controle de pragas e doenÇas de flores e hortaliÇas

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CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS Gustavo Filgueira Cruz Francisco Aliomar Albuquerque Feitosa Engenheiro Agrônomo Consultor Técnico em Hortaliças e Flores 10ª SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA, FLORICULTURA E AGROINDÚSTRIA 01 a 04 de setembro de 2003 – Centro de Convenções Fortaleza – Ceará – Brasil

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Page 1: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Gustavo Filgueira Cruz Francisco Aliomar

Albuquerque Feitosa

Engenheiro Agrônomo Consultor Técnico em Hortaliças e

Flores

10ª SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA, FLORICULTURA E AGROINDÚSTRIA 01 a 04 de setembro de 2003 – Centro de Convenções

Fortaleza – Ceará – Brasil

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Copyright FRUTAL 2003

Exemplares desta publicação podem ser solicitados à:

Instituto de Desenvolvimento da Fruticultura e Agroindústria – Frutal

Av. Barão de Studart, 2360 / sl: 1305 – Dionísio Torres

Fortaleza – CE CEP: 60.120-002

E-mail: [email protected]

Site: www.frutal.org.br

Tiragem: 150 exemplares

EDITOR INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DA FRUTICULTURA E AGROINDÚSTRIA –

FRUTAL

DIAGRAMAÇÃO E MONTAGEM PEDRO MOTA

RUA: HENRIQUE CALS, 85 – BOM SUCESSO – FONE: (85): 484.4328

Os conteúdos dos artigos científicos publicados nestes anais são de autorização e

responsabilidade dos respectivos autores.

Ficha catalográfica:

Feitosa, Francisco Aliomar Albuquerque. Controle de pragas e doenças de flores e hortaliças / Francisco Aliomar

Albuquerque Feitosa. – Fortaleza: Instituto Frutal, 2003.

222p. 1.Floricultura – Praga - Controle. 2. Floricultura – Doença – Controle. 3.

Horticultura – Praga – Controle. 4. Horticultura- Doença – Controle. I. Título.

CDD 635.9

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APRESENTAÇÃO A nossa FRUTAL chega a sua 10ª edição e com ela atingimos a marca aproximada de 10.000 pessoas capacitadas nos Cursos Técnicos que anualmente oferecemos. Várias pessoas têm participado dos Cursos da FRUTAL, destacando-se produtores, empresários, pesquisadores, estudantes, além do público geral visitante que, mesmo sendo de outro ramo de atividade, passou a acreditar na fruticultura irrigada estimulados pelo nosso movimento, que tem feito o Ceará se destacar em nível do cenário nacional no Agronegócio da Agricultura Irrigada. Procurando deixar registrado todo o conteúdo técnico dos Cursos da FRUTAL, temos anualmente editado apostilas como esta, com o conteúdo de cada tema que são cuidadosamente selecionados para cada FRUTAL, com uma média de 10 Cursos por edição. A escolha dos temas para os Cursos da FRUTAL se baseia nas sugestões obtidas das Avaliações realizadas com os próprios participantes, acrescida de temas de vanguarda como o Curso “Produção Integrada de Frutas” que estamos promovendo nesta edição. Toda a Programação Técnica da FRUTAL está direcionada para o tema central que este ano foi eleito “Cooperativismo e Agronegócio”, tema este em consonância com a atual política do governo federal. Na sua composição temos Cursos, Palestras Técnicas, Painéis, Seminários Setoriais, Fóruns e Eventos Paralelos variados, que é referendada por uma Comissão Técnico-Científica formada por ilustres e competentes representantes dos principais Órgãos, Instituições e Entidades ligados ao setor do Agronegócio da Agricultura Irrigada do Ceará, cujas contribuições têm sido essenciais para a qualidade e nível que atingimos. Nesta edição a comunidade científica terá uma programação especial. Acontecerá pela primeira vez no Nordeste e terceira vez no Brasil, já em sua 49ª edição, a Reunião Anual da Sociedade Interamericana de Horticultura Tropical, evento que deverá trazer para o ambiente da FRUTAL cerca de 600 pesquisadores, que apresentarão os mais recentes resultados de trabalhos de pesquisa na área de Fruticultura, Floricultura e Horticultura. Vale ressaltar também neste momento a credibilidade que os Patrocinadores tem da FRUTAL, principalmente da iniciativa privada que cada ano tem tido maior participação, sendo este um veredicto de nossa intenção de estimular, incrementar e consolidar a FRUTAL como uma Feira tipicamente de negócios. Portanto, esperamos com a edição desta Apostila estar contribuindo para o aprimoramento tecnológico do setor da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria do Brasil e em especial do Estado do Ceará. Antonio Erildo Lemos Pontes Coordenador Técnico do Instituto Frutal Diretor Técnico do Instituto Frutal

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COMISSÃO EXECUTIVA DA FRUTAL 2003

Euvaldo Bringel Olinda PRESIDENTE DA FRUTAL Idealizador da Frutal, Empresário, Engenheiro Pós-Graduado em Administração e Negócios. Presidente do SINDIFRUTA e da Frutal, Ex-diretor da PROFRUTAS – Associação dos Produtores e Exportadores de Frutas do Nordeste e do IBRAF – Instituto Brasileiro de Fruticultura e das Federações FAEC e FACIC. Afonso Batista de Aquino

COORDENADOR GERAL DA FRUTAL Engenheiro Agrônomo, Pós-graduado em Nutrição de Plantas, com especialização em Extensão Rural e Marketing em Israel e Espanha. Diretor Geral do Instituto Frutal e Coordenador Geral da Frutal desde 1998.

Antonio Erildo Lemos Pontes COORDENADOR TÉCNICO Engenheiro Agrônomo com vasta experiência de trabalho voltado para Fruticultura Irrigada, Especializado em Israel em Agricultura Irrigada por Sistema Pressurizado, Membro Efetivo do IBGE/GCEA do Ceará, Consultor do SEBRAE-CE na Área de Agronegócios da Fruticultura, Coordenador Titular do Nordeste no Fórum Nacional de Conselhos de Consumidores de Energia Elétrica e Coordenador Técnico da Frutal desde sua primeira edição em 1994.

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COMISSÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA DA FRUTAL 2003

Afonso Batista de Aquino INSTITUTO FRUTAL Ana Luiza Franco Costa Lima SETUR Antonio Belfort B. Cavalcante INSTITUTO CENTEC Antonio Erildo Lemos Pontes INSTITUTO FRUTAL Antonio Vieira de Moura SEBRAE/CE César Augusto Monteiro Sobral AEAC Cézar Wilson Martins da Rocha DFA/CE Daniele Souza Veras AGRIPEC Ebenézer de Oliveira Silva EMBRAPA Egberto Targino Bonfim EMATERCE Enid Câmara PRÁTICA EVENTOS Euvaldo Bringel Olinda INSTITUTO FRUTAL Francisco Eduardo Costa Magalhães BANCO DO BRASIL Francisco José Menezes Batista SRH Francisco Marcus Lima Bezerra UFC/CCA Francisco Zuza de Oliveira SEAGRI/CE João Nicédio Alves Nogueira OCEC/SESCOOP José Carlos Alves de Sousa COOPANEI José de Souza Paz SEAGRI/CE José dos Santos Sobrinho FAEC/SENAR José Ismar Girão Parente SECITECE José Maria Freire SEAGRI/CE Joviniano Silva DFA/CE Jussara Maria Bisol Menezes FIEC Leão Humberto Montezuma Santiago Filho DNOCS Liliane Nogueira Melo Lima SEAGRI/CE Marcílio Freitas Nunes CEASA/CE

Maria do Carmo Silveira Gomes Coelho BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/A -BNB

Paulo de Tarso Meyer Ferreira CREA-CE Raimundo Nonato Távora Costa UFC/CCA Raimundo Reginaldo Braga Lobo SEBRAE/CE Regolo Jannuzzi Cecchettini INSTITUTO AGROPÓLOS DO CEARÁ Rui Cezar Xavier de Lima INCRA/CE

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO DE HORTALIÇAS.......................................................................7

2. GRÁFICO DE OCORRÊNCIA DE DOENÇAS DO TOMATE NO CEARÁ................ 8

3. DOENÇAS FÚNGICAS DO TOMATE.......................................................................9

4. DOENÇAS BACTERIANAS DO TOMATE................................................................42

5. DOENÇAS VIRÓTICAS DO TOMATE......................................................................78

6. GRÁFICO DE OCORRÊNCIA DE PRAGAS DO TOMATE NO CEARÁ.................. 87

7. PRAGAS DO TOMATE.............................................................................................89

8. PRAGAS E DOENÇAS DO PIMENTÃO................................................................... 136

9. PRAGAS E DOENÇÃS DO REPOLHO.................................................................... 166

10. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................176

11. PRAGAS E DOENÇAS DE ROSAS........................................................................177

12. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................222

13. CURRÍCULO DO INSTRUTOR...............................................................................223

14. CURRÍCULO DO INSTRUTOR...............................................................................224

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1 - APRESENTAÇÃO DE HORTALIÇAS A elaboração deste trabalho, que vem fazer parte de um conjunto de muitas e ótimas publicações, tem como finalidade principal fornecer dados sobre as principais pragas e doenças da cultura do Tomateiro (Lycopersicon esculentum, Mill), Pimentão (Capsicum annuum) e Repolho (Brassica oleracea) .

Para facilitar a identificação de cada praga e doença, procuramos descrever uma a uma, ao mesmo tempo comparando as mais parecidas – usando uma linguagem simples, de tal modo que qualquer pessoa possa entender. Várias fotos são utilizadas para melhor visualizar e permitir um diagnóstico mais preciso das doenças e identificar cada praga.

Dois pontos são essenciais, quando trabalhamos com pragas e doença, primeiro um diagnóstico perfeito e rápido; segundo um programa de controle eficiente. Pensando assim, incluímos recomendações de controle – seja preventivo ou curativo – para cada praga e doença, com indicações de produtos com nome químico e comercial, doses, volume de calda e cuidados a serem observados.

Acompanhando a evolução no Controle de P&D, apresentamos informações sobre o uso de Feromônio e Trichogramma.

Desejamos, com toda a sinceridade, que o trabalho seja útil.

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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2 - GRÁFICO DE OCORRÊNCIA DE DOENÇAS DO TOMATE NO CEARÁ

OCORRÊNCIA DE DOENÇAS EM TOMATE ENVARADO PLANTIO DE CAMPO ESTADO DO CEARÁ

PINTA PRETA – Alternaria solani

FITÓFORA OU REQUEIMA – Phytophthora ssp

SEPTORIORE - Septoria lycopersici

ESTENFÍLIO – Stemphylium solani

MURCHA BACTERIANA – Ralstonia solonacearum

NEMATÓIDES – Meloidogyne ssp

TALO OCO (Erwinia ssp) NECROSE MEDULAR (Pseudomonas corrugata) MANCHA BACTERIANA (Xanthomonas campestris) CANCRO BACTERIANO (Clavibacter michiganensis)

FRISAMENTO (GEMINIVIRUS: TYLCV OUTROS)

DAT

D T

01

07

DAT = DIAS APÓS TRAD.T. = DIA DO TRANSPLTOMATE SANTA CLARATOMATE HÍBRIDO LONGDOENÇAS CITADAS = P

CONTR

8

ALTO RISCO

C O L H E I T A

FLORAÇÃO E FRUTIFICAÇÃO

FASE INICIAL

14

21

28

35

42

49

56

63

70

77

84

91

98

105

112

119

126

NSPLANTE ANTE = CONSIDERAR ATÉ 112 DAT A VIDA = CONSIDERAR ATÉ 126 DAT

RESENTES NO ESTADO COM DANOS ECONÔMICOS

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OLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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3 - DOENÇAS FÚNGICAS DO TOMATE

RELAÇÃO DOENÇAS FÚNGICAS

1 = ANTRACNOSE – Colletotrichum ssp

2 = CLADOSPORIOSE – Cladosporium fulvum (Fulvia fulvum)

3 = ESCLERÓCIO OU MURCHA DE ESCLERÓTIUM – Sclerotium rolfsii

4 = ESTENFÍLIO – Stemphylium solani

5 = MURCHA DE ESCLEROTINIA – Sclerotinia sclerotiorum

6 = PINTA PRETA OU ALTERNÁRIA – Alternaria solani

7 = REQUEIMA OU FITÓFORA – Phytophthora infestans,

Phytophthora capsici,

Phytophthora nicotinae, Phytophthora ssp

8 = SEPTORIOSE – Septoria lycopersici

DOENÇAS FÚNGICAS:

1- ANTRACNOSE:

AGENTE CAUSAL = Colletotrichum gloesporioides.

A antracnose foi por muitos anos a doença mais severa na Ibiapaba. Com o

surgimento de fungicidas altamente eficientes, lentamente esse fungo foi sendo

erradicado. Atualmente são raros os casos de perda de tomate causada pela antacnose.

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Vale observar, que nos últimos 4 anos (2000 a 2003), a antracnose tem sido o

principal fungo do pimentão. Sem, no entanto, causar danos no tomateiro. No caso

específico do pimentão, temos registrado perdas de até 100% dos frutos.

SINTOMAS EM TOMATEIRO:

A presença do C. gloeosporioides, no tomateiro, é facilmente identificado nos

frutos. No caules, flores e frutos são mais raros os sintomas, menos perceptíveis e

causam menores danos.

Nos frutos, principalmente no estádio de início de maturação, os sintomas iniciais

são pequenas manchas circulares levemente profundas. Com a evolução, a depressão

aumenta em profundidade e a mancha cresce em diâmetro, apresentando anéis

concêntricos. O centro da mancha apresenta pontos negros que são os microescleródios

dos fungos.

CONTROLE Para o controle da antracnose, recomendamos:

DEROSAL: 15 ml/20 litros de água

STROBY: 20 ml/20 litros de água

CABRIO TOP = 60 g/20 litros de água

MANAGE = 20 g/20 litros de água

DACOSTAR = 50 g/20 litros de água

ORTHOCIDE = 50 g/20 litros de água

POLYRAM = 60 g/20 litros de água

2- CLADOSPORIOSE

AGENTE CAUSAL – Cladosporium fulvum (Fulvia fulvum)

A Cladosporiose é uma doença nova na Região da Ibiapaba. As ocorrências são

raras e de pouco ou quase nenhum dano econômico. Vale, no entanto, citarmos sua

incidência em tomate, tendo em vista que, como em outros casos, poderão surgir surtos

mais significativos, dependendo da evolução do fungo. O que vai depender de vários FRUTAL’2003

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fatores, tais como: condições climáticas, controle efetivo do fungo – na sua fase inicial de

incidência , maior ou menor resistência dos novos híbridos a esse patógeno. Maiores

cuidados devem ser tomados quando do cultivo em Estufas. Verificamos um ataque

severo do Cladosporium fulvum em cultivo protegido, onde as condições climáticas são

plenamente favoráveis ao seu desenvolvimento.

SINTOMAS A presença do Cladosporium fulvum é verificada inicialmente nas folhas mais

velhas, portanto, seu ataque é de baixo para cima. Sua presença tem sido constatada

somente nas folhas. O fungo fica localizado na face inferior do limbo foliar. Sua principal

característica é a formação de manchas de cor marrom claro, de forma irregular, em

grande quantidade, em geral mais de 10 manchas por folíolo. Na face superior das

folhas, surge uma mancha de cor mais clara que o restante da folha, correspondente à

mancha da face inferior – para cada mancha inferior, surge uma igual na face superior,

sem apresentar o fungo. A presença do fungo é somente na face inferior, sendo uma das

causas de passar desapercebido, no início da infestação. Para diagnosticar rápido, há a

necessidade de sempre verificar nas folhas mais velhas, os folíolos nas duas faces.

CONTROLE

A cladosporiose é facilmente controlada com Clorotalonil e com alguns Triazóis.

Ver o programa preventivo de controle de doenças, página 41.

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CLADOSPORIOSE – Cladosporium fulvum

CLADOSPORIOSE EM FOLHA DE TOMATE

FACE INFERIOR DA FOLHA

CLADOSPORIOSE EM FOLHA DE TOMATE

FACE INFERIOR E SUPERIOR DA FOLHA

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3- ESCLERÓCIO Outro Nome: Murcha de Esclerotium

AGENTE CAUSAL - Sclerotium rolfsii.

Mesmo não sendo um fungo muito comum, em algumas regiões do Estado do

Ceará – por exemplo Cariri -, alguns prejuízos já foram registrados. Na cultura do

Pimentão, tem sido o responsável pela mortalidade de plantios inteiros (com perda de

100% das plantas, antes de iniciar a fase de colheita).

O Cultivo de tomate em solos argilosos e com excesso de umidade, ou em áreas

anteriormente cultivadas com pimentão ou tomate, favorecem o surgimento desse

patógeno.

SINTOMAS Sendo um fungo de solo, os sintomas serão visto no colo da planta ou um pouco

acima deste. Inicialmente, o fungo apresenta uma fina camada branca, envolvendo o

caule da planta, na parte externa. Internamente, o caule apresenta uma coloração

arroxeada, que vai evoluindo em dimensão e coloração – ficando próxima a cor

marrom. Com a evolução natural do fungo, os escleródios surgirão. No caso do

Scletorium rolfsii, os escleródios são numeroso (formando um pequena colônia), em

forma de pequenas esferas (muito semelhantes às sementes de repolho) .

O Sclerotium rolfsii, pela sua posição de ataque nas plantas (próximo ao colo da

plantas, em geral encoberto pelo solo), passa desapercebido – principalmente na fase

inicial de parasitismo. Somente nos estádios mais avançados – quando os vasos de

circulação das seivas estão comprometidos – promovendo a murcha das plantas (pela

impossibilidade de absorção de água e nutrientes), os sintomas são mais fáceis de

serem vistos. O murchamento de plantas chama a atenção, demonstrando que algo de

anormal está acontecendo no plantio. Só então, o produtor procura orientação técnica.

O diagnóstico da Murcha de Esclerotium, é inconfundível pela presença de micélio

esbranquiçado e de escleródios esféricos sobre a parte afetada.

Plantas infectadas por esse patógeno, poderão murchar sem a perda da coloração

verde e sem tombamento. As plantas estão aparentemente perfeitas em um dia e no dia

seguinte iniciam o processo de murchamento irreversível, levando à morte. FRUTAL’2003

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Page 14: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CONTROLE Em condições de risco - solos argilosos, solos com facilidade de encharcamento,

áreas antes cultivadas com solanáceas, período de chuvas e métodos de irrigação que

utilizam grande volume de água – os cuidados devem ser bem maiores.

Medidas preventivas precisam ser adotadas, merecendo destaque:

- bom preparo do solo,

- matéria orgânica no mínimo 2,5%,

- construção de sulcos de drenagem,

- controle de irrigação, evitando excesso de água

- controle químico preventivo

- equilíbrio nutricional

Para o controle químico preventivo, pela sua alta eficiência, o PCNB (QUINTOZENE),

nome comercial Kobutol 75 PM, é o mais recomendado.

A aplicação poderá ser realizada via sistema de Fertirrigação ou com jato dirigido ao colo

das plantas.

Utilizar a dosagem de:

A. Fertirrigação = 1 a 2 Kg / H a

B. Jato dirigido ao colo da planta = 40g/20 litros de água, aplicar 15 a 20 ml da calda

por planta.

Em áreas de risco elevado, a aplicação poderá ser realizado de 2 a 3 dias antes do

transplantio, como tratamento de solo. Sendo mais usado a aplicação no colo das

plantas, até 5 DAT.

Cerca de 2 a 3 pulverizações, com intervalos de 10 a 15 dias, no colo da planta são

suficientes para o controle desse fungo

Para o controle do Esclerório em áreas com o fungo já instalado, portanto, com

tratamento curativo, usar:

I. Pulverizar com jato dirigido ao colo da planta, com

Kobutol 75 PM

Dosagem = 50 g/ 20 litros de água.

Mínimo de 20 ml/planta da calda

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Manter o pulverizador com alta pressão

Preferencialmente usar bico regulável Jacto azul.

II.Pulverizar , jato dirigido para as folhas, com

Score

Dosagem = 10 ml/ 20 litros de água

Fazer cobertura total das plantas

Usar espalhante adesivo de boa qualidade

III.Pulverização foliar, 3 dias após a pulverização com Score,

Cercobim700 PM

Dosagem = 20 gramas/20 litros de água

Fazer cobertura total das plantas

Usar espalhante adesivo de boa qualidade

Somente repetir o tratamento quando o fungo voltar a surgir na cultura.

Monitorar a cada 10 dias, verificando o colo das plantas.

Em geral uma única aplicação de cada produto controla totalmente, sem reinfestação.

MURCHA DE ESCLETORIUM – Sclerotium solfsii

ESCLERÓCIOS NO CAULE

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Page 16: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

ESCLERÓCIOS NO CAULE

4- ESTENFÍLIO

AGENTE CAUSAL = Stemphylium solani

O Stemphylium solani tem sido um fungo causador de consideráveis prejuízos na

Ibiapaba. Alguns fatores têm contribuído para que esse fungo seja considerado

como uma das principais doenças da região, merecendo destaque:

a) a rapidez com que o fungo evolui, em três ou quatros dias ele contamina todas as

plantas, de modo extremamente agressivo;

b) o estádio das plantas em que o fungo ataca, geralmente após os 40 DAT;

c) a dificuldade de um diagnóstico preciso e rápido. Algumas outras doenças são

confundidas na fase inicial, com o estenfílio. O produtor, em geral, só procura orientação

técnica quando as plantas já estão com mais de um terço das folhas atacadas,

dificultando a eficiência dos produtos indicados para o controle, bem

como, os prejuízos já são irreversíveis.

d) período climático – o estenfílio é mais encontrado nas épocas de alta umidade do ar –

tempo chuvoso, e baixas temperaturas. A eficiência de fungicidas é menor,

principalmente pela lavagem promovida pelas chuvas – em muitos casos, antes mesmo

de terminar a aplicação de fungicidas, a chuva chega e promove uma verdadeira

lavagem das folhas.

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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Page 17: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

SINTOMAS O Stemphylium solani é um fungo que ataca o tomateiro de forma descendente,

isto é, de cima para baixo. Logo, pela sua posição de ataque, inicia pela parte mais nova,

o topo da planta, descendo de forma rápida e violenta. Por iniciar a infestação nas parte

mais nova, portanto, a mais frágil, as plantas sofrem sérios danos. As variedades mais

sensíveis ou Estenfílio, são rapidamente destruídas. Para o diagnóstico, essa

característica (fungo descendente) facilita muito, evitando confundir com outros fungos –

tendo o cuidado com a semelhança com algumas bactérias. Enquanto a Alternária, a

Septoriose e a Cladosporiose atacam de forma ascendente – de baixo para cima -, o

Estenfílio é uma doença do topo do tomateiro. A presença desse fungo é diagnosticada pela presença de numerosas e pequenas

pintas nas duas faces dos folíolos. As manchas tem cor escura e são de forma circulares,

mas irregulares(por vezes circulares, noutras alongadas). A mancha de Estenfílio tem a

cor mais clara no centro, do que nas bordaduras. Nos estádios mais avançados, o centro

da mancha apresenta furo. O fungo causador do Estenfílio,é específico das folhas. Os

frutos, caules e flores não apresentam sintomas. Em um mesmo folíolo, poderão ser

encontrados manchas com e sem furos.

CONTROLE Para o controle eficiente do Estenfílio, é de primordial importância o diagnóstico

logo no aparecimento dos primeiros sintomas.

Daí, a vistoria periódica do topo das plantas ser muito importante, principalmente

nos períodos chuvosos.

O fungo é facilmente eliminado com uso de fungicidas do grupo químico dos triazóis,

com a ajuda de clorotalonil. Exemplos de fungicidas com alta eficiência para o controle

de Estenfílio:

Caramba (Metconazole),

Sialex (Procimidone),

Dascostar e Isatalonil (Clorothalonil).

Estrobilurinas

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Page 18: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Os tomates Santa Clara, bem como alguns híbridos são muito sensíveis a esse

fungo, merecendo maior atenção quando forem cultivadas. Exemplos de híbridos

sensíveis: Séculus, Monalisa, Carmen.

Muitos dos Híbridos Longa Vida são resistentes ao Estenfílio, sendo o método mais

prático para o controle da doença. Exemplos de Tomates resistentes: BS 9271 (Red

Cheef) e Thomas.

O cultivo de tomates resistentes, no entanto, fica limitado por vários fatores, sendo

os principais:

a) Baixa produtividade, Exemplo do Thomas.

b) Não adaptabilidade ao cultivo de campo, Ex. BS 9271.

c) Não aceitação dos frutos no mercados, por serem frutos pequenos ou frutos de

moles (sem resistência pós-colheitas).

d) Sensibilidade à rachaduras de frutos em condições climáticas adversas (período

chuvoso).

O tomate Red Chif (BS 9271) tem ótimo comportamento em cultivo em estufa.

MANCHA DE ESTENFÍLIO - Stemphylium solani

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Page 19: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

MANCHA CARACTERÍSTICAS NA FOLHA MANCHAS EM UMA FOLHA SUPERIOR

MANCHAS CIRCULARES NAS FOLHA MANCHAS COR MARROM 5- MURCHA DE ESCLEROTINIA

- OUTROS NOMES: ESCLERÓTIUM

MOFO BRANCO

PODRIDÃO DE ESCLEROTINIA

AGENTE CAUSAL – Sclerotinia sclerotiorum

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Page 20: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

A Murcha de Esclerotium não é uma doença comum na Ibiapaba, sendo

mesmo raros os casos. No entanto, na região do Cariri – sul do Ceará -, tornou-se

em pouco tempo, uma doença causadora da mortalidade de muitas plantas. Sendo,

em alguns casos, o problema principal dentre as doenças fúngicas do início do

cultivo

SINTO

rgilosos e com alta umidade, favorecem o surgimento

desenvolvimento do fungo.

truição do tomate, podemos

aparecimento dos primeiros

A aplicação dos fungicidas, nesse caso, deverá ser dada a seguinte atenção:

.

MAS O fato da planta atacada “murchar”, poderá, em um primeiro momento,

confundir tal sintoma com outras murchas, principalmente a murcha bacteriana.

Com a observação mais detalhada, uma diferença básica entre a murcha de

esclerotium e as demais murchas, é a presença do fungo na base do caule. De cor

branca, o micélio, cresce rapidamente sobre a região infectada, recobrindo

parcialmente a região afetada. O caule apresenta coloração marrom (de claro a

escuro), crescendo de forma ascendente. A região do caule infectada, apresenta

diâmetro menor que a área sadia. Com o progresso da doença, poderão ser

encontrados os escleródios – que são a frutificação do fungo – de forma irregular e

coloração preta, podem ser encontrados dentro ou fora do caule. A murcha total da

planta é verificada logo no início dos primeiros sintomas: escurecimento do caule e

formação de micélio. Após iniciar o processo de murchamento, a doença é

irreversível e rapidamente mata a planta. Os maiores danos são verificados no

início do plantio, geralmente com as plantas no estádio inicial de crescimento, até

os 30 DAT. Solos pesados – a

e

CONTROLE Mesmo sendo um fungo causador de rápida des

classificar como sendo de controle relativamente fácil.

Para não fugir à regra, o diagnóstico feito logo no

sintomas, é de alta importância para o rápido controle.

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CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

20

Page 21: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

a) Quando for usar produto de contato, direcionar o jato para o local da infestação,

geralmente no colo da planta, até à altura de 20 cm;

b) Quando for aplicação de fungicidas sistêmico, direcionar o bico do pulverizador

um

idamente o Esclerotium, são de alta eficiência os fungicidas :

- Orthocide = 50 g

fetadas, retirando de dentro da área cultivada. Sempre

fungo por

da a área plantada.

) Sempre que for realizar amontoa, aplicar antes um fungicida protetor.

para o colo das plantas e para as folhas. Proporcionando uma cobertura a total de

toda a planta.

c) Sempre que for controlar fungos com fungicidas sistêmicos, misturar

fungicida protetor.

Para controlar rap

1- Kobutol, = 80 g

2- Sialex, = 20 g

3- Rovral, = 30 ml

4

5- Doses para 20 litros de água.

Como medidas auxiliares de controle, aconselhamos:

a) Diminuição da umidade do solo, com suspensão total; ou parcial da irrigação;

b) Suspender adubação nitrogenada, até o total desaparecimento do fungo;

c) Erradicar plantas a

utilizando um saco para por as plantas doentes – evitando espalhar o

to

d

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Page 22: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

MURCHA DE ESCLEROTINIA – Sclerotinia sclerotiorum

MURCHA DE ESCLEROTINIA

SINTOMAS NO COLO DA PLANTA

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6 – PINTA PRETA

OUTROS NOMES – ALTERNÁRIA

QUEIMA DA SAPATA

QUEIMA DO TOMATE

MANCHA DO TOMATE

AGENTE CAUSAL: Alternaria solani

A Pinta Preta é a doença fúngica principal do tomateiro, estando presente em

todas as regiões do Estado do Ceará. Tem sido por muitos anos o fungo causador

dos maiores custos no controle de doenças. Muitas perdas de produção podem ser

debitadas na conta da alternária.

A pinta preta não obedece a nenhuma regra:

a) De clima – ataca o tomateiro nos períodos de inverno (época de chuvas) e

verão (período do ano sem chuva). Portanto, é uma doença de todo o ano, com

maior incidência nos períodos de chuva, onde as condições climáticas favorecem,

não somente a este fungo, mas a todas as outras doenças.

b) De Variedade - independente de ser tomate de crescimento determinado ou

indeterminado. Sendo tomate Santa Clara ou do grupo de Híbridos Longa Vida.

Todas sofrem as mesmas infestações desse fungo.

c) De Estádio da Planta – em qualquer fase: crescimento, floração ou frutificação,

a presença da pinta preta pode ser detectada, com maior ou menor grau de dano

econômico;

f) De Parte da planta afetada – diferente de outras doenças fúngicas (Ex.

septoriose, estenfílio e murcha de esclerotium), a pinta preta afeta toda a parte

aérea do tomateiro: caule, folhas e frutos. Algumas partes são mais

severamente afetadas, por exemplos as folhas.

d) De Nível tecnológico do produtor – esse fungo é encontrado nos plantios de

menor uso de tecnologias, do mesmo modo que é verificado nos plantios dos

produtores que utilizam todos os recursos técnicos disponíveis.

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Page 24: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

e) De Localização geográfica – em todos os Estados do Brasil , onde for cultivado

tomate, a Alternária é sempre um problema preocupante. Em todo os Estado do

Ceará, a Pinta Preta está presente na cultura do tomate.

SINTOMAS: O fungo Alternaria solani inicia o ataque no tomateiro sempre de modo

ascendente. Os primeiros sintomas serão detectados nas folha mais velhas,

evoluindo rapidamente para a parte superior. A característica de infectar de baixo

da cima, facilita no diagnóstico, eliminando qualquer possibilidade de confundir

com o Estenfílio (S. solani – fungo de ataque descendente) . Por outro lado,

poderá deixar alguma dúvida quanto ao ataque de Septoriose (Septoria

lycopersici), fungo que também tem característica ascendente, quando os

sintomas são iniciais. Mas, uma análise cuidadosa, permite distinguir os sintomas.

Vejamos os sintomas apresentados pela Alternária, em cada uma das partes do

tomateiro:

- Sintomas nas folhas – o surgimento da pinta preta será sempre pelas folhas

mais velhas, as chamadas folhas baixeira (ou folhas da base). A presença de

pequenos pontos de cor preta, são os primeiros indícios da presença do fungo.

Nesse estádio é possível confundir com septoriose e com algumas bactérias.

Porém, com a evolução da doença – que se dá de forma muito rápida – a

identificação e extremamente fácil. A formação de anéis concêntricos e o

aparecimento de um círculo amarelado em volta dos anéis concêntricos, tornam os

sintomas da pinta preta inconfundíveis. Cada anel corresponde a uma geração de

fungo. É bom que se esclareça: a formação dos anéis concêntricos, bem como do

círculo amarelo que envolve os anéis concêntricos, não serão necessariamente

perfeitos – alguns serão bem formados, outros serão irregulares, conforme poderão

ser vistos nas fotos. Em uma mesma folhas, surgem várias manchas , de tamanho

diferente; em geral, existe uma pinta preta maior e vários outras menores (de

tamanho decrescente: da pinta preta maior até uma pequena pinta do tamanho de

um ponto), que poderão se unir, conforme o desenvolvimento de cada pinta preta.

As manchas apresentarão no centro um anel de cor mais escura. Com o

crescimento da mancha, há a tendência do centro rasgar, em função da morte dos FRUTAL’2003

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Page 25: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

tecidos foliares. Plantas severamente atacadas secam as folhas de baixo para

cima.

- Sintomas no caule – o aparecimento da pinta preta no caule só é constatado em

caso se infestação severa ou quando não são tomadas medidas de controle. Sendo

muito comum o surgimento de pinta preta em plantios velhos – fase final de

colheita, ou em hortas abandonadas – seja por findar a colheita, ou por qualquer

outro motivo. Para diagnosticar a pinta preta em caules, verificar a presença de

manchas com formato alongado, de cor escura e com anéis concêntricos. A

mancha provocada pelo fungo terá formato alongado, no sentido do comprimento

do caule, sem nunca envolver totalmente o caule. Diferente das folhas, no caule as

manchas são isoladas, raramente serão encontradas manchas juntas. No centro da

mancha, será visto um anel mais escuro. Quando os sintomas surgem em plantas

novas, os danos são maiores, podendo comprometer totalmente o plantio, pois as

plantas retardam o crescimento, ficam com cor amarelada e tendem a tombar –

quebrando no centro da mancha, pela ação do vento.

- Sintomas nos frutos – o fungo da pinta preta só ataca os fruto, quando

nenhuma medida for tomada para controlar a doença no início da infestação –

aparecimento dos sintomas nas folhas da base da planta, conforme descrito

acima. Nesses casos, os prejuízos são enormes. Nenhum fruto com sintoma de

pinta preta será comercializado – significando perda de produção.

Para identificar a presença do fungo Alternária solani nos frutos, verificar a região

do cálice – região conhecida pelos produtores como “talo” do fruto, que

corresponde à parte superior do fruto. O fruto atacado pela pinta preta apresenta

anéis concêntricos, na base do talo. Em geral o fruto infectado se desprende do

“cacho”, caindo no solo – seja pela ação do vento, ou provocado por pessoa: um

leve movimento de balançar a planta. As sépalas também podem ser destruídas

pelo fungo. A alternária só atinge o fruto quando as medidas de controle não são

adotadas, quer de maneira preventiva, ou por tratamento curativo. Logo ao

surgirem os primeiros sintomas nas folhas, o controle curativo tem que ser adotado,

evitando o progresso da doença e, consequentemente, prejuízos de frutos

danificados.

FRUTAL’2003

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Page 26: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CONTROLE A ação dos fungicidas para o controle da pinta preta, com o surgimento de

produtos dos grupos químicos dos triazóis e das estrobilurinas, é de altíssima

eficiência. Tornou-se muito mais fácil prevenir e curar o tomateiro contra esse

fungo. É importante que se tenham uma coisa como básica : a necessidade de

tratamento preventivo – pois temos a certeza de que o fungo Alternária solani, é

de presença constante nos plantios de tomate.

Exemplos de fungicidas para controle de Pinta Preta:

Doses para 20 litros de água

TRIAZÓIS:

- Caramba = 15 cc

- Folicur = 20 cc

- Sportak =`20 cc

- Score = 10 cc

ESTROBILURINAS:

- Stroby = 8 cc

- Comet = 8 g

- Cabrio Top 80 g

OUTROS GRUPOS :

- Sialex = 20 g

- Dacostar = 40 g

- Isatalonil = 40 g

- Rovral = 30 cc

- Orthocide = 50 g

- Antracol = 50 g

- Polyram = 60 g

- Cantus – 3 g

FRUTAL’2003

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Page 27: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

PINTA PRETA – Alternaria solani

ANEIS CONCÊNTRICOS NA FOLHA

QUEIMA DAS FOLHAS BASAIS

ANÉIS CONCÊNTRICOS NO CAULE

ANÉIS CONCÊNTRICOS NO CAULE

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PINTA PRETA – Alternaria solani

FOLHAS DA BASE COM PINTA PRETA E ANEL AMARELO

FOLHAS DA BASE COM PINTA PRETA E ANEL AMARELO SINTOMA NO FRUTO

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7- REQUEIMA

OUTROS NOMES = FITÓFORA

MELA

QUEIMA DO TOMATE

OLHO DE VIADO NOS FRUTOS

QUEIMA DOS FRUTOS

TOMBAMENTO

AGENTE CAUSAL - Phytophthora infestans, Phytophthora capsici,

Phytophthora nicotinae, Phytophthora ssp

As várias espécies de fungos do gênero Phytophthora provocam danos

severos em todas as regiões que cultivam tomate no Estado do Ceará. Na região

do Carirí, sul do Estado do Ceará, tem sido o principal fungo do tomateiro. Na

região Central do Estado, tem sido registrado o tombamento de mudas, nos

primeiros dias após o transplante, provocado pela presença da fitófora, com perdas

de até 50% de algumas áreas. A presença das várias espécies desse fungo, com

sintomas diferentes (cada espécie tem seus sintomas característicos), provoca, por

vezes, confusão e dúvidas no diagnóstico da doença. Nas épocas de 80, até ano

de 1998, praticamente tínhamos dois tipos de fitórofora:

PINTA PRETA COM ANEIS CONCÊNTRICOS EM FOLHA

a) Tombamento de mudas;

b) Queima do olho do tomate, geralmente em plantas com idade variando entre 15

e 30 DAT.

