controle de qualidade em process ad or as automticas de filmes

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Disciplina de Câmara Escura – 27/05/2011 1 CONTROLE DE QUALIDADE EM PROCESSADORAS AUTOMÁTICAS DE FILMES A existência de muitas flutuações no processamento automático de radiografias contribui significativamente para o acréscimo de dose no paciente, aumenta os índices de rejeição e empobrecimento da qualidade da imagem. O processamento químico é o elemento que afeta negativamente o filme como receptor de imagem ideal, contribuindo para: Atrasos na disponibilidade da imagem; Perdas na qualidade da imagem; Exposição desnecessária do paciente; Redução da produtividade; Aumento de custos; Contaminação ambiental; Ainda de acordo com o autor, o processamento destas imagens deve ter como características: a acurácia e a consistência. A acurácia, no processamento, é nível de processamento que produz uma sensibilidade e um contraste que são característicos do filme. Para isto acontecer, as condições clínicas de processamento devem reproduzir os mesmos resultados obtidos pelo fabricante do filme. Controle de temperatura A temperatura do revelador em uma processadora automática de filmes deve estar na faixa de 33ºC a 39ºC. A temperatura do revelador depende do tipo de filme, velocidade de transporte e das recomendações do fabricante. Afeta a velocidade do filme (dose de radiação), contraste do filme e o valor de base mais Véu. Assim sendo, é muito importante que se cumpram as recomendações do fabricante, mantendo-a dentro de um limite de tolerância de + 0,3ºC. Também de acordo com estas normas é importante observar que: as medições da temperatura do revelador devem ser feitas diariamente; o tipo de termômetro utilizado para as medidas deve ser de haste metálica ou digital; termômetros de mercúrio não devem ser utilizados. Taxa de reabastecimento A técnica de manter a atividade dos produtos químicos (revelador e fixador) pela reposição de soluções a uma taxa constante foi sugerida em 1947 por Crabtree e Henn. Isto aumentou o seu tempo de vida útil, mantendo as condições de tempo e temperatura do processo de revelação (HAUS, 1993). De acordo com a Indústria Brasileira de Filmes (IBF), as modificações de qualidade e quantidade do revelador e do fixador são produzidas pela evaporação, oxidação, absorção de químicos, cobertura de gelatina dos filmes e processo fotoquímico. A oxidação e a evaporação são efeitos do tempo e não da quantidade dos filmes revelados. A quantidade dos banhos consumidos pela emulsão depende da superfície dos filmes revelados e da composição e espessura da emulsão, do tipo de filme e da temperatura. A taxa de reabastecimento deve seguir as recomendações do fabricante de filmes. Se esta é aumentada, o resultado será um aumento do contraste radiográfico. Se for muito reduzida, ocorrerá um significativo decréscimo do contraste (BUSHONG, 1993). Na maioria das processadoras automáticas de filme com transporte por rolos, o reabastecimento é ajustado pela largura do filme (IBF).

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Page 1: Controle de Qualidade Em Process Ad or As Automticas de Filmes

Disciplina de Câmara Escura – 27/05/2011

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CONTROLE DE QUALIDADE EM PROCESSADORAS AUTOMÁTICAS DE FILMES

A existência de muitas flutuações no processamento automático de radiografias

contribui significativamente para o acréscimo de dose no paciente, aumenta os índices de

rejeição e empobrecimento da qualidade da imagem.

O processamento químico é o elemento que afeta negativamente o filme como

receptor de imagem ideal, contribuindo para:

Atrasos na disponibilidade da imagem;

Perdas na qualidade da imagem;

Exposição desnecessária do paciente;

Redução da produtividade;

Aumento de custos;

Contaminação ambiental;

Ainda de acordo com o autor, o processamento destas imagens deve ter como

características: a acurácia e a consistência. A acurácia, no processamento, é nível de

processamento que produz uma sensibilidade e um contraste que são característicos do filme.

Para isto acontecer, as condições clínicas de processamento devem reproduzir os mesmos

resultados obtidos pelo fabricante do filme.

