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5/13/2018 CooperaTi-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/cooper-a-ti 1/96 Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos  LEI Nº 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964. Texto compilado Mensagem de Veto Vigência (Vide Decreto-lei nº 2.064, de 1983) (Vide Decreto-lei nº 2.065, de 1983) Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancárias e Creditícias, Cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Capítulo I Do Sistema Financeiro Nacional   Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela presente Lei, será constituído: I - do Conselho Monetário Nacional; II - do Banco Central da República do Brasil; II - do Banco Central do Brasil;  (Redação dada pelo Del nº 278, de 28/02/67)  III - do Banco do Brasil S. A.; IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; V - das demais instituições financeiras públicas e privadas. Capítulo II Do Conselho Monetário Nacional  Art. 2º Fica extinto o Conselho da atual Superintendência da Moeda e do Crédito, e criado em substituição, o Conselho Monetário Nacional, com a finalidade de formular a política da moeda e do crédito como previsto nesta lei, objetivando o progresso econômico e social do País.  Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará:  I - Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento; II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais; III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;  IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;  

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Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos 

LEI Nº 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964. 

Texto compilado Mensagem de Veto Vigência (Vide Decreto-lei nº 2.064, de 1983) (Vide Decreto-lei nº 2.065, de 1983) 

Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias,Bancárias e Creditícias, Cria o Conselho MonetárioNacional e dá outras providências. 

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinteLei: 

Capítulo IDo Sistema Financeiro Nacional 

 Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela presente Lei, será constituído: 

I - do Conselho Monetário Nacional; 

II - do Banco Central da República do Brasil;

II - do Banco Central do Brasil; (Redação dada pelo Del nº 278, de 28/02/67) 

III - do Banco do Brasil S. A.; 

IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; 

V - das demais instituições financeiras públicas e privadas. 

Capítulo IIDo Conselho Monetário Nacional 

 Art. 2º Fica extinto o Conselho da atual Superintendência da Moeda e do Crédito, e criado em substituição,o Conselho Monetário Nacional, com a finalidade de formular a política da moeda e do crédito como previstonesta lei, objetivando o progresso econômico e social do País. 

 Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará: 

I - Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu processode desenvolvimento; 

II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou

deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos defenômenos conjunturais; 

III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista amelhor utilização dos recursos em moeda estrangeira; 

IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo emvista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico daeconomia nacional; 

V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; 

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VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; 

VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. 

 Art 4º Compete privativamente ao Conselho Monetário Nacional:

 Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente daRepública: (Redação dada pela Lei nº 6.045, de 15/05/74) (Vetado) 

I - Autorizar as emissões de papel-moeda (Vetado) as quais f icarão na prévia dependência de autorizaçãolegislativa quando se destinarem ao financiamento direto pelo Banco Central da República do Brasil, dasoperações de crédito com o Tesouro Nacional, nos termos do artigo 49 desta Lei.(Vide Lei nº 8.392, de30.12.91) 

O Conselho Monetário Nacional pode, ainda autorizar o Banco Central da República do Brasil a emitir,anualmente, até o limite de 10% (dez por cento) dos meios de pagamentos existentes a 31 de dezembro doano anterior, para atender as exigências das atividades produtivas e da circulação da riqueza do País,devendo, porém, solicitar autorização do Poder Legislativo, mediante Mensagem do Presidente daRepública, para as emissões que, justificadamente, se tornarem necessárias além daquele limite. 

Quando necessidades urgentes e imprevistas para o financiamento dessas atividades o determinarem, pode

o Conselho Monetário Nacional autorizar as emissões que se fizerem indispensáveis, solicitandoimediatamente, através de Mensagem do Presidente da República, homologação do Poder Legislativo paraas emissões assim realizadas: 

II - Estabelecer condições para que o Banco Central da República do Brasil emita moeda-papel (Vetado) decurso forçado, nos termos e limites decorrentes desta Lei, bem como as normas reguladoras do meiocirculante; 

III - Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil, por meiodos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito; 

IV - Determinar as características gerais (Vetado) das cédulas e das moedas; 

V - Fixar as diretrizes e normas (VETADO) da política cambial, inclusive compra e venda de ouro equaisquer operações em moeda estrangeira;

V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira; (Redação dada pelo Del nº 581, de14/05/69) 

VI - Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suasformas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras; 

VII - Coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a de investimentos do Governo Federal; 

VIII - Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas aesta lei, bem como a aplicação das penalidades previstas; 

IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões e qualquer outra forma deremuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Centralda República do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem a promover: 

- recuperação e fertilização do solo; 

- reflorestamento; 

- combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais; 

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- eletrificação rural; 

- mecanização; 

- irrigação; 

- investimento indispensáveis às atividades agropecuárias; 

X - Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a ummesmo cliente ou grupo de empresas; 

XI - Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, mobilizações e outras relaçõespatrimoniais a serem observadas pelas instituições financeiras;

XII - Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras; 

XIII - Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital mínimo das instituições financeirasprivadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou fi liais; 

XIV - Determinar recolhimento (VETADO) de até 25% (vinte e cinco por cento) do total dos depósitos dasinstituições financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou

compra de títulos da Dívida Pública Federal, até 50% do montante global devido, seja através derecolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central da República do Brasil, na formae condições que o Conselho Monetário Nacional determinar podendo êste: Vide decretos-Leis nºs (VideDecreto-Lei nº 1, de 13.11.1965) e (Vide Decreto-Lei nº 108, de 17.1.1967)a) adotar percentagens diferentes em função:- das regiões geo-econômicas;- das prioridades que atribuir às aplicações;- da natureza das instituições financeiras;b) (VETADO).c) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido reaplicados em financiamentosà agricultura, sob juros favorecidos e outras condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional.XIV - Determinar recolhimento de até 35% (trinta e cinco por cento) do total dos depósitos das instituiçõesfinanceiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulosda Dívida Pública Federal seja através de recolhimento em espécie em ambos os casos entregues ao

Banco Central do Brasil, na forma e condições que o Conselho Monetário Nacional determinar, podendoêste: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.085, de 18.2.1970) a) adotar percentagens diferentes em função- das regiões geo-econômicas;- das prioridades que atribuir às aplicações;- da natureza das instituições financeiras;b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido reaplicados em financiamentosà agricultura, sob juros favorecidos e outras condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional.XIV - Determinar recolhimento de até 40% (quarenta por cento) do total dos depósitos das instituiçõesfinanceiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulosda Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues aoBanco Central do Brasil, na forma e condições que o Conselho Monetário Nacional determinar, podendoeste: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.580, de 17.10.1977)a) adotar percentagens diferentes em função:

- das regiões geo-econômicas;- das prioridades que atribuir às aplicações;- da natureza das instituições financeiras.b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido reaplicados em financiamentosà agricultura, sob juros favorecidos e outras condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional. 

XIV - Determinar recolhimento de até 60% (sessenta por cento) do total dos depósitos e/ou outros títuloscontábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do TesouroNacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, emambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, na forma e condições que o Conselho MonetárioNacional determinar, podendo este: (Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82) 

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a) adotar percentagens diferentes em função; (Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82) 

- das regiões geo-econômicas; (Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82) 

- das prioridades que atribuir às aplicações; (Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82) 

- da natureza das instituições financeiras; (Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82) 

b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido reaplicados em financiamentosà agricultura, sob juros favorecidos e outras condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional. (Redaçãodada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82) (Vide art 10, inciso III) 

XV - Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a dedução dos depósitos de pessoas jurídicas dedireito público que lhes detenham o controle acionário, bem como dos das respectivas autarquias esociedades de economia mista, no cálculo a que se refere o inciso anterior; 

XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até o último dia do mês subsequente, relatório emapas demonstrativos da aplicação dos recolhimentos compulsórios, (Vetado). 

XVII - Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as operações de redesconto e deempréstimo, efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária; 

XVIII - Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio das operações de câmbio quandoocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência detal situação; 

XIX - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central da República do Brasil em suastransações com títulos públicos e de entidades de que participe o Estado; 

XX - Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a efetuar a subscrição, compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das sociedades deeconomia mista e empresas do Estado; 

XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos; 

XXII - Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez eadequar seu funcionamento aos objetivos desta lei; 

XXIII - Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital realizado e reservas livres, o limite além do qual osexcedentes dos depósitos das instituições financeiras serão recolhidos ao Banco Central da República doBrasil ou aplicados de acordo com as normas que o Conselho estabelecer; 

XXIV - Decidir de sua própria organização; elaborando seu regimento interno no prazo máximo de trinta (30)dias; 

XXV - Decidir da estrutura técnica e administrativa do Banco Central da República do Brasil e fixar seuquadro de pessoal, bem como estabelecer os vencimentos e vantagens de seus funcionários, servidores ediretores, cabendo ao Presidente deste apresentar as respectivas propostas; (Vide Lei nº 9.650, 27.5.1998) 

XXVI - Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central da República do Brasil; (Vide Lei nº 9.069, de29.6.1995) 

XXVII - Aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central da República do Brasil, sem prejuízo dacompetência do Tribunal de Contas da União;

XXVII - aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu orçamento esobre seus sistemas de contabilidade, bem como sobre a forma e prazo de transferência de seus resultadospara o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União. (Redação dadapelo Decreto Lei nº 2.376, de 25.11.1987) (Vide art 10, inciso III) 

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XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restriçõesequivalentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ouque nelas desejem estabelecer - se; 

XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos de empréstimos externos dosEstados, do Distrito Federal e dos Municípios, para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, daConstituição Federal; 

XXX - Expedir normas e regulamentação para as designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei. (VideLei nº 9.069, de 29.6.1995) (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995) 

XXXI - Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazose outras condições. 

XXXII - regular os depósitos a prazo entre instituições financeiras, inclusive entre aquelas sujeitas aomesmo controle ou coligadas; (Incluído pelo Decreto Lei nº 2.283, de 1986)XXXII - regular os depósitos a prazo entre instituições financeiras, inclusive entre aquelas sujeitas aomesmo controle acionário ou coligadas; (Redação dada pelo Decreto Lei nº 2.284, de 1986)

XXXII - regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou coligadas.(Redação dada pelo Decrto-lei nº 2.290, de 1986) 

§ 1º O Conselho Monetário Nacional, no exercício das atribuições previstas no inciso VIII deste artigo,poderá determinar que o Banco Central da República do Brasil recuse autorização para o funcionamento denovas instituições financeiras, em função de conveniências de ordem geral. 

§ 2º Competirá ao Banco Central da República do Brasil acompanhar a execução dos orçamentosmonetários e relatar a matéria ao Conselho Monetário Nacional, apresentando as sugestões que considerar convenientes. 

§ 3º As emissões de moeda metálica serão feitas sempre contra recolhimento (Vetado) de igual montanteem cédulas. 

§ 4º O Conselho Monetário nacional poderá convidar autoridades, pessoas ou entidades para prestar 

esclarecimentos considerados necessários. 

§ 5º Nas hipóteses do art. 4º, inciso I, e do § 6º, do art. 49, desta lei, se o Congresso Nacional negar homologação à emissão extraordinária efetuada, as autoridades responsáveis serão responsabilizadas nostermos da Lei nº 1059, de 10/04/1950. 

§ 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará ao Congresso Nacional, até 31 de março de cada ano,relatório da evolução da situação monetária e creditícia do País no ano anterior, no qual descreverá,minudentemente as providências adotadas para cumprimento dos objetivos estabelecidos nesta lei, justificando destacadamente os montantes das emissões de papel-moeda que tenham sido feitas paraatendimento das atividades produtivas. 

§ 7º O Banco Nacional da Habitação é o principal instrumento de execução da política habitacional do

Governo Federal e integra o sistema financeiro nacional, juntamente com as sociedades de créditoimobiliário, sob orientação, autorização, coordenação e fiscalização do Conselho Monetário Nacional e doBanco Central da República do Brasil, quanto à execução, nos termos desta lei, revogadas as disposiçõesespeciais em contrário. (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995) 

 Art. 5º As deliberações do Conselho Monetário Nacional entendem-se de responsabilidade de seuPresidente para os efeitos do art. 104, nº I, letra "b", da Constituição Federal e obrigarão também os órgãosoficiais, inclusive autarquias e sociedades de economia mista, nas atividades que afetem o mercadofinanceiro e o de capitais. 

 Art 6º O Conselho Monetário Nacional será integrado pelos seguintes membros:I - Ministro da Fazenda, que será o Presidente;

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II - Presidente do Banco do Brasil S.A;III - Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;IV - Seis (6) membros nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal,escolhidos entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômicos-financeiros,com mandato de seis (6) anos podendo ser reconduzidos.

 Art. 6º O Conselho Monetário Nacional será integrado pelos seguintes membros: (Redação dada pela Lei nº5.362, de 30.11.1967) (Vide Lei nº 8.392, de 1991) (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995) 

I - Ministro da Fazenda que será o Presidente; (Redação dada pela Lei nº 5.362, de 30.11.1967) 

II - Presidente do Banco do Brasil S. A.; (Redação dada pela Lei nº 5.362, de 30.11.1967) 

III - Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; (Redação dada pela Lei nº 5.362, de30.11.1967) 

IV - Sete (7) membros nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal,escolhidos entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros,com mandato de sete (7) anos, podendo ser reconduzidos. (Redação dada pela Lei nº 5.362, de30.11.1967) 

§ 1º O Conselho Monetário Nacional deliberará por maioria de votos, com a presença, no mínimo, de 6(seis) membros, cabendo ao Presidente também o voto de qualidade.

§ 2º Poderão participar das reuniões do Conselho Monetário Nacional (VETADO) o Ministro da Indústria edo Comércio e o Ministro para Assuntos de Planejamento e Economia, cujos pronunciamentos constarãoobrigatòriamente da ata das reuniões.

§ 3º Em suas faltas ou impedimentos, o Ministro da Fazenda será substituído, na Presidência do ConselhoMonetário Nacional, pelo Ministro da Indústria e do Comércio, ou, na falta dêste, pelo Ministro para Assuntos de Planejamento e Economia.

§ 4º Exclusivamente motivos relevantes, expostos em representação fundamentada do Conselho MonetárioNacional, poderão determinar a exoneração de seus membros referidos no inciso IV, dêste artigo.

§ 5º Vagando-se cargo com mandato o substituto será nomeado com observância do disposto no inciso IVdêste artigo, para completar o tempo do substituído.

§ 6º Os membros do Conselho Monetário Nacional, a que se refere o inciso IV dêste artigo, devem ser escolhidos levando-se em atenção, o quanto possível, as diferentes regiões geo-ecônomicas do País.

 Art. 7º Junto ao Conselho Monetário Nacional funcionarão as seguintes Comissões Consultivas: (Vide Lei nº8.392, de 1991) (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995) 

I - Bancária, constituída de representantes: 

1 - do Conselho Nacional de Economia; 

2 - do Banco Central da República do Brasil; 

3 - do Banco do Brasil S.A.; 

4 - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; 

5 - do Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais; 

6 - do Banco Nacional de Crédito Cooperativo; 

7 - do Banco do Nordeste do Brasil S. A.; 

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8 - do Banco de Crédito da Amazônia S. A.; 

9 - dos Bancos e Caixas Econômicas Estaduais; 

10 - dos Bancos Privados; 

11 - das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos; 

12 - das Bolsas de Valores; 

13 - do Comércio; 

14 - da Indústria; 

15 - da Agropecuária; 

16 - das Cooperativas que operam em crédito. 

II - de Mercado de Capitais, constituída de representantes: 

1 - do Ministério da Indústria e do Comércio; 

2 - do Conselho Nacional da Economia. 

3 - do Banco Central da República do Brasil; 

4 - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; 

5 - dos Bancos Privados; 

6 - das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos; 

7 - das Bolsas de Valores; 

8 - das Companhias de Seguros Privados e Capitalização; 

9 - da Caixa de Amortização; 

III - de Crédito Rural, constituída de representantes: 

1 - do Ministério da Agricultura; 

2 - da Superintendência da Reforma Agrária; 

3 - da Superintendência Nacional de Abastecimento; 

4 - do Banco Central da República do Brasil; 

5 - da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil S. A.; 

6 - da Carteira de Colonização de Banco do Brasil S.A.; 

7 - do Banco Nacional de Crédito Cooperativo; 

8 - do Banco do Nordeste do Brasil S.A.; 

9 - do Banco de Crédito da Amazônia S.A.; 

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10 - do Instituto Brasileiro do Café; 

11 - do Instituto do Açúcar e do Álcool; 

12 - dos Banco privados; 

13 - da Confederação Rural Brasileira; 

14 - das Instituições Financeiras Públicas Estaduais ou Municipais, que operem em crédito rural; 

15 - das Cooperativas de Crédito Agrícola. 

IV - (Vetado) 

1 - (Vetado) 

2 - (Vetado) 

3 - (Vetado) 

4 - (Vetado) 

5 - (Vetado) 

6 - (Vetado) 

7 - (Vetado) 

8 - (Vetado) 

9 - (Vetado) 

10 - (Vetado) 

11 - (Vetado) 

12 - (Vetado) 

13 - (Vetado) 

14 - (Vetado) 

15 - (Vetado) 

V - de Crédito Industrial, constituída de representantes: 

1 - do Ministério da Indústria e do Comércio; 

2 - do Ministério Extraordinário para os Assuntos de Planejamento e Economia; 

3 - do Banco Central da República do Brasil; 

4 - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; 

5 - da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil S.A.; 

6 - dos Banco privados;  

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7 - das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos; 

8 - da Indústria. 

§ 1º A organização e o funcionamento das Comissões Consultivas serão regulados pelo ConselhoMonetário Nacional, inclusive prescrevendo normas que: 

a) lhes concedam iniciativa própria junto ao MESMO CONSELHO; 

b) estabeleçam prazos para o obrigatório preenchimento dos cargos nas referidas Comissões; 

c) tornem obrigatória a audiência das Comissões Consultivas, pelo Conselho Monetário Nacional, no tratodas matérias atinentes às finalidades específicas das referidas Comissões, ressalvado os casos em que seimpuser sigilo. 

§ 2º Os representantes a que se refere este artigo serão indicados pelas entidades nele referidas edesignados pelo Conselho Monetário Nacional. 

§ 3º O Conselho Monetário Nacional, pelo voto de 2/3 (dois terços) de seus membros, poderá ampliar acompetência das Comissões Consultivas, bem como admitir a participação de representantes de entidadesnão mencionadas neste artigo, desde que tenham funções diretamente relacionadas com suas atribuições. 

CAPÍTULO IIIDo Banco Central da República do Brasil 

 Art. 8º A atual Superintendência da Moeda e do Crédito é transformada em autarquia federal, tendo sede eforo na Capital da República, sob a denominação de Banco Central da República do Brasil, compersonalidade jurídica e patrimônio próprios este constituído dos bens, direitos e valores que lhe sãotransferidos na forma desta Lei e ainda da apropriação dos juros e rendas resultantes, na data da vigênciadesta lei, do disposto no art. 9º do Decreto-Lei número 8495, de 28/12/1945, dispositivo que ora éexpressamente revogado. 

Parágrafo único. Os resultados obtidos pelo Banco Central da República do Brasil serão incorporados aoseu patrimônio. 

Parágrafo único. Os resultados obtidos pelo Banco Central do Brasil, consideradas as receitas e despesasde todas as suas operações, serão, a partir de 1º de janeiro de 1988, apurados pelo regime de competênciae transferidos para o Tesouro Nacional, após compensados eventuais prejuízos de exercícios anteriores.(Redação dada pelo Del nº 2.376, de 25/11/87) 

 Art. 9º Compete ao Banco Central da República do Brasil cumprir e fazer cumprir as disposições que lhesão atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional. 

 Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil: 

I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e l imites autorizados pelo Conselho MonetárioNacional (Vetado)). 

II - Executar os serviços do meio-circulante; 

III - Receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso XIV, do art. 4º, desta lei, e também osdepósitos voluntários das instituições financeiras, nos têrmos do inciso III e § 2º do art. 19, desta lei;III - receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso XIV do artigo 4º desta lei, e também osdepósitos voluntários à vista, das instituições financeiras, nos termos do inciso III e § 2º do artigo 19 destalei; (Redação dada pelo Decreto Lei nº 2.283, de 27.2.1986,III - receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso XIV do artigo 4º desta lei, e também osdepósitos voluntários à vista, das instituições financeiras, nos termos do inciso III e § 2º do artigo 19 destalei; (Redação dada pelo Decreto Lei nº 2.284, de 1986) 

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III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de Letras ouObrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através derecolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, a forma e condiçõespor ele determinadas, podendo: (Incluído pela Lei nº 7.730, de 31.1.1989) 

a) adotar percentagens diferentes em função: (Incluído pela Lei nº 7.730, de 31.1.1989) 

1. das regiões geoeconômicas; (Incluído pela Lei nº 7.730, de 31.1.1989) 

2. das prioridades que atribuir às aplicações; (Incluído pela Lei nº 7.730, de 31.1.1989) 

3. da natureza das instituições financeiras; (Incluído pela Lei nº 7.730, de 31.1.1989) 

b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido reaplicados emfinanciamentos à agricultura, sob juros favorecidos e outras condições por ele fixadas. (Incluído pela Lei nº7.730, de 31.1.1989) 

IV - receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso XIV do artigo 4º desta lei, e também osdepósitos voluntários à vista, das instituições financeiras, nos termos do inciso III e § 2º do artigo 19 destalei; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) 

IV - receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso anterior e, ainda, os depósitos voluntários àvista das instituições financeiras, nos termos do inciso III e § 2° do art. 19. (Redação dada pela Lei nº 7.730,de 31/01/89) 

V - Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias e as referidas no Art. 4º, inciso XIV, letra " b ", e no § 4º do Art. 49 desta lei; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) 

VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) 

VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de31/01/89) 

VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira; 

VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque efazer com estas últimas todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do FundoMonetário Internacional; (Redação dada pelo Del nº 581, de 14/05/69) (Renumerado pela Lei nº 7.730, de31/01/89) 

IX - Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas; (Renumerado pelaLei nº 7.730, de 31/01/89) 

X - Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam: (Renumerado pela Lei nº 7.730,de 31/01/89) 

a) funcionar no País;

b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no exterior; 

c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas; 

d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual de títulos da dívida pública federal, estadualou municipal, ações Debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários; 

e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento; 

f) alterar seus estatutos. 

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g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acionário. (Incluído pelo Del nº 2.321, de25/02/87) 

XI - Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração deinstituições financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos,fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo Conselho Monetário Nacional;(Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) 

XII - Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicosfederais; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) 

XIII - Determinar que as matrizes das instituições financeiras registrem os cadastros das firmas que operamcom suas agências há mais de um ano. (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) 

§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o inciso IX deste artigo, com base nas normasestabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, o Banco Central da República do Brasil, estudará ospedidos que lhe sejam formulados e resolverá conceder ou recusar a autorização pleiteada, podendo(Vetado) incluir as cláusulas que reputar convenientes ao interesse público. 

§ 2º Observado o disposto no parágrafo anterior, as instituições financeiras estrangeiras dependem deautorização do Poder Executivo, mediante decreto, para que possam funcionar no País (Vetado) 

 Art. 11. Compete ainda ao Banco Central da República do Brasil; 

I - Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras einternacionais; 

II - Promover, como agente do Governo Federal, a colocação de empréstimos internos ou externos,podendo, também, encarregar-se dos respectivos serviços; 

III - Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial da estabilidade relativa das taxas decâmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo para êsse fim comprar e vender ouro e moedaestrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior e eparar os mercados de câmbio financeiroe comercial;

III - Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas decâmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo para esse fim comprar e vender ouro e moedaestrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior, inclusive as referentes aos DireitosEspeciais de Saque, e separar os mercados de câmbio financeiro e comercial; (Redação dada pelo Del nº581, de 14/05/69) 

IV - Efetuar compra e venda de títulos de sociedades de economia mista e empresas do Estado; 

V - Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condições estabelecidas pelo ConselhoMonetário Nacional; 

VI - Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;  

VII - Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de capitais sobre empresas que, direta ouindiretamente, interfiram nesses mercados e em relação às modalidades ou processos operacionais queutilizem; 

VIII - Prover, sob controle do Conselho Monetário Nacional, os serviços de sua Secretaria. 

§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o inciso VIII do artigo 10 desta lei, o Banco Central doBrasil poderá examinar os livros e documentos das pessoas naturais ou jurídicas que detenham o controleacionário de instituição financeira, ficando essas pessoas sujeitas ao disposto no artigo 44, § 8º, desta lei. (Incluído pelo Del nº 2.321, de 25/02/87) 

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§ 2º O Banco Central da República do Brasil instalará delegacias, com autorização do Conselho MonetárioNacional, nas diferentes regiões geo-econômicas do País, tendo em vista a descentralização administrativapara distribuição e recolhimento da moeda e o cumprimento das decisões adotadas pelo mesmo Conselhoou prescritas em lei. (Renumerado pelo Del nº 2.321, de 25/02/87) 

 Art. 12. O Banco Central da República do Brasil operará exclusivamente com instituições financeiraspúblicas e privadas, vedadas operações bancárias de qualquer natureza com outras pessoas de direitopúblico ou privado, salvo as expressamente autorizadas por lei. 

 Art 13. A execução de encargos e serviços de competência do Banco Central da República do Brasil poderáser contratada com o Banco do Brasil S.A. por determinação do Conselho Monetário Nacional, pelo prazo enas condições por êste fixados.Parágrafo único. A execução de referidos encargos e serviços poderá também ser confiada a outrasinstituições financeiras em praças onde não houver agências do Banco do Brasil S.A., mediante contrataçãoexpressamente autorizada pelo Conselho Monetário Nacional, pelo prazo e nas condições por êle fixados.

 Art. 13. Os encargos e serviços de competência do Banco Central, quando por ele não executadosdiretamente, serão contratados de preferência com o Banco do Brasil S. A., exceto nos casosespecialmente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. (Redação dada pelo Del nº 278, de 28/02/67) 

 Art 14. O Banco Central da República do Brasil será administrado por uma Diretoria de 4 (quatro) membros,um dos quais será o Presidente, escolhidos pelo Conselho Monetário Nacional dentre seus membros

mencionados no inciso IV, do artigo 6º, desta lei.

 Art. 14. O Banco Central do Brasil será administrado por uma Diretoria de cinco (5) membros, um dos quaisserá o Presidente, escolhidos pelo Conselho Monetário Nacional dentre seus membros mencionados noinciso IV do art. 6º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 5.362, de 30.11.1967)  (Vide Decreto nº 91.961, de19.11.1985) 

§ 1º O Presidente do Banco Central da República do Brasil será substituído pelo Diretor que o ConselhoMonetário Nacional designar.

§ 2º O término do mandato, a renúncia ou a perda da qualidade Membro do Conselho Monetário Nacionaldeterminam, igualmente, a perda da função de Diretor do Banco Central da República do Brasil.

 Art. 15. O regimento interno do Banco Central da República do Brasil, a que se refere o inciso XXVII, do art.4º, desta lei, prescreverá as atribuições do Presidente e dos Diretores e especificará os casos quedependerão de deliberação da Diretoria, a qual será tomada por maioria de votos, presentes no mínimo oPresidente ou seu substituto eventual e dois outros Diretores, cabendo ao Presidente também o voto dequalidade. 

Parágrafo único. A Diretoria se reunirá, ordinariamente, uma vez por semana, e, extraordinariamente,sempre que necessário, por convocação do Presidente ou a requerimento de, pelo menos, dois de seusmembros. 

 Art 16. Constituem receita do Banco Central da República do Brasil:I - Juros de redescontos de empréstimos e de outras aplicações de seus recursos;II - resultado das operações de câmbio, de compra e venda de ouro e quaisquer outras operações;III - produto da arrecadação da taxa de fiscalização, prevista nesta lei;IV - receitas eventuais, inclusive multa e móra, aplicadas por fôrça do disposto na legislação em vigor.§ 1º A partir do exercício de 1965, a taxa anual de fiscalização será devida semestralmente, devendo ser paga até 30 de abril e 31 de outubro de cada ano e passará a ser recolhida diretamente ao Banco Centralda República do Brasil, pela forma que êste estabelecer, e a ela ficam sujeitas tôdas as instituiçõesfinanceiras referidas no art. 17 desta lei. (Vide Lei nº 5.143, de 13.11.1965) § 2º A taxa de fiscalização será cobrada até 0,5/1.000 (meio por mil) sôbre o montante global do passivodas instituições financeiras, exclusive o de compensação verificado no último balanço do ano anterior.§ 3º Dentro do limite de que trata o parágrafo anterior, o Conselho Monetário Nacional fixará, anualmente, ataxa de fiscalização, tendo em vista cobrir, juntamente com as outras receitas previstas, a despesa doBanco Central da República do Brasil, levando em consideração a natureza das instituições financeiras. Art. 16 Constituem receita do Banco Central do Brasil: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.638, de6.10.1978) 

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I - rendas de operações financeiras e de outras aplicações de seus recursos: (Redação dada pelo DecretoLei nº 1.638, de 6.10.1978) II - resultado das operações de câmbio, de compra e venda de ouro e de quaisquer outras operações;(Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.638, de 6.10.1978) III - receitas eventuais, inclusive multa e mora aplicadas por força do disposto na legislação em vigor.(Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.638, de 6.10.1978) Parágrafo único. Do resultado das operações de câmbio de que trata o inciso II deste artigo, ocorrido a partir do advento da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, 75% (setenta e cinco por cento) da parte referenteao lucro realizado na compra e venda de moeda estrangeira destinar -se-á à formação de reserva monetáriado Banco Central do Brasil, que registrará esses recursos em conta específica, na forma que for estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.638, de 6.10.1978) § 1º Do resultado das operações de câmbio de que trata o inciso II deste artigo, ocorrido a partir da data deentrada em vigor desta Lei, 75% (setenta e cinco por cento) da parte referente ao lucro realizado na comprae venda de moeda estrangeira destinar-se-á à formação de reserva monetária do Banco Central do Brasil,que registrará esses recursos em conta específica, na forma que for estabelecida pelo Conselho MonetárioNacional. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 2.076, de 20.12.1983) § 2º A critério do Conselho Monetário Nacional, poderão também ser destinados à reserva monetária de quetrata o § 1º os recursos provenientes de rendimentos gerados por: (Redação dada pelo Decreto Lei nº2.076, de 20.12.1983) a) suprimentos específicos do Banco Central do Brasil ao Banco do Brasil S/A concedidos nos termos do §1º do art. 19 desta Lei; (Incluído pelo Decreto Lei nº 2.076, de 20.12.1983) b) suprimentos especiais do Banco Central do Brasil aos Fundos e Programas que administra. (Incluído peloDecreto Lei nº 2.076, de 20.12.1983) § 3º O Conselho Monetário Nacional estabelecerá, observado o disposto no § 1º do art. 19 desta Lei, a cadaexercício, as bases da remuneração das operações referidas no § 2º e as condições para incorporaçãodesses rendimentos à referida reserva monetária. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 2.076, de 20.12.1983) 

 Art. 16. Constituem receita do Banco Central do Brasil as rendas: (Redação dada pelo Del nº 2.376, de25/11/87) 

I - de operações financeiras e de outras aplicações de seus recursos; (Redação dada pelo Del nº 2.376, de25/11/87) 

II - das operações de câmbio, de compra e venda de ouro e de quaisquer outras operações em moedaestrangeira; (Redação dada pelo Del nº 2.376, de 25/11/87) 

III - eventuais, inclusive as derivadas de multas e de juros de mora aplicados por força do disposto nalegislação em vigor. (Redação dada pelo Del nº 2.376, de 25/11/87) 

CAPÍTULO IVDAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 

SEÇÃO IDa caracterização e subordinação 

 Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicaspúblicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ouaplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódiade valor de propriedade de terceiros. 

Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeirasas pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente oueventual.

 Art. 18. As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante prévia autorização doBanco Central da República do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras. 

§ 1º Além dos estabelecimentos bancários oficiais ou privados, das sociedades de crédito, financiamento einvestimentos, das caixas econômicas e das cooperativas de crédito ou a seção de crédito das cooperativasque a tenham, também se subordinam às disposições e disciplina desta lei no que for aplicável, as bolsasde valores, companhias de seguros e de capitalização, as sociedades que efetuam distribuição de prêmios

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em imóveis, mercadorias ou dinheiro, mediante sorteio de títulos de sua emissão ou por qualquer forma, eas pessoas físicas ou jurídicas que exerçam, por conta própria ou de terceiros, atividade relacionada com acompra e venda de ações e outros quaisquer títulos, realizando nos mercados financeiros e de capitaisoperações ou serviços de natureza dos executados pelas instituições financeiras. 

§ 2º O Banco Central da Republica do Brasil, no exercício da fiscalização que lhe compete, regulará ascondições de concorrência entre instituições financeiras, coibindo-lhes os abusos com a aplicação da pena(Vetado) nos termos desta lei. 

