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Centro Universitário Hermínio Ometto UNIARARAS ANDRÉ LUIS FRANCO DE GODOY CONTROLE DA INFECÇÃO CRUZADA EM ORTODONTIA ARARAS/SP SETEMBRO/2006

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Centro Universitário Hermínio Ometto

UNIARARAS

ANDRÉ LUIS FRANCO DE GODOY

CONTROLE DA INFECÇÃO

CRUZADA EM ORTODONTIA

ARARAS/SP

SETEMBRO/2006

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Centro Universitário Hermínio Ometto

UNIARARAS

ANDRÉ LUIS FRANCO DE GODOY

CIRURGIÃO DENTISTA

[email protected]

CONTROLE DA INFECÇÃO CRUZADA EM ORTODONTIA

CONTROL OF CROSS INFECTION

IN ORTHODONTICS

Dissertação apresentado ao Centro

Universitário Hermínio Ometto –

UNIARARAS, para obtenção do Título

de Mestre em Odontologia, Área de

Concentração em Ortodontia.

Orientadora: Prof a. Dra. Heloisa C.

Valdrighi

e-mail: [email protected]

ARARAS/SP

SETEMBRO/2006

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Campus Universitário “Duse Rüegger Ometo”.

UNIARARAS

CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO OMETTO

FOLHA DE APROVAÇÃO A Dissertação intitulada: “Controle da infecção cruzada em ortodontia” , apresentada a

UNIARARAS – Centro Universitário Hermínio Ometto, para obtenção do grau de Mestre em

Odontologia área de concentração em Ortodontia em 30 de setembro de 2006, à Comissão

Examinadora abaixo nominada, foi aprovada após liberação pela orientadora.

Profa. Dra. Heloisa Cristina Valdrighi – Presidente (Orientadora) Profa. Dra. Silvia Amélia Scudeler Vedovello – 1º Membro Prof. Dr. Carlos Alberto Malanconi Tubel – 2º Membro

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, aos meus pais,

Francisco e Neide, minha esposa Gisele, a minha

filha Luísa, parentes e amigos pela paciência,

compreensão, carinho, incentivo e apoio que foram

fundamentais para vencer este desafio, muito

obrigado.

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AGRADECIMENTOS

Ao Centro Universitário Hermínio Ometto; à Magnífica Reitora Prof. Dra. Miriam

de Magalhães Oliveira Levada; e ao Magnífico Pró-Reitor de Pós-Graduação e

Pesquisa Prof. Dr. Marcelo Augusto Marretto Esquisatto, pela oportunidade de

nos aperfeiçoarmos nos estudos.

Ao Prof. Dr. Mário Vedovello Filho, Coordenador do Programa de Mestrado da

Uniararas, pela oportunidade da realização desse trabalho.

Meu muito obrigado aos mestres, e em especial à minha orientadora

Professora Doutora Heloísa Cristina Valdrighi.

Aos funcionários da Biblioteca da UNIARARAS, pelo auxílio dispensado nas

tarefas de levantamento bibliográfico.

Aos funcionários do Centro de Pós-Graduação e Pesquisa do Centro

Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS, pelo carinho nos dedicado.

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RESUMO

O profissional da área da saúde aonde se encaixa os Ortodontistas,

estão diariamente susceptíveis ao contágio de doenças infecto-contagiosas,

sendo que algumas delas podem levar a pessoa contaminada ao óbito. O

objetivo deste trabalho foi, por meio de revisão de literatura, avaliar os

procedimentos empregados no controle da infecção cruzada dentro do

consultório ortodôntico, entre dentistas, equipe odontológica e técnicos de

laboratório de prótese e pacientes. Revisando meios de esterilização,

desinfecção, o uso de barreiras de proteção individual e descarte de material

contaminado na prática odontológica e confrontando os estudos já realizados.

Concluiu-se que somente com conscientização do profissional e de sua equipe,

esse controle será eficaz, da forma que não venha trazer conseqüências

maiores às pessoas em geral.

Palavras-chaves: infecção cruzada, esterilização e desinfecção.

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ABSTRACT

Health care professionals, to whom orthodontists belong, are vulnerable

to infection from contagious diseases. Some of these contagious diseases can

lead to the infected person’s death. The objective of this research was to review

the literature and evaluate the different procedures in the orthodontics office

among dentists, dentistry teams, prosthetics laboratory techniques, and

patients. After reviewing the methods of sterilization, disinfection, use of

individual protection and disposal of contaminated material in dentistry practice,

and confronting previous studies the authors concluded that only with the

awareness of the professional and his or her team would this control be

efficient without bringing bigger consequences to people in general.

Key word: crossed infection, sterilization and disinfection.

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SUMÁRIO

Resumo.............................................................................................................. 5

Abstract .............................................................................................................. 6

Introdução .......................................................................................................... 8

Objetivo .............................................................................................................. 9

Revisão da Literatura ....................................................................................... 10

Discussão......................................................................................................... 24

Conclusões....................................................................................................... 29

Anexos ............................................................................................................. 30

Referências Bibliográficas................................................................................ 35

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INTRODUÇÃO

O controle da infecção cruzada na ortodontia é preocupante, sendo que

muitas doenças estão presentes no dia a dia de um consultório. O profissional

e sua equipe têm total responsabilidade em deter a transmissão de doenças

dentro do ambiente de trabalho, trazendo segurança e tranqüilidade durante o

atendimento ao seu paciente, este que avalia as condutas empregadas durante

seu atendimento.

Há relatos que a ortodontia tem a segunda maior incidência de casos de

Hepatite B entre as demais especialidades (STARNABACK; BIDDLE 1980).

Com o surgimento da AIDS, fizeram que os profissionais passassem a adotar

medidas de proteção e prevenção. A partir de 1995, no Estado São Paulo

através de Conselho Regional de Odontologia do Estado ocorreu vacinação

contra Hepatite B realizada em graduandos e profissionais de odontologia.

Há necessidade de o ortodontista avaliar os métodos empregados de

desinfecção (Glutaraldeído a 2%, álcool 70% e hipoclorito de sódio nas

soluções de Milton e Dakin) e esterilização (estufa e autoclave) e barreiras de

proteção individual (óculos de proteção, luvas, gorros, jaleco e mascara)

empregados, mesmo que estes métodos dispensam tempo, custo e desgaste

do material. Nos Estados Unidos (CASH 1988) estudos comprovam que 62%

dos consultórios possuíam um plano de controle de infecção inadequado

realizando apenas processos de desinfecção não de esterilização.

O controle da infecção cruzada deve existir entre consultório e o

laboratório de prótese, onde 99% dos profissionais acreditam que

microorganismos podem ser enviados, mas na maioria das vezes a

desinfecção não é realizada de forma adequada e de forma recíproca, vários

dentistas enviam trabalhos contaminados ao laboratório (PAVARINA, 2004).

Esta revisão vem analisar na literatura, as diferentes condutas adotadas

pelos Ortodontistas e outras áreas da odontologia frente ao controle da

infecção cruzada, dando ao profissional embasamento para a adoção de meios

seguros de biossegurança.

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OBJETIVO

O presente trabalho tem por objetivo através de Revisão de Literatura

avaliar o risco da Infecção Cruzada dentro do Consultório Ortodôntico.

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REVISÃO DA LITERATURA

STARNABACK; BIDDLE (1980) por meio de revisão de literatura

orientaram ortodontista conduzir suas práticas de uma maneira que não

causará prejuízo para ninguém, assim o especialista pode minimizar e prevenir

a infecção cruzada sendo a melhor maneira de proteção.

MIGLIORATI et al. (1984) por meio de revisão literatura com a finalidade

de servir de orientação à comunidade odontológica brasileira no que diz

respeito ao diagnóstico precoce da Síndrome de Deficiência Imunológica

Adquirida (AIDS ou CIDA) descreveram suas manifestações bucais e medidas

paliativas, bem como nos procedimentos clínicos ao atendimento de pessoas

portadoras.

CAMPBELL; PHENIX (1986) avaliaram as técnicas de esterilização

empregadas em consultórios ortodônticos. Assim concluíram que a

esterilização total de um consultório não é possível, mas pode-se aproximar

desta com a utilização das técnicas por eles descritas. Testes de laboratório

mostraram que autoclave é eficaz para Hepatite B, influenza e poliomielite e

bacilo Stearothermofhilus quando usados pelos tempos determinados. A

esterilização a frio utilizada pára artigos que não possam ser feitas através de

autoclave, devem ser imersos no mínimo por 10 horas em solução alcalina do

glutaraldeído de 2 % (Glutarex).