De 1999 em diante, fomos registrando outros sintomas de fitófora, com a

presença de todas as espécies atualmente conhecidas.

Conforme veremos na descrição a seguir.

SINTOMAS I – TOMBAMENTO DE MUDAS:

A morte de plantas recém transplantada – do 1o DAT até 15 DAT, é mais

comum em solos já cultivado com hortaliças principalmente pimentão, melão, FRUTAL’2003

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Page 30: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

tomate, beringela. Solos pesados (com alto teor de argila), tendem a favorecer a

presença desse fungo, em função da dificuldade de drenagem e, conseqüente ,

presença de alta umidade no solo por vários dias.

A principal característica de fitófora em planta com morte após o transplante,

pode ser visto no caule da planta, bem próximo ao solo, onde apresentam os

tecidos úmidos e apodrecendo, com diminuição do diâmetro do caule, na região

atacada polo fungo. A planta afetada, ao ser puxada, pode quebrar rente ao solo,

ficando o sistema radicular enterrado no solo. O tombamento é imediatamente

verificado, seja pela ação do vento ou pelo próprio peso da planta. Quando uma

planta é infectada, dificilmente poderá ser recuperada.

São necessárias medidas preventivas (em áreas de risco) ou, na ausência

destas, pulverizações curativa (quando são notadas as primeiras plantas com

tombamento).

Preferencialmente o tratamento preventivo deverá ser adotado, por ser mais

eficiente e mais econômico, favorecendo, ainda, a uniformidade do plantio.

Somente os fungicidas específicos e de reconhecida eficiência devem ser usados

para o controle de fitófora, tento sempre, o cuidado com a possibilidade de criar

resistência.

II – REQUEIMA DO OLHO

Trata-se da mais antiga espécie do gênero Phytophthora, detectada no Estado

do Ceará, já nos anos de 1979 causava prejuízos enormes.

O diagnóstico é relativamente fácil. Nas plantas com estádio variando entre 5

DAT até 45DAT, o ataque do fungo é verificado de forma descendente. Iniciando

nos folíolos mais novos, caracteriza-se pela queima do limbo foliar, com manchas

de cor semelhante à ferrugem (muitos produtores, por tal característica, dizem que

o tomate está com “ferrugem“). As manchas queimam as bordas das folhas, de fora

para dentro Com o progresso da doença, o pecíolo e o caule são igualmente

afetados, provocando a queima total da parte nova da planta, em geral os primeiros

30 centímetros, medindo de cima para baixo, são destruídos. Plantas afetadas

pela requeima do olho, paralisam o crescimento, perdendo toda a capacidade

produtiva. Em alguns casos, quando o ataque é iniciado com plantas com idade

acima de 40 DAT, somente uma das “guias” (ramos) poderá ser afetada. Em casos FRUTAL’2003

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Page 31: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

de ataque severo, ou quando as medidas de controle não são efetivada, os frutos

novos também serão atacados, apresentando linhas de cor de ferrrugem, de forma

irregular. Nestes casos, os frutos não se desenvolvem, com perda total.

Em geral, o ataque é detectado em plantas isoladas, espalhadas por toda a

área cultivada. Rapidamente as plantas vizinhas serão contaminadas.

No início da infestação, a Requeima do Olho, poderá ser confundida com

algumas bactérias. No entanto, com a observação da evolução durante 48 horas, o

fungo apresenta sintomas diferentes das bactérias. As bactérias formam manchas

úmidas e de formato mais regulares (circulares), distribuídas por varias partes da

planta. Os fungos provocam manchas secas e de formato irregular-alongados, e

concentradas na parte nova da planta.

O controle da Requeima do Olho, pela sua agressividade, precisa ser feito de

modo preventivo – em regiões e épocas de maior incidência. Quando medidas

preventivas não foram tomadas, tendo sido registrada a presença do fungo, o

tratamento curativo tem que ser adotado imediatamente. Nestes casos, a aplicação

de fungicidas sistêmicos específicos em associação com fungicidas protetores, é a

única solução.

III – REQUEIMA DAS FOLHAS

Diferente dos sintomas descritos nos itens anteriores, a requeima das folhas

apresenta algumas particularidades.

Os sintomas mais característicos são:

a) Queima das bordas das folhas, Inicialmente uma fina linha de cor preta é

observada nas folhas – dando a impressão de uma linha formada por um lápis

grafite. Com a evolução, a queima vai aumentando de fora para dentro, provocando

o enrolamento dos folíolos. O enrolamento é para cima, formando, por vezes, um

cone. Muito cuidado devemos ter por ocasião do diagnóstico, para determinar a

severidade do ataque – em geral os sintomas iniciais estão em todas as folhas (das

mais velhas às mais novas), a presença da linha de cor negra (inicio do ataque)

pode passar desapercebido.

b) Manchas grandes, em foram de “V”, quando observamos os folíolos segurando

pelo pecíolo, estarão presentes. Em alguns casos – dependendo do fatores

climáticos – as manchas nas folhas poderão ser notadas inicialmente no segundo FRUTAL’2003

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31

Page 32: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

terço da planta – progredindo para cima e para baixo na mesma planta, e para os

lados nas plantas vizinhas.

Quando as folhas estão com sintomas avançados de requeima, os tecidos morrem

(necrose do limbo foliar). Ao friccionar a folha com a mão, ela se transformará em

pó. Sendo mais uma característica da doença.

IV – REQUEIMA DOS FRUTOS

O ataque de Phytophthora nos frutos de tomate, pode acontecer de duas

modalidade:

a) Nos frutos novos – como consequência do desenvolvimento da Requeima do

Olho, conforme descrito anteriormente. As manchas provocada pelo fungo, tem

forma irregular em qualquer parte do fruto. São manchas de cor semelhante a

chocolate. Aparecem várias manchas no mesmo fruto.

c) Nos fruto velhos – Há a necessidade de detalhamento dos sintomas, tendo em

vista ser diferente de qualquer outro sintoma de Requeima.

Para que o fungo apresente sintomas, algumas condições são necessárias. A soma

dos fatores seguinte determinam a Requeima dos frutos das pencas de baixo:

1° - Climática – em plantios realizados no período seco (sem chuvas - no Ceará

nos meses de Setembro e Outubro), que estejam próximo ao período de Colheita e

recebam as primeiras chuvas de Novembro ou Dezembro.

2° - Deficiência hídrica – áreas com irrigação insuficiente – seja pelo método de

fornecimento , ou pela quantidade de água aplicada – que recebam águas de

chuvas (conforme citado do item 1°).

3° - Desequilíbrio nutricional – junto com as duas condições anteriores, plantios

conduzidos com adubação excessiva de nitrogênio (Ex. Uréia e esterco de galinha),

favorecem ao fungo.

Acontecendo os três fatores juntos:

Plantios próximos à colheita nos meses de Novembro e Dezembro, (transição de

verão para inverno), conduzidos com irrigação deficiente, adubados com nitrogênio

em excesso, que recebam as primeiras chuvas do início do período chuvoso,

apresentam a Requeima dos frutos. A presença do fungo é favorecida pela

absorção de grande quantidade de água e nitrogênio de forma rápida.

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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Page 33: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

O sintoma característico é a formação de uma mancha de tamanho grande,

localizada geralmente ao lado do fruto, com formato redondo, com cor variando de

marrom claro ao preto e superficial – raramente atinge às sementes. Outra

característica é a presença de grande quantidade de líquido (água) no interior dos

frutos. Cortando um fruto ao meio, mesmo estando em estádio verde, escorre

líquido – sem a necessidade de fazer pressão, o que não ocorre com frutos sadios.

Para o controle da Requeima dos frutos, medidas devem ser adotadas,

especificamente:

a) pulverizar preventivamente com fungicida sistêmico específico, associado a

fungicida protetor. Ver relação de produtos citados nas medidas de controle

específicas para a Requeima.

b) adubar obrigatoriamente obedecendo a relação nitrogênio x potássio, no mínimo

de 1 x 1,66 (em todo o ciclo), tendo o cuidado de manter a relação de no mínimo 1

x 3, do estádio de pré-colheita (50 a 70 DAT)

c) irrigar de modo a fornecer quantidade de água em volume necessário às

necessidades das plantas – ver detalhes sobre o assunto no capítulo sobre

irrigação. Sempre que possível irrigar toda a área cultivada, evitando pontos de alta

umidade (encharcamento) e pontos sem água .

d) dependendo da situação nutricional e hídrica, poderá ser necessário uma

adubação emergencial somente com potássio.

e) No caso de serem registradas chuvas de 50 mm ou acumulado acima de 50 mm

em cinco dias, é necessário a amontoa, formando uma “leira” na linha de plantio,

evitando o excesso hídrico e, ao mesmo tempo, favorecendo novo enraizamento.

Vale lembrar que somente deverá ser feito amontoa quando não tiver sido adotada

tal prática no início da cultura.

CONTROLE 1- FUNGICIDAS - DOSES PARA 20 LITROS DE ÁGUA

1 .1 – SISTÊMICOS

FORUM = 15 GRAMAS

ALIETE = 50 GRAMAS

PREVICUR = 40 ML

1.2 – PROTETORES FRUTAL’2003

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Page 34: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

ANTRACOL = 50 GRAMAS

ORTHOCIDE = 50 GRAMAS

DACOSTAR = 50 GRAMAS

DITHANE = 50 GRAMAS

ISATHALONIL = 50 GRAMAS

POLYRAM = 60 GRAMAS

1.3 – SISTÊMICOS + PROTETORES

RIDOMIL GOLD = 40 GRAMAS

FORUM PLUS = 60 ML

ACROBAT Mz = 80 GRAMAS

POSITRON DUO = 50 GRAMAS

2 – MEDIDAS AUXILIARES

2.1 – EQULÍBRIO NUTRICIONAL

Especial atenção deve ser dada para a relação Nitrogênio x Potássio durante todo

o ciclo e principalmente após 50DAT, quando a relação deverá ser:

1 x 1 até 25 DAT

1 X 1,5 de 26 a 40 DAT

1 x 2 de 41 a 50 DAT

1 x 3 após 50 DAT.

2.2 – CONTROLE HÍDRICO – evitando (sempre que possível) períodos com

deficiência e dias com excesso de água.

2.3 – Não irrigar por aspersão ou micro-aspersor. Preferencialmente usar o

sistema de gotejamento.

2.4 – Nos períodos de maior umidade, utilizar espaçamentos maiores. Com

densidade máxima de 16.000 plantas por hectare.

3 – DADOS SOBRE PULVERIZAÇÕES:

3.1 = Preventivamente nas regiões e/ou períodos onde o ataque do fungo seja

favorável.

3.2 = Intervalo de aplicação:

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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Page 35: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

- Preventivo = A cada 10 dias em possibilidade de baixa infestação. A cada 7

dias em possibilidade de alta infestação.

- Curativo = A cada 5 dias em baixa infestação.

A cada 3 dias em alta infestação

3.3 = Alternar princípios ativos sistêmicos e protetores.

3.4 = Associar sempre um produto sistêmico com um protetor, evitando a

possibilidade de resistência.

3.5 = Preferencialmente usar produtos com mistura pronta

3.6 = Efetuar cobertura total da planta

3.7 = Usar espalhante-adesivo e redutor de pH.

REQUEIMA - Phitophthora ssp

QUEIMA DO TOPO DA PLANTA

FRUTAL’2003

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Page 36: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FITÓFORA NOS FRUTOS

FITÓFORA – Phytophthora ssp

QUEIMA DAS BORDAS DAS FOLHAS

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Page 37: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

MANCHAS NO CAULE

QUEIMA DAS BORDAS DAS FOLHAS

8 – SEPTORIOSE

AGENTE CAUSAL - Septoria lycopersici

A incidência de Septoriose no tomateiro vem aumentando

consideravelmente a cada ano. Na região do Cariri, Sul do Estado do Ceará, tem

sido a doença fúngica principal desde o ano de 2001. No Norte (Ibiapaba)do Estado

do Ceará os primeiros casos de incidência de septoriose, com perdas de produção,

foram registradas no ano de 1996. Nas estufas de produção de mudas, onde não

existem programas preventivo de controle de doenças, a septoriose causa danos

consideráveis, ao mesmo tempo, sendo responsáveis pela disseminação do fungo

a nível de campo. As mudas sendo infectadas nas estufas, poucos dias após o

transplante, acontece uma verdadeira explosão do fungo no campo.

SINTOMAS Trata-se de um fungo ascendente. As folhas mais velhas são as primeiras a

serem infectadas pelo patógeno, do mesmo modo que a Pinta Preta (Alternária

solani). Em função desta característica, no início da infestação, a septoriose

poderá ser confundida com a Pinta Preta. FRUTAL’2003

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Page 38: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Os primeiros sintomas de septorioses são pequenas manchas nas

folhas. As manchas aparecem inicialmente nos ponteiros dos folíolos, avançando

para dentro. Sobre as manchas, com o auxílio de uma lupa, serão vistos

numerosos pontos de cor preta, formando um círculo. O centro de cada mancha

fica com a cor clara, lembrando a cor de palha de milho seca.

Vejamos algumas diferenças entre a Pinta Preta e a Septoriose.

A Pinta Preta apresenta:

- manchas com anéis concêntricos,

- mancha amareladas ao redor dos anéis,

- manchas de tamanho grande, em geral isoladas,

- poucas manchas por folíolo,

- distribuição das manchas em qualquer parte do folíolo.

A Septoriose tem as seguintes características:

- pontuações negras sobre as manchas,

- ausência de anel amarelado ao redor das manchas,

- manchas pequenas,

- numerosas manchas agrupadas,

- início da infestação nas pontas dos folíolos,

- centro da mancha de cor da palha de milho seca.

Comparando as diferenças citadas, fica fácil distinguir um fungo do outro, evitando

erro de diagnóstico.

CONTROLE A nível de campo, o controle da Septoriose é relativamente simples. Maiores

dificuldades de controle serão enfrentadas quando as mudas forem transplantadas

já infectadas.

Dentre os fungicidas com melhor eficiência, merecem destaque:

- Sialex,

- Folicur

- Caramba

- Dacostar

- Isatalonil FRUTAL’2003

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38

Page 39: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

- Rovral

- Orthocide

- Strobilurinas .

As doses a serem aplicadas serão as mesmas para o controle de Pinta Preta.

Tendo o cuidado de não aplicar alguns triazóis em plantas com menos de 30DAT.

SEPTORIOSE – Septoria lycopersici

MANCHAS COR DE PALHA, COM PONTUAÇÕES NEGRAS

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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Page 40: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

PROGRAMA PREVENTIVO DE CONTROLE DE DOENÇAS FÚNGICAS

REGIÃO COM ALTA INCIDÊNCIA DE FUNGOS E

RTHOCIDE (50 g)

(50 g)

(60 ml)

OLYRAM (60g)

+ ANTRACOL (40g)

CIDE (40g)

g)

CONSIDERANDO

PERÍODO CHUVOSO.

DOSES PARA 20 LITROS DE ÁGUA

DT = PREVICUR (30 ml) + O

3DAT = DACOSTAR (50 g)

6DAT = POSITRON DUO

9DAT = SCORE (10ml)

12DAT= FORUM PLUS

15DAT= SIALEX (20g)

18DAT= ALIETE (40g) +P

21DAT= SCORE (10ml)

24DAT= PREVICUR (30ml)

27DAT= DACOSTAR (50g)

30DAT= SIALEX (20 g) + ORTHO

33DAT= POSITRON DUO (50

36DAT= CABRIO TOP (80 g)

39DAT= ACROBAT Mz (80g)

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CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

40

Page 41: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

44DAT= CARAMBA (15 ml)

49DAT= ALIETE (40g) + DACOSTAR (40g)

RTHOCIDE (40g)

)

5DAT= ANTRACOL (50 g)

AT,

gnóstico, quando produtos incompatíveis. No dia seguinte completar o

empre usar Espalhante Adesivo e Redutor de pH.

ROGRAMA PREVENTIVO DE CONTROLE DE DOENÇAS FÚNGICAS

54DAT= STROBY (10 ml)

59DAT= DACOSTAR (50g)

64DAT= CARAMBA (15ml)

69DAT= PREVICUR (30ml) + O

79DAT= CABRIO TOP (80 g

8

Para o período sem chuvas, com dias quentes e noites úmidas e frias, o intervalo

entre aplicações deverá adaptado, podendo ser de 5 em 5 dias até aos 40D

passando a 8 em 8 dias até 70 DAT, depois 12 em 12 dias até o final do ciclo.

Quando houver coincidência de pulverizações com inseticidas e/ou bactericidas,

observar a compatibilidade dos produtos. A preferência de aplicação será em

função do dia

tratamento.

S

P

REGIÃO COM ALTA INCIDÊNCIA DE FUNGOS E

RTHOCIDE (50 g)

(50 g)

(60 ml)

OLYRAM (60g)

+ ANTRACOL (40g)

CONSIDERANDO

PERÍODO CHUVOSO.

DOSES PARA 20 LITROS DE ÁGUA

DT = PREVICUR (30 ml) + O

3DAT = DACOSTAR (50 g)

6DAT = POSITRON DUO

9DAT = SCORE (10ml)

12DAT= FORUM PLUS

15DAT= SIALEX (20g)

18DAT= ALIETE (40g) +P

21DAT= SCORE (10ml)

24DAT= PREVICUR (30ml)

27DAT= DACOSTAR (50g) FRUTAL’2003

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Page 42: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

30DAT= SIALEX (20 g) + ORTHOCIDE (40g)

g)

COSTAR (40g)

RTHOCIDE (40g)

)

5DAT= ANTRACOL (50 g)

guinte completar o

pH.

Ver no final da apostilha dados de pH e Grupos químicos.

04 - DOENÇAS BACTERIANAS DO TOMATE

33DAT= POSITRON DUO (50

36DAT= CABRIO TOP (80 g)

39DAT= ACROBAT Mz (80g)

44DAT= CARAMBA (15 ml)

49DAT= ALIETE (40g) + DA

54DAT= STROBY (10 ml)

59DAT= DACOSTAR (50g)

64DAT= CARAMBA (15ml)

69DAT= PREVICUR (30ml) + O

79DAT= CABRIO TOP (80 g

8

Para o período sem chuvas, com dias quentes e noites úmidas e frias, o intervalo

entre aplicações deverá ser adaptado, podendo ser de 5 em 5 dias até aos 40DAT,

passando a 8 em 8 dias até 70 DAT, depois 12 em 12 dias até o final do ciclo.

Quando houver coincidência de pulverizações com inseticidas e/ou bactericidas,

observar a compatibilidade dos produtos. A preferência de aplicação será em

função do diagnóstico, quando produtos incompatíveis. No dia se

tratamento. Sempre usar Espalhante Adesivo e Redutor de

OENÇAS BACTERIANAS.

1 - CANCRO BACTERIANO – Clavibacter michiganensis.

(ex-Pseudomonas solanacearum)

3 - NECROSE MEDULAR – Pseudomonas corrugata

D

• 2 - MURCHA BACTERIANA – Ralstonia solanacearum

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Page 43: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

• 4 - MANCHA BACTERIANA – Xanthomonas campestris pv vesicatoria

• 5 - PINTA BACTERIANA – Pseudomonas syringae pv tomato

• 6 - TALO OCO – Erwinia spp

1- CANCRO BACTERIANO: 1.1 - AGENTE CAUSAL – Clavibacter michiganensis

DANOS O cancro bacteriano, conforme o modo de infecção, poderá causar maiores ou

menores danos na produção. Quando o ataque se dá de modo sistêmico,

geralmente muito agressivo, provoca a morte das plantas, podendo chegar a 60%

da área. Nos casos de ataque por contato (ou localizado), modo menos agressivo,

as perdas serão menores - sendo adotadas as medidas de controle logo no início

do ataque, as perdas poderão ser muito pequenas. Sérios danos são causados

quando o ataque da bactéria é localizado no cacho, provocando a queda de flores e

de frutos novos, com forte redução da produção, chegando a perda de mais de 20

% da floração. Somente quando a queda é acentuada, o produtor percebe a

severidade da bactéria. Daí, a necessidade de monitoramento permanente,

quando na condições climáticas forem favoráveis às bactérias.

SINTOMAS - Nos frutos - O surgimento e pequenas manchas, de formato arredondados, com

pequenas depressão, de cor esbranquiçada e vai evoluindo para marrom claro. A

quantidade de manchas por fruto sempre será mais de uma. Algumas pessoas

comparam a mancha formada pelo cancro bacteriano com o olho de passarinho.

Qualquer fruto pode ser atacado, muitos casos são encontradas bactérias em frutos

novos, em plantas em fase de colheita. Quando comparamos com a pinta

bacteriana (Pseudomonas syringae) e com a Mancha bacteriana (Xanthomonas

campestris pv vesicatoria), três características diferem as bactérias umas das

outras: FRUTAL’2003

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43

Page 44: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

a) A mancha do cancro bacteriano é de forma depressiva com halo de cor branco,

a pinta bacteriana tem forma levemente elevada, enquanto a mancha bacteriana é

de forma depressiva, com halo úmido (dando a impressão de oleoso)

b) O cancro bacteriano não se destaca do fruto, enquanto a pinta bacteriana pode

ser retirada facilmente (como se fosse uma verruga), a mancha bacteriana também

não se destaca, sendo maior que o cancro e a pinta bacteriana.

c) O cancro bacteriano tem cor clara (marrom-esbranquiçado), enquanto a pinta

bacteriana tem cor escura (quase negra), a mancha bacteriana tem cor marrom

escuro.

- Nos cachos – numerosas pintas - de cor marrom-claro - surgem nos cachos,

provocando a queda acentuada de flores e frutos novos, deixando , por vezes,

cachos com um ou nenhum fruto. O ataque nos cachos, quase sempre é de forma

generalizada, em toda a área, apresentando queda de flores em 100% das plantas,

principalmente quando as condições climáticas são favoráveis (noites frias e dias

quentes). Nesses casos, medidas curativas são de máxima urgência.

- Na planta – o principal sintoma do cancro bacteriano é a murcha de somente um

lado da planta, que se torna mais evidente nas horas mais quentes do dia (por volta

de 9 horas da manhã, a murcha é perfeitamente visível). Na parte mais nova –

olho do tomateiro -, as folhas de um lado murcham e as do outro lado continuam

normal, a murcha será sempre descendente. Uma planta com cancro bacteriano,

murcha durante as horas quentes do dia e, no dia seguinte, amanhece com

aspecto normal – como se não tivesse bactéria, durante alguns dias a planta assim

se comporta . Com o progresso da doença, toda a planta murchará de modo

irreversível, chegando à morte. Sempre surgiram plantas com sintomas de cancro

bacteriano, de forma isolada ou em pequenas reboleiras. Lentamente será

disseminada em toda a área, seja pela prática de desbrota e amarrio, ou pela ação

da água. Fotos na página 45

CONTROLE Em geral os tratamentos químicos, se usados isoladamente, não são

suficientes para o controle da bactéria, quando se apresentam de modo sistêmico.

Todas as medidas devem ser usadas – conforme citado a seguir em “ Controle de

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44

Page 45: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

bactérias “.Nos casos em que o ataque é por contato, o controle químico é

suficiente para o controle total da bactéria.

CANCRO BACTERIANO - Clavibacter michiganensis

MURCHA LATERAL NO TOPO

PINTAS NOS FRUTOS

PINTAS NOS CACHOS

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Page 46: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

2 – MURCHA BACTERIANA 2.1 – AGENTE CAUSAL - Ralstonia solanacearum

(Pseudomonas solanacearum, Burkholderia solanacearum)

DANOS Dentre todas as bactérias que afetam o tomateiro, a murcha bacteriana é a

mais destrutiva e mais comum nas áreas cultivadas. Em maior ou menor escala,

essa bactéria, provoca danos econômicos. Qualquer planta de tomate após ser

infectada fatalmente morre. Dependendo das condições climáticas, tipo de solo,

espaçamento, adubação, tratamento preventivo, e métodos de condução e

irrigação os danos poderão ser até de 100% da área cultivada. Se todos os fatores

de risco estiverem presentes, dificilmente a murcha bacteriana permite colheita

com bons níveis de produtividade. Em muitos casos não é recomendável tentar o

controle, sendo anti-econômico . Nos casos de ataque generalizado na área

cultivada, é preferível a erradicação e destruição total das plantas, cultivando, nos

anos seguintes, com culturas resistentes, a exemplo de milho, cana-de-açucar,

mandioca, etc.

SINTOMAS Afeta toda a planta, provocando a murcha lenta, progressiva e

irreversível. Diferente do cancro bacteriano, quando a Ralstonia solanacearum

ataca o tomateiro, os sintomas são de murcha dos dois lados das plantas. De modo

mais rápido e mais agressivo a murcha bacteriana é mais destrutiva. Os sintomas

de murcha são detectados em plantas com mais de 20 DAT. Para identificar e tirar

qualquer dúvida quanto ser ou não a murcha bacteriana, basta realizar o teste de

“câmara úmida “ ou “ teste do copo “.

Como fazer o teste:

a) cortar um pedaço de aproximadamente 15 a 20 cm da haste principal,

preferencialmente entre o colo e a bifurcação do caule.

b) usando um copo transparente (ou outro recipiente semelhante), colocar água

até 2/3 do recipiente. A água deve ser a mais limpa possível, se possível filtrada.

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46

Page 47: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

c) mergulhar o pedaço do caule do tomate, de modo que pelo menos 3 cm fique

dentro da água. Fixar o pedaço do caule na borda do recipiente, com um pequeno

corte no pedaço do caule, ou por meio de um arame fino , ou , ainda, com uso de

uma fita adesiva. O importante é que o pedaço do caule não chegue ao fundo do

recipiente, ficando a sua ponta submersa suspensa.

d) Aguardar de 1 a 2 minutos, tempo suficiente para que o “pus bacteriano “ inicie

sua saída do pedaço de caule. Tendo a presença da bactéria, um filete contínuo de

pus bacteriano sairá do pedaço de tomate. Dependendo da quantidade de bactéria

existente, a água do recipiente ficará com cor esbranquiçada, provocado pelo pus

bacteriano. Decorrido 2 minutos, não aparecendo o pus bacteriano, temos a

certeza de que a murcha foi provada por outro agente causal. Em muitos casos

antes mesmo de completar o primeiro minuto, já inicia a saída do pus bacteriano.

e) Importante, devemos sempre fazer o teste em mais uma planta. Achamos que

para cada 5.000 plantas cultivadas, devemos realizar o teste em no mínimo 2

plantas com sintomas de murcha. Cada planta deverá ser testada em água nova.

Fotos pag 47.

CONTROLE Para o controle da Rasltonia solanacearum, todas as medidas preventivas

devem ser adotadas. Nenhuma medida isolada terá qualquer eficiência. Especial

atenção deve ser tomada na escolha da área, evitando regiões de baixada úmidas

e com histórico de encharcamento. Do mesmo modo, áreas já cultivada e que

apresentaram plantas com murcha bacteriana precisam ser evitadas. O controle da

água de irrigação, junto com a adubação nitrogenada são decisivas para o controle

de murcha bacteriana.

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Page 48: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

MURCHA BACTERIANA – Ralstonia solanacearum

MURCHA BACTERIANA EM PLANTA EM ESTÁDIO PRODUTIVO

MURCHA BACTERIANA EM PLANTA

PUS BACTERIANO EM TESTE DE COPO

PROVA DA EXISTÊNCIA DE MURCHA BACTERINANA

MURCHA GERAL DAS PLANTAS

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Page 49: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

3- NECROSE MEDULAR 3.1 – AGENTE CAUSAL : Pseudomonas corrugata

DANOS Danos a nível econômicos, somente é constatado em casos de alta infestação

e quando não são adotadas medidas de controle. Em casos onde constatamos a

presença de Pseudomonas corrugata e ao mesmo tempo outra bactéria – a

exemplo de cancro bacteriano, os danos são de valores elevados.

SINTOMAS ENRAIZAMENTO DO CAULE – O primeiro sintoma visível de uma planta com

necrose medular, é o surgimento de raízes na parte área da planta. Em qualquer

parte do caule numerosas raízes começam a se desenvolver – dando a

demonstração de que a planta está tentando se recuperar, buscando emitir novo

sistema radicular. Até mesmo nos cachos poderão surgir raízes adventícias. Para

um bom observador, a bactéria poderá ser identificada logo no início, quando no

caule surgem os primeiros pontos, onde surgirão as raízes adventícias. Ainda no

caule, pelo lado externo, manchas escuras surgirão, no local da inserção do pecíolo

da folha.

NA MEDULA DO CAULE – um sintoma característico da Necrose Medular, é o

aparecimento de manchas na medula do caule do tomateiro de cor chocolate e de

formato alongado. Efetuando um corte longitudinal no caule de uma planta com

sintomas externos dessa bactéria, as manchas serão vistas, em contraste com a

cor branca da medula do caule

NAS FOLHAS – com o progresso da doença, as folhas amarelecem e secam, de

baixo para cima – podendo levar à morte da planta. Vale lembrar que somente

haverá a morte da planta se medidas de controle não foram adotadas.

CONTROLE A necrose medular, quando comparada com outras bactérias, tem seu

controle relativamente fácil. Pulverizações com bactericidas e o uso de medidas

auxiliares, são altamente eficientes. Ver mais informações em “Controle de

Bactérias”. FRUTAL’2003

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Page 50: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

NECROSE MEDULAR - Pseudomonas corrugata

MANCHAS COR CHOCOLATE NA MEDULA DO CAULE

EMISSÃO DE RAÍZES LOCALIZADAS NO CAULE

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50

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4- MANCHA BACTERIANA 4.1 – AGENTE CAUSAL – Xanthomonas campestris pv vesicatoria

DANOS Queda da floração, perda direta de frutos com manchas e diminuição da área foliar,

são os danos causados por essa bactéria. A perda de floração, em alguns casos pode

comprometer totalmente os cachos, com perdas de até 100%. Os frutos quanto

apresentam a bactéria não são comerciais, principalmente, quando a infestação afeta os

frutos verdes, com danos econômicos elevados.

SINTOMAS NAS FOLHAS, dezenas de manchas escuras aparecem nas folha mais velhas,

progredindo de forma rápida para a parte superior das plantas. Algumas manchas

poderão se unir, dando a impressão de ser uma mancha grande. No início as manchas

da bactéria Xanthomonas campestris, poderá ser confundida com a Pinta Preta

(Alternaria solani) ou com a Septtoriose (Septoria lycopersici) e Pinta Bacteriana

(Xanthomonas campestris). Há a possibilidade de ser confundida com a requeima

(Phytophtora infestans).Vale lembrar que as quatro doenças atacam inicialmente as

folhas da base da planta. Com a evolução das doenças (monitorando por 48 horas) os

sintomas se caracterizam, facilitando a identificação entre bactéria e fungo. Observando

atentamente a mancha da bactéria tem aspecto mais aguado. Provocam o

amarelecimento parcial ou total das folhas, um alo amarelo surgem ao redor das

manchas. Com a evolução, a mancha pode se romper no centro. Plantas em qualquer

idade podem ser atacadas, até mesmo mudas antes do transplantes são susceptíveis.

Os pecíolos atacados apresentam manchas de cor marrom e forma alongada.

NOS CACHOS – a queda de grande quantidade de flores, é um forte indício da presença

da bactéria. Manchas de cor marrom poderão aparecer.

NOS FRUTOS – Diversas manchas nos frutos (muito comum em frutos verdes), de cor

marrom-escuro, com um halo aguado (dando a impressão de oleoso). As manchas são

deprimidas, com bordas levemente elevadas.

CONTROLE FRUTAL’2003

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Page 52: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Muito embora seja uma bactéria que promova a queda de grande quantidade de

flores e destruição de frutos (a nível comercialmente), o seu controle não é dos mais

difíceis. É de primordial importância o diagnóstico precoce e o controle imediato, com uso

de bactericidas. Ver em “Controle de bactérias“

MANCHA BACTERIANA - Xanthomonas campesttris

MANCHAS NAS FOLHAS

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Page 53: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

MANCHA BACTERIANA - Xanthomonas campesttri

PINTAS DEPRESSIVAS NOS FRUTOS

MANCHS ESCURAS NO PECÍOLO

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Page 54: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

5 – PINTA BACTERIANA 5.1 - AGENTE CAUSAL –Pseudomonas syringae pv tomato

5.2 – Outra demonicação : Mancha bacteriana pequena

DANOS Os danos da pinta bacteriana são semelhantes aos provocados pela mancha

bacteriana (Xanthomonas campestris).

SINTOMAS Inicialmente os sintomas da Pinta bacteriana podem ser confundidos com outras

doenças (fúngicas: pinta preta e septoriose; bacteriana: mancha bacteriana).

NAS FOLHAS: a presença de várias manchas pequenas (até 3 mm) , quando

mais de uma mancha se unem (formando uma única mancha), o tamanho da mancha

será bem maior , principalmente quando atingem as bordas dos folíolos. As manchas são

aguadas.

NOS FRUTOS – as manchas são pequenas, pretas, circulares, superficiais, sendo

bem diferentes das manchas provocadas pelo cancro bacteriano (C. michiganensis) e

pela mancha bacteriana (X. campestris). Vale lembrar que as manchas nos frutos

surgem somente se não forem adotadas medidas de controle, logo ao surgirem os

primeiros sintomas nas folhas.

CONTROLE O combate à pinta bacteriana é idêntico ao adotado para a mancha bacteriana,

erwínia e necrose medular. Ver em “Controle de bactérias”.

PINTA BACTERIANA – Pseudomonas syringae

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Page 55: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

MANCHAS ALONGADAS NAS HASTES DOS CACHOS

INTAS NAS FOLHAS COM COR AMARELADA AO REDOR

6.2 – OUTRO NOME: PODRIDÃO MOLE

P

6 – TALO-OCO 6.1- AGENTE CAUSAL – Erwinia carotovora

Erwinia spp

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Page 56: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

DANOS O talo-oco tem sido responsável por perdas consideráveis em área de tomate,

principalmente na época chuvosa – quando a incidência é maior e o controle mais difícil.

Em plantios de Campo já contatamos perdas superiores a 50% da produção esperada.

Em estufa, onde a presença da Erwinia é mais agressiva, perdas de 80% de plantas

mortas, com fortíssima redução da produtividade.

SINTOMAS NO CAULE – a Erwinia é uma bactéria praticamente de caule, em tomate. Somente em

casos extremos os sintomas serão vistos nos frutos. A destruição total da medula do

caule é o principal sintoma. A bactéria desintegra a medula de forma ascendente, de tal

modo que ao fazer pressão no caule, com os dedos, o mesmo cede – demonstrando

claramente que está oco – de onde vem o nome popular: talo-oco. Quando a doença

está em estado avançado, um odor forte e característico exala ao cortamos o caule. Por

fim, a planta murcha e morre. Ao iniciar o processo de murcha, a planta não mais se

recupera. O processo de murcha é mais evidente em plantas em início de produção.

CONTROLE Nas épocas de chuvas ou em cultivo protegido o mais sensato é adotar medidas

preventivas, com uso de bactericidas – preferencialmente seguindo um Programa

Preventivo de Controle de bactérias em geral. Ver detalhes em “Controle de Bactérias”.

MANCHA MARROMEXTERNA

NO CAULE

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Page 57: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

TALO – OCO OU PODRIDÃO MOLE – Erwinia spp

DESTRUIÇÃO DA MEDULA

MANCHA MARROM NO

CAULE

PLANTA DESTRUIDA POR ERWINIA

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Page 58: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CAUSAS GERAIS DO SURGIMENTO E AUMENTO DE BACTÉRIAS

1 – PRIORIDADE NO COMBATE A FUNGOS As doenças fúngicas, causadoras de grandes prejuízos, se tornaram a preocupação

maior dos produtores de tomate. Ao mesmo tempo, o combate às bactérias ficou

totalmente esquecido. As bactérias não causavam danos visíveis. Por outro lado, a cerca

de vinte anos, por ocasião de um surto de bactérias, foram utilizados bactericidas

específicos, praticamente erradicando as bactérias. A prioridade, nos últimos anos, tem

sido a pinta preta (Alternaria solani) e a requeima (Phytophthora ssp).