§ 3º Dependerão de prévia autorização do Banco Central da República do Brasil as campanhas destinadasà coleta de recursos do público, praticadas por pessoas físicas ou jurídicas abrangidas neste artigo, salvopara subscrição pública de ações, nos termos da lei das sociedades por ações. 

SEÇÃO IIDO BANCO DO BRASIL S. A. 

 Art. 19. Ao Banco do Brasil S. A. competirá precipuamente, sob a supervisão do Conselho MonetárioNacional e como instrumento de execução da política creditícia e financeira do Governo Federal: 

I - na qualidade de Agente, Financeiro do Tesouro Nacional, sem prejuízo de outras funções que lhevenham a ser atribuídas e ressalvado o disposto no art. 8º, da Lei nº 1628, de 20 de junho de 1952: 

a) receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes da arrecadação de tributos ourendas federais e ainda o produto das operações de que trata o art. 49, desta lei; 

b) realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral da União e leiscomplementares, de acordo com as autorizações que lhe forem transmitidas pelo Ministério da Fazenda, asquais não poderão exceder o montante global dos recursos a que se refere a letra anterior, vedada aconcessão, pelo Banco, de créditos de qualquer natureza ao Tesouro Nacional; 

c) conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa autorização legal; 

d) adquirir e f inanciar estoques de produção exportável; 

e) executar a política de preços mínimos dos produtos agropastoris; 

f) ser agente pagador e recebedor fora do País; 

g) executar o serviço da dívida pública consolidada; 

II - como principal executor dos serviços bancários de interesse do Governo Federal, inclusive suasautarquias, receber em depósito, com exclusividade, as disponibilidades de quaisquer entidades federais,compreendendo as repartições de todos os ministérios civis e militares, instituições de previdência e outrasautarquias, comissões, departamentos, entidades em regime especial de administração e quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por adiantamentos, ressalvados o disposto no § 5º deste artigo,as exceções previstas em lei ou casos especiais, expressamente autorizados pelo Conselho MonetárioNacional, por proposta do Banco Central da República do Brasil; 

III - arrecadar os depósitos voluntários das instituições financeiras de que trata o inciso III, do art. 10, destalei, escriturando as respectivas contas;III - arrecadar os depósitos voluntários à vista, das instituições de que trata o inciso III do artigo 10 desta lei,escriturando as respectivas contas. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 2.283, de 1986 

III - arrecadar os depósitos voluntários, à vista, das instituições de que trata o inciso III, do art. 10, desta lei,escriturando as respectivas contas; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 2.284, de 1986) 

IV - executar os serviços de compensação de cheques e outros papéis; 

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V - receber, com exclusividade, os depósitos de que tratam os artigos 38, item 3º, do Decreto-lei nº 2.627,de 26 de setembro de 1940, e 1º do Decreto-lei nº 5.956, de 01/11/43, ressalvado o disposto no art. 27,desta lei; 

VI - realizar, por conta própria, operações de compra e venda de moeda estrangeira e, por conta do BancoCentral da República do Brasil, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; 

VII - realizar recebimentos ou pagamentos e outros serviços de interesse do Banco Central da República do

Brasil, mediante contratação na forma do art. 13, desta lei; 

VIII - dar execução à política de comércio exterior (Vetado). 

IX - financiar a aquisição e instalação da pequena e média propriedade rural, nos termos da legislação queregular a matéria; 

X - financiar as atividades industriais e rurais, estas com o favorecimento referido no art. 4º, inciso IX, e art.53, desta lei; 

XI - difundir e orientar o crédito, inclusive às atividades comerciais suplementando a ação da rede bancária; 

a) no financiamento das atividades econômicas, atendendo às necessidades creditícias das diferentes

regiões do País; 

b) no financiamento das exportações e importações. (Vide Lei nº 8.490 de 19.11.1992) 

§ 1º - O Conselho Monetário Nacional assegurará recursos específicos que possibilitem ao Banco do BrasilS. A., sob adequada remuneração, o atendimento dos encargos previstos nesta lei. 

§ 2º - Do montante global dos depósitos arrecadados, na forma do inciso III deste artigo o Banco do BrasilS. A. Colocará à disposição do Banco Central da República do Brasil, observadas as normas que foremestabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, a parcela que exceder as necessidades normais demovimentação das contas respectivas, em função dos serviços aludidos no inciso IV deste artigo. 

§ 3º - Os encargos referidos no inciso I, deste artigo, serão objeto de contratação entre o Banco do Brasil S.

 A. e a União Federal, esta representada pelo Ministro da Fazenda. 

§ 4º - O Banco do Brasil S. A. prestará ao Banco Central da República do Brasil todas as informações por este julgadas necessárias para a exata execução desta lei. 

§ 5º - Os depósitos de que trata o inciso II deste artigo, também poderão ser feitos nas Caixas econômicasFederais, nos limites e condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional. 

 Art. 20. O Banco do Brasil S. A. e o Banco Central da República do Brasil elaborarão, em conjunto, oprograma global de aplicações e recursos do primeiro, para fins de inclusão nos orçamentos monetários deque trata o inciso III, do artigo 4º desta lei. 

 Art. 21. O Presidente e os Diretores do Banco do Brasil S. A. deverão ser pessoas de reputação ilibada enotória capacidade. 

§ 1º A nomeação do Presidente do Banco do Brasil S. A. será feita pelo Presidente da República, apósaprovação do Senado Federal. 

§ 2º As substituições eventuais do Presidente do Banco do Brasil S. A. não poderão exceder o prazo de 30(trinta) dias consecutivos, sem que o Presidente da República submeta ao Senado Federal o nome dosubstituto. 

§ 3º (Vetado) 

§ 4º (Vetado) 

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SEÇÃO IIIDAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PÚBLICAS 

 Art. 22. As instituições financeiras públicas são órgãos auxiliares da execução da política de crédito doGoverno Federal. 

§ 1º O Conselho Monetário Nacional regulará as atividades, capacidade e modalidade operacionais dasinstituições financeiras públicas federais, que deverão submeter à aprovação daquele órgão, com a

prioridade por ele prescrita, seus programas de recursos e aplicações, de forma que se ajustem à política decrédito do Governo Federal. 

§ 2º A escolha dos Diretores ou Administradores das instituições financeiras públicas federais e a nomeaçãodos respectivos Presidentes e designação dos substitutos observarão o disposto no art. 21, parágrafos 1º e2º, desta lei. 

§ 3º A atuação das instituições financeiras públicas será coordenada nos termos do art. 4º desta lei. 

 Art. 23. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico é o principal instrumento de execução de políticade investimentos do Governo Federal, nos termos das Leis números 1628, de 20/06/1952 e 2973, de26/11/1956. 

 Art. 24. As instituições financeiras públicas não federais ficam sujeitas às disposições relativas àsinstituições financeiras privadas, assegurada a forma de constituição das existentes na data da publicaçãodesta lei. 

Parágrafo único. As Caixas Econômicas Estaduais equiparam-se, no que couber, às Caixas EconômicasFederais, para os efeitos da legislação em vigor, estando isentas do recolhimento a que se refere o art. 4º,inciso XIV, e à taxa de fiscalização, mencionada no art. 16, desta lei. 

SEÇÃO IVDAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PRIVADAS 

 Art 25. As instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas de crédito, constituir -se-ão únicamentesob a forma de sociedade anônima, com a totalidade de seu capital representado por ações nominativas.

 Art. 25. As instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas de crédito, constituir-se-ão unicamentesob a forma de sociedade anônima, devendo a totalidade de seu capital com direito a voto ser representadapor ações nominativas. (Redação dada pela Lei nº 5.710, de 07/10/71) 

§ 1º Observadas as normas fixadas pelo Conselho Monetário Nacional as instituições a que se refere esteartigo poderão emitir até o limite de 50% de seu capital social em ações preferenciais, nas formasnominativas, e ao portador, sem direito a voto, às quais não se aplicará o disposto no parágrafo único doart. 81 do Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de 1940. (Incluído pela Lei nº 5.710, de 07/10/71) 

§ 2º A emissão de ações preferenciais ao portador, que poderá ser feita em virtude de aumento de capital,conversão de ações ordinárias ou de ações preferenciais nominativas, ficará sujeita a alterações préviasdos estatutos das sociedades, a fim de que sejam neles incluídas as declarações sobre: (Incluído pela Leinº 5.710, de 07/10/71) 

I - as vantagens, preferenciais e restrições atribuídas a cada classe de ações preferenciais, de acordo como Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de 1940; (Incluído pela Lei nº 5.710, de 07/10/71) 

II - as formas e prazos em que poderá ser autorizada a conversão das ações, vedada a conversão dasações preferenciais em outro tipo de ações com direito a voto. (Incluído pela Lei nº 5.710, de 07/10/71) 

§ 3º Os tí tulos e cautelas representativas das ações preferenciais, emitidos nos termos dos parágrafosanteriores, deverão conter expressamente as restrições ali especificadas. (Incluído pela Lei nº 5.710, de07/10/71) 

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 Art. 26. O capital inicial das instituições financeiras públicas e privadas será sempre realizado em moedacorrente. 

 Art. 27. Na subscrição do capital inicial e na de seus aumentos em moeda corrente, será exigida no ato arealização de, pelo menos 50% (cinqüenta por cento) do montante subscrito. 

§ 1º As quantias recebidas dos subscritores de ações serão recolhidas no prazo de 5 (cinco) dias, contadosdo recebimento, ao Banco Central da República do Brasil, permanecendo indisponíveis até a solução do

respectivo processo. 

§ 2º O remanescente do capital subscrito, inicial ou aumentado, em moeda corrente, deverá ser integralizado dentro de um ano da data da solução do respectivo processo. 

 Art. 28. Os aumentos de capital que não forem realizados em moeda corrente, poderão decorrer daincorporação de reservas, segundo normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional, e da reavaliaçãoda parcela dos bens do ativo imobilizado, representado por imóveis de uso e instalações, aplicados no caso,como limite máximo, os índices fixados pelo Conselho Nacional de Economia. 

 Art. 29. As instituições financeiras privadas deverão aplicar, de preferência, não menos de 50% (cinqüentapor cento) dos depósitos do público que recolherem, na respectiva Unidade Federada ou Território. 

§ 1º O Conselho Monetário Nacional poderá, em casos especiais, admitir que o percentual referido nesteartigo seja aplicado em cada Estado e Território isoladamente ou por grupos de Estados e Territórioscomponentes da mesma região geoeconômica. 

§ 2º As agências ou filiais das instituições financeiras, sediadas em municípios que não o da matriz,publicarão, anualmente, no principal órgão da imprensa local, ou inexistindo esta, afixarão no edifício dasmesmas boletins assinalando o volume dos depósitos e das aplicações localmente efetuadas. (Revogadopelo Del nº 48, de 18/11/66) 

 Art. 30. As instituições financeiras de direito privado, exceto as de investimento, só poderão participar decapital de quaisquer sociedades com prévia autorização do Banco Central da República do Brasil, solicitada justificadamente e concedida expressamente, ressalvados os casos de garantia de subscrição, nascondições que forem estabelecidas, em caráter geral, pelo Conselho Monetário Nacional. 

Parágrafo único (Vetado) 

 Art. 31. As instituições financeiras levantarão balanços gerais a 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano,obrigatoriamente, com observância das regras contábeis estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. 

 Art. 32. As instituições financeiras públicas deverão comunicar ao Banco Central da República do Brasil anomeação ou a eleição de diretores e membros de órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, no prazo de15 dias da data de sua ocorrência. 

 Art. 33. As instituições financeiras privadas deverão comunicar ao Banco Central da República do Brasil osatos relativos à eleição de diretores e membros de órgão consultivos, f iscais e semelhantes, no prazo de 15dias de sua ocorrência, de acordo com o estabelecido no art. 10, inciso X, desta lei. 

§ 1º O Banco Central da República do Brasil, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, decidirá aceitar ourecusar o nome do eleito, que não atender às condições a que se refere o artigo 10, inciso X, desta lei. 

§ 2º A posse do eleito dependerá da aceitação a que se refere o parágrafo anterior. 

§ 3º Oferecida integralmente a documentação prevista nas normas referidas no art. 10, inciso X, desta lei, edecorrido, sem manifestação do Banco Central da República do Brasil, o prazo mencionado no § 1º desteartigo, entender-se-á não ter havido recusa a posse. 

 Art. 34. É vedado às instituições financeiras conceder empréstimos ou adiantamentos: 

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I - A seus diretores e membros dos conselhos consultivos ou administrativo, fiscais e semelhantes, bemcomo aos respectivos cônjuges; 

II - Aos parentes, até o 2º grau, das pessoas a que se refere o inciso anterior; 

III - As pessoas físicas ou jurídicas que participem de seu capital, com mais de 10% (dez por cento), salvoautorização específica do Banco Central da República do Brasil, em cada caso, quando se tratar deoperações lastreadas por efeitos comerciais resultantes de transações de compra e venda ou penhor de

mercadorias, em limites que forem fixados pelo Conselho Monetário Nacional, em caráter geral; 

IV - As pessoas jurídicas de cujo capital participem, com mais de 10% (dez por cento); 

V - Às pessoas jurídicas de cujo capital participem com mais de 10% (dez por cento), quaisquer dosdiretores ou administradores da própria instituição financeira, bem como seus cônjuges e respectivosparentes, até o 2º grau. 

§ 1º A infração ao disposto no inciso I, deste artigo, constitui crime e sujeitará os responsáveis pelatransgressão à pena de reclusão de um a quatro anos, aplicando-se, no que couber, o Código Penal e oCódigo de Processo Penal. (Vide Lei 7.492, de 16.7.1986) 

§ 2º O disposto no inciso IV deste artigo não se aplica às instituições financeiras públicas. 

 Art. 35. É vedado ainda às instituições financeiras: 

I - Emitir debêntures e partes beneficiárias; 

II - Adquirir bens imóveis não destinados ao próprio uso, salvo os recebidos em liquidação de empréstimosde difícil ou duvidosa solução, caso em que deverão vendê-los dentro do prazo de um (1) ano, a contar dorecebimento, prorrogável até duas vezes, a critério do Banco Central da República do Brasil. 

Parágrafo único. As instituições financeiras que não recebem depósitos, poderão emitir debêntures, desdeque previamente autorizadas pelo Banco Central da R´pública do Brasil, em cada caso. 

Parágrafo único. As instituições financeiras que não recebem depósitos do público poderão emitir 

debêntures, desde que previamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, em cada caso. (Redaçãodada pelo Decreto-lei nº 2.290, de 1986) 

 Art. 36. As instituições financeiras não poderão manter aplicações em imóveis de uso próprio, que, somadasao seu ativo em instalações, excedam o valor de seu capital realizado e reservas livres. 

 Art. 37. As instituições financeiras, entidades e pessoas referidas nos artigos 17 e 18 desta lei, bem comoos corretores de fundos públicos, ficam, obrigados a fornecer ao Banco Central da República do Brasil, naforma por ele determinada, os dados ou informes julgados necessários para o fiel desempenho de suasatribuições. 

 Art. 38. As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviçosprestados.§ 1º As informações e esclarecimentos ordenados pelo Poder Judiciário, prestados pelo Banco Central da

República do Brasil ou pelas instituições financeiras, e a exibição de livros e documentos em Juízo, serevestirão sempre do mesmo caráter sigiloso, só podendo a eles ter acesso as partes legítimas na causa,que deles não poderão servir -se para fins estranhos à mesma.§ 2º O Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas prestarão informações aoPoder Legislativo, podendo, havendo relevantes motivos, solicitar sejam mantidas em reserva ou sigilo.§ 3º As Comissões Parlamentares de Inquérito, no exercício da competência constitucional e legal de amplainvestigação (art. 53 da Constituição Federal e Lei nº 1579, de 18 de março de 1952), obterão asinformações que necessitarem das instituições financeiras, inclusive através do Banco Central da Repúblicado Brasil.§ 4º Os pedidos de informações a que se referem os §§ 2º e 3º, deste artigo, deverão ser aprovados peloPlenário da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e, quando se tratar de Comissão Parlamentar deInquérito, pela maioria absoluta de seus membros.

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§ 5º Os agentes fiscais tributários do Ministério da Fazenda e dos Estados somente poderão proceder aexames de documentos, livros e registros de contas de depósitos, quando houver processo instaurado e osmesmos forem considerados indispensáveis pela autoridade competente.§ 6º O disposto no parágrafo anterior se aplica igualmente à prestação de esclarecimentos e informes pelasinstituições financeiras às autoridades fiscais, devendo sempre estas e os exames serem conservados emsigilo, não podendo ser utilizados senão reservadamente.§ 7º A quebra do sigilo de que trata este artigo constitui crime e sujeita os responsáveis à pena de reclusão,de um a quatro anos, aplicando-se, no que couber, o Código Penal e o Código de Processo Penal, semprejuízo de outras sanções cabíveis. (Revogado pela Lei Complementar nº 105, de 10.1.2001) (Vide Lei nºLei 6.385, de 1976) 

 Art. 39. Aplicam-se às instituições financeiras estrangeiras, em funcionamento ou que venham a se instalar no País, as disposições da presente lei, sem prejuízo das que se contém na legislação vigente. 

 Art. 40. As cooperativas de crédito não poderão conceder empréstimos se não a seus cooperados com maisde 30 dias de inscrição. (Revogado pela Lei Complementar nº 130, de 2009)Parágrafo único. Aplica-se às seções de crédito das cooperativas de qualquer tipo o disposto neste artigo.(Revogado pela Lei Complementar nº 130, de 2009) Art. 41. Não se consideram como sendo operações de seções de crédito as vendas a prazo realizadaspelas cooperativas agropastoris a seus associados de bens e produtos destinados às suas atividadeseconômicas. (Revogado pela Lei Complementar nº 130, de 2009)

CAPÍTULO VDAS PENALIDADES 

 Art. 42. O art. 2º, da Lei nº 1808, de 07 de janeiro de 1953, terá a seguinte redação:

" Art. 2º Os diretores e gerentes das instituições financeiras respondem solidariamente pelas obrigaçõesassumidas pelas mesmas durante sua gestão, até que elas se cumpram. 

Parágrafo único. Havendo prejuízos, a responsabilidade solidária se circunscreverá ao respectivomontante." (Vide Lei nº 6.024, de 1974) 

 Art. 43. O responsável ela instituição financeira que autorizar a concessão de empréstimo ou adiantamentovedado nesta lei, se o fato não constituir crime, ficará sujeito, sem prejuízo das sanções administrativas ou

civis cabíveis, à multa igual ao dobro do valor do empréstimo ou adiantamento concedido, cujoprocessamento obedecerá, no que couber, ao disposto no art. 44, desta lei. 

 Art. 44. As infrações aos dispositivos desta lei sujeitam as instituições financeiras, seus diretores, membrosde conselhos administrativos, fiscais e semelhantes, e gerentes, às seguintes penalidades, sem prejuízo deoutras estabelecidas na legislação vigente: 

I - Advertência. 

II - Multa pecuniária variável. 

III - Suspensão do exercício de cargos. 

IV - Inabilitação temporária ou permanente para o exercício de cargos de direção na administração ougerência em instituições financeiras. 

V - Cassação da autorização de funcionamento das instituições financeiras públicas, exceto as federais, ouprivadas. 

VI - Detenção, nos termos do § 7º, deste artigo. 

VII - Reclusão, nos termos dos artigos 34 e 38, desta lei. 

§ 1ºA pena de advertência será aplicada pela inobservância das disposições constantes da legislação emvigor, ressalvadas as sanções nela previstas, sendo cabível também nos casos de fornecimento de

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informações inexatas, de escrituração mantida em atraso ou processada em desacordo com as normasexpedidas de conformidade com o art. 4º, inciso XII, desta lei. 

§ 2º As multas serão aplicadas até 200 (duzentas) vezes o maior salário-mínimo vigente no País, sempreque as instituições financeiras, por negligência ou dolo: 

a) advertidas por irregularidades que tenham sido praticadas, deixarem de saná-las no prazo que lhes for assinalado pelo Banco Central da República do Brasil; 

b) infringirem as disposições desta lei relativas ao capital, fundos de reserva, encaixe, recolhimentoscompulsórios, taxa de fiscalização, serviços e operações, não atendimento ao disposto nos arts. 27 e 33,inclusive as vedadas nos arts. 34 (incisos II a V), 35 a 40 desta lei, e abusos de concorrência (art. 18, § 2º); 

c) opuserem embaraço à fiscalização do Banco Central da República do Brasil. 

§ 3º As multas cominadas neste artigo serão pagas mediante recolhimento ao Banco Central da Repúblicado Brasil, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, contados do recebimento da respectiva notificação,ressalvado o disposto no § 5º deste artigo e serão cobradas judicialmente, com o acréscimo da mora de 1%(um por cento) ao mês, contada da data da aplicação da multa, quando não forem liquidadas naquele prazo; 

§ 4º As penas referidas nos incisos III e IV, deste artigo, serão aplicadas quando forem verificadas infrações

graves na condução dos interesses da instituição financeira ou quando dá reincidência específica,devidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas com multa. 

§ 5º As penas referidas nos incisos II, III e IV deste artigo serão aplicadas pelo Banco Central da Repúblicado Brasil admitido recurso, com efeito suspensivo, ao Conselho Monetário Nacional, interposto dentro de 15dias, contados do recebimento da notificação. 

§ 6º É vedada qualquer participação em multas, as quais serão recolhidas integralmente ao Banco Centralda República do Brasil. 

§ 7º Quaisquer pessoas físicas ou jurídicas que atuem como instituição financeira, sem estar devidamenteautorizadas pelo Banco Central da Republica do Brasil, ficam sujeitas à multa referida neste artigo edetenção de 1 a 2 anos, ficando a esta sujeitos, quando pessoa jurídica, seus diretores e administradores. 

§ 8º No exercício da fiscalização prevista no art. 10, inciso VIII, desta lei, o Banco Central da República doBrasil poderá exigir das instituições financeiras ou das pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as referidas noparágrafo anterior, a exibição a funcionários seus, expressamente credenciados, de documentos, papéis elivros de escrituração, considerando-se a negativa de atendimento como embaraço á fiscalização sujeito ápena de multa, prevista no § 2º deste artigo, sem prejuízo de outras medidas e sanções cabíveis. 

§ 9º A pena de cassação, referida no inciso V, deste artigo, será aplicada pelo Conselho MonetárioNacional, por proposta do Banco Central da República do Brasil, nos casos de reincidência específica deinfrações anteriormente punidas com as penas previstas nos incisos III e IV deste artigo. 

 Art. 45. As instituições financeiras públicas não federais e as privadas estão sujeitas, nos termos dalegislação vigente, à intervenção efetuada pelo Banco Central da República do Brasil ou à l iquidaçãoextrajudicial. 

Parágrafo único. A partir da vigência desta lei, as instituições de que trata este artigo não poderão impetrar concordata. 

CAPÍTULO VIDISPOSIÇÕES GERAIS 

 Art. 46. Ficam transferidas as atribuições legais e regulamentares do Ministério da Fazenda relativamenteao meio circulante inclusive as exercidas pela Caixa de Amortização para o Conselho Monetário Nacional, e(VETADO) para o Banco Central da República do Brasil. 

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 Art. 47. Será transferida à responsabilidade do Tesouro Nacional, mediante encampação, sendodefinitivamente incorporado ao meio circulante o montante das emissões feitas por solicitação da Carteirade Redescontos do Banco do Brasil S.A. e da Caixa de Mobilização Bancária. 

§ 1º O valor correspondente à encampação será destinado à l iquidação das responsabilidades financeirasdo Tesouro Nacional no Banco do Brasil S. A., inclusive as decorrentes de operações de câmbio concluídasaté a data da vigência desta lei, mediante aprovação especificado Poder Legislativo, ao qual será submetidaa lista completa dos débitos assim amortizados. 

§ 2º Para a liquidação do saldo remanescente das responsabilidades do Tesouro Nacional, após aencampação das emissões atuais por solicitação da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil S.A. e daCaixa de Mobilização Bancária, o Poder Executivo submeterá ao Poder Legislativo proposta específica,indicando os recursos e os meios necessários a esse f im. 

 Art. 48. Concluídos os acertos financeiros previstos no artigo anterior, a responsabilidade da moeda emcirculação passará a ser do Banco Central da República do Brasil. 

 Art. 49. As operações de crédito da União, por antecipação de receita orçamentaria ou a qualquer outrotítulo, dentro dos limites legalmente autorizados, somente serão realizadas mediante colocação deobrigações, apólices ou letras do Tesouro Nacional. 

§ 1º A lei de orçamento, nos termos do artigo 73, § 1º inciso II, da Constituição Federal, determinará quandofor o caso, a parcela do déficit que poderá ser coberta pela venda de títulos do Tesouro Nacionaldiretamente ao Banco Central da República do Brasil. 

§ 2º O Banco Central da República do Brasil mediante autorização do Conselho Monetário Nacionalbaseada na lei orçamentaria do exercício, poderá adquirir diretamente letras do Tesouro Nacional, comemissão de papel-moeda. 

§ 3º O Conselho Monetário Nacional decidirá, a seu exclusivo critério, a política de sustentação em bolsa dacotação dos títulos de emissão do Tesouro Nacional. 

§ 4º No caso de despesas urgentes e inadiáveis do Governo Federal, a serem atendidas mediante créditossuplementares ou especiais, autorizados após a lei do orçamento, o Congresso Nacional determinará,especificamente, os recursos a serem utilizados na cobertura de tais despesas, estabelecendo, quando a

situação do Tesouro Nacional for deficitária, a discriminação prevista neste artigo. 

§ 5º Na ocorrência das hipóteses citadas no parágrafo único, do artigo 75, da Constituição Federal, oPresidente da República poderá determinar que o Conselho Monetário Nacional, através do Banco Centralda República do Brasil, faça a aquisição de letras do Tesouro Nacional com a emissão de papel-moeda atéo montante do crédito extraordinário que tiver sido decretado. 

§ 6º O Presidente da República fará acompanhar a determinação ao Conselho Monetário Nacional,mencionada no parágrafo anterior, de cópia da mensagem que deverá dirigir ao Congresso Nacional,indicando os motivos que tornaram indispensável a emissão e solicitando a sua homologação. 

§ 7º As letras do Tesouro Nacional, colocadas por antecipação de receita, não poderão ter vencimentosposteriores a 120 (cento e vinte) dias do encerramento do exercício respectivo. 

§ 8º Até 15 de março do ano seguinte, o Poder Executivo enviará mensagem ao Poder Legislativo,propondo a forma de liquidação das letras do Tesouro Nacional emitidas no exercício anterior e nãoresgatadas. 

§ 9º É vedada a aquisição dos títulos mencionados neste artigo pelo Banco do Brasil S.A. e pelasinstituições bancárias de que a União detenha a maioria das ações. (Vide Decreto-lei nº 1.079, de 1970) 

 Art. 50. O Conselho Monetário Nacional, o Banco Central da República do Brasil, o Banco Nacional doDesenvolvimento Econômico, o Banco do Brasil S.A., O Banco do Nordeste do Brasil S.A. e o Banco deCrédito da Amazônia S. A. gozarão dos favores, isenções e privilégios, inclusive fiscais, que são próprios da

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Fazenda Nacional, ressalvado quanto aos três, últimos, o regime especial de tributação do Imposto deRenda a que estão sujeitos, na forma da legislação em vigor.

Parágrafo único. São mantidos os favores, isenções e privilégios de que atualmente gozam as instituiçõesfinanceiras. 

 Art. 51. Ficam abolidas, após 3 (três) meses da data da vigência desta Lei, as exigências de "visto" em"pedidos de licença" para efeitos de exportação, excetuadas as referentes a armas, munições,

entorpecentes, materiais estratégicos, objetos e obras de valor artístico, cultural ou histórico. (Vide Lei nº5.025, de 1966) 

Parágrafo único. Quando o interesse nacional exigir, o Conselho Monetário Nacional, criará o "visto" ouexigência equivalente. 

 Art. 52. O quadro de pessoal do Banco Central da República do Brasil será constituído de: (Vide Lei nº9.650, de 1998) 

I - Pessoal próprio, admitido mediante concurso público de provas ou de títulos e provas, sujeita á pena denulidade a admissão que se processar com inobservância destas exigências; 

II - Pessoal requisitado ao Banco do Brasil S. A. e a outras instituições financeiras federais, de comum

acordo com as respectivas administrações; 

III - Pessoal requisitado a outras instituições e que venham prestando serviços à Superintendência daMoeda e do Crédito há mais de 1 (um) ano, contado da data da publicação desta lei. 

§ 1º O Banco Central da República do Brasil baixará dentro de 90 (noventa) dias da vigência desta lei, oEstatuto de seus funcionários e servidores, no qual serão garantidos os direitos legalmente atribuídos aseus atuais servidores e mantidos deveres e obrigações que lhes são inerentes. 

§ 2º Aos funcionários e servidores requisitados, na forma deste artigo as instituições de origem lhesassegurarão os direitos e vantagens que lhes cabem ou lhes venham a ser atribuídos, como se em efetivoexercício nelas estivessem. 

§ 3º Correrão por conta do Banco Central da República do Brasil todas as despesas decorrentes documprimento do disposto no parágrafo anterior, inclusive as de aposentadoria e pensão que sejam deresponsabilidade das instituições de origem ali mencionadas, estas últimas rateadas proporcionalmente emfunção dos prazos de vigência da requisição. 

§ 4º Os funcionários do quadro de pessoal próprio permanecerão com seus direitos e garantias regidos pelalegislação de proteção ao trabalho e de previdência social, incluídos na categoria profissional de bancários. 

§ 5º Durante o prazo de 10 (dez) anos, cotados da data da vigência desta lei, é facultado aos funcionáriosde que tratam os inciso II e III deste artigo, manifestarem opção para transferência para o Quadro dopessoal próprio do Banco Central da República do Brasil, desde que: 

a) tenham sido admitidos nas respectivas instituições de origem, consoante determina o inciso I, desteartigo; 

b) estejam em exercício (Vetado) há mais de dois anos; 

c) seja a opção aceita pela Diretoria do Banco Central da República do Brasil, que sobre ela deverápronunciar-se conclusivamente no prazo máximo de três meses, contados da entrega do respectivorequerimento. 

 Art. 53. As operações de financiamento rural o pecuário, de valor até 50 (cinqüenta) vezes e maior salário-mínimo vigente no País, ficam isentas de taxas, despesas de avaliação, imposto do selo e independem deregistro cartorário. (Revogado pela Lei nº 4.829, de 05/11/65) 

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CAPÍTULO VIIDisposições Transitórias 

 Art. 54. O Poder Executivo, com base em proposta do Conselho Monetário Nacional, que deverá ser apresentada dentro de 90 (noventa) dias de sua instalação, submeterá ao Poder Legislativo projeto de leique institucionalize o crédito rural, regule seu campo específico e caracterize as modalidades de aplicação,indicando as respectivas fontes de recurso. 

Parágrafo único. A Comissão Consultiva do Crédito Rural dará assessoramento ao Conselho MonetárioNacional, na elaboração da proposta que estabelecerá a coordenação das instituições existentes ou quevenham a ser cridas, com o objetivo de garantir sua melhor utilização e da rede bancária privada na difusãodo crédito rural, inclusive com redução de seu custo. 

 Art. 55. Ficam transferidas ao Banco Central da República do Brasil as atribuições cometidas por lei aoMinistério da Agricultura, no que concerne à autorização de funcionamento e fiscalização de cooperativasde crédito de qualquer tipo, bem assim da seção de crédito das cooperativas que a tenham. 

 Art. 56. Ficam extintas a Carteira de Redescontos do Banco do Brasil S. A. e a Caixa de MobilizaçãoBancária, incorporando-se seus bens direitos e obrigações ao Banco Central da República do Brasil. 

Parágrafo único. As atribuições e prerrogativas legais da Caixa de Mobilização Bancária passam a ser exercidas pelo Banco Central da República do Brasil, sem solução de continuidade. 

 Art. 57. Passam à competência do Conselho Monetário Nacional as atribuições de caráter normativo dalegislação cambial vigente e as executivas ao Banco Central da República do Brasil e ao Banco do Brasil S. A., nos termos desta lei. 

Parágrafo único. Fica extinta a Fiscalização Bancária do Banco do Brasil S. A., passando suas atribuições eprerrogativas legais ao Banco Central da República do Brasil. 

 Art. 58. Os prejuízos decorrentes das operações de câmbio concluídas e eventualmente não regularizadasnos termos desta lei bem como os das operações de câmbio contratadas e não concluídas até a data devigência desta lei, pelo Banco do Brasil S.A., como mandatário do Governo Federal, serão na medida emque se efetivarem, transferidos ao Banco Central da República do Brasil, sendo neste registrados comoresponsabilidade do Tesouro Nacional. 

§ 1º Os débitos do Tesouro Nacional perante o Banco Central da República do Brasil, provenientes dastransferências de que trata este artigo serão regularizados com recursos orçamentários da União. 

§ 2º O disposto neste artigo se aplica também aos prejuízos decorrentes de operações de câmbio queoutras instituições financeiras federais, de natureza bancária, tenham realizado como mandatárias doGoverno Federal. 

