controlo de obra

114
MODELO DE CONTROLO DE CUSTOS DE UMA OBRA PÚBLICA, DO PONTO DE VISTA DO DONO DA OBRA Ana Emília Vieira Botelho Dissertação para obtenção do grau de mestre em Engenharia Civil Júri Presidente: Prof. Augusto Martins Gomes Orientador: Prof. Pedro Gameiro Henriques Vogais: Eng. Pedro Chichorro Rodrigues Novembro de 2009

Upload: lafa22

Post on 23-Jun-2015

449 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: controlo de obra

MODELO DE CONTROLO DE CUSTOS DE UMA OBRA

PÚBLICA, DO PONTO DE VISTA DO DONO DA OBRA

Ana Emília Vieira Botelho

Dissertação para obtenção do grau de mestre em

Engenharia Civil

Júri

Presidente: Prof. Augusto Martins Gomes

Orientador: Prof. Pedro Gameiro Henriques

Vogais: Eng. Pedro Chichorro Rodrigues

Novembro de 2009

Page 2: controlo de obra
Page 3: controlo de obra

I

Agradecimentos

Ao Professor Pedro Gameiro Henriques, do Instituto Superior Técnico, pela orientação e

disponibilidade que contribuíram de uma forma determinante para a realização deste trabalho,

os meus sinceros agradecimentos.

Ao Engenheiro Pedro Rodrigues, pelo interesse e disponibilidade demonstrado ao longo da

elaboração da dissertação e pelos seus valiosos ensinamentos a mim prestados.

A todos os que colaboraram na elaboração deste trabalho, seja directa ou indirectamente, tais

como, a minha irmã Mafalda Botelho, pela revisão do trabalho e do inglês, a empresa João

Vieira & Filhos, Lda., pelo interesse, apoio e material fornecido para o caso de estudo e a todos

os que nunca se recusaram a responder a uma pergunta ou ajudar quando necessário.

Aos meus pais e namorado pelo apoio inequívoco prestado desde o início ao fim da realização

deste mestrado.

Page 4: controlo de obra

II

Page 5: controlo de obra

III

Resumo

A presente dissertação tem como objectivo contribuir para o estudo do controlo de custos de

uma obra pública, do ponto de vista do Dono da Obra.

Deste modo, o trabalho desenvolvido propõe uma metodologia, de acordo com a legislação em

vigor, que fiscalize o controlo de custos na fase de execução da obra, facilitando ao Dono da

Obra o acompanhamento desta.

São descritos todos os procedimentos necessários para a gestão orçamental de uma obra,

desde a concepção do projecto, o lançamento da empreitada a concurso, a adjudicação, até à

elaboração de mapas para autos de medição e controlo contabilístico dos trabalhos efectuados

e a efectuar.

Esta metodologia foi produzida para satisfazer as necessidades de uma empreitada de obras

públicas com procedimento de concurso público, de acordo com o novo Código de Contratos

Públicos. De acordo com esta metodologia foi construído um modelo em Microsoft Excel,

validado com a aplicação de um caso de estudo.

Palavras-chave

Dono da Obra;

Gestão de projectos;

Rotinas;

Gestão de custo;

Controlo do custo;

Folha de cálculo.

Page 6: controlo de obra

IV

Abstract

The present dissertation has the aim to contribute for the study of the costs control of a public

construction, from the point of view of a Construction site Owner.

In this way, this dissertation suggests a methodology, according to the actual legislation, that

supervises the costs control at the execution phase of a construction and, at the same time, to

facilitate the Owner’s supervision.

The necessary proceedings are even described for the budgetary management of a

construction, from the conception of the project to the launch of the commission to contest; the

grant; to the preparation of maps for the acts of measurement and the control of the

construction that were built and those that are still going to be built.

This methodology was produced to satisfy the needs of a contract of public works with public

procurement procedure, according to the new Code of Public Contracts. In accordance with this

methodology a model was built in Microsoft Excel using a case of study to confirm such model.

Keywords

Construction Owner;

Project management;

Routines;

Cost management;

Cost control;

Spreadsheet.

Page 7: controlo de obra

V

Índice

1. Introdução .............................................................................................................................. 1

1.1. Campo de Aplicação do Trabalho ................................................................................. 1

1.2. Objectivos ...................................................................................................................... 1

1.3. Metodologia de Investigação ......................................................................................... 2

1.4. Organização da Dissertação ......................................................................................... 2

2. Enquadramento Geral ........................................................................................................... 3

2.1. Introdução ...................................................................................................................... 3

2.2. Projectos e Obras .......................................................................................................... 3

2.3. Fases da Vida de um Projecto ...................................................................................... 4

2.4. Gestão de Projectos ...................................................................................................... 6

2.4.1. Intervenientes na Gestão de Projectos ................................................................. 6

2.4.2. Processos de Gestão de Projectos ....................................................................... 7

2.4.3. Funções de Gestão de Projectos .......................................................................... 8

2.4.4. Integração da Gestão do Tempo e do Custo ...................................................... 10

2.5. Intervenientes na Realização de uma Obra ................................................................ 11

2.5.1. Dono da Obra ...................................................................................................... 12

2.5.2. Fiscalização ......................................................................................................... 13

2.5.3. Autores do projecto ............................................................................................. 14

2.5.4. Empreiteiros ........................................................................................................ 17

2.6. Fases de Realização de uma Obra ............................................................................. 17

2.6.1. Concurso / Convite .............................................................................................. 18

2.6.1.1. Organização do Processo a Apresentar a Concurso .................................. 18

2.6.1.2. Organização da Proposta a Apresentar ...................................................... 20

2.6.1.3. Apresentação da Proposta .......................................................................... 22

2.6.1.4. Análise das Propostas ................................................................................. 23

2.6.2. Adjudicação ......................................................................................................... 23

2.6.2.1. Contrato ....................................................................................................... 25

2.6.3. Consignação ........................................................................................................ 26

2.6.4. Execução Física dos Trabalhos .......................................................................... 27

2.6.5. Recepção ............................................................................................................ 29

3. Princípios e Metodologia Propostos para o Modelo ............................................................ 31

3.1. Introdução .................................................................................................................... 31

3.2. Princípios Propostos para o Modelo ........................................................................... 31

3.2.1. Caracterização da Obra para o Caso de Estudo ................................................ 32

3.2.2. Escolha do Instrumento Informático de Construção do Modelo ......................... 33

3.3. Metodologia proposta para o modelo .......................................................................... 34

3.3.1. Rotinas de Gestão de Custo ............................................................................... 34

Page 8: controlo de obra

VI

3.3.1.1. Rotina de Gestão de Trabalhos Contratuais ............................................... 34

3.3.1.2. Rotina de Gestão de Trabalhos a Mais e a Menos ..................................... 35

3.3.1.3. Rotina de Gestão de Trabalhos de Correcção ou Suprimento de Erros e Omissões . .................................................................................................................... 38

3.3.1.4. Rotina de Gestão de Revisão de Preços .................................................... 42

3.3.2. Rotina de Facturação e Pagamentos .................................................................. 45

3.3.2.1. Auto de Vistoria e Medição de Trabalhos e Auto de Revisão de Preços ... 45

3.3.2.2. Factura, Garantia Bancária e Operação de Tesouraria .............................. 49

3.3.2.3. Cabimentação, Pagamento e Recolha do Recibo ...................................... 49

3.3.3. Rotina de Gestão e Acompanhamento do Progresso da Obra .......................... 52

3.3.3.1. Plano de Base ............................................................................................. 54

3.3.3.2. Elementos Base .......................................................................................... 54

3.3.3.3. Indicadores de Estado ................................................................................. 55

3.3.3.4. Indicadores de Desempenho....................................................................... 55

3.3.3.5. Indicadores de Previsão .............................................................................. 56

4. Aplicação dos Princípios e da Metodologia Proposta para o Modelo ................................. 59

4.1. Introdução .................................................................................................................... 59

4.2. Estrutura do Modelo Proposto ..................................................................................... 59

4.3. Apresentação do Modelo Proposto ............................................................................. 60

4.3.1. Folhas de Cálculo do Tipo I: Mapa de Medições ................................................ 61

4.3.2. Folhas de Cálculo do Tipo II: Mapa de Situação de Trabalhos .......................... 63

4.3.3. Folhas de Cálculo do Tipo III: Mapa de Controlo dos Trabalhos a Mais ............ 66

4.3.4. Folhas de cálculo do tipo IV: Mapa Resumo de Controlo dos Trabalhos a Mais e a Menos . ............................................................................................................................ 68

4.3.5. Folhas de Cálculo do Tipo V: Mapa de Controlo dos Trabalhos Correcção ou Suprimento de Erros e Omissões ....................................................................................... 68

4.3.6. Folhas de Cálculo do Tipo VI: Cálculo do Valor da Revisão de Preços ............. 73

4.3.7. Folhas de Cálculo do Tipo VII: Conta Corrente .................................................. 75

4.3.8. Folhas de Cálculo do Tipo VIII: Auto de Vistoria e Medição de Trabalhos ......... 77

4.3.9. Folhas de Cálculo do tipo IX: Auto de Revisão de Preços.................................. 77

4.3.10. Folhas de Cálculo do Tipo X: Mapa de Controlo de Facturação e Descontos ... 80

4.3.11. Folha de Cálculo do Tipo XI: Mapa de Gestão de Tesouraria e Despesas ........ 84

4.3.12. Folhas de Cálculo do Tipo XII: Medição do Progresso da Obra ......................... 87

5. Conclusões .......................................................................................................................... 89

5.1. Introdução .................................................................................................................... 89

5.2. Avaliação da Realização dos Objectivos da Dissertação ........................................... 89

5.3. Limitações da Investigação ......................................................................................... 90

5.4. Contribuições e Aspectos Inovadores ......................................................................... 90

5.5. Trabalhos Futuros ....................................................................................................... 90

Page 9: controlo de obra

VII

6. Referências Bibliográficas ................................................................................................... 91

ANEXOS ...................................................................................................................................... 93

ANEXO 1 – Resumo da Proposta Adjudicada ............................................................................ 95

ANEXO 2 – Proposta de Preço dos Trabalhos a Mais Correspondentes ao Primeiro Adicional 96

ANEXO 3 – Plano de Pagamentos e Cronograma Financeiro Entregue com a Proposta ......... 96

ANEXO 4 – Cálculo dos Coeficientes de Actualização Globais ................................................. 97

ANEXO 5 – Conta Corrente Correspondente à Revisão de Preços nº 1 ................................... 98

ANEXO 6- Conta Corrente Correspondente à Primeira Medição dos Trabalhos a Mais ........... 99

ANEXO 7 – Macro 1 .................................................................................................................. 100

ANEXO 8 – Auto de Vistoria e Medições de Trabalhos a Mais ................................................ 101

ANEXO 9 – Macro 2 .................................................................................................................. 102

Page 10: controlo de obra

VIII

Índice de Figuras

Figura 2. 1 – Fases da vida de um Projecto ................................................................................. 4

Figura 2. 2 – Evolução do custo e aumento de recursos em função do tempo do projecto ......... 5

Figura 2. 3- Funções de Gestão segundo o PMBOK.................................................................... 8

Figura 2. 4 - Intervenientes na realização de uma obra ............................................................. 11

Figura 2. 5 – Organigrama de contratações do dono da Obra ................................................... 12

Figura 2. 6 – Organigrama da estrutura organizacional do dono da Obra. ................................ 13

Figura 2. 7 – Fases da elaboração de um projecto..................................................................... 15

Figura 2. 8 – Fases de realização de uma obra .......................................................................... 17

Figura 2. 9 – Valor do preço base ............................................................................................... 19

Figura 3. 1 – Vista parcial do alçado tardoz ................................................................................ 32

Figura 3. 2– Rotina de gestão de trabalhos contratuais ............................................................. 34

Figura 3. 3 – Rotina de Gestão de trabalhos a mais e a menos ................................................. 35

Figura 3. 4– Rotina de gestão de trabalhos de correcção ou suprimento de erros e omissões 38

Figura 3. 5 – Rotina de gestão de revisão de preços ................................................................. 42

Figura 3. 6 – Rotina de facturação e pagamentos ...................................................................... 45

Figura 3. 7 – Rotina de gestão e acompanhamento do progresso da obra ............................... 53

Page 11: controlo de obra

IX

Índice de Tabelas

Tabela 3. 1– Relação entre o estado do projecto e os indicadores CPI e SPI ........................... 56

Tabela 4. 1 – Folha de cálculo do tipo I correspondente ao Mapa de Medições nº 2. ............... 61

Tabela 4. 2– Folha de cálculo do tipo II correspondente ao mapa de situação de trabalhos nº 2.

..................................................................................................................................................... 65

Tabela 4. 3 – Folha de cálculo do tipo III correspondente ao mapa de controlo dos trabalhos a

mais. ............................................................................................................................................ 67

Tabela 4. 4 – Folha de cálculo do tipo IV correspondente ao mapa resumo de controlo de

trabalhos a mais e a menos. ....................................................................................................... 70

Tabela 4. 5 - Folha de cálculo do tipo V correspondente ao mapa resumo de controlo dos

trabalhos de correcção ou suprimento de erros e omissões. ..................................................... 72

Tabela 4. 6 – Folha de cálculo do tipo VI correspondente ao cálculo do valor da 1ª revisão de

preços. ......................................................................................................................................... 74

Tabela 4. 7– Folha de cálculo do tipo VII correspondente à conta corrente da segunda medição

dos trabalhos. .............................................................................................................................. 76

Tabela 4. 8 – Folha de cálculo do tipo VIII correspondente ao auto de vistoria e medição de

trabalhos nº 2. ............................................................................................................................. 78

Tabela 4. 9 - Folha de cálculo do tipo IX correspondente ao auto de revisão de preços nº1. ... 79

Tabela 4. 10 – Folha de cálculo do tipo X correspondente ao mapa de controlo de facturação e

descontos. ................................................................................................................................... 83

Tabela 4. 11 – Folha de cálculo do tipo XI correspondente ao mapa de gestão de tesouraria e

despesa ....................................................................................................................................... 86

Tabela 4. 12 – Cronogramas financeiros previsto e acumulado. ................................................ 87

Índice de Gráficos Gráfico 3. 1– Elementos base e indicadores do estado de um projecto..................................... 57

Gráfico 4. 1 – Evolução dos cronogramas financeiros previsto e acumulado antes da primeira

prorrogação. ................................................................................................................................ 88

Page 12: controlo de obra

X

Lista de Abreviações

CCP – Código dos Contratos Públicos;

PMI – Project Management Institute;

PMBOK – Project Management Body Knowledge;

CPM – Critical Path Method;

PERT – Program Evaluation and Review Technique;

P.C. – Preço Contratual;

T.M. – Trabalhos a Mais;

T.E.O. – Trabalhos de Erros e Omissões;

Ct - é o coeficiente de actualização mensal a aplicar ao montante sujeito a revisão;

EVM – Earned Value Management;

PV – Planed Value;

BCWS – Budget Cost of Work Schedule;

EV – Earned Value;

BCWP – Budget Cost of Worked Performed;

AC – Actual cost;

ACWP – Actual Cost of Work Performed;

CV – Cost Variance;

SV – Schedule Variance;

CPI - Cost Performance Index;

SPI – Schedule Performance Index;

EAC – Estimate At Completion;

ETC – Estimate To Completion;

BAC – Budget At Completion.

Page 13: controlo de obra

1

1. Introdução

1.1. Campo de Aplicação do Trabalho

A presente dissertação procura fornecer aos Donos da Obra uma ferramenta que lhes permita

responder, a qualquer momento, a questões relacionadas com o controlo e acompanhamento

dos custos da obra que estão a gerir.

Este acompanhamento é feito com base em rotinas e num modelo de controlo e previsão de

custos, integrando módulos de controlo de trabalhos a mais, de trabalhos a menos e de

trabalhos de erros e omissões, de revisão de preços, de facturação e descontos e de gestão de

tesouraria.

Todo o modelo proposto assenta numa ferramenta informática que se considera ao alcance de

qualquer Dono da Obra, o Microsoft Excel, sendo este um dos requisitos base para a

realização do modelo proposto.

1.2. Objectivos

Com o presente trabalho pretende-se promover e implementar um modelo de controlo de

custos de uma obra pública do ponto de vista do Dono da Obra, com base no estudo de um

caso prático de uma empreitada de obras públicas com procedimento de concurso público.

Pretende-se também elaborar uma pesquisa e um estudo bibliográfico dos conceitos gerais, da

metodologia e da legislação seguida nas empreitadas de obras públicas. Recorrendo a esta

pesquisa será elaborada a metodologia que se irá propor para o modelo.

Deste modo, pretende-se criar uma contribuição para o aprofundar dos conhecimentos sobre

as matérias relacionadas com o exercício do controlo de custos de uma obra pública do ponto

de vista do Dono da Obra.

Page 14: controlo de obra

2

1.3. Metodologia de Investigação

A investigação realizada foi dividida em três fases distintas:

• Pesquisa bibliográfica;

• Definição dos princípios e metodologia a aplicar no modelo;

• Construção e validação do modelo;

1.4. Organização da Dissertação

No que se refere à estruturação da dissertação, esta está organizada de modo a seguir a

metodologia de investigação apresentada no ponto anterior, permitindo ao leitor passar pelas

três fases de desenvolvimento do trabalho.

Para além da introdução, este trabalho é iniciado com uma descrição, a título de

enquadramento geral, das matérias relacionadas com projectos e obras, sendo fornecidas

todas as definições e bases jurídicas que se consideram relevantes para o controlo de custos,

desde o momento que o Dono da Obra define os objectivos do projecto. Deste modo, neste

capítulo pretende dar-se a conhecer as fases de vida de um projecto, a gestão de projectos

proposta pelo Project Management Institute, os intervenientes directos e as fases de realização

de uma obra pública.

No capítulo 3 faz-se a exposição dos princípios e metodologia admitidos para a construção do

modelo proposto no presente trabalho, que assenta apenas na fase de execução de uma obra

pública. Assim, é feita uma breve caracterização da obra escolhida para o caso de estudo e é

definida a ferramenta informática para a realização do modelo. O passo seguinte passa pela

representação das rotinas de gestão de custo associadas aos vários tipos de trabalhos e à

revisão de preços, da rotina de facturação e pagamentos e da rotina de gestão e

acompanhamento do progresso da obra.

A última e quarta fase (o capítulo 4) compreende a construção e validação do modelo,

aplicando os princípios e metodologia desenvolvidos no capítulo 3. Deste modo, passou-se do

modelo teórico para a sua aplicação prática, o que demonstra que, aplicando a metodologia

proposta, é possível elaborar de uma forma simples e directa o acompanhamento e controlo de

custos de uma obra pública do ponto de vista do Dono da Obra. No capítulo 5 verifica-se a

realização dos objectivos, bem como os aspectos inovadores deste trabalho.

Page 15: controlo de obra

3

2. Enquadramento Geral

2.1. Introdução

Nos dias de hoje, em que o nível de competição dos mercados é elevado, as condições

económicas são difíceis e o tempo para solucionar os problemas e fazer circular a informação é

cada vez mais reduzido, a implementação de um sistema de gestão de projectos é fundamental

para alcançar os objectivos do Dono da Obra, ou seja, o empreendimento ser concluído a

tempo, dentro do custo autorizado e de acordo com as normas de qualidade, segurança e

ambiente exigidas.

No presente capítulo será feito o enquadramento geral das matérias relacionadas com

projectos e obras, no âmbito em que esta dissertação se insere, sendo fornecidas todas as

definições e bases jurídicas que se considerem relevantes para o controlo de custos de uma

obra pública do ponto de vista do Dono da Obra.

Deste modo e visto que o controlo de custos de um projecto começa desde a fase de

concepção deste, serão descritas as fases de vida de um projecto, a gestão de projectos

proposta pelo Project Management Institute (PMI), os intervenientes directos e as fases de

realização de uma obra pública.

2.2. Projectos e Obras

Segundo Alves Dias (2008), um empreendimento ou projecto é “um programa de investimento

que tem por objectivo a realização de uma ou mais obras de qualquer tipo, abordando todos os

aspectos sociais, económicos, tecnológicos e administrativos das diversas fases da sua vida.”

Por outro lado, Pedro Rodrigues (2009) caracteriza um projecto como “um esforço temporário

realizado para criar um produto ou serviço único e diferenciado. Temporário porque cada

projecto tem uma data de início e uma data de fim e único porque o produto ou serviço criado é

diferente em muitos aspectos de quaisquer outros produtos ou serviços.”

Em relação às obras, estas podem ser classificadas quanto à entidade empreendedora como:

• Obras Públicas: quaisquer obras de construção, reconstrução, ampliação, alteração,

reparação, conservação, limpeza, restauro, adaptação, beneficiação e demolição de

bens imóveis, executadas por conta de uma entidade pública.

• Obras Particulares: obras a realizar por conta de entidades particulares.

Page 16: controlo de obra

4

As obras públicas são regidas por diversos diplomas legais, de que se destaca o Código dos

Contratos Públicos (CCP) aprovado pelo Decreto-Lei nº 18/2008 de 29 de Janeiro. O objectivo

deste novo código de contratação pública é o de criar numa linha de continuidade, a matriz dos

principais regimes jurídicos em vigor à data da sua publicação e que o CCP revogou, entre os

quais se destaca, no que se refere às obras públicas, o Decreto-Lei nº59/99 de 2 de Março e

todos os seus restantes diplomas antecessores desde o Decreto-Lei nº 48 871 de 19 de

Fevereiro de 1969, que promulgou o regime do contrato de empreitadas de obras públicas.

Nas obras particulares aplicam-se principalmente as disposições do Código Civil que confere

ampla liberdade de contratação entre as partes, resultando, por isso, a introdução, muitas

vezes, de cláusulas que remetem a resolução dos casos omissos nos contratos estabelecidos

para a legislação de obras públicas.

No âmbito desta dissertação, apenas será feito o estudo das obras públicas.

2.3. Fases da Vida de um Projecto

Na vida de um Empreendimento podem distinguir-se as seguintes principais fases:

Figura 2. 1 – Fases da vida de um Projecto.

Fonte: (Alves Dias, 2008)

• Concepção: é nesta fase que se definem os objectivos, se fazem os estudos de

viabilidade, o planeamento preliminar e a elaboração dos projectos e concursos/

convites a empresas;

• Realização: nesta fase procede-se à execução física das obras previstas no

empreendimento empregando meios essencialmente físicos e mecânicos e com base

nos estudos e planos estabelecidos na fase anterior;

• Exploração/ Utilização: esta fase considera a gestão das obras pós-construção

compreendendo entre outras, as acções de conservação, manutenção e renovação

das estruturas físicas existentes.

Fases da Vida de um Projecto

Concepção Realização Exploração/ Utilização

Page 17: controlo de obra

5

Estas fases sucedem-se no tempo, embora com largas zonas de sobreposição. Assim, a fase

de concepção estende-se, normalmente, até ao fim da fase de realização e a fase de

exploração começa a ser preparada muito antes do seu arranque.

Para que Dono da Obra reduza os riscos de uma deficiente concepção do empreendimento,

deve possuir um conhecimento profundo da própria metodologia dessa concepção e saber

escolher, em devido tempo, as equipas adequadas.

Todo o processo desenvolve-se, assim, pela consideração simultânea dos aspectos

económicos e técnicos, em etapas progressivamente mais detalhadas, até ao estabelecimento

dos parâmetros básicos do empreendimento (A.P.P.C., 1978).

Pedro Rodrigues (2009) revela que as principais decisões relativamente à obra devem ser

tomadas durante a fase inicial, face aos custos que as alterações em fases mais avançadas do

processo poderão implicar.

Figura 2. 2 – Evolução do custo e aumento de recursos em função do tempo do projecto.

Fonte: (Pedro Rodrigues, 2009)

Segundo a figura 2.2, o custo e quantidade de recursos de um projecto são baixos na fase

inicial (concepção), aumentando até ao começo da fase final e caindo novamente até ao fim do

projecto. Tal facto remete para as fases intermédias uma maior responsabilidade sobre o

controlo dos custos, mais precisamente para a fase de execução do projecto.

Por vezes, em alguns empreendimentos os custos da fase final são superiores aos da fase

inicial e fase intermédia.

Page 18: controlo de obra

6

2.4. Gestão de Projectos

A gestão de projectos, segundo Pedro Rodrigues (2009), é definida como uma aplicação de

conhecimentos, competências, ferramentas e técnicas de modo a que as actividades do

projecto alcancem os objectivos do projecto, desde a fase de concepção até à fase de

exploração.

