convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência e ... · ... a formulação e a...

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Centro de Informação das Noções Unidas no BrasilAv. Marechal Floriano, 196 - Palácio Itamaraty

20080-002 – Rio de Jnaeiro, RJTel.: (21)2253-2211 / Fax.: (21)2233-5753

e-mail: [email protected] http://rio.unic.org

Convenção sobreos Direitos dasPessoas comDeficiência

eProtocolo Facultativo

Convenção sobreos Direitos das

Pessoas com

Deficiênciae

Protocolo Facultativo

Preâmbulo

Os Estados Partes da presente Convenção,

a. Relembrando os princípios consagrados na Carta dasNações Unidas, que reconhecem a dignidade e o valorinerentes e os direitos iguais e inalienáveis de todos osmembros da família humana como o fundamento daliberdade, da justiça e da paz no mundo;

b. Reconhecendo que as Nações Unidas, na DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos e nos Pactos Internacionaissobre Direitos Humanos, proclamou e concordou que todapessoa faz jus a todos os direitos e liberdades aliestabelecidos, sem distinção de qualquer espécie;

c. Reafirmando a universalidade, a indivisibilidade, ainterdependência e a inter-relação de todos os direitoshumanos e liberdades fundamentais, bem como anecessidade de que todas as pessoas com deficiênciatenham a garantia de poder desfrutá-los plenamente, semdiscriminação;

d. Relembrando o Pacto Internacional dos DireitosEconômicos, Sociais e Culturais, o Pacto Internacional dosDireitos Civis e Políticos, a Convenção Internacional sobrea Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial,a Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas deDiscriminação contra a Mulher, a Convenção contra aTortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanosou Degradantes, a Convenção sobre os Direitos da Criançae a Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitosde Todos os Trabalhadores Migrantes e Membros de suasFamílias;

e. Reconhecendo que a deficiência é um conceito emevolução e que a deficiência resulta da interação entrepessoas com deficiência e as barreiras atitudinais eambientais que impedem sua plena e efetiva participaçãona sociedade em igualdade de oportunidades com asdemais pessoas;

f. Reconhecendo a importância dos princípios e das diretrizesde política, contidos no Programa de Ação Mundial para asPessoas Deficientes e nas Normas sobre a Equiparação deOportunidades para Pessoas com Deficiência, parainfluenciar a promoção, a formulação e a avaliação depolíticas, planos, programas e ações em níveis nacional,regional e internacional para equiparar mais asoportunidades para pessoas com deficiência;

g. Ressaltando a importância de dar principalidade àsquestões relativas à deficiência como parte integrante dasrelevantes estratégias de desenvolvimento sustentável;

h. Reconhecendo também que a discriminação contraqualquer pessoa, por motivo de deficiência, configura umaviolação da dignidade e do valor inerentes ao ser humano;

i. Reconhecendo ainda a diversidade das pessoas comdeficiência;

j. Reconhecendo a necessidade de promover e proteger osdireitos humanos de todas as pessoas com deficiência,inclusive daquelas que requerem apoio mais intensivo;

k. Preocupados com o fato de que, não obstante essesdiversos instrumentos e compromissos, as pessoas comdeficiência continuam a enfrentar as barreiras contra suaparticipação como membros iguais da sociedade e asviolações de seus direitos humanos em todas as partes domundo;

l. Reconhecendo a importância da cooperação internacionalpara melhorar as condições de vida de pessoas comdeficiência em todos os países, particularmente naquelesem desenvolvimento;

m. Reconhecendo as valiosas contribuições existentes epotenciais das pessoas com deficiência ao bem-estar comume à diversidade de suas comunidades, e que a promoção dopleno desfrute, por pessoas com deficiência, de seus direitoshumanos e liberdades fundamentais e sua plena participaçãona sociedade resultará na elevação do seu senso de fazeremparte da sociedade e no significativo avanço dodesenvolvimento humano, social e econômico da sociedade,bem como na erradicação da pobreza;

n. Reconhecendo a importância, para as pessoas comdeficiência, de sua autonomia e independência individuais,inclusive da liberdade para fazer as próprias escolhas;

o. Considerando que as pessoas com deficiência devem ter aoportunidade de participar ativamente das decisõesrelativas a programas e políticas, inclusive aos que lhesdizem respeito diretamente;

p. Preocupados com as difíceis situações enfrentadas porpessoas com deficiência que estão sujeitas a formasmúltiplas ou agravadas de discriminação por causa de raça,cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de outranatureza, origem nacional, étnica, nativa ou social,propriedade, nascimento, idade ou outra condição;

q. Reconhecendo que mulheres e meninas com deficiênciaestão freqüentemente expostas a maiores riscos, tanto nolar como fora dele, de sofrer violência, lesões ou abuso,descaso ou tratamento negligente, maus-tratos ouexploração;

r. Reconhecendo que as crianças com deficiência devemdesfrutar plenamente todos os direitos humanos eliberdades fundamentais em igualdade de oportunidadescom as outras crianças e relembrando as obrigaçõesassumidas com esse fim pelos Estados Partes na Convençãosobre os Direitos da Criança;

s. Ressaltando a necessidade de incorporar a perspectiva degênero aos esforços para promover o pleno desfrute dosdireitos humanos e liberdades fundamentais por parte daspessoas com deficiência;

t. Salientando o fato de que a maioria das pessoas comdeficiência vive em condições de pobreza e, neste sentido,reconhecendo a necessidade crítica de lidar com o impactonegativo da pobreza sobre pessoas com deficiência;

u. Tendo em mente que as condições de paz e segurançabaseadas no pleno respeito aos propósitos e princípiosconsagrados na Carta das Nações Unidas e a observânciados instrumentos de direitos humanos são indispensáveispara a total proteção das pessoas com deficiência,particularmente durante conflitos armados e ocupaçãoestrangeira;

v. Reconhecendo a importância da acessibilidade aos meiosfísico, social, econômico e cultural, à saúde, à educaçãoe à informação e comunicação, para possibilitar às pessoascom deficiência o pleno desfrute de todos os direitoshumanos e liberdades fundamentais;

w. Conscientes de que a pessoa tem deveres para com outraspessoas e para com a comunidade a que pertence e que,portanto, tem a responsabilidade de esforçar-se para apromoção e a observância dos direitos reconhecidos naCarta Internacional dos Direitos Humanos;

x. Convencidos de que a família é o núcleo natural efundamental da sociedade e tem o direito de receber aproteção da sociedade e do Estado e de que as pessoascom deficiência e seus familiares devem receber aproteção e a assistência necessárias para que as famíliaspossam contribuir para o pleno e igual desfrute dos direitosdas pessoas com deficiência;

y. Convencidos de que uma convenção internacional geral eintegral para promover e proteger os direitos e a dignidadedas pessoas com deficiência prestará uma significativacontribuição para corrigir as profundas desvantagenssociais das pessoas com deficiência e para promover suaparticipação na vida econômica, social e cultural, emigualdade de oportunidades, tanto nos países desenvolvidoscomo naqueles em desenvolvimento.

Acordaram o seguinte:

Artigo 1

Propósito

O propósito da presente Convenção é o de promover, proteger eassegurar o desfrute pleno e eqüitativo de todos os direitoshumanos e liberdades fundamentais por parte de todas as pessoascom deficiência e promover o respeito pela sua inerentedignidade.

Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos denatureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interaçãocom diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena eefetiva na sociedade com as demais pessoas.

Artigo 2

Definições

Para os propósitos da presente Convenção:

• “Comunicação” abrange as línguas, a visualização detextos, o braile, a comunicação tátil, os caracteresampliados, os dispositivos de multimídia acessível, assimcomo a linguagem simples, escrita e oral, os sistemasauditivos e os meios de voz digitalizada e os modos, meiose formatos aumentativos e alternativos de comunicação,inclusive a tecnologia da informação e comunicação;

• “Língua” abrange as línguas faladas e de sinais e outrasformas de comunicação não-falada;

• “Discriminação por motivo de deficiência” significaqualquer diferenciação, exclusão ou restrição baseada emdeficiência, com o propósito ou efeito de impedir ouimpossibilitar o reconhecimento, o desfrute ou o exercício,em igualdade de oportunidades com as demais pessoas,de todos os direitos humanos e liberdades fundamentaisnas esferas política, econômica, social, cultural, civil ouqualquer outra. Abrange todas as formas de discriminação,inclusive a recusa de adaptação razoável;

• “Ajustamento razoável” significa a modificação necessáriae adequada e os ajustes que não acarretem um ônusdesproporcional ou indevido, quando necessários em cadacaso, a fim de assegurar que as pessoas com deficiênciapossam desfrutar ou exercitar, em igualdade deoportunidades com as demais pessoas, todos os direitoshumanos e liberdades fundamentais;

• “Desenho universal” significa o projeto de produtos,ambientes, programas e serviços a serem usados, na maiormedida possível, por todas as pessoas, sem que sejanecessário um projeto especializado ou ajustamento. O“desenho universal” não deverá excluir as ajudas técnicaspara grupos específicos de pessoas com deficiência, quandonecessárias.

Artigo 3

Princípios gerais

Os princípios da presente Convenção são:

a. O respeito pela dignidade inerente, independência dapessoa, inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas,e autonomia individual.

b. A não-discriminação;

c. A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade;

d. O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoascom deficiência como parte da diversidade humana e dahumanidade;

e. A igualdade de oportunidades;

f. A acessibilidade;

g. A igualdade entre o homem e a mulher; e

h. O respeito pelas capacidades em desenvolvimento decrianças com deficiência e respeito pelo seu direito apreservar sua identidade.