 Art. 59. É mantida, no Banco do Brasil S.A., a Carteira de Comércio Exterior, criada nos termos da Lei nº2.145, de 29 de dezembro de 1953, e regulamentada pelo Decreto nº 42.820, de 16 de dezembro de 1957,como órgão executor da política de comércio exterior, (VETADO) 

 Art. 60. O valor equivalente aos recursos financeiros que, nos termos desta lei, passarem a

responsabilidade do Banco Central da República do Brasil, e estejam, na data de sua vigência em poder doBaco do Brasil S. A., será neste escriturado em conta em nome do primeiro, considerando-se comosuprimento de recursos, nos termos do § 1º, do artigo 19, desta lei. 

 Art. 61. Para cumprir as disposições desta lei o Banco do Brasil S.A. tomará providências no sentido de queseja remodelada sua estrutura administrativa, a fim de que possa eficazmente exercer os encargos eexecutar os serviços que lhe estão reservados, como principal instrumento de execução da política decrédito do Governo Federal. 

 Art. 62. O Conselho Monetário Nacional determinará providências no sentido de que a transferência deatribuições dos órgãos existentes para o Banco Central da República do Brasil se processe sem solução decontinuidade dos serviços atingidos por esta lei. 

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 Art. 63. Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Monetário Nacional, a que alude o inciso IV, doartigo 6º desta lei serão respectivamente de 6 (seis), 5 (cinco), 4 (quatro), 3 (três), 2 (dois) e 1 (um) anos. 

 Art. 64. O Conselho Monetário Nacional fixará prazo de até 1 (um) ano da vigência desta lei para aadaptação das instituições financeiras às disposições desta lei. 

§ 1º Em casos excepcionais, o Conselho Monetário Nacional poderá prorrogar até mais 1 (um) ano o prazopara que seja complementada a adaptação a que se refere este artigo. 

§ 2º Será de um ano, prorrogável, nos termos do parágrafo anterior, o prazo para cumprimento doestabelecido por força do art. 30 desta lei. 

 Art. 65. Esta lei entrará em vigor 90 (noventa) dias após data de sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário. 

Brasília, 31 de dezembro de 1964; 143º da Independência e 76º da República. 

H. CASTELO BRANCOOtávio Gouveia de Bulhões

Daniel Farraco

Roberto de Oliveira Campos 

Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.1.1965 

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Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos 

LEI Nº 5.764, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1971. 

Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui oregime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outrasprovidências. 

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinteLei: 

CAPÍTULO IDa Política Nacional de Cooperativismo 

 Art. 1° Compreende-se como Política Nacional de Cooperativismo a atividade decorrente das iniciativasligadas ao sistema cooperativo, originárias de setor público ou privado, isoladas ou coordenadas entre si,desde que reconhecido seu interesse público. 

 Art. 2° As atribuições do Governo Federal na coordenação e no estímulo às atividades de cooperativismo noterritório nacional serão exercidas na forma desta Lei e das normas que surgirem em sua decorrência.

Parágrafo único. A ação do Poder Público se exercerá, principalmente, mediante prestação de assistênciatécnica e de incentivos financeiros e creditórios especiais, necessários à criação, desenvolvimento eintegração das entidades cooperativas. 

CAPÍTULO IIDas Sociedades Cooperativas 

 Art. 3° Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de

lucro. 

 Art. 4º As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de naturezacivil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demaissociedades pelas seguintes características: 

I - adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo impossibilidade técnica de prestação deserviços; 

II - variabilidade do capital social representado por quotas-partes; 

III - limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado, facultado, porém, oestabelecimento de critérios de proporcionalidade, se assim for mais adequado para o cumprimento dos

objetivos sociais; 

IV - incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, estranhos à sociedade; 

V - singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais, federações e confederações de cooperativas,com exceção das que exerçam atividade de crédito, optar pelo critério da proporcionalidade; 

VI - quorum para o funcionamento e deliberação da Assembléia Geral baseado no número de associados enão no capital; 

VII - retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associado,salvo deliberação em contrário da Assembléia Geral; 

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VIII - indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistência Técnica Educacional e Social; 

IX - neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social; 

X - prestação de assistência aos associados, e, quando previsto nos estatutos, aos empregados dacooperativa; 

XI - área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião, controle, operações e prestação

de serviços. 

CAPÍTULO IIIDo Objetivo e Classificação das Sociedades Cooperativas 

 Art. 5° As sociedades cooperativas poderão adotar por objeto qualquer gênero de serviço, operação ouatividade, assegurando-se-lhes o direito exclusivo e exigindo-se-lhes a obrigação do uso da expressão"cooperativa" em sua denominação. 

Parágrafo único. É vedado às cooperativas o uso da expressão "Banco". 

 Art. 6º As sociedades cooperativas são consideradas: 

I - singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte) pessoas físicas, sendo excepcionalmentepermitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividadeseconômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos; 

II - cooperativas centrais ou federações de cooperativas, as constituídas de, no mínimo, 3 (três) singulares,podendo, excepcionalmente, admitir associados individuais; 

III - confederações de cooperativas, as constituídas, pelo menos, de 3 (três) federações de cooperativas oucooperativas centrais, da mesma ou de diferentes modalidades. 

§ 1º Os associados individuais das cooperativas centrais e federações de cooperativas serão inscritos noLivro de Matrícula da sociedade e classificados em grupos visando à transformação, no futuro, emcooperativas singulares que a elas se fil iarão. 

§ 2º A exceção estabelecida no item II, in fine, do caput deste artigo não se aplica às centrais e federaçõesque exerçam atividades de crédito. 

 Art. 7º As cooperativas singulares se caracterizam pela prestação direta de serviços aos associados. 

 Art. 8° As cooperativas centrais e federações de cooperativas objetivam organizar, em comum e em maior escala, os serviços econômicos e assistenciais de interesse das filiadas, integrando e orientando suasatividades, bem como facilitando a utilização recíproca dos serviços. 

Parágrafo único. Para a prestação de serviços de interesse comum, é permitida a constituição decooperativas centrais, às quais se associem outras cooperativas de objetivo e finalidades diversas. 

 Art. 9° As confederações de cooperativas têm por objetivo orientar e coordenar as atividades das filiadas,nos casos em que o vulto dos empreendimentos transcender o âmbito de capacidade ou conveniência deatuação das centrais e federações. 

 Art. 10. As cooperativas se classificam também de acordo com o objeto ou pela natureza das atividadesdesenvolvidas por elas ou por seus associados. 

§ 1º Além das modalidades de cooperativas já consagradas, caberá ao respectivo órgão controlador apreciar e caracterizar outras que se apresentem. 

§ 2º Serão consideradas mistas as cooperativas que apresentarem mais de um objeto de atividades. 

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§ 3° Somente as cooperativas agrícolas mistas poderão criar e manter seção de crédito. (Revogado pela LeiComplementar nº 130, de 20090) 

 Art. 11. As sociedades cooperativas serão de responsabilidade limitada, quando a responsabilidade doassociado pelos compromissos da sociedade se limitar ao valor do capital por ele subscrito. 

 Art. 12. As sociedades cooperativas serão de responsabilidade ilimitada, quando a responsabilidade doassociado pelos compromissos da sociedade for pessoal, solidária e não tiver limite. 

 Art. 13. A responsabilidade do associado para com terceiros, como membro da sociedade, somente poderáser invocada depois de judicialmente exigida da cooperativa. 

CAPÍTULO IVDa Constituição das Sociedades Cooperativas 

 Art. 14. A sociedade cooperativa constitui-se por deliberação da Assembléia Geral dos fundadores,constantes da respectiva ata ou por instrumento público. 

 Art. 15. O ato constitutivo, sob pena de nulidade, deverá declarar: 

I - a denominação da entidade, sede e objeto de funcionamento; 

II - o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profissão e residência dos associados, fundadores que oassinaram, bem como o valor e número da quota-parte de cada um; 

III - aprovação do estatuto da sociedade; 

IV - o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos associados eleitos para os órgãos deadministração, fiscalização e outros. 

 Art. 16. O ato constitutivo da sociedade e os estatutos, quando não transcritos naquele, serão assinadospelos fundadores. 

SEÇÃO I

Da Autorização de Funcionamento 

 Art. 17. A cooperativa constituída na forma da legislação vigente apresentará ao respectivo órgão executivofederal de controle, no Distrito Federal, Estados ou Territórios, ou ao órgão local para isso credenciado,dentro de 30 (trinta) dias da data da constituição, para fins de autorização, requerimento acompanhado de 4(quatro) vias do ato constitutivo, estatuto e lista nominativa, além de outros documentos consideradosnecessários. 

 Art. 18. Verificada, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de entrada em seu protocolo,pelo respectivo órgão executivo federal de controle ou órgão local para isso credenciado, a existência decondições de funcionamento da cooperativa em constituição, bem como a regularidade da documentaçãoapresentada, o órgão controlador devolverá, devidamente autenticadas, 2 (duas) vias à cooperativa,acompanhadas de documento dirigido à Junta Comercial do Estado, onde a entidade estiver sediada,comunicando a aprovação do ato constitutivo da requerente. 

§ 1° Dentro desse prazo, o órgão controlador, quando julgar conveniente, no interesse do fortalecimento dosistema, poderá ouvir o Conselho Nacional de Cooperativismo, caso em que não se verificará a aprovaçãoautomática prevista no parágrafo seguinte. 

§ 2º A falta de manifestação do órgão controlador no prazo a que se refere este artigo implicará a aprovaçãodo ato constitutivo e o seu subseqüente arquivamento na Junta Comercial respectiva. 

§ 3º Se qualquer das condições citadas neste artigo não for atendida satisfatoriamente, o órgão ao qualcompete conceder a autorização dará ciência ao requerente, indicando as exigências a serem cumpridas noprazo de 60 (sessenta) dias, findos os quais, se não atendidas, o pedido será automaticamente arquivado. 

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§ 4° À parte é facultado interpor da decisão proferida pelo órgão controlador, nos Estados, Distrito Federalou Territórios, recurso para a respectiva administração central, dentro do prazo de 30 (trinta) dias contadoda data do recebimento da comunicação e, em segunda e última instância, ao Conselho Nacional deCooperativismo, também no prazo de 30 (trinta) dias, exceção feita às cooperativas de crédito, às seções decrédito das cooperativas agrícolas mistas, e às cooperativas habitacionais, hipótese em que o recurso seráapreciado pelo Conselho Monetário Nacional, no tocante às duas primeiras, e pelo Banco Nacional deHabitação em relação às últimas. 

§ 5º Cumpridas as exigências, deverá o despacho do deferimento ou indeferimento da autorização ser exarado dentro de 60 (sessenta) dias, findos os quais, na ausência de decisão, o requerimento seráconsiderado deferido. Quando a autorização depender de dois ou mais órgãos do Poder Público, cada umdeles terá o prazo de 60 (sessenta) dias para se manifestar. 

§ 6º Arquivados os documentos na Junta Comercial e feita a respectiva publicação, a cooperativa adquirepersonalidade jurídica, tornando-se apta a funcionar. 

§ 7º A autorização caducará, independentemente de qualquer despacho, se a cooperativa não entrar ematividade dentro do prazo de 90 (noventa) dias contados da data em que forem arquivados os documentosna Junta Comercial. 

§ 8º Cancelada a autorização, o órgão de controle expedirá comunicação à respectiva Junta Comercial, quedará baixa nos documentos arquivados.  

§ 9° A autorização para funcionamento das cooperativas de habitação, das de crédito e das seções decrédito das cooperativas agrícolas mistas subordina-se ainda, à política dos respectivos órgãos normativos. 

§ 10. A criação de seções de crédito nas cooperativas agrícolas mistas será submetida à prévia autorizaçãodo Banco Central do Brasil. (Revogado pela Lei Complementar nº 130, de 20090) 

 Art. 19. A cooperativa escolar não estará sujeita ao arquivamento dos documentos de constituição,bastando remetê-los ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, ou respectivo órgão local decontrole, devidamente autenticados pelo diretor do estabelecimento de ensino ou a maior autoridade escolar do município, quando a cooperativa congregar associações de mais de um estabelecimento de ensino. 

 Art. 20. A reforma de estatutos obedecerá, no que couber, ao disposto nos artigos anteriores, observadas

as prescrições dos órgãos normativos. 

SEÇÃO IIDo Estatuto Social 

 Art. 21. O estatuto da cooperativa, além de atender ao disposto no artigo 4º, deverá indicar: 

I - a denominação, sede, prazo de duração, área de ação, objeto da sociedade, fixação do exercício social eda data do levantamento do balanço geral; 

II - os direitos e deveres dos associados, natureza de suas responsabilidades e as condições de admissão,demissão, eliminação e exclusão e as normas para sua representação nas assembléias gerais; 

III - o capital mínimo, o valor da quota-parte, o mínimo de quotas-partes a ser subscrito pelo associado, omodo de integralização das quotas-partes, bem como as condições de sua retirada nos casos de demissão,eliminação ou de exclusão do associado; 

IV - a forma de devolução das sobras registradas aos associados, ou do rateio das perdas apuradas por insuficiência de contribuição para cobertura das despesas da sociedade; 

V - o modo de administração e fiscalização, estabelecendo os respectivos órgãos, com definição de suasatribuições, poderes e funcionamento, a representação ativa e passiva da sociedade em juízo ou fora dele,o prazo do mandato, bem como o processo de substituição dos administradores e conselheiros fiscais; 

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VI - as formalidades de convocação das assembléias gerais e a maioria requerida para a sua instalação evalidade de suas deliberações, vedado o direito de voto aos que nelas tiverem interesse particular semprivá-los da participação nos debates; 

VII - os casos de dissolução voluntária da sociedade; 

VIII - o modo e o processo de alienação ou oneração de bens imóveis da sociedade; 

IX - o modo de reformar o estatuto; 

X - o número mínimo de associados. 

CAPÍTULO VDos Livros 

 Art. 22. A sociedade cooperativa deverá possuir os seguintes livros: 

I - de Matrícula; 

II - de Atas das Assembléias Gerais; 

III - de Atas dos Órgãos de Administração; 

IV - de Atas do Conselho Fiscal; 

V - de presença dos Associados nas Assembléias Gerais; 

VI - outros, fiscais e contábeis, obrigatórios. 

Parágrafo único. É facultada a adoção de livros de folhas soltas ou fichas. 

 Art. 23. No Livro de Matrícula, os associados serão inscritos por ordem cronológica de admissão, deleconstando: 

I - o nome, idade, estado civil, nacionalidade, profissão e residência do associado; 

II - a data de sua admissão e, quando for o caso, de sua demissão a pedido, eliminação ou exclusão; 

III - a conta corrente das respectivas quotas-partes do capital social. 

CAPÍTULO VIDo Capital Social 

 Art. 24. O capital social será subdividido em quotas-partes, cujo valor unitário não poderá ser superior aomaior salário mínimo vigente no País. 

§ 1º Nenhum associado poderá subscrever mais de 1/3 (um terço) do total das quotas-partes, salvo nassociedades em que a subscrição deva ser diretamente proporcional ao movimento financeiro do cooperadoou ao quantitativo dos produtos a serem comercializados, beneficiados ou transformados, ou ainda, emrelação à área cultivada ou ao número de plantas e animais em exploração. 

§ 2º Não estão sujeitas ao limite estabelecido no parágrafo anterior as pessoas jurídicas de direito públicoque participem de cooperativas de eletrificação, irrigação e telecomunicações. 

§ 3° É vedado às cooperativas distribuírem qualquer espécie de benefício às quotas-partes do capital ouestabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor de quaisquer associados outerceiros excetuando-se os juros até o máximo de 12% (doze por cento) ao ano que incidirão sobre a parteintegralizada. 

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 Art. 25. Para a formação do capital social poder-se-á estipular que o pagamento das quotas-partes sejarealizado mediante prestações periódicas, independentemente de chamada, por meio de contribuições ououtra forma estabelecida a critério dos respectivos órgãos executivos federais. 

 Art. 26. A transferência de quotas-partes será averbada no Livro de Matrícula, mediante termo que conteráas assinaturas do cedente, do cessionário e do diretor que o estatuto designar. 

 Art. 27. A integralização das quotas-partes e o aumento do capital social poderão ser feitos com bens

avaliados previamente e após homologação em Assembléia Geral ou mediante retenção de determinadaporcentagem do valor do movimento financeiro de cada associado. 

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às cooperativas de crédito, às agrícolas mistas com seção decrédito e às habitacionais. 

§ 2° Nas sociedades cooperativas em que a subscrição de capital for diretamente proporcional aomovimento ou à expressão econômica de cada associado, o estatuto deverá prever sua revisão periódicapara ajustamento às condições vigentes. 

CAPÍTULO VIIDos Fundos 

 Art. 28. As cooperativas são obrigadas a constituir: 

I - Fundo de Reserva destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas 

atividades, constituído com 10% (dez por cento), pelo menos, das sobras líquidas do exercício; 

II - Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, destinado a prestação de assistência aosassociados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa, constituídode 5% (cinco por cento), pelo menos, das sobras líquidas apuradas no exercício. 

§ 1° Além dos previstos neste artigo, a Assembléia Geral poderá criar outros fundos, inclusive rotativos, comrecursos destinados a fins específicos fixando o modo de formação, aplicação e liquidação. 

§ 2º Os serviços a serem atendidos pelo Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social poderão ser executados mediante convênio com entidades públicas e privadas. 

CAPÍTULO VIIIDos Associados 

 Art. 29. O ingresso nas cooperativas é livre a todos que desejarem utilizar os serviços prestados pelasociedade, desde que adiram aos propósitos sociais e preencham as condições estabelecidas no estatuto,ressalvado o disposto no artigo 4º, item I, desta Lei. 

§ 1° A admissão dos associados poderá ser restrita, a critério do órgão normativo respectivo, às pessoasque exerçam determinada atividade ou profissão, ou estejam vinculadas a determinada entidade. 

§ 2° Poderão ingressar nas cooperativas de pesca e nas constituídas por produtores rurais ou extrativistas,as pessoas jurídicas que pratiquem as mesmas atividades econômicas das pessoas físicas associadas.  

§ 3° Nas cooperativas de eletrificação, irrigação e telecomunicações, poderão ingressar as pessoas jurídicas que se localizem na respectiva área de operações. 

§ 4° Não poderão ingressar no quadro das cooperativas os agentes de comércio e empresários que operemno mesmo campo econômico da sociedade. 

 Art. 30. À exceção das cooperativas de crédito e das agrícolas mistas com seção de crédito, a admissão deassociados, que se efetive mediante aprovação de seu pedido de ingresso pelo órgão de administração,complementa-se com a subscrição das quotas-partes de capital social e a sua assinatura no Livro deMatrícula. 

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 Art. 31. O associado que aceitar e estabelecer relação empregatícia com a cooperativa, perde o direito devotar e ser votado, até que sejam aprovadas as contas do exercício em que ele deixou o emprego. 

 Art. 32. A demissão do associado será unicamente a seu pedido. 

 Art. 33. A eliminação do associado é aplicada em virtude de infração legal ou estatutária, ou por fatoespecial previsto no estatuto, mediante termo firmado por quem de direito no Livro de Matrícula, com osmotivos que a determinaram. 

 Art. 34. A diretoria da cooperativa tem o prazo de 30 (trinta) dias para comunicar ao interessado a suaeliminação. 

Parágrafo único. Da eliminação cabe recurso, com efeito suspensivo à primeira Assembléia Geral. 

 Art. 35. A exclusão do associado será feita: 

I - por dissolução da pessoa jurídica; 

II - por morte da pessoa física; 

III - por incapacidade civil não suprida; 

IV - por deixar de atender aos requisitos estatutários de ingresso ou permanência na cooperativa. 

 Art. 36. A responsabilidade do associado perante terceiros, por compromissos da sociedade, perdura paraos demitidos, eliminados ou excluídos até quando aprovadas as contas do exercício em que se deu odesligamento. 

Parágrafo único. As obrigações dos associados falecidos, contraídas com a sociedade, e as oriundas desua responsabilidade como associado em face de terceiros, passam aos herdeiros, prescrevendo, porém,após um ano contado do dia da abertura da sucessão, ressalvados os aspectos peculiares das cooperativasde eletrificação rural e habitacionais. 

 Art. 37. A cooperativa assegurará a igualdade de direitos dos associados sendo-lhe defeso: 

I - remunerar a quem agencie novos associados;  

II - cobrar prêmios ou ágio pela entrada de novos associados ainda a título de compensação das reservas; 

III - estabelecer restrições de qualquer espécie ao livre exercício dos direitos sociais. 

CAPÍTULO IXDos Órgãos Sociais 

SEÇÃO IDas Assembléias Gerais 

 Art. 38. A Assembléia Geral dos associados é o órgão supremo da sociedade, dentro dos limites legais eestatutários, tendo poderes para decidir os negócios relativos ao objeto da sociedade e tomar as resoluçõesconvenientes ao desenvolvimento e defesa desta, e suas deliberações vinculam a todos, ainda queausentes ou discordantes. 

§ 1º As Assembléias Gerais serão convocadas com antecedência mínima de 10 (dez) dias, em primeiraconvocação, mediante editais afixados em locais apropriados das dependências comumente maisfreqüentadas pelos associados, publicação em jornal e comunicação aos associados por intermédio decirculares. Não havendo no horário estabelecido, quorum de instalação, as assembléias poderão ser realizadas em segunda ou terceira convocações desde que assim permitam os estatutos e conste dorespectivo edital, quando então será observado o intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre a realização por uma ou outra convocação. 

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§ 2º A convocação será feita pelo Presidente, ou por qualquer dos órgãos de administração, pelo ConselhoFiscal, ou após solicitação não atendida, por 1/5 (um quinto) dos associados em pleno gôzo dos seusdireitos. 

§ 3° As deliberações nas Assembléias Gerais serão tomadas por maioria de votos dos associadospresentes com direito de votar. 

 Art. 39. É da competência das Assembléias Gerais, ordinárias ou extraordinárias, a destituição dos

membros dos órgãos de administração ou fiscalização. 

Parágrafo único. Ocorrendo destituição que possa afetar a regularidade da administração ou fiscalização daentidade, poderá a Assembléia designar administradores e conselheiros provisórios, até a posse dos novos,cuja eleição se efetuará no prazo máximo de 30 (trinta) dias. 

 Art. 40. Nas Assembléias Gerais o quorum de instalação será o seguinte: 

I - 2/3 (dois terços) do número de associados, em primeira convocação; 

II - metade mais 1 (um) dos associados em segunda convocação; 

III - mínimo de 10 (dez) associados na terceira convocação ressalvado o caso de cooperativas centrais e

federações e confederações de cooperativas, que se instalarão com qualquer número. 

 Art. 41. Nas Assembléias Gerais das cooperativas centrais, federações e confederações de cooperativas, arepresentação será feita por delegados indicados na forma dos seus estatutos e credenciados pela diretoriadas respectivas filiadas. 

Parágrafo único. Os grupos de associados individuais das cooperativas centrais e federações decooperativas serão representados por 1 (um) delegado, escolhida entre seus membros e credenciado pelarespectiva administração. 

 Art. 42. Nas cooperativas singulares, cada associado presente ou representado não terá direito amais de 1 (um) voto, qualquer que seja o número de suas quotas-partes.

§ 1º Nas Assembléias Gerais das cooperativas singulares cujos associados se distribuam por áreadistante a mais de 50 km (cinqüenta quilômetros) da sede, ou no caso de doença comprovada, serápermitida a representação por meio de mandatário que tenha a qualidade de associado no gôzo de seusdireitos sociais e não exerça cargo eletivo na sociedade, vedado a cada mandatário dispor de mais de 3(três) votos, compreendido o seu.

§ 2º Nas cooperativas singulares, cujo número de associados fôr superior a 1.000 (mil), poderá omandatário que preencher as condições do parágrafo anterior representar até o máximo de 4 (quatro)associados, de conformidade com o critério que, em função da densidade do quadro associativo, fôr estabelecido no estatuto.

§ 3º Quando o número de associados nas cooperativas singulares exceder a 3.000 (três mil), pode oestatuto estabelecer que os mesmos sejam representados nas Assembléias Gerais por delegados que serevistam com as condições exigidas para o mandatário a que se refere o § 1°. O estatuto determinará onúmero de delegados, a época e a forma de sua escolha por grupos seccionais de associados de igualnúmero e o tempo de duração da delegação.

§ 4º O delegado disporá de tantos votos quantos forem os associados componentes do gruposeccional que o elegeu.

§ 5º Aos associados localizados em áreas afastadas, os quais, por insuficiência de número, nãopuderam ser organizados em grupo seccional próprio, é facultado comparecer pessoalmente às Assembléias para exercer o seu direito de voto.

§ 6º Os associados, integrantes de grupos seccionais, que não sejam delegados, poderãocomparecer às Assembléias Gerais, privados, contudo, de voz e voto.

§ 7º As Assembléias Gerais compostas por delegados decidem sôbre tôdas as matérias que, nostêrmos da lei ou dos estatutos, constituem objeto de decisão da assembléia geral dos associados.

 Art. 42. Nas cooperativas singulares, cada associado presente não terá direito a mais de 1 (um) voto,qualquer que seja o número de suas quotas-partes. (Redação dada pela Lei nº 6.981, de 30/03/82) 

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§ 1° Não será permitida a representação por meio de mandatário. (Redação dada pela Lei nº 6.981, de30/03/82) 

§ 2° Quando o número de associados, nas cooperativas singulares exceder a 3.000 (três mil), pode oestatuto estabelecer que os mesmos sejam representados nas Assembléias Gerais por delegados quetenham a qualidade de associados no gozo de seus direitos sociais e não exerçam cargos eletivos nasociedade. (Redação dada pela Lei nº 6.981, de 30/03/82)  

§ 3° O estatuto determinará o número de delegados, a época e forma de sua escolha por grupos seccionaisde associados de igual número e o tempo de duração da delegação. (Redação dada pela Lei nº 6.981, de30/03/82) 

§ 4º Admitir-se-á, também, a delegação definida no parágrafo anterior nas cooperativas singulares cujonúmero de associados seja inferior a 3.000 (três mil), desde que haja filiados residindo a mais de 50 km(cinqüenta quilômetros) da sede. (Redação dada pela Lei nº 6.981, de 30/03/82) 

§ 5° Os associados, integrantes de grupos seccionais, que não sejam delegados, poderão comparecer às Assembléias Gerais, privados, contudo, de voz e voto. (Redação dada pela Lei nº 6.981, de 30/03/82) 

§ 6° As Assembléias Gerais compostas por delegados decidem sobre todas as matérias que, nos termos dalei ou dos estatutos, constituem objeto de decisão da assembléia geral dos associados. (Redação dada pelaLei nº 6.981, de 30/03/82) 

 Art. 43. Prescreve em 4 (quatro) anos, a ação para anular as deliberações da Assembléia Geral viciadas deerro, dolo, fraude ou simulação, ou tomadas com violação da lei ou do estatuto, contado o prazo da data emque a Assembléia foi realizada. 

SEÇÃO IIDas Assembléias Gerais Ordinárias 

 Art. 44. A Assembléia Geral Ordinária, que se realizará anualmente nos 3 (três) primeiros meses após otérmino do exercício social, deliberará sobre os seguintes assuntos que deverão constar da ordem do dia: 

I - prestação de contas dos órgãos de administração acompanhada de parecer do Conselho Fiscal,compreendendo:  

a) relatório da gestão; 

b) balanço; 

c) demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições paracobertura das despesas da sociedade e o parecer do Conselho Fiscal. 

II - destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas decorrentes da insuficiência das contribuiçõespara cobertura das despesas da sociedade, deduzindo-se, no primeiro caso as parcelas para os FundosObrigatórios; 

III - eleição dos componentes dos órgãos de administração, do Conselho Fiscal e de outros, quando for o

caso; 

IV - quando previsto, a fixação do valor dos honorários, gratificações e cédula de presença dos membros doConselho de Administração ou da Diretoria e do Conselho Fiscal; 

V - quaisquer assuntos de interesse social, excluídos os enumerados no artigo 46. 

§ 1° Os membros dos órgãos de administração e fiscalização não poderão participar da votação dasmatérias referidas nos itens I e IV deste artigo. 

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§ 2º À exceção das cooperativas de crédito e das agrícolas mistas com seção de crédito, a aprovação dorelatório, balanço e contas dos órgãos de administração, desonera seus componentes de responsabilidade,ressalvados os casos de erro, dolo, fraude ou simulação, bem como a infração da lei ou do estatuto. 

SEÇÃO IIIDas Assembléias Gerais Extraordinárias 

 Art. 45. A Assembléia Geral Extraordinária realizar-se-á sempre que necessário e poderá deliberar sobre

qualquer assunto de interesse da sociedade, desde que mencionado no edital de convocação. 

 Art. 46. É da competência exclusiva da Assembléia Geral Extraordinária deliberar sobre os seguintesassuntos: 

I - reforma do estatuto; 

II - fusão, incorporação ou desmembramento; 

III - mudança do objeto da sociedade; 

IV - dissolução voluntária da sociedade e nomeação de liquidantes; 

V - contas do liquidante. 

Parágrafo único. São necessários os votos de 2/3 (dois terços) dos associados presentes, para tornar válidas as deliberações de que trata este artigo. 

SEÇÃO IVDos Órgãos de Administração 

 Art. 47. A sociedade será administrada por uma Diretoria ou Conselho de Administração, compostoexclusivamente de associados eleitos pela Assembléia Geral, com mandato nunca superior a 4 (quatro)anos, sendo obrigatória a renovação de, no mínimo, 1/3 (um terço) do Conselho de Administração. 

§ 1º O estatuto poderá criar outros órgãos necessários à administração. 

§ 2° A posse dos administradores e conselheiros fiscais das cooperativas de crédito e das agrícolas mistascom seção de crédito e habitacionais fica sujeita à prévia homologação dos respectivos órgãos normativos. 

 Art. 48. Os órgãos de administração podem contratar gerentes técnicos ou comerciais, que não pertençamao quadro de associados, fixando-lhes as atribuições e salários. 

 Art. 49. Ressalvada a legislação específica que rege as cooperativas de crédito, as seções de crédito dascooperativas agrícolas mistas e as de habitação, os administradores eleitos ou contratados não serãopessoalmente responsáveis pelas obrigações que contraírem em nome da sociedade, mas responderãosolidariamente pelos prejuízos resultantes de seus atos, se procederem com culpa ou dolo. 

Parágrafo único. A sociedade responderá pelos atos a que se refere a última parte deste artigo se os houver 

ratificado ou deles logrado proveito. 

 Art. 50. Os participantes de ato ou operação social em que se oculte a natureza da sociedade podem ser declarados pessoalmente responsáveis pelas obrigações em nome dela contraídas, sem prejuízo dassanções penais cabíveis. 

 Art. 51. São inelegíveis, além das pessoas impedidas por lei, os condenados a pena que vede, ainda quetemporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno,concussão, peculato, ou contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade. 

Parágrafo único. Não podem compor uma mesma Diretoria ou Conselho de Administração, os parentesentre si até 2º (segundo) grau, em linha reta ou colateral. 

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 Art. 52. O diretor ou associado que, em qualquer operação, tenha interesse oposto ao da sociedade, nãopode participar das deliberações referentes a essa operação, cumprindo-lhe acusar o seu impedimento. 

 Art. 53. Os componentes da Administração e do Conselho fiscal, bem como os liquidantes, equiparam-seaos administradores das sociedades anônimas para efeito de responsabilidade criminal. 

 Art. 54. Sem prejuízo da ação que couber ao associado, a sociedade, por seus diretores, ou representadapelo associado escolhido em Assembléia Geral, terá direito de ação contra os administradores, para

promover sua responsabilidade. 

 Art. 55. Os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas pelosmesmos criadas, gozarão das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo artigo 543 daConsolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei n. 5.452, de 1° de maio de 1943). 

SEÇÃO VDo Conselho Fiscal 

 Art. 56. A administração da sociedade será fiscalizada, assídua e minuciosamente, por um Conselho Fiscal,constituído de 3 (três) membros efetivos e 3 (três) suplentes, todos associados eleitos anualmente pela Assembléia Geral, sendo permitida apenas a reeleição de 1/3 (um terço) dos seus componentes. 

§ 1º Não podem fazer parte do Conselho Fiscal, além dos inelegíveis enumerados no artigo 51, os parentesdos diretores até o 2° (segundo) grau, em linha reta ou colateral, bem como os parentes entre si até essegrau. 

§ 2º O associado não pode exercer cumulativamente cargos nos órgãos de administração e de fiscalização. 

CAPÍTULO XFusão, Incorporação e Desmembramento 

 Art. 57. Pela fusão, duas ou mais cooperativas formam nova sociedade. 

§ 1° Deliberada a fusão, cada cooperativa interessada indicará nomes para comporem comissão mista queprocederá aos estudos necessários à constituição da nova sociedade, tais como o levantamentopatrimonial, balanço geral, plano de distribuição de quotas-partes, destino dos fundos de reserva e outros eo projeto de estatuto. 

