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1 CONVENÇÃO-QUADRO PARA O CONTROLE DO TABACO: Um eixo norteador na implantação de Ações de Controle de Tabagismo Soraya Araujo Uchoa Cavalcanti 1 RESUMO A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco – CQCT instituída em 2003 por 192 países durante a 56ª Assembléia Geral das Nações Unidas tem servido de eixo norteador para a implantação de políticas nacionais e locais de controle de tabagismo. Este artigo evidencia a relação entre a Política Municipal de Controle de Tabagismo e outros Fatores de Risco de Câncer com a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, na medida em que esta influencia diretamente a formulação de políticas locais de controle de tabagismo. Palavras-Chave:Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, Controle de Tabagismo, Saúde Pública. ABSTRACT To I Convention-square for the Control of the Tobacco - CQCT instituted in 2003 by 192 countries during to 56th General Assembly of the United Nations it has been serving as axis norteador for the implantation of national politics and places of tobacco control. This article evidences the relationship between the Municipal Politics of Tobacco Control and other Factors of Risk of Cancer with to I Convention-square for the Control of the Tobacco, in the measure in that this influences the formulation of local politics of tobacco control directly. Keywords: Convention-picture for the Control of the Tobacco, Tobacco Control, Public health. 1 Estudante de Pós Graduação. Universidade de Pernambuco - UPE / Prefeitura Municipal do Recife [email protected] .

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CONVENÇÃO-QUADRO PARA O CONTROLE DO TABACO: Um eixo norteador na

implantação de Ações de Controle de Tabagismo

Soraya Araujo Uchoa Cavalcanti1

RESUMO

A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco – CQCT instituída em 2003 por 192 países durante a 56ª Assembléia Geral das Nações Unidas tem servido de eixo norteador para a implantação de políticas nacionais e locais de controle de tabagismo. Este artigo evidencia a relação entre a Política Municipal de Controle de Tabagismo e outros Fatores de Risco de Câncer com a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, na medida em que esta influencia diretamente a formulação de políticas locais de controle de tabagismo. Palavras-Chave:Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, Controle de Tabagismo, Saúde Pública.

ABSTRACT

To I Convention-square for the Control of the Tobacco - CQCT instituted in 2003 by 192 countries during to 56th General Assembly of the United Nations it has been serving as axis norteador for the implantation of national politics and places of tobacco control. This article evidences the relationship between the Municipal Politics of Tobacco Control and other Factors of Risk of Cancer with to I Convention-square for the Control of the Tobacco, in the measure in that this influences the formulation of local politics of tobacco control directly. Keywords: Convention-picture for the Control of the Tobacco, Tobacco Control, Public health.

1 Estudante de Pós Graduação. Universidade de Pernambuco - UPE / Prefeitura Municipal do Recife

[email protected].

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I. INTRODUÇÃO

A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco – CQCT instituída em 2003

por 192 países durante a 56ª Assembléia Geral das Nações Unidas tem servido de

eixo norteador para a implantação de políticas nacionais e locais de controle de

tabagismo. Este artigo pretende evidenciar a vinculação entre a Política Municipal de

Controle de Tabagismo e outros Fatores de Risco de Câncer com a Convenção-

Quadro para o Controle do Tabaco, na medida em que esta influencia diretamente a

formulação de políticas locais de controle de tabagismo.

De acordo com dados do INCA (2010)

o Brasil é hoje o quarto maior produtor de tabaco no mundo e fica atrás apenas da China, Estados Unidos e Índia e, desde 1993, ocupa o primeiro lugar na exportação mundial. A folha de tabaco proveniente do Brasil é conhecida internacionalmente como de boa qualidade e de baixo preço, devido aos baixos custos internos de sua produção. Contribui para este quadro a não mecanização da lavoura que, apesar de causar um baixo rendimento da cultura, fornece um produto de melhor qualidade, graças ao cuidado manual com que as folhas do fumo são tratadas. Além disso, o emprego de produtores e suas famílias na lavoura resulta em menores gastos com salários, barateando os custos de produção, mas gerando sérios danos à saúde e ao meio ambiente.