2- POUCO USO DE COBRE Nos últimos anos o uso de cobre em pulverizações foi drasticamente reduzido,

principalmente nos anos de 1995 a 1997. A não aplicação de cobre na cultura no

tomateiro era ainda menor nos meses chuvosos e frios. Foi criado, junto aos produtores,

o fato de que nos meses de chuvas (entre janeiro e maio), devem ser aplicados

fungicidas conhecidos como “ massas fortes “ (termo usado para designar os fungicidas

modernos, de ação mais específica, mais ampla e geralmente sistêmica).

Os fungicidas chamados de “massas fracas“, só deveriam ser usadas nos meses

secos (junho a dezembro). O cobre, passou a ser utilizado somente nos meses secos. Esse

foi um grande erro. A ausência do cobre, permitiu o surgimento de bactérias, praticamente

desconhecidas (Necrose Medular); bem como o aumento da incidência de outras bactérias,

que não causavam grande danos (Talo-oco).

3 – USO DE FUNGICIDAS, SEM NENHUMA AÇÃO BACTERIANA O surgimento de novos fungicidas, com ação específica sobre os fungos da pinta

preta (Alternaria solani) e da requeima (Phytophthora ssp), permitiu o uso de menor

número de pulverizações e a aplicação de produto específico para a doença presente.

Os fungicidas modernos substituíram o COBRE, Maneb e Zineb. Dentre muitos, os mais

utilizados são: Sialex (Procimidone), Score (Difenoconazole), Orthocid (Captan),

Curzarte (Cymoxamil), Dacostar (Clorothalonil), Folicur (Tebuconazole), Caramba

(Metconazole), Stroby e Amistar (Estrobilurinas). Sendo o COBRE um fungicida e

bactericida, até então muito utilizado e que mantinha o nível de bactérias sob controle, a

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Page 59: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

sua substituição quase que total, por produtos sem ação bactericida, criou um ambiente

favorável ao aumento das bactérias.

A substituição de produtos foi um processo natural, a partir do momento que o

produtor, movidos pela necessidade de combater os fungos, teve ao seu alcance os

novos produtos, lançados pelas indústrias de defensivos, principalmente as estrobilurinas

e os triazóis.

4 – DESEQUILÍBRIO NUTRICIONAL Um dos fatores que mais contribuíram para o aumento excessivo da incidência de

bactérias, foi (e continua sendo) o desequilíbrio nutricional.

4.1 - O uso de Nitrogênio em excesso, principalmente na forma de Uréia e esterco

de galinha. O mais grave é o modo de utilização destes dois produtos:

a) Esterco de galinha em fundação, em grandes quantidades.

b) Esterco de galinha em cobertura, colocado em uma cova aberta entre as plantas,

geralmente entre 15 a 20 dias antes do transplante.

c) Uso somente de Uréia, em cobertura, notadamente a primeira adubação de

cobertura.

4.2 - Pouco uso de Potássio. A grande maioria dos produtores desconheciam os

benefícios o potássio. O efeito imediato dos adubos nitrogenados, promovendo um

crescimento rápido das plantas, estimulava, cada vez mais, o uso de uréia e esterco de

galinha poedeiras. Ao mesmo tempo que as plantas cresciam, por força de adubos com

alto teores de nitrogênio, o desequilíbrio nutricional (pouco potássio, fósforo e cálcio),

tornava estas mesmas plantas muito sensíveis a todas as doenças. As bactérias, tinham

ao seu dispor plantas sem nenhuma ou pouca resistência.

4.3 – Relação Nitrogênio (N) x Potássio (K2O), por falta de conhecimento sobre

adubação, os produtores não levam em consideração a relação de nitrogênio e potássio,

por ocasião das adubações. Na verdade, o que vemos, são misturas de adubos,

tomando como base a unidade de sacos. Não existe um planejamento de adubação,

obedecendo a uma relação correta de N x K2O.

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Page 60: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

5- EXCESSO DE ÁGUA O fornecimento de água em quantidade acima da necessária para o

desenvolvimento das plantas, fato comum entre os produtores, vem favorecendo o

aumento das bactérias. O fato se torna mais grave quando, em áreas de declive

acentuado, a água escorre sobre o solo. Em geral, as hortas são irrigadas com grande

volume de água, sem nenhum controle de volume e distribuição. O sistema de irrigação,

por meio de mangueiras, não permite controlar a quantidade da águas; ao mesmo

tempo, a distribuição é totalmente irregular: áreas altas com pouca água, e as áreas de

baixas, com excesso hídrico). Outro erro é a irrigação logo após chuvas. Os produtores

acreditam ser necessário irrigar, para lavar as folhas das plantas, retirando, deste modo,

os fragmentos de solo que a chuva, eventualmente, possa ter depositado sobre as

folhas do tomateiro.

6- PLANTIO EM ÁREAS DE BAIXADA Quase sempre, quando os plantios são feitos em áreas de baixadas, a presença de

bactérias é uma certeza.

As áreas de baixadas, onde geralmente é cultivada a cana-de-açucar, são solos rasos,

em muitos casos a rocha (chamada de laje) pode ser vista aflorando.

As baixadas são sempre lavadas por águas dos córregos, rios e riachos – principalmente

nos anos de período chuvoso normal (em torno de 1700 mm/ano), provocando

encharcamento por vários meses.

Além disso, são solos com alto teor de matéria orgânica.

Todos estes fatores, em conjunto, formam ambiente altamente favorável à presença das

bactérias que, imediatamente após o plantio do tomateiro, se instalam na cultura.

7 – FOCOS DE PLANTAS CONTAMINADAS Não raro, são encontrados verdadeiros focos disseminadores de bactérias, dentro

da própria área cultivadas, ou em áreas vizinhas. Os focos dentro das próprias hortas,

nem sempre são eliminados. O que seria correto, erradicando as plantas atacadas, não

acontece. As plantas infectadas permanecem, por muito tempo, transmitindo a

enfermidade para as plantas sadias.

Outro fato, que contribuiu muito para o aumento das bactérias, é o abandono de plantios

após a colheita. FRUTAL’2003

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8 – MATERIAL CONTAMINADO O produtor somente retira os restos culturais, as varas, estacas e arames das

hortas velhas, quando necessita do material para outra horta. Em muitos casos, no

mesmo dia que o material é retirado de um plantio velho, é utilizado em nova área. Deste

modo, muitas bactérias são transportadas de uma área contaminada, para áreas sadias.

O transporte de doenças, notadamente bactérias, por meio de materiais de trabalho

contaminado, acontece entre propriedades, regiões de um mesmo município e entre

municípios. Raros são os produtores que procedem a algum tipo de desinfecção de

estacas e varas. Vale observar, que o material de trabalho: varas, estacas, arames,

mangueiras, canos, etc, são utilizados em várias hortas seguidamente.

9 – MÉTODO DE CONDUÇÃO ERRADO Muitos erros são cometidos durante todo o cultivo do tomateiro. Alguns são

responsáveis pela disseminação de pragas e doenças. Especificamente no casos das

bactérias, alguns merecem destaque:

9.1- Abertura de covas para irrigação: pelo método de irrigação com uso de

mangueira (a maioria das hortas são irrigadas desse modo), para que a água se infiltre

com maior rapidez, são abertas covas entre as plantas (no salto) e até mesmo no meio

das linha, provocando o corte do sistema radicular e formação de áreas encharcadas.

Quando estas covas transbordam a água excedente escorre sobre o solo, transportando

bactérias para vários pontos da áreas. Por vezes, são formados verdadeiras linhas de

plantas atacadas por bactérias, de cima para baixo, demonstrando que , inicialmente,

algumas plantas foram afetadas na parte superior da horta; posteriormente, as demais

plantas foram atacadas.

9.2- Adubação – Todas as vezes que é realizada a adubação de cobertura, uma cova é

aberta (ou reaberta) para depositar o adubo. Mais uma vez, o sistema radicular é

cortado, com abertura para a entrada de bactérias. Ao mesmo tempo, a planta é afetada

com a redução do seu sistema radicular, onde boa parte das raízes são cortadas a

intervalos de 7, 10 ou 15 dias, conforme o intervalo de adubação.

9.3 – Desbrota ou desolhamento – três erros são cometidos por ocasião da retiradas dos

brotos laterais:

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Page 62: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

a) desbrota tardia, quando os brotos estão com mais de 15 centímetros de comprimento

e resistentes à retirada;

b) o que é muito grave, os brotos retirados são deixados dentro do plantio sobre o solo;

c) nenhum tratamento é feito após a desbrota, ficando as feridas abertas e expostas à

contaminação.

9.4 - Capação ou desbrota do olho – os mesmos erros cometidos por ocasião da

desbrota lateral, são verificados na capação final.

10 – DIAGNÓSTICO Por falta de conhecimentos dos sintomas que as bactérias apresetam no tomateiro,

é comum o diagnóstico errado ou tardio da doença. Geralmente, os produtores

confundem as bactérias com fungos, deficiências nutricionais ou simplesmente

fitotoxicidade provocada por defensivos ou adubos químicos. Realmente não é muito fácil

a identificação correta de certas bactérias, principalmente no início da infestação, pois

muitas vezes podem ser confundidas com fungos. Por vezes, a identificação no início é

prejudicada pois, para os produtores, somente quando os sintomas e prejuízos são

bastante visíveis, é que procuram por socorro de técnicos experientes. A não

identificação das infestações de bactérias, logo no início quando são poucas as plantas

atacadas, tem sido um dos maiores problemas para o controle eficiente. Em função do

alto grau de infestação, até mesmo a tomada de medidas curativas, com uso de produtos

químicos e medidas complementares, não atendem às necessidades e expectativas do

produtor, pois os danos econômicos são irreversíveis. Por outro lado, a adoção de

medidas preventivas, de altíssima importância, não são usualmente praticadas, a maioria

dos produtores acreditam muito mais na aplicação de produtos químicos (muitas vezes

esperando verdadeiros milagres), do que em um conjunto de medidas preventivas – de

menor custo final e maior eficiência.

11 – INFORMAÇÕES ERRADAS É um fato cotidiano, para os produtores, buscarem informações técnicas junto às

Revendas de Insumos Agrícolas, em função da insuficiência da extensão rural

(responsável pela assistência técnica no campo), bem como pela proximidade das

revendas com os produtores. Infelizmente, as revendas, não estavam preparadas para

atender às necessidades dos produtores. Não dispunham de pessoas tecnicamente FRUTAL’2003

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Page 63: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

habilitadas para diagnosticar com precisão as doenças – nos casos das bactérias,

principalmente. Grosseiros erros foram cometidos. A indicação de fungicidas, quando a

necessidade real era um bactericida, era muito freqüente. O diagnóstico errado e a

aplicação de produtos não adequados, colaboraram para o aumento das bactérias. Vale

observar, para não cometer injustiça, que algumas revendas, dispondo de profissionais

tecnicamente bem preparados, colaboraram para o equilíbrio da situação: trabalhando

com diagnóstico correto e indicação de bactericidas, conforme cada caso necessitasse.

Nos últimos anos, mais precisamente desde 1998, quase todas as revendas já contam

com técnicos agrícolas ou agrônomos, prestando assistência técnica aos seus clientes.

Junto com este fato, as indústrias de defensivos estão, quase que diariamente, com

agrônomos trabalhando na região, colaborando, de modo decisivo, para a melhoria do

nível tecnológico regional.

12 – CLIMA Nos últimos anos as mudanças climáticas tem sido um problema a mais. Em um

passado, não muito distante, tínhamos duas situações bem distintas: um período de

chuvas regulares – entre os meses de dezembro a junho; e um período sem chuvas – de

julho a novembro. Vários fatores, que aqui não cabem serem discutidos, provocaram

mudanças sérias. Os períodos com chuvas são muito irregulares: alguns meses com

pouca precipitação pluviométrica, seguidos de meses com muita chuva. Os meses sem

chuvas estão com baixa umidade e altas temperaturas diurnas, enquanto no período

noturno a temperatura cai para 18oC e a umidade relativa é muito elevadas superior a

80%. Até bem pouco tempo, a incidência de bactérias estava limitada aos meses de

março, abril e maio. Nos dois últimos anos, temos registrado a presença de bactérias

durante todo o ano, independente de maior ou menor precipitação pluviométrica.

Acreditamos que a irregularidade climática, esteja, junto com os outros fatores,

contribuindo não só para o aumento das bactérias, mas outras doenças e pragas.

13 – QUALIDADE DA ÁGUA Consideramos como sendo um dos mais sérios problemas da atualidade, a péssima

qualidade da água. Á água utilizada para irrigação, na sua quase totalidade, é

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proveniente de córregos, riachos e rios. Com a escassez de chuvas, fato registrados

desde o ano de 1997, atingindo os anos de 1998 e 1999, a água para irrigação tem

ficado cada dia em menor volume, restrito a poços amazonas ou buracos cavados nos

leitos dos córregos, riachos e rios.

A água que era corrente, portanto, renovada constantemente; passou a ser de uma

fonte estagnada, sem renovação. A água de poços amazonas e/ou buracos, estão, com

toda a certeza, com maior probabilidade de estarem contaminadas com bactérias.

CONDIÇÕES IDEAIS PARA O ATAQUE DE BACTÉRIAS

Muitas e variadas são as condições ideais para ataque de Bactérias. Dentre todas

algumas merecem destaque. Vale lembrar que nenhuma condição surge isoladamente.

Em geral a soma de vários fatores favoráveis determinam o grau de infestação e de

agressividade da (s) bactéria (s). O conjunto de condições benéficas às bactérias podem

promover a incidência de várias bactérias ao mesmo tempo.

1 - SOLOS INFECTADOS O solo pode ser contaminado por bactérias de diferentes modos. Causas de

contaminação do solo:

a) Encharcamento da área – presença natural de bactérias - são de alto riscos os solos

que apresentam os problemas de:

- lavagem pelas águas das chuvas

- encharcamento periódicos

- montante ou jusante de barragens

- baixadas úmidas

- perímetros de lagoas

Nos casos citados, em geral as bactérias estão presentes em restos de vegetais,

transportados e depositados pelas águas (sobrevivendo durante vários anos).

Quando são cultivados com tomateiro as bactérias migram dos restos de vegetais

para as plantas cultivadas.

Dificilmente o produtor terá sucesso com o cultivo em áreas de alto risco.

b) Contaminação com restos de culturas - muitos produtores ao erradicarem culturas

com bactérias (tomate, pimentão, repolho, etc), adotam dois procedimentos errados:

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Page 65: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

1- Incorporam os restos das culturas na própria área cultivada (em geral com uso de

trator) - de tal modo que contaminam toda a área.

2- Transportam e espalham os restos culturais para outras áreas (às vezes despejam

os restos das plantas contaminadas em áreas dos vizinhos).

Em qualquer um dos casos fazem com que áreas - antes isentas de bactérias - fiquem

imprestáveis para o cultivo de tomate por vários anos.

c) Plantas hospedeiras – a presença de plantas nativas hospedeiras de bactérias é um

fato constantemente verificado. Área nunca cultivada pode, mesmo no primeiro plantio,

apresentar altíssima incidência de doenças bacterianas.

2 – CLIMA Dois fatores do clima favorecem o surgimento ou desenvolvimento de bactérias: a

combinação de temperatura e chuva - causa da maior ou menor incidência das doenças

bacterianas.

Temperaturas ideais:

I – Pinta bacteriana – 13 a 25 °C

II – Mancha bacteriana – 24 a 30 °C

III – Murcha bacteriana – 29 a 35 °C

IV – Necrose Medular - 16 a 25° C

V - Erwinia – 16 a 35 °C

Para todas as bactérias as temperaturas de 16 a 21 °C é a faixa ideal .

Todas as bactérias são favorecidas pelo período chuvoso, onde a umidade relativa do ar

permanece acima do 80%. Noites frias , chuvas diurnas e poucas horas de sol

(menos de 6 horas de luz solar por dia) formam clima ideal para o aumento de bactérias.

Nos períodos de ausência de chuva, temperaturas noturnas e diurnas entre 22 e 30 °C,

dias ensolarados (mínimo de 12 horas de luz por dia) são condições climáticas não

favoráveis às bactérias.

3 – ADUBAÇÃO No que diz respeito à nutrição do tomateiro dois aspectos devem ser levados em

consideração.

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I – Excesso de nitrogênio favorece o desenvolvimento de bactérias. Existe uma

relação muito grande entre a quantidade de Nitrogênio e a quantidade de espécies de

bactérias e o grau de agressividade com que elas atacam o tomateiro.

Quanto maior for a quantidade de nitrogênio, maior será a incidência. Por diversas vezes

podemos constatar que na presença de uma leve incidência de bactéria em tomateiro,

após uma adubação nitrogenada (exclusivamente com adubo nitrogenado ou com

esterco de galinha em cobertura), há uma explosão da bactéria – impossibilitando

qualquer controle de modo eficiente.

Plantas excessivamente vigorosas (pela adubação nitrogenda) são mais sensíveis ao

ataque de bactérias e de controle mais difícil.

II – Desequilíbrio nutricional - a relação nitrogênio x potássio, quando em

desequilíbrio, tornam as plantas mais susceptíveis às bactérias. O uso de NPK ou NK

onde os teores de Nitrogênios são superiores aos de Potássio (Exemplos 3-1-1, 4-0-1),

sejam adquiridos de Indústrias ou preparados no propriedade rural, promovem o

crescimento das plantas, sem a necessária resistência. É o que chamamos de

crescimento vegetativo desproporcional. Nos casos de desequilíbiro nutricional de N e K

plantas com idade de 30 dias apresentam porte de plantas de 40 dias, as folhas são

excessivamente grandes e suculentas, a distância entre folhas ultrapassa aos 30 cm (o

mesmo acontece com os cachos) e as brotações laterais são muito vigorosas. Há a falsa

impressão de que o plantio está ótimo. No entanto, ao primeiro ataque de bactéria a

verdade aparece. São plantas falsamente vigorosas, muito sensíveis ao menor ataque de

bactérias. Além da proporção N x K, relações Cálcio x Boro, Fósforo x Magnésio,

Nitrogênio x Enxofre e Cálcio x Potássio, precisam de equilíbrio . Ver mais detalhes no

item sobre Adubação.

4 – IRRIGAÇÀO O fornecimento de água, por meio da irrigação, pode ser um fator de disseminação

de bactérias. Conforme o método utilizado e o volume de água aplicado as

conseqüência danosas do ataque de bactérias terá maior ou menor impacto na

produtividade. Irrigação que promove o molhamento das folhas (aspersão e micro-

aspersor) e que permite que a água escorra dentro da área (sulco e mangueiras)

transportam as bactérias de plantas infectadas para as plantas sadias. Para as bactérias

de cancro bacteriano, pinta bacteriana, mancha bacteriana e erwinia a água nas folhas é FRUTAL’2003

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condição ideal para o desenvolvimento. A bactérias da murcha bacteriana é disseminada

pela água quando esta escorre no solo. O volume de água quando aplicado em excesso

ao mesmo tempo que é realizada adubação nitrogenada, inviabilizam a eficiência dos

bactericìdas químicos. O ataque de bactérias se torna incontrolável.

5 - PRÁTICAS DE CULTIVO I - ESPAÇAMENTO – nas épocas de chuva (em condições de alta umidade do solo,

temperaturas baixas, umidade do ar elevada, poucas horas de luz solar e pouca

ventilação), os espaçamentos muito adensados de 1,00m x 0,50 m (com densidade de

18000 a 20000 plantas /ha) , agravam as condições climáticas, e favorecem às bactérias.

II - MÉTODO DE ENVARAMENTO - o método de envaramento inclinadonas épocas

de chuva, dificulta as pulverizações (dificilmente as folhas da parte interna serão

atingidas pêlos bactericidas - o que é mais grave quando pulverizado produtos de

contato) e cria condições de alta umidade na parte interna (o sol não penetra e o vento

não circula).

III - ADUBAÇÀO DE COBERTURA - quando a adubação de cobertura é realizada

manualmente é costume abrir uma cova entre as plantas (o que chamamos de adubar

no salto). Ao abrir a cova, raízes são cortadas, favorecendo a penetração de bactérias -

principalmente murcha bacteriana e cancro bacteriano.

IV - DESBROTA - a desbrota por si só é uma porta de entrada de bactérias. Ao

realizar a desbrota tardia – com brotas grandes (maiores de 10 cm), o fato é mais grave.

As feridas abertas com a quebra dos brotos laterais e o fato de trabalhadores terem

contato com plantas doentes e sadias ao mesmo tempo, levam bactérias de uma planta

para outra. As bactérias erwinia, cancro bacteriana e murcha bacterina são altamente

disseminadas pela desbrota.

V - USO DE VARAS/ESTACAS/ARAME – a reutilização de varas, arames e estacas

de um plantio que foi contaminado por bactérias, é um meio de transporte e

contaminação de bactérias entre áreas . Nem sempre a desinfecção é eficiente. O mais

aconselhável é não reutilizar material contaminado.

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6 - MUDAS E SEMENTES As de sementes retiradas de plantas de áreas contaminadas, podem conter

bactérias. Mesmo sendo uma prática ultrapassada, alguns produtores ainda retiram

sementes de sua própria área. Nenhum tratamento - fermentação, térmico ou químico –

é realizado, tornando o fato mais grave. Do mesmo modo, a aquisição de mudas

produzidas em Estufas sem tratamentos preventivos (muitas são as pequenas estufas de

mudas que não adotam as medidas mínimas de controle de pragas e doenças), são

responsáveis por plantios de mudas já infectadas por bactérias.

MEDIDAS DE CONTROLE DE BACTÉRIAS

O Controle de bactérias, para que tenha eficiência, passa pela adoção de um

conjunto de medidas. Isoladamente nenhuma prática terá êxito. Somente o sinergismos

de práticas e produtos, preferencialmente de modo preventivo, são efetivamente

eficientes.

Podemos relacionar os seguintes cuidados a serem adotados:

1. Escolha do local de Plantio

2. Calagem

3. Adubação química de fundação e cobertura

4. Adubação orgânica

5. Uso de mudas sadias

6. Irrigação

7. Cuidados com desbrota e capação

8. Estimular defesa natural da planta

9. Controle químico

10. Enxertia

11. Cultivo em recipiente

1. Escolha correta do LOCAL DE PLANTIO.

Devemos evitar os locais onde:

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Page 69: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

a) Já foram realizados plantios de solanáceas, principalmente pimentão e tomate , e que

tenham apresentados problemas de bactérias. Sendo uma área onde a presença de

murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum) tenha sido registrado, de modo algum

podemos cultivar o tomateiro. É certo que nesses casos, o novo plantio será afetado

pelas bactérias e, o que é pior, com muito mais agressividade. Em alguns casos já

registramos perda total de áreas de tomate.

b) Áreas de baixada, onde periodicamente são registrados alagamentos. A presença de

bactérias, em áreas com alagamento, é quase certo. Devemos, portanto, evitar o risco de

perdas elevadas. Em geral, nos imóveis rurais, dispomos de áreas mais elevadas, onde

jamais foi registrado alagamentos.

2. CALAGEM .

Os baixos teores do pH, junto com outros fatores, pode predispor as plantas ao

ataque de bactérias. Devemos estar atentos para corrigir o pH, de modo a variar entre 6

e 6,5. Sempre que disponível, usar parte da calagem com cal virgem.

3. ADUBAÇÃO de Fundação e Cobertura.

Especial cuidado deve ser dado ao uso de Nitrogênio. O excesso de adubação de

fundação e de cobertura com Nitrogênio,favorece significativamente a presença de

bactérias. Podemos afirmar, sem medo de cometer exageros, que o excesso de

nitrogênio disponível, pode inviabilizar as demais medidas de controle de bactérias. O

bom resultado de todas as medidas, passa inicialmente pelo controle da adubação

nitrogenada. A relação nitrogênio-potássio é de primordial importância. Ver mais

detalhas no capítulo sobre adubação. No entanto, vale lembrar, a relação NxK2O, deve

ser de no mínimo 1 x 1,66 até o limite de 1 x 2,5, para todo o ciclo. A relação ideal deve

ser determinada levando em consideração todos os fatores determinantes da adubação,

sempre considerando que de uma boa adubação depende o eficiente controle de várias

doenças. Além da correta relação NxK2O, a distribuição da adubação, conforme os

estádios da cultura, tem a mesma importância. Muito cuidado deve ser dado ao uso de

esterco de galinha em adubação de cobertura. Em muitos casos a soma do nitrogênio do

esterco de galinha com o nitrogênio de adubos químicos, provocam um crescimento

exagerado das plantas, em um curto espaço de tempo. Quando tal fato é verificado, em

seguida poderemos ter um ataque severo de bactérias e/ou outras doenças. FRUTAL’2003

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Page 70: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Vale lembrar que a adubação não pode ser pensada somente como alimento para a

planta. Temos que considerar a adubação como parte de todo um processo produtivo,

onde o fornecimento de adubos afeta (positivo ou negativamente) todo o conjunto de

fatores de produção.

4. ADUBAÇÃO com Matéria Orgânica.

Solos bem equilibrados, com bons teores de matéria orgânica (preferencialmente de

procedência conhecida), produzem a plantas com desenvolvimento vigoroso (entenda

“vigoroso” como plantas saudáveis, fortes e sem deficiências nutricionais). A escolha e

os teores de matéria orgânica ideais, dependem de cada região, o importante é que os

teores de Matéria Orgânica fique entre 2,5 e 4%. Plantas cultivadas em solos bons são

mais resistentes às doenças – não só às bactérias, mas a outras doenças.

5. MUDAS SADIAS

Somente devem ser plantadas mudas provenientes de Estufas reconhecidamente

responsáveis. Mudas com manchas nas folhas ou com evidências de terem sido

retiradas folhas doente, devem ser rejeitadas. É comum encontrarmos mudas já

contaminadas com mancha bacteriana (Xanthomonas campestris). O produtor de mudas

deve adotar um programa com adoção de medidas preventivas de controle de bactérias

- tais como: desinfecção de bandejas e outros equipamentos, controle de acesso de

pessoas, pulverizações periódicas preventivas com bactericidas. Nunca utilizar sementes

retiradas de plantios próprios ou de amigos. Adquirir sementes produzidas e distribuídas

por empresas idôneas e em suas embalagens originais lacradas.

6. IRRIGAÇÃO :

O controle da quantidade, distribuição , horário e local de aplicação da água é, na

verdade, o fator determinante no controle de doenças, com maior relevância para o

eficiente controle de bactérias. Todo e qualquer esforço será em vão, se não for aplicado

um rígido acompanhamento do uso da água. Portanto, vamos ver alguns dados

importantes:

I- Quantidade de água.

O excesso de água de irrigação, torna o controle de bactérias impossível. A

irrigação, na fase inicial da culturas, nos primeiros 15 DAT, deve ser conduzida de modo FRUTAL’2003

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Page 71: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

que as plantas estejam bem próximas do ponto de murcha inicial. A evolução do volume

de água deve – rigorosamente – acompanhar o crescimento vegetativo da cultura. O

controle de bactérias, no estádio inicial da cultura, se torna mais fácil quando o tomateiro

tem pequenas deficiências hídricas até os 15 DAT, sem prejuízos para o crescimento

normal (lento e progressivo). Dependendo do sistema de irrigação adotado, o

escorrimento de água dentro da área cultivada, dissemina as bactérias. A contaminação

de plantas sadias, a partir de uma planta infectada por bactéria, ocorre de duas

maneiras:

a) da parte mais alta para os locais mais baixos, formando, por vezes, linhas de plantas

mortas de cima para baixo. Demonstrando, de tal modo, o caminho percorrido pelas

águas de escorrimento, junto com as bactérias.

b) ao longo das linha, para um e/ou outro lado, sempre a partir de uma planta infectada

– em geral, em estado avançado de infecção.

As bactérias, murcha bacteriana, cancro bacteriana e erwínia, são as mais facilmente

disseminadas pelo excesso de água. Quase sempre promovem destruição de grande

número de plantas. Já constatamos perdas de até cem por cento de áreas. Em muitos

casos a adoção de medidas para o controle das bactérias, em áreas com excesso de

água, possuem custo muito elevado, inviabilizando o cultivo, sendo necessário a

erradicação total da cultura – como única medida para conter o avanço bacteriano para

outras áreas.

II- Distribuição do volume total a ser aplicado, diretamente relacionada com o

volume, a distribuição da água diz respeito à quantidade de mm/hora ou tempo de

irrigação. Vários fatores precisam ser levado em consideração, vale lembrar, antes de

tudo, que não existe uma regra fixa e rígida do tempo de irrigação , o acompanhamento

diário do plantio é quem vai determinar a real necessidade hídrica da cultura, basta ver

os fatores que afetam a distribuição hídrica, ver mais detalhes no capítulo de irrigação:

a) Estádio cultural (idade das plantas), nos primeiros 5 DAT, a quantidade de água não

deve ultrapassar à faixa de 200 a 300 ml/dia/planta. Equivalente, por exemplo, para um

gotejador de 1,5 litros /horas, de 8 a 12 minutos por dia de irrigação. A Evolução da

quantidade de água e, logicamente, do tempo de irrigação, vai crescer conforme o

desenvolvimento das plantas. Raramente, o tempo de 3 horas/dia, para o mesmo

gotejador de 1,5 l/h, correspondente a 4,5 l/planta/dia, será ultrapassado, mesmo

considerando planta totalmente adulta, com temperatura elevada e solo arenoso. FRUTAL’2003

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Page 72: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

b) Temperatura diária – nos dias com sol mais forte (temperaturas acima de 30ºC), a

necessidade de água será superior aos dias com temperatura amena (menos de 22 ºC).

Temos portanto que tomar, a cada dia, uma atitude, definindo o volume e tempo de

irrigação, conforme a temperatura .

c) Ventos – a presença de ventos forte em algumas épocas do ano, provocam a perda

excessiva de água do solo. Em geral, na Ibiapaba, nos meses de julho, agosto e

setembro, são registrados ventos mais fortes. Quando tal fato ocorrer, há a necessidade

de maior volume de água, para compensar as perdas decorrentes da ação dos ventos.

Maior atenção deve ser dada, quando a linhas de plantio forem feitas no sentido dos

ventos, quase sempre Leste-Oeste. Vale repetir, as perdas de água pela ação dos

ventos são muito grandes. Sendo verificada situações de ventos + sol fortes, devemos

dobrar os cuidados com a possibilidade de falta de água no solo. Tendo sempre o

cuidado de evitar encharcamentos.

Em solos arenosos a ação do vento pode, além do acima citado, ao transportar areia

provocar ferimentos nas folhas do tomateiro, sendo uma porta de entrada de bactérias.

d) Tipo de solo: Conforme a estrutura e textura do solo, a quantidade e tempo de

irrigação será determinada. Seguindo a lógica, os solos mais arenosos necessitam de

maior quantidade de água, que os solos com alto teor de argila. Cada área plantada,

mesmo dentro do mesmo imóvel, terá que ser tratada de modo individualizado.

e) Método de irrigação: Dentre os vários métodos de irrigação (sulcos, aspersão,

mangueiras, gotejadores, micro-arpersão, etc), uns têm maiores ou menores influências

na disseminação e controle de doenças bacterianas, principalmente pela localização da

água na plantas. Os métodos de irrigação que depositam a água nas folhas (micro-

aspersão e aspersão), são responsáveis pela contaminação de plantas sadias – pela

distribuição das bactérias, das plantas infectadas para as sãs; ainda, promovem a

lavagem de bactericidas aplicados via pulverização foliar – diminuindo a eficiência dos

bactericidas e dificultando o controle da doença. A irrigação por mangueiras e sulcos,

onde a água é aplicada em elevado volume, escorrendo por longo trechos (sulcos) ou em

lâminas por toda a área (mangueiras), são responsáveis pela distribuição das bactérias –

especialmente a murcha bacteriana.

A irrigação por meio de gotejadores - distribuindo a água somente no solo (gota a

gota), sem molhar as folhas e permitindo o controle rigoroso da vazão – é o único

método de irrigação que contribui no controle de bactérias, seja evitando a disseminação, FRUTAL’2003

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seja favorecendo a eficiência de bactericidas, permitindo, inclusive, a aplicação de

produtos pelo sistema de injeção de defensivos na água de irrigação.

f) Presença de chuvas: Não é raro encontramos produtores irrigando o tomateiro após

chuvas. Por falta de pluviômetros, de informações de quantidade de milímetros de

chuvas registradas diariamente, sem o conhecimento das necessidades hídricas da

cultura e da capacidade de retenção do solo e por acreditar ser necessário lavar as

folhas do tomate após uma chuva, muitos produtores irrigam logo depois de chuvas.

Assim procedendo, mesmo sem querer, estará elevando ao máximo a quantidade de

água do solo, promovendo encharcamento. Consequentemente, todos os problemas

decorrentes do excesso hídrico afetaram o tomateiro. As bactérias são beneficiadas

pelas chuvas e pela irrigação desnecessária.

7 – DESBROTA E CAPAÇÃO

Após realizado cada desbrota (em cultivo normal é realizado uma desbrota

semanal), é necessário a pulverização com produtos bacterostáticso - cobre ou cobre +

maneb. Quando em condições de alto risco de infecção, aconselhamos associar um

bactericida sistêmico com um bacterostático. A pulverização deve ser realizar no mesmo

dia da desbrota. O mesmo procedimento deve ser adotado por ocasião da capação final.

8 – ESTIMULAR DEFESA NATURAL DA PLANTA

A cada ano surgem no mercado produtos que estimulam o sistema de defesa

natural da planta contra fungos e bactérias. O futuro de controle de doenças passará,

antes de tudo, pela resistência individual de cada planta, por diversos métodos de

estímulos. Um dos produtos disponíveis ao produtor rural é o KENDAL - composto de

vários elementos. Dentro do programa de controle de bactérias o Kendal tem

apresentado ótimos resultados, como mais uma ferramenta eficiente.

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Vários outros produtos estão sendo lançados no mercado, no entanto, será necessário

bastante atenção com a origem dos produtos – somente adquirir produtos de empresas

reconhecidamente sérias e com registro no Mistério da Agricultura.

9 -CONTROLE QUÍMICO A associação da medidas preventivas, anteriormente citadas, com produtos

químicos específicos para o controle das doenças, torna possível o cultivo de tomateiro

sem a presença de doenças bacterianas.

Antes de tratarmos dos produtos e método de controle químico, alguns tópicos merecem

ser discutidos:

I – Diagnóstico. A perfeita e rápida identificação da (s) bactéria (s) presentes, é de

primordial importância. Quanto mais rápido e preciso for o diagnóstico, inclusive tendo o

cuidado de quantificar a severidade do ataque , permite

a) determinar no programa de tratamento curativo

- produtos,

- doses,

- intervalos de aplicação;

b) maior eficiência dos produtos aplicados, conseqüentemente sucesso no controle da

doença;

c) viabilizar economicamente o plantio. Pela redução das perdas de produção e de

menor custo no uso de bactericidas.

Para quantificar a severidade do ataque das doenças bacterianas, considerar:

S 1 - inicial ou leve = menos de 10% de plantas com sintomas

S 2 – médio = de 10 a 20% de plantas com sintomas

S 3 – severo ou grave = quando mais de 20% de plantas infectadas.

Ter especial atenção, quando for diagnosticar, pois dificilmente iremos encontrar

somente uma bactéria presente, na mesma planta ou na mesma área, considerando o

grau de severidade a soma das bactérias presentes.

II – As condições climáticas locais ou regionais: presença de chuvas, Umidade

Relativa do ar, temperatura diurna e noturna (mínima e máxima), são fatores que

obrigatoriamente devem ser considerados. Nos meses (ou períodos) onde as condições

climáticas são mais favoráveis ao desenvolvimento das bactérias, as doses de

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bactericidas devem ser maiores (doses máximas recomendadas para cada produto), e os

intervalos entre as aplicações não devem ser maiores do que:

a) Preventivo = no máximo de 10 dias

b) Curativo = máximo 5 dias

Na Ibiapaba, os meses com condições mais favoráveis são Março, Abril e Maio.

Os dados climáticos podem ser vistos em gráficos e quadros anexos, nas páginas

podendo servir de comparativo para outras regiões.

