controle de perdas material tst estudo

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    CURSO: Tcnico de Segurana do Trabalho Componente Curricular: PREVENO E CONTROLE DE PERDAS

    Competncias:

    BASES TECNOLGICAS: O acidente de trabalho de acordo com a legislao previdenciria reviso; Fundamentos e definies de preveno e controle de perdas (acidente e incidente); Estudo da proporo de acidente (pirmide de Heinrich); Acidente: enfoque previdencirio x enfoque de PCP; Modelo causal de perdas: perda, incidente, causas imediatas (atos e condies abaixo do padro), causas bsicas (fatores pessoais e fatores de trabalho) e falta de controle; Controle de acidentes com danos propriedade; Implantao de programas de segurana; Controle de identificao de riscos; Controle das causas de acidentes; Custos dos acidentes; Noes de estatstica coleta de dados, somatrio, porcentagem, estatstica descritiva e indutiva, populao e amostra, varivel aleatria, levantamento de dados, desvio padro, Coeficiente de freqncia e coeficiente de gravidade; Gerenciamento - risco, perigo, medidas preventivas e mitigadoras; Noes de tcnicas de anlise de riscos tcnicas de identificao de perigos, tcnicas de avaliao de freqncia e tcnicas de avaliao de conseqncias; Anlise Preliminar de Riscos APR; Anlise por rvore de falhas AF; NR 4 SESMT preenchimento dos anexos.

    1. Antecedentes Histricos o Cadastro de Acidentes do Trabalho - Procedimento de Classificao o NR 5 - Comisso Interna de Preveno de Acidentes

    2. Estudos realizados 3. Observao planejada do trabalho 4. Tcnicas de incidentes crticos e sistemas: 5. Roteiro geral e simplificado; 6. Identidades; 7. Teorias de sistemas e subsistemas 8. Simulao; 9. Teoria e riscos; 10. Explicao dos termos; 11. Srie de riscos; 12. Anlise de riscos e tcnicas; 13. Anlises Iniciais: Anlise Preliminar de Riscos (APR) 14. Anlise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) 15. Anlises de Operao: Tcnica de Incidentes Crticos 16. Anlises Quantitativas: Anlise de Arvores de Falhas (AAF) 17. Teoria e estudos de confiabilidade; 18. Avaliao de perdas num sistema; 19. Fatores de preveno e controle de perdas; 20. Incidncias na produo; 21. Mtodos de estimativas de perdas. 22. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    FUNDAMENTOS DA PREVENO E CONTROLE DE PERDAS

    Volta Antecedentes Histricos

    Usamos essa expresso para nos referirmos a todas as mudanas no trabalho industrial, que se deram a partir dos meados do sculo XVIII. A mais importante dessas alteraes, ocorrida em primeiro lugar na Gr-Bretanha, foi inveno de mquinas que produziam muito mais que o trabalho manual. As primeiras foram s mquinas de fiao e tecelagem. Homens, mulheres e at mesmas crianas trabalhavam nas novas fbricas, onde grande parte das mquinas funcionava, a principio, pela fora hidrulica, passando depois a ser movida a vapor. Newcomen inventou uma mquina a vapor, mais tarde aperfeioada por James Watt. Surgiram ento, no sc. XIX, as estradas de ferro, que facilitaram muito o transporte dos produtos manufaturados, tornando-os mais baratos. A inveno dos altos-fornos desenvolveu muitas as indstrias de ferro e ao. A populao das cidades aumentou demais: um nmero cada vez maior de pessoas deixava o campo para trabalhar nas fbricas. O povo sofreu bastante com os vrios problemas ligados a salrios e condies de vida, tendo a Gr-Bretanha que importar cada vez mais gneros alimentcios para suprir sua populao sempre crescente.

    Indstria Txtil na Inglaterra (sc. XVIII)- trabalho infantil e feminino

    Revoluo industrial: 1760 1850.

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    Condies de trabalho apareciam cada vez mais intolerveis, para os economistas e socilogos da poca. Pensadores (Robert Owen) que advogavam pela reforma social, estavam convencidos de que o pas (Governo) ou industria que adotasse medidas para melhora o ambiente de trabalho, ficaria em situao desvantajosa em relao a outros pases e indstria, pois isto elevaria o custo da mo de obra.

    Robert Owen (1771-1858) nasceu em Newton, Pas de Gales, em 14 de Maio de 1771. Aps alguns anos na escola ele se tornou um fabricante de roupas. Com 19 anos ele era o diretor de um grande moinho de algodo em Manchester, Inglaterra. Seu sucesso fez com que ele conseguisse convencer alguns de seus amigos a comprar moinhos em New Lanark na Esccia. Ele tinha a inteno de, com estes moinhos, melhorar a vida de seus empregados e ajud-los com a educao de seus filhos. Ele abriu a primeira escola exclusiva de crianas na Gr-Bretanha em 1816. Owen publicou seus princpios em um livro, em 1813, chamado 'A New View of Society'.

    Foi com Owen que surgiu a idia de que o trabalho criador da riqueza, que no usufruda pelo operrio, mas lhe extorquida. Ele tentou pr em prtica as concepes socialistas organizando colnias cooperativas onde a propriedade privada seria totalmente excluda. Apesar da grande repercusso de suas idias, as tentativas de concretiz-las falham completamente. Ele que era antes admirado e festejado at por governantes e prncipes, ao formular suas teorias comunistas passa a ser atacado e execrado.

    De qualquer forma, as solues que preconiza no vo alm de uma tendncia fortemente filantrpica e paternalista: melhoria de alojamento e higiene, construo de escolas, aumento de salrios, reduo de horas de trabalho.

    Estadistas europeus foram assim persuadidos de que podiam melhorar as condies de trabalho, reduzindo a jornada de trabalho, mediante a celebrao de acordos internacionais. A "Conferncia Internacional de Berlim, em 1890", a qual contou com 14 pases. Seguindo-se a Conferncia Internacional de Bruxelas, em 1900, a qual resultou na criao da Associao Internacional de Proteo Legal dos Trabalhadores, organismo precursor da hoje conhecida como OIT - Organizao Internacional do Trabalho. Associao Internacional para proteo legal dos trabalhadores: teve a misso de traduzir e publicar a legislao social de diferentes pases, nascendo assim a srie legislativa, publicada regularmente pela OIT. Conferncia diplomtica, Berna 1906: adoo dos primeiros acordos internacionais: reduzir utilizao de fsforo branco e o de proibir o trabalho noturno de mulheres no industria. I guerra mundial: associao desativada, at 1917.

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    Conferncia de Paz, 1919: movimento de sindicatos de vrios pases leva a criao de comisso sobre Legislao Internacional do Trabalho, liderada pelo Sindicalista Samuel Gompers, adota um texto que passa a ser captulo do tratado de Versalhes, posteriormente passa a representar a constituio da OIT Organizao internacional do trabalho. I conferncia da OIT, Washington 1919. II conferncia da OIT, Philadelphia 1944. Declarao: todos os seres humanos tm o direito de perseguir o seu bem estar material e o seu desenvolvimento espiritual em condies de liberdade e dignidade, e de segurana econmica e em igualdade de oportunidades. No incio dos anos 30, mais precisamente em 1931, o engenheiro H. W. Heinrich, que pertencia a uma companhia de seguros dos Estados Unidos, publicou em sua obra intitulada Industrial Accident Prevention a existncia de uma relao de 4:1 entre os custos indiretos e os custos diretos dos acidentes, sendo sua pesquisa fundamentas em dados mdios da indstria amaricana da dcada de 20. No mesmo estudo, divulgou pela primeira vez a filosofia do acidente com danos propriedade. Suas anlises trouxeram como resultado a proporo 1:29:300, isto , uma leso incapacitante para 29 leses leves e 300 acidentes sem leses. Essa proporo originou a Pirmide de Heinrich.

    O engenheiro Frank E. Bird Jr., em seu trabalho Damage Control, atualizou a relao de Heinrich, analisando mais de 90 mil acidentes na Siderrgica Luckens Steel, durante o perodo de 1959 a 1966. Bird desenvolveu a proporo 1:100:500, ou melhor, uma leso incapacitante para 100 leses leves e 500 acidentes com danos propriedade.

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    Parte do estudo de Bird compreendeu 4 mil horas de entrevistas com supervisores de linha, abordando eventos que, sob circunstncias um pouco diferentes, pudessem resultar em leses ou danos propriedade: so os quase acidentes tratados por Heinrich ou os denominados incidentes na moderna tcnica de controle de perdas. Ampliando o referencial de seu estudo, em 1969, a Insurance Company of North America publicou um estudo, realizado sob o comando de Frank E. Bird Jr., ento Diretor de Segurana, analisou acidentes ocorridos em 297 empresas, representando 21 grupos de indstrias diferentes com um total de 1.750.000 operrios que trabalharam mais de 3 bilhes de horas durante o perodo de exposio, resultando na proporo de 1:10:30:600.

    Figura 2.3 - Pirmide resultante dos estudos da ICMA.

    Destaque em Gesto de Segurana

    Um dos processos que confere posio de destaque DuPont em todo o mundo a rea de segurana industrial. to forte e importante que se tornou uma das Unidades de Negcio, sendo um servio comercializado, colocado disposio de outras companhias e fbricas. A ateno dispensada pela companhia a essa questo, alis, vem desde a sua fundao: para convencer seus funcionrios de que a produo de plvora era um processo seguro, o fundador E. I. du Pont construiu sua residncia ao lado da fbrica, sinalizando a todos com a confiana que depositava em seu negcio.

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    A DuPont tambm reconhecida mundialmente por seus programas de qualidade de vida, que abrangem aspectos de sade ocupacional, segurana e preservao ambiental. Para incentivar aes nesse sentido, so premiados, anualmente, trabalhos desenvolvidos por funcionrios que resultem em benefcio dos negcios e da corporao como um todo.

    Destaque para Industria Qumica As plantas de processos qumicos, devido natureza intrnseca das substncias e dos produtos que manuseiam, esto sujeitas a uma gama de riscos que podem, no raramente, produzir danos irreparveis aos equipamentos, bem como ocasionar graves leses, ou at mesmas mortes, aos trabalhadores e s comunidades circunvizinhas, fora dos limites de suas instalaes.

    Ao longo das ltimas dcadas, muitas indstrias qumicas, petroqumicas e de processamento de petrleo, em todo o mundo, tm se envolvido em acidentes cujos reflexos econmicos, humanos e ambientais muitas vezes ultrapassam os limites de suas instalaes. O acelerado avano da tecnologia notado na rea petroqumico, o qual trouxe incontveis benefcios sociedade, foi o que deixaram o maior legado de trgicos acidentes com grandes perdas, tanto humanos quanto materiais, alm de graves danos ao meio ambiente. O quadro 2.1 a seguir apresenta alguns acidentes do setor petroqumico com conseqncias catastrficas.

    Alguns acidentes graves.