Controle de temperatura

A temperatura do revelador em uma processadora automática de filmes deve

estar na faixa de 33ºC a 39ºC. A temperatura do revelador depende do tipo de filme, velocidade

de transporte e das recomendações do fabricante. Afeta a velocidade do filme (dose de

radiação), contraste do filme e o valor de base mais Véu. Assim sendo, é muito importante que

se cumpram as recomendações do fabricante, mantendo-a dentro de um limite de tolerância de +

0,3ºC. Também de acordo com estas normas é importante observar que:

as medições da temperatura do revelador devem ser feitas diariamente;

o tipo de termômetro utilizado para as medidas deve ser de haste

metálica ou digital;

termômetros de mercúrio não devem ser utilizados.

Taxa de reabastecimento

A técnica de manter a atividade dos produtos químicos (revelador e fixador)

pela reposição de soluções a uma taxa constante foi sugerida em 1947 por Crabtree e Henn. Isto

aumentou o seu tempo de vida útil, mantendo as condições de tempo e temperatura do processo

de revelação (HAUS, 1993).

De acordo com a Indústria Brasileira de Filmes (IBF), as modificações de

qualidade e quantidade do revelador e do fixador são produzidas pela evaporação, oxidação,

absorção de químicos, cobertura de gelatina dos filmes e processo fotoquímico. A oxidação e a

evaporação são efeitos do tempo e não da quantidade dos filmes revelados. A quantidade dos

banhos consumidos pela emulsão depende da superfície dos filmes revelados e da composição e

espessura da emulsão, do tipo de filme e da temperatura.

A taxa de reabastecimento deve seguir as recomendações do fabricante de

filmes. Se esta é aumentada, o resultado será um aumento do contraste radiográfico. Se for

muito reduzida, ocorrerá um significativo decréscimo do contraste (BUSHONG, 1993).

Na maioria das processadoras automáticas de filme com transporte por rolos, o reabastecimento

é ajustado pela largura do filme (IBF).

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Para cada problema que ocorrer com uma processadora automática de filmes, a

identificação do problema estará baseado nos dados obtidos através da sensitometria (teste de

controle de qualidade), medidas físicas simples (por exemplo temperatura), considerações sobre

a “história” da processadora e observações. O próximo passo é a tomada de medidas corretivas.

A tabela 2 apresenta alguns problemas típicos que ocorrem durante o processamento, suas

causas e prováveis soluções. Mas também é muito importante conhecer bem a processadora com

que se trabalha para identificar outros problemas que possam acontecer.

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PROCESSAMENTO MANUAL

O processamento manual, assim como o automático necessita ser

cuidadosamente controlado, para a manutenção da qualidade diagnóstica da imagem.

A temperatura ideal para a revelação é de 22 ºC e o tempo de 1,5 minutos

para o revelador novo e de 5 minutos para o velho. O revelador perde sua capacidade

redutora por várias razões: oxidação, acúmulo de brometos e diminuição de redutores. A

rapidez da revelação depende da temperatura, da idade e do uso do revelador. Quando o

revelador adquire um aspecto leitoso, dando pouco contraste às radiografias,

demorando-se muito para revelá-las, deve ser substituído.

Tecnicamente, a revelação deve ser processada na escuridão completa ou

na presença de lâmpadas de segurança que possuam filtros adequados (filtro 6B ambar

com lâmpada vermelha de 15 W). Os filmes expostos devem ser retirados dos chassis e

presos nas colgaduras. O melhor meio de evitar ranhuras nas chapas é manter certo

espaço entre elas ao serem mergulhadas no tanque revelador. Quando as partes claras

das imagens radiográficas ameaçam acinzentar-se é o momento de interromper a

revelação. Para manter a atividade do revelador constante pode-se adotar dois

processos:

1) Substituição total do revelador: após a revelação de uma determinado número de

exames, vai-se prolongando o tempo de revelação e ao mesmo tempo o contraste

e a densidade das radiografias vão de degradando. A radiografia deve ser

retirada lentamente do revelador de forma que permita que este escorra

lentamente para o tanque, mas mesmo assim o nível de revelador vai baixando e

para manter o nível constante é preciso acrescentar revelador fresco até o

momento da substituição.