III – Histórico da região e da área. As informações da presença de bactérias na

cultura de tomate (ou outras solanáceas), nos últimos três anos ajudam a definir um

programa preventivo, bem como, deixar em alerta máximo, com vistorias diárias, visando

detectar o momento exato do início da infestação, facilitando a identificação da bactéria,

conseqüentemente seu controle. Prestar bastante atenção nas bactérias em evolução

nos últimos anos, há sempre a possibilidade de uma explosão populacional, dificultando

o controle e causando prejuízos.

PROGRAMA DE CONTROLE QUÍMICO:

I – PREVENTIVO: 5 DAT = KASUMIN (50 cc) + CUPRA-500 (50 gr)

15DAT = DITHANE (50 gr)+ CUPRA-500 (50gr)

20 DAT = KENDAL = 60 cc

25DAT = AGRIMICINA(40 gr)+CUPRA-500 (50gr)

35 DAT = POLYRAM (50 gr) + CUPRA-500 (50 gr)

40 DAT = KENDAL = 60 cc

45 DAT = MYCOSHIELD (40 gr)

55 DAT = MANZATE (50 gr) + CUPRA-500 (50 gr)

60 DAT = KENDAL = 60 cc

65 DAT = KASUMIN (50 cc)+CUPRA-500 (50 gr)

O intervalo entre as pulverizações pode ser considerado o dia de desbrota e no dia da

capação final.

DOSES PARA 20 LITROS DE ÁGUA FRUTAL’2003

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Com as aplicações acima, após 65 DAT, provavelmente as bactérias estarão sob

controle, dispensando outras pulverizações.

II – Curativo

1ª PULVERIZAÇÃO NO DIA DIAGNÓSTICO

AGRIMICINA (50 gr) + CUPRA 500 (50 gr)

2ª PULVERIZAÇÃO

KASUMIN (60 cc) + CUPRA 500 (50 gr)

3ª PULVERIZAÇÃO

KENDAL = 60 cc + MYCHOSIELD (60 gr)

4ª PULVERIZAÇÃO

DITHANE M 45 = (50gr) + CUPRA 500 (50 gr)

5ª PULVERIZAÇÃO

REPETIR A PARTIR DA 1ª

O COBOX (ou outra marca comercial de cobre) PODE SER USADO EM SUBSTITUIÇÃO

AO CUPRA, dependendo da disponibilidade no mercado.

DOSES PARA 20 LITROS DE ÁGUA

Após cinco pulverizações o controle é realizado.

Geralmente novas pulverizações serão feitas conforme o tratamento Preventivo citado

no item I, sendo a primeira aplicação 8 dias depois do 5º tratamento curativo.

O INTERVALO DAS PULVERIZAÇÕES CURATIVAS DEPENDE DO GRAU DE

SEVERIDADE, no entanto, sempre adotar uma pulverização após cada desbrota e no dia da

captação final.

LEVE = 4 EM 4 DIAS após a 1ª Pulverização

GRAVE = 2 EM 2 DIAS após a 1ª Pulverização

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NOME_DO_CURSO

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A aplicação do Cupra 500 + Dithane M45, necessita uma pré-mistura das doses

em água, pelo período mínimo de 4 horas, para que seja efetuada a reação química,

transformando os dois princípios ativos (cobre e mancozeb) em bisditiocarbamato de

cobre (produto bacterostático).

COMPOSIÇÃO DOS BACTERICIDAS:

KASUMIN = Kasugamycin 20 g/l

AGRIMICINA = Oxitetraciclina (terramicina) 15 g/Kg

+ Estreptomicina 150 g/Kg

MYCOSHIELD = Oxitetraciclina (terramicina) 200 g/Kg

AGRIMAICIN 500 = Cobre metálico (tribásico) 400 g/Kg

+ Oxitetraciclina 3 g/Kg

CUPRA 5OO + DITHANE M 45 = Cobre metálico 500 g/Kg +

800 g/Kg de Mancozeb

COBOX + POLYRAM = Oxicloreto de cobre + Metiram

10- ENXERTIA

É o método mais seguro para o controle de bactérias sistêmicas de solo. A enxertia

se torna mais importante quando o plantio é realizado em Estufas ou em regiões que

historicamente as bactérias são o fator limitante da produção. Com uso de enxertia é

possível o controle de bactérias (principalmente as de solo), bem como nematóides.

As empresas produtoras de sementes estão, mesmo que timidamente, iniciando o

lançamento de porta-enxertos. A enxertia em tomate é um processo fácil, com alto índice

de pegamento (mais de 95 %).

11 - CULTIVO EM RECIPIENTE

Este método de cultivo deve ser usado somente em cultivo em estufa. Vários

recipientes podem ser utilizados: vasos plásticos, túnel de plástico, sacos plásticos 40x40

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cm, etc. A grande vantagens do plantio em recipientes é o isolamento total das plantas

do solo. Temos usado sacos de plástico de 40x40 cm, com 0,15 mm de espessura, com

excelentes resultados – controlando 100% as bactérias.

05 - DOENÇAS VIRÓTICAS DO TOMATE RELAÇÃO DE DOENÇAS VIRÓTICAS:

1 = TOPO AMARELO – TMV

Vírus do Mosaico do Tabaco

2 = FRISAMENTO DO OLHO – GEMINIVIRUS - TG/TY

Vírus do Encrespamento

Amarelo da Folha do Tomate

1- T M V – VÍRUS DO MOSAICO DO TABACO

OUTRAS DENOM INAÇOES: Vírus do topo amarelo

Vírus do olho branco

TMV, por muitos anos (aproximadamente entre 1980 até 1995), foi a principal

doença virótica do tomateiro no Ceará. Naquele período basicamente eram cultivados

dois tipos de tomateiro o MM70 e o Santa Clara, cultivares altamente sensíveis ao TMV,

principalmente o Santa Clara (substituto do MM70). O TMV provocou uma das mais

sérias crises técnica e econômica na região da Ibiapaba, tendo proporcionada perdas

enormes. Em algumas regiões o cultivo de tomate tornou-se inviável, dado o alto grau de

infestação do vírus, conhecido entre os produtores por “olho-branco”. Somente com a

introdução de híbridos resistentes o problema foi solucionado. O primeiro híbrido

resistente ao TMV introduzido na Ibiapaba foi o ALTAIR, comercializado no Brasil pela

Feltrin Sementes. Foi um marco na exploração de tomate na Ibiapaba – os produtores só

acreditaram na resistente do Altair, após várias demonstrações - por meio de plantios

em uma mesma área de tomate Santa Clara e Altair – onde a resistência era visual.

A partir de então, todos passaram a acreditar que a única solução para erradicar o

vírus era o cultivo de tomates resistentes.

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Atualmente é praticamente uma regra: todos os tomates híbridos são resistentes ao

TMV. Com o cultivo de quase 100% das áreas com tomates híbridos, o vírus

desapareceu da Ibiapaba.

TRANSMISSOR: Pulgão

SINTOMAS O TMV quando infecta o tomateiro, provoca:

a) descoloração da parte nova (ponteiros) das plantas, os folíolos ficam com um verde

muito claro, dando a impressão de quase branco – de onde gerou o nome de “olho-

branco”.

b) Paralisação do crescimento da planta. Quando a infestação ocorre em plantio com

menos de 20 DAT, os danos são irreversíveis. Quase sempre a infestação com o vírus

acontece em toda a área. Nesses casos, a erradicação total das plantas é a única

medida aconselhável. Em plantas com idade superior a 30 DAT, os danos são severos,

mas possível de colheita – mesmo com baixa produtividade.

CONTROLE a) Controle do transmissor. Na pratica é muito difícil o controle do pulgão, de modo

eficiente, para evitar a transmissão de vírus – a picada de prova do pulgão é suficientes

para transmitir o vírus. Porém, sendo adotado um programa preventivo, usando

inseticidas sistêmicos - Exemplo Orthene, Hamidop, Vexter.

O programa de controle da Mosca Branca, ou mesmo tempo controla o pulgão e outros

insetos sugadores.

b) Adubação de cobertura com macros-elementos e foliar com micros-elementos, ajuda

consideravelmente no fortalecimento das plantas, de modo que elas possam reagir à

presença do vírus. Não elimina o vírus, é claro. No entanto, por meio da reação das

plantas ao vírus, é possível fazer com que elas voltem a crescer, atingindo uma

produtividade aceitável.

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ATAQUE DE TMV EM TOMATE SANTA CLARA

PRIMEIRO PLANO : TOMATE SANTA CLARA COM TMV

SEGUNDO PLANO : TOMATE LONGA VIDA RESISTENTE AO TMV

2 – GEMINIVIRUS

2.1- OUTRA DENOMINAÇÃO- Frisamento do Tomate

Nos últimos cinco anos o Geminivírus é a principal doença do tomateiro no Estado

do Ceará – todas as regiões produtoras estão com alta incidência desse vírus. Os

prejuízos causados pelo “frisamento do tomateiro” são incalculáveis, no entanto, de

modo superficial podemos afirmar que não menos de 40% é o volume geral de perdas

na produtividade. Muitos são os casos de perda de 100%, com erradicação total dos

plantios. Atualmente não se pergunta se tem geminivirus na horta, mas qual a

quantidade de plantas atacadas.

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TRANSMISSOR

Mosca branca (Bemisia tabaci e Bemisia argentifolii) ver detalhes sobre a mosca

branca no item Pragas. SINTOMAS NA PLANTA – uma planta de tomate infectada pelo geminivirus apresenta os

sintomas na parte mais nova (no olho). Os folíolos iniciam a mudança de coloração do

verde para o quase amarelo, a mudança de cor é constatada inicialmente na base de

cada folíolo. Ao mesmo tempo surge o encrestamento (frisamento) de todo o topo da

planta, com folíolos pequenos e enrolados. Praticamente a planta paralisa o crescimento.

O sintoma de frisamento é muito semelhante à deficiência de boro. Em muitos casos

pode existir a deficiência de boro e não o ataque do vírus. A diferença principal entre a

deficiência de Boro e o Vírus é a mudança de cor da base do folíolo (sintoma

característico do vírus). Outro aspecto importante, o ataque do vírus é inicialmente em

plantas isoladas, espalhadas por toda a área, a cada dia surgem novas plantas com

sintomas. A deficiência de boro, quase sempre, apresenta sintomas em todas as plantas

ao mesmo tempo. Com a paralisação do crescimento, consequentemente, a frutificação

deixa de existir. Quando a planta é infectada pelo vírus com mais de 40DAT, as folhas

em geral tendem a enrolar, ficam sem o brilho normal e ficam menos suculentas.

Dependendo do estádio em que a planta é infectada, os danos serão mais ou menos

significativos. Plantas que apresentam os sintomas de geminivírus antes dos 20 DAT,

pode ser considerada como perda total. Nos casos em que os sintomas são vísíveis

entre 21 e 35 DAT as perdas serão significativas, podendo existir produção, desde que

medidas nutricionais sejam adotadas, ver detalhes abaixo. Para os tomateiro que

apresentam sinais da existência do vírus com idade acima de 35DAT os danos

econômicos serão menores, principalmente porque já teremos o mínimo seis cachos

emitidos. O vírus quando infecta com mais de 35 DAT não paralisa totalmente o

desenvolvimento da planta. Sendo adotadas algumas medidas nutricionais, a planta

reage ao vírus, atingindo produtividades médias. Em casos de incidência virótica em

plantas com mais de 50 dias, os danos serão mínimos – por vezes passando

desapercebido. Normalmente uma planta com mais de 50 DAT já se encontra com 9 a 10

cachos emitidos e com as pencas da base praticamente formadas. Nas variedades mais

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precoces, com 60DAT inicia a colheita – principalmente quando as condições climáticas

são favoráveis.

2.4 – MEDIDAS DE CONTROLE

I - MEDIDAS NUTRICIONAIS AUXILIARES.

Sempre que uma planta é infectada por um vírus, há a necessidade de reforço

nutriconal, em cobertura e pôr via foliar, principalmente. O fornecimento de macros,

micro-elementos e aminoácidos é de fundamental importância.

É evidente que o controle da praga vetora tem que ser realizado, ver detalhes do

controle da mosca branca no item sobre Pragas.

Temos visto que alguns elementos são mais necessários para uma planta com

geminivírus, sendo o caso do Boro, Cálcio, Fósforo e Magnésio.

O Boro e o Cálcio são essenciais para o desenvolvimento das células, portanto com

atuação de destaque nas partes mais novas – exatamente onde o vírus mais causa

danos. Com o fornecimento de Cálcio+Boro, estamos fornecendo condições para que a

planta possa reagir, desenvolvendo novas células – continuando com seu processo

normal de crescimento.

O Fósforo é o elemento que fornece energia à planta. Mais do que outra, uma

planta com geminivírus requer energia para enfrentar o vírus.

O Magnésio é elemento essencial para a formação da Clorofila. Tendo em vista que

o vírus provoca a destruição da clorofila dos folíolos, temos que estimular a formação de

quantidade maior de clorofila. Com a adubação de Magnésio, estimulamos a fomação de

clorofila, permitindo que a planta possa repor as perdas provocada pelo vírus.

Com a ação conjunta (sinergismo) do Boro+Cálcio e do Magnésio+Fósforo, o tomateiro

pode reagir ao vírus. Diversos são os casos em que a recuperação é excelente.

Exemplo de Programa de Adubação Foliar, com doses para 20 L de água :

1° Dia – Cálcio SL17 = 50 cc + Boroplus (10%) 20 cc + Kempi 10 cc

2° Dia – MgAtivatto = 50 cc + Plantafol 10-55-10 = 100 cc

3° Dia – Megafol ou Torpeed = 50 cc

Intervalo de 48 horas.

Repetir o tratamento acima por 4 vezes, obedecendo o mesmo intervalo de 48 horas.

Continuar aplicando o tratamento a cada 5 dias, após a 4 aplicação.

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Os foliares poderão ser aplicados junto com defensivos, quando compatíveis. No

entanto, o ideal é que a pulverização seja separada, dando preferência para pulverizar

primeiro com os foliares – quando for usar defensivos no mesmo dia.

Programa de adubação de cobertura:

As quantidades prevista no programa de adubação de cobertura, deverão ser acrescidas

de 30 a 50%, conforme o grau de incidência do vírus. Durante 15 dias a adubação será

reforçada, voltando às doses normais em seguida.

II - USO DE MUDAS SADIAS

Tem sido muito comum plantas com idade entre 5 a 10 DAT, já apresentarem

sintomas de geminivírus. Entre a transmissão (pela mosca branca)e o aparecimentos

dos primeiros sintomas (primeiras plantas com frisamento) existe o intervalo de 12 dias

em média.

Para que os sintomas apareçam entre 5 a 10DAT, a transmissão foi efetuada quando as

mudas estavam em fase de produção, nas Estufas. Portanto, a aquisição de mudas

isentas de vírus, produzidas em Estufas de reconhecida responsabilidade, é o primeiro e

mais importante passo para a produção sem Geminivirus.

III - CONTROLE DO VETOR

O controle da Mosca Branca (Bemisia ssp), por ser o único transmissor do

Geminivírus, é essencial. O nível de mosca branca, tem que ficar abaixo de uma mosca

adulta por planta.

Ver em controle de pragas, programa de controle de mosca branca.

IV – CULTIVO DE HÍBRIDOS TOLERANTES

A cada ano estão sendo lançados novos híbridos com TOLERÂNCIA ao

Geminivirus, no entanto, alguns problemas estão sendo registrados a nível de campo:

a) Híbridos com Baixa produção de flores, com conseqüente baixa produtividade;

b) Frutos não aceitos pêlos consumidores , por serem muito grandes e de baixa vida

pós-colheita;

c) Outros apresentam baixa tolerância, sendo facilmente quebrada;

d) As mudanças climáticas provocam deformações de frutos;

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e) Falta de definição dos níveis de adubação – para cada híbrido -, produzem frutos por

vezes muito pequenos e noutras vezes frutos grande e moles.

Somente por meio de híbridos com alta tolerância ou RESISTENTES, será possível o

controle do Geminivírus (ou qualquer outro vírus). Portanto, a solução será genética, o

combate à mosca branca (vetor) continuará sendo necessária, mas não é a solução

definitiva do problema da virose .

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GEMINIVÍRUS

.

GEMINIVÍRUS EM TOMATE LONGA VIDA

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.

.

SINTOMAS NO TOPO DAS PLANTAS

SINTOMAS NOS FOLÍOLOS DO TOPO, DESCOLORAÇÃO, ENROLAMENTO E

TAMANHO REDUZIDO

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.

.

SINTOMAS NO TOPO DAS PLANTAS

SINTOMAS NOS FRUTOS

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06 - GRÁFICO DE OCORRÊNCIA DE PRAGAS DO TOMATE NO CEARÁ OCORRÊNCIA DE PRAGAS EM TOMATE ENVARADO

PLANTIO DE CAMPO CEARÁ

MOSCA BRANCA (Bemisia ssp ) - PULGÃO (Myzus persicae)

MOSCA BRANCA FASE CRÍTICA

TRAÇA - Tuta absoluta

BROCA PEQUE

oleucinoides elegantalis)

LAGARTAS (Heliothis zea – Spodoptera frugiperda ) BROCAS GRANDES

MOSCA MINADORA (RISCADEIRA) – Liriomyza sativa

FORMIGA

LAGARTA

ROSCA (A. ipsilon) CACHORRO

DE AREIA

C O L H E I T A

FLORAÇÃO E FRUTIFICAÇÃO

FASE INICIAL

DAT

D T

01

07

14

21

28

35

42

49

56

63

70

77

84

91

98

105

112

119

126

DAT = DIAS APÓS TRANSPLANTE

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D.T. = DIA DO TRANSPLANTE

TOMATE SANTA CLARA = CONSIDERAR ATÉ 112 DAT

TOMATE HÍBRIDO LONGA VIDA = CONSIDERAR ATÉ 126 DAT

MOSCA BRANCA = PERÍODO CRÍTICO = TRANSMISSÃO DE GEMINIVIRUS.

BROCA PEQUENA = PREOCUPAÇÃO COM OVOS E LARVAS ANTES DE PENETRAR

NOS FRUTOS

PRAGAS CITADAS = PRESENTES NO ESTADO, COM DANOS ECONÔMICOS

07 - PRAGAS DO TOMATE

RELAÇÃO DE PRAGAS 1- LAGARTA ROSCA -Agrotis ypsilon 2- FORMIGAS 3- MOSCA BRANCA – Bemisia ssp 4- MINADORA – Liriomyza sativa 5- TRAÇA – Tuta absoluta 6- BROCA PEQUENA DOS FRUTOS – Neoleucinodes elegantalis 7- MICRO-ÁCARO - Aculops lycopersici 1 – LAGARTA ROSCA A Lagarta Rosca vem se tornando uma praga importante, provocando perdas

significativas em áreas de tomate. A maior incidência tem sido verificada em áreas que já

tenham sido cultivadas com outras hortaliças. Nos últimos anos o cultivo sucessivo das

mesmas áreas, é uma necessidade, pela falta de novas áreas. Mesmo com a rotação de

culturas, algumas doenças e pragas aumentam – até porque algumas são comuns a

várias culturas. A Lagarta Rosca é uma praga de várias culturas, além do tomate merece

destaque, milho, cenoura, repolho, pimentão, feijão, rosas. O ataque de lagarta rosca,

nos últimos anos, tem sido responsável pela maioria da necessidade de replanta em

hortas recém transplantadas. Nos casos mais graves, na primeira noite após o

transplante, perdas de até 20% podem ser registradas.

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DESCRIÇÃO: 1- Classificação: ORDEM = Lepidoptera

FAMÍLIA = Noctuidae

GÊNERO = Agrotis

ESPÉCIE =Agrotis ipsylon, Huf ( A. ipsilon ou Agrotis sp )

2- Descrição

Adulto: Mariposa

Ovo: Postura nas folhas

Larva: Lagarta de hábito noturno, de cor marrom claro com listra

marrom escuro.

Pupa: De cor marrom, ficam no solo.

MODO DE ATAQUE A lagarta rosca passa o dia no solo, saindo à noite para se alimentar. Ela corta

as plantas rente ao solo. Plantas que aparecem pela manhã tombadas sobre solo, com

claros sinais de ter sido cortado por algum inseto, indicam a presença de lagarta rosca.

Cavando ao redor da planta cortada, a uma profundidade de até 15 cm, a lagarta poderá

ser encontrada. Ao ser tocada, ela se enrola – de onde originou seu nome.

CONTROLE A aplicação de defensivos para o combate à lagarta rosca, deve ser realizado

diretamente nas covas ou no colo das plantas, conforme o grau de infestação.

I= Para solos com alta infestação:

Pulverizar as covas 2Dias antes do Transplante

Produtos: Vexter/Astro/Nufos/Lorsban (CLORPIRIFOS )

Dosagem: 30 ml/20Lde água

Repetir a aplicação no dia do Transplante

II = Para solo com baixa infestação

Pulverizar o colo das plantas imediatamente após o

Transplante com um dos produtos citados no item I, na

mesma dosagem.

Repetir, se ainda aparecerem plantas cortadas, 3 DAT. FRUTAL’2003

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Page 91: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

LAGARTA ROSCA – Agrotis ipsylon.

LAGARTA LAGARTA ATACANDO UM CAULE

PUPA 2 – FORMIGAS Talvez a praga mais antiga seja a formiga. Mesmo depois de tantos anos, ainda se

constitui uma praga importante. Os danos são causados nos primeiros DAT. Perdas de

até 10%, em uma única noite, tem sido registrado. Ao menor descuido as formigas

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Page 92: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

cortam as plantas recém transplantadas, cortando próximo ao solo. Uma planta de

tomate cortada por formigas não mais se recupera. Grande parte dos casos de replanta

são provocados pela ação de formigas.

A “formiga–de-roça” e a “formiga-de-ninho” , são as responsáveis pelas perdas em

tomateiros no Ceará.

Para o controle da formiga-de-roça o uso de inseticidas na formulação de iscas resolve o

problema. Ótimos resultados temos conseguido com uso da isca Blitz.

Para o combate à formiga-de-ninho os melhores resultados são as aplicações de

inseticidas líquidos, diretamente no “ninho”. Com o uso de Vexter/Astro/ Nufos(

Clorpirifos ) na dosagem de 30 ml/20L de água, as formigas são eliminadas. Utilizar um

pulverizador costal, sem o bico, somente com a lança.

Como medida auxiliar de alta eficiência, aconselhamos espalhar dentro e ao redor ( em

todo o perímetro ) da área plantadas, galhos de mandioca, que funcionam como atrativo

para a formigas. Elas dão preferência às folhas de mandioca. De tal modo que o

tomateiro não será atacado e permite localizar com facilidade os formigueiros, o que é

muito importante.

3- MOSCA BRANCA A mosca branca é atualmente a praga mais importante para a cultura do tomate. Os

danos diretos já são muito grandes. O dano indireto, muito mais sério, tem sido o

responsável pelos maiores prejuízos nas áreas cultivadas com tomate. Foi a primeira

praga a merecer do Governo Federal o “Alerta Fitossanitário Número 1”, por iniciativa do

CENARGEN ( Embrapa – DF )

Inúmeros seminários, simpósios, palestras e reuniões foram realizadas por todo o

País, para tratar especificamente da mosca branca.

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CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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3.1– CLASSIFICAÇÃO ORDEM = Hemiptera FAMÍLIA = Aleyrodidae GÊNERO = Bemisia ESPÉCIES = Bemisia tabaci ( ou raça A )

Bemisia argentifolii ( ou raça B )

3 .2 DESCRIÇÃO Exclusiva para mosca branca Bemisia tabaci e Bemisia argentifolii. Outras

espécies de mosca possuem várias características diferentes, principalmente sobre

postura, ovos e ninfas.

A mosca branca não é uma mosca e nem branca. As moscas são da ordem

Díptera, a mosca branca é Hemíptera. O corpo da mosca branca é de cor amarela. O

nome vem da semelhança com uma mosca e em função das asas possuírem uma

camada de pó branco.

Adulto: É um pequeno inseto voador, sugador, de vôo rápido, que vive sob as

folhas, onde realiza sua postura, eclosão, desenvolvimento das ninfas e completa todo o

seu ciclo. Mede pouco menos de 1 mm, com as fêmeas um pouco maior que os

machos, quando são vistas em par, o macho é o menor, sendo facilmente visível a

diferença de tamanho. O corpo é de cor amarelada e as asas são recobertas por uma

fina camada de cor branca – de onde vem o nome. Atacam as plantas durante todo o dia.

Se deslocam nas plantas de forma ascendente, nas folhas mais velhas são encontradas

maiores quantidades de ninfas e nas folhas seguintes os adultos e ovos são mais

presentes. Quase sempre na mesma folha temos ovos, ninfas em todos os estádios e

adultos, o que detectamos é a presença maior ou menor de uma das fases. O ataque da

mosca branca acontece em qualquer idade da cultura. Em tomates transplantados nas

primeiras horas do dia, no final da tarde já são encontradas moscas brancas nas plantas.

Daí, a necessidade de tratamento preventivo no dia do transplante, conforme veremos no

item sobre controle dessa praga – que merece total atenção. A ausência de um controle

planejado e permanente, pode levar a níveis tão elevados do a praga, inviabilizando

totalmente a cultura.

É uma regra: nas áreas de tomate existem moscas branca. Um pequeno número de

adultos é suficiente para infectar uma grande quantidade de plantas, tendo em vista o FRUTAL’2003

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Page 94: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

caráter migratório das moscas dentro de um mesmo plantio. Uma mosca transmite vírus

para várias plantas.

A população de adulto nos meses de chuva, em razão das condições climáticas

desfavoráveis, é reduzida consideravelmente.

Nos período secos ( sem precipitação pluviométrica ) é comum verificarmos

verdadeiras explosões populacionais da mosca branca.

A mosca branca prefere os meses de alta temperatura, baixa umidade relativa do ar

e ausência de chuva.

A presença de várias espécies de plantas cultivadas e/ou nativas em todos os

estádios é o ambiente ideal para a mosca branca.

O deslocamento da mosca branca segue o sentido dos ventos.

Ovo Postura na face inferior da folha de modo disperso, um ovo em cada local. Os ovos

eclodem com 5 a 7 dias (variando conforme a temperatura), tem formato piriforme ou

ovóide, cor branco-amarelado (mudando de cor, até atingir a cor marrom quando próximo

à eclosão), medem cerca de 0,2 mm, apresentando dificuldade para visualização a olho

nu, sendo mais prático o uso de uma lupa. Cada adulto fêmea da mosca branca, pode

pôr de 30 a 400 ovos. Ha relatos de que pode chegar a mais de 1.000 ovos por adulto.

Nas condições ideais de cultura e clima ( temperatura alta e baixa umidade relativa do ar

), a postura gira em torno de 300 ovos/fêmea.

Ninfa No primeiro ínstar é muito pequena ( 0,3 mm ), um pouco alongada e móvel e muito

ágil – se desloca alguns centímetros ( por poucas horas ), a procura do melhor local

para se fixar – a partir de então não mais se movimenta. No

segundo e terceiro ínstar são de formato oval levemente alongado, translúcidas e fixas,

medem entre 0,4 a 0,5 mm.

No quarto ínstar ( ou pupa ), muda de translúcida para opaca, evoluindo para cor

amarelada, aparecem os ocelos ( dois pontos de cor escura da parte frontal ), adquire

mais volume no corpo, medindo de 0,6 mm a pouco menos de 1 mm . Ao completar o

estádio de pupa, o adulto eclode por meio de uma fenda aberta na parte frontal-superior.

Após emergir, o invólucro fica preso à folha, podendo ser visualizado com facilidade, é FRUTAL’2003

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Page 95: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

translúcido e apresenta a fenda ( que vista de frente tem a forma de um T ) de saída do

adulto.

3.3 – CICLO DE VIDA ADULTO = de poucas horas a 20 dias

OVO = 5 a 7 dias

NINFA = 15 dias

TOTAL DE DIAS = de 21 a 28 dias, em média, podendo ser de vida mais longa.

O ciclo de vida varia conforme a temperatura. Nos meses de temperatura mais

baixa, o ciclo é maior. Quanto mais quentes forem os dias, mais rápido o ciclo será

completado.

3.4 - DANOS: A) DIRETOS: Pelo fato de ser inseto sugador a mosca branca retira sua

alimentação da planta, sugando a seiva, debilitando a planta. Ao mesmo tempo que suga

a seiva, a mosca branca injeta toxinas e vírus. A presença de toxina é mais visível nos

frutos que ficam com aspecto esbranquiçados e sem sabor (o que chamamos de

isoporização ). As folha se enrolam para cima ( expondo a face inferior), ficam menores,

duras, sem brilho e ásperas.

As ninfas são altamente sugadoras de seiva. A alta população de mosca branca,

promove a retirada de grande quantidade de seiva. A grande densidade da mosca

branca eliminam substâncias açucaradas ( excrementos ) sobre o folhas e frutos, onde

se desenvolvem fumaginas. Com isso se forma uma camada de cor negra sobre folhas e

frutos, prejudicando a fotossíntese e dando aparência feia aos frutos ( em alguns casos

os produtores lavam os frutos para retirar a fumagina ) Basta imaginar que em uma

horta, sem controle de mosca branca, com 16.000 plantas ( 1 hectare ), com a população

de 10 adultos/planta , quantidade facilmente encontrada em hortas com infestação

média ( Já contamos cerca de 60 moscas adultas em apenas um folíolo de tomate ).

Teríamos cerca de 160.000 insetos sugando diariamente as plantas, considerando

somente os adultos, sem calcular as ninfas.

Não sendo realizado o controle, considerando:

a) o ciclo completo de 30 dias,

b) condições climáticas favoráveis,

c) hospedeiro ótimo ( que permite completar o ciclo ), FRUTAL’2003

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d) postura de 400 ovos/adulto ( máximo )

e) reprodução de 50% de fêmeas férteis ( igual a 200 fêmeas/ciclo )

f) das fêmeas férteis, somente 50% serão reprodução útil,

g) área de 1 ha ( 16.000 plantas ) com 10 adultos/plantas,

h) sem medidas de controle,

i) calculada com as plantas com 5 DAT, podemos projetar o crescimento populacional

das moscas, considerando uma taxa de crescimento de 25% do total de postura, para

cada ciclo.

1° Ciclo =Aos 5 DAT = 160.000 adultos

2° Ciclo = Aos 35 DAT = 160.000 x 100 = 16.000.000 moscas

3° Ciclo = Aos 65 DAT = 16.000.000 x 100 = 1.600.000.000 moscas

4° Ciclo = Aos 95 DAT = 1.600.000.000 x 100 = 160.000.000.000

Para uma horta de 16.000 plantas, considerando somente 4 ciclo da mosca branca

e uma infestação inicial de 10 adultos/planta. Os valores acima foram calculados visando

demonstrar a rapidez da evolução da praga, o quanto de seiva pode ser retirada e a

quantidade de excrementos açucarados que serão eliminados. Vale lembrar que em

uma mesma planta existem todas as fases: ovo, ninfas e adultos – com o ciclo sendo

completado todos os dias. O que justifica a importância atual da mosca branca no

mundo. Não causa nenhum espanto a formação de nuvem de mosca branca, em regiões

onde não foram adotadas medidas de controle.

B ) INDIRETOS: A transmissão de vírus do grupo Geminivirus, o dano indireto da

mosca branca, é muito mais grave que os danos diretos por ela provocados. Ver

detalhes dos sintomas no item Vírus. Pêlos dados abaixo podemos ter uma idéia da

agressividade do vírus no tomateiro.

GEMINIVÍRUS:

FAMÍLIA = Geminiviridea

GÊNERO = Bogomovirus

Principais Grupos = TYLCV ( Tomato Yellow Leaf Curt Virus)

TGMV ( Tomato Golden Mosaic Virus )

Vejamos um exemplo de Amostragem de Níveis de vírus em tomateiro no Ceará:

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

LABORATÓRIO DE VIROLOGIA VEGETAL

PRESENÇA DE GEMINIVIRUS NO TOMATEIRO

ABSORÇÃO COM AMOSTRAS FOLIARES

MUNICÍPIO N° Plan SINTOMAS Média Min. Máx.

Guaraciaba 70 Lcurl, Lrl, Lrd, St, Fab 1,971 1,037 2,774

Ibiapina 15 Lcurl, Lrl, Lrd, St, Fab 1,732 1,497 2,149

São Benedito 23 Lcurl, Lrl, Lrd, St, Fab 1,695 0,967 2,240

Tianguá 32 Lcurl, Lrl, Lrd, St, Fab 1,570 1,204 2,129

Ubajara 58 Lcurl, Lrl, Lrd, St, Fab 2,098 0,947 3,418

Tomate sadio 10 - 0,253 0,215 0,298

Data do teste : 11 de junho de 1999

Lcurl – Leaf curl,

Lrl – enrolamento para baixo

Lrd – enrolamento para a direita

St – nanismo ( Stunt )

Fab – queda floral ( Flouver abscission )

Testes realizados por Prof. Dr. José Albérsio de Araújo Lima

Dr. Joaquim Torres Filho e Equipe da UFC.

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3.5 - DADOS SOBRE TRANSMISSÃO DE GEMINIVÍRUS:

TIPO : Persistente-circulativo

AQUISIÇÃO A mosca branca sadia adquire o vírus ao se alimentar de plantas infectadas, que

pode ser tomate ou qualquer outra espécie. O período de aquisição (tempo necessário

para a mosca branca adquirir o vírus) é de aproximadamente 15 minutos, se alimentando

de uma planta contaminada.

CIRCULAÇÃO O vírus no interior da mosca branca, após a aquisição, circula pelo seu corpo até

atingir as glândulas salivares – quando estará pronto para ser transmitido para uma

planta sadia. O período de circulação (ou período de latência) demora de 4 a 20 horas.

TRANSMISSÃO A mosca infectada transmite o vírus quando está se alimentando de uma planta. Ao

introduzir seu aparelho sugador (estilete) na folha da planta visando sugar a seiva (que é

seu alimento), a mosca branca ao mesmo tempo transmite o vírus e toxinas.

Enquanto durar a vida da mosca em fase adulta, ela estará transmitindo o vírus, período

que pode durar até 20 dias. Uma única mosca pode transmitir vírus para várias plantas,

tendo em vista seu movimento dentro de uma mesma horta.

Na Serra da Ibiapaba mosca branca somente iniciou a transmissão de vírus em

agosto de 1998, quando foram detectados os primeiros sintomas. Nessa época todos os

municípios já tinham alta incidência de mosca branca, provocando somente os danos

diretos. A evolução foi muito rápido tendo em vista que os produtores e técnicos da

região não acreditavam na agressividade e nos danos que a mosca branca poderia

trazer. Somente quando o mal já estava feito é que foram dar crédito, mas já era tarde –

a quantidade de mosca e a infestação de vírus estavam fora de controle.

No Ceará, consideramos impossível a erradicação (ou mesmo um controle eficaz)

da praga, antes da introdução de híbridos tolerantes, por vários fatores:

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Page 99: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

I = A existência de plantios durante todo o anos, com plantas em todos os estádios de

vida (todos os dias são plantas novas hortas de tomate) Com plantios novos sendo

realizados vizinhos a hortas velhas – com mosca branca e viroses.

II = O cultivo de várias culturas hospedeiras, dentre elas o pimentão, repolho, abobrinha,

pepino, feijão, feijão vargem, couve, mandioca, beringela, maxixe, algodão, abóbora,

melancia, rosas e flores diversas.

III = Várias plantas nativas hospedeiras, com destaque para jurubeba roxa, jurubeba

branca, mata-pasto, taboquinha, babão, goiabinha, e muitas outras.

IV = O abandono de hortas com altas infestação de mosca e com 100% das plantas com

vírus. O produtor ao sentir que a sua horta está em situação de perda total, não erradica

de imediato as plantas. O que é pior, em muitos casos abandona totalmente o plantio,

passando vários dias para erradicar. No período em que o plantio ficou abandonado até

a erradicação (que pode levar até mais de 1 mês), as moscas ficam sem nenhum

controle e com a reprodução plena.

V = Infelizmente os hortas após a última colheita não são imediatamente erradicadas. Já

verificamos plantios que após a colheita ficam mais de 2 meses abandonados. Com as

brotações novas (local preferido pelos adultos da mosca branca) que surgem nas plantas

e com o grande número de ninfas e moscas adultas existentes, há uma explosão

populacional, sendo incalculável o número da praga.

VI = Falta de um programa de controle da mosca branca. Com a total falta de pesquisa e

sem Assistência Técnica os produtores não dispõem de um programa mínimo preventivo

de combate à mosca branca. Mesmo pela importância econômica dessa praga, nenhuma

medida foi adotada pelo governo Federal, Estadual e Municipal, visando manter a

pragas em níveis de danos econômicos mínimos. Cada produtor tenta controlar a praga

de um modo diferente. Erros graves foram e continuam sendo cometidos, seja no uso de

produtos sem eficiência, na dosagem errada, na falta de alternância de princípios ativos,

na preocupação somente com o inseto na fase adulta, na tentativa de controlar a praga

somente quando os níveis de danos são altos e visuais, etc, etc. Informações são

levadas aos produtores por pessoas não capacitadas, em geral orientações que mais

desorientam do que ajudam.