Artigo 4

Obrigações gerais

1. Os Estados Partes se comprometem a assegurar e promovera plena realização de todos os direitos humanos eliberdades fundamentais por todas as pessoas comdeficiência, sem qualquer tipo de discriminação por causade sua deficiência. Para tanto, os Estados Partes secomprometem a:

a. Adotar todas as medidas legislativas,administrativas e de qualquer outra natureza,necessárias para a realização dos direitosreconhecidos na presente Convenção;

b. Adotar todas as medidas necessárias, inclusivelegislativas, para modificar ou revogar leis,regulamentos, costumes e práticas vigentes, queconstituírem discriminação contra pessoas comdeficiência;

c. Levar em conta, em todos os programas e políticas,a proteção e a promoção dos direitos humanos daspessoas com deficiência;

d. Abster-se de participar em qualquer ato ou práticaincompatível com a presente Convenção e assegurarque as autoridades públicas e instituições atuemem conformidade com a presente Convenção;

e. Tomar todas as medidas apropriadas para eliminara discriminação baseada em deficiência, por partede qualquer pessoa, organização ou empresaprivada;

f. Realizar ou promover a pesquisa e odesenvolvimento de produtos, serviços,equipamentos e instalações com desenho universal,conforme definidos no Artigo 2 da presenteConvenção, que exijam o mínimo possível deadaptação e cujo custo seja o mínimo possível,destinados a atender às necessidades específicasde pessoas com deficiência, a promover suadisponibilidade e seu uso e a promover o desenhouniversal quando da elaboração de normas ediretrizes;

g. Realizar ou promover a pesquisa e odesenvolvimento, bem como a disponibilidade e oemprego de novas tecnologias, inclusive astecnologias da informação e comunicação, ajudastécnicas para locomoção, dispositivos e tecnologiasassistivas, adequados a pessoas com deficiência,dando prioridade a tecnologias de preço acessível;

h. Propiciar informação acessível para as pessoas comdeficiência a respeito de ajudas técnicas paralocomoção, dispositivos e tecnologias assistivas,incluindo novas tecnologias bem como outras formasde assistência, serviços de suporte e instalações;

i. Promover a capacitação de profissionais e deequipes que trabalham com pessoas comdeficiência, em relação aos direitos reconhecidosna presente Convenção, para que possam prestarmelhor assistência e serviços assegurados por taisdireitos.

2. Em relação aos direitos econômicos, sociais e culturais,todo Estado Parte se compromete a tomar medidas, tanto

quanto permitirem os recursos disponíveis e, quando fornecessário, no contexto da cooperação internacional, a fim delograr progressivamente a plena realização destes direitos, semprejuízo das obrigações contidas na presente Convenção queforem imediatamente aplicáveis em virtude do direitointernacional.

3. Na elaboração e implementação de legislação e políticas paraexecutar a presente Convenção e em outros processos de tomadade decisão relativos às pessoas com deficiência, os Estados Partesdeverão estreitamente consultar e ativamente envolver pessoascom deficiência, inclusive crianças com deficiência, porintermédio de suas organizações representativas.

4. Nenhum dispositivo da presente Convenção deverá afetarquaisquer disposições mais propícias à realização dos direitosdas pessoas com deficiência, os quais possam estar contidos nalegislação do Estado Parte ou no direito internacional em vigorpara esse Estado. Não deverá haver nenhuma restrição ouderrogação de qualquer dos direitos humanos e liberdadesfundamentais reconhecidos ou vigentes em qualquer EstadoParte da presente Convenção, em conformidade com leis,convenções, regulamentos ou costumes, sob a alegação de quea presente Convenção não reconhece tais direitos e liberdadesou que os reconhece em menor grau.

5. As disposições da presente Convenção deverão estender-se atodas as unidades dos Estados federais, sem limitações ouexceções.

Artigo 5

Igualdade e não-discriminação

1. Os Estados Partes reconhecem que todas as pessoas sãoiguais perante e sob a lei e que fazem jus, sem qualquerdiscriminação, a igual proteção e igual benefício da lei.

2. Os Estados Partes deverão proibir qualquer discriminaçãopor motivo de deficiência e garantir às pessoas comdeficiência igual e efetiva proteção legal contra adiscriminação por qualquer motivo.

3. A fim de promover a igualdade e eliminar a discriminação,os Estados Partes deverão adotar todos os passos necessáriospara assegurar que a adaptação razoável seja provida.

4. Nos termos da presente Convenção, as medidas específicasque forem necessárias para acelerar ou alcança a efetivaigualdade das pessoas com deficiência não deverão serconsideradas discriminatórias.

Artigo 6

Mulheres com deficiência

1. Os Estados Partes reconhecem que as mulheres e meninascom deficiência estão sujeitas à discriminação múltipla e,portanto, deverão tomar medidas para assegurar a elas opleno e igual desfrute de todos os direitos humanos eliberdades fundamentais.

2. Os Estados Partes deverão tomar todas as medidasapropriadas para assegurar o pleno desenvolvimento, oavanço e o empoderamento das mulheres, a fim de garantir-lhes o exercício e o desfrute dos direitos humanos e liberdadesfundamentais estabelecidos na presente Convenção.

Artigo 7

Crianças com deficiência

1. Os Estados Partes deverão tomar todas as medidasnecessárias para assegurar às crianças com deficiência o

pleno desfrute de todos os direitos humanos e liberdadesfundamentais, em igualdade de oportunidades com asdemais crianças.

2. Em todas as ações relativas às crianças com deficiência, oque for melhor para elas deverá receber consideraçãoprimordial.

3. Os Estados Partes deverão assegurar que as crianças comdeficiência tenham o direito de expressar livremente suaopinião sobre todos os assuntos que lhes disserem respeito,tenham a sua opinião devidamente valorizada de acordo comsua idade e maturidade, em igualdade de oportunidades comas demais crianças, e recebam atendimento adequado à suadeficiência e idade, para que possam realizar tal direito.

Artigo 8

Conscientização

1) Os Estados Partes se comprometem a adotar medidas imediatas,efetivas e apropriadas para:

a) Conscientizar toda a sociedade, inclusive as famílias, sobre ascondições das pessoas com deficiência e fomentar o respeitopelos direitos e pela dignidade das pessoas com deficiência;

b) Combater estereótipos, preconceitos e práticas nocivas emrelação a pessoas com deficiência, inclusive os baseados emsexo e idade, em todas as áreas da vida; e

c) Promover a consciência sobre as capacidades e contribuiçõesdas pessoas com deficiência.

2) As medidas para esse fim incluem:

a) Dar início e continuação a efetivas campanhas públicasde conscientização, destinadas a:

i) Cultivar a receptividade em relação aos direitos daspessoas com deficiência;

ii) Fomentar uma percepção positiva e maior consciênciasocial em relação às pessoas com deficiência; e

iii) Promover o reconhecimento dos méritos, habilidadese capacidades das pessoas com deficiência e de suacontribuição ao local de trabalho e ao mercadolaboral;

b) Fomentar em todos os níveis do sistema educacional,incluindo neles todas as crianças desde tenra idade, umaatitude de respeito para com os direitos das pessoas comdeficiência;

c) Incentivar todos os órgãos da mídia a retratar as pessoascom deficiência de maneira compatível com o propósitoda presente Convenção; e

d) Promover programas de conscientização a respeito daspessoas com deficiência e de seus direitos.

Artigo 9

Acessibilidade

1. A fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver comautonomia e participar plenamente de todos os aspectosda vida, os Estados Partes deverão tomar as medidasapropriadas para assegurar-lhes o acesso, em igualdadede oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico,ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aossistemas e tecnologias da informação e comunicação, bemcomo a outros serviços e instalações abertos ou propiciadosao público, tanto na zona urbana como na rural. Estas

medidas, que deverão incluir a identificação e a eliminaçãode obstáculos e barreiras à acessibilidade, deverão seraplicadas, entre outros, a:

a. Edifícios, rodovias, meios de transporte e outrasinstalações internas e externas, inclusive escolas,moradia, instalações médicas e local de trabalho; e

b. Informações, comunicações e outros serviços,inclusive serviços eletrônicos e serviços deemergência;

2. Os Estados Partes deverão também tomar medidasapropriadas para:

a. Desenvolver, promulgar e monitorar aimplementação de padrões e diretrizes mínimos paraa acessibilidade dos serviços e instalações abertosou propiciados ao público;

b. Assegurar que as entidades privadas que ofereceminstalações e serviços abertos ou propiciados aopúblico levem em consideração todos os aspectosrelativos à acessibilidade para pessoas comdeficiência;

c. Propiciar, a todas as pessoas envolvidas, umacapacitação sobre as questões de acessibilidadeenfrentadas por pessoas com deficiência;

d. Dotar, os edifícios e outras instalações abertas aopúblico, de sinalização em braile e em formatos defácil leitura e compreensão;

e. Oferecer formas de atendimento pessoal ou assistidopor animal e formas intermediárias, incluindo guias,leitores e intérpretes profissionais da língua de sinais,para facilitar o acesso aos edifícios e outrasinstalações abertas ao público;

f. Promover outras formas apropriadas deatendimento e apoio a pessoas com deficiência, afim de assegurar-lhes seu acesso a informações;

g. Promover o acesso de pessoas com deficiência anovos sistemas e tecnologias da informação ecomunicação, inclusive à internet; e

h. Promover o desenho, o desenvolvimento, aprodução e a disseminação de sistemas etecnologias de informação e comunicação em faseinicial, a fim de que estes sistemas e tecnologiasse tornem acessíveis a um custo mínimo.