§ 2° Aprovado o relatório da comissão mista e constituída a nova sociedade em Assembléia Geral conjuntaos respectivos documentos serão arquivados, para aquisição de personalidade jurídica, na Junta Comercialcompetente, e duas vias dos mesmos, com a publicação do arquivamento, serão encaminhadas ao órgãoexecutivo de controle ou ao órgão local credenciado. 

§ 3° Exclui-se do disposto no parágrafo anterior a fusão que envolver cooperativas que exerçam atividadesde crédito. Nesse caso, aprovado o relatórios da comissão mista e constituída a nova sociedade em Assembléia Geral conjunta, a autorização para funcionar e o registro dependerão de prévia anuência doBanco Central do Brasil. 

 Art. 58. A fusão determina a extinção das sociedades que se unem para formar a nova sociedade que lhe

sucederá nos direitos e obrigações. 

 Art. 59. Pela incorporação, uma sociedade cooperativa absorve o patrimônio, recebe os associados,assume as obrigações e se investe nos direitos de outra ou outras cooperativas. 

Parágrafo único. Na hipótese prevista neste artigo, serão obedecidas as mesmas formalidadesestabelecidas para a fusão, limitadas as avaliações ao patrimônio da ou das sociedades incorporandas. 

 Art. 60. As sociedades cooperativas poderão desmembrar-se em tantas quantas forem necessárias paraatender aos interesses dos seus associados, podendo uma das novas entidades ser constituída comocooperativa central ou federação de cooperativas, cujas autorizações de funcionamento e os arquivamentosserão requeridos conforme o disposto nos artigos 17 e seguintes. 

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 Art. 61. Deliberado o desmembramento, a Assembléia designará uma comissão para estudar asprovidências necessárias à efetivação da medida. 

§ 1° O relatório apresentado pela comissão, acompanhado dos projetos de estatutos das novascooperativas, será apreciado em nova Assembléia especialmente convocada para esse fim. 

§ 2º O plano de desmembramento preverá o rateio, entre as novas cooperativas, do ativo e passivo dasociedade desmembrada. 

§ 3° No rateio previsto no parágrafo anterior, atribuir-se-á a cada nova cooperativa parte do capital social dasociedade desmembrada em quota correspondente à participação dos associados que passam a integrá-la. 

§ 4° Quando uma das cooperativas for constituída como cooperativa central ou federação de cooperativas,prever-se-á o montante das quotas-partes que as associadas terão no capital social. 

 Art. 62. Constituídas as sociedades e observado o disposto nos artigos 17 e seguintes, proceder-se-á àstransferências contábeis e patrimoniais necessárias à concretização das medidas adotadas. 

CAPÍTULO XIDa Dissolução e Liquidação 

 Art. 63. As sociedades cooperativas se dissolvem de pleno direito: 

I - quando assim deliberar a Assembléia Geral, desde que os associados, totalizando o número mínimoexigido por esta Lei, não se disponham a assegurar a sua continuidade; 

II - pelo decurso do prazo de duração; 

III - pela consecução dos objetivos predeterminados; 

IV - devido à alteração de sua forma jurídica; 

V - pela redução do número mínimo de associados ou do capital social mínimo se, até a Assembléia Geralsubseqüente, realizada em prazo não inferior a 6 (seis) meses, eles não forem restabelecidos; 

VI - pelo cancelamento da autorização para funcionar; 

VII - pela paralisação de suas atividades por mais de 120 (cento e vinte) dias. 

Parágrafo único. A dissolução da sociedade importará no cancelamento da autorização para funcionar e doregistro. 

 Art. 64. Quando a dissolução da sociedade não for promovida voluntariamente, nas hipóteses previstas noartigo anterior, a medida poderá ser tomada judicialmente a pedido de qualquer associado ou por iniciativado órgão executivo federal. 

 Art. 65. Quando a dissolução for deliberada pela Assembléia Geral, esta nomeará um liquidante ou mais, e

um Conselho Fiscal de 3 (três) membros para proceder à sua liquidação. 

§ 1º O processo de liquidação só poderá ser iniciado após a audiência do respectivo órgão executivofederal. 

§ 2° A Assembléia Geral, nos limites de suas atribuições, poderá, em qualquer época, destituir osliquidantes e os membros do Conselho Fiscal, designando os seus substitutos. 

 Art. 66. Em todos os atos e operações, os liquidantes deverão usar a denominação da cooperativa, seguidada expressão: "Em liquidação". 

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 Art. 67. Os liquidantes terão todos os poderes normais de administração podendo praticar atos e operaçõesnecessários à realização do ativo e pagamento do passivo. 

 Art. 68. São obrigações dos liquidantes: 

I - providenciar o arquivamento, na junta Comercial, da Ata da Assembléia Geral em que foi deliberada aliquidação; 

II - comunicar à administração central do respectivo órgão executivo federal e ao Banco Nacional de CréditoCooperativo S/A., a sua nomeação, fornecendo cópia da Ata da Assembléia Geral que decidiu a matéria; 

III - arrecadar os bens, livros e documentos da sociedade, onde quer que estejam; 

IV - convocar os credores e devedores e promover o levantamento dos créditos e débitos da sociedade; 

V - proceder nos 15 (quinze) dias seguintes ao de sua investidura e com a assistência, sempre quepossível, dos administradores, ao levantamento do inventário e balanço geral do ativo e passivo; 

VI - realizar o ativo social para saldar o passivo e reembolsar os associados de suas quotas-partes,destinando o remanescente, inclusive o dos fundos indivisíveis, ao Banco Nacional de Crédito CooperativoS/A.; 

VII - exigir dos associados a integralização das respectivas quotas-partes do capital social não realizadas,quando o ativo não bastar para solução do passivo;  

VIII - fornecer aos credores a relação dos associados, se a sociedade for de responsabilidade ilimitada e seos recursos apurados forem insuficientes para o pagamento das dívidas; 

IX - convocar a Assembléia Geral, cada 6 (seis) meses ou sempre que necessário, para apresentar relatórioe balanço do estado da liquidação e prestar contas dos atos praticados durante o período anterior; 

X - apresentar à Assembléia Geral, finda a liquidação, o respectivo relatório e as contas finais; 

XI - averbar, no órgão competente, a Ata da Assembléia Geral que considerar encerrada a liquidação. 

 Art. 69. As obrigações e as responsabilidades dos liquidantes regem-se pelos preceitos peculiares aos dosadministradores da sociedade liquidanda. 

 Art. 70. Sem autorização da Assembléia não poderá o liquidante gravar de ônus os móveis e imóveis,contrair empréstimos, salvo quando indispensáveis para o pagamento de obrigações inadiáveis, nemprosseguir, embora para facilitar a liquidação, na atividade social. 

 Art. 71. Respeitados os direitos dos credores preferenciais, pagará o liquidante as dívidas sociaisproporcionalmente e sem distinção entre vencidas ou não. 

 Art. 72. A Assembléia Geral poderá resolver, antes de ultimada a liquidação, mas depois de pagos oscredores, que o liquidante faça rateios por antecipação da partilha, à medida em que se apurem os haveres

sociais. 

 Art. 73. Solucionado o passivo, reembolsados os cooperados até o valor de suas quotas-partes eencaminhado o remanescente conforme o estatuído, convocará o liquidante Assembléia Geral paraprestação final de contas. 

 Art. 74. Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação e a sociedade se extingue, devendo a ata da Assembléia ser arquivada na Junta Comercial e publicada. 

Parágrafo único. O associado discordante terá o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação da ata,para promover a ação que couber. 

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 Art. 75. A liquidação extrajudicial das cooperativas poderá ser promovida por iniciativa do respectivo órgãoexecutivo federal, que designará o liquidante, e será processada de acordo com a legislação específica edemais disposições regulamentares, desde que a sociedade deixe de oferecer condições operacionais,principalmente por constatada insolvência. 

§ 1° A liquidação extrajudicial, tanto quanto possível, deverá ser precedida de intervenção na sociedade. 

§ 2° Ao interventor, além dos poderes expressamente concedidos no ato de intervenção, são atribuídas

funções, prerrogativas e obrigações dos órgãos de administração. 

 Art. 76. A publicação no Diário Oficial, da ata da Assembléia Geral da sociedade, que deliberou sualiquidação, ou da decisão do órgão executivo federal quando a medida for de sua iniciativa, implicará asustação de qualquer ação judicial contra a cooperativa, pelo prazo de 1 (um) ano, sem prejuízo, entretanto,da fluência dos juros legais ou pactuados e seus acessórios. 

Parágrafo único. Decorrido o prazo previsto neste artigo, sem que, por motivo relevante, esteja encerrada aliquidação, poderá ser o mesmo prorrogado, no máximo por mais 1 (um) ano, mediante decisão do órgãocitado no artigo, publicada, com os mesmos efeitos, no Diário Oficial. 

 Art. 77. Na realização do ativo da sociedade, o liquidante devera: 

I - mandar avaliar, por avaliadores judiciais ou de Instituições Financeiras Públicas, os bens de sociedade; 

II - proceder à venda dos bens necessários ao pagamento do passivo da sociedade, observadas, no quecouber, as normas constantes dos artigos 117 e 118 do Decreto-Lei n. 7.661, de 21 de junho de 1945. 

 Art. 78. A liquidação das cooperativas de crédito e da seção de crédito das cooperativas agrícolas mistasreger-se-á pelas normas próprias legais e regulamentares. 

CAPÍTULO XIIDo Sistema Operacional das Cooperativas 

SEÇÃO IDo Ato Cooperativo 

 Art. 79. Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entreestes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais. 

Parágrafo único. O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda deproduto ou mercadoria. 

SEÇÃO IIDas Distribuições de Despesas 

 Art. 80. As despesas da sociedade serão cobertas pelos associados mediante rateio na proporção direta dafruição de serviços. 

Parágrafo único. A cooperativa poderá, para melhor atender à equanimidade de cobertura das despesas dasociedade, estabelecer: 

I - rateio, em partes iguais, das despesas gerais da sociedade entre todos os associados, quer tenham ounão, no ano, usufruído dos serviços por ela prestados, conforme definidas no estatuto; 

II - rateio, em razão diretamente proporcional, entre os associados que tenham usufruído dos serviçosdurante o ano, das sobras líquidas ou dos prejuízos verificados no balanço do exercício, excluídas asdespesas gerais já atendidas na forma do item anterior. 

 Art. 81. A cooperativa que tiver adotado o critério de separar as despesas da sociedade e estabelecido oseu rateio na forma indicada no parágrafo único do artigo anterior deverá levantar separadamente asdespesas gerais. 

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SEÇÃO IIIDas Operações da Cooperativa 

 Art. 82. A cooperativa que se dedicar a vendas em comum poderá registrar-se como armazém geral e,nessa condição, expedir "Conhecimentos de Depósitos" e Warrants para os produtos de seus associadosconservados em seus armazéns, próprios ou arrendados, sem prejuízo da emissão de outros títulosdecorrentes de suas atividades normais, aplicando-se, no que couber, a legislação específica. 

 Art. 82. A cooperativa que se dedicar a vendas em comum poderá registrar-se comoarmazém geral, podendo também desenvolver as atividades previstas na Lei no 9.973, de 29 de maio de2000, e nessa condição expedir Conhecimento de Depósito, Warrant, Certificado de Depósito Agropecuário- CDA e Warrant Agropecuário - WA para os produtos de seus associados conservados em seus armazéns,próprios ou arrendados, sem prejuízo da emissão de outros títulos decorrentes de suas atividades normais,aplicando-se, no que couber, a legislação específica. (Redação dada pela Lei nº 11.076, de 2004) 

§ 1° Para efeito deste artigo, os armazéns da cooperativa se equiparam aos "Armazéns Gerais", com asprerrogativas e obrigações destes, ficando os componentes do Conselho de Administração ou DiretoriaExecutiva, emitente do título, responsáveis pessoal e solidariamente, pela boa guarda e conservação dosprodutos vinculados, respondendo criminal e civilmente pelas declarações constantes do título, comotambém por qualquer ação ou omissão que acarrete o desvio, deterioração ou perda dos produtos. 

§ 2° Observado o disposto no § 1°, as cooperativas poderão operar unidades de armazenagem, embalagem

e frigorificação, bem como armazéns gerais alfandegários, nos termos do disposto no Capítulo IV da Lei n.5.025, de 10 de junho de 1966. 

 Art. 83. A entrega da produção do associado à sua cooperativa significa a outorga a esta de plenos poderespara a sua livre disposição, inclusive para gravá-la e dá-la em garantia de operações de crédito realizadaspela sociedade, salvo se, tendo em vista os usos e costumes relativos à comercialização de determinadosprodutos, sendo de interesse do produtor, os estatutos dispuserem de outro modo. 

 Art. 84. As cooperativas de crédito rural e as seções de crédito das cooperativas agrícolas mistas sópoderão operar com associados, pessoas físicas, que de forma efetiva e predominante: (Revogado pela LeiComplementar nº 130, de 20090) I - desenvolvam, na área de ação da cooperativa, atividades agrícolas, pecuárias ou extrativas;(Revogadopela Lei Complementar nº 130, de 20090) 

II - se dediquem a operações de captura e transformação do pescado.(Revogado pela Lei Complementar nº130, de 20090) Parágrafo único. As operações de que trata este artigo só poderão ser praticadas com pessoas jurídicas,associadas, desde que exerçam exclusivamente atividades agrícolas, pecuárias ou extrativas na área deação da cooperativa ou atividade de captura ou transformação do pescado.(Revogado pela LeiComplementar nº 130, de 20090) 

 Art. 85. As cooperativas agropecuárias e de pesca poderão adquirir produtos de não associados,agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados ao cumprimento de contratos ousuprir capacidade ociosa de instalações industriais das cooperativas que as possuem. 

 Art. 86. As cooperativas poderão fornecer bens e serviços a não associados, desde que tal faculdadeatenda aos objetivos sociais e estejam de conformidade com a presente lei. 

Parágrafo único. No caso das cooperativas de crédito e das seções de crédito das cooperativas agrícolasmistas, o disposto neste artigo só se aplicará com base em regras a serem estabelecidas pelo órgãonormativo. (Revogado pela Lei Complementar nº 130, de 20090) 

 Art. 87. Os resultados das operações das cooperativas com não associados, mencionados nos artigos 85 e86, serão levados à conta do "Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social" e serão contabilizadosem separado, de molde a permitir cálculo para incidência de tributos. 

 Art. 88. Mediante prévia e expressa autorização concedida pelo respectivo órgão executivo federal,consoante as normas e limites instituídos pelo Conselho Nacional de Cooperativismo, poderão ascooperativas participar de sociedades não cooperativas públicas ou privadas, em caráter excepcional, paraatendimento de objetivos acessórios ou complementares.

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Parágrafo único. As inversões decorrentes dessa participação serão contabilizadas em títulos específicos eseus eventuais resultados positivos levados ao "Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social" 

 Art. 88. Poderão as cooperativas participar de sociedades não cooperativas para melhor atendimento dospróprios objetivos e de outros de caráter acessório ou complementar. (Redação dada pela MedidaProvisória nº 2.168-40, de 24 de agosto de 2001) 

SEÇÃO IV

Dos Prejuízos 

 Art. 89. Os prejuízos verificados no decorrer do exercício serão cobertos com recursos provenientes doFundo de Reserva e, se insuficiente este, mediante rateio, entre os associados, na razão direta dos serviçosusufruídos, ressalvada a opção prevista no parágrafo único do artigo 80. 

SEÇÃO VDo Sistema Trabalhista 

 Art. 90. Qualquer que seja o tipo de cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seusassociados.  

 Art. 91. As cooperativas igualam-se às demais empresas em relação aos seus empregados para os fins da

legislação trabalhista e previdenciária. 

CAPÍTULO XIIIDa Fiscalização e Controle 

 Art. 92. A fiscalização e o controle das sociedades cooperativas, nos termos desta lei e dispositivos legaisespecíficos, serão exercidos, de acordo com o objeto de funcionamento, da seguinte forma: 

I - as de crédito e as seções de crédito das agrícolas mistas pelo Banco Central do Brasil; 

II - as de habitação pelo Banco Nacional de Habitação; 

III - as demais pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. 

§ 1º Mediante autorização do Conselho Nacional de Cooperativismo, os órgãos controladores federais,poderão solicitar, quando julgarem necessário, a colaboração de outros órgãos administrativos, naexecução das atribuições previstas neste artigo. 

§ 2º As sociedades cooperativas permitirão quaisquer verificações determinadas pelos respectivos órgãosde controle, prestando os esclarecimentos que lhes forem solicitados, além de serem obrigadas a remeter-lhes anualmente a relação dos associados admitidos, demitidos, eliminados e excluídos no período, cópiasde atas, de balanços e dos relatórios do exercício social e parecer do Conselho Fiscal. 

 Art. 93. O Poder Público, por intermédio da administração central dos órgãos executivos federaiscompetentes, por iniciativa própria ou solicitação da Assembléia Geral ou do Conselho Fiscal, intervirá nascooperativas quando ocorrer um dos seguintes casos: 

I - violação contumaz das disposições legais; 

II - ameaça de insolvência em virtude de má administração da sociedade; 

III - paralisação das atividades sociais por mais de 120 (cento e vinte) dias consecutivos; 

IV - inobservância do artigo 56, § 2º. 

Parágrafo único. Aplica-se, no que couber, às cooperativas habitacionais, o disposto neste artigo. 

 Art. 94. Observar-se-á, no processo de intervenção, a disposição constante do § 2º do artigo 75. 

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CAPÍTULO XIVDo Conselho Nacional de Cooperativismo 

 Art. 95. A orientação geral da política cooperativista nacional caberá ao Conselho Nacional deCooperativismo - CNC, que passará a funcionar junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, com plena autonomia administrativa e financeira, na forma do artigo 172 do Decreto-Lei n.200, de 25 de fevereiro de 1967, sob a presidência do Ministro da Agricultura e composto de 8 (oito)membros indicados pelos seguintes representados: 

I - Ministério do Planejamento e Coordenação Geral; 

II - Ministério da Fazenda, por intermédio do Banco Central do Brasil; 

III - Ministério do Interior, por intermédio do Banco Nacional da Habitação; 

IV - Ministério da Agricultura, por intermédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -INCRA, e do Banco Nacional de Crédito Cooperativo S/A.; 

V - Organização das Cooperativas Brasileiras. 

Parágrafo único. A entidade referida no inciso V deste artigo contará com 3 (três) elementos para fazer-se

representar no Conselho. 

 Art. 96. O Conselho, que deverá reunir-se ordinariamente uma vez por mês, será presidido pelo Ministro da Agricultura, a quem caberá o voto de qualidade, sendo suas resoluções votadas por maioria simples, com apresença, no mínimo de 3 (três) representantes dos órgãos oficiais mencionados nos itens I a IV do artigoanterior. 

Parágrafo único. Nos seus impedimentos eventuais, o substituto do Presidente será o Presidente doInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. 

 Art. 97. Ao Conselho Nacional de Cooperativismo compete: 

I - editar atos normativos para a atividade cooperativista nacional; 

II - baixar normas regulamentadoras, complementares e interpretativas, da legislação cooperativista; 

III - organizar e manter atualizado o cadastro geral das cooperativas nacionais; 

IV - decidir, em última instância, os recursos originários de decisões do respectivo órgão executivo federal; 

V - apreciar os anteprojetos que objetivam a revisão da legislação cooperativista; 

VI - estabelecer condições para o exercício de quaisquer cargos eletivos de administração ou fiscalizaçãode cooperativas; 

VII - definir as condições de funcionamento do empreendimento cooperativo, a que se refere o artigo 18; 

VIII - votar o seu próprio regimento; 

IX - autorizar, onde houver condições, a criação de Conselhos Regionais de Cooperativismo, definindo-lhesas atribuições; 

X - decidir sobre a aplicação do Fundo Nacional de Cooperativismo, nos termos do artigo 102 desta Lei; 

XI - estabelecer em ato normativo ou de caso a caso, conforme julgar necessário, o limite a ser observadonas operações com não associados a que se referem os artigos 85 e 86. 

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Parágrafo único. As atribuições do Conselho Nacional de Cooperativismo não se estendem às cooperativasde habitação, às de crédito e às seções de crédito das cooperativas agrícolas mistas, no que forem regidaspor legislação própria. 

 Art. 98. O Conselho Nacional de Cooperativismo - CNC contará com uma Secretaria Executiva que seincumbirá de seus encargos administrativos, podendo seu Secretário Executivo requisitar funcionários dequalquer órgão da Administração Pública. 

§ 1º O Secretário Executivo do Conselho Nacional de Cooperativismo será o Diretor do Departamento deDesenvolvimento Rural do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, devendo oDepartamento referido incumbir-se dos encargos administrativos do Conselho Nacional de Cooperativismo. 

§ 2° Para os impedimentos eventuais do Secretário Executivo, este indicará à apreciação do Conselho seusubstituto. 

 Art. 99. Compete ao Presidente do Conselho Nacional de Cooperativismo: 

I - presidir as reuniões; 

II - convocar as reuniões extraordinárias; 

III - proferir o voto de qualidade. 

 Art. 100. Compete à Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Cooperativismo: 

I - dar execução às resoluções do Conselho; 

II - comunicar as decisões do Conselho ao respectivo órgão executivo federal; 

III - manter relações com os órgãos executivos federais, bem assim com quaisquer outros órgãos públicosou privados, nacionais ou estrangeiros, que possam influir no aperfeiçoamento do cooperativismo; 

IV - transmitir aos órgãos executivos federais e entidade superior do movimento cooperativista nacionaltodas as informações relacionadas com a doutrina e práticas cooperativistas de seu interesse; 

V - organizar e manter atualizado o cadastro geral das cooperativas nacionais e expedir as respectivascertidões; 

VI - apresentar ao Conselho, em tempo hábil, a proposta orçamentária do órgão, bem como o relatório anualde suas atividades; 

VII - providenciar todos os meios que assegurem o regular funcionamento do Conselho; 

VIII - executar quaisquer outras atividades necessárias ao pleno exercício das atribuições do Conselho. 

 Art. 101. O Ministério da Agricultura incluirá, em sua proposta orçamentária anual, os recursos financeirossolicitados pelo Conselho Nacional de Cooperativismo - CNC, para custear seu funcionamento. 

Parágrafo único. As contas do Conselho Nacional de Cooperativismo - CNC, serão prestadas por intermédiodo Ministério da Agricultura, observada a legislação específica que regula a matéria. 

 Art. 102. Fica mantido, junto ao Banco Nacional de Crédito Cooperativo S/A., o "Fundo Nacional deCooperativismo", criado pelo Decreto-Lei n. 59, de 21 de novembro de 1966, destinado a prover recursos deapoio ao movimento cooperativista nacional. 

§ 1º O Fundo de que trata este artigo será, suprido por: 

I - dotação incluída no orçamento do Ministério da Agricultura para o fim específico de incentivos àsatividades cooperativas; 

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II - juros e amortizações dos financiamentos realizados com seus recursos; 

III - doações, legados e outras rendas eventuais; 

IV - dotações consignadas pelo Fundo Federal Agropecuário e pelo Instituto Nacional de Colonização eReforma Agrária - INCRA. 

§ 2° Os recursos do Fundo, deduzido o necessário ao custeio de sua administração, serão aplicados pelo

Banco Nacional de Crédito Cooperativo S/A., obrigatoriamente, em financiamento de atividades queinteressem de maneira relevante o abastecimento das populações, a critério do Conselho Nacional deCooperativismo. 

§ 3º O Conselho Nacional de Cooperativismo poderá, por conta do Fundo, autorizar a concessão deestímulos ou auxílios para execução de atividades que, pela sua relevância sócio-econômica, concorrampara o desenvolvimento do sistema cooperativista nacional. 

CAPÍTULO XVDos Órgãos Governamentais 

 Art. 103. As cooperativas permanecerão subordinadas, na parte normativa, ao Conselho Nacional deCooperativismo, com exceção das de crédito, das seções de crédito das agrícolas mistas e das de

habitação, cujas normas continuarão a ser baixadas pelo Conselho Monetário Nacional, relativamente àsduas primeiras, e Banco Nacional de Habitação, com relação à última, observado o disposto no artigo 92desta Lei. 

Parágrafo único. Os órgãos executivos federais, visando à execução descentralizada de seus serviços,poderão delegar sua competência, total ou parcialmente, a órgãos e entidades da administração estadual emunicipal, bem como, excepcionalmente, a outros órgãos e entidades da administração federal. 

 Art. 104. Os órgãos executivos federais comunicarão todas as alterações havidas nas cooperativas sob asua jurisdição ao Conselho Nacional de Cooperativismo, para fins de atualização do cadastro geral dascooperativas nacionais. 

CAPÍTULO XVIDa Representação do Sistema Cooperativista 

 Art. 105. A representação do sistema cooperativista nacional cabe à Organização das CooperativasBrasileiras - OCB, sociedade civil, com sede na Capital Federal, órgão técnico-consultivo do Governo,estruturada nos termos desta Lei, sem finalidade lucrativa, competindo-lhe precipuamente: 

a) manter neutralidade política e indiscriminação racial, religiosa e social; 

b) integrar todos os ramos das atividades cooperativistas; 

c) manter registro de todas as sociedades cooperativas que, para todos os efeitos, integram a Organizaçãodas Cooperativas Brasileiras - OCB; 

d) manter serviços de assistência geral ao sistema cooperativista, seja quanto à estrutura social, seja

quanto aos métodos operacionais e orientação jurídica, mediante pareceres e recomendações, sujeitas,quando for o caso, à aprovação do Conselho Nacional de Cooperativismo - CNC; 

e) denunciar ao Conselho Nacional de Cooperativismo práticas nocivas ao desenvolvimento cooperativista; 

f) opinar nos processos que lhe sejam encaminhados pelo Conselho Nacional de Cooperativismo; 

g) dispor de setores consultivos especializados, de acordo com os ramos de cooperativismo; 

h) fixar a política da organização com base nas proposições emanadas de seus órgãos técnicos; 

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i) exercer outras atividades inerentes à sua condição de órgão de representação e defesa do sistemacooperativista; 

 j) manter relações de integração com as entidades congêneres do exterior e suas cooperativas. 

§ 1º A Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB, será constituída de entidades, uma para cadaEstado, Território e Distrito Federal, criadas com as mesmas características da organização nacional. 

§ 2º As Assembléias Gerais do órgão central serão formadas pelos Representantes credenciados dasfiliadas, 1 (um) por entidade, admitindo-se proporcionalidade de voto. 

§ 3° A proporcionalidade de voto, estabelecida no parágrafo anterior, ficará a critério da OCB, baseando-seno número de associados - pessoas físicas e as exceções previstas nesta Lei - que compõem o quadro dascooperativas filiadas. 

§ 4º A composição da Diretoria da Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB será estabelecida emseus estatutos sociais. 

§ 5° Para o exercício de cargos de Diretoria e Conselho Fiscal, as eleições se processarão por escrutíniosecreto, permitida a reeleição para mais um mandato consecutivo. 

 Art. 106. A atual Organização das Cooperativas Brasileiras e as suas filiadas ficam investidas dasatribuições e prerrogativas conferidas nesta Lei, devendo, no prazo de 1 (um) ano, promover a adaptaçãode seus estatutos e a transferência da sede nacional. 

 Art. 107. As cooperativas são obrigadas, para seu funcionamento, a registrar-se na Organização dasCooperativas Brasileiras ou na entidade estadual, se houver, mediante apresentação dos estatutos sociais esuas alterações posteriores. 

Parágrafo único. Por ocasião do registro, a cooperativa pagará 10% (dez por cento) do maior salário mínimovigente, se a soma do respectivo capital integralizado e fundos não exceder de 250 (duzentos e cinqüenta)salários mínimos, e 50% (cinqüenta por cento) se aquele montante for superior. 

 Art. 108. Fica instituída, além do pagamento previsto no parágrafo único do artigo anterior, a ContribuiçãoCooperativista, que será recolhida anualmente pela cooperativa após o encerramento de seu exercíciosocial, a favor da Organização das Cooperativas Brasileiras de que trata o artigo 105 desta Lei. 

§ 1º A Contribuição Cooperativista constituir-se-á de importância correspondente a 0,2% (dois décimos por cento) do valor do capital integralizado e fundos da sociedade cooperativa, no exercício social do anoanterior, sendo o respectivo montante distribuído, por metade, a suas filiadas, quando constituídas. 

§ 2º No caso das cooperativas centrais ou federações, a Contribuição de que trata o parágrafo anterior serácalculada sobre os fundos e reservas existentes. 

§ 3° A Organização das Cooperativas Brasileiras poderá estabelecer um teto à Contribuição Cooperativista,com base em estudos elaborados pelo seu corpo técnico. 

CAPÍTULO XVII

Dos Estímulos Creditícios 

 Art. 109. Caberá ao Banco Nacional de Crédito Cooperativo S/A., estimular e apoiar as cooperativas,mediante concessão de financiamentos necessários ao seu desenvolvimento. 

§ 1° Poderá o Banco Nacional de Crédito Cooperativo S/A., receber depósitos das cooperativas de crédito edas seções de crédito das cooperativas agrícolas mistas. 

§ 2° Poderá o Banco Nacional de Crédito Cooperativo S/A., operar com pessoas físicas ou jurídicas,estranhas ao quadro social cooperativo, desde que haja benefício para as cooperativas e estas figurem naoperação bancária. 

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§ 3° O Banco Nacional de Crédito Cooperativo S/A., manterá linhas de crédito específicas para ascooperativas, de acordo com o objeto e a natureza de suas atividades, a juros módicos e prazos adequadosinclusive com sistema de garantias ajustado às peculiaridades das cooperativas a que se destinam. 

§ 4º O Banco Nacional de Crédito Cooperativo S/A., manterá linha especial de crédito para financiamentode quotas-partes de capital. 

 Art. 110. Fica extinta a contribuição de que trata o artigo 13 do Decreto-Lei n. 60, de 21 de novembro de

1966, com a redação dada pelo Decreto-Lei n. 668, de 3 de julho de 1969. 

CAPÍTULO XVIIIDas Disposições Gerais e Transitórias 

 Art. 111. Serão considerados como renda tributável os resultados positivos obtidos pelas cooperativas nasoperações de que tratam os artigos 85, 86 e 88 desta Lei. 

 Art. 112. O Balanço Geral e o Relatório do exercício social que as cooperativas deverão encaminhar anualmente aos órgãos de controle serão acompanhados, a juízo destes, de parecer emitido por um serviçoindependente de auditoria credenciado pela Organização das Cooperativas Brasileiras. 

Parágrafo único. Em casos especiais, tendo em vista a sede da Cooperativa, o volume de suas operações e

outras circunstâncias dignas de consideração, a exigência da apresentação do parecer pode ser dispensada.  

 Art. 113. Atendidas as deduções determinadas pela legislação específica, às sociedades cooperativas ficaráassegurada primeira prioridade para o recebimento de seus créditos de pessoas jurídicas que efetuemdescontos na folha de pagamento de seus empregados, associados de cooperativas. 

 Art. 114. Fica estabelecido o prazo de 36 (trinta e seis) meses para que as cooperativas atualmenteregistradas nos órgãos competentes reformulem os seus estatutos, no que for cabível, adaptando-os aodisposto na presente Lei. 

 Art. 115. As Cooperativas dos Estados, Territórios ou do Distrito Federal, enquanto não constituírem seusórgãos de representação, serão convocadas às Assembléias da OCB, como vogais, com 60 (sessenta) diasde antecedência, mediante editais publicados 3 (três) vezes em jornal de grande circulação local. 

 Art. 116. A presente Lei não altera o disposto nos sistemas próprios instituídos para as cooperativas dehabitação e cooperativas de crédito, aplicando-se ainda, no que couber, o regime instituído para essasúltimas às seções de crédito das agrícolas mistas. 

 Art. 117. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário eespecificamente o Decreto-Lei n. 59, de 21 de novembro de 1966, bem como o Decreto n. 60.597, de 19 deabril de 1967. 

Brasília, 16 de dezembro de 1971; 150º da Independência e 83º da República. 

EMíLIO G. MéDICI Antônio Delfim Netto

L. F. Cirne LimaJoão Paulo dos Reis Velloso

José Costa Cavalcanti 

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 16.12.1971 

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Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos 

LEI COMPLEMENTAR Nº 130, DE 17 DE ABRIL DE 2009  

Dispõe sobre o Sistema Nacional de CréditoCooperativo e revoga dispositivos das Leis nos 4.595,de 31 de dezembro de 1964, e 5.764, de 16 dedezembro de 1971. 

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono aseguinte Lei Complementar:

 Art. 1o As instituições financeiras constituídas sob a forma de cooperativas de crédito submetem-se aesta Lei Complementar, bem como à legislação do Sistema Financeiro Nacional - SFN e das sociedadescooperativas.