VII = A produção sem nenhum controle de mudas em estufas. Existem dezenas de

pequenos produtores de mudas, muitos sem nenhum conhecimento técnico. Não

realizam pulverizações contra a mosca branca. Não controlam o acesso de pessoas ao FRUTAL’2003

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Page 100: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

interior das estufas. Mudas contaminadas com geminivírus são comercializadas

livremente. A produção e comercialização de mudas são realizadas sem nenhum

controle.

3. 6 - MEDIDAS DE CONTROLE: A mosca branca é uma praga que morre facilmente, mas de difícil controle, pelo seu

poder de reprodução rápida, alta ovoposição, completar o ciclo em várias plantas

cultivadas e nativas, além de usar outras tantas como hospedeiras-alimentar.

Somente um conjunto de Medidas de Controle permitem a manutenção em níveis

aceitáveis, vejamos as mais imprescindíveis:

1- Aquisição de mudas isentas de mosca branca – adultos, ovos e ninfas.

2- Isolamento da área a ser cultivada com plástico amarelo, pelo menos nos três lados

do sentido do ventos. O plástico deve ter altura mínima de 1,5 m, sendo pulverizado com

óleo lubrificante SAE 40, ou pincelado com graxa incolor + óleo SAE 40 . O uso de cola

especiais é ideal, no entanto o preço é muito elevado – sendo mais usado em culturas

mais nobres, exemplo da rosas, onde se usa a isca Tatoo. O que é também

recomendado para preparar armadilhas de monitoramento em campo e estufas.

3- Transplantar as mudas com idade mínima de 22 DAS, plantas com 28 DAS devem

ser preferidas, desde que tenham qualidade.

4- Fazer uma aplicação com inseticida do grupo químico Neonicotinóide nas bandejas,

no dia anterior ou no dia do transplante, exemplo Confidor, Saurus ou Actara.

5- Realizado o transplante, seguir um programa mínimo de controle da mosca branca,

de modo preventivo (mesmo porque a presença da praga é uma certeza).

6- Monitorar a região, sempre em busca de informação para determinar o grau de

infestação com geminivirus na região do plantio a ser realizado (ação preferencialmente

governamental).Com o resultado do dados, determinar intervalo de pulverização.

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Page 101: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

3.7 - PROGRAMA DE PULVERIZAÇÃO O INTERVALO entre cada pulverização depende do risco em potencial (grau de

infestação de mosca branca virótica na região da horta a ser plantada).

Realizar o tratamento abaixo até 45DAT. Após 45DAT, reavaliar a situação da horta,

passando a usar no programa os inseticidas com curto período de carência.

Conforme a evolução quantitativa da presença de mosca branca, o intervalo deve ser

modificado. Se iniciado com intervalo pequeno, pode ser aumentado conforme a mosca

for diminuindo a incidência. Se for iniciado com intervalo maior, poderá ser reduzido se a

mosca branca aumentar a quantidade.

Nenhum programa de pulverização pode ser fixo. Os produtos, doses e intervalos de

pulverizações devem ser modificados conforme as necessidades periódicas,

considerando todos os fatores locais – clima, quantidade da praga, estádio e sanidade

geral das plantas, lançamento de novos grupos químicos e/ou princípios ativos,

disponibilidade de produtos no mercado e tipo de tomate cultivada.

O importante é monitorar, sempre no horário da manhã, entre 8 e 10 horas de cada

dia. Vistoriando 0,5% das plantas, a cada dia, até os 30DAT. Contagem aleatória

abrangendo toda a área plantada.

DADOS PARA DETERMINAR INFESTAÇÃO DE MOSCA BRANCA ADULTA EM

TOMATEIRO COM ATÉ 30DAT

CONSIDERANDO 0,5% DE PLANTAS PARA AMOSTRAGEM

ÁREA DE 1,0 ha.

Grau de infestação Soma de mosca

Gravíssimo > 150

Muito Grave 100 a 149

Grave 50 a 99

Medianamente grave 25 a 49

Levemente grave 5 a 24

Sob controle < 5

Em todo Programa de Pulverização alguns cuidados são indispensáveis:

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Page 102: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

a) Alternar os grupos químicos

b) Alternar os princípios ativos, dentro de um mesmo grupo químico

c) Nunca usar dosagem inferior ou superior às recomendadas.

d) Nunca fazer misturas de muitos produtos, principalmente de inseticidas com

fungicidas e adubos foliares. Muitos produtos são incompatíveis. Somente realizar

misturas com orientação técnica.

e) O volume de calda recomendados deve ser aplicado. Bastante atenção com

pulverizações muito rápidas, que não fazem a cobertura necessária.

f) As pulverizações contra mosca branca, preferencialmente devem ser realizadas

visando praticamente somente a mosca branca e no período da manhã (quando

possível).

g) Muito atenção para o pH da Calda, os inseticidas possuem maior eficiência em pH

5,5. Quando necessário usar um redutor de pH. Exemplo: Compact Zinco, Redufol,

Wuxxal e Kempi, Control DMP.

h) O intervalo de pulverização deve ser determinado pelo grau de infestação, sendo o

intervalo de 3 dias para os casos de infestação gravíssima e 10 dias quando o grau de

infestação for levemente grave.

PROGRAMA DE PULVERIZAÇÕES PARA SITUAÇÃO DE INFESTAÇÃO DE VÍRUS

ALTÍSSIMA (QUADRO ATUAL DA IBIAPABA)

INTERVALO: 1 PULVERIZAÇÃO A CADA TRES DIAS:

Doses para 20 Litros de água

Pulverizar sempre com EPI.

EXEMPLO DE ALTERNÂNCIA DE GRUPOS QUÍMICOS:

1= Neonicotinóide (Cloronicotinil)

2= Fósforado sistêmico

3= Carbamato

4= Piridazona

5= Neonicotinóide (Cloronicotinil)

6= Fosforado + Piretróide

7= Piridil éter FRUTAL’2003

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8= Carbamato + Piretróide

9= Piridazona

10= Fosforado sitêmico + Piretróide

11 = Tiadiazin

EXEMPLO DE PROGRAMA DE PULVERIZAÇÃO:

1a Dia do Transplante :

Confidor = Dose 1 pacote de 30 gramas

Local : no colo das plantas

Volume de calda = 20 litros para 1500 plantas

2a : Orthene = 15 gramas

Local : Pulverização foliar

Volume de calda = 20 Litros para 4.000 plantas

3a : Methomex = 15 ml

Local : pulverização foliar por cima .

Volume de calda = 20 Litros para 4000 plantas

4a : Sanmite = 20 ml

Assist = 20 ml

Local : Pulverização foliar por cima e por baixo da folhas

Volume de calda = 20 Litros para 3000 plantas

5a : Saurus = 10 gramas

Local : Pulverização foliar normal

Volume de calda = 20 Litros para 3000 plantas

6a : Deltaphos = 20 cc

Local: pulverização normal

Volume de calda = 20 litros para 2500 plantas

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Page 104: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

7a : Thiobel = 45 gramas

Applaud = 10 gramas

Local : Pulverização por baixo da folhas e nos cachos

Volume de Calda = 20 litros para 2000 plantas

8a : Sanmite = 20 cc

Assist = 20 cc

Local = por baixo das folhas

Volume de calda = 20 litros para 2000 plantas

9a : Orthene = 15 gramas

Meothrin = 8 cc

Local : Pulverização por cima e por baixo das folhas

Volume de Calda = 20 litros para 1500 plantas

10 a : Cordial = 15 ml

Local : pulverização normal na planta

Volume de Calda = 20 litros para 1.300 plantas

11 a : Thiobel = 45 gramas

Meothrin = 8 cc

Local : Pulverização por cima e por baixo das folhas, procurando atingir os cachos.

Volume de Calda = 20 litros para 1300 plantas

12 a : Capypso = 4 cc

Decis tab = 1 tablete para 50 litros de água

Local : pulverização por cima e por baixo

Volume de calda = 20 litros para 1000 plantas

13a :Cordial = 15 ml

Local : pulverização normal na planta

Volume de Calda = 20 litros para 1.000 plantas FRUTAL’2003

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Page 105: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

14a : Deltaphos = 20 cc

Local: pulverização normal nas folhas

Volume de calda = 20 litros para 1.000 plantas

15 a : Orthene = 15 gramas

Sevin = 50 cc

Local = pulverização por cima e por baixo, atingir os cachos

Volume de calda = 20 litros para 800 plantas

16a : Applaud = 10 gramas

Thiobel = 45 gramas

Local : por baixo das folhas, atingir cachos

Volume de calda = 20 litros para 800 plantas

Em todos as aplicações utilizar espalhante adesivo (menos onde for aplicado Assist)

e um redutor de pH, de modo a manter o pH da calda entre 5 e 5,5.

A partir da 20a PULVERIZAÇÃO, avaliar a situação da horta, determinando

quantidade de mosca branca adulta por planta e percentual de plantas viróticas, Fazer

novo planejamento de pulverizações, tendo total atenção com a carência dos produtos,

não usar produtos com carência superior a 7 dias até aos 60 DAT. A partir de então

somente aplicar produtos com carência de no máximo 3 dias.

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Page 106: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

MOSCA BRANCA – Bemisia argentifolii

OVOS E NINFAS NINFA 2° ÍNSTAR

NINFA 4° ÍNSTAR (PUPA) ADULTO

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4 – MINADORA A mosca minadora ou riscadeira do tamateiro não é praga principal. Porém em

algumas regiões e em alguns meses tem causado danos econômicos.

A destruição das folhas promove redução de produção.

Classificação Ordem: Díptera

Família: Agromyzidae

Gênero : Liriomyza

Espécie: Liriomyza huidobrenses , Liriomyza sativa

Descrição O adulto da Minadora é uma pequena mosca, com cerca de 2 mm, de corpo preto

com manchas brilhosas, com as asas transparentes . De vôo rápido, gosta de pousar

sobre varas, arames e barbantes. Realiza a postura nas folhas, onde abre minúsculas

cavidades para depositar o ovos (um por cavidade), sempre iniciando a postura nas

folhas mais velhas. A cavidade é chamada de puncturas. A larva é de cor creme-

amarelada, pequena , ápode, de corpo liso e de alimenta da folha abrindo uma galeria. A

galeria é inicialmente fina, aumentando de largura conforme o desenvolvimento da larva,

observando atentamente, serão vistas dentro da galeria pontuações negras, que são as

feses da larva. Para emergir da folha a larva abre uma pequena fenda no final da galeria.

Fotos na página 102.

Ciclo de Vida A mosca minadora completa o ciclo em período que varia conforme as condições

climáticas. Nos meses de temperatura alta e umidade relativa do ar baixa, o ciclo é mais

curto girando entre 19 e 25 dias. Nos meses de precipitação pluviométrica e baixa

temperatura pode chegar aos 40 dias.

Para cada estádio, em média:

Ovo = eclode com 2 dias

Larvas = 4 dias

Pupa = 9 dias

Adulto = vários dias FRUTAL’2003

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Page 108: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Danos Plantas fortemente atacadas pelas larvas da minadora, sofrem alta redução de área

foliar verde. Como conseqüência a Fotossíntese é prejudicada, com redução da vida da

planta, menor produtividade e qualidade dos frutos. A redução foliar, expõe os frutos à

ação do sol. Perda superiores a 20% já foram constatadas em plantios com alta

incidência de minadora, principalmente no município de Croatá, Serra da Ibiapaba, Ce.

Por outro lado, folhas minadas são portas de entrada de bactérias. Em cultivo protegido

tem sido praga preocupante .

Controle

A minadora não é uma praga de controle difícil. Existem inseticidas com alta

eficiência.

Específico: Trigard

Dose = 3 gramas/ 20 L de água

Ação : sobre as larvas

Não Específico: Vertimec/Abamex

Dose = 20 ml/20L de água

Ação : larvas

Thiobel

Dose = 45 g/20L de água

Ação : larvas

Orthene

Dose = 15 gramas/20 L água

Ação : Adulto / larva

Meothrin

Dose = 6 a 8 ml/20L água

Ação : adulto / larva

Cascade

Dose = 8 ml/20L de água

Ação: ovicida e larva inicial

Armadilhas : Colorida

Atrativo cor : amarela

Apreensão : Cola isca Tatoo FRUTAL’2003

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Page 109: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Graxa branca/amarela

Óleo lubrificante SAE 90

Para um controle eficiente, aconselhamos:

1° - Iniciar a pulverização logo no surgimentos da primeiras

puncturas e minas iniciais.

2° - Primeira Pulverização: Cascade + Orthene

3° - Segunda Pulverização: Vertimec/Abamex ,2 dias depois da 1a .

4° - Terceira Pulverização: Thiobel + Meothrin, 5 dias após a 2a

5° - Quarta Pulverização: Trigard + Orthene, 5 dias após a 3a .

6°- Quando necessário associar produtos com modo de ação diferente, que controlem a

praga em estádios diferentes:

Ex.: Cascade + Vertimec/Abamex

Cascade + Orthene

Trigard + Cascade

Trigard + Thiobel

Trigard + Meothrin

Trigard + Orthene

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Page 110: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

MINADORA – Liriomyza spp

LARVA EM FOLHA DE TOMATE

PUNCTURAS EM FOLHA DE TOMATE

LARVA EM PLANTA DANINHA

ADULTO

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Page 111: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

5 - TRAÇA DO TOMATEIRO Dentre as várias pragas do Tomateiro, a Traça é classificada como uma das pragas

chaves. Dependendo da região e do clima, é a praga principal. O certo é que tomateiro

cultivado em qualquer local , em qualquer época do ano e independente do nível de

tecnologia usado, a Tuta absoluta estará sempre presente, em maior ou menor grau de

infestação. A pesquisa pública, as empresas produtoras de defensivos, os técnicos de

campo e os produtores têm dedicado boa parte de seus tempos na busca do controle

dessa praga. Pela sua importância como praga de danos diretos, os esforços são

enormes visando diminuir as perdas de produção e diminuir os custo de controle da traça

do tomateiro. Por outro lado, o comportamento errado (muitas vezes por pura ignorância) da

maioria dos produtores e de muitos técnicos (sem ética profissional, visando somente

atingir cotas de vendas) tem provocado o rápido surgimento de gerações de Tuta

absoluta com, resistência a inseticidas altamente eficientes – destruindo anos de

pesquisas e de investimentos. Em muitos casos a explosão populacional de gerações

resistentes, leva a prejuízos enormes – inviabilizando totalmente o controle da praga,

seja pelo alto custo direto na aquisição e aplicação de defensivos, pela baixa eficiência

dos mesmo, ou pela soma dos dois fatores.

Nos meses de alta temperatura – período de Julho a Dezembro – a presença da

traça é maior, superando os danos provocados por broca pequena, minadora, micro-

ácaro e outras pragas (somente a mosca branca consegue superar a traça).

A traça é uma praga da parte aérea do tomateiro, danificando caule, folhas e frutos.

CLASSIFICAÇÃO ORDEM: Lepidóptera

FAMÍLIA: Gelechiidea

GÊNERO: Tuta

ESPÉCIE: Tuta absoluta , Meyrick

NOME ANTERIOR: Scrobipalpuloides absoluta

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Page 112: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

DESCRIÇÃO A) Ovo : Os ovos são muito pequenos, medindo menos de 1 mm, quando novos

possuem a coloração amareladas, evoluindo para avermelhado quando estão próximo a

eclodir. Em média cada fêmea põe 200 ovos, podendo ser mais ou menos em função

das condições climáticas, apostura será maior nas épocas mais quentes.

B) Larva: Por ser um Lepidoptero, as larvas da traças são lagartas que se movimentam

na parte aérea das plantas. De tamanho pequeno, variando entre 6,5 a 7,5 mm de

comprimento, com pouco mais de 1mm de largura. Quando o ataque é no “olho da

planta” (broto de crescimento) será visto somente uma lagarta se alimentando em cada

broto. Porém, nas folhas e frutos podem ser várias lagartas atacando ao mesmo tempo.

As larvas são de cor verde, com cabeça escura, apresentando um anel de cor escura no

primeiro segmento, como se fosse um colar.

C) Crisálida: a traça pode empupar em vários locais: - dentro das galerias formadas nos ponteiros,

- nas folhas,

- nas galerias dos frutos,

- no solo

Existem dois tipos de pupas. a) Pupa nua: quando realizada no solo ou sobre lesões abertas nos frutos, b) Pupa em casulo: quando realizada sobre as folhas ou nas galerias do caule. D) Adulto: Trata-se de uma pequena mariposa, portanto com hábito de realizar a

postura ao entardecer, indo até ao amanhecer do dia seguinte. Durante o restante do dia,

se esconde sob as folhas do tomateiro, somente voando se for provocada. O vôo é

curto e rápido, saindo de uma planta para outra, sempre em busca de abrigo. A cor do

adulto da traça do tomateiro é cinza, com muitas pintas escuras sobre as asas, o que a

torna inconfundível. Quando medida da ponta de uma asa à ponta da outra asa mede

aproximadamente 1 cm; medindo da cabeça até a outra extremidade (ovopositor), mede

aproximadamente 6 mm.

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Page 113: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CICLO BIOLÓGICO

OVO

4 DIAS, Podendo variar de 4 a 7 dias., dependendo das condições climáticas

LARVA: 14 DIAS

CRISÁLIDA: 8 DIAS

ADULTO: 22 DIAS

TOTAL DE OVO A ADULTO : 26 A 30 DIAS

COMPORTAMENTO O adulto da traça é uma mariposa, portanto, com hábito crespuscular-noturno-

auroral.

A postura é realizada em várias partes da planta: ponteiros, folhas e frutos, com

ovos sendo distribuídos individualmente e de forma aleatória.

As larvas, estádio da praga que causa danos, podem atacar os ponteiros, frutos e

folhas, vejamos os sintomas:

Nos ponteiros, formam galerias no sentido descendente, destruindo a gemas de

crescimento da plantas (em geral para cada ponteiro atacado, existe uma larva de traça).

Uma planta nova (com até 15 DAT) que é atacada no ponteiro principal perde a

capacidade de crescimento, ficando inutilizada. Em alta infestação de traça nos

ponteiros, o plantio poderá ser totalmente prejudicado, sendo os danos irreversíveis.

A identificação de ponteiros atacados é fácil pela presença de fezes, a formação

da galeria (de cima para baixo), a existência da larva e a morte do ponteiro são

inconfundíveis, de visualização rápida e fácil.

Vale lembrar que é a única praga que ataca e danifica o ponteiro do tomate.

Nas folhas, locais preferidos pelas larvas, formam galerias de forma

desorganizadas, largas e com presença de muitas fezes de cor preta. Em ataque inicial,

poderá existir confusão de identificação, com a minadora (Liriomyza). No entanto, vale

saber que as galerias formadas pelas minadoras são mais finas, praticamente não se

visualiza as fezes e de formato mais regular – iniciam muito finas e aumentam a largura

progressivamente (dando a impressão de uma estrada com algumas curvas). Quando

comparamos as larvas de traça com a larva da Liriomyza as diferenças são claras, basta

ler a descrição de ambas. A traça do tomateiro é mais destrutiva. Em alta incidência FRUTAL’2003

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Page 114: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

provoca a queima total das folhas, dando a impressão de a planta ter sido queimada por

fogo ou herbicida, expondo totalmente os frutos ao sol.

Nos Frutos, onde os danos são maiores e diretos, as larvas preferem se alimentar

na inserção do cálice. No início do ataque poderá passar desapercebido, tendo em vista

serem as larvas muito pequenas e ficarem encobertas pelas sépalas (pequenas folhas

do pedúnculo do fruto). Daí, a necessidade de vistoriar cuidadosamente os cachos,

principalmente em regiões de alta incidência e nos períodos mais favoráveis – meses

quentes (alta temperatura e baixa umidade do ar). As larvas se alimentam por cima dos

frutos (diferente da broca pequena, a traça não penetra para o interior dos frutos),

formando galerias superficiais, deixando um rasto de fezes de cor escura. Quando os

cachos possuem os frutos juntos, um tocando o outro, a larva ataca exatamente no local

onde os frutos se tocam, destruindo os dois frutos de uma só vez – este fato é muito

comum em frutos de tomates de crescimento determinado: os tomates rasteiros. Vale

lembrar que a destruição dos frutos só é constatada em nível de danos econômicos, nos

plantios mal conduzidos, onde o produtor não monitora sua área, e somente adota

medidas de controle quando visivelmente os danos são muito elevados. Em geral os

primeiros sintomas da presença da traça é nas folhas, servindo de alerta para o

produtor. No entanto, não é regra. Muitas vezes as primeiras larvas são vistas nos

ponteiros. Os frutos são atacados posteriores às folhas e ponteiros. As larvas serão

encontradas nos lados e na parte de cima dos frutos, dificilmente elas atacam a

parte inferior dos frutos. DANOS

Por ser uma praga que ataca várias partes da planta, a traça provoca danos

diferentes, conforme a região atacada.

a) Danos nos ponteiros: ao atacar os ponteiros, tornando as planta “cegas” e

paralisando o desenvolvimento natural, em muitos casos é necessário a erradicação da

área e plantar novas mudas. Já verificamos danos de até 80% de uma área de tomate,

sendo anti-econômico cultivar somente 20% da área. Quando o cultivo é realizado com

tomates do tipo Longa Vida, sementes híbridas de alto custo, os prejuízos são muito

elevados, devendo ser levado em consideração todos os outros custos: preparo do solo,

adubação, irrigação, pulverizações, etc. Pelo exposto, devemos ter o máximo de

cuidados para ao surgimentos das primeiras larvas de traça nos ponteiros, FRUTAL’2003

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Page 115: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

imediatamente adotar medidas de controle, independente do dia da semana. Ver em

Medidas de Controle.

b) Danos nas folhas: a destruição parcial ou total das folhas, reduz a fotossíntese – com

redução do tamanho dos frutos, consequentemente menor produção e produtividade Em

alta infestação a paralisação das atividades da planta é total, inibindo o crescimento dos

frutos. A exposição dos frutos ao sol, pela falta de folhas, reduz em muito a qualidade e

quantidade de frutos comerciais. Ao mesmo tempo, as galerias abertas são portas de

entrada de bactérias.

c) Danos nos frutos – sendo o dano direto no produto a ser comercializado, a presença

de larvas de traça nos frutos, pode levar a perdas de até 100% da produção. São muito

comuns os casos de perdas em torno de 20% da produção. Quando os danos da traça

estão associados aos provocados pela broca pequena, os percentuais chegam

facilmente a 50% da produção. Vale destacar que são perdas de frutos já produzidos,

portanto, com todos os custos já realizados. O produtor não deixar de ganhar por não

produzir, efetivamente ele perde a produção já feita.

CONTROLE Para o controle eficiente da traça várias medidas precisam ser adotadas:

a) uso de feromônio,

b) uso de trichogramma

c) uso de defensivos químicos específicos,

d) erradicação e destruição de restos culturais

Sobre o uso de feromônio e trichogramma ver capítulo específico, vale lembrar que

são indispensáveis para o controle eficiente da traça. Devendo se complementado com

outras medidas.

Controle com uso de defensivos químicos:

Um bom programa de controle de traça, passa pela alternância de princípios ativos,

usando sempre produtos de alta eficiência. Nunca repetir o mesmo princípio ativo

seguidamente. Vale lembrar que o importante não é o preço do litro do produto, mais a

eficiência do controle.

Vejamos um exemplo de programa de controle da Traça:

FRUTAL’2003

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Page 116: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

1a Aplicação: Pirate = 15 ml

+ Xenthari = 20 gr

2a Aplicação: Atabron = 20 ml

+ Xenthari = 20 gr

3a Aplicação: Thiobel = 45 gr

+ Meothrin = 5 cc

4a Aplicação: Vertimec/Abamex = 20 ml

+ Xenthari = 20 gr

O intervalo de aplicação está diretamente relacionado ao grau de infestação.

Infestação alta = a cada 3 dias uma aplicação

Infestação média = a cada 4 dias uma aplicação

Infestação inicial = a cada 5 dias uma aplicação.

O intervalo entre as aplicações deverá ser aumentado conforme for diminuindo o grau de

infestação. Ter o cuidado de direcionar o bico do pulverizador para a região mais

atacada, realizando uma boa cobertura – ponto de escorrimento. Não realizar

pulverizações sem a presença da traça, os inseticidas são fisiológicos (precisam entrar

em contato com a larva) ou biológicos (necessitam ser absorvidos no ato da praga de

alimentar). O Thiobel tem ação ovicida, sendo muito útil quando a quantidade de ovos for

elevada, evitando a eclosão da larva.

A traça é uma praga que precisa ser eliminada com rapidez, eficiência e no início da

infestação.

O monitoramento permanente da área cultivada é de primordial importância,

fornecendo dados para a tomada de decisão do momento e dos produtos a serem

pulverizados.

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Page 117: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

TRAÇA DO TOMATEIRO – Tuta absoluta

LARVA NO FRUTO LARVA MENOS DE 1 cm

FRUTOS DANIFICADOS

TRAÇA NA FOLHA DANO MAIOR

MINADORA NA FOLHA DANO MENOR

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Page 118: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

6- BROCA PEQUENAS DOS FRUTOS A Broca Pequenas dos Frutos é a principal praga do tomateiro cultivado no período

chuvoso, no Estado do Ceará. Os maiores danos na produção são decorrentes das

perdas de frutos furados, provocados pela broca pequena, com perdas que vão de no

mínimo 20% até 80%. No período chuvoso (Dezembro a Junho) é quando esta praga é

a maior preocupação e o maior volume de defensivos são direcionados para seu

controle.

CLASSIFICAÇÃO

ORDEM: Lepidoptera

FAMÍLIA: Pyraustidae

GÊNERO :Neoleucinodes ESPÉCIE : N. elegantalis, Guenée CICLO BIOLÓGICO Ovo: 3 a 5 dias

Larva: 28 dias

Pupa: 17 DIAS

Adulto : 10 DIAS

TOTAL DE OVO A ADULTO : 48 a 50 dias

DESCRIÇÃO Ovo : os ovos da broca pequena são encontrados principalmente sobre os frutos,

geralmente a postura é realizada sobre o meio ou ombro dos frutos. Poderão ser

encontrados ovos sobre a flor. No local da postura os ovos estão sempre agrupados,

girando em torno de 3 a 7 ovos juntos, formando uma pequena fila de pequenos ovos de

cor branco-creme. Os produtores costumam chamar de “lêndea dos frutos “, pelo fato de

apresentar semelhanças com a lêndea-do-piolho humano, ao ser pressionado por uma

unha.

Larva: Ao eclodirem as larvas penetram nos frutos pequenos, com menos de 10

mm de diâmetro. Nos frutos maiores as larvas não penetram, a película dos frutos

apresentarem resistência suficiente ao ataque da praga. Os frutos apresentam na parte

externa um pequeno ponto preto – correspondente ao local da entrada de cada larva. Já FRUTAL’2003

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Page 119: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

tivemos a oportunidade de contar cerca de 32 pontuações em um único fruto. Porém, um

única larva é suficiente para danificar um fruto. No interior dos frutos as larvas se

desenvolvem (destruindo totalmente a placenta do fruto), por um período médio de 28

dias, findo o qual elas saem dos frutos – seguindo o mesmo caminho de entrada. Existe

o canibalismo entre as larvas, onde as mais fortes devoram as menores. Em função do

canibalismo a relação de larvas que entram e as que saem dos frutos é de 5 x 1, esta

relação poderá ser maior – dependendo da quantidade de larvas existente. Inicialmente

as larvas são de cor verde claro, próximo a deixarem os frutos a cor muda para róseo.

Pupa: Após deixarem os frutos, as larvas procuram o solo para empupar. As pupas

ficam à profundidade de 3 a 5 cm, podendo ser encontradas com certa facilidade,

escavando próximo ao pé de tomate - que apresente frutos furados pela larva da broca

pequena.

Adulto: É uma mariposa, portanto com hábito de postura que vai do entardecer ao

amanhecer do dia seguinte. Nos períodos de maior incidência da broca pequena, os

ovos são encontrados com muita facilidade, sobre os fruto, em vistoria no horário entre

8horas e 10horas da manhã. A mariposa mede cerca de 2,5 cm de ponta a ponta das

asas. O corpo até 1,5 cm, com cor variando de creme a marrom claro. Asas de cor

branca, tem uma característica que facilita sua identificação: a presença de uma mancha

de cor marrom em cada asa. Durante a vida de adulto a mariposa põe até 120 ovos (em

geral variando de 30 a 120 ovos por fêmea),o que consideramos um nível de postura

médio (quando comparado com outras pragas).

CONTROLE O controle da broca pequena dos frutos é o mais difícil em tomate. Somente um

conjunto de medidas aplicadas ao mesmo tempo, podem ser eficientes.

Temos adotado o seguinte procedimento:

1° - Uso de armadilhas com feromônio, sendo o método mais eficiente no combate

ao adulto da broca pequena. Ver detalhes em capítulo específico sobre o uso de

feromônio.

2° - Distribuição de ovos de trichogramma. A eficiência do trichogramma,

parasitando os ovos de broca pequena e traça do tomateiro, é indiscutível.

Ver detalhes no capítulo sobre uso de trichogramma.

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Page 120: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

3° - Pulverização semanal nos cachos. Usando produtos de alta eficiência sobre os

ovos e larvas da broca pequena, com jato dirigido para os cachos (bico invertido: de

baixo para cima), com volume de calda em torno de 1200 litros de calda por hectare –

quando plantas com mais de 60DAT - , promovendo uma cobertura bem feita de todos os

cachos. Ver abaixo relação de produtos e doses.

4° - Cultivo em estufa, com tela nylon tipo sombrite 50%, fechando as laterais da

estufa.

Com o cultivo em estufa (principalmente nos meses de chuva), o controle da broca

pequena é facilmente realizado, tendo em vista a mariposa dificilmente passar pela tela

de nylon. Em estufa o uso de inseticidas é mínimo. Monitorando pelo uso das armadilhas

de feromônio e da presença de ovos nos frutos, podemos realizar pulverizações com

intervalo de 15 dias ou mais.

PRODUTOS PARA CONTROLE DE BROCA PEQUENA

DOSES PARA 20 LITROS DE ÁGUA

USAR ESPALHANTE ADESIVO E REDUTOR DE Ph\

THIOBEL (Cartap)= 45 gramas Ação ovicida e larvicida

METHOMEX/LANNATE (Methomyl) = 20 ml Ação ovicida e larvicida

SEVIN (Carbaryl)= 40 ml Ação sobre larvas

MEOTHRIN (Fenfopathrin)= 5 ml Ação sobre larvas e adultos.

FASTAC (Alfacipermethirna) = 3 ml Ação sobre larvas e adultos.

DECIS TAB (Deltamethrin) = ½ tablete = Ação sobre larvas e adultos.

PULVERIZAÇÕES:

- UMA PULVERIZAÇÃO SEMANAL específica para os cachos.

- ALTERNAR:

1a = THIOBEL + MEOTHRIN

2a = METHOMEX + DECIS TAB

3a = SEVIN + FASTAC

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Page 121: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

BROCA PEQUENA DOS FRUTOS - Neoleucinodes elegantalis

ADULTO MACHO

FRUTO DANIFICADO INTERNAMENTE

FRUTO FURADO

OVOS NO FRUTO LARVAS DA BROCA PEQUENA

MANCHA DA ASA

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Page 122: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

7 – MICRO –ÁCARO Das sete pragas aqui descritas, o micro-ácaro ou ácaro do bronzeamento do

tomateiro é a de menor importância, tendo em vista ser a que causa menos danos

econômicos na cultura.

Porém, não deixa de ter a sua importância como praga individual, ou quando

analisada no conjunto de pragas e doenças da cultura do tomate. Quando realizado seu

controle, nenhum prejuízo é verificado, por outro lado, em plantios mal conduzidos pode

haver perdas de produção.

CLASSIFICAÇÀO ORDEM – Acari

DAMÍLIA – Eryphidae

GÊNERO – Aculops

ESPÉCIE – Aculops lycopersici

DESCRIÇÃO O ácaro do bronzeamento do tomateiro é um micro-ácaro – individualmente visível

somente com uso de lupa de aumento de 50X. Atacam o tomateiro em colônia de

milhares de ácaros por planta, o que facilita sua identificação rápida e precisa no campo,

mesmo sem uso de qualquer lente de aumento. Nenhuma outra praga apresenta

características semelhantes às do Aculops lycopersici.

É uma praga que ataca inicialmente o caule da planta de modo ascendente. As

folhas e frutos também podem ser atacadas, desde que não seja realizado o controle

logo no início do surgimento no caule.

Quando surgem os primeiros micro-ácaros, o caule do tomateiro apresenta

pontuações amarelas, que ao receberem a luz do sol brilham – semelhante a pontos cor

de ouro. Para identificar o micro-ácaro, basta afastar as folhas e deixar o sol atingir o

caule, estando presentes, os ácaros brilham intensamente.

Com a continuação do ataque, os ácaros mudam de amarelo para o bronzeado e

negro – na fase final. Em geral na base do caule a cor é mais escura (bronzeado ou

negro), sendo nas partes mais novas (ponta do caule, folhas e frutos) de cor amarelo.

Em alta infestação prejudica a fotossíntese , poderá provocar a queda de flores

(casos raros) e recobre os frutos, tornando imprestáveis para comercialização. FRUTAL’2003

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Page 123: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CLIMA O micro-ácaro do tomateiro é uma praga típica dos meses quente (período com alta

temperatura e baixa umidade do ar). Nos meses de transição de inverno (período com

chuva) para o verão (período sem chuva), o que corresponde aos meses de maio e

junho, o ataque do micro-ácaro aumenta rapidamente. Nos meses com quase total

ausência de chuva (período de julho a novembro) é necessário bastante cuidado com

possibilidade de uma explosão da populacional do micro-ácaro. Por outro lado, ao iniciar

o período chuvoso (meses de Dezembro e Janeiro), existe uma redução na incidência

desta praga. Quando a época chuvosa se consolida (meses de fevereiro até abril) o

ácaro do bronzeamento praticamente desaparece.

Pelo exposto podemos concluir que o A. lycopersici é uma praga de transição de

período chuvoso para seco e de meses secos.

CONTROLE Para controlar o micro-ácaro existem produtos de altíssima eficiência, até porque é

um ácaro de fácil controle. Diferente de muitos outros ácaros fitófagos.

Pulverizar com:

Vartimec ou Abamex = 15 ml / 20 litros de água

Em qualquer época do ano.

Kumulus/Thiovit (Enxofre) = 40 gramas/20 litros de água

Somente em dias de baixa umidade relativa do ar e sem possibilidade de chuva.

Geralmente uma pulverização a cada 15 dias é suficiente.

Quando for pulverizar com Abamectin (Abamex ou Vertimec) para o controle de

traça, ao mesmo tempo estará realizando o controle do micro-ácaro.

Em alguns casos serão necessárias pulverizações específicas para o controle do

ácaro do bronzeamento.

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Page 124: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

M ICRO-ÁCARO OU ÁCARO DO BRONZEAMENTO - Aculops lycopersici

ATAQUE COM GRAVIDADE

INICIO DO ATAQUE

PERDAS DE

FRUTOS

FOTO MICROSCÓPIO

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Page 125: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS EM TOMATEIRO A cada dia o controle das pragas e doenças se torna um desafio maior, principalmente

pêlos fatores abaixo relacionados:

a) o crescente surgimentos de pragas resistentes aos defensivos químicos,

b) fungos e bactérias criando resistências a fungicidas e bactericidas;

c) o crescimento da área cultivada, com fortíssima redução da vegetação nativa –

eliminando a área de sobrevivência em equilíbrio de muitas pragas;

d) mudanças climáticas ao longo dos anos, muitas vezes o clima é uma grande

indefinição: ora chove em excesso, noutros dias total falta de umidade; dias muito

quentes e noites de baixa temperatura – favorecendo às pragas e doenças;

e) a necessidade de produzir alimentos de melhor qualidade externa e interna, para

atender a um mercado consumidor mais exigentes;

f) o alto custo de produção, com grande participação dos defensivos no custo total da

produção;

g) a necessidade de se buscar, ao mesmo tempo, a máxima produtividade, menor

custo, qualidade visual dos frutos (qualidade externa), ofertar alimentos com teores de

defensivos aceitáveis (dentro dos limites pré-estabelecidos);

Diante do exposto, as medidas de controle de pragas de doenças precisam ser

adotadas de forma conjunta. Há a urgente necessidade de trabalharmos o controle

fitossanitário com uma nova visão. O uso de defensivos agrícolas não pode ser encarado

como a única medida a ser adotada.

