Carmo 1º Solista Auxiliar *David Burt 2º SolistaNicholas Zagni 2º Solista * trombonesJordi Rico 1º SolistaAndré Conde 1º Solista *Rui Fernandes 2º SolistaPedro Canhoto 2º Solista tubaAmilcar Gameiro 1º Solista timbalesRui Sul Gomes 1º Solista percussãoAbel Cardoso 2º SolistaFrancisco Sequeira 2º Solista *José Vitorino 2º Solista *Fernando Llopis 2º Solista *Andreu Rico Esteve 2º Solista *Laura Ilardia de Miguel 2º Solista *Duarte Santos 2º Solista *Faustino Pinto 2º Solista * CelestaTaíssa Poliakova Cunha 1º Solista * HarpaCoral Tinoco Rodriguez 1º Solista *Marion Desjacques 2º Solista *

* Instrumentistas Convidados

Paul McCreesh maestro titularSusanna Mälkki maestrina convidada principalJoana Carneiro maestrina convidadaPedro Neves maestro convidadoLawrence Foster maestro eméritoClaudio Scimone maestro honorário

coordenaçãoAntónio Lopes Gonçalves

produçãoAmérico MartinsMarta AndradeInês RosárioFrancisco Tavares

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17 Marçoquinta, 19:00h — M/6

BenjaminGrosvenor

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musica.gulbenkian.pt

Fundação CalousTe Gulbenkian

mecenasgrandes intérpretes

mecenascoro gulbenkian

mecenasciclo piano

mecenasconcertos de domingo

mecenasmúsica de câmara

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direção criativaIan Andersondesign e direção de arteThe Designers Republicdesign gráficoAh–hA

Pedimos que desliguem os telemóveis durante o espetáculo. A iluminação dos ecrãs pode igualmente perturbar a concentração dos artistas e do público. Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens duranteos espetáculos. Programas e elencos sujeitos a alteraçãosem aviso prévio.

tiragem500 exemplarespreço2Lisboa, Março 2016

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MUSICA.GULBENKIAN.PT

FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN