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Controle de Animais Sinantrópicos em Estabelecimentos de Assistência à Saúde: Proposta de Norma Técnica Isabel de Lelis Andrade Morais Programa de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva Área de concentração: Saúde Coletiva Orientador: Profª. Drª. Maria Amélia de S. M. Veras São Paulo 2007

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Controle de Animais Sinantrópicos em Estabelecimentos de Assistência à Saúde:

Proposta de Norma Técnica

Isabel de Lelis Andrade Morais

Programa de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva

Área de concentração: Saúde Coletiva Orientador: Profª. Drª. Maria Amélia de S. M. Veras

São Paulo 2007

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FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Morais, Isabel de Lelis Andrade

Controle de animais sinantrópicos em estabelecimentos de assistência à saúde: proposta de norma técnica./ Isabel de Lelis Andrade Morais. São Paulo, 2007.

Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de pós-graduação em Saúde Coletiva.

Área de Concentração: Saúde Coletiva Orientador: Maria Amélia de S.M. Veras 1. Vetores de doença 2. Vigilância sanitária/normas 3.

Controle de pragas 4. Serviços de saúde/normas 5. Controle de infecções

BC-FCMSCSP/52-07

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É expressamente proibida a comercialização deste documento tanto

na sua forma impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da tese/ dissertação.

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Dedico este trabalho aos meus pais, Sebastião e Angelina pelos valores transmitidos.

Ao Pedro pelo apoio incondicional

Aos meus filhos Miguel e Rafael, dons especiais.

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Agradecimentos À Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em especial o Departamento de Saúde Coletiva e Pós Graduação pelo desenvolvimento do mestrado profissionalizante. A Professora Doutora Maria Amélia de S. M. Veras pela especial dedicação, incentivo, apoio e sabedoria com que orientou esta pesquisa. A Professora Doutora Rita Barradas Barata pelos valiosos encaminhamentos. Ao Professor Doutor Expedito José de Albuquerque Luna pela leitura de revisão e por todo o apoio. Aos professores da Pós-Graduação em Saúde Coletiva, pela colaboração, em particular aos professores Cássio Silveira, Luiz Carlos Morrone pela participação na elaboração deste trabalho. Aos funcionários do Departamento de Saúde Coletiva pelo zelo e acolhimento, em especial Josephina Maria Caseri (Jô). Aos funcionários da Pós Graduação pela disponibilidade no atendimento e pela atenção dispensada, em especial, Daniel Gomes Ao Instituto Biológico, em particular a Profª. Drª. Ana Eugênia de C. Campos-Farinha e ao Pesquisador Marcos Roberto Potenza pela atenção e cooperação técnica. A Associação Paulista dos Controladores de Pragas Urbanas (APRAG) pelos subsídios técnicos fornecidos. Aos profissionais das instituições de saúde que prestativos disponibilizaram informações que auxiliaram a construção desta pesquisa. A Idê Lula de Matos pela ajuda inestimável e principalmente pelo carinho e apoio nos momentos mais difíceis. Aos colegas do curso pela chance da partilha, que nos enriquece e faz crescer, em especial as amigas Ângela P. Pocol, Simone Santos, Raquel dos Santos, Maria Vaneide Anjos Blanco, Iramaia A. L. Colaiacovo e Karina Wolffenbüttel. A toda a minha família, por ouvir, cuidar, incentivar e tornar tudo mais fácil. A Secretaria de Estado da Saúde pela oportunidade de aprimoramento e pelo financiamento deste Mestrado.

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RESUMO O controle de pragas é necessário em diversos estabelecimentos,

especialmente em serviços de saúde, onde é uma das estratégias para auxiliar o controle de infecções, pois formigas, baratas e moscas podem ser consideradas vetores de doenças, por transportar bactérias patogênicas multi-resistentes. Esta atividade, usualmente emprega praguicidas, cujo uso acarreta danos à saúde em função da sua toxicidade. Este trabalho propõe a utilização das técnicas de controle integrado de pragas (CIP) como medida para reduzir a utilização dos mesmos. O estudo teve como objetivo a elaboração de uma norma técnica específica o controle de animais sinantrópicos nos serviços de saúde. A normativa vigente é ainda limitada e não oferece instruções sobre procedimentos específicos. Ao mesmo tempo verificar a oportunidade da norma com a realização de diagnóstico situacional em um grupo de hospitais, caracterizados segundo a sensibilidade quanto ao cumprimento da norma vigente e quanto à aplicação das estratégias de CIP.

Trata-se de um estudo qualitativo com a realização de pesquisa documental, bibliográfica e empírica para avaliar o controle de pragas em 5 hospitais paulistas selecionados intencionalmente. Foram construídos o Índice de Sensibilidade para o Cumprimento da Norma Vigente que avalia o atendimento a 12 quesitos básicos previstos no regulamento vigente, onde cada resposta afirmativa corresponde a um ponto, com valor máximo de 12; e o Índice de Sensibilidade para Aplicação das Estratégias de CIP que avalia 07 requisitos que representam as estratégias de CIP, no qual cada resposta afirmativa corresponde a 2 pontos, com valor máximo 14.

O Hospital 1 apresentou Índice de Sensibilidade para Cumprimento da Norma Vigente igual a 12, para os hospitais 2 e 3, o índice foi 11, para o hospital 4 foi 9 e para o hospital 5 foi 10. O Índice de Sensibilidade para o Aplicação das Estratégias de controle integrado de pragas foi de 14 para o hospital 1, 1 para o hospital 2, 9 para o hospital 3 e 4 para os hospitais 4 e 5.

O estudo empírico demonstrou que a proposta de norma é oportuna, observou-se um hospital no qual o índice de sensibilidade para a aplicação de técnicas de CIP, atingiu valor máximo (14). Recomenda-se que o hospital se aproprie do conceito de CIP, elabore política de controle de pragas e tenha a iniciativa de exigir a adoção das estratégias do CIP. Às empresas prestadoras de serviço cabe aperfeiçoar suas técnicas para aplicarem o CIP em hospitais.

Palavras-chave: vetores de doença; vigilância sanitária/normas; controle de pragas; serviços de saúde/normas; controle de infecções.

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ABSTRACT

Pest control is a necessary activity in several facilities, especially in the health care services, as one of the strategies to help controlling infections, because cockroaches, ants and flies can be considered vectors of diseases, for carrying multi–resistant bacteria. This activity is frequently based on pesticides, which toxicity can lead to health damage. This work proposes the use of the Integrated Pest Management - IPM techniques as a measure to minimize the current risks of pesticides uses. The main objective of the study was to elaborate legal standards requirements, specifics for pests control in health care settings. The current regulation is limited and dos not include specific procedures. In addition, we assessed the opportunity of such regulation, using a sensitivity index to verify if the health care services were following the current rules and its acceptability for the use of the integrated pest management strategies.

It is a qualitative study with the accomplishment of documental and bibliographic research, and an empiric study to evaluate pest control service in five São Paulo’s hospitals. Two indexes were evaluated, the Index of Sensitivity for the enforcement of the effective norm that evaluates the service according to 12 basic requirements, where each affirmative answer corresponds to one point, with maximum value of 12; and the Index of Sensitivity for Application of IPM Strategies, that evaluates 7 requirements that represent the strategies of IPM, in which each affirmative answer corresponds to two points, therefore with maximum value of 14.

Hospital 1 presented Index of Sensitivity for Enforcement of the Norm of 12, for hospitals 2 and 3 the index was 11, for hospital 4 it was 9 and for hospital 5 it was 10. The Sensitivity Index for the implementation of IPM strategies went from 14 in hospital 1, to 1 in hospital 2, 9 in hospital 3 and 4 in hospitals 4 and 5.

The empiric study has shown that the proposed norm is opportune. It is recommended that the hospital incorporates the concept of IPM and sets policies of pest control and actively demands them when contracting services.

Keywords: disease vectors; health surveillance/standards; pest control; health services/ standards; infections control.

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ÍNDICE APRESENTAÇÃO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 01

1.1 – A presença de Animais Sinantrópicos no Hospital e sua Relação com o Risco de Ocorrência de Doenças....................................................

01

1.2 - A Execução do Serviço de Controle de Pragas................................. 07 1.3 - O Controle Integrado de Pragas......................................................... 09

2. OBJETIVOS............................................................................................... 14 2.1 – Objetivo Geral.................................................................................... 14 2.2 – Objetivos Específicos........................................................................ 14

3. MATERIAL E MÉTODO............................................................................. 15 3.1 – Desenho............................................................................................ 15 3.2 – Conceito............................................................................................. 15 3.3 – Fontes e Tratamento Analítico........................................................... 17 3.3.1 - Pesquisa Bibliográfica........................................................... 17 Tratamento Analítico............................................................. 19 3.3.2 - Pesquisa Documental........................................................... 20 Tratamento Analítico............................................................. 21 3.3.3 - Pesquisa de Campo Exploratória......................................... 22 Tratamento Analítico:............................................................ 24 Construção de Índices de Sensibilidade.............................. 25

4. RESULTADOS - SOBRE A NECESSIDADE DA NORMATIZAÇÃO E SENSIBILIDADE PARA O CONTROLE INTEGRADO..............................................................................................

30 4.1 - Hospitais estudados........................................................................... 30 4.2 - Exigências para a contratação dos serviços...................................... 32 4.3 - Índice de sensibilidade para o cumprimento da norma vigente......... 34

4.4 - Índice de sensibilidade para aplicação das estratégias de controle integrado de pragas....................................................................................

37

4.5 – Comparação entre os índices............................................................ 40 4.6 – Discussão.......................................................................................... 41

5. NORMA TÉCNICA.......................................................... 47 A – Considerações..................................................................................... 47 B – Objetivo................................................................................................ 47 C – Alcance................................................................................................ 47 D – Definições............................................................................................ 48 E - Nível de infestação............................................................................... 49 F - Técnicas de controle integrado de pragas............................................ 49 F.1 – Inspeção............................................................................................ 49

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F.2 – Identificação...................................................................................... 51 F.3 - Aplicação das estratégias de controle integrado de pragas.............. 51 F.3.1 - Medidas corretivas ou técnicas de exclusão................................... 51 F.3.2 - Medidas educativas ou culturais..................................................... 52 F.3.3 - Controle físico................................................................................. 53 F.3.4 - Desinfestantes ou praguicidas........................................................ 53 F.4 - Avaliação e comunicação.................................................................. 54

G - Considerar as particularidades dos estabelecimentos de assistência à saúde – Abordagem ampla.....................................................................

55

G.1 - A complexidade estrutural e os detalhes da construção................... 55 G.2 - As características do entorno ou propriedades adjacentes............... 57 G.3 - As portas de entrada......................................................................... 58 G.4 - O fluxo de alimentos.......................................................................... 58 G.5 - A complexidade organizacional......................................................... 60 G.6 - Locais onde normalmente há ocorrência de pragas no hospital....... 60 G.6.1 - Vestiários e depósitos de materiais de limpeza – DML.................. 60 G.6.2 - Centro Cirúrgico. .......................................................................... 60 G.6.3 – Hemodiálise................................................................................... 61 G.6.4 - Unidade de Terapia Intensiva......................................................... 61

G.6.5 - Áreas de depósito de lixo e áreas intermediárias relacionadas com a coleta do lixo....................................................................................

61

G.6.6 - Áreas de recebimento de materiais................................................ 61 G.6.7 - Serviço de verificação de óbito....................................................... 62

G.6.8 - Lavanderia e locais relacionados com a recepção de roupas sujas..........................................................................................................

62

G.6.9 - Pronto Socorro............................................................................... 62 G.6.10 - Laboratório de Análises Clínicas.................................................. 62

H - Medidas de Controle a serem implantadas de acordo com a praga identificada..............................................................................

62

H.1 – Moscas.............................................................................................. 63 H.2 – Baratas.............................................................................................. 65 H.2.1 - Barata alemã ou baratinha (Blattella germânica)........................... 65 H.2.2 - Barata Americana (Periplaneta americana).................................... 66 H.3 – Formigas........................................................................................... 70 H.4 – Roedores.......................................................................................... 73

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 78 ANEXOS.................................................................................................... 89

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APRESENTAÇÃO

“Não há um caminho único para toda pesquisa, existem múltiplos caminhos, existem múltiplos pontos de chegada. Pesquisar é viajar, partir em busca do conhecimento”.

“Escolher o caminho da pesquisa é escolher um estilo de vida, e é sua experiência, em muitos casos, a fonte de seleção de seu tema, sua maior fortaleza para desenvolver um bom projeto de pesquisa”.

TOBAR & YALOUR, 2001

O trabalho cotidiano na Secretaria de Estado da Saúde,

particularmente na Divisão Técnica de Produtos Relacionados à Saúde –

DITEP, do Centro de Vigilância Sanitária, motivou a escolha do tema: as

empresas prestadoras de serviço de controle de pragas urbanas.

A atuação por quase dez anos na direção técnica do Grupo de

Saneantes Domissanitários possibilitou o conhecimento do arcabouço legal

que regulamenta a fabricação, comercialização e uso dos produtos

denominados pela legislação sanitária vigente, saneantes domissanitários,

uma classe de produtos bastante diversificada, que inclui sabões,

limpadores, desinfetantes, produtos biológicos e os inseticidas.

Os inseticidas ou desinfestantes domissanitários, são substâncias

químicas que tem ação fisiológica sobre os organismos vivos, e a

importância de seu uso deve ser equilibrada pela informação dos efeitos que

os mesmos podem causar nas pessoas, nos animais domésticos e no meio

ambiente. Há necessidade, portanto de dispositivos legais, que controlem a

sua fabricação, rotulagem, distribuição, e principalmente, o uso dos mesmos

pelas empresas controladoras de pragas urbanas.

A Legislação Federal regula o estabelecimento fabricante e o

praguicida, enquanto as empresas especializadas na aplicação dos mesmos

estão sujeitas à ação regulatória do nível estadual, a quem compete o

licenciamento e a verificação das condições de funcionamento das mesmas.

O atendimento às demandas encaminhadas para o grupo técnico,

como consultas, reclamações, solicitação de orientação para elaboração de

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edital para a contratação deste serviço pelo poder público permitiram

conhecer melhor a prática dessas empresas.

Inicialmente realizamos estudo, onde os riscos à saúde presentes

nessa atividade foram evidenciados. A construção de material técnico com o

tema “empresa prestadora de serviço de controle de vetores e pragas

urbanas” compôs o elenco de assuntos tratados no Curso Básico de

Vigilância Sanitária nos anos de 1998 e 1999 e possibilitou a capacitação

dos profissionais de vigilância sanitária considerando a descentralização das

ações no âmbito do SUS. O roteiro de inspeção (Resolução 196) para as

empresas controladoras de pragas urbanas foi o instrumento que auxiliou a

realização das mesmas, uma vez que aborda aspectos referentes às

instalações físicas, armazenamento e manipulação, transporte, aplicação,

saúde ocupacional, controles e cuidados relacionados ao manuseio de

inseticidas e raticidas.

A terceirização dessas atividades no serviço público de saúde, para

empresas privadas, aumentou significativamente o número de empresas

prestadoras deste serviço, e a atuação concomitante de atividades de

higiene e conservação predial geraram a necessidade de atualizar os

regulamentos vigentes. O Decreto Estadual nº. 12.479 de 18 de outubro de

1978, denomina Empresas Aplicadoras de Saneantes Domissanitários, os

estabelecimentos que executam desinsetização e desratização o que gerava

dificuldades na interpretação, pois esta denominação levava a

questionamentos sob o enquadramento das empresas limpadoras no regime

de vigilância sanitária por executarem serviços de limpeza de ambientes, de

caixas d’água, etc., e utilizarem detergentes e desinfetantes, que também

estão incluídos na definição de saneantes domissanitários. Houve inclusive a

exigência de apresentação de Licença de Funcionamento para a

participação em licitações públicas.

A necessidade de revisão Decretos Estaduais foi imperiosa. Iniciamos

então os trabalhos no sentido de propor Norma Técnica para orientar esta

prestação de serviço.

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Os primeiros passos foram no sentido de conhecer a prática de

trabalho de algumas empresas e visitar a associação que representa o setor,

para colher subsídios para a elaboração do estudo. Outra tarefa foi a revisão

das normas existentes em outros estados da federação. Identificamos a

existência de instrumentos normativos nos estados de Minas Gerais e Rio de

Janeiro. Neste último realizamos um estudo pormenorizado dos

regulamentos da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente –

FEEMA.

A Norma Técnica para Empresa Prestadora de Serviço em Controle

de Vetores e Pragas Urbanas, foi aprovada pela Portaria CVS nº. 9,

publicada em 21/11/2000. A norma incluiu o roteiro de inspeção acima

citado.

Esta trajetória permitiu vislumbrarmos novas exigências. A normativa

vigente ainda é genérica. Identificamos a necessidade de um enfoque

particularizado, considerando as especificidades dos estabelecimentos onde

o controle de pragas é executado. Por exemplo, os hospitais,

estabelecimentos prioritários quando se trata de riscos à saúde para a

construção deste olhar particularizado, pois para salvaguardar a vida seus

usuários as ações devem ser cercadas do mais rigoroso controle.

