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Copyright2012 por

Hedy Maria Scheffer Silvado e

Luiz Roberto Soares Silvado

Todos os direitos em Língua

Portuguesa reservados por:

A. D. SANTOS EDITORA

Al. Júlia da Costa, 215

80410-070 - Curitiba - Paraná - Brasil

+55(41)3207-8585

www.adsantos.com.br

[email protected]

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Silvado, Hedy Maria Scheffer e Silvado, Luiz Roberto Soares

Casamento – O que levar na mala além dos doces e dos quilos a mais / Hedy

Maria Scheffer Silvado e Luiz Roberto Soares Silvado – Curitiba: A. D.

SANTOS EDITORA, 2012. 128 p.

ISBN – 978.85.7459-270-1

1. Amor 2. Casamento – aspectos religiosos

3. Comunicação no casamento 4. Felicidade 5. Cônjuges

CDD 248.884

1ª Edição: Abril / 2012 – 3.000 exemplares.

Proibida a reprodução total ou parcial,

por quaisquer meios a não ser em citações breves,

com indicação da fonte.

Edição e Distribuição:

Capa:

Igor Braga

Diagramação:

Manoel Menezes

Coordenação editorial:

Priscila R. Aguiar Laranjeira

Impressão e acabamento:

Gráfica Impressul

Dedicatória

Dedicamos este livro aos nossos filhos: Fernando e suaesposa Yvia, Eloísa e àquele com quem partilhará sua vida,crendo que o Senhor vai aplicar aos seus corações os princípiosaqui contidos para que eles tenham uma família segundo ocoração de Deus, que faça diferença neste mundo onde os valo-res estão invertidos ou se perderam.

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Agradecimentos

Agradecemos a Deus que durante nossa vida conjugaltem confirmado a promessa feita quando decidimos nos casar –“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês',diz o SENHOR, 'planos de fazê-los prosperar e não de lhes cau-sar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.” (Jeremias29.11) – e agora nos permite compartilhar um pouco do muitoque temos aprendido.

Agradecemos aos irmãos da Igreja Batista do Bacacherique nos têm estimulado a prosseguir ministrando para casais eaos incansáveis Edemilson Pinto Vieira e Conceição Fugmannna coordenação da transformação das palestras em manuscri-tos, à Priscila Laranjeira no trabalho de edição do material e àMarilena de Oliveira, Clarice de Oliveira e Celita ChueiriRamos da Silva que participaram deste projeto. Deus abençoesuas vidas e ministério!

Família é um dom precioso de Deus, a célula da sociedade,a menor unidade da igreja de Cristo. Ela forma, informa, incen-tiva e apoia os seus membros a desenvolverem todo o potencialque Deus lhes concedeu, mas família equilibrada não vem degraça. É só observar o que está acontecendo na sociedade emgeral. Precisamos investir tempo em favor de nossa família, orarpor ela e nos instruirmos para sermos melhores cônjuges emelhores pais.

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Nada do que está escrito aqui é só teoria. Nós experimen-tamos cada passo e com a graça de Deus continuamos casados efelizes depois de quase 33 anos.

Aos jovens casais que lerem este material, peço-lhes quetrabalhem preventivamente. Aos que tem mais anos de estra-da, aceitem o desafio de colocar em prática os princípios aquicontidos, pois não há relacionamento que não possa ser melho-rado ou transformado pelo poder de Deus.

Nossa maior recompensa será saber que a leitura destelivro trouxe um novo sentido para sua vida em família. Deus osabençoe, transforme e edifique.

Hedy e Pr. L. Roberto Silvado.

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Prefácio

Casamento – uma grande ideia de Deus, instituída, pri-meiramente, para que o homem não ficasse só, pois isso não“era bom”. O propósito seguinte era preservar a espécie, mascomo Deus nos ama muito Ele também instituiu o casamentopara alegria do ser criado.

Desde os primórdios manter um casamento saudável mos-trou-se um verdadeiro desafio. Homens e mulheres são muitodiferentes, mas, uma vez unidos são os dois “uma só carne”.Há que se cuidar um do outro, amando e respeitando a indivi-dualidade. Uma tarefa nada fácil, diga-se de passagem.