2) Método de preenchimento por regeneração: este método tem por finalidade

restaurar a concentração das substâncias químicas do revelador. O regenerador

restabelece as condições de alcalinidade do revelador que impedem o acúmulo

do brometo liberado durante o processo de revelação. Sua composição é

semelhante à do revelador, só não contém o brometo de potássio, que é um

retardador do processo de revelação. Quando se recorre a este método de

regeneração, uma vez revelada a chapa, não se deve escorrer o excedente de

líquido para o tanque. Com este método, o tempo de revelação se mantém

constante durante toda a vida útil do revelador, desde que se mantenham as

condições de temperatura.

Antes das chapas serem imersas no fixador, devem ser mergulhadas pelo

menos três vezes no tanque de água corrente, para remover os resíduos de revelador que

foram absorvidos pela emulsão e reduzir a alcalinidade do revelador. Se esta lavagem

não for feita adequadamente, a contaminação do fixador com revelador reduzirá sua

vida útil, assim como compromete-se sua ação endurecedora, favorecendo o

aparecimento de manchas no filme.

As chapas devem permanecer no banho fixador o dobro do tempo de

revelação. Um fixador é considerado inativo quando leva quatro vezes mais tempo para

dissolver a emulsão do que quando novo.

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Depois de inteiramente fixada, a radiografia é colocada num tanque de água corrente

para lavagem final pelo prazo de 30 minutos. O objetivo desta lavagem é o de remover

do filme todos os resíduos de fixador, caso contrário, a radiografia logo adquirirá uma

tonalidade amarelada-marrom, por formação de sulfito de prata. Isto prejudica a

qualidade da imagem para arquivamento.

Podem acontecer algumas falhas no processo final de lavagem de uma

radiografia que trarão algumas consequências indesejáveis:

a) Lavagem insuficiente: se o tempo de lavagem for insuficiente favorece-se o aparecimento

de depósitos de hiposulfito de sódio

b) O nível superior de água não cobre totalmente a borda superior do filme: neste caso a

borda superior do filme continua com o líquido fixador que escorre para o resto da filme

quando este é posto a secar, manchando a película.

c) Distância insuficiente entre filmes: promove uma lavagem não uniforme e pode-se

favorecer o aparecimento de riscos ao se retirar as radiografias.

d) Lavagem demasiada prolongada ou utilização de água com temperatura muito elevada:

favorece o amolecimento da gelatina e consequente desprendimento da mesma.

Terminada a lavagem, as radiografias são colocadas no secador, tomando-se o

cuidado de verificar a distância que as separa mantendo-as afastadas o suficiente para não

encostarem, pois secando grudadas irão se dilacerar ao tentar separá-las.

Sensitometria

Cada filme radiográfico tem sua resposta particular. É necessário que a

conheçamos e que possamos medi-la para comparar dois sistemas, por exemplo; verde e azul.

Esta resposta também é imprescindível para que possamos ajustar todo o sistema de

processamento, que compreende a processadora, o filme, os produtos químicos e o écran,

conseguindo com isso a melhor imagem radiográfica possível.

Imaginemos a cadeia de geração de uma imagem radiográfica e observaremos que cada

componente desta cadeia, como mostra a tabela 3, contribui com uma parcela muito importante

e que vai, certamente, alterar a imagem no final do exame.

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Portanto, se ocorrer uma variação na imagem, fica muito difícil encontrar onde

ela pode estar acontecendo. Assim, Hurter e Driffield desenvolveram o método matemático

utilizando a curva característica (ou sensitométrica). Com a sua análise é possível eliminar

praticamente os itens 1,2,3,4 e 7 da tabela através da sensitometria.

Para mostrar a operação de uma processadora, é preciso avaliar a imagem

processada de um filme no qual tenha sido dada uma exposição adequadamente conhecida. Um

sensitômetro é um dispositivo que fornece exposições bem controladas em um filme. Estas

exposições são visualizadas na forma de uma escada com três ou mais passos. Este teste,

acompanhado do controle da temperatura do revelador, permite avaliar a repetibilidade de

parâmetros técnicos inerentes ao filme. Os parâmetros técnicos avaliados são, respectivamente,

Velocidade,Contraste e Base mais Véu.

