controlo de qualidade de oleos

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  • 7/25/2019 Controlo de Qualidade de Oleos

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    Universidade Federal de Santa CatarinaCentro de Cincias Fsicas e Matemticas

    Departamento de QumicaQMC 5510 Estgio Supervisionado

    Aluno: Aldo Jos TofaniniOrientadora: ProfaDraIolanda da Cruz Vieira

    Florianpolis, junho de 2004

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    ALDO JOS TOFANINI

    Trabalho de concluso de curso apresentado disciplina QMC 5510 Estgio Supervisionado, doCurso de Graduao em Qumica, da UniversidadeFederal de Santa Catarina, desenvolvido no semestre2004.1.

    Orientadora: ProfaDraIolanda da Cruz Vieira

    FlorianpolisJulho/2004

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    Controle de Qualidade de leos Comestveis

    Aldo Jos Tofanini

    Monografia apresentada como requisito para obteno do grau de Bacharelado emQumica, no curso de Qumica da Universidade Federal de Santa Catarina.

    ProfaDraIolanda Cruz VieiraOrientadora QMC UFSC

    Banca Examinadora

    ProfaDraMarina UiearaQMC UFSC

    MSc. Rosilene Linhares DutraQMC - UFSC

    Universidade Federal de Santa CatarinaJunho de 2004

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    4

    Quando se quer uma coisa, todo oUniverso conspira para que a pessoaconsiga realizar o seu sonho. E sempreantes de realizar um sonho, a Alma doMundo resolve testar tudo aquilo que foiaprendido durante a caminhada. Ela no

    faz isso porque seja m, mas para quepossamos, juntos com o sonho, conquistartambm as lies que aprendemosseguindo em direo a ele.

    O Alquimista

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    AGRADECIMENTOS

    A Deus, que atravs da espiritualidade esteja sempre iluminando as minhas

    trilhas nesta vida terrena;

    Aos meus pais Arildo e Joceline e aos meus irmos;

    A minha grande incentivadora, e querida namorada Graziela;

    Professora Dra Marina Uieara e a MSc. Rosilene Linhares Dutra por

    constiturem a banca examinadora deste trabalho;

    A todos os amigos que fiz no curso de qumica durante a graduao;

    Professora Dra Iolanda da Cruz Vieira, pela sua orientao no decorrer

    deste trabalho;

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    NDICE

    NDICE DE FIGURAS.................................................................................................08

    NDICE DE TABELAS................................................................................................09

    RESUMO.....................................................................................................................10

    1. INTRODUO........................................................................................................11

    1.1 leos comestveis.................................................................................................11

    1.2 .Lipdios.................................................................................................................12

    1.3. cidos graxos.......................................................................................................14

    1.4.Controle de Qualidade...........................................................................................151.5. Caractersticas dos leos e mtodos de determinao........................................16

    1.5.1. Caractersticas dos leos..................................................................................16

    1.5.2 Mtodos de determinao..................................................................................18

    1.5.2.1 Cromatografia a gs........................................................................................18

    2. OBJETIVOS............................................................................................................20

    3. PARTE EXPERIMENTAL.......................................................................................21

    3.1. Equipamentos e materiais....................................................................................21

    3.2 Reagentes e solues...........................................................................................21

    3.2.1. Preparao e padronizao da soluo de hidrxido de sdio 0,1 mol/L.........21

    3.2.2. Preparao e padronizao da soluo de cido clordrico 0,5mol/L..............22

    3.2.3. Preparao e padronizao da soluo de tiossulfato de sdio 0,01 mol/L .....22

    3.2.4. Soluo de iodeto de potssio 0,9 mol/L...........................................................22

    3.2.5. Preparao e padronizao da soluode iodo 0,05 mol/L..............................23

    3.3 Procedimento experimental ..................................................................................23

    3.3.1 Determinao do ndice de acidez.....................................................................23

    3.3.2 Determinao do ndice de saponificao.........................................................24

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    7

    3.3.3 Determinao do ndice de perxido..................................................................24

    3.3.4 Determinao do ndice de iodo.........................................................................25

    3.3.5. Determinao da umidade................................................................................25

    3.3.6 Insolveis orgnicos...........................................................................................26

    3.3.7 Determinao de cinzas.....................................................................................263.3.8 Esterificao de cidos graxos...........................................................................27

    3.3.9 Anlises Cromatogrficas...................................................................................27

    4. RESULTADOS E DISCUSSO..............................................................................28

    4.1. ndice de acidez (rancidez hidroltica)..................................................................28

    4.2. ndice de perxido (rancidez oxidativa)................................................................28

    4.3.Determinao do ndice de saponificao.............................................................294.4 Determinao do ndice de Iodo............................................................................30

    4.5 Determinao da Umidade....................................................................................31

    4.6 Determinao de Insolveis no ter......................................................................31

    4.7 Determinao de Cinzas.......................................................................................32

    4.8 cidos Graxos.......................................................................................................33

    5. CONCLUSES.......................................................................................................39

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...........................................................................40

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    NDICE DE FIGURAS

    Figura 1 Frmula estrutural dos triacilgliceris e seus componentes......................12

    Figura 2 - Reao de determinao de cidos graxos livres.....................................16

    Figura 3 - Reao de determinao do ndice de saponificao................................17Figura 4 Cromatgrafo a gs...................................................................................19

    Figura 5 Reao do hidrogenoftalato de potssio com hidrxido de potssio.........21

    Figura 6 Fluxograma da determinao do ndice de acidez....................................23

    Figura 7 Fluxograma da determinao do ndice de saponificao........................24

    Figura 8 Fluxograma da determinao do ndice de perxido................................24

    Figura 9 Fluxograma da determinao do ndice de iodo.......................................25

    Figura 10 Fluxograma da determinao da umidade..............................................25

    Figura 11 Fluxograma da determinao dos insolveis orgnicos no ter.............26Figura 12 Fluxograma da determinao de cinzas.................................................26

    Figura 13 Fluxograma da reao de esterificao de cidos graxos......................27

    Figura 14 Cromatogramas dos leos vegetais de soja 1 e 2..................................34

    Figura 15 Cromatograma do leo vegetal de girassol.............................................35

    Figura 16 Cromatograma do leo vegetal de milho.................................................36

    Figura 17 Cromatograma do leo vegetal de arroz.................................................37