Como cada projecto é único, tanto no tipo de tarefas a executar, como no processo construtivo

implementado, nos materiais aplicados e na sequência das suas actividades, a gestão de

projectos na construção distingue-se da gestão da maioria das restantes indústrias, pois estas

últimas produzem objectos bastante homogéneos com processos de fabrico padronizados e

determinísticos.

Deste modo, a gestão de projectos constitui uma das várias opções à disposição do Dono da

Obra para a aquisição de projectos e obras. Este dispõe normalmente de serviços técnicos e

administrativos vocacionados para o lançamento e acompanhamento de projectos ou, no caso

de projectos de grandes dimensões, são criados gabinetes e comissões, onde se aplicam os

princípios de gestão de projectos.

No sentido de dar resposta às crescentes necessidades de gestão de projectos e com o

objectivo, entre outros, de uniformizar metodologias, foi criado em 1969 o Project Management

Institute (PMI). Posteriormente, em 1981, foi criado pela PMI “A Guide to the Project

Management Body of Knowledge” (PMBOK), que contém as regras de boas práticas de gestão

de projectos.

2.4.1. Intervenientes na Gestão de Projectos

Segundo Pedro Rodrigues (2009), os intervenientes na gestão de projectos podem ser:

• Gestor do Projecto: Indivíduo responsável pela gestão do projecto;

• Cliente: O indivíduo ou organização que utilizará os produtos do projecto. A

caracterização dos clientes poderá estar a diferentes níveis. Por exemplo, no caso da

construção, poderá ser o Dono da Obra ou um utilizador da infra-estrutura;

• Entidade Executante: empresa que executa os trabalhos do projecto;

• Financiador: indivíduo ou grupo interno ou externo à organização, que providencia os

recursos financeiros para o projecto;

Page 19: controlo de obra

7

• Colaboradores: Internos ou externos, proprietários ou fundadores, vendedores ou

construtores, membros da equipa e as suas famílias, agências governamentais,

cidadãos individuais, organizações sindicais temporárias ou permanentes, e a

sociedade em geral.

O gestor do projecto é a figura central no sucesso de um projecto e o elemento mais importante

numa organização de gestão de projectos. Este seu papel central implica que seja dotado de

uma larga variedade de capacidades relacionadas com os objectivos de realização do projecto,

dentro de funções de gestão específicos como tempo, custo e qualidade.

2.4.2. Processos de Gestão de Projectos

O PMI no PMBOK define cinco grupos de processos de gestão de projectos:

a) Processos de iniciação: decisão e aprovação do projecto, ou partes dos resultados;

b) Processos de planeamento: definição dos objectivos e selecção de alternativas de

acção para alcançar os objectivos que o projecto estiver comprometido a atingir;

c) Processos de execução: construção do projecto, direcção e coordenação dos

recursos humanos, materiais e financeiros para a realização do plano e alcance dos

objectivos predeterminados;

d) Processos de controlo: assegurar que os objectivos do projecto estão a ser atingidos,

através da monitorização regular do seu progresso para identificar variações do plano

e, portanto, poder implementar acções correctivas, quando necessárias;

e) Processos de encerramento: formaliza a aceitação do projecto e procede ao seu

encerramento de forma organizada.

Page 20: controlo de obra

8

2.4.3. Funções de Gestão de Projectos

O PMBOK (2004) define também nove áreas de conhecimento de gestão que, na óptica da

gestão de projectos se consideram as mais importantes:

Figura 2. 3- Funções de Gestão segundo o PMBOK.

Fonte: (www.cin.ufpe.br/~hermano/download/tutoriais/o-modelo-pmbok.pdf)

• Gestão da integração: reúne e inter-relaciona as diversas organizações, grupos ou

partes, de forma a constituir um todo coeso que permita alcançar, com sucesso, os

objectivos do empreendimento. É composto pelo desenvolvimento do plano do

empreendimento, execução do plano do empreendimento e controle geral de

alterações;

• Gestão do âmbito: descreve os processos necessários para assegurar que o

empreendimento contemple todo o trabalho requerido, e nada mais que o trabalho

requerido, para completar o empreendimento com sucesso. É composta pela iniciação,

planeamento do âmbito, detalhe do âmbito, verificação do âmbito e controle de

alterações do âmbito;

• Gestão do tempo: descreve os processos necessários para assegurar que o

empreendimento termine dentro do prazo previsto. É composta pela definição das

actividades, sequência das actividades, estimativa da duração das actividades,

desenvolvimento do cronograma e controle do planeamento e calendarização;

• Gestão do custo: descreve os processos necessários para assegurar que o

empreendimento seja completado dentro do orçamento previsto. É composta pelo

planeamento dos recursos, estimativa dos custos, orçamentação e controle dos custos;

Page 21: controlo de obra

9

• Gestão da qualidade: descreve os processos necessários para assegurar que as

necessidades que originaram o desenvolvimento do empreendimento serão satisfeitas.

É composta pelo planeamento da qualidade, garantia da qualidade e controle da

qualidade;

• Gestão dos recursos humanos: descreve os processos necessários para

proporcionar a melhor utilização das pessoas envolvidas no empreendimento. É

composta pelo planeamento organizacional, montagem da equipa e desenvolvimento

da equipa;

• Gestão da informação e das comunicações: descreve os processos necessários

para assegurar que a formação, apreensão, distribuição, armazenamento e pronta

apresentação das informações do empreendimento sejam feitas de forma adequada e

no tempo certo. É composta pelo planeamento das comunicações, distribuição das

informações, relatório de desempenho e encerramento administrativo;

• Gestão do risco: descreve os processos que dizem respeito à identificação, análise e

resposta a riscos do empreendimento. É composta pela identificação dos riscos,

quantificação e qualificação dos riscos, desenvolvimento das respostas aos riscos e

controle das respostas aos riscos;

• Gestão de contratos e aquisições: descreve os processos necessários para a

aquisição de mercadorias e serviços fora da organização que desenvolve o

empreendimento. É composta pelo planeamento e preparação de fornecimentos e

contratos, obtenção de propostas, selecção de fornecedores, administração dos

contratos e encerramento do contrato.

No caso particular da construção, o PMI considera importante para este tipo de projectos

adicionar às áreas já existentes no PMBOK a gestão da segurança, do ambiente, financeira e

de reclamações.

Em tempos em que o valor do trabalho e do dinheiro eram bem distintos dos que se lhes atribui

hoje, grandes empreendimentos foram bem sucedidos sem grandes cuidados de gestão.

Porém, hoje, num tempo e num meio em que os recursos financeiros são limitados e as

margens de lucro cada vez mais reduzidas, a gestão de empreendimentos tem de ser

encarada de modo integrado, conjugando todas estas vertentes.

Page 22: controlo de obra

10

2.4.4. Integração da Gestão do Tempo e do Custo

No âmbito desta dissertação, as principais preocupações são essencialmente conseguir para

um determinado projecto a integração dos prazos e custos do projecto. Segundo o PMBOK

(2004), a gestão do tempo e do custo de um projecto deve incluir um plano de base (Project

Baseline) com os seguintes processos:

a) Definição completa do âmbito de trabalho do projecto: definição de todos os

resultados e de todo o trabalho que deve ser executado (trabalhos contratuais) ou seja

a WBS (work breakdown structure) incluindo a definição das responsabilidades pela

concretização dos resultados;

b) Definição das actividades: determinação das actividades a realizar para a

concretização de todos os resultados do projecto e determinação das tecnologias e

métodos de construção a utilizar na execução dessas mesmas actividades;

c) Definição das interdependências entre actividades: as diferentes actividades

apresentam relações temporais entre si, fruto de condicionantes construtivas, físicas,

económicas ou contratuais. Nesta fase, deverão ser estabelecidas as relações de

precedência entre actividades com base na lista de actividades que foi preparada no

processo anterior;

d) Estimativa da duração das actividades: determinação de estimativas das durações

das actividades a executar com base em durações determinísticas (CPM) e durações

probabilísticas (PERT);

e) Estimativa e afectação de recursos das actividades: determinação de estimativas

dos recursos (humanos, materias e equipamento) necessários à execução das

actividades;

f) Desenvolvimento da calendarização: determinação da calendarização das

actividades, duração total do projecto e do calendário de utilização de recursos;

g) Desenvolvimento do orçamento objectivo ou orçamento aprovado (custo

industrial do projecto: determinação dos custos directos (seco) e custos indirectos do

projecto – reorçamento;

No final deste processo obtém-se o plano de base. Para se poder controlar um projecto, é

necessário comparar e analisar os dados reais da execução do projecto com os dados

planeados e que fazem parte do plano de base.

Page 23: controlo de obra

11

h) Execução e actualização do planeamento: depois de terminadas as fases de

planeamento e de calendarização o projecto pode passar à execução, sendo

necessário garantir a correspondência, sempre que possível, entre o previsto e o

executado em obra;

i) Monitorização e controlo do planeamento: Nesta fase importa prevenir possíveis

desvios face ao planeamento de base motivados por factores de incerteza inerentes ao

projecto. Devem ser efectuadas revisões ao projecto de forma a garantir a sua

actualidade, ajustando o planeamento à realidade da obra e aos objectivos definidos

para a realização do projecto e deve ser feita a gestão das alterações ao âmbito do

projecto.

Embora estes nove processos sejam aqui apresentados de forma individual, na prática eles

podem-se sobrepor, sendo esta situação mesmo desejável em algumas fases do planeamento

integrado de prazos/custos.

No capítulo seguinte serão abordados em pormenor o processo de execução e actualização do

planeamento e o processo de monitorização e controlo do planeamento.

2.5. Intervenientes na Realização de uma Obra

Os intervenientes na realização de uma obra são as entidades que intervêm directa ou

indirectamente nesta fase. Segundo Alves Dias (2008), destacam-se os seguintes principais

intervenientes:

Figura 2. 4 - Intervenientes na realização de uma obra.

Fonte: (Alves Dias, 2008)

Obra

Dono da Obra

Director da Fiscalização da

Obra

Fiscalização

Autores do Projecto

Assistente Técnico

Assistência

Técnica

Empreiteiros

Director Técnico da Empreitada/

Obra

Execução

Page 24: controlo de obra

12

Estes intervenientes, em geral, delegam parte das suas competências a técnicos que os

representam nos principais actos que se relacionam com a execução da obra. Segundo Alves

Dias (2008), o Dono da Obra é representado pelo director da fiscalização da obra e outros

técnicos que constituem a fiscalização da obra, os autores do projecto por um assistente

técnico e o empreiteiro por um director técnico da obra, salvo nas matérias em que em virtude

da lei ou de estipulação contratual se estabeleça diferente mecanismo de representação.

Poderão ainda intervir outras entidades com funções de fiscalização conferidas pela legislação

vigente como por exemplo, o Coordenador de segurança em obra, as Câmaras Municipais e a

Inspecção Geral do Trabalho. (Alves Dias, 2008)

2.5.1. Dono da Obra

Segundo Alves Dias (2008), o Dono da Obra é “a entidade colectiva ou singular que tem a

função principal de idealizar e financiar o que pretende construir e reunidas as condições

necessárias, adjudicar a obra segundo um tipo de procedimento.” Este desejo de concretização

é traduzido pelo “programa preliminar”.

Figura 2. 5 – Organigrama de contratações do dono da Obra.

O dono da Obra é o motor de toda a obra, dependendo dele o sucesso desta. É ele quem

contrata o autor do projecto e a fiscalização e selecciona os empreiteiros ou o empreiteiro geral

detentor de alvará ou título de registo, contendo as habilitações correspondentes à natureza e

valor dos trabalhos a realizar.

O Dono da Obra também nomeia o coordenador de segurança em obra através de uma

declaração escrita que o identifica perante todos os intervenientes no estaleiro, de acordo com

o art. 9.º do Decreto-Lei nº 273/2003 de 29 de Outubro.

Dono da Obra

Projectista FiscalizaçãoEmpreiteiros ou

Empreiteiro Geral

Contrata

Page 25: controlo de obra

13

Figura 2. 6 – Organigrama da estrutura organizacional do dono da Obra.

Fonte: (Pedro Rodrigues, 2009)

Na estrutura organizacional do Dono da Obra, podemos encontrar, com maior ou menor

desenvolvimento e variações, dependendo do tipo e da dimensão das obras:

• Órgãos de gestão e controlo administrativo, com serviços administrativos das obras,

tesouraria e contabilidade com as funções para planificar, mobilizar e gerir os capitais;

• Órgãos de gestão e controlo operacional, com serviços de controlo da qualidade,

segurança, ambiente e gestão de contrato;

• Órgãos de Gestão e controlo do projecto e construção, com serviços prestados por

projectistas, fiscalização e empreiteiros, que em seguida iremos especificar.

2.5.2. Fiscalização

Segundo António Flôr (2008), a fiscalização é “uma entidade individual ou colectiva que, em

obra, acompanha a evolução dos trabalhos de execução com o principal intuito de defender os

interesses do Dono da Obra.

O Dono da Obra pode dispor nos seus quadros de serviços técnicos próprios para efectuar

esse tipo de trabalho ou, dado que o grau de especificidade das obras pode ser muito elevado

e como a fiscalização é uma actividade que pode requerer bastantes recursos humanos, este

pode recorrer a serviços técnicos exteriores tais como pessoas individuais, gabinetes de

projecto ou consultores, delegando parte das suas atribuições, nomeadamente no que respeita

á fiscalização da execução dos trabalhos.

Quando se trata de uma fiscalização externa, António Flôr (2008) anuncia que a fiscalização

deverá indicar, até dez dias úteis após a assinatura do contrato entre este e o Dono da Obra, o

seu representante sob reserva de aprovação pelo Dono da Obra e que será o interlocutor deste

em todos os aspectos relacionados com a prestação de serviços.

Gestão do Projecto

Projectista Fiscalização Empreiteiro

Gestão Administrativa

S. Administrativos Tesouraria Contabilidade

Gestão Operacional

Qualidade Segurança Ambiente Contratos

Page 26: controlo de obra

14

A fiscalização também designará, mediante aprovação por parte do Dono da Obra o

coordenador da qualidade que integrará a equipa residente da fiscalização.

Segundo António Flôr (2008), numa empreitada ou num conjunto de empreitadas, a

fiscalização deve:

• Prestar apoio nas actividades prévias ao início da execução da empreitada;

• Controlar o planeamento da obra;

• Controlar os custos da obra;

• Controlar a qualidade da obra;

Para assegurar uma boa gestão das actividades dos empreiteiros, fornecedores e outros

intervenientes, António Flôr (2008) anuncia ainda que a fiscalização deve:

• Manter actualizado e operacional o banco de dados das actividades a seu cargo;

• Assegurar a existência do livro de obra e respectivo preenchimento, pelos técnicos

responsáveis;

• Proceder á realização de reuniões periódicas com o Dono da Obra, com periodicidade

a indicar por este, visando a coordenação das empreitadas e fornecimentos em curso;

• Propor reuniões com os empreiteiros ou com os autores de projectos ou com outras

entidades ligadas à obra, a fim de esclarecer dúvidas.

• Salvaguardar o Dono da Obra de eventuais infracções cometidas por fornecedores ou

empreiteiros.

2.5.3. Autores do projecto

Os autores do projecto ou projectistas são empresas, técnicos ou grupos de técnicos

contratados pelo Dono da Obra para a elaboração e assistência técnica do projecto. Os

projectistas materializam o desejo do Dono da Obra, realizando o “programa base”, “estudo

prévio”, “anteprojecto” e o “projecto de execução”.

O termo projecto, neste caso, tem um sentido mais restrito abrangendo apenas a fase da sua

concepção. Neste caso, projecto é o conjunto de documentos que definem as características

técnicas das estruturas físicas de um empreendimento, subdividido em partes escritas e partes

desenhadas. (A.P.P.C., 1978).

Page 27: controlo de obra

15

Na elaboração de um projecto, segundo Alves Dias (2008), distinguem-se as seguintes

principais fases:

Figura 2. 7 – Fases da elaboração de um projecto.

O programa preliminar é estabelecido pelo Dono da Obra o qual define os objectivos da obra

que pretende realizar, os condicionamentos de natureza financeira e o nível de qualidade da

obra, podendo ainda estabelecer limitações de custos e prazos de execução.

Na posse desse programa preliminar, o autor do projecto elabora o programa base verificando

a viabilidade de execução da obra e estudando soluções alternativas que respondam aos

requisitos definidos pelo Dono da Obra.

O programa base é submetido à apreciação do Dono da Obra que se pronuncia sobre a

solução que melhor se enquadre à sua intenção, após o que o autor do projecto elabora o

estudo prévio que assenta no desenvolvimento da solução aprovada pelo dono da obra. Nesta

altura, o Dono da Obra necessita avaliar os financiamentos e opções para a sua obra.

Com a aprovação do estudo prévio pelo Dono da Obra, o autor do projecto elabora o

anteprojecto ou projecto de licenciamento, pois é o projecto entregue à entidade licenciadora

para aprovação. Este projecto apresenta um maior grau de pormenor e assenta em definitivo

as bases para a continuação do estudo.

Por último, com a aprovação do anteprojecto pelo Dono da Obra, o autor do projecto elabora o

projecto de execução onde se definem todos os elementos necessários à boa execução dos

trabalhos.

Programa Preliminar

Programa Base Estudo Prévio Anteprojecto

LicenciamentoProjecto de Execução

Page 28: controlo de obra

16

Segundo Pedro Rodrigues (2009), fazem parte dos elementos do projecto de execução:

• Peças desenhadas;

• Peças escritas;

• Memória descritiva e justificativa;

• Notas de cálculo;

• Condições técnicas gerais e especiais;

• Medições;

• Orçamento;

• Plano de segurança e saúde e compilação técnica;

• Plano de prevenção e gestão de resíduos de construção e demolição.

A assistência técnica fornecida pelo autor do projecto pode definir-se, segundo Alves Dias

(2008), como sendo “os serviços complementares da elaboração do projecto, a prestar pelo

seu autor ao Dono da Obra em todas as fases da obra.” Porém, esta não pode ser confundida

com as funções inerentes a um empreiteiro ou a uma fiscalização.

O autor do projecto presta assistência técnica ao longo de todas as fases da obra,

compreendendo, de acordo com o art. 9.º nº 2 e 3 da Portaria 701-H/2008 de 29 de Julho, as

seguintes acções:

• Esclarecimento de dúvidas relativas ao projecto durante a preparação do processo do

concurso;

• Prestação de informações e esclarecimentos solicitados por candidatos a concorrentes,

sob a forma escrita e exclusivamente por intermédio do Dono da Obra, sobre

problemas relativos à interpretação das peças escritas e desenhadas do projecto;

• Prestação de apoio ao Dono da Obra na apreciação e comparação das condições da

qualidade das soluções técnicas das propostas de modo a permitir a sua correcta

ponderação por aquele, incluindo a apreciação de compatibilidade com o projecto de

execução, constante do caderno de encargos, de variantes ou alterações que sejam

apresentadas;

• Esclarecimento de dúvidas de interpretação de informações complementares relativas

a ambiguidades ou omissões do projecto, bem como elaboração das peças de

alteração do projecto necessárias à respectiva correcção e à integral e correcta

caracterização dos trabalhos a executar no âmbito da referida correcção;

• Apreciação de documentos de ordem técnica apresentados pelo empreiteiro ou Dono

da Obra, incluindo, quando apropriado, a sua compatibilidade com o projecto.

Page 29: controlo de obra

17

2.5.4. Empreiteiros

O Empreiteiro é, segundo Alves Dias (2008), “a entidade que se compromete a realizar a obra

perante o Dono da Obra, em regime de contrato de empreitada.”

Após ter recebido a adjudicação de uma obra, o empreiteiro selecciona um dos seus técnicos

para desempenhar as funções de director técnico de obra que são, segundo António Flôr

(2008):

• Desenvolver a preparação da obra;

• Gerir e controlar a obra em todos os aspectos administrativos, técnicos e económicos,

sendo responsável por todas as cláusulas do contrato, caderno de encargos e

restantes peças do projecto, de modo a atingir ou melhorar os resultados da sua

reorçamentação;

• Gerir a segurança da obra.

2.6. Fases de Realização de uma Obra

Na realização de uma obra podem distinguir-se as seguintes principais fases:

Figura 2. 8 – Fases de realização de uma obra.

Fonte: (Alves Dias, 2008)

Concurso/ Convite

Apresentação das Propostas

Análise das Propostas

Adjudicação e Assinatura do

Contrato

Consignação

Execução Fisica dos Trabalhos

Recepção Provisória

Recepção Definitiva

Page 30: controlo de obra

18

2.6.1. Concurso / Convite

É nesta fase que se definem as tarefas necessárias para a escolha dos empreiteiros que irão

executar a obra. Estas tarefas vão desde a organização do processo a apresentar a concurso

até à avaliação das propostas apresentadas pelos concorrentes.

2.6.1.1. Organização do Processo a Apresentar a Concurso

O CCP sistematiza, uniformiza e consolida num só texto legal todas as matérias relativas à

formação e execução dos contratos públicos, designadamente os relativos a:

• Empreitada de obras públicas;

• Concessão de obras públicas;

• Concessão de serviços públicos;

• Locação ou aquisição de bens móveis;

• Aquisição de serviços, incluindo os celebrados no âmbito dos sectores da água,

energia, transportes e serviços postais (sectores especiais);

• Contrato de sociedade;

• Outros contratos submetidos à concorrência.

No âmbito desta dissertação, apenas será feita a análise do contrato de empreitada de obras

públicas que, de acordo com o art. 343.º nº1 do CCP, representa “o contrato oneroso que tenha

como objectivo a execução ou a concepção e a execução de uma obra pública que se

enquadre nas subcategorias previstas no regime de ingresso e permanência na actividade de

construção.” Segundo o art. 344.º nº1 do mesmo código, as partes envolvidas no contrato de

empreitada de obras públicas são o Dono da Obra e o empreiteiro.

Segundo o art. 16.º nº1 do CCP, os procedimentos para a formação de contratos, cujo âmbito

inclua prestações que estão ou sejam passíveis de serem submetidas à concorrência do

mercado, são:

• Ajuste directo;

• Concurso público;

• Concurso limitado por prévia qualificação;

• Procedimento de Negociação;

• Diálogo Concorrencial.

No âmbito desta dissertação, apenas será feito o estudo do procedimento de concurso público.

Page 31: controlo de obra

19

O MAIS BAIXO DESTES

VALORES

Valor fixado no caderno de encargos

Valor máximo do contrato a celebrar permitido pela escolha do procedimento (quando este for adoptado ao ab rigo da regra geral de escolha do procedim ento: art. 19.º a 21.º)

Valor máximo até ao qual o órgão competente pode autorizar a despesa inerente ao contrato a celebrar (com petência atr ibuída por lei ou por delegação)

O concurso público é um procedimento em que qualquer empresa que se encontre nas

condições gerais estabelecidas no programa de concurso pode apresentar proposta.

A escolha deste procedimento permite a celebração de contratos até 5.150.000€, excepto se

os anúncios forem publicados no Jornal Oficial da União Europeia, caso em que pode ser

qualquer valor.

Segundo o art. 130.º nº1 do CCP, o anúncio do concurso público é publicado no Diário da

República e de acordo com o art. 133.º nº 2, as peças do concurso público são obtidas por

download efectuado a partir da plataforma electrónica utilizada pela entidade adjudicante ou no

portal da internet dedicado aos contratos públicos.

Nos termos do art. 40.º nº1 alínea b) do mesmo código, as peças do concurso público são o

programa do procedimento e o caderno de encargos. Segundo o art. 41.º, o programa do

procedimento é “um regulamento que define os termos a que obedece a fase de formação de

contrato até à sua celebração.” O caderno de encargos é, de acordo com o art. 42.º nº1, “a

peça do procedimento que contém as cláusulas gerais, especiais, técnicas e jurídicas a incluir

no contrato a celebrar.”

O caderno de encargos deve fixar um preço base, ou seja, o preço máximo que a entidade

adjudicante se dispõe a pagar pela execução de todas as prestações que constituem o seu

objecto, correspondendo, segundo o art. 47.º nº1 do CCP, ao mais baixo dos seguintes valores:

Figura 2. 9 – Valor do preço base.

Fonte: (www.inci.pt/SiteCollectionDocuments/Apresentacao_Roadshow_Total_20080318.ppt)

O CCP prevalece sobre as peças do procedimento e o programa do procedimento prevalece

sobre o anúncio.

Page 32: controlo de obra

20

2.6.1.2. Organização da Proposta a Apresentar

Com a entrada em vigor do CCP, a identificação de erros e omissões tem lugar tanto na fase

procedimental de concurso, como na fase de execução do contrato.