    Ano Local Natureza N mortos/danos

    1972 Rio de Janeiro Escape de GLP e conseqente BLEVE* do vaso

    37

    1974 Flisborough (Reino Unido) Exploso de uma planta de caprolactama

    devido ruptura de tubulao 28

    1976 Seveso (Itlia) Exploso seguida de liberao de dioxina desconhecido 1984 Cubato (Brasil) Rompimento de tubulao de gasolina e

    consequente ignio cerca de 500

    1984 Mexico City (Mxico) Vazamento de GLP seguido de BLEVE* cerca de 550

    1984 Bhopal (ndia) Liberao de isocianato de metila por

    exploso de um tanque de armazenamento

    mais de 2500

    1986 Basilia (Sua) Contaminao do Rio Reno a partir de guas de extino de incndio de um

    depsito de armazenamento danos ambientais

    Fonte: FARBER18.

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    1.1.1 Diferena entre NBR e NR

    Norma Brasileira Trata de assuntos diversos, de custo elevado (proibida reproduo) elaborado pela ABNT, em alguns casos seu emprego facultativo.

    Norma Regulamentatora : Especifica sobre Segurana e Sade do Trabalho, observncias obrigatrias e fiscalizadas, distribuio gratuita atravs do site do MTe. Elaborado por grupo Tcnico Tripartite.

    Acordo: entre empresa e sindicato.

    Conveno: Entre sindicato que representam vrias empresas e sidicados que representam os empregados.

    Volta

    CADASTRO DE ACIDENTES DO TRABALHO - PROCEDIMENTO E CLASSIFICAO

    NBR 14280 A Associao Brasileira de Normas Tcnicas - ABNT apresenta a seguinte definio para o acidente do trabalho: "ACIDENTE DO TRABALHO (ou, simplesmente, ACIDENTE) a ocorrncia imprevista e indesejvel, instantnea ou no, relacionada com o exerccio do trabalho, que provoca leso pessoal ou de que decorre risco prximo ou remoto dessa leso" (NBR 14280/01, Cadastro de Acidentes do Trabalho - Procedimento e Classificao.)

    1. Objetivo

    Fixar critrios para o registro, comunicao, estatstica e anlise de acidentes do trabalho, suas causas e conseqncias, aplicando-se a quaisquer atividades laborativas. Esta Norma aplica-se a qualquer empresa, entidade ou estabelecimento interessado no estudo do acidentes do trabalho, suas causas e conseqncias.

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    Ex: Comparao da freqncia e/ou gravidade de acidentes entre empresas de um mesmo ramo ou filiais de uma mesma empresa;

    Esta Norma visa a identificao e registro de fatos fundamentais relacionados com os acidentes de trabalho, de modo a proporcionar meios de orientao aos esforos prevencionistas. No indica medidas corretivas especficas, ou fazer referncia a falhas ou a meios de correo das condies ou circunstncias que culminaram com o acidente. O seu emprego no dispensa mtodos mais completos de investigao (AAF Anlise de rvore de Falhas entre outros) e comunicao (CAT Comunicao de Acidente do Trabalho).

    NBR 14280 NBR 14280 NBR 14280 NBR 14280 Seguro Acidente do Trabalho Seguro Acidente do Trabalho Seguro Acidente do Trabalho Seguro Acidente do Trabalho

    2 Definies 2.1 ACIDENTE DO TRABALHO Ocorrncia imprevista e indesejvel, instantnea

    ou no, relacionada com o exerccio do trabalho, que provoca leso pessoal ou de que decorre risco prximo ou remoto dessa leso;

    NOTAS: 1. O acidente inclui tanto ocorrncias em relao a um momento determinado,

    quanto s ocorrncias ou exposies contnuas ou intermitentes, que s podem ser identificadas em termos de perodo de tempo provvel. A leso pessoal inclui tanto leses traumticas e doenas, quanto efeitos prejudiciais mentais, neurolgicos ou sistmicos, resultantes de exposies do trabalho.

    2. Nos perodos destinados refeio ou descanso, ou por ocasio da satisfao de outras necessidades fisiolgicas no local de trabalho ou durante este o empregado considerado no exerccio do trabalho.

    2.2 ACIDENTE SEM LESO o acidente que no causa leso pessoal;

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    2.3 ACIDENTE DE TRAJETO Acidente sofrido pelo empregado no percurso da residncia para o local de trabalho ou desta para aquela, qualquer que seja o meio de locomoo, inclusive veculo de propriedade do empregado;

    2.4 ACIDENTE IMPESSOAL Acidente cuja caracterizao independe de existir acidentado, no podendo ser considerado como causador direto da leso pessoal;

    Entre um acidente impessoal e a leso h sempre um acidente pessoal Acidente Impessoal Acidente Pessoal Leso Pessoal Queda de Objeto Impacto sofrido por pessoa Fratura

    Inundao Imerso Afogamento

    2.4.1 ACIDENTE INICIAL Acidente impessoal desencadeador de um ou mais acidentes;

    2.4.2 ESPCIE DE ACIDENTE IMPESSOAL (Espcie) Caracterizao da ocorrncia de acidente impessoal de que resultou ou poderia ter resultado acidente pessoal; 10.00.00.000 - QUEDA PROJEO OU RESVALADURA DE OBJETO 10.00.30.000 - VAZAMENTO, DERRAME 10.70.30.000 - ACIDENTE NO TRANSPORTE PRIVADO

    2.5 ACIDENTE PESSOAL Acidente cuja caracterizao depende de existir acidentado;

    2.5.1 TIPO DE ACIDENTE PESSOAL (Tipo) Caracterizao da maneira pela qual a fonte da leso causou a leso;

    20.00.08.000 - IMPACTO SOFRIDO POR PESSOA 20.00.16.000 - QUEDA DE PESSOA EM MESMO NVEL

    2.6 AGENTE DO ACIDENTE (Agente) Coisa, substncia ou ambiente que, sendo inerte condio ambiente de insegurana tenha provocado o acidente;

    2.7 FONTE DA LESO Coisa, substncia, energia ou movimento do corpo que diretamente provocou a leso;

    Agente do Acidente Fonte da Leso 30.39.50.200 - Caldeira 35.30.50.200 Caldeira 30.30.60.200 Forno, estufa, fogo Calor 30.30.65.300 Equipam. de Ilumin. Radiao no ionizante

    2.8 CAUSAS DO ACIDENTE

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    2.8.1 FATOR PESSOAL DE INSEGURANA (fator pessoal) Causa relativa ao comportamento humano, que pode levar ocorrncia do acidente ou a pratica do ato inseguro.

    40.30.30.000 FALTA DE CONHECIMENTO 40.30.60.000 FALTA DE EXPERINCIA OU ESPECIALIZAO 40.60.00.450 FADIGA 40.80.00.150 ALCOLISMO E TOXICOMANIA

    2.8.2 ATO INSEGURO Ao ou omisso que, contrariando preceito de segurana, pode causar ou favorecer a ocorrncia de acidente;

    50.30.05.000 USAR EQUIPAMENTO DE MANEIRA IMPRPRIA .300 USAR MATERIAL OU EQUIPAM. FORA DE SUA FINALIDADE .600 - SOBRECARREGAR (andaime, veculo, etc..) 50.30.50.000 TRABALHAR OU OPERAR A VELOCIDADE INSEGURA .300 - CORRER .600 - SALTAR DE PONTO ELEVADO DE VECULO, DE PLATAFORMA

    2.8.3 CONDIO AMBIENTE DE SEGURANA (Condio Ambiente) a condio do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrncia;

    Inclui desde a atmosfera do local de trabalho at as instalaes, equipamentos, substncias e mtodos de trabalho empregados;

    Na identificao das causas do acidente importante evitar a aplicao do raciocnio imediato, devendo ser levados em considerao fatores complementares de identificao das causas de acidentes;

    Tais causas tm a sua importncia no processo de anlise, como, por exemplo, a no existncia de EPI, mas no so suficientes para impedir novas ocorrncias semelhantes;

    Para a clara visualizao deve-se sempre perguntar o por qu , ou seja, por que o empregado deixou de usar o EPI disponvel? Liderana Inadequada? Engenharia Inadequada?

    indispensvel tambm a apurao das causas gerenciais, como a falta de controle inexistncia de padres ou procedimentos, etc...

    60.10.40.000 VENTILAO INADEQUADA 60.30.40.000 EMPILHAMENTO INADEQUADO 60.40.00.000 PROTEO COLETIVA INADEQUADA OU INEXISTENTE

    2.9 CONSEQNCIAS DO ACIDENTE

    2.9.1 LESO PESSOAL Qualquer dano sofrido pelo organismo humano, como conseqncia do acidente do trabalho;

    2.9.1.1 NATUREZA DA LESO Expresso que identifica a leso, segundo suas caractersticas principais

    70.20.05.000 - ESCORIAO, ABRASO 20.000 - DISTENO, TORO 34.000 - FRATURA

    2.9.1.2 LOCALIZAO DA LESO Indicao da sede da leso

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    75.30.00.000 - CABEA 75.30.50.200 - OUVIDO EXTERNO 75.30.70.700 - MANDBULA (inclusive queixo)

    2.9.1.3 LESO IMEDIATA Leso que se manifesta no momento do acid.;

    2.9.1.4 LESO MEDIATA (Leso Tardia) Leso que se manifesta aps a circunstncia acidental da qual resultou;

    2.9.1.4.1 DONA DO TRABALHO Doena decorrente do exerccio continuado ou intermitente de atividade laborativa, capaz de provocar leso por ao imediata;

    2.9.1.4.2 DONA PROFISSIONAL Doena do trabalho causada pelo exerccio de atividade especfica, constante em relao oficial;

    2.9.1.5 MORTE Cessao da capacidade de trabalho pela perda da vida, independentemente do tempo decorrido desde a leso;

    2.9.1.6 LESO COM AFASTAMENTO (Leso com perda de tempo ou incapacitante) Leso pessoal que impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente ou de que resulte incapacidade permanente;

    Esta leso pode provocar incapacidade permanente total, incapacidade permanente parcial, incapacidade temporria total ou morte.

    2.9.1.7 LESO SEM AFASTAMENTO (Leso no incapacitante ou leso sem perda de tempo) Leso pessoal que no impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que no haja incapacidade permanente;

    Esta leso no provoca a morte, incapacidade permanente total ou parcial ou incapacidade temporria total, exige, no entanto, primeiros socorros ou socorros mdicos de urgncia; Devem ser evitadas as expresses acidente com afastamento e

    acidente sem afastamento, usadas impropriamente para significar, respectivamente leso com afastamento e leso sem afastamento.

    2.9.2 ACIDENTADO Vtima de acidente;

    No correto referir-se a acidente, quando se desejar fazer referncia a acidentado.

    2.9.3 INCAPACIDADE PERMANENTE TOTAL Perda total da capacidade de trabalho, em carter permanente, sem morte; a) ambos os olhos; b) um olho e uma das mos ou, um olho e um p;

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    c) ambas as mos ou ambos os ps ou uma das mos e um p.