Artigo 10

Direito à vida

Os Estados Partes reafirmam que todo ser humano tem o inerentedireito à vida e deverão tomar todas as medidas necessárias paraassegurar o efetivo desfrute desse direito pelas pessoas comdeficiência, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

Artigo 11

Situações de risco e emergências humanitárias

Em conformidade com suas obrigações decorrentes do direitointernacional, inclusive do direito humanitário internacional edo direito internacional relativo aos direitos humanos, os EstadosPartes deverão tomar todas as medidas necessárias paraassegurar a proteção e a segurança das pessoas com deficiênciaque se encontrarem em situações de risco, inclusive situaçõesde conflito armado, emergências humanitárias e ocorrência dedesastres naturais.

Artigo 12

Reconhecimento igual perante a lei

1. Os Estados Partes reafirmam que as pessoas comdeficiência têm o direito de serem reconhecidas emqualquer parte como pessoas perante a lei.

2. Os Estados Partes deverão reconhecer que as pessoas comdeficiência têm capacidade legal em igualdade decondições com as demais pessoas em todos os aspectosda vida.

3. Os Estados Partes deverão tomar medidas apropriadas paraprover o acesso de pessoas com deficiência ao apoio quenecessitarem no exercício de sua capacidade legal.

4. Os Estados Partes deverão assegurar que todas as medidasrelativas ao exercício da capacidade legal incluamsalvaguardas apropriadas e efetivas para prevenir abusos,em conformidade com o direito internacional relativo aosdireitos humanos. Estas salvaguardas deverão assegurarque as medidas relativas ao exercício da capacidade legalrespeitem os direitos, a vontade e as preferências dapessoa, sejam isentas de conflito de interesses e deinfluência indevida, sejam proporcionais e apropriadasàs circunstâncias da pessoa, se apliquem pelo período maiscurto possível e sejam submetidas à revisão regular poruma autoridade ou órgão judiciário competente,independente e imparcial. As salvaguardas deverão serproporcionais ao grau em que tais medidas afetarem osdireitos e interesses da pessoa.

5. Os Estados Partes, sujeitos ao disposto neste Artigo,deverão tomar todas as medidas apropriadas e efetivaspara assegurar às pessoas com deficiência o igual direito

de possuir ou herdar bens, de controlar as próprias finançase de ter igual acesso a empréstimos bancários, hipotecase outras formas de crédito financeiro, e deverão assegurarque as pessoas com deficiência não sejam arbitrariamentedestituídas de seus bens.

Artigo 13

Acesso à justiça

1. Os Estados Partes deverão assegurar o efetivo acesso daspessoas com deficiência à justiça, em igualdade de condiçõescom as demais pessoas, inclusive mediante a provisão deadaptações processuais e conformes com a idade, a fim defacilitar seu efetivo papel como participantes diretos ouindiretos, inclusive como testemunhas, em todos osprocedimentos jurídicos, tais como investigações e outrasetapas preliminares.

2. A fim de assegurar às pessoas com deficiência o efetivo acessoà justiça, os Estados Partes deverão promover a capacitaçãoapropriada daqueles que trabalham na área de administraçãoda justiça, inclusive a polícia e o pessoal prisional.

Artigo 14

Liberdade e segurança da pessoa

1. Os Estados Partes deverão assegurar que as pessoas comdeficiência, em igualdade de oportunidades com as demaispessoas:

(a) Desfrutem o direito à liberdade e à segurança dapessoa; e

(b) Não sejam privadas ilegal ou arbitrariamente desua liberdade e que toda privação de liberdadeesteja em conformidade com a lei, e que aexistência de uma deficiência não justifique aprivação de liberdade;

2. Os Estados Partes deverão assegurar que, se pessoas comdeficiência forem privadas de liberdade mediante algumprocesso, elas, em igualdade de oportunidades com asdemais pessoas, façam jus a garantias de acordo com odireito internacional relativo aos direitos humanos e sejamtratadas em conformidade com os objetivos e princípiosda presente Convenção, inclusive mediante a provisão deadaptação razoável.

Artigo 15

Prevenção contra a tortura ou os tratamentos

ou penas cruéis, desumanos ou degradantes

1. Nenhuma pessoa deverá ser submetida à tortura ou atratamentos ou penas cruéis, desumanos oudegradantes. Em especial, nenhuma pessoa deverá sersujeita a experimentos médicos ou científicos sem seulivre consentimento.

2. Os Estados Partes deverão tomar todas as medidasefetivas de natureza legislativa, administrativa,judicial ou outra para evitar que pessoas comdeficiência, do mesmo modo que as demais pessoas,sejam submetidas à tortura ou a tratamentos ou penascruéis, desumanos ou degradantes.

Artigo 16

Prevenção contra a exploração, a violênciae o abuso

1. Os Estados Partes deverão tomar todas as medidasapropriadas de natureza legislativa, administrativa, social,educacional e outras para proteger as pessoas comdeficiência, tanto dentro como fora do lar, contra todasas formas de exploração, violência e abuso, incluindoaspectos de gênero.

2. Os Estados Partes deverão também tomar todas as medidasapropriadas para prevenir todas as formas de exploração,violência e abuso, assegurando, entre outras coisas, formasapropriadas de atendimento e apoio que levem em contao gênero e a idade das pessoas com deficiência e de seusfamiliares e atendentes, inclusive mediante a provisão deinformação e educação sobre a maneira de evitar,reconhecer e denunciar casos de exploração, violência eabuso. Os Estados Partes deverão assegurar que os serviçosde proteção levem em conta a idade, o gênero e adeficiência das pessoas.

3. A fim de prevenir a ocorrência de quaisquer formas deexploração, violência e abuso, os Estados Partes deverãoassegurar que todos os programas e instalações destinadosa atender pessoas com deficiência sejam efetivamentemonitorados por autoridades independentes.

4. Os Estados Partes deverão tomar todas as medidasapropriadas para promover a recuperação física, cognitivae psicológica, inclusive mediante a provisão de serviçosde proteção, a reabilitação e a reinserção social de pessoascom deficiência que forem vítimas de qualquer forma deexploração, violência ou abuso. Tal recuperação e

reinserção deverão ocorrer em ambientes que promovama saúde, o bem-estar, o auto-respeito, a dignidade e aautonomia da pessoa e levem em consideração asnecessidades de gênero e idade.

5. Os Estados Partes deverão adotar efetivas leis e políticas,inclusive legislação e políticas voltadas para mulheres ecrianças, a fim de assegurar que os casos de exploração,violência e abuso contra pessoas com deficiência sejamidentificados, investigados e, se couber, processados.

Artigo 17

Proteção da integridade da pessoa

Toda pessoa com deficiência tem o direito a que sua integridadefísica e mental seja respeitada, em igualdade de oportunidadescom as demais pessoas.

Artigo 18

Liberdade de movimentação e nacionalidade

1. Os Estados Partes deverão reconhecer os direitos daspessoas com deficiência à liberdade de movimentação, àliberdade de escolher sua residência e à nacionalidade,em igualdade de oportunidades com as demais pessoas,inclusive assegurando que as pessoas com deficiência:

a. Tenham o direito de adquirir e mudar nacionalidadee não sejam privadas arbitrariamente de suanacionalidade por causa de sua deficiência.

b. Não sejam privadas, por causa de sua deficiência,da competência de obter, possuir e utilizardocumento comprovante de sua nacionalidade ou

outro documento de identidade, ou de recorrer aprocessos relevantes, tais como procedimentosrelativos à imigração, que forem necessários parafacilitar o exercício de seu direito demovimentação.

c. Tenham liberdade de sair de qualquer país, inclusivedo seu; e

d. Não sejam privadas, arbitrariamente ou por causade sua deficiência, do direito de entrar no própriopaís.

2. As crianças com deficiência deverão ser registradasimediatamente após o nascimento e deverão ter, desde onascimento, o direito a um nome, o direito de adquirirnacionalidade e, tanto quanto possível, o direito deconhecerem seus pais e de serem cuidadas por eles.

Artigo 19

Vida independente e inclusão na comunidade

Os Estados Partes desta Convenção reconhecem o igual direitode todas as pessoas com deficiência de viver na comunidadecomo as demais e deverão tomar medidas efetivas e apropriadaspara facilitar às pessoas com deficiência o pleno desfrute destedireito e sua plena inclusão e participação na comunidade,inclusive assegurando que:

a. As pessoas com deficiência possam escolher seu local deresidência e onde e com quem morar, em igualdade deoportunidades com as demais pessoas, e que não sejamobrigadas a morar em determinada habitação;

b. As pessoas com deficiência tenham acesso a uma variedadede serviços de apoio em domicílio ou em instituições

residenciais ou a outros serviços comunitários de apoio,inclusive os serviços de atendentes pessoais que foremnecessários como apoio para viverem e serem incluídasna comunidade e para evitarem ficar isoladas ousegregadas da comunidade; e

c. Os serviços e instalações da comunidade para a populaçãoem geral estejam disponíveis às pessoas com deficiência,em igualdade de oportunidades, e atendam às suasnecessidades.