§ 1o As competências legais do Conselho Monetário Nacional - CMN e do Banco Central do Brasil em

relação às instituições financeiras aplicam-se às cooperativas de crédito.

§ 2o É vedada a constituição de cooperativa mista com seção de crédito.

 Art. 2o As cooperativas de crédito destinam-se, precipuamente, a prover, por meio da mutualidade, aprestação de serviços financeiros a seus associados, sendo-lhes assegurado o acesso aos instrumentos domercado financeiro.

§ 1o A captação de recursos e a concessão de créditos e garantias devem ser restritas aosassociados, ressalvadas as operações realizadas com outras instituições financeiras e os recursos obtidosde pessoas jurídicas, em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentos de remuneração.

§ 2o Ressalvado o disposto no § 1o deste artigo, é permitida a prestação de outros serviços de

natureza financeira e afins a associados e a não associados.

§ 3o A concessão de créditos e garantias a integrantes de órgãos estatutários, assim como a pessoasfísicas ou jurídicas que com eles mantenham relações de parentesco ou negócio, deve observar procedimentos de aprovação e controle idênticos aos dispensados às demais operações de crédito.

§ 4o A critério da assembléia geral, os procedimentos a que se refere o § 3o deste artigo podem ser mais rigorosos, cabendo-lhe, nesse caso, a definição dos tipos de relacionamento a serem consideradospara aplicação dos referidos procedimentos.

§ 5o As cooperativas de crédito, nos termos da legislação específica, poderão ter acesso a recursosoficiais para o financiamento das atividades de seus associados.

 Art. 3o As cooperativas de crédito podem atuar em nome e por conta de outras instituições, comvistas à prestação de serviços financeiros e afins a associados e a não associados.

 Art. 4o O quadro social das cooperativas de crédito, composto de pessoas físicas e jurídicas, édefinido pela assembléia geral, com previsão no estatuto social.

Parágrafo único. Não serão admitidas no quadro social da sociedade cooperativa de crédito pessoas jurídicas que possam exercer concorrência com a própria sociedade cooperativa, nem a União, os Estados,o Distrito Federal e os Municípios bem como suas respectivas autarquias, fundações e empresas estataisdependentes.

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 Art. 5o As cooperativas de crédito com conselho de administração podem criar diretoria executiva aele subordinada, na qualidade de órgão estatutário composto por pessoas físicas associadas ou não,indicadas por aquele conselho.

 Art. 6o O mandato dos membros do conselho fiscal das cooperativas de crédito terá duração de até 3(três) anos, observada a renovação de, ao menos, 2 (dois) membros a cada eleição, sendo 1 (um) efetivo e1 (um) suplente.

 Art. 7o

É vedado distribuir qualquer espécie de benefício às quotas-parte do capital, excetuando-seremuneração anual limitada ao valor da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia -Selic para títulos federais.

 Art. 8o Compete à assembléia geral das cooperativas de crédito estabelecer a fórmula de cálculo aser aplicada na distribuição de sobras e no rateio de perdas, com base nas operações de cada associadorealizadas ou mantidas durante o exercício, observado o disposto no art. 7o desta Lei Complementar.

 Art. 9o É facultado às cooperativas de crédito, mediante decisão da assembléia geral, compensar, por meio de sobras dos exercícios seguintes, o saldo remanescente das perdas verificadas no exercício findo.

Parágrafo único. Para o exercício da faculdade de que trata o caput deste artigo, a cooperativa devemanter-se ajustada aos limites de patrimônio exigíveis na forma da regulamentação vigente, conservando ocontrole da parcela correspondente a cada associado no saldo das perdas retidas.

 Art. 10. A restituição de quotas de capital depende, inclusive, da observância dos limites depatrimônio exigíveis na forma da regulamentação vigente, sendo a devolução parcial condicionada, ainda, àautorização específica do conselho de administração ou, na sua ausência, da diretoria.

 Art. 11. As cooperativas centrais de crédito e suas confederações podem adotar, quanto ao poder devoto das filiadas, critério de proporcionalidade em relação ao número de associados indiretamenterepresentados na assembléia geral, conforme regras estabelecidas no estatuto.

 Art. 12. O CMN, no exercício das competências que lhe são atribuídas pela legislação que rege oSFN, poderá dispor, inclusive, sobre as seguintes matérias:

I - requisitos a serem atendidos previamente à constituição ou transformação das cooperativas de

crédito, com vistas ao respectivo processo de autorização a cargo do Banco Central do Brasil;

II - condições a serem observadas na formação do quadro de associados e na celebração decontratos com outras instituições;

III - tipos de atividades a serem desenvolvidas e de instrumentos financeiros passíveis de utilização;

IV - fundos garantidores, inclusive a vinculação de cooperativas de crédito a tais fundos;

V - atividades realizadas por entidades de qualquer natureza, que tenham por objeto exercer, comrelação a um grupo de cooperativas de crédito, supervisão, controle, auditoria, gestão ou execução emmaior escala de suas funções operacionais;

VI - vinculação a entidades que exerçam, na forma da regulamentação, atividades de supervisão,controle e auditoria de cooperativas de crédito;

VII - condições de participação societária em outras entidades, inclusive de natureza não cooperativa,com vistas ao atendimento de propósitos complementares, no interesse do quadro social;

VIII - requisitos adicionais ao exercício da faculdade de que trata o art. 9o desta Lei Complementar.

§ 1o O exercício das atividades a que se refere o inciso V do caput deste artigo, regulamentadas peloConselho Monetário Nacional - CMN, está sujeito à fiscalização do Banco Central do Brasil, sendoaplicáveis às respectivas entidades e a seus administradores as mesmas sanções previstas na legislaçãoem relação às instituições financeiras.

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§ 2o O Banco Central do Brasil, no exercício de sua competência de fiscalização das cooperativas decrédito, assim como a entidade que realizar, nos termos da regulamentação do CMN, atividades desupervisão local podem convocar assembléia geral extraordinária de instituição supervisionada, à qualpoderão enviar representantes com direito a voz.

 Art. 13. Não constitui violação do dever de sigilo de que trata a legislação em vigor o acesso ainformações pertencentes a cooperativas de crédito por parte de cooperativas centrais de crédito,confederações de centrais e demais entidades constituídas por esse segmento financeiro, desde que se dê

exclusivamente no desempenho de atribuições de supervisão, auditoria, controle e de execução de funçõesoperacionais das cooperativas de crédito.

Parágrafo único. As entidades mencionadas no caput deste artigo devem observar sigilo em relaçãoàs informações que obtiverem no exercício de suas atribuições, bem como comunicar às autoridadescompetentes indícios de prática de ilícitos penais ou administrativos ou de operações envolvendo recursosprovenientes de qualquer prática criminosa.

 Art. 14. As cooperativas singulares de crédito poderão constituir cooperativas centrais de crédito como objetivo de organizar, em comum acordo e em maior escala, os serviços econômicos e assistenciais deinteresse das filiadas, integrando e orientando suas atividades, bem como facilitando a utilização recíprocados serviços.

Parágrafo único. As atividades de que trata o caput deste artigo, respeitada a competência do

Conselho Monetário Nacional e preservadas as responsabilidades envolvidas, poderão ser delegadas àsconfederações constituídas pelas cooperativas centrais de crédito.

 Art. 15. As confederações constituídas de cooperativas centrais de crédito têm por objetivo orientar,coordenar e executar atividades destas, nos casos em que o vulto dos empreendimentos e a natureza dasatividades transcenderem o âmbito de capacidade ou a conveniência de atuação das associadas.

 Art. 16. As cooperativas de crédito podem ser assistidas, em caráter temporário, medianteadministração em regime de cogestão, pela respectiva cooperativa central ou confederação de centrais parasanar irregularidades ou em caso de risco para a solidez da própria sociedade, devendo ser observadas asseguintes condições:

I - existência de cláusula específica no estatuto da cooperativa assistida, contendo previsão da

possibilidade de implantação desse regime e da celebração do convênio de que trata o inciso II do caputdeste artigo;

II - celebração de convênio entre a cooperativa a ser assistida e a eventual cogestora, a ser referendado pela assembléia geral, estabelecendo, pelo menos, a caracterização das situaçõesconsideradas de risco que justifiquem a implantação do regime de cogestão, o rito dessa implantação por iniciativa da entidade cogestora e o regimento a ser observado durante a cogestão; e

III - realização, no prazo de até 1 (um) ano da implantação da cogestão, de assembléia geralextraordinária para deliberar sobre a manutenção desse regime e da adoção de outras medidas julgadasnecessárias.

 Art. 17. A assembléia geral ordinária das cooperativas de crédito realizar-se-á anualmente, nos 4(quatro) primeiros meses do exercício social.

 Art. 18. Ficam revogados os arts. 40 e 41 da Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e o § 3o doart. 10, o § 10 do art. 18, o parágrafo único do art. 86 e o art. 84 da Lei no 5.764, de 16 de dezembro de1971.

 Art. 19. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de abril de 2009; 188o da Independência e 121o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAGuido Mantega

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Reinhold StephanesCarlos Lupi 

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 17.4.2009 - Edição extra

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RESOLUCAO N. 003859, DE 28 DE MAIO DE 2010

TEXTO ORIGINAL

RESOLUCAO N. 003859

-------------------

Altera e consolida as normas

relativas à constituição e ao

funcionamento de cooperativas de

crédito.

O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de

dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetário Nacional, em sessão

realizada em 27 de maio de 2010, com base nos arts. 4º, incisos VI e VIII, e 55

da referida lei, e no art. 12 da Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de

2009,

R E S O L V E U :

Art. 1º Esta resolução dispõe sobre a constituição, a autorização para

funcionamento, o funcionamento, as alterações estatutárias e o cancelamento de

autorização para funcionamento de cooperativas de crédito.

CAPÍTULO I

DA CONSTITUIÇÃO, DA AUTORIZAÇÃO PARA FUNCIONAMENTO E DA ALTERAÇÃO ESTATUTÁRIA

Art. 2º Os pedidos envolvendo a constituição, a autorização para funcionamento ea alteração estatutária de cooperativas de crédito, bem como as demais

autorizações e aprovações previstas na regulamentação aplicável a essas

instituições, serão objeto de estudo pelo Banco Central do Brasil, com vistas a

sua aceitação ou recusa, nos termos da legislação em vigor.

Art. 3º A constituição de cooperativa de crédito subordina-se às seguintes

condições, cujo atendimento será verificado pelo Banco Central do Brasil:

I - comprovação das possibilidades de reunião, controle, realização de operações

e prestação de serviços na área de atuação pretendida, bem como de manifestação

da respectiva cooperativa central ou confederação na hipótese de existência de

compromisso de filiação a cooperativa central ou a confederação;

II - apresentação de estudo de viabilidade econômico-financeira abrangendo um

horizonte de, no mínimo, três anos de funcionamento, contendo:

a) análise econômico-financeira da área de atuação e do segmento social ou do

segmento de cooperativas de crédito definido pelas condições de associação;

b) demanda de serviços financeiros apresentada pelo segmento

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social ou de cooperativas de crédito a ser potencialmente filiado, atendimento

existente por instituições concorrentes e projeção de atendimento pela

cooperativa pleiteante;

c) projeção da estrutura patrimonial e de resultados;

III - apresentação de plano de negócios, abrangendo um horizonte de, no mínimo,

três anos de funcionamento, contemplando os seguintes aspectos, além daqueles

definidos nos §§ 1º e 2º deste artigo:

a) estabelecimento dos objetivos estratégicos da instituição;

b) definição dos padrões de governança corporativa a serem observados,

incluindo-se o detalhamento da estrutura de incentivos e da política de

remuneração dos administradores;

c) detalhamento da estrutura organizacional proposta, com determinação das

responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da instituição;

d) definição da estrutura dos controles internos, com mecanismos que garantam

adequada supervisão por parte da administração e a efetiva utilização de

auditoria interna e externa como instrumentos de controle;

e) definição dos principais produtos e serviços, das políticas de captação e de

crédito, tecnologias a serem utilizadas e dimensionamento da rede de

atendimento;

f) definição de prazo máximo para início das atividades após a concessão, pelo

Banco Central do Brasil, da autorização para funcionamento;

g) definição de sistemas, procedimentos e controles para detecção de operações

que possam indicar a existência de indícios dos crimes definidos na Lei nº

9.613, de 3 de março de 1998; e

h) ações relacionadas com a capacitação do quadro de dirigentes.

§ 1º O plano de negócios a ser apresentado, com vistas à constituição de

cooperativa singular de crédito, deve contemplar, ainda, os seguintes aspectos:

I - identificação do grupo de fundadores e, quando for o caso, das entidades

fornecedoras de apoio técnico e/ou financeiro;

II - motivações e propósitos que levaram à decisão de constituir a cooperativa;

III - condições estatutárias de associação e área de atuação pretendida;

IV - cooperativa central de crédito a que será filiada ou, na hipótese de não

filiação, os motivos que determinaram essa decisão, evidenciando, nesse caso,

como a cooperativa pretende suprir os serviços prestados pelas centrais;

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V - estimativa do número de pessoas que preenchem as condições de associação e

do crescimento esperado do quadro, indicando as formas de divulgação visando

atrair novos associados;

VI - medidas visando à efetiva participação dos associados nas assembleias;

VII - formas de divulgação aos associados das deliberações adotadas nas

assembleias, dos demonstrativos contábeis, dos pareceres de auditoria e dos atos

da administração; e

VIII - participação em fundo garantidor.

§ 2º O plano de negócios a ser apresentado com vistas à constituição de

cooperativa central de crédito ou de confederação de crédito deve contemplar,

ainda, os seguintes aspectos, em função dos objetivos da cooperativa:

I - identificação de cada uma das cooperativas pleiteantes, com indicação dorespectivo nome, número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

(CNPJ), município sede, área de atuação, tipos de serviços prestados, número de

associados e sua variação nos últimos três anos;

II - identificação, quando for o caso, das entidades fornecedoras de apoio

técnico ou financeiro para constituição da central ou confederação;

III - previsão de participação societária da nova cooperativa em outras

entidades;

IV - condições estatutárias de associação, indicação do número de cooperativasnão filiadas a centrais ou a confederações quepreencham referidas condições na

área de atuação pretendida eprevisão de eventual ampliação dessa área;

V - políticas de constituição de novas cooperativas singulares ou centrais de

crédito, de reestruturação das cooperativas existentes, inclusive por meio de

fusões e incorporações, de promoção de novas filiações e estimativa do

crescimento do quadro de filiadas;

VI - requisitos exigidos dos ocupantes de cargos com funções de supervisão em

filiadas;

VII - dimensionamento e evolução das áreas responsáveis pelo cumprimento das

atribuições estabelecidas no Capítulo V, destacando a eventual contratação de

serviços de outras centrais, confederações e de outras entidades, com oS

objetivoS de suprir ou complementar os quadros próprios e de obter apoio para a

formação de equipe técnica;

VIII - medidas a serem adotadas para tornar efetiva a implementação dos sistemas

de controles internos das filiadas, desenvolvimento ou adoção de manual

padronizado de controles internos e realização das auditorias internas

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requeridas pela regulamentação, abordando a possível contratação de serviços de

outras entidades visando a esses fins;

IX - diretrizes a serem adotadas para captação, aplicação e remuneração de

recursos com vistas à prestação de serviço de aplicação centralizada de recursos

de filiadas, deveres e obrigações da confederação, da central e das filiadas no

tocante ao sistema de garantias recíprocas, recomposição de liquidez, operações

de saneamento e constituição de fundo garantidor;

X - serviços visando proporcionar às filiadas acesso ao sistema de compensação

de cheques e de transferência de recursos entre instituições financeiras,

respectivo controle de riscos, fluxos operacionais e relacionamento com bancos

conveniados;

XI - planejamento das atividades de capacitação de administradores, gerentes e

associados de cooperativas filiadas, destacando as entidades especializadas em

treinamento a serem eventualmente contratadas;

XII - descrição de outros serviços relevantes para o funcionamento das

cooperativas filiadas, especialmente consultoria jurídica, desenvolvimento e

padronização de sistemas de informática e sistemas administrativos e de

atendimento a associados; e

XIII - estudo econômico-financeiro demonstrando as economias de escala a serem

obtidas pelas cooperativas filiadas, sua capacidade para arcar com os custos

operacionais, orçamento de receitas e despesas e formas de distribuição de

sobras e rateio de perdas às filiadas.

§ 3º O Banco Central do Brasil, no exercício de suas atribuições de autorização,pode reduzir a abrangência dos estudos deque tratam os incisos II e III do caput

deste artigo, conforme a natureza da cooperativa e a extensão do pleito

apresentado a exame.

§ 4º Pedidos de autorização que envolvam a transformação de confederação de

natureza não financeira constituída por centrais de crédito em confederação de

crédito podem ser dispensados, a critério do Banco Central do Brasil, da

apresentação dos documentos referidos neste artigo, exigindo-se, no mínimo, a

observância das condições previstas no art. 9º e a apresentação de justificativa

circunstanciada para a transformação solicitada.

Art. 4º As cooperativas de crédito, na constituição de entidades não financeiras

de qualquer natureza destinadas a prestar serviços a essas mesmas cooperativas,

devem comunicar o fato ao Banco Central do Brasil, nos termos da legislação em

vigor, mantendo à sua disposição os respectivos estatutos ou contrato social,

podendo aquela autarquia requerer as alterações julgadas necessárias em vista

do desempenho de suas atribuições legais, conforme art. 12, inciso V e § 1º, da

Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009.

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Art. 5º A autorização para funcionamento de cooperativa de crédito está

vinculada à manifestação favorável do Banco Central do Brasil quanto aos atos

formais de constituição, observada a regulamentação vigente.

Art. 6º Os pedidos de alteração estatutária de cooperativas em funcionamento

envolvendo mudanças nas condições de admissão de associados, ampliação da área

de atuação, fusão, incorporação ou desmembramento podem ser submetidos, a

critério do Banco Central do Brasil, à observância das condições estabelecidas

no art. 3º.

Art. 7º Uma vez obtida a manifestação favorável do Banco Central do Brasil em

relação ao projeto de constituição da cooperativa de crédito, os interessados

devem formalizar o pedido de autorização para funcionamento no prazo máximo de

noventa dias, contado do recebimento da respectiva comunicação.

Parágrafo único. O Banco Central do Brasil pode conceder, mediante solicitação

justificada, prazo adicional de até noventa dias, findo o qual, se não adotadas

as providências pertinentes, o processo será considerado encerrado e arquivado.

Art. 8º O início de atividades da cooperativa de crédito deve observar o prazo

previsto no respectivo plano de negócios, podendo o Banco Central do Brasil

conceder prorrogação do prazo, mediante requisição fundamentada, firmada pelos

administradores d a cooperativa, bem como solicitar novos documentos e

declarações visando à atualização do processo de autorização.

Parágrafo único. Na hipótese de existência de compromisso de filiação a

cooperativa central, ou a confederação, definido em plano de negócios, o início

das atividades da cooperativa de crédito fica condicionado à formalização dessa

filiação.

Art. 9º O acolhimento e a aprovação de pedidos de constituição, de autorização

para funcionamento, de ampliação de área de atuação ou de alteração das

condições de associação de cooperativa de crédito sujeitam-se às seguintes

condições:

I - cumprimento da legislação e regulamentação em vigor, inclusive quanto a

limites operacionais, atribuições específicas estabelecidas por esta resolução e

obrigações perante o Banco Central do Brasil;

II - ausência de irregularidade e de restrição em sistemas públicos ou privados

de cadastro e informações que contenham dados pertinentes à autorização

pretendida, por parte da cooperativa pleiteante e de seus administradores; e

III - aderência às diretrizes de atuação sistêmica estabelecidas pela respectiva

confederação ou, na falta desta, pela cooperativa central de crédito, para as

cooperativas integrantes de sistemas cooperativos.

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§ 1º O Banco Central do Brasil com o objetivo de adequar a análise dos pedidos à

abrangência e complexidade do pleito em exame, pode adotar, nos termos da

legislação em vigor, medidas complementares julgadas pertinentes, inclusive:

I - exigir da respectiva central, como também da confederação, no caso de

pedidos de cooperativas integrantes de sistemas cooperativos:

a) o cumprimento das disposições dos incisos I a III do caput deste artigo; e

b) a apresentação de relatório de conformidade com o pleito em análise;

II - considerar, para fins de análise do cumprimento dos limites operacionais de

que trata o inciso I do caput deste artigo, eventual plano de regularização

apresentado na forma da regulamentação em vigor; e

III - dar continuidade ao exame do pedido nos casos em que se verifique

desatendimento não considerado grave do disposto nos incisos I a III do caput

deste artigo.

§ 2º O Banco Central do Brasil indeferirá os pedidos em relação aos quais for

apurada falsidade nas declarações ou nos documentos apresentados na instrução do

processo.

Art. 10. O Banco Central do Brasil, nos termos da legislação em vigor, pode:

I - determinar procedimentos a serem observados na instrução dos processos de

interesse de cooperativas de crédito em constituição ou em funcionamento, a

serem por ele examinados;

II - solicitar documentos e informações adicionais que julgar necessários à

decisão do pleito;

III - convocar para entrevista os associados fundadores e administradores da

cooperativa singular de crédito e administradores da cooperativa central de

crédito e da confederação;

IV - interromper o exame de processos de autorização ou de alteração

estatutária, caso verificada a inobservância das condições de que trata o art.

9º, mantendo-se referida interrupção até a solução das pendências ou a

apresentação de fundamentadas justificativas;

V - conceder prazo para que sejam sanadas irregularidades eventualmente

verificadas ou, se for o caso, para apresentação da correspondente

justificativa; e

VI - encerrar e arquivar processos em relação aos quais houver protelação de

solução das pendências apontadas além do prazo determinado, sem apresentação de

justificativas consideradas suficientes.

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Art. 11. A cooperativa de crédito, para a qual tenha sido exigida a apresentação

de plano de negócios e estudo de viabilidade econômica com vistas à concessão de

autorização para funcionamento ou alteração estatutária, deve evidenciar, no

relatório de administração que acompanha as demonstrações financeiras

semestrais, a adequação das operações realizadas aos objetivos estabelecidos nos

referidos documentos, durante os três exercícios sociais seguintes ao início das

operações ou à aprovação do pedido de alteração.

Parágrafo único. Verificada pelo Banco Central do Brasil, pela confederação,

pela central ou pela auditoria externa, durante os três primeiros exercícios

sociais, a inadequação das operações aos objetivos referidos no caput, a

cooperativa de crédito deve apresentar justificativas fundamentadas, na forma e

prazos determinados pela referida autarquia, que poderá estabelecer medidas

corretivas e prazo para seu atendimento.

CAPÍTULO II

DAS CONDIÇÕES ESTATUTÁRIAS DE ADMISSÃO DE ASSOCIADOS

Art. 12. A cooperativa singular de crédito deve estabelecer, em seu estatuto,

condições de admissão de associados em observância ao estabelecido neste artigo.

§ 1º As condições de admissão de pessoas físicas devem ser definidas de acordo

com os seguintes critérios:

I - empregados, servidores e pessoas físicas prestadoras de serviço em caráter

não eventual, de uma ou mais pessoas jurídicas, públicas ou privadas, definidas

no estatuto, cujas atividades sejam afins, complementares ou correlatas, ou

pertencentes a um mesmo conglomerado econômico;

II - profissionais e trabalhadores dedicados a uma ou mais profissões e

atividades, definidas no estatuto, cujos objetos sejam afins, complementares ou

correlatos;

III - pessoas que desenvolvam, na área de atuação da cooperativa, de forma

efetiva e predominante, atividades agrícolas, pecuárias ou extrativistas, ou se

dediquem a operações de captura e transformação do pescado;

IV - pequenos empresários, microempresários ou microempreendedores, responsáveis

por negócios de natureza industrial, comercial ou de prestação de serviços,

incluídas as atividades da área rural objeto do inciso III, cuja receita bruta

anual, por ocasião da associação, seja igual ou inferior ao limite máximo

estabelecido pelo art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006,

e alterações posteriores;

V - empresários participantes de empresas vinculadas direta ou indiretamente a

sindicatos patronais ou a associações patronais, de qualquer nível, em

funcionamento, no mínimo, há três anos, quando da constituição da cooperativa; e

VI - livre admissão de associados.

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§ 2º A admissão de pessoas jurídicas deve restringir-se, exceto nas cooperativas

de livre admissão de associados, às sem finslucrativos, às que tenham por objeto

as mesmas ou correlatasatividades econômicas dos associados pessoas físicas e às

controladas por esses associados.

§ 3º O Banco Central do Brasil pode considerar condições de admissão de pessoas

físicas e jurídicas que contemplem:

I - critérios de natureza diversa dos descritos nos §§ 1º e 2º, com base em

vínculos de natureza associativa, econômica ou social, tais como os derivados da

filiação a sindicatos ou associações civis legalmente constituídos há mais de

três anos, a participação em uma mesma cadeia de negócios ou arranjo produtivo

local e o domicílio ou sede em uma comunidade ou região delimitada;

II - adoção de critérios mistos tomados dentre os descritos neste artigo; e

III - fusão, incorporação e continuidade de funcionamento de cooperativassingulares de crédito, facultadas a manutenção do quadro social e a redefinição

das condições de admissão.

§ 4º Pedidos de aprovação que incluam condições de admissão de associados,

pessoas físicas ou jurídicas, consideradas, pelo Banco Central do Brasil,

identificadas ou assemelhadas àquelas adotadas pelas cooperativas sujeitas à

observância do disposto no Capítulo III, somente serão aprovados mediante

aplicação dos requisitos regulamentares específicos referentes a essas

modalidades de cooperativas.

Art. 13. A cooperativa singular de crédito pode fazer constar de seus estatutosprevisão de associação de:

I - seus próprios empregados e pessoas físicas que a ela prestem serviços em

caráter não eventual, equiparados aos primeiros para os correspondentes efeitos

legais;

II - empregados e pessoas físicas prestadoras de serviços em caráter não

eventual às entidades a ela associadas e àquelas de cujo capital participe

direta ou indiretamente;

III - aposentados que, quando em atividade, atendiam os critérios estatutários

de associação;

IV - pais, cônjuge ou companheiro, viúvo, filho, dependente legal e pensionista

de associado vivo ou falecido;

V - pensionistas de falecidos que preenchiam as condições estatutárias de

associação; e

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VI - estudantes de cursos superiores e de cursos técnicos de áreas afins,

complementares ou correlatas às que caracterizam as condições de associação.

CAPÍTULO III

DAS CONDIÇÕES ESPECIAIS RELATIVAS ÀS COOPERATIVAS DE LIVRE ADMISSÃO DE

ASSOCIADOS, DE PEQUENOS EMPRESÁRIOS, MICROEMPRESÁRIOS E MICROEMPREENDEDORES E DE

EMPRESÁRIOS

Art. 14. O Banco Central do Brasil, no atendimento de pedidos de constituição de

cooperativa singular de crédito de livreadmissão de associados, ou de adoção

desse regime de admissão porcooperativa existente, somente examinará aqueles que

se enquadrem nasseguintes situações:

I - autorização para constituição e funcionamento de cooperativa singular de

crédito ou para alteração estatutária de cooperativa singular de crédito em

funcionamento, caso a população da respectiva área de atuação não exceda

trezentos mil habitantes;

II - alteração estatutária de cooperativa singular de crédito em funcionamento

há mais de três anos, caso a população da respectiva área de atuação exceda o

limite fixado no inciso I.

§ 1º A área de atuação das cooperativas de que trata esteartigo deve ser

constituída por um ou mais municípios inteiros, cuja proximidade geográfica

permita a comprovação do critério de que trata o inciso I do art. 3º.

§ 2º São equiparadas a municípios, para efeito da verificação das condições

estabelecidas neste artigo, as regiões administrativas pertencentes ao DistritoFederal.

§ 3º A população da área de atuação será verificada, para aplicação de quaisquer

requisitos a ela referidos, somente por ocasião da formalização do respectivo

processo de autorização ou de alteração estatutária, tomando-se por base as

estimativas populacionais municipais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), relativas à data mais próxima disponível.

§ 4º A ampliação da área de atuação de cooperativa constituída de acordo com o

inciso I do caput deste artigo para além do limite nele fixado somente poderá

ser solicitada ao Banco Centraldo Brasil após três anos de funcionamento.

§ 5º As cooperativas de que trata este artigo devem incluir, em sua denominação,

a expressão "de livre admissão", apartir da primeira alteração estatutária

realizada após a data de publicação desta resolução, e as novas cooperativas, a

partir de sua constituição.

Art. 15. As cooperativas singulares de crédito de livre admissão, de empresários

e de pequenos empresários, microempresários e microempreendedores, assim

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constituídas após 25 de junho de 2003, bem como as constituídas ao amparo do

inciso I do § 3º do art. 12, devem observar as seguintes condições:

I - filiação a cooperativa central de crédito que satisfaça as condições

estabelecidas no art. 9º e seja considerada capacitada para o desempenho das

atribuições de que trata o Capítulo V, a critério do Banco Central do Brasil;

II - apresentação, quando do pedido de autorização para constituição ou de

alteração estatutária visando à transformação em cooperativas dos tipos

referidos no caput, de relatório de conformidade da respectiva cooperativa

central de crédito, ou confederação, na forma estabelecida pelo Banco Central do

Brasil;

III - participação em fundo garantidor; e

IV - publicação de declaração de propósito por parte dos administradores

eleitos, na forma estabelecida pelo Banco Central do Brasil.

§ 1º As cooperativas de livre admissão de associados com área de atuaçãosuperior a dois milhões de habitantes devem, ainda, observar as seguintes

condições:

I - filiação a central de crédito pertencente a sistema cooperativo organizado

nos três níveis previstos na Lei Complementar nº 130, de 2009, requerida a

conformidade da confederação para a correspondente transformação ou alteração

estatutária; e

II - contratação de entidade de auditoria externa com comprovada experiência na

auditoria de cooperativas de crédito.

§ 2º A cooperativa de empresários deve também apresentar relatório de

conformidade firmado pelos sindicatos ou associações a que esteja vinculada,

expondo os motivos que recomendam a aprovação do pedido, bem como as medidas de

apoio à instalação e funcionamento da cooperativa.

Art. 16. Na hipótese de não cumprimento do disposto nos incisos I ou III do

caput, ou inciso I do § 1º, do art. 15, fica a cooperativa de crédito obrigada a

adotar as seguintes medidas:

I - suspensão da admissão de novos associados; e

II - apresentação, ao Banco Central do Brasil, de relatório detalhando os

motivos que levaram a essa situação, bem como de plano de adequação sujeito à

aprovação da referida autarquia.

Parágrafo único. O Banco Central do Brasil, no exercício de suas atribuições de

autorização e de fiscalização, pode dispensar aaplicação da medida de que trata

o inciso I, bem como estipular conteúdo e prazo para entrega da documentação

referida no inciso II, após avaliação da situação da cooperativa afetada.

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CAPÍTULO IV

DA APLICAÇÃO DE PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA

Art. 17. As cooperativas de crédito devem observar política de governança

corporativa aprovada pela assembleia geral, que aborde os aspectos de

representatividade e participação, direção estratégica, gestão executiva e

fiscalização e controle, e que contemple a aplicação dos princípios de

segregação de funções na administração, transparência, equidade, ética,

educação cooperativista, responsabilidade corporativa e prestação de contas.

Art. 18. As cooperativas singulares de livre admissão, de empresários, de

pequenos empresários, microempresários e microempreendedores e as constituídas

ao amparo do inciso I do § 3º do art. 12 devem adotar estrutura administrativa

integrada por conselho de administração e por diretoria executiva a ele

subordinada, cujos membros sejam eleitos pelo referido conselho entre pessoas

físicas associadas ou não associadas, nos termos do art. 5º da Lei Complementar

nº 130, de 2009, admitida a acumulação de cargos entre os dois órgãos para, nomáximo, um dos membros do conselho, e vedada a acumulação das presidências.

§ 1º As cooperativas referidas no caput deste artigo, em funcionamento ou cujo

pedido de autorização ou de transformação nasreferidas modalidades tenha sido

protocolizado até a data depublicação desta resolução, devem adotar a estrutura

e observar ascondições nele indicadas, a partir da primeira eleição de

administradores realizada de 2012 em diante, ou antes, a critério da assembleia.

§ 2º O Banco Central do Brasil poderá determinar, para conjuntos definidos de

cooperativas de crédito, a adoção da estruturaadministrativa referida no caput

deste artigo, bem como a segregação completa entre conselho e diretoriaexecutiva, levando em conta fatores de natureza prudencial que demandem a adoção

de práticas de governança diferenciadas, decorrentes de

característicasinstitucionais e operacionais das cooperativas envolvidas, tais

comoo exercício de funções estratégicas de gestão e controle de sistemas

cooperativos, porte econômico-financeiro, complexidade operacional,extensão

territorial, tamanho e dispersão social do respectivo quadrode associados.