    2.9.4 INCAPACIDADE PERMANENTE PARCIAL Reduo parcial da capacidade de trabalho, em carter permanente que, no provocando morte ou incapacidade permanente total, a causa de perda de qualquer membro ou parte do corpo, ou qualquer reduo permanente de funo orgnica;

    2.9.5 INCAPACIDADE TEMPORRIA TOTAL Perda total da capacidade de trabalho de que resulte um ou mais dias perdidos, excetuados a morte, a incapacidade permanente parcial e a incapacidade permanente total;

    Permanecendo o acidentado afastado de sua atividade por mais de um ano, computado somente o tempo de 360 dias; A incapacidade temporria parcial no causa afastamento do acidentado, correspondendo, portanto, a leso sem perda de tempo.

    2.9.6 DIAS PERDIDOS Dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de leso pessoal, exceto o dia do acidente e o dia de volta ao trabalho;

    2.9.7 DIAS DEBITADOS Dias que se debitam, por incapacidade permanente ou morte, para o clculo do tempo computado;

    2.9.8 TEMPO COMPUTADO Tempo contado em dias perdidos, pelos acidentados, com incapacidade temporria total mais os dias debitados pelos acidentados vtimas de morte ou incapacidade permanente, total ou parcial;

    2.9.9 PREJUZO MATERIAL Prejuzo decorrente de danos materiais, perda de tempo e outros nus resultantes de acidente do trabalho, inclusive danos ao meio ambiente;

    2.10 HORAS-HOMEM DE EXPOSIO AO RISCO (horas-homem) Somatrio das horas durante as quais os empregados ficam disposio do empregador, em determinado perodo;

    2.11 TAXA DE FREQNCIA DE ACIDENTES Nmero de Acidentes por milho de horas-homem de exposio ao risco, em determinado perodo;

    2.12 TAXA DE FREQNCIA DE ACIDENTADOS COM LESO COM AFASTAMEN- TO Nmero de acidentados com leso com afastamento por milho de horas- homem de exposio ao risco, em determinado perodo;

    2.13 TAXA DE FREQNCIA DE ACIDENTADOS COM LESO SEM AFASTAMEN- TO Nmero de acidentados com leso sem afastamento por milho de horas- homem de exposio ao risco, em determinado perodo;

    2.14 TAXA DE GRAVIDADE Tempo computado por milho de horas-homem de exposio ao risco, em determinado perodo;

    2.15 EMPREGADO Qualquer pessoa com compromisso de prestao de na rea de trabalho considerada, includos de estagirios a dirigentes, inclusive autnomos;

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    2.16 ANLISE E ESTATSTICAS DE ACIDENTES, CAUSAS E CONSEQNCIAS

    2.16.1 ANLISE DO ACIDENTE Estudo do acidente para a pesquisa de causas, circunstncias e conseqncias;

    2.16.2 ESTATSTICAS DE ACIDENTES, CAUSAS E CONSEQNCIAS Nu-meros relativos ocorrncia de acidentes, causas e conseqncias devidamente classificados;

    2.17 COMUNICAO DE ACIDENTE Informao que se d aos rgos interessados, em formulrio prprio, quando da ocorrncia de acidente;

    2.17.1 COMUNICAO DE ACIDENTES PARA FINS LEGAIS Qualquer co- municao de acidente emitida para atender a exigncias da legislao em vigor como, por exemplo, a destinada previdncia social;

    2.17.2 COMUNICAO INTERNA DE ACIDENTES PARA FINS DE REGISTRO Comunicao que se faz com a finalidade precpua de possibilitar o re- gistro de acidente

    2.18 REGISTRO DE ACIDENTE Registro metdico e pormenorizado, em formulrio prprio, de informaes e de dados de um acidente, necessrios ao estudo e anlise de suas causas circunstncias e conseqncias;

    2.19 REGISTRO DE ACIDENTADO Registro metdico e pormenorizado, em formulrio individual, de informaes e de dados relativos a um acidentado, necessrios ao estudo e anlise das causas, circunstncias e conseqncias. do acidente;

    2.20 FORMULRIOS PARA REGISTRO, ESTATSTICAS E ANLISE DE ACIDENTE Formulrios destinados ao registro individual ou coletivo de dados relativos a acidentes e respectivos acidentados, preparados de modo a permitir a elaborao de estatsticas e anlise dos acidentes, com vistas sua preveno;

    2.21 CADASTRO DE ACIDENTES Conjunto de informaes e de dados relativos aos acidentes ocorridos;

    2.22 CUSTO DE ACIDENTES Valor de prejuzo material decorrente de acidentes;

    2.22.1 CUSTO SEGURADO Total das despesas cobertas pelo seguro de acidente do trabalho;

    2.22.2 CUSTO NO SEGURADO Total das despesas no cobertas pelo seguro de acidente do trabalho e, em geral, no facilmente computveis, tais como as resultantes da interrupo do trabalho, do afastamento do empregado de sua ocupao habitual, de danos causados a equipamentos e materiais, da perturbao do trabalho normal e de atividades assistncias no seguradas;

    3. Requisitos Gerais

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    3.1 AVALIAO DA FREQNCIA E DA GRAVIDADE A avaliao da freqncia e da gravidade deve ser feita em funo de:

    Nmero de acidentes ou acidentados FREQNCIA e Horas-homem de exposio ao risco

    Tempo Computado (Dias perdidos e dias debitados) GRAVIDADE e Horas-homem de exposio ao risco

    3.2 CLCULO DE HORAS-HOMEM DE EXPOSIO AO RISCO As horas-homem so calculadas pelo somatrio das horas de trabalho de cada empregado;

    Ex: Vinte e cinco homens trabalhando, cada um 200 horas por ms:

    25 x 200 = 5000 horas-homem

    3.2.1 HORAS DE EXPOSIO AO RISCO As horas de exposio devem ser extradas das folhas de pagamento ou quaisquer outros registros de ponto, consideradas apenas as horas trabalhadas, inclusive as extraordinrias;

    3.2.2 HORAS ESTIMADAS DE EXPOSIO AO RISCO Quando no se puder determinar o total de horas realmente trabalhadas, elas devero ser estimadas multiplicando-se o total de dias de trabalho pela mdia do nmero de horas trabalhadas por dia.

    Na impossibilidade absoluta de se conseguir o total de homem-hora de exposio ao risco, arbitra-se em 2000 horas-homem anuais a exposio do risco para cada empregado.

    3.2.3 HORAS NO-TRABALHADAS As horas pagas, porm no realmente trabalhadas, sejam reais ou estimadas, tais como as relativas a frias, licena para tratamento de sade, feriados, dias de folga, gala, luto, convocaes oficiais, no devem ser includas no total de horas trabalhadas, isto , horas de exposio ao risco

    3.2.4 HORAS DE TRABALHO DE EMPREGADO RESIDENTE EM PROPRIE-DADE DA EMPRESA S devem ser computadas as horas durante as quais o empregado estiver realmente a servio do empregador;

    3.2.5 HORAS DE TRABALHO DE EMPREGADO COM HORRIO DE TRA-BALHO NO DEFINIDO Para dirigente, viajante ou qualquer outro

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    empregado sujeito a horrio de trabalho no definido, deve ser considerado no computo das horas de exposio, a mdia diria de 8 horas;

    3.2.6 HORAS DE TRABALHO DE PLANTONISTA Para empregados de planto nas instalaes do empregador devem ser consideradas as horas de planto;

    3.3 DIAS PERDIDOS

    3.3.1 DIAS PERDIDOS POR INCAPACIDADE TEMPORRIA TOTAL So considerados como dias perdidos por incapacidade temporria total os seguintes:

    Os dias subseqentes ao da leso, em que o empregado continua incapacitado para o trabalho (inclusive dias de repouso remunerado, feriados e outros dias em que a empresa, entidade ou estabelecimento estiverem fechados); e

    Os subseqentes ao da leso, perdidos exclusivamente devido no disponibilidade de assistncia mdica ou recursos de diagnsticos necessrios;

    No so computveis o dia da leso e o dia em que o acidentado considerado apto para retornar ao trabalho.

    3.4 DIAS A DEBITAR Devem ser debitados por morte ou incapacidade permanente, total ou parcial, de acordo com o estabelecido no Quadro I:

    3.4.1 MORTE ------------------------------------------------------------ 6.000 dias debitados

    3.4.2 INCAPACIDADE PERMANENTE TOTAL --------------- 6.000 dias debitados

    3.4.3 INCAPACIDADE PERMANENTE PARCIAL ------Tabela 1 dias debitados

    3.4.3.1 POR PERDA DE DEDOS E ARTELHOS Os dias a debitar, em ca- so de perda de dedos e artelhos, devem ser considerados somente pelo osso que figura com maior valor, conforme quadro I;

    3.4.3.2 POR REDUO PERMANENTE DE FUNO Os dias a debitar, em casos de reduo permanente de funo do membro ou parte de membro, devem ser uma percentagem do nmero de dias a debitar por amputao, percentagem essa avaliada pela entidade seguradora;

    Ex: Leso no indicador resultante da perda da articulao da 2a falange com a 3a falange, estimada pela entidade seguradora em 25% da reduo da funo: os dias a debitar devem ser 25% de 200 dias, isto , 50 dias.

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    3.4.3.3 POR PERDA PERMANENTE DA AUDIO A perda da audio s deve ser considerada incapacidade permanente parcial quando for total para um ou ambos os ouvidos;

    3.4.3.4 POR REDUO PERMANENTE DA VISO Os dias a debitar, nos casos de reduo permanente da viso, devem ser uma percentagem dos indicados no quadro I, correspondente perda da viso, percentagem essa determinada pela entidade seguradora. A sua determinao deve basear-se na reduo, independentemente de correo;

    3.4.3.5 POR INCAPACIDADE PERMANENTE QUE AFETA MAIS DE UMA PARTE DO CORPO O total de dias a debitar deve ser a soma dos

    dias a debitar por parte lesada. Se a soma exceder 6.000 dias, deve ser desprezado o excesso;

    3.4.3.6 POR LESO NO CONSTANTE NO QUADRO I DIAS PERDIDOS Os dias a debitar por leso permanente no constante no quadro I

    (tal como leso de rgo interno, ou perda de funo) devem ser uma percentagem de 6.000 dias, determinada de acordo com parecer mdico, que se deve basear nas tabelas atuariais de avaliao de incapacidade utilizadas por entidades seguradoras;

    3.4.4 DIAS A DEBITAR A incapacidade permanente parcial includa nas estatsticas de acidentados com leso com afastamento, mesmo quando no haja dias perdidos a considerar.