Dentre as medidas de controle de pragas e doenças, temos:

1- Armadilhas luminosas.

2- Armadilhas com feromônio.

3- Barreiras mecânicas: telas de nylos, cercas de palha, cercas plásticas.

4- Legais: Leis e barreiras fitossanitárias.

5- Educativas: cursos, palestras, formação de profissionais.

6- Defensivos químicos, produtos e técnicas de aplicação.

7- Defensivos naturais.

8- Pedradores naturais.

9- Monitoramento.

10- Equilíbrio Nutricional.

11- Genéticas. FRUTAL’2003

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Algumas das medidas possuem suas limitações. No entanto, devemos aproveitar o

maior número possível de medidas disponíveis. Com o uso equilibrado e responsável de

cada medida – aproveitando ao máximo os benefícios de cada uma podemos adotar o

MIP (Manejo Integrado de Pragas) e o MID (Manejo Integrado de Doenças).

Das onze medidas citadas, o Uso de ARMADILHA COM FEROMÔNIO E A

DISTRIBUIÇÀO DE TRICHOGRAMMA, são duas que estão ao dispor de qualquer

produtor rural, são de fácil aplicação, de baixo custo e altíssima eficiência.

Vamos falar de cada uma separadamente, mas lembrando que devem ser usadas ao

mesmo tempo, sem esquecer os outros métodos de controle.

USO DE FEROMÔNIO CONCEITO Feromônio é o atrativo sexual femenino naturalmente expedido pêlos insetos, para

atrair o parceiro masculino, visando o ato sexual e a reprodução como conseqüência.

A produção de FEROMÔNIO em laboratório, em escala comercial é um prática

antiga, mas de uso recente no Brasil, estando limitado aos produtores mais tecnificados.

Tal fato tem sido registrado simplesmente pela falta de divulgação dos benefícios do

controle biológico das pragas.

FINALIDADE A utilização de Feromônio visa capturar os insetos machos e adultos (supressão) de

modo seletivo, isto é, cada feromônio é atrativo de uma única praga. De tal modo, haverá

uma redução imediata e altamente significativa do número de ovos da praga alvo. Menos

ovos, significa menor número de larvas danificando a cultura. Eliminado os insetos adulto

do sexo masculino, as fêmeas irão morrer virgem – sem produção de ovos.

Ao mesmo tempo, por meio da contagem de insetos capturados realizamos o

monitoramento da praga, ver dados sobre o monitoramento das pragas, neste capítulo.

APLICAÇÃO Feromônio é fornecido em evaporadores plásticos, que devem ser distribuídos sob

proteção de armadilha. A armadilha protege o evaporador e realiza a captura do inseto.

O feromônio é o atrativo.

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Page 127: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Conforme as condições climáticas (que determinam a maior ou menor pressão de

cada praga),calculamos o número de feromônio, a ser distribuído na área cultivada.

Para o Tomateiro, recomendamos:

NÚMERO DE ARMADILHAS I = PARA A BROCA PEQUENA (Neoleucinodes elegantalis):

• NO PERÍODO CHUVOSO Ou quando a pressão da Praga for ALTA.

MÍNIMO de 1 Armadilha para cada 200 plantas, ou seja 5 armadilha por 1000 plantas.

• NO PERÍODO SEM CHUVA Ou quando a pressão da praga for BAIXA.

1 Armadilha para cada 400 plantas, ou seja 5 armadilhas por 2000 plantas

II = PARA A TRAÇA (Tuta absoluta)

• NO PERÍODO CHUVOSO ou com BAIXA pressão da praga.

- 1 armadilha para 500 plantas.

• NO PERÍODO DE ALTA TEMPERATURA, ou com ALTA pressão da praga

Mínimo de 1 armadilha para 330 plantas, ou seja 3 armadilhas por 1000 plantas.

Quando falamos de quantidade mínima, lembramos que quanto maior for a pressão

da praga, maior deverá ser quantidade de armadilhas, não sendo necessário mais do

que uma armadilha para cada 100 plantas.

POSIÇÃO DAS ARMADILHAS A distribuição das armadilhas deve obedecer algumas normas, sendo importante:

1° - A primeira linha de armadilha deve ficar no limite do plantio, do lado de entrada da

corrente de ar (favorável ao vento).

2° - A distância entre as linhas seguintes de armadilha será entre 15 e 20 m.

3° - A distância entre cada armadilha (na linha) deve ser de 7 a 10 m.

4° - A disposição em triângulo.

ALTURA DAS ARMADILHAS O fundo da armadilha deve ficar sempre à altura do topo da planta, devendo ser

levantada pelo menos uma vez a cada 15 dias.

Altura usada, para tomate envarado, plantio de campo:

1a Posição = à 30 cm do solo

2a Posição = à 60 cm do solo FRUTAL’2003

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3a Posição = à 100 cm do solo

4a Posição = altura máxima (no arame de condução). Mantendo as armadilhas com

altura superior ao topo das plantas, melhoramos a circulação do feromônio dentro da

área, facilitando a captura dos insetos.

Conforme a disponibilidade de tempo e pessoal, levantar as armadilhas uma vez

por semana é melhor.

Para o tomate de crescimento determinado, conforme o método de condução e a

variedade, determinar o período de levantar e a altura das armadilhas, sempre levando

em consideração que o fundo da armadilha deverá ficar um pouco acima do topo (olho)

das plantas.

Nos cultivos em estufa, onde usamos armadilhas externas e internas, a altura de

cada armadilha, segue o mesmo critério: sempre acompanhando o crescimento das

plantas, com altura mínima igual à altura das plantas.

MODELOS DE ARMADILHAS Existem vários tipos de armadilhas, de formatos e mateiras diversos.

O modelo que vamos descrever a seguir, é muito prático, de baixo custo e de

eficiência altíssima, podendo ser montado por qualquer pessoa.

Montagem de armadilha (Modelo Macapá) para captura de insetos, com uso de

feromômio..

Material : Para uma Armadilha:

- 02 pratos de plástico medindo 8 polegadas (20 cm)de diâmetro interno e 2

polegadas (5 cm) profundidade, com capacidade (volume) de 1 litro .

- 3 pedaço de arame galvanizado número 16, medindo 11 cm cada.

- 1 pedaço de arame galvanizado numero 18, medindo 20 cm.

Montagem:

a) furar os pratos, em três pontos, em forma triangular (furando os dois ao mesmo

tempo, de modo que os furos fiquem eqüidistantes);

b) furar um dos pratos, em dois pontos, no centro , distante 3 cm um furo do outro.

Este prato será usado como parte superior da armadilha.

c) Afixar no prato do “item b”, o arame galvanizado numero 18, para suporte da

armadilha.

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d) Afixar os três arames numero 16, unindo os dois pratos, de modo que fique uma

abertura de 5 cm entre os pratos, utilizando uma “bitola” feita em madeira.

LÍQUIDO DE CAPTURA Cada armadilha, que tem capacidade de 1 litros, deve ser cheia com uma solução

contendo água limpa mais detergente neutro. A relação é de 250 ml de detergente neutro

para 10 litros de água. Reabastecer as armadilhas sempre que necessário – dependendo

do clima, a evaporação da água será maior ou menor. A solução água+detergente neutro

deverá ser totalmente trocada sempre que a quantidade de insetos capturar for muito

alta, o que promove mau cheiro água.

MONITORAMENTO A contagem de insetos adultos capturados deverá ser feita diariamente. O prazo

máximo de contagem é a cada 3 dias. Com a contagem diária, vamos dispor de

informações precisas dos níveis de infestação de cada praga, permitindo tomar decisões

sobre o uso de defensivos químicos. Vale lembrar que somente os insetos capturados no

mesmo dia, ficam sobre a solução água-detergente – os insetos dos dias anteriores

ficam depositados no fundo da armadilha. Considerar, no ato da contagem, somente os

insetos sobre a solução água-detergente.

Níveis de danos econômicos:

1- Para a broca pequena: nível aceitável = máximo 3 adultos por armadilha/dia (média

de todas as armadilhas).

2- Para a traça: nível aceitável = máximo de 10 adultos por armadilha/dia (média de

todas as armadilhas).

3- Bastante atenção deve ser dada sobre níveis de danos em áreas localizadas –

principalmente em plantios de grandes áreas. Em muitos dias, em determinadas áreas

do plantio, poderão ser atingidos níveis de danos econômicos. Quando tal fato surgir,

deverão ser pulverizadas as áreas de “entrada“ das pragas – que são os Focos da

Praga.

4- Para facilitar a contagem, identificação de áreas críticas e pulverizações posteriores,

identificar cada armadilha, numerando em seqüência e realizando um croquis da

distribuição das armadilhas.

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Page 130: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

5- Utilizando um programa de computador de MIP, ou mesmo por cálculos manuais,

facilmente determinamos os níveis de danos econômicos.

O uso de armadilhas com feromônio realiza e supressão seletiva/natural da praga, e

fornece dados diários para monitoramento, sendo uma ferramenta extraordinária, com

um dos menores custo/benefício no combate às pragas.

USO DE FEROMÔNIO PARA CONTROLE E MONITORAMENTO DE PRAGAS

FEROMÔNIO SINTÉTICO PARA SUPRESSÃO

ARMADILHA PLÁSTICA MODELO MACAPÁ

DISTRIBUIÇÃO DE ARMADILHAS

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Page 131: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

DISTRIBUIÇÃO DE ARMADILHAS COM FEROMÔNIO EXEMPLO PARA 1 HECTARE DE TOMATE PARA SUPRESSÃO DA PRAGA 100.00m

A

A 1

7 a 10 m

15 a 20 m

1 0 0 m

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MÉDIA DE OVOS POR DIA

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

90000

100000

OVOS 95080 19040 20129 31403 33597

out/00 nov/00 dez/00 jan/01 Média/dia

5000 PLANTAS107 DIAS 20 ARMADILHAS

15 DIAS

30 DIAS 31 DIAS

31 DIAS

107 DIAS

CONTROLE DE TRAÇA DO TOMATEIRO ( Tuta absoluta ) COM FEROMÔNIO = PREVENÇÃO DE POSTURA =

MESES

Nº O

VOS

OVOS

CONTROLE DE TRAÇA DO TOMATEIRO ( Tuta absoluta ) COM FEROMÔNIO TOTAL DE ADULTOS MORTOS

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

MESES

Nº A

DU

LTO

S

ADULTOS MORTOS

ADULTOS MORTOS 4754 1904 2080 3245 2996 11983

out/00 nov/00 dez/00 jan/01 MÉDIA TOTAL

5000 PLANTAS20 ARMADILHAS

107 DIAS

107 DIAS

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APLICAÇÃO DE TRICHOGRAMMA

Dos inúmeros inimigos naturais de pragas existentes na natureza, merecem

destaque o Gênero Trichogramma, com algumas espécies já conhecidas e criadas em

laboratório.

O Genero Trichogramma é formado por pequenas Vespas (menos de 1 mm), que

são parasitóides eficienttíssimos de ovos de muitos insetos da ordem dos Lepidopteros (lagartas), podendo ser Aplicado em qualquer cultura.

Na cultura do tomateiro, o Trichogramma parasita ovos de:

- Agrotis ypsilon – lagarta rosca

- Spodoptera frugiperda – broca grande (Lagarta do cartucho do milho)

- Helicoverpa zea – broca grande (Lagarta da espiga do milho)

- Neoleucinodes elegantalis – broca pequena

- Tuta absoluta – traça do tomateiro

PRODUÇÃO E FORNECIMENTO O uso de Trichogramma so está sendo possível, tendo em vista a tecnologia

desenvolvida pela EMBRAPA, permitindo a criação em Laboratório. Na Natureza a

quantidade de vespas de Trichogramma é insuficiente para controlar as pragas. A

produção em larga escala em Laboratório está disponível a qualquer produtor. O

fornecimento é feito por meio de cartelas com ovos, com data de eclosão prevista. Hoje é

possível planejar a Aplicação de Trichogramma, de modo seguro e contínuo: existe a

produção suficiente e o sistema de entregas rápidas via Correios.

Cada CARTELA é fornecida com 20 Polegadas.

Cada Polegada contém em média 2.500 ovos de Trichogramma

Portanto, uma cartela é comercializada com 50.000 ovos, aproximadamente.

Em média a eclosão será entre 24 e 48 horas após o recebimento das cartelas.

MODO DE AÇÃO: A vespa do Trichogramma, deposita seus ovos no inteiror dos ovos de

Lepidopteros, de modo a ser possível a sua própria reprodução. Realizada a postura,

cerca de 7 a 10 dias depois eclodem novas vespas. Do ovo parasitado somente eclodem

vespas, as lagartas não nascem. De tal modo, o controle das lagartas é realizado antes FRUTAL’2003

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Page 134: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

mesmo delas nascerem, evitando danos diretos, principalmente no caso da traça e da

broca pequena.

QUANTIDADE Para um hectare de tomate, com densidade de 16.000 plantas, devem ser

Aplicadas um total de 30 cartelas semanalmente.

Teremos: 30 cartelas/semana

600 polegadas/semana

1.500.000 ovos/semana

DISTRIBUIÇÀO Em uma área de 100 m x 100m, distribuir de modo que:

a) em cada linha de plantas sejam Aplicadas 20 polegadas(20 pontos);

b) para cada 3 linhas da cultura, uma receba trichogramma (em média 30 linhas úteis);

c) cada ponto de aplicaçào receba uma polegada (serão 600 pontos).

TÉCNICA DE APLICAÇÃO Quando da Aplicação dos ovos, alguns cuidados devem ser observados:

1- Ao cortar e distribuir as cartelas, nunca pegar diretamento sobre os ovos.

Sempre pegar nas bordas da cartela e de cada polegada. Qualquer pressão sobre os

ovos, pode danificar (esmagar os ovos).

2- Para cortar usar uma tesoura, amolada e inox.

3- Para fixar cada polegada no campo, usar um dos três métodos :

a) um pequeno saco de tecido tipo malha (ex. volta-ao-mundo ou filó)

b) um clipe (tipo enxertia)

c) cola (tipo sapateiro)

4- No período de chuva, usar algum objeto para proteger os ovos.

O mais prático, eficiente e econômico é copo descartável de 100 ml.

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TRICHOGRAMMA - Trichogramma spp

VESPA CARTELA COM OVOS

1” COM CLIPE FEROMÔNIO + TRICHOGRAMMA

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08 - PRAGAS E DOENÇAS DO PIMENTÃO

DOENÇAS DO PIMENTÃO

FÚNGICAS

1 = MURCHA DE ESCLERÓCIO - Sclerotium rolfsii

2 = ANTRACNOSE – Colletotrichum gloeosporioides

3 = PINTA PRETA – Alternaria solani

4 = OÍDIO – Oidium lycopersicum / Erisiphe cichoracearum 5 = OIDIOPSI – Oidiopsis sicura / Leveillula taurica

BACTERIANAS

1 – Mancha Bacteriana – Xanthomonas campestris

2 – Talo-oco – Erwinia spp

VIRÓTICAS

1 - ToMV – Vírus do Mosaico do Tomate

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DOENÇAS FÚNGICAS: 1 – MURCHA DE ESCLERÓCIO

OUTROS NOMES: Murcha do Pimentão

Mofo do Pimentão

Murchadeira

AGENTE CAUSAL – Sclerotium rolfsii

A mortalidade de plantas ou até mesmo de plantios inteiros, tem sido provocado

pela murcha de esclerócio. Sendo um fungo de solo, se desenvolve de modo lento e

contínuo, passando desapercebido. Somente quando algumas plantas apresentam os

sintomas de murcha repentina, é que o produtor busca auxílio. Tem sido uma regra no

Ceará: todos os plantios de pimentão apresetam esclerócio – em maior ou menor

incidência, mas sempre causando danos econômicos.

DANOS Em plantios de pimentão infectados pelo fungo Sclerotium rolfsii e que não são

adotadas medidas de controle, o desenvolvimento do fungo provoca a morte de até

100% das plantas, em média os prejuízos variam entre 40 e 80% da área cultivada. Em

plantas com alta incidência deste fungo, a produção comercial não existe. A morte das

plantas acontecem poucos dias antes de iniciar a primeira colheita, com os frutos ainda

imaturos. A perda de produção da planta afetada e total.

SINTOMAS Para diagnosticar a presença de esclerócio em pimentão, é necessário examinar o

colo da planta. O fungo se desenvolve no colo, dentro do solo. O sintoma característico é

a presença de pequenas pontuações brancas. No início as pontuações são poucas, com

o desenvolvimento do fungo, forma uma camada branca em volta do caule, semelhante

ao um capucho de algodão. A ser pressionado com movimentos leves feitos pela mão, o

fungo se transformar – junto com a casca do caule, que se desintegra - em uma

substância líquida de cor escura semelhante à lama.. A região um pouco acima e abaixo

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Page 138: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

do colo aumenta de volume (intumescência), podendo atingir até o dobro do diâmetro

normal, é o que chamamos de “inchamento do caule “.

O sistema radicular também é afetado, ficando reduzido em quantidade de raízes,

que se tornam pequenas e de cor escura. A parte interna do caule (vasos lenhosos) fica

com cor mais escura marrom claro – normalmente a cor interna d e um caule sadio é

branca. É muito importante que a existência de pontuações brancas na parte externa do

colo da planta seja identificado logo no início. Para tanto devem ser realizadas vistorias a

cada 10 dias, cavando um pouco ao redor do colo da planta, tendo o cuidado para não

atingir o caule da planta – o que danificaria facilmente o fungo. O fungo se desenvolve

acompanhando o crescimento da planta.

Em pleno grau de parasitismo, o fungo provoca a destruição da capacidade de

absorção e movimento de água e nutriente – pela total obstrução dos vasos internos e

destruição da casca , de modo comparativo, podemos dizer que provoca o “enfarte” da

planta. Como conseqüência a planta morre. A morte é constatada de um modo particular:

sempre será detectada no período da manhã. As plantas vão “dormir” aparentemente

perfeitas, todas vivas, verdes e sem nenhum sintomas externo de doença. No dia

seguinte, surgem plantas murchas, sempre em reboleiras. Iniciado os primeiros casos de

murchas, vira um seqüência, todos os dias amanhecerão novas plantas murchas.

A murcha é irreversível, a após iniciar o processo de murcha a planta não se

recupera. A morte de plantas acontece em plantios com idade entre 60 e 70 dias após

transplante (DAT), dependendo somente da intensidade de infestação inicial, níveis de

adubação nitrogenada (quanto mais nitrogênio, mais esclerócio), sistema de irrigação

(excesso hídrico favorece o desenvolvimento do fungo) e do histórico da área (cultivo

anteriores de solanáceas favorecem o surgimento mais rápido e mais agressivo do

fungo).

Em resumo: Plantas murchando subitamente ainda verdes, com colo inchado e

apresentando fungo esbranquiçado, destruição da casca do caule e mudança de cor

interna dos vasos do caule – com certeza o Sclerotium rolfsii é a causa da morte.

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Page 139: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CONTROLE Nas atuais condições de cultivo do pimentão, onde geralmente os solos já foram

cultivados com outras solanáceas, existe a necessidade de realizar tratamento

preventivo para o controle eficiente do esclerócio.

Realizamos inúmeros testes com resultados positivos, preventivamente com:

1° - Pulverizar o colo das plantas, entre 10 e 15 DAT, com Plantacol (Quintozene),

Dosagem: 50 gramas/20 litros de água.

Jato direcionado para o colo das plantas.

Volume de calda: 20 litros para 2.000 plantas.

2° - Pulverizar, via foliar, aos 20 DAT com Score (Difenconazole - Triazol)

Dosagem : 10 ml/20 litros de água

Jato direcionado para as folhas.

Volume de calda: 20 litros para 4.000 plantas.

3° - Pulverizar aos 30 DAT com Cercobin (Thiophante methil – Benzimidázol)

Dosagem: 20 gramas/20 litros de água

Jato dirigido para as folhas

Volume de calda 20 litros para 3.000 plantas.

Em todas as pulverizações usar espalhante adesivo e redutor de pH (para 5

a 5,5). Os produtos atualmente ainda sem registro para Pimentão, devem aguardar

registro para uso em campos de produção comercial.

Tratamento Curativo O Tratamento curativo somente é viável economicamente quando realizado em

casos de infestação inicial, ainda sem a mortalidade de plantas. Em alguns casos,

mesmo com o surgimento de algumas plantas murchando, ainda realizamos o tratamento

curativo, principalmente se o preço do produto estiver bom mínimo de 3 dólares por caixa

de 12 Kg. As plantas em fase de murcha não se recuperam, porém é possível evitar a

morte das demais plantas, alcançando produtividades boas.

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Page 140: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CONTROLE DE ESCLERÓCIO (Sclerotium rolfsii) – TESTES DE CAMPO:

CONTROLE DE 100% DO FUNGO.

1° - Pulverizar com Plantacol (PCNB –Quintozene)

Dosagem: 60 gramas/20 litros de água

Volume de calda: 20 litros para 1.500 plantas.

Descobrir parcialmente o colo das plantas, formando uma pequena bacia em volta

do caule

Jato dirigido para o colo da planta.

2° - Pulverizar com Score (Difenconazole – Triazol)

Dosagem: 10 ml/20 litros de água.

Volume de calda: conforme o estádio da cultura, variando de 400 a 1000 litros por

hectare, o importante é realizar cobertura total da folhas.

Época: 1 dia após a aplicação do Plantacol

3° - Pulverizar com Cercobin (Thiophanate methyl)

Dose: 20 gramas/20 litros de água.

Volume de calda – idem Score.

Época: 3 dias após aplicação do Score.

Repetir o mesmo tratamento cerca de 8 a 10 dias depois.

Em alguns casos não há a necessidade de repetir o tratamento.

Monitorar semanalmente, para diagnosticar o retorno do fungo.

Tendo em vista que o princípio ativo PCNB (Quintozene) será retirado do mercado

em breve, estudos de campo estão sendo realizados , com outros princípios ativos,

visando a substituição do Plantracol.

O Score ainda não está registrado para cultura do Pimentão, seu registro em

solanáceas é somente para tomate . No entanto, em testes realizados em todos os anos

desde 1999, a sua eficiência é muito boa. Lembrando que é um triazol que não causa

retardamento no crescimento – mesmo no uso em mudas não causa fitotoxicidade.

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ESCLERÓCIO - Sclerotium rolfsii

PONTUAÇÕES BRANCAS NO COLO

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CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORE

ARROXEAMENTOINTERNO DO

CAULE

FUNGO AMPLIADO 60X

IO - S E HORTALIÇAS

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2 - ANTRACNOSE

AGENTE CAUSAL : Colletotrichum gloeosporioides

OUTROS NOMES: Olho de peixe.

Nos últimos 4 anos a antracnose é a principal doença fúngica do Pimentão no

Estado do Ceará, sendo responsável pêlos maiores prejuízos de perda de produção.

Com seu alto poder destrutivo e infectando principalmente os frutos, já foram registrados

perdas de até 100% de plantios.

SINTOMAS A antracnose apresenta os sintomas principalmente nos frutos. Inicialmente surgem

pequenas pontuações nos frutos de qualquer idade. As pontuações são levemente

deprimidas com um alo úmido. No início, pelo seu diminuto tamanho, pode passar

desapercebido. Rapidamente a mancha cresce. Quando a antracnose está totalmente

desenvolvida, forma de uma mancha grande, deprimida (semelhante a uma bacia) e com

cor róseo. A cor róseo é dos micélios do fungo. Sempre serão encontradas diversas

manchas em um mesmo fruto. No entanto, somente uma mancha é suficiente para

danificar o fruto, tornando imprestável para comercialização.

Quando colhidos em plantios com antracnose, os frutos podem apresentar as

manchas em pós-colheita. – durante o transporte da região produtora até o centro

consumidor – de modo que parcial ou total os frutos não são comercializados, com

perdas significativas.

ÉPOCA PROPÍCIA As condições climáticas perfeitas para o surgimento do fungo da antracnose, são

quando estão todos presentes ao mesmo tempo os fatores de Umidade Relativa do Ar

Alta, Tempera Diurna Alta, Temperatura Noturna Baixa e primeiras precipitações

Pluviométricas (início do período chuvoso). No Ceará corresponde aos meses de

Dezembro e Janeiro.

É comum o produtor afirmar: “com as primeiras chuvas vem junto a olho de peixe”.

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Page 143: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CONTROLE Em áreas cultivadas com Pimentão, no período de Outubro de um ano até maio do

ano seguinte, pulverizações preventivas devem ser realizadas. Segue relação de

fungicidas para o controle de antracnose.

Produtos sistêmicos Doses para 20 litros de água

Adicionar espalhante adesivo e redutor de pH (manter entre 5 e 5,5)

STROBY – Kresoxin methil = dose 10 ml

AMISTAR – Azosystrobin = 2 gramas

DEROSAL – Carbendazim = 20 ml

MANAGE - Imibenconazole – 20 gramas

CERCOBIN - Thiophanate methyl - 20 ml

O princípio ativo Pyraclostrobin, em fase de registro e lançamento comercial, em

testes realizados apresentaram eficiência elevadíssima no controle de antracnose.

Produtos protetores

ORTHOCIDE – Captan – 50 gramas DACOSTAR / DACONIL/ BRAVONIL– Chlorothalonil – 50 gramas

POLYRAM – Metiram – 60 gramas

FOLPAN – Folpet – 40 gramas

ANTRACOL – Propineb –60 gramas

Os melhores resultados , em testes realizados nos períodos de maior incidência do

fungo, foram obtidos com tratamento preventivo.

Nas situações que foram necessários tratamentos curativos, testes com o

tratamento abaixo resultaram no controle total do patogênico.

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PROGRAMA CURATIVO PARA ANTRACNOSE 1°= STROBY + DACOSTAR

2°= DEROSAL + FOLPAN

3°= F 518 (CABRIO TOP) – (Pyraclostrobin + Metyram)

3°= MANAGE + ORTHOCIDE

4°= AMISTAR + ANTRACOL

5°= CERCOBIN + POLYRAM

Intervalo a cada 4 dias uma pulverização.

Direcionar o jato para os frutos

Fazer cobertura total da plantas, com volume de calda mínimo 800 litros/ha para

plantas adultas.

Vale observar que alguns produtos estão em fase de registro para o Pimentão,

devendo aguardar os registros para serem indicados a nível de produtor.

Sobre os registros consultar MARA, literatura, fabricantes e Profissionais técnicos.

ANTRACNOSE - Colletotrichum gloeosporioides

TODAS AS MANCHAS SÃO DEPRESSIVAS

PEQUENA MANCHA INICIAL

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MANCHA COM

FUNGO

MANCHA TAMANHO

MÉDIO

FRUTO COM DIVERSAS MANCHAS

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3 - PINTA PRETA

AGENTE CAUSAL – Alternaria solani

SINTOMAS Na cultura de Pimentão os sintomas da Pinta Preta são vísíveis na folhas mais

velhas. É, portanto, um fungo de ação ascendente, iniciado nas folhas da base e

progredindo para as partes mais novas. Esta é uma característica que facilita a

identificação da doença.

O fungo Alternaria solani provoca a formação de manchas foliares com as

seguintes características:

a) A formação de anéis concêntricos – um anel maior e mais novo em volta de um anel

menor e mais velho. Cada anel é resultado de uma nova geração do fungo. Somente a

pinta preta apresenta anéis concêntricos.

b) O formato da mancha será sempre arredondado, com centro mais claro.

c) Várias manchas estarão presentes ao mesmo tempo. Raramente será detectada

somente uma mancha na folha.

d) Os sintomas serão vistos nas duas faces da folha.

e) Várias manchas poderão conforme vão se desenvolvendo, formar uma única mancha

grande e de formato irregular. Porém, uma análise cuidadosa poderá identificar cada

mancha individualmente.

f) A folha atacada apresenta amarelecimento parcial ou total da folha.

g) Os sintomas iniciais podem ser confundidos com outras doenças. Acompanhando o

desenvolvimento do fungo, por no máximo 3 dias, fica fácil diagnosticar.

ÉPOCA MAIS PROPÍCIA Período com alta umidade relativa do ar e baixa temperatura, com dias chuvosos e

nublados, oferece condições ótimas para o desenvolvimento do fungo. É possível que

em períodos sem chuvas posa surgir o pinta preta, sendo mais raro os casos.

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CONTROLE O uso de pulverizações preventivas, nos períodos mais propícios ao fungo, é o

ideal, visando evitar danos econômicos. Para um controle eficiente de pinta preta,

realizamos vários testes com os produtos abaixo, todos com eficiência sobre o fungo da

Alternaria solani.

I - Controle químico:

Pulverização foliar (doses para 20 litros de água)

a) Produtos de ação curativa e preventiva:

SCORE – 10 cc - Difenconazole, pode ser usado em qualquer estádio, sem risco de

redução do crescimento.

CARAMBA – 10 a 20 cc - Metconazole , somente após 30 DAT.

FOLICUR – 20 cc – Tebuconazole – somente após 30DAT

SPORTAK – 30 cc – Prochloraz - somente após 30 DAT

DACOSTAR – 40 gramas – Clorothalonil, qualquer estádio.

STROBY – 8 cc – Kresoxyn methil, qualquer estádio.

ROVRAL – 30 cc – Iprodione, qualquer estádio.

SIALEX – 15 gramas – Procimidone , qualquer estádio

AMISTAR – 2 gramas - Azoxystrobin – cuidado com super-dosagem.

CABRIO TOP – 60 grams – Pyraclostrobin + Metyram – qualquer estádio

b) Produtos de ação protetora, que poderão ser usados associados aos produtos

anteriores:

POLYRAM – 40 a 60 gramas – Metiram -

ANTRACOL – 50 gramas – Propineb

DITHANE – 50 gramas - Mancozeb

ORTHOCIDE – 50 gramas – Captan

c) Em breve serão laçados e registrados produtos da linha F500, Cabrio Top e Cantus,

que em testes realizados foram de altíssima eficiência no controle curativo da pinta preta.

d) Ter o cuidado de aguardar o registro dos produtos não registrados para a cultura do

Pimentão, consultar literatura, fabricantes, MARA E PROFISSIONAIS TÉCNICOS.

II – Medidas Auxiliares – válidas para todos os fungos.

a) Evitar cultivo novos próximos de culturas contaminadas, principalmente de as plantas

infectadas estiverem na parte de cima do vento. O plantio novo deve ser sempre

favorecido pelo vento, de modo que este passe primeiro pelas plantas novas. FRUTAL’2003

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b) Sempre que for realizar pulverizações (preventivas ou curativas) efetuar a cobertura

total das plantas. Evitar as pulverizações muito rápidas.

c) Plantar somente mudas sadias, produzidas em Estufas, isentas de doenças.

d) Vistorias períódicas devem ser realizadas – no máximo a cada 3 dias.

e) Nunca tentar economizar fungicidas diminuindo doses.

f) Sempre que possível usar barreiras vegetais ou plásticas.

g) Evitar circulação de pessoas de áreas contaminadas para sadias.

h) Realizar serviços primeiro nas áreas novas ou sadias, posteriormente nas áreas mais

velhas ou com doenças.

PINTA PRETA – Alternaria solani

2 PINTAS PRETAS CIRCULARES

AMARELECIMENTO DO LIMBO

VÁRIAS PINTAS EM UMA FOLHA

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ANÉIS CIRCULARES

4 – OÍDIO

OUTROS NOMES: Mofo branco

Mofo da folha.

AGENTE CAUSAL : Erisiophe cichoracearum/ Oidium lycopersicum

A presença de oídio em pimentão somente é constatado quando cultivado em

regiões ou épocas de alta temperatura e baixa umidade do ar, o mesmo vale para outras

culturas (tomate, melão, rosas, etc). É um fungo exclusivo de período seco.

Em plantios protegidos (estufas) este fungo causa problemas sérios, podendo ser a

doença principal.

SINTOMAS A formação de uma camada fina de cor branca sobre as folhas é a principal

característica da presença de oídio no pimentão. Inicialmente são observadas pequenas

manchas brancas. Com o desenvolvimento do fungo, o limbo foliar poderá ser totalmente

recoberto. Em casos de ataque severo, todas as folhas apresentam o fungo, podendo

paralisar o crescimento e até mesmo a morte das plantas. É um fungo de folha, que não

sendo controlado, promove prejuízos econômicos .

CONTROLE Existem diversos fungicidas específicos e muitos outros de excelente atuação sobre

o fungo oidium spp. Exemplos de Produtos Comercias, testado em cultivo de Pimentão

na Ibiapaba-Ce. FRUTAL’2003

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Page 150: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Doses para 20 litros de água.

a) Fungicidas sistêmicos específicos:

MANAGE – Imibenconazole = 20 gramas

Os ingredientes ativos (i. a.) Boscolid e Kresoxim-methyl ,(COLLIS, e CABRIO TOP) em

testes de campo foram de eficiência altíssima no controle de oídio, com o Collis

específico para oídio Todos em fase de registro e lançamento comercial.

b) Fungicidas sistêmicos não específicos:

SIALEX - Procimidone = 20 gramas

FOLICUR – Procimidone = 20 ml

CERCOBIN – Thiophanate methyl = 20 ml

c) Fungicidas protetores:

ORTHOCIDE – Captan – 50 gramas

DACOSTAR / DACONIL/ BRAVONIL– Chlorothalonil – 50 gramas

POLYRAM – Metiram – 60 gramas

FOLPAN – Folpet – 40 gramas

Obs.: Aguardar o registro de Produtos Comerciais ainda não registrados para a cultura

do Pimentão. Sempre que for pulverizar um i.a. sistêmico, associar um i.a. protetor

OÍDIO

FOLHA RECOBERTA POR CAMADA DE COR BRANCA

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5 – OIDIOPSI

OUTROS NOMES : Mofo das folhas

Queda das folhas

AGENTE CAUSAL : Oidiopsi sicula

Plantios de pimentão com perdas de produção resultante da infestação de oidiopsi é

recente no Ceará. Nos anos de 2001 e 2002, foram registrados alguns casos com maior

grau de severidade. Nos cultivos protegidos o fungo é mais agressivo, podendo vir a ser

doença principal.

SINTOMAS Manchas recobertas por uma fina camada de mofo de cor inicial branca, na face

inferior das folhas são os primeiros sintomas da presença de oidiopsi.

As manchas são de formato circular irregular.

É um fungo de ação ascendente. Portanto, as folhas mais velhas serão as primeiras

a serem infectadas.

A queda de folhas é imediata. Basta uma única mancha de oidiopsi para provocar a

queda de uma folha. O desfolhamento poderá ser total.

Uma característica deste fungo é o surgimento de manchas de cor verde-claro

(evoluindo para o amarelo), na face superior da folha – cada mancha surgida na face

superior, corresponde à existência do fungo na face inferior da folha.

Com a evolução do fungo surgem nos locais das manchas pequenas pontuações de

cor escura (entre marrom escuro e preto). As folhas perdem a cor verde, surgindo um

amarelecimento parcial do limbo foliar.

TRATAMENTO Para o controle do oidiopsi o uso dos produtos recomendados para oidum são

eficientes. Devendo ser observado os seguintes cuidados:

a) Pulverizar com o bico invertido – de baixo para cima.

b) Sempre que aplicar um produto sistêmico ou estrobilurina, usar um produto protetor

associado.

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Page 152: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

c) Pulverizações devem ser realizadas preventivamente ou logo no surgimento

dosprimeiros sintomas, para evitar a queda de folhas.

d) Manter a área cultiva limpa, recolhendo todas as folhas infectadas que caíram das

plantas doentes

OIDIOPSI – Oidiopsi sicula

MANCHAS NA FACE INFERIOR E SUPERIOR DAS FOLHAS.

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DOENÇAS BACTERIANAS

1- MANCHA BACTERIANA

AGENTE CAUSAL : Xanthomonas campestris

Nos últimos cinco anos três bactérias passaram a causar danos ao Pimentão, a

mancha bacteriana, a pinta bacteriana e a erwínia.

Das três, a pinta bacteriana é a de menor incidência, seguida pela erwinia.

A mancha bacteriana é a principal doença bacteriana da parte aérea do pimentão.

SINTOMAS Nas Folhas: O que caracteriza a mancha bacteriana nas folhas do pimentão são

manchas de formato irregular, com aspecto aquoso (encharcadas), dando um aspecto

de mancha provocada por queima de água quente. Com o desenvolvimento da bactéria

as manchas adquirem uma cor escura e menos úmida, provocando o desfolhamento

parcial ou total da planta. Em cultura com a bactéria Xanthomonas, serão encontradas

muitas folhas caídas, junto à planta. Em casos de infestação severa, somente a parte

nova (olho) da planta não é derrubado pela bactéria, o que expões os frutos à ação do

sol e interrompe as atividades da planta. Como conseqüência os frutos não se

desenvolvem e a produção deixa de existir. O surgimento dos sintomas serão primeiro nas folhas e na parte mais velhas.