CAPÍTULO V

DAS ATRIBUIÇÕES ESPECIAIS DAS COOPERATIVAS CENTRAIS DE CRÉDITO E DAS

CONFEDERAÇÕES DE CENTRAIS

Art. 19. A cooperativa central de crédito deve prever, em seus estatutos e

normas operacionais, dispositivos que possibilitem prevenir e corrigir situações

anormais que possam configurar infrações a normas legais ou regulamentares ou

acarretar risco para a solidez das cooperativas filiadas e do sistema

cooperativo, inclusive a possibilidade de constituir fundo garantidor das

cooperativas pertencentes ao sistema.

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Parágrafo único. As atribuições das centrais em relação às singulares filiadas e

correspondentes obrigações de que trata este capítulo podem ser delegadas total

ou parcialmente a confederação constituída por essas centrais, mediante

disposições nos respectivos estatutos que espelhem a distribuição de atividades

e correspondentes responsabilidades perante o Banco Central do Brasil.

Art. 20. A confederação constituída por cooperativas centrais de crédito pode

incumbir-se, em relação a suas próprias filiadas, das atribuições e

correspondentes obrigações de que trata este capítulo, mediante disposições

específicas nos estatutos das entidades envolvidas.

Art. 21. O sistema cooperativo deve estabelecer, por ato da respectiva

confederação, ou, na sua ausência, da respectiva central de crédito, diretrizes

de atuação sistêmica com vistas à observância dos princípios da eficiência, da

economicidade, da utilidade e dos demais princípios cooperativistas.

Art. 22. Para o cumprimento das atribuições de que trata este capítulo, a

cooperativa central de crédito, ou a confederação, deve desempenhar as seguintesfunções, com relação às cooperativasfiliadas, conforme as disposições

estatutárias adotadas em função dos arts 19 e 20:

I - supervisionar o funcionamento, verificando o cumprimento da legislação e

regulamentação em vigor e das normas próprias do sistema cooperativo;

II - adotar medidas para assegurar o cumprimento das normas em vigor referentes

à implementação de sistemas de controles internos e à certificação de

empregados;

III - promover a formação e a capacitação permanente dos membros de órgãosestatutários, gerentes e associados, bem como dos integrantes da equipe técnica

da cooperativa central e da confederação; e

IV - recomendar e adotar medidas visando ao restabelecimento da normalidade do

funcionamento, em face de situações de inobservância da regulamentação aplicável

ou que acarretem risco imediato ou futuro.

§ 1º As funções definidas nos incisos I e IV do caput deste artigo devem ser

exercidas conjuntamente pela confederação, na hipótese de exercício da faculdade

prevista no parágrafo único do art. 19.

§ 2º O Banco Central do Brasil poderá estabelecer funções complementares para as

centrais e as confederações, tendo em vista o desempenho de suas atribuições

legais referentes à autorização e à fiscalização das cooperativas de crédito.

Art. 23. A cooperativa central ou a confederação, conforme o caso, deve

comunicar ao Banco Central do Brasil:

I - requisitos e critérios adotados para admitir a filiação e proceder à

desfiliação de cooperativas, abordando a estratégia de viabilização da filiação

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de cooperativas recém-constituídas que ainda não atendam a possíveis requisitos

relativos a porte patrimonial e estrutura organizacional, para o provimento dos

serviços tratados neste capítulo;

II - irregularidades ou situações de exposição anormal a riscos, identificadas

em decorrência do desempenho das atribuições de que trata o presente capítulo,

inclusive medidas tomadas ou recomendadas e eventuais obstáculos para sua

implementação, destacando as ocorrências que indiquem possibilidade de futuro

desligamento;

III - ato de desligamento de cooperativa filiada, com a correspondente

justificativa, fazendo referência às comunicações exigidas no inciso II;

IV - indeferimento de pedido de filiação de cooperativa de crédito em funciona-

mento ou em constituição, abordando as razões que levaram a essa decisão; e

V - deliberação de admissão de cooperativa de crédito, com apresentação de

relatório de auditoria externa realizada nos últimos três meses anteriores àdata da comunicação.

Art. 24. Deve ser designado, por parte de cooperativa central, administrador

responsável perante o Banco Central do Brasil pelas atividades tratadas neste

capítulo, bem como por parte de confederação, visando ao exercício da faculdade

estabelecida no art. 20 e das funções referidas no § 1º do art. 22.

Art. 25. Constatado o não atendimento de qualquer disposição deste capítulo, por

parte de cooperativa central de crédito ou de confederação, conforme o caso, o

Banco Central do Brasil, no desempenho de suas atribuições de fiscalização, pode

adotar as seguintes medidas:

I - exigir plano de adequação, inclusive quanto à formação e capacitação de

equipe técnica própria, à implantação de novos procedimentos de supervisão e

controle e medidas afins;

II - aplicar às cooperativas singulares do sistema cooperativo os limites

operacionais e outros requisitos relativos às cooperativas singulares não

filiadas a centrais, mediante estabelecimento de cronograma de adequação; e

III - determinar a suspensão da filiação de novas cooperativas até que sejam

sanadas as irregularidades.

Art. 26. O Banco Central do Brasil, tendo em vista o cumprimento das disposições

deste capítulo, pode estabelecer requisitos em relação a:

I - frequências, padrões, procedimentos e outros aspectos a serem adotados para

inspeção, avaliação, elaboração de relatórios e envio de comunicações à referida

autarquia, inclusive definição de procedimentos específicos com relação a

determinadas cooperativas de crédito filiadas; e

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II - prazos de adequação aos requisitos estabelecidos, bem como outras condições

operacionais julgadas necessárias à observância das presentes disposições.

CAPÍTULO VI

DA AUDITORIA EXTERNA

Art. 27. As cooperativas de crédito, na contratação de serviços de auditoria de

demonstrações contábeis, devem certificar-seda observância da regulamentação em

vigor sobre auditoria independente, especialmente da Resolução nº 3.198, de 27

de maio de 2004, e alterações posteriores, no que não conflitar com esta

resolução.

§ 1º A auditoria a que se refere este artigo pode ser realizada por auditor

independente ou por entidade de auditoria cooperativa destinada à prestação de

serviços de auditoria externa, constituída e integrada por cooperativas centrais

de crédito e/ou por suas confederações.

§ 2º Constatada a inobservância dos requisitos estabelecidos neste capítulo, os

serviços de auditoria serão considerados sem efeito para o atendimento às normas

emanadas do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil.

Art. 28. Aplicam-se à realização de auditoria externa pela entidade de auditoria

cooperativa referida no art. 27, § 1º, as seguintes disposições:

I - não são necessários o registro da referida entidade na Comissão de Valores

Mobiliários (CVM) e a substituição periódica do auditor;

II - não representa impedimento à realização de auditoria a existência devínculo societário indireto entre a entidade de auditoria cooperativa e a

cooperativa auditada;

III - não se aplica o limite do percentual de faturamento anual de que trata o

inciso V do art. 6º do Regulamento anexo à Resolução nº 3.198, de 2004;

IV - deve ser providenciada a substituição periódica do responsável técnico e

dos demais membros da equipe envolvida na auditoria de cada cooperativa, na

mesma periodicidade originalmente estabelecida para a substituição do auditor na

Resolução nº 3.198, de 2004;

V - é vedada a participação de associado de uma determinada cooperativa singular

de crédito nos trabalhos de auditoria realizados nessa cooperativa; e

VI - não será aceita a auditoria externa realizada em cooperativa de crédito que

apresente, com relação à entidade de auditoria, vínculo societário direto, ou

membro de órgão estatutário, empregado ou prestador de serviço de alguma forma

vinculado a essa entidade.

Art. 29. A auditoria de que trata este capítulo deve ter por objeto:

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I - as demonstrações contábeis relativas às datas-base de 30 de junho e 31 de

dezembro de cada ano das confederações de crédito, centrais de crédito,

cooperativas singulares de livre admissão, de empresários e de pequenos

empresários, microempresários e microempreendedores, bem como das constituídas

ao amparo do inciso I do § 3º do art. 12; e

II - as demonstrações relativas ao encerramento do exercício social, nas demais

cooperativas singulares.

Art. 30. A realização da Assembleia Geral Ordinária deverá respeitar um período

mínimo de dez dias após a divulgação das demonstrações contábeis de encerramento

do exercício, acompanhadas do respectivo relatório de auditoria.

Parágrafo único. Os demais relatórios resultantes da auditoria externa devem ser

mantidos à disposição dos associados que os demandarem.

CAPÍTULO VII

DO CAPITAL E DO PATRIMÔNIO

Art. 31. A cooperativa de crédito deve observar os seguintes limites mínimos, em

relação ao capital integralizado e ao Patrimônio de Referência (PR), conforme o

caso:

I - cooperativa central de crédito e confederação de crédito: integralização

inicial de capital de R$60.000,00 (sessenta mil reais) e PR de R$300.000,00

(trezentos mil reais) após cinco anosda data de autorização para funcionamento

no caso de central, e apósum ano dessa data no caso de confederação;

II - cooperativa singular filiada a central, excetuadas asmencionadas nos

incisos III, IV e V: integralização inicial de capital de R$3.000,00 (três mil

reais) e PR de R$60.000,00 (sessenta mil reais) após cinco anos da data de

autorização para funcionamento;

III - cooperativa singular de pequenos empresários, microempresários e

microempreendedores, cooperativa singular de empresários e cooperativa

constituída ao amparo do inciso I do § 3º do art. 12: integralização inicial de

capital de R$10.000,00 (dez mil reais) e PR de R$120.000,00 (cento e vinte mil

reais) após quatro anos da data de autorização para funcionamento;

IV - cooperativa singular de livre admissão de associados constituída de acordo

com o estabelecido no art. 14, inciso I:

a) no caso de constituição de nova cooperativa: integralização inicial de

capital de R$20.000,00 (vinte mil reais) e PR de R$250.000,00 (duzentos e

cinquenta mil reais) após quatro anos da data de autorização para funcionamento;

e

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b) no caso de transformação de cooperativa existente: PR de R$250.000,00

(duzentos e cinquenta mil reais);

V - cooperativa singular de livre admissão de associados com área definida

segundo o inciso II ou § 4º do art. 14:

a) PR de R$3.000.000,00 (três milhões de reais), nos casos em que a área de

atuação apresente população acima de 300 mil e até 750 mil habitantes;

b) PR de R$6.000.000,00 (seis milhões de reais), nos casos em que a área de

atuação apresente população superior a 750 mil habitantes e até 2 milhões de

habitantes; e

c) PR de R$25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais), nos casos em que a

área de atuação apresente população superior a dois milhões de habitantes;

VI - cooperativa singular não filiada a central: integralização inicial de

capital de R$4.300,00 (quatro mil e trezentos reais) e PR de R$86.000,00(oitenta e seis mil reais) após quatro anos da data de autorização para

funcionamento.

Parágrafo único. Para as Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste aplica-se

redutor de 50% (cinquenta por cento) aos limites mínimos estabelecidos nos

incisos IV e V.

Art. 32. Para efeito de verificação do atendimento dos limites mínimos de

capital integralizado e de PR das cooperativas de crédito, devem ser deduzidos

os valores correspondentes ao patrimônio líquido mínimo fixado para as

instituições financeiras de que participe, ajustados proporcionalmente ao nívelde cada participação.

Art. 33. A cooperativa de crédito deve manter valor de PR compatível com o grau

de risco da estrutura de seus ativos, passivos e contas de compensação, de

acordo com normas específicas para cálculo do Patrimônio de Referência Exigível

(PRE), editadas pelo Banco Central do Brasil.

Art. 34. São vedadas à cooperativa de crédito:

I - a integralização de cotas-partes e rateio de perdas de exercícios anteriores

mediante concessão de crédito ou retenção de parte do seu valor, bem como

concessão de garantia ou assunção de coobrigação em operação de crédito com

aquelas finalidades; e

II - a adoção de capital rotativo, assim caracterizado o registro, em contas de

patrimônio líquido, de recursos captados em condições semelhantes às de

depósitos à vista ou a prazo.

Parágrafo único. O estatuto social pode estabelecer regras relativas a resgates

eventuais de quotas de capital, quando de iniciativa do associado, de forma a

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preservar além do número mínimo de quotas, o cumprimento dos limites

estabelecidos pela regulamentação em vigor e a integridade do capital e

patrimônio líquido, cujos recursos devem permanecer por prazo suficiente para

refletir a estabilidade inerente à sua natureza de capital fixo da instituição.

CAPÍTULO VIII

DAS OPERAÇÕES E DOS LIMITES DE EXPOSIÇÃO POR CLIENTE

Art. 35. A cooperativa de crédito pode realizar as seguintes operações e

atividades, além de outras estabelecidas em regulamentação específica:

I - captar, somente de associados, depósitos sem emissão de certificado; obter

empréstimos ou repasses de instituições financeiras nacionais ou estrangeiras,

inclusive por meio de depósitos interfinanceiros; receber recursos oriundos de

fundos oficiais e, em caráter eventual, recursos isentos de remuneração ou a

taxas favorecidas, de qualquer entidade, na forma de doações, empréstimos ou

repasses;

II - conceder créditos e prestar garantias, somente a associados, inclusive em

operações realizadas ao amparo da regulamentação do crédito rural em favor de

associados produtores rurais;

III - aplicar recursos no mercado financeiro, inclusive em depósitos à vista e

depósitos interfinanceiros, observadas eventuais restrições legais e

regulamentares específicas de cada aplicação;

IV - proceder à contratação de serviços com o objetivo de viabilizar a

compensação de cheques e as transferências de recursos no sistema financeiro, deprover necessidades de funcionamento da instituição ou de complementar os

serviços prestados pela cooperativa aos associados;

V - prestar, no caso de cooperativa central de crédito e de confederação de

crédito:

a) a cooperativas filiadas ou não, serviços de caráter técnico, inclusive os

referentes às atribuições tratadas no Capítulo V;

b) a cooperativas filiadas, serviço de administração de recursos de terceiros,

na realização de aplicações por conta e ordem da cooperativa titular dos

recursos, observadas a legislação e as normas aplicáveis a essa atividade; e

c) a cooperativas filiadas, serviço de aplicação centralizada de recursos,

subordinado a política própria, aprovada pelo conselho de administração,

contendo diretrizes relativas à captação, aplicação e remuneração dos recursos

transferidos pelas filiadas, observada na remuneração proporcionalidade em

relação à participação de cada filiada no montante total aplicado;

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VI - prestar os seguintes serviços, visando ao atendimento a associados e a não

associados:

a) cobrança, custódia e serviços de recebimentos e pagamentos por conta de

terceiros, a pessoas físicas e entidades de qualquer natureza, inclusive as

pertencentes aos poderes públicos das esferas federal, estadual e municipal e

respectivas autarquias e empresas;

b) correspondente no País, nos termos da regulamentação em vigor;

c) colocação de produtos e serviços oferecidos por bancos cooperativos,

inclusive os relativos a operações de câmbio, em nome e por conta da instituição

contratante;

d) distribuição de recursos de financiamento do crédito rural e outros sujeitos

a legislação ou regulamentação específicas, ou envolvendo equalização de taxas

de juros pelo Tesouro Nacional, compreendendo formalização, concessão e

liquidação de operações de crédito celebradas com os tomadores finais dosrecursos, em operações realizadas em nome e por conta da instituição

contratante; e

e) distribuição de cotas de fundos de investimento administrados por

instituições autorizadas, observada a regulamentação aplicável editada pela CVM.

§ 1º A cooperativa singular de crédito que não participe de fundo garantidor

deve obter do associado declaração de conhecimento dessa situação, por ocasião

da abertura da respectiva conta de depósitos.

§ 2º Os contratos celebrados com vistas à prestação dos serviços referidos nasalíneas "c" e "d" do inciso VI do caput deste artigo devem conter cláusulas

estabelecendo:

I - assunção de responsabilidade, para todos os efeitos legais, por parte da

instituição financeira contratante, pelos serviços prestados em seu nome e por

sua conta pela cooperativa contratada;

II - adoção, pela contratada, de manual de operações, atendimento e controle

definido pela contratante e previsão de realização de inspeções operacionais por

parte dessa última;

III - manutenção, por ambas as partes, de controles segregados das operações

realizadas sob contrato, imediatamente verificáveis pela fiscalização dos órgãos

competentes;

IV - realização de acertos financeiros entre as partes, no máximo, a cada dois

dias úteis;

V - vedação ao substabelecimento; e

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VI - divulgação pela contratada, em local e forma visível ao público usuário, de

sua condição de prestadora de serviços à instituição contratante, em relação aos

produtos e serviços oferecidos em nome dessa última.

§ 3º Os contratos firmados com terceiros para a prestação dos serviços de que

trata o inciso VI do caput deste artigo devem ser mantidos à disposição do Banco

Central do Brasil pelas cooperativas de crédito, bem como pelas entidades

contratantes eventualmente sujeitas à supervisão da referida autarquia.

Art. 36. A cooperativa de crédito deve observar os seguintes limites de

exposição por cliente:

I - nas aplicações em depósitos e títulos e valores mobiliários de

responsabilidade ou de emissão de uma mesma entidade, empresas coligadas e

controladora e suas controladas: 25% (vinte e cinco por cento) do PR;

II - nas operações de crédito e de concessão de garantias em favor de um mesmo

cliente, bem como nos créditos decorrentes de operações com derivativos:

a) por parte de cooperativa singular: 15% (quinze por cento) do PR, caso seja

filiada a cooperativa central de crédito, e 10% (dez por cento) do PR, caso não

seja filiada a central; e

b) por parte de confederação e de central: 20% (vinte por cento) do PR.

§ 1º Considera-se cliente, para os fins previstos neste artigo, qualquer pessoa

física ou jurídica, ou grupo de pessoas agindo isoladamente ou em conjunto,

representando interesse econômico comum, excetuado o vínculo decorrente

exclusivamente da associação a uma mesma cooperativa.

§ 2º Não estão sujeitos aos limites de exposição por cliente:

I - depósitos e aplicações efetuados na respectiva cooperativa central ou

confederação de crédito, ou no banco cooperativo pertencente ao sistema

cooperativo;

II - aplicações em títulos públicos federais; e

III - aplicações em quotas de fundos de investimento.

§ 3º No caso de aplicação em quotas de fundo de investimento em que a

cooperativa seja a única quotista, devem ser computadas as aplicações realizadas

pelo fundo para fins de cálculo dos limites referidos neste artigo.

§ 4º Para efeito de verificação dos limites de exposição por cliente, deve ser

deduzido do PR o montante das participações no capital social de outras

instituições financeiras, exceto de cooperativa de crédito à qual é filiada.

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§ 5º Na hipótese de o cooperado e a entidade emitente de títulos ou valores

mobiliários configurarem uma mesma pessoa jurídica, ou representarem interesse

econômico comum, devem ser observados, simultaneamente, os limites referidos nos

incisos I e II do caput deste artigo e no somatório das operações, o maior dos

limites a elas aplicáveis.

Art. 37. A cooperativa central de crédito que, juntamente com a adoção de

sistema de garantias recíprocas entre as singulares filiadas, realize a

centralização financeira das disponibilidades líquidas dessas filiadas pode

valer-se do limite de exposição por cliente de 10% (dez por cento) da soma do PR

total das filiadas, limitado ao PR da central, nas seguintes operações:

I - depósitos e títulos e valores mobiliários de responsabilidade ou de emissão

de uma mesma instituição financeira, empresas coligadas e controladora e suas

controladas, observado o disposto no § 2º do art. 36;

II - repasses e garantias envolvendo recursos de financiamento do crédito rural

e outros sujeitos a legislação específica ou envolvendo equalização de taxas dejuros pelo Tesouro Nacional; e

III - concessão de créditos e garantias envolvendo recursos não referidos no

inciso II, em operação previamente aprovada pelo conselho de administração da

cooperativa central.

§ 1º A concessão de créditos e garantias, na forma definida pelos incisos II e

III do caput deste artigo, fica sujeita ao estabelecimento de normas próprias,

aprovadas pela assembleia geral, relativas aos limites de crédito e garantias a

serem observadas.

§ 2º A soma dos créditos e garantias concedidos a uma mesma filiada na forma dos

incisos II e III do caput deste artigo não pode ultrapassar o limite de que

trata este artigo, devendo ser computadas, ainda, as operações eventualmente

existentes sujeitas ao limite de que trata o art. 36, inciso II, alínea "b".

§ 3º O Banco Central do Brasil, com vistas à aplicação do limite de exposição

por cliente de que trata este artigo, pode adotar as seguintes medidas:

I - estabelecer condições mínimas a serem observadas pelas cooperativas centrais

de crédito e respectivas filiadas; e

II - determinar, com base em procedimentos internos, no exercício de suas

atribuições de fiscalização, a suspensão dessa aplicação por parte de qualquer

cooperativa central de crédito.

Art. 38. Nos dois anos seguintes à data de início de funcionamento, a

cooperativa singular filiada a central de crédito pode adotar os seguintes

limites de exposição por cliente, para concessão de créditos a um mesmo

associado com recursos sujeitos à legislação específica ou envolvendo

equalização de taxas de juros pelo Tesouro Nacional, deduzidas do limite as

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operações sujeitas ao limite geral estabelecido no art. 36, inciso II, alínea

"a", realizadas em favor do associado com recursos de outras fontes:

I - no primeiro ano: 25% (vinte e cinco por cento) do PR;

II - no segundo ano: 20% (vinte por cento) do PR.

CAPÍTULO IX

DO CANCELAMENTO DA AUTORIZAÇÃO PARA FUNCIONAMENTO

Art. 39. O Banco Central do Brasil cancelará a autorização para funcionamento de

cooperativa de crédito que ingressar em regime de liquidação ordinária.

Art. 40. O Banco Central do Brasil, esgotadas as demais medidas cabíveis na

esfera de sua competência, pode cancelar a autorização para funcionamento da

cooperativa de crédito quando constatada, a qualquer tempo, uma ou mais das

seguintes situações:

I - inatividade operacional, sem justa causa;

II - instituição não localizada no endereço informado;

III - interrupção, por mais de quatro meses, sem justa causa, do envio de

demonstrativos contábeis exigidos pela regulamentação em vigor;

IV - descumprimento do prazo para início de funcionamento previsto no processo

de autorização, observado o disposto no art. 8º; ou

V - não cumprimento do compromisso de filiação previsto no plano de negócios.

Parágrafo único. O Banco Central do Brasil, previamente ao cancelamento pelos

motivos referidos neste artigo, divulgará, por meio que julgar mais adequado,

sua intenção de cancelar a autorização de que se trata, com vistas à eventual

apresentação de objeções, por parte do público, no prazo de trinta dias.

CAPÍTULO X

DAS DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES

Art. 41. A cooperativa singular de crédito não filiada à cooperativa central de

crédito pode contratar serviços de central e de confederação de centrais

visando, entre outros, à implementação de sistemas de controles internos e à

realização de auditoria interna exigidas pelas disposições regulamentares em

vigor.

Art. 42. Respeitadas a legislação e a regulamentação em vigor, a cooperativa de

crédito somente pode participar do capital de:

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I - cooperativa central de crédito ou confederação de crédito constituídas,

respectivamente, por cooperativas singulares ou por cooperativas centrais;

II - instituições financeiras controladas por cooperativas de crédito, de acordo

com a regulamentação específica;

III - cooperativas ou empresas controladas por cooperativa central ou por

confederação, que atuem majoritariamente na prestação de serviços e fornecimento

de bens a instituições do setor cooperativo de crédito, desde que necessários ao

seu funcionamento ou complementares aos serviços e produtos oferecidos aos

associados; e

IV - entidades de representação institucional, de cooperação técnica ou de fins

educacionais.

§ 1º A cooperativa de crédito deve, sempre que solicitada pelo Banco Central do

Brasil, fornecer quaisquer documentos ou informações sobre a entidade não

financeira de cujo capital participe direta ou indiretamente.

§ 2º A participação societária detida por cooperativa de crédito nos termos do

inciso I do caput deste artigo não deve ser computada para efeito de observância

do limite de imobilização estabelecido na regulamentação em vigor.

Art. 43. É vedado aos membros de órgãos estatutários e aos ocupantes de funções

de gerência de cooperativa de crédito participar da administração ou deter 5%

(cinco por cento) ou mais do capital de outras instituições financeiras e demais

instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, bem como de

empresas de fomento mercantil, excetuadas as cooperativas de crédito.

Parágrafo único. A vedação de que trata este artigo não se aplica à participação

de conselheiros de cooperativas de crédito no conselho de administração ou

colegiado equivalente de instituições financeiras e demais entidades

controladas, direta ou indiretamente, pelas referidas cooperativas, desde que

não assumidas funções executivas nessas controladas.

Art. 44. A cooperativa singular de crédito deve manter, em suas dependências, em

local acessível e visível, publicação impressa ou quadro informativo dos

direitos e deveres dos associados, contendo exposição sobre a forma de rateio

das eventuais perdas e a existência ou não de cobertura de fundo garantidor e

respectivos limites.

Art. 45. A cooperativa de crédito de livre admissão de associados em

funcionamento em 25 de junho de 2003 deve observar as normas aplicáveis às

cooperativas referidas no art. 12, § 1º, incisos I, II e III, não sendo exigida,

para a continuidade de seu funcionamento, a adequação aos requisitos específicos

estabelecidos nesta resolução para as novas cooperativas de livre admissão de

associados, salvo no caso de ampliação da respectiva área de atuação.

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Art. 46. As infrações aos dispositivos da legislação em vigor e desta resolução,

bem como a prática de atos contrários aos princípios cooperativistas, sujeitam

os diretores e os membros de conselhos administrativos, fiscais e semelhantes de

cooperativas de crédito às penalidades prescritas na Lei nº 4.595, de 31 de

dezembro de 1964, sem prejuízo de outras estabelecidas na legislação em vigor.

§ 1º Constatado o descumprimento de qualquer limite operacional, o Banco Central

do Brasil poderá exigir a apresentação de plano de regularização, contendo

medidas previstas para enquadramento e respectivo cronograma de execução.

§ 2º Os prazos de apresentação do plano de regularização e de cumprimento das

medidas para enquadramento e outras condições pertinentes serão determinados

pelo Banco Central do Brasil.

§ 3º A implementação de plano de regularização deverá ser objeto de

acompanhamento por parte de cooperativa central de crédito, confederação ou

auditor externo, que remeterá relatórios ao Banco Central do Brasil,

mensalmente, ou na frequência por ele determinada.

Art. 47. As cooperativas de crédito, para a realização de suas operações e

atividades, podem instalar postos de atendimento permanentes ou transitórios,

inclusive os eletrônicos, bem como unidades administrativas, na área de atuação

definida no respectivo estatuto, observados os procedimentos gerais

estabelecidos na regulamentação pertinente.

Art. 48. Fica o Banco Central do Brasil autorizado a baixar as normas e a adotar

as medidas julgadas necessárias à execução do disposto nesta resolução,

inclusive quanto às regras de transição a serem observadas pelas cooperativas de

crédito autorizadas até a data de sua entrada em vigor.

Art. 49. Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 50. Fica revogada a Resolução nº 3.442, de 28 de fevereiro de 2007, e o

art. 5º da Resolução nº 3.454, de 30 de maio de 2007, passando as citações e o

fundamento de validade de normativos editados pelo Banco Central do Brasil, com

base nas normas ora revogadas, a ter como referência esta resolução.

Brasília, 27 de maio de 2010.

Alexandre Antonio Tombini

Presidente, substituto 

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RESOLUÇÃO BACEN Nº 4.020, DE 29 DE SETEMBRO DE 2011. Altera a

Resolução nº 3.859, de 27 de maio de 2010, que dispõe sobre a

constituição e o funcionamento de cooperativas de crédito.RESOLU

ÇÃO BACEN Nº 4.020, DE 29 DE SETEMBRO DE 2011 

(DOU de 03/10/2011) 

Altera a Resolução nº 3.859, de 27 de maio de 2010, que dispõe sobre a constituição e o

funcionamento de cooperativas de crédito. 

O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o

Conselho Monetário Nacional, em sessão realizada em 29 de setembro de 2011, com base nos arts. 4º, incisos VI e VIII,

e 55 da referida Lei, e no art. 12 da Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009, resolveu:

Art. 1º O art. 37 da Resolução nº 3.859, de 27 de maio de 2010, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 37 A cooperativa central de crédito que, juntamente com a adoção de sistema de garantias recíprocas entre as

singulares filiadas, realize a centralização financeira das disponibilidades líquidas dessas filiadas pode valer-se do

limite de exposição por cliente de 10% (dez por cento) da soma do PR total das filiadas, limitado ao PR da central, nas

seguintes operações:

I - depósitos e títulos e valores mobiliários de responsabilidade ou de emissão de uma mesma instituição financeira,

empresas coligadas e, controladora e suas controladas, observado o disposto no § 2º do art. 36; e

II - concessão de créditos e garantias a filiadas, em operações previamente aprovadas pelo conselho de administração

da cooperativa central quando não forem utilizados recursos referidos no § 1º deste artigo.

§ 1º Não estão sujeitas ao limite de exposição por cliente as operações de crédito na forma de repasses e garantias a

filiadas, envolvendo recursos captados ao amparo das normas do crédito rural e outras linhas de crédito ou programasde equalização de taxas de juros sujeitos a legislação específica, destinados à concessão de financiamentos a

cooperados, observadas, adicionalmente, as seguintes condições:

I - adoção, nos contratos firmados entre a cooperativa central e a cooperativa singular e entre a cooperativa singular

e o cooperado, de cláusulas estabelecendo prerrogativa em favor da cooperativa central, passível de ser acionada a

qualquer tempo e de forma independente, que permita realizar a cobrança, diretamente dos cooperados, das parcelas

vincendas dos financiamentos individuais, na forma de endosso do título de crédito ou de outro ato jurídico cujos

efeitos possibilitem a referida cobrança;

II - assunção de coobrigação contratual por parte das cooperativas filiadas, na qualidade de fiadoras mutuamente

solidárias, obrigando-se a cobrir imediatamente, em favor da cooperativa central, na proporção dos respectivos PRs, a

falta de pagamento de parcelas relativas à liquidação do repasse devido por qualquer das coobrigadas; e

III - adoção de sistemática de pagamentos das cooperativas singulares para a cooperativa central, relativamente à

quitação dos recursos a elas repassados, que limite a cinco dias úteis a permanência, em cada singular, dos recursos

pagos pelos cooperados a título de liquidação dos financiamentos individuais, inclusive no caso de liquidação

antecipada.

§ 2º A concessão de créditos e garantias ao amparo deste artigo deve observar normas próprias, aprovadas pela

assembleia geral da cooperativa central, relativas aos limites de crédito, garantias a serem observadas e outros

aspectos julgados relevantes para o controle do riscos decorrentes dessas operações.

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§ 3º Para o cálculo do montante admissível de operações de crédito e de garantia em favor de determinada filiada,

realizadas ao amparo do limite estabelecido no caput, devem ser deduzidas as operações em aberto, devidas por essa

filiada, realizadas segundo o limite de exposição por cliente estabelecido no art. 36, inciso II, alínea "b"." (NR)

Art. 2° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

ALEXANDRE ANTONIO TOMBINI

Presidente do BACEN 

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http://www.cooperativismodecredito.com.br/GovernancaCooperativa.html LEGISLAÇÃO EM VIGOR: 

Atualmente o Cooperativismo de Crédito está regulamentado de acordo com aseguinte legislação: 

1) Lei 4.595/64 - Lei que instituiu a Reforma Bancária em 1964;2) Lei 5.764/71 - Lei do Cooperativismo Brasileiro;3) Lei Complementar 130/2009 (Lei Complementar à Lei 5.764/71)4) Resolução 3.859/2010 (Resolução do Conselho Monetário Nacional)

- Legislação do Sistema Financeiro Nacionaly  Lei 4.131, de 03/09/1962 - Lei do Capital Estrangeiro 

y  Lei 4.595, de 31/12/1964 - Lei do Sistema Financeiro Nacional 

y  Lei 4.728, de 14/07/1965 - Lei do Mercado de Capitais 

y  Lei 6.024, de 13/03/1974 - Lei de Intervenções e Liquidações 

y  Lei 6.385, de 07/12/1976 - Lei do Mercado de Valores Mobiliários 

y  Lei 7.357, de 02/09/1985 - Lei do Cheque 

y  Lei 7.492, de 16/06/1986 - Lei do Colarinho Branco / Crimes Financeiros y  Lei 9.069, de 29/06/1995 - Lei do Real 

y  Lei 9.447, de 14/03/1997 - Lei da Responsabilidade Solidária 

y  Lei 9.613, de 03/03/1998 - Lei da "Lavagem" de Dinheiro 

y  Lei 9.710, de 19/11/1998 - Lei do PROER 

y  Lei 10.214, de 27/03/2001 - Lei do Sistema de Pagamentos Brasileiro 

.

