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ARTIGO SOBRE A PESQUISA DE CONCLUSÃO DE CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS TURMA: 2011-2 / 2015-1 ATUAÇÃO DO OBSERVATÓRIO SOCIAL DO MUNICÍPIO DE ROLIM DE MOURA NAS MODALIDADES DE LICITAÇÕES EXECUTADAS EM 2014 AUTORES : Amanda Vilarim Faustino E-mail: [email protected] – Tel: (69) 9281-2138 Natália Sarmento Pompeu E-mail: [email protected] – Tel: (69) 9225-0892 Everardo Araújo Júnior E-mail: [email protected] – Tel: (69) 93022349 ORIENTADORA: Profª. Gleimiria Batista da Costa, Doutora E-mail: [email protected] – Tel: (69) 8449-6443 1

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DVA COMO FERRAMENTA NA ANLISE DE PRODUO E DISTRIBUIO DE RIQUEZA: DETRAN-RO

ARTIGO SOBRE A PESQUISA DE CONCLUSO DE CURSO

BACHARELADO EM CINCIAS CONTBEIS

TURMA: 2011-2 / 2015-1ATUAO DO OBSERVATRIO SOCIAL DO MUNICPIO DE ROLIM DE MOURA NAS MODALIDADES DE LICITAES EXECUTADAS EM 2014AUTORES:Amanda Vilarim Faustino

E-mail: [email protected] Tel: (69) 9281-2138

Natlia Sarmento Pompeu

E-mail: [email protected] Tel: (69) 9225-0892

Everardo Arajo JniorE-mail: [email protected] Tel: (69) 93022349ORIENTADORA:Prof. Gleimiria Batista da Costa, DoutoraE-mail: [email protected] Tel: (69) 8449-6443Porto Velho RO/2015

ATUAO DO OBSERVATRIO SOCIAL DO MUNICPIO DE ROLIM DE MOURA NAS MODALIDADES DE LICITAES EXECUTADAS EM 2014RESUMO

O presente estudo objetiva apresentar a importncia da atuao de um Observatrio Social (OS), destacando o Observatrio Social instalado em Rolim de Moura (OSRM), que atua como importante ferramenta na anlise do acompanhamento das compras pblicas realizadas pela esfera Municipal. Toma-se por base o perodo de 2014, tendo como foco a educao fiscal e o acompanhamento das licitaes, as atividades prestadas por esta entidade, asseguradas em concordncia com a Constituio Federal de 1988. luz do referencial terico discorreu-se sobre atuao do Observatrio Social do Brasil, desde seu surgimento, e sobre a atuao do OS em Rolim de Moura e a importncia da transparncia na Contabilidade Pblica, observando as leis pertinentes ao tema. Abordamos tambm o conceito das licitaes e modalidades utilizadas. A metodologia utilizada foi a anlise documental, entrevistas com os representantes do OSRM, muncipes e seus diretores. Como resultados por meio das anlises realizadas em 2014, a modalidade Dispensa de Licitao (DL) foi a de maior destaque, seguida do Prego Eletrnico (PE) ambas totalizando 239 realizaes, o que corresponde a 83,27% de um total de 287 licitaes realizadas. Verificou-se que a atuao do observatrio de Rolim de Moura de suma importncia para os cofres municipais, pois o OSRM atua desde o lanamento do Edital, verificando se tem inconsistncias at a finalizao dos servios. Palavras-Chave: Observatrio Social. Contabilidade Pblica. Licitaes.1 INTRODUO

No momento presente, o Brasil encontra-se exteriorizado a nvel internacional em razo de numerosos escndalos ligados corrupo ao errio. Apresentando-se como problema estrutural, conforme Souza (2013), este flagelo percorre uma trajetria histrica, que se estende desde a poca colonial at o estabelecimento da democracia. De acordo com Andrade (2013), possveis causas so o desconhecimento do conjunto de leis e a falta de diligncia quanto participao direta da populao como agente fiscalizador da mquina pblica. Diante do atual cenrio, encontrou-se uma maneira para refrear o alto ndice de extravios e defraudaes; A gnese de uma estrutura titulada Observatrio Social (OS), fundada no Municpio de Maring (PR), a partir da indignao de empresrios com a excessiva corrupo aninhada na administrao do Municpio. Seu propsito promover a educao fiscal e combater a corrupo atravs do acompanhamento das compras pblicas. Esta entidade, por sua vez, acumula vrios pontos positivos com sua atuao, e contribui por enriquecer a justia social, transmutando gradualmente o atual contexto poltico-econmico.

Conforme o Manual de Implementao de um Observatrio Social do Brasil (OSB), esta entidade constituda por cidados comuns e voluntrios apartidrios, que, juntos, possuem o objetivo de: Fomentar e apoiar a consolidao da Rede OSB de Controle Social, a partir da padronizao dos procedimentos de fiscalizao e controle dos gastos pblicos, alm da disseminao de ferramentas de educao fiscal e de insero de Micro e Pequenas Empresas no rol de fornecedores das prefeituras Municipais.

Dentre os diversos OS instalados no Brasil est o Observatrio Social de Rolim de Moura (OSRM), e esta unidade que o presente trabalho abordar. O principal objetivo identificar quais modalidades licitatrias trouxeram vantagens, bem como mostrar a economia gerada. Para atingi-lo foi feita uma pesquisa in loco, visando apurar em nmeros a quantidade de licitaes acompanhadas por esta entidade, consequentemente, a economia que gerou para o Municpio no ano de 2014. Alm disso, mostrar-se-o os resultados das entrevistas realizadas com personalidades que participam direta ou indiretamente das aes promovidas pelo OSRM, bem como a concluso dos autores.

Neste sentido, a contabilidade aplicada ao setor pblico se faz presente, na obrigatoriedade da aplicao da transparncia nos seus demonstrativos. Para tanto, evidenciar-se- que a contabilidade anda de mos dadas com a administrao pblica, tornando-se primordial falarem a mesma lngua para a construo de uma gesto efetiva. Tambm, mostrar-se-o as leis que sustentam a profisso neste segmento e a contribuio da transparncia para os usurios.