Nesta pesquisa, o caminho para a aproximação do objeto de estudo

foi trilhado a partir da experiência vivida no trabalho e seguiu o conselho

dos autores de “Como fazer teses em saúde pública”, Tobar e Yalour:

“Aproveite sua experiência vivida e por viver para formular hipóteses, indo do

vivido ao pensamento e do pensamento ao vivido, em uma relação constante”.

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1. INTRODUÇÃO

1.1 A PRESENÇA DE ANIMAIS SINANTRÓPICOS NO

HOSPITAL E SUA RELAÇÃO COM O RISCO DE OCORRÊNCIA DE

DOENÇAS

No ecossistema, todas as comunidades de seres vivos se inter-

relacionam de maneira equilibrada. Os insetos não são pragas do ponto de

vista ecológico, têm função definida na cadeia alimentar e na escala

evolutiva (1). As alterações provocadas no ambiente pela urbanização

favoreceram o desenvolvimento de espécies animais que seguiram o

homem, a despeito da vontade deste, atraídas pelas facilidades de abrigo e

alimentação. São os animais sinantrópicos (ratos, baratas, pombos,

morcegos, pulgas, carrapatos, etc.) (1,2).

Pela dominação sinantrópicos (do latim sin + antropos = próximos ao

homem), entende-se os animais que, nos pólos de concentrações humanas

como os centros urbanos, cidades, vilas e outros, possuem a característica

de adaptação, sobrevivência e proliferação em ambiente não similar ao seu

de origem (3). O crescimento desordenado das grandes cidades com

sistemas de saneamento, distribuição de água potável, tratamento de esgoto

e coleta do lixo produzido insuficientes para atender à demanda favoreceram

o desenvolvimento de animais sinantrópicos. Estes animais afetam a

qualidade de vida da espécie humana pela possibilidade de causar prejuízos

de ordem econômica, como à agricultura, ao armazenamento de alimentos,

danos a estruturas residenciais ou à saúde pública, pois estão relacionados

a diversas patologias e nesse contexto passam a constituir-se em pragas (3,4).

As formigas, entre os artrópodes estão entre os animais que melhor

se adaptaram ao ambiente urbano, as denominadas tramp species, ou

formigas andarilhas. Estas espécies vivem em associação com o homem e o

acompanham em suas atividades como o comércio, em especial o marítimo,

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o que permitiu a sua disseminação (1). Esses insetos podem causar sérios

problemas quando a infestação se dá em indústrias de alimentos,

restaurantes, zoológicos, biotérios, museus, cabines de eletricidade e

centrais telefônicas. Também constituem perigo potencial à saúde pública,

especialmente quando a infestação ocorre em hospitais, pois atuam como

vetor mecânico, ou seja, apresentam a capacidade de transportar

microrganismos patogênicos (5). Em 1972, este fato foi demonstrado, na

Inglaterra, por Beatson (6). Em 1990, pesquisadores isolaram bactérias

patogênicas em formigas que infestavam unidades neonatais e cozinhas em

Trinidad, Índias Ocidentais (7).

Estudo realizado por Bueno & Fowler, em 1994, verificou que a

mirmecofauna de 15 hospitais brasileiros é composta de 10 a 23 espécies

exóticas, sendo as principais: Tapinoma melanocephalum, Monomorium

floricola, M. pharaonis, Paratrechina longicornis e Pheidole megacephala. A

introdução destas espécies em nosso país é preocupante, especialmente

quando tratamos de ambientes hospitalares, pois são condutoras mecânicas

de agentes patogênicos (8).

Discorrendo sobre o comportamento das formigas urbanas,

levantamentos realizados por Bueno & Campos Farinha, em 1999, em sete

hospitais do estado de São Paulo, demonstraram que o índice de infestação

por formigas variou de 16% a 61% nos pontos amostrados. Que em um

grande hospital da região sudeste 15 a 20% das formigas coletadas, ao

serem examinadas apresentaram bactérias patogênicas. Os berçários e as

UTIs foram as alas com maiores índices de infestação. As formigas mais

comuns foram de duas das espécies exóticas: T. melanocephalum e P.

longicornis (2).

Pesquisa realizada em 2000 no Conjunto Hospitalar de Sorocaba

verificou que as bactérias carreadas pelas formigas apresentaram níveis de

resistência aos antibióticos mais elevados do que as bactérias recuperadas

do ambiente (9). Ainda no município de Sorocaba, neste mesmo ano,

Zarzuela e colaboradores avaliaram a distribuição de espécies de formigas

em hospital pequeno, com 22 leitos. O levantamento identificou 10 espécies,

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a mais abundante foi M. floricola seguida de P.longicornis. A distribuição das

espécies de formigas envolveu os seguintes setores do hospital: quiosque,

quimioterapia, lavanderia, UTI, enfermaria, refeitório, sala infantil e agência

transfusional (10).

Em investigação conduzida em três hospitais, em Campos dos

Goytacazes – RJ, no período de 2001 e 2002, Moreira et al., identificaram

quatro espécies de formigas T. melanocephalum (63,1%), P. longicornis

(21,1%), e M. pharaonis (10,5%) e Solenopsis saevissima (S.Smith) (5,3%)

como carreadoras de 21 morfoespécies de bactérias. Entre as bactérias

isoladas algumas foram consideradas multiresistentes, incluindo os gêneros

Acinetobacter, Streptococcus, Gemella e Klebsiella (11).

Pesquisa realizada no período de 2001 a 2005, no hospital escola da

Universidade Federal do Triângulo Mineiro estudou patógenos associados a

formigas e verificou a presença de três espécies: T. melanocephalum,

Pheidole sp e P. longicornis. Os principais microorganismos encontrados

foram Staphylococcus sp, bacilo Gram-positivo, Pseudomonas sp e

Micrococcus sp (12).

O papel das baratas como vetor de microrganismos é bem conhecido (13). Trabalhos realizados por Fotedar et al. em 1991 (14) e Elgderi em 2006 (15) isolaram bactérias, parasitas e fungos de importância médica em baratas

(Blattella germânica) coletadas em hospitais, e inclusive demonstraram a

presença de bactérias resistentes a antimicrobianos.

Estudo realizado em 90 hospitais em Taiwan verificou infestação em

42 deles. Foram isoladas 33 espécies de bactérias e 16 espécies de fungos

de Periplaneta. americana. Esta espécie foi observada com maior freqüência

em áreas de apoio, e em áreas clínicas houve prevalência da espécie B.

germânica, das quais foram isoladas 23 espécies de bactérias e 12 espécies

de fungos. Constatada a resistência bacteriana a ampicilina, cloranfenicol,

tetraciclina e sulfametoxazol e trimetopim (16).

Pesquisa realizada na universidade de Campinas, Thyssen e

colaboradores, em 2003, constataram a presença de diversas formas e tipos

parasitários na superfície externa do corpo de baratas da espécie P.

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americana o que reforça o papel desse inseto como veiculador de patógenos (17).

Pesquisa publicada em 2002, realizada pelo Instituto de Patologia

Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiânia coletou

baratas nas copas do centro cirúrgico e das enfermarias, na lanchonete e no

serviço de nutrição e dietética de hospital público. O resultado demonstrou

crescimento bacteriano em 91 das 103 baratas analisadas. A distribuição e

respectiva freqüência dos microrganismos foram: 97% de fungos, 56% de

enterobactérias, 18% de estafilococos coagulase negativos e 3% de bacilos

Gram negativos. Foram identificadas 15 espécies de enterobactérias. As

mais freqüentes foram Klebsiella pneumoniae (17%); Enterobacter

aerogenes (14%); Serratia marcescens (13%); Hafnia alvei (12%);

Enterobacter gergoviae; E. cloacae (9%); e Serratia spp. (6%). Foi testada a

susceptibilidade a antimicrobianos e tanto as enterobactérias quanto os

estafilococos coagulase negativos apresentaram uma resistência

significativa aos mesmos, inclusive à oxacilina (18).

A presença de fungos patogênicos foi constatada em baratas

coletadas na unidade de terapia intensiva de instituição de saúde de

Goiânia. Em pesquisa realizada por Lemos e colaboradores, em 2006 (19) os

principais fungos isolados foram das espécies de Cândida, Aspergillus e

Penicillium. Nesta mesma instituição, Prado et. al., avaliaram a resistência

antimicrobiana de bactérias isoladas de P. americana e verificaram que entre

as enterobactérias, 96% eram resistentes a gentamicina, 84% a ampicilina,

75,3% a cefalotina, 66,7% ampicilina-sulbactam, 50% a aztreonam e 30% a

cloranfenicol. Dos estafilococos coagulase negativos, 61% eram resistentes

à oxacilina (20).

Além da atuação como vetor mecânico, as baratas estão associadas

à asma. Elas produzem alérgenos potentes que induzem a formação de IgE

específica e provocam asma em indivíduos geneticamente susceptíveis, em

especial crianças e idosos, quando expostos (21-23).

A importância das moscas para a saúde pública baseia-se em seu

comportamento sinantrópico, comunicativo (contato com a matéria orgânica

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contaminada, o alimento e utensílios) e endofílico (penetração e

permanência no intradomicílio). Entre as moscas de interesse médico-

sanitário destacam-se as famílias Muscidae e Calliphoridae (24).

No Brasil, as espécies importantes são a Musca domestica L.

(Muscidae) e a varejeira exótica Chrysomya megacephala, (Calliphoridae),

introduzida no país recentemente, entre 1970 e 1980. Os adultos de C.

megacephala são freqüentes em sacos de lixos domiciliares, terrenos

baldios e comércio de alimentos. Esta espécie costuma defecar ao mesmo

tempo em que regurgita para se alimentar (um vômito de saliva para digerir

externamente os alimentos sólidos e depois sugá-los), contaminando os

alimentos. As fêmeas de C. megacephala colocam seus ovos,

intensivamente nas carcaças de animais (24).

Pesquisa conduzida por Fotedar et al. constatou que as moscas

(Musca domestica) são vetores de linhagens resistentes de Klebsiella spp

(na maioria Klebsiella pneumoniae). Os antibiogramas demonstraram que

82% das bactérias isoladas das moscas capturadas no ambiente hospitalar e

96,3% das bactérias isoladas das feridas dos pacientes eram resistentes a

quatro ou mais antibióticos comumente utilizados, em contraste com o grupo

controle, onde somente 8,7% das bactérias isoladas demonstraram

resistência antimicrobiana. O grupo controle foi composto de igual número

de moscas capturadas em residências localizadas a 5 km do hospital. A

diferença foi significativa (p< 0,001) (25).

Em Misurata na Líbia, estudo de Rahuma e colaboradores, publicado

em 2005 comparou bactérias isoladas de moscas domésticas coletadas na

rua, em abatedouro e em hospital. Estes pesquisadores analisaram a

suscetibilidade das mesmas aos antibióticos, constataram que as espécies

do gênero Enterobacter isoladas de moscas coletadas no hospital foram

significativamente mais resistente a antibióticos que as espécies deste

gênero isoladas das moscas capturadas nas ruas ou abatedouro. As

espécies do gênero Pseudomonas isoladas, demonstraram resistência a

antibióticos múltiplos, independente do local de coleta das moscas. Em duas

amostras de Staphylococcus aureus, ambas provenientes de moscas do

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hospital verificou-se resistência à meticilina. Os resultados deste estudo

parecem indicar que as moscas transportam patógenos do hospital para

comunidades circunvizinhas e vice-versa (26).

As espécies da família Calliphoridae causam miíases nos animais e

no homem. Beckendorf et al., apresentam relato curioso de miíases em dois

pacientes comatosos em unidade de terapia intensiva, ocorrido em 1998. O

acontecimento foi decorrente de infestação de roedores (Mus musculus) na

cantina do hospital. A empresa de controle de pragas instalou iscas com

anticoagulantes e placas adesivas. As carcaças dos animais não foram

removidas e atraíram as moscas que nelas depositaram seus ovos. Os

adultos gerados caracterizaram a infestação que ocasionou as miíases (27).

Trabalho realizado por Carvalho avaliou a eficácia de armadilhas na

captura de moscas. As armadilhas foram instaladas em áreas próximas a

lixeira hospitalar e detectaram a presença de diversificado número de

famílias: Calliphoridae, Cecidomyiidae, Chlopidae, Drosophilidae, Empididae,

Fanniidae, Muscidae, Phoridae, Piophilidae, Psychodidae, Sarcophagidea,

Sciaridae (28).

Os estudos mencionados demonstram a necessidade de controle

efetivo de pragas nos estabelecimentos de assistência à saúde, pois a

presença de artrópodes está relacionada claramente com a ocorrência de

infecção hospitalar (29).

O guia de orientações para o controle de infecção hospitalar do

Center for Disease Control and Prevention – CDC – recomenda o Controle

de Pragas. Enfatiza que áreas como cozinha, lanchonetes, lavanderia,

central de esterilização, centro cirúrgico, áreas de recebimento e expedição

de produtos, e àquelas que estão em construção são propensas a

infestações e, portanto devem ser priorizadas. O CDC também recomenda

que o prestador de serviço de controle de pragas seja habilitado e preste

serviço sob medida para o estabelecimento hospitalar (30). É importante

destacar que a expressão “sob medida” utilizada pelo CDC indica que a

instalação deve ser minuciosamente examinada, a fim de serem

identificadas as melhores formas de tratamento.

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1.2 A EXECUÇÃO DO SERVIÇO DE CONTROLE DE PRAGAS

A execução do serviço de desinsetização exige abordagem técnica

criteriosa e uma série de cuidados para o controle efetivo das pragas. Nas

áreas urbanas, principalmente, os métodos baseados exclusivamente no

efeito residual dos inseticidas colocam em risco a saúde da população.

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O universo de atuação das empresas prestadoras de serviços de

controle de vetores e pragas urbanas é muito diversificado, composto por

estabelecimentos com as mais variadas atividades econômicas: indústrias,

comércio de alimentos, hospitais, escolas, hotéis, creches, transporte

coletivo e residências. Para garantir a segurança dos usuários é necessário

que a prestação do serviço seja adaptada à atividade desenvolvida e

considere a população exposta.

Dada a grande diversidade de locais a serem tratados ampliam-se as

possibilidades de ocorrência de agravos.

A preocupação em estabelecer medidas para minimizar os riscos

associados à utilização de inseticidas, é maior quando envolve crianças.

Estudo de Rohrer et al., publicado em 2003, demonstrou a transferência de

inseticidas do piso de residência para alimentos quando crianças permitem o

contado dos mesmos com as superfícies antes da ingestão (33).

O hospital é o outro grande desafio para a prestação de serviço de

controle de pragas. O emprego de grande variedade de inseticidas é comum

para o tratamento das diversas áreas que compõem o ambiente hospitalar,

como cozinha, restaurantes, lanchonetes, áreas públicas, escritórios e

quartos de paciente. Os usuários podem ser expostos a inseticidas, em

especial pacientes, que em função da doença pré-existente são menos

resistentes aos efeitos tóxicos dos mesmos, além do risco de que a

toxicidade dos produtos possa complicar o quadro mórbido pré-existente.

Além disso, a exposição a inseticida pode ocasionar sintomas, como dor de

cabeça, náusea e diarréia, que podem interferir no diagnóstico da doença de

base ou, inversamente, os sintomas de intoxicação aguda podem se

confundir com os da doença pré-existente e assim não serem identificados

(34).

Embora os inseticidas apresentem graus variados de toxicidade,

todos são tóxicos. Os riscos associados à utilização de inseticidas são

amplamente estudados, são inúmeros os estudos científicos que ilustram os

efeitos danosos para a saúde (35-37). Destacamos que este trabalho não

tratará esse assunto, bem como não será objeto do mesmo a descrição das

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diferentes classes de desinfestantes, toxicidade, características da

intoxicação, e cuidados para o manuseio.

A United States Enviromental Protetion Agency - USEPA demonstra a

preocupação em minimizar a exposição de crianças a praguicidas e elaborou

para este fim, guia para implantação do Manejo Integrado de Pragas em

escolas, como método alternativo para diminuir a dependência de inseticidas

(38). Vários estados americanos adotaram esta prática. O Estado de Michigan

foi um dos que tornaram obrigatório o Manejo Integrado de Pragas em

escolas, através do Regulamento nº. 637 de 1995 do Departamento de

Agricultura (39). Trata-se de emenda da lei Natural Resources And

Environmental Protection Act 451 de 1994 (40). Este regulamento inclui os

estabelecimentos de assistência à saúde e outros edifícios públicos e

estende aos mesmos a necessidade de adotarem o Manejo Integrado de

Pragas.

Esta regra exige que antes da aplicação de inseticidas o prestador de

serviço tenha sido certificado pelo Departamento de Agricultura através de

treinamento que contemple o “Programa de Manejo integrado de Pragas”,

além da apresentação do programa para implantação do Manejo Integrado

de Pragas no hospital, que deve ser desenhado especificamente para a

instituição a ser tratada (41-42).