O tabagismo foi visto como uma opção por um estilo de vida durante pelo

menos quatro séculos, porém é responsável por cinco milhões de mortes anuais no

mundo e pelo menos 200 mil mortes apenas no Brasil, segundo a Organização

Panamericana de Saúde (OPAS). A estimativa, de acordo com a Organização Mundial

de Saúde (OMS) é de “que, se a atual tendência de consumo for mantida nos

próximos 30 a 40 anos, quando os fumantes jovens de hoje atingirem a meia idade, a

epidemia tabagística será responsável por 10 milhões de mortes por ano, sendo que

70% delas ocorrerão em países em desenvolvimento” (MS, 2004).

Diante desse quadro no ano de 2003 192 países na 56ª Assembléia Geral das

Nações Unidas optaram pela Convenção Quadro para o controle do Tabaco. Essa

convenção traz diretrizes claras sobre as ações que precisam ser adotadas nos países

para a contenção do avanço do tabagismo e redução das mortes por doenças tabaco

relacionas.

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II. A CONVENÇÃO-QUADRO PARA O CONTROLE DO TABACO E A POLÍTICA

MUNICIPAL DE CONTROLE DE TABAGISMO

A Convenção Quadro para o Controle do Tabaco tem servido de inspiração

para a proposição e implementação de políticas públicas (nacionais, estaduais e

municipais) na área temática de tabagismo, adotada pela Organização Mundial de

Saúde (OMS) em maio de 2003 e assinada pelo Brasil em junho de 2003,

o objetivo da presente Convenção e de seus protocolos é proteger as gerações presentes e futuras das devastadoras conseqüências sanitárias, sociais, ambientais e econômicas geradas pelo consumo e pela exposição à fumaça do tabaco, proporcionando uma referência para as medidas de controle do tabaco, a serem implementadas pelas Partes nos níveis nacional, regional e internacional, a fim de reduzir de maneira contínua e substancial a prevalência do consumo e a exposição à fumaça do tabaco (Brasil, 2006).

A atuação dos países subsidiários à convenção deverão estar pautados em

alguns princípios fundamentais, tais como:

a necessidade de tomar medidas para proteger toda pessoa da exposição à fumaça do tabaco; a necessidade de tomar medidas para prevenir a iniciação, promover e apoiar a cessação e alcançar a redução do consumo de tabaco em qualquer de suas formas; a necessidade de adotar medidas para promover a participação de pessoas e comunidades indígenas na elaboração, implementação e avaliação de programas de controle do tabaco que sejam social e culturalmente apropriados as suas necessidades e perspectivas; e a necessidade de tomar medidas, na elaboração das estratégias de controle do tabaco, que tenham em conta aspectos específicos de gênero (idem).

A Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, em seu Artigo 12 – Educação,

Comunicação, Conscientização, Treinamento e Educação do Público, prevê

medidas legislativas, executivas, administrativas e/ou outras medidas efetivas para promover: amplo acesso a programas eficazes e integrais de educação e conscientização do público sobre os riscos que acarretam à saúde, o consumo e a exposição à fumaça do tabaco, incluídas suas propriedades aditivas; conscientização do público em relação aos riscos que acarretam para a saúde o consumo e a exposição à fumaça do tabaco, assim como os benefícios que advém do abandono daquele consumo e dos estilos de vida sem tabaco (...); acesso do público, em conformidade com a legislação nacional, a uma ampla variedade de informação sobre a indústria do tabaco, que seja de interesse para o objetivo da presente Convenção; programas de treinamento ou sensibilização eficazes e apropriados, e de conscientização sobre o controle do tabaco, voltados para trabalhadores da área de saúde, agentes comunitários, assistentes sociais, profissionais de comunicação, educadores, pessoas com poder de decisão, administradores e outras pessoas interessadas; conscientização e participação de organismos públicos e privados e organizações não-governamentais, não associadas à indústria do tabaco, na elaboração e aplicação de programas e estratégias intersetoriais de controle do tabaco; e conscientização do público e acesso à informação sobre as

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conseqüências adversas sanitárias, econômicas e ambientais da produção e do consumo do tabaco (BRASIL, 2008).