O trabalho est dividido em tpicos, no primeiro momento, apresentar-se- um breve histrico do Observatrio Social do Brasil, por conseguinte, ser considerada a trajetria, desenvolvimento e resultados obtidos pela execuo do Observatrio de Rolim de Moura, objeto deste trabalho. Logo, abordar-se- a importncia de uma contabilidade transparente no segmento pblico, a caracterizao de governana, e a delimitao dos conceitos de modalidades de licitao. O prximo tpico abordar o Observatrio Social do Brasil.2 REFERENCIAL TERICO2.1 O OBSERVATRIO SOCIAL DO BRASILNos dias de hoje, existe uma estrutura nominada Observatrio Social do Brasil (OSB), detentora de uma rede que conta com 96 OSBs distribudos em 18 estados brasileiros. Segundo o Manual de Implementao e Operacionalizao de um Observatrio Social (2011), [...] fruto do Movimento pela Cidadania Fiscal, criado em Maring (PR) pela iniciativa de representantes da sociedade civil organizada, que resolveu tomar atitudes para estimular a cidadania e a tica, monitorando a qualidade da aplicao dos recursos pblicos, por meio do acompanhamento de licitaes e de aes de educao fiscal. Com o propsito de ajudar outros Municpios a estabelecerem projetos similares, no ano de 2009, o Observatrio Social do Brasil firmou sua sede em Maring (PR) e criou uma padronizao em sua metodologia. Para tanto, forneceu capacitaes e cursos com o objetivo de tornar a ideia conhecida e gerar maior adeso popular. Segundo Souza Guilherme (2012), para a criao de um Observatrio Social necessrio seguir alguns passos: a) Identificar os Interesses; b) Solicitar ao OSB uma palestra de sensibilizao; c) Constituir um grupo para sua implantao; d) Planejar sua sustentabilidade financeira e organizacional.

Em 1988, a Carta Magna instaurou pilares para efetiva participao e controle da populao. Desses pilares, afloraram-se distintos mecanismos, dentre eles os observatrios sociais, integrados por ativistas e sociedade civil, que trabalham em prol de uma causa coletiva, a justia social. Esses cidados esto assegurados legalmente, conforme a Constituio Federal de 1988, em seu Art. 1, pargrafo nico: [...] fundamental a participao direta dos cidados no processo decisrio governamental ou atravs de seus representantes. Sob esse prisma outorgada a participao popular na fiscalizao da gesto pblica.No momento presente, essas entidades dedicam-se a zelar por situaes e acontecimentos de caractersticas diversas. Segundo definio da prpria rede, por meio de seu stio eletrnico, cada OS [...] integrado por cidados brasileiros que transformam o seu direito de indignar-se em atitude: em favor de transparncia e da qualidade na aplicao dos recursos pblicos. So empresrios, profissionais, professores, estudantes, funcionrios pblicos, e outros cidados [...]

O OS prima por estimular os cidados a atuarem na fiscalizao de diversas reas referentes ao poder pblico, despertando a essncia da cidadania fiscal na sociedade. um setor apartidrio, integrado e condicionado a partir da cooperao da comunidade por um objetivo maior: Assegurar uma gesto transparente e menos corrupta. Tal conjectura resulta num modelo de controle social democrtico, que Segundo Behring (2011, p. 6 apud CALVI, 2008, p. 15) [...] um dos elementos constitutivos de uma esfera pblica ampliada e democrtica.

Com a finalidade de refrear a corrupo, o ponto de partida dos trabalhos realizados por esta entidade consiste em acompanhar licitaes executadas, desde a abertura do edital at a entrega dos produtos. Conforme Souza (2012), quando se apura alguma irregularidade nos processos licitatrios e por variadas vezes nenhuma providncia tomada, torna-se necessrio: a) Encaminhar relatrio ao chefe responsvel pela licitao b) Informar ao Prefeito e Secretrio c) Informar aos Vereadores d) Acionar o Ministrio Pblico. Todos os procedimentos executados so divulgados nas prestaes de contas que acontecem quadrimestralmente.

Embora consiga operar na frustrao de possveis casos de corrupo, superfaturao, favorecimento, desvios, dentre outros, grande parte dos OSs empenha-se por transpor dificuldades e bloqueios no que tange a instalao e execuo de suas atividades. Levando-se em considerao que um projeto considerado jovem, necessita-se de maior apoio e conscientizao popular no que se refere a abraar e manter a ideia (recursos materiais e humanos).

Atravs dos OSs Brasil afora, existem aproximadamente dois mil voluntrios trabalhando em prol da justia social. Estima-se que, com a coadjuvncia desses, a cada ano gera-se uma economia de mais de R$ 300 milhes para os cofres municipais. O resultado o melhor controle de gastos para o governo e benefcio para populao, visto que o montante superado pode ser aplicado em demais prioridades e reas sociais.

Dentre os 96 Observatrios Sociais em 18 estados brasileiros, est incluso o Observatrio Social de Rolim de Moura (OSRM), localizado no Estado de Rondnia, que ser o assunto tratado pelo prximo tpico.

2.2 O OBSERVATRIO SOCIAL DE ROLIM DE MOURA

Esta associao localiza-se no Municpio de Rolim de Moura, especificamente na microrregio de Cacoal, em Rondnia (TAKAHI CARLOS 2014). Conforme estimativas, Rolim de Moura possui 55.807 habitantes. Rolim faz divisa com os Municpios de Pimenta Bueno, Santa Luzia, Alta Floresta e Novo Horizonte. Alm de dispor de um crescente desenvolvimento urbano, apresenta evoluo progressiva nos campos de: laticnios, carnes bovinas, setor industrial, apicultura, psicultura e construo civil (LIRIECE MARIA, 2009). Conforme depoimento do VicePresidente do Observatrio Social de Rolim de Moura (OSRM), a ideia da implementao da unidade surgiu a partir do pedido da Associao Comercial e Empresarial do Municpio, que enviou seu representante ao primeiro OBS, localizado no Municpio de Maring, no Estado do Paran, com o propsito de obter conhecimento acerca do desempenho desta entidade, bem como o impacto na economia da gesto pblica.

Aps o primeiro contato com o OSB, em 2006, o servidor trouxe consigo experincias prticas e conceitos inovadores que foram repassados para toda a Associao. Percebeu-se, portanto, a indispensabilidade da atuao de uma entidade sem vnculos polticos, que trabalha junto populao por uma causa nobre, a justia social. A partir desse episdio, observou-se a necessidade de acompanhar e investigar a provenincia e aplicabilidade do dinheiro utilizado pelo Municpio.

Segundo a Vice-Presidente para assuntos institucionais da entidade, antes da eleio para gesto do prefeito em 2008, realizou-se uma sensibilizao para apresentar a estrutura da entidade. Estavam presentes muncipes, autoridades pblicas, empresrios e integrantes do Observatrio de Maring. A proposta foi aprovada e o OBS foi fundado na data de 28 de novembro de 2008, com funcionamento em 1 de janeiro de 2009 juntamente da inicializao da nova gesto.