A conduta do Estado de Michigan de estender a exigência da prática

do manejo integrado para estabelecimentos de saúde foi à inspiração para

este trabalho, pois demonstra que a implantação do Manejo Integrado de

Pragas em hospitais é viável.

1.3 O CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS

Crocomo relata que o controle químico de pragas teve início em 1870

com o aparecimento do inseticida verde Paris, cuja substância ativa é o

acetoarsenito de cobre (43-44).

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No final do século XIX e no período após a 2ª Guerra Mundial, a

química orgânica industrial se desenvolveu muito e surgiram diversos

produtos, resultando em grande acúmulo de conhecimento nesta área (43).

A rapidez de ação e eficiência de produtos químicos na aparente

solução de inúmeros problemas da sociedade da época fez com que se

depositasse crédito excessivo sobre a química e suas possibilidades de uso (43).

Destacam-se as informações da Organização Mundial da Saúde

(OMS) (45), de que a elaboração de inseticidas de efeito residual prolongado,

durante o decênio de 1940 a 1950, proporcionou um método único de

controle vetorial com relação custo e benefício extremamente elevada.

Gebara (46) afirma que os resultados foram parciais e temporários,

devido à manifestação de resistência. Em 1980 foi detectada a resistência

dos mosquitos ao DDT e seus metabólitos.

Acrescenta-se ao problema da resistência, o acúmulo dos inseticidas

organoclorados na cadeia alimentar, dada a alta estabilidade química e

solubilidade dos mesmos, em compostos graxos presentes em toda a cadeia

alimentar. Os efeitos tóxicos e os danos causados ao meio ambiente

impulsionaram o desenvolvimento de novas tecnologias que racionalizassem

a utilização de inseticidas.

A National Academy of Sciences, citada por Gebara (46), informa que

“o controle integrado, como é chamado hoje, teve início há

aproximadamente 60 anos e em lugares distintos como Alemanha, Nova

Escócia e Califórnia” (p. 435).

Pickett et al. em 1946, citado por Gebara (46) menciona que “na Nova

Escócia, concluíram que conceitos e métodos ecológicos deveriam ser

aplicados para o problema do controle de insetos, por exemplo,

compreendendo a dinâmica e a ecologia da população alvo, pode-se utilizar

métodos de controle confiáveis não somente com praguicidas, mas também

com inimigos naturais” (p. 435).

Em um trabalho que trata da evolução da terminologia do Manejo

Integrado de Pragas, Crocomo (43) cita explicitamente Geier & Clark, que em

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1961 lançaram “a idéia de manejar as populações de insetos”; Geier, que em

1970 “propôs o termo Manejo de Pragas para designar o controle de insetos

em bases ecológicas”;

“Em 1976, Smith et al. introduziram o termo Manejo Integrado de

Pragas e propuseram a utilização desta técnica para qualquer tipo de

problema limitador da produção agrícola decorrente da competição

interespecífica (patógenos, insetos, nematóides, plantas invasoras, etc.)”,

citado por Crocomo (43).

As citações acima ilustram que o início do desenvolvimento do

Manejo Integrado de Pragas ocorreu no contexto agrícola. Contudo esta

prática pode ser estendida ao meio urbano e aplicada para minimizar a

utilização de praguicidas que colocam em risco a saúde da população.

A efetividade do manejo integrado de pragas no meio urbano foi

demonstrada em pesquisa realizada por Brenner e colaboradores, em Nova

York, a qual avaliou a diminuição da infestação de baratas em residências.

Neste trabalho foram estudadas duas comunidades, em uma delas foi

realizada a intervenção e a outra foi considerada grupo controle. A

intervenção consistiu na aplicação das técnicas de Manejo Integrado de

Pragas com a educação individual e utilização de medidas preventivas,

barreiras mecânicas, reparos da edificação, específicas para cada

residência. A comunidade controle não recebeu intervenção para o controle

de pragas, somente tratamento de prevenção de danos. Os grupos eram

similares de acordo com as características demográficas e sócio-

econômicas. Armadilhas adesivas foram utilizadas para demonstrar o nível

de infestação no início do estudo e seis meses depois. Os resultados obtidos

evidenciaram a redução significativa da população de baratas (de 80,5 para

39%) nas residências onde foram aplicadas as técnicas de Manejo Integrado

de Pragas, comparada com o grupo controle, onde o nível de infestação

praticamente não se alterou (de 78% para 81,3%). Neste estudo o custo da

aplicação do Manejo Integrado de Pragas foi semelhante ao custo do

tratamento tradicional com produtos químicos (47).

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Outro fator a ser considerado é que as pragas desenvolvem

resistência aos inseticidas. Pesquisa realizada por Pai e colaboradores, em

Taiwan, constatou este fenômeno em baratas alemãs coletadas em

residências e em hospitais. Este fato revela a fragilidade da técnica de

controle de pragas baseada exclusivamente na aplicação de produtos

desinfestantes (48).

Os trabalhos recentes destacam cada vez mais que o controle de

pragas não deve se restringir ao controle químico, e sim integrar diversas

medidas que no conjunto minimizem a sua utilização, as chamadas

estratégias de controle integrado de pragas. A implantação de uma

estratégia de Manejo Integrado de Pragas em hospitais não é tarefa simples,

mas sua importância justifica um esforço neste sentido (49-50).

O controle integrado de pragas é uma das estratégias que pode

auxiliar as instituições de saúde no controle de infecções hospitalares (51).

A Associação Americana de Saúde Pública (52) destaca a importância

da prática do controle integrado de pragas nas ações de vigilância e controle

de doenças.

A Portaria CVS nº. 09/2000 (32), que aprovou a Norma Técnica para

Empresa Prestadora de Serviço em Controle de Vetores e Pragas Urbanas,

apesar de regulamentar a prestação de serviço de controle de pragas, não

considera as particularidades físico-funcionais de estabelecimentos

específicos como escolas e hospitais. A referida portaria introduz o conceito

de Manejo Integrado de Pragas, sob a denominação de Controle Integrado

de Pragas, no capítulo de definições. Esta norma tem como objeto a

regulação das condições de funcionamento e prevê os quesitos necessários

para a habilitação da empresa, não aborda, portanto o “como fazer”, a

tecnologia empregada na prestação do serviço. Daí a proposta de explorar

as técnicas de controle integrado de pragas e construir normativa que

estabeleça como exigência as referidas técnicas quando a prestação de

serviço se destinar a estabelecimentos de assistência à saúde.

Este estudo se propõe a elencar ações, normas de conduta e

procedimentos relacionados com a prestação de um serviço mais seguro de

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controle de pragas no ambiente hospitalar. Tais informações irão subsidiar a

elaboração de norma técnica específica para as empresas prestadoras deste

serviço em estabelecimentos de assistência à saúde. A norma técnica

específica é meio para orientar a execução desta atividade no hospital, pois,

propõe minimizar a utilização de desinfestantes e ao mesmo tempo

assegurar a qualidade do serviço prestado.

Desta forma esta pesquisa tem como objetivos identificar e organizar

as informações para a implantação desta prática em hospitais.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar Norma Técnica específica para a prestação de serviço de

controle de animais sinantrópicos em estabelecimentos de assistência a

saúde.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Verificar a necessidade e oportunidade de uma proposta

de normativa por meio da realização de diagnóstico situacional dos hospitais

objeto do estudo quanto à realização do controle de vetores e pragas, como

este serviço é contratado e prestado.

• Analisar a sensibilidade da prestação de serviço de

controle de pragas nos hospitais, quanto ao cumprimento da norma vigente

e quanto à aplicação das estratégias de controle integrado.

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3. MATERIAL E MÉTODO

3.1 DESENHO

Para atender aos objetivos propostos, de acordo com o referencial

descrito por Mariconi e Lakatos (53), foi realizado um estudo qualitativo, que

inclui técnicas da documentação indireta, por meio

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aprovou a Norma Técnica para Empresa Prestadora de Serviço em Controle

de Vetores e Pragas Urbanas, vigente em nosso estado (32). Abaixo

transcrevemos o item 3.8, que apresenta esta definição.

“3.8 - Controle Integrado de Pragas ou Gerenciamento Integrado” “É um sistema que incorpora ações preventivas e corretivas destinadas a impedir que vetores e pragas ambientais possam gerar problemas significativos. Visa minimizar o uso abusivo e indiscriminado de praguicidas. É uma seleção de métodos de controle e o desenvolvimento de critérios que garantam resultados favoráveis sob o ponto de vista higiênico, ecológico e econômico”.

“Medidas preventivas - compreendem as Boas Práticas de Fabricação/Operação e os trabalhos de educação e treinamento, visando evitar infestações”.

“Controle Químico - é aquele que visa eliminar as pragas a partir da utilização de praguicidas (desinsetização e desratização)”. “O controle químico, apesar da ênfase maior em ações preventivas, também está presente, mas tem papel coadjuvante, complementar às orientações de limpeza e higiene”.

“Medidas Corretivas - compreendem a implementação de barreiras físicas e armadilhas, sendo que tais medidas são complementadas pelo Controle Químico”.

As expressões Manejo Integrado de Pragas (MIP) e Controle

Integrado de Pragas (CIP) são equivalentes, conforme explicitado nas

citações acima.

As técnicas de controle integrado de pragas apresentadas no manual

técnico da associação americana de empresas controladoras de pragas, a

National Pest Management Association (54) e as informações do Guia Científico

Truman para Operações de Controle de Pragas de Bennett e colaboradores (55) permitiram identificar os elementos que de maneira sintética foram

utilizados para representar as técnicas de controle integrado de pragas, as

quais estão relacionadas a seguir:

1 Inspeção (diagnóstico prévio, relatório e um técnico competente)

2 Identificação das pragas existentes

3 Estratégias de controle

• Medidas corretivas ou técnicas de exclusão: barreiras

físicas, reparos estruturais, calefação de frestas e outros.

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• Medidas educativas ou medidas culturais: eliminação de

fontes de água e alimento, hábitos dos usuários e higiene.

4 Avaliação: Monitoramento, inspeções regulares e registros.

3.3 FONTES E TRATAMENTO ANALÍTICO

3.3.1 - Pesquisa Bibliográfica

A investigação teve início com a busca sobre controle de pragas, os

critérios para a seleção do prestador de serviço de controle de pragas, o

controle de pragas e o hospital, em especial sua relação com o controle de

infecções hospitalares. E ainda, foram estudadas outras literaturas

necessárias ao entendimento do tema como características das espécies,

ciclo de vida, inseticidas e os cuidados para sua utilização.

A pesquisa bibliográfica foi realizada através da busca de artigos de

revistas científicas nacionais e internacionais sobre o objeto de estudo, sem

restrição de período, em bases de dados indexadas como MEDLINE,

SCIELO e BVS - Biblioteca Virtual em Saúde, tendo sido utilizadas os

seguintes descritores em português e inglês: “controle e sinantrópicos”,

“como escolher a controladora de pragas”, “formigas e hospital”, “asma e

baratas”, “controle de praga em hospital”, “nosocomial infection and ant”,

“insects and vectors”, “pest control and how to choose a pest control, and

housekeeping”, “cockroaches and hospital”, “cockroaches and nosocomial

infections”, “hospital and infections and cockroaches”, “pest control and

cockroaches” e “houseflies and hospital”.

A identificação dos primeiros artigos a partir do título permitiu a

seleção de novas publicações a partir da lista de artigos relacionados

disponibilizados nas bases de dados. A pesquisa foi complementada com

novas buscas a partir dos autores. Além disso, também foram realizadas

investigações nos acervos das bibliotecas da Faculdade de Ciências

Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e na Faculdade de

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Saúde Pública. Nesta última, também foi utilizado o banco de dados

bibliográficos da USP, que reúne informações das bibliotecas do Sistema

Integrado de Bibliotecas da USP, com revistas eletrônicas e acesso a textos

completos, além de teses de doutorado, dissertação de mestrado e

monografias disponibilizadas pelas universidades USP, UNESP e FIOCRUZ.

Também foram selecionados artigos disponíveis na home page do Centro de

Estudos sobre Insetos Sociais, da Unesp de Rio Claro.

A investigação também incluiu informações obtidas em sites

institucionais como a Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro e a

CETESB.

A seleção dos artigos considerou aqueles que demonstraram que as

pragas presentes em estabelecimentos de saúde são vetores mecânicos de

microrganismos patogênicos. As pesquisas referentes ao manejo de pragas

na agricultura foram desconsideradas e também aquelas que tratavam do

manejo de vetor específico de determinadas doenças, como malária, doença

de Chagas e outras.

Realizada também pesquisa no acervo da Associação Paulista dos

Controladores de Pragas Urbanas (APRAG) e do Instituto Biológico. Neste

último foram estudados livros técnicos, anais de congressos e monografias

de conclusão do curso de Especialização em Entomologia Urbana da

UNESP.

Nesses acervos foram encontradas publicações específicas, livros e

manuais, dos quais foram selecionados os principais textos que auxiliaram a

elaboração da norma técnica proposta, referentes às medidas preventivas e

alternativas para o controle com a identificação dos passos para a

implantação do controle integrado de pragas. Não foram consideradas as

informações sobre a anatomia e diversidade das espécies, equipamentos

utilizados para a aplicação de desinfestantes, segurança ocupacional,

toxicidades dos produtos inseticidas.

Ainda como material técnico específico foram pesquisadas as

publicações da Organização Mundial de Saúde do Comitê de Especialistas

em Biologia de Vetores e Controle e foram eleitas às informações relativas

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ao histórico da utilização de inseticidas e as medidas preventivas passíveis

de serem adotadas no ambiente hospitalar.

Destaca-se na pesquisa bibliográfica o estudo das legislações sobre

controle de vetores e pragas urbanas. No caso da legislação federal foi

estudado o regulamento para as empresas prestadoras de serviço de

controle de pragas e a resolução referente às regras para o registro de

produtos desinfestantes. Quanto à legislação estadual foi considerado o

disposto no Código Sanitário Estadual (31) enquanto arcabouço e base legal

para a construção de normas técnicas específicas e a Portaria CVS nº.

09/2000 (32), referencial teórico da presente pesquisa, inclusive utilizada na

construção do formulário. Estes documentos estavam disponíveis na internet

nos sites da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e do Centro de

Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde.

Tratamento Analítico:

Os textos selecionados foram cuidadosamente lidos, buscando

responder à regra de pertinência, ou seja, vistos na medida em que os seus

conteúdos trouxessem informações relevantes para compor a norma técnica

a ser desenvolvida. Para orientar a leitura foi elaborado quadro contendo os

principais tópicos da norma, conforme segue:

I - Introdução contendo justificativas, objetivo, alcance, definições.

II - Apresentação das técnicas de controle integrado de pragas.

III - Características e peculiaridades dos estabelecimentos de

assistência à saúde.

IV - Medidas de controle de acordo com as pragas identificadas.

Os tópicos constituíram as categorias que orientaram a organização

da escrita. Os textos foram lidos novamente, classificados e dispostos de

modo a compor cada tópico.

Os artigos de revistas científicas indexadas subsidiaram a introdução

da pesquisa e justificam a proposta, em particular àqueles que descrevem

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pesquisas realizadas no ambiente hospitalar que constataram a presença de

microrganismos patogênicos nos insetos coletados.

Os textos históricos referentes ao controle integrado de pragas

auxiliaram a composição da introdução.

As legislações citadas embasaram a construção do formulário e

também foram citadas nos textos introdutórios, como arcabouço para a

norma proposta.

Os livros técnicos obtidos nos acervos da APRAG e do Instituto

Biológico forneceram a maior parte das contribuições para a normativa,

conforme pode ser observado nas referências bibliográficas.

3.3.2 - Pesquisa Documental

A pesquisa documental de acordo com Mariconi e Lakatos tem como

característica que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos,

escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias (53).

Conhecer no âmbito internacional as orientações técnicas e

documentos institucionais referentes à atividade de controle de vetores e

pragas em órgãos públicos e entidades de classe também foi necessário e

neste estudo a procura destas informações contou com auxílio do sistema

de busca da web e utilizou os seguintes descritores na língua inglesa: “how

to choose a pest control” e “integrated pest management”.

As instituições como National Pesticide Information Center, United

States Enviromental Proctetion Agency e o Centers for Disease Control and

Prevention, Environment Canadá foram objetos da pesquisa e nestes

centros foram selecionados os manuais sobre a adoção do controle

integrado de pragas em escolas, o qual foi utilizado como um dos

fundamentos deste trabalho e o guia formulado para o controle de infecções

em estabelecimentos de assistência a saúde. As informações referentes a

controle de insetos em jardins e gramados não foram consideradas.

As associações de empresas controladoras de pragas também foram

pesquisadas: NPMA - National Pesticide Management Association Inc. e

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BPCA – British Pest Control Association, porém os textos referentes a

orientações para contratação do prestador de serviço não foram

selecionadas para o trabalho.

