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Cosit

Fls. 2

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Coordenação-Geral de Tributação

Solução de Consulta nº 71 - Cosit

Data

Processo

Interessado

CNPJ/CPF

ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI

A impressão e emolduramento de imagens por estabelecimento gráfico caracteriza-se como operação de industrialização, salvo na hipótese de impressão por encomenda direta do usuário ou consumidor, efetuada na residência do confeccionador ou preparador ou em oficina que forneça, preponderantemente, trabalho profissional.

Dispositivos Legais: Decreto nº 7.212, de 2010, Regulamento do IPI, arts. 4º, 5º e 7º; Parecer Normativo CST nº 127, de 1971; Parecer Normativo RFB/COSIT nº 18, de 2013; Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 26, de 2008.

ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ

A base de cálculo do imposto de renda por parte de estabelecimento gráfico que executa operações de impressão e emolduramento de imagens será determinada pela aplicação do percentual de 8% (oito) por cento sobre a receita bruta auferida no período, nos termos do art. 15, caput, da Lei nº 9.249, de 1995.

Dispositivos Legais: Decreto nº 7.212, de 2010, Regulamento do IPI, arts. 4º, 5º e 7º; Parecer Normativo CST nº 127, de 1971; Parecer Normativo RFB/COSIT nº 18, de 2013; Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 26, de 2008; Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, caput.

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO L ÍQUIDO - CSLL

A base de cálculo da CSLL por parte de estabelecimento gráfico que executa operações de impressão e emolduramento de imagens será determinada pela aplicação do percentual de 12% (doze) por cento sobre a receita bruta auferida no período, nos termos do art. 20 da Lei nº 9.249, de 1995.

Dispositivos Legais: Decreto nº 7.212, de 2010, Regulamento do IPI, arts. 4º, 5º e 7º; Parecer Normativo CST nº 127, de 1971; Parecer Normativo RFB/COSIT nº 18, de 2013; Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 26, de 2008; Lei nº 9.249, de 1995, art. 20.

ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL

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Deve ser considerada ineficaz a consulta relativa ao enquadramento de determinada atividade no código CNAE por não se identificar como matéria de natureza tributária.

Esta Solução de Consulta retifica a Solução de Consulta nº 71, de 31 de dezembro de 2013, publicada no Diário Oficial da União de 31 de janeiro de 2014.

Dispositivos Legais: art. 52, inciso I, c/c art. 46 do Decreto nº 70.235, de 1972.

Relatório

O consulente retro identificado dirige-se a esta Superintendência para formular consulta acerca da interpretação da legislação tributária envolvendo o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

2. Informa que é empresa fabricante de produtos de pastas celulósicas, papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado. Acrescenta que pretende disponibilizar ao cliente virtualmente, com o uso da internet, a opção de compra do seguinte bem, adiante especificado:

a) O cliente entra no website da empresa, faz o upload de sua foto pessoal no servidor ou escolher alguma imagem das galerias disponíveis na página. Estas galerias contêm reproduções de imagens de museus, fotografias sociais e profissionais, licenciadas ou de uso livre. Quando o cliente opta por sua foto pessoal e faz o upload, o arquivo vai para um servidor na nuvem (cloud), mesmo local onde estão armazenadas as imagens das galerias;

b) O passo seguinte é o cliente escolher o tipo de quadro desejado: tela esticada (canvas) ou emoldurado (papel fotográfico). No caso de quadro emoldurado escolhe o tipo de moldura e passe-partout. Passe-partout é uma borda de cartão que contorna uma obra sobre papel ou tela quando da inclusão da moldura. Sua principal função é criar um espaço para evitar o contato do vidro com a obra de arte;

c) Após as escolhas o cliente deve realizar o cadastro no site inserindo nome, e-mail, sexo, data de nascimento, telefone, endereço, CPF, CNPJ, inscrição estadual. A seguir é feito o pagamento com cartão de crédito. Depois de confirmado o pagamento, é feito o download do arquivo do servidor na nuvem para o computador da empresa;

d) A imagem então é enviada para uma impressora jato de tinta (plotter) onde é impressa em tecido tipo tela (canvas) ou papel fotográfico, de acordo com a escolha do cliente;

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e) Para o quadro de tecido utiliza-se um bastidor para esticar a imagem impressa, fixando-a com grampos de metal sobre a madeira;

f) Para o quadro emoldurado é utilizado um foam board auto-adesivo (placa de espuma sintética laminada com papel nos dois lados) com suporte da imagem. Em seguida é cortado o vidro e passe-partout na medida e cor escolhida pelo cliente. A moldura externa de madeira também é cortada e montada junto com a imagem, o foam board o passe-partout e o vidro de acordo com o pedido;

g) Terminado esse processo, o quadro pronto é envolvido em plástico bolha e inserido em uma caixa de papelão para ser enviado ao cliente por correio ou outro meio de transporte.