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    NDICE DE TABELAS

    Tabela 1 - cidos graxos saturados mais comuns......................................................14

    Tabela 2- cidos graxos insaturados mais comuns..................................................15

    Tabela 3 - Condies de anlise dos cidos graxos usando o cromatgrafo a gs...27Tabela 4- ndice de acidez dos leos vegetais............................................................28

    Tabela 5- ndice de perxido dos leos vegetais........................................................29

    Tabela 6 - ndice de saponificao dos leos vegetais...............................................30

    Tabela 7 - ndice de odo dos leos vegetais..............................................................30

    Tabela 8 - Umidade dos leos vegetais......................................................................31

    Tabela 9 - Insolveis no ter dos leos vegetais........................................................32

    Tabela 10- Cinzas dos leos vegetais........................................................................32

    Tabela 11 - Composio de cidos graxos dos leos de soja 1 e 2...........................34Tabela 12 - Composio de cidos graxos do leo de girassol..................................35

    Tabela 13 - Composio de cidos graxos do leo de milho......................................36

    Tabela 14 - Composio de cidos graxos do leo de arroz......................................37

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    RESUMO

    Os leos comestveis so substncias insolveis em gua (hidrofbicos), de

    origem animal ou vegetal, formados principalmente de produtos de condensaoentre glicerol e cidos graxos, denominados triglicerdeos. Devido ao fato de serem

    usados com freqncia na nossa alimentao, h necessidade do controle de

    qualidade para o consumo humano. Nesse trabalho, leos comestveis de diferentes

    marcas e tipos (soja, girassol, milho e arroz) foram selecionados e investigados

    quanto s caractersticas fsico-qumicas (ndice de acidez, saponificao, iodo e

    perxido). Propriedades como a umidade, substncias insolveis e cinzas tambm

    foram estudadas. Alm desses estudos, os teores de cidos graxos foram

    investigados usando cromatografia em fase gasosa. Os perfis cromatogrficos dosleos comestveis foram analisados quantitativamente com relao ao teor de cidos

    graxos que os compem. Para esta anlise foi necessrio realizar uma derivatizao

    (esterificao), pois os leos comestveis so considerados instveis termicamente e

    de baixa volatilidade. A derivatizao torna a substncia voltil e termicamente

    estvel, promovendo melhor separao e resoluo dos componentes. Aps essas

    anlises. Os valores obtidos foram comparados com os limites aceitveis pela

    ANVISA (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria), que fixa a identidade e as

    caractersticas mnimas de qualidade que os leos e gorduras vegetais devem

    obedecer. Os resultados obtidos sugerem que os diferentes leos comestveis esto

    dentro de padres aceitveis e as caractersticas mnimas esto em congruncia com

    as normas e metodologias padres.

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    1.INTRODUO

    1.1.leos comestveis

    Os leos comestveis representam uma das principais fontes de energia

    utilizadas pelo homem na preparao de sua alimentao diria. No alimento

    preparado os leos comestveis podem ser adicionados como ingrediente ou usado

    no processo de fritura, onde podem desenvolver caractersticas de odor, sabor, cor e

    textura que tornam os alimentos mais atraentes para o consumo. Considerando-se

    ainda que uma parte do leo utilizado como meio de transferncia de calor

    absorvida pelo alimento, tornando-se um ingrediente do produto de consumo

    humano.1-3Os leos comestveis so obtidos a partir de leos brutos, que so extrados

    dos gros de soja, milho, canola, algodo, girassol e arroz por meio do processo de

    percolao do solvente na massa do produto. Em seguida, a mistura obtida a partir

    deste processo, que denominada de miscela, passa pela etapa de destilao. O

    leo destilado passa ainda por um processo de degomagem ou limpeza, que consiste

    na separao dos triglicerdeos dos demais elementos indesejveis.4

    O processo produtivo dos leos refinados composto das seguintes etapas:

    i) Neutralizao reduz a acidez dos leos degomados;

    ii) Clarificao ou branqueamento remove os corantes naturais presentes no leo;

    iii) Desceramento remove as ceras do leo por meio de uma filtragem (apenas os

    leos de girassol e de milho so submetidos a essa etapa);

    iv) Desodorizao remove os compostos que do odor e sabor acentuado ao leo,

    alm da acidez residual;

    v) Estocagem e envase o leo estocado e envasado em garrafas PET.

    Existe grande semelhana entre os processos produtivos dos diferentes tipos

    de leo, mas h uma diferena que est na etapa de desceramento ou winterizao,

    que consiste na remoo da cera natural presente nestes leos. Apenas os leos de

    girassol e de milho so submetidos a esta etapa.4

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    C

    H

    H OH

    CH OH

    CH OH

    H O C

    O

    (CH2)16 CH3

    H O C

    O

    (CH2)7 CH CH (CH2)7 CH3

    H O C

    O

    (CH2)7 CH CH CH2 CH CH (CH2)4 CH3

    H

    cido esterico

    cido oleico

    cido linolico

    1.2.Lipdios

    Os lipdios, tambm conhecidos como leos e gorduras formam, juntamente

    com os carboidratos e as protenas, grupo de compostos muito importantes em

    alimentos e so freqentemente encontrados na natureza, tanto em animais comoem vegetais. Alm disso, esto entre as principais fontes de energia utilizadas pelo

    homem. Os lipdios fornecem, em peso, de duas a trs vezes mais calorias que os

    carboidratos e as protenas e, apesar desses dois ltimos se transformarem em

    lipdios no organismo humano, alguns deles tm funes biolgicas especficas.5

    Constituintes principais de componentes dos alimentos insolveis em gua, os

    lipdios, particularmente leos e gorduras, em contraste com protenas e

    carboidratos, possuem poucos stios reativos na molcula, de modo que a ocorrncia

    de reaes durante o processamento e armazenamento do alimento menos variadaque a de componentes solveis em gua.5,6