O art. 61.º nº1 do CCP estipula que, “para que o valor contratual reflicta o custo da obra desde

o início, os erros e omissões devem ser apresentados pelos diversos concorrentes, até ao

termo do quinto sexto do prazo fixado para a apresentação das propostas e são alvo deste

procedimento os erros e omissões que digam respeito a:

• Aspectos ou dados que se revelem desconformes com a realidade;

• Espécie ou a quantidade de prestações estritamente necessárias à integral execução

do objecto do contrato a celebrar;

• Condições técnicas que o concorrente não considere exequíveis.”

Segundo o nº 2 do mesmo artigo, exceptuam-se desta disposição os erros e omissões que são

detectáveis em fase de execução do contrato.

O CCP introduz mais uma alteração em relação aos erros e omissões pois estes não se limitam

à tradicional noção de erros e omissões de projecto, mas a todo o conteúdo do caderno de

encargos e às condições físicas dos locais de realização das obras.

José Antunes (2009) explica que este alargamento de âmbito obriga ao recurso dos conceitos

gerais do direito para a determinação do que deve ser entendido por erros e/ou omissões

constantes dos documentos do procedimento e de todas as informações prestadas pelas

entidades adjudicantes e já não só das peças escritas e desenhadas de projecto, como até

aqui acontecia.

De acordo com o nº 3 do mesmo artigo, “a apresentação por qualquer interessado, da lista dos

trabalhos de erros e omissões suspende o prazo para a apresentação das propostas desde o

termo do quinto sexto daquele prazo”. Segundo José Antunes (2009), encontrando-se

suspenso o prazo para apresentação das propostas, a entidade adjudicante tem pelo menos

três opções:

• Pronunciar-se sobre as listas recebidas dentro do período correspondente ao sexto

final do prazo para a apresentação das propostas. Neste caso, o prazo para a

apresentação das propostas recomeça a correr desde a data da publicação da decisão

e pelo número de dias correspondente ao último sexto do prazo para apresentação da

proposta;

Page 33: controlo de obra

21

• Não se pronunciar e, neste caso, entende-se que todos os erros e omissões constantes

das listas foram recusados. O prazo recomeça a correr desde o dia em que a proposta

deveria ter sido apresentada, acrescido de um sexto do prazo, correspondendo ao

período em que esteve suspenso;

• Socorrer-se da faculdade que o legislador lhe confere no art. 64.º nº2 do CCP, ou seja,

quando a aceitação de erros e omissões do caderno de encargos implicarem

alterações de aspectos fundamentais das peças do procedimento, o prazo fixado para

a apresentação das propostas deve ser prorrogado no mínimo, por período equivalente

ao tempo decorrido desde o inicio daquele prazo até à comunicação das rectificações

ou à publicitação da decisão de aceitação de erros ou de omissões.

Se nenhum dos interessados apresentar a lista de erros e omissões, a proposta é apresentada

no prazo fixado no procedimento. Porém, a própria entidade adjudicante poderá detectar erros

e omissões durante o procedimento e integrar nas peças do mesmo. Neste caso, pode haver a

necessidade de apresentação de preços e condições de suprimento de erros e omissões pelos

concorrentes, dentro do prazo de apresentação da proposta, sem qualquer prorrogação, pois

não foram identificados pelos interessados, mas pela própria entidade adjudicante.

Posto isso, os erros e omissões reclamados pelos concorrentes e aceites pelo Dono da Obra

durante o concurso são incluídos no valor do contrato.

Uma das questões que é levantada a propósito de alterações às peças do procedimento é a de

saber se o preço base pode ser alterado depois da abertura do procedimento, ou seja, quando

analisados os erros e omissões e as alterações de projecto, eles ponham em causa a

estimativa de custos do projectista que poderá ter dado origem ao preço base publicado.

Segundo José Antunes (2009), o preço base pode ser alterado, desde que a escolha do

procedimento não seja alterado e que o novo preço base esteja dentro dos limites de despesa

do órgão competente para contratar. Para isso, a entidade adjudicante deverá publicar um

anúncio rectificativo nos termos e nas condições prescritas no art. 6.º da Portaria 701-A/2008

de 29 de Julho.

Esta interpretação pode não ser pacífica pois, na fase de apresentação pública do código,

vários intervenientes entenderam esta alteração do preço base como impossível. Nesta

situação, José Antunes (2009) afirma que se algum, alguns ou todos os presuntivos

concorrentes entenderem que o preço base inicialmente previsto pela entidade adjudicante

para a obra sem erros e omissões se tornou incomportável, uma vez detectados e aceites os

erros e omissões do caderno de encargos, só têm uma alternativa: não concorrer.

Page 34: controlo de obra

22

2.6.1.3. Apresentação da Proposta

Segundo o art. 56.º do CCP, a proposta é “a declaração pela qual o concorrente manifesta ao

Dono da Obra a sua vontade de contratar e o modo pelo qual se dispõe a faze-lo.” A proposta

dos concorrentes tem de ser constituída, nos termos do art. 57.º nº 1 e 2 do mesmo código,

pelos seguintes documentos:

• Declaração do concorrente de aceitação do conteúdo do caderno de encargos

elaborada em conformidade com o modelo constante do anexo I Código de

Contratação Pública, do qual faz parte integrante;

• Documentos que, em função do objecto do contrato a celebrar e dos aspectos da sua

execução submetidos à concorrência pelo caderno de encargos, contenham os

atributos da proposta, de acordo com os quais o concorrente se dispõe a contratar;

• Documentos exigidos pelo programa de procedimento que contenham os termos ou

condições, relativos a aspectos de execução do contrato não submetidos à

concorrência pelo caderno de encargos, aos quais a entidade adjudicante pretende que

o concorrente se vincule;

• Documentos que contenham os esclarecimentos justificativos da apresentação de um

preço anormalmente baixo, quando esse preço resulte, directa ou indirectamente, das

peças do procedimento;

• Lista de preços unitários de todas as espécies de trabalho previstas no projecto de

execução;

• Plano de trabalhos quando o caderno de encargos inclua o projecto de execução;

• O projecto de execução quando este tiver sido submetido á concorrência pelo caderno

de encargos.

O art. 361.º nº 1 do CCP define o plano de trabalhos como “o documento que se destina, com

respeito pelo prazo de execução da obra, á fixação da sequência e dos prazos parciais de

execução de cada uma das espécies de trabalhos previstas e à especificação dos meios com

que o empreiteiro se dispõe a executa-los, bem como a correspondente definição do plano de

pagamentos previsto.”

Page 35: controlo de obra

23

2.6.1.4. Análise das Propostas

De acordo com o art. 70.º nº 1 do CCP, “as propostas são analisadas em todos os seus

atributos representados pelos factores e subfactores que densificam o critério de adjudicação.”

Segundo o nº 2 do mesmo artigo, são excluídas as propostas cuja análise revele:

• Que não apresentam algum dos atributos da proposta, nos termos do disposto no art.

57º nº1 alínea b);

• Que apresentam atributos que violem os parâmetros base fixados no caderno de

encargos ou que apresentem quaisquer termos ou condições que violem aspectos da

execução do contrato a celebrar por aquele, não submetidos à concorrência, sem

prejuízo do disposto no art. 49.º n.os 4 a 6 e 8 a 11;

• A impossibilidade de avaliação das mesmas em virtude da forma de apresentação de

algum dos respectivos atributos;

• Que o preço contratual seria superior ao preço base;

• Um preço total anormalmente baixo, cujos esclarecimentos justificativos não tenham

sido apresentados ou, não tenham sido considerados;

• Que o contrato a celebrar implicaria a violação de quaisquer vinculações legais ou

regulamentares aplicáveis;

• A existência de fortes indícios de actos, acordos, práticas ou informações susceptíveis

de falsear as regras de concorrência.

Segundo o art. 71.º nº 1 do mesmo código, quando o preço base é fixado no caderno de

encargos, considera-se que o preço total resultante de uma proposta é anormalmente baixo

quando for 40 % ou mais inferior àquele.

2.6.2. Adjudicação

Nesta fase, o Dono da Obra expressa a vontade de contratar o empreiteiro que apresentou a

proposta mais vantajosa, notificando a decisão de adjudicação, em simultâneo, a todos os

concorrentes. Nos termos do art. 74.º nº1 do CCP, a adjudicação é feita segundo um dos

seguintes critérios:

• O da proposta economicamente mais vantajosa para a entidade adjudicante;

• O do mais baixo preço.

Page 36: controlo de obra

24

Segundo o nº 2 do mesmo artigo, só pode ser adoptado o critério de adjudicação do mais baixo

preço quando o caderno de encargos defina todos os restantes aspectos da execução do

contrato a celebrar, submetendo apenas à concorrência o preço a pagar pela entidade

adjudicante, pela execução de todas as prestações que constituem o objecto daquele.

De acordo com o art. 77.º nº2 do CCP, juntamente com a notificação da decisão de

adjudicação o órgão competente para a decisão de contratar deve notificar o adjudicatário

para:

• Entregar os documentos de habilitação exigidos nos termos do disposto no artigo 81.º;

• Prestar a caução, se esta for devida, nos termos do disposto nos artigos 88.º a 91.º,

indicando expressamente o seu valor;

• Confirmar no prazo para o efeito fixado, se for o caso, os compromissos assumidos por

terceiras entidades relativos a atributos ou a termos ou condições da proposta

adjudicada.

Nos termos do nº3 do mesmo artigo, as notificações devem ser acompanhadas do relatório

final de análise das propostas.

Segundo o art. 88.º nº1 do CCP, “a caução é destinada a garantir o exacto e pontual

cumprimento de todas as obrigações legais e contratuais que o adjudicatário assume com a

celebração do contrato”. Após a prestação da caução, o concorrente será notificado da minuta

do contrato e, segundo o art. 101.º do CCP, este deverá pronunciar-se sobre a mesma no

prazo de 5 dias após a sua recepção, findo o qual, se o não fizer, considerar-se-á aprovada a

mesma minuta.

Nos termos dos artigos 86.º nº 1 e 91.º nº 1, a adjudicação caduca se o adjudicatário não

apresentar os documentos de habilitação no prazo fixado no programa do procedimento ou no

prazo fixado pelo órgão competente para a decisão de contratar ou se o adjudicatário não

prestar a caução que lhe foi exigida. Nestes casos, ganha a proposta classificada e o

concorrente que tenha a documentação de habilitação em ordem.

Page 37: controlo de obra

25

2.6.2.1. Contrato

O art. 104.º nº 1 do CCP estipula que a celebração do contrato deve ter lugar no prazo de 30

dias contados da data da aceitação da minuta do contrato ou da decisão sobre a reclamação,

mas nunca antes de decorridos 10 dias contados da data da notificação da decisão de

adjudicação, apresentados todos os documentos de habilitação exigidos e confirmados os

compromissos referidos na alínea c) do nº2 do artigo 77.º.

Faz parte integrante do contrato, quando este for reduzido a escrito, e nos termos do art. 96.º

nº 1 do CCP os seguintes elementos:

• A identificação das partes e dos respectivos representantes, assim como do título a

que intervêm, com indicação dos actos que os habilitem para esse efeito;

• A indicação do acto de adjudicação e do acto de aprovação da minuta do contrato;

• A descrição do objecto do contrato;

• O preço contratual ou o preço a receber pela entidade adjudicante ou, na

impossibilidade do seu cálculo, os elementos necessários à sua determinação;

• O prazo de execução das principais prestações objecto do contrato;

• Os ajustamentos aceites pelo adjudicatário;

• A referência à caução prestada pelo adjudicatário.

Nos termos do art. 94.º nº 1 do CCP o contrato é reduzido a escrito através da elaboração de

um clausulado em suporte papel ou em suporte informático com a aposição de assinaturas

electrónicas.

De acordo com o nº 2 do mesmo artigo, fazem sempre parte integrante do contrato,

independentemente da sua redução a escrito:

• Os suprimentos dos erros e das omissões do caderno de encargos expressamente

aceites pelo órgão competente para a decisão de contratar;

• Os esclarecimentos e as rectificações relativas ao caderno de encargos;

• O caderno de encargos;

• A proposta adjudicada;

• Os esclarecimentos sobre a proposta adjudicada prestados pelo adjudicatário.

Segundo o art. 97.º nº1 do CCP, o preço contratual é “o preço a pagar, pela entidade

adjudicante, em resultado da proposta adjudicada, pela execução de todas as prestações que

constituem o objecto do contrato.” Assim:

���������� � ���ç� ���

Page 38: controlo de obra

26

O art. 95.º no 1 do CCP define que salvo previsão expressa no programa de procedimento, não

é exigível a redução do contrato a escrito quando o contrato não necessita de ser sujeito a

fiscalização prévia do tribunal de contas ou quando se trate de contrato de empreitadas de

obras públicas de complexidade técnica muito reduzida e cujo preço contratual não exceda 15

000€.

O Tribunal de Contas é de acordo com o art. 214.º nº1 da Constituição da República

Portuguesa, o órgão de soberania que exerce o controlo externo supremo da actividade

financeira do Estado português. O controlo financeiro exercido pode ser, quanto ao momento

do seu exercício, prévio, concomitante ou sucessivo.

O controlo prévio consiste no exame da legalidade e do cabimento orçamental dos actos,

contratos ou outros instrumentos geradores de despesa ou representativos de

responsabilidades financeiras directas ou indirectas para as entidades de Administração

Pública Central, Regional e Local.

Se o contrato for de valor contratual igual ou superior ao fixado nas leis do Orçamento para

cada ano orçamental, este terá de ser objecto de pronúncia do Tribunal de Contas.

2.6.3. Consignação

Segundo Alves Dias (2008), é nesta fase que o Dono da Obra faculta ao empreiteiro

adjudicatário os locais e os elementos complementares do projecto para a execução da obra e

procede-se à assinatura do auto de consignação.

A data da assinatura do auto de consignação marca o início da contagem do prazo acordado

para a execução da obra, entre outras obrigações do empreiteiro, o que mostra a importância

desta data durante a execução da obra;

De acordo com o art. 358.º nº 1 do CCP, “na falta de estipulação contratual a consignação deve

estar concluída em prazo não superior a 30 dias após a data da celebração do contrato, no

caso de consignação total ou da primeira consignação parcial, ou logo que o Dono da Obra

tenha acesso aos prédios e autoridade para os entregar a terceiros, no caso das demais

consignações parciais.”

O art. 357.º nº 1 do CCP anuncia que o Dono da Obra, caso o contrato preveja essa situação,

pode realizar um plano final de consignação que densifique e concretiza o plano inicialmente

apresentado para efeitos de elaboração da proposta.

Page 39: controlo de obra

27

Este plano final de consignação revela bastante importância pois segundo José Antunes

(2009), o plano de trabalhos constante do contrato pode ser ajustado pelo empreiteiro ao plano

final de consignação apresentado pelo Dono da Obra e somente nessa situação existe a

possibilidade desta alteração.

Nos termos do art. 361.º nº 4 do CCP “os ajustamentos não podem implicar a alteração do

preço contratual, nem a alteração do prazo de execução da obra, nem ainda alterações aos

prazos parciais definidos no plano de trabalhos constante do contrato, para além do que seja

estritamente necessário à adaptação do plano de trabalhos ao plano final de consignação.”

O nº 6 do mesmo artigo define ainda que o procedimento de ajustamento do plano de trabalhos

deve ser concluído antes da data da conclusão da consignação total ou da primeira

consignação parcial.

A suspensão do auto de consignação só se pode verificar, segundo José Antunes (2009), se as

modificações dos locais tiverem uma amplitude que obrigue à elaboração de um projecto de

alteração.

2.6.4. Execução Física dos Trabalhos

Esta fase caracteriza-se pela realização física dos trabalhos segundo os planos concebidos. O

empreiteiro começa a execução dos trabalhos na data em que começa a correr o prazo de

execução da obra. Segundo o art. 362.º nº 1 do CCP, o prazo de execução da obra começa a

contar-se a partir:

• Da data da conclusão da consignação total;

• Da data da primeira consignação parcial;

• Da data em que o Dono da Obra comunique ao empreiteiro a aprovação do plano de

segurança e saúde, nos termos previstos na lei, caso esta data seja posterior.

Os trabalhos a mais, os trabalhos a menos, bem como os trabalhos de erros e omissões

detectados na fase de execução são considerados uma modificação objectiva do contrato.

Page 40: controlo de obra

28

Os trabalhos de suprimento de erros e omissões que têm lugar à identificação, durante a fase

de execução da obra, são os seguintes:

• Erros e omissão que era exigível, que actuando com a diligência necessária, os

concorrentes tivessem identificado na fase de formação do contrato, porém não o

fizeram;

• Erros e omissões identificados pelos concorrentes na fase de formação do contrato, e

rejeitados pelo Dono da Obra, mas que efectivamente se verificam;

• Erros e omissões já existentes no caderno de encargos, na fase de formação do

contrato, mas que, mesmo actuando com a diligência necessária, o adjudicatário não

conseguiria identificá-los nessa fase;

• Erros e omissões apenas detectáveis durante a fase de execução da obra e que

identificados pelo empreiteiro, hajam sido por ele oportunamente comunicados ao

Dono de Obra, no prazo de 30 dias a contar da data da sua detecção.

O art. 370.º nº 1 do CCP define os trabalhos a mais como “ os trabalhos cuja espécie ou

quantidade não esteja prevista no contrato e que se tornaram, necessários à execução da obra

na sequência de uma circunstância imprevista e não possam ser técnica ou economicamente

separados do objecto do contrato sem inconvenientes graves para o Dono da Obra ou, embora

separáveis, sejam estritamente necessários á conclusão da obra.” Este tipo de trabalhos

divide-se em:

• Trabalhos a mais da mesma espécie dos previstos a executar em condições

semelhantes;

• Trabalhos a mais de espécie diferente dos previstos ou da mesma espécie dos

previstos mas a executar em condições diferentes.

O nº 2 alíneas c) e d) do mesmo artigo definem ainda que o preço atribuído aos trabalhos a

mais, somado ao preço de anteriores trabalhos a mais e deduzido do preço de quaisquer

trabalhos a menos, não deve exceder 5% do preço contratual e que o somatório do preço

atribuído aos trabalhos a mais com o preço de anteriores trabalhos a mais e de anteriores

trabalhos de suprimento de erros e omissões não deve exceder 50% do preço contratual.

De acordo com o nº 3 do mesmo artigo, “o limite de 5% pode ser elevado para 25% quando

estejam em causa obras cuja execução seja afectada por condicionalismos naturais com

especiais características de imprevisibilidade, nomeadamente as obras marítimo-portuárias e

as obras complexas do ponto de vista geotécnico em especial a construção de túneis.”

Page 41: controlo de obra

29

Segundo o art. 20.º nº 1 alínea b) do Decreto Legislativo Regional nº34/2008/A que estabelece

as regras especiais de contratação pública na Região Autónoma dos Açores, só pode ser

ordenada a execução de trabalhos a mais quando o preço atribuído aos trabalhos a mais,

somado ao preço de anteriores trabalhos a mais e deduzido do preço de quaisquer trabalhos a

menos, não exceder 25 % do preço contratual.

No capítulo seguinte serão aprofundados os aspectos relativos à realização, na fase de

execução, dos trabalhos a mais e trabalhos de correcção e suprimento de erros e omissões,

bem como as temáticas da revisão de preços, facturação e pagamentos.

2.6.5. Recepção

Logo que a obra esteja concluída no todo ou em parte e tendo em conta o termo final do prazo

total ou dos prazos parciais de execução da obra, o art. 394.º nº1 do CCP informa que o

empreiteiro ou o Dono da Obra podem solicitar a recepção provisória da obra mediante a

realização de uma vistoria.

O art. 395.º nº 1 do mesmo código define que se não forem encontradas deficiências, elabora-

se um auto de recepção provisória que deve ser assinado pelos intervenientes. O art. 397.º nº1

revela que a partir da data de assinatura do auto inicia-se o prazo de garantia, durante o qual o

empreiteiro está obrigado a corrigir todos os defeitos da obra.

De acordo com o art. 398.º nº1 do CCP, decorrido o prazo de garantia será feita nova vistoria

em relação à totalidade ou a cada uma das partes da obra, para efeitos de recepção definitiva.

Se não forem encontradas anomalias, a recepção definitiva é formalizada em auto.

Page 42: controlo de obra

30

Page 43: controlo de obra

31

3. Princípios e Metodologia Propostos para o Modelo

3.1. Introdução

Uma das questões que mais preocupa um Dono da Obra, é saber se a obra que está a gerir tem

ou poderá ter derrapagens de custo e de prazo para além de saber se está a pagar os trabalhos

realmente efectuados ou se está a pagar trabalhos não realizados.

Para que o Dono da Obra obtenha resposta a estas questões, é necessário que tenha um

modelo de acompanhamento e controlo de custos da obra na fase de execução. Actualmente,

existem no mercado diversos programas sofisticados, desenvolvidos para apoiar o Dono da Obra

nesta situação.

O modelo aqui desenvolvido não tem o objectivo de fazer frente a esses programas, mas sim o

de reunir e sistematizar a informação que o Dono da Obra necessita, num modelo simples e com

resultados práticos, fiáveis e rápidos, com a inerente vantagem de o poder modelar e alterar em

qualquer altura.

No presente capítulo faz-se a apresentação dos princípios e metodologia propostos para a

construção do modelo de controlo de custos, na fase de execução de uma obra pública, do ponto

de vista do Dono da Obra.

Esta experiência reflecte o modo de funcionamento de um Dono da Obra num ambiente

específico (empreitada de obras públicas com procedimento de concurso público), porém as

funções e objectivos principais mantêm-se válidos nos aspectos essenciais, independentemente

do ambiente considerado.

3.2. Princípios Propostos para o Modelo

A primeira acção para a construção do modelo correspondeu à definição dos princípios que este

deveria seguir, ou seja, os seus fundamentos de base. Neste sentido, identificou-se uma obra

para o caso de estudo e escolheu-se o instrumento informático para a construção do modelo.

Page 44: controlo de obra

32

3.2.1. Caracterização da Obra para o Caso de Estudo

Uma vez que a temática do CCP ainda é recente e que a maioria dos contratos geridos por este

regime, aquando da selecção do caso de estudo, ainda se encontrava na fase de processo de

contratação, optou-se por utilizar como caso de estudo para a construção do modelo, uma obra

regida pelo Decreto-Lei nº 59/99 de 2 de Março e compará-la com as novas directivas do CCP.

Os valores utilizados para o caso de estudo são os reais e a metodologia proposta é um

resultado do estado do conhecimento actual (Decreto-Lei nº 18/2008) e da experiência das

entidades envolvidas no processo de controlo de custos da obra.

A obra em questão diz respeito à construção de um Centro Cultural em Santo António

Nordestinho, freguesia pertencente ao concelho do Nordeste em São Miguel, Açores. Esta

empreitada foi posta a concurso público, por preço global, pela câmara municipal do Nordeste

com a finalidade de criar um espaço recreativo e cultural para servir toda a localidade.

Figura 3. 1 – Vista parcial do alçado tardoz.

A adjudicação da empreitada deu-se a 30 de Dezembro de 2005 e o prazo de execução definido

foi de 12 meses com data prevista de conclusão a 30 de Dezembro de 2006 e o valor global total

da adjudicação de 755.281,89 € mais I.V.A.

A empreitada sofreu duas prorrogações de prazo e uma suspensão parcial dos trabalhos, todas

elas por facto não imputável ao empreiteiro. As duas prorrogações do prazo foram de 5 meses

cada uma e a suspensão parcial dos trabalhos foi de 2 meses, tendo a empreitada sido concluída

somente a 31 de Dezembro de 2007.

Uma das causas destas prorrogações de prazo foi as alterações ao projecto inicial, o que

provocou atrasos significativos nas actividades delas dependentes. De notar que as alterações

não ocorreram em simultâneo, conseguindo-se manter a obra em andamento embora em ritmo

mais lento. Outra das causas foi as indefinições ao projecto, ou seja, a falta de desenhos de

pormenores, o que provocou atrasos significativos nas actividades delas dependentes.

Page 45: controlo de obra

33

A portaria 701-H/2008 que aprova ao abrigo do art. 43.º n.º 7 do CCP, o conteúdo obrigatório do

programa e do projecto de execução bem como os procedimentos e normas a adoptar na

elaboração e faseamento de projectos de obras públicas, faz com que estas situações deixem de

ser possíveis.