Hedy e L. Roberto Silvado compartilham experiências desua vida conjugal, os problemas enfrentados e as soluçõesencontradas e o fazem de uma maneira prática, dinâmica edivertida. Ensinam que o propósito de Deus para a vida a doispermanece o mesmo e, que cabe a nós colocarmos em prática oque a Bíblia ensina. Não podemos permitir que os distorcidosensinamentos da mídia destruam o nosso relacionamento. Pre-cisamos atentar para o que seja bom, perfeito e agradável, ouseja, a vontade de Deus.

Por que permitirmos que os eventos externos interfiramem nossa casa? Por que transformamos situações cotidianas emverdadeiros “cavalos de batalha”? Como priorizar o que é prio-ritário? Que bagagem estamos levando para a nossa vida emcomum?

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A analogia da mala e do que levamos nela nos ajuda avisualizar que essencial é encher a vida com coisas boas: lem-branças, filhos, aprendizado, com o outro e com tudo aquiloque nos ajuda a permanecer inteiros. Os doces, as roupas e osquilos a mais fazem parte da bagagem, mas é muito mais queisso.

É tempo de resgatar o amor, o respeito e os valores docasamento à moda de Deus. É tempo de amar o próximo comovocê ama a si mesmo. É tempo de investir em ter uma vidaplena.

O Editor

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Índice

Capítulo 1Escolhas e Prioridades _______________________________________1

Capítulo 2Uma aldeia global _________________________________________33

Capítulo 3Vivendo de maneira a agradar a Deus __________________________43

Capítulo 4As marcas de uma família feliz________________________________57

Capítulo 5As obras da carne e o fruto do Espírito _________________________67

Capítulo 6Priorizando o que é prioritário, mais uma vez. ____________________85

Capítulo 7Ah! O amor... ____________________________________________ 93

Conclusão ______________________________________________ 117

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Capítulo 1

Escolhas e Prioridades

Lembranças...

ESCONDE-ESCONDE

À noite , quanto a luz apagava, uma das nossas brincadei-ras preferidas era esconde-esconde. E era só cair um temporal,coisa bem comum em Curitiba, que as luzes da nossa rua apaga-vam (até hoje não sei porque, pois nas outras ruas do bairrohavia luz).

Normalmente eu estava só com as crianças. Lembro-mede uma vez ficar segurando a risada porque eles passavam pelobanheiro e não me viam deitada na banheira. Num terceiro equarto round da brincadeira, é claro que a Eloísa foi se esconderlá. E é claro que ela foi achada. Muita zangada ela perguntava:“Como é que a mãe se escondia lá e a gente não achava? Agoraeu me escondo, o Nando acha e a mãe me acha, não quero maisbrincar com vocês!”

Quando perguntei aos meus filhos que recordações elestinham da infância. Eles citaram o esconde-esconde no escuroe disseram que não sabiam quem se divertia mais, eu ou eles!

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O monstro do castelo

Sexta-feira tem sido o dia de folga do Roberto há anos.Como nossos filhos iam para a escola à tarde, eles acordavamde manhã e iam para a nossa cama. É claro que não demoravamuito para eu me levantar. Enquanto eu fazia o nossa café damanhã com panquecas e ovos mexidos, o Roberto ficava brin-cando com eles de "Monstro do Castelo". O castelo era nossacama. Eles entravam por baixo das cobertas para cutucar omonstro e o monstro agarrava um deles que se debatia e pediasocorro. O irmão libertava a irmã, mas ele ficava preso evice-versa. E essa brincadeira durava até eu chamar para o café.Quando eles demoravam, eu ia até o quarto e acabava presatambém. Quantas gargalhadas gostosas! Quantos momentosde pura brincadeira! Através dessa brincadeira, eles aprende-ram que um precisava cuidar do outro, defender dos monstrosque aparecem na vida.