3. Posto isso, questiona o consulente:

i. Se o processo acima descrito é considerado uma industrialização ou uma prestação de serviço, haja vista que estamos executando duas atividades elencadas nos serviços que se submetem à incidência do ISS (Imposto sobre Serviços) conforme Lei Complementar nº 116, de 2003, itens 13.04 (Reprografia, microfilmagem e digitalização) e 14.07 (Colocação de molduras e congêneres)?;

ii. Em relação ao art. 15 da Lei nº 9.249, de 1995, qual a alíquota a ser aplicada: 8% ou 32% sobre a receita bruta auferida para determinar a base de cálculo do IRPJ e CSLL?;

iii. Em qual CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas – essa atividade se enquadra? Informa que efetuou pesquisa no CONCLA e para os serviços de impressão e plotagem encontrou o CNAE 8219-9.

Fundamentos

4. É entendimento firmado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), por intermédio de inúmeras decisões, pareceres e acórdãos, confirmados pela interpretação normativa consubstanciada no Parecer Normativo RFB/COSIT nº 18, de 2013, de que a incidência do ISS em qualquer serviço constante da lista anexa ao Decreto-lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968, ou à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, ainda que se trate de serviços gráficos, não exclui a do IPI em uma operação caracterizada como de industrialização incluída em qualquer uma das modalidades descritas no art. 4º do Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010 (Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados – RIPI/2010). É irrelevante, pois, para determinar a incidência do IPI, o fato de quaisquer serviços estarem catalogados na lista anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 1968, ou à Lei

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Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, ou que foram ou venham a ser posteriormente ali incluídos.

5. O Parecer Normativo CST nº 127, de 1971, estabelece que constituindo a impressão operação de industrialização, referindo-se ao processo gráfico de impressão, tributam-se os impressos em geral, salvo se se tratar de impressão por encomenda direta do usuário ou consumidor, efetuada na residência do confeccionador ou preparador ou em oficina que forneça, preponderantemente, trabalho profissional, como excepcionado pelo inciso V do art. 5º c/c com o art. 7º do RIPI/2010 . Em consequência, tributa-se a saída de impressos em geral, à exceção daqueles que, na forma da Tabela de Incidência do IPI (TIPI), constam como não-tributados (NT).

6. Na mesma direção, o Parecer Normativo RFB/COSIT nº 18, de 2013, esclarece que o fato de serviços constarem da lista anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968, ou à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, é irrelevante para determinar a não incidência do IPI, caso tais serviços se caracterizem como operações de industrialização.

7. Assim, ainda que as atividades de impressão e emolduramento de imagens possam constar da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 1968, ou à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, sujeitas, portanto, à incidência do ISS, tal circunstância não descaracteriza a operação como sendo de industrialização, estando o estabelecimento executor dessa operação, quando da saída de produto tributado, sujeito ao cumprimento das obrigações tributárias envolvendo o IPI.

8. O Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 26, de 25 de abril de 2008, é claro em conceituar o que considera industrialização para fins do IRPJ e CSLL:

Art. 1º Para fins de apuração das bases de cálculo do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), consideram-se industrialização as operações definidas no art. 4º do Decreto nº4.544, de 26 de dezembro de 2002 , observadas as disposições do art. 5 º c/c o art. 7ºº do referido decreto.

Art. 2º Fica revogado o ADI RFB nº 20, de 13 de dezembro de 2007 .

9. Em consequência, para fins de cálculo do IRPJ e da CSLL, a base de cálculo envolvendo essas operações será determinada pela aplicação do percentual de 8% (oito) e 12% (doze) por cento, respectivamente, sobre a receita bruta auferida no período, nos termos do art. 15, caput, e art. 20 da Lei nº 9.249, de 1995, cujo teor adiante se transcreve:

“Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.

(...)

Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano-calendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso

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III do § 1o do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento.”

10. No que concerne à dúvida do consulente envolvendo o correto enquadramento dessa atividade na CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas - ressalte-se que não compete à RFB manifestar-se a respeito. Vejamos por quê.

11. A CNAE é a classificação de atividades econômicas oficialmente adotada pelo Sistema Estatístico Nacional e pelos órgãos gestores de cadastros e registros da Administração Pública do país, estando estruturada em cinco níveis hierárquicos, sendo que o quinto nível, o de subclasse, é definido para uso da Administração Pública.