Porém, estas suspensões e prorrogações de prazo podem ser fundamentadas pelo CCP nos

termos dos art. 297.º e 298.º nº 2 que anunciam, respectivamente, que a suspensão da execução

das prestações que constituem o objecto do contrato pode ser total ou parcialmente suspensa

caso se verifique o atraso do Dono da Obra na entrega ou na disponibilização de meios ou bens

necessários à respectiva execução e que esta suspensão causa a prorrogação do prazo por

período igual ao prazo inicialmente fixado no contrato, acrescido do prazo estritamente

necessário à organização de meios e execução de trabalhos preparatórios ou acessórios com

vista ao recomeço da execução.

O art. 365.º do CCP acrescenta ainda que, para as empreitadas de obras públicas, o Dono da

Obra pode ordenar a suspensão da execução dos trabalhos na falta de condições de segurança,

necessidade de estudar alterações a introduzir ao projecto ou recomendação relevante das

autoridades administrativas competentes.

3.2.2. Escolha do Instrumento Informático de Construção do Modelo

Para a construção do modelo, pretendia-se um instrumento informático que se adequasse ao

problema em análise, que obtivesse resultados práticos com bastante rapidez e que pudessem

ser melhorados e aperfeiçoados posteriormente, com acesso à informação de forma directa, não

sendo necessário programar o acesso a essa informação.

Tendo em conta estes parâmetros, o instrumento informático escolhido para esse fim foi o

Microsoft Excel 2007. Este programa é uma ferramenta vocacionada para aplicações numéricas,

tais como cálculos, estatísticas, gráficos, formulários, orçamentos, modelos financeiros entre

outros requisitos das rotinas empresariais e administrativas, que se adapta com bastante

facilidade às necessidades do utilizador, permitindo-lhe obter resultados desde logo.

Como este programa pertence ao Microsoft Office System, este software funciona integrado com

todos os outros produtos da família Office, facilitando assim a interligação dos diversos tipos de

trabalho.

Page 46: controlo de obra

34

3.3. Metodologia proposta para o modelo

Definidos os princípios do modelo, resta determinar a metodologia para a implementação deste,

ou seja, fixar e descrever detalhadamente as rotinas de gestão de custos, a rotina de facturação

e pagamento e a rotina de gestão e acompanhamento do progresso da obra.

3.3.1. Rotinas de Gestão de Custo

Aos vários tipos de trabalhos e às revisões de preços estão associadas rotinas de gestão de

custo. De seguida, apresentam-se estas rotinas, atribuindo as acções e responsabilidades de

cada interveniente.

3.3.1.1. Rotina de Gestão de Trabalhos Contratuais

Figura 3. 2– Rotina de gestão de trabalhos contratuais.

Acção realizada pelos representantes do Dono da Obra e do empreiteiro; Acção realizada pelo representante do Dono da Obra.

Os trabalhos contratuais são trabalhos cuja natureza e quantidades tenham sido previstas no

mapa de quantidades que serviu de base à contratação.

Nos termos dos art. 387.º e 388.º nº 1, 2 e 3 do CCP, o Dono da Obra deve medir todos os

trabalhos executados, incluindo os trabalhos não previstos no projecto ou não devidamente

ordenados por este. As medições são feitas no local da obra pelo Dono da Obra, com a

colaboração do empreiteiro. Na falta de estipulação contratual, a medição é feita mensalmente,

devendo estar concluída até ao 8º dia do mês imediatamente seguinte aquele a que respeita.

Nesta rotina, apenas se contabilizam as medições dos trabalhos contratuais para os quais não

existam divergências.

Vistoria e Medições dos

trabalhos contratuais

Mapa de Medições

Page 47: controlo de obra

35

3.3.1.2. Rotina de Gestão de Trabalhos a Mais e a Menos

Figura 3. 3 – Rotina de Gestão de trabalhos a mais e a menos.

Acção realizada pelos representantes do Dono da Obra e do empreiteiro;

Acção realizada pelo representante do empreiteiro;

Acção realizada pelos serviços técnicos ou jurídicos do Dono da Obra;

e

P.C. – Preço Contratual;

T.M. – Trabalhos a Mais;

T.E.O. – Trabalhos de Erros e Omissões.

Antes de se dar ordem de execução dos trabalhos a mais, o Dono da Obra deve estimar se o

valor desses trabalhos somado ao preço de anteriores trabalhos a mais e deduzido do preço de

quaisquer trabalhos a menos está dentro dos 25% do preço contratual, de acordo com o art. 20.º

nº1 alínea b) do Decreto Legislativo Regional nº 34/2008/A.

Estimar se Valor de Anteriores T.M

+ Novos T.M.dentro dos 25% do P.C.

Estimar se valor de Anteriores

(T.M. e T.E.O.) + Novos T.M. dentro

dos 15%

Ordem de Execução dos

T.M.

Proposta de Preço e

Prazo dos T.M.

Verificar se Valor de T. M. dentro

dos 25% do P.C.

Verificar se Valor dos T.M. e

T.E.O. dentro dos 15%

Formalização por Escrito (Processo

de trabalhos Adicionais)

Vistoria e Medição dos Trabalhos a

Mais e a Menos

Mapa de Medições

Se Valor dos trabalhos a Mais

superior a 25% do P.C.

Abertura de Novo

Procedimento

Page 48: controlo de obra

36

Importa ainda averiguar, segundo o art. 315.º nº 1 do CCP, se a ordem de execução desses

trabalhos a mais coloca a despesa da obra, ainda dentro do limite dos 15%, para trabalhos a

mais e erros e omissões em conjunto, para a efectivação do controlo da variação do volume total

de despesa da obra.

Segundo José Antunes (2009), se este limite de 15% já tiver sido ultrapassado, o Dono da Obra

terá de o comunicar no portal dos contratos públicos antes ou durante o inicio dos trabalhos,

devendo a publicidade ser mantida até seis meses após a extinção do contrato.

O prazo de execução da obra nestas circunstâncias, segundo o art. 374.º nº 1 do CCP, pode ser

prorrogado excepto se estes trabalhos não prejudicarem o normal desenvolvimento do plano de

trabalhos.

Na falta de estipulação contratual, o preço a pagar pelos trabalhos a mais e o respectivo prazo de

execução são fixados, de acordo com o art. 373.º nº 1, 2, 3 e 4 do CCP, nos seguintes termos:

• Para os trabalhos da mesma espécie de outros previstos no contrato e a executar em

condições semelhantes, aplicam-se os preços contratuais e os prazos parciais de

execução previstos no plano de trabalhos para essa espécie de trabalhos;

• Para os trabalhos de espécie diferente ou da mesma espécie de outros previstos no

contrato, mas a executar em condições diferentes, o empreiteiro deve apresentar uma

proposta de preço e de prazo de execução no prazo de 10 dias a contar da data da

notificação da ordem de execução dos mesmos, ou declarar que não se encontra em

condições para os executar.

Posto isso, o Dono da Obra dispõe de 10 dias para se pronunciar sobre a proposta do

empreiteiro, podendo, em caso de não-aceitação da mesma, apresentar uma contra-proposta. Se

o Dono da Obra não efectuar nenhuma comunicação ao empreiteiro dentro do prazo previsto,

considera-se que a proposta deste foi aceite.

Para que o empreiteiro possa realizar os trabalhos a mais, o Dono da Obra tem de ordenar por

escrito, a este, a realização destes trabalhos e deverá entregar-lhe também as alterações dos

elementos de solução da obra, necessárias à sua execução. (art. 371.º nº1 do CCP)

O art. 371.º nº 2 do CCP, define ainda que o empreiteiro pode optar pelo direito de resolução do

contrato ou alegar impossibilidade de realizar estes trabalhos, sejam eles trabalhos da mesma

espécie de outros do caderno de encargos ou de espécie diferente, desde que comprove não

possuir meios humanos e técnicos indispensáveis à sua execução.

Page 49: controlo de obra

37

Assim, o empreiteiro deve, de acordo com o art. 372.º nº 1, 2 e 3 do CCP, reclamar em 10 dias

contados do recebimento da ordem de execução, contra esta e o Dono da Obra tem igualmente

10 dias para se pronunciar sobre a reclamação e aqui tem duas hipóteses:

• Aceita a reclamação e se esta possuir como fundamento a falta de elementos de solução

da obra, procede à reparação da situação e entrega os ditos elementos ao empreiteiro;

• Considera injustificada a reclamação do empreiteiro e notifica o empreiteiro com, pelo

menos 5 dias de antecedência para a execução dos trabalhos a mais ou opta pela

execução dos trabalhos a mais, directamente ou por intermédio de terceiro, quando o

empreiteiro tenha manifestado de forma decisiva a intenção de não os executar.

De acordo com o art. 375.º do CCP, definidos todos os termos e condições a que deve obedecer

a execução dos trabalhos a mais, o Dono da Obra e o empreiteiro devem proceder à respectiva

formalização por escrito. Se existirem trabalhos a menos, o preço correspondente aos trabalhos

a menos é deduzido ao preço contratual.

O CCP nada refere relativamente à obrigatoriedade de assinatura de um contrato adicional e

sujeição ao visto do tribunal de contas, no entanto, é obrigatório a compilação de toda a

informação dos trabalhos a mais e a sua posterior publicitação na plataforma electrónica de

contratação, sendo este procedimento obrigatório para efeitos de pagamento. Assim, sugere-se

que todas as informações escritas relativas aos trabalhos a mais sejam compiladas num

processo, que se poderia designar de processo de trabalhos adicionais, correspondendo a cada

ordem escrita de execução de trabalhos a mais, um adicional.

Se o valor dos trabalhos a mais for superior a 25% do preço contratual, de acordo com o art. 20.º

nº 2 do Decreto Legislativo Regional nº 34/2008/A, a obra só prossegue com a abertura de novo

procedimento, que tem de respeitar a modalidade adequada ao limiar do preço em que

previsivelmente vai ocorrer, com todos os passos necessários.

Para se proceder à valorização dos trabalhos a mais e a menos realizados, o Dono da Obra deve

em conjunto com o empreiteiro realizar a vistoria e medição dos trabalhos a mais e a menos e

posto isso, o empreiteiro deve entregar ao Dono da Obra o mapa de medições dos trabalhos

indicados para efeitos de pagamento.

Page 50: controlo de obra

38

3.3.1.3. Rotina de Gestão de Trabalhos de Correcção ou Suprimento de

Erros e Omissões

Figura 3. 4– Rotina de gestão de trabalhos de correcção ou suprimento de erros e omissões.

Acção realizada pelos representantes do Dono da Obra e do empreiteiro;

Acção realizada pelo representante do empreiteiro;

Acção realizada pelos serviços técnicos ou jurídicos do Dono da Obra.

Detecção de T.E.O.

Estimar se Valor de (Anteriores T.E.O. +

T.M.+ Novos T.E.O.) < 50% P.C.

Estimar se Valor de Anteriores( T.M.+ T.E.O.) + Novos

T.E.O. dentro dos 15%

Proposta de Preço e Prazo

dos T.E.O.

Verificar se Valor de (T.E.O + T.M) <

50% P.C. e Dentro dos 15%

Ordem de Execução dos

T.E.O.

Formalização por Escrito (Processo

de Trabalhos Adicionais)

Vistoria e Medição dos

T.E.O.Mapa de medições

Se ∑ (T.E.O. + T.M.) > 50% P.C.

Abertura de novo procedimento

Page 51: controlo de obra

39

A detecção dos trabalhos de correcção ou suprimento de erros e omissões, na fase de execução

da obra, deve ser da iniciativa do empreiteiro. Porém, antes de se dar início à realização dos

trabalhos de erros e omissões, o Dono da Obra deve estimar se o valor desses trabalhos está

dentro dos limites fixados pelo art. 20.º nº1 alínea b) do Decreto Legislativo Regional nº

34/2008/A e se a ordem de execução desses trabalhos de erros e omissões coloca a despesa da

obra, de acordo com o art. 315.º nº1 do CCP ainda dentro do limite dos 15% para trabalhos a

mais e erros e omissões em conjunto.

Para os trabalhos de erros e omissões, o CCP fixa vários regimes que afectam o preço, o prazo,

a responsabilidade das partes e de terceiros. Deste modo, houve a necessidade de avaliar em

separado cada tipo de erros e omissões:

a. Erros e omissão que era exigível que, actuando com a diligência necessária, os

concorrentes tivessem identificado na fase de formação do contrato, porém não o

fizeram:

Para que o Dono da Obra possa classificar este tipo de erros e omissões, independentemente de

quem o tenha identificado na fase de execução, terá de reclamar junto do empreiteiro que

considera que a detecção de tal erro era exigível na fase de formação de contrato.

Segundo José Antunes (2009), o trabalho nestas condições remete para o empreiteiro a

obrigação de suportar 50% da sua responsabilidade sendo que nestas situações, o CCP não

prevê a concessão de prorrogação de prazo ou ajustamentos ao plano de trabalhos.

b. Erros e omissões identificados pelos concorrentes na fase de formação do contrato, e

rejeitados pelo Dono da Obra, mas que efectivamente se verificam:

O dono da Obra depois de ser notificado pelo empreiteiro da existência do erro ou omissão, deve

consultar as peças do procedimento e a plataforma electrónica e apurar se este erro ou omissão

já tinha sido detectado anteriormente, independentemente de ter sido o adjudicatário ou qualquer

outro interessado, tenha este concorrido ou não e as razões para ter sido rejeitado. (José

Antunes, 2009)

No caso de já ter sido detectado na fase de formação do contrato, cabe ao Dono da Obra

verificar e decidir se aceita ou não que se trata efectivamente dum erro ou omissão, ou seja, se

ordena ou não a execução dos trabalhos conforme projectado ou se suspende os trabalhos e

pede a elaboração de outro projecto.

Page 52: controlo de obra

40

Quando os trabalhos de erros e omissões prejudicam o normal desenvolvimento do plano de

trabalhos, o CCP estipula, nos termos do art. 376.º nº 6, que o empreiteiro pode propor ao Dono

da Obra as modificações que se destinam a conciliar o plano em vigor com os trabalhos de erros

e omissões ordenados.

Ainda segundo o nº 6 do mesmo artigo, o Dono da Obra deve pronunciar-se sobre o plano de

trabalhos modificado e comunicar a sua posição ao empreiteiro até 15 dias após a participação

da proposta do empreiteiro, equivalendo o silêncio a aceitação.

De acordo com o nº 5 do mesmo artigo, o Dono da Obra deve justificar a razão pela qual agora

considera essencial à conclusão da obra os trabalhos que, apesar de terem sido detectados na

fase de formação do contrato, este não tenha aceite nesta fase e deve fazer constar esse facto

no relatório final da obra.

Segundo o art. 377.º nº 2 do CCP, a execução deste tipo de trabalho pode dar lugar a

prorrogação do prazo de execução da obra e nos termos do art. 378.º nº 1 do mesmo código, o

preço atribuído a estes trabalhos corre inteiramente por conta do Dono da Obra, bem como todos

os custos indirectos associados.

c. Erros e omissões já existentes no caderno de encargos, na fase de formação do

contrato, mas que, mesmo actuando com a diligência necessária, o adjudicatário não

conseguiria identificá-los nessa fase:

Se estes erros e omissões forem aceites pela entidade adjudicante, como não detectáveis na

fase de formação do contrato, serão pagos na totalidade pelo Dono da Obra, com direito a

prorrogação de prazo e alteração do plano de trabalhos.

No caso destes erros e omissões serem tidos como detectáveis, mas não tenham sido

detectados na fase de formação de contrato, estamos perante a situação a.

Segundo José Antunes (2009), o prazo para identificar estes erros e omissões junto do Dono de

Obra é de 30 dias a contar da data em que seria exigível tal detecção, sob pena desta

responsabilidade pelo custo ser transferida para o empreiteiro.

d. Erros e omissões apenas detectáveis durante a fase de execução da obra e que

identificados pelo empreiteiro, hajam sido por ele oportunamente comunicados ao Dono

da Obra, no prazo de 30 dias a contar da data da sua detecção:

Este tipo de erros e omissões não deriva duma deficiência do caderno de encargos ou do

projecto (pelo menos detectável), mas de condições específicas encontradas durante o

Page 53: controlo de obra

41

desenvolvimento dos trabalhos, que se vêem a revelar convenientes, necessários ou

imprescindíveis.

Segundo José Antunes (2009), se for o empreiteiro a identificar o erro ou omissão, este terá de,

no prazo de 30 dias a contar da data em que era exigível a sua detecção, comunicá-lo ao Dono

da Obra sob pena de responsabilidade pelo seu custo vir a ser da sua conta.

Este prazo justifica-se pelo facto de, se este erro ou omissão, detectado pelo empreiteiro,

implicar alteração de projecto, o Dono da Obra poderá reformular o projecto a tempo de não ter

de alterar o plano de trabalhos, não sendo necessário suspender os trabalhos.

De acordo com o art. 373.º do CCP, as regras de atribuição de preço e prazo dos trabalhos de

suprimento de erros e omissões são as mesmas regras impostas para os trabalhos a mais.

Nos termos do art. 376.º nº 1 e 2 do CCP, o empreiteiro tem a obrigação de executar todos os

trabalhos de erros e omissões que lhe sejam ordenados por escrito pelo Dono da Obra. Para tal,

o Dono da Obra deve entregar ao empreiteiro todos os elementos necessários para esse efeito,

excepto quando o empreiteiro tenha a obrigação pré-contratual ou contratual de elaborar o

programa ou o projecto de execução.

Tal como acontece para os trabalhos a mais, é obrigatório a compilação de toda a informação

dos trabalhos de erros e omissões e a sua posterior publicitação na plataforma electrónica de

contratação, sendo este procedimento obrigatório para efeitos de pagamentos. De igual modo,

sugere-se que todas as informações escritas relativas aos trabalhos de erros e omissões sejam

compiladas num processo designado de processo de trabalhos adicionais, correspondendo a

cada ordem escrita de execução de trabalhos de erros e omissões, um adicional.

Nos termos do art. 376.º nº 8 do CCP caso o somatório do preço atribuído aos trabalhos de erros

e omissões com o preço de anteriores trabalhos de erros e omissões e de anteriores trabalhos a

mais exceda 50 % do preço contratual, estes trabalhos devem ser objecto de contrato celebrado

na sequência de novo procedimento.

Para se proceder à valorização dos trabalhos de erros e omissões realizados, o Dono da Obra,

em conjunto com o empreiteiro, realiza a vistoria e medição dos trabalhos de suprimento de erros

e omissões e posto isso, o Dono da Obra procede ao preenchimento do mapa de medições dos

trabalhos indicados para efeitos de pagamento.

Page 54: controlo de obra

42

3.3.1.4. Rotina de Gestão de Revisão de Preços

Figura 3. 5 – Rotina de gestão de revisão de preços.

Acção realizada pelo estado;

Acção realizada pelo representante do Dono da Obra ou do empreiteiro.

Ao longo das últimas décadas, a revisão de preços das empreitadas de obras públicas tem

constituído uma garantia essencial de confiança entre as partes do contrato, permitindo-lhes

formular e analisar propostas baseadas nas condições existentes à data do concurso, remetendo

para a figura da revisão a compensação a que houver lugar em função da variação dos custos de

mão-de-obra, dos materiais e dos equipamentos de apoio de acordo com as regras definidas na

regulamentação específica. Deste modo, a revisão de preços foi considerada para que o

empreiteiro no fim da obra, não obtenha prejuízo ou lucro excessivo por considerar estimativas

de custo diferentes das reais.

O art. 382.º nº 1 e 2 do CCP prevê que o preço das empreitadas de obras seja revisto quando tal

seja previsto no contrato, nomeadamente o método de cálculo e a periodicidade. O Decreto-Lei

nº6/2004 de 6 de Janeiro estabelece o regime de revisão de preços das empreitadas de obras

públicas e de obras particulares e de aquisição de bens e serviços.

Tal regime considera os seguintes três métodos de revisão de preços:

• Fórmula polinomial;

• Garantia de custos;

• Fórmula e garantia de custos.

O método da fórmula polinomial é o mais usual e consiste na aplicação de uma fórmula

polinomial ao valor dos trabalhos revisíveis em cada período previsto no plano de pagamentos a

entregar conjuntamente com o plano de trabalhos e devidamente correlacionado.

Publicação dos Índices

Cálculo da Revisão de Preços

Page 55: controlo de obra

43

Nos termos do art. 6.º nº 1 e 2 do Decreto-Lei nº 6/2004, as cláusulas de revisão de preços

poderão estabelecer que esta se efectue mediante a adaptação da seguinte fórmula geral à

estrutura de custos e à natureza e volume dos trabalhos:

�t � a ���� � ∑ bi ���

������� � c �

� � d

a � ∑ bi � c � d � 1

Na qual:

• d é o coeficiente que representa, na estrutura de custos, a parte não revisível da

adjudicação, com aproximação ás centésimas. O seu valor é 0,10 quando a revisão de

preços dos trabalhos seja apenas feita por fórmula;

• a, b, c, d são coeficientes que correspondem ao peso dos custos de mão de obra,

materiais e dos equipamentos de apoio na estrutura de custos da adjudicação, ou da

parte correspondente, no caso de existirem várias fórmulas, com uma aproximação ás

centésimas;

• Ct é o coeficiente de actualização mensal a aplicar ao montante sujeito a revisão;

• St é o índice dos custos de mão-de-obra relativo ao mês a que respeita a revisão;

• S0 é o mesmo índice, mas relativo ao mês anterior ao da data limite fixada para a entrega

das propostas;

• ∑Mit são os índices dos custos dos materiais mais significativos incorporados ou não, em

função do tipo de obra, relativos ao mês a que respeita a revisão, considerando-se como

mais significativos os materiais que representem, pelo menos, 1% do valor total do

contrato, com uma aproximação às centésimas;

• ∑Mi0 são os mesmos índices, mas relativos ao mês anterior ao da data limite fixada para

a entrega das propostas;

• Et é o índice dos custos dos equipamentos de apoio, em função do tipo de obra, relativo

ao mês a que respeita a revisão;

• E0 é o mesmo índice, mas relativo ao mês anterior ao da data limite fixada para a entrega

das propostas;

Os índices de mão-de-obra, dos materiais e dos equipamentos de apoio, são estabelecidos com

base em elementos estatísticos recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística e tratados pela

Comissão de Índices e Fórmulas de Empreitadas, uma comissão especializada do Conselho de

Instituto da Construção e do Imobiliário dependente do Ministério das Obras Públicas,

Transportes e Habitação.

Estes índices são determinados mensalmente e publicados em Diário da República. Para as

regiões autónomas da Madeira e Açores são determinados outros índices pelos respectivos

governos regionais.

(1)

(2)

Page 56: controlo de obra

44

Segundo o art. 15.º nº 1 e 2 do regime de revisão de preços de empreitadas de obras públicas, e

sem prejuízo do que estiver contratualmente estabelecido, o valor da revisão de preços é

calculado pelo Dono da Obra ou pelo empreiteiro com base no plano de pagamentos.

O empreiteiro ou o Dono da Obra tem direito a revisão de preços, nos termos do art. 9.º deste

regime, quando |ct-1|> 1%, isto é, 1,01≤ ct-1 ≤ 0.99.

Nos contratos em que se prevêem situações de trabalhos mensais e a revisão é feita por fórmula,

aplicam-se os indicadores económicos de cada mês à parcela dos trabalhos realizada em cada

mês respectivo, de acordo com o plano de pagamentos em vigor.

De acordo com o art. 13º nº 1, 2 e 3 e o art. 14º nº 1 deste regime, se for concedido prorrogação

do prazo por facto não imputável ao empreiteiro, este deverá submeter à aprovação do Dono da

Obra novo plano de trabalhos e correspondente plano de pagamentos ajustado à situação que

servirá de base ao cálculo da revisão de preços dos trabalhos por executar.

Neste caso, nos termos do art. 14º nº 2 deste regime, o coeficiente de actualização global a

considerar no cálculo do valor da revisão de preços será:

• O correspondente ao período em que os trabalhos deveriam ter sido executados, caso

este coeficiente seja inferior ao do mês em que, efectivamente, se realizaram os

trabalhos;

• O correspondente ao mês em que os trabalhos foram efectivamente executados, caso

se verifique a situação contrária.

Segundo o nº 3 do mesmo artigo, quando se verifique avanço no cumprimento do plano de

trabalhos, o coeficiente de actualização global a considerar na revisão será o correspondente ao

período em que os trabalhos foram executados.

No que diz respeito à revisão de preços de trabalhos a mais e a menos, o art. 11.º nº 1 e 2 e o

art. 12.º nº 1 do regime de revisão de preços de empreitadas de obras públicas estabelecem que:

• Para os trabalhos a mais com preços unitários já estabelecidos no contrato ou nos

elementos que o integram, aplica-se o esquema de revisão contratual;

• Para os trabalhos a mais que não tenham preços unitários estabelecidos no contrato ou

nos elementos que o integram, aplica-se o sistema de revisão por fórmula ou garantia de

custos consoante a natureza, o volume e a duração dos trabalhos e, em qualquer caso,

esta é feita relativa ao mês anterior ao da data em que foram propostos os novos preços.