Nos estados americanos, normalmente os departamentos de

agricultura disponibilizam publicações sobre controle integrado de pragas,

que incluem informações sobre o controle de pragas em escolas e em

residências. Foram verificados os sites dos estados de Maryland, Michigan,

Pennsylvania, Oklahoma, Massachusetts e Nova York e escolhidos os

materiais referentes às investigações sobre a utilização de inseticidas em

hospitais do estado de Nova York, trabalho de pesquisa da Associação

Saúde Sem Dano (Health Care Whithout Harm), disponível no site do estado

da Pensilvânia no Programa de Controle Integrado de Pragas e os

regulamentos do estado de Michigan que dispõem sobre a aplicação de

inseticidas em estabelecimentos de assistência à saúde.

De igual forma verificou-se a home page das universidades

americanas de Alabama, Cornell, Purdue, Califórnia, Clemson, New

Hampshire e Missouri-Columbia. Nestes sites foram identificadas as

informações técnicas sobre controle integrado de pragas e escolhidas as

medidas de controle passíveis de serem utilizadas em hospitais e não foram

selecionadas as orientações sobre controle de pragas em jardins, culturas

agrícolas e orientação para a seleção de empresas prestadoras de serviço.

A pesquisa documental procurou subsídios que pudessem evidenciar

a oportunidade de uma normativa dessa natureza, além dos fundamentos

teóricos para uma abordagem mais ampla no tratamento do problema do

controle de pragas no ambiente hospitalar.

Tratamento Analítico:

Os procedimentos utilizados na análise dos documentos foram

semelhantes aos utilizados na pesquisa bibliográfica.

Considerando a natureza dos documentos estudados, estes

subsidiaram os comentários referentes à pesquisa empírica. Em especial os

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inventários realizados em hospitais americanos sobre a utilização de

inseticidas, cujas conclusões culminam com a proposta da introdução do

controle integrado de pragas em hospitais e corroboram a iniciativa deste

trabalho. Destacam-se os regulamentos do estado de Michigan que dispõem

sobre a obrigatoriedade da avaliação prévia da proposta de prestação de

serviço de controle de pragas em hospitais, pelo poder público, pois orientou

esta pesquisa.

3.3.3 - Pesquisa de Campo Exploratória

A pesquisa de campo exploratória teve como alvo conhecer a

realidade através da visão do hospital, contratante do serviço de controle de

pragas, com a finalidade de verificar a necessidade e a oportunidade de uma

proposta de normativa.

A pesquisa empírica aplicou a técnica da entrevista estruturada, a

qual foi realizada com o intuito de verificar as exigências dos

estabelecimentos de assistência à saúde para a contratação do serviço de

controle de vetores e pragas e como as empresas prestadoras de serviço

estão realizando o controle de sinantrópicos. Quanto ao primeiro quesito a

finalidade foi comparar as exigências de contratação com o estabelecido na

legislação vigente que prevê Licença de Funcionamento para a empresa

prestadora de serviço concedida pelo poder público.

Quanto à prestação de serviço a proposta foi verificar:

1- o atendimento ao estabelecido na Norma Técnica para Empresa

Prestadora de Serviço em Controle de Vetores e Pragas Urbanas aprovada

pela Portaria CVS nº. 09 de 16 de novembro de 2000 (32).

2- a utilização de técnicas de controle integrado de pragas (CIP) para

o diagnóstico e tratamento das pragas existentes.

A entrevista foi realizada com o responsável pela contratação e

supervisão do serviço de controle de pragas do hospital.

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23

Desenho do Formulário

O instrumento para a coleta de dados, formulário estruturado (em

anexo) foi elaborado com base na Norma Técnica para Empresa Prestadora

de Serviço em Controle de Vetores e Pragas Urbanas aprovada pela

Portaria CVS nº. 9 de 16 de novembro de 2000 (32) e bibliografia consultada e

contempla:

• I – Informações sobre o hospital;

• II – Dados sobre o setor responsável pela contratação

do serviço;

• III – Exigências da instituição para a contratação;

• IV – Descrição sobre como foi executada a última

prestação de serviço;

• V – Efetividade da prestação de serviço e sugestões

para a normativa.

A amostra: Estabelecimentos de Assistência à Saúde

Selecionada uma amostra intencional de cinco estabelecimentos de

assistência à saúde que representam diferentes estruturas organizacionais e

diferentes níveis de complexidade, localizados no estado de São Paulo. A

amostra selecionada objetivou a compreensão da dinâmica do processo de

prestação de serviço de controle de pragas e a abrangência das técnicas de

controle empregadas pela prestadora, conforme descreve Minayo (56) e

exposto a seguir:

• Hospital Geral de Grande Porte pelas múltiplas

possibilidades de instalações, público alvo, número de procedimentos

realizados;

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24

• Hospital com atendimento majoritário de doença infecto-

contagiosas considerando o risco da transmissão de microrganismos

patogênicos pelas pragas presentes;

• Hospital infantil, em virtude da fragilidade da população

exposta;

• Hospital filantrópico que não dispõe de fonte única e

estável de recursos materiais, pela dificuldade administrativa;

• Hospital escola especializado, com recursos materiais e

humanos, pela presença dos meios que favorecem a implantação de

medidas gerenciais inovadoras.

Tratamento Analítico

Para analisar o conteúdo das entrevistas, as questões foram divididas

em blocos, de modo a permitir uma análise de cada parte em separado,

permitindo extrair dados distintos.

Os itens dos blocos I e II são informativos. O primeiro composto pelas

questões de nº. 01, 02 e 03, permitiu a obtenção de informações sobre os

hospitais estudados, quanto ao porte, clientela e a natureza da instituição se

pública ou privada. O segundo bloco, questões de nº. 04 e 05, refere-se ao

setor entrevistado e caracteriza a fonte da informação e não foi objeto de

análise.

Exigências da instituição para a contratação, compreendem sete

questões de nº. 06, 07, 08, 09, 10, 11 e 12 que compõem o bloco III do

formulário, sendo três dedicadas à relação das exigências de contratação,

onde a primeira questão distingue a modalidade de contratação, licitação ou

outro meio. A segunda questão solicita o elenco das exigências para a

contratação ou a apresentação de cópias dos documentos que as

formalizam, projeto base ou contrato. A terceira questão refere-se à

obrigatoriedade da apresentação da Licença de Funcionamento. A análise

destas questões permitiu a demonstração ordenada destas informações e

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25

principalmente a exposição dos documentos que atestam o cumprimento do

regulamento atual. As quatro questões restantes se referem à periodicidade,

ou seja, a freqüência de desinsetização e desratização dos

estabelecimentos estudados, os quais foram sistematizados permitindo a

comparação dos dados obtidos entre os hospitais estudados.

O bloco IV do formulário refere-se às questões de nº. 13 a 43 que

tratam sobre como foi executada a última prestação de serviço, analisa o

cumprimento da norma vigente e introduz o índice de sensibilidade para a

utilização das técnicas de controle integrado de pragas.

O Bloco V – Efetividade da prestação de serviço e sugestões para a

normativa, composto pelas questões de nº. 44 e 45 que tratam

respectivamente da avaliação do serviço prestado segundo a visão do

entrevistado e contribuições apresentadas pelos mesmos para a normativa.

A - Construção de Índices de Sensibilidade

A construção de índices de sensibilidade foi a técnica empregada

para analisar as entrevistas, especificamente as questões que compõem o

bloco IV do formulário e seguiu o método proposto por um grupo de autores

espanhóis que avaliaram a presença do quesito gênero na formulação de

planos de saúde na Espanha Rosana Peiro et al. (57) e Carme Borrell et al. (58)

que o utilizaram para verificar como as desigualdades de nível

socioeconômico estavam contempladas nos planos de saúde das

comunidades autônomas do estado espanhol.

Estes estudos revisaram os planos de saúde de forma sistemática,

utilizando como guia de leitura um questionário que foi construído com base

na estrutura dos planos de saúde, por sua vez, apresentam uma parte

introdutória, a quem os autores denominam conteúdo simbólico, onde estão

contemplados os objetivos e valores gerais, e outra parte denominada

conteúdo operativo, onde estão os objetivos específicos e as propostas de

ação concreta. Foram construídos índices de sensibilidade denominados

Índice de sensibilidade simbólica de gênero e sensibilidade operativa de

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Quadro 1 - Categorias que representam as exigências legais para a prestação de serviço de controle de pragas

Categorias Questões (N)

1 - Relação dos locais tratados e produtos 14; 15; 16 e 17

2 – Informação sobre os produtos, antes da aplicação. 23 e 24

3 - Produtos registrados 25

4 - Fichas de segurança 26

5 - Condições seguras de aplicação para os usuários 27

6 - Tempo de reentrada 29 e 30

7 - Impacto ao meio ambiente 31

8 - Explicações sobre as técnicas e equipamentos 32

9 - Instruções para antes, durante e depois do tratamento.

35

10 – Garantia 36

11 – Limpeza do local após a aplicação (embalagens) 37

12 – Certificado 38

O Índice de Sensibilidade para Cumprimento da Norma Vigente foi

definido como a medida que as empresas prestadoras de serviço atendem a

norma técnica vigente, segundo a avaliação do profissional entrevistado do

hospital.

As doze categorias fundamentais em que as questões foram

ordenadas foram analisadas sistematicamente e verificou-se a presença de

resposta afirmativa.

A prestação de serviço de controle de pragas tem maior índice de

sensibilidade para cumprimento da normativa quanto maior o número de

respostas afirmativas, com máximo de 12 (doze), que corresponde a

respostas afirmativas para cada um dos 12 (doze) quesitos identificados.

Os resultados são apresentados em tabelas de freqüência.

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A2 - Índice de Sensibilidade para Aplicação de Estratégias de

Controle Integrado de Pragas.

O grupo B, composto pelas questões de nº.18, 19, 20, 21, 22, 33, 34,

39, 40, 41, 42 e 43 se refere à utilização de técnicas de controle integrado de

pragas. As questões foram baseadas na literatura estudada e têm como

marco os itens 11.1, 11.2 e 11.5 da Portaria CVS nº. 9 de 16 de novembro

de 2000 (32). O conteúdo de tais itens foi contemplado de forma ampliada nas

doze questões acima indicadas às quais foram distribuídas e ordenadas em

sete categorias fundamentais, que representam as estratégias de controle

integrado de pragas, de acordo com os conceitos apresentados

anteriormente e exposto a seguir:

Quadro 2 - Categorias que representam as técnicas de controle integrado de pragas

Categorias Questões (N)

1 – Diagnóstico prévio 18 e 19

2 - Registros do diagnóstico 20

3 - Extensões da infestação 21

4 - Técnicos competentes 22

5 - Medidas corretivas 39, 40 e 41

6 - Medidas educativas 41, 42 e 43

7 - Técnicas de controle integrado de pragas 33 e 34

O Índice de Sensibilidade para Aplicação de Estratégias de Controle

Integrado de Pragas foi definido como a medida que as técnicas de controle

integrado de pragas para o diagnóstico e tratamento das pragas existentes

nos hospitais, são aplicadas pelas empresas prestadoras de serviço,

segundo a avaliação do profissional entrevistado do hospital.

Os elementos de controle integrado de pragas foram analisados

sistematicamente e para a plena aplicação das estratégias foram atribuídos

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2 (dois) pontos. A utilização parcial das técnicas foi avaliada e concedido 1

(um).

O Índice de Sensibilidade para Aplicação de Estratégias de Controle

Integrado de Pragas foi estabelecido pela somatória dos pontos.

O controle de pragas tem maior sensibilidade para aplicação de

estratégias de controle integrado de pragas quanto maior o número de

pontos obtidos, com máximo de 14 (quatorze), que corresponde a 2 (dois)

pontos para cada uma das (07) sete técnicas de controle integrado de

pragas definidas.

Os resultados são apresentados em tabelas de freqüência.

O Bloco V – Efetividade da prestação de serviço e sugestões para a

normativa, composto de duas questões que tratam respectivamente da

avaliação do serviço prestado segundo a visão do entrevistado e

contribuições dos mesmos para a normativa.

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4. RESULTADOS

SOBRE A NECESSIDADE DA NORMATIZAÇÃO E

SENSIBILIDADE PARA O CONTROLE INTEGRADO

4.1 - Hospitais estudados

A caracterização dos hospitais que compõem a amostra é

apresentada de forma esquemática no Quadro 3.

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Quadro 3 - Caracterização dos Estabelecimentos de Assistência à Saúde, São Paulo, 2006.

Característica Nº. leitos

Porte Departamento Cargo entrevistado

1

Hospital Escola especializado

com recursos materiais e humanos

500 Grande Público Seção de Higiene Hospitalar Chefe da Seção/ Enfermeira

2 Hospital Geral

1000 Grande Público Núcleo de Área Física e Infra-estrutura

Coordenador do Núcleo

3

Hospital especializado em

atendimento Infantil

100 Pequeno Público Diretoria de Serviço de

Higiene Hospitalar

Diretora e Chefe de Seção de Áreas Restritas e

Enfermeira da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e Núcleo de

Epidemiologia Hospitalar

4

Hospital especializado em

doenças infecto-contagiosas

250 Grande Público Diretoria de Administração Diretor do Serviço de administração Substituto

5 Hospital Filantrópico (sem financiamento

específico) 145 Pequeno Santa

Casa Administração e Hotelaria Enfermeira controle de Infecção

hospitalar

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4.2 - Exigências para a contratação dos serviços

A relação de exigências foi organizada com base nos documentos

apresentados que formalizam a contratação (projeto base ou contrato),

considerando que o objeto deste estudo não era a análise destes critérios,

os quesitos exigidos não foram comparados de maneira sistemática. O

destaque está na verificação do cumprimento do estabelecido na legislação

vigente: a Licença de Funcionamento da empresa prestadora de serviço de

controle de pragas e a utilização de produtos registrados. Evidencia-se

também a modalidade de contratação, se processo licitatório ou outro meio.

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Quadro 4 – Contratação nos hospitais estudados: exigências e modalidade, São Paulo, 2006.

Hospital Modalidade de contratação

Documento analisado

Exigência da Licença de Funcionamento (LF)

Exigência de produtos registrados Outras exigências formuladas

1 Licitação Pregão Presencial

Contrato Sim. LF para cada exercício Sim

Respeitar normas de manipulação de produtos químicos controlados.

Equipamentos e utensílios necessários

2 Licitação Pregão Presencial

Não possui projeto base Sim. LF para cada exercício Sim

3 Licitação Pregão Presencial Projeto Base

Sim. Descrição dos serviços e Plano de execução dos serviços

(Certificado1 e Relatório2)

Sim. Plano de Execução dos Serviços3

Descrição das áreas/criticidade.

Técnicas de aplicação4

4 Licitação Pregão Presencial Projeto Base Sim. Descrição dos serviços

Plano de execução dos serviços5 Sim. Plano de Execução

dos Serviços6

Veda o uso de "massinhas", aerossóis ou pulverização.

Utilização de gel. Roedores: iscas parafinadas ou grânulos com atrativo

5 Contato direto Laudo Técnico/ Certificado de

Garantia Sim. LF para cada exercício Sim. Relação de produtos

com rótulos

Certificado de Responsabilidade Técnica

Avaliação pelo SESMT7 Notas: 1 – Certificado contempla: relação produtos, composição quali-quanti, registro, precauções, antídoto, prazo de validade, LF, Responsável Técnico nº. Conselho Regional. 2 - Relatório de atividades (produtos utilizados, áreas infestadas, serviços executados e medidas corretivas adotadas) 3 - Execução dos Serviços: Formação Responsável Técnico, Demonstração da equipe, Relação de equipamentos, relação de produtos com nº. registro, rotina para descarte de embalagem, horário para execução dos serviços. 4 - Técnicas de aplicação: Desinsetização: gel nas áreas internas, pulverização áreas externas.

Desratização: rodenticida granulado ou bloco parafinado com atrativo. 5 - Cooperar controle de moscas e mosquitos, instalar estações de monitoramento com relatórios mensais das atividades e resultados, produtos com aprovação no MS, classificação toxicidade orientação sobre segurança, Programação de intervenção por área, tipo de produto e freqüência. Aplicar em 2 dias, sexta e sábado, conforme cronograma. 6 - Execução dos Serviços: Formação Responsável Técnico, equipe técnica especializada, relação de equipamentos, relação de produtos com nº. registro. Certificado (relação produtos, composição quali- quanti empregada, registro, precauções, antídoto, prazo de validade, LF, Responsável Técnico nº. Conselho Regional, tel. CEATOX); Relatório (áreas e unidades tratadas) 7 – SESMT- Serviço de Medicina do Trabalho.

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34

A análise dos documentos de contratação permitiu conhecer a

periodicidade da prestação de serviço de controle de pragas na amostra. A

freqüência da prestação de serviço de desinsetização e desratização para os

estabelecimentos pesquisados está demonstrada no Quadro 5.

Quadro 5 - Periodicidade desinsetização e desratização nos hospitais estudados,

São Paulo, 2006.

Hospital Todas as áreas

Áreas Específicas - cozinha, copa, restaurante e lanchonete.

1 Mensal Quinzenal

2 Trimestral Mensal

3 Semestral Semestral

4 Bimestral Não tem informação

5 Mensal Mensal

4.3 - Índice de Sensibilidade para Cumprimento da Norma Vigente

A Tabela 1 apresenta o resultado do Índice de Sensibilidade para

Cumprimento da Norma Vigente para as prestações de serviço de controle

de pragas nos hospitais estudados.