Artigo 20

Mobilidade pessoal

Os Estados Partes deverão tomar medidas efetivas para asseguraràs pessoas com deficiência sua mobilidade pessoal com a máximaautonomia possível:

a. Facilitando a mobilidade pessoal das pessoas comdeficiência, na forma e no momento em que elas quiserem,a um custo acessível;

b. Facilitando às pessoas com deficiência o acesso atecnologias assistivas, dispositivos e ajudas técnicas dequalidade, e formas de assistência direta e intermediária,tornando-os disponíveis a um custo acessível;

c. Propiciando às pessoas com deficiência e ao pessoalespecializado uma capacitação sobre habilidades demobilidade; e

d. Incentivando entidades que produzem ajudas técnicas demobilidade, dispositivos e tecnologias assistivas a levaremem conta todos os aspectos relativos à mobilidade depessoas com deficiência.

Artigo 21

Liberdade de expressão e de opinião e acesso

à informação

Os Estados Partes deverão tomar todas as medidas apropriadaspara assegurar que as pessoas com deficiência possam exercerseu direito à liberdade de expressão e opinião, inclusive àliberdade de buscar, receber e fornecer informações e idéias,em igualdade de oportunidades com as demais pessoas e porintermédio de todas as formas de comunicação de sua escolha,conforme o disposto no Artigo 2 da presente Convenção, entreas quais:

a. Provisão, para pessoas com deficiência, de informaçõesdestinadas ao público em geral, em formatos acessíveis etecnologias apropriadas a diferentes tipos de deficiência,em tempo oportuno e sem custo adicional;

b. Aceitação e facilitação, em trâmites oficiais, do uso delínguas de sinais, braile, comunicação aumentativa ealternativa, e de todos os demais meios, modos e formatosacessíveis de comunicação, escolhidos pelas pessoas comdeficiência;

c. Instância junto a entidades privadas que oferecem serviçosao público em geral, inclusive por meio da internet, paraque forneçam informações e serviços em formatosacessíveis, que possam ser usados por pessoas comdeficiência;

d. Incentivo à mídia, inclusive aos provedores de informaçãopela internet, para tornarem seus serviços acessíveis apessoas com deficiência; e

e. Reconhecimento e promoção do uso de línguas de sinais.

Artigo 22

Respeito à privacidade

1. Nenhuma pessoa com deficiência, qualquer que seja seulocal de residência ou tipo de moradia, deverá ser sujeita ainterferência arbitrária ou ilegal em sua privacidade,família, domicílio ou correspondência ou outros tipos decomunicação, nem a ataques ilícitos à sua honra ereputação. As pessoas com deficiência têm o direito àproteção da lei contra tais interferências ou ataques.

2. Os Estados Partes deverão proteger a privacidade dos dadospessoais e dados relativos à saúde e à reabilitação de pessoascom deficiência, em bases iguais com as demais pessoas.

Artigo 23

Respeito pelo lar e pela família

1. Os Estados Partes deverão tomar medidas efetivas eapropriadas para eliminar a discriminação contra pessoascom deficiência, em todos os aspectos relativos acasamento, família, paternidade e relacionamentos, emigualdade de condições com as demais pessoas, de modoa assegurar que:

a. Seja reconhecido o direito das pessoas comdeficiência, em idade de contrair matrimônio, decasar-se e estabelecer família, com base no livre epleno consentimento dos pretendentes;

b. Sejam reconhecidos os direitos das pessoas comdeficiência de decidir livre e responsavelmentesobre o número de filhos e o espaçamento entreeles e de ter acesso a informações adequadas àidade e a orientações sobre planejamento

reprodutivo e familiar, bem como os meiosnecessários para exercer estes direitos; e

c. As pessoas com deficiência, inclusive crianças,conservem sua fertilidade, em igualdade decondições com as demais pessoas.

2. Os Estados Partes deverão assegurar os direitos eresponsabilidades das pessoas com deficiência, relativosa guarda, custódia, curatela e adoção de crianças ouinstituições semelhantes, caso estes conceitos constemna legislação nacional. Em todos os casos, será primordialo que for melhor para a criança. Os Estados Partes deverãoprestar a devida assistência às pessoas com deficiênciano exercício de suas responsabilidades na criação dosfilhos.

3. Os Estados Partes deverão assegurar que as crianças comdeficiência terão iguais direitos em relação à vida familiar.Para a realização destes direitos e para evitar ocultação,abandono, negligência e segregação de crianças comdeficiência, os Estados Partes deverão fornecerinformações rápidas e abrangentes sobre serviços e apoiosa crianças com deficiência e suas famílias.

4. Os Estados Partes deverão assegurar que uma criança nãopoderá ser separada de seus pais contra a vontade deles,exceto quando autoridades competentes, sujeitas à revisãojudicial, determinarem, em conformidade com as leis eprocedimentos aplicáveis, que a separação é necessária,por ser melhor para a criança. Em nenhum caso, umacriança deverá ser separada dos pais sob alegação dedeficiência dela ou de um ou ambos os pais.

5. Os Estados Partes deverão, caso a família imediata de umacriança com deficiência não tenha condições de cuidardela, fazer todo esforço para que cuidados alternativos

sejam oferecidos por outros parentes e, se isso não forpossível, por uma família da comunidade.

Artigo 24

Educação

1. Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas comdeficiência à educação. Para realizar este direito semdiscriminação e com base na igualdade de oportunidades,os Estados Partes deverão assegurar um sistemaeducacional inclusivo em todos os níveis, bem como oaprendizado ao longo de toda a vida, com os seguintesobjetivos:

a. O pleno desenvolvimento do potencial humano edo senso de dignidade e auto-estima, além dofortalecimento do respeito pelos direitos humanos,pelas liberdades fundamentais e pela diversidadehumana;

b. O desenvolvimento máximo possível personalidadee dos talentos e criatividade das pessoas comdeficiência, assim de suas habilidades físicas eintelectuais;

c. A participação efetiva das pessoas com deficiênciaem uma sociedade livre.

2. Para a realização deste direito, os Estados Partes deverãoassegurar que:

a. As pessoas com deficiência não sejam excluídas dosistema educacional geral sob alegação dedeficiência e que as crianças com deficiência nãosejam excluídas do ensino fundamental gratuito ecompulsório, sob a alegação de deficiência;

b. As pessoas com deficiência possam ter acesso aoensino fundamental inclusivo, de qualidade egratuito, em igualdade de condições com as demaispessoas na comunidade em que vivem;

c. Adaptações razoáveis de acordo com asnecessidades individuais sejam providenciadas;

d. As pessoas com deficiência recebam o apoionecessário, no âmbito do sistema educacional geral,com vistas a facilitar sua efetiva educação; e

e. Efetivas medidas individualizadas de apoio sejamadotadas em ambientes que maximizem odesenvolvimento acadêmico e social, compatívelcom a meta de inclusão plena.

3. Os Estados Partes deverão assegurar às pessoas comdeficiência a possibilidade de aprender as habilidadesnecessárias à vida e ao desenvolvimento social, a fim defacilitar-lhes a plena e igual participação na educação ecomo membros da comunidade. Para tanto, os EstadosPartes deverão tomar medidas apropriadas, incluindo:

a. Facilitação do aprendizado do braile, escritaalternativa, modos, meios e formatos decomunicação aumentativa e alternativa, ehabilidades de orientação e mobilidade, além defacilitação do apoio e aconselhamento de pares;

b. Facilitação do aprendizado da língua de sinais epromoção da identidade lingüística da comunidadesurda; e

c. Garantia de que a educação de pessoas, inclusivecrianças cegas, surdocegas e surdas, seja ministradanas línguas e nos modos e meios de comunicaçãomais adequados às pessoas e em ambientes que

favoreçam ao máximo seu desenvolvimentoacadêmico e social.

4. A fim de contribuir para a realização deste direito, os EstadosPartes deverão tomar medidas apropriadas para empregarprofessores, inclusive professores com deficiência, habilitadospara o ensino da língua de sinais e/ou do braile, e paracapacitar profissionais e equipes atuantes em todos os níveisde ensino. Esta capacitação deverá incorporar aconscientização da deficiência e a utilização de apropriadosmodos, meios e formatos de comunicação aumentativa ealternativa, e técnicas e materiais pedagógicos, como apoiospara pessoas com deficiência.

5. Os Estados Partes deverão assegurar que as pessoas comdeficiência possam ter acesso à educação comum nasmodalidades de: ensino superior, treinamento profissional,educação de jovens e adultos e aprendizado continuado, semdiscriminação e em igualdade de condições com as demaispessoas. Para tanto, os Estados Partes deverão assegurar aprovisão de adaptações razoáveis para pessoas com deficiência.

Artigo 25

Saúde

Os Estados Partes reconhecem que as pessoas com deficiênciatêm o direito de usufruir o padrão mais elevado possível de saúde,sem discriminação baseada na deficiência. Os Estados Partesdeverão tomar todas as medidas apropriadas para assegurar oacesso de pessoas com deficiência a serviços de saúde sensíveisàs questões de gênero, incluindo a reabilitação relacionada àsaúde. Em especial, os Estados Partes deverão:

a. Estender a pessoas com deficiência a mesma amplitude,qualidade e padrão de programas e cuidados de saúde

gratuitos ou acessíveis a que as demais pessoas têm acesso,inclusive na área de saúde sexual e reprodutiva e deprogramas de saúde pública destinados à população em geral;

b. Propiciar aqueles serviços de saúde que as pessoas comdeficiência necessitam especificamente por causa de suadeficiência, inclusive identificação e intervenção precoces,bem como serviços projetados para minimizar e prevenirdeficiências adicionais, inclusive entre crianças e idosos;

c. Propiciar estes serviços de saúde em locais o mais próximopossível de onde vivem tais pessoas, inclusive na zona rural;

d. Exigir dos profissionais de saúde o atendimento com a mesmaqualidade para pessoas com deficiência que para outraspessoas, incluindo, com base no livre e informadoconsentimento, entre outros, a conscientização sobre direitoshumanos, dignidade, autonomia e necessidades das pessoascom deficiência, através de capacitação e promulgação depadrões éticos para serviços de saúde públicos e privados;

e. Proibir a discriminação contra pessoas com deficiência naprovisão de seguro de saúde e seguro de vida, caso tais segurossejam permitidos pela legislação nacional, os quais deverãoser providos de maneira razoável e justa; e

f. Prevenir a recusa discriminatória de serviços de saúde ou deatenção à saúde ou de alimentos sólidos e líquidos por motivode deficiência.