PÚBLICO ALVO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO 

As Cooperativas de Crédito brasileiras podem ser constituídas com o objetivo de

atender os seguintes públicos (Resolução 3859/10): 

a) cooperativas de crédito mútuo de empregados: constituídas porempregados, servidores e pessoas físicas prestadoras de serviço em caráter não eventual, deuma ou mais pessoas jurídicas, públicas ou privadas, definidas no estatuto, cujas atividadessejam afins, complementares ou correlatas, ou pertencentes a um mesmo conglomeradoeconômico;

b) cooperativas de crédito mútuo de profissionais liberais: constituídas por pessoas que desenvolvam alguma profissão regulamentada, como advogados,médicos, contadores etc.; ou que atuem em atividade especializada, como pedreiros,eletricistas, padeiros etc.; ou ainda, pessoas cujas atividades tenham objetos semelhantes ouidentificáveis por afinidade ou complementariedade, como é o caso de arquitetos eengenheiros; médicos e dentistas, entre outros;

c) cooperativas de crédito rural: constituídas por pessoas que desenvolvam,atividades agrícolas, pecuárias, extrativas ou de captura e transformação do pescado, desdeque inseridas na área de atuação da cooperativa;

d) cooperativas de crédito mútuo de empreendedores: constituídas porpequenos e microempresários que se dediquem a atividades de natureza industrial, comercialou de prestação de serviços, com receita bruta anual enquadrada nos limites de, no mínimo,R$ 244.000,00 e, no máximo, R$ 1.200.000,00. Limites estes fixados pelo art. 2º da Lei9.841/99, para as empresas de pequeno porte. Neste tipo de cooperativa podem ser incluídas

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as atividades descritas para as cooperativas de crédito rural;

e) cooperativas de crédito de livre admissão de associados: cujoquadro social é constituído e delimitado em função de área geográfica. Neste tipo decooperativa, qualquer grupo de pessoas, desde que corresponda às exigências da Lei 5.764/71(Lei das Cooperativas) e das normas regulamentares emanadas do Banco Central, pode formaruma cooperativa de crédito. Entre os anos 60 e 70 era proibida a criação desse tipo decooperativa, elas só voltaram a ser plenamente admitidas em 2003, com a Resolução nº3.106

do Banco Central.

Podem existir, ainda, cooperativas de crédito de tipo misto, que desenvolvam atividadesinerentes a mais de uma das modalidades citadas. Decorrem, em sua maioria, de processos defusão, incorporação e continuidade de funcionamento.

É admitida a constituição de mais de uma cooperativa de crédito na mesma área de ação,independentemente do seu tipo e desde que adotada denominação social diferenciada.

OS 7 PRINCÍPIOS UNIVERSAIS QUE REGEM O COOPERATIVISMO 

Os princípios cooperativistas definidos pela ACI (Aliança Cooperativa Internacional) são as linhasorientadoras através das quais as cooperativas levam à prática os seu valores.

1) ADESÃO LIVRE E VOLUNTÁRIA: Qualquer pessoa pode ingressar numa cooperativa, desde queo faça de forma livre e espontânea, atenda aos requisitos previstos no estatuto da entidade e adira aosprincípios da doutrina cooperativista, é o que dispõe o art. 29 da Lei 5.764/71. Jamais um indivíduo pode serobrigado a associar-se à cooperativa como meio de obter vantagens ou de assegurar direitos que a leigarante a todos independentemente de estarem ou não organizados em cooperativas. Por outro lado,ninguém pode ser impedido de ingressar numa cooperativa em virtude da não aceitação por parte dosassociados, como ocorre, por exemplo, nas sociedades limitadas.

Este princípio encontra respaldo constitucional no art. 5º, inciso XX da Constituição Federal, que afirma que

ninguém será obrigado a associar-se ou a permanecer associado. Sua aplicação demonstra a affectiosocietatis presente em quaisquer tipos de sociedades.

Convém esclarecer, contudo, que não poderão ingressar no quadro das cooperativas os agentes de comércioe empresários que operem no mesmo campo econômico da sociedade. Este impedimento visa dificultar autilização dos preceitos cooperativos em matéria tributária como fachada para a sonegação de impostos.

2) GESTÃO DEMOCRÁTICA: A cooperativa deve ser administrada por todos os cooperadosatravés de representantes eleitos para conduzi-la, mas sobretudo, através da Assembléia Geral, órgãomáximo da organização cooperativa, a quem cabe as decisões mais importantes da entidade, que sãotomadas segundo o princípio da gestão democrática, isto é, cada cooperado tem direito a um votoindependentemente da sua participação financeira (quota parte) na entidade. O direito a voto é decorrentedo simples ingresso na sociedade, sendo igual para todos.

3) PARTICIPAÇÃO ECONÔMICA: Todos os associados participam na constituição financeira dacooperativa através da integralização e subscrição de suas quotas partes, bem como usufruem dosresultados obtidos ao final de cada exercício, seja através da distribuição das sobras entre os cooperados,seja em razão dos investimentos feitos com tais sobras em prol da empresa como um todo. Na distribuiçãodas sobras não tem relevância o valor da quota integralizada pelo cooperado, mas a sua participação nasatividades da sociedade. Não há relação de proporcionalidade entre o capital investido e a distribuição anualdas sobras; esta proporção é referente às operações que o associado realiza com a cooperativa.

Neste ponto convém acrescentar que a Lei 5.764/71, art. 28, inciso I, determina a criação, pelascooperativas, de um Fundo de Reserva destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento das

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atividades da entidade. Este Fundo deve ser constituído mediante o recolhimento de 10%, no mínimo, dassobras líquidas apuradas no exercício.

4) AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA: A cooperativa não pode vincular-se de formasubordinada a nenhuma entidade ou pessoa estranha ao seu quadro de cooperados. Pode firmar convênios,acordos e outros mecanismos para ampliar suas atividades ou melhorar as condições dos serviços prestadosaos seus cooperados. Entretanto, estes recursos não podem resultar em desrespeito à autonomia e aocontrole democrático da entidade pelos sócios.

 A Constituição Federal, art. 5º, inciso XVIII, determina que: "A criação de associações e, na forma da lei, ade cooperativas independe de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento". Aautonomia assegurada às cooperativas obriga inclusive o Estado a não intervir em suas atividades.

Esta garantia, entretanto, não se aplica às cooperativas de crédito, eis que, como instituições financeiras,necessitam de autorização para funcionamento, concedida pelo Banco Central, e estão submetidas afiscalização, realizada por este Banco e pelas Cooperativas Centrais.

5) EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO: Faz-se necessário que aqueles que ingressamnuma entidade cooperativa tenham clareza com relação à doutrina cooperativista, bem como quanto aofuncionamento da entidade da qual passam a fazer parte.

Este princípio é de fundamental importância, uma vez que o cooperativismo constitui doutrina própria, comprincípios específicos, formas de atuação definidas e não pode ser confundido com outros tipos deassociação comuns em qualquer sociedade. É necessário que a cooperativa, assim como as federações,confederações e demais entidades que congregam estas empresas peculiares, invistam na educação de seusmembros e da comunidade em geral, como forma de esclarecimento a respeito do pensamento cooperativoe incentivo às novas iniciativas de associação de indivíduos segundo o modelo proposto por esta doutrina.

Para a maior efetivação deste princípio, a Lei 5.764/71, art. 28, inciso II, determina às cooperativas, aobrigatoriedade da constituição de um Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, com orecolhimento de, no mínimo, 5% das sobras líquidas do exercício.

6) INTERCOOPERAÇÃO: Este princípio foi adotado a partir de 1966, pela Aliança Cooperativa

Internacional, no Congresso de Viena. Preconiza que a união e a cooperação sejam realizadas não apenasentre os membros de uma cooperativa, mas também pelas cooperativas entre si, através de estruturaslocais, regionais, nacionais e até internacionais.

Esta intercooperação deve realizar-se tanto de forma horizontal, entre as cooperativas de um mesmo nívelde organização (singulares, centrais etc.), como de forma vertical, entre as cooperativas singulares e ascentrais, entre estas e as organizações nacionais etc.

7) INTERESSE PELA COMUNIDADE: O principal objetivo de uma cooperativa é a melhoria dascondições de vida daqueles que nela ingressam. Não se admite uma cooperativa voltada exclusivamentepara o mercado, visando a obtenção de lucros, aviltando os direitos dos cooperados. A história docooperativismo demonstra que a preocupação com a comunidade foi a fonte de onde brotou toda aconstrução doutrinária desta forma de sociedade. A comunidade constitui, ao mesmo tempo, o objetivo e o

objeto de toda verdadeira cooperativa.

GOVERNANÇA COOPERATIVA

O que é Governança ?

O aumento da competitividade de as pressões por eficiência e ganhos de escala tornaram osinvestidores mais exigentes quanto à sua capacidade de influenciar a atuação das empresas.Esse quadro produziu o movimento pela melhoria da governança corporativa.

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As questões que impulsionam os estudos sobre governança corporativa são aseparação entre propriedade e controle, inerente às grandes empresas contemporâneas, eos problemas gerados por esta separação. Daí ser o foco da governança corporativa assegurarque os executivos persigam os objetivos determinados pelos acionistas e pelo conselho, o quereduz o denominado problema de agêncai, ocasionado por diferenças de movimentação e deobjetivos entre proprietários e gestores, assimetria de informação e preferências de risco.

As denominadas "boas práticas" de governança corporativa passaram a ser perseguidas e

exigidas, vistas como uma forma de o investidor recuperar seu poder na organização. Estudosposteriores, que mostram que as boas práticas geram valor para os acionistas, foram umaforte motivação para que se multiplicasse a adoção da governança.

Como existem modelos organizacionais diferenciados no que se refere à distribuição docontrole de capital, as pesquisas sobre governança têm se orientado para propor soluções aquestões abrangentes, resultantes das interações entre os grupos de influência sobre aorganização - proprietários, gestores, conselhos - e a forma como o poder é compartilhado eas decisões são tomadas, até mesmo quanto aos aspectos de prestação de contas,transparência, representatividade, direitos e eqüidade.

Todo o tipo de organização pode se beneficiar dos avanços no campo da governança. Épreciso, contudo, construir modelo de governança que respeite as singularidades de cada tipo

de organização.

Por que e para que o projeto Governança Cooperativa conduzido peloBACEN? 

O segmento de crédito cooperativo brasileiro conta com 4,5 milhões de associados em todo oBrasil, número que se encontra em significativa expansão. Esse segmento se caracteriza, nosúltimos anos, por crescimento e mudança no perfil das cooperativas. 

Novos tipos de cooperativas de crédito foram introduzidos pela regulamentação, possibilitandoque sua atuação se estendesse ao público em geral. No entanto, devido à necessidade de osgestores atentarem para as novas e complexas condições de mercado, aumentaram as

exigências do Banco Central para funcionamento dessas cooperativas. 

O projeto Governança Cooperativa pode contribuir para a construção de um sólido e adequadoambiente de governança, que considere as especificidades das cooperativas de crédito narealidade econômica e no sistema financeiro. Seu objetivo é, então, disseminar as diretrizespara as boas práticas de governança em cooperativas de crédito no Brasil. o projetonão tem propósitos normativos nem de fiscalização, sendo a indução de boas práticas oobjetivo principal. 

O pressuposto desse projeto é que a solidez e a eficiência do sistema financeiro, de formageral, e a do segmento de cooperativas de crédito, particularmente, passa por uma boagovernança. Nesse sentido, um adequado sistema de governança pode viabilizar o crescimentosustentado do segmento de cooperativas de crédito no Brasil, o que irá contribuir para garantir

tanto sua solidez quanto a de todo o Sistema Financeiro Nacional (SFN), que é a missão doBanco Central. Ressalta-se que quanto melhor a governança dessas instituições, mais efetivotorna-se seu monitoramento pelo Banco Central. 

O projeto vai de encontro do objetivo estratégico do Banco Central de adequar os processos deregulação e de fiscalização do sistema financeiro aos melhores padrões e práticas adotadosinternacionalmente, uma vez que as boas práticas de governança são recomendadas pelosorganismos internacionais e amplamente difundidas em instituições financeiras. Ascooperativas de crédito, que estão sob a égide do Banco Central, portanto, devem estar emsintonia com as melhores práticas de governança. 

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 Benefícios Esperados 

Como benefício do projeto espera-se que contribua para o fortalecimento da governança emcooperativas de crédito, o que favorece o crescimento sustentado do segmento no Brasil.

Público-alvo 

O público-alvo do projeto são as cooperativas de crédito singulares, centrais de cooperativasde crédito, confederações de cooperativas de crédito, bancos cooperativos, outrasorganizações ligadas ao cooperativismo e o Banco Central do Brasil. 

A participação e o envolvimento do público-alvo durante o desenvolvimento do projeto sãofundamentais. Para tanto, a etapa de divulgação se estende ao longo de todo o projeto, desdeo seu início, uma vez que a adoção de boas práticas é um processo lento e que o projetomelhor atingirá seu objetivo se houver a efetiva participação e envolvimento do público-alvocom o projeto e o tema. 

Governança em Cooperativas de Crédito 

Em cooperativas de crédito é fácil identificar como o assunto tem se mostrado significativo noâmbito internacional ± ver, como exemplos, material nos sites da Confederação Alemã deCooperativas (DGRV ± http://www.dgrv.org/), World Council of Credit Unions (WOCCU -http://www.woccu.org/), National Association of State Credit Union Supervisors (Nascus -http://www.nascus.org/) e Confederación Latinoamericana de Cooperativas de Ahorro y

Crédito (Colac - http://www.colac.com/).

Entre os benefícios que advêm da melhoria das práticas de governança, destacam-se: maissegurança das cooperativas singulares e do sistema, aumento da participação e do controleinterno, desenvolvimento da visão cooperativista, redução de custos operacionais,fortalecimento dos conselhos e mais estímulo ao desenvolvimento profissional.

Algumas características essenciais da organização de crédito cooperativista devemser consideradas ao tratar de suas questões de governança:

1.  o proprietário é gestor e cliente ao mesmo tempo;2.  apóia-se em princípios sólidos de associativismo;3.  não se norteia pela expectativa de maximização do lucro; e4.  orienta-se para relações de longo prazo. 

A preocupação com a governança das cooperativas é um dos elementos fundamentais paraampliar a confiança do público e trazer novos investimentos e recursos para essasorganizações, coadunando-se com o desafio da ampliação da escala de atendimento e daeficiência operacional num novo contexto mais complexo. 

A Resolução do CMN 3.859/2010 em seu Capítulo IV trata especificamente de Princípios deGovernança Corporativa. As questões abordadas na resolução são basicamente: 

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y  As cooperativas de crédito devem observar política de governança corporativaaprovada pela assembleia geral, que aborde os aspectos de representatividade eparticipação, direção estratégica, gestão executiva e fiscalização e controle, e quecontemple a aplicação dos princípios de segregação de funções na administração,transparência, equidade, ética, educação cooperativista, responsabilidade corporativa eprestação de contas. 

As cooperativas singulares de livre admissão, de empresários, de pequenos empresários,

microempresários e microempreendedores devem adotar estrutura administrativaintegrada por conselho de administração e por diretoria executiva a ele subordinada.Desta forma, o principal executivo destas cooperativas deverá ser um Diretor Executivo e nãomais um colaborador contratado (Superintendente ou Gerente Regional/Geral).

PRINCÍPIOS DE GESTÃO DE UM SISTEMA DE CRÉDITO COOPERATIVO 

Autogestão em Cooperativas: 

Princípio básico do cooperativismo, o conceito de autogestão se refere ao controle dacooperativa pelos seus associados, procurando ressaltar que as decisões, encaminhamentos,direção e patrimônio de uma cooperativa é de responsabilidade dos mesmos. Busca-seenfatizar o caráter fundamentalmente democrático e participativo da gestão cooperativista, naqual todos os cooperados devem estar envolvidos, elegendo seus representantes para osórgãos de administração, fiscalização e de ética e participando das decisões em assembléias.Trata-se de um modelo de gestão capaz de envolver todos os trabalhadores no processodecisório do empreendimento, fomentando o exercício cotidiano da cidadania, entendida comouma ação política deliberativa voltada para o benefício da pessoa humana e da coletividade.

Conselho de Ética: 

Importante instrumento para gestão democrática, o conselho de ética, em conjunto com oconselho fiscal, possibilita aos cooperados acompanhar a administração da cooperativa durantetoda uma gestão. A ação do conselho de ética permite que assuntos relativos à conduta e

conflitos da direção ou de qualquer cooperado possam ser resolvidos a medida que ocorram,garantindo o bom andamento das atividades da cooperativa. Formado pelos próprioscooperados, eleitos em assembléia geral, o conselho de ética tem o número de seusconselheiros, titulares e suplentes, assim como o tempo de mandato, definidos no estatuto dacooperativa. Podendo ser convocado pela diretoria ou pelos cooperados sempre que houvercasos a serem averiguados, sua função principal é julgar os casos relacionados à ética edisciplina do quadro social. O objetivo é orientar a diretoria na condução de situações em quehaja desrespeito do estatuto e do regimento interno por parte dos associados, podendorecomendar punições. Para tanto, é fundamental que o conselho de ética esteja previsto noestatuto social da cooperativa, já que, de acordo com legislação atual, sua existência não éobrigatória. 

 AUTO GESTÃO EM COOPERATIVAS DE CRÉDITO 

À medida que um sistema de crédito cooperativo congrega diversas organizações(cooperativas singulares, centrais, confederação, banco), torna-se necessária a definição devalores éticos e princípios de gestão que nortearão os destinos do empreendimento,dentre os quais Ademar Schardong enumera em seu livro ³Cooperativa de Crédito ±Instrumento de Organização Econômica da Sociedade´ os que preponderam nos sistemas maisavançados. 

y  Valorização inegociável da forma cooperativa de ser: todos os integrantes dainstituição, associados, dirigentes, executivos contratados e colaboradores, deverão

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pautar suas ações no sentido de preservar e desenvolver o empreendimentocooperativo, diante do diferencial competitivo que lhe é próprio: ³ser cooperativa´. 

y  Desenvolvimento assentado na valorização do associado: O objetivo final dosistema deverá o de atingir resultado econômico positivo às atividades dos sócios. 

y  Observância dos normativos oficiais e internos do Sistema: O princípiocooperativista da livre adesão deverá ser integralmente observado, desde que os

valores éticos e profissionais da instituição não sejam afrontados. 

y  Transparência ao quadro social e de acionistas: Caberá aos administradores dosistema cooperativo, no exercício de suas atribuições, desenvolver e implementarinstrumentos e processos que propiciem a divulgação dos atos relativos à gestão eadministração, especialmente quanto à situação econômica, financeira, patrimonial e dedesempenho. 

y  Neutralidade político-partidária dos Administradores, Executivos eColaboradores: O exercício das funções operacionais e administrativas exige dosintegrantes do sistema cooperativo abdiquem dos cargos decorrentes da atividadepolítica, enquanto titulares. 

y  Concentração do poder decisório nas Cooperativas de Crédito Singulares: em setratando de decisões estratégicas, que implicarem a realização de investimentos,assunção de riscos e outras que a todos vinculam, no seio da instituição sistêmica,caberá às Cooperativas Singulares, por maioria absoluta, decidir sobre o assunto. AsCooperativas de segundo e terceiro graus (centrais e confederações), o BancoCooperativo e as demais instituições que integram o Sistema deverão atuar naelaboração de projetos, dando à eles consistência científica e técnica, alinhando-os comos objetivos do empreendimento. 

Fonte: Schardong, Ademar. Cooperativa de Crédito ± Instrumento de Organização Econômicada Sociedade. Porto Alegre, Rigel, 2002. 

Assembléia Geral em uma Cooperativa de Crédito: 

É o órgão máximo da sociedade cooperativa, responsável pelas decisões de interesse doempreendimento. As deliberações desta assembléia devem ser acatadas por todos oscooperados, inclusive os ausentes e/ ou discordantes, privilegiando sempre o interessecoletivo.

A assembléia pode ser convocada pelo Diretor-Presidente da cooperativa, ou por qualquer dosórgãos de administração (que constarem do Estatuto da Cooperativa), pelo Conselho Fiscal,ou, após solicitação não atendida, por 1/5 dos associados em pleno gozo dos seus direitos(artigo 38, § 2º da lei 5764/71). Ela será convocada com antecedência mínima de 10 dias, emprimeira convocação, através de editais afixados em locais apropriados das dependências maisfreqüentadas pelos associados, através de publicação em jornal e através de comunicação aosassociados por intermédio de circulares (artigo 38, § 1º da lei 5764/71).

A assembléia será constituída pela reunião de pelo menos 2/3 do número de associados, emprimeira convocação; pela metade mais um dos associados, em segunda convocação e pelomínimo de 10 associados na terceira e última convocação (artigo 40, incisos I, II e III da lei5764/71). A segunda e terceira convocação só ocorrerão se estiverem previstas no estatuto dacooperativa e no edital de convocação, sendo observado o intervalo mínimo de uma hora entrea realização destas. A assembléia pode ser extraordinária ou ordinária. 

Assembléia Geral Extraordinária: Realizada sempre que necessário, a Assembléia GeralExtraordinária é um importante instrumento de gestão, permitindo que assuntos emergenciaispossam ser tratados com a devida urgência. Temas que merecem atenção especial, tais comoreforma do estatuto; mudança do objeto da sociedade; fusão, incorporação ou

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desmembramento da cooperativa; dissolução voluntária da sociedade e nomeação deliquidantes; contas do liquidante são pautas exclusivas dessa Assembléia. Cabe lembrar, noentanto, que a Assembléia Geral Extraordinária pode deliberar sobre quaisquer assuntos deinteresse da cooperativa, desde que mencionados no edital de convocação.

Assembléia Geral Ordinária: Realizada, obrigatoriamente, pelo menos uma vez por ano, nodecorrer dos 3 (três) primeiros meses após o término do exercício social, é responsável pelasdeliberações relativas a temas como: aprovação da prestação de contas dos órgãos da

administração; destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas; eleição e posse doscomponentes da Diretoria e dos Conselhos quando findar o mandato; fixação do valor doshonorários e gratificações dos membros da Diretoria e dos Conselhos, caso haja; entre outrosassuntos de interesse da sociedade cooperativa. A data, horário, local e os assuntos que irãoser deliberados na assembléia deverão ser amplamente divulgados entre os sócios dacooperativa, pelos mesmos meios utilizados para a divulgação da Assembléia Geral.

Representatividade e Participação nas AssembléiasA participação dos associados na cooperativa deve ser estimulada, criando-se ambientes einstrumentos que permitam que eles se expressem e sejam ouvidos, principalmente com oobjetivo de desenvolver o senso de pertencimento, propriedade e capacidade de influenciar osrumos da cooperativa. 

A Administração da Cooperativa deve realizar esforços para assegurar a efetivarepresentatividade e participação dos associados nas deliberações da Assembléia Geral,uma vez que este é o orgão supremo da Cooperativa. 

É desejável a realização de reuniões locais com os associados (pré-assembléias), anterioresàs Assembléias Gerais, como mecanismo para fortalecer a participação e o ativismo dos associados,a fim de discutir os assuntos constantes da pauta da Assembléia. 

É desejável a utilização do regime de representação por delegados (para cooperativas com mais de3.000 associados) em cooperativas com: 

y  grande número de associadosy  baixa representatividadey  pouca participação efetiva dos associados nas AGO´s

 A pauta das Assembléias Gerais deve ser detalhada e, preferencialmente, não incluir o item "outrosassuntos", a fim de que todos os temas a discutir sejam de conhecimento prévio dos associados. 

É recomendável que sejam implantados mecanismos que permitam à cooperativa receber, antes dapublicação do edital de convocação, propostas de temas que associados tenham interesse de incluir napauta da Assembléia Geral. 

Os itens da pauta das Assembléias devem ser apreciados e votados individualmente, na seqüência disposta

no edital de convocação.  As cooperativas devem adotar o procedimento de contagem e divulgação dos votos, em vez do voto poraclamação. 

Fonte: Material disponível no site do BACEN, de autoria de Marden Marques Soares e apresentado àdirigentes de Cooperativas em 25/04/08 em Brasília/DF 

Processo Eleitoral nas Cooperativas de Crédito 

O processo eleitoral deve estar regulamentado nos normativos da Cooperativa e ser de amplo conhecimentodos associados. A condução do processo eleitoral deve ser de responsabilidade de comissão criada 

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especificamente para esta finalidade, que verificará o atendimento aos critérios estabelecidos para acandidatura aos cargos eletivos e zelará pela segurança no processo, pela transparência e igualdade deoportunidade de participação. 

Representatividade nos Conselhos - A cooperativa deve dispor de mecanismos que favoreçam aparticipação, no órgão de administração estratégica, dos diferentes grupos de interesse - regionais, setoriais,profissionais, tomadores, poupadores - formados por integrantes do quadro social. 

Conselho Fiscal: A eleição dos membros do Conselho Fiscal deve ser individual, e não por chapa, sendoempossados os candidatos mais votados, a fim de favorecer a independência do órgão. A eleição doConselho Fiscal deve ser desvinculada e independente da eleição para o órgão de administração estratégica. 

Requisitos para ser candidato: É desejável que os candidatos atendam a condições mínimas para secandidatar, tais como: capacitação técnica adequada, conhecimento do sistema financeiro, do negócio erespectivos riscos, participação em treinamento ou programa de preparação para dirigentes de cooperativasde crédito, boa reputação no segmento cooperativista ou na comunidade local. 

Fonte: Material disponível no site do BACEN, de autoria de Marden Marques Soares e apresentado àdirigentes de Cooperativas em 25/04/08 em Brasília/DF 

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO 

. As atribuições e responsabilidades dos administradores com funções estratégicas, emharmonia com as políticas do sistema associado, devem constar do estatuto da cooperativa,especialmente em relação aos seguintes pontos: 

y  orientação geral e estratégica de atuação da cooperativa; y  definição dos objetivos da cooperativa, que devem considerar, dentre outros, aqueles

que visem perenidade dos negócios; y  acompanhamento do desempenho dos administradores com funções executivas, sendo,

no mínimo uma vez por ano, registrado em documento próprio. A avaliação deve serrealizada com base em objetivos previamente definidos e de acordo com oplanejamento estratégico; 

y  definição de critérios claros e transparentes de remuneração dos executivos, de forma

compatível com a capacidade financeira da cooperativa e com a remuneração praticadano mercado para funções semelhantes; y  defiinição de mecanismo de entrega, para todos os administradores, do conteúdo das

atas de reuniões do Conselho Fiscal, formal e individualmente; 

Devem ser também consideradas atribuições do Conselho de Administração: 

y  assegurar-se de que os principais riscos para a Cooperativa sejam avaliados; y  aprovar o plano de contingência para os riscos da Cooperativa; y  em harmonia com os princípios cooperativistas, analisar a conveniência de vincular

parcela da remuneração dos administradores com função executiva ao cumprimentodos objetivos estratégicos; 

y  zelar pelo cumprimento das orientações do código de conduta da cooperativa; 

Os conselheiros suplentes do órgão de administração estratégica devem ser atuantes e emnúmero reduzido. Os suplentes devem estar familiarizados com os problemas da cooperativa para o exercício desua função. É desejável que os suplentes, mesmo quando não estejam substituindo os titulares, participemdas reuniões do órgão colegiado, com a faculdade de expressar suas opiniões, mas sem direitoa voto. .. Segundo o BACEN as cooperativas de crédito brasileiras tem em média 6,2 conselheiros deadministração efetivos. O estudo apresentado no dia 25/04/08 em Brasília mostra tambémque: 

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y  72% das Cooperativas possuem Conselho de Administração (CONSAD) y  16% das Cooperativas possuem apenas Diretoria, não tendo Conselho de Administração

(CONSAD) y  Em 70% das Cooperativas quem conduz os assuntos administrativos do dia-a-dia da

Cooperativa é um diretor eleito e que tem funções executivas. Nos demais 30% dasCooperativas existe um executivo contratado com esta finalidade. 

Segundo Lyndall Urwick, "cada pessoa deve preencher uma função, o que determina uma

divisão de especialização". Com esta afirmação o BACEN aconselha que haja nas cooperativasuma clara separação entre os papéis desempenhados pelos administradores com funçõesestratégicas (Conselho de Administração ou Diretoria) e aqueles com funções executivas(diretoria executiva, superintendência ou gerência). 

As deliberações estratégicas, a definição de políticas para a cooperativa e a prestação decontas aos associados devem ser funções desempenhadas por conselheiros de administraçãoou diretores que não ocupem funções executivas. O estatuto ou regimento interno devedisciplinar as atribuições e responsabilidades dos administradores com funções estratégicas eaqueles com função executiva. 

O órgão de administração estratégica da cooperativa deve ter práticas de organização internae composição adequada para facilitar o processo decisório, sendo preferencialmente

constituído por número ímpar de associados eleitos. 

As reuniões do CONSAD devem acontecer via de regra, sem a participação de administradorescom função executiva, salvo quando chamados a prestar esclarecimentos. 

Os Conselheiros de Administração devem eleger entre si o Presidente do colegiado, que nãodeve ter funções executivas e responderá pelas atividades do órgão, principalmente perante osassociados. 

É desejável que a remuneração dos administradores com funções estratégicas, quando não setratar de trabalho voluntário, tenha relação com a remuneração atribuída ao executivoprincipal, não computados benefícios e eventual remuneração variável desse último, segundocritérios aprovados em Assembléia Geral. 

As decisões dos órgãos de administração devem se sobrepor aos interesses individuais de seusmembros. 

Os novos membros do conselho de administração empossados devem receber informaçõesnecessárias à efetividade de sua atuação - que inclui conhecimento da história da cooperativa,estrutura, processos, sistemas, mercados e concorrentes, conhecimento das políticas dosórgãos reguladores, regras de funcionamento do órgão - e receber documentos tais como:últimos relatórios anuais, atas das Assembléias e das reuniões ordinárias, pareceres doConselho Fiscal e Auditorias, planejamento estratégico, situação econômico-financeiradetalhada, dentre outros. 

O órgão de administração estratégica deve utilizar-se dos trabalhos das auditorias interna eexterna como fonte de informação sobre o funcionamento da cooperativa, independentemente

das informações reportadas pelos administradores com funções executivas. 

Os membros dos órgãos de administração devem dispor de tempo adequado para cumprir comsuas obrigações e responsabilidades. 

Fonte: Material disponível no site do BACEN, de autoria de Abelardo Duarte de Melo Sobrinhoe apresentado à dirigentes de Cooperativas em 25/04/08 em Brasília/DF

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CONSELHO FISCAL EM COOPERATIVAS DE CRÉDITO 

Órgão responsável pela fiscalização de toda administração da cooperativa, com poder deconvocar assembléias sempre que detectar qualquer assunto que careça da apreciação e dadecisão dos associados. É o conselho fiscal que fiscaliza a parte financeira e administrativa dacooperativa, aprova a prestação de contas anual, assim como assegura o cumprimento dasdecisões das Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária, orientando o Conselho deadministração e/ ou a diretoria nos procedimentos corretos a serem seguidos. 

O conselho fiscal é composto por cooperados e é eleito em assembléia geral. Seus integrantesnão podem ter linha de parentesco direta com nenhum integrante da direção da cooperativa eo número de componentes, assim como o tempo de mandato, deve estar previsto no estatutoda cooperativa. É recomendável que o período de mandato coincida com o da direção e que aeleição de ambos ocorra de forma simultânea. 

Processo Eleitoral: O processo eleitoral deve estar regulamentado nos normativos da Cooperativa e ser deamplo conhecimento dos associados. A condução do processo eleitoral deve ser de responsabilidade decomissão criada especificamente para esta finalidade, que verificará o atendimento aos critériosestabelecidos para a candidatura aos cargos eletivos e zelará pela segurança no processo, pelatransparência e igualdade de oportunidade de participação. 

Representatividade nos Conselhos - A cooperativa deve dispor de mecanismos que favoreçam aparticipação, no órgão de administração estratégica, dos diferentes grupos de interesse - regionais, setoriais,profissionais, tomadores, poupadores - formados por integrantes do quadro social. 

Conselho Fiscal: A eleição dos membros do Conselho Fiscal deve ser individual, e não por chapa, sendoempossados os candidatos mais votados, a fim de favorecer a independência do órgão. A eleição doConselho Fiscal deve ser desvinculada e independente da eleição para o órgão de administração estratégica. 

Requisitos para ser candidato: É desejável que os candidatos atendam a condições mínimas para secandidatar, tais como: capacitação técnica adequada, conhecimento do sistema financeiro, do negócio erespectivos riscos, participação em treinamento ou programa de preparação para dirigentes de cooperativasde crédito, boa reputação no segmento cooperativista ou na comunidade local. 

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO COOPERATIVISTA

Em uma sociedade altamente individualista, competitiva eeficientista como a nossa, própria do atual contexto deglobalização, importa que uma educação cooperativistadefina claramente seus objetivos e conteúdos em relaçãoao tipo de homem e de sociedade que se pretende formar.

