controle de leitura 1 - edward carr, capítulos v e vi

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Introduo aos Estudos das Relaes Internacionais Professora: Danielly Silva Ramos Turma A Victor de S Neves 11/0021185

Durante a leitura do captulo V da obra Vinte anos de crise de Edward Carr, nota-se que o autor d nfase ao modo realista de anlise dos fatos polticos, por meio de uma crtica ao mtodo utpico. De acordo com ele, graas ao pensamento de Maquiavel, pai do realismo, se tornou possvel entender a poltica como um aspecto determinista, uma vez que a prtica que cria a teoria, e no o inverso, como se pensava at ento. Dessa forma, Carr cita outros autores, tais como Hegel e Marx, que na sua concepo so realistas, os quais tentaram enfatizar o carter determinista da histria. Hegel, apesar de pautar esse seu raciocnio em uma lgica metafsica, abriu espao para que outros pensadores comeassem a orientar os seus estudos com o intuito de procurar o que caracteriza a sociedade e, no seu caso, a histria. O melhor exemplo citado no texto o de Marx, que desenvolve sua teoria de acordo com a importncia da esfera econmica e material para a definio das relaes sociais, constituindo, assim, o seu mtodo do materialismo histrico e dialtico. Porm, E. Carr vai citar, tambm, a importncia dos objetivos pragmticos na criao de princpios e pensamentos. Assim, o que ele quer dizer que o desenvolvimento de teorias no s feito a partir de aspectos reais da poltica, mas eles podem ser engendrados para se alcanar certo fim. Com isso, o autor no nega o determinismo, ele apenas vai dizer que, alm disso, h outras motivaes que movem o pensamento poltico. Outra crtica presente no trecho reside na ideia de que os utpicos acreditam que aquilo que bom para si, ser benfico tambm para os outros. Esse pressuposto obtido a partir de generalizaes, as quais desconsideram as diferenas entre interesse individual e coletivo. Aplicado a esfera internacional, esse pensamento diz que o direito universal necessrio para a obteno dos seus interesses particulares. Desse modo, possvel estender essa crtica ao universalismo que alguns utpicos pregam. De acordo com os realistas, como seria possvel criar um nico governo mundial sendo que as divergncias entre os povos so to grandes que torna-se impossvel formar apenas um interesse que reflita o bem comum?

Ao contrrio, durante o captulo VI, Carr vai orientar as suas crticas na direo dos realistas. Para isso, o autor vai dizer que, apesar de ser til para desmascar a tica utpica, o realismo insuficiente para lanar fontes de ao que so necessrias at mesmo para o prosseguimento do pensamento. Carr conclui, ento, que, todo pensamento poltico que almeja algum resultado efetivo deve fazer um equilbrio entre as teses utpicas e realistas para que no se torne ilusrio a ponto de representar apenas uma ideologia inalcanvel e nem esttica a ponto de ignorar o princpio de ao e mudana na poltica.

CARR, Edward Hallett Vinte anos de crise, pg. 117