Artigo 26

Habilitação e reabilitação

1. Os Estados Partes deverão tomar medidas efetivas eapropriadas, inclusive mediante apoio dos pares, parapossibilitar que as pessoas com deficiência conquistem e

conservem o máximo de autonomia e plena capacidadefísica, intelectual, social e profissional, bem como plenainclusão e participação em todos os aspectos da vida. Paratanto, os Estados Partes deverão organizar, fortalecer eestender serviços e programas completos de habilitaçãoe reabilitação, particularmente nas áreas de saúde,emprego, educação e serviços sociais, de modo que estesserviços e programas:

a. Comecem o mais cedo possível e sejam baseadosnuma avaliação multidisciplinar das necessidadese pontos fortes de cada pessoa; e

b. Apóiem a participação e a inclusão na comunidadee em todos os aspectos da sociedade, sejamoferecidos voluntariamente e estejam disponíveis àspessoas com deficiência o mais próximo possível desuas comunidades, inclusive na zona rural.

2. Os Estados Partes deverão promover o desenvolvimento dacapacitação inicial e continuada de profissionais e de equipesque atuam nos serviços de habilitação e reabilitação.

3. Os Estados Partes deverão promover a disponibilidade, oconhecimento e o uso de dispositivos e tecnologias assistivas,projetados para pessoas com deficiência e relacionados coma habilitação e a reabilitação.

Artigo 27

Trabalho e emprego

1. Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas comdeficiência de trabalhar, em igualdade de oportunidadescom as demais pessoas. Este direito abrange o direito àoportunidade de se manter com um trabalho de sua livre

escolha ou aceito no mercado laboral em ambiente detrabalho que seja aberto, inclusivo e acessível a pessoascom deficiência. Os Estados Partes deverão salvaguardare promover a realização do direito ao trabalho, inclusivedaqueles que tiverem adquirido uma deficiência noemprego, adotando medidas apropriadas, incluídas nalegislação, com o fim de, entre outros:

a. Proibir a discriminação, baseada na deficiência,com respeito a todas as questões relacionadas comas formas de emprego, inclusive condições derecrutamento, contratação e admissão,permanência no emprego, ascensão profissional econdições seguras e salubres de trabalho;

b. Proteger os direitos das pessoas com deficiência,em condições de igualdade com as demais pessoas,às condições justas e favoráveis de trabalho,incluindo iguais oportunidades e igual remuneraçãopor trabalho de igual valor, condições seguras esalubres de trabalho, além de reparação deinjustiças e proteção contra o assédio no trabalho;

c. Assegurar que as pessoas com deficiência possamexercer seus direitos trabalhistas e sindicais, emcondições de igualdade com as demais pessoas;

d. Possibilitar às pessoas com deficiência o acessoefetivo a programas técnicos gerais e de orientaçãoprofissional e a serviços de colocação no trabalhoe de treinamento profissional e continuado;

e. Promover oportunidades de emprego e ascensãoprofissional para pessoas com deficiência nomercado de trabalho, bem como atendimento naprocura, obtenção e manutenção do emprego e noretorno a ele;

f. Promover oportunidades de trabalho autônomo,empreendedorismo, desenvolvimento decooperativas e estabelecimento de negócio próprio;

g. Empregar pessoas com deficiência no setor público;

h. Promover o emprego de pessoas com deficiênciano setor privado, mediante políticas e medidasapropriadas, que poderão incluir programas de açãoafirmativa, incentivos e outras medidas;

i. Assegurar que adaptações razoáveis sejam feitaspara pessoas com deficiência no local de trabalho;

j. Promover a aquisição de experiência de trabalhopor pessoas com deficiência no mercado aberto detrabalho; e

k. Promover reabilitação profissional, retenção doemprego e programas de retorno ao trabalho parapessoas com deficiência.

2. Os Estados Partes deverão assegurar que as pessoas comdeficiência não serão mantidas em escravidão ou servidãoe que serão protegidas, em igualdade de condições com asdemais pessoas, contra o trabalho forçado ou compulsório.

Artigo 28

Padrão de vida e proteção social adequados

1. Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas comdeficiência a um padrão adequado de vida para si e parasuas famílias, inclusive alimentação, vestuário e moradiaadequados, bem como à melhoria constante de suascondições de vida, e deverão tomar as providênciasnecessárias para salvaguardar e promover a realizaçãodeste direito sem discriminação baseada na deficiência.

2. Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas comdeficiência à proteção social e ao desfrute deste direitosem discriminação baseada na deficiência, e deverãotomar as medidas apropriadas para salvaguardar epromover a realização deste direito, tais como:

a. Assegurar igual acesso de pessoas com deficiênciaa serviços de água limpa e assegurar o acesso aosapropriados serviços, dispositivos e outrosatendimentos para as necessidades relacionadascom a deficiência;

b. Assegurar o acesso de pessoas com deficiência,particularmente mulheres, crianças e idosos comdeficiência, a programas de proteção social e deredução da pobreza;

c. Assegurar o acesso de pessoas com deficiência e suasfamílias em situação de pobreza à assistência do Estadoem relação a seus gastos ocasionados pela deficiência,inclusive treinamento adequado, aconselhamento,ajuda financeira e cuidados de repouso;

d. Assegurar o acesso de pessoas com deficiência aprogramas habitacionais públicos; e

e. Assegurar igual acesso de pessoas com deficiência aprogramas e benefícios de aposentadoria.

Artigo 29

Participação na vida política e pública

Os Estados Partes deverão garantir às pessoas com deficiênciadireitos políticos e oportunidade de desfrutá-los em condições deigualdade com as demais pessoas, e deverão comprometer-se a:

a. Assegurar que as pessoas com deficiência possamparticipar efetiva e plenamente na vida política e pública,em igualdade de oportunidades com as demais pessoas,diretamente ou por meio de representantes livrementeescolhidos, incluindo o direito e a oportunidade devotarem e serem votadas, mediante, entre outros:

(i) Garantia de que os procedimentos, instalações emateriais para votação serão apropriados,acessíveis e de fácil compreensão e uso;

(ii) Proteção do direito das pessoas com deficiência aovoto secreto em eleições e plebiscitos, semintimidação, e a candidatarem-se às eleições,efetivamente ocuparem cargos eletivos edesempenharem quaisquer funções públicas emtodos os níveis de governo, usando novastecnologias assistivas, se couber; e

(iii) Garantia da livre expressão de vontade das pessoascom deficiência como eleitores e, para tanto,sempre que necessário e a seu pedido, permissãopara que elas sejam atendidas na votação poruma pessoa de sua escolha;

b. Promover ativamente um ambiente em que as pessoascom deficiência possam participar efetiva e plenamentena condução das questões públicas, sem discriminação eem igualdade de oportunidades com as demais pessoas,e encorajar sua participação nas questões públicas,mediante:

i) Participação em organizações não-governamentaisrelacionadas com a vida pública e política do país,bem como nas atividades e na administração departidos políticos; e

ii) Formação de organizações para representar pessoascom deficiência em níveis internacional, regional,nacional e local, e sua afiliação a tais organizações.

Artigo 30

Participação na vida cultural e em recreação,lazer e esporte

1. Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas comdeficiência de participar na vida cultural, em igualdade deoportunidades com as demais pessoas, e deverão tomartodas as medidas apropriadas para que as pessoas comdeficiência possam:

a. Desfrutar o acesso a materiais culturais em formatosacessíveis;

b. Desfrutar o acesso a programas de televisão, cinema,teatro e outras atividades culturais, em formatosacessíveis; e

c. Desfrutar o acesso a locais ou serviços de eventosculturais, tais como teatros, museus, cinemas,bibliotecas e serviços turísticos, bem como, tantoquanto possível, desfrutar o acesso a monumentos elocais de importância cultural nacional.

2. Os Estados Partes deverão tomar medidas apropriadas paraque as pessoas com deficiência tenham a oportunidade dedesenvolver e utilizar seu potencial criativo, artístico eintelectual, não somente em benefício próprio, mas tambémpara o enriquecimento da sociedade.

3. Os Estados Partes deverão tomar todas as providências, emconformidade com o direito internacional, para assegurar

que a legislação de proteção dos direitos de propriedadeintelectual não constitua uma barreira injustificável oudiscriminatória ao acesso de pessoas com deficiência amateriais culturais.

4. As pessoas com deficiência deverão fazer jus, em igualdadede oportunidades com as demais pessoas, a que suaidentidade cultural e lingüística específica seja reconhecidae apoiada, incluindo as línguas de sinais e a cultura surda.