KIRCHHOFF et al. (1987) realizaram tudo para uma correta esterilização

em ortodontia, evitando danos aos instrumentos e etapas específicas que

devem ser seguidas na devida ordem, pré-lavagem dos instrumentos, limpeza

ultra-sônica, secados, instrumentos articulados devem ser lubrificados para

impedir a corrosão, esterilizados conforme indicação (autoclave, estufa ou por

agentes químicos) e testes para verificação da esterilização.

CASH (1988) por meio de questionário examinou os meios de

esterilização e desinfecção utilizados por Ortodontistas da Associação

Americana de Ortodontia do Estado Georgia, USA. Concluiu que estes

profissionais ainda não estão de acordo com os guia da ADA, realizando

processos de desinfecção e não de esterilização.

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MOAWARD et al. (1988) descreveram barreiras de proteção em um

consultório ortodôntico, criando assim um manual de condutas a ser seguido

para um controle eficaz da infecção cruzada. Concluíram que as barreiras de

proteção reduzem a infecção cruzada e permitem proteção máxima do

ortodontista, sua equipe e pacientes ao manter os padrões mais elevados de

higiene.

HOHLT et al. (1990) realizaram estudo com intuito de determinar se os

instrumentos ortodônticos contaminados com saliva, sangue e esporos

bacterianos podem ser esterilizados quando contidos dentro de caixas.

Avaliaram três tipos de equipamentos para esterilização (autoclave úmida,

química e calor seco) em instrumentos contaminados e limpos com auxílio de

ultra-som, enxaguados, secos e acondicionados em caixas. E concluíram que

os três tipos de esterilização são totalmente eficazes.

LIMA et al. (1990) avaliaram seis estufas, sendo uma delas automática,

isto é possuindo “timer” com duração de 120 minutos. Todas apresentam o

mesmo formato e a mesma potência, ou seja, 300 watts. Sendo analisados

tempo, temperatura real, temperatura da estufa, termostato da estufa e

avaliação microbiológica. Concluiu-se que as temperaturas aferidas pelo

termômetro embutido na estufa não correspondem à temperatura real obtida

pelo termômetro de mercúrio. O ciclo completo de esterilização das estufas à

temperatura real de 160°C foi de 75 minutos. O empr ego da estufa a 160°C

aferidos por termômetro de mercúrio durante 45 minutos promoveu a

esterilização de 100% dos instrumentos. O emprego da estufa a 160°c aferidos

pro termômetro da estufa durante 60 minutos promoveu a esterilização de

89.1% dos instrumentos avaliados. A análise estatística permitiu verificar que

as diferenças são significantes no nível de 5%. A avaliação microbiológica dos

instrumentos deve ser realizada em ambientes assépticos, como no fluxo

laminar.

MAGRO-FILHO; MELO; MARTIN (1991) enviaram questionário para 107

cirurgiões-dentistas, praticantes privados, escolhidos na sua maioria, a partir da

listagem dos sócios contribuintes da Associação Paulista dos Cirurgiões

Dentistas regional de Araçatuba e Birigui, no estado de São Paulo. Estudo

comportamental para verificar a aplicação das normas básicas de esterilização,

desinfecção, assim como a paramentação utilizada rotineiramente por estes

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profissionais e seus auxiliares. Assim pode-se concluir que grande parte dos

cirurgiões-dentistas e auxiliares não está obedecendo às normas de

paramentação, esterilização, desinfecção desta forma estão amplamente

expostos às doenças infecto-contagiosas, como também podem estar

contribuindo com a disseminação de doenças.