O hospital 1 foi o que apresentou o maior Índice de Sensibilidade para

Cumprimento da Norma Vigente para a prestação de serviço efetuada,

atingindo 12 pontos, o que indica que todas as exigências legais foram

cumpridas.

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O menor Índice de Sensibilidade para Cumprimento da Norma

Vigente, (nove) foi observado no hospital 4. De acordo com este hospital a

prestadora de serviço de controle de pragas deixou de cumprir três

exigências legais, que correspondem a um quarto dos quesitos estudados.

Os hospitais 2, 3 e 5 atingiram níveis semelhantes quanto às

prestações de serviço de controle de pragas realizadas. Os mesmos

apresentaram respectivamente Índice de Sensibilidade para Cumprimento

da Norma Vigente semelhantes, onze, onze e dez. Não foi atendida uma

exigência da normativa no caso dos hospitais 2 e 3 e dois requisitos não

foram atendidos no hospital 5.

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Tabela 1 – Índice de Sensibilidade para Cumprimento da Norma Vigente para a prestação de serviço de controle de pragas segundo os hospitais estudados, São

Paulo, 2006.

Hospitais estudados

Conteúdos da Normativa Quesitos analisados

1 2 3 4 5

Relação dos locais e produtos 1 1 1 1 1

Informação sobre os produtos, antes da aplicação.

1 1 1 1 1

Produtos registrados 1 1 1 1 1

Fichas de Segurança 1 1 - - 1

Condições seguras aplicação /usuários 1 1 1 1 1

Tempo de Reentrada 1 1

1

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4.4 - Índice de Sensibilidade para Aplicação de Estratégias de

Controle Integrado de Pragas

A Tabela 2 apresenta o resultado do Índice de Sensibilidade para

Aplicação de Estratégias de Controle Integrado de Pragas nos hospitais

estudados pelas empresas prestadoras de serviço.

O hospital 1 foi o que apresentou o maior Índice de Sensibilidade para

Aplicação de Estratégias de Controle Integrado de Pragas, atingindo o valor

máximo, 14 (quatorze), e indica que a empresa prestadora de serviços aplica

plenamente as estratégias de controle integrado de pragas no hospital

estudado.

No hospital 2 a situação é oposta, observa-se que o Índice de

Sensibilidade para Aplicação de Estratégias de Controle Integrado de

Pragas é igual a 1 (um), é o menor índice observado e demonstra que

segundo o setor contratante a prestadora de serviço não aplica as técnicas

de controle integrado de pragas. O único elemento de controle integrado de

pragas considerado foi à identificação das espécies realizada pelo prestador

de serviço, no caso de infestação de cupins e formigas.

A prestação de serviço de controle de pragas referida pelo hospital 3

apresentou Índice de Sensibilidade para Aplicação de Estratégias de

Controle Integrado de Pragas mediano, igual a 9 (nove). Verifica-se que

neste hospital prestador de serviço mescla estratégias e as técnicas de

controle integrado de pragas implementadas são significativas. Acrescenta-

se que neste hospital a verificação do registro do diagnóstico prévio foi

prejudicada, pois o relatório foi devolvido a empresa prestadora de serviço.

Em virtude deste relatório não estar à disposição para acompanhamento

pela equipe do hospital, o atendimento à prática de controle integrado foi

considerado parcial.

Segundo as afirmações dos hospitais 4 e 5 a utilização das técnicas

de controle integrado de pragas pela empresa prestadora de serviço ainda

são incipientes e foram atribuídos Índice de Sensibilidade para Aplicação de

Estratégias de Controle Integrado de Pragas igual a 4.

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38

O diagnóstico prévio, elemento fundamental do controle integrado,

realizado pela empresa controladora de pragas nos hospitais 3 e 4 como

exigência do processo licitatório, não é feito da forma sistemática que a

implantação desta tecnologia prevê. Nestes hospitais as medidas corretivas,

referentes às técnicas de exclusão foram verbais e genéricas, daí a análise

considerou parcial a utilização da técnica de controle integrado de pragas.

De igual modo as medidas educativas foram orais e não envolviam

treinamento ou outra medida para mudança dos hábitos que favorecem as

infestações.

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Tabela 2 – Elementos de controle integrado de pragas e índice de sensibilidade para aplicação de estratégias de controle de integrado de pragas utilizado pelas

prestadoras de serviço em hospitais, São Paulo, 2006.

Hospitais estudados

Estratégias de controle integrado de pragas 1 2 3 4 5

Diagnóstico prévio 2 - 1 1 -

Registro do diagnóstico 2 - 1 - -

Extensão da infestação 2 1 2 - 2

Técnico competente 2 - 2 2 2

Medidas corretivas 2 - 1 - -

Medidas educativas 2 - 1 1 -

Técnicas de controle integrado de pragas

2 - 1 - -

Total 14 1 9 4 4

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40

4.5 - Comparação entre os índices

A Tabela 3 compara o Índice de Sensibilidade para Cumprimento da

Norma Vigente e o Índice de Sensibilidade para Aplicação de Estratégias de

Controle de Integrado de Pragas obtido pelas prestadoras de serviço de

controle de pragas segundo os hospitais estudados. Verifica-se que as

exigências legais são atendidas considerando os pontos atingidos pelos

hospitais estudados referentes ao Índice de Sensibilidade para Cumprimento

da Norma Vigente. Ressalta-se que as práticas de controle integrado de

pragas já estão presentes e um dos hospitais atingiu o máximo de pontos

quanto ao Índice de Sensibilidade para Aplicação de Estratégias de Controle

de Integrado de Pragas

Tabela 3 – Comparação entre o índice de sensibilidade para cumprimento da norma vigente e o índice de sensibilidade para aplicação de estratégias de controle integrado de pragas atribuído às prestadoras de serviço de controle de pragas em

hospitais, São Paulo, 2006.

Hospitais estudados

Índice de sensibilidade

normativo

Índice de sensibilidade para estratégias de controle de integrado de pragas

1 12 14

2 11 1

3 11 9

4 9 4

5 10 4

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4.6 - Discussão

Uma preocupação na composição da amostra foi diversificar as

características do atendimento. Além disso, há uma grande variação de

porte, o número de leitos variou de 100 a 1000 leitos, o que favoreceu a

abordagem da questão considerando a diversidade de recursos dos

hospitais estudados.

Quanto às exigências de contratação, estas atendem aos

regulamentos. Verificou-se que em todos os hospitais foi exigida a Licença

de Funcionamento e a utilização de produtos registrados. Nos hospitais

públicos a contratação está atrelada ao processo licitatório. Atualmente tais

serviços são contratados pela modalidade “pregão presencial”. Três dos

quatro hospitais estudados já haviam realizado a contratação de acordo com

esta modalidade, em apenas um deles o contrato vigente tratava-se de

prorrogação de contrato firmado antes dessa exigência, contudo já estava

em fase de adequação para novo contrato.

A Casa Civil estabeleceu através de cartilha as orientações para a

contratação desses serviços por pregão e neste caso há necessidade da

elaboração de projeto base com a especificação minuciosa dos quesitos a

serem atendidos pelo contratado. Acrescenta-se que a solicitação da

construção do projeto base é fator positivo para a proposta de norma em

tela, considerando que o mesmo facilita a composição das exigências

técnicas de contrato.

A periodicidade dos serviços demonstrada no Quadro 5 revela grande

diversidade, quando a comparação é realizada entre hospitais, o que pode

ser explicado pelas necessidades próprias de cada hospital. Contudo, em

cada hospital, salvo as áreas de manipulação de alimentos, a periodicidade

é a mesma para todas as áreas do mesmo, o que não é aconselhável, pois a

periodicidade da aplicação de inseticidas deve ser fruto de uma avaliação

particular das características da infestação, observada durante a inspeção,

ou seja, espécies encontradas, ciclo biológico e nível da infestação.

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Segundo literatura consultada (59), não existe freqüência operacional única

para todo o hospital, as áreas devem ser agrupadas pelo potencial em alojar

pragas, definidos os grupos de áreas, podem ser fixadas as freqüências

operacionais com os elementos colhidos na inspeção prévia. A

recomendação é que a intervenção seja decorrente das necessidades

observadas in loco, com monitoramento e discussão com o corpo técnico do

hospital sobre os pontos críticos a serem trabalhados para o planejamento

das operações.

Em um dos casos verificou-se a ausência de informação sobre os

serviços executados pela área de Nutrição, responsável pela cozinha e

restaurante, por ser de responsabilidade de outro prestador de serviço. Esta

falta de integração contraria os pressupostos do controle integrado de

pragas, onde todos os membros da comunidade hospitalar devem participar

em um esforço coordenado e a administração do hospital deve ser a

responsável por esta coordenação (34). E ainda as áreas de alimentação por

serem críticas são normalmente fontes de infestações que podem atingir

todo o hospital, o fato desta intervenção não estar incluída no planejamento

global das ações de controle, compromete a qualidade do serviço e não

aproveita adequadamente os recursos investidos.

O estudo empírico realizado demonstrou que a prestação de serviço

de controle de pragas em hospitais apresentou diferenças quanto à

sensibilidade para o cumprimento da norma vigente e a sensibilidade para a

aplicação das técnicas de controle integrado de pragas, conforme tabela 3.

Os índices de sensibilidade para o cumprimento da norma vigente

encontrados são elevados para todos os hospitais estudados, enquanto os

índices de sensibilidade para a aplicação das técnicas de controle de

integrado de pragas revelaram diferenças extremas, enquanto um hospital

apresentou o valor máximo 14, o outro atingiu apenas um ponto. Foi positivo

verificar que as técnicas de CIP já são utilizadas nos hospitais analisados,

embora ainda não de forma sistemática, observou-se que em um dos

hospitais o índice de sensibilidade para a aplicação das técnicas de controle

integrado de pragas apresentou valor (nove), acima da média.

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43

Esta pesquisa revelou também que ainda há muito a ser feito quando

constatou que dois hospitais apresentaram índice de sensibilidade para a

aplicação das técnicas de controle integrado de pragas igual a (quatro)

abaixo da média, as medidas corretivas ainda não são empregadas e as

medidas educativas são orientações verbais.

Ressalta-se a importância de ter sido encontrado um hospital onde o

índice de sensibilidade para a aplicação das técnicas de controle de

integrado de pragas atingiu o valor máximo, 14 pontos. Isto revelou a

factibilidade da implantação das técnicas de CIP e torna palpável a proposta

deste trabalho.

Para os hospitais que apresentaram índices satisfatórios de

cumprimento da normativa, faltaram as medidas que informem quanto aos

potenciais efeitos sobre a saúde e o meio ambiente e as medidas de

precaução, denominadas fichas de segurança. Faltaram também as

orientações quanto aos procedimentos a serem adotados antes, durante e

após a intervenção. Ainda para esse índice verifica-se na pesquisa que

também não foi atendida a solicitação do certificado de aplicação para os

hospitais 04 e 05. O certificado conforme a norma técnica deve apresentar

informação sobre composição qualitativa e quantitativa dos produtos

aplicados, pragas alvo, locais da aplicação e informações para uso médico.

Destaca-se que a administração do hospital deve ter acesso às fichas

de segurança, às orientações mencionadas e ao certificado para

adequadamente zelarem pela saúde e segurança da comunidade hospitalar.

Verificou-se que estes quesitos contribuíram para o não cumprimento do

regulamento, resultando em índices de cumprimento da norma vigente de

09, 10 e 11 pontos. Isto reforça o conceito de que os cuidados quando há

utilização de praguicidas necessitam ser incentivados e propostas

preventivas implementadas, justamente como propõe o CIP.

Acrescenta-se que o desafio da implantação das técnicas de CIP,

também se verifica fora do país, como demonstrado pela pesquisa realizada

em hospitais, no estado de Nova York, em 1994, referente às práticas e

políticas de uso de pesticidas em hospitais. Foram enviados questionários a

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296 hospitais do estado, dos quais foram respondidos 192 (64%). Os

resultados demonstraram que somente três hospitais não utilizavam

praguicidas, uma parte utilizava produtos menos tóxicos como ácido bórico e

piretróides e outros utilizavam orgânicos sintéticos mais tóxicos. A aplicação

ocorre em todas as áreas do hospital, desde áreas onde há manipulação de

alimentos até os quartos de pacientes. Técnicas de controle alternativas ao

controle químico, a maioria, 94% afirmou utilizar pelo menos algum método.

A existência de política (procedimentos escritos) para a aplicação de

desinfestantes no hospital também foi questionada e 74 hospitais afirmaram

possuí-la e 52 forneceram cópia. Os documentos foram variados deste

contrato de prestação de serviço, a descrição detalhada das técnicas

alternativas para a utilização de produtos químicos com a definição de

responsabilidades (34).

O estudo americano demonstrou que muitos hospitais realizavam o

controle de pragas com a aplicação rotineira de inseticidas e raticidas, o que

constitui uso desnecessário de praguicidas e sua principal recomendação é

que todos os hospitais de Nova York adotem o Controle Integrado de

Pragas. Apresenta como exemplo os três hospitais de Nova York que

adotaram o controle integrado e obtiveram êxito e os 10 hospitais-escola

associados à universidade de Harvard, situados em Boston, que utilizam

com sucesso as técnicas de CIP, não utilizam rodenticidas, pulverizações ou

aplicações espaciais de inseticidas, inclusive não fazem desinsetizações

preventivas. Afirmação interessante citada é que “a experiência destes

hospitais demonstra que o controle de pragas não está necessariamente

associado à aplicação de praguicidas” (34).

A associação Saúde sem Dano (Health Care Without Harm) (60) com o

apoio da organização Além de Praguicidas (Beyond Pesticides), também

distribuiu questionários para os 171 melhores hospitais americanos, citados

em relatório mundial, em 2001 (U.S. News & World Report 2001) para

avaliar a utilização de praguicidas. Todos os entrevistados que responderam

(22) aplicavam inseticidas por pulverização. O relatório elaborado foi

denominado: Hospitais saudáveis – controlando pragas sem praguicidas (60),

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recomenda o controle integrado de pragas e apresenta exemplos de

hospitais que o instituíram na forma de programas. Um dos entrevistados, o

hospital São Francisco, menciona a importância de assegurar que a

empresa contratada seja comprometida com o controle integrado de pragas

e recomenda rever o contrato. O Brigham and Women’s Hospital também

cita a necessidade da empresa prestadora de serviço estar comprometida

com os princípios do CIP, pois relata que em sua experiência, isto não é

usual, pois “é muito mais fácil aplicar inseticidas do que localizar as fontes

de infestação e tratá-las” (OWENS, p.36) (60) e ainda o prestador de serviço

não terá esta iniciativa sem o compromisso do hospital em adotar os

princípios do controle integrado.

Os resultados do presente estudo demonstram que as técnicas de

CIP, já são identificadas pelos hospitais estudados, o que permite vislumbrar

a possibilidade de mudança da cultura. Abandonar a prática da aplicação de

inseticidas para implantar o Controle Integrado de Pragas que confere

segurança e proteção à saúde dos usurários, apesar do esforço necessário

na ampliação do arsenal técnico e operacional.

Os achados deste trabalho, corroborados com os dos estudos

mencionados (34, 60) possibilitaram identificar que a adoção do controle

integrado de pragas é um processo de tomada de decisão. O objetivo é

minimizar a utilização de praguicidas, portanto há necessidade que os

estabelecimentos de assistência à saúde incorporem esta prática, que se

ajusta a sua missão. É sabido que tal intento não é uma tarefa simples,

conforme foi expresso anteriormente “é muito mais fácil aplicar inseticidas do

que localizar as fontes de infestação e tratá-las” (OWENS, p.36) (60).

Recomenda-se que o hospital se aproprie do conceito de controle integrado

de pragas e o transforme em diretrizes de ação com a elaboração de política

de controle de pragas devidamente formalizada, onde conste o compromisso

com a mínima ou nenhuma utilização de praguicidas, estabeleça gerência

centralizada desta atividade e tenha a iniciativa de exigir a adoção das

estratégias do controle integrado de pragas, com a definição clara dos

termos do contrato de prestação de serviço.

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Às empresas prestadoras de serviço detentoras do conhecimento do

controle de pragas cabe aperfeiçoar suas técnicas para aplicarem o controle

integrado de pragas nos estabelecimentos de assistência à saúde.

O estudo empírico verificou que a proposta de norma técnica é

oportuna. Um dos hospitais estudados manifestou que a norma é o amparo

legal que auxiliará a implantação do controle integrado de pragas, pois

permite ampliar a cobrança junto aos prestadores de serviço e ao mesmo

tempo educar o corpo técnico do hospital quanto a esta prática.

A apreciação da experiência vivida no estado americano de Michigan

(37-38) de avaliar previamente a proposta de serviço de controle de pragas

quando esta se destinava a hospitais, demonstra a intervenção do poder

público. Esta prática norteou a condução desta proposta de normativa que

serve de fundamento para o hospital elaborar a política do controle de

pragas e ao mesmo tempo cria condição para que o hospital estabeleça o

controle integrado de pragas como exigência na contratação do serviço.