5. Para que as pessoas com deficiência participem, emigualdade de oportunidades com as demais pessoas, deatividades recreativas, esportivas e de lazer, os EstadosPartes deverão tomar medidas apropriadas para:

a. Incentivar e promover a máxima participaçãopossível das pessoas com deficiência nas atividadesesportivas comuns em todos os níveis;

b. Assegurar que as pessoas com deficiência tenhama oportunidade de organizar, desenvolver eparticipar em atividades esportivas e recreativasespecíficas às deficiências e, para tanto, incentivara provisão de instrução, treinamento e recursosadequados, em igualdade de oportunidades com asdemais pessoas;

c. Assegurar que as pessoas com deficiência tenhamacesso a locais de eventos esportivos, recreativose turísticos;

d. Assegurar que as crianças com deficiência possam,em igualdade de condições com as demais crianças,participar de jogos e atividades recreativas,esportivas e de lazer, inclusive no sistema escolar; e

e. Assegurar que as pessoas com deficiência tenhamacesso aos serviços prestados por pessoas envolvidasna organização de atividades recreativas, turísticas,esportivas e de lazer.

Artigo 31

Estatísticas e coleta de dados

1. Os Estados Partes se comprometem a coletar dadosapropriados, inclusive estatísticos e de pesquisas, paraque possam formular e implementar políticas destinadasa dar efeito à presente Convenção. O processo de coletae manutenção de tais dados deverá:

a. Observar as salvaguardas estabelecidas por lei,inclusive pelas leis relativas à proteção de dados,a fim de assegurar a confidencialidade e o respeitopela privacidade das pessoas com deficiência; e

b. Observar as normas internacionalmente aceitas paraproteger os direitos humanos, as liberdadesfundamentais e os princípios éticos na compilaçãoe utilização de estatísticas.

2. Os dados coletados de acordo com o disposto neste Artigodeverão ser desagregados, se apropriado, e utilizados paraavaliar o cumprimento, por parte dos Estados Partes, desuas obrigações na presente Convenção e para identificare eliminar as barreiras enfrentadas pelas pessoas comdeficiência no exercício de seus direitos.

3. Os Estados Partes deverão assumir responsabilidade peladivulgação das referidas estatísticas e assegurar que elassejam acessíveis às pessoas com deficiência e a outros.

Artigo 32

Cooperação internacional

1. Os Estados Partes reconhecem a importância dacooperação internacional e de sua promoção, em apoioaos esforços nacionais para a consecução do propósito edos objetivos da presente Convenção e, sob este aspecto,adotarão medidas apropriadas e efetivas entre os Estadose, se necessário, em parceria com relevantes organizaçõesinternacionais e regionais e com a sociedade civil e, emparticular, com organizações de pessoas com deficiência.Estas medidas poderão incluir, entre outras:

a. Assegurar que a cooperação internacional e osprogramas internacionais de desenvolvimentosejam inclusivos e acessíveis para pessoas comdeficiência;

b. Facilitar e apoiar a capacitação, inclusive por meiodo intercâmbio e compartilhamento deinformações, experiências, programas detreinamento e melhores práticas;

c. Facilitar a cooperação em pesquisa e o acesso aconhecimentos científicos e técnicos; e

d. Propiciar, se apropriado, assistência técnica efinanceira, inclusive mediante facilitação do acessoa, e compartilhamento de, tecnologias assistivas eacessíveis, bem como por meio de transferênciade tecnologias.

2. O disposto neste Artigo se aplica sem prejuízo dasobrigações que cabem a cada Estado Parte em decorrênciada presente Convenção.

Artigo 33

Implementação e monitoramento nacionais

1. Os Estados Partes, de acordo com seu sistemaorganizacional, deverão designar um ou mais de um pontofocal no âmbito do Governo para assuntos relacionadoscom a implementação da presente Convenção e deverãodar a devida consideração ao estabelecimento oudesignação de um mecanismo de coordenação no âmbitodo Governo, a fim de facilitar ações correlatas nosdiferentes setores e níveis.

2. Os Estados Partes, em conformidade com seus sistemasjurídico e administrativo, deverão manter, fortalecer,designar ou estabelecer uma estrutura, inclusive um ou maisde um mecanismo independente, onde couber, parapromover, proteger e monitorar a implementação da presenteConvenção. Ao designar ou estabelecer tal mecanismo, osEstados Partes deverão levar em conta os princípios relativosao status e funcionamento das instituições nacionais deproteção e promoção dos direitos humanos.

3. A sociedade civil e, particularmente, as pessoas comdeficiência e suas organizações representativas deverão serenvolvidas e participar plenamente no processo demonitoramento.

Artigo 34

Comitê sobre os Direitos das Pessoas

com Deficiência

1. Um Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência(doravante denominado simplesmente “Comitê”) deverá

ser estabelecido, para desempenhar as funções aquiestabelecidas.

2. O Comitê deverá ser composto, quando da entrada emvigor da presente Convenção, por 12 peritos. Quando apresente Convenção alcançar 60 ratificações ou adesões,o Comitê será acrescido por seis membros, perfazendoum total de 18 membros.

3. Os membros do Comitê deverão atuar a título pessoal edeverão apresentar elevada postura moral e competênciae experiência reconhecidas no campo abrangido pelapresente Convenção. Ao designar seus candidatos, osEstados Partes são instados a dar a devida consideraçãoao disposto no Artigo 4.3 da presente Convenção.

4. Os membros do Comitê deverão ser eleitos pelos EstadosPartes, observando-se uma distribuição geográficaeqüitativa, representação de diferentes formas decivilização e dos principais sistemas jurídicos,representação equilibrada de gênero e participação deperitos com deficiência.

5. Os membros do Comitê deverão ser eleitos por votaçãosecreta em sessões da Conferência dos Estados Partes, apartir de uma lista de pessoas designadas pelos EstadosPartes entre seus nacionais. Nestas sessões, cujo quorumdeverá ser de dois terços dos Estados Partes, os candidatoseleitos para o Comitê deverão ser aqueles que obtiverem omaior número de votos e a maioria absoluta dos votos dosrepresentantes dos Estados Partes presentes e votantes.

6. A primeira eleição deverá ser realizada, o mais tardar,até seis meses após a data de entrada em vigor da presenteConvenção. Pelo menos quatro meses antes de cadaeleição, o Secretário-Geral das Nações Unidas deverádirigir uma carta aos Estados Partes, convidando-os a

submeter os nomes de seus candidatos dentro de doismeses. O Secretário-Geral deverá, subseqüentemente,preparar uma lista em ordem alfabética de todos oscandidatos apresentados, indicando que foram designadospelos Estados Partes, e deverá submeter essa lista aosEstados Partes da presente Convenção.

7. Os membros do Comitê deverão ser eleitos para ummandato de quatro anos. Eles deverão ser elegíveis para areeleição uma única vez. Contudo, o mandato de seis dosmembros eleitos na primeira eleição deverá expirar aofim de dois anos; imediatamente após a primeira eleição,os nomes desses seis membros serão selecionados porsorteio pelo presidente da sessão a que se refere oparágrafo 5 deste Artigo.

8. A eleição dos seis membros adicionais do Comitê deveráser realizada por ocasião das eleições regulares, de acordocom as disposições pertinentes deste Artigo.

9. Em caso de morte, demissão ou declaração de um membro deque, por algum motivo, não poderá continuar a exercer suasfunções, o Estado Parte que o tiver indicado deverá designarum outro perito que tenha as qualificações e satisfaça aosrequisitos estabelecidos pelos dispositivos pertinentes desteArtigo, para concluir o mandato em questão.

10.O Comitê deverá estabelecer as próprias normas deprocedimento.

11.O Secretário-Geral das Nações Unidas deverá prover o pessoale as instalações necessários para o efetivo desempenho dasfunções do Comitê ao amparo da presente Convenção edeverá convocar sua primeira reunião.

12.Com a aprovação da Assembléia Geral, os membros do Comitêestabelecidos sob a presente Convenção deverão receberemolumentos dos recursos das Nações Unidas sob termos e

condições que a Assembléia possa decidir, tendo em vista aimportância das responsabilidades do Comitê.

13.Os membros do Comitê deverão ter direito aos privilégios,facilidades e imunidades dos peritos em missões das NaçõesUnidas, em conformidade com as disposições pertinentes daConvenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas.

Artigo 35

Relatórios dos Estados Partes

1. Cada Estado Parte deverá submeter, por intermédio doSecretário-Geral das Nações Unidas, um relatório abrangentesobre as medidas adotadas em cumprimento de suasobrigações ao amparo da presente Convenção e sobre oprogresso alcançado neste aspecto, dentro de dois anos apósa entrada em vigor da presente Convenção para o EstadoParte pertinente.

2. Depois disso, os Estados Partes deverão submeter relatóriossubseqüentes pelo menos a cada quatro anos ou quando oComitê o solicitar.

3. O Comitê deverá determinar as diretrizes aplicáveis ao teordos relatórios.

4. Um Estado Parte que tiver submetido ao Comitê um relatórioinicial abrangente, não precisará, em relatórios subseqüentes,repetir informações já apresentadas. Ao elaborar os relatóriosao Comitê, os Estados Partes são instados a fazê-lo de maneirafranca e transparente e a levar em devida conta o dispostono Artigo 4.3 da presente Convenção.

5. Os relatórios poderão apontar os fatores e as dificuldadesque tiverem afetado o cumprimento das obrigaçõesdecorrentes da presente Convenção.