Em pleno exerccio, o OSRM no sofreu intimidaes, to pouco ameaas por parte de pessoas que contribuem direta ou indiretamente para o andamento de processos licitatrios, ao contrrio do percebido nos outros OSs do pas. Tal conjuntura demonstra uma perspectiva favorvel na continuao dos trabalhos, tendo em vista que os colaboradores necessitam da utilizao e acesso de documentos e processos fornecidos pela prefeitura.

Os procedimentos cometidos pela entidade so tornados pblicos em eventos conhecidos como Prestao de Contas Quadrimestral. Nessas solenidades so apresentados para autoridades e a sociedade civil o quantitativo de licitaes acompanhadas, bem como a economia realizada aps ao preventiva do OSRM, o valor das receitas e despesas, assiduidade de vereadores em sesses da cmara, quantidade de projetos e emendas desenvolvidos e aprovados por estes, comparativos na folha de pagamento do Municpio, prestao de contas da prpria entidade, Quantidade de Ofcios e documentos expedidos para a prefeitura, e Aes de educao fiscal cumprida.

A participao torna-se acessvel a qualquer pessoa, desde que no possua vnculos polticos, sendo, portanto, apartidrios e respaldados de moral. Na administrao do ano de 2014 o Observatrio Social de Rolim de Moura OSRM, continha 1 (um) presidente, 4 (quatro) Vice-Presidentes, 4 (quatro) membros do conselho fiscal, 7 (sete) voluntrios e 34 (trinta e quatro) mantenedores.

Tendo em vista o papel vital da diafaneidade contbil no segmento pblico, o tpico subsequente abordar esta temtica.

2.3 TRANSPARNCIA APLICADA AOS DEMONSTRATIVOS CONTBEIS NO SETOR PBLICO

A administrao pblica possui diversas atribuies, dentre elas: manter o controle oramentrio, endividamento pblico e aquisio de informaes de cunho econmico, financeiro e patrimonial. Todas estas atribuies possibilitam a melhor tomada de deciso, por conseguinte, produz-se uma gesto eficiente quanto correta aplicabilidade e utilizao dos recursos. Com a finalidade de suprir essas obrigaes, a contabilidade aplicada ao setor pblico, coloquialmente conhecida como contabilidade pblica, apresenta resultados e solues, baseando-se num rol de leis e decretos especficos (LUIS MARCELO, 2010).Enquadrando-a como cincia social aplicada, Kohama (2010, p. 25) acentua que a contabilidade tem como deveres acumular, registrar, resumir, captar e interpretar as alteraes que influenciam a situao financeira e patrimonial de qualquer ente, inclusive pessoas de direito pblico (administrao direta e indireta). No contexto pblico, especialmente um mtodo de comunicao e avaliao destinado a prover aos seus usurios demonstraes e anlises de cunho econmico, financeiro, patrimonial e de compensao. De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Pblico NBC 16:

O objetivo da Contabilidade Pblica fornecer aos usurios informaes sobre os resultados alcanados e os aspectos de natureza oramentria, econmica, financeira e fsica do patrimnio da entidade do setor pblico e suas mutaes, em apoio ao processo de tomada de deciso; a adequada prestao de contas; e o necessrio suporte para a instrumentalizao do controle social.A Constituio Federal de 1988, em seu art. 70, compreende que Prestar contas, qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores pblicos. Segundo Arajo (2010), essa obrigao constitucional representa a essncia da accountability. Esta por sua vez, mostra-se de suma importncia para a Contabilidade Pblica, visto que viabiliza a confeco de relatrios financeiros adequados, comparveis e transparentes.Visando ao desenvolvimento nacional equilibrado, a Carta Maior tambm delibera sobre as normas de gesto financeira e patrimonial da administrao pblica. Alm de determinar que o processo de planejamento governamental deva constituir-se da integrao hierrquica de trs pilares: Plano Plurianual (PPA), que estabelece diretrizes, objetivos e metas de durao continuada (no prazo de 4 anos); Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO), que tem como principal finalidade dispor sobre a elaborao e orientao dos oramentos fiscais, de seguridade social e investimentos do poder pblico; e Lei Oramentria Anual (LOA), que age por estimar as receitas e fixar as despesas do estado para o exerccio financeiro (CF Art. 165, 9).

O principal instrumento que a Contabilidade Pblica utiliza para nortear suas atividades nomina-se lei n 4.320/64, de 17 de maro de 1967. Mesmo sendo anterior Constituio Federal apresentada em 1988, a referida lei no sofreu alteraes, em razo de no conflitar com os princpios Constitucionais. Esta, portanto, estatui normas gerais de direito financeiro para elaborao e controle dos balanos no mbito da gesto pblica.

Consoante a lei 4.324/64, Mota (2009, p. 223) considera que: a Contabilidade Pblica registra a previso de receitas e fixao de despesas determinadas no oramento pblico aprovado para o exerccio, escritura a execuo oramentria, realiza o comparativo entre previso e realizao de despesas e receitas, explica as variaes patrimoniais, demonstra o valor do patrimnio e controla: as operaes de crdito, dvida ativa e obrigaes. Desta maneira (...) a Contabilidade evidenciar perante a Fazenda Pblica a situao de todos quantos, de qualquer modo, arrecadam receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados (Art. 83 da Lei n 4.320/64).Recebendo e processando dados internos e externos, cabe a esta cincia cumprir sua responsabilidade social (accountability) de infomar sociedade e demonstrar como aes administrativas podem interferir no sistema global (disclousure) (Oliveira, Carvalho e Corra 2013, p. 95).

Nesse sentido, existem exigncias contempladas na Lei Complementar n 101, de 4 de maio de 2000 (a propalada Lei de Responsabilidade Fiscal), que se mostra um importante vetor no que toca Contabilidade Pblica (Oliveira, Carvalho e Corra 2013, p. 95). Esta contribui por exigir responsabilidade na gesto fiscal em todas as esferas de governo e estabelece critrios para o bom andamento da administrao pblica. Alm disso, zela pela execuo da diafaneidade, conforme art. 48 desta lei:

So instrumentos de transparncia da gesto fiscal, aos quais ser dada ampla divulgao, inclusive em meios eletrnicos de acesso pblico: os planos, oramentos e leis de diretrizes oramentrias; as prestaes de contas e o respectivo parecer prvio; Relatrio resumido da execuo oramentria e o relatrio de gesto fiscal e as verses simplificadas desses documentos.

