controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj...

12
03/08/2015 1 Farmacognosia II Farmacognosia II Joaquim Mauricio Duarte Almeida Joaquim Mauricio Duarte Almeida • Normas da Anvisa • Farmacopeias • etc Normatização / garantia de qualidade • Controle botânico Controle físico químico Fitoterápicos e sua ação nos sistemas Controle físicoquímico • Monografia • Apresentação oral trabalho Joaquim Mauricio Duarte Almeida ‐ UFSJ 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI Joaquim Maurício Duarte Almeida 3 Garantia da qualidade de drogas vegetais Conteúdo da aula Definições,  principais problemas Amostragem Identificação botânica Identificação botânica Verificação de pureza Perfil fitoquímico 4

Upload: buique

Post on 14-Nov-2018

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj ...files.farmacognosia-ufsj.webnode.com/200000110-caaa6cbaa1/controle... · Garantia da qualidade de drogas vegetais • Conteúdo

03/08/2015

1

Farmacognosia IIFarmacognosia II

Joaquim Mauricio Duarte AlmeidaJoaquim Mauricio Duarte Almeida

• Normas da Anvisa

• Farmacopeias

• etc

Normatização / garantia de qualidade

• Controle botânico

• Controle físico químico

Fitoterápicos e sua ação nos sistemas

• Controle físico‐químico

• Monografia

• Apresentação oral

trabalho

Joaquim Mauricio Duarte Almeida ‐ UFSJ 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

Joaquim Maurício Duarte Almeida3

Garantia da qualidade de drogas vegetais

• Conteúdo da aula

– Definições,  principais problemas

– Amostragem

Identificação botânica– Identificação botânica

– Verificação de pureza

– Perfil fitoquímico

4

Page 2: controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj ...files.farmacognosia-ufsj.webnode.com/200000110-caaa6cbaa1/controle... · Garantia da qualidade de drogas vegetais • Conteúdo

03/08/2015

2

Qualidade de Produtos farmacêuticos

• A qualidade de um produto é dada por um conjunto de fatores:

• Matéria prima;

• Controle de processamento;

• Controle de forma farmacêutica;

• Embalagem;

• Bula;

• Propagandas ...

5

Como fazer esse controle?

• Farmacopeias

• RDC Anvisa

• monografias

6

RDC 26 – ANVISA – maio/2014

• Droga vegetal ‐ planta medicinal ou suas partes, quecontenham substâncias, ou classes de substâncias,responsáveis pela ação terapêutica, após processos decoleta, ou colheita, estabilização e secagem, podendo seríntegra rasurada triturada ou pulverizada;íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada;

• Derivado de droga vegetal ‐ produtos de extração daplanta medicinal fresca ou da droga vegetal, que contenhaque contenha as substâncias responsáveis pela açãoterapêutica, podendo ocorrer na forma de extrato :extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco e outros.

7

Principais problemas

– Falsificações;

– Umidade;

– Contaminação (agrotóxicos, metais pesados, microorganismos);

– Impurezas– Impurezas.

8

Page 3: controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj ...files.farmacognosia-ufsj.webnode.com/200000110-caaa6cbaa1/controle... · Garantia da qualidade de drogas vegetais • Conteúdo

03/08/2015

3

Equívocos, falsificações e adulterações 

• Coleta de plantas medicinais

• Comércio de plantas medicinais

Peumus boldusMolina Plectranthus barbatus Andrews Umidade, contaminação, impureza9

Qualidade de matérias primas vegetais

• Amostragem

• Identificação botânica

• Verificação de pureza

• Perfil fitoquímico

• dosagem

10

amostragem

• Amostra representativa

• Documentação (etiqueta, Nota fiscal, laudo)

• Quarentena (liberada ou rejeitada)

11

amostragemFarmacopeia brasileira V WHO 1998

N⁰ total de embalagens

N⁰ de embalagens a serem amostradas

N⁰ total de embalagens

N⁰ de embalagens  a serem amostradas

1 a 10 1 a 3 1 a 5 Todas

10 a 25 3 a 5 6 a 60 5

25 a 50 4 a 6 Mais de 50 10% do total

50 a 75 6 a 8

75 a 100 8 a 10

Mais de 100 5% do total (mínimo 10)

* Para números não‐inteiros considerar o valor inteiro superiorCondições gerais da embalagem e rótulos

12

Page 4: controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj ...files.farmacognosia-ufsj.webnode.com/200000110-caaa6cbaa1/controle... · Garantia da qualidade de drogas vegetais • Conteúdo