Para um sensitômetro que forneça uma exposição controlada de três passos, o ponto central é

uma indicação da velocidade do filme. Os outros dois correspondem à densidade alta e

densidade baixa, cuja diferença fornece o contraste (gradiente médio). O valor de base mais Véu

é obtido a partir da leitura da densidade óptica de uma região do filme não exposta ao

sensitômetro. As leituras das densidades ópticas impressas no filme pelo sensitômetro são lidas

por um densitômetro e o valor de base mais Véu dentro de um limite de + 0,05 da linha de base.

Após um período de aproximadamente dois meses do início do PGQ, estes

limites devem decrescer para + 0,10 para velocidade e contraste, e + 0,03 para base mais Véu,

respectivamente.

Talvez a maior dificuldade encontrada na manutenção de um programa de

garantia de qualidade é a determinação da provável causa dos problemas com o processamento,

quais as ações corretivas a serem tomadas e quando agir.

Alguns dos problemas que podem ocorrer com as processadoras automáticas:

Regeneração excessiva.

Regeneração insuficiente

Oxidação e /ou evaporação dos reveladores químicos.

Temperatura do revelador muito alta.

Revelador contaminado com fixador

Novos níveis de operação não levantados para uma nova caixa de filmes de controle.

Exposição por luz de segurança.

Para cada problema que ocorrer com uma processadora automática de filmes, a

identificação do problema estará baseado nos dados obtidos através da sensitometria, medidas

físicas simples (por exemplo, temperatura), considerações sobre a “história” da processadora e

observações. O próximo passo é a tomada de medidas corretivas.

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Processadoras automáticas

Processadores são equipamentos destinados a fazer o processo de revelação de filmes de forma

automática e eficiente. Ela reduz o tempo de revelação de um filme para 1 minuto (tempo varia

de marca/modelo) aproximadamente.

As primeiras processadoras empregavam circuitos de controle simples. Atualmente as

processadoras são micro processadas. Desta forma, tem-se um controle mais preciso da

temperatura, velocidade e taxa de circulação dos químicos.

Uma processadora automática é um equipamento eletromecânico composto por:

-- Conjunto de rolos emborrachados com um eixo de aço;

-- Guias (direciona o filme para o próximo rolo);

-- Sistema de engrenagens de movimentação dos rolos;

-- Motor elétrico de movimentação das engrenagens;

-- Sistema de controle de velocidade dos motores;

-- Bombas para abastecimento dos químicos e circulação dos mesmos;

-- Elementos aquecedores controlados por termostato;

-- Sensor de presença de filme na bandeja;

-- Ventoinhas e elementos de aquecimentos (resistência) para o sistema de secagem;

Internamente a processadora é composta por 4 câmaras:

1 – Tanque de revelação – Onde o filme é processado pelo químico revelador;

2 – Tanque de fixação – Onde o filme recebe o banho de fixador;

3 – Tanque de lavagem – O filme é lavado para remoção de resíduos de químicos;

4 – Tanque de secagem – O filme é secado por um fluxo de ar aquecido;

Externamente a processadora possui:

1 – Bandeja de entrada de filmes;

2 – Carcaça de alojamento dos componentes internos;

3 – Bandeja ou cesto de saída de filmes.

4 – Tubos de conexões com os containeres de químicos e entrada e saída de água

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Processadora Automática Computadorizada para filmes Mark-III

Especificações

Largura máxima do filme 635 mm

Capacidade dos tanques

Revelador 16 litros

Fixador 16 litros

Água 16 litros

Tamanho mínimo do filme 50 × 100 mm

Controle de temperatura dos químicos 20.0°C - 45.0°C com ajuste de 0.1°C

Controle de temperatura de secagem 20.0°C - 70.0°C com ajuste de 0.1°C

Regeneração regular e automática por área

Entrada de força 220V 50/60Hz 1fase 20A

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