    No devem ser consideradas como causadoras de incapacidade permanente parcial, mas de incapacidade temporria total ou inexistncia de incapacidade (caso de leses sem afastamento), as seguintes leses:

    a) hrnia inguinal, se reparada; b) perda da unha; c) perda da ponta de dedo ou artelho, sem atingir o osso; d) perda de dente; e) desfiguramento; f) fratura, distenso, toro que no tenha por resultado limitao

    permanente de movimento ou funo normal da parte atingida;

    3.5 DIAS A COMPUTAR POR INCAPACIDADE PERMANENTE E INCAPACIDADE TEMPORRIA DECORRENTES DO MESMO ACIDENTE Quando houver um acidentado com incapacidade permanente parcial e incapacidade temporria total, independentes, decorrentes de um mesmo acidente, contam-se os dias correspondentes incapacidade de maior tempo perdido, que ser a nica incapacidade a ser considerada;

    3.6 MEDIDAS DE AVALIAO DE FREQNCIA E GRAVIDADE 31/05/2006

    3.6.1 TAXAS DE FREQNCIA

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    3.6.1.1 TAXA DE FREQNCIA DE ACIDENTES Deve ser expressa com aproximao de centsimos e calculada pela seguinte expresso:

    FA = N x 1.000.000 H Onde: FA taxa de freqncia de acidentes N nmero de acidentes H horas-homem de exposio ao risco

    3.6.1.2 TAXA DE FREQNCIA DE ACIDENTADOS COM LESO COM AFASTAMENTO Deve ser expressa com aproximao de centsimos e calculada pela seguinte expresso:

    FL = N x 1.000.000 H Onde: FL taxa de freqncia de acidentados com leso com afastamento N nmero de acidentados com leso com afastamento H horas-homem de exposio ao risco

    3.6.1.3 TAXA DE FREQNCIA DE ACIDENTADOS COM LESO SEM AFASTAMENTO Deve-se fazer o levantamento do nmero de acidentes vtimas de leso, sem afastamento, calculando a respectiva taxa de freqncia;

    Apresenta a vantagem de alertar a empresa para acidentes que concorram para o aumento do nmero de acidentes com afastamento;

    O clculo deve ser feito da mesma forma que para os acidentados vtimas de leso com afastamento. Auxilia os servios de preveno, possibilitando a comparao existente entre acidentes com afastamento e sem afastamento.

    3.6.2 TAXA DE GRAVIDADE Deve ser expressa em nmeros inteiros e calculados pela seguinte expresso:

    G = T x 1.000.000 H

    Onde: G taxa de gravidade T tempo computado

    H horas-homem de exposio ao risco

    A taxa de gravidade visa exprimir, em relao a um milho de horas-homem de exposio ao risco, os dias perdidos por todos os acidentados vtimas de incapacidade permanente no devem ser considerados os dias perdidos, mas apenas os debitados, a no ser no caso de o acidentado perder nmero de dias superior ao a debitar pela leso permanente sofrida.

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    3.6.3 MEDIDAS OPTATIVAS DE AVALIAO DA GRAVIDADE

    3.6.3.1 NMERO MDIO DE DIAS PERDIDOS EM CONSEQNCIA DE INCAPACIDADE TEMPORRIA TOTAL Resultado da diviso do nmero de dias perdidos em conseqncia da incapacidade temporria total pelo nmero de acidentados correspondente.

    Mo = D__ N

    Onde: Mo Nmero mdio de dias perdidos em conseqncia de Incapacidade temporria total D Nmero de dias perdidos em conseqncia de incapacidade Temporria total

    N Nmero de acidentados correspondente

    3.6.3.2 NMERO MDIO DE DIAS DEBITADOS EM CONSEQNCIA DE INCAPACIDADE PERMANENTE Resultado da diviso do nmero de dias debitados em conseqncia da incapacidade permanente (total e parcial) pelo nmero de acidentados correspondente.

    Md = d__ N

    Onde: Md Nmero mdio de dias debitados em conseqncia de Incapacidade permanente d Nmero de dias debitados em conseqncia de incapacidade permanente

    N Nmero de acidentados correspondente

    3.6.3.3 TEMPO COMPUTADO MDIO Resultado da diviso do tempo computado pelo nmero de acidentados correspondente.

    Tm = T__ N

    Onde: Tm Tempo computado mdio T Tempo Computado

    N Nmero de acidentados correspondente

    Pode tambm ser calculado dividindo-se a taxa de gravidade pela Taxa de freqncia de acidentados:

    Tm = G__ FL

    3.7 REGRAS PARA A DETERMINAO DAS TAXAS

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    3.7.1 PERODOS O clculo das taxas deve ser realizado perodos mensais e anuais, podendo-se usar outros perodos quando houver convenincia;

    3.7.2 ACIDENTES DE TRAJETO Devem ser tratado parte, no sendo includo no clculo usual das taxas de freqncia e de gravidade;

    3.7.3 PRAZOS DE ENCERRAMENTO Para determinar as taxas relativas a acidentados vtimas de leses com perda de tempo, deve ser observado:

    As taxas devem incluir todos os acidentados vtimas de leses com afastamento no perodo considerado (ms, ano), devendo os trabalhos de apurao serem encerrados, quando necessrio, aps decorridos 45 dias do fim desse perodo;

    Em caso de incapacidade que se prolongue alm do prazo de encerramento previsto (45 dias do perodo considerado), o tempo perdido deve ser previamente estimado com base em informao mdica;

    Quando se deixar de incluir um acidentado no levantamento de determinado perodo, o registro respectivo deve ser includo, posteriormente, com as necessrias correes estatsticas;

    3.7.4 DATA DE REGISTRO O nmero de acidentados e o tempo perdido correspondente s leses por eles sofridas devem ser registrados com data da ocorrncia dos acidentes;

    Os casos de leses mediatas (doenas do trabalho) que no possam ser atribudas a um acidente de data perfeitamente fixvel devem ser registrados com as datas em que as leses forem comunicadas pela primeira vez.

    3.8 REGISTRO E ESTATSTICAS DE ACIDENTES

    3.8.1 ESTATSTICAS POR SETOR DE ATIVIDADE Alm das estatsticas globais da empresa, entidade ou estabelecimento, de toda convenincia que sejam elaboradas estatsticas por setor de atividade, o que permite evitar que a baixa incidncia de acidentes em reas de menor risco venha a influir nos resultados de qualquer das demais, excluindo, tambm, das reas de atividade especfica os acidentes no diretamente a elas relacionadas;

    3.8.2 ELEMENTOS ESSENCIAIS Para estatsticas e anlise de acidentes, consideram-se elementos essenciais: espcie de acidente impessoal (espcie); tipo de acidente pessoal (tipo); agente do acidente; fonte da leso; fator pessoal de insegurana (fator pessoal); ato inseguro; condio ambiente de insegurana;

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    natureza da leso; localizao da leso; prejuzo material.

    3.8.3 LEVANTAMENTO DO CUSTO NO SEGURADOS Para levantamento do custo no segurado, deve ser levado em considerao, entre outros, os seguintes elementos: Despesas com reparo ou substituio de mquina, equipamento ou material avariado; Despesas com servios assistenciais no segurados; Pagamento de horas extras em decorrncia do acidente; Despesas jurdicas; Complementao salarial ao empregado acidentado; Prejuzo decorrente da queda de produo pela interrupo do funcionamento da mquina ou da operao de que estava incumbido o acidentado, ou da impresso que o acidentado causa aos companheiros de trabalho; Desperdcio de material ou produo fora de especificao, em virtude da emoo causada pelo acidente; Reduo da produo pela baixa do rendimento do acidentado, durante certo tempo, aps o regresso ao trabalho; Horas de trabalho dispendidas pelos supervisores e por outras pessoas:

    - Na ajuda do acidentado; - Na investigao das causas do acidente; - Em providncias para que o trabalho do acidentado continue a ser

    executado; - Na seleo e preparo de novo empregado; - Na assistncia jurdica; - Na assistncia mdica para os socorros de urgncia; - No transporte do acidentado.

    4. Requisitos Especficos

    4.1 LESO DORSOLOMBAR OU HRNIA INGUINAL

    4.2 AGRAVAMENTO DE DEFICINCIA FSICA PREEXISTENTE Se o agravamento da deficincia fsica preexistente decorrer do trabalho e ocorrer durante o mesmo, qualquer incapacidade resultante deve ser considerada leso pessoal, de acordo com o grau de incapacidade que lhe corresponde.

    4.3 LESO DECORRENTE DE BRINCADEIRA A leso decorrente de brincadeira durante o trabalho deve ser considerada leso pessoal;

    4.4 LESO DECORRENTE DE ATIVIDADE ESPORTIVA A leso decorrente de participao em atividade esportiva patrocinada pelo empregador deve ser considerada leso pessoal;

    4.5 LESO DECORRENTE DE AGENTE ESTRANHO AO TRABALHO Qualquer leso que resulte de ocorrncia externa de propores catastrficas, tal como

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    furaco, terremoto, inundao ou de exploso originada fora do trabalho, ou de acontecimento imediatamente posterior, como incndio, exploso, queda de condutor eltrico, s deve ser considerada leso pessoal se a vtima estiver incumbida de atividade relacionada com o exerccio do trabalho;

    4.5.1 LESO RESULTANTE DE DESCARGA ELTRICA ATMOSFRICA (RAIO E OUTROS FENMENOS ELTRICOS) A leso resultante de descarga eltrica atmosfrica deve ser considerada leso pessoal sempre que ocorrer em condies relacionadas com o trabalho;

    4.6 LESO QUE EXIGE HOSPITALIZAO PARA OBSERVAO Em caso de hospitalizao para observao, a leso leve ser considerada sem afastamento quando, dentro de 48 h, a leso ou a suspeita de leso for considerada, pelo mdico, de natureza leve e no incapacitante desde o incio.

    4.7 REAO A TRATAMENTO A ocorrncia ou incapacidade resultante exclusivamente de reao a medio em tratamento supostamente adequado de leso no incapacitante no implica que esta seja classificada como incapacitante;

    4.8 OUTRAS LESES Deve ser considerada leso pessoal, se ocorrer por fora do trabalho e durante este: - leso infligida propositadamente por outra pessoa; - leso provocada por animal (como mordedura, picada ou contuso) - leso resultante de condio trmica ambiente; - leso cutnea, tal como dermatite de contato produzido por substncia qumica ou planta venenosa; - incapacidade muscular ou esqueltica (como bursite, tenossinovite, etc..)

    2. Estudos Realizados

    FUNDAMENTOS DO CONTROLE DE PERDAS

    O processo pelo qual ocorre uma perda por acidente uma srie seqencial de causas e efeitos que resultam em danos aos recursos humanos e materiais ou em descontinuao operacional. Compe-se de trs fases distintas: condio potencial de perdas, acidente e perda real ou potencial.

    FIGURA

    Condio potencial de perda - condio ou grupo de condies capazes, sob certas circunstncias no planejadas, de causar a perda. Como condio, ela esttica e de equilbrio instvel, e, em momento no previsvel, gerada em funo de circunstncia que lhe so favorveis, pode desencadear o acidente.

    Acidente - acontecimento indesejado e inesperado (no programado) que produz ou pode produzir perdas.

    Perda real e potencial - a perda real produto do acidente e pode manifestar-se como leso ou morte de pessoas, danos a materiais, equipamentos, instalaes ou edificaes ou descontinuao do processo normal de trabalho; a perda potencial,

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    tambm chamada de quase-perda, aquela que, em circunstncias um pouco diferentes, poderia ter-se transformado em perda real.

    As perdas normalmente podem ser avaliadas em termos de custos de reparo do equipamento danificado, despesas mdicas e hospitalares, lucro cessante, aumento da taxa de seguro, etc. Isso, porm, torna-se muito discutvel quando se refere vida humana, uma vez que esta no tem preo, embora possa haver estipulao de valor para efeito de indenizao de seguro.