CHINELLATO; SCHEIDT (1993) avaliaram dispositivos de

biossegurança, como máscaras faciais, máscaras retangulares e ovais, óculos

e luvas existentes no comércio nacional. Contou com 25 Cirurgiões Dentistas

que realizam os tratamentos em várias especialidades. Cada dispositivo era

entregue a um grupo de profissionais que era orientado a utilizá-lo pelo menos

durante três horas de trabalho clínico. Após esse tempo o profissional

preenchia uma pequena ficha de avaliação, onde constava o nome do

dispositivo, observação dos itens de visibilidade, eficiência e comodidade para

as máscaras de proteção descartáveis. O profissional escolhido para o teste

fazia sua avaliação particular do dispositivo, através d conceitos ótimo, bom

regular e ruim para cada item examinado, além de um espaço destinado a

observações sobre cada dispositivo. Todos os dispositivos testados forma

aprovados e indicados por serem eficientes.

FERREIRA (1995) por meio de estudos sobre o controle da infecção

cruzada no consultório odontológico observou condutas normalmente

esquecidas pelos cirurgiões-dentistas e auxiliares, mas que são muito

importantes na manipulação de medicamentos e materiais com Luvas de

proteção, alça de posicionamento do refletor sem proteção, sustentação da

mangueira da unidade de sucção sem proteção, contaminação da bisnaga de

resina não descartável, reposicionamento da cadeira com comandos sem

proteção, manipulação da cabeça do paciente com luvas de procedimento e a

manipulação dos óculos de proteção com luvas de procedimento.

JORGE et al. (1996) entrevistaram 100 cirurgiões-dentistas que

trabalham em consultório particular na cidade de Taubaté, Estado de São

Paulo. Escolhidos aleatoriamente a partir da listagem obtida na Associação

Paulista de Cirurgiões Dentistas, Regional de Taubaté. A partir de questionário

composto de perguntas sobre métodos de esterilização e desinfecção

utilizados em consultório odontológico. Os dentistas também foram inquiridos

sobre métodos de paramentação utilizados, assim como procedimentos de

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rotina realizados em seu consultório. Demonstraram com o trabalho que 54%

dos cirurgiões-dentistas de Taubaté, SP, não estão esterilizando corretamente

os instrumentais e muitos não estão utilizando adequadamente as normas de

paramentação indicadas para prevenção de infecção cruzada.

GANDINI JUNIOR et al. (1997) realizaram um levantamento dos

principais métodos de esterilização existentes e como processar o instrumental

para aumentar sua vida útil. Concluíram que a autoclave e a estufa como

sendo os que oferecem maiores vantagens dentro do consultório ortodôntico.

Isso é explicado pela velocidade do ciclo da autoclave pelo baixo custo da

estufa. Expõe situações que colocam o instrumental em condições passíveis de

corrosão.

GONÇALVES (1997) avaliou o comportamento e o conhecimento dos

cirurgiões-dentistas quanto à prevenção e o controle da infecção cruzada.

Através de revisão bibliográfica de artigos recentes e concluiu que as

pesquisas e os estudos de avaliação, feitos através de comparação com

estudos anteriores em datas diferentes demonstram que os profissionais da

área de Odontologia têm dado maior atenção aos procedimentos de

desinfecção e de esterilização, sendo este último de preferência dos

profissionais. Podem-se afirmar, ainda, melhores condições estão sujeitas a um

conhecimento mais profundo dos riscos e das medidas e ações adequadas

para o controle da infecção cruzada.

MEDEIROS; NUNES (1998) realizaram levantamento bibliográfico a

respeito do que se tem realizado para obter um eficaz controle de infecção e

esterilização no consultório ortodôntico. Dentre as bibliografias pesquisadas

foram feitas análises e as idéias de vários autores confrontadas. Baseado no

que foi trabalhado pode-se concluir que para um controle efetivo de infecção

sugere se associar algumas práticas como, instrumentos contaminados com

sangue devem passar por desinfecção prévia com glutaraldeído e ai sim junto

aos outros para lavagem mecânica e depois lavagem ultra-sônica. Com

instrumentos prontos para o ciclo de esterilização, o ideal é que sejam

separados de acordo com o tipo básico de atendimento e se possível

esterilização em invólucros próprios. Toda superfície tocada pela equipe

ortodôntica ou paciente deve ser desinfetada, assim como todo material que

não possa ser esterilizado. Os fios ortodônticos em rolos ou varetas devem ser

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manipulados pelas auxiliares, evitando contaminação das partes