Frise-se que, para uma gesto bem-sucedida, indispensvel a parceria da Administrao e da Contabilidade Pblicas.

Com finalidade de disponibilizar em tempo real as informaes detalhadas tangveis a execuo oramentria e financeira da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpio, a Lei Complementar n 131, de 27 de maio de 2009, ou Lei da Transparncia, veio para somar-se ao aparato de leis que deliberam e orientam a contabilidade governamental. Conforme Souza, (2013) seu papel se d por: divulgar as despesas a serem consideradas, atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer e momento da execuo da despesa, disponibilizao mnima de dados referentes ao nmero do processo, ao bem fornecido ou ao servio prestado, pessoa fsica ou jurdica beneficiria do pagamento e quando for o caso, ao procedimento licitatrio.Alm das legislaes j apresentadas, existe um rgo regulador e fiscalizador da atividade contbil O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que tambm estatui normas a serem cumpridas referentes ao Segmento Pblico. Dessa maneira, o referido Conselho, editou a Resoluo CFC 1.111/07, com finalidade de melhorar o entendimento do contabilista quanto aplicabilidade dos Princpios Fundamentais Contbeis vistos por uma tica pblica, e, h pouco tempo, concedeu comunidade contbil as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Pblico NBC ST, as quais esto estabelecidas em um conjunto de dez resolues (CFC-1.128/2008 a 1.137/2008).

2.4 A IMPORTNCIA DA GOVERNANA VOLTADA AO SETOR PBLICO

O vocbulo governanaadvm do termogoverno, e, dependendo da perspectiva, detm vrias interpretaes. De acordo com o Banco Mundial, Governana a maneira pela qual opoderexercidona administrao dos recursos sociais e econmicos de um pas. Neste mbito objetiva-se o desenvolvimento, e a capacidade dos governos de: planejar,formulareprogramar polticasecumprir funes. Um dos princpios da Governana a transparncia. A transparncia significa disponibilizar informaes abertas sobre atividades governamentais e suas decises. So consideradas boas prticas de governana, as iniciativas que visam ao aperfeioamento dos mecanismos de transparncia de informaes acerca da gesto pblica. De acordo com Cruz, Silva e Santos (2009), A transparncia deve caracterizar todas as atividades realizadas pelos gestores pblicos, de maneira que os cidados tenham acesso e compreenso daquilo que os gestores governamentais tm realizado a partir do poder de representao que lhes foi confiado.Para Kaufmann, Kraay e Mastruzzi (2004), as dimenses de governana representam:

Representao pblica e prestao de contas: medida que um cidado do pas capaz de participar na seleo dos seus governos, assim como a liberdade de expresso, liberdade de associao, e meios de comunicao livres;

Estabilidade poltica e ausncia de violncia: percepo de que a probabilidade do governo vir a ser desestabilizado ou derrubado por inconstitucionalidade ou meios violentos, incluindo a violncia poltica e terrorismo;

Eficcia no governo: a qualidade dos servios pblicos, a qualidade do funcionalismo pblico e do seu grau de independncia de presses polticas, o qualidade da formulao de polticas e de execuo, e da credibilidade do Governo no cumprimento de tais polticas;

Regulamentao da qualidade: capacidade do governo para formular e programar slidas polticas e regulamentos que permitam promover o desenvolvimento do setor privado;

Estado de direito: medida que tenham confiana nos agentes e respeitar as regras da sociedade, e, nomeadamente, a qualidade da execuo contratual, a polcia, e os tribunais, bem como a probabilidade de criminalidade e violncia;

Controle da corrupo, na medida em que se exerce o poder pblico para ganho privado, incluindo tanto mesquinhas e grandes formas de corrupo, bem como "captura" do Estado por elites e os interesses privados.

Com a inteno de produzir um Estado mais eficiente, a crise fiscal irrompida nos anos 1980 ordenou um novo modelo econmico e poltico. Esse quadro foi favorvel para deliberar a temtica: Governana na esfera pblica. Como resultado, houve a insero dos princpios bsicos que conduzem s boas prticas de governana nas organizaes pblicas (IFAC, 2001): transparncia, integridade e prestao de contas.

Conforme compilao realizada pela IFAC (2013b), as organizaes referenciadas no pargrafo anterior entendem que a boa governana no setor pblico permite:

a) Garantir a entrega de benefcios econmicos, sociais e ambientais para os cidados;

b) Garantir que a organizao seja, e parea responsvel para com os cidados;

c) Ter clareza acerca de quais so os produtos e servios efetivamente prestados para cidados e usurios, e manter o foco nesse propsito;

d) Ser transparente, mantendo a sociedade informada acerca das decises tomadas e dos riscos envolvidos;

e) Possuir e utilizar informaes de qualidade e mecanismos robustos de apoio s tomadas de deciso;

f) Dialogar com e prestar contas sociedade;

g) Garantir a qualidade e a efetividade dos servios prestados aos cidados;

h) Promover o desenvolvimento contnuo da liderana e dos colaboradores;

i) Definir claramente processos, papis, responsabilidades e limites de poder e de autoridade;

j) Institucionalizar estruturas adequadas de governana;

k) Selecionar a liderana tendo por base aspectos como conhecimento, habilidades e atitudes (competncias individuais);

l) Avaliar o desempenho e a conformidade da organizao e da liderana, mantendo um balanceamento adequado entre eles;

m) Garantir a existncia de um sistema efetivo de gesto de riscos;

n) Utilizar-se de controles internos para manter os riscos em nveis adequados e aceitveis;

o) Controlar as finanas de forma atenta, robusta e responsvel;

p) Prover aos cidados dados e informaes de qualidade (confiveis, tempestivas, relevantes e compreensveis). Diferentes leis e decretos foram publicados no Brasil, com o intuito de institucionalizar a estrutura de governana. A Constituio Federal de 1988 estabelece, no caput do art. 1, que A Repblica Federativa do Brasil [...] constitui-se em Estado Democrtico de Direito. Isso significa dizer que o cidado tem pleno poder para fazer a triagem e escolha de seus representantes, visto que o poder no est submetido ao governo, porm ao povo. Com a finalidade de elaborar condies necessrias, a governana do Estado, a Assembleia Nacional Constituinte de 1988, entabulou direitos e garantias fundamentais aos cidados, administrando o Estado e os Poderes, delimitando e isolando papis e responsabilidades, determinando sistema de freios e contrapesos e instituindo estruturas de controle interno e externo. Conforme a Constituio de 1988, outros materiais surgiram para fortalecer a governana pblica, entre eles:

(a) O Cdigo de tica Profissional do Servidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal (Decreto 1.171, de 22 de Junho de 1994) e a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000), que tm por objeto aspectos ticos e morais e o comportamento da liderana;

(b) O Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao (GesPblica), institudo em 2005 e revisado em 2009 e em 2013, cujos treze fundamentos norteiam-se pelos princpios constitucionais da administrao pblica e pelos fundamentos da excelncia gerencial contempornea;

(c) A Lei 12.813, de 16 de maio de 2013, que dispe sobre o conflito de interesses no exerccio de cargo ou emprego do Poder Executivo Federal; e

(d) Os instrumentos de transparncia, como a Lei de Acesso Informao (Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011), que asseguram o direito fundamental de acesso informao e facilitam o monitoramento e o controle de atos administrativos e da conduta de agentes pblicos.