• Quando a obra tiver trabalhos a menos, a revisão de preços dos trabalhos contratuais

realizados far-se-á pelo plano de pagamentos resultante da dedução do valor dos

trabalhos a menos nos períodos em que, contratualmente, se previa que viessem a ser

realizados.

Page 57: controlo de obra

45

3.3.2. Rotina de Facturação e Pagamentos

Figura 3. 6 – Rotina de facturação e pagamentos.

Acção realizada pelo empreiteiro;

Acção realizada pelos representantes do Dono da Obra, Fiscalização e

empreiteiro;

Acção realizada pelo Dono da Obra.

3.3.2.1. Auto de Vistoria e Medição de Trabalhos e Auto de Revisão de

Preços

Das rotinas de gestão de trabalhos anteriores obtém-se o mapa de medições mensais de todos

os trabalhos executados. De acordo com o art. 389.º nº 1 do CCP, o Dono da Obra deve

elaborar, no prazo de 10 dias após a medição dos trabalhos realizados, uma conta corrente

especificando as quantidades de trabalho apuradas e respectivos preços unitários, o valor dos

trabalhos realizados, os descontos a efectuar, o reembolso de adiantamentos concedidos ao

empreiteiro e o saldo a pagar ao empreiteiro.

Cabe também ao Dono da Obra elaborar os autos de vistoria e medição dos trabalhos

acompanhados pelos mapas de situação de trabalhos.

Auto de Vistoria e Medição de Trabalhos /

Revisão de Preços

AssinaturasFactura e Garantia Bancária

Verificação da Factura

Lançamento e Operações de

Tesouraria

Cabimentação, Pagamento e

Recolha do Recibo

Page 58: controlo de obra

46

Quando o auto de vistoria e medição está fechado, este é produzido em triplicado e deverá ser

assinado pelos representantes do empreiteiro, fiscalização e eventualmente pelo representante

do Dono da Obra, ficando uma cópia com cada um dos intervenientes.

Da rotina de gestão de revisão de preços obtém-se o cálculo da revisão de preços de todos os

trabalhos executados. Caso seja o empreiteiro a realizar a revisão de preços, o Dono da Obra

deve verificar o cálculo e realizar o auto de revisão de preços que deverá ser assinado pelos

representantes das partes, ficando igualmente uma cópia com cada um dos intervenientes se o

empreiteiro não contestar o conteúdo deste.

Valor dos Trabalhos realizados:

O valor dos trabalhos realizados é obtido, segundo Alves Dias (2008), de acordo com a seguinte

expressão:

Vtr � % Qri ' Pui

Onde:

Vtr – valor dos trabalhos realizados;

Qri – quantidade de trabalho da operação de construção i realizada no mês;

Pui – preço unitário contratual da operação de construção i.

Valor da revisão de preços:

O valor da revisão de preços representa o aumento ou redução verificado no valor dos trabalhos

realizados, quando há lugar a alteração das circunstâncias em que a obra foi contratada. Este

valor é obtido, segundo Alves Dias (2008), de acordo com a seguinte expressão:

Vr � Vt ' *Ct , 1-

Onde:

Vr – valor da revisão de preços;

Vt – valor sujeito a revisão de preços;

Ct – coeficiente de actualização.

Descontos:

Reforço da Caução:

(3)

(4)

Page 59: controlo de obra

47

Segundo o art. 353.º nº 1 do CCP, o reforço da caução existe para garantir o exacto e pontual

cumprimento das obrigações contratuais. Deste modo, às importâncias que o empreiteiro tiver a

receber em cada um dos pagamentos parciais previstos, é deduzido o montante correspondente

a 5% desse pagamento sobre os trabalhos previstos e 10% sobre os trabalhos a mais e revisão

de preços, excepto se o contrato fixar percentagem inferior ou dispensar tal dedução.

O nº 2 do mesmo artigo define que essa dedução pode ser substituída por títulos emitidos ou

garantidos pelo estado, por garantia bancária ou por seguro-caução nos mesmos termos

estabelecidos para a caução.

Caixa Geral de Aposentações:

O artigo 138º do Estatuto da Aposentação (Decreto-Lei nº 498/72 de 9 de Dezembro) esclarece

que nas folhas de pagamento relativas a contratos de empreitadas, tarefas e fornecimentos de

obras públicas, adjudicadas por quaisquer entidades com pessoal inscrito na Caixa Geral de

Aposentações, é exigida a dedução de 0,5% a favor desta, depositando-se o respectivo produto

na Caixa Geral de Depósitos.

Segundo o CCP esta situação deixou de ser obrigatória, porém, como a obra do caso de estudo

foi regida pelo Decreto-Lei nº 59/99 de 2 de Março, achou-se por bem continuar a fazer

referência visto que este desconto foi aplicado a esta obra e como tal surge nas folhas de cálculo

do modelo.

Segurança Social:

Nos termos do art. 55.º alínea d) do CCP, não podem ser candidatos, concorrentes ou integrar

qualquer agrupamento, as entidades que não tenham a sua situação regularizada relativamente

a contribuições para a segurança social em Portugal ou, se for o caso, no Estado de que sejam

nacionais ou no qual se situe o seu estabelecimento principal.

Adiantamentos e reembolso dos adiantamentos:

O artigo 292.º nº 1 alínea a) do CCP informa que, o Dono da Obra pode efectuar adiantamentos

de preço por conta de prestações a realizar ou de actos preparatórios ou acessórios das mesmas

se o valor dos adiantamentos não for superior a 30% do preço contratual e o empreiteiro entregar

caução de valor igual ou superior aos adiantamentos efectuados.

Page 60: controlo de obra

48

O reembolso do adiantamento é feito á medida que forem prestados ou entregues os bens ou

serviços correspondentes ao pagamento adiantado que tenha sido efectuado pelo Dono da Obra.

Segundo Alves Dias (2008), para determinar o reembolso do adiantamento, poder-se-á utilizar a

seguinte expressão, seja qual for a situação dos trabalhos da obra em relação ao plano de

trabalhos aprovado:

Vri � VaVt ' Vpi

Onde:

Vri – Valor de cada reembolso;

Va – valor do adiantamento;

Vt – valor dos trabalhos por realizar à data de recebimento do adiantamento;

Vpi – valor previsto no plano de pagamentos aprovado, ou o valor dos trabalhos

executados se este for superior.

O total de descontos (Vd) é a soma relativa a todos os descontos efectuados, nomeadamente o

desconto para a caixa geral de aposentações (CGA), o desconto do reembolso de cada

adiantamento (Vri) e o reforço da caução (RC), se o empreiteiro optar por esta forma de

prestação de caução.

/0 � 123 � /�4 � 51

Valor do IVA:

O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) é um imposto aplicado em Portugal que incide sobre

a despesa ou consumo e tributa o “valor acrescentado” das transacções efectuadas pelo

contribuinte. Numa obra, o valor correspondente ao IVA resulta da aplicação da taxa legal em

vigor ao valor total dos trabalhos a executar. Esta taxa é actualmente de 20%, havendo no

entanto casos em que se aplica a taxa reduzida de 5%, como, por exemplo, nas empreitadas

executadas pelas autarquias locais e cooperativas de habitação. Para as Regiões autónomas a

taxa normal de imposto é de 14%, existindo também taxas reduzidas de imposto de 4%.

Para determinar o valor do IVA que o Dono da Obra deverá pagar ao Estado sobre os trabalhos

realizados e revisão de preços, poder-se-á utilizar as seguintes expressões respectivamente:

(5)

(6)

Page 61: controlo de obra

49

V678 � T678 ' *Vtr , Vri-

V678 � T678 ' Vr

Valor líquido do auto:

O valor líquido do auto (Vl) é o valor que o Dono da Obra terá de pagar ao empreiteiro e é obtido

através da seguinte expressão:

V: � Vt , Vd � IVA

3.3.2.2. Factura, Garantia Bancária e Operação de Tesouraria

Depois da aprovação do auto e respectiva conta corrente, o empreiteiro deve emitir a respectiva

factura, normalmente em triplicado, com a descrição em função das rubricas do auto e entregá-la

ao Dono da Obra. Se o reforço da caução for feito por garantia bancária, esta deve acompanhar

a factura para que seja efectuado o pagamento.

O Dono da Obra deve conferir os valores da factura face ao auto respectivo e os valores da

garantia bancária e arquivar a cópia dos processos correspondentes.

Posto isso, o Dono da Obra deve despachar a factura e a cópia da garantia bancária para os

seus serviços de contabilidade, para que esta possa fazer o lançamento da factura na folha de

caixa da obra respectiva.

A partir daqui o processo passa a ser administrativo-financeiro, dependendo da forma interna de

processamento do Dono da Obra.

Neste sentido, a contabilidade após lançar a factura deve arquivar o original do auto na pasta dos

autos e uma cópia deste na pasta da obra e encaminhar uma outra cópia, a factura e cópia da

garantia bancária à tesouraria para se proceder ao pagamento.

3.3.2.3. Cabimentação, Pagamento e Recolha do Recibo

(9)

(7)

(8)

Page 62: controlo de obra

50

O processo de cabimentação da obra deve ser feito logo no acto de lançamento de concurso,

garantindo assim a totalidade do valor da obra e por conseguinte a cabimentação de cada

situação de trabalhos. Posto isso, a tesouraria deve emitir o cheque e providenciar a assinatura

deste pelas pessoas com poderes para o acto, ou efectuar a transferência bancária mediante a

autorização das pessoas competentes para o efeito.

Segundo o art. 299.º nº 1 e 2 do CCP, o pagamento deve ser efectuado no prazo de 30 dias após

a entrega da respectiva factura ou no prazo estipulado pelo contrato, não devendo este exceder

em qualquer caso, 60 dias. O pagamento das revisões de preços, nos termos do art. 17.º do

Decreto-Lei n.º 6/2004, de 6 de Janeiro de 2004, deverá ser efectuado no prazo máximo de 44

dias contados, consoante os casos:

• Das datas dos autos de medição ou das de apresentação dos mapas a que se refere o

art.º391.º nº 1 do CCP, tratando-se de revisões provisórias;

• Das datas da publicação no Diário da República dos indicadores económicos em que se

baseiam, tratando-se de acertos;

• Das datas de apresentação dos cálculos pelo empreiteiro, quando tal esteja previsto no

contrato.

No caso de ainda não serem conhecidos os valores finais dos indicadores económicos a utilizar

na revisão de preços dos trabalhos executados, o Dono da Obra, de acordo com o art. 16.º nº 1

do regime de revisão de preços, deve proceder ao pagamento provisório com base no respectivo

preço previsto no contrato, revisto em função dos últimos indicadores conhecidos.

Nos termos do nº 2 do mesmo artigo, assim que forem publicados os indicadores económicos

respeitantes ao mês de execução dos trabalhos ou do período para tal previsto no plano de

trabalhos, o Dono da Obra deve proceder de imediato ao cálculo definitivo da revisão, pagando

ao empreiteiro ou deduzindo, na situação de trabalhos que se seguir, a diferença apurada.

Segundo o art. 392.º nº 2 e 3 do CCP, quando não forem liquidados todos os trabalhos medidos,

menciona-se o facto mediante nota explicativa inserida na respectiva conta corrente e logo que

sejam resolvidas as reclamações apresentadas pelo empreiteiro, o Dono da Obra deve proceder

à rectificação da conta corrente, liquidando e efectuando o pagamento ao empreiteiro da

importância apurada.

Page 63: controlo de obra

51

Se o pagamento exceder o prazo estipulado no contrato, de acordo com o art. 326.º nº 1 do CCP

e o art. 18.º nº 1 do Regime de Revisão de Preços, o empreiteiro tem direito a juros de mora

sobre o montante em dívida, calculado pela seguinte expressão:

/= � /> ' �365 � *� � 1-

100

Onde:

Vj – valor dos juros de mora

Vp – valor do pagamento em atraso

N – número de dias decorrido desde o dia seguinte ao da expiração do prazo de

pagamento (Max. 44 dias) até ao dia fixado na notificação do pagamento.

t – taxa fixada pela Direcção Geral do Tesouro e Finanças - durante o primeiro semestre

de 2009, esta taxa é de 9,5%, nos termos do aviso nº1261/2009, de 14 de Janeiro

publicado no Diário da República.

Segundo o art. 366.º nº 3 alínea b) do CCP, a falta de pagamento de qualquer quantia devida nos

termos do contrato, desde que tenha ocorrido um mês sobre a data do respectivo vencimento,

permite ao empreiteiro a suspensão do todo ou parte da execução dos trabalhos e, nos termos

do art. 332.º nº 1 alínea c) do mesmo código, caso o atraso seja superior a 6 meses ou quando o

montante em dívida excede 25% do preço contratual, excluindo juros, o empreiteiro tem direito a

rescindir o contrato.

Depois de efectuado o pagamento ao empreiteiro, este deve enviar o recibo à tesouraria para

que esta o verifique e confirme se o valor do recibo corresponde ao valor do pagamento e se a

data do mesmo não é posterior à actual.

Posto isso, a tesouraria tira cópia da factura, do recibo e da cópia da garantia bancária para

arquivo e guarda o original da factura e do recibo e cópia da garantia bancária até que estes

documentos sejam recolhidos pela contabilidade para lançamento do pagamento na folha de

caixa. A contabilidade deve ainda organizar o arquivo de documentos originais de forma a

garantir o acesso imediato aos documentos de suporte dos lançamentos.

(10)

Page 64: controlo de obra

52

3.3.3. Rotina de Gestão e Acompanhamento do Progresso da Obra

O Dono da Obra, no que diz respeito ao controlo do planeamento e dos custos de uma

empreitada, deve analisar toda a informação relevante necessária à boa análise do andamento

dos trabalhos e elaborar relatórios mensais ou documentações de ponto de situação sempre que

solicitado.

Segundo António Flôr (2008), o relatório de avaliação mensal deve conter:

• O orçamento inicial da empreitada;

• A evolução económica de acordo com o contrato em curso, assinalando os trabalhos

contratuais, trabalhos a mais, trabalhos a menos e de suprimento de erros e omissões

verificados;

• Um diagrama de Gantt actualizado, com indicação de precedências englobando todas

as frentes de obra, explicitando o estado de progresso da empreitada reportado ao

ultimo dia do período a que se refere o relatório;

• A exposição dos desvios orçamentais e de prazo e as suas causas e a proposta de

medidas correctivas dos desvios;

• A informação sobre custos fornecido em suporte informático, utilizando o programa

Microsoft Excel ou semelhante.

Deste modo, o Dono da Obra deve promover a implementação de metodologias que permitam,

quer a verificação dos custos, quer o assegurar da detecção atempada de desvios orçamentais e

de prazo, assegurando, a todo o tempo, informação correcta e actualizada da situação financeira

de cada empreitada.

A técnica do EVM - Earned Value Management - Gestão do Valor Acrescentado é uma

técnica de medição do progresso, que faz a monitorização e o controlo integrado do tempo e do

custo de um projecto em relação a um Plano de Base, tendo em conta os riscos associados ao

projecto de construção. Esta técnica compara o plano de base com o trabalho real executado e

os custos associados, ou seja, os resultados desta análise darão informações do quanto já foi

gasto no projecto, comparando com os valores previstos inicialmente. (Márcio Silva, 2007)

O Dono da Obra poderá recorrer a esta técnica para medir e controlar o progresso da obra que

está a gerir. Para tal, terá de com o auxílio de uma ferramenta de planeamento e gestão de

projectos:

• Acompanhar o desenvolvimento da obra e proceder à verificação e registo do avanço

dos trabalhos;

Page 65: controlo de obra

53

• Implementar as medidas aprovadas pelo Dono da Obra com o objectivo de evitar e/ou

recuperar eventuais atrasos;

• Actualizar as estimativas de duração dos trabalhos ainda a realizar, tendo em conta as

durações efectivas já verificadas nos trabalhos realizados;

• Apresentar sistematicamente e periodicamente diagramas PERT/CPM actualizados;

• Controlar os custos da obra;

• Analisar e emitir parecer relativamente a custos decorrentes das alterações de pormenor

apresentadas pelos executores das acções em curso.

De seguida apresenta-se em detalhe a rotina de gestão e acompanhamento do progresso da

obra utilizando a técnica do EVM:

Figura 3. 7 – Rotina de gestão e acompanhamento do progresso da obra.

PV – Planed Value;

EV – Earned Value;

AC – Actual cost;

CV – Cost Variance;

SV – Schedule Variance;

CPI - Cost Performance Index;

SPI – Schedule Performance Index;

EAC – Estimate At Completion;

ETC – Estimate To Completion;

BAC – Budget At Completion.

Plano de Base Elementos Base (PV, EV, AC)

Indicadores de Estado (CV, SV)

Indicadores de desempenho

(SPI, CPI)

Indicadores de Previsão (BAC,

EAC, ETC)

Desvios Orçamentais e de Prazo e as Suas

Causas

Proposta de Medidas

Correctivas dos Desvios

Page 66: controlo de obra

54

3.3.3.1. Plano de Base

Segundo o PMBOK (2004), o Baseline - Plano de Base - é o plano do projecto que contém os

dados originais estimados para as actividades, recursos, afectações e custos. Este plano base é

a ferramenta para se poder controlar o projecto, pois, comparando os dados planeados com os

dados reais da execução do projecto, poder-se-ão identificar potenciais problemas. Assim, após a

conclusão do planeamento e antes da introdução dos dados reais de execução do projecto, é

essencial gravar um plano de base.

Na gestão integrada de prazos e custos há que ter em conta, primeiro que tudo, o planeamento

dos trabalhos em ferramenta de planeamento adequada, fazendo a estimativa de durações e

respectiva alocação de recursos e custos associados. Deverão ser estabelecidos os critérios de

medição, avaliação e indicadores de desvios e em seguida, com o desenvolvimento e execução

da obra, deve-se fazer uma actualização periódica dos custos incorridos, dos proveitos e das

durações de cada actividade, que têm reflexos directos nos indicadores de progresso.

Com base nesses indicadores de estado, de desempenho e de previsão dos custos e prazos

calculados e analisados até ao final da obra podem-se verificar os desvios e propor as

correspondentes medidas e acções correctivas ao projecto e medir consequentes impactos

nesses mesmos indicadores.

3.3.3.2. Elementos Base

O PMBOK (2004) define que a análise do EVM deve medir continuamente o progresso do

projecto em relação a três elementos base:

• PV (Planed Value) ou BCWS (Budget Cost of Work Schedule) - Custo Orçamentado

do Trabalho Planeado: representa o valor base orçamentado de todas as actividades

calendarizadas até à data de referência;

• EV (Earned Value) ou BCWP (Budget Cost of Worked Performed) - Custo

Orçamentado do Trabalho Realizado: representa o custo que deveria ter ocorrido

desde o início da actividade até à data de referência, baseado nas alocações reais de

recursos. É obtido a partir da percentagem de trabalhos realizados multiplicada pelo

custo orçamentado do projecto;

• AC (Actual Cost) ou ACWP (Actual Cost of Work Performed) - Custo Real do

Trabalho Realizado: representa o valor que foi efectivamente gasto para o trabalho

realizado nas actividades no período em análise. É obtido a partir dos custos reais de

trabalho executado até à data actual.

Page 67: controlo de obra

55

3.3.3.3. Indicadores de Estado

A relação entre PV, EV e AC irá permitir definir indicadores de controlo do projecto que, de

acordo com o PMBOK são os seguintes:

• CV (Cost Variance) – Desvio de Custo: representa a diferença entre o valor criado de

uma actividade e o seu custo actual.

CV= EV – AC ou CV =BCWP-ACWP

• SV (Schedule Variance) – Desvio do Planeamento: representa a diferença entre o

valor criado e o valor previsto para a actividade, em termos de custos.

SV = EV – PV ou SV = BCWP-BCWS

Os indicadores de estado permitem analisar o progresso do projecto e o trabalho realizado em

relação ao Plano de Base, ou seja, se estes indicadores forem positivos indicam que a

calendarização está avançada e dentro do orçamento e se forem negativos indicam que os

custos estão a ser superiores ao previsto e que está a acontecer um atraso no trabalho a

efectuar.

Estes indicadores também podem ser expressos em %, permitindo a comparação do

desempenho entre diferentes projectos duma organização.

SV%=SV/PV e CV%=CV/EV

3.3.3.4. Indicadores de Desempenho

Estes indicadores dão uma informação mais directa do estado do projecto e segundo o PMBOK

podem ser os seguintes:

• CPI – Cost Performance Index - Índice de Desempenho Orçamentado: representa a

razão entre o valor ganho e os custos actuais.

CPI= EV/AC ou BCWP/ACWP

(11)

(12)

(13)

(14)

Page 68: controlo de obra

56

• SPI – Schedule Performance Index - Índice de Desempenho Agendado: representa a

razão entre o valor ganho e o valor planeado.

SPI =EV/PV ou SPI=BCWP/BCWS

A tabela seguinte demonstra as quatro situações que podem ocorrer:

SPI > 1 Projecto adiantado;

CPI > 1 Custo dos trabalhos executados inferior ao orçamentado;

SPI < 1 Projecto atrasado;

CPI > 1 Custo dos trabalhos executados inferior ao orçamentado:

SPI < 1 Projecto atrasado;

CPI < 1 Custo dos trabalhos executados superior ao orçamentado;

SPI > 1 Projecto adiantado;

CPI < 1 Custo dos trabalhos executados superior ao orçamentado;

Tabela 3. 1– Relação entre o estado do projecto e os indicadores CPI e SPI.

3.3.3.5. Indicadores de Previsão

Segundo o PMBOK estes indicadores permitem tomar as necessárias medidas correctivas, para

as situações em que os custos do projecto estejam a exceder o custo orçamentado para o

trabalho realizado.

• Estimativa Na Conclusão - Estimate At Completion (EAC) - representa o custo total

esperado para as actividades, se o projecto continuar com o mesmo ritmo. No início do

projecto corresponde ao plano base de custo e à medida que o projecto progride o valor

de EAC é calculado através da seguinte expressão:

C31 � 31 � * 31 , C/-1�D

O Orçamento Para a Conclusão - Budget At Completion (BAC) é o plano base de custos e é

calculado como a soma do custo previsto/planeado de todos os recursos e custos fixos

associados às actividades a executar. Este valor poderá ser comparado com o custo total

previsto para cada actividade, de modo a se verificar que se está dentro do orçamentado.

(15)

(16)

Page 69: controlo de obra

57

• Estimativa Para Concluir - Estimate To Completion (ETC) – representa a estimativa

dos fundos necessários para concluir o que resta do projecto. É um cálculo bastante útil

porque informa o gestor do projecto de quanto dinheiro vai precisar para concluir o

projecto.

CE1 � C31 , 31 � 31 , C/1�D

A figura seguinte esquematiza o BAC, os elementos base, os indicadores do estado, o prazo de

conclusão planeado e o atraso previsto de um projecto:

Gráfico 3. 1– Elementos base e indicadores do estado de um projecto.

Fonte: (Francisco Ribeiro, 2008)

Feita a análise do valor acrescentado, elabora-se o relatório e com base neste analisa-se o

estado do projecto e implementam-se as acções preventivas e correctivas ao plano base para

que o progresso do projecto fique em linha com o plano do projecto.

Aquando da realização do modelo, observou-se que não era possível fazer uma análise do valor

acrescentado à obra caso de estudo, pois esta já estava concluída e durante a sua realização

esta técnica não foi implementada, não havendo portanto informação suficiente para a sua

aplicação.

Deste modo, no modelo apenas foi feito o acompanhamento do progresso da obra com base nos

cronogramas financeiros previstos e reais e com base na percentagem de trabalho previsto e real

concluído da obra do caso de estudo. Contudo, achou-se importante manter esta rotina com o

recurso à análise do valor acrescentado, para que futuramente pudesse ser implementada em

outras obras.

(17)

Page 70: controlo de obra

58

Page 71: controlo de obra

59

4. Aplicação dos Princípios e da Metodologia Proposta para o Modelo

4.1. Introdução

O modelo proposto procura, dentro das limitações que o emprego de uma folha de cálculo

determina, reduzir ao mínimo a duplicação da informação, sobretudo ao nível da entrada de

dados, contribuindo assim para facilitar a tarefa do utilizador e aumentar a fiabilidade e rapidez

de todo o processo, através da redução da ocorrência de erros.

A construção deste modelo tira, portanto, partido das potencialidades de permuta automática de

dados entre os diferentes ficheiros, sendo possível importar automaticamente a informação

contida num dado ficheiro para um, ou mais, ficheiros.