Surpresa no acampamento

Nosso filho Fernando sonhava em acampar... Eu e meuesposo nunca gostamos de aventuras sem conforto. Certa veznum bazar da igreja, o Fernando quis comprar uma barraca.Como estava barata, compramos. Aí começou a ladainha:“Quando vamos acampar?” Meu esposo contou algumas desuas infelizes experiências com barraca na praia, mas vendo afrustração do garoto teve uma brilhante ideia: “Vamos acamparno quintal, que tal?” Os olhinhos dele brilharam. O pai e elemontaram a barraca, colocaram um colchão dentro, levaram

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sacos de dormir, televisão e lanterna. Passaram a noite na bar-raca, Roberto, Fernando e Eloisa, depois de assistirem TV econversarem muito, adormeceram. Na noite seguinte eu dormilá fora com eles e o Roberto dormiu dentro de casa. E assimfomos nos revezando. Fizemos isso até que um dia que o jardi-neiro veio fazer o jardim e teve que desmontar a barraca. Sabemo que havia embaixo da barraca? Um filhote de jararaca! O jar-dineiro achou um ninho no terreno baldio ao lado de casa!Assim acabaram-se os nossos acampamentos no quintal!

Um milagre canino

Tínhamos um lindo cão dálmata, Prince era o seu nome.Um dia notei que uma das suas pintas da pálpebra estava cres-cendo. Levei ao veterinário e veio a notícia que ele deveria seroperado para coletar material e ver o que era aquilo, mas pare-cia um melanoma (Câncer). Ele foi operado e quando chegueicom ele em casa, Eloísa e Fernando estavam me esperando.Levei o cão para o canil meio grogue da anestesia. As criançasvieram agradar seu cão e eu lhes contei que o veterinário haviadito que ele não teria mais que seis meses de vida, que o tumorera grande e já tinha ramificações no cérebro. Ele ficaria comum olho menor que o outro, pois o veterinário teve que tirar umpedaço da pálpebra. As crianças começaram a chorar. O Fer-nando disse: "mãe vamos impor nossas mãos e orar". Nós trêsnos ajoelhamos em volta dele, colocamos nossas mãos na suacabeça e meu filho começou sua oração: "Senhor, não permitaque meu cachorro morra, eu não estou preparado para per-dê-lo. O Senhor pode curá-lo se quiser. Por favor, eu amo oPrince, cura meu cão!" Eu e a Elô estávamos soluçando. Nessemomento meu esposo chegou e levou um susto. Os três ajoe-

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Casamento – O que levar na mala além dos doces e dos quilos a mais

lhados no canil? Orando e chorando? O Prince deve ter morri-do. Foi muito triste a cena e linda ao mesmo tempo. A fé demeu filho foi testada. Os pais incrédulos cruzaram o cão assimque ele melhorou. Nasceram 11 filhotes! Ficamos com umacadela, pois o Prince não passaria de seis meses, mas ele nãomorreu! O veterinário queria que as crianças fossem orar pelosbichinhos em fase terminal, pois o que aconteceu com o Princefoi um milagre! Ele morreu em consequência do câncer simmas, três anos depois, na idade que a maioria dos dálmatas mor-re. Como Deus foi misericordioso com meu filho! Ele teve umaexperiência com Deus muito forte aos nove anos. Ele viu ummilagre e viu seu cão morrer como outro cão, de velho, trêsanos depois quando ele estava preparado.

Estas lembranças nos vem à cabeça quando iniciamos estanossa conversa séria sobre casamento. Elas nos trazem à memó-ria que, ao assumirmos a aliança chamada matrimônio, noscomprometemos a depender de Deus, constituirmos uma famí-lia, ensinar aos nossos filhos valores e princípios eternos, princí-pios estes que estão registrados na Palavra de Deus.

A vida conjugal é como arrumar as malas para uma via-gem. No primeiro momento pensamos apenas no que levar:roupas, calçados, protetor solar, se a viagem for para a praia,casacos bem quentes, se nossa direção for para locais gelados.O início da viagem é divertido, prazeroso e todos estão anima-dos, mas se a estrada for longa, pode haver desvios e cansaço nocaminho... O que fazer, então? Parar, dar uma descansadinha,renovar o fôlego e os ânimos e continuar.