    Os lipdios ocorrem em quase todos os tipos de alimentos, e a maioria deles

    (~90%) encontrada na forma de triglicerdios. Os cidos graxos naturais presentes

    nos alimentos possuem cadeia linear e nmeros pares de carbono, os quais podem

    ser saturados ou insaturados com at seis duplas ligaes. Alm dos triglicerdios, os

    alimentos tambm possuem outros tipos de lipdios, como fosfolipdios, glicolipdios,

    esfingolipdios, lipoprotenas, etc.5,6

    As gorduras possuem a cadeia carbnica saturada, j os leos possuem de

    uma a quatro insaturaes (duplas ligaes) na cadeia carbnica.7

    Os leos e gorduras comestveis so compostos por steres de trs cidos

    graxos (cidos carboxlicos alifticos) e glicerol, denominados triacilgliceris, como

    exemplificado na Figura 1:5

  • 7/25/2019 Controlo de Qualidade de Oleos

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    C

    H

    H O

    CH O

    C OH

    C

    O

    (CH2)16 CH3

    C

    O

    (CH2)7 CH CH (CH2)7 CH3

    C

    O

    (CH2)7 CH CH CH2 CH CH (CH2)4 CH3

    1-estearil, 2-oleil, 3-linoleil glicerol

    Figura 1 Frmula estrutural dos triacilgliceris e seus componentes6

    Uma vez que existem trs posies disponveis na molcula de glicerol para a

    esterificao dos cidos graxos, os leos e gorduras so compostos de misturas

    complexas de triacilgliceris. A cadeia alqulica indica as caractersticas fsicas doslipdios, pois quanto maior a cadeia maior o ponto de fuso, portanto poder ser

    slido temperatura ambiente (gorduras), quanto menor a cadeia e quanto mais

    insaturada, menor ponto de fuso, portanto lquido temperatura ambiente (leos).

    Na natureza a maioria dos insaturados tem configurao cis, o que provoca ainda

    mais, a diminuio do ponto de fuso (menor empacotamento).5,7

    Alm dos triacilgliceris, os leos e gorduras contm componentes menores,

    como mono e diacilgliceris, que possuem o glicerol esterificado com um ou dois

    cidos graxos apenas, fosfolipdios, esteris, tocoferis e pigmentos, que influnciasobre as propriedades fsicas e qumicas dos leos e gorduras.5

    No nosso organismo, como primeira etapa do catabolismo de lipdios ocorrer

    uma reao de hidrlise, catalisada por uma enzima chamada lipase. A molcula de

    triacilglicerol (leo ou gordura) quebra produzindo glicerol e molculas de cidos

    carboxlicos. Tanto o glicerol como o cido carboxlico sero oxidados para gerar

    CO2, H2O e energia.7

    A decomposio de leos e gorduras atravs da lipase acelerada por luz e

    calor, com formao de cidos graxos livres que causam um sabor-odordesagradvel, principalmente em gorduras como manteiga, que possui grande

    quantidade de cidos graxos de baixo peso molecular. Porm, em gorduras com

    cidos graxos no volteis, o sabor-odor caracterstico no aparece juntamente com

    a deteriorao. Neste caso, muito importante a medida quantitativa dos cidos

    graxos livres para se determinar o grau de deteriorao.6

  • 7/25/2019 Controlo de Qualidade de Oleos

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    1.3. cidos graxos

    Os cidos graxos de gorduras naturais possuem uma cadeia carbnica com

    um grupo terminal carboxila, podendo ter de quatro a vinte e quatro tomos de

    carbono, sendo a quase totalidade de nmero par e os mais amplamente distribudoscom 16 e 18 tomos. Podem ser saturados, monoinsaturados ou poliinsaturados.

    cidos graxos saturados possuem todos os carbonos da cadeia ligados a dois

    tomos de hidrognio. Os monoinsaturados possuem uma dupla ligao, e os

    poliinsaturados podem ter de duas a seis duplas ligaes. Esto listadas nas Tabelas

    1 e 2 os principais cidos graxos saturados e insaturados presentes na natureza e

    suas respectivas fontes. Com relao aos cidos insaturados, os mais comuns so o

    olico, linolico e linolnico.5

    Tabela 1 - cidos graxos saturados mais comuns5

    Nome

    comum

    Nome

    sistemtico

    N de

    carbonos Fonte

    Butrico Butanico 4 Gordura do leite

    Caprico Hexanico 6 Gordura do leite, babau, coco

    Caprlico Octanico 8

    Gordura do leite, babau, coco,

    semente de uva

    Cprico Decanico 10 CocoLurico Dodecanico 12 Gordura do leite, coco

    Mirstico Tetradecanico 14

    Noz moscada, gordura do leite,

    coco, soja, algodo, oliva,

    abacate

    Palmtico Hexadecanico 16

    Amendoim, milho, manteiga de

    cacau, toucinho

    Esterico Octadecanico 18

    Gordura animal, manteiga de

    cacauAraqudico Eicosanico 20 Amendoim

    Be-hnico Docosanico 22 Mostarda, colza, amendoim

    Lignocrico Tetracosanico 24

    Amendoim, mostarda, colza,

    gergelim, girassol (pequenas

    quantidades)

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    Tabela 2- cidos graxos insaturados mais comuns5

    Nome

    comum Nome sistemtico

    N de

    carbonos

    Duplas

    ligaes Fonte

    Caprolico 9-decenico 10 1 Gordura do leite

    Laurolico 9-dodecenico 12 1 Gordura do leiteMiristolico 9-tetradecenico 14 1 Gordura animal

    Olico 9-(Z)-octadecenico C18:19 1

    Maioria dos leos e

    gorduras

    Linolico

    9(Z),12(Z)-

    octadecadienico C18:29,12 2

    Maioria dos leos e

    gorduras

    Linolnico 9(Z),12(Z),15(Z)-

    octadecatrienico

    C18:39,12,15 3 Soja, linhaa,

    grmen de trigo

    Gadolico 9-eicosaenico 20 1leos de peixes,animais marinhos

    Ercico 13-docosenico 22 1 Mostarda, colza

    1.4.Controle de Qualidade

    Os leos vegetais utilizados como produtos alimentcios, cosmticos, matria-

    prima para tinta, vernizes e lubrificantes, entre outras aplicaes, so conhecidosdesde a antiguidade. O uso destes leos depende, muitas vezes, da qualidade e para

    isso existe mtodos relatados na literatura para esse fim.6

    Um laboratrio de controle de qualidade nem sempre de fcil implantao,

    pois requer alto custo, envolve vrios fatores como infra-estrutura, profissionais