03/08/2015

4

13

Tamanho da partícula Quantidade da amostra

Inferior a 1 cm 250 g

Superior a 1 cm 500 g

Drogas pulverizadas

Perda por dessecação

Material estranho

Características sensoriais

descrição Identificação química genérica

Drogas inteiras e rasuradas

Perda por dessecação

Material estranho

Características sensoriais

Identificação botânica 

macroscópica

Identificação química genérica

2 g 50 g ‐ 10 g 2 g

dessecação estranho sensoriais química genérica

2 g 25 g ‐ 10 g 2 g

Farmacopeia brasileira V; Cardoso, 200914

Identificação botânica

• Macroscópicos: material íntegro– 1. análise a olho nú

– 2. análise com auxílio de lupap

– 3. parâmetros de identidade

Descrição dos elementoscaracterísticos da espécie

Comparação com amostras autênticas15

Identificação botânica

Análise macroscópica

• Folhas e folíolos

Pecíolo e limbo

16

Page 5: controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj ...files.farmacognosia-ufsj.webnode.com/200000110-caaa6cbaa1/controle... · Garantia da qualidade de drogas vegetais • Conteúdo

03/08/2015

5

17 18

Análise microscópica

– Características anatômicas necessitam de preparação adequada do material. 

• Amolecimento

• Hidratação de material seco

• Execução de cortes

• Inclusão do material em parafina

• Coloração simples / composta

19 20

Page 6: controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj ...files.farmacognosia-ufsj.webnode.com/200000110-caaa6cbaa1/controle... · Garantia da qualidade de drogas vegetais • Conteúdo

03/08/2015

6

Reações Histoquímicas

corante Cor/efeito

Lipídios (cutina e suberina) Sudan III ou IV laranja avermelhado

Amido Reativo de Lugol Azul ou azul‐violeta

Carbonato de cálcio (cristais) HOAc ou HCl Efervecência

Oxalato de cálcio HOAc ou HCl Sem efervência

saponinas H2SO4 Amarela – vermelha ‐violeta

Mucilagem (lignina e celulose) Nanquim Azul e violeta avermelhada

Taninos FeCl3 – NaCO3 Azul esverdeado

hidroxiantraquinonas KOH vermelho

inulina Naftol ‐ H2SO4 Roxo‐avermelhado

21

Avaliação de pureza

• Elementos estranhos

• Teor de umidade

• Contaminação microbiológica

• Resíduos de defensivos agrícolas (agrotóxicos)

22

Pesquisa de elementos estranhos

• Impurezas

– Partes do próprio vegetal (diferentes do especificado);

– Fragmentos de outras plantas;

Materiais de outra origem (t i i t f )– Materiais de outra origem (terra, areia, insetos e fungos);

Quando não especificado na monografia o máximo aceitável é de 2% (p/p)

23

Cinzas totais e insolúveis em ácido 

• Impurezas inorgânicas não‐voláteis

• Cinzas insolúveis em ácidos clorídrico (areia, terra em raízes);

Farmacopeia Brasileira V24

Page 7: controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj ...files.farmacognosia-ufsj.webnode.com/200000110-caaa6cbaa1/controle... · Garantia da qualidade de drogas vegetais • Conteúdo

03/08/2015

7

Ensaios de PurezaPerda por dessecação: No máximo 10%Resíduo por incineração: No máximo 10%Materiais estranhos: No máximo 5% de talos e outras matérias estranhas

25

Teor de umidade

• Consequências da alta umidade?

– Ação enzimática;

– Desenvolvimento de fungos e bactérias;

Degradação de constituintes químicos– Degradação de constituintes químicos.

– Farmacopeias (Brasileira, Europeia, Americana): 

• 8 ‐14%

26

I2 + SO2 + 2 H2O →   2 HI + SO327

Contaminação microbiológica

• Fungos e bactérias (solo, microflora natural 

manipulação);

– Condições de manejo;

Secagem;– Secagem;

– Armazenamento.