2.5 LICITAO E SUAS MODALIDADES

Segundo a lei 8.666, de 21 de junho de 1993, o meio que a administrao pblica utiliza para consolidar aquisies de produtos e servios denomina-se licitao. Estas se mostram presentes em todas as esferas de governo. Conforme Barreto, 2011 p 85, licitao [...] o procedimento administrativo mediante o qual [...] selecionam-se as propostas que so mais vantajosas, assim entendidas aquelas que melhor atendam ao interesse pblico e que por isso sero objetos dos futuros contratos administrativos, a serem celebrados pelo poder pblico. Com finalidade de substanciar as modalidades, o quadro abaixo delimitar os prazos, contratos e valores.Quadro 1: Valores para Licitaes (Lei Federal 9.648, de 27/05/98) QUADRO DE VALORES PARA LICITAES (Lei Federal 9.648, de 27/05/98)

MODALIDADEPRAZOCOMPRAS OU SERVIOSOBRAS E SERVIOS DE ENGENHARIA

DISPENSA-At R$ 8.000,00At R$ 15.000,00

TOMADA DE PREOS15 dias corridosAcima de R$ 80.000,00At R$ 650.000,00Acima de R$ 150.000,00At 1.500.000,00

CONCORRNCIA30 a 45 diasAcima de R$ 650.000,00Acima de R$ 1.500.000,00

PREGO PRESENCIAL08 dias teisBens e servios de uso comum

PREGO ELETRNICO08 dias teisCompras e serviosNo vlido

Fonte:http://www.licitacao.net/valores.asp Frise-se que todos os fornecedores classificar-se-o nas respectivas modalidades conforme a legalidade e necessidade da administrao pblica. Por conseguinte, as empresas pblicas esto submetidas ao cumprimento de princpios gerais e especficos estabelecidos na Lei n 8.666/93. Os prximos tpicos conceituaro especificamente cada modalidade utilizada pelo OSRM no ano de 2014 (dois mil e quatorze). 2.5.1 PREGOSegundo Lei n 10.520, de 17 de julho de 2002, o prego uma modalidade de licitao, utilizada para aquisio de bens e servios comuns por intermdio de propostas e lances. A competio gira em prol do fornecimento. Uma das singularidades desta modalidade, que, para classificao e habilitao, h o descarte de formalidades e anlise de documentao do participante que apresentar a melhor e a menor proposta. (JULIANI, 2010) Conforme Art. 4, incisos IV e V, da Lei 10.520, de 17 de julho de 2002:IV Cpias do edital e do respectivo aviso sero colocadas disposio de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei n 9.7555, de 16 de dezembro de 1998;

V - O prazo fixado para apresentao de propostas, contado a partir da publicao do aviso, no ser inferior a 8 (oito) dias teis.

Existem maneiras de desempenhar esta modalidade. So elas: atravs de Sesso pblica, Prego Eletrnico e Presencial. Conforme Decreto n 5.450/2005, art. 1, esto sujeitos a esta modalidade: [...] rgos da administrao pblica federal direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundaes pblicas, as empresas pblicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela Unio. A prxima sesso abordar a exceo da obrigatoriedade de licitar.2.5.2 TOMADA DE PREOS

Nesta modalidade, necessrio estar devidamente cadastrado, bem como obedecer aos requisitos estabelecidos pela administrao pblica. Conforme narram os artigos 27 a 31 da lei n 8.666/93, torna-se necessria a comprovao de habilitao jurdica, regularidade fiscal, qualificao econmico-financeira e cumprimento de condies estabelecidas pelo Ministrio do Trabalho.

Tal comprovao dever ser encaminhada at o terceiro dia anterior data do recebimento das propostas. A empresa que atenda a esses critrios estar habilitada e receber o certificado de registro cadastral. (GASPARINI, 2007). A tomada de Preos tem menor publicidade, sendo destinada para licitaes de vulto mdio. Os limites para sua utilizao so: acima de R$ 80.000,00 at R$ 650.000,00 para compras e servios e 150.000,00 at 150.000,00 para obras e servios de engenharia. (JULIANI, 2010)2.5.3 CONCORRNCIA

Modalidade na qual se possibilita a participao de qualquer interessado, desde que se cumpram requisitos mnimos de qualificao j estabelecidos no edital. Tal modalidade destinada a licitaes de valores elevados. Torna-se obrigatria para compras com valores acima de R$ 1.500.000,00 para obras e servios de engenharia e acima de R$ 650.000,00 para compras e servios. Possui prazo de publicidade maior do que as demais modalidades, sendo de no mnimo 30 dias para a escolha de menor preo e 45 dias sem prorrogao para a escolha de tcnica e preo, ou melhor, tcnica. (JULIANI, 2010)Conforme MEIRELLES, (2006, p. 303) esta modalidade indispensvel, independentemente do valor estipulado pelo contrato, na compra ou alienao de bens imveis e na concesso de direito real de uso, justificando-se tal exigncia pelo interesse em convocar o maior nmero possvel de interessados. A mesma situao valida para licitaes internacionais quando a entidade interessada possuir cadastro internacional de fornecedores, sendo tambm permitida a modalidade tomada de preos, situao esta em que devem ser observados os limites financeiros para a escolha da modalidade licitatria.

2.5.4 EXCLUSO DA OBRIGATORIEDADE DE LICITARA licitao regra imperiosa no que tange a aquisies e compras pela administrao pblica. Existem determinadas hipteses em que alguns contratos so realizados sem licitaes, sendo celebrados diretamente com a Administrao Pblica. A lei 8.66/93 aborda esse pressuposto, destacando nesse contexto a excluso da obrigatoriedade de licitar, por meio da dispensa e inexigibilidade. Visto que existem mltiplas situaes que permitem o uso dessas hipteses, cabe exclusivamente ao ordenador de despesas deliberar sobre esta perspectiva, apresentando documentos para respaldar sua deciso.