    capacitados, espao fsico adequado e equipamentos. No entanto, a importncia vem

    sendo exigida, juntamente com o inicio da implantao dos processos na indstria,

    pois se sabe que o alto custo reverte-se em viabilidade de otimizao de processos

    de produo.6

  • 7/25/2019 Controlo de Qualidade de Oleos

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    16

    H2C

    HC

    H2C

    O

    O

    O

    C

    C

    C

    O

    O

    O

    R1

    R2

    R3

    3H2O

    H2C

    HC

    H2C

    OH

    OH

    OH

    + 3 R CO

    OHNaOH

    fenolftalenaC

    O

    ONaR

    1.5. Caractersticas dos leos e mtodos de determinao

    1.5.1.Caractersticas dos leos

    O ndice de acidez caracteriza a rancidez hidroltica que a hidrlise daligao ster por lipase e umidade, definido como o nmero de miligramas (mg) de

    hidrxido de potssio necessrio para neutralizar os cidos livres de um grama (g) da

    amostra. Este ndice revela o estado de conservao dos leos, a decomposio dos

    glicerdeos acelerada por aquecimento e pela luz, e a rancidez quase sempre

    acompanhada pela formao de cido graxo livre.6-8

    TRIGLICERDEO + 3 H2O GLICEROL + CIDO GRAXO

    Figura 2 - Reao de determinao de cidos graxos livres.6

    O ndice de perxido caracteriza a rancidez oxidativa que a autooxidao

    dos acilgliceris com cidos graxos insaturados por oxignio atmosfrico. Indica o

    grau de oxidao do leo e sua presena o indcio de que a deteriorao do sabore odor, em funo de sua estabilidade, est iniciando. Quando sua concentrao

    atinge um certo nvel, mudanas complexas ocorrem, formando compostos de baixo

    peso moleculares oriundos de sua degradao.6-8

    ndice de saponificao indica a quantidade relativa de cidos graxos de alto e

    baixo peso molecular, podem ser obtidas com o ndice de saponificao que a

    quantidade de base necessria para saponificar definida quantidade de leo e/ou

    gordura. expresso em nmero de miligramas de hidrxido de potssio necessrio

    para saponificar um grama da amostra.6-8Durante a saponificao, formado sabo de acordo com a reao abaixo

    (Figura 3):

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    17/40

    17

    H2C

    HC

    H2C

    O

    O

    C

    C

    O

    O

    R1

    R3

    OC

    O

    R2 H+ 3 KOH exc.

    H2C

    HC

    H2C

    OH

    OH

    OH

    + 3 R CO

    OK

    H+

    fenolftalena

    K+

    OH2+

    Figura 3 - Reao de determinao do ndice de saponificao.7

    ndice de iodo (ndice total de insaturao) dos leos vegetais so

    determinados pela quantidade de halognio adicionado e, convencionalmente,

    expresso como o peso de iodo adicionado por 100 gramas da amostra. Este ndice

    representa a verdadeira insaturao dos leos comestveis quando as duplas

    ligaes entre os carbonos no so conjugadas e tambm no se situam em

    posies adjacente carboxila, pois nestes casos a adio de halognios

    incompleta, ou seja, no quantitativa.6-9

    Um fator importante como controle de qualidade no processo de leos a

    umidade, pois o estado de umidade indica uma possvel degradao por processos

    de hidrlise como j foi descrito. expresso como umidade 105C % m/m.

    Durante o processo de refino e de desumidificao dos leos se faz

    necessrio analisar os insolveis orgnicos como compostos oxidados e demais

    contaminantes polares presentes que causam alterao de odor, paladar e fixao de

    cor que no se dissolvem e no so eliminados. Seguindo a normas analticas

    dissolve-se o resduo restante da determinao da umidade com ter de petrleo

    onde se obter a quantidade de insolveis totais. A determinao dos insolveis

    orgnicos ser obtida aps a queima do resduo resultante da dissoluo com ter de

    petrleo em mufla a 550C que sero as cinzas, podendo ser expressa como cinzas

    % m/m. Diminuindo do peso de insolveis totais o nmero de gramas de cinzas

    correspondentes, obtm-se o nmero de gramas de insolveis no ter.

    9

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    18

    1.5.2 Mtodos de determinao

    So vrios os mtodos relatados na literatura para determinao dos ndices

    (acidez, saponificao, iodo, perxido) de leos vegetais. O Instituto Adolfo Lutz10,

    AOAC (Official Methods of Analysis)11

    e a Farmacopia Brasileira12

    usam avolumetria para a determinao quantitativa desses ndices.

    A ANVISA (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria)13 visa a proteo

    sade da populao, fixa a identidade e as caractersticas mnimas de qualidade que

    os leos e gorduras vegetais devem obedecer. As normas metodolgicas acima

    devem estar em congruncia com as exigncias mnimas de qualidade.

    1.5.2.1 Cromatografia a gs

    a composio de leos comestveis pode ser determinada atravs de

    cromatografia gasosa analisando os cidos graxos que o compem. Existem

    algumas fraudes que s podem ser detectadas por esta tcnica, visto que os ndices

    fsico-qumicos do produto final caem dentro dos intervalos do leo puro.14,15

    Cromatografia um mtodo fsico-qumico de separao aplicado em diversos

    ramos da qumica. Gases ou substncias volatilizveis podem ser separados

    utilizando-se a tcnica denominada cromatografia a gs. A separao baseia-se na

    diferente distribuio das substncias entre uma fase estacionria (slida ou lquida)

    e uma fase mvel (gasosa).14,15

    A amostra, atravs de um sistema de injeo, introduzida em uma coluna

    contendo a fase estacionria. O sinal gerado pelo detector, na cromatografia a gs,

    um pico cuja rea proporcional massa do analito. A rea do pico permite

    determinar a concentrao de cada um dos componentes da amostra, separados na

    coluna durante a anlise. O uso de temperaturas adequadas no local de injeo da

    amostra e na coluna possibilita a vaporizao destas substncias que, de acordo

    com suas propriedades e as da fase estacionria, so retidas por tempos

    determinados e chegam sada da coluna em tempos diferentes. O uso de um

    detector adequado na sada da coluna torna possvel a deteco e a quantificao

    destas substncias.14,15

    A cromatografia a gs uma tcnica com um poder de resoluo excelente,

    tornando possvel, muitas vezes, a anlise de dezenas de substncias de uma

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    19

    mesma amostra. Dependendo do tipo de substncia analisada e do detector

    empregado, possvel detectar cerca de 10-12g.14,15

    Esta tcnica pode ser empregada na anlise de substncias volteis e

    estveis termicamente. Compostos instveis termicamente e de baixa volatilidade,

    como acar, aminocidos e cidos graxos precisam ser derivatizados. Aderivatizao uma tcnica em que a substncia se torna voltil e termicamente

    estvel, alm de promover melhor separao e resoluo dos componentes. Pela

    derivatizao, praticamente qualquer substncia conhecida pode ser analisada em

    cromatografia de fase gasosa.7

    Para os leos comestveis foi realizada uma esterificao seguindo as normas

    analticas.10

    A Figura 4 mostra a instrumentao bsica de um cromatgrafo de fase

    gasosa:6

    1 2

    4

    5

    3

    Figura 4 Cromatgrafo a gs

    1 - Reservatrio de Gs e Controles de Vazo / Presso.