28

Page 8: controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj ...files.farmacognosia-ufsj.webnode.com/200000110-caaa6cbaa1/controle... · Garantia da qualidade de drogas vegetais • Conteúdo

03/08/2015

8

Microrganismos Maceração UFC/g

infusão e decocção ‐UFC/g

WHO – Infusão e decocção ‐UFC/g

Bactériasaeróbias

105 UFC/g 107 UFC/g 107 UFC/g

F 103 UFC/ 104 UFC/ 104 UFC/

Limites estabelecidosRDC 10 – Anvisa ‐mar/2010 

Fungos 103 UFC/g 104 UFC/g 104 UFC/g

Escherichia coli 10 UFC/g 102 UFC/g 102 UFC/g

Outras enterobactérias

103UFC/g 104 UFC/g 104 UFC/g

salmonela ‐ ‐ ‐

aflatoxinas ‐ ‐ ‐(WHO, 1998; Eur. Ph. 2000)

29

Defensivos agrícolas

30

Perfil fitoquímico

• Reações de caracterização ou triagem fitoquímica

• Caracterização cromatográfica

31 32

Page 9: controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj ...files.farmacognosia-ufsj.webnode.com/200000110-caaa6cbaa1/controle... · Garantia da qualidade de drogas vegetais • Conteúdo

03/08/2015

9

CONSTITUINTES ANALISADOS

REAÇÕES QUÍMICAS INESPECÍFICAS

REAÇÕES QUÍMICAS ESPECÍFICAS

Alcaloides Reação de MayerReação de Dragendorff

Reação de Wasicky (tropânicos)Reação de Otto (indólicos)Reação de Murexida (metil‐xantinas)

Heterosídeoscardiotônicos

Reação de SalkowiskyReação de Liebermann‐Buchard (núcleo esteroidal)

Reação de kedde (grupo cardenolideo)Reação de Keller‐Kiliani (desoxioses)

Flavonoides Reação de Shinoda Reação de Tauböck (flavonóis)Redução com boro‐hidreto de sódio (flavanonas)

Antraquinonas Reação de BornträgerReação de Shouteten

Taninos Reação com FeCl3Reação com vanilina clorídrica

Precipitação com gelatinaPrecipitação com acetato de chumboPrecipitação com sais de alcaloides

esteroides Reação de Liebermann‐Buchard

33

Caraterização cromatográfica

• Cromatografia – processo físico químico de separação dos constituintes de uma mistura.

– CP (cromatografia em papel)

CCD (Cromatografia em camada delgada)– CCD (Cromatografia em  camada delgada)

– CLAE ou HPLC (cromatografia líquida de alta eficiência)

– CG (cromatografia gasosa)

34

Matricaria recutita Mikania sp.

35

diferentes cultivares36

Page 10: controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj ...files.farmacognosia-ufsj.webnode.com/200000110-caaa6cbaa1/controle... · Garantia da qualidade de drogas vegetais • Conteúdo

03/08/2015

10

Quantificação das substâncias ativas(Doseamento)

• Determinação do teor de substâncias queestejam relacionados com a atividadeterapêutica.

• Métodos:• Métodos:

– Gravimetria

– Volumetria

– Espectrometria

– CLAE

– GC37

Exemplos de metodologias de doseamento

38

39

padrão

xarope folhas

extrato

Bueno e Bastos. Rev.Bras. Farmacogn. 200840

Page 11: controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj ...files.farmacognosia-ufsj.webnode.com/200000110-caaa6cbaa1/controle... · Garantia da qualidade de drogas vegetais • Conteúdo

03/08/2015

11

Vigo et al. Rev.Bras. Farmacogn. 2004.41

RDC 14 de 2010

• aspectos de controle de qualidade 

– controle biológico

– para associações de espécies vegetais em que a determinação quantitativa de um marcador por ç q pespécie não é possível

• perfil cromatográfico de ao menos um marcador específico para cada espécie na associação e determinação quantitativa do maior número possível de marcadores específicos de cada espécie

• a impossibilidade técnica deve ser devidamente justificada.

42

43 44

Page 12: controle de qualidade - 2015 - files.farmacognosia-ufsj ...files.farmacognosia-ufsj.webnode.com/200000110-caaa6cbaa1/controle... · Garantia da qualidade de drogas vegetais • Conteúdo

03/08/2015

12

http://farmacognosiahttp://farmacognosia--ufsj.webnode.comufsj.webnode.comJoaquim Mauricio Duarte Almeida ‐ UFSJ 45

Aula prática A e B (terça 04/ago)(grupos 2‐3 alunos) 

• três bulas de medicamentos a base de Ginkgo biloba

• (profissional de saúde e paciente) .

– Itens a serem observados e registrados ‐ Forma e conteúdo (RDC 47/2009): 

• Forma de apresentação, composição, resultados de eficácia, compostos ativos, contraindicações, interações, armazenagem e reações adversas.

– dia 11/ago (laboratório de informática). 

• trazer análise usando a legislação atual (entregar bulas e observações).

Joaquim Mauricio Duarte Almeida ‐ UFSJ 46