A jornada chamada casamento é uma verdadeira caixa desurpresas. Frequentemente, nos deparamos com algo inespera-do, que pode ser ou não agradável. Mas, vale à pena investirtempo e esforços, pois casamento é tudo de bom!

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A vida adulta é feita de escolhas e nem todas são agradá-veis. Por isso mesmo, é importante termos dentro de nós um sis-tema de valores já articulado que nos permita tomarmos essasdecisões. Como cristãos temos um excelente ajudador que é oEspírito Santo de Deus. Como participantes de uma comunida-de de fé temos um sistema de apoio maravilhoso, um grupo deirmãos que orarão comigo, me ajudarão com a sua sabedoria nocompartilhar e no caminhar juntos, mas no frigir dos ovos creioque descobriram que, no final das contas quem toma a decisãosão vocês. Quem vai arcar com as consequências positivas enegativas são vocês. Isso é vida adulta. Então, vamos conversarsobre isso e tentar fugir desse modelo rígido que é comumencontrarmos.

As prioridades estão definidas: Deus, família, profissão eigreja. Algumas pessoas têm isso como um negócio monolítico,outros chegam até a colocar Deus, igreja, família e profissão.Ainda há uma terceira ordem de prioridades, que normalmentenão é colocada publicamente: profissão, Deus, família e, paraalguns a profissão é a coisa mais importante do mundo, mas avida não é tão rígida assim. Certamente já descobriram isso.A vida é um pouco mais gelatinosa, tem movimento, não éestática. A nossa proposta é considerarmos o fato de que a vidaé dinâmica e que estamos o tempo todo lidando com exceções.Já percebeu? Você estabelece prioridades e quando vê tem umaexceção chegando em seu caminho. E como lidamos com aexceção? Você se organiza todo e de repente como é que lidacom o que não está no planejamento? Por isso, precisamos tra-balhar para que as prioridades não se invertam. Muitos se afas-tam de Deus, da igreja, sem nunca ter parado para dizer, “querome afastar de Deus, me afastar da igreja”, mas quando olhampara trás, percebem que aos pouquinhos foram se afastando,

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Casamento – O que levar na mala além dos doces e dos quilos a mais

porque as decisões foram surgindo: em um domingo era umchurrasco, no outro era um aniversário, outro dia foi um feriadoem que foi visitar os pais e daí num outro domingo houve umtrabalho urgente a ser feito, porque foi preciso fazer extra naempresa. Quando percebem já faz seis meses que não vão à igre-ja, que não vão a um culto, a um encontro... Uma noite chegueimuito tarde em casa; na outra estava viajando pela empresa,quando vejo fazem quatro meses que não vou a igreja. Não éassim que acontece? Você não ora uma noite porque um doscônjuges foi dormir mais cedo; não ora na outra noite porqueum foi tomar banho e enquanto tomava banho o outro dormiu;na outra noite havia tido uma “encrenquinha” e o outro nãoestava muito a fim de conversar e quando vê faz um mês que ocasal não ora junto. As exceções vão se somando e quandonotamos, o copo transborda. A nossa luta é priorizar o que é pri-oritário e trabalhar mantendo o foco.

O modelo dos círculos concêntricos.

Círculos concêntricos: diz-se de curvas, círculos ou super-fícies que têm o mesmo centro.

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O princípio dos Círculos Concêntricos de Ernest Mosley éfascinante porque tem a dinâmica de uma pedra caindo numlago. Quando a pedra cai em um lago provoca círculos concên-tricos. Você vê os movimentos produzidos por uma pedra quecai na superfície de um lago. A vida tem movimento, não é está-tica e ao mesmo tempo produz círculos concêntricos. Você temvários círculos ao redor da pedra que cai e Mosley sugere quetemos esses círculos que são os mais próximos da pedra centrale há também os mais afastados. Devemos trabalhar com as prio-ridades. Eis alguns princípios genéricos que nos ajudarão amanter o equilíbrio da vida e lidar com as exceções por enten-der que existe esse movimento na vida. Então, lido com asexceções por causa do movimento da vida e retorno para oequilíbrio dos círculos.