    2 - Injetor (Vaporizador) de Amostra.

    3 - Coluna Cromatogrfica e Forno da Coluna.4 - Detector.

    5 - Eletrnica de Tratamento (Amplificao) de Sinal.

    6 - Registro de Sinal (Registrador ou Computador).

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    20

    2. OBJETIVOS

    O objetivo deste trabalho foi analisar leos comestveis de diferentes marcas e

    fontes (arroz, soja, milho e girassol), obtidas comercialmente em supermercados da

    regio e avaliar a qualidade. As determinaes e anlises investigadas foram:

    Determinao do ndice de acidez, perxido, iodo e saponificao usando a

    volumetria.

    Determinao de cidos graxos usando a cromatografia gasosa.

    Determinao do teor de umidade, inorgnicos e cinzas.

    A partir das determinaes obtidas, verificar se essas metodologias permitem

    a realizao de um efetivo controle de qualidade de leos comestveis.

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    21

    3. PARTE EXPERIMENTAL

    3.1. Equipamentos e materiais

    - Bureta de 25 ml;

    - Bquer de 50, 250, 500 e 1000 mL;

    - Pipetas volumtricas;

    - Cpsula de Porcelana;

    - Estufa;

    - Mufla;

    - Dessecador;

    - Cromatgrafo a gs (Shimadzu) 17A;- Agitador Magntico;

    3.2 Reagentes e solues

    3.2.1. Preparao e padronizao da soluo de hidrxido de sdio 0,1 mol/L

    A soluo de hidrxido de sdio 0,1 mol/L foi preparada a partir da dissoluo de

    4,0 g desse reagente, dissolvendo-o com gua destilada em balo volumtrico de

    1000 mL. Esta soluo foi padronizada usando uma massa de 0,306g de

    hidrogenoftalato de potssio e a fenolftalena foi utilizada como indicador. A Figura 5

    mostra a reao obtida na padronizao do hidrxido de sdio.

    O

    ONa

    0

    OK

    O

    OH

    0

    OK + NaOH +H2O

    Figura 5 Reao do hidrogenoftalato de potssio com hidrxido de potssio

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    22

    3.2.2. Preparao e padronizao da soluo de cido clordrico 0,5mol/L

    Em um balo volumtrico de 1000 mL, adicionou-se aproximadamente 500 mL

    de gua destilada e com o auxlio de uma pipeta volumtrica, transferiu-se

    lentamente 40,00 mL de cido clordrico. Adicionou-se gua destilada suficiente paracompletar o volume. Esta soluo foi padronizada usando uma massa de 0,3975g de

    carbonato de sdio. Nessa padronizao, 2 gotas do indicador fenolftalena foram

    adicionadas e titulou-se at o ponto de viragem. Em seguida, 6 gotas do indicador

    vermelho de metila foram adicionadas e continuou-se a titulao at a primeira

    mudana de colorao. A titulao foi interrompida, a soluo fervida por um minuto

    para remover o gs carbnico e continuou-se a titulao at a colorao vermelha.

    3.2.3. Preparao e padronizao da soluo de tiossulfato de sdio 0,01 mol/L

    Soluo de tiossulfato de sdio 0,1 mol/L foi obtida pela dissoluo de

    aproximadamente 2,481 g desse regente, dissolveu-secom gua destilada em balo

    volumtrico de 250 mL. A padronizao dessa soluo foi feita utilizando uma massa

    de0,050 g de KIO3previamente dessecado a 150 a 180C durante cerca de 1 hora.

    Essa massa foi transferida para um erlenmeyer e aps dissoluo com 25 mL de

    gua destilada, adicionou-se 1 g de iodeto de potssio, 10 mL de cido clordrico 1,0

    mol/L e titulou-se com a soluo de tiossulfato de sdio at que a colorao da

    soluo tornou-se amarela muito fraca. Em seguida, foi adicionado 5,0 mL de

    suspenso de amido e prosseguiu a titulao at o desaparecimento da colorao

    azul.

    3.2.4. Soluo de iodeto de potssio 0,9 mol/L

    Soluo de iodeto de potssio 0,9 mol/L foi preparada a partir da dissoluo de

    exatamente 15,00 g desse reagente dissolvido com gua destilada em balo

    volumtrico de 100 mL.

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    2 g de amostraErlenmeyer 125 mL

    25 mL de soluoter-etanol (2:1)

    2 gotasfenolftalena

    Titulado comNaOH 0,1 mol/L

    Colorao rsea

    3.2.5. Preparao e padronizao da soluode iodo 0,05 mol/L

    Pesou-se aproximadamente 12,70g de iodo em um vidro relgio. Transferiu-se

    para um bquer de 100 mL contendo 20,0g de iodeto de potssio dissolvido em 25

    mL de gua destilada e agitou-se cuidadosamente para dissolver o iodo. Transferiu-se para um balo de 1000 mL e completou-se o volume com gua destilada. Foi

    transferido 25 mL da soluo de iodo para um erlenmeyer de 250 mL e titulou-se com

    soluo padro de tiossulfato de sdio at que a soluo tornou-se levemente

    amarelada. Em seguida, acrescentou-se 2,0 mL de soluo de amido 0,1 % m/v e

    prosseguiu-se a titulao at o desaparecimento da colorao azul.16,17

    3.3 Procedimento experimental

    Nesse trabalho foram selecionados cinco (5) diferentes tipos de leos vegetais

    (arroz, girassol, milho e duas marcas diferente de leo de soja) e foram feitas

    determinaes em triplicata do ndice de acidez, ndice de saponificao, ndice de

    perxido, ndice de iodo, cidos graxos, umidade, cinzas e insolveis orgnicos. Os

    procedimentos experimentais usados em cada metodologia sero mostrados em

    forma de organogramas.