Ao estado compete salvaguardar a saúde da população e estabelecer

instrumentos que orientem a conduta do setor regulado para práticas

seguras. A norma técnica para o controle de animais sinantrópicos em

estabelecimentos de assistência à saúde é uma medida de proteção à saúde

quando indica o caminho que viabilizará a introdução do controle integrado

nos hospitais paulistas.

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47

5. NORMA TÉCNICA

Elaboração de proposta de normativa apresentada a seguir, a partir

de revisão bibliográfica e extensa leitura sobre o tema controle de pragas

sinantrópicas e as particularidades do estabelecimento hospitalar.

Norma Técnica para a execução do controle de animais

sinantrópicos em estabelecimentos de assistência à saúde por

empresas especializadas nesta prestação de serviço.

A. CONSIDERAÇÕES:

• A necessidade de manter os estabelecimentos de

assistência à saúde, isentos de pragas;

• A eficácia do controle de pragas é fator determinante

para o controle da infecção hospitalar; e

• Os riscos decorrentes da utilização de desinfestantes no

ambiente hospitalar.

B. OBJETIVO

A presente norma tem como objetivo estabelecer diretrizes, definições

e condições gerais para a empresa prestadora de serviço executar o

controle de animais sinantrópicos em estabelecimentos de assistência à

saúde, visando à aplicação das técnicas de controle integrado de pragas, a

fim de garantir a qualidade e a segurança do serviço prestado e não oferecer

riscos à saúde dos usuários.

C. ALCANCE

Esta norma abrange as Empresas Prestadoras de Serviço de Controle

de Vetores e Pragas Urbanas que executam ações de controle de vetores e

pragas em estabelecimentos de assistência à saúde.

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D. DEFINIÇÕES:

Para as finalidades desta norma, são adotadas as seguintes

definições:

Controle Integrado de Pragas – CIP: O sistema de controle integrado

de pragas consiste em conhecer o ciclo de vida das pragas e sua interação

com o meio ambiente e entender o que elas necessitam para sua

sobrevivência. Tem como objetivo prevenir ou controlar infestações seja pela

criação de ambiente inóspito, seja por remover os elementos básicos para a

sobrevivência das pragas ou simplesmente por impedir o acesso das

mesmas às instalações. Sistema que integra medidas corretivas, preventivas

para que as pragas não causem problemas significativos, minimize os riscos

para o usuário, com o menor custo possível e com o cuidado adequado para

proteger o meio ambiente. (55, 32,38)

Também denominado Manejo Integrado de Pragas (MIP). Para efeito

desta norma será adotada a terminologia Controle Integrado de Pragas –

CIP.

Estabelecimento de Assistência à Saúde: estabelecimento de

assistência à saúde onde há internação, ou seja, com permanência de

paciente por período superior a 24 horas. (41)

Desinfestantes domissanitários: produtos destinados à aplicação em

domicílios e suas áreas comuns, no interior de instalações, em edifícios

públicos ou coletivos e ambientes afins, para o controle de insetos, roedores

e de outros animais incômodos ou nocivos à saúde. Compreendem os

inseticidas, rodenticidas e repelentes domissanitários. (61)

Praguicidas: produtos desinfestantes domissanitários. (61)

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Empresas Especializadas - empresa autorizada pelo poder público

para efetuar serviços de controle de vetores e pragas urbanas. (62)

E. NÍVEL DE INFESTAÇÃO:

Deve ser estabelecido o nível aceitável de pragas para cada área do

hospital. Não há tolerância para pragas em áreas internas do hospital. (63 -64)

F. UTILIZAR TÉCICAS DE CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS.

A prestação de serviço de controle de vetores e pragas urbanas em

hospitais deve utilizar técnicas de Controle Integrado de Pragas. (63-64)

O trabalho de controle integrado de pragas consiste em analisar

separadamente cada praga e envolve quatro (4) passos: (63-54)

1. Inspeção

2. Identificação das pragas

3. Aplicação das estratégias de controle integrado

4. Avaliação

F.1 Inspeção

A inspeção é a parte mais importante do programa de controle

integrado de pragas, essencial para resolver o problema das pragas de

forma rápida e econômica, ela norteará os demais passos do programa de

controle de pragas, dará ao profissional, idéias quanto às medidas a serem

adotadas, as condutas de segurança necessárias, as recomendações para o

serviço de limpeza, as alterações imprescindíveis da estrutura física e ações

para remoção de pragas. (55)

O programa de controle integrado de pragas deve priorizar a

inspeção, que deve ser completa, do sótão ao porão, incluindo áreas livres

como pátios, estacionamentos e em especial nos locais onde é comum a

presença de pragas. (65)

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50

O profissional de controle de pragas deve buscar os micro-habitats

que favorecem o desenvolvimento de pragas e examinar a estrutura sob

perspectiva tridimensional, incluindo as áreas localizadas imediatamente

acima, dos lados e abaixo do local onde se encontre. (54)

O primeiro passo é obter a planta física do hospital, para identificar a

localização dos serviços de alimentação, lavanderia, áreas armazenamento

e recepção de materiais e diagramas dos sistemas hidráulico e elétrico. (63,65)

O itinerário deve ser planejado, considerando as características da

edificação, se horizontal ou vertical. (65)

Devem ser investigadas todas as ocorrências relatadas pela equipe

do hospital. Isto inclui entrevistas com os funcionários da instituição. (55)

Durante a inspeção o profissional deve examinar meticulosamente as

dependências para apreender o máximo possível sobre o problema. Verificar

as condições de umidade, temperatura, luminosidade que favoreçam as

infestações. Fontes de alimento e água utilizadas pelas pragas e as

possíveis causas do ingresso e da infestação, tais como, local de

recebimento de alimento, tubulações de esgoto danificadas e outros. E

ainda, evidências da infestação como danos ocasionados pelas pragas,

excrementos, vestígios, rastros e pegadas. (55)

A inspeção é mais eficiente com o uso de ferramentas apropriadas

como lanternas, espelhos, lupa, ferramenta de mão como chave de fenda,

chave Phillips, alicates, espátulas, frascos para coleta de exemplares. (54, 63,

65)

Armadilhas ou iscas também devem ser usadas para detectar a

presença de pragas, como armadilhas adesivas para baratas, formigas e

outros insetos rasteiros, tábuas de cola para roedores. O Monitoramento é a

parte do processo de inspeção que habilita o profissional a estimar o

tamanho da população e indicará a gravidade do problema. A captura da

praga é técnica de monitoramento, porém também pode ser utilizada para

reduzir a população de pragas. (63)

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51

F.2 Identificação

Encontradas as pragas, o profissional deve identificá-las. A

identificação acurada permite avaliação correta do problema e as

recomendações apropriadas para o controle. Após a identificação é mais

fácil para o profissional verificar outras evidências da infestação e a causa

do seu aparecimento. O conhecimento da biologia e dos hábitos das pragas

é necessário. Quando não for possível localizar as pragas a identificação

deve ser feita através das pegadas rastros, vestígios, excrementos. Em

qualquer caso a identificação deve ser apurada para garantir o sucesso do

controle. (54-55)

F. 3 Aplicação das estratégias de controle integrado de pragas

As recomendações para eliminação das pragas somente deverão ser

feitas após a inspeção ter sido concluída e todos os fatos que cercam os

problemas conhecidos. Estas recomendações não incluem somente o que o

profissional de controle de pragas deve fazer, mas também o que a

administração do hospital deve fazer. Eliminar abrigos, reparos na estrutura,

higienização. As recomendações para reparos na estrutura física devem ser

apresentadas para a administração do hospital e o cumprimento deve ser

cuidadosamente monitorado. (55)

A aplicação das estratégias de controle integrado de pragas consiste

em implementar medidas corretivas ou de exclusão, medidas educativas

(higienização, controle físico) e tratamento com desinfestantes. (54, 63-64)

F.3.1 Medidas corretivas ou técnicas de exclusão

As medidas corretivas ou técnicas de exclusão consistem em remover

abrigos ou aplicar outras técnicas mecânicas para capturar ou prevenir a

entrada de pragas, como armadilhas barreiras, reparos estruturais, calafetar

fendas, instalação de cortina de ar nas portas de entrada, reparos mais

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elaborados e outras medidas para impedir o acesso das pragas à instalação. (54, 63-64)

F.3.2 Medidas educativas ou culturais

As medidas educativas ou culturais consistem em práticas de

higienização, eliminação de fontes de água, alimento e locais que poderão

ser utilizados como abrigos. O propósito é alterar o meio ambiente e as

condições que favorecem as infestações. (54, 63-64)

A equipe de profissionais do hospital deve ser educada a reconhecer

e comunicar a presença de pragas. E também orientados a manter padrões

rigorosos de higiene e limpeza em seu local de trabalho, bem como nos

vestiários. (63)

É fundamental a participação dos funcionários, pois estes

permanecem na instituição por longos períodos enquanto o profissional de

controle de pragas realiza a inspeção, porém não dispõe de tempo para

efetivamente vivenciar a rotina do hospital. (63)

A empresa de controle de pragas deve proporcionar aos funcionários

do hospital informações sobre o programa de controle de pragas, como será

implantado e conscientizá-los sobre a importância da participação de cada

um deles para o êxito do programa. A estratégia para que isto ocorra é a

realização de reuniões periódicas, seminários e a distribuição de material

impresso, com informação sobre as pragas e condições que favorecem as

infestações. (63)

Outro aspecto do processo educativo é a promoção de discussões e

boletins informativos sobre pragas sua biologia e comportamento, inclusive

sobre as formas de controle no ambiente domésticos para que os

funcionários possam aplicá-las em suas residências. Estas atividades

favorecem a cooperação necessária para que o programa de controle de

pragas seja eficiente e efetivo. (63)

*-

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53

F.3.3 Controle físico

As pragas em locais de armazenamento de produtos podem ser

controladas pela manutenção de ambiente refrigerado (temperatura menor

que -7° C por muitas horas ou -18° C por 1 ou 2 horas). Aquecimento acima

de 50° C por muitas horas ou superior a 60° C por curtos períodos. Os

carrinhos de alimentação podem ser armazenados em salas com controle de

temperatura (refrigeração ou aquecimento). E ainda, pode ser utilizada a

técnica de mudança de atmosfera. (63) Contudo estas técnicas são mais

sofisticadas e por serem dispendiosas não são viáveis.

Outra forma de controle é a utilização de aspirador de pó para a

remoção mecânica de pragas. (63, 54)

F.3.4 Desinfestantes ou praguicidas

O tratamento também pode envolver o uso de desinfestantes. O

programa de controle integrado de pragas visa minimizar a utilização de

inseticidas, contudo estes podem ser necessários. A escolha do

desinfestante deve ser de acordo com a situação encontrada e o produto

deve estar devidamente regularizado no órgão competente. (54,63-64)

Há severas limitações para o uso de desinfestantes em áreas críticas.

O conceito que embasa a utilização de inseticidas no hospital é a distinção

entre áreas onde o paciente está presente e áreas em que não há paciente.

O uso de desinfestantes deve ser criterioso e somente em áreas onde não

há paciente, exceto para iscas tóxicas. (63-64)

Os pacientes devem ser removidos para que as aplicações possam

ser feitas. Antes da aplicação de inseticidas, o profissional de controle de

pragas deve consultar a enfermagem ou o corpo clínico para escolher o

tratamento adequado para tais áreas. Certificar-se que os aerossóis de

inseticidas não foram carreados de áreas onde não há pacientes para áreas

onde há paciente pelo sistema de ventilação ou ar condicionado. Sob

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hipótese alguma deve ser feita pulverização de inseticidas para controle de

inseto voador, onde há paciente exposto. (63-64)

Utilizar somente produtos regularizados para os fins propostos.

Escolher as formas de apresentação que minimizam os riscos de exposição

como gel e as iscas inseticidas. (54,63-64,)

Manter registros de todos os produtos utilizados no hospital. (63)

F. 4 Avaliação e comunicação

O programa de controle integrado de pragas deve ser interativo com

freqüente comunicação entre a administração do hospital, o serviço de

limpeza, a comissão de controle de infecção hospitalar e o corpo de

funcionários. (63, 66)

A comissão de controle de infecção hospitalar pode ser o elo entre o

responsável pela coordenação do programa de controle de pragas, a

administração e os diversos setores do hospital e auxiliar a adoção das

medidas corretivas e educativas necessárias. (66)

A necessidade de implementação da limpeza é uma dessas medidas

e qualquer deficiência verificada na fase de inspeção deve ser comunicada a

equipe de controle de infecção hospitalar. A limpeza é tão importante para o

programa de controle integrado de pragas como é importante para o controle

da infecção hospitalar. A limpeza eficiente elimina as fontes de água,

alimento e abrigos disponíveis às pragas. A remoção de possíveis fontes de

alimento melhora a resposta das pragas ao consumo de iscas. (63, 66)

O nível da população de pragas que deve ser constantemente

monitorado é outra medida, na qual a comissão de controle de infecção

hospitalar pode colaborar, orientando os funcionários a comunicarem a

presença de pragas nas armadilhas de instaladas ou seus vestígios. (54, 63, 66)

A interação do programa de controle integrado de pragas com as

demais atividades do hospital é vital para que a implantação seja bem

sucedida. A eficácia das medidas deve ser avaliada e acompanhada pela

comissão de controle de infecção hospitalar. (63, 66)

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Registrar todos os procedimentos de controle de pragas utilizados, as

pragas encontradas, as recomendações e a aplicação de desinfestantes, é

fundamental para a avaliação do programa de controle integrado de pragas

e ajudará na organização do mesmo e na resolução de problemas

persistentes. (54, 63)

Instalações sensíveis e complexas como hospitais necessitam de

relatórios das atividades para a orientação contínua do programa de controle

integrado de pragas. (63)

Estes registros serão valiosos para as revisões, implementações e

também para evidenciar para a administração do hospital os progressos

alcançados. (63-54)

Os relatórios também serão úteis como instrumentos de comunicação

com o serviço de limpeza e com os demais setores do hospital nas reuniões

periódicas propostas. (63, 66)

G. Considerar as particularidades dos Estabelecimentos de

Assistência à Saúde – abordagem ampla

O planejamento e a implantação do programa de controle integrado

de pragas em hospitais exigem abordagem holística, olhar o

estabelecimento incluindo o local onde está instalado, como um todo. O

ambiente circunvizinho pode contribuir para que os problemas com as

pragas sejam constantes ou pode influenciar diretamente nos resultados,

dificultando ganhos significativos. O profissional de controle de pragas deve

cuidadosamente considerar: (63)

G.1 A complexidade estrutural e os detalhes da construção.

Os detalhes da construção, os interiores, as galerias comunicantes,

forro e pisos falsos, comunicações com instalações adjacentes através de

tubulações, os elevadores podem alojar pragas e constituírem focos de

infestação. (3)

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devem exigir cuidados redobrados para não atrair ou alojar pragas.

Aberturas inacabadas em virtude de alterações de portas e janelas devem

ser fechadas ao final de cada dia de trabalho. Os materiais para a

construção devem ser armazenados de forma adequada ou removidos para

não serem utilizados como abrigo por insetos ou roedores. A mesma

recomendação se aplica aos materiais gerados pelas demolições. (71)

G.2 As características do entorno ou propriedades adjacentes.

É importante identificar os tipos de pragas que ingressam das áreas

circunvizinhas. Estes geralmente são roedores, pássaros, moscas e outros

insetos voadores, a presença de alguns insetos está relacionada com o tipo

de árvores e arbustos existentes nas proximidades. (63)

A presença frutas e sementes atraem insetos, pássaros e roedores e

deve ser evitada. Na impossibilidade de removê-las, recolher os frutos

regularmente e remover as folhas e as sementes. (72)

Também não é recomendável a presença de videiras ou heras ou

outras plantas que escalam paredes de edifícios, pois cria acesso para

roedores. As árvores que crescem próximas as instalações ou pendem

sobre os telhados devem ser podadas, pois servem de acesso para insetos

e roedores. (72)

O efeito da iluminação deve ser avaliado, pois as luminárias externas

podem atrair insetos, como mariposas, moscas, pernilongos, besouros, etc.

Uma vez nas cercanias das instalações, esses insetos poderão facilmente

visualizar outros focos de luz no interior do hospital e penetrar na instalação. (63, 67)

O tipo de iluminação e o local onde a luminária está instalada devem

ser cuidadosamente avaliados. A luz ultravioleta atrai insetos, A iluminação

fluorescente emite quantias relativamente altas de luz ultravioleta, dar

preferência à luz amarela de vapor de sódio. (72-73)

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Nas áreas circunvizinhas observar os sistemas de drenagem da água

de chuva, inclusive a proveniente dos telhados para evitar acúmulo em

poças, considerando fonte de água favorece a presença de pragas. (72-74)

G.3 As portas de entrada.