Deste modo, este funcionamento permite conceber o modelo de uma forma modular,

representando cada tipo diferente de folha de cálculo utilizada, um módulo distinto.

4.2. Estrutura do Modelo Proposto

Para definir a estrutura do modelo proposto, houve necessidade de reunir todas as fontes

relevantes de informação documental, ou seja, as entradas de informação a incluir no modelo.

Estas entradas foram retiradas das fases de preparação do procedimento de contratação e do

processo de contratação. Deste modo, criou-se um arquivo constituído pela lista de fontes

relevantes de informação documental, como se pode verificar em seguida:

• Programa do procedimento;

• Caderno de encargos;

• Proposta adjudicada;

• As correcções ou os suprimentos dos erros e das omissões do caderno de encargos

expressamente não aceites pelo órgão competente para a decisão de contratar;

• Auto de consignação;

• Plano de Trabalhos.

A esta lista foi-se acrescentando gradualmente as fontes relevantes de informação documental

provenientes das rotinas de gestão de custo e rotina de facturação e pagamentos.

Page 72: controlo de obra

60

Deste modo, as saídas de informação obtidas, ou seja, a estrutura do modelo proposto, foi a

seguinte:

Das rotinas de gestão de custo obteve-se:

• Folha de cálculo do tipo I denominada mapa de medições;

• Folha de cálculo do tipo II denominada mapa de situação de trabalhos;

• Folha de cálculo do tipo III denominada mapa de controlo de trabalhos a mais;

• Folha de cálculo do tipo IV denominada mapa resumo de controlo de trabalhos a mais e

a menos;

• Folha de cálculo do tipo V denominada mapa resumo de controlo dos trabalhos de

correcção ou suprimento de erros e omissões;

• Folha de cálculo do tipo VI denominada cálculo do valor da revisão de preços.

Da rotina de facturação e pagamentos obteve-se:

• Folha de cálculo do tipo VII denominada conta corrente;

• Folha de cálculo do tipo VIII denominada auto de vistoria e medição dos trabalhos;

• Folha de cálculo do tipo IX denominada auto de revisão de preços;

• Folha de cálculo do tipo X denominada mapa de controlo de facturação e descontos;

• Folha de cálculo do tipo XI denominada mapa de gestão de tesouraria.

Da rotina de gestão e medição do progresso obteve-se:

• Folha de cálculo do tipo XII denominada medição do progresso da obra.

Uma vez introduzidos todos os valores necessários à construção do modelo, importa salientar

que a análise dos dados fornecidos pelo modelo deve ser feita de uma forma cuidada e com

espírito crítico.

4.3. Apresentação do Modelo Proposto

Neste subcapítulo pretende-se fazer a apresentação do modelo proposto, definindo com rigor

todas as folhas de cálculo que o constituem.

Page 73: controlo de obra

61

4.3.1. Folhas de Cálculo do Tipo I: Mapa de Medições

MAPA DE MEDIÇÕES Nº 2 Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho Data: 27. 02.06

Elaborada por:

Verificada por: Folha nº 1 de 1

Parte: Sapatas de fundação

Art.º Descrição Unid. Partes Iguais

Comp. (m)

Largura (m)

Altura (m)

Quantidades

Parciais Totais

A

2 ESTRUTURA DE BETÃO ARMADO

2.1.2 Escavação para abertura de sapatas de fundação em terreno de qualquer natureza, incluindo implantação, entivação, escoramento, bombagem e esgoto de eventuais águas afluentes, carga, transporte e espalhamento em vazadouro dos produtos sobrantes e eventual indemnização por depósito.

S S1 S2 SM

m3

m3

m3

m3

25 16 10 1

3,00 1,65 1,50

151,65

2,00 1,65 1,50 1,05

0,80 0,80 0,80 0,80

120,00 34,85 18,00

127,38

m3 300,24

2.2.1

Aplicação de betão de limpeza C12/15 com 0,05m de espessura sob sapatas de fundação, incluindo todos os trabalhos.

S S1 S2 SM

m3

m3

m3

m3

15 8 4 1

3,00 1,65 1,50

69,74

2,00 1,65 1,50 1,05

0,05 0,05 0,05 0,05

4,50 1,09 0,45 3,66

m3 9,70

2.2.2

Aplicação de betão C20/25 2a em sapatas de fundação, incluindo aço A400 NR e cofragem.

S S1 SM

m3

m3

m3

8 6 1

3,00 1,65

13,01

2,00 1,65 1,05

0,50 0,50 0,50

24,00 8,17 6,83

m3

39,00

Tabela 4. 1 – Folha de cálculo do tipo I correspondente ao Mapa de Medições nº 2.

A folha de cálculo do tipo I resulta da informação obtida através de todas as rotinas de gestão de

trabalhos, uma vez que todas elas determinavam a vistoria e medição dos trabalhos realizados e

consequente preenchimento, pelo Dono da Obra, do mapa de medições.

Esta folha de cálculo contém as medições de cada artigo, efectuadas com bastante detalhe, para

permitir a detecção de eventuais erros e omissões.

Page 74: controlo de obra

62

O processo de medição pode demorar vários dias, pelo que, deve ser registado nesta folha de

cálculo:

• A empreitada a que diz respeito a medição;

• O elemento do projecto que vai ser medido e o desenho do projecto e especificações

utilizadas;

• A data da medição e quem elaborou e quem verificou a medição;

• Os artigos da lista de preços unitários a que corresponde a medição (no caso de um

novo trabalho deverá ser atribuído um novo número) e a designação dos trabalhos;

• A quantificação exacta de acordo com as dimensões previstas no projecto (no caso de

não existir um projecto detalhado que permita dimensionar com exactidão o elemento,

deverá ser executado um esquema de obra que define as dimensões do elemento

medido).

Depois de preenchida, esta folha de cálculo vai ser fundamental para a importação da informação

para as outras folhas de cálculo do modelo. Deste modo, deverá ter-se especial cuidado na

introdução dos seus dados.

A tabela 4.1 apresenta o aspecto de uma folha de cálculo tipo I preenchida e representa parte do

Mapa de Medições da segunda medição de trabalhos contratuais do caso de estudo, no qual se

procedeu à quantificação do volume de escavação e do volume de betão de limpeza e betão

armado em sapatas de fundação.

As zonas sombreadas ilustram quais os campos que se destinam à entrada de dados pelo

utilizador. Esta convenção será utilizada em todas as folhas de cálculo do modelo proposto. Os

restantes campos não sombreados são calculados a partir dos primeiros ou importam valores

introduzidos em folhas de cálculo de tipo diferente ou constituem títulos que pertencem à própria

configuração da folha de cálculo em questão.

Page 75: controlo de obra

63

4.3.2. Folhas de Cálculo do Tipo II: Mapa de Situação de Trabalhos

As folhas do tipo II destinam-se a registar as medições provenientes da folha de cálculo do tipo I

e os custos unitários associados a estas, descriminando-as em:

• “Acumulado anterior”: trabalhos realizados e medidos em meses anteriores;

• “Executado mensal”: trabalhos realizados e medidos no mês em questão;

• “Executado acumulado”: é a soma do “acumulado anterior” com o “executado

mensal”, ou seja, os trabalhos realizados e medidos até ao mês em questão;

• “Por realizar”: trabalhos que ainda não foram realizados e medidos.

Para o controlo rigoroso dos trabalhos realizados deve ser registada a data em que foi efectuada

a alteração ao mapa de situação de trabalhos.

A figura 4.2 apresenta o aspecto do Mapa de Situação de Trabalhos nº 2 do caso de estudo,

realizado pelo Dono da Obra.

Page 76: controlo de obra

64

MAPA DE SITUAÇÃO DE TRABALHOS Nº 2 Empreitada: Centro Cultural em Santo. António Nordestinho

Data: __/__/__

Data do mapa de medições: 27 de Fevereiro de 2006

Auto de medição e vistoria nº 2 referente ao mês de Fevereiro de 2006

Acumulado Anterior Executado Mensal Executado Acumulado Por Realizar

Art. Designação dos Trabalhos Unid. Quant. Preços Unit.

Preços Totais

Quant. Valor Total % Quant. Valor Total % Quant. Valor Total % Quant. Valor Total %

A CONSTRUÇÃO CÍVIL

1 ESTALEIRO

1.1 Montagem e desmontagem de estaleiro,

conforme o nº3 do Artº 24º do D.L.

nº 59/99, incluindo placa identificadora

da obra, conforme caderno de encargos. vg

1,00

2.000,00 €

2.000,00 €

0,70

1.400,00 €

70%

0,00

- €

0%

0,07

1.400,00 €

70%

0,03

600,00 €

30%

2 ESTRUTURA DE BETÃO ARMADO

2.1 Movimento de Terras

2.1.1 Escavação geral em terreno de qualquer natureza, incluindo implantação, entivação, escoramento, bombagem e esgoto de eventuais águas afluentes, carga, transporte e espalhamento em vazadouro dos produtos sobrantes e eventual indemnização por depósito.

m3 138,45 10,00 € 1.384,50 € 0,00 0,00 € 0% 138,45 1.384,50 € 100% 138,45 1.384,50 € 100% 0,00 0,00 € 0%

Page 77: controlo de obra

65

Acumulado Anterior Executado Mensal Executado Acumulado Por Realizar

Art. Designação dos Trabalhos Unid. Quant. Preços Unit.

Preços Totais

Quant. Valor Total

% Quant. Valor Total

% Quant. Valor Total

% Quant. Valor Total %

2.1.2

Escavação para abertura de sapatas de fundação em terreno de qualquer natureza, incluindo implantação, entivação, escoramento, bombagem e esgoto de eventuais águas afluentes, carga, transporte e espalhamento em vazadouro dos produtos sobrantes e eventual indemnização por depósito.

m3 300,24 4,00 € 1.200,96 € 0,00 0,00 € 0% 300,24 1.200,96 € 100% 300,24 1.200,96 € 100% 0,00 0,00 € 0%

2.1.4 Carga e transporte de terras a vazadouro, incluindo todos os trabalhos.

m3 138,31 10,00 € 1.383,10 € 0,00 0,00 € 0% 138,31 1.383,10 € 100% 138,31 1.383,10 € 100% 0,00 0,00 € 0%

2.2

Betão Armado

2.2.1

Aplicação de betão de limpeza C12/15 com 0,05m de espessura sob sapatas de fundação, incluindo todos os trabalhos.

m3 13,70 90,00 € 1.233,00 € 0,00 0,00 € 0% 9,70 873,00 € 71% 9,70 873,00 € 71% 4,00 360,00 € 29%

2.2.2 Aplicação de betão C20/25 2a em sapatas de fundação, incluindo aço A400 NR e cofragem.

m3 173,02 200,00 € 34.604,00 € 0,00 0,00 € 0% 39,00 7.800,00 € 23% 39,00 7.800,00 € 23% 134,02 26.804,00 € 77%

TOTAL 1.400,00 € 12.641,56 € 14.041,56 € 27.764,00 €

Tabela 4. 2– Folha de cálculo do tipo II correspondente ao mapa de situação de trabalhos nº 2.

Page 78: controlo de obra

66

4.3.3. Folhas de Cálculo do Tipo III: Mapa de Controlo dos Trabalhos a Mais

Este tipo de folha de cálculo representa o Mapa de Controlo dos Trabalhos a Mais e foi criado

para reunir toda a informação proveniente da Rotina de Gestão de Trabalhos a Mais e a

Menos, desde o momento que estes trabalhos surgem, até à aprovação do Dono da Obra do

valor destes trabalhos.

Para o controlo rigoroso do valor acumulado dos trabalhos a mais, o Dono da Obra deve

registar nesta folha:

• A data em que foi efectuada a alteração ao mapa de controlo dos trabalhos a mais;

• A empreitada a que se refere;

• O empreiteiro adjudicatário;

• O Dono da Obra e em particular a fiscalização;

• O número de identificação atribuído ao trabalho a mais;

• A proposta inicial e final do empreiteiro, fazendo referência ao número do documento

em que foi apresentada a sua proposta, a data e o respectivo valor;

• A referência, a data e o valor dos trabalhos do documento, enviado pela fiscalização ao

Dono da Obra, para a apreciação e aprovação do valor dos trabalhos a mais;

• A aprovação pelo representante do Dono da Obra com poderes para o efeito, indicando

a referência do documento, data, valor aprovado, correspondente percentagem do

valor do contrato;

• Valores acumulados e percentagem acumulada dos trabalhos aprovados em relação

ao valor inicial do contrato;

• O valor do contrato da empreitada.

A tabela 4.3 representa o mapa de controlo de trabalhos a mais, que deu origem ao processo

nº 1 de trabalhos adicionais.

No anexo 2, apresenta-se a proposta dos trabalhos a mais do processo nº 1 de trabalhos

adicionais apresentada pelo empreiteiro e aprovada pela fiscalização e Dono da Obra.

Page 79: controlo de obra

67

MAPA DE CONTROLO DOS TRABALHOS A MAIS Empreitada: Equipamento cultural de Santo António

Data: __/__/__

Adjudicatário:.

Fiscalização:.

Dono de obra:

Valor da empreitada: 755.281,89€ Proposta da Entidade Executante Parecer da Fiscalização/

Doc. de Envio Para o Dono da Obra

Aprovação do Dono da Obra

Trabalho Aprovado

Art. Trabalho Inicial Final

Valor % Ref. do Doc. Data Valor

Ref. do Doc.

Data Valor Ref. do Doc.

Data Valor Ref. Do Doc

Data

1 ENCAMINHAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS PARA A LINHA DE ÁGUA EXISTENTE

1.1 Execução de tubagem em tubo corrogado, de polipropileno SN8, acessórios e ligações, com 200 mm de diâmetro incluindo abertura e tapamento de vala e espalhamento de terras sobrantes no terreno a intervir. Execução de tubagem em tubo corrogado, de polipropileno SN8, acessórios e ligações, com 200 mm de diâmetro incluindo abertura e tapamento de vala e espalhamento de terras sobrantes no terreno a intervir.

Informação do empreiteiro nº 2

15.12.06 8.421,60 €

Informação do

empreiteiro nº2

15.12.06 8.421,60 €

Informação da

Fiscalização nº 2

18.12.06 8.421,60 €

Informação do dono de

obra nº 222

15.01.07 8.421,60 € 1,12

1.2 Execução de caixa de queda/visita, em blocos de betão, assentes com argamassa de cimento e areia, incluindo tampa em betão ligeiramente armado.

Informação do empreiteiro nº2

15.12.06 2.000,00 €

Informação do

empreiteiro nº2

15.12.06

2.000,00 €

Informação da

fiscalização nº 2

18.12.06 2.000,00 €

Informação do dono de

obra nº 222

15.01.07 2.000,00 € 0,26

VALORES ACUMULADOS 10.421,60 € 10.421,60 € 10.421,60€ 10.421,60 €

% ACUMULADA RELATIVAMENTE AO VALOR DA EMPREITADA 1,38% 1,38% 1,38% 1,38%

Tabela 4. 3 – Folha de cálculo do tipo III correspondente ao mapa de controlo dos trabalhos a mais.

Page 80: controlo de obra

68

4.3.4. Folhas de cálculo do tipo IV: Mapa Resumo de Controlo dos

Trabalhos a Mais e a Menos

As folhas de cálculo do tipo IV reúnem a informação proveniente das folhas do tipo III e

resumem-na de forma a integrar todas as situações de trabalhos a mais e a menos na mesma

folha. Além das entradas definidas na folha de cálculo anterior, a folha de cálculo do tipo IV

compreende a coluna “Adicional” que representa o número do processo de trabalhos adicionais

em que cada trabalho a mais foi incluído.

Nesta folha, estão ainda definidos os valores dos vários trabalhos a mais e a menos e as

percentagens. No final da folha de cálculo do tipo IV, é deduzido do valor dos trabalhos a mais

o valor dos trabalhos a menos e adiciona-se a este diferencial o valor contratual para se obter o

novo custo da obra.

A tabela 4.4 representa o mapa resumo de controlo dos trabalhos a mais e a menos de toda a

obra, realizado pelo Dono da Obra. Os trabalhos a mais deveram-se ao terreno pouco

permeável encontrado na execução do poço de infiltração, tendo sido necessário encaminhar

as águas pluviais para a linha de água existente a 290,4 metros. Mais tarde, foi ainda

necessário prolongá-lo. Deste modo, o poço de infiltração não foi executado, tornando-se

assim, num trabalho a menos.

4.3.5. Folhas de Cálculo do Tipo V: Mapa de Controlo dos Trabalhos

Correcção ou Suprimento de Erros e Omissões

Esta folha de cálculo é, em quase tudo semelhante à folha de cálculo do tipo IV, porém, na

definição do valor atribuído aos trabalhos de erros e omissões, esta distingue os diferentes

tipos de erros e omissões existentes no código de contratação pública, uma vez que este exige

tal distinção devido à atribuição da responsabilidade sobre estes trabalhos.

No caso de estudo do modelo proposto, não se verificaram trabalhos de erros e omissões, pelo

que, a tabela 4.5, que representa o aspecto de uma folha de cálculo do tipo V, não se encontra

preenchida.

Page 81: controlo de obra

69

MAPA RESUMO DE CONTROLO DOS TRABALHOS A MAIS E A MENOS Empreitada: Equipamento cultural de Santo António

Data: __/__/__

Adjudicatário:

Fiscalização:

Dono de obra:

Art. Trabalho

Trabalho a Mais Trabalho a Menos Documentação Justificativa

Aprovação Dono de Obra

Adicional

Valor % Valor %

1 ENCAMINHAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS PARA A LINHA DE ÁGUA EXISTENTE:

1.1 Execução de tubagem em tubo corrogado, de polipropileno SN8, acessórios e ligações, com 200 mm de diâmetro incluindo abertura e tapamento de vala e espalhamento de terras sobrantes no terreno a intervir.

8.421,60 € 1,12%

Informação da Fiscalização nº 2 de

18.12.06 X 1

1.2 Execução de caixa de queda/visita, em blocos de betão, assentes com argamassa de cimento e areia, incluindo tampa em betão ligeiramente armado.

2.000,00 € 0,26% Informação da

Fiscalização nº 2 de 18.12.06

X 1

18.2.2 REDE DE ESGOTOS PLUVIAIS:

18.2.2.9

Execução de poço de Infiltração com diâmetro 1,55m, altura maior ou igual 2,10 m em betão armado, alvenaria de pedra com argamassa, brita, palha, movimento de terras e tampa em ferro fundido, conforme desenhos e CE.

-2.000,00 € -0,26% Informação da

Fiscalização nº 2 de 18.12.06

X 1

Page 82: controlo de obra

70

Art. Trabalho

Trabalho a Mais Trabalho a Menos Documentação Justificativa

Aprovação Dono de Obra

Adicional

Valor % Valor %

2 PROLONGAMENTO DO ENCAMINHAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS PARA A LINHA DE ÁGUA EXISTENTE:

2.1 Execução de tubagem em tubo corrogado, de polipropileno SN8, acessórios e ligações, com 200 mm de diâmetro incluindo abertura e tapamento de vala e espalhamento de terras sobrantes no terreno a intervirExecução de tubagem em tubo corrogado, de polipropileno SN8, acessórios e ligações, com 200 mm de diâmetro incluindo abertura e tapamento de vala e espalhamento de terras sobrantes no terreno a intervir

5.643,40 € 0,75%

Informação da Fiscalização nº 3 de

09.05.07 X 2

2.2 Execução de caixa de queda/vizita, em blocos de betão, assentes com argamassa de cimento e areia, incluindo tampa em betão ligeiramente armado.

3.200,00 € 0,4% Informação da

Fiscalização nº 3 de 09.05.07

X 2

TOTAL (s/ IVA) 19.265,00 € 2,55% 2.000,00 € 0,26%

DIFERENCIAL 17.265,00 € 2,29%

VALOR CONTRATUAL (s/IVA) 755.281,89 €

VALOR CONTRATUAL + TM (s/IVA) 772.546,89 €

Tabela 4. 4 – Folha de cálculo do tipo IV correspondente ao mapa resumo de controlo de trabalhos a mais e a menos.

Page 83: controlo de obra

71

MAPA RESUMO DE CONTROLO DOS TRABALHOS DE CORRECÇÃO OU SUPRIMENTO DE ERROS E OMISSÕES

Empreitada: Equipamento cultural de Santo António

Data: __/__/__ Adjudicatário:

Fiscalização: Dono de obra:

Art. Trabalho

a. b. c. d. Documentação Justificativa

Aprovação Dono de Obra

Adicional Valor % Valor % Valor % Valor %

Page 84: controlo de obra

72

Art. Trabalho

a. b. c. d. Documentação Justificativa

Aprovação Dono de Obra

Adicional Valor % Valor % Valor % Valor %

TOTAL (s/ IVA)

DIFERENCIAL

VALOR CONTRATUAL (s/IVA)

VALOR CONTRATUAL + EO (s/IVA)

Tabela 4. 5 - Folha de cálculo do tipo V correspondente ao mapa resumo de controlo dos trabalhos de correcção ou suprimento de erros e omissões.

Onde:

a) Erros e omissão que era exigível, que actuando com a diligência necessária, os concorrentes tivessem identificado na fase de formação do contrato,

porém não o fizeram;

b) Erros e omissões identificados pelos concorrentes na fase de formação do contrato, e rejeitados pelo Dono da Obra, mas que efectivamente se

verificam;

c) Erros e omissões já existentes no caderno de encargos, na fase de formação do contrato, mas que, mesmo actuando com a diligência necessária, o

adjudicatário não conseguiria identificá-los nessa fase;

d) Erros e omissões apenas detectáveis durante a fase de execução da obra e que identificados pelo empreiteiro, hajam sido por ele oportunamente

comunicados ao Dono de Obra, no prazo de 30 dias a contar da data da sua detecção.

Page 85: controlo de obra

73

4.3.6. Folhas de Cálculo do Tipo VI: Cálculo do Valor da Revisão de Preços

A folha de cálculo do tipo VI resulta da informação obtida na Rotina de Gestão de Revisão de

Preços e destina-se a calcular os valores mensais da revisão de preços de acordo com o plano

de pagamentos aprovado e os autos de vistoria e medição dos trabalhos de cada mês.

O plano de pagamentos entregue com a proposta e utilizado para o cálculo do valor da revisão

de preços encontra-se no anexo 3.

O cálculo do valor da revisão de preços é obtido pela multiplicação entre o valor do trabalho

efectuado em cada mês e a respectiva variação do coeficiente de actualização do mês, em

relação à unidade, ou seja, |Ct-1|.

O pagamento é feito de modo a que seja feita a compensação em função da variação dos

custos de mão-de-obra, materiais e equipamentos entre o mês de referência e o mês em que

os trabalhos são executados segundo o plano de pagamentos aprovado e os autos de vistoria

e medição de cada mês.

Assim, perante um aumento do coeficiente de actualização, o trabalho atrasado de um mês

para outro vai ser pago pelo Dono da Obra tendo em conta o menor coeficiente de actualização

e quando se verifica um avanço no cumprimento do plano de trabalhos, o trabalho vai ser pago

tendo em conta o coeficiente de actualização do mês em que os trabalhos foram executados.

A tabela 4.6 apresenta o cálculo do valor da revisão de preços dos primeiros sete meses da

obra do caso de estudo. Os valores do plano de pagamentos aprovado foram retirados do

Anexo 3 e os coeficientes de actualização globais dos meses de Janeiro, Fevereiro e Março

foram obtidos através do anexo 4. Para os restantes meses, foi adoptado o coeficiente de

actualização global do mês de Março, o qual foi corrigido quando se conheceram os índices

para estes meses.

Pela observação desta tabela, verifica-se que no final do sétimo mês existe um valor bastante

considerável de trabalhos por realizar, o que pode levar a um prolongamento do prazo de

execução, se o atraso não for compensado.