Artigo 36

Consideração dos relatórios

1. Os relatórios deverão ser considerados pelo Comitê, quedeverá fazer as sugestões e recomendações gerais quejulgar pertinentes e deverá transmiti-las aos respectivosEstados Partes. O Estado Parte poderá responder,fornecendo ao Comitê as informações desejadas. O Comitêpoderá pedir informações adicionais ao Estados Partes,concernentes à implementação da presente Convenção.

2. Caso um Estado Parte se atrase consideravelmente emsubmeter um relatório, o Comitê poderá notificá-lo sobrea necessidade de verificar a implementação da presenteConvenção pelo Estado Parte, com base em informaçõesdisponíveis ao Comitê, se o relatório em questão não forsubmetido dentro de três meses após a notificação. OComitê deverá convidar o Estado Parte a participar destaverificação. Se o Estado Parte responder, apresentando orelatório em questão, aplicar-se-á o disposto no parágrafo1 deste Artigo.

3. O Secretário-Geral das Nações Unidas deverá disponibilizaros relatórios a todos os Estados Partes.

4. Os Estados Partes deverão tornar seus relatóriosamplamente disponíveis ao público em seus países efacilitar o acesso às sugestões e recomendações gerais arespeito de tais relatórios.

5. O Comitê deverá transmitir os relatórios dos EstadosPartes, caso julgue apropriado, às agências e aos fundos eprogramas especializados das Nações Unidas e a outrosorganismos competentes, para que possam considerarpedidos ou indicações da necessidade de consultoria ou

assistência técnica, constantes nos relatórios,acompanhados de eventuais observações e recomendaçõesdo Comitê a respeito de tais pedidos ou indicações.

Artigo 37

Cooperação entre os Estados Partes e o Comitê

1. Cada Estado Parte deverá cooperar com o Comitê e auxiliarseus membros no desempenho de seu mandato.

2. Em suas relações com os Estados Partes, o Comitê deverádar a devida consideração aos meios e modos de aprimoraras capacidades nacionais para a implementação dapresente Convenção, inclusive mediante cooperaçãointernacional.

Artigo 38

Relações do Comitê com outros órgãos

A fim de fomentar a efetiva implementação da presenteConvenção e de incentivar a cooperação internacional naesfera abrangida pela presente Convenção:

a. As agências especializadas e outros órgãos dasNações Unidas deverão ter o direito de se fazerrepresentar quando da consideração daimplementação de disposições da presenteConvenção que disserem respeito aos seusrespectivos mandatos. O Comitê poderá convidaras agências especializadas e outros órgãoscompetentes, segundo julgar apropriado, a oferecerconsultoria de peritos sobre a implementação daConvenção em áreas pertinentes a seus respectivosmandatos. O Comitê poderá convidar agências

especializadas e outros órgãos das Nações Unidas aapresentar relatórios sobre a implementação daConvenção em áreas pertinentes às suas respectivasatividades;

b. No desempenho de seu mandato, o Comitê deveráconsultar, se apropriado, outros órgãos pertinentesinstituídos ao amparo de tratados internacionaisde direitos humanos, a fim de assegurar aconsistência de suas respectivas diretrizes para aelaboração de relatórios, sugestões erecomendações gerais e de evitar duplicação esuperposição no desempenho de suas funções.

Artigo 39

Relatório do Comitê

A cada dois anos, o Comitê deverá submeter à Assembléia Gerale ao Conselho Econômico e Social um relatório de suas atividadese poderá fazer sugestões e recomendações gerais baseadas noexame dos relatórios e nas informações recebidas dos EstadosPartes. Estas sugestões e recomendações gerais deverão serincluídas no relatório do Comitê, acompanhadas, se houver, decomentários dos Estados Partes.

Artigo 40

Conferência dos Estados Partes

1. Os Estados Partes deverão reunir-se regularmente em umaConferência dos Estados Partes a fim de considerarmatérias relativas à implementação da presenteConvenção.

2. No mais tardar, seis meses após a entrada em vigor dapresente Convenção, a Conferência dos Estados Partesdeverá ser convocada pelo Secretário-Geral das NaçõesUnidas. As reuniões subseqüentes deverão ser convocadaspelo Secretário-Geral das Nações Unidas a cada dois anosou conforme decisão da Conferência dos Estados Partes.

Artigo 41

Depositário

O Secretário-Geral das Nações Unidas deverá ser o depositárioda presente Convenção.

Artigo 42Assinatura

A presente Convenção deverá ser aberta à assinatura por todosos Estados e por organizações de integração regional na sede dasNações Unidas em Nova York a partir de 30 de março de 2007.

Artigo 43

Consentimento em comprometer-se

A presente Convenção deverá ser submetida à ratificação pelosEstados signatários e à confirmação formal por organizações deintegração regional signatárias. Ela deverá ser aberta à adesãopor qualquer Estado ou organização de integração regional quenão a houver assinado.

Artigo 44

Organizações de integração regional

1. “Organização regional de integração” deverá ser entendidacomo uma organização constituída por Estados soberanosde uma determinada região, à qual seus Estados membrostenham delegado competência sobre matéria abrangida pelapresente Convenção. Tais organizações deverão declarar,em seus documentos formais de confirmação ou adesão, oalcance de sua competência em relação à matéria abrangidapela presente Convenção. Subseqüentemente, elas deverãoinformar, ao depositário, qualquer alteração substancial noâmbito de sua competência.

2. As referências a “Estados Partes” na presente Convençãodeverão ser aplicáveis a tais organizações, nos limites desua competência.

3. Para os fins do parágrafo 1 do Artigo 45 e dos parágrafos 2e 3 do Artigo 47, nenhum instrumento depositado pororganização de integração regional deverá ser computado.

4. As organizações de integração regional poderão, em matériasde sua competência, exercer o direito de voto na Conferênciados Estados Partes, tendo direito ao mesmo número de votosquanto for o número de seus Estados membros que foremPartes da presente Convenção. Tal organização não deveráexercer seu direito de voto, se qualquer de seus Estadosmembros exercer seu direito, e vice-versa.

Artigo 45

Entrada em vigor

1. A presente Convenção deverá entrar em vigor no 30° diaapós o depósito do 20° instrumento de ratificação ou adesão.

2. Para cada Estado ou organização de integração regionalque formalmente ratificar a presente Convenção ou a elaaderir após o depósito do referido 20° instrumento, aConvenção deverá entrar em vigor no 30° dia após o depósitode seu respectivo instrumento de ratificação ou adesão.

Artigo 46

Restrições

1. As restrições incompatíveis com o objeto e o propósitoda presente Convenção não deverão ser permitidas.

2. As restrições poderão ser retiradas a qualquermomento.

Artigo 47

Emendas

1. Qualquer Estado Parte poderá propor emendas à presenteConvenção e submetê-las ao Secretário-Geral das NaçõesUnidas. O Secretário-Geral deverá comunicar, aos EstadosPartes, quaisquer emendas propostas, solicitando-lhes queo notifiquem se estão a favor de uma Conferência dosEstados Partes para considerar as propostas e tomar umadecisão a respeito delas. Se, até quatro meses após a datada referida comunicação, pelo menos um terço dos EstadosPartes se manifestar favorável a uma tal Conferência, oSecretário-Geral das Nações Unidas deverá convocar aConferência, sob os auspícios das Nações Unidas. Qualqueremenda adotada por maioria de dois terços dos EstadosPartes presentes e votantes deverá ser submetida peloSecretário-Geral à aprovação da Assembléia Geral das

Nações Unidas e, depois, à aceitação de todos os EstadosPartes.

2. Uma emenda adotada e aprovada em conformidade como parágrafo 1 deste Artigo deverá entrar em vigor no30° dia depois que o número dos instrumentos deaceitação depositados pelos Estados Partes houveratingido dois terços do número de Estados Partes nadata da adoção da emenda. Subseqüentemente, aemenda deverá entrar em vigor para qualquer EstadoParte no 30° dia após o depósito do respectivoinstrumento de aceitação. Uma emenda deverá serobrigatória somente naqueles Estados Partes que aaceitaram.

3. Se a Conferência dos Estados Partes assim o decidir porconsenso, uma emenda adotada e aprovada emconformidade com o disposto no parágrafo 1 desteArtigo, relacionada exclusivamente com os artigos 34,38, 39 e 40, deverá entrar em vigor para todos os EstadosPartes no 30° dia após o número de instrumentos deaceitação depositados tiver atingido dois terços donúmero de Estados Partes na data de adoção da emenda.

Artigo 48

Denúncia

Um Estado Parte poderá denunciar a presente Convençãomediante notificação por escrito ao Secretário-Geral dasNações Unidas. A denúncia deverá tornar-se efetiva um anoapós a data de recebimento da notificação pelo Secretário-Geral.

Artigo 49

Formatos acessíveis

O texto da presente Convenção deverá ser disponibilizado emformatos acessíveis.

Artigo 50

Textos autênticos

Os textos em árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol dapresente Convenção deverão ser igualmente autênticos.

Em testemunho disto, os plenipotenciários abaixo assinados,sendo devidamente autorizados para isto por seus respectivosGovernos, firmaram a presente Convenção.

Convenção aprovada,juntamente com o Protocolo Facultativo

à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,pela Assembléia Geral das Nações Unidas

no dia 6 de dezembro de 2006,através da resolução A/61/611.

Protocolo Facultativo àConvenção sobre os

Direitos das Pessoas

com Deficiência.

(a ser adotado simultaneamentecom a Convenção).