No hospital dois componentes caracterizam o ingresso das pragas:

• Pragas que voam ou rastejam e são provenientes das

redondezas, conforme mencionado anteriormente. Acrescenta-se as

vias subterrâneas, túneis ou galerias de águas pluviais ou servidas,

que favorecem o acesso de baratas e roedores (63, 67).

• As pragas introduzidas, através do fluxo de pessoas e

materiais do hospital que entram diariamente no hospital, das

seguintes maneiras: (63, 67)

Nas mercadorias e provisões alimentícias, nos

engradados e caixas; (63, 67)

Nas roupas lavadas; (63, 67)

Nos pertences dos pacientes, através de bolsas, roupas; (63, 67)

Nos artigos trazidos pelas visitas e outras pessoas,

como flores e alimentos; (63, 67)

Nos pertences dos funcionários do hospital. (63, 67)

G.4 O fluxo de alimentos.

Problemas crônicos com pragas requerem atenção constante e a

investigação do fluxo do alimento é prioritária, desde o recebimento até os

locais de consumo, considerando o armazenamento, áreas de manipulação,

preparo e distribuição. (63, 67)

A seguir algumas considerações importantes:

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O hospital possui várias áreas onde há presença de alimentos, como

cozinha, refeitórios, lanchonetes, restaurantes, cafés para uso público,

máquinas automáticas de café, copas e áreas de descanso dos funcionários,

além dos diversos pontos de café espalhados pela instituição. Estes locais

exigem atenção redobrada. (63, 67)

Nas áreas de preparo de alimentos remover frequentemente os

acúmulos de gordura de coifas, fornos e fogões. Manter livres de resíduos

ralos e grades de escoamento de líquidos, os ralos devem possuir proteção

que impeça a entrada de baratas. Manter distância mínima de 30 cm entre

as paredes e os equipamentos elétricos para facilitar o afastamento

constante para limpeza. (3)

As áreas onde há manipulação de alimento não devem estar

próximas à unidade de terapia intensiva ou centro cirúrgico. (75)

As áreas de recebimento e armazenamento de gêneros alimentícios

também devem ser constantemente monitoradas. O mobiliário deve ser de

aço inoxidável, pois madeira possibilita a existência de frestas que podem

abrigar insetos(63, 67)

Carrinhos para transporte de refeição para os pacientes, as

características de construção, a presença de resíduos de alimentos de

umidade oferecem as condições adequadas para abrigar pragas, como a

barata germânica. As áreas de armazenamento destes carrinhos também

são problemáticas e é comum à ocorrência de infestação por baratas. (63, 65)

As mesas de cabeceira dos pacientes e os armários devem ser

constantemente inspecionados, pois os pacientes ou seus acompanhantes

têm o costume de guardar doces, batata-frita, biscoitos, frutas e lanches. A

presença de alimentos faz com que os quartos de paciente sejam locais

onde os problemas de infestação são crônicos. (63, 67)

Os vestiários, pois é freqüente a presença de alimentos dos

funcionários, que atraem pragas.

O profissional de controle de pragas deve conhecer a política do

hospital quanto ao consumo de alimentos por funcionários, pacientes e

visitantes para adotar condutas adequadas durante as inspeções. (63)

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61

G.6.3 - Hemodiálise. (63, 65)

Frequentemente apresentam problemas com baratas e formigas.

G.6.4 - Unidade de Terapia Intensiva. (63, 65)

Frequentemente apresentam problemas com baratas e formigas.

G.6.5 - Áreas de depósito de lixo e áreas intermediárias relacionadas

com a coleta do lixo. (63, 65)

A área deve ser projetada de forma adequada, que permita a limpeza

e impeça acesso de pragas, em especial moscas e roedores. Estas áreas

devem estar localizadas longe das entradas do edifício. (76)

A existência de prateleiras no interior pode facilitar o

acondicionamento dos recipientes destinados a armazenar o lixo. (77)

Os recipientes devem ser de material de fácil limpeza e providos de

tampa. (77)

Os materiais de papel, papelão ou plástico, destinados a reciclagem

ou descarte devem ser armazenados de forma adequada para não serem

utilizados como abrigo por roedores e outros sinantrópicos. (78)

O fluxo do lixo deve ser minuciosamente investigado, a abundância

de matéria orgânica e a deficiência dos procedimentos de limpeza garantem

a sobrevivência de pragas no hospital. (65)

G.6.6 - Áreas de recebimento de materiais. (63, 65)

Adotar as boas práticas de armazenamento, os materiais devem ser

armazenados em prateleiras, de aço inoxidável, afastadas das paredes, no

mínimo 50 cm e os estrados devem estar elevados do solo no mínimo 25 cm

para permitir a limpeza do piso e paredes. (3, 77)

Verificar as embalagens no ato do recebimento para impedir a

introdução de pragas. (77)

Manter os materiais armazenados devidamente acondicionados, pois

embalagens de alimentos rotas podem atrair pragas. (77)

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62

G.6.7 - Serviço de verificação de óbito (63)

Locais onde são realizadas autópsias.

G.6.8 - Lavanderia e locais relacionados com a recepção de roupas

sujas.

Este local merece especial destaque no programa de controle

integrado de pragas, pois é foco de infestação por baratas, formigas, moscas

e roedores. O ambiente quente e úmido propicia o aparecimento de pragas,

em especial nas áreas de roupa suja, onde há abundância de matéria

orgânica aderida aos tecidos. Os problemas com as instalações hidráulicas

também são freqüentes, como vazamentos, ralos entupidos e condições

inadequadas de higiene. (63, 65)

G.6.9 - Pronto Socorro

G.6.10 – Laboratório de Análises Clínicas

H - Medidas de Controle a serem implantadas de acordo com a praga

identificada.

Características biológicas das pragas, comportamento e ecologia

devem ser conhecidos para implantar o controle e garantir o sucesso do

programa. (54, 63, 79)

O profissional de controle de pragas deve ser capacitado

especialmente para identificar, conhecer a biologia e o comportamento das

pragas presentes no hospital. (63, 79)

As principais pragas que infestam hospitais são: moscas, baratas,

formigas e roedores. (63)

O elenco de medidas a serem adotadas para o controle das mesmas,

será exposto a seguir:

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63

H.1 Moscas

As moscas e os mosquitos pertencem ao Filo Arthropoda, classe

Insecta, Ordem Díptera. Esta ordem apresenta metamorfose completa, isto

é, (ovo, larva, pupa e adulto). Os dípteros distinguem-se dos insetos alados

de outras ordens, por apresentarem apenas um par de asas membranosas

(di = duas, ptera = asas), correspondentes ao par anterior. No metatórax, o

par posterior transformou-se em pequenas estruturas denominadas halteres

ou balancins, que funcionam como órgãos de equilíbrio. O aparelho bucal é

adaptado para picar e sugar ou apenas para sugar. (80)

Controle

Eliminar os possíveis focos de criação quando verificar a presença de

moscas, qualquer meio que possa servir para o desenvolvimento das larvas

(matéria orgânica em decomposição, lixo, excrementos de animais)

existentes no local e também identificar a causa da atração, pois as moscas

se dispersam ao acaso, atraídas pelos odores levados pelo vento. O controle

integrado de moscas baseia-se em boa higienização. Limpar os locais

remover comida e matéria orgânica onde as moscas possam depositar seus

ovos. Manter os alimentos fora do alcance das moscas. (80)

Telas

Devem ser colocadas em portas e janelas para impedir a entrada de

moscas. (81)

Jogo de portas duplas com antecâmara.

Este recurso de construção pode ser a alternativa adequada para

impedir a entrada de moscas em determinados locais do hospital. (81)

Cortina de Ar

Deve ser utilizada em locais onde há recebimento de materiais,

alimentos e outros suplementos de uso no hospital, ou onde há grande

circulação de pessoas, entrada e saída de veículos normalmente para

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impedir a entrada de moscas. A corrente de ar tem que ter velocidade de

(1,600 pés ou 8,12 m/s) para ser efetiva e deve ser projetada

especificamente para o local onde será instalada. A empresa de controle de

pragas deve auxiliar o cliente na escolha apropriada do equipamento. (81)

Lixo

Cuidado especial deve ser atribuído às lixeiras, com higienização

rigorosa e regular. Guardar o lixo em sacos plásticos bem fechados ou em

recipiente bem tampado. A remoção do lixo deve ser diária. (81)

A localização das lixeiras deve ser cuidadosamente estabelecida e

nunca próxima às portas. (28)

Umidade

Importante identificar a presença de pontos de umidade que

favoreçam a infestação, pois as larvas se desenvolvem em ambientes

úmidos. (63, 81)

Armadilhas luminosas

Baseiam-se na atratividade da luz ultravioleta sobre as moscas ou

outros insetos voadores, em locais como entradas de serviço, área de

recepção de materiais. Como regra, quanto maior é a superfície refletida, ou

seja, que emana raios ultravioleta, mais atrativa será a armadilha. Há

aparelhos para paredes horizontais para cantos, alguns portáteis e outros

para serem pendurados no teto devem ser instalados em tomada com fio

terra. (80)

Há armadilhas com grade; outras têm placas com cola, portanto, não

têm grades. Quando há grades, a eletrocução dos insetos tem lugar entre as

grades. As bandejas, onde caem os insetos mortos, devem ser removidas

para limpeza, pelo menos uma vez por semana. Se há placas adesivas,

estas devem ser removidas a cada 7 a 15 dias. (80)

O profissional de controle de pragas deve orientar a instituição para a

aquisição da armadilha, quanto ao tipo, tamanho e procedimentos de

limpeza e principalmente deve identificar o local adequado para a instalação.

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(80) As armadilhas de UV com eletrocução não são recomendadas em áreas

assépticas, pois os resíduos de insetos gerados podem contaminar o local. (82)

As lâmpadas UV devem ser periodicamente substituídas, segundo a

recomendação do fabricante. (83)

Armadilhas adesivas

Podem conter material atraente para as moscas. Podem ser

utilizadas: fitas adesivas, cartão adesivo, bastão adesivo e armadilha do tipo

botijão plástico com adição de atrativos alimentares. Tem a finalidade

capturar as moscas e a seguir matá-las. O uso é limitado às áreas onde a

efeito estético não tem importância primária, podem causar má impressão

aos usuários. (80, 28)

A utilização de armadilhas também serve de instrumento para a

identificação das espécies que ocorrem no hospital. Conhecer as famílias e

gêneros de dípteros mais importantes é passo decisivo para identificar os

procedimentos a serem adotados no programa de controle. (28)

As armadilhas indicam a rota ou o ponto de invasão das moscas e

ainda, é estratégia para o monitoramento, ou seja, avaliar se área está sob

controle ou se foi infestada. (28)

H.2 Baratas

H.2.1 Barata Alemã ou baratinha (Blattella germanica)

Esta espécie é normalmente encontradas próximas às fontes de

alimento, água e calor, particularmente as ninfas. A temperatura ótima para

Blattella germânica é de aproximadamente 33ºC em ambiente seco e com

adequado suplemento de água. (75)

As fêmeas, após a formação da ooteca que mantém presa ao

abdome, dificilmente deixa o esconderijo, quando o faz sai à procura de

água. (84)

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Os locais comumente escolhidos pela barata alemã são: rachaduras,

frestas em gabinetes, compartimentos de motor de refrigeradores, máquina

de refrigerante, pallet disposto sobre o piso, caixa de interruptor, carrinhos

de comida, caixas registradoras, telefones. Escondem-se debaixo do topo de

mesas e debaixo de pias. Não é possível relacionar todos os locais que a

barata alemã pode utilizar como abrigo e o profissional de controle de pragas

deve inspecionar tudo para identificar os esconderijos e eliminá-los. (84)

Eliminar frestas, fazer os reparos adequados. Eliminar vãos existentes

embaixo da pia, nos rodapés e batentes, em especial em cozinha e

despensa. (84)

Destacamos que a grande dispersão dos abrigos pode ser

conseqüência de aplicações de inseticidas. (84)

H.2.2 Barata Americana (Periplaneta americana)

Habitam lugares escuros, úmidos e mornos. Estas espécies são

freqüentemente encontradas próximas a tubos de vapor, fossas, esgotos,

ralos de piso, caixas de gordura. A fêmea adulta procura fendas, cantos

escuros e protegidos para a postura dos ovos. Esta espécie carrega a

ooteca apenas 1 dia depois de formada. A barata americana vive no entorno,

são peridomésticas e invadem as instalações à noite quando saem para

forragear. Este movimento para o interior se intensifica em períodos frios ou

extremamente quentes e secos ou quando a chuva é excessiva. (84)

Os esconderijos da barata americana normalmente se encontram nas

áreas externas, conforme mencionado habita o entorno. Verificar, portas,

janelas, como caixas de esgoto, ralos, caixas de gordura, telhados, calhas,

galerias de águas pluviais, sótão, garagem e fontes de alimentação como

recipientes para alimentar animais domésticos e efetuar o tratamento. (84)

O tratamento de perímetro com inseticidas, normalmente proposto

pode eliminar as baratas no local tratado, porém outras se deslocam para

áreas adjacentes e novas infestações irão acontecer. E ainda pode favorecer

o desenvolvimento de outras pragas presentes nas adjacências. (84)

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Inspeção para identificar focos de infestação

A inspeção deve ser cuidadosa para identificar os esconderijos. (84)

Elaborar diagrama das áreas internas e externas, onde o programa de

controle integrado de baratas deve ser implantado. Este diagrama deve

incluir as características dos locais a serem tratados e verificar se há

presença de pacientes, instalação de equipamentos sensíveis, condições

que favorecem a infestação, áreas em que as baratas foram detectadas. (84)

Utilizar como recurso ferramentas adequadas, como descritas no

item. F.1 como espelho, para observar fendas, agentes desalojantes, como

piretróides, ferramentas de mão para abrir painéis e outros. (84)

Observar os locais em perspectiva, nível do piso para identificar

esconderijos, locais mal higienizados, pois as baratas rastejam pelo chão,

paredes e outras superfícies. De igual maneira, providenciar vista aérea com

auxílio de escada, observar o teto e o forro. (84)

Realizar inspeções noturnas, em casos de infestações de difícil

controle, para encontrar locais estratégicos que possam estar servindo de

abrigo para as baratas. (84)

Utilizar armadilhas adesivas para verificar a extensão da infestação.

As armadilhas devem ser colocadas em locais onde as baratas possam

encontrá-las. As baratas apresentam a característica de comportamento

denominada thigmotaxis, ou seja, elas preferem sentir o toque de outro

objeto sobre ou ao lado de seu corpo. Deste modo às armadilhas devem ser

instaladas contra as paredes ou outros objetos. A distribuição de número

adequado de armadilhas para uma noite permite fornecer informação

suficiente sobre a extensão da infestação e os focos. Porém se o número de

baratas capturadas não for significativo, esta operação poderá ser repetida

por mais 1 ou 2 noites. (84)

Conservação dos alimentos:

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Mantê-los fora do alcance de baratas. Os alimentos devem ser

acondicionados em recipientes com tampa, especialmente durante o período

noturno. (84)

Os frutos maduros são utilizados pelas baratas como fonte de água.

(84)

Medidas de higiene

Manter limpeza rigorosa do local, pois qualquer resíduo de qualquer

substância pode ser utilizado como alimento, eliminar umidade e remover

materiais inservíveis que possam favorecer a infestação. (75, 84) As

deficiências do serviço de limpeza devem ser anotadas e apresentadas para

o administrador responsável. A garantia da eliminação de baratas pelo

programa de controle integrado exige a manutenção de rígidos padrões de

higiene e limpeza. (84)

As medidas de higienização compreendem a limpeza das caixas de

gordura, se não forem lacradas, esvaziar e lavar com água, sabão e água

sanitária periodicamente. (85) O cuidado com a remoção de lixo, conduta

semelhante à descrita para o controle de moscas deve ser adotada. O lixo

deve ser mantido em recipientes tampados. As lixeiras e os pontos de coleta

devem ser regularmente higienizados. Manutenção adequada das áreas

externas remover matérias inservíveis, eliminar vegetação. (84-85).

Água

E liminar os pontos de vazamento, como torneiras. (84)

O piso deve ser mantido limpo e seco, atenção especial para a

cozinha. A água é obtida pelas baratas na condensação debaixo das

geladeiras, poças que permanecem nos cantos das cozinhas após a

higienização. (84)

Técnicas de exclusão

Estas técnicas consistem em impedir que as baratas tenham acesso

ao estabelecimento hospitalar. Devem ser instaladas barreiras em portas e

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janelas. As frestas devem ser calafetadas, as rachaduras reparadas.