Page 86: controlo de obra

74

CÁLCULO DO VALOR DA REVISÃO DE PREÇOS Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho

Data: 15 / 09/ 06

Adjudicatário:

Fiscalização:

Dono da obra:

Autos de Medição (Valores

realizados, em €)

Valores Previstos de acordo com o Plano de Pagamentos (€) Valor da Revisão de Preços

Jan-06 Fev-06 Mar-06 Abr-06 Mai-06 Jun-06 Jul-06

Mês Valores No Mês → 41.767,09 57.476,95 75.905,83 52.265,51 41.087,33 84.742,63 99.017,46

Mês (Cálculo) Mês

(Valor) No Mês Acum. 41.767,09 99.244,04 175.149,87 227.415,38 268.502,71 353.245,34 452.262,80

Jan-06 1.400,00 1.400,00 1.400,00 € 1.400,00 * (1,013210-1) 18,49 €

Fev-06 12.641,56 14.041,56 40.367,09 € - 27.725,53 €

(40.367,09 - 27.725,53) * (1,01321-1) 167,00 €

Mar-06 33.456,00 € 47.497,56 - € 85.202,48 € - 51.746,48 €

27.725,53 * (1,01321-1) + (85.202,48- 51.746,48 -27.725,53) * (1,014914-1)

451,72 €

Abr-06 68.919,64 116.417,20 - € - € 127.652,31 € - 58.732,67 €

51746,48*(1,014914-1) + (127652,31 - 58732,67 -51746,48) * (1,019543-1)

1.107,36 € (*)

Mai-06 40.111,75 156.528,95 - € - € - € 110.998,18 € - 70.886,43 €

(110.998,18 - 70.886,43) * (1,019543-1) 783,90 € (*)

Jun-06 14.466,20 170.995,15 - € - € - € - € 111.973,76 € - 97.507,56 €

(111.973,76 - 97.507,56) * (1,019543-1) 282,71 € (*)

Jul-06 11.340,00 182.335,15 - € - € - € - € - € 182.250,19 € - 170.910,19 € (182.250,19 - 170.910,19) * (1,019543-1) 221,62 € (*)

Total 3.033,01 €

Coeficiente de actualização em

cada um dos meses (Ct) 1,013210 1,014914 1,019543 1,019543 1,019543 1,019543 1,019543 (*) Revisão Provisória, devido ao facto de não serem

conhecidos os Índices do Mês do Auto

Tabela 4. 6 – Folha de cálculo do tipo VI correspondente ao cálculo do valor da 1ª revisão de preços.

Page 87: controlo de obra

75

4.3.7. Folhas de Cálculo do Tipo VII: Conta Corrente

Este tipo de folha de cálculo importa a informação da Rotina de Facturação e Pagamentos e

destina-se ao registo das quantidades, preços unitários e valor dos trabalhos apurados naquele

mês. Além disso, esta folha de cálculo determina o saldo a pagar ao empreiteiro, deduzindo do

valor dos trabalhos realizados os descontos a efectuar e acrescentando o valor do IVA.

As quantidades e preços dos trabalhos realizados foram importados da folha de cálculo do tipo

II, pelo que esta folha apenas determina os descontos sobre o valor dos trabalhos realizados

para a Caixa Geral de Aposentações, o reforço da caução e o reembolso do adiantamento,

caso haja, e o valor do IVA a deduzir ao valor dos trabalhos realizados.

A tabela 4.7 apresenta o aspecto de uma folha de cálculo do tipo VII, preenchida pelo Dono da

Obra e representa a conta corrente correspondente à segunda medição dos trabalhos

contratuais. Segundo o art. 389.º nº 2 do CCP, o empreiteiro deverá verificar e assinar esta

conta corrente, ficando um duplicado na posse deste.

Relativamente à revisão de preços e aos trabalhos adicionais, estes também são alvo de

elaboração de conta corrente. No anexo 5 e 6 respectivamente, encontram-se representados

um exemplo de cada uma destas folhas de cálculo, e a informação para a realização destas

folhas foi importada das folhas do tipo VI e IV, respectivamente.

Page 88: controlo de obra

76

CONTA CORRENTE Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho Data: __/__/__

Data de medição dos trabalhos: 27 de Fevereiro de 2006

Auto de medição e vistoria nº 2 referente ao mês de Fevereiro de 2006

Art. Designação Unid. Quant. Preço Unitário

Valor dos Trabalhos

a) Trabalhos Realizados

2 Estrutura de Betão Armado

2.1 Movimento de Terras

2.1.1 Escavação geral em terreno de qualquer natureza, incluindo implantação, entivação, escoramento, bombagem e esgoto de eventuais águas afluentes, carga, transporte e espalhamento em vazadouro dos produtos sobrantes e eventual indemnização por depósito.

m3 138,45 10,00 € 1.384,50 €

2.1.2 Escavação para abertura de sapatas de fundação em terreno de qualquer natureza, incluindo implantação, entivação, escoramento, bombagem e esgoto de eventuais águas afluentes, carga, transporte e espalhamento em vazadouro dos produtos sobrantes e eventual indemnização por depósito.

m3 300,24 4,00 € 1.200,96 €

2.1.4 Carga e transporte de terras a vazadouro, incluindo todos os trabalhos. m3 138,31 10,00 € 1.383,10 €

2.2 Betão Armado

2.2.1 Aplicação de betão de limpeza C12/15 com 0,05m de espessura sob sapatas de fundação, incluindo todos os trabalhos. m3 9,70 90,00 € 873,00 €

2.2.2 Aplicação de betão C20/25 2a em sapatas de fundação, incluindo aço A400 NR e cofragem.

m3 39,00 200,00 € 7.800,00 €

b) Total de trabalhos realizados (Vtr) 12.641,56 €

c) Descontos Vd= RC + CGA+ Vri

5% Reforço da caução (RC) *

0,5% C.G.A (CGA) 63,21 €

Reembolso do Adiantamento (Vri) - €

d) Valor do IVA Viva= Tiva x (Vtr - Vri) 505,66 €

e) Saldo a Pagar ao Empreiteiro (c/ IVA) Vl= Vtr - Vd + IVA 13.084,01 € * Empreiteiro entregou garantia bancária para reforço da caução

Tabela 4. 7– Folha de cálculo do tipo VII correspondente à conta corrente da segunda medição dos trabalhos.

Page 89: controlo de obra

77

4.3.8. Folhas de Cálculo do Tipo VIII: Auto de Vistoria e Medição de

Trabalhos

A folha de cálculo do tipo VIII representa o Auto de Vistoria e Medição dos Trabalhos, e a

metodologia aplicada para a realização desta folha advém da Rotina de Facturação e

Pagamentos.

A elaboração automática dos autos de vistoria e medição de trabalhos é efectuada com recurso

a uma Macro. Este programa, denominado “Macro 1”, que se apresenta no anexo 7, opera

sobre as folhas de cálculo do tipo VII, anteriormente descritas, fazendo a importação da

informação necessária para este novo tipo de folha de cálculo.

Deste modo, a figura 4.8, apresenta a configuração do auto de vistoria e medição de trabalhos

contratuais nº 2 do contrato inicial correspondente aos trabalhos efectuados no mês de

Fevereiro. Esta folha de cálculo é produzida em triplicado e deve ser sempre acompanhada

pela folha de cálculo do tipo II.

Relativamente aos trabalhos adicionais, estes também são alvo de elaboração de auto de

vistoria e medição de trabalhos. No anexo 8, encontra-se representado um exemplo desta folha

de cálculo.

4.3.9. Folhas de Cálculo do tipo IX: Auto de Revisão de Preços

Este tipo de folha de cálculo é bastante semelhante à folha de cálculo do tipo VIII, porém a

elaboração desta é efectuada com recurso à “Macro 2”, que se apresenta no anexo 9. Esta

Macro opera, de igual modo, sobre as folhas de cálculo do tipo VII, correspondentes à revisão

de preços, anteriormente descritas, fazendo a importação da informação necessária para este

novo tipo de folha de cálculo.

A folha de cálculo do tipo IX, representada na figura 4.9, apresenta a configuração do auto de

revisão de preços nº 1, correspondente ao valor da revisão de preços dos trabalhos contratuais

efectuados nos meses de Janeiro a Julho.

O valor da revisão de preços correspondente às quantidades de trabalhos executadas nestes

meses foi obtido através da folha de cálculo do tipo VI.

Page 90: controlo de obra

78

AUTO DE VISTORIA E MEDIÇÃO Nº _2_

Situação de trabalhos nº 2 do contrato inicial

Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho

Descrição da despesa:

Cap._____ Div. _____ Subdiv _____ Classif. Económica: _____

Aos __31__ dias do mês de __Março__ de __2006__ compareceram no local onde estão a ser

executados os trabalhos que constituem a empreitada em epígrafe, adjudicada a __________, Lda. por

contrato de 30 de Dezembro de 2005, na importância de 755.281,89 € mais I.V.A, visado pelo Tribunal de

Contas em __/__/__, o Eng.º ___________, responsável pela fiscalização, e o Eng.º ____________pelo

adjudicatário, a fim de em harmonia com o contrato e o caderno de encargos, procederem ao exame e

medição dos trabalhos, tendo verificado que se encontram executadas as quantidades de trabalhos que

constam nas folhas de medição anexas rubricadas pelos intervenientes.

Valor do Trabalhos Realizados (Vtr) : 12.641,56 €

Descontos:

Caixa Geral de Aposentações (0,5%): 63,21 €

Reforço da Caução (5%) (*): 632,08 €

Reembolso adiantamento (Ra): - €

Segurança Social (**):

Total de Descontos (Vd): 63,21€

IVA (Vtr - Ra) x % 505,66

Valor iliquido do auto (Vtr - Ra) + IVA

13.147,22 €

Valor liquido do auto a pagar (Vtr - Vd + IVA)

13.084,01 €

Importa na quantia de: Treze mil e oitenta e quatro euros e um cêntimo.

E nada mais havendo a tratar se lavrou o presente auto que depois de lido e julgado vai ser assinado pelo

representante do adjudicatário e responsável pela fiscalização.

VISTO O representante do

adjudicatário O representante do dono da

obra O responsável pela fiscalização

_______________________ ________________________ ________________________

( ) ( ) ( )

Data: __/__/__ Data: __/__/__ Data: __/__/__

(*) REFORÇO DA CAUÇÃO: Garantia/ Seguro-caução nº _____ Saldo da caução: ________

(**) SEGURANÇA SOCIAL: Regularizada

VALOR ACTUAL DO ADIANTAMENTO:

Tabela 4. 8 – Folha de cálculo do tipo VIII correspondente ao auto de vistoria e medição de

trabalhos nº 2.

Page 91: controlo de obra

79

AUTO DE REVISÃO DE PREÇOS Nº _1_

(Revisão Provisória)

Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho

Descrição da despesa:

Cap._____ Div. _____ Subdiv _____ Classif. Económica: _____

Aos __30__ dias do mês de __Setembro__ de __2006__ compareceram no local onde estão a ser

executados os trabalhos que constituem a empreitada em epígrafe, adjudicada a __________, Lda. por

contrato de 30 de Dezembro de 2005, na importância de 755.281,89 € mais I.V.A, visado pelo Tribunal de

Contas em __/__/__, o Eng.º __________, responsável pela fiscalização, e o Eng.º __________ pelo

adjudicatário, a fim de em harmonia com o contrato e o caderno de encargos, procederem à determinação

do valor da revisão de preços relativo aos autos de medição e vistoria nºs _1 a 7_ referentes aos trabalhos

realizados nos meses de _Janeiro a Julho_, tendo verificado que se encontram correctos os cálculos

que constam nos mapas anexos rubricados pelos intervenientes.

Valor da revisão de preços (Vr) : 3.033,01 €

Descontos:

Caixa Geral de Aposentações (0,5%): 15,17 €

Reforço da Caução (10%) (*): 632,08 €

Segurança Social (**):

Total de Descontos (Vd): 318,47 €

IVA (Vr x %)

121,32 €

Valor iliquido do auto (Vr+ IVA)

3.154,33 €

Valor liquido do auto a pagar (Vr - Vd + IVA)

3.139,17 €

Importa na quantia de: Três mil cento e trinta e nove euros e dezassete cêntimos.

E nada mais havendo a tratar se lavrou o presente auto que depois de lido e julgado vai ser assinado pelo

representante do adjudicatário e responsável pela fiscalização.

VISTO O representante do

adjudicatário O representante do dono da

obra O responsável pela fiscalização

_______________________ _________________________ ________________________

( ) ( ) ( )

Data: __/__/__ Data: __/__/__ Data: __/__/__

(*) REFORÇO DA CAUÇÃO: Garantia/ Seguro-caução nº _____ Saldo da caução: ________

(**) SEGURANÇA SOCIAL: Regularizada

VALOR ACTUAL DO ADIANTAMENTO:

Tabela 4. 9 - Folha de cálculo do tipo IX correspondente ao auto de revisão de preços nº1.

Page 92: controlo de obra

80

4.3.10. Folhas de Cálculo do Tipo X: Mapa de Controlo de Facturação e

Descontos

A folha de cálculo do tipo X é uma fonte de informação bastante útil ao nível do controlo da

facturação, dos descontos e do saldo a pagar ao empreiteiro, na medida em que sintetiza todos

os valores e documentos globais do processo.

A figura 4.10 apresenta o Mapa de Controlo de Facturação e Descontos de toda a obra do caso

de estudo. Nela pode-se encontrar:

• “Auto nº”: esta coluna regista o número e a classificação do auto, ou seja, se se trata

de um auto de vistoria e medição de trabalhos previstos ou a mais ou então de um auto

de revisão de preços;

• “Auto mês”: nesta coluna é lançado o mês e o ano em que os trabalhos foram

realizados;

• “Factura nº”: destina-se ao lançamento do número da factura apresentada pelo

empreiteiro;

• “Factura data”: nesta coluna efectua-se o lançamento da data de emissão da factura;

• “Data da entrega da factura”: esta coluna regista a data que o Dono da Obra recebeu

a factura;

• “Valor da factura”: os valores desta coluna correspondem aos valores líquidos dos

autos, ou seja, às importâncias efectivamente recebidas pelo empreiteiro;

Está ainda definido, sobre esta folha, a descriminação dos valores dos trabalhos realizados em

cada mês (sem I.V.A), bem como dos valores da revisão de preços destes trabalhos (sem

I.V.A) os descontos a efectuar e por fim o saldo a pagar ao empreiteiro.

Toda a informação desta folha de cálculo deriva das folhas de cálculo do tipo VII, VIII, IX e da

Rotina de Facturação e Pagamentos.

Page 93: controlo de obra

81

MAPA DE CONTROLO DE FACTURAÇÃO E DESCONTOS Empreitada: Equipamento cultural de Santo António

Data: __/__/__

Adjudicatário:

Fiscalização:.

Dono da obra:

DATA DA ENTREGA

DA FACTURA

VALOR DA FACTURA (C/IVA)

TRABALHOS REALIZADOS DESCONTOS SALDO A PAGAR AO

EMPREITEIRO AUTO FACTURAS

PREVISTOS

A MAIS REVISÃO

DE PREÇOS 0,5% C.G.A

5% REFORÇO CAUÇÃO *

10% REFORÇO CAUÇÃO* Nº Mês Nº Data

1 TP Jan-06 13 31.01.06 17.02.06 1.449,00 € 1.400,00 € 7,00 € 70,00 € 1.449,00 €

2 TP Fev-06 66 31.03.06 13.04.06 13.084,01 € 12.641,56 € 63,21 € 632,08 € 13.084,01 €

3 TP Mar-06 67 31.03.06 13.04.06 34.626,96 € 33.456,00 € 167,28 € 1.672,80 € 34.626,96 €

4 TP Abr-06 122 30.04.06 17.05.06 71.331,83 € 68.919,64 € 344,60 € 3.445,98 € 71.331,83 €

5 TP Mai-06 132 31.05.06 14.06.06 41.515,66 € 40.111,75 € 200,56 € 2.005,59 € 41.515,66 €

6 TP Jun-06 185 30.06.06 11.07.06 14.972,52 € 14.466,20 € 72,33 € 723,31 € 14.972,52 €

7 TP Jul-06 225 31.07.06 23.08.06 11.736,90 € 11.340,00 € 56,70 € 567,00 € 11.736,90 €

8 TP Ago-06 332 30.09.06 11.10.06 2.639,25 € 2.550,00 € 12,75 € 127,50 € 2.639,25 €

9 TP Set-06 333 30.09.06 11.10.06 2.615,65 € 2.527,20 € 12,64 € 126,36 € 2.615,65 €

1 RP Set-06 334 30.09.06 11.10.06 3.139,17 € 3.033,01 € 15,17 € 303,30 € 3.139,17 €

10 TP Out-06 388 31.10.06 10.11.06 2.587,50 € 2.500,00 € 12,50 € 125,00 € 2.587,50 €

11 TP Nov-06 457 30.11.06 14.12.06 2.608,20 € 2.520,00 € 12,60 € 126,00 € 2.608,20 €

2 RP Dez-06 18 31.01.07 08.02.07 2.163,11 € 2.089,96 € 10,45 € 209,00 € 2.163,11 €

12 TP Dez-06 17 31.01.07 08.02.07 44.538,38 € 43.032,25 € 215,16 € 2.151,61 € 44.538,38 €

Page 94: controlo de obra

82

DATA DA ENTREGA

DA FACTURA

VALOR DA FACTURA (C/IVA)

TRABALHOS REALIZADOS DESCONTOS SALDO A PAGAR AO

EMPREITEIRO AUTO FACTURAS

PREVISTOS A MAIS REVISÃO

DE PREÇOS

0,5% C.G.A

5% REFORÇO CAUÇÃO *

10% REFORÇO CAUÇÃO* Nº Mês Nº Data

13 TP Jan-07 53 28.02.07 21.03.07 22.046,75 €

21.301,21 € 106,51 € 1.065,06 € 22.046,75 €

14 TP Fev-07 54 28.02.07 21.03.07 18.391,23 €

17.769,30 € 88,85 € 888,47 € 18.391,23 €

3 RP Fev-07 49 23.02.07 23.03.07 2.741,14 € 2.648,44 € 13,24 € 264,84 € 2.741,14 €

4 RP Fev-07 79 22.03.07 24.03.07 2.276,21 € 2.199,24 € 11,00 € 219,92 € 2.276,21 €

15 TP Mar-07 98 31.03.07 20.04.07 43.158,20 €

41.698,74 € 208,49 € 2.084,94 € 43.158,20 €

16 TP Abr-07 123 30.04.07 15.05.07 33.493,86 €

32.361,22 € 161,81 € 1.618,06 € 33.493,86 €

5 RP Abr-07 156 31.05.07 16.06.07 3.060,26 € 2.956,77 € 14,78 € 295,68 € 3.060,26 €

17 TP Mai-07 163 31.05.07 16.06.07 31.716,44 €

30.643,90 € 153,22 € 1.532,20 € 31.716,44 €

18 TP Jun-07 182 30.06.07 13.07.07 31.464,62 €

30.400,60 € 152,00 € 1.520,03 € 31.464,62 €

6 RP Jul-07 218 31.07.07 21.09.07 3.435,59 € 3.319,41 € 16,60 € 331,94 € 3.435,59 €

19 TP Jul-07 236 31.08.07 21.09.07 40.519,72 €

39.149,49 € 195,75 € 1.957,47 € 40.519,72 €

20 TP Ago-07 236 31.08.07 21.09.07 25.779,26 €

24.907,50 € 124,54 € 1.245,38 € 25.779,26 €

7 RP Ago-07 283 21.09.07 26.09.07 4.720,92 € 4.561,28 € 22,81 € 456,13 € 4.720,92 €

21 TP Set-07 288 30.09.07 24.10.07 19.239,36 €

18.588,75 € 92,94 € 929,44 € 19.239,36 €

22 TP Out-07 293 31.10.07 19.11.07 73.459,31 €

70.975,18 € 354,88 € 3.548,76 € 73.459,31 €

1 TM Out-07 312 31.10.07 19.11.07 8.716,36 € 8.421,60 € 42,11 € 842,16 € 8.716,36 €

23 TP Nov-07 332 30.11.07 19.12.07 123.358,03 € 119.186,50 € 595,93 € 5.959,33 € 123.358,03 €

24 TP Dez-07 1 02.01.08 10.01.08 75.384,12 € 72.834,90 € 364,17 € 3.641,75 € 75.384,12 €

2 TM Dez-07 2 02.01.08 10.01.08 9.152,92 € 8.843,40 € 44,22 € 884,34 € 9.152,92 €

8 RP Dez-07 13 09.01.08 10.01.08 28.646,43 € 27.677,71 € 138,39 € 2.767,77 € 28.646,43 €

TOTAIS 853.874,02 € 755.281,89 € 17.265,00 € 48.485,82 €

849.768,85 € 37.764,09 € 6.575,08 € 849.768,85 €

Page 95: controlo de obra

83

VALOR FACTURADO DOS TRABALHOS PREVISTOS (a): 755.281,89 €

VALOR DA ADJUDICAÇÃO (b): 755.281,89 € SALDO DE TRABALHOS PREVISTOS (a-b): - € VALOR DE TRABALHOS A MAIS (c): 17.265,00 € VALOR DE REVISÃO DE PREÇOS (d): 48.485,82 € VALOR TOTAL DA OBRA (a+c+d): 821.032,71 € VALOR PAGO AO EMPREITEIRO (a+c+d+IVA-CGA) 849.768,85 €

Tabela 4. 10 – Folha de cálculo do tipo X correspondente ao mapa de controlo de facturação e descontos.

Page 96: controlo de obra

84

4.3.11. Folha de Cálculo do Tipo XI: Mapa de Gestão de Tesouraria e

Despesas

Conforme se pode verificar na tabela 4.11, esta folha é constituída por dois blocos. No bloco

designado “Despesa”, os valores constantes das colunas designadas “Descrição”, “Factura nº”,

“Data factura” e “Valor da factura”, são importados da folha de cálculo do tipo IX.

No bloco designado “Controlo” consideram-se as seguintes colunas:

• “Data da entrega da factura”: os valores desta coluna são importados da coluna, com

o mesmo nome, da folha de cálculo do tipo IX;

• “Data limite de pagamento”: nesta coluna é calculada a data limite de pagamento em

função das condições contratuais estabelecidas e da data da entrega da factura;

• “Recibo nº”: esta coluna destina-se ao lançamento do número do recibo que o

empreiteiro apresentou;

• Data de pagamento”: nesta coluna é registada a data que consta no recibo,

correspondente a uma dada factura, enviada pelo empreiteiro. Esta data encerra a

rotina de gestão de facturação e pagamentos.

Page 97: controlo de obra

85

MAPA DE GESTÃO DE TESOURARIA E DESPESAS Empreitada: Equipamento Cultural de Santo António Data: __/__/__

Adjudicatário:

Fiscalização:

Dono da Obra:

DESPESA CONTROLO

Descrição Factura

nº Data Factura Valor da Factura

Data da entrega da factura

Data limite Pagam.

Recibo nº Data

Pagam.

Adiant. - - - - - - -

1 TP 13 31.01.06 1.449,00 € 17.02.06 02.04.06 106 31.08.06

2 TP 66 31.03.06 13.084,01 € 13.04.06 27.05.06 104 31.08.06

3 TP 67 31.03.06 34.626,96 € 13.04.06 27.05.06 105 31.08.06

4 TP 122 30.04.06 71.331,83 € 17.05.06 30.06.06 107 31.08.06

5 TP 132 31.05.06 41.515,66 € 14.06.06 28.07.06 13 31.01.07

6 TP 185 30.06.06 14.972,52 € 11.07.06 24.08.06 13 31.01.07

7 TP 225 31.07.06 11.736,90 € 23.08.06 06.10.06 14 31.01.07

8 TP 332 30.09.06 2.639,25 € 11.10.06 24.11.06 14 31.01.07

9 TP 333 30.09.06 2.615,65 € 11.10.06 24.11.06 14 31.01.07

1 RP 334 30.09.06 3.139,17 € 11.10.06 * 22 31.01.08

10 TP 388 31.10.06 2.587,50 € 10.11.06 24.12.06 64 20.03.07

11 TP 457 30.11.06 2.608,20 € 14.12.06 27.01.07 127 31.07.07

2 RP 18 31.01.07 2.163,11 € 08.02.07 * 25 31.01.08

Page 98: controlo de obra

86

DESPESA CONTROLO

Descrição Factura

nº Data Factura

Valor da Factura Data da entrega

da factura Data limite Pagam.

Recibo nº Data

Pagam.