Os Estados Partes do presente Protocolo acordaram o seguinte:

ARTIGO 1.

1. Um Estado Parte do presente Protocolo (“Estado Parte”)reconhece a competência do Comitê sobre os Direitos dasPessoas com Deficiência (“Comitê”) para receber econsiderar comunicações submetidas por pessoas ou gruposde pessoas, ou em nome deles, sujeitos à sua jurisdição,alegando serem vítimas de violação das disposições daConvenção pelo referido Estado Parte.

2. O Comitê não receberá comunicação referente a um EstadoParte que não for signatário do presente Protocolo.

ARTIGO 2.

O Comitê deverá considerar inadmissível a comunicação quando:

a. A comunicação for anônima;

b. A comunicação constituir um abuso do direito de submetertais comunicações ou for incompatível com as disposiçõesda Convenção;

c. A mesma matéria já foi examinada pelo Comitê ou temsido ou está sendo examinada sob um outro procedimentode investigação ou resolução internacional;

d. Não foram esgotados todos os recursos domésticosdisponíveis. Esta não deve ser a regra se a aplicação dosrecursos estiver demorando injustificadamente ou se elaprovavelmente não trará solução efetiva;

e. A comunicação estiver precariamente fundamentada ounão for suficientemente substanciada; ou

f. Os fatos, objeto da comunicação, ocorreram antes daentrada em vigor do presente Protocolo para o Estado Parteem apreço, salvo se os fatos continuaram ocorrendo apósaquela data.

ARTIGO 3.

Sujeito ao disposto no Artigo 2 do presente Protocolo, o Comitêdeverá levar ao conhecimento do Estado Parte pertinente todacomunicação confidencialmente submetida a ele. Dentro de seismeses, o Estado pertinente deverá submeter ao Comitêexplicações ou declarações por escrito, esclarecendo a matériae a eventual solução adotada pelo referido Estado.

ARTIGO 4.

1. A qualquer momento após receber uma comunicação eantes de determinar seus méritos, o Comitê poderátransmitir ao Estado Parte pertinente, para sua urgenteconsideração, um pedido para que o Estado Parte tome asmedidas provisórias que forem necessárias para evitarpossíveis danos irreparáveis à vítima ou às vítimas daviolação alegada.

2. Caso o Comitê exerça discrição ao amparo do parágrafo 1deste Artigo, isso não implicará determinação sobre aadmissibilidade ou sobre os méritos da comunicação.

ARTIGO 5.

O Comitê deverá realizar sessões fechadas para examinarcomunicações a ele submetidas em conformidade com o presenteProtocolo. Depois de examinar uma comunicação, o Comitê

deverá enviar suas sugestões e recomendações, se houver, aoEstado Parte pertinente e ao requerente.

ARTIGO 6.

1. Caso receba informação confiável de que um EstadoParte está cometendo violação grave ou sistemática dedireitos estabelecidos na Convenção, o Comitê convidaráo referido Estado Parte a colaborar com a verificaçãoda informação e, para tanto, a submeter suasobservações a respeito da informação em pauta.

2. Levando em conta as eventuais observações submetidaspelo Estado Parte em questão, bem como quaisqueroutras informações confiáveis em seu poder, o Comitêpoderá designar um ou mais de um de seus membrospara realizar uma investigação e submeter-lheurgentemente um relatório. Caso se justifique e o EstadoParte consinta, a investigação poderá incluir uma visitaa seu território.

3. Após examinar as conclusões de tal investigação, oComitê comunicará essas conclusões ao Estado Parteem questão, acompanhadas de eventuais comentáriose recomendações.

4. Dentro de seis meses após o recebimento das conclusões,comentários e recomendações transmitidas pelo Comitê,o Estado Parte em questão submeterá suas observaçõesao Comitê.

5. A referida investigação será realizada confidencialmentee a cooperação do Estado Parte será solicitada em todasas fases do processo.

ARTIGO 7.

1. O Comitê poderá convidar o Estado Parte em questão aincluir em seu relatório, submetido em conformidade como disposto no artigo 35 da Convenção, pormenores arespeito das medidas tomadas em conseqüência dainvestigação realizada em conformidade com o artigo 6do presente Protocolo.

2. Caso necessário, o Comitê poderá, encerrado o períodode seis meses a que se refere o parágrafo 4º do artigo 6acima, convidar o Estado Parte em questão a informá-loa respeito das medidas tomadas em conseqüência dareferida investigação.

ARTIGO 8.

Todo Estado Parte poderá, quando da assinatura ou ratificação dopresente Protocolo ou de sua adesão a ele, declarar que não reconhecea competência do Comitê, a que se referem os Artigos 6 e 7.

ARTIGO 9.

O Secretário-Geral das Nações Unidas deverá ser o depositáriodo presente Protocolo.

ARTIGO 10.

O presente Protocolo deverá ser aberto à assinatura dos Estadose organizações de integração regional signatários daConvenção, na sede das Nações Unidas em Nova York, a partirde 30 de março de 2007.

ARTIGO 11.

O presente Protocolo deverá estar sujeito à ratificação pelosEstados signatários do presente Protocolo que tiverem ratificadoa Convenção ou aderido a ela. Ele deverá estar sujeito àconfirmação formal por organizações de integração regionalsignatárias do presente Protocolo que tiverem formalmenteconfirmado a Convenção ou a ela aderido. Deverá ficar aberto àadesão de qualquer Estado ou organização de integração regionalque tiver ratificado ou formalmente confirmado a Convenção oua ela aderido e que não tiver assinado o Protocolo.

ARTIGO 12.

1. “Organização regional de integração” deverá serentendida como uma organização constituída porEstados soberanos de uma determinada região, à qualseus Estados membros tenham delegado competênciasobre matéria abrangida pelo presente Protocolo. Taisorganizações deverão declarar, em seus documentos deconfirmação ou adesão formal, o alcance de suacompetência em relação de matéria abrangida pelaConvenção e pelo presente Protocolo.Subseqüentemente, elas deverão informar aodepositário qualquer alteração substancial no alcancede sua competência.

2. As referências a “Estados Partes” no presente Protocolodeverão aplicar-se a tais organizações, nos limites desua competência.

3. Para os fins do parágrafo 1 do Artigo 13 e do parágrafo2 do Artigo 15, nenhum instrumento depositado pororganização de integração regional será computado.

4. As organizações de integração regional poderão, emmatérias de sua competência, exercer o direito de votona Conferência dos Estados Partes, tendo direito aomesmo número de votos que seus Estados membros queforem Partes do presente Protocolo. Não poderão,porém, exercer seu direito de voto se qualquer de seusEstados membros exercer seu direito, e vice-versa.

ARTIGO 13.

1. Sujeito à entrada em vigor da Convenção, o presenteProtocolo deverá entrar em vigor no 30° dia após odepósito do 10° instrumento de ratificação ou adesão.

2. Para todo Estado ou organização de integraçãoregional que ratificar e formalmente confirmar opresente Protocolo ou a ele aderir depois do depósitodo 10° instrumento dessa natureza, o Protocolodeverá entrar em vigor no 30° dia após o depósito deseu respectivo instrumento.

ARTIGO 14.

1. Restrições incompatíveis com o objeto e o propósito dopresente Protocolo não deverão ser permitidas.

2. Restrições poderão ser retiradas a qualquer momento.

ARTIGO 15.

1. Qualquer Estado Parte poderá propor emendas ao presenteProtocolo e submetê-las ao Secretário-Geral das NaçõesUnidas, que as comunicará aos Estados Partes, solicitando-lhes que o notifiquem se estão a favor de uma Conferênciados Estados Partes para considerar as propostas e tomar

uma decisão a respeito delas. Se, até quatro meses apósa data da referida comunicação, pelo menos um terçodos Estados Partes se manifestar favorável a uma talConferência, o Secretário-Geral das Nações Unidasconvocará a Conferência, sob os auspícios das NaçõesUnidas. Uma emenda adotada por maioria de dois terçosdos Estados Partes presentes e votantes deverá sersubmetida pelo Secretário-Geral à aprovação daAssembléia Geral das Nações Unidas e, depois, àaceitação de todos os Estados Partes.

2. Uma emenda adotada e aprovada em conformidade como parágrafo 1 deste Artigo deverá entrar em vigor no30° dia depois que os instrumentos de aceitaçãodepositados pelos Estados Partes houver atingido doisterços do número de Estados Partes na data da adoçãoda emenda. Subseqüentemente, a emenda deverá entrarem vigor para um Estado Parte no 30° dia após o depósitodo respectivo instrumento de aceitação. Uma emendadeverá ser obrigatória somente para os Estados Partesque a aceitar.

ARTIGO 16.

Um Estado Parte poderá denunciar o presente Protocolo mediantenotificação por escrito ao Secretário-Geral das Nações Unidas. Adenúncia deverá tornar-se efetiva um ano após a data derecebimento da notificação pelo Secretário-Geral.

ARTIGO 17.

O texto do presente Protocolo deverá ser disponibilizado emformatos acessíveis.

ARTIGO 18.

Os textos em árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol dopresente Protocolo deverão ser igualmente autênticos.

E por estarem assim acordados, os plenipotenciários abaixo-assinados, devidamente autorizados para tal fim pelos seusrespectivos governos, assinaram o presente Protocolo.

Protocolo aprovado, juntamente com a Convenção sobre os Direitos

das Pessoas com Deficiência, pela Assembléia Geraldas Nações Unidas, no dia 6 de dezembro de 2006,

através da resolução A/61/611.