12. O Regimento Interno da Subcomissão Técnica da CNAE-Fiscal (assim denominada então), aprovado pela Resolução Concla nº 1, de 29 de janeiro de 1999, dispõe que cabe ao do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) “orientar os trabalhos da Subcomissão no que se refere aos aspectos de classificação, de forma que conciliem as necessidades dos registros administrativos do País com os padrões adotados nas estatísticas nacionais” e “dirimir as dúvidas dos usuários e propor a forma de resolver os casos omissos relativos à identificação das atividades econômicas na CNAE-Fiscal” (art. 5º, incisos III e IV). Para atender a essas disposições, o parágrafo único do art. 5º estipula a criação da “Central Nacional de Atendimento para a CNAE-Fiscal”. Ou seja, verifica-se que compete ao IBGE dirimir as dúvidas dos usuários relativas à identificação das atividades econômicas na CNAE.

13. A CNAE foi adotada no âmbito da RFB, conforme resulta da IN SRF nº 700, de 22 de dezembro de 2006, sendo empregada precipuamente na Ficha Cadastral de Pessoa Jurídica (FCPJ), que alimenta o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

14. Segundo o art. 46 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, o sujeito passivo poderá formular consulta sobre dispositivos da legislação tributária aplicáveis a fato determinado, dispondo o art. 52, inciso I, desse mesmo decreto que não produzirá efeito a consulta formulada em desacordo com o art. 46.

15. Destarte, conforme entendimento da Coordenação-Geral de Tributação (Cosit), a consulta relativa ao enquadramento de determinada atividade no código CNAE não se identifica como matéria de natureza tributária. Dessa forma, a conseqüência que se impõe é a declaração da ineficácia da consulta, neste aspecto, com fundamento no art. 52, inciso I, c/c art. 46 do Decreto nº 70.235, de 1972.

Conclusão

Diante do exposto, soluciona-se a consulta respondendo ao consulente

que:

a) Caracteriza industrialização, à luz do art. 4º do RIPI/2010, a impressão e emolduramento de imagens feitas por estabelecimento gráfico, salvo na hipótese de impressão por encomenda direta do usuário ou consumidor, efetuada na residência do confeccionador ou preparador ou em oficina que forneça, preponderantemente, trabalho profissional, como

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excepcionado pelo inciso V do art. 5º c/c com o art. 7º do RIPI/2010;

b) A base de cálculo do IRPJ e da CSLL por parte de estabelecimento gráfico que executa operações de impressão e emolduramento de imagens será determinada pela aplicação do percentual de 8% (oito) e 12% (doze) por cento, respectivamente, sobre a receita bruta auferida no período, nos termos do art. 15, caput, e art. 20 da Lei nº 9.249, de 1995;

c) Deve ser considerada ineficaz a consulta relativa ao enquadramento de determinada atividade no código CNAE por não se identificar como matéria de natureza tributária.

Propõe-se o encaminhamento deste processo à COSIT para republicação, uma vez que esta Solução de Consulta retifica a Solução de Consulta nº 71, de 31 de dezembro de 2013, publicada no Diário Oficial da União de 31 de janeiro de 2014.

À consideração superior.

Assinado digitalmente RUDINEI JUNKES

Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil

De acordo. Encaminhe-se à Coordenação de Contribuições Previdenciárias, Normas Gerais, Sistematização e Disseminação - Copen, à Coordenação de Tributos sobre a Renda, Patrimônio e Operações Financeiras - Cotir e à Coordenação de Tributos sobre a Produção e o Comércio Exterior - Cotex.

Assinado digitalmente MARCO ANTÔNIO FERREIRA POSSETTI

Auditor-Fiscal da RFB - Chefe da Divisão de Tributação

De acordo. À consideração do Coordenador-Geral da Cosit.

Assinado digitalmente

MIRZA MENDES REIS Auditor-Fiscal da RFB – Coordenador da Copen

Assinado digitalmente CLÁUDIA LUCIA PIMENTEL MARTINS DA SILVA

Auditor-Fiscal da RFB – Coordenador da Cotir

Assinado digitalmente JOÃO HAMILTON RECH

Auditor-Fiscal da RFB – Coordenador da Cotex

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Ordem de Intimação

Aprovo a Solução de Consulta. Divulgue-se e publique-se nos termos do art. 27 da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013. Dê-se ciência ao consulente.

Assinado digitalmente FERNANDO MOMBELLI

Auditor-Fiscal da RFB – Coordenador-Geral da Cosit