    3.3.1 Determinao do ndice de acidez10-12

    Figura 6 Fluxograma da determinao do ndice de acidez

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    2 g de amostraErlenmeyer125mL

    20 mL de soluoalcolica KOH 4%

    Aquecimento brando (30 minutos)Refluxo

    2 gotas fenolftalena

    Titular com HCl

    Soluo incolor20 mL de soluo alcolica KOH

    4%

    Aquecimento at ebulio (30 minutos)Refluxo

    2 gotas fenolftalena

    Titulado com HCl 0,5 N

    30 g de amostraErlenmeyer 125 mL

    60 mL de soluoCH3COOH/CHCl3(3:2)

    60 mL H2O

    Titulado: soluo Na2S2O30,01mol/L com agitao

    Amarelo incolor

    Soluo Na2S2O30,01mol/LGota a gota

    Prova em brancoMesmas condies

    2 mL soluo saturada KI

    0,5 mL soluo amido 1%

    Titular at ponto final

    Titular at colorao incolor

    3.3.2 Determinao do ndice de perxido10-12

    Figura 8 Fluxograma da determinao do ndice de perxido

    3.3.3 Determinao do ndice de saponificao10-12

    Figura 7 Fluxograma da determinao do ndice de saponificao

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    0,3 g de Amostra 10 mL CHCl3

    10 mL soluo KI 0,1 mol/L

    ! "

    Prova em brancoMesmas condi es

    25 mL soluo Iodo 0,05 M

    Titulado: Na2S2O30,5 mol/L

    2 mL soluo amido

    Titular at colorao incolor

    100 mL H2O fervida e resfriada

    Amarelo incolor

    5 g amostraCpsula porcelana 50 mL

    Resduo

    Aquecer por 1 horaem estufa (t=105C)

    Pesar

    Determinao de Insolveisno ter

    ##$

    Aquecer por 1 horaem estufa (t=105C)

    Pesar

    Repetir aquecimento eresfriamento at peso constante

    3.3.4 Determinao do ndice de iodo10-12

    Figura 9 Fluxograma da determinao do ndice de iodo

    3.3.5. Determinao da umidade10-12

    Figura 10 Fluxograma da determinao da umidade

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    Insolveis totais no terCpsula porcelana 50 mL

    Incinerar em Mufla (t=550C)

    Pesar

    Repetir aquecimento e resfriamentoat peso constante

    Resduo da determinao umidade

    ter etlico anidro

    Lavar cpsula de porcelana e filtro com ter

    %

    Filtrar em papel filtro pr pesado

    Pesar

    Repetir aquecimento e resfriamentoat peso constante

    Estufa por 1 hora (t=105C)

    Papel filtro com resduoEstufa por 1 hora (t=105C)

    Quantidade de insolveis totDeterminao de cinzas

    Diferena de peso entreinsolveis totais e cinzas

    Insolveis orgnicos no ter

    3.3.6 Insolveis orgnicos10-12

    Figura 11 Fluxograma da determinao dos insolveis orgnicos no ter

    3.3.7 Determinao de cinzas10-12

    Figura 12 Fluxograma da determinao de cinzas

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    50 mg de Amostrabalo fundo redondo

    6 mL hexano

    30 mL soluo H2SO42% em CH3OH

    Aquecimento por 1 horaRefluxo

    Fase orgnica

    40 mL soluo saturada NaCl

    Soluo saturada NaCl at o hexanoatingir parte afunilada do balo

    Fase aquosa

    Anlise porCromatografia a Gs

    Desprezar

    3.3.8 Esterificao de cidos graxos10-12

    Figura 13 Fluxograma da reao de esterificao de cidos graxos

    3.3.9 Anlises Cromatogrficas

    As anlises dos cidos graxos nos leos comestveis foram obtidas utilizando

    um cromatgrafo a gs da Shimadzu (modelo GC-17A). Para essas anlises foi

    usado uma coluna capilar do tipo DB-1 (30m x 0,25mm de dimetro interno e

    espessura da fase 0,25m) e nitrognio como gs carreador (fluxo de 1-2 L.min-1). A

    Tabela 3 mostra as condies utilizadas.

    Tabela 3 - Condies de anlise dos cidos graxos usando o cromatgrafo a gs

    Tempo de split 40 minutos

    Fluxo do gs de arraste 1-2 mL.min-1

    Temperatura inicial 50C

    Temperatura final 310C

    Tempo de isoterma a 310C 5 minutos

    Taxa de aquecimento 10C.min-1

    Temperatura do injetor 280C

    Temperatura do detector (FID) 320C

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    4. RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1.ndice de acidez (rancidez hidroltica)

    O ndice de acidez revela o estado de conservao dos leos e gorduras, umavez que, com o tempo, pode ocorrer o fenmeno da hidrlise com o aparecimento de

    cidos graxos livres. Esse ndice expressa o nmero de mg de hidrxido de potssio

    necessrio para neutralizar os cidos livres por grama da amostra. A neutralizao

    desses cidos livres com solues alcalinas geralmente utilizada para a maioria

    dos leos aps a extrao. leos e/ou gorduras utilizados em processos de frituras

    so muito suscetveis hidrlise pela ao da temperatura elevada na presena de

    gua. A Tabela 4 mostra os valores do ndice de acidez obtida usando diferentes

    leos comestveis.

    Tabela 4- ndice de acidez dos leos vegetais

    ndice de acidez (mg KOH/g amostra)

    leos ANVISA Obtido (nesse trabalho)

    Soja 1 Mximo de 0,3 0,799

    Soja 2 Mximo de 0,3 0,533

    Girassol Mximo de 0,3 0,533

    Milho Mximo de 0,3 1,066

    Arroz Mximo de 0,3 0,799

    A partir das anlises realizadas seguindo a metodologia analtica, verificou-se

    que os ndices de acidez obtido nos diferentes leos comestveis investigados

    apresentam valores acima do limite mximo permitido pela ANVISA.