Parece válido poder afirmar-se que a educaçãocooperativista, antes de preocupar-se com a oportunizaçãode estímulos que valorizem os procedimentos

organizacionais e produtivistas, bem como as técnicasindispensáveis para uma boa atividade cooperativa, seconcentre primordialmente na formação de pessoassolidárias, democráticas, capazes de auto-ajudar-sena base da entre-ajuda, capazes enfim de situar ointeresse do grupo pelo menos no mesmo nível deimportância do interesse individual e familiar.

Ora, tal tipo de educação e orientação situa-se totalmente na contramão da mentalidade hojedominante, que fomenta o individualismo, a concorrência desenfreada, o passar a frente e, sefor necessário, por cima dos demais, para obter êxito na vida profissional e familiar. Aeducação para a cooperação e a solidariedade andam assim na contra-corrente dominante e

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por isso, mais difíceis de serem difundidas junto as organizações cooperativistas e aosempreendimentos solidários.

A educação cooperativista deve propor-se, de ao nível de sociedade, ser um instrumentoeficaz na construção de um tipo de convivência social onde a tão alardeada maspouco realizada democratização de oportunidades, seja acompanhada pelademocratização dos resultados atingidos pela sociedade.

Para fazer parte de uma cooperativa, diferente de uma empresa capitalista, é necessário quealém de ser capaz na função, saiba exatamente a filosofia do movimento. É impossível falarem cooperativismo e em inclusão social sem ter conhecimento sobre o assunto.

Texto extraído do Jornal Cooperativista do Sicoob Amazônia (Edição 71) e de autoria de José Odelso Schneider 

EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO: O 5º princípio cooperativo 

Faz-se necessário que aqueles que ingressam numa entidade cooperativa tenham clareza comrelação à doutrina cooperativista, bem como quanto ao funcionamento da entidade da qualpassam a fazer parte.

Este princípio é de fundamental importância, uma vez que o cooperativismo constituidoutrina própria, com princípios específicos, formas de atuação definidas e não pode serconfundido com outros tipos de associação comuns em qualquer sociedade. É necessário que acooperativa, assim como as federações, confederações e demais entidades que congregamestas empresas peculiares, invistam na educação de seus membros e da comunidade emgeral, como forma de esclarecimento a respeito do pensamento cooperativo e incentivo àsnovas iniciativas de associação de indivíduos segundo o modelo proposto por esta doutrina.

Para a maior efetivação deste princípio, a Lei 5.764/71, art. 28, inciso II, determina àscooperativas, a obrigatoriedade da constituição de um Fundo de Assistência Técnica,Educacional e Social, com o recolhimento de, no mínimo, 5% das sobras líquidas do exercício.

FATES - Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social 

FATES: As sociedades cooperativas são obrigadas a constituir o FATES - Fundo de AssistênciaTécnica Educacional e Social, que destina-se à prestação de assistência aos associados, seusfamiliares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa. É constituído deno mínimo 5% (cinco por cento) das sobras líquidas apuradas no exercício, resultante do atocooperativo.

O lucro das operações com terceiros, após a dedução dos impostos incidentes, seráintegralmente destinado ao FATES, sendo indivisível entre os sócios.

OS RECURSOS DO FATES TEM A SEGUINTE ORIGEM: 

1.  Parcela mínima de 5% das sobras de cada exercício, podendo o estatuto social

estabelecer um percentual maior;2.  Destinação das sobras à disposição da AGO, por deliberação dos associados, reunidosem Assembléia Geral;

3.  O lucro líquido das operações com terceiros (não sócios), depois de deduzidos osimpostos e contribuições incidentes;

4.  Doação recebida com finalidade específica, para aplicação em assistência técnica,educacional e social.

Leia sobre o Ato Cooperativo clicando aqui.

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PROGRAMA A UNIÃO FAZ A VIDA - PROGRAMA DE EDUCAÇÃOCOOPERATIVA 

As Cooperativas de Crédito bem como as empresas privadasdesenvolvem diversos programas sociais em suas comunidades. Um destes programas é o "AUnião Faz a Vida" desenvolvido pelo SISTEMA SICREDI.

O programa tem por objetivo construir e vivenciar atitudes e valores de cooperação ecidadania, por meio de práticas de educação cooperativa, contribuindo para a educaçãointegral de crianças e adolescentes, em âmbito nacional.

Os princípios orientam o Programa, projetam sua visão de mundo e a compreensão sobre omodo de organização econômica e social que deseja reafirmar: Cooperação e Cidadania.

Os programas sociais desenvolvidos pelas Cooperativas atendem a dois dos PrincípiosCooperativistas: Educação, Formação e Informação e Interesse pela Comunidade. 

Fonte: Site A União Faz a Vida

PROGRAMA COOPERJOVEM - SESCOOP 

Coordenado pelo SESCOOP (Serviço Nacional deAprendizagem do Cooperativismo), o Programa Cooperjovem passou a fazer parte das açõesdo SESCOOP em 2000, com o lançamento oficial no Distrito Federal, onde foi formada aprimeira turma do programa.

Veiculo de fomento ao Cooperativismo: A escola pode ser uma das principais formas dedisseminar a cultura cooperativa em uma comunidade. Os reflexos positivos são evidentespara a sociedade:

y  estímulo à formação profissional, cooperação, voluntariado e solidariedade;y  capacitação de professores;y  fortalecimento da cultura do cooperativismo;y  alternativa para inserção do jovem no mercado de trabalho; e

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y  estímulo à formação de novos empreendimentos cooperativos.

O Programa Cooperjovem foi adotado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem doCooperativismo (Sescoop) com o objetivo de fomentar o cooperativismo por meio da escola.

O objetivo do Cooperjovem se torna realidade a partir da inserção de uma propostaeducacional, baseada na relação ensino-aprendizagem, construída a partir dos princípios,valores e da prática da cooperação que embasam a doutrina do cooperativismo.

O estabelecimento do diálogo entre educador e educando facilita a integração e cria um climade confiança, respeito e cooperação, ou seja, a escola é uma extensão da família. 

O Programa Cooperjovem é um exemplo de boa aplicação dos recursos do Sistema ³S´ trabalhando pelo presente do cooperativismo e do país, mas principalmente pelo futuro. 

Segundo Gilson Bittencourt, conselheiro do SESCOOP, existem pesquisas que demonstram aligação direta entre cooperativismo e desenvolvimento humano. ³Isso prova que as duascoisas trabalham em conjunto, mais uma indicação de que é preciso unir forças para ocrescimento do cooperativismo. Daí a relevância do Programa Cooperjovem na disseminaçãodos valores cooperativistas e na conseqüente formação de novos líderes´. 

Surgimento: Em 1996, com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) ± Lei9.394/96 ± criou-se a parte diversificada do ensino. Ela foi concebida para que as escolaspudessem contemplar, em seu currículo escolar, conteúdos que refletissem a realidade localonde estavam inseridas, sem prejuízo da base nacional comum.

Foi aberta então a oportunidade de ministrar o cooperativismo nas escolas. Paraoperacionalizar a novidade o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop)adotou o Cooperjovem. O programa é voltado para professores, técnicos de cooperativas ealunos e oferece formação/capacitação continuada dentro dos princípios e valorescooperativistas aos estudantes do ensino fundamental e médio.

O processo educativo é dirigido pelo professor. O Sescoop orienta apenas com o carátersugestivo. A programação pode ser flexível para se adaptar ao ritmo, ao interesse da turma eà dinâmica em sala de aula. Cabe ao professor servir-se da metodologia participativa, usandoa criatividade e aproveitando cada situação para transforma-la em vivências e conceitos quefacilitem a compreensão do que está sendo aprendido.

O professor tem papel fundamental no programa. É ele quem vai trabalhar o conteúdo em salade aula e envolver os alunos na cultura da cooperação. Com isso, a criança descobrirá osvalores e princípios cooperativistas, e ainda praticará a ajuda mútua, a cooperação, asolidariedade em pequenos gestos do dia-a-dia.

Tendo como base o ano letivo, calcula-se que devem ser dedicados à disciplina 32 horas/aulapor ano, com uma hora semanal.

Leia mais no link. 

CAPITAL SOCIAL EM COOPERATIVAS DE CRÉDITO 

O Capital Social é o somatório de todas as quotas-partes dos associados da cooperativa. A quota-parte é uma quantia em dinheiro que os associados depositam no momento em

que entram na Cooperativa. Esse dinheiro contribui para o suporte das atividadesfinanceiras da instituição. Para funcionarem, as cooperativas precisam de recursos, pois

necessitam de capacidade própria de capitalização, o que as viabiliza operacional enegocialmente. O incremento do capital ocorre pela adesão de novos associados. 

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.

Capital social é o valor, em moeda corrente, que cada pessoa integraliza/deposita ao associar-se e que serve para o desenvolvimento da cooperativa.

Capital social é o capital que os acionistas oferecem à sociedade para garantir queempregados e fornecedores recebam no final do mês. Diferentemente do que se ensina, ocapital não pertence aos acionistas, e sim à sociedade - daí o termo "social". (Frei Luca

Paccioli, também chamado "pai da contabilidade") 

Para tornar possível a manutenção e promover o desenvolvimento dos serviços que acooperativa deve prestar aos cooperados, é preciso incentivar a capitalização, pois comodonos da sociedade os cooperados devem assumir de fato esta condição e aplicaremcapital na empresa que lhes pertence, para investir, fortalecer o capital de giro e evitar adependência de capital de terceiros. Sem capital próprio a cooperativa perde a suaindependência financeira, pois o crédito concedido pelos bancos geralmente se torna muitocaro.Fonte: OCB/ES 

É o capital social que dá ao usuário da Cooperativa a condição de dono doempreendimento cooperativo permitindo-lhe usufruir dos produtos e serviços oferecidos e

também sujeitando-se a cumprir seus direitos e obrigações perante sua Cooperativa. 

O capital social de uma cooperativa de crédito é a principal fonte formadora do seu patrimônioe garantia, perante terceiros das obrigações assumidas pela sociadade (e não pelo associado).(Matten ± 2001) 

Segundo a Lei 5.764/71: CAPÍTULO VI

Do Capital Social 

Art. 24. O capital social será subdividido em quotas-partes, cujo valor unitário não poderá sersuperior ao maior salário mínimo vigente no País. 

§ 1º Nenhum associado poderá subscrever mais de 1/3 (um terço) do total das quotas-partes,salvo nas sociedades em que a subscrição deva ser diretamente proporcional ao movimentofinanceiro do cooperado ou ao quantitativo dos produtos a serem comercializados, beneficiadosou transformados, ou ainda, em relação à área cultivada ou ao número de plantas e animaisem exploração. 

§ 2º Não estão sujeitas ao limite estabelecido no parágrafo anterior as pessoas jurídicas dedireito público que participem de cooperativas de eletrificação, irrigação e telecomunicações.

§ 3° É vedado às cooperativas distribuírem qualquer espécie de benefício às quotas-partes docapital ou estabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor dequaisquer associados ou terceiros excetuando-se os juros até o máximo de 12% (doze por

cento) ao ano que incidirão sobre a parte integralizada. (A Lei Complementar 130/2009 alterouo teto de 12% ao ano tendo como novo parâmetro a taxa SELIC).

Art. 25. Para a formação do capital social poder-se-á estipular que o pagamento das quotas-partes seja realizado mediante prestações periódicas, independentemente de chamada, pormeio de contribuições ou outra forma estabelecida a critério dos respectivos órgãos executivosfederais.

Art. 26. A transferência de quotas-partes será averbada no Livro de Matrícula, mediante termoque conterá as assinaturas do cedente, do cessionário e do diretor que o estatuto designar.

Art. 27. A integralização das quotas-partes e o aumento do capital social poderão ser feitos

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com bens avaliados previamente e após homologação em Assembléia Geral ou medianteretenção de determinada porcentagem do valor do movimento financeiro de cada associado. 

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às cooperativas de crédito, às agrícolas mistas comseção de crédito e às habitacionais.

§ 2° Nas sociedades cooperativas em que a subscrição de capital for diretamente proporcionalao movimento ou à expressão econômica de cada associado, o estatuto deverá prever sua

revisão periódica para ajustamento às condições vigentes. 

O capital social serve de base para a definição do volume de negócios e balizamento para afixação dos limites operacionais, nos termos da Resolução CMN 3442/2007. 

O ATO COOPERATIVO 

Um dos pontos mais difíceis de tratar quando se fala em tributação de entidades cooperativasé com referência ao que dispõe a Constituição Federal a respeito da matéria. A nossa CartaMagna prevê expressamente, em seu art. 174, § 2º, que "A lei apoiará e estimulará ocooperativismo e outras formas de associativismo", afirmando ainda, no art. 146, incisoIII, alínea c, que caberá à legislação complementar a competência para instituir adequado

tratamento tributário ao ato cooperativo praticado por estas sociedades. A referida leicomplementar ainda não foi editada, sendo, por conseqüência, aplicada a Lei nº5.764/71 (Leidas Cooperativas), conforme determinação da própria Constituição, no Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias, art. 34, § 5º19.

Ato Cooperativo - Conforme o art. 79 da Lei nº5.764/71, ato cooperativo é aquelepraticado entre a cooperativa e seus associados, entre os associados e a cooperativae por cooperativas associadas entre si, com vistas ao atendimento de suasfinalidades sociais. Segundo afirma Ênio Meinen, em se tratando de cooperativas de crédito,constituem atos cooperativos

y  [...] tudo o que se relacionar com a prestação de serviços financeiros ou movimentaçãofinanceira (captação de recursos, a concessão de crédito e a remuneração dasdisponibilidades residuais mediante investimentos no mercado financeiro), uma vez queconverge com a essência de seus propósitos sociais (previstos em lei) [...].

Quanto a estes atos, as sociedades cooperativas são alcançadas pelos institutos da imunidade,isenção e não-incidência, com relação aos tributos em espécie e suas respectivascompetências, conforme dispõe o Sistema Tributário Nacional.

O que ocorre é que as sociedades cooperativas de crédito trabalham com captação de recursosfinanceiros e concessão de empréstimos. Nessas atividades torna-se bastante difícil aaplicação, no sentido literal, dos conceitos de ato cooperativo e não cooperativo. Aidentificação, em cada atividade realizada pela cooperativa no mercado, dos recursospertencentes aos cooperados individualmente considerados e dos pertencentes à sociedadecooperativa, decorrente de atos não cooperativos, não é tarefa fácil e exige um sistema decontrole bastante abrangente e eficaz. Para tentar conduzir a questão por um caminho seguro,deve-se buscar, de início, a identificação do objetivo final dessas operações dentro do sistemacooperativista.

O art. 111 da Lei 5.764/71 estabelece três situações em que os resultados positivos obtidospelas cooperativas são considerados como renda tributável. São as situações dispostas nosarts. 85, 86 e 88 da mesma Lei. Vejamos sua redação:

y  Art. 85. As cooperativas agropecuárias e de pesca poderão adquirir produtos de nãoassociados, agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados ao

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cumprimento de contratos ou suprir capacidade ociosa de instalações industriais dascooperativas que as possuem.

y  Art. 86. As cooperativas poderão fornecer bens e serviços a não associados, desde quetal faculdade atenda aos objetivos sociais e esteja de conformidade com a presente lei.Parágrafo único. No caso das cooperativas de crédito e das seções de crédito dascooperativas mistas, o disposto neste artigo só se aplicará com base em regras a seremestabelecidas pelo órgão normativo.

y  Art. 88. Poderão as cooperativas participar de sociedades não cooperativas para melhor

atendimento dos próprios objetivos e de outros de caráter acessório ou complementar.(redação decorrente da MP nº1.961-23).Parágrafo único. As inversões decorrentes dessa participação serão contabilizadas emtítulos específicos e seus eventuais resultados positivos levados ao "Fundo deAssistência Técnica, Educacional e Social" (FATES).

O primeiro dos artigos citados não faz referência às cooperativas de crédito. Quanto aosdemais, determinam que serão devidos tributos sobre as receitas oriundas de prestação deserviços a não-cooperados e sobre os resultados decorrentes da participação societária dacooperativa em entidades não-cooperativas. São, como se percebe, os atos não-cooperativos.

Convém esclarecer que os benefícios fiscais assegurados às cooperativas não são extensivosaos associados individualmente considerados. É o que determina o Decreto 3000/99, (art.

167) que regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do impostosobre a renda e sobre proventos de qualquer natureza.

Pelo fato de serem as cooperativas reguladas por lei própria que estabelece tratamentoespecial perante a legislação do imposto de renda, estas sociedades não podem optar peloSistema Integrado de Pagamento de Imposto e Contribuições das Microempresas e Empresasde Pequeno Porte ± SIMPLES.

A respeito da matéria, a 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça aprovou, por unanimidade, aedição da Súmula no 262: "Incide o imposto de renda sobre o resultado das aplicaçõesfinanceiras realizadas pelas cooperativas", aprovada em 25/4/2002 e publicada no DJU em 7de maio de 2002.

A respeito dessa matéria convém esclarecer o seguinte: a Súmula 262 resultou deentendimento fundamentado em quatro argumentos básicos, segundo ensinamento de ÊnioMeinen (2002, p. 63):

y  a) a obtenção de rendimentos a partir de aplicações financeiras caracteriza atividade derisco ou especulação financeira, configurando atividade estranha ao objeto social daentidade cooperativa;

y  b) as receitas assim obtidas não decorrem de atos cooperativos, conforme conceituaçãodo art. 79 da Lei 5764/71;

y  c) a não admissão de interpretação extensiva em matéria tributária, exceto emsituações excepcionais;

y  d) a edição da Lei 7.450/85, que prevê a incidência do imposto de renda na fonte sobreos rendimentos dessas operações, aplicável a todas as pessoas jurídicas.

Segundo o entendimento do STJ, a aplicação de recursos no mercado financeiro não secoaduna com os fins a que se propõe a empresa cooperativa, vez que não é finalidade dacooperativa a negociação de dinheiro. Convém acrescentar, contudo, que nos precedentes daSúmula 262 não houve em nenhum dos julgados exame de recurso referente a cooperativa decrédito. Tratavam-se de demandas envolvendo, em sua maioria, cooperativas de consumo ecooperativas agropecuárias.

Este entendimento não se estende às cooperativas de crédito, eis que a negociação de dinheirono mercado financeiro constitui atividade-fim ou, no mínimo, atividade-meio desse tipo deentidade. De fato, o art. 23, incisos I a III, do Regulamento Anexo à Resolução 3.106, de 25de junho de 2003 do Banco Central, dispõe:

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Art. 23. As cooperativas de crédito podem:

y  I ± captar depósitos, somente de associados, sem emissão de certificado; obterempréstimos ou repasses de instituições financeiras nacionais ou estrangeiras; receberrecursos oriundos de fundos oficiais e recursos, em caráter eventual, isentos deremuneração ou a taxas favorecidas, de qualquer entidade na forma de doações,empréstimos ou repasses;

y  II - conceder créditos e prestar garantias, inclusive em operações realizadas ao amparo

da regulamentação do crédito rural em favor de produtores rurais, somente aassociados;

y  III ± aplicar recursos no mercado financeiro, inclusive em depósitos à vista e a prazocom ou sem emissão de certificado, observadas eventuais restrições legais eregulamentares específicas de cada aplicação.

Verifica-se, portando, que a referida Súmula aplica-se às cooperativas que não tenham odinheiro como objeto e que, por conseguinte não tenham na negociação financeira atividadeprópria, inerente à finalidade de gerar benefícios para os seus cooperados.

Tributação do Ato Cooperativo poderá sofrer modificações

Governo Federal está propondo modificações na legislação sobre as sociedadescooperativas (Notícias RFB de Julho/2008)

O Governo Federal está propondo modificações da legislação sobre as sociedades cooperativasem geral, no tocante à matéria tributária, por intermédio de dois projetos.

O primeiro, uma lei complementar que estabelece normas gerais sobre o adequado tratamentotributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas a que alude a alínea "c"do inciso III do art. 146 da Constituição Federal.

A lei complementar especifica que o ato cooperativo praticado pela sociedade cooperativa está

isento dos seguintes tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios:

y  a) Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;y  b) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;y  c) Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações

de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS;y  d) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS;y  e) Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos, a Qualquer Título, por Ato Oneroso, de

Bens Imóveis, por Natureza ou Acessão Física, e de Direitos Reais sobre Imóveis,Exceto os de Garantia, bem como Cessão de Direitos a sua Aquisição - ITBI.

Este projeto advém do comando constitucional que aponta para o tratamento tributário

diferenciado, em favor do cooperativismo e das sociedades cooperativas, devendo ser umanorma de caráter nacional onde é contemplada a isenção dos impostos incidentes sobre o atocooperativo.

O segundo, uma lei ordinária, que dispõe sobre o tratamento tributário aplicável às sociedadescooperativas em geral, contemplando os diversos ramos do cooperativismo, especificando oato cooperativo e a forma de incidência dos tributos a que está sujeita cada espécie desociedade cooperativa.

Os ramos do cooperativismo especificados no Projeto são:

y  a) sociedade cooperativa de produção industrial;

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y  b) sociedade cooperativa de produção agropecuária e agroindustrial e das cooperativasde venda em comum;

y  c) sociedade cooperativa de eletrificação rural;y  d) sociedade cooperativa de transporte rodoviário de cargas;y  e) sociedade cooperativa de transporte de passageiros;y  f) sociedade cooperativa de trabalho;y  g) sociedade cooperativa de serviços de saúde;y  h) sociedade cooperativa de habitação;y  i) sociedade cooperativa de mineração;y   j) sociedade cooperativa de produção educacional;y  k) sociedade cooperativa social;y  l) sociedade cooperativa de crédito; ey  m) sociedade cooperativa de corretores de seguros.

No tocante à cooperativa de consumo, esta continuará sujeita às mesmas normas deincidência dos tributos de competência da União, nos termos e condições aplicáveis às demaispessoas jurídicas.

Quanto à cooperativa social, criada nos termos da Lei nº 9.867, de 10 de novembro de 1.999,constituída com a finalidade de inserir as pessoas físicas em desvantagem no mercadoeconômico, por meio do trabalho, sobre o ato cooperativo por ela praticado, bem como sobre

as receitas ou resultados das operações decorrentes de tal ato cooperativo, não incidirãoquaisquer tributos de competência da União, exceto a Contribuição Previdenciária.

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES 

O projeto de lei ordinária que dispõe sobre o tratamento tributário aplicável às sociedadescooperativas em geral adota como regra base a transparência da sociedade cooperativa doponto de vista tributário. As principais modificações em relação ao modelo atual são:

y  a) tributação no cooperado das sobras líquidas e dos juros sobre capital;y  b) tratamento tributário por espécies de cooperativas;y  c) o ato cooperativo será tributado no cooperado;y  d) rendimento de aplicações financeiras - permitida a distribuição aos cooperados; ey  e) possibilidade da sociedade cooperativa participar de consórcios;

ATO COOPERATIVO 

É o negócio jurídico decorrente do objeto social da sociedade, realizado em proveito de seuscooperados, Pessoa Física ou Pessoa Jurídica, quando praticado entre:

y  a) a sociedade cooperativa e o cooperado e vice-versa;y  b) a sociedade cooperativa e a respectiva central ou confederação da qual seja

associada.

ATO NÃO COOPERATIVO 

É o negócio jurídico realizado pela cooperativa quando o beneficiário do resultado for:

y  I - a própria sociedade cooperativa; ouII - a Pessoa Física ou Pessoa Jurídica, pública ou privada, não cooperada.

DA TRIBUTAÇÃO DO COOPERADO: 

Estão sujeitos à incidência dos tributos os valores pagos, creditados ou capitalizados pelacooperativa aos cooperados, Pessoa Física ou Pessoa Jurídica, em decorrência do atocooperativo.

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TRATAMENTO TRIBUTÁRIO DO ATO COOPERATIVO NA COOPERATIVA: 

LEI Nº 5.764, de 1971 PROJETO DE LEI

1) IR PJ e CSLL

Isento

1) IR PJ e CSLL

Isento

2) PIS/PASEP e COFINS

b) contribuinte;

a) responsável tributária, no caso de vendasem comum.

Base de cálculo = faturamento menosdeduções e exclusões

2) PIS/PASEP e COFINS

Suspensão, exceto nos casos de:

a) cooperativa de produção industrial:

Regime de apuração cumulativa

b) cooperativa de crédito: 

Base de cálculo = faturamento menosdeduções e exclusões

3) IPI

Se Cooperativa for industrial:

é contribuinte do IPI

3) IPI

Se Cooperativa for industrial:

é contribuinte do IPI

4) Demais Tributos:

Contribuinte

4) Demais Tributos:

Contribuinte

5) Rendimento de Aplicaçõesfinanceiras:

Imposto de Renda Retido na Fonte:

O rendimento não podia ser distribuído

5) Rendimento de Aplicações financeiras:

Imposto de Renda Retido na Fonte:

O rendimento poderá ser distribuído

E o Imposto de Renda Retido será compensadocom o devido pelo cooperado quando dadistribuição

6) Juros sobre o Capital Próprio

Tributa o cooperado

Imposto de Renda Retido na Fonte: alíquotade 20%

6) Juros sobre o Capital Próprio

Tributa o cooperado

Imposto de Renda Retido na Fonte:

alíquota de 15%

7) Sobras Líquidas

Resultado positivo apurado na Demonstraçãodo Resultado do Exercício:

Não tributa na Cooperativa

Tributa o cooperado

7) Sobras Líquidas

Resultado positivo apurado na Demonstraçãodo Resultado do Exercício:

Não tributa na Cooperativa

Tributa o cooperado 

DISTRIBUIÇÃO DAS SOBRAS NA COOPERATIVA DE CRÉDITOFonte: Artigo: Distribuição de Sobras nas Cooperativas de Crédito 

"Quanto ao resultado positivo alcançado pela cooperativa de crédito, objeto deste trabalho,vislumbramos da análise da legislação pátria, que o retorno das sobras líquidas do exercícioterá destinação proporcional ao valor das operações realizadas pelo associado (art. 4°, VII daLei 5.764/71) ou a critério de previsão estatutária (art. 21, IV da Lei 5.764/71). A lei

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sabiamente prevê que a devolução das sobras será proporcional às operaçõesrealizadas pelo cooperado ou conforme previsão estatutária. As sobras constituem aseconomias da cooperativa para os associados e, no final de cada ano, são distribuídas deacordo com o valor das operações realizadas por cada cooperado.

A polêmica surge quanto à definição de operações. Seria a subscrição e integralização dequotas partes dos cooperados caracterizada como uma operação? A lei limita o alcance daoperação às atividades tipicamente financeiras da cooperativa? Muitos doutrinadores têm

entendido que operação é todo e qualquer ato praticado entre o cooperado e a cooperativa,entre eles a subscrição e integralização de quotas partes. Este pensamento não deixa de estarcorreto, uma vez que o ato primordial de todo cooperado é a subscrição e integralização desuas quotas partes, pois do contrário, não poderia participar do quadro social e,conseqüentemente, usufruir as demais operações tipicamente financeiras fornecidas pelascooperativas de crédito. Se este ato principal não for valorizado, através de o adotarmos comouma das operações que podem ser vulgarizadas para efeito de distribuição do resultado,estaremos penalizando o cooperado que acreditou na sua cooperativa.

Se não for valorizada a importância do capital nas cooperativas de crédito, as mesmas tendema se enfraquecer. Não podendo utilizar esta operação como um dos parâmetros paradistribuição do resultado anual, estaremos prejudicando o associado que acreditou nacooperativa ao efetuar a subscrição e integralização de sua parte no capital, recurso abundantee disponível para o desenvolvimento do objetivo e da finalidade social da cooperativa decrédito. 

Entretanto, o artigo 24, § 3° da Lei n° 5.764/71 e a Lei Complementar 130/09,proibem expressamente a distribuição de qualquer espécie de benefício às quotaspartes do capital, ou a instituição de outras vantagens ou privilégios, entre eles, as sobras,exceto juros de até o máximo de 100% da Taxa Selic (CDI) ao ano. Portanto, a Lei dassociedades cooperativas limita o alcance da operação às atividades tipicamente financeiras dacooperativa. Ademais, as sociedades cooperativas, mesmo as de crédito, não objetivam ageração de lucros e é exatamente isto que as diferencia das sociedades mercantis. Todo oexcedente financeiro não se destina a remunerar o capital, mas simplesmente retorna aocooperado na proporção de suas atividades com a cooperativa. 

Segundo o entendimento do eminente educador cooperativista José Eduardo Oliveira Irion ³ opapel do capital na cooperativa é inteiramente diferente do papel do capital empregado emsociedade mercantil ´ . ³ Enquanto na sociedade mercantil ´, continua o nobre doutrinador, ³ oemprego do capital tem por objetivo a geração de lucros, o capital investido nacooperativa tem por objetivo dar a entidade condições de gerar serviços aosassociados. A quota que cada cooperado adquire, dá a cooperativa condições de servir seuquadro social e, tão somente, isto ´ (Cooperativismo Médico, 2ª Edição, pág. 05). 

O ilustre professor Reginaldo Ferreira Lima discorre que ³a distribuição das sobras e dasperdas deve ser diretamente proporcional à expressão econômica das operações anuais dossócios com a cooperativa. De outra forma, haverá remuneração do capital e não do objetoeconômico da cooperativa, o que pode distorcer os seus fins econômicos ´ (obra já citada, pág.104). Além disso, o Banco Central do Brasil, instituição fiscalizadora das cooperativas decrédito, exige, taxativamente, que a distribuição de sobras seja feita exclusivamente de forma

proporcional às operações e serviços realizados pelos associados no respectivo exercício social,não se admitindo considerar, dentre estas operações, a subscrição e integralização de quotaspartes do capital (item 4, alínea µ d ¶ da Circular Bacen n° Deorf/GTBHO ± 2006/00890, de15/02/2006). Os processos instruídos em desconformidade com os modelos e documentosexigidos pelo Banco Central poderão sofrer punições por parte deste." 

VANTAGEM DO PAGAMENTO DE JUROS AO CAPITAL SOCIAL 

Se por um lado a legislação veda a distribuição de benefícios ao capital social, por outro alegislação que regulamenta o pagamento de JCP (Juros ao Capital Próprio) beneficia os

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associados da Cooperativa. Ocorre que as bases de cálculo da distribuição de sobras e dos juros ao capital são diferentes: 

Distribuição de Sobras  Juros ao Capital Próprio 

O valor remanescente após asdestinações estatutárias (FATES e

Fundo de Reserva) fica à disposiçãodos associados na AGO 

Os juros ao capital próprio são deduzidos do resultado dacooperativa de crédito ainda no decorrer do exercício

fiscal, isto significa que somente após o pagamento dos

 juros é que serão feitas as destinações do FATES e Fundode Reserva. 

Para ilustrar a explicação acima nada melhor do que um exemplo prático. Suponha que oestatuto social da cooperativa preveja uma destinação ao FATES de 5% e de Fundo de Reservade 45%. Suponha ainda que a Cooperativa tenha tido um resultado no ano de R$ 3 milhões epossua de Capital Social o valor de R$ 15 milhões. Suponha ainda que a cooperativa em umadas simulações opte por pagamento de juros ao capital de 10% ao ano, valor este equivalenteao CDI do ano. 

Destinações  Modelo sem pagamento

de JCP 

Modelo com pagamentode JCP 

Sobras no Ano  3.000.000,00  3.000.000,00 

Juros ao Capital (10%)  0,00  1.500.000,00 

IRR F sobre JCP (15%)  0,00  225.000,00 

Sub-Total  3.000.000,00  1.275.000,00 

FATES (5%)  150.000,00  63.750,00 

Fundo de Reserva (45%)  1.350.000,00  573.750,00 

Sobras à Distribuir na AGO  1.500.000,00  637.500,00 

Total destinado aosassciados 

(JCP + sobras distribuídas- IRR F) 

1.500.000,00  1.912.500,00 

Percebe-se portanto que no modelo em que houve o pagamento de juros ao capital social ovalor distribuído aos associados foi 28% superior ao modelo em que as sobras foramdistribuídas apenas proporcionalmente à movimentação do associado com sua cooperativa. 

Apesar desta vantagem para o associado da Cooperativa atualmente são poucas aquelas quepagam juros sobre capital, sendo que como motivos para tal temos a intenção de evitar atributação de 15% de IRR F (Imposto de Renda Retido na Fonte) e talvez odesconhecimento da vantagem acima. 

Segundo o COSIF (Plano Contábil das Instituições Financeiras), "para efeito de elaboração epublicação do resultado do semestre/exercício, o montante da despesa incorrida, relativa aopagamento dos juros referentes à remuneração do capital próprio, deve ser objeto

de ajuste, mediante reclassificação para Lucros ou Prejuízos Acumulados, de modoque seus efeitos, inclusive tributários, sejam eliminados do resultado dosemestre/exercício." (Capítulo 1, seção 22, 14). "O valor do ajuste de que trata o itemanterior deve ser apresentado na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido doSemestre/Exercício (documento nº 11), como destinação do resultado, em verbete específico". 

A Receita Federal do Brasil, através de seu Parecer Normativo CST nº 38 de 1980, consideraproibido o pagamento de juros sobre o capital nos casos em que as cooperativas nãoapuram sobras.