Conforme Maral Justem Filho (1998): [...] os casos de dispensa e inexigibilidade de licitao envolvem, na verdade, um procedimento especial e simplificado para seleo do contrato mais vantajoso para a Administrao Pblica. H uma srie ordenada de atos, colimando selecionar a melhor proposta e o contratante mais adequado. Ausncia de licitao no significa desnecessidade de observar formalidades prvias (tais como verificao da necessidade e convenincia da contratao, disponibilidade recursos etc.). Devem ser observados os princpios fundamentais da atividade administrativa, buscando selecionar a melhor contratao possvel, segundo os princpios da licitao. O item subsequente discorrer sobre caractersticas da dispensa de licitao.2.5.5 DISPENSA DE LICITAOCaracteriza-se em especial por facultar a discricionariedade do administrador e a concorrncia entre fornecedores, ao contrrio da inexigibilidade. O Captulo Da Licitao, da Lei n 8.666/93, art. 17 e art. 24, pauta uma sucesso de trinta e trs incisos que abordam casos de licitao dispensvel. Mesmo no sendo um processo licitatrio propriamente dito, as formalidades utilizadas no excluem o cumprimento das formalidades licitatrias. Segundo Monteiro Celso, (2015) os principais casos em que o governo utiliza licitao dispensvel so: a) Compras e servios de at R$ 8.000,00 ou R$ 15.000,00 para obras e servios de engenharia, b) em casos de guerra, c) contratao de empresa para desenvolvimento institucional dos rgos, d) restaurao de obras de arte e objetos histricos, e) casos de emergncia ou calamidade pblica e contratao de Associaes sem fins lucrativos. A prxima seo considerar a metodologia que se utilizou pelos autores, bem como o resultado obtido.3 METODOLOGIAA pesquisa desenvolvida adotou a abordagem quantitativa e qualitativa. Esta ltima tem sido considerada, por diversos autores, apropriada para aplicao na rea das cincias sociais, conforme (FILIPPIN, 2005), [...] por ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenmeno social. Quanto natureza, a pesquisa se caracteriza como descritiva, de acordo com (GIL, 1999), estas [...] tm como objetivo a descrio das caractersticas de determinada populao ou fenmeno ou ento, o estabelecimento de relaes entre variveis. Em relao aos procedimentos tcnicos utilizou-se a pesquisa bibliogrfica e documental.

A base bibliogrfica foi construda pelo documento intitulado: Relatrio do Observatrio de Rolim de Moura do ano de 2014. Esse registro contm uma srie de dados do municpio em estudo, considerando as perspectivas das modalidades de licitaes realizadas na gesto atual.Alm disso, foi utilizado como fonte, a participao dos autores na 14 Prestao de Contas Quadrimestral do Observatrio Social em 2015, bem como entrevistas com diversas personalidades, dentre as quais: Muncipes, objetivando verificar se conheciam os servios prestados por esta entidade. Dirigentes e Diretores do OSRMverificando-se: o incio da implementao, quais melhorias j notadas desde a instalao do OSRM, se houve retaliaes/represso, como se deu a colaborao da Prefeitura, e se h objees quanto ao fornecimento de informaes. Com o Prefeito e Presidente da Cmara apurou-se a contribuio do OSRM para a transparncia na gesto pblica do municpio.4 ANLISE E DISCUSO DOS RESULTADOSEste tpico divide-se em trs etapas, a saber: No primeiro momento, foi abordada a anlise dos resultados extrados pelos relatrios, bem como o acompanhamento das modalidades licitatrias e a economia gerada para os Muncipes. Em sequncia, na segunda sesso, constam as entrevistas que foram realizadas na 14 prestao de contas quadrimestral. Por conseguinte, na ltima etapa, foi expressa a percepo dos autores, acerca do observado. O prximo grfico visualiza o total de licitaes por modalidade realizadas em 2014 no municpio de Rolim de Moura.Grfico 1 - Total de licitaes por modalidade realizadas em 2014.

Percebeu-se que do total de licitaes realizadas em 2014, a modalidade Dispensa de Licitao (DL) foi a de maior ocorrncia, seguida do Prego Eletrnico (PE), ambas totalizando 239 realizaes, o que corresponde a 83,27% de um total de 287 licitaes realizadas. A seguir, ser analisado um comparativo entre a quantidade de licitaes realizadas nos anos 2013 e 2014.Grfico 2 - Comparativo entre a quantidade de licitaes realizadas nos anos de 2013 e 2014.

Observou-se que no comparativo realizado no grfico 2 entre os anos de 2013 e 2014 constatou-se um aumento de 149.6% do total geral de licitaes realizadas. A partir de uma anlise individual, foi apurado um aumento em praticamente todas as modalidades, com exceo da modalidade Tomada de Preo, que teve queda de 40%. A seguir, ser mostrado o acompanhamento por modalidade de licitaes realizadas com participao do OSB do municpio de Rolim de Moura. Grfico 3 - Acompanhamento por modalidade de Licitaes por parte dos voluntrios do OSB

No grfico 3, nota-se que em todas as modalidades de licitaes acompanhadas pelo OSRM, a modalidade que se destaca Prego Eletrnico, com 76% de um total de 153 licitaes acompanhadas. A seguir, sero vistos os valores mximos licitados em 2014.Grfico 4 - Valores Mximos que seriam licitados em 2014 antes do acompanhamento realizado pelo OSRM.

Neste grfico, em que constam os recursos estimados a serem licitados por modalidade no Municpio de Rolim de Moura, verifica-se que totalizaram um montante de R$ 58.588.815. Entende-se que a modalidade Prego Eletrnico teve um valor maior no que tange aplicao de recursos, atingindo o valor de R$ 33.188.014,01, seguido da modalidade Concorrncia Pblica, que totalizou R$ 21.759.565,75. A seguir ser analisado o real valor licitado por modalidade. Grfico 5 - Valor real licitado

No grfico 5 foram analisados os reais valores licitados de cada modalidade, apontando que no total foi licitado um valor final de R$ 27.344.156,77, e que a modalidade PE corresponde ao maior valor deste total, R$ 19.546.483,79, seguida da modalidade Concorrncia, com montante correspondente a R$ 4.632.852,94. A seguir, ser examinado o valor economizado em relao ao que se estimou licitar.Grfico 6 - Valor Economizado

Conforme observado, analisando-se a economia obtida em espcie pelas licitaes acompanhadas, na modalidade de Prego Presencial foram economizados R$ 115.588,52; R$ 12.695.109,14 economizados na modalidade Prego Eletrnico; R$ 11.263,66 na modalidade de Dispensa; R$ 156.781,61 na modalidade de Tomada de Preos e R$ 139.133,71 na modalidade de Concorrncias. No total foram economizados R$ 13.177.876,65.