Várias das ações apresentadas foram incorporadas na proposta do Programa

Nacional de Controle de Tabagismo e outros Fatores de Risco de Câncer. Este

Programa desenvolve ações pontuais e “contínuas que utilizam unidades de saúde,

escolas e ambientes de trabalho como canais para atingir os públicos-alvo” (INCA,

2010). Dentre as ações pontuais estão as atividades desenvolvidas nas datas alusivas

ao 31 de Maio – dia Mundial Sem Fumar, Dia 29 de agosto – Dia Nacional de

Combate ao Fumo e Dia 27 de novembro – Dia Nacional de Combate ao Câncer. Já

no que se refere às ações contínuas, encontram-se: ações legislativas mediante apoio

técnico e acompanhamento de projetos de lei; ações econômicas que envolve estudos

sobre “produção, preços, publicidade, consumo e arrecadação relacionados com o

tabaco e seus derivados no Brasil” (Idem) de modo a fornecer subsídios para a ação

regulatória da política pública brasileira; capacitação profissional a partir de níveis

distintos de atuação das políticas municipais e estaduais de controle de tabagismo.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão responsável pela política nacional

de controle de tabagismo junto ao Ministério da Saúde (MS) vem estruturado ações

para o controle do tabagismo, dentre eles encontram-se os tratamentos para

tabagistas, legislação reguladora dos ambientes livres de fumo, campanhas entre

outras.

De acordo com dados da OMS (2011a,b) o tabagismo é a principal causa

evitável de morte. Este ano, mais de cinco milhões de pessoas morrerão de doenças

tabaco relacionadas como derrame, câncer, doença pulmonar, infarto, entre outras.

Ainda segundo a OMS (Idem) “o número de mortes anuais em decorrência da

epidemia global de tabagismo pode subir para 8 milhões até 2030”, 100 milhões

durante o século 20 e 1 bilhão de pessoas no século 21.

Cavalcante (2005) aponta que as diretrizes do Programa Nacional de Controle

de Tabagismo (PNCT) buscam atuar através sobre

determinantes sociais e econômicos que favorecem a expansão do consumo de tabaco e envolvem: Criação de um contexto social e político favorável à redução do consumo de tabaco; Equidade, integralidade e intersetorialidade nas ações; Construção de parcerias para enfrentamento das resistências ao controle do tabagismo; Redução da aceitação social do tabagismo; Redução dos estímulos para a iniciação; Redução do acesso aos produtos derivados do tabaco; Proteção contra os riscos do tabagismo passivo; Redução das

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barreiras sociais que dificultam a cessação de fumar; Aumento do acesso físico e econômico ao tratamento para cessação de fumar; Controle e monitoramento dos produtos de tabaco comercializados no país, desde seus conteúdos e emissões até as estratégias de marketing e promoção dos mesmos; Monitoramento e vigilância das tendências de consumo e dos seus efeitos sobre saúde, economia e meio ambiente.

III. ALGUNS DADOS SOBRE O MUNICÍPIO DO RECIFE

No município do Recife os dados referentes à pesquisa do Inquérito Domiciliar

sobre Comportamento de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não

Transmissíveis refere que estas apresentam um panorama da realidade recifense no

que se refere ao Tabagismo, conforme os dados apresentados a seguir. Tal pesquisa

foi aplicada em 15 capitais e no Distrito Federal nos anos de 2002-2003 (IBGE, 2008).

No que se refere ao percentual de fumantes regulares de cigarros com 15 anos

ou mais, de acordo com o estudo, o município de Recife apresentou taxa de 17,4% de

fumantes, sendo 21,9% para fumantes do sexo masculino e 14,1% para fumantes do

sexo feminino. Já no que se refere à faixa etária de fumantes de 15 a 24 anos a

prevalência de fumantes entre a população recifense é da ordem de 8,1% contra os

20,5% de fumantes com 25 anos ou mais de idade.