    A extenso da perda, por si s, no determina a importncia a ser dada ao controle das causa que a geraram. Somente uma anlise criteriosa das causas do acidente e de seu potencial de gerar perdas, quer quanto freqncia provvel de ocorrncia, quer quanto extenso dos danos, pode determinar o grau de controle a ser adotado.

    Para entendermos melhor o pensamento moderno do controle de perdas e identificarmos o que antecede o incidente, a exemplo do que fez Heinrich no passado para transmitir os princpios de preveno de leses, vamos usar as pedras do domin. (ver figura na pgina seguinte)

    Falta de controle - representa uma falha administrativa que pode estar ligada a planejamento, aspectos de organizao, falta de tato diretivo-administrativo e existncia, por exemplo, de padres de controle.

    Causas bsicas - advindas da inexistncia de um controle tcnico-administrativo adequado, devem ser consideradas razes, causas reais e indiretas e, portanto, aquelas que realmente devem ser analisadas.

    Causas imediatas - derivam da existncia de atos e condies que transgridem algo preestabelecido e j aceito, do que resultaro perdas na operao industrial.

    Os incidentes acontecem quando umas sries de fatores se combinam sob certas circunstncias. Em pouqussimos casos existe s uma causa que dar origem quele evento deteriorador, com conseqncias para a segurana, a produo ou a qualidade.

    FIGURA

    A fim de entender melhor as circunstncias que originaram as causas dos incidentes, convm recordar os quatro elementos a eles relacionados e que interatuam entre si:

    Pessoas - o trabalhador o que est diretamente envolvido na maioria dos acidentes, pois aquilo que faz ou deixa de fazer considerado fator causal imediato.

    Equipamento - elemento considerado, desde os primrdios da preveno de acidentes, a fonte principal de incidentes, dando origem chamada proteo de mquinas e necessidade de se treinar o trabalhador para operar equipamentos.

    Material - elemento que as pessoas usam, transformam e de que se beneficiam, tambm fonte principal de causas de incidentes. Ambiente - composto por tudo aquilo que rodeia o trabalhador durante o trabalho e, portanto, inclui o prprio ar e as edificaes. Convm atentar para o fato de que grande parte das empresas brasileiras tem construes antigas que fogem aos atuais preceitos das Normas Regulamentadoras da Portaria n. 3.214, pois suas caractersticas causam

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    problemas que afligem a empresa brasileira nos dias atuais: reclamaes trabalhistas, absentesmo, doenas ocupacionais, baixa qualidade de trabalho, etc.

    CONTROLE DE ACIDENTES COM DANOS PROPRIEDADE

    A implantao de um programa de controle de acidentes com danos propriedade contribui para a melhoria no somente da produtividade e da rentabilidade da empresa, pela reduo das perdas, como tambm das condies gerais de trabalho.

    ESTRUTURA DO PROGRAMA

    O programa de controle de acidentes com danos propriedade implica as seguintes etapas: deteco e comunicao de acidentes; comunicao seguradora e controle dos acidentes envolvendo bens segurados; liberao, para reparo, dos bens acidentados; investigao e anlise dos acidentes; implementao e controle de execuo das medidas corretivas; controle do custo dos acidentes.

    Deteco e comunicao de acidentes

    O acidente poder ser detectado, quando de sua ocorrncia, pela execuo de manuteno curativa (reparo dos danos) ou preventiva,, ou pelas inspees de reas. Cabe a qualquer empregado da empresa comunic-lo to logo tenha conhecimento do acidente. Os empregados de nvel abaixo de encarregado devem reportar o acidente a seu superior imediato, para que ele efetue a comunicao do acidente ao SESMT e tome outras providncias necessrias.

    Comunicao seguradora e controle dos acidentes envolvendo bens segurados

    O SESMT, quando recebe a comunicao do acidente, verifica se os bens danificados so ou no segurados. Em caso positivo, solicita uma estimativa de custos dos danos e informa diretoria financeira, a qual efetua a comunicao companhia de seguros e decide sobre a liberao dos bens para reparo.

    Liberao dos bens acidentados para reparo

    A liberao dos bens acidentados para reparo tem dois objetivos: atender s normas da companhia de seguros, quando se trata de bens segurados, e prevenir outros acidentes derivados da situao gerada pelo acidente ocorrido. A liberao dos bens acidentados seguradora cabe diretoria financeira da empresa. Quando do encaminhamento dos bens para reparo, cabe ao SESMT a recomendao de cuidados especiais quanto aos aspectos de segurana.

    Investigao e anlise dos acidentes

    A investigao do acidente tem por objetivo a determinao das causas e a recomendao das medidas corretivas, alm do registro do acidente para posterior anlise estatstica.

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    feita inicialmente pelo tcnico de segurana, com a participao do encarregado e de tcnicos das reas envolvidas. Elabora-se um relatrio do acidente, que posteriormente analisado pelas chefias das mesmas reas. Determinadas as causas, so estudadas as recomendaes e as medidas corretivas para evitar a repetio do ocorrido.

    O relatrio final elaborado e distribudo s reas diretamente envolvidas (contabilidade, gerncia de manuteno e diretoria financeira), com cpia para a alta administrao.

    Implementao e controle de execuo das medidas corretivas

    A implementao das medidas corretivas responsabilidade da chefia da rea que tem ao sobre as causas do acidente. Para garantir a efetiva adoo das medidas corretivas, o SESMT discute o relatrio de acidente nas reunies de segurana. As medidas recomendadas so registradas na ata de reunio, como itens pendentes, sendo retiradas da ata somente aps serem executadas.

    Controle dos custos dos acidentes

    Os custos de reparo dos danos decorrentes de acidente so controlados. Para cada acidente aberta uma ficha de custos . O nmero de controle dessa ficha pode ser fornecido pelo SESMT. Antes de iniciar o reparo, o servio de manuteno solicita ao SESMT o nmero da ordem de servio, na qual so debitados os custos de mo-de-obra, materiais e peas utilizadas no reparo, bem como outros custos envolvidos no acidente.

    BENEFCIOS DO PROGRAMA

    Uma srie de benefcios pode ser obtida com a implantao de um programa de controle de acidentes com danos propriedade. Entre eles destacamos:

    introduo de uma sistemtica de anlise de acidentes com danos propriedade, de forma a assegurar que suas causas sejam determinadas e medidas corretivas sejam adotadas;

    indicao de reas, equipamentos e procedimentos crticos, querem pela freqncia, quer pela gravidade potencial dos acidentes que os envolve, para melhor direcionar o esforo de preveno de acidentes;

    controle de causas comuns a acidentes com danos propriedade e com leses pessoa;

    fornecimento de subsdios para o aprimoramento da poltica de seguros da empresa, mediante identificao e um melhor controle dos riscos existentes;

    realce da importncia das atividades de preveno de acidentes, mostrando que, alm de sua funo social, contribui para a melhoria da produtividade e da rentabilidade da empresa pela reduo das perdas;

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    mudana de atitude do pessoal tcnico e de deciso da empresa, passando do enfoque curativo (reparo dos danos) para o corretivo (eliminao das causas dos acidentes), com vistas em atingir o enfoque preventivo (evitar o acidente antes que ele se manifeste como tal);

    Abertura de novos caminhos que possibilitem um avano tcnico da metodologia empregada na preveno de acidentes.

    CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS PERDAS

    O controle administrativo das perdas consiste em adotar planos de ao de preveno e controle, prevendo os vrios aspectos ligados ao acidente de trabalho enquanto gerador de perdas. Um conjunto abrangente desses planos de ao inclui a preveno de leses, dos acidentes com danos propriedade, a preveno e o combate a incndios, a higiene do trabalho, a segurana patrimonial, a segurana do produto, a reduo de perdas por absentesmo e a reduo de perdas por paralisao de equipamentos.

    Cada um desses planos de ao requer tcnicas de anlise prprias, conforme demonstrado no quadro a seguir:

    PLANOS DE AO TCNICA DE ANLISE

    Preveno de leses Tcnica de incidentes crticos Anlise qualitativa (*)

    Acidentes com danos propriedade Tcnica de incidentes crticos Anlise qualitativa (*)

    Preveno e combate a incndios Anlise qualitativa (*) Anlise quantitativa

    Higiene no trabalho Anlise qualitativa (*) Anlise quantitativa

    Segurana patrimonial Tcnica de incidentes crticos Anlise qualitativa (*)

    Segurana do produto Anlise preliminar de riscos (**) Anlise de modos de falha efeitos (**) Anlise de rvores de falhas (**) Anlise de procedimentos (**)

    Reduo das perdas de absentesmo Anlise das causas

    Reduo das perdas por paralisao Contabilidade de equipamentos Anlise de modos de falha e efeitos Anlise de procedimentos

    (*) Atividades convencionais de constatao ou reconhecimento de riscos.

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    (**) Tambm aplicveis aos outros planos de ao.

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    ELEMENTOS BSICOS PARA UM PROGRAMA DE SEGURANA

    Listamos e abordamos a seguir os seis elementos bsicos a serem considerados na elaborao de um programa de segurana: direo, responsabilidade, tcnicas de segurana, inspees de segurana, sistema de registro de acidentes e investigao de acidentes.

    DIREO

    A direo da empresa deve assumir a segurana em sua filosofia empresarial, implantando as normas bsicas de segurana, contando com pessoal especializado para esse fim e realizando a avaliao de riscos.

    RESPONSABILIDADE

    A empresa deve nortear, de forma clara, os limites da responsabilidade de cada um diante da segurana do trabalho, que deve ser assumida por todos.

    Para que a preveno de acidentes tenha xito imprescindvel a aceitao de responsabilidade pelos trabalhadores.

    TCNICA DE SEGURANA

    As tcnicas de segurana podem ser classificadas em analticas e operativas. As analticas so aplicadas anterior ou posteriormente ao acidente, dependendo de sua finalidade. J as operativas so permanentes, sendo aplicadas sobre o fator tcnico de concepo, sobre o fator humano ou para correo.

    Analticas Anteriores ao acidente inspees; anlise do trabalho; anlise estatstica; anlise das presses no trabalho.

    Posteriores ao acidente comunicao e registro; investigao.

    Operativas

    Sobre o fator tcnico de concepo projeto; equipamentos; mtodos de trabalho.

    Sobre o fator humano seleo de pessoal (teste de seleo); exame mdico;

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    mudanas de comportamento (treinamento, disciplina e incentivos);

    De correo sistemas de segurana; protees; EPI; normas, sinalizaes, manuteno preventiva.

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    INSPEES DE SEGURANA

    As inspees tm por objetivo localizar e identificar os riscos e, a partir disso, estudar e propor medidas corretivas. O esquema abaixo situa a inspeo no contexto:

    figura

    Tipos de inspeo

    Os tipos de inspeo variam quanto origem, objetivos, mtodos e agentes. Tambm dentro dessas variaes so considerados aspectos especficos.

    Quanto origem interna (SESMT, direo, CIPA, manuteno); externa (rgos oficiais, seguradoras, servios pblicos)

    Quanto aos objetivos peridicas; extraordinrias.

    Quanto aos mtodos formais; informais.

    Quanto aos agentes SESMT; CIPA; instituies alheias.

    Passos gerais

    Uma inspeo de segurana implica necessariamente quatro passos gerais: preparao; realizao; classificao dos riscos; estudo de solues.