A segunda sesso versa sobre as entrevistas realizadas na 14 prestao de contas quadrimestral do OSRM.4.1 QUANTO S ENTREVISTAS REALIZADAS:Neste tpico, discorrem-se as diversas entrevistas que foram realizadas com vrias personalidades consultadas pelos autores na 14 (dcima quarta) prestao de contas quadrimestral do OSRM, que aconteceu na data de 26 de maio de 2015. Foram realizadas 21 entrevistas, distribudas em: Presidente da Cmara de Vereadores, Muncipes e Vice-Presidente para assuntos institucionais e Vice-Presidente para assuntos financeiros do OSRM.

O Presidente da Cmara narrou a importncia da participao efetiva do OSRM, dando nfase ao acompanhamento e transparncia dos gastos, tornando os resultados pblicos e acessveis a qualquer cidado. Elogiou a atitude dos colaboradores, pela disposio em representar a comunidade em sesses da Cmara, e a participao em reunies decisivas quanto aplicabilidade dos recursos.

Tambm foram entrevistados 17 estudantes, de uma escola local, com idade mdia de 16 anos. A princpio, notou-se um conhecimento superficial a respeito do assunto abordado, tendo em vista que os adolescentes foram at o local por meio de orientaes do professor de matemtica, que falou em forma de entrevista, a importncia da insero dos jovens nos assuntos de polticas e fiscalizao pblica, pois, de acordo com o professor, esses sero os vindouros eleitores e governantes.

Quando entrevistada, a Vice-Presidente para assuntos institucionais do OSRM relatou sobre o prvio trabalho de conscientizao que foi realizado no ano de 2008, com os candidatos ao cargo de Prefeito do Municpio. Destacou as reunies iniciais, que foram de suma importncia para apresentao desta entidade, assim como para a cooperao no que tange ao fornecimento de informaes da Prefeitura. Por conseguinte, foi afirmado para os autores que no existiram retaliaes ou represso por parte de polticos ou pessoas contrrias, visto que j conheciam e at mesmo consentiam com o projeto.

De acordo com o VicePresidente do OSRM, desde a fundao da entidade, sucederam-se algumas conquistas para o Municpio. A ttulo de exemplo, citou: 1 - Reconhecimento da seriedade do trabalho por populares e autoridades; 2 - Dedues nos salrios de deputados que se ausentam das sesses; 3 - Apoio de Empresrios; 4 - Definio de uma cor padro para identificar prdios pblicos; 5- Conscientizao de alunos por meio da educao fiscal; 6- Aliana firmada com o Ministrio Pblico, Poder Judicirio e Polcia e 6- Economia para Municpio atravs das aes desenvolvidas pelo OSRM.

Frisou-se que, apesar do apoio de empresrios, as dificuldades ainda se concentram em razo da falta de recursos materiais e humanos.

Na prxima etapa aborda-se a percepo dos autores acerca do conhecimento extrado atravs da experincia emprica, realizada na 14 Prestao de Contas Quadrimestral.

4.2 QUANTO PARTICIPAO DOS AUTORES NA 14 PRESTAO DE CONTAS QUADRIMESTRAL DO OSRM:

Observou-se, a seriedade com que tratado o assunto da transparncia pblica. Isso se deu a partir de vrias razes, dentre elas: organizao do evento, horrio de incio e encerramento cumprido conforme previsto, presena de muncipes e autoridades, uniformizao de colaboradores, domnio no assunto proposto. Apoio de meios de comunicao, demonstrativos transparentes, obtidos por meios legais, acessibilidade s informaes relativas s aes executadas, educao fiscal realizada por meio de projetos em conjunto com instituies educacionais e representatividade da sociedade civil em sesses da cmara. Porm, notou-se um pequeno nmero de voluntrios e inmeras dificuldades para manter a estrutura.

Torna-se importante enfatizar a presena do Observatrio em outras situaes: um exemplo a descoberta de material farmacolgico vencido e em pssimas condies de armazenamento. Quando a equipe de colaboradores tomou cincia deste fato, providenciou o reparo da situao e a responsabilizao solidria dos envolvidos. A sede do OSRM est localizada na rea central do municpio de Rolim de Moura, sendo assim de fcil acesso populao. Dispe de duas funcionrias efetivas que trabalham em horrio comercial para trabalhos internos, externos e atendimento ao pblico.Dessa experincia, extraiu-se a importncia da fundao de uma entidade apartidria, representante da sociedade civil, que atue de maneira preventiva e fornea resultados simplificados para a sociedade. Os voluntrios que se propem a participar desse projeto carregam consigo o forte desejo de mudana e ambicionam substituir a conjectura de corrupo frequentemente observada nas polticas publicas. Logo, observou-se a necessidade de estender este projeto a todos os estados e municpios em todo o pas. CONSIDERAES FINAIS

A atuao da rede de Observatrios tem sido de suma importncia para o progresso da cidadania, bem como para a produo de uma melhor gesto pblica. Isso s se faz real com a contribuio de diversos voluntrios que, motivados por seus valores, adotam a causa da justia social e impedem que milhes de reais sejam desviados do seu destino por meio de possveis casos de corrupo, superfaturao, favorecimento e desvios, dentre outros.

O objetivo deste trabalho foi cumprido, visto que por meio da coleta de dados, foi verificado que o acompanhamento das licitaes atravs da atuao do OSRM realmente produziu economia para o Municpio de Rolim de Moura. Atesta-se, portanto, a veracidade do proposto por esta entidade. Com as declaraes das entrevistas, depreendeu-se a histria, implementao, dificuldades, atividades executadas e conquistas alcanadas, que totalizaram para alcanar a meta planejada.

Faz-se necessrio e elogivel o trabalho preventivo que realizado com jovens e adolescentes, por meio de redaes e atividades promovidas em parceria com as escolas. Estas por sua vez, estimulam desde cedo os futuros eleitores e governantes a construrem uma conscincia cidad.

Percebeu-se que apesar do OSRM estar em plena atividade, ainda existe muito que fazer, visto que o montante retirado dos rgos pblicos por meio da corrupo dificilmente volta, torna-se necessrio maior divulgao e ampliao do tema a fim de que mais pessoas possam abraar a ideia.