Embora a prevalência de fumantes entre jovens de 15 a 24 anos seja

relativamente menor, sugerindo uma queda na taxa de iniciação ao tabagismo, há que

se observar existe legislação vigente quanto à proibição de vendas de produtos do

tabaco para a faixa etária abaixo dos 18 anos, sugerindo assim que essa população

permanece tendo acesso a esse produto.

Outro dado alarmante se refere ao percentual de fumantes regulares de cigarros

na população de 15 anos e mais, por escolaridade. Neste caso, Recife apresentou

taxa de prevalência de 25,8% para fumantes com Ensino Fundamental incompleto e

11,5% para fumantes que apresentaram Ensino Fundamental completo e mais. Tais

dados sugerem que a exposição aos riscos do tabagismo atinge de forma diferenciada

diferentes parcelas da população, especialmente quanto à escolaridade.

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IV. A COORDENAÇÃO DE CONTROLE DE TABAGISMO E OUTROS FATORES DE

RISCO DE CÂNCER DO RECIFE (CCTFR)

A Coordenação de Controle de Tabagismo e outros Fatores de Risco de

Câncer do Recife (CCTFR) foi instituída em julho de 2001. Institucionalmente em nível

municipal está inserida no Programa Mais Vida de Redução de Danos, ligada

diretamente à Gerência de Redução de Danos e a Diretoria Geral de Atenção à Saúde

- DGAS.

De acordo com Menezes e Campos Neta2 ao sistematizaram essa política no

período compreendido 2001-2007 destacaram que

Recife implantou e coordena os três projetos nacionais em nível local, implantou o Projeto-Piloto Abordagem do Fumante em espaços públicos e já conta com os Centros de Referência para Abordagem e Tratamento do Fumante funcionando nos CAPSad em todos os seis Distritos Sanitários Saúde. Além disto, foi um dos pioneiros na articulação do tratamento de tabagismo simultâneo ao lado do álcool e de outras drogas nos CAPSad e albergues terapêuticos (2008: 74) .

Atualmente o município do Recife conta com 11 grupos para tratamento de

dependentes de nicotina localizados nos Centros de Atenção Psicossocial para Álcool,

Fumo e outras Drogas – CAPSad e em 2011 está passando pelo processo de

ampliação dos grupos de tratamento para a atenção básica. Serão outros 11 grupos

em 2011 distribuídos nas unidades de saúde da família. Os profissionais dessas

unidades foram capacitados na Abordagem Mínima e Intensiva do Fumante e estão

sendo acompanhados pelos profissionais da CCTFR com o suporte dos CAPSad.

Para além da oferta de tratamento à população a CCTFR desenvolve ações

educativas e de orientação3 quanto à: campanhas de sensibilização nas datas alusivas

aos dias 31 de maio (Dia Mundial Sem Fumar) e 29 de agosto (Dia Nacional de

Combate ao Fumo); palestras sobre Tabagismo e Qualidade de Vida desenvolvidas a

partir da demanda de empresas, universidades, órgãos públicos, entre outros;

orientação quanto aos procedimentos necessários para a implantação de ambientes

2 Essas autoras também realizam um balanço das ações desenvolvidas pela CCTFR do período que dado o

limite deste artigo não será possível evidenciar neste momento. 3 A fiscalização dos ambientes livres de fumo está a cargo da Vigilância Sanitária Municipal, conforme

preconizado pela legislação em vigor, a quem é atribuído a prerrogativa de estabelecer multas para as

entidades que não cumprirem o disposto na legislação.

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livres de fumo por entidades diversas; aulas na temática de tabagismo para alunos de

graduação4 e pós graduação lato sensu5, conforme demandado; supervisão dos

grupos de tratamento para dependentes de nicotina; ações desenvolvidas em parceria

com demais políticas públicas; dentre várias outras ações.