remanescentes, isso quando não for possível a utilização dos fios que já vêm

separados em invólucros próprios. Forramento de superfícies com toalhas

descartáveis, cobertura de instrumentos manuseados pelo próprio profissional

durante o atendimento com papel alumínio ou plástico polivinil. Torna-se

bastante complexo enumerar todas as práticas básicas relacionadas à

esterilização e desinfecção, principalmente por se tratar de alterações

relacionadas ao bom senso do profissional, ao custo operacional de uma

clínica e as medidas que já fazem parte da rotina de um consultório, estas, uma

vez estabelecidas soa difíceis de serem modificadas. Se essas diretrizes forem

estabelecidas talvez à ortodontia elimine o rótulo que carrega há tempos de ser

a especialidade que menos dispensa aos métodos de esterilização e

desinfecção. É obrigação e dever do ortodontista conduzir uma prática clínica

de forma a não comprometer a saúde de todos os envolvidos no tratamento

ortodôntico.

GRECCO (1998) realizou revisão de literatura com o intuito de comparar

os resultados encontrados com condutas adotadas pelos Cirurgiões Dentistas

em duas Universidades do Estado de São Paulo, sendo uma de ensino público

e outra de ensino particular, frente ao controle da infecção cruzada. Assim

elaborou uma pesquisa direcionada aos profissionais com até três anos de

formados, com o propósito de avaliar as informações recebidas durante a

graduação em odontologia e a aplicação de estes conhecimentos na atividade

clínica. Através de questionário com 27 questões fechadas, cujas perguntas

foram formuladas com o intuito de abordar os cuidados básicos na rotina do

atendimento odontológico. Concluiu com a revisão de literatura e a pesquisa

que há transmissão de microrganismos patogênicos durante a atividade clínica

odontológica. A adoção de um programa de controle da infecção cruzada é

imprescindível. Medidas necessárias para o controle são a anamnese completa

dos pacientes, uso de material descartável como agulhas, tubetes anestésico e

sugador, esterilização de tudo o que puder ser esterilizado e desinfecção e

proteção com papel filme nos artigo que não possam, proteção pessoal pelo

uso de máscara e luvas descartáveis, óculos de proteção, gorro e avental,

imunização de todo equipe contra Hepatite B, acionamento do sistema “Flush”

no início do período e entre o atendimento de um paciente e outro, eliminação

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de resíduos contaminados do consultório em sacos plásticos separados e

destinados à incineração, os pacientes aidéticos necessitam de cuidados

especiais para a realização do atendimento odontológico, como a avaliação

médica prévia, atendimento com dois pares de luvas e desinfecção de tudo o

que não puder ser esterilizado antes e depois da consulta e a falta de

informação do profissional e do paciente soa responsáveis pelas inúmeras

falhas nos processos de controle da infecção cruzada.

DISCACCIATTI; NEVES; PORDEUS (1999) entrevistaram 518

pacientes, militares e dependentes no setor de perícias do Centro Odontológico

da Policia Militar de Minas Gerais que lá compareceram para se submeter à

perícia final obrigatória, após tratamentos realizados por cirurgião dentista

pertencentes à rede conveniada com o sistema de Saúde da Polícia Militar de

Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada por um único entrevistador

durante os meses de agosto e setembro de 1996. Com o objetivo de avaliar a

percepção dos pacientes quanto ao risco de contrair o vírus da AIDS durante o

atendimento odontológico e suas atitudes em relação a continuar ou não o seu

tratamento caso venham, a saber, que seu cirurgião dentista atende pacientes

soropositivos. Foram também questionados sobre a freqüência de uso de cada

do Equipamento de Proteção Individual e classificar o atendimento que acabará

de receber. Concluíram que os Equipamentos de Proteção Individual estão

cada vez mais sendo utilizado pelos cirurgiões dentistas e seu uso se mostrou

intimamente associado à classificação dada pelos pacientes às condições de

Higiene com que seus tratamentos foram conduzidos. A grande maioria dos

pacientes acredita que o HIV possa ser transmitido durante atendimento

odontológico, evidenciando atitudes negativas em ralação a profissionais que

atenderam pacientes com AIDS e também a profissionais HIV soropositivos. O

uso adequado do Equipamento de Proteção Individual encoraja os pacientes a

continuar o tratamento mesmo sabendo que seu cirurgião dentista atende

pacientes com AIDS, porém não influencia na disposição do paciente em

continuar tratando com um cirurgião dentista HIV soropositivo, demonstrando

um grande preconceito em relação a tais profissionais. Os resultados

confirmam assim que o cirurgião-dentista deve educar seus pacientes em

relação às medidas de controle adotadas em sua prática, trazendo maior

tranqüilidade e segurança ao paciente.