    4.2.ndice de perxido (rancidez oxidativa)

    O ndice de perxido um indicador muito sensvel no estado inicial da

    oxidao, tem como conseqncia destruio das vitaminas lipossolveis e dos

    cidos graxos essenciais, alm da formao de subprodutos com sabor-odor forte e

    desagradvel. Como os perxidos so os primeiros compostos formados quando

    uma gordura deteriora, toda gordura oxidada d resultado positivo nos testes de

    perxidos. Esse ndice expresso em miliequivalentes, por kg da amostra. A Tabela

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    5 mostra os valores do ndice de perxido obtido usando diferentes leos

    comestveis.

    Tabela 5- ndice de perxido dos leos vegetais

    ndice de perxido (miliequivalentes/kg amostra)leos ANVISA Obtido (nesse trabalho)

    Soja 1 Mximo de 10 1,375

    Soja 2 Mximo de 10 0,786

    Girassol Mximo de 10 1,004

    Milho Mximo de 10 0,808

    Arroz Mximo de 10 1,048

    Com os ndices de perxidos obtidos nas diferentes amostras dos leos

    comestveis, pode-se dizer que os mesmos so de boa qualidade, pois os ndices

    apresentaram-se muito abaixo do limite mximo estabelecido pela ANVISA.

    O mtodo analtico empregado para determinao desse ndice utiliza uma

    massa de 5,00g de amostra, que no foi o suficiente para a determinao do mesmo,

    sendo necessrio aumentar a massa de amostra. Com isto realizou-se testes com

    10, 20 e 30,00g, sendo esta ltima, a massa que tornou possvel determinar o ndice

    de perxido diminuindo a margem de erro.

    4.3.Determinao do ndice de saponificao

    ndice de saponificao a quantidade de base necessria para saponificar

    definida quantidade de leo e/ou gordura. expresso em nmero de miligramas de

    hidrxido de potssio necessrio para saponificar um grama da amostra. O ndice de

    saponificao uma indicao da quantidade relativa de cidos graxos de alto e

    baixo peso molecular. O ndice de saponificao no serve para identificar o leo,

    pois muitos leos possuem estes ndices muito semelhantes (188-196). A Tabela 6

    mostra os valores do ndice de saponificao obtidos usando diferentes leos

    comestveis.

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    Tabela 6 - ndice de saponificao dos leos vegetais

    ndice de saponificao (mg KOH/g amostra)

    leos ANVISA Obtido (nesse trabalho)

    Soja 1 189 195 185,80

    Soja 2 189 195 187,09Girassol 188 194 185,80

    Milho 187 195 184,51

    Arroz 181 189 184,51

    Os valores dos ndices de saponificao obtidos nas diferentes amostras de

    leos comestveis apresentaram-se dentro dos limites determinados pela ANVISA.

    Esses resultados demonstram a elevada proporo de cidos graxos de baixo peso

    molecular nas amostras analisadas, ainda indicando a semelhana entre os

    diferentes leos analisados em relao composio de cidos graxos.

    4.4 Determinao do ndice de iodo

    O ndice de iodo a medida da insaturao que classifica leos, gorduras e

    utilizado como controle de alguns processamentos. Esse ndice baseado no fato de

    que iodo e outros halognios se adicionam numa dupla ligao da cadeia insaturada

    dos cidos graxos. expresso em nmero de gramas de iodo absorvido por 100 g da

    amostra. A Tabela 7 mostra os valores do ndice de saponificao obtida usando

    diferentes leos comestveis.

    Tabela 7 - ndice de iodo dos leos vegetais

    ndice de odo (g iodo/100g amostra)

    leos ANVISA Obtido (nesse trabalho)

    Soja 1 120 - 143 (Wijs) 3,33Soja 2 120 143 (Wijs) 3,72

    Girassol 110 143 (Wijs) 3,23

    Milho 103 128 (Wijs) 2,77

    Arroz 99 108 (Wijs) 2,54

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    31

    4.5 Determinao da Umidade

    Durante o processo de refino de leos comestveis tm-se a preocupao de

    eliminar ao mximo a umidade adquirida em algumas fases do processo, com a

    finalidade de preservar as caractersticas do produto final por um longo perodo detempo. A presena da umidade nos leos e o calor favorecem a ativao de enzimas

    que hidrolisam rapidamente o leo, produzindo um aumento considervel da acidez

    livre gerando um odor e sabor desagradvel de rano. Alm destas condies

    tambm perdem componentes alimentcios valiosos como vitaminas, antioxidantes.A

    Tabela 8 mostra que seguindo as normas analticas, as amostras analisadas no

    contm umidade.

    Tabela 8 - Umidade dos leos vegetaisleos Umidade a 105C %

    Soja 1 0

    Soja 2 0

    Girassol 0

    Milho 0

    Arroz 0

    4.6 Determinao de Insolveis Orgnicos

    Essa determinao pode ser utilizada para verificar o teor de matria insolvel

    em ter de petrleo, onde a maioria dos leos e gorduras so solveis neste solvente

    orgnico. Estes insolveis podem ser leos oxidados, resduos inorgnicos, gorduras

    de alto ponto de fuso e ainda misturas com leos de mamona que insolvel em

    ter de petrleo.A Tabela 9 mostra os resultados obtidos de matria insolvel desses

    leos. No foram encontrados na literatura valores para as caractersticas mnimas,

    no entanto, a partir dos dados obtidos, acredita-se serem baixos no representando

    grandes contaminaes.

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    32

    Tabela 9 - Insolveis no ter dos leos vegetais

    leos Insolveis totais % Insolveis no ter %

    Soja 1 0,026 0,026

    Soja 2 0,037 0,037

    Girassol 0,078 0,078Milho 0,085 0,085

    Arroz 0,108 0,108

    4.7 Determinao de Cinzas

    Resduo por incinerao ou cinza o nome dado ao resduo obtido por

    aquecimento de um produto em temperatura prxima a 550 C. Nem sempre esteresduo representa toda a substncia inorgnica presente na amostra, pois alguns

    sais podem sofrer reduo ou volatilizao nesse aquecimento.

    A Tabela 10 mostra os resultados da quantidade de cinza nessas amostras de

    leos, pode-se concluir que as matrias consideradas insolveis totais obtidas nas

    determinaes de insolveis no ter so de origem orgnica uma vez que aps a

    queima em mufla a 550C, no foi obtido teor de cinzas nas amostras investigadas.