    A preparao de uma inspeo de segurana requer consulta s estatsticas e s normas, conhecimentos dos mtodos de fabricao e dos materiais utilizados, bem como dos resultados das inspees anteriores.

    Lista de inspeo

    Normalmente uma lista de inspeo de segurana subdivide-se em grupos amplos nos quais so listados os itens especficos de cada um. A subdiviso compreende: instalaes gerais; condies ambientais; instalaes de preveno e combate a incndios e manuteno.

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    Instalaes locais; pisos; escadas; passagens; portas; aberturas em paredes; intervalos entre mquinas; ordem e limpeza; sinalizao; iluminao; ventilao, etc.

    Condies ambientais vapores; fumaas; gases; poeiras; rudos; tempo de exposio; vibraes, etc.

    Instalaes de preveno e combate a incndios extintores; hidrantes; sadas de emergncia; alarme, etc.

    Manuteno transportes: manual e automtico; maquinrio: tempo de uso, protees, comando, periodicidade, sistema de

    segurana, etc.; EPI; recipientes sob presso; trabalhos com riscos especiais: em lugares altos, com solda, com radiaes, etc.

    Como fazer a inspeo

    A inspeo de segurana tem por objetivos implcitos, entre outros: a manuteno dos maquinrios; a colocao das mquinas em lugares que evitem congestionamento de trfego; a verificao de espao para manter e reparar mquinas; a avaliao das condies de iluminao e da eventual necessidade de sinalizao dos riscos. Para tanto, o trabalho deve ser feito sem pressa, seguindo procedimentos definidos, como:

    anotar em planta: identificao, caractersticas e tcnicas de segurana, mtodos de trabalho, tempo de exposio, etc.

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    se necessrio, recolher amostrar, filmar, fotografar, para estudo mais detalhado; discutir com as chefias os problemas encontrados; fazer um relatrio minucioso; observar, caso seja percebido um risco, o agente material, parte do agente, o tipo de

    acidente provvel, a razo do risco; avaliar o risco: caractersticas tcnicas, mtodo de utilizao do equipamento,

    ferramenta ou material, equipamentos de proteo utilizados, tempo de exposio e gravidade;

    propor solues que correspondam aos riscos determinados e que sejam aplicveis e econmicas.

    Projetos e especificaes partes mveis perigosas; potncia adequada; partes salientes; placas indicando capacidade, velocidade, etc.; interruptores de emergncia; posio do operador; rudo; pintura; EPI; ferramentas.

    Mtodos de melhoramento

    Anlise do mtodo atual - informe o trabalhador de seu propsito, realize a anlise no local, anote distncias, passos, demoras, dificuldades, etc.

    Questione cada detalhe - por qu? necessrio? Onde o melhor lugar? Quando o melhor momento? Quem o mais indicado? Como melhorar? Anote as idias de melhoramento obtidas.

    Elabore o novo mtodo - elimine, combine, reordene ou simplifique detalhes, escreva e ilustre o novo mtodo, saliente os pontos positivos e o que necessrio pr em prtica.

    Aprovao do novo mtodo - no momento oportuno, convena e treine quem deve pratic-lo, e comprove os resultados.

    SISTEMA DE REGISTRO DE ACIDENTES

    O sistema de registro de acidentes tem por finalidade criar interesse geral na preveno de acidentes, determinar as principais fontes de acidentes, prestar informaes sobre atos e condies inseguras e julgar a eficincia dos programas de segurana.

    Com esse sistema em mos a direo e os supervisores mantm-se informados sobre os acidentes ocorridos, suas causas e efeitos. Ele serve tambm para ser usado como apoio nas reunies sobre segurana, para justificar os gastos dos programas de

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    segurana e para ser afixado nos quadros informativos, podendo tambm ser encaminhados aos rgos pblicos.

    INVESTIGAO DE ACIDENTES

    O fundamento da investigao de acidentes est na prpria raiz do controle de perdas, do ponto de vista tanto humano quanto material. As concluses devem levar s causas das ocorrncias, sejam elas isoladas ou partes de uma sucesso.

    Para a investigao de acidentes so selecionados tipos de ocorrncia e de causas, estabelecem-se as formas e esquemas de realizao e se obedecem a requisitos tanto de realizao como de realizadores.

    Durante o processo, feita uma entrevista com as testemunhas e a chefia sobre o ocorrido, alm da anlise do local. Finalmente, levado a cabo o processo dedutivo e elaborado o relatrio final.

    Critrios de seleo todos acidentes mortais; todos acidentes graves; e acidentes leves de causas desconhecidas que se repetem frequentemente, com

    risco potencial de provocar leses graves.

    Formas de investigao simples entrevista; contratao de empresas especializadas.

    Requisitos do investigador capacidade lgica dedutiva; conhecimento do processo de produo; conhecimento de segurana do trabalho.

    Requisitos da investigao evitar a busca de responsveis pelo acidente; oferecer solues; aceitar declaraes comprovadas; diferenciar dados observados dos deduzidos; analisar dois fatores presentes: humano e tcnico; ser rpido (para evitar o esfriamento do caso); interrogar testemunhas individualmente; reconstituir o acidente.

    Esquema de investigao coleta de dados: conhecer sumariamente o acidente; levantar dados das pessoas e conseqncias do acidente; descrio clara do acidente; local do tempo;

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    condies reais existentes no local; mtodo utilizado; como ocorreu o acidente.

    Anlise do local o que deveria ter sido feito; condies que deviam existir; mtodo de trabalho que devia ser seguido; dados complementares; estudo de pontos duvidosos.

    Incio do processo dedutivo integrao dos dados; avaliao quanto veracidade; anlise deduo das causas.

    Tipos de causas tcnicas e humanas; origem do acidente e o que possibilitou a leso.

    Relatrio deve conter os elementos importantes; deve descrever o acidente; deve permitir clara distino entre os dados obtidos por declaraes e os deduzidos; deve ordenar os fatos; deve surgir medidas corretivas.

    4 CONTROLE DE IDENTIFICAO DAS CAUSAS DOS ACIDENTES

    Identificar as causas dos acidentes consiste em localizar os pontos de riscos responsveis por eles. Os acidentes ocorrem, basicamente, devido a causas ambientais (condies inseguras) e ao comportamento humano (ato inseguro). Por isso, antes que ocorra a interrupo do sistema, necessrio localizar e identificar ambas as causas.

    Ao elaborar os procedimentos em questo, devem-se destacar os elementos de identificao de anormalidades, incidentes crticos e riscos, de modo que fiquem bem individualizados. Isto porque tais variveis esto nas causas bsicas dos acidentes.

    No controle de identificao das causas dos acidentes, podemos considerar os seguintes elementos: inspees programadas de segurana; estudo de doenas ocupacionais; observao de segurana; anlise de segurana do trabalho;

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    permisso do trabalho; delimitao de rea restrita; relatrio de incidente/acidente; investigao de incidente/acidente.

    INSPEES PROGRAMADAS DE SEGURANA (IPS) AULA 17 07 AQUI

    As IPSs tm por objetivo identificar as causas ambientais dos acidentes. So realizadas pelo SESMT, a partir de uma programao diria, com conhecimento das chefias dos turnos de trabalho.

    Ao iniciar cada inspeo, o SESMT poder, a critrio da empresa, convocar uma pessoa da chefia da rea em questo para acompanhar os trabalhos, com a finalidade de detectar eventuais problemas, sendo que aqueles que no puderem ser corrigidos devem ser encaminhados aos rgos diretamente responsveis pela soluo do caso.

    Para conduzir de forma sistematizada e objetiva a inspeo diria, o engenheiro ou tcnico de segurana do trabalho deve estar de posse de um formulrio de inspeo, do qual fornecemos um exemplo no Anexo 1.

    ESTUDO DE DOENAS OCUPACIONAIS (EDO)

    O SESMT deve dar especial ateno s doenas ocupacionais, abrangendo reconhecimento, avaliao, acompanhamento e controle.

    Os mecanismos de controle so, entre outros, exames mdicos especiais, conforme a agressividade ambiental, exames mdicos peridicos, normas para uso de substncias novas, entre outros.

    ANLISE DE SEGURANA DO TRABALHO (AST) E OBSERVAO DE SEGURANA (OS)

    Estes elementos so eficazes na preveno de acidentes, principalmente com danos materiais, sobretudo porque detectam os riscos existentes, permitem descobrir e eliminar (ou proteger) movimentos, posies ou atos perigosos, alm de determinar os requisitos de preparao do empregado para um desempenho seguro no trabalho, tais como aptido fsica e destreza de movimentao. A determinao do equipamento ferramenta necessria para a segurana do empregado e a eliminao de condies inseguras de trabalho.

    A AST e OS tambm requerem registros em formulrios prprios, dos quais fornecemos exemplos nos Anexos 2 e 3.

    PERMISSO DE TRABALHO (PT)

    As PTs so exigidas para os trabalhos que possam ter, ou tenham, potencial para danificar um sistema em produo. Implicam observao de medidas preventivas adotadas, recomendaes de segurana (inclusive especiais), recomendaes dos EPIs e de aspectos ambientais pertinentes a riscos.

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    O SESMT participa ativamente da inibio desses riscos, compartilhando a responsabilidade do trabalho com o pessoal de operao e manuteno.

    Um exemplo de formulrio de PT pode ser encontrado no Anexo 4.

    DELIMITAO DE REA RESTRITA (A.R.)

    reas restritas so as que devem ter tratamento especial, exigindo delimitao. Somente pessoas autorizadas pela chefia da rea e os portadores de autorizao de ingresso podem ter acesso a elas. Por exemplo, um veculo somente ingressar na A.R. se atender aos itens da inspeo, que realizada, neste caso, pela vigilncia.

    Exemplos de formulrio de autorizao de ingresso e de inspeo de veculo para entrada em uma A.R. so dados nos Anexos 5 e 6, respectivamente.

    RELATRIO DE INCIDENTE/ACIDENTE E FICHA DE INVESTIGAO DE INCIDENTE/ACIDENTE

    Estes dois elementos de controle de identificao das causas de acidentes baseiam-se na NB-18 da ABNT.

    Os Anexos 7 e 8 exemplificam um e outro.

    5 CONTROLE DAS CAUSAS

    DOS ACIDENTES

    O controle das causas dos acidentes est ligado ao emprego de medidas que visam reduzir a freqncia ou a gravidade potencial de suas ocorrncias.

    Uma vez determinado o problema, podem-se tomar medidas para control-lo. Para tanto, fazem-se necessrios dois tipos bsicos de controle: o ambiental e o comportamental.

    Controle ambiental - tem por objetivo reestruturar ou manter o lugar de trabalho de forma tal que no propiciem acidentes; criar um ambiente de trabalho com o mnimo de riscos, considerando desde os acidentes com leses at aqueles que produzem danos propriedade.

    Controle comportamental - tem por objetivo influir no comportamento do trabalhador ou modific-lo para evitar que ocorram acidentes.