Nos Frutos: Os sintomas nos frutos aparecem posterior aos sintomas da folhas.

Surgem sobre os frutos manchas de formato irregular e cor marrom, semelhantes à

verrrugas. As manchas possuem tamanho variado, em geral são pequenas - menos de

5 mm. Em cada fruto várias manchas serão detectadas.

Quando as medidas de controle são adotadas no início da infestação da bactéria, os

sintomas dos frutos não serão visto.

Pulverizadas ao surgirem as primeiras manchas dos frutos, o controle é possível, sem

perdas de frutos. Diferente da antacnose, a mancha bacteriana, se controlada

imediatamente e logo no início, possibilita a comercialização do frutos.

Os frutos mais velhos serão infectados primeiro.

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MANCHA BACTERIANA – Xanthomonas campestris

MANCHA NA FOLHA MANCHA AMPLIADA 10 X

MANCHAS NO FRUTO VERRUGAS

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2 – TALO OCO AGENTE CAUSAL - Erwinia spp

De todas as bactérias que atacam o pimentão ao talo-oco é que maiores prejuízos

vem causando. Pelo fato de ser uma bactéria que se desenvolve no interior da planta -

com sintomas não visualizados facilmente - , na maioria dos casos somente quando os

danos são graves é que o produtor procura orientação técnica.

SINTOMAS

a) No caule : a bactéria provoca a destruição do interior do caule, a medula (parte

branca) do caule é atacada e destruída. O caule fica oco, de onde vem o nome da

doença. Manchas de cor escura surgem do lado externo do caule, o que pode ser visto

na bifurcação do caule. Cuidado com sintomas de Fitófora (requeima) que tem sintoma

na bifurcação muito parecido. Lembramos que a requeima é de menor incidência ,

apresenta cor mais escura e não atinge a medula do caule.

b) Nos frutos: a parte interna do fruto é totalmente destruída. Pelo fato da existência da

película externa – que é muito resistentes -, o fruto se transforma em uma “bolsa “de

líquido. O líquido existente dentro do fruto atacado pela erwinia é de cor escura e

apresenta mau cheiro característico.

O fruto ao ser tocado, a bolsa de líquido se desprende da planta, permanecendo fixo o

“talo” (Pedúnculo floral) do fruto. Frutos que ficam na plantas secam totalmente,

adquirindo cor creme com manchas escuras.

c) Na planta: a bactéria erwinia provoca a murcha total da planta, de modo lento e

progressivo – quando uma planta inicia o processo de murcha, não mais se

recupera, qualquer hora do dia ela permanece murcha. Plantas murcham isoladamente

dentro da área. Em vários pontos de uma mesma área, serão detectadas plantas

murchando.

CURATIVO Para todas as bactérias:

1° = Agrimicina (50 gr) + Curpograb (50 gr)

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2° = Kasumin (60 cc) + Kendal (60 gr)

3° = Mycoshield (50 gr) + Cuprogarb (50 gr)

Intervalo entre aplicações: a cada 3 dias

Repetir o tratamento 2 vezes.

Reduzir adubação nitrogenada para nível mínimo.

Controlar a irrigação ou excesso de água de chuva (fazer drenagem da área).

TALO OCO – Erwinia spp

MANCHA EXTERNA NO CAULE

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DOENÇA VIRÓTICA

1 - ToMV

OUTROS NOMES:

- MOSAÍCO DO PIMENTÃO

- VÍRUS DO PIMENTÃO.

AGENTE CAUSAL Vírus do Mosaico do Tomate. Na cultura do Pimentão no Ceará é o único vírus que

tem causado problemas, com perdas de produção e prejuízos econômicos.

SINTOMAS O vírus do mosaico do pimentão apresenta os sintomas nas folhas mais novas.

Manchas de cores verdes mais claras surgem no limbo foliar. Pontuações mais escuras,

formadas pelo acumulo localizado de clorofila, aparecem na folha. Ao mesmo tempo a

folha reduz o crescimento e apresetam escarquilhamento , dobrando para baixo.

CONTROLE O único método de controle eficiente do ToMV é o cultivo de híbridos com

resistência. Merecem destaque os híbridos Magali – R e Nathalie. São pimentões de alta

produtividade, resistente ao ToMV, suportam o transporte a longas distâncias e de frutos

comercial (atualmente os preferidos do mercado consumidor regional).

FOLHAS COM ToMV

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FOLHAS COM ToMV

PROGRAMA PREVENTIVO PARA CONTROLE DE FUNGOS E BACTÉRIAS: TESTADO EM PERÍODO CHUVOSO

EM REGIÕES COM ALTA PRESSÃO DE FUNGOS E BACTÉRIAS.

DT = Previcur(30 ml) + Orthocide (50 gr) = para fungos de solo

05DAT = Agrimicina (50 gr) + Cuprogarb (50 gr).

10DAT = Score (10 cc) + Dacostar (50 gr)

15DAT = Kasumin (50 cc) + Kendal(60 ml)

20DAT = Forum (15 gr) + Folpan (50 gr)

25DAT = Mycoshield (50 gr) + Cuprogarb (50 gr)

30DAT = Sialex (20 gr) + Antracol (50 gr)

35DAT = Agrimicina (50 gr) + Positron Duo (50 gr)

40DAT = Cercobin (20gr) + Dithane (50 gr)

45DAT = Stroby (10 ml) + Dacostar (50 gr) + Kendal (60 ml)

50DAT= Kasumin (50 cc) + Cuprogarb (50 gr)

55DAT = Derosal (20 ml) + Forum (15 gr)

60DAT = Manage (20 gr) + Folpan (50 gr)

65DAT = Cabrio Top = F518 (60 gr)

70DAT = Mycoshield (50 gr) + Cuprogarb (50 gr)

75DAT = Previcur (30 ml) + Dacostar (50 gr) FRUTAL’2003

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Depois de 75DAT, avaliar o estado de sanidade das plantas, para decidir novo

programa de pulverizações, tendo o máximo de atenção com a carência dos produtos.

Para o uso de produtos não registrados para a cultura, aguardar o registro junto aos

organismos governamentais, consultando sempre ao MARA, literaturas, fabricantes

profissionais técnicos.

O intervalo de 5 dias deverá ser maior conforme as condições climáticas. No

período sem chuvas, intervalos de 15 dias poderão ser adotados. Especial atenção na

mudança climática de verão (período seco) para inverno (período com chuva),

principalmente com a antracnose.

Os testes foram realizados em Pimentão Magali-R e Martha-R e Natrhalie nos anos

de 2002 e 2003. Conforme a disponibilidade dos produtos comerciais, substituir por

produto similar.

Ver relação de produtos comerciais indicados para cada tipo de doença no final da

apostilha.

PRAGAS DO PIMENTÃO

1- LAGARTA ROSCA - Agrotis ipsilon

2- PULGÃO – Mysus persicae, Aphis gossypii

3- ÁCAROS –Aculops lycopersici, Tetranhicus urticae

4- MOSCA BRANCA – Bemisia tabaci e Bemisia argentifolii

O pimentão é uma cultura de poucas pragas. Praticamente nenhuma praga é

imitante da produção, ao contrário do tomate e repolho que possuem pragas importantes.

Mesmo em regiões onde existem algumas pragas, o controle é relativamente fácil, com

danos econômicos pequenos – desde que adotadas medidas de controle. As sete pragas

citadas acima são as mais encontradas em cultivo de pimentão a céu aberto ou

protegido.

Dados sobre a mosca branca, ver no capítulo sobre pragas do tomate.

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Page 160: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

1 - LAGARTA ROSCA

OUTROS NOMES : ROSCA

NOME CIENTÏFICO: Agrotis ipsilon.

DETALHES Ver em pragas do tomateiro - descrição, danos e controle iguais, para Tomate,

pimentão, repolho, beringela, cenoura, pepino e outras hortaliças.

Em pimentão já constatamos danos nos frutos, principalmente nos primeiros frutos, que

ficam próximos ao solo. A lagarta consegue penetrar no fruto, danificando a parte interna.

Nos casos de danos diretos em frutos novos realizamos testes de controle com

pulverização com clorpirifos (Marcas comerciais Astro, Vexter, Lorsban, Nufos), na

dosagem de 30 ml/20 litros de água, ter bastante cuidado com a carência que é alta (21

dias). Vale lembrar que os produtos não estão registrados para pimentão, devendo ser

consultado o MARA, literatura, fabricantes e Profissionais técnicos sobre novos registros.

Algumas hortaliças possuem registro do clorpirifos: tomate, couve, repolho, cenoura.

LAGARTA ROSCA EM PLANTIO DE PIMENTÃO

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2 - PULGÃO Os danos provocados por pulgão em pimentão são pequenos, a existência de

ótimos produtos químicos, os programas de controle de mosca branca (Bemisia spp)

que ao mesmo tempo controlam outras pragas (inclusive pulgão e tripes), a atenção do

produtor (em identificar rapidamente a praga), uma boa adubação (sem excessos de

nitrogênio) e a rotação de cultura tornaram o pulgão uma praga secundária. Mesmo

assim, os cuidados devem tomados evitando o surgimento da praga com pressão

suficiente para causar danos diretos e indiretos.

DESCRIÇÃO ORDEM : Homoptero

FAMÍLIA: Aphididae

GÊNEROS : Myzus, Aphis,

ESPÉCIES: Myzus persicae e Aphis gossypii

Por se tratar de uma das mais antigas e conhecidas pragas, é desnecessário uma

descrição detalhada, em qualquer livro, revista e informativo técnico é facilmente

encontrado informações precisas e minuciosas sobre o pulgão. Lembrar sempre que o

pulgão é uma praga que se localiza sob as folhas(preferência pelas folhas novas), e

provoca o encarquilhamento das folhas – ao sugar a seiva da planta.

CONTROLE O controle de pulgão deverá ser preferencialmente realizado com inseticidas de

ação sistêmico. Os produtos comerciais relacionados a seguir são eficientes:

Doses para 20 litros de água.

a) Produtos de modo ação sistêmico, para uso em pulverização foliar:

ORTHENE – Acephate = 15 gramas

HAMIDOP/TAMARON- Metamindophos = 20 ml

CALYPSO = Thiacloprid = 5 ml

Produtos com registro para Pimentão.

b) Produtos de modo de ação sistêmico, para uso em esguincho:

CONFIDOR = Imidacloprid = 10 gramas (20 litros para 1500 plantas)

Ao surgirem os primeiros pulgões (monitorando em média um por planta), pulverizar

com intervalo de 7 dias: FRUTAL’2003

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Page 162: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

1° = Orthene

2° = Calypso

3° = Tamaron ou Hamidop

Reduzir intervalo para 5 dias, em alta infestação.

PULGÃO

AUMENTO 10X

PULGÃONA FACE INFERIOR

DE FOLHAS

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AMPLIADO

O - E HORTALIÇAS

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3 - ÁCAROS A maior ou menor incidência de ácaro na cultura do Pimentão está relacionado

diretamente com as condições climáticas. Nos meses de alta umidade relativa do ar (com

chuvas) e baixa temperatura, teremos baixa incidência de ácaros.

Nos meses de baixa umidade do ar (épocas secas) e de alta temperatura, o ácaro

passa a ser problema sério. Podendo reduzir a produção a níveis muito baixos.

DESCRIÇÃO

CLASSE = ARACHNIDA

ORDEM = ACARI

FAMÍLIA = ERYOPHIDAE (micro-ácaro)

TETRANYCHIDAE

GÊNEROS =Aculops, Tetranhicus,

ESPÉCIES = Aculops lycopersici

\Tetranhicus urticae (rajado) T. ludeni (vermelho) A presença do ácaro rajado é de menor importância na cultura do pimentão, esta

praga sempre ser coloca na face inferior das folhas, ver descrição com detalhes no

capítulo sobre pragas de flores. Em raros casos o ácaro da seriguela poderá parasitar os

frutos pimentão, formando uma camada sobre o frutos (igual ao verificado nos frutos da

siriguela). Frutos ficam imprestáveis para o comércio.

O principal ácaro é o Aculops lycopersici, com nome comum de micro-ácaro.

SINTOMAS O micro-ácaro no pimentão fica localizado principalmente na parte de baixo das

folhas. O topo da planta é a parte preferida do ácaro. Na face inferior das folhas serão

vistas manchas de cor marrom claro, formadas pelo agrupamento de ácaros, que vai

evoluindo para marrom escuro, cobrindo totalmente a folha – conforme a infestação do

ácaro for progredindo. As folhas ficam pequenas e tendem a enrolar para baixo. Quando

a infestação for alta, as gemas de crescimento (olho da planta) morrem. É o que o

produtor chama de “cegar a planta”.

A floração é imediatamente afetada, com perda parcial, podendo ser registrada a

queda total de flores e frutos pequenos. Os danos do micro-ácaro em pimentão são FRUTAL’2003

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163

Page 164: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

muito mais severos em pimentão do que em tomate. Fotos na página 154.

CONTROLE O ácaro em algumas culturas é de controle muito complicado, exigindo uma série

de medidas e vários produtos químicos. Para o pimentão é mais fácil o seu controle.

Pulverizações com produtos à base de enxofre podem controlar, desde que aplicado no

início do ataque.

Produtos cujo p.a é enxofre. Dose dos produto comercial para 20 litros de água:

THIOVIT – enxofre 800 g/Kg = 50 gramas.

KUMULUS – enxofre 800 g/Kg = 50 gramas

Outros Acaricidas:

TEDION - Tetradifon – ovicida = 50 ml .

Os acaricidas organo-estânicos Caligur (Azociclotrin)10 ml, e Hokko Cyhexatin

(Cyhexatin) 10 gramas, em testes foram os de melhor eficiência. No entanto não

possuem registro em pimentão: Caligur registro em tomate e Cyhexatin em beringela.

RAJADO - OVO =60X ACARO RAJADO ADULTO = 10 X

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Page 165: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

ÁCARO DA SIRIGUELA – AFETANDO OS FRUTOS

MICRO-ÁCARONO TOPO DE UMA PLANTA DE PIMENTÃO

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09 - PRAGAS E DOENÇÃS DO REPOLHO

1 -DOENÇAS DO REPOLHO

BACTERIANA MANCHA BACTERIANA – Xanthomonas campestris pv campestris

2 - PRAGAS DO REPOLHO TRAÇA DAS CRUCÍFERAS – Plutella xylostella

LAGARTA ROSCA – Agrotis ipsilon MOSCA BRANCA – Bemisia argentifolli e Bemisia tabaci.

PULGÃO – Mysus spp

MANCHA BACTERIANA

OUTRO NOME : MANCHA DO REPOLHO

AGENTE CAUSAL – Xanthomonas campestris pv campestris

O repolho é infectado principalmente por duas bactérias a Xanthomonas

campestris e a Erwinia spp. Porém, a mancha bacteriana é a principal doença do

repolho e a responsável por causar danos econômicos significativos.

SINTOMAS

A bactéria ataca as folha do repolho, iniciando pelas folhas mais velhas,

progredindo para as mais novas.

A presença das bactérias será detectada primeiro nas bordas das folha, que apresentam

queimas localizadas, formando manchas que crescem de fora para dentro.

A formação de uma mancha de cor clara, em forma de “V” permite identificar a

Xanthomonas com facilidade.

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CONTROLE Para todas as bactérias do repolho. Pulverizar com os bactericidas abaixo, com

doses para 20 litros de água.

1°-Agrimicina (50 gr) + Cuprogarb (50 gr)

3°- Kasumin (50 cc) + Kendal (60 cc)

4°- Mycoshield (50 gr) + Cuprogarb (50 gr)

Intervalos entre aplicações:

I - Para tratamento preventivo em período chuvoso = a cada 8 dias

II – Para tratamento preventivo em período sem chuva = a cada 15 dias

III – Para tratamento preventivo em irrigação por aspersor = a cada 8 dias

IV – Para tratamento curativo em período chuvoso = a cada 3 dias

V – Para tratamento curativo em período sem chuva = a cada 5 dias.

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MANCHA BACTERIANA – Xanthomonas campestris pv campestris

FOLHA COM MANCHAS

MANCHAS NAS FOLHA MAIS VELHAS

MANCHA EM FORMA DE “V’

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Page 169: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

PRAGAS DO REPOLHO

1-

Ver informações no capítulo de Pragas do Tomateiro

2-

Ver detalhes no capítulo Pragas do Tomateiro.

- PULGÃO - Myzus persicae

Ver informações no capítulo Pragas do Pimentão.

LAGARTA ROSCA – Agrotis ipsilon

MOSCA BRANCA - Bemisia argentifolii e Bemisia tabaci

3

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4- TRAÇA DO REPOLHO

OUTRO NOME: TRAÇA DAS CRUCÍFERAS

NOME CIENTÍFICO: Plutella xylostella

principal praga do repolho, sendo responsável pêlos

tura. A maior quantidade de defensivos usados no

xylostella. Quando o controle não é

icos necesários, pode acontecer uma explosão

ras, com resistência a defensivos – exemplo de tal fato

tivo Profenofos, pelo uso único do produto por vários

nos, no período de 1989 a 1992 na região da Ibiapaba, Estado do Ceará. O controle só

DOPTERA

ylostella é uma micro-mariposa, portanto com hábito de

omodadas, possuem vôo rápido.

ando novos, adquirindo cor um pouco mais escuro quando próximo

A Traça das crucíferas é a

maiores danos econômicos na cul

repolho é direcionado ao controle da Plutella

realizado com os cuidados técn

populacional da traça das crucífe

foi a resitência criada ao princípio a

a

foi possível com a mudança para outros princípios ativos, na época foram usados os

ingredientes ativos Lufenuron (marca comercial Match) e i.a. Fentoato (m. c.. Elsan),

associados ao Bacillus thuringienseis (m.c. Dipel)

DESCRIÇÃO ORDEM : LEPI

SUB-ORDEM: DITRYSIA

SUPERFAMILIA: YPONOMEUTOIDEA

FAMÍLIA: PLUTELLIDAE

GÊNERO: PLUTELLA

ESPÉCIE: Plutella xylostella

O adulto da Plutella x

postura durante o entardecer, noturno e ao amanhecer. Durante o dia ficam escondidas

sob as folhas do repolho, somente voando ao serem inc

Quando a incidência da praga é muito elevada, podem ser formadas pequenas nuvens

de mariposas, mesmo durante o dia, ao serem provocadas. A cor dos adulto é cinza com

pontuações pretas.

A postura dos ovos é feita na face inferior das folhas. Os ovos são muito pequenos,

somente visíveis com uso de lente de aumento (mínimo de 10 vezes), de cor

creme/amarelado quFRUTAL’2003

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Page 171: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

à eclosão da larva. Podem ser encontrados isolados ou alguns próximos aos outros. O

formato é um pouco alongado. Uma fêmea pode pôr até 350 ovos.

Durante o estádio de larva a traça do repolho passa por 4 ínstares, em cada ínstar o

comportamento é diferente:

1° ínstar – minam as folhas, e se alimentam no interior das folhas, sem provocar

rompimento. Fase de dífícil visualização da praga.

2° e 3° ínstar - se alimentam das folhas, sem romper a epiderme superior,

formando bacias na parte inferior das folhas. Olhando a folha por baixo, é fácil

localizar a praga.

– consomem qualquer parte folha, provocando furos nas folhas. Com o

completar a fase de larva, será iniciada a fase de pupa. Neste estádio, a traça

é realizado nas

pleto desta praga está diretamente relacionado com as

temperaturas acima de 30°C, o ciclo completo pode

i decrescendo, o ciclo de vida vai

iclo biológico pode variar de 12 a 34 dias.

tura, um bom controle

precisam ser adotadas em conjunto, dentre as medidas podemos

micos, visando o

stádios;

) A

f) Época certa de aplicação dos defensivos e armadilhas;

4° ínstar

desenvolvimento da folha o furo aumenta de tamanho. As larvas serão vistas com

facilidade.

Após

confecciona uma teia de fios, sob a qual se empupa. Todo o processo

face inferior da folha. O ciclo com

condições climáticas da região onde o repolho é cultivado.

Em locais de clima seco, com

ser de apenas 12 dias. Quando a temperatura va

aumentando em número de dias, a uma temperatura de 15°C o ciclo é completado em

até 34 dias. Portanto, o c

CONTROLE Pelas características da traça das crucíferas e da própria cul

envolve medidas que

destacar:

a) Uso de feromônio, visando o controle dos adultos, antes da postura;

b) Aplicação de trichogramma;

c) Uso de defensivos químicos de vários grupos e ingredientes quí

atingir a pragas em vários e

d lternância e associação correta de defensivos;

e) Uso de um bom espalhante adesivo, a folha do repolho apresenta dificuldade de

fixação dos defensivos;

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Page 172: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

g) Doses e volume de calda necessários para uma boa cobertura;

h) Quando necessário, uso de um produto para desalojar a praga

feromônio:

tella. Aplicar 1 armadilha para cada

00 s no mesmo dia transplante . O modelo é o

esm o de feromônio em controle de

rag dilha deve ser de 30 cm do solo.

ita de ovos de Lepidópteros, é muito

istribuir uma polegada para cada 150

lantas. Ver em uso de Trichogramma na cultura do tomateiro como aplicar.

para 20 litros de

in = 10 ml

TAMARON/HAMIDOP = Metamidofos = 20 ml

LANNATE/METHOMEX = Methomyl = 20 ml

b) Produtos eficientes, ainda não registrados para a cultura do repolho:

THIOBEL = Cartap = 45 gramas = ovicida e larvicida

MEOTHRIN = Fenpropathrin = 5 ml = larvicida e adulticida

FASTAC = Alfacipermetrina = 3 ml = larvicida e adulticida

Usados somente a nível de testes de controle, não recomendar para o produtor

produto sem registro para a cultura e praga. Aguardar registro, solicitando

informações do Ministério da Agricultura e dos fabricantes. Em casos de dúvidas

consultar literatura .

I – Uso de

Específico para supressão de Plutella xylos

2 plantas, que deverão ser distribuída

m o adotado para tomate – ver no capítulo sobre us

p as do tomateiro. A altura da arma

II – Uso de Tricogramma:

A vespa de Trchogramma spp sendo um paras

eficiente no controle de ovos de traça do repolho. D

p

III – Defensivos químicos para controle de Plutella xylostella, dose

água.

a) Produtos com registro para a cultura do repolho:

ATAB RON = Clorfuazuran = 20 ml

XENTHARI = Bacillus thuringiensis = 10 gramas

PIRATE = Chlorfenapyr = 20 ml

DECIS = Deltamethr

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Page 173: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

c) Produtos desalojantes de larvas:

ENXOFRE 80 % = 40 gramas.

d)Espalhante adesivo:

BREAK THRU - Silicone = 5 a 10 ml

PROGRAMA DE CONTROLE DE TRAÇA DO REPOLHO

TESTADO EM 2003 – SÍTIO MACAPÁ = GBA DO NORTE – CE

1a = Atabron + Xenthari

2a = Thiobel + Meothrin

3a = Pirate + Xenthari

4a = Decis + Methomex

5a = Meothrin + Xenthari

6a = Methomex + Fastac.

Produtos não registrados, devem aguardar registro no Ministério da Agricultura.

Intervalos de pulverização:

Infestação inicial = 1 a cada 5 dias

Infestação média = 1 a cada 4 dias

Infestação alta = 1 a cada 3 dias

Nos casos de pulverização em infestação média e alta, após o controle da praga,

aumentar o intervalo entre aplicação. Monitorar a cada 3 dias, examinando as folhas na

face inferior. A presença de adultos voando é um alerta para infestação em futuro

próximo. O uso de trichogramma controla pelo parasitismo dos ovos e o feromônio pela

captura dos adultos machos , evitando a fecundação das fêmeas.

O enxofre deve ser usado para desalojar as larvas, quando já existir formação de

“cabeça”, devendo ser aplicado no mínimo 4 horas antes da pulverização com outros

defensivos.

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TRAÇA DAS CRUCÍFERAS OU TRAÇA DO REPOLHO – Plutella xilostella.

ADULTO DA TRAÇA DS CRUCÍFERAS OVO SOB A FOLHA

LARVA DA TRAÇA NA FACE INFERIOR DA FOLHA

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Page 175: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

TRAÇA DAS CRUCÍFERAS OU TRAÇA DO REPOLHO – Plutella xilostella.

DANOS CAUSADOS PELA LARVA 2° e 3° ÍNSTAR

PUPA DE TRAÇA EM FOLHA DE REPOLHO

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Page 176: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

10 - BIBLIOGRAFIA 1 - BLANCARD, D. Enfermidades del Tomate , Ediciones Mundi-Prensa, MADRID,

1996.

2 - GABOR, B AND WIEBE, W. , Tomato Diseases. SVS- PETOSEED, CALIFÓRNIA

USA, 1997.

3 –LOPES, Carlos Alberto, SOARES, Alice Maria Quezado. Doenças Bacterianas das

Hortaliças – Diagnose e Controle, EMBFRAPA , 1997 BRASÍLIA, BR

4 – OLIVEIRA,Maria Regina Vilarinhos de, SILVA, Odilson Luiz Ribeiro e .Alerta

Fitosanitário – 1 – Ministério da Agricultura e do Abastecimento – Brasília-DF-Brasil-

1997.

5- SOUSA, Júlio César de, REIS, Paulo Rebelles, TRAÇA DO TOMATEIRO, Histórico,

Reconhecimento, Biologia, Prejuízos e Controle – EPAMIG- Lavras, MG, Boletim

Técnico N° 38, julho/92.

6- GHINI, Raquel, KIMATI Hiroshi,. Resistência de Fungos a Fungicidas – Embrapa

Meio Ambiente - FRAC, Jaguariúna- S.P. Brasil – 2002.

7-BAYER DO BRASIL ( Atual BAYER CORPSCIENCE )– Catálogo de Produtos – São

Paulo, S.P. Brasil – novembro 1999

8- AVENTIS CROPSCIENCE ( ATUAL BAYER CROPSCIENCE) – Manual Técnico de

Produtos – São Paulo S.P. – Brasil , agosto 2000.

9- NOVARTIS ( ATUAL SYNGENTA PROTEÇÃO DE CULTIVOS ) – Guia de Produtos

Novartis Agro, São Paulo – S.P. Brasil – 1998.

10 – BASF – Informativo F 500 – São Paulo, S.P.. Brasil , 2001.

11 – BASF – Informativos Cabrio Top, Polyram e Collis , São Paulo, S.P. Brasil, 2003.

12 – HOKKO DO BRASIL – Informe Kasumin e Orthene, São Paulo, S.P, Brasil, 2002.

13 – HOKKO DO BRASIL – Manejo da Mosca Branca – informativo técnico – São

Paulo, S.P. Brasil – 2002

14 – HOKKO DO BRASIL –Programas de Tratamento de HortiFruti , informativo

técnico, São Paulo, S.P. Brasil, 2000.

15 – ISCA TECNLOGIAS – Informativos Armadilhas para captura de pragas. Ijuí, R.S.

Brasil – 2002.

16 – BIOPRED ( Tecnologia Embrapa ) – Trichogramma: A solução biológica para o

controle de pragas. - informativo técnico – Uberlândia MG – Brasil, 2002.

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Page 177: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

11 - PRAGAS E DOENÇAS DE ROSAS APRESENTAÇÃO A Elaboração desta apostila, surgiu pelo fato da cultura de rosas no estado do ceará

ser uma atividade nova, e seu conhecimento ainda está em fase inicial. Muitas são as

dificuldades encontradas sendo que uma das principais é o controle de algumas

enfermidades e pragas em nossas condições.

O cultivo de rosas necessita de pesquisas, adaptação de tecnologias e de um

esforço muito grande nas atividades diárias, pela complexidade da cultura e da

necessidade de produzir e ofertar qualidade.

Não temos a pretensão de esgotar o assunto, mas sim contribuir com as informação

provenientes da experiência acumulada nos últimos dois anos que nos dedicamos

exclusivamente ao cultivo de flores, com destaque para rosas (Rosas sp), gérberas

(Gerbera jamesonii) e lisiantus (Eustoma grandiflorum).

Esperamos que o conteúdo técnico sirva para que novos produtores possam iniciar

suas atividades com informações confiáveis.

Ao mesmo tempo, para os que já trabalham com flores, desejamos que seja

possível aumentar seus conhecimentos, tirar dúvidas e ajudar na evolução natural e

necessária da atividade.

PRINCIPAIS DOENÇAS DE ROSAS 1 - OÍDIO - Sphaeroteca pannosa f. sp. Rosae

2 - MÍLDIO - Peronospora sparsa

3 - BOTRITIS - Botrytis cinerea (Botryotinia fuckeliana)

PRINCIPAIS PRAGAS DE ROSAS 1 - ÁCARO – Tetranychus urticae

2 - MOSCA BRANCA – Bemisia sp

3 - SCIARA – Fungus gnatus (Bradysia ssp)

4 - LAGARTAS – Agrotis ipsilon, Spodoptera frugiperda.

FRUTAL’2003

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Page 178: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

ENFERMIDADES CAUSADAS POR FUNGOS 1 - OÍDIO

Outros nomes: Cenicilla, Míldio polvoso, Míldio pulverulento

Agente causal: Sphaeroteca pannosa f.sp. rosae

CLASSIFICAÇÃO Divisão: Amastigomycota

Subdivisão: Ascomycotina

Classe: Ascomycetes

Sub-classe: Plectomycetidae

Série: Pyrenomycetes

Família: Erysiphaceae

Gênero: Sphaerotheca

Forma imperfeita: Deuteromycetes - Oidium sp.

O oídio foi citado pela primeira vez em 300 a.c. e até hoje mantém-se como

importante doença tanto em campo aberto como estufas, e, provavelmente é a mais

largamente distribuída. Apesar de descrita pela primeira vez em 1819, a doença estava

presente muito antes e, atualmente, é conhecida em todos os países onde as rosas são

cultivadas.

O agente causal, é uma forma especializada de S.pannosa e parasita obrigatório,

isto é , não permanece vivo em tecidos mortos.

O micélio é branco e cresce na superfície dos tecidos, enviando haustórios

globosos (orgãos de alimentação) dentro das células da epiderme da planta, e forma um

amontoado de hifas na superfície, algumas das quais desenvolvem conidióforos eretos.

No topo de cada conidióforo, são produzidos conídios ovais, que se agarram um aos

outros em cadeia. Sob condições de estufa, o fungo perpetua-se quase que

exclusivamente, por conídios e por micélio. Uma cadeia de 5 a 10 conídios é formada e

são disseminados pelo ar, causando novas infecções. Os conídios estão prontos para

disseminação 24 horas após a sua formação, quando são destacados do conidióforo e

dispersos pelo ar. FRUTAL’2003

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Page 179: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FATORES QUE FAVORECEM - Fortes mudanças de temperatura

- Correntes de ar (vento direcionado no cultivo)

- Alta umidade a noite

- Fertilização com excesso de nitrogênio

SINTOMATOLOGIA - Todas as partes aéreas da planta podem ser atacadas pelo oídio, sendo as folhas e os

brotos jovens os mais afetados.(fotos 1 e 2).

- A parte superior das folhas inicialmente apresentam áreas levemente onduladas, em

forma de bolhas, que logo são cobertas pelas estruturas de crescimento do fungo: de

aspecto farináceo e de cor branco-acinzentada. (foto 3)

- As folhas jovens ficam retorcidas, deformadas e completamente cobertas por um pó

branco. As folhas velhas são usualmente afetadas e quando as condições ambientais

são favoráveis podem desprender-se prematuramente.

- Na haste, o desenvolvimento do fungo acontece principalmente em tecidos suculentos

e freqüentemente no pedúnculo (base do botão).(fotos 4 e 5).

- Os sintomas iniciais do oídio podem confundir-se com os do míldio velloso (míldio). A

diferença entre as enfermidades consiste na abundância de esporos esbranquiçados na

parte superior das folhas.(fotos 6, 7 e 8)

DANOS - Redução da fotossíntese

- Enfraquecimento das plantas pelo ataque aos botões, folhas jovens e pontos de

crescimento.

- Redução na produção de flores de 20 a 40% . - Perda da qualidade comercial (aparência)

CONTROLE g.1) Medidas preventivas: - Assegurar uma boa ventilação na estufa, sem que as plantas sejam diretamente

afetadas por correntes de ventos.

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CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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Page 180: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

- Controlar a umidade e temperatura (não deixar a umidade cair de aprox. 50% e a

temperatura não passar de 360C)

- Manter sempre limpa a estufa, eliminando partes afetadas das plantas. - Evitar adubações com excesso de nitrogênio (manter um nível de 250 ppm de nitratos) - Aplicar fertilizantes foliares ricos em potássio(MKP, FITOFÓS K-PLUS,...) e silício

(SILILO, SILICATO DE POTÁSSIO,...) periodicamente, para aumentar a resistência dos

tecidos das plantas. g.2) Controle Químico: No controle de oídio, uma das aplicações mais importantes e corriqueira é a

pulverização com produtos à base de enxofre (Thiomex, Sulfure, Nutrienxofre,...).

No mercado, existe uma gama muito grande de produtos para controle dessa

enfermidade, porém ainda são poucos com registro na cultura de rosas.

Um dos aspectos mais importantes que se deve levar em consideração num

programa de pulverização é o cuidado com a rotatividade de grupos químicos e

princípios ativos para minimizar o risco do fungo adquirir resistência. A seguir temos a

sugestão de produtos que podem ser utilizados em um programa de pulverização:

Produto Grupo químico Princípio ativo Dose(g ou ml/100l) Modo de ação

Saprol Piperazinas triforina 150 Contato/sistêmico

Trifmine Imidazole Triflumizole 40 Sistêmico

Score Triazol Difenconazole 60 Sistêmico

Manage Triazol Imibenconazole 75 Sistêmico

Amistar Strobyrulina Azoxystrobim 10 Sistêmico

Sportak Imidazol Prochloraz 60-80 Sistêmico

Thiomex A.M.S. Enxofre 200 Contato

Nutienxofre A.M.S. Enxofre 150 Contato

Sulfure A.M.S. Enxofre 150 Contato

Rosb. Oidium Produto orgânico Polisulfuros

4-metil

guayacol

100 Contato

Micofun Produto Orgânico Compostos de

enxofre

100 Translaminar

A.M.S.- Atividade em múltiplos Sítios

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Page 181: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Observações: Amistar ainda não está registrado para o uso em rosas e/ou em

determinadas flores. Consultar o MARA, Fabricantes, Literatura e Profissionais Técnicos.

Os produtos citados foram usados em testes, com resultado de eficiência alto.

FOTOS 1 e 2- Detecção da presença de oídio em folhas novas e brotação nova.

FOTO 3: Parte superior da folha com a presença de manchas ligeiramente onduladas de cor branco-acinzentada.

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Page 182: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FOTOS 4 e 5: Detecção da pesença de oídio em uma haste jovem e num pedúculo (base do botão).

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Page 183: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FOTOS 6 e 7 : Comparativo entre os sintomas de oídio (6) e míldio(7).

FOTO 8 : Presença dos dois fungos na mesma folha.

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Page 184: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

1) MÍLDIO Outros nomes: Míldio velloso, Mancha roxa.

Agente causal: Peronospora sparsa Berk.

CLASSIFICAÇÃO Divisão: Mastigomycota

Subdivisão: Diplomastigomycotina

Classe: Oomycetes

Ordem: Peronosporales

Família: Peronosporaceae

Gênero: Peronospora

O míldio da roseira (relatado pela primeira vez em 1862 por Berkeley, na Inglaterra),

uma doença injuriosa com potencial para causar sérias epidemias, se caracteriza por

apresentar um micélio intercelular e uma reprodução através de conídios. Em condições

úmidas, os conídios e conidióforos do fungo aparecem copiosamente na superfície

inferior das folhas e sob condições menos favoráveis, eles podem aparecer de forma

muito esparsa dificultando sua visualização.

O período de infecção é mais vulnerável, porém curto (somente com poucas horas

de duração), dando, ao míldio, vantagem em curtos períodos de clima favorável. A

infecção exige que a superfície do hospedeiro esteja úmida. Uma superfície seca,

mesmo com alta umidade relativa, é inadequada.

O fungo pode manter-se em galhos como micélio latente, sem necessariamente

produzir esporos. Os esporângios germinam em água dentro de 4 horas e a esporulação

na superfície das folhas podem ocorrer em 3 dias em condições ideais e podem

sobreviver até 1 mês em folhas secas desprendidas.

Essa doença (Peronospora sparsa.) muito destrutiva em cultivos protegidos de

rosas, não causa séria preocupação em estufas comerciais aquecidas.