12 TP 17 31.01.07 44.538,38 € 08.02.07 24.03.07 127 31.07.07

13 TP 53 28.02.07 22.046,75 € 21.03.07 04.05.07 127 31.07.07

14 TP 54 28.02.07 18.391,23 € 21.03.07 04.05.07 127 31.07.07

3 RP 49 23.02.07 2.741,14 € 23.03.07 * 26 31.01.08

4 RP 79 22.03.07 2.276,21 € 24.03.07 * 27 31.01.08

15 TP 98 31.03.07 43.158,20 € 20.04.07 03.06.07 127 31.07.07

16 TP 123 30.04.07 33.493,86 € 15.05.07 28.06.07 29 31.01.08

5 RP 156 31.05.07 3.060,26 € 16.06.07 * 28 31.01.08

17 TP 163 31.05.07 31.716,44 € 16.06.07 30.07.07 30 31.01.08

18 TP 182 30.06.07 31.464,62 € 13.07.07 26.08.07 31 31.01.08

6 RP 218 31.07.07 3.435,59 € 21.09.07 * 34 31.01.08

19 TP 236 31.08.07 40.519,72 € 21.09.07 04.11.07 33 31.01.08

20 TP 236 31.08.07 25.779,26 € 21.09.07 04.11.07 33 31.01.08

7 RP 283 21.09.07 4.720,92 € 26.09.07 * 32 31.08.08

21 TP 288 30.09.07 19.239,36 € 24.10.07 07.12.07 217 29.11.08

22 TP 293 31.10.07 73.459,31 € 19.11.07 02.01.08 155 19.08.08

1 TM 312 31.10.07 8.716,36 € 19.11.07 02.01.08

23 TP 332 30.11.07 123.358,03 € 19.12.07 02.01.08 156 19.08.08

24 TP 1 02.01.08 75.384,12 € 10.01.08 23.02.08 157 19.08.08

2 TM 2 02.01.08 9.152,92 € 10.01.08 23.02.08

8 RP 13 09.01.08 28.646,43 € 10.01.08 23.02.08 243 31.12.08 *Cálculo definitivo da revisão de preços só foi determinado aquando da publicação dos indicadores económicos

Tabela 4. 11 – Folha de cálculo do tipo XI correspondente ao mapa de gestão de tesouraria e despesa.

Page 99: controlo de obra

87

4.3.12. Folhas de Cálculo do Tipo XII: Medição do Progresso da Obra

O Dono da Obra tem como objectivo principal ver cumprido o seu programa financeiro no prazo

previsto de conclusão da obra. Contudo, o mais comum é verificarem-se atrasos que se

reflectem sempre sob a forma de custos financeiros directamente associados à obra ou por

perda de ganhos espectáveis.

Os desvios de custo podem ocorrer a nível do planeamento, com todas as consequências que

daí advém ou a nível estritamente financeiro. Em qualquer dos casos, os potenciais desvios

devem ser identificados e analisados de maneira a que possam ser eliminados os factores que

possam estar na sua origem.

Deste modo, a fiscalização deve informar o Dono da Obra, mensalmente, do ritmo dos

trabalhos, dos atrasos verificados no decorrer destes e das causas destes atrasos. Neste

sentido, esta folha de cálculo apresenta o cronograma financeiro previsto e real da obra, em

tabela e gráfico.

A tabela 4.12 e o gráfico 4.1 representam o cronograma financeiro previsto e real dos primeiros

dez meses da obra caso de estudo.

CRONOGRAMAS FINCANCEIROS

Previsto Real

Mês Acum. Previsto % Acumulado Acum. Real % Acumulado

Jan.- 06 41.767,09 € 5,53% 1.400,00 € 0,19%

Fev.- 06 99.244,04 € 13,14% 14.041,56 € 1,86%

Mar.- 06 175.149,87 € 23,19% 47.497,56 € 6,29%

Abr.- 06 227.415,38 € 30,11% 116.417,20 € 15,41%

Mai.- 06 268.512,71 € 35,55% 156.528,95 € 20,72%

Jun.- 06 353.255,34 € 46,77% 170.995,15 € 22,64%

Jul.- 06 452.272,80 € 59,88% 182.335,15 € 24,14%

Ago.- 06 462.626,68 € 61,25% 184.885,15 € 24,48%

Set.- 06 578.214,81 € 76,56% 187.412,35 € 24,81%

Out.- 06 690.978,40 € 91,49% 189.912,35 € 25,14%

Nov.- 06 729.442,25 € 96,58%

Dez.- 06 755.281,89 € 100,00%

Tabela 4. 12 – Cronogramas financeiros previsto e acumulado.

Page 100: controlo de obra

88

Gráfico 4. 1 – Evolução dos cronogramas financeiros previsto e acumulado antes da primeira prorrogação.

Através da análise do gráfico 4.1 pode-se concluir que a empreitada encontra-se com um

atraso bastante significativo.

Tal situação resultou, em grande parte, da falta de esclarecimentos a prestar pelo projectista,

causando os assuntos pendentes que se enumeram em seguida:

• Nova solução para o revestimento da laje da cobertura;

• Revisão da caixilharia de alumínio;

• Revisão do revestimento de parede do alçado Nascente – substituição da pedra

aparelhada à mão por pedra serrada;

• Revisão do vão VE8.

Posto isso, a fiscalização informou ao Dono da Obra que não era possível assegurar um bom

ritmo de trabalhos, uma vez que grande parte dos trabalhos estava dependente dos elementos

em falta.

Neste contexto e afim da situação não se agravar, a fiscalização solicitou ao Dono da Obra que

tomasse as diligências que entendesse por bem para a solução do problema, visto que o prazo

de execução da obra terminava dentro de dois meses. Um mês depois foi pedida a primeira

prorrogação do prazo.

- €100.000,00 €200.000,00 €300.000,00 €400.000,00 €500.000,00 €600.000,00 €700.000,00 €800.000,00 €

Valores Acu

mulados

Meses

Evolução do Cronograma Financeiro antes da 1ª Prorrogação

Acum. Previsto

Acum. Real

Page 101: controlo de obra

89

5. Conclusões

5.1. Introdução

No presente capítulo serão apresentadas as conclusões retiradas do trabalho desenvolvido.

Deste modo, será feita uma avaliação dos objectivos propostos, bem com das limitações

encontradas no processo da investigação. Além disso, serão apresentados os aspectos

inovadores deste trabalho e algumas sugestões para futuros desenvolvimentos do trabalho.

A obra escolhida para o desenvolvimento e implementação do modelo proposto foi regida pelo

Decreto-Lei nº 59/99, porém, este facto teve pouca relevância pois grande parte das situações

relativas ao controlo de custos desta obra não apresentaram diferenças significativas

comparativamente com as novas regras do Decreto-Lei nº 18/2008 e do Decreto Legislativo

Regional nº 34/2008/A.

Às situações que se verificaram diferenças comparativamente com as novas regras, adoptou-

se a metodologia proposta de acordo os novos Decretos-Lei, excepto no que diz respeito ao

desconto para a caixa geral de aposentações, que hoje já não é aplicado nas obras públicas,

mas que optou-se por fazer referência visto a obra ter decorrido ainda com a aplicação deste

desconto.

5.2. Avaliação da Realização dos Objectivos da Dissertação

O que se prendia com a presente tese de mestrado era fazer o levantamento das técnicas e

leis mais recentes relacionadas com o tema do controlo de custos de uma obra pública, do

ponto de vista do Dono da Obra. Era também objectivo deste estudo servir a maioria dos

Donos da Obra no controlo de custos na fase de realização de uma obra, com um modelo de

simples aplicação, válido e eficiente.

Através da bibliografia existente sobre o tema em estudo, foi possível analisar e aprofundar

temas de elevada importância para a formação da metodologia proposta para o modelo.

Conjuntamente com a bibliografia, o apoio dado por alguns dos intervenientes na obra, na

partilha e acesso à informação desta, permitiu que os objectivos da dissertação fossem

alcançados.

Page 102: controlo de obra

90

5.3. Limitações da Investigação

Num trabalho desta natureza e apesar de os resultados terem sido bastante positivos, existem

sempre algumas limitações.

O facto de a obra já ter terminado aquando da sua análise não permitiu fazer o seu

acompanhamento real de forma contínua. Por este motivo, também não foi possível

implementar no modelo proposto a metodologia relativa á análise do valor acrescentado, uma

vez que durante a execução da obra esta técnica não foi implementada, não havendo portanto

informação suficiente para a inserir no modelo.

Além disso, convém realçar que este modelo é aplicado a uma obra realizada por concurso

público nos Açores, sendo necessário fazer alguns ajustamentos à metodologia proposta, caso

o procedimento e o local tivessem sido outros.

5.4. Contribuições e Aspectos Inovadores

O que se fornece com o presente trabalho é, não só a explicação de todo o modelo, como

também a informação necessária ao Dono da Obra para um eficaz controlo de custos de uma

empreitada posta a concurso público pelo novo regime de contratação pública.

Deste modo, o modelo apresentado apoia a maioria dos Donos da Obra actuais e apesar de

existirem diversos programas, desenvolvidos para esse efeito, este modelo reúne e sistematiza

a informação que estes necessitam.

5.5. Trabalhos Futuros

Os desenvolvimentos futuros, que se propõem, assentam sobretudo na proposta de expansão

e melhoramento do modelo informático, ou seja:

• Criar um programa informático mais sofisticado e automático;

• Implementar no modelo metodologias que compreendam todos os procedimentos para

a formação de contratos;

• Implementar no modelo a técnica de gestão do valor acrescentado.

Page 103: controlo de obra

91

6. Referências Bibliográficas

ANTUNES, JOSÉ M.O., “Código dos contratos públicos – regime de erros e omissões”, 1ª

edição, Almedina, Coimbra, 2009;

A.P.P.C., “A realização de empreendimentos – conceitos fundamentais”, A.P.P.C, Lisboa,

1978;

DIAS, L.M. ALVES, “Organização e gestão de obras”, documento de apoio às aulas da

disciplina de organização e gestão de obras do mestrado integrado em engenharia civil, I.S.T.,

Fevereiro, 2008;

FLÔR, ANTÓNIO et al., “Manual prático de gestão da construção”, 21ª edição, Verlag dashofer,

Lisboa, 2008;

SILVA, MÁRCIO, “Microsoft Office Project 2007”- depressa e bem, FCA – editora de

informática, Lisboa, 2007;

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, “A guide to the project management body of

knowledge: PMBOK guide”, 3rd edition, project management institute, c2004, EUA;

RIBEIRO, L. FRANCISCO, “Gestão de projectos”, folhas de apoio às aulas da disciplina de

economia e planeamento na construção do mestrado integrado em engenharia civil, I.S.T.,

2008

RODRIGUES, PEDRO C., “Curso prático de gestão e direcção de obras”, Verlag dashofer,

Lisboa, Março 2009;

Sites da Internet

www.cin.ufpe.br/~hermano/download/tutoriais/o-modelo -pmbok.pdf acedido a 10/11/2008;

www.inci.pt/SiteCollectionDocuments/Apresentação_Roadshow_total_20080318.ppt acedido a

20/01/2009;

Page 104: controlo de obra

92

Legislação

Decreto-Lei nº 18/2008 de 29 de Janeiro, “estabelece o regime jurídico dos contratos públicos”;

Decreto-Lei nº 59/99 de 2 de Março, “estabelece o regime jurídico das empreitadas de obras

públicas”, regime este que foi revogado pelo Decreto-Lei nº 18/2008 de 29 de Janeiro;

Decreto-Lei nº 6/2004 de 6 de Janeiro “estabelece o regime de revisão de preços de

empreitadas de obras públicas e de obras particulares e de aquisição de bens e serviços”;

Decreto Legislativo regional nº 34/2008/A “estabelece as regras especiais de contratação

pública na Região Autónoma dos Açores”;

Decreto-Lei nº 498/72, de 9 de Dezembro “ estabelece as regras do estatuto da aposentação”;

Lei 98/97 de 26 de Agosto, com as alterações introduzidas pelas leis nº 35/2007 de 13 de

Agosto e 48/2006 de 29 de Agosto “estabelece a lei de organização e processo do tribunal de

contas;

Portaria 701-A/2008 de 29 de Julho “estabelece os modelos de anúncio de procedimentos pré-

contratuais previstos no Código dos Contratos Públicos a publicitar no Diário da República”;

Portaria 701-H/2008 de 29 de Julho “estabelece o conteúdo obrigatório do programa e do

projecto de execução, bem como os procedimentos e normas a adoptar na elaboração e

faseamento de projectos de obras públicas.”

Decreto-Lei nº 273/2003 de 29 de Outubro “Procede à revisão da regulamentação das

condições de segurança e de saúde no trabalho em estaleiros temporários ou móveis,

constante no Decreto-Lei n.º 155/95, de 1 de Julho, mantendo as prescrições mínimas de

segurança e saúde no trabalho estabelecidas pela Directiva n.º 92/57/CEE, do Conselho, de 24

de Junho.

Constituição da República Portuguesa VII revisão constitucional de 2005 “estabelece a

constituição da república portuguesa”.

Page 105: controlo de obra

93

ANEXOS

Page 106: controlo de obra

94

Page 107: controlo de obra

95

ANEXO 1 – Resumo da Proposta Adjudicada

GRUPO DESIGNAÇÃO PREÇOS TOTAIS

A - CONSTRUÇÃO CIVIL

CAP 1 – ESTALEIRO 2.000,00 €

CAP 2 - ESTRUTURA DE BETÃO ARMADO 180.177,50 €

CAP 3 - ALVENARIAS 33.685,35 €

CAP 4 - COBERTURA 12.278,40 €

CAP 5 - IMPERMEABILIZAÇÕES 19.705,65 €

CAP 6 - CANTARIAS 2.279,00 €

CAP 7 - CARPINTARIAS 21.939,35 €

CAP 8 - SERRALHARIAS 111.997,40 €

CAP 9 - PAVIMENTOS E RODAPÉS 38.950,39 €

CAP 10 - PAREDES 43.990,60 €

CAP 11 - TECTOS 13.384,00 €

CAP 12 - PINTURAS 30.189,18 €

CAP 13 - ESPELHOS 495,00 €

CAP 14 - EQUIPAMENTO FIXO 6.530,00 €

CAP 15 - EQUIPAMENTO SANITÁRIO 6.919,00 €

CAP 16 - DIVERSOS 843,91 €

CAP 17 - ARRANJOS EXTERIORES 77.596,82 €

CAP 18 - REDE DE ÁGUAS E ESGOTOS 23.913,75 €

CAP 19 - REDE DE GÁS 572,00 €

B - INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS

CAP 1 - QUADROS E ALIMENTAÇÕES 7.449,34 €

CAP 2 - ILUMINAÇÃO EXTERIOR E PORTÃO 14.699,98 €

CAP 3 - ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA 2.312,70 €

CAP 4 - ILUMINAÇÃO 27.914,36 €

CAP 5 - TOMADAS E ALIMENTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS 1.666,32 €

CAP 6 - SIST. AUTOMÁTICO DETECÇÃO DE INCÊNDIOS 3.799,95 €

CAP 7 - INFRA-ESTRUTURAS TELEFÓNICAS 2.394,85 €

CAP 8 - INFRA-ESTRUTURAS TELEFÓNICAS 862,36 €

CAP 9 - TRABALHOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL 1.000,00 €

C - AVAC CAP 1 - INSTALAÇÕES AVAC 65.734,73 €

TOTAL 755.281,89 €

Page 108: controlo de obra

96

ANEXO 2 – Proposta de Preço dos Trabalhos a Mais Correspondentes ao

Primeiro Adicional

Art. Designação dos Trabalhos Unid. Preço Unitário

Quantidade Total

1.1

Execução de tubagem em tubo corrogado, de polipropileno SN8, acessórios e ligações, com 200 mm de diâmetro incluindo abertura e tapamento de vala e espalhamento de terras sobrantes no terreno a intervir

ml 29,00 € 290,40 8.421,60 €

1.2

Execução de caixa de queda/visita, em blocos de betão, assentes com argamassa de cimento e areia, incluindo tampa em betão ligeiramente armado.

un 400,00 € 5,00 2.000,00 €

Total da Proposta 10.421,60 €

ANEXO 3 – Plano de Pagamentos e Cronograma Financeiro Entregue

com a Proposta

PLANO DE PAGAMENTOS E CRONOGRAMA FINANCEIRO PREVISTO

Mês Mensal Acumulado

1 41.767,09 € 41.767,09 €

2 57.476,95 € 99.244,04 €

3 75.905,83 € 175.149,87 €

4 52.265,51 € 227.415,38 €

5 41.097,33 € 268.512,71 €

6 84.742,63 € 353.255,34 €

7 99.017,46 € 452.272,80 €

8 10.353,88 € 462.626,68 €

9 115.588,13 € 578.214,81 €

10 112.763,59 € 690.978,40 €

11 38.463,85 € 729.442,25 €

12 25.839,64 € 755.281,89 €

Page 109: controlo de obra

97

ANEXO 4 – Cálculo dos Coeficientes de Actualização Globais

Mês de Ref. (Set) Janeiro Fevereiro Março

Índices Fórmula Índices Ct Índices Ct Índices Ct

Geral 107,10 0,360000 108,30 0,364034 108,30 0,364034 108,30 0,364034

M03 104,10 0,020000 104,10 0,020000 104,60 0,020096 104,20 0,020019

M06 95,70 0,060000 97,70 0,061254 97,70 0,061254 97,70 0,061254

M09 95,40 0,030000 94,60 0,029748 95,70 0,030094 95,30 0,029969

M10 106,50 0,020000 106,80 0,020056 109,20 0,020507 109,50 0,020563

M18 309,60 0,010000 316,90 0,010236 316,90 0,010236 316,90 0,010236

M20 128,80 0,060000 130,90 0,060978 131,10 0,061071 128,80 0,060000

M23 91,00 0,020000 93,80 0,020615 100,20 0,022022 100,20 0,022022

M24 133,20 0,020000 134,60 0,020210 134,60 0,020210 134,60 0,020210

M25 131,30 0,010000 132,40 0,010084 132,40 0,010084 132,40 0,010084

M26 122,80 0,020000 122,00 0,019870 121,80 0,019837 121,70 0,019821

M29 213,60 0,020000 213,60 0,020000 213,60 0,020000 216,40 0,020262

M31 166,40 0,010000 177,70 0,010679 177,70 0,010679 177,70 0,010679

M32 106,90 0,020000 119,00 0,022264 115,00 0,021515 110,90 0,020748

M40 123,30 0,040000 127,90 0,041492 129,30 0,041946 139,50 0,045255

M42 98,30 0,030000 98,40 0,030031 98,30 0,030000 98,30 0,030000

M43 141,20 0,040000 135,80 0,038470 132,80 0,037620 135,80 0,038470

M45 132,60 0,010000 134,00 0,010106 135,20 0,010196 136,10 0,010264

M46 114,50 0,050000 121,40 0,053013 122,50 0,053493 127,40 0,055633

M47 99,50 0,010000 100,20 0,010070 99,70 0,010020 99,70 0,010020

Custo não revisível

0,140000

0,140000

0,140000

0,140000

Ct 1,0000 1,013210 1,014916 1,019543

Page 110: controlo de obra

98

ANEXO 5 – Conta Corrente Correspondente à Revisão de Preços nº 1

CONTA CORRENTE Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho Data: __/__/__

Data do cálculo da revisão de preços: 15 de Setembro de 2006

Auto de revisão de preços nº 1 referente aos meses de Janeiro a Julho

b) Total da revisão de preços (Vr) 3.033,01 €

c) Descontos Vd= RC* + CGA

10% Reforço da caução (RC) *

0,5% C.G.A (CGA) 15,17 €

d) Valor do IVA Viva= Tiva x Vr 121,32 €

e) Saldo a Pagar ao Empreiteiro (c/ IVA) Vl= Vr - Vd + IVA 3.139,17 € * Empreiteiro entregou garantia bancária para reforço da caução

Page 111: controlo de obra

99

ANEXO 6- Conta Corrente Correspondente à Primeira Medição dos

Trabalhos a Mais

CONTA CORRENTE Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho

Data do mapa de medições: 31 de Outubro de 2007

Auto de medição e vistoria de trabalhos a mais nº 1 referente ao mês de Outubro de 2007

Art. Designação Quant. Unid. Preço Unitário Valor dos Trab.

Realizados

a) Trabalhos Realizados

1.1 Execução de tubagem em tubo

corrugado de polipropileno SN8, acessórios, com Ø 200 mm, incluindo abertura e tapamento de vala e espalhamento de terras sobrantes no terreno a intervir.

m 290,40 29,00 € 8.421,60 €

1.2 Execução de caixa de queda (visita em blocos de betão assentes com argamassa de cimento e areia, incluindo tampa em betão ligeiramente armado

un 5,00 400,00 € 2.000,00 €

b) Trabalhos a Menos

18.2.2.9

Execução de poço de Infiltração com diâmetro 1,55m, altura maior ou igual 2,10 m em betão armado, alvenaria de pedra com argamassa, brita, palha, movimento de terras e tampa em ferro fundido, conforme desenhos e CE.

un -1,00 2.000,00 € -2.000,00 €

c) Diferença entre os trabalhos realizados e os trabalhos a menos (Vtr) 8.421,60 €

d) Descontos Vd= RC + CGA+ Vri

10% Reforço da caução (RC) *

0,5% C.G.A (CGA) 42,11 €

Reembolso do Adiantamento (Vri) - €

e) Valor do IVA Viva= Tiva x (Vtr - Vri) 336,86€

f) Saldo a Pagar ao Empreiteiro (c/ IVA) Vl= Vtr - Vd + IVA 8.716,36 € * Empreiteiro entregou garantia bancária para reforço da caução

Page 112: controlo de obra

100

ANEXO 7 – Macro 1

Macro1

'

' Atalho por teclado: Ctrl+d

'

Range("F18:I18").Select

Sheets("Conta RP").Select

Range("C7:F7").Select

Selection.Copy

Sheets("RP 1").Select

ActiveSheet.Paste

Range("G20:I20").Select

Application.CutCopyMode = False

ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-9]C[-1]"

Range("G21:I21").Select

ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-11]C[-1]"

Range("G23:I23").Select

ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-12]C[-1]"

Range("I25").Select

ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-12]C[-3]"

Range("I26").Select

ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-9]C[-3]"

Range("I27").Select

ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-12]C[-3]"

Range("I28").Select

End Sub

Page 113: controlo de obra

101

ANEXO 8 – Auto de Vistoria e Medições de Trabalhos a Mais

AUTO DE VISTORIA E MEDIÇÃO Nº _1_

Situação de trabalhos do 1º termo adicional do contrato

Empreitada: Centro Cultural de Santo António Nordestinho

Descrição da despesa:

Cap._____ Div. _____ Subdiv _____ Classif. Económica: _____

Aos __31__ dias do mês de __Outubro__ de __2007__ compareceram no local onde estão a ser executados

os trabalhos que constituem a empreitada em epígrafe, adjudicada a __________, Lda. por contrato de 30 de

Dezembro de 2005, na importância de 755.281,89 € mais I.V.A, visado pelo Tribunal de Contas em __/__/__,

o Eng.º __________, responsável pela fiscalização, e o Eng.º __________ pelo adjudicatário, a fim de em

harmonia com o contrato e o caderno de encargos, procederem ao exame e medição dos trabalhos, tendo

verificado que se encontram executadas as quantidades de trabalhos que constam nas folhas de medição

anexas rubricadas pelos intervenientes.

Valor do Trabalhos Realizados (Vtr) :

8.421,60 €

Descontos:

Caixa Geral de Aposentações (0,5%): 42,11 €

Reforço da Caução (10%) (*): 842,16 €

Reembolso adiantamento (Ra): - €

Segurança Social (**):

Total de Descontos (Vd): 42,11€

IVA (Vtr - Ra) x %

336,86 €

Valor iliquido do auto (Vtr - Ra) + IVA

8.758,46 €

Valor liquido do auto a pagar (Vtr - Vd + IVA)

8.716,36 €

Importa na quantia de: Oito mil setecentos e dezasseis euros e trinta e seis cêntimos

E nada mais havendo a tratar se lavrou o presente auto que depois de lido e julgado vai ser assinado pelo representante do

adjudicatário e responsável pela fiscalização.

VISTO

O representante do adjudicatário O representante do dono da obra O responsável pela fiscalização

_________________________ ___________________________ ________________________

( ) ( ) ( )

Data: __/__/__ Data: __/__/__ Data: __/__/__

(*) REFORÇO DA CAUÇÃO: Garantia/ Seguro-caução nº _____ Saldo da caução: ________

(**) SEGURANÇA SOCIAL: Regularizada

VALOR ACTUAL DO ADIANTAMENTO:

Page 114: controlo de obra

102

ANEXO 9 – Macro 2

Macro2

'

' Atalho por teclado: Ctrl+d

'

Range("F18:I18").Select

Sheets("Conta RP").Select

Range("C7:F7").Select

Selection.Copy

Sheets("RP 1").Select

ActiveSheet.Paste

Range("G20:I20").Select

Application.CutCopyMode = False

ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-9]C[-1]"

Range("G21:I21").Select

ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-11]C[-1]"

Range("G23:I23").Select

ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-12]C[-1]"

Range("I25").Select

ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-12]C[-3]"

Range("I26").Select

ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-9]C[-3]"

Range("I27").Select

ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-12]C[-3]"

Range("I28").Select

End Sub