    ELEMENTOS DE CONTROLE DAS CAUSAS DOS ACIDENTES DO PROGRAMA DE PREVENO DE PERDAS

    O controle das causas dos acidentes carece de uma definio fundamental no que se refere `a responsabilidade. Atende-se, nesse sentido, para os elementos de controle, que envolvem solues de problemas a serem dadas por departamentos da empresa, tais como: manuteno, operao, projeto, recursos humanos, servios gerais, suprimento, etc.

    Esses elementos so:

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    projeto, arranjos fsicos e proteo pessoal; preveno de incndio; controle de compras; proteo pessoal; ordem e limpeza; manuteno; treinamento do empregado; normas e procedimentos; reunio de preveno de acidentes; promoo de preveno de acidentes; informao de preveno de acidentes; desenvolvimento do orgulho pelo trabalho.

    Projeto, arranjos fsicos e proteo pessoal

    Os aspectos de segurana operacional, intrnsecos dos processos, so colocados em primeira linha de execuo de quaisquer novos projetos, aps o SESMT dar o seu parecer. Nos casos em que as condies ambientais no podem ser adequadamente controladas, institudo o uso obrigatrio de equipamentos de proteo individual (EPIs).

    Preveno de acidentes

    Devem ser realizadas inspees programadas dirias nos equipamentos de combate a incndio, com especial ateno para o armazenamento de inflamveis, os testes operacionais nos sistemas fixos e portteis de combate a incndio, a brigada de incndio, o treinamento de combate ao fogo para empregados de todos os nveis e a sinalizao adequada.

    Manuteno

    Consiste em um conjunto de atividades destinadas a assegurar a conservao dos bens materiais, no perodo de vida til estimado.

    Na realidade, se analisarmos os elementos de identificao das causas dos acidentes, veremos que os meios de inibio desses elementos sero, em sua grande maioria, levados competncia do rgo especializado em manuteno da empresa.

    Normas e procedimentos de segurana

    Os manuais de segurana so distribudos aos rgos da empresa, de modo que todos os empregados tenham acesso a eles. Deve ser facultada, a qualquer empregado, a emisso de normas e procedimentos de segurana mediante aprovao do SESMT. A CIPA poder manter em funcionamento um subcomit com a finalidade de opinar sobre novas normas e procedimentos emitidos e programar as revises peridicas das normas em vigor.

    Ordem e limpeza

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    Estes elementos devem ser levantados principalmente mediante as inspees programadas e observaes de segurana. Os trabalhadores devem ser conscientizados da importncia de manter a ordem e a limpeza no local de trabalho, promovendo-as eles prprios, removendo lixo, resduos, sujeiras e refugos acumulados.

    Nessa mesma escala de prioridades, devem ser retirados as sucatas, os materiais recuperveis e as peas ou equipamentos no usados ou quebrados, e transportados para locais apropriados, afim de melhorar as condies ambientais de trabalho.

    Treinamento

    Todo empregado deve ser treinado no sentido de compreender que a segurana tambm uma responsabilidade individual. Para que isso seja verdadeiro, cada empregado dever preocupar-se em assegurar a execuo de atividades seguras e corretas, visando evitar acidentes ou incidentes nos locais de trabalho.

    Os empregados recm-contratados so submetidos a treinamentos, entre os quais esto introduo segurana, a fim de que se familiarizem com a filosofia em vigor na empresa. No devemos nos esquecer dos treinamentos especficos peridicos, tais como uso de EPIs, segurana em eletricidade, primeiros socorros, segurana em caldeiras, etc.

    Promoes e informaes

    Cartazes, exposies, boletins de segurana, filmes, sugestes, revistas especializadas, etc. complementam a conscientizao do trabalhador quanto segurana do trabalho.

    Poder haver prmios e competies em todas as reas, objetivando estimular os empregados a atingir o seu desempenho mximo tanto nos programas de preveno de acidentes quanto em suas atividades normais. Isso tambm pode levar ao desenvolvimento do orgulho pelo trabalho.

    ELEMENTOS DE REDUO DE PERDAS POR ACIDENTES DO PROGRAMA DE PREVENO DE PERDAS

    Todos os acidentes podem ser evitados. Entretanto, como eles persistem, devem ser adotados procedimentos que reduzam ao mnimo as leses ou danos. Isso significa que, depois da ocorrncia do acidente, medidas de preveno devem ser determinadas para evitar um dano ou um perigo maior.

    Uma leso ou um dano propriedade pode agravar-se depois da ocorrncia do acidente.

    Por exemplo: uma pessoa pode morrer de hemorragia em menos de dois minutos; ou, ainda, o fogo em um recipiente de resduos pode converter-se num incndio de grandes propores em poucos minutos.

    Para a reduo de perdas por acidentes podem ser considerados os seguintes elementos: primeiros socorros;

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    reabilitao de acidentados; plano de controle de emergncia.

    Primeiros socorros

    Nos acidentes com danos humanos, os primeiros socorros so fundamentais e, de acordo com o caso, podero ser aplicados no prprio local.

    Reabilitao

    Os acidentados podem ser reabilitados atravs da assistncia mdica, em convnio com entidades especializadas.

    Os trabalhos de reabilitao dos acidentados so acompanhados pelo rgo especializado em medicina do trabalho. Plano de controle de emergncia

    Nos casos de incndio e danificao parcial ou total de sistemas crticos dos processos, deve ser acionados um Plano de Controle de Emergncia, com o objetivo de somar todos os mecanismos de controle possveis, a fim de se reduzirem as perdas.

    ESTRUTURAO FINAL DO PROGRAMAM DE PREVENO DE PERDAS

    O esquema apresentado no Anexo 9 resume o que descrito sobre identificao e controle de causas de acidentes, constituindo a estruturao final de um Programa de Preveno e Controle de Perdas.

    AVALIAO DO PROGRAMA DE PREVENO DE PERDAS

    Os elementos de controle mencionados podero ser quantificados.

    importante que a eficincia do programa de preveno de perdas seja medida com a finalidade de se poderem inibir falhas apresentadas e manter e/ou melhorar o desempenho alcanado.

    RECOMENDAES

    O programa de preveno de perdas deve ser estabelecido aps terem sido implantadas as seguintes fases: estabelecimento de uma nova filosofia de segurana aprovada pelo dirigentes da

    empresa; conscientizao de todos os empregados na prtica da segurana; controle dos acidentes com afastamento; preveno dos acidentes sem afastamento.

    Isso significa que, antes da introduo do programa, a empresa deve ter estabelecido uma poltica de preveno de perdas e um sistema de informao e comunicao.

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    O programa deve ser introduzido gradualmente, para melhor avaliao dos resultados, e com o envolvimento de todos os empregados.

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    Volta Tcnicas de Incidentes Crticos e Sistemas

    DEFINIES NECESSRIAS E PROGRAMA DE SEGURANA DE SISTEMAS

    Neste captulo ser fornecida uma viso geral do esforo de segurana de sistemas, incluindo algumas definies bsicas de conceitos envolvidos freqentemente daqui para frente. Inicialmente, situaremos a Engenharia de Segurana de Sistemas; em seguida, apresentaremos as noes adotadas de Sistema e Incidente Crtico; como parte central, a posio do Programa de Segurana, dentro da Segurana de Sistemas; e finalizando, apresentado um Modelo de Programa de Segurana, acompanhado da descrio sucinta das tcnicas utilizadas.

    INCIDENTE CRTICO

    Pose-se entender como Incidente Crtico qualquer evento ou fato negativo com potencialidade para provocar dano. Trata-se, portanto, de uma situao ou condio que se apresenta, mas no manifesta dano.

    O incidente crtico tambm chamado de quase acidente; um exemplo corriqueiro pelo qual as pessoas no raramente tm passado, e que pode situar o leitor, o do quase acidente de trnsito (foi por um fio), onde havia todas as condies (aparentemente) para se manifestar um dano, que entretanto no correu (na prxima...).

    Estudos realizados numa grande indstria manufatureira de New Jersey revelaram o que poderia ser esperado: a) as aes e condies inseguras detectadas nos acidentes sem leso foram as

    mesma que desencadearam acidentes com leses. b) os futuros acidentes com leses e/ou danos materiais podem ser prognosticados a

    partir da anlise dos quase acidentes (incidentes crticos). Vale a pena salientar que os incidentes crticos so eventos que podero ocorrer dezenas ou centenas de vezes nos locais de trabalho, antes que da primeira vez as variveis envolvidas assumam condies que levem ao acidente, como definido normalmente, em termos de danos materiais ou leses. Tambm necessrio ressalvar que, pela definio mais completa ou genrica de acidente, onde se inclui a perda de tempo ou a interrupo de uma atividade... na conceituao, estariam englobadas muitas situaes de incidente crtico, o que na prtica entretanto no considerado acidente. O importante, em resumo, a apreenso do conceito e a sua eficiente utilizao, como pea central de um novo enfoque.

    Dentre os incidentes crticos, estabelecemos uma hierarquizao na qual basear-se-o as aes prioritrias de controle. Nessa escala hierrquica, comparecem como prioridade um aqueles incidentes crticos que, pela sua implicao, possam afetar a integridade fsica dos recursos humanos do sistema de produo.

    Apresentamos aqui, antecipadamente, os Critrios de Criticidade, que norteiam os mecanismos de prioridade de esforos e alocao de recursos, usados especificamente nas fases de anlise de vrias das tcnicas. So tambm utilizados extensivamente como norma de ao em toda a metodologia da Engenharia de

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    Segurana de Sistemas. Como veremos, a identificao, anlise e hierarquizao da potencialidade de dano dos incidentes crticos, visando-se aes de controle, podem ser considerados o objetivo global do esforo de segurana; dirigem-se direta ou indiretamente nesse sentido os resultados da ao das diferentes tcnicas.

    Critrios de Criticidade

    Prioridade 1: Aqueles que, pela sua implicao (potencialidade), possam afetar a integridade fsica dos recursos humanos do sistema de produo.

    Prioridade 2: Aqueles que possam ocasionar o fracasso da misso ou objetivo do sistema ou empresa, ou seja, sua responsabilidade de produzir bens ou servios, e que se traduz em uma paralisao total.

    Prioridade 3: Aqueles que possam impedir o cumprimento da misso, em termos de entregar oportunamente, e em condies de preos e qualidade, o que o mercado espera (produtos, servios ou sua funo social).

    Prioridade 4: Aqueles que, pela sua implicao, significam alterar a programao de recursos e esforos na produo de bens e servio, e que se traduzem em um maior custo econmico, social e/ou de oportunidade.

    Os critrios de criticidade podem ser usados para determinar:

    Quais os itens que deveriam ser estudados com maior intensidade, para a eliminao dos riscos que pudessem produzir danos significativos, segundo a escala hierrquica assumida.

    Quais as operaes ou processos que requerem ateno especial, exigem um rgido controle, e necessitam de cuidados constantes de proteo.

    As normas de aceitao a serem estabelecidas para componentes ou servios recebidos (pela empresa) de terceiros, e os parmetros que deveriam ser testados mais intensamente

    Onde deveriam ser providenciados mtodos especiais, protees, equipamentos de proteo, dispositivos sensores ou sistemas de advertncia.

    Onde esforos e recursos financeiros para a preveno de acidentes poderiam ser aplicados mais efetivamente. Isto especialmente importante visto que cada programa , geralmente, limitado pela disponibilidade econmica da empresa.