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NAVARRO et al. (1999) avaliaram a efetividade de métodos de controle

de infecção em alicates ortodônticos para Streptococus orais. Utilizou três

grupos de alicates que, após o uso clínico, foram submetidos a diferentes

condutas: Grupo A (n=31) exposição ao ar por 2 horas; Grupo D (n=29)

desinfecção em álcool 70%iodado; Grupo E (n=30) esterilização em autoclave.

A avaliação microbiológica consistiu em semeadura da parte ativa do alicate

em meio seletivo para Streptococus orais (caldo mitis salivarius) e, após a

incubação, verificou-se a presença ou não desses microorganismos. Através

dos resultados pode-se concluir que os grupos A, D e E apresentaram

respectivamente 93,55%, 24,4% e 0% de contaminação. Houve diferença

estatisticamente significativa entre os três grupos (H= 43.221 P<.05).

Comparando-se AxD e AxE também houve diferença com significância em

nível estatístico, o que não ocorreu entre DxE (teste de comparação Dunn’s).

Podemos concluir que a efetividade dos métodos de controle de infecção

utilizados somente esteve aceitável quando a esterilização por autoclave (calor

úmido) foi realizada.

TEIXEIRA; SANTOS (1999) propuseram condutas para combater a

infecção cruzada no consultório odontológico, constituído por recursos

materiais e protocolos que agrupam as recomendações para a prevenção,

vigilância, diagnóstico e tratamento de infecções, visando à segurança da

equipe de saúde e dos pacientes, em qualquer situação ou local onde se

prestem cuidados de saúde. Sugerem assim maior envolvimento de toda a

classe odontológica com o tema, criação de uma comissão interdisciplinar nas

faculdades de Odontologia, com representantes docentes, discentes e

funcionários, reformulação do conteúdo curricular das faculdades de

Odontologia, visando uniformização e a valorização de todo o conhecimento

atual sobre infecção cruzada, que as organizações competentes, em âmbito

municipal, estadual, ou federal, estabeleçam normatizações uniformes, atuais,

completas, periodicamente reavaliadas e divulgadas, divulgação por parte das

autoridades governamentais e das entidades de classe, da importância dos

cuidados profiláticos após exposições ocupacionais, e a criação de uma

estrutura em rede nacional que viabilize a solução que esse conhecimento

exigirá (a exigência de serviços de plantão 24 horas), que os cirurgiões-

dentistas cobrem de todos os integrantes de sua equipe uma atitude coerente

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com a infecção cruzada e a maior fiscalização nos laboratórios de prótese e

nos estabelecimentos de ensino e assistência odontológica por parte dos

órgãos competentes, que nós, Cirurgiões Dentistas, sejam mais rígidos

conosco antes que a sociedade, através da mídia, o seja.

SOUZA et al. (1999) testaram a efetividade dos métodos de esterilização

na estufa (calor seco) a 190°C por seis minutos, e na autoclave (vapor sob

pressão) a 135°C por 3,5 minutos. Estas unidades es terilizadoras foram

selecionadas pela disposição no local de trabalho, e por serem encontradas

facilmente no mercado nacional em lojas especializadas. Foram utilizadas

moedas pecuniárias correntes nacionais para serem contaminadas por

possuírem composição de aço inoxidável e ranhuras em suas superfícies, o

que facilita retenção de resíduos e microorganismos, a exemplo da maioria dos

instrumentos utilizados em ortodontia. O tamanho das moedas facilita sua

inoculação nos meios de cultura. Foi preparada uma mistura de material

protéico e de culturas bacterianas de amostras padrão de coleção de cultura

internacional: Escherichia coli, Enterococcus faecalis, Pseudomonas

aeruginosa, Staphylococcus aureus e esporos de Bacillus sterothermophilus,

onde as moedas foram contaminadas. Após isso cada moeda era colocada em

uma placa de Petri para posterior teste na unidade esterilizadora. Tanto a

autoclave e estufa foram divididas em setores para avaliar a eficácia da

esterilização em diferentes regiões. Os resultados dos testes empregados para

autoclave e para estufa foram aceitos. Em todas as regiões ensaiadas nos 10

experimentos realizados, os resultados foram negativos, ou seja, houve

esterilização dos materiais contaminados. Em todos os grupos de controle, os

resultados foram positivos, acusando crescimento bacteriano semelhante ao

inoculado, comprovando a validade dos experimentos.