Lar cristão e prioridades

“Prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de

Deus, em Cristo Jesus” (Filipenses 3:14).

Existem princípios bíblicos que nos ajudam a colocar real-mente as prioridades em ordem. Quando você olha para os cír-culos concêntricos se pergunta qual é o círculo central? É a pes-soa cristã. Quem é? Você! Você é prioridade, sabe por quê?Caso não esteja bem, o seu relacionamento com seu cônjugenão estará bem. É preciso estar bem consigo mesmo, então, sevocê não anda bem procure tratamento, busque ajuda! Encon-tre um conselheiro, uma terapia. Não fique empurrando com abarriga e fingindo que está tudo bem porque quer fazer o seucônjuge feliz. Não permaneça em uma situação que lhe causamal e traz malefícios, procure ajuda, porque a sua vida emana

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de quem você é. E uma pessoa cristã precisa emanar Cristo.Você precisa refletir sua relação com Deus! O relacionamento“PRA CIMA” é entre você e Deus, é vertical, se este relaciona-mento estiver bem o seu relacionamento horizontal, que éentre você e o seu cônjuge estará bem, pois brota dessa relaçãovertical.

Que o círculo vem logo depois? É a pessoa do seu cônjuge,é o relacionamento prioritário que vem na sequência. Quandoestou bem comigo mesmo, fica mais fácil me dar bem comminha esposa, com meu esposo e daí investir nesse relaciona-mento.

Depois do cônjuge, vem a pessoa do pai ou mãe, então,por exemplo:

Certo casal tem um filho com pouco mais de três anos deidade e nesta fase da vida, a presença da criança tende a inver-ter essa ordem. Sabe o que vai acontecer se os pais não estive-rem atentos? O filho vai ficar no círculo central da vida de seuspais. Deus dá filho para quem é maduro, essa é a ideia. Algunscasais prejudicam o relacionamento conjugal porque colocamos filhos para dormir na cama, impedindo que o relacionamen-to conjugal, inclusive na área sexual, prevaleça. O casal deixade relacionar-se em detrimento dos filhos, mas os filhos existemporque o relacionamento conjugal existe. É por isso, que algunscasais, quando os filhos casam e partem para constituir sua pró-pria família ou para viver suas carreiras, um olha para o outro ediz: “quem é você mesmo?” O relacionamento deles se restrin-giu aos filhos. O que fazer, então? Fortalecer o relacionamentoconjugal; priorizá-lo e depois vêm os filhos.

O seu relacionamento na igreja é resultado de sua vidafamiliar. Por mais preciosa que seja a vida na igreja, as pessoas,

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as celebrações nunca devem ter precedência sobre a vida fami-liar. O bom relacionamento na igreja deve ser consequência desua vida em família!

Você também tem vida profissional e o seu relacionamen-to com o trabalho, com a profissão escolhida deve ter lugardeterminado em sua vida, deve estar no lugar correto em sualista de prioridades. Quando a vida profissional é usada paracrescimento pessoal, para sustento da família, Cristo vai trans-bordar e abençoar a sua vida profissional. Muitos cristãos inver-tem esse processo e ao fazer isso, acham que vão ganhar dinhei-ro e abençoar a igreja. Quem disse que Deus precisa de dinhei-ro? Falta a perspectiva correta de Reino. O objetivo de estarintegrado no Reino de Deus, envolvido na comunidade cristã, éque eu seja fortalecido na minha fé e ajude na expansão do Rei-no de Deus. Quando digo igreja, estou falando em comunidadede fé, não é institucionalização.

Há também a pessoa comunitária. Como profissional com-petente, influencio a vizinhança, influencio o condomínio ondemoro, influencio a sociedade onde estou integrado, esta é a pro-posta círculos concêntricos.