    No foram encontrados na literatura valores para as caractersticas mnimas para a

    determinao de cinzas.

    Tabela 10 - Cinzas dos leos vegetais

    leos Cinzas

    Soja 1 0

    Soja 2 0

    Girassol 0

    Milho 0

    Arroz 0

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    33

    4.8 cidos Graxos

    Os leos comestveis podem ser identificados, atravs da composio de

    cidos graxos por cromatografia em fase gasosa. Com esta tcnica analtica foi

    possvel quantificar os cidos graxos contidos nos diferentes leos comestveisanalisados. Atravs do sinal gerado por um detector cromatogrfico adequado

    obtm-se um pico cuja rea proporcional massa do analito.13

    Os picos cromatogrficos foram caracterizados relacionando os

    cromatogramas obtidos com os cromatogramas padres, atravs dos tempos de

    reteno. As Figuras de 14 a 17 mostram os cromatogramas obtidos para os leos

    comestveis analisados.

    Analisando o cromatograma da amostra de leo de arroz, no foi possvel

    determinar as porcentagens em massa dos cidos graxos, pois o mesmo apresenta-secom muitas impurezas, no sendo possvel afirmar se as impurezas so oriundas da

    prpria amostra ou da tcnica de derivatizao (esterificao) do leo comestvel.

    Os resultados apresentados nas Tabelas 11 a 14,das amostras dos diferentes

    leos comestveis mostram as porcentagens em massa dentro dos padres da

    ANVISA, demonstrando que a tcnica de derivatizao (esterificao) do leo

    representativa.

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    Figura 14 Cromatogramas dos leos vegetais de soja 1 e 2

    Tabela 11 - Composio de cidos graxos dos leos de sojacido graxo (g cido/100g amostra)

    cido Graxo Smbolo ANVISA leo de Soja 1 leo de Soja 2

    Mirstico 14: 0 < 0,5 - -

    Palmtico 16:0 7,0 - 14,0 11,76 11,17

    Palmitolico 16:1 < 0,5 - -

    Esterico 18:0 1,4 - 5,5 5,51 4,86

    Olico C18:19 19,0 - 30,0 28,77 26,40

    Linolico C18:29,12 44,0 - 62,0 53,96 57,57

    Linolnico C18:39,12,15 4,0 - 11,0 - -

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    Figura 15 Cromatograma do leo vegetal de girassol

    Tabela 12 - Composio de cidos graxos do leo de girassol

    cido graxo (g cido/100g amostra)

    cido Graxo Smbolo ANVISA leo de Girassol

    Mirstico 14: 0 < 0,5 -

    Palmtico 16:0 3,0 -10,0 6,07

    Palmitolico 16:1 < 1,0 -

    Esterico 18:0 1,0 - 10,0 4,38

    Olico C18:19

    14,0 - 35,0 33,50Linolico C18:2

    9,12 55,0 - 75,0 56,05

    Linolnico C18:39,12,15 < 0,3 -

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    Figura 16 Cromatograma do leo vegetal de milho

    Tabela 13 - Composio de cidos graxos do leo de milho

    cido graxo (g cido/100g amostra)

    cido Graxo Smbolo ANVISA leo de Milho

    Mirstico 14: 0 < 0,1 -

    Palmtico 16:0 9,0 - 14,0 13,23

    Palmitolico 16:1 < 0,5 -

    Esterico 18:0 0,5 - 4,0 2,96

    Olico C18:19

    24,0 - 42,0 34,18Linolico C18:29,12 34,0 - 62,0 49,61

    Linolnico C18:39,12,15 < 2,0 -

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    Figura 17 Cromatograma do leo vegetal de arroz

    Tabela 14 - Composio de cidos graxos do leo de arrozcido graxo (g cido/100g amostra)

    cido Graxo Smbolo ANVISA leo de Arroz

    Mirstico 14: 0 0,4 -1,0 -

    Palmtico 16:0 12,0 -18,0 -

    Palmitolico 16:1 0,2 - 0,4 -

    Esterico 18:0 1,0 - 3,0 -

    Olico C18:19 40,0 - 50,0 -

    Linolico C18:29,12 29,0 - 42,0 -Linolnico C18:39,12,15 < 1,0 -

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    5. CONCLUSO

    Cada vez mais se pode dizer que com o desenvolvimento tecnolgico nas

    reas de produo, extrao e processamento de leos comestveis essencial o

    controle de identificao e determinao dos constituintes de interesse para avaliar aqualidade do produto. Assegurando dessa maneira, o valor nutricional, paladar,

    aparncia, e principalmente eliminar o mximo de interferentes como impurezas e

    contaminantes assegurando a sade pblica.

    Com as tcnicas analticas aplicadas pode-se dizer que os resultados esto

    dentro da faixa aceitvel normatizada pela ANVISA. Das cinco amostras analisadas o

    leo de arroz apresentou-se fora da faixa aceitvel em relao cromatografia em

    fase gasosa, no sendo possvel analisar o cromatograma para identificar os picos

    correspondentes aos tempos de reteno, que caracterizam os cidos graxos quecompem este leo. A no caracterizao dos picos pode-se atribuir a contaminaes

    da prpria amostra ou ainda no procedimento de derivatizao (esterificao) no ter

    ocorrido por completo.

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    do leo de soja refinado utilizado em fritura por imerso com alimentos de origem

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    usados em restaurantes, lanchonetes e similares; Cincia e Tecnologia de Alimentos,

    19 (3), 1999.

    3. LIMA, J. R; GONALVES, A. G; Parmetros de avaliao da qualidade de leo de

    soja utilizado para fritura; Qumica Nova, 17 (5), 392-396, 1994.

    4http://www.fazenda.gov.br/seae/documentos/pareceres/Servicos/pcr060862004DF_ac08012009096200303.pdfacessado em 20/06

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    produzidas no Brasil. USFC Centro de Cincias dos Alimentos, Florianpolis S.C,

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    6. BARTHUS, R. C; Dissertao de Mestrado Aplicao de MtodosQuimiomtricos para Anlises de Controle de Qualidade de leos Vegetais Utilizando

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    Universidade Federal de Viosa (UFV), Viosa, 1999.

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    Departamento de Qumica, Florianpolis S.C.

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    edio. So Paulo, 1985.

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