ALVES-REZENDE; LORENZATO (2000) aplicaram questionário

contendo 48 questões de múltipla escolha, a 80 profissionais, sem

discriminação quanto à idade, ao tempo de formatura e à área de

especialização, com o propósito de traçar o perfil do odontólogos frente às

medidas de prevenção de riscos biológicos com ênfase na exposição a material

biológico contaminado e aquisição de agravos infecciosos. Diante da

metodologia utilizada para elaboração deste trabalho podemos concluir que,

um número expressivo de profissionais adota de forma genérica, medidas

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básicas para controle de infecção na prática odontológica, cirurgiões-dentistas

entrevistados desconhecem a abrangência das medidas de controle de riscos

biológicos e as medidas de biossegurança não são rotineiramente aplicadas

por um número expressivo de profissionais interrogados.

BUFFARA; PORTELLA (2000) por meio de revisão de literatura, as

principais enfermidades, bem como seus métodos de prevenção em

Ortodontia, qualificaram o especialista a nível nacional, enviando questionário

para 2008 profissionais registrados Conselho Federal de Odontologia,

contendo 21 questões específicas ao tema. O texto continha orientações sobre

a importância da veracidade das respostas bem como sigilo no

encaminhamento das questões. Foram recebidas 22,81% das respostas. Assim

concluíram que uma grande parte dos especialistas, falta o conhecimento

básico no contexto da prevenção de doenças infecciosas ocupacionais, tanto

em relação à avaliação inicial dos pacientes, quanto a conceitos inerentes a

sua própria vulnerabilidade. Os ortodontistas apresentaram deficiência quanto

à utilização rotineira de paramentação, sendo que estas falhas não são na

maioria das vezes supridas através de orientações fornecidas pelos cursos de

pós-graduação. Os métodos de esterilização mais usados são por ordem de

preferência, a estufas, substância química e autoclave. A utilização em larga

escala de esterilizadores químicos e o pouco aproveitamento dos benefícios do

calor úmido são características preocupantes entre os profissionais analisados.

Faz-se importante uma reformulação global nos conceitos de controle de

infecção em Ortodontia. O especialista deve ter consciência das vantagens da

realização de procedimentos de mínimo risco, mesmo elevando o custo e a

complexidade operacional na sua pratica diária. Com o desenvolvimento de

materiais e técnicas de proteção mais efetivas, as recomendações anteriores

poderão ser alteradas, sendo fundamental o especialista mantenha-se

atualizado quanto a estes desenvolvimentos e orientações dos órgãos

pertinentes.

SILVA; JORGE (2002) coletaram amostras de quatro diferentes pontos

da superfície de 50 equipamentos das Clínicas do Departamento de

Odontologia da Universidade de Taubaté, após os procedimentos de

Odontologia Restauradora realizados em pacientes adultos, em que o aparelho

de alta rotação foi utilizado pelo tempo mínino de cinco minutos. Foram

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utilizados os seguintes pontos para coleta: 1- Carter do equipamento

odontológico; 2- encosto de cabeça da cadeira odontológica; 3- superfície

frontal externa do refletor; 4- superfície da pia de lavagem de mãos. As

amostras foram coletadas utilizando placas de superfície tipo Replicate

Organisms Direct Agar Plates (RODAC, Politec) contendo os seguintes meios

de cultura: ágar-sangue, ágar Mitis Salivarius bacitracina sacarose, ágar

Sabouraud Dextrose com cloranfenicol e ágar MacConkey. Após os

procedimentos odontológicos de rotina, foi efetuada uma limpeza prévia nos

quatro pontos selecionados, com gaze esterilizada para remoção dos resíduos

e/ou materiais orgânicos, como saliva, sangue e tecidos. Foi