    2.9.1.1.1.1 SISTEMA

    Um sistema um arranjo ordenado de componentes que esto inter-relacionados e que atuam e interatuam com outros sistemas, para cumprir uma tarefa ou funo (objetivos), num determinado ambiente.

    A discusso do conceito, e seu desdobramento como ferramenta da Engenharia de Segurana de Sistemas, ser feita no prximo captulo.

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    FIGURA

    4. PROGRAMA DE SEGURANA

    A necessidade de um programa financeiros de segurana eficiente, constante e integrado, nasce primordialmente do fato de que um esforo de segurana deve ter um resultado final compatvel com o custo e exigncias dessa misso, pois de outra forma sua prpria existncia no teria sentido.

    Esse programa uma responsabilidade de alta direo da empresa. Adicionalmente, no tolervel que essa particular atividade tcnica deixe de contar com elementos to ou mais capacitados quanto qualquer outra atividade tecno-cientfica dentro da empresa.

    Naturalmente, outras pessoas tambm tm responsabilidades, serem adequadamente designadas a seu tempo e lugar. Cada indivduo tem uma responsabilidade pessoal na preveno, nesse esforo de segurana.

    4.1 Participao da Direo

    Como foi dito, a participao da Direo no Programa de Segurana fundamental. Esse apoio, constante e decidido, pode se traduzir objetivamente por certas aes especficas. A primeira delas, e provavelmente a mais importante, a emisso da poltica de segurana a ser observada por todos os elementos organizacionais, delineando claramente responsabilidades e assegurando recursos adequados. Devem ser veiculados diretrizes e instrues, exigindo a aderncia a essa poltica e estabelecendo meios de certificao de sua observao. A Direo deve assegurar-se de que gerentes e supervisores de todos os nveis compreendam a necessidade de um programa de segurana e o seu papel na sua consecuo. Muito importante, tambm, a reviso criteriosa de quaisquer pedidos de desistncia ou desvio de padres ou prticas recomendadas, qualquer que seja o motivo para tal. Essas concesses devem ser feitas apenas quando absolutamente necessrias, e quando no derem vazo a projetos com nveis de segurana inferiores aos padres mnimos. Muitos outros procedimentos complementares de cunho administrativo esto sugeridos no Modelo de Programa.

    4.2 Tarefas Tcnicas

    Igualmente, as tarefas tcnicas so numerosas e variadas, estando descritas de forma completa no Modelo de Programa. Algumas das mais importantes, concernentes organizao de segurana, deveriam ser encabeadas pelo desenvolvimento de um plano global para a indicao das tarefas de segurana exigidas, e por quem, quando e como sero cumpridas. Tambm devem ser estabelecidos critrios e prticas recomendadas, a serem observados pelos tcnicos no desenvolvimento de produtos, procedimentos e tarefas especficas. Devero ser conduzidas sries de anlises, envolvendo condies ambientais, estudos dos sistemas e subsistemas, suas funes e fatores que possam afetar sua segurana e efetividade. Outras anlises devero conduzir identificao de tcnicas de produo cuja segurana crtica, e um controle geral deve ser exercido de modo que no seja feita nenhuma mudana sem que se avalie o impacto na segurana. Devero ser conduzidos testes em subsistemas

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    ou componentes crticos, para a determinao de seus principais modos de falha e respectivas taxas de ocorrncia. A determinao de dispositivos e equipamentos de segurana no dever ser limitada escolha, mas tambm dever definir testes e procedimentos de verificao das caractersticas desejadas, daqueles equipamentos e dispositivos.

    Poderiam ser enumeradas ainda umas infinidades de tarefas, a maioria delas vinculada a um setor ou bloco do Modelo de Programa de Segurana, conforme sugerem seus ttulos. Essa identificao relativamente simples e ser deixada para exerccio e discusso ntima do leitor, uma vez que cada tcnica mencionada supe uma atividade a ser desenvolvida.

    4.3 Outros Elementos da Empresa

    Dentro de um Programa de Segurana de Sistemas, alguns elementos organizacionais iro exercer uma atividade mais intensa. No se supe que a organizao de segurana v impulsionar o programa completo por si mesma, embora a ela caiba a responsabilidade principal de sua monitorao. fcil ver que tal fato levaria a uma unidade fsica e tecnologicamente maior do que o necessrio, numa duplicao de esforos antieconmica. O quadro seguinte fornece uma viso bsica do envolvimento dos outros elementos organizacionais no esforo coordenado de segurana.

    ORGANIZAO FUNES NORMAIS FUNES DE SEGURANA Engenharia de Projetos

    Desenvolve os projetos de equipamentos e sistemas, que iro conformar-se a exigncias e restries especficas

    Conduz anlises dos procedimentos e concepes de projeto mais seguras. Assegura-se de que as exigncias de segurana so observadas nos cdigos e especificaes e desenhos da empresa.

    Engenharia de Fatores Humanos (Ergonomia)

    Assegura a integrao tima entre o homem, a mquina e o meio ambiente.

    Conduz anlises para assegurar o bem estar do pessoal envolvido na operao de equipamentos, manuteno, reparos, testes e outras tarefas num determinado ambiente, em especial visando a minimizao da fadiga e possveis erros humanos. Faz anlises de procedimentos.

    Engenharia de Confiabilidade

    Relaciona-se com a operao bem sucedida de um determinado equipamento, por um perodo especfico de tempo, sob condies especficas.

    Efetua as anlises de Modos de Falha e Efeitos. Executa testes em componentes e subconjuntos, a fim de estabelecer os modos e taxas de falha. Faz testes e estudos especiais. Revisa os relatrios de falhas ou contratempos, indicando quaisquer implicaes na segurana.

    Engenharia de Manuteno

    Assegura que o equipamento estar em condies para o cumprimento, com xito, da tarefa prescrita.

    Assegura a manuteno do sistema ou equipamento ao nvel de segurana projetado, pela minimizao de falhas por desgaste, substituio de componentes falhos, e pela avaliao

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    de ambientes capazes de degradar o sistema.

    Engenharia de Testes

    Conduz testes de campo e laboratrio de componentes, subconjuntos, equipamentos e sistemas, a fim de determinar se o seu desempenho condiz com as exigncias especificadas.

    Avalia procedimentos e equipamentos, para determinar se so seguros em operao, se so necessrias mudanas, ou se devem ser adotadas medidas adicionais de segurana. Determina se o equipamento apresenta caractersticas, nveis de energia ou modos de falha perigosos. Avalia os efeitos de ambientes adversos na segurana do pessoal

    Apoio de Produto ou de campo

    Mantm elo de ligao entre o consumidor e o produtor

    D assistncia ao consumidor em problemas de segurana encontrados durante o uso. Constitui-se no canal de retroalimentao (feed-back) principal para as informaes de campo quanto ao desempenho, riscos, contratempos e quase-acidentes (incidentes crticos)

    Engenharia de Produo

    Estabelece o meio mais econmico de produo de um determinado produto, de acordo com as especificaes de projeto.

    Assegura-se de que o nvel de segurana preestabelecido no ser degradado por procedimentos pobres, ou mudanas no autorizadas no processo.

    Treinamento Relaciona-se com o incremento das capacidades tcnicas e gerncias de todo o pessoal da empresa.

    Certifica-se que o pessoal envolvido est treinado a um nvel necessrio para o cumprimento seguro de suas tarefas. Habilita trabalhadores para trabalhos em condies crticas de segurana, especialmente testes.

    5. MODELO DE PROGRAMA DE SEGURANA

    Um modelo dos fatores que podem estar envolvidos ao se levar a cabo um programa de segurana apresentado na figura a seguir. O modelo, proposto por Hammer, foi transcrito na ntegra, com base para discusso. Consideramos de relevncia menor a rea que trata dos relacionamentos administrativos, quanto aos blocos em si, sendo o interesse maior no relacionamento entre os blocos e no elenco das tcnicas disponveis na Engenharia de Segurana de Sistemas. Haver discrepncias em relao prtica real devido s diferentes estruturas organizacionais; entretanto, o modelo indica de maneira ampla o processo que se desenvolve.

    Deve ser salientado aqui que o modelo, tal como proposto, representa possivelmente um dos mais elevados graus de sofisticao e detalhe dentro das atividades de um programa global de segurana,, ou simplesmente, uma abordagem completa do ponto de vista sistmico. A sua adequao e extenso de complexidade, ao ser adaptado s situaes de fato das diferentes realidades empresariais, problema da cpula diretiva, sendo sua definio um compromisso grandemente influenciado pelas disponibilidades (em senso amplo) da empresa, e pela importncia que a mesma reputa Segurana de Sistemas.

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    5.1 Descrio sucinta das Tcnicas de Anlise mencionadas no Modelo

    FIGURA

    1 - Anlise Preliminar de Riscos (APR) - tem o objetivo de estudar, durante a concepo e desenvolvimento precoce do projeto de um produto ou sistema, a existncia de riscos que podero estar presentes no uso operacional. Importante quando no h produtos ou processos similares, e portanto carncia de experincia em riscos.

    2 - Anlise e Reviso de Critrios - uma reviso de todos os documentos com informaes de segurana, envolvidos num produto ou processo (especificaes, normas, cdigos, regulamentos de segurana). A partir da, podem ser elaboradas check-lists, estabelecidas normas consistentes, e designadas tarefas, no desenvolvimento do projeto.

    3 - Anlise da Misso - a anlise de todas as atividades de um sistema completamente desenvolvido operacionalmente, tendo em vista os fatores com potencialidade de dano. Engloba, porm, um ponto de vista mais amplo, considerando igualmente todas as atividades prvias ou anteriores, que levaram operacionalizao do sistema.

    4 - Diagramas de Fluxo - as anlises por diagramao so teis, principalmente para eventos seqenciais; ajudam a conhecer o sistema.

    5 - Sequenciamento de Tempos ou Temporizado - diagramao em que os eventos so lotados numa escala de tempos, ao invs de colocar-se duraes nas flechas da rede.

    6 - Mapeamento - Tcnica til na delimitao de areas perigosas. So exemplo as demarcaes (no solo) em mapeamentos de Rudo Industrial, para controle da exposio ocupacional.

    7 - Anlise do Ambiente - a anlise completa do ambiente em seu senso amplo; engloba higiene industrial, climatologia, riscos metereolgicos, etc.

    8 - Anlise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) uma tcnica que objetiva analisar os equipamentos de uma instalao sob o ponto de vista de ocorrncia de falhas e os efeitos que podem ser gerados bem como definir as modificaes que devem ser feitas para aumentar a probabilidade de que o equipamento funcione de maneira satisfatria.

    9 - Anlise de Componentes Crticos - subsidiria da tcnica anterior, analisa mais atentamente certos componentes e subsistemas de importncia crtica para determinada operao ou processo.

    10 - Anlise de Energia - um dos conceitos bsicos de preveno: o fluxo de energia a causa fundamental dos danos (e riscos) de acidentes. Danos, ou eventos indesejveis, podem sobrevir quando a energia transferida ou perdida de maneira descontrolada. So analisadas as fontes presentes nos