FATORES QUE FAVORECEM - Falta de ventilação no ambiente de cultivo.

- Presença de água “livre” na superfície dos tecidos da planta.

- Plantas debilitadas por algum tipo de estresse (hídrico, salino, fitotoxidez,...). FRUTAL’2003

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Page 185: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

- Temperatura na faixa de 180C (ótima para germinação)

- Umidade relativa acima de 85%.

- Épocas do ano em que as tardes e noites são chuvosas e manhãs calorosas com

presença de sol.

* Obs: Os esporos não germinam a 50C e morrem quando são expostos a 270C por um

período de 24 horas.

SINTOMATOLOGIA - Desenvolvimento de manchas irregulares de coloração que varia de púrpura a café

escura nas folhas e os folíolos podem se tornar cloróticos. (foto 1)

- Nas hastes, pedúnculos e sépalas surgem lesões de tamanho variado com uma

coloração que varia de púrpura a preta.

- Nas folhas mais jovens se desenvolvem pequenas áreas arroxeadas ou púrpuras

enquanto em folhas adultas se formam grandes zonas de contorno irregular de cor verde

pálida que logo se torna castanha escura (foto 2)

- Geralmente ocorre queda de folhas (fotos 3 e 4).

DANOS - Enfraquecimento das plantas pelo ataque do patógeno.

- Perda da qualidade comercial (aparência)

- Perda de produção (podendo chegar à 100%)

- Morte de plantas severamente atacadas.(foto 5)

Obs: Alguns sintomas de fitotoxidez provocados pela aplicação de defensivos podem

confundir-se com as manchas de míldio. (foto 6)

CONTROLE g.1) Medidas preventivas: - Garantir uma boa ventilação no cultivo (manejo de cortinas, janelas, podas de

arejamento, ventiladores...). (foto 7).

- Controlar a umidade e temperatura (manter a umidade abaixo de 85% e temperatura

acima de 270C nas horas mais quentes do dia, associando adequada ventilação. FRUTAL’2003

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Page 186: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

- Eliminação de tecidos vegetais afetados pela doença, mantendo sempre limpo o local

de cultivo.

- Aplicação foliar de produtos que aumentem as defesas naturais das plantas contra o

ataque da doença (FOSFITOS DE POTÁSSIO, FONTES CÁLCIO, AMINOÁCIDOS, ...)

periodicamente.

g.2) Controle químico: No controle químico, temos produtos que agem de maneira preventiva, curativa e

preventiva/curativa.

Devemos iniciar as pulverizações preventivas com fungicidas cúpricos, mancozeb,

furalaxil, fosetyl-Al, e outros, no primeiro momento em que as condições climáticas

favoreçam o desenvolvimento do fungo, tendo o cuidado em rotacionar os grupos

químicos e princípios ativos.

Em países como Equador e Quênia é comum no controle de míldio a aplicação no

“pé da planta” de produtos à base de fosetyl-Al.

Em seguida segue-se alguns produtos que foram utilizados com sucesso no

controle do fungo, em testes realizados ao nível de campo em cultivo protegido (estufas):

Produto Grupo químico Princípio ativo Dose(g ou

ml/100l) Modo de

ação Aliette Monoetil Fosfite

Metalico

Fosetyl-Al 200 Sistêmico

Fólio Gold Multiplos.sitios

Fenilamida

Clorothalonyl +

Metalaxil

180 Sistêmico

contato

Dacostar Cloronitrilo Clorotalonil 200 Contato

Ditane* Ditiocarbamato Mancozeb 200 Contato

Kocide Cúprico Hidróxido de cobre 120 Contato

Cabrio-top Strobylurina Piraclostrobin 200 Sistêmico

Bravonil Ultrex* Cloronitrilo Clorotalonil 150-180 Contato

Rosburg Fosetyl** - Fostato de aluminio 100-200 Protetor

Rosburg Supersiga** - Ácido

hidroxietilsulfônico

100-200 Preventivo

Previcur Propamocarb

Hydrochloride

Carbamatos 150 Sistêmico

* Produtos provocam manchas nas folhas, por deposição de resíduos. FRUTAL’2003

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186

Page 187: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

** Produtos orgânicos da Quimirosburg do Equador.

*** Previcur está registrado para várias ornamentais, não incluindo Rosas spp.

FOTO 1 : Aspecto clorótico no folíolo.

FOTO 2: Transição de uma mancha do verde pálido para castanho escuro em uma folha de rosa.

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CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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Page 188: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FOTOS 3 e 4: Sintomatologia de um ataque severo de Míldio em rosas provocando a queda das folhas das plantas.

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Page 189: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FOTO 5: Morte de uma planta de rosa provocada pelo ataque de Paronospora sparsa.

FOTO 6: Comparativo entre uma folha com sintoma de míldio (lado esquerdo) e com fitotoxidez (lado direito).

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

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189

Page 190: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Fc

2

C

OTO 7: Algumas técnicas de manejo paraultivo (estufa).

- BOTRYTES: Outros nomes: Podridão de botrytis, Manc

Agente causal: Botrytis cinerea

lassificação: Divisão: Amastigomycota Subdivisão: Deuteromycotina Forma-classe: Deuteromycetes Forma-subclasse: Hyphomycetidae Ordem: Moniliales Família: Moniliaceae

FRUTAL- COOPERATIVISMO E

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇ

190

aumentar a ventilação do ambiente de

ha de botrytis, mofo cinzento.

’2003 AGRONEGÓCIO -

AS DE FLORES E HORTALIÇAS

Page 191: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Gênero: Botrytis

Forma perfeita: Ascomycetes - Botryotinia fuckeliana de Bary, Whetz.

Botrytis cinerea é um patógeno necrotófico, as infecções têm lugar por meio de

ferimentos, via tecidos mortos ou em deteriorização ou por penetração direta no

hospedeiro intacto.

Os conídios são uniformes, hialinos, unicelulares e se formam em conidióforos

ramificados sobre a superfície do tecido infectado. O agrupamento dos conídeos se da

em forma de cacho de uva (foto 1).

O fungo pode infectar mais de 200 gêneros de plantas e está amplamente

distribuído no mundo. O cultivo de rosas em estufas na Colômbia, é um dos mais

afetados pelo patógeno, especialmente durante a temporada de chuvas, onde a umidade

relativa é alta durante o dia e a noite. No Brasil, a doença é considerada uma das

principais causas de perdas em pré e pós-colheita, nas estufas de produção de Minas

gerais e são Paulo.

O patógeno pode causar perdas consideráveis em plantas ornamentais, hortícolas,

frutíferas e cereais , em condições de sementeira, viveiro, campo e casa de vegetação,

bem como durante o armazenamento e transporte (danos mais severos).

Em rosas, o fungo pode afetar outras partes das plantas (estacas de mudas, tocos

de hastes cortadas,...), porém as flores ou botões florais são os mais afetados e de

importância econômica.

FATORES QUE FAVORECEM - Botrytis está diretamente relacionado com períodos de alta umidade (cerração e

chuvas).

- A faixa de temperatura ideal para o crescimento do fungo e desenvolvimento da

enfermidade é de 150C a 220C.

- Níveis elevados de nitrogênio amoniacal e boro favorecem o desenvolvimento do fungo.

- Injúrias causadas por pragas como trypis, lagartas, etc. e danos mecânicos.

- As partes terminais dos ‘tocos” resultantes do corte das flores, bem como as feridas

provocadas pelas podas, são portas de entrada para o fungo.

- Restos de culturas contaminadas. FRUTAL’2003

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191

Page 192: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

SINTOMATOLOGIA: - Nas pétalas aparecem pequenos pontos de 0,5 a 1mm de diâmetro, de cor café clara

ou arroxeada que sob condições úmidas aumentam rapidamente até cobrir toda a

pétala.(foto 2)

- Durante os períodos de umidade contínua e temperaturas baixas, os botões infectados

no campo não se abrem e são cobertos pelos micélios do fungo. Os botões infectados

podem cair. Lesões lisas, um tanto úmidas de cor marrom escuro, evoluindo para preto,

podem crescer desde a base do botão. (fotos 3 e 4).

- Em estacas de mudas na câmara úmida na estufa de propagação, o fungo provoca a

morte das estacas deixando-as pretas e ligeiramente amolecidas (fotos 5 e 6).

- Apodrecimento das pontas dos “tocos” resultantes da colheita das flores e de podas de

limpeza feitas nas plantas (foto 7)

- Em alguns casos, manchas circulares com aparência de ampolas roxo-avermelhadas

podem aparecer sobre a superfície das pétalas. Estas infecções são bem observadas em

cultivares de cor branca (foto 8).

Obs: Na grande maioria das vezes o fungo de Botrytis cinerea se encontra de forma

latente nos campos de produção (estufas) e só se desenvolvem depois que as flores são

embaladas, armazenadas e transportadas em câmaras-frias.

Obs2: Durante o processo de transporte pode ocorrer condensação provocada por

oscilações de temperatura, o que favorece o seu desenvolvimento.

DANOS 1- Diretos: - Morte de mudas em estufas de propagação.

- Perda de flores pelo apodrecimento das pétalas.

2- Indiretos :

- Prejuízos financeiros relacionados a custo de produção e logística.

- Transtornos com os clientes que reclamam e devolvem toda mercadoria.

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192

Page 193: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CONTROLE O controle de Botrytis cinerea é dificultado pelo fato de lutarmos contra um inimigo

“invisível’, pois, como já foi dito, os sintomas do fungo não costumam aparecer no

campo. Dentro de um manejo integrado o saneamento do local (remover as partes

infectadas é muito importante e deve ser feito o mais rápido possível, as partes das

plantas no chão podem dispersar os esporos do fungo, particularmente em cultivos no

solo) , práticas culturais e fungicidas químicos são medidas recomendadas, geralmente

para seu controle em estufas de produção de rosas.

Problema sério no controle químico é a resistência do patógeno a fungicidas, que

pode se desenvolver dentro de uma estação de cultivo mesmo com o uso de misturas de

princípios ativos. Dois grupos de fungicidas de ação específica, benzimidazoles e

dicarboximidas, usados largamente promoveram o surgimento de populações

resistentes, quando aplicados durante período longo, sem alternância com outros grupos

químicos .

Medidas auxiliares ajudam a controlar o seu desenvolvimento, tais como

desinfecção de tesouras, mesas de classificação, da câmara fria, coxos de transporte,

etc.

A literatura cita alguns produtos registrados para o controle de botrytis:

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193

Page 194: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Tabela 1. Produtos registrados para o controle de Botrytis cinerea e Botrytis gladiolorum,

no Brasil, independente da cultura.

Produto comercial Princípio ativo Modo de ação Benlatea Benomyl Sistêmico Bravonila Chlorothalonil Contato Captan 500 PMa Captan Contato Cercobin 700 PM Thiophanate methyl Sistêmico Cerconil PMa Thiophanate methyl + chlorothalonil Sistêmico e

contato Cerconil SCa Thiophanate methyl + chlorothalonil Sistêmico e

contato Cuprozebb Oxicloreto de cobre + mancozeb Contato Daconil BRa Chlorothalonil Contato Dacostar 500a Chlorothalonil Contato Dacostar 750a Chlorothalonil Contato Dithane PM Mancozeb Contato Dithiobina Thiophanate methyl + mancozeb Sistêmico e

contato Folpan Agricura Folpet Contato Fungiscan Thiophanate methyl Sistêmico Isatalonila Chlorothalonil Contato Kobutol 750a Quintozene Manzate 800 Mancozeb Contato

Metiltiofan Thiophanate methyl Sistêmico

Mythos Pyrimethanil Orthocide 500a Captan Contato Persistb Mancozeb Contato Rovrala Iprodione Contato Rovral SCa Iprodione Contato Sialex 500a Procimidone Sistêmico Sumilex 500 PMa Procimidone Sistêmico Tecto 600a Thiabendazole Sistêmico

Tiofanato Sanachem

Thiophanate methyl Sistêmico

Vanox 500 SCa Chlorothalonil Contato Vanox 750 PMa Chlorothalonil Contato

FONTE: cd-Room Reijers: Doenças em roseiras cultivadas em estufas.

Produtos em negrito registrados para roseira.

a Registrados somente para Botrytis cinerea. b Registrados somente para Botrytis gladiolorum.

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Page 195: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Em teste s práticos realizados ao nível de campo (estufas), conseguimos um bom

controle de Botrytis cinerea ultilizando os seguintes produtos, com alternância de grupos

químicos e princípios ativos:

Tabela 2- Relação de produtos usados em teste no controle de Botrytis cinerea.

GRUPO QUÍMICO

PRINCÍPIO ATIVO

PRODUTO COMERCIAL

RISCO DE RESISTÊNCIA

MODO DE AÇÃO

Dicarboximidas Procimidone Sialex Alto/cruzada sistêmico

Cloronitrilo Clorothalonil Dacostar Baixo Protetor

Benzimidazol Carbendazin Derosal Alto/cruzada Sistêmico

Fenilamida Ofurace / Folpet Folpan Alto

(Oomicetos)

Protetor

Strobyrulina Kresoxim-methyl Stroby Moderado Sistêmico

Benzimidazol Thiofanato-

methil

Cercobin Alto Sistêmico

Ditiocarbamato Methiran Polyran Baixo Protetor

Strobyrulina Piraclostrobin Cabrio Top Moderado Sistêmico

DMI/triazol Imibenconazole Manage Moderado Sistêmico

Produtos em negrito registrados para roseiras

Manage, registrado para Crisântemo.

Para verificar alterações, consultar MARA, literatura e fabricantes.

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Page 196: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FOTO 1-Conídios agrupados em forma de cacho de uva.

FOTO 2: Botão de rosa apresentando sintomas de botrytis .

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Page 197: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FOTOS 3 e 4: pétala coberta pelos micélios do fungo (A) botão infectado na base do botão (B).

FOTOS 5 e 6: Morte de mudas provocadas por Botrytis cinerea.

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Page 198: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FOTO 7: Apodrecimento provocado por botrytis em locais onde

foram realizadas podas de limpeza ou colheita de flores.

FOTO 8: Manchas circulares de coloração avermelhada em um botão de rosa branca.

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Page 199: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

PRINCIPAIS PRAGAS

• ÁCARO

• MOSCA BRANCA

• SCIARA

• COCHONILHA

• LAGARTAS 1 - ÁCAROS

Poucos grupos de animais mostram tão grande variedades de formas, habitat e

comportamento como os ácaros, sendo encontrados em quase todos os locais

acessíveis à vida animal. Os três grupos com hábito alimentar diferente que estão

associados às plantas cultivadas são:

I) Os predadores, que são benéficos para os cultivos, pois se alimentam de outros

ácaros prejudiciais, pequenos insetos e ovos de nematóides.

II) Os micófagos que geralmente se alimentam de fungos em grãos armazenados, na

casca de árvores, no solo e em habitat de insetos perfuradores de madeira.

III) Os fitófagos, que causam sérios problemas na agricultura, pois se alimentam dos

vegetais e vivem em colônias na face inferior das folhas, brácteas ou no interior das

inflorescências.

Estes últimos atacam diversas culturas de importância econômica como fruteiras,

hortalíças, plantas ornamentais, roseiras e etc.

Na cultura de rosa, o ácaro rajado (Tetranychus urticae) é sem dúvida a principal praga e

de mais difícil controle.

BIOLOGIA As fêmeas que usualmente predominam nas populações de ácaros possuem

visíveis manchas em ambos os lados do abdômen e medem aproximadamente 0,5mm

de comprimento. Todos os estádios de desenvolvimento acontecem na parte inferior das

folhas. Na espécie de tetranichus urticae a fêmea coloca de 50 a 100 ovos dependendo

da planta em que o ácaro em que o ácaro se encontra (hospedeiro).(foto 1).

FRUTAL’2003

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Page 200: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

SINTOMATOLOGIA - Em um ataque de ácaro muito intenso a queda de folhas bem como a morte de plantas

podem ser observadas. Nestas condições, os ácaros produzem teias que cobrem

totalmente a folhagem e flores, comprometendo severamente a aparência das plantas.

- Em ataques menores as folhas das plantas ficam cloróticas e coriáceas (duras) (foto 2).

DANOS

I) Diretos:

- Perda de produção

- Perda de qualidade de hastes

II) Indiretos:

- Risco de perda de todo um embarque em uma exportação, pois este é vistoriado

por orgãos competentes (Ministério da agricultura), e dependendo do nível de infestação

a carga pode ser aprendida e queimada.

CONTROLE É de fundamental importância para o controle de ácaros que um acompanhamento

diário seja feito no cultivo monitorando a presença e quantidade de adultos , formas

jovens e ovos presentes. Para isto é necessário o auxílio de uma lupa de bolso com

aumento de 10 a 15X. A associação de medidas alternativas e controle químico deve ser

muito bem aplicados em nossas condições.

Obs: Os ácaros sempre aparecem em focos bem definidos no cultivo, então, a

eliminação imediata deste foco deve ser feita com lavagens e pulverizações localizadas,

evitando assim sua dispersão.

MEDIDAS ALTERNATIVAS - Manter sempre úmido o ambiente de cultivo através de irrigações das ruas com

mangueira, aspersores, micro-aspersores, etc. (foto3)

- Fazer a lavagem da folhagem das plantas com jatos de água pressurizados, dirigidos

em direção dos “pulmões”. (foto4)

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200

Page 201: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

- Aplicar produtos como sabão neutro, sabão de coco e sais (nitrato de potássio) nas

plantas.

- Retirar partes de plantas infestadas pela praga e queimar.

- Manter sempre o ambiente limpo.

CONTROLE QUÍMICO As aplicações de defensivos devem ser freqüentes afim de manter níveis baixos de

população do ácaro. Em testes realizados a nível de campo, quando se tem um nível alto

de infestação, o intervalo de aplicação dos produtos deve ser de no máximo 3 dias pois

em nossas condições climáticas o ciclo do ácaro é acelerado. Devemos utilizar sempre

produtos seletivos (não eliminar inimigos naturais) tendo o cuidado em rotacionar sempre

seus princípios ativos para diminuir o risco de resistência.

Tabela 1: Lista de alguns produtos indicados no controle de ácaros.

Produto Grupo

químico Princípio ativo Dose (ml/100l) Modo de ação

Vertimec/abame

x

Avermectina Abamectina 30-50 Contato (adulto)

Tedion Tetradifon Tetradifon 200-300 Contato(ovicida)

Pirate Pyrrole Chlorfenapyr 40-50 Contato (adulto)

Kúmulos/

Thiovit

Enxofre Enxofre 200 Contato

Cascade Fluxenoxuron 50 Contato

(ovo-jovem)

Biosec - Sais

potássicos de

ácidos graxos

200-300 Contato(adulto)

Obs 1: Ácaros predadores são usados com sucesso por alguns produtores de rosas.

Estes são ácaros de corpo achatado e de contorno oval (foto 5) que movem-se

rapidamente a procura do alimento ácaro-praga: de preferência os tetraniquídeos.

Obs 2: Durante a aplicação de produtos é muito importante levar em consideração o

posicionamento do jato (de baixo para cima, para pegar a parte inferior das folhas), o

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

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201

Page 202: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

volume de calda aplicado (na faixa de 1200 l/ha), e o uso de espalhantes adesivos para

uniformizar a calda na planta.

Obs 3: Mesmo que o produto tenha registro para o controle de ácaro, deve-se sempre

fazer testes em áreas pequenas para observar sintomas de fitotoxidez, que é muito

comum em nossas condições.

FOTO 1: Detalhe do adulto, forma jovem e ovo de ácaro rajado (Tetranichus urticae).

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Page 203: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FOTO 2: Sintoma do ataque de ácaro em uma folha de rosa.

FOTO 3: Detalhe do uso de mangueira (A), Aspersão (B) e microaspersão (C) para manter a umidade no local de cultivo.

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Page 204: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FOTO 4: Técnica da lavagem de ácaros utilizando pistola de pulverização e adaptador caseiro.

204

FOTO 5: Ácaro predador em uma folha de rosa. FRUTAL’2003

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Page 205: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

2 - MOSCA BRANCA (Bemisia tabaci e Bemisia argentifolii) Nesta seção nos limitaremos a comentar sobre a sintomatologia do ataque, danos e

controle em flores, uma vez que a sua descrição já foi citada no capítulo referente a pragas

em tomateiro.

SINTOMATOLOGIA O sintoma mais notório do ataque de mosca branca em roseiras é a presença de

fumagina (foto1) sobre ramos e folhas, (fungos saprófitos que aparecem devido a excreção

de uma substância açucarada).

DANOS - Por se alimentarem de seiva do floema, provocam a debilidade das plantas podendo

leva-las a diminuição de produção ou até mesmo a morte.

- Perda de qualidade comercial, devido a presença de fumagina (aparência).

- A detecção da presença de apenas um ovo, ninfa ou adulto na folhagem de uma haste

que está sendo exportada, leva a perda total do embarque, pois a carga é apreendida e

incinerada.

CONTROLE Para que se consiga um controle realmente efetivo da “praga do século” (mosca

branca), devemos levar em consideração uma série de medidas, que envolve diversos

órgãos (municipais, estaduais e federais):

I) Medidas Legais:

- Barreiras fitossanitárias devem ser montadas em portos, aeroportos, etc.

- O incentivo a pesquisa é de fundamental importância.

- Registros emergenciais de produtos para seu controle devem ser dados em casos

extremos.

II) Medidas educativas:

Palestras, cursos e campanhas no meio de comunicação devem ser intensificadas, para

um melhor conhecimento da praga (ciclo, hábitos, etc.).

FRUTAL’2003

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205

Page 206: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

III) Medidas Físicas:

- Uso de plástico amarelo (atrativo de mosca branca) com uma substância colante (cola

própria, graxa, etc.) é de fundamental importância no monitoramento para se detectar a

presença da mosca no local de cultivo. (foto2)

- Plástico com uma altura mínima de 2,5 metros ao redor das estufas dificulta

significativamente o acesso da praga ao cultivo. (foto3)

- O uso de tela anti-afídeos também constitui uma excelente barreira.

IV) Medidas auxiliares:

- Monitorar diariamente o cultivo.(foto4)

- Procurar posicionar os pulmões das plantas de maneira que facilite a aplicação de

defensivos. (foto 5)

Obs: No cultivo de rosas em vasos, uma prática cultural indispensável é a formação de

pulmões, que consiste em baixar as hastes sem valor comercial para que a planta possua

bastante folhas que realizem fotossíntese. O posicionamento desses pulmões quase que

evita a penetração de defensivos, servindo assim, como esconderijo ideal para pragas,

fazendo com que o controle da mosca branca e ácaros sejam bastante dificultados.

- Erradicar plantas daninhas hospedeiras.(foto6)

- Aplicar detergente neutro na folhagem atacada (excelente controle de ninfas).

V) Controle químico:

Em qualquer programa de pulverização a rotatividade de produtos pertencentes a grupos

químicos e princípios ativos distintos é muito importante no que diz respeito a minimizar o

risco da praga ou doença adquirir resistência.

Um programa de controle de mosca branca utilizado com sucesso ao nível de campo no

cultivo de rosas, gérberas e lisianthus, será apresentado a seguir:

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Page 207: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Produto Grupo Químico Princípio Ativo Ação

Calypso / Confidor

Neonicotinoides

Thiacloprid/imidacloprid Adulto-Residual

Sanmite Piridazonas Piridaben Adulto-Choque

Applaud* Tiadiazin Buprofezin Fisiológico-ninficida

Cordial Piridil Éter Pyryproxyfen Ovicida-Ninficida-

esterelizante

Orthene/Cefanol Fosforados Acephate Adulto-Residual

Meothrin Piretróides Fenpropathrin Adulto-Choque

Applaud - Registrado para Gérberas e Begônias

Cordial, registrado para tomate e pepino.

Para verificar alterações, consultar MARA, literatura e fabricantes

O intervalo das aplicações irá depender do nível de infestação que se encontra no cultivo:

ADULTO NINFA NÍVEL N0 DE

APLICAÇÕES

SEMANAIS

% N0 / PLANTA % N0 /

PLANTA

Gravíssimo 4 > 26 > 2 > 26 > 10

Grave 3 11 –25 1,1 a 2 11-25 5 a 9

Médio 2 6-10 0.3 a 1 6-10 2 a 4

Baixo 1 <5 0,1 a 0,2 <5 1 a 2

Obs: Na Serra de Ibiapaba as prováveis espécies que atacam roseiras são Bemisia tabaci

e Bemisia argentifolii.

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Page 208: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FOTO 1: Fumagina causada pelo ataque de Mosca branca em uma folha de rosa.

FOTO 2: Armadilhas amarelas com cola especial para monitoramento de mosca-branca.

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Page 209: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FOTO 3: Detalhe da estufa, mostrando a barreira física contra

a entrada de mosca branca exercida pelo plástico.

FOTO 4: Monitoramento de pragas e doenças em um plantio comercial de rosas.

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Page 210: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FOTO 5: Comparativo entre dois tipos de formação de

pulmão em rosas. Fileira dupla (A) e fileira única (B).

FRUTAL’2003

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210

Page 211: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

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211

FOTO 6: Presença de mosca-branca em plantas daninhas.

Page 212: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

3) SCIARA (“Fungus gnats”): O mosquito sciara é um pequeno inseto (2 a 5mm) pertencente a ordem díptera

(Gênero: Bradysia sp.) e família sciaridae disseminado mundialmente em viveiros de

plantas, floriculturas e jardins. Seu ciclo de vida compreende 4 estágios : ovo, larva,

pulpa e adulto (foto 1) que na temperatura ideal de 250C e umidade elevada ocorre entre

10 e 14 dias. As fêmeas procuram locais úmidos para ovoposição e chegam a por até

200 ovos.

O adulto tem asas cinza fosca e antenas longas (fotos 2 e 3) sendo encontrados

andando sobre vasos e canteiros ou voando ao redor das plantas. A larva, de até 8mm, é

translúcida e com característica particular em possuir a cabeça preta (foto 4).

O adulto se alimenta de fungos existentes na matéria orgânica do substrato e as

larvas, de fungos e também de tecidos das plantas. São conhecidos ao redor de 100

gêneros e possivelmente mais de 1000 espécies do mosquito. 193 espécies colocadas

em 29 gêneros estão reportados para o neotrópico.

SINTOMATOLOGIA As plantas começam a murchar devido ao ataque direto da larva se alimentando

dos tecidos da raiz formando galerias e indiretamente por serem contaminadas por

algum tipo de patógeno, como fungos, bactérias, etc. (foto 5)

DANOS - Na falta de matéria orgânica migram para as plantas.

- Destroem o sistema radicular e o colo das plantas, formando galerias em toda sua

extensão.

- Apodrecimento do colo das plantas e redução de tamanho.

- Morte acentuada de mudas em estufas de propagação.

- Perdas consideráveis na produção devido morte de plantas atacadas.

CONTROLE Para que se obtenha sucesso no controle de sciara (“Fungus gnats”) a associação

de práticas alternativas, controle biológico e a utilização correta de defensivos agrícolas

deve ser levada em consideração.

FRUTAL’2003

- COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO - CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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Page 213: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

I - Medidas alternativas:

- Adquirir mudas de locais idôneos.

- Distribuição de armadilhas amarelas (atrativas de adultos) com cola adesiva dispostas

na horizontal acima dos vasos e na vertical em baixo das bancadas (adultos). (foto 6)

- Distribuição de iscas feitas com pedaços de batata-inglesa cortados em cunha ao nível

do solo e substrato (larvas).

- Utilização de “mulching” ou outras formas para manter a superfície do solo ou substrato

seco, evitando assim que as fêmeas depositem seus ovos (foto 7).

- Isolamento do cultivo com uso de telas com malhas finas (volta ao mundo, tela anti-

afídeos) para evitar o trânsito de adultos de um local afetado para outro.

- Evitar entrar no local de cultivo com roupa amarela.

II) Controle Biológico:

Diversos agentes biológicos de controle estão sendo utilizados por produtores do mundo

inteiro. Estes incluem ácaros e nematóides predadores.

III) Controle Químico:

O controle químico deve ser realizado com pulverizações direcionadas para o colo das

plantas (foto 8), com produtos eficientes, procurando sempre alternar os grupos químicos e

princípios ativos, pois a praga adquire resistência muito rápido aos defensivos.

Objetivando aumentar a eficiência do controle de sciara, utilizando defensivos

químicos, foi realizado um experimento por CRUZ, G.F. et al. a nível de “laboratório”, onde

os resultados se encontram à disposição no livro de resumos do 430 Congresso Brasileiro

de Olericultura.

A seguir temos a relação dos princípios ativos com respectivas dosagens e modo de

ação, que exerceram melhor controle de larvas de Fungus gnats :

Princípio Ativo Dose (ml/100 litros) Modo de ação

Cartap 250 Contato

Carbaryl 150 Contato

Pyridaben 100 Contato

Difluobenzuron 50 Fisiológico

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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Page 214: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Atenção: Nem um dos produtos utilizados têm registro para controle de Fungus gnats

(Diptero : Siciaridae), devendo então a quem interessar entrar em contato com ministério da

agricultura ou órgãos competentes.

F

F

F

2

OTO 1: Detalhe da pulpa (A), larva (B) e adulto (C) de Fungus gnats (Sciara)

OTOS 2 e 3: Asas cinza-fosca (D) e antenas lon

OTO 4: Detalhe da cabeça da larva (cor preta

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRON

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FL

14

gas (E).

).

EGÓCIO - ORES E HORTALIÇAS

Page 215: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

F

F

FOTO 5: Sintomatologia do ataque de sciara em uma planta de gérbera.

OTO 6: Armadilhas amarelas distribuídas em um cultivo de gérberas.

OTO 7: Alternativas para manter a superfície do substrato do vaso seco.

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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Page 216: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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FOTO 8: Detalhe da pulverização dirigida para o colo da planta de gérbera.

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CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

Page 217: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

4 - LAGARTA

Lagarta rosca – Agrotis ipsilon.

A lagarta rosca provoca danos na cultura de rosas, podendo levar plantas adultas

à morte. Mudas recém plantadas são mais facilmente atacadas e danificadas. Ver danos

nas fotos 1, 2, 3, e 4.

FOTO 1 – Lagarta rosca em rosas

FOTO 2 – Adulto da Lagarta Rosca

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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Page 218: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

DANOS PROVOCADOS PELO ATAQUE DE LAGARTA ROSCA

d

FOTO 3 – Caule danificado e lagarta rosca

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRO

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE

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FOTO 4 – Lagarta rosca anificando o caule de uma

NEGÓCIO - FLORES E HORTALIÇAS

Page 219: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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FOTO 6 – Adulto de Spodoptera frugiperda

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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Lagarta do Cartucho do milho – Spodoptera frugiperda Os danos causados por esta praga afetam a qualidade das hastes por danificarem

as folhas e botões florais. Flores para exportação terão que ser totalmente isentas de

larvas de lepidópteros, sob pena de apreensão e incineração de todo lote exportado, se

constatado uma única larva. Ver fotos 5, 6, 7 e 8

FOTO 5 - Lagarta do Cartucho ou Lagarta Militar

Page 220: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

FRUTAL’2003

FOTO 8 – Botão floral destruído por lagarta militar

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FOTO 7 - Folha furada pela lagarta Spodoptera frugiperda

DANOS PROVOCADOS PELA LAGARTA DO CARTUCHO

Page 221: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

MÉTODOS DE CONTROLE DE LEPIDOPTEROS

De os vários métodos de controle de lagartas, podemos desntre tacar:

) Uso de armadilhas com feromônio (atrativo sexual ), visando captura dos adultos

machos, com redução de fêmeas fertilizadas e postura de ovos.

FOTO 9 – Armadilha com feromônio = 4 unidades/ha

b) Aplicação de vespas de trichogramma, parasitas de ovos de lepidopteros.

FOTO 10 – Aplicação FOTO 11 – Vespa de Trichogramma.

a

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

221

Page 222: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

c) Controle químico, com uso de inseticidas, apresenta dificuldade de produtos com

efetuam um

Ver no capítulo sobre tomate, relação de defensivos com eficiência sobre Agrotis

ipisilon e Spodoptera frugiperda.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1- AMORIM, D.S. Família Sciaridae – On Line

URL:http://www.inbio.ac.cr/papers/insectocr

registro em rosas. Por outro lado, o uso de trichogramma e feromônio

controle satisfatório.

5- GALLI, F., et al. Manual de Fitopatologia. Editora Agronômi

– texto 629.html.arquivo capturado em

14.02.2003.

2- SILVA, L. O que é “Fungus gnats”? [Onlina]. URL: http://www.aflori.com.br. Arquivo

capturado em 15/02/02.

3- AZEVEDO, F.R. Identificação e controle de ácaros de importância agrícola para o

estado do Ceará. Agricultura irrigada do Ceará, ano 3, n.3. 40p.

4- HOEST, R.K. Compendio de enfermedades de rosas. Equador, Maio de 1998, 50p.

ca ceres LTDA. 1980,

587p.

6- ROMOLEROUX, A.T. Vademecum florícula ,2 Edição, Quito Ecuador, 2001, 496p.

7- OLIVEIRA, M.R.V., SILVA. O.L.R. Alerta fitossanitário 1. Ministério da Agricultura,

Brasília-DF, 1997, 16p.

8- REIJERS e STWART - Doenças em roseiras cultivadas em estufas (cd-Room)

9- ANDREI, E. Compêndio de defensivos Agrícolas. Organização Andrei editora LTDA.

São Paulo, 1999, 672p.

0

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CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

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Page 223: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CCUURRRRÍÍCCUULLOO DDOO IINNSSTTRRUUTTOORR

Nome: Gustavo Filgueira Cruz Formação: Engenheiro Agrônomo Empresa/Instituição: Reijers Produção de Rosas Ltda. Cargo: Gerente Geral de Produção Endereço Com.: SSííttiioo LLaaggooaa JJuussssaarraa ss//nn Cidade: SSããoo BBeenneeddiittoo UF CCEE CEP 62.370-000 Telefone (88) 9961.7876 Fax E-mail [email protected]

CCUURRRRIICCUULLUUMM VVIITTAAEE

Eng.º Agrônomo, pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em 1996;

Ministração de diversos cursos na área de Plantas Medicinais, pela Universidade

Federal do Ceará – UFC em 1999;

Mestrado em Fitotecnia na área de Plantas Medicinais, pela Universidade Federal do

Ceará – UFC em 1999;

Bolsista de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) pelo CNPq de mar/1999 a

nov/2000;

Credenciado para emissão de CFO (Certificado Fitossanitário de Origem), pela

Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) em 2002;

Gerente Geral de Produção da Empresa Reijers Produção de Rosas Ltda., no município

de São Benedito – CE, desde 2002.

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

CITRICULTURA SEM SEMENTES NO NORDESTE PARA EXPORTAÇÃO

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Page 224: CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DE FLORES E HORTALIÇAS

CCUURRRRÍÍCCUULLOO DDOO IINNSSTTRRUUTTOORR

Nome: Francisco Aliomar Albuquerque Feitosa Formação: Técnico em Agropecuária Empresa/Instituição: Estufas Macapá Cargo: Proprietário Endereço Com.: CE 187 – Distrito de Sussuanha Cidade: Guaraciaba do Norte UF Ceará CEP 62.380-000Telefone (88) 652.1083 / 9962.9248 Fax 88 652.1210 E-mail [email protected]

CCUURRRRIICCUULLUUMM VVIITTAAEE Técnico em Agropecuária, pela EICAM – Mombaça, CE, em 1975;

Coordenador de Escritório Local da ANCAR-CE de 1976 a 1979;

Gerente da Empresa Fazenda Bom Indústria e Comércio – produção de hortaliças e

fruticulturade 1979 a 1981;

Gerente da Companhia Industrial Ducoco – Fazenda Amontada – produção de Coco, de

1981 a 1984;

Gerente da Agropecuária Lima – Fazenda Salgado – Itapipoca – CE, produção de caju, de

1984 a 1985;

Proprietária da Solorico Com. e Rep. Ltda. – insumos e implementos agrícolas de 1986 a

1996;

Proprietário das Estufas Macapá – produção de mudas e hortaliças em estufas, desde 1995;

Consultor e coordenador técnico do Projeto Pingo D’Água – Quixeramobim – CE, 2001 –

2002;

Consultor do Governador do Estado do Maranhão – Projeto Ilha da Produção (hortaliças e

frutas), São Luiz – MA, de julho/2002 a Fev/2003;

Consultor técnico de várias empresas no desenvolvimento de defensivos e sementes e

programas de controle de pragas e doenças em hortaliças.

FRUTAL’2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGÓCIO -

CITRICULTURA SEM SEMENTES NO NORDESTE PARA EXPORTAÇÃO

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