Instalação de armadilhas especiais como às adesivas. (84)

Temperatura

Em determinadas situações para o controle da barata alemã,

alterações de temperatura pode ser o recurso adequado. (84)

Temperatura acima de 50° C durante várias horas; -18° C durante 60

min e 0°C durante várias horas. (84)

Alguns artigos infestados como relógios, aparelhos de cozinha,

podem ser envoltos em sacos plásticos e introduzidos no congelador por

uma hora ou durante uma noite. (84)

Armadilhas

As armadilhas além da sua utilização na identificação de focos de

infestação podem ser utilizadas como parte integrante do programa de

tratamento na captura e remoção das baratas. (84)

Aspirador de pó

Este equipamento deve ser empregado para remoção imediata de

baratas no esconderijo ou ninho, em especial para as baratas alemãs. É útil

no início do programa de controle integrado, quando a infestação é alta. E

ainda, as fêmeas grávidas de difícil alcance são mais vulneráveis a este

método e são capturadas mais facilmente do que pelas demais técnicas de

tratamento. (84)

Esta técnica é utilizada para reduzir a população de baratas, porém

não às eliminam, pois elas tendem a reaparecer 3 ou 4 semanas após a

aplicação da medida, portanto deve ser utilizada associada a outras

estratégias de controle (84)

Inseticidas

A barata alemã apresenta níveis significantes de resistência para

organofosforados, carbamatos e piretróides sintéticos. O mais indicado para

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o ambiente hospitalar são as iscas, que podem ser gel (hidramethilone), ou

sulfluramida e inorgânicas como o ácido bórico. A aplicação do gel deve ser

feita diretamente no local onde a barata se esconde, o mais profundo

possível, o que confere mais segurança e controle para aplicação. (84)

Recomenda-se para Periplaneta americana o tratamento de áreas externas

com a aplicação de piretróide nas formulações solução aquosa ou

microencapsulado (85).

H.3 Formigas

Controle

A erradicação de formigas em hospitais é complexa, principalmente,

devido aos seguintes aspectos: difícil localização do ninho, ocorrência de

vários ninhos em uma mesma área, reinfestações constantes e a

disponibilidade de alimentos. (86-87)

O programa de controle integrado de formigas prevê a remoção de

fontes de alimento e inclui técnicas que variam de acordo com a espécie

envolvida, a natureza da infestação e a localização das colônias. (87)

O primeiro passo é realizar inspeção minuciosa para identificar as

espécies presentes e o nível de infestação. A identificação da espécie

permite conhecer as preferências alimentares, locais habituais de

nidificação, estas informações irão auxiliar o profissional de controle de

pragas a estabelecer as estratégias necessárias para o tratamento. (87)

Realizar entrevistas com os funcionários do local, para obter

informações sobre a atividade das formigas. (87-88)

A inspeção deve ser realizada durante o dia, quando a temperatura

atinge os valores máximos, ou seja, entre 10:00 e 16:00 H, pois boa parte

das espécies tem maior atividade nestas condições. Realizar inspeções à

noite para detectar as espécies que têm hábitos noturnos. (87-88)

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Barreira química ou tratamento de perímetro podem impedir a entrada

de formigas existentes no exterior, porém cessada a ação do inseticida elas

voltarão a invadir o estabelecimento a procura de água e alimento. (87)

Quanto às formigas que habitam o interior da estrutura a aplicação de

inseticidas convencionais não deve ser realizada. O inseticida atingirá

apenas as operárias que estão forrageando fora do ninho e provoca a

fragmentação da colônia, faz com que as rainhas e operárias sobreviventes

se dispersem e dêem origem a novas colônias e há o aumento da

infestação. (87)

A aplicação de iscas tóxicas é o procedimento adequado em especial

se for percebido que o ninho está espalhado, ou que as formigas estão

entrando no estabelecimento vindo de locais não identificados. A isca tóxica

ideal deve ser atraente para diversas espécies, conter um ingrediente ativo

de baixa concentração e não matar por contato. Estas características são

fundamentais, pois o inseticida deve entrar no ciclo alimentar da colônia. As

operárias coletam a isca e, por trofalaxia, passam o alimento para as larvas,

rainha(s) e outras operárias. Entende-se por trofalaxia a transferência de

alimento boca a boca entre operárias. (87-88)

Devem ser colocadas iscas com desinfestantes nas áreas onde foi

identificada a atividade de forrageamento, durante a inspeção e períodos de

pesquisa. As iscas disponíveis no mercado são formulações a base de

sulfluramida, hidrametilnone ou ácido bórico. As iscas devem ser

administradas intensivamente durante pelo menos duas semanas. Após este

período as iscas de monitoramento e as iscas inseticidas devem ser

mantidas, e devem ser aplicadas 1 ou 2 vezes durante a semana, por várias

semanas para monitorar a atividade das formigas até o controle completo da

infestação. Em grandes instalações o controle total da infestação somente é

alcançado após vários meses. (87)

Se a colônia estiver localizada dentro de instalações elétricas que

adentrem a parede, ou em frestas nas construções, pode ser utilizado

inseticida em pó seco. (89)

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As colônias também podem estar localizadas na área externa, nas

paredes exteriores ou áreas da fundação, debaixo de lajes, ou calçadas. A

atividade de forrageamento pode ser observada ao redor do perímetro do

edifício. Estas colônias ou sub-colônias podem prontamente reinfestar o

edifício já tratado. Assim, nestas situações, devem ser adotadas as mesmas

providências inspeções freqüentes, distribuição de iscas de monitoramento

para a localização do ninho e a realização de tratamento com iscas

inseticidas. (87)

H.4 Roedores

Existem três roedores que são importantes pragas urbanas. O rato de

telhado (Rattus rattus), a ratazana (R. norvegicus) e o camundongo ( Mus

musculus). Os roedores consomem grandes quantidades de alimentos

armazenados roem e deterioram inclusive sistemas elétricos e contaminam

os alimentos com excrementos e urina, neste processo transmitem doenças

como leptospirose e salmoneloses, Também podem desempenhar função

importante como reservatório da peste bubônica e do tifo causado por

Rickettsia typhi. (89)

O controle integrado de roedores envolve as seguintes etapas:

inspeção, adoção de medidas sanitárias, controle mecânico, controle físico,

controle químico e monitoramento. (90)

Inspeção

A inspeção é fundamental no programa de controle integrado de

roedores. Durante a inspeção é possível verificar indícios da presença de

roedores pelos vestígios deixados pelos mesmos, como fezes, rastros,

danos ocasionados, covas, marcas de gordura, manchas de urina e odores.

Estes vestígios ajudarão a identificar a espécie presente e o nível de

infestação. (90-91)

Fezes: freqüentemente são os sinais mais encontrados. Enquanto os

roedores forem ativos eles defecam. A numerosa presença de fezes e a

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existência de dejetos frescos indicam que a infestação é alta. As áreas com

alta atividade de roedores podem ser identificadas pela remoção das fezes

velhas e verificação da presença de fezes frescas, em especial dos locais

onde estão dispostas. Na infestação mediana as fezes são encontradas em

diversos locais e quando a infestação é baixa, apenas algumas são

encontradas. O rato de telhado tem fezes finas, terminadas em pontas

afiladas e medem em torno ½ ”. As ratazanas têm fezes grossas e de pontas

rombas que medem entre ½” e 1”. O camundongo tem fezes semelhantes às

do rato de telhado, porém bem menores, medem entre 1/8“ e 1/4“ podem ser

confundidas com fezes de barata. (91)

Trilhas: São facilmente identificadas por meio da observação das

pegadas dos animais. Espalhar talco nas áreas a serem investigadas

permite visualizar o trânsito dos roedores e identificar os locais de acesso.

Os locais por onde caminham permanecem livres de pó ou sujeira e são

marcados com urina do roedor e podem ser identificados pelo odor

característico. A ratazana quando caminha deixa traço contínuo entre as

pegadas, formado pela cauda que sempre é arrastada pelo chão. No caso

do rato de telhado não há essa linha, pois ele levanta a cauda enquanto

caminha. (91)

Roeduras diversas: Os roedores apresentam um par de dentes

incisivos que crescem à taxa de 0,3 a 0,4 mm a cada dia.7 Estes dentes

podem roer diversos materiais desde que, sejam mais macios que o esmalte

do próprio dente, como por exemplo: os cabos telefônicos, tubulações de

pvc, alumínio, tijolos e outros. (91) Os camundongos roem pequenos buracos

de aproximadamente 4 cm de diâmetro, enquanto os outros roedores

causam maiores danos devido ao seu tamanho e os buracos podem

apresentar 5 cm de diâmetro ou mais. (91)

Tocas ou ninhos: podem ser encontradas junto às paredes ou ao

longo das fundações. Na área externa verifica-se a presença de covas no

chão. (91)

Manchas de gordura por atrito corporal: normalmente aparecem ao

longo das paredes, vigas soleiras, escadas, ao redor da abertura das covas

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e tetos, provenientes da gordura e sujidades presentes no corpo do roedor. (91)

Manchas de urina: presentes nos locais freqüentados pelos roedores. (91)

Além dos vestígios, a presença de roedor morto também indica

infestação. O roedor ativo pode ser visto, ao entardecer ou à noite, sua

presença também pode ser verificada pelos sons que emitem ou pelos sons

que produzem durante as atividades de roer, cavar e arranhar. (91)

Limpeza e Higienização

Os roedores requerem pequenas quantidades de alimento, deste

modo deve ser mantida limpeza rigorosa para eliminar todo resíduo de

alimento, isto é essencial no programa de controle de roedores, pois a

infestação é decorrente da disponibilidade de alimento. (91)

Os procedimentos de limpeza devem incluir as áreas externas, com

remoção de materiais inservíveis, ou em desuso e a manutenção adequada

de jardins para eliminar a presença de vegetação que favoreça o abrigo de

roedores e poda de galhos de árvores que se projetem sobre a construção. (90-91)

Nas áreas internas os cuidados devem ser redobrados em áreas

escuras, embaixo das escadas, falso teto e equipamentos. (91)

O lixo deve ser armazenado de modo a impedir o acesso dos

roedores e o local deve ser mantido limpo. (90-91)

Manutenção adequada das instalações hidráulicas e rede de esgoto.

(90)

Eliminar ou proteger as fontes de água: fossos, valas, poças

estagnadas, poços caixas d’água e outros reservatórios. (90)

Boas Práticas de Armazenamento, o armazenamento adequado de

produtos também é útil no controle de roedores. Os produtos devem ser

armazenados em pallets a 20 ou 30 cm acima do chão e distante das

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A utilização de iscas atrativas junto às armadilhas favorece a captura,

deve ser dada preferência àquelas que emitem aroma, como toucinho,

manteiga de amendoim. (91)

Para o uso eficiente de armadilhas devem ser mantidos registros da

sua distribuição, datas de inspeção e número de capturas realizadas em

determinado período. (91)

As armadilhas adesivas consistem de placa com cola de alta

aderência em sua superfície, na qual o rato fica preso. (90) Apresentam várias

vantagens:

Em infestações severas elas podem ser usadas para ajudar a reduzir

as populações e devem ser colocadas nas trilhas dos roedores. Iscas que

emitem aroma podem ajudar a atrair os ratos à armadilha, especialmente em

áreas onde o alimento é escasso. (91)

Tábuas de cola podem ser colocadas dentro das ratoeiras de múltipla-

captura. A efetividade de algumas tábuas de cola pode diminuir em locais

onde a temperatura é extremamente quente ou fria. (91)

As armadilhas de múltipla-captura favorecem a captura, pois os ratos

entram porque eles tendem a investigar "buracos" novos em seu território.

Elas devem ser colocadas nas entradas dos locais a serem tratados

inclusive em áreas externas, nas paredes, próximas às aberturas de

utilidades e qualquer outra abertura que permita o acesso. (91)

As armadilhas devem ser monitoradas e os animais capturados

removidos.

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6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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78. Mitchell B, U Massachusetts Extension IPM Program, Department of Food and Agriculture, U.S. Environmental Protection Agency, New England Pest Control Association. IPM Integrated pest management kit for building managers: How to implement an integrated pest management program in your building(s)[manual na internet] Boston; Building management staff in charge of recycling activities (B1); [acesso em 5 de mai 2007]. Disponível em: http://www.mass.gov/agr/pesticides/publications/IPM_kit_for_bldg_mgrs.pdf

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ANEXOS

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90

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO PARA OS HOSPITAIS

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91

QUESTIONÁRIO PARA OS HOSPITAIS

Número do Questionário __________

Data da entrevista: __/__/2006

Nº Item Tipo Item

CVS 09/00

I – DADOS DO HOSPITAL

1. Número de leitos:

Inf. -

2. Porte: Pequeno [ ] Médio [ ] Grande [ ]

Inf. -

3. Público [ ] Privado [ ]

Inf. -

II – ÁREA RESPONSÁVEL PELA CONTRATAÇÃO

4. Qual é o departamento responsável pela contratação da Empresa Prestadora de Serviço de Controle de Pragas?

Inf.

-

5. Entrevistado

Inf.

-

Cargo/função

Inf.

-

III – EXIGÊNCIAS PARA A CONTRATAÇÃO

6. Como a empresa foi contratada?

[ ] internet [ ]jornal [ ]revista [ ]licitação [ ]outros

Inf.

-

7. No caso de licitação quais as exigências do edital? Relacionar

-

5.1 7.1 8.1

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8. A empresa contratada possui Licença de Funcionamento junto à Vigilância Sanitária?

[ ]Sim [ ]Não

-

5.1 5.2

9. O contrato estabelece o número e a periodicidade das desinsetizações?[ ]Sim [ ]Não

Inf.

-

10. Qual é a periodicidade?

Inf. -

11. Há locais em que a periodicidade é diferente? [ ] Sim [ ] Não

Inf. -

12. Em caso afirmativo, informar:

Inf. -

IV – ÚLTIMA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

13. Qual a data da realização da última desinsetização? ___/____/____

Inf. -

14. Possui registro desta desinsetização [ ]Sim [ ]Não

- 11.10

15. Neste registro consta a relação dos locais tratados? (verificar possibilidade de cópia do relatório)

- 11.10

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16. Neste registro consta a relação dos produtos utilizados em cada área?

- 11.10

17. Em caso afirmativo relacionar (verificar possibilidade de cópia do relatório)

Inf. 11.10

18. O controlador de pragas realizou diagnóstico prévio dos vetores e pragas existentes? [ ]Sim [ ]Não

- 11.1

19. Em caso afirmativo, descrever o procedimento.

- 11.1

20. Em caso afirmativo, dispõe de registro deste diagnóstico? [ ]Sim [ ]Não (verificar possibilidade de cópia do diagnóstico)

- 11.2

21. A extensão da infestação foi analisada? [ ]Sim [ ]Não

- 11.1

22. A visita foi realizada por técnico com competência para discutir o problema do estabelecimento? [ ]Sim [ ]Não

- 7.1

23. Informou quais produtos seriam utilizados? [ ]Sim [ ]Não

- 11.1

24. Antes da aplicação? [ ]Sim -

11.1

25. Destacou que utiliza produtos registrados. [ ]Sim [ ]Não

- 8.1

26. Apresentou as fichas de segurança? [ ]Sim [ ]Não

- 9.2.4 11.1

27. Ofereceu condições seguras para os usuários durante a aplicação de praguicidas considerando as finalidades e funções de cada área tratada, risco de exposição do paciente? [ ]Sim [ ]Não

- 9.3.5

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28. O tratamento foi realizado em quanto tempo? [ ] dias [ ]horas [ ]Etapas [ ]dias alternados

Inf. -

29. Informou adequadamente quando ao tempo de reentrada? [ ]Sim [ ]Não

- 11.1

30. Em caso afirmativo, descrever o procedimento de reentrada

- 11.1

31. Impacto do tratamento ao meio ambiente. Foram adotadas medidas para evitar a possibilidade de contaminação ambiental (fontes de água, reservatórios, solo e outros)? [ ]Sim [ ]Não

- 5.5 9.3.6

32. Explicou as técnicas de aplicação, métodos e equipamentos utilizados? [ ]Sim [ ]Não

- 11.1

33. Propôs a utilização de técnicas de controle integrado de pragas, como barreiras físicas, armadilhas além do controle químico? [ ]Sim [ ]Não

- 3.8

34. Em caso afirmativo, exemplificar e descrever as técnicas

- 3.8

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35. Forneceu as instruções necessárias para o controle de pragas, antes, durante e após o tratamento? [ ]Sim [ ]Não

- 11.1

36. A empresa ofereceu garantia quanto aos serviços prestados? [ ]Sim [ ]Não

Inf. -

37. A empresa deixou o local limpo houve descarte de embalagens ou resíduos no local? [ ]Sim [ ]Não

- 9.3.7

38. Foi entregue certificado com as informações sobre o produto utilizado, a quantidade aplicada, antídoto e orientações para uso médico? [ ]Sim [ ]Não

- 11.10

39. A empresa orientou quanto às medidas a serem adotadas para prevenir novas infestações? [ ]Sim [ ]Não

- 11.5

40. Em caso afirmativo, exemplificar as orientações

- 11.5

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41. A empresa entregou as referidas orientações de acordo com as pragas identificadas? [ ]Sim [ ]Não

- 11.5

42. Relacionou as medidas educativas a serem implantadas? [ ]Sim [ ]Não

- 11.5

43. Em caso afirmativo, exemplificar as medidas:

- 11.5

44. Esta prestação de serviço foi considerada efetiva? [ ]Sim [ ]Não

Inf. -

45. Sugestões para a normativa

Inf. -

Total de pontos

-

Nota : Inf.: corresponde a item informativo

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ANEXO 2 – PARECER DO COMI TÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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