De maneira geral, notou-se o empenho dos colaboradores que se esforam diariamente para a construo do sonho de uma sociedade realmente justa e democrtica. Com zelo e dedicao, uma pequena parcela luta contra o conformismo e atua como representante de toda a sociedade civil, produzindo resultados que beneficiam a todos.

Por fim, torna-se imprescindvel agradecer e parabenizar todos os ativistas. Mesmo com a existncia de algumas dificuldades que se fazem nos dias de hoje, no restam dvidas de que a participao de todos de fundamental importncia para a construo da cidadania e de uma democracia participativa. E que mesmo existindo dificuldades, ou falhas, as aes so mais eficazes do que a inatividade. O conhecimento contbil de valiosa importncia nesse contexto, pois disponibiliza seus conhecimentos em aes sociais de voluntariado organizado, registrando, mensurando e avaliando os resultados das atividades dos OBS. Atualmente, a classe contbil est presente em 80% dos Observatrios e tem como meta complementar a gesto com a criao de Observatrios em todas as capitais.REFERNCIAShttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-76122012000100008HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-76122012000100008&script=sci_arttext"&HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-76122012000100008&script=sci_arttext"script=sci_arttexthttp://www.ideiasustentavel.com.br/2010/03/o-desafio-da-governanca-e-transparencia/http://novo.osbrasil.org.br/wp-content/uploads/2014/12/Monografia_Experiencia_OSNiteroi48764.pdfcontent/uploads/2014/12/Monografia_Experiencia_OSNiteroi48764.pdfhttp://www.jfms.jus.br/intranet/secoes/1/305/306/MONOGRAFIA%20-%20Eliana%20de%20Jesus%20Goncalves%20Tiecher.pdfhttp://contavel.com/index.php?page=compras_publicashttp://www.repec.org.br/index.php/repec/article/view/256/713http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2053590.PDFhttp://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109228/lei-de-normas-gerais-de-direito-financeiro-lei-4320-64#art-83http://grupambiental.blogspot.com.br/2012/12/historia-de-rolim-de-moura.htmlhttp://pt.slideshare.net/jotapereira8/monografia-licitao-jphttp://paginas.uepa.br/controleinterno/index.php?option=com_content&view=article&id=17:dispensa-e-inexigibilidade-de-licitacao&catid=14:orientacoes&Itemid=14http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7788#_ftn10http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htmhttps://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/104289/TCC.pdf?sequence=1http://paginas.uepa.br/controleinterno/index.php?option=com_content&view=article&id=17:dispensa-e-inexigibilidade-de-licitacao&catid=14:orientacoes&Itemid=14http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/micro-e-pequenas-empresas/pregao-presencial-e-eletronico-29out2014.pdf - pregaoFONTE:http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos07/680_Licitacoes%20e%20Transparencia%20na%20Contabilidade%20Publica.pdf

http://novo.osbrasil.org.br/wp-content/uploads/2014/12/TCC_sobre_OS_GUARAPUAVA-_PR_Thais_Alessandra_Schmitt51925.pdfMonografia_Experiencia_OSNiteroi48764

http://osbrasil.org.br/wp-content/uploads/2015/03/Monografia_REDES-SOCIET%C3%81RIAS-VOLTADAS-PARA-O-CONTROLE-SOCIAL-E-RELA%C3%87%C3%83O-COM-O-ESTADO_uma-an%C3%A1lise-da-AMARRIBO-Brasil-IFC-e-OSB.pdfhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htmhttp://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Setor_P%C3%BAblico.pdfhttp://www.leidatransparencia.cnm.org.br/img/download/Lei_Complementar_n_131_2009.pdfhttp://www.pra.ufpr.br/portal/dsg/coordenacao-de-licitacoes/modalidades-de-licitacoes/https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0CCkQFjAC&url=http%3A%2F%2Fwww.dad.uem.br%2Fespecs%2Fmonosemad%2Ftrabalhos%2F_1320951372.doc&ei=skuRVe7INNSkyAS4qIOoAg&usg=AFQjCNFv5DcLIjtYObueEiZUBMxCupqP_w&sig2=6zj4xDM-WJru6HBrI77XLw&bvm=bv.96783405,d.aWw Mary Carmen Juliani, 20091

_1497269125.xlsGrf1

115287

2226

44114

39125

317

75

2013

2014

Plan1

20132014Srie 3

TL1152872

PP22262

PE441143

Dispensas391255

CO317

TP75

Para redimensionar o intervalo de dados do grfico, arraste o canto inferior direito do intervalo.

_1497269156.xlsGrf1

58588814.66

1507162.46

33188014.01

478028.99

1655952.45

21759656.75

Srie 1

Plan1

Srie 1Srie 2Srie 3

VTM58,588,8152.42

PP1,507,162.464.42

PE33,188,014.011.83

Dispensas478,028.992.85

TP1,655,952.45

CO21,759,656.75

Para redimensionar o intervalo de dados do grfico, arraste o canto inferior direito do intervalo.

_1497269168.xlsGrf1

27344156.77

1337883.87

19546483.79

466765.33

1360170.84

4632852.94

Srie 1

Plan1

Srie 1Srie 2Srie 3

VTL27,344,156.772.42

PP1,337,883.874.42

PE19,546,483.791.83

Dispensas466,765.332.85

TP1,360,170.84

CO4,632,852.94

Para redimensionar o intervalo de dados do grfico, arraste o canto inferior direito do intervalo.

_1497269179.xlsGrf1

13117876.64

115588.52

12695109.14

11263.66

156781.61

139133.71

Srie 1

Plan1

Srie 1Srie 2Srie 3

VTE13,117,876.642.42

PP115,588.524.42

PE12,695,109.141.83

Dispensas11,263.662.85

TP156,781.61

CO139,133.71

Para redimensionar o intervalo de dados do grfico, arraste o canto inferior direito do intervalo.

_1497269143.xlsGrf1

10

85

13

1

2

Total

Acompanhadas

Acompanhadas

9%

76%

12%

1%

2%

Plan1

ModalidadesAcompanhadas

PP10

PE85

Dispensa13

TP1

CO2

Total

Para redimensionar o intervalo de dados do grfico, arraste o canto inferior direito do intervalo.

_1497269102.xlsGrf1

26

114

125

5

17

Realizadas

Realizadas

26

114

125

5

17

Plan1

ModalidadeRealizadas

Prego Presencial26

Prego Eletrnico114

Dispensa125

Tomada de Preo5

Concorrncia17

Para redimensionar o intervalo de dados do grfico, arraste o canto inferior direito do intervalo.