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Princípios básicos

1. O controle das prioridades deve ser de dentro para fora.

Quando focamos tudo em nós, somos taxados de egoístas.Para que tal não aconteça, saímos dofoco e colocamos o outro em primei-ro lugar, mas biblicamente istonão funciona. Jesus disse: “amai

ao próximo como a si mesmo”. Issosignifica que eu preciso me amarprimeiro e colocar-me no centro.Mas, esta centralização deve serde acordo com a Palavra de Deus,guardando o coração:

“Acima de tudo guarde o seu coração, pois dele procedem as

fontes da vida”. Provérbios 4:23

Guarde o seu coração, o seu relacionamento com Deus.O que está em seu coração? Quem está em seu coração? O quereside no seu coração?

“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas,

de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o

edifício, bem ajustado, cresce para templo Santo no Senhor”.Efésios 2:20 e 21

Quem é santuário do Senhor? Sou eu, não é o templo.Como é que está sua vida com Deus? Sua comunhão diária comDeus? É na comunhão diária com o Pai Celestial que você sefortalecerá. Você tem gasto tempo lendo a Palavra de Deus eorando? Quanto mais sabe da Palavra hoje do que sabia há umano? Você tem memorizado versículos? Ou pelo menos tem

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procurado saber o significado? Versículo decorado é uma armaque Deus nos dá na hora da aflição, na hora da angústia, nahora do conflito. Invista em você! Deixe que o círculo centralcontrole os demais. Nunca deixe que a preocupação com o cír-culo exterior tire a sua atenção de um círculo interior, essa é aessência desse princípio.

Como funcionário de uma empresa você faz parte do “clu-be dos funcionários” e se envolve com os projetos do clube dosfuncionários. Talvez um deles seja reciclagem em uma favela ouvila mais carente. Você se envolve tanto com o projeto que issocomeça a prejudicar o seu desempenho como funcionário.O que é que está fazendo? Está invertendo as prioridades docírculo, não é verdade? E isso vai prejudicar o seu rendimentocomo funcionário, porque está quebrando o princípio do círcu-lo! Não há nada de errado apoiar o projeto de reciclagemdaquela favela, é uma ação comunitária. Mas, quando meenvolvo tanto nessa ação comunitária, que começo a prejudi-car a minha atuação nos projetos da empresa, estou invertendoas prioridades. O princípio número um nos ajuda a perceberquando estou invertendo as prioridades. O que fazer? Reduzir omeu envolvimento no projeto de reciclagem, arrumar mais gen-te para trabalhar. Por quê? Porque, se assim não proceder, voucolher as consequências.

Quando começo a me envolver nos projetos da igreja, meencho de atividades! Estou comprometido com todos os minis-térios da igreja, mas não tenho mais tempo para jogar bola commeu filho; não tenho mais tempo para sair com minha esposa...O que estou fazendo? Estou invertendo uma prioridade e, cer-tamente colherei problemas por causa disto. Estou fazendoalguma coisa errada? Não. Mas, estou invertendo uma priorida-de, então o princípio é nunca deixar que o círculo exterior tire a

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minha atenção de um círculo interior. Essa pressão é perma-nente. Dá para perceber isso? Vocês sentem a pressão? Isso éum princípio, é genérico, é algo que daqui para a frente vocêpoderá continuar aplicando.

2. Um círculo interior fraco limita o potencial dos círculos

exteriores.

Quando um círculo interior fraco limita o potencial doscírculos exteriores o que acontece? Vamos analisar este ponto.

Quando você tem um péssimo casamento como será arelação com os filhos? Péssima! Quando pai e mãe têm umapéssima relação, se tratam super mal, não se respeitam, gritamum com outro, mentem um para o outro, como é a relação comos filhos? É ruim, claro. Vocês já viram pais que fazem fofoca,contam coisas ruins da mãe para o filho? Ou a mãe conta para afilha coisas ruins do pai? Depois querem que os filhos entremcomo aliados numa verdadeira guerra conjugal?