De acordo com a classificação do INCA (2010) o município do Recife

desenvolve ações nos níveis 1, 2, 3 e 46, demonstrando o crescimento e consolidação

da política municipal de tabagismo ao longo desses dez anos, desde a sua

implantação em 2001.

Tais ações exigem uma atuação pautada da intersetorialidade e no

compromisso com os princípios da Reforma Sanitária e com a Saúde Pública

enquanto dever do Estado e direito da população7.

V. CONCLUSÃO

Um ultimo registro precisa ser sinalizado. Muito ainda há por fazer. A ampliação

dos grupos de tratamento para a atenção básica embora tenha iniciado em 2011, está

apenas iniciando. O preconizado pelo INCA, Ministério da Saúde, CQCT é que a oferta

de tratamento para dependentes de nicotina esteja presente no maior número de

unidades de saúde garantindo o acesso de forma descentralizada pela população que

procura os serviços de saúde.

Buscamos evidenciar neste artigo que a CQCT tem servido de eixo norteador 4 Atualmente a CCTFR profere aulas nos cursos de graduação de Enfermagem e Serviço Social, mediante

contato prévio desses cursos. 5 Já nos cursos de Pós Graduação a CCTFR profere aulas nos cursos de Dependência Química e os da

área de Saúde e Políticas Públicas. 6 O INCA (2010) fornece as seguintes classificações: “Nível 1 - criação da infra-estrutura física e política,

e desenvolvimento de ações pontuais; Nível 2 - implementação das ações contínuas em escolas, unidades

de saúde e ambientes de trabalho; Nível 3 - implementação de um sistema de monitoramento e avaliação

de modo a desenvolver um Sistema Nacional de Informação sobre Fatores de Risco de Câncer; Nível 4 -

apoio a medidas legislativas e econômicas, e estabelecimento de Centros de Tratamento da Dependência à

Nicotina”. 7 A equipe de trabalho da CCTFR é composta por um Assistente Social, uma Psicóloga e um Médico

Psiquiatra. Estes profissionais para além dos compromissos sinalizados também desenvolvem suas

atividades pautados pelos seus respectivos códigos de ética profissional que reafirmam os compromissos

supracitados.

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para a implantação e consolidação de políticas locais de controle de tabagismo. A

política macro do INCA também tem na CQCT a inspiração para o direcionamento da

política nacional de controle de tabagismo. Muito se deve ao fato de que estamos

lidando com uma indústria que tem suas bases de fixação de forma planetária, que

segue rigorosamente os ditames da nova ordem mundial, ou no que Mota (2010: 16)

refere da “(...) estrutura mundializada do capitalismo, cujo movimento de

internacionalização é marcado pela concentração do capital e descentralização da

produção (...)”.

A atuação das políticas locais de controle de tabagismo embora possuam sua

limitação de atuação, como inclusive qualquer política, não podem perder de vista as

ações engendradas por essa indústria que provoca sérios impactos à saúde pública,

comprometendo orçamentos e 200 mil vidas anuais apenas no Brasil. Encerramos

essas considerações como começamos, apesar dos avanços inegáveis na

consolidação das políticas locais de controle de tabagismo, na certeza de que ainda

há um longo caminho a ser percorrido.

VI. REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto nº 5.658, de 02 de Janeiro de 2006. Promulga a Convenção

Quadro sobre Controle do Uso do Tabaco, adotada pelos países membros da

Organização Mundial de Saúde em 21 de maio de 2003 e assinada pelo Brasil em 16

de junho de 2003.

CAVALCANTE. T. M. O Controle de Tabagismo no Brasil: Avanços e Desafios.

Revista de Psiquiatria Clínica. Vol. 32, N.o 5. São Paulo, Revista Digital, 2005.

Disponível no site: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol32/n5/283.html Acesso:

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INCA. Instituto Nacional do Câncer. Programa Nacional de Controle de Tabagismo

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