Você acaba procurando uma desculpa no círculo exteriorpara justificar a fragilidade do interior. Quer ver um exemplo?“Não iguale o seu compromisso com os seus projetos e atividades da

igreja, com o seu relacionamento e lealdade em Cristo”. O queacontece? Tenho uma vida cristã vazia. Vou à igreja, sou envol-vido, mas eu não tenho vida cristã. Não leio a Bíblia, não tenhoum relacionamento vivo com Deus, não tenho uma vida deoração. Não posso dizer que ouço respostas de Deus, que Elefala comigo pela Palavra, não tenho um caminhar diário comDeus, então me envolvo na igreja, tento usar o círculo exteriorpara substituir a fragilidade do círculo interior.

Havia uma senhora que conheci quando era criança. Elaficava na igreja de segunda à sexta-feira, além do final de sema-

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na. Um dia ela estava na igreja e ligaram porque o filho delaestava encima do telhado e estava jogando pedras na casa dovizinho. As crianças estavam aprontando, e claro, nosso pastordisse assim: “Irmã, por favor, não venha aqui durante a semana,fique em casa, cuidando dos seus filhos. Vir no final de semanaestá ótimo!” Mas o que é que acontecia? Ela voltava e ficavadireto na igreja, pois era uma forma de fugir de alguma coisaque talvez não gostasse muito e que acontecia em sua casa. Eladava a desculpa de estar trabalhando na Obra do Senhor!

É fácil você substituir o estar ocupado na Obra com o rela-cionamento com Deus: “Mas, estou fazendo a obra de Deus,como é que não tenho um relacionamento com Ele?” Muitosainda pensam que, trabalhando bastante e contribuindo comvalores significativos, estarão fazendo o seu melhor para o Rei-no. O que fazem? Entram de cabeça no trabalho, atropelandotudo o que vêm pela frente: cônjuge, filhos, tempo de comu-nhão com Deus... Com a justificativa de que estão angariandofundos para a Obra. Mas, quando agem dessa maneira tornam orelacionamento doméstico frágil e essa fragilidade se transfor-ma em fuga. Círculo interior fraco limita o potencial dos círcu-los exteriores, por isso, não tente fazer compensações, cuidadocom isso.

A proposta para o tempo de reflexão é que seja uma reflexão pessoalou com o cônjuge, mas também pode ser desenvolvido em grupo.

Tempo de reflexão:

1. Como o modelo concêntrico pode nos ajudar nas escolhas deprioridades? Analise os dois princípios aprendidos.

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2. Como é que esses dois princípios podem ajudar você a esco-lher, a lidar com prioridades na vida?

3. Você tem encontrado situações com as que temos descrito?Em quais você se vê?

4. Você tem invertido a ordem das prioridades? Como fazerpara retomar o rumo certo?

Após considerarmos estes pontos, pensem: quem vai aju-dá-lo a retornar para o equilíbrio? Seu cônjuge. Este é o papeldo cônjuge. Por quê? Porque se o seu cônjuge não atentar para anecessidade de retomar à ordem correta das prioridades, vocêpode se acostumar, principalmente se gosta da sua profissão, esabe que sempre pode ganhar mais dinheiro. Como profissionalliberal ou autônomo, você está ciente que se der aulas em maisuma faculdade quando sai do trabalho regular, ganhará mais.Sabe que se fizer uma pós-graduação, que é justificável paraobter uma promoção ou estar preparado para concorrer a maisuma promoção na empresa, seu salário vai melhorar. Você estáciente de que sempre pode fazer mais, no entanto, a questão ése isso é equilibrado, se esse é o momento, se dentro das priori-dades faz sentido. Para evitar que tais excessos aconteçam,somos uma equipe, um time. Quando você tiver que lidar comessa mudança, se conseguir desenvolver um bom diálogo, umaconversa franca, absolutamente honesta com seu cônjuge fica-rá bem mais fácil manter o equilíbrio. Mais importante ainda émanter uma conversa com Deus, e a intimidade com Deus nãopode ser negligenciada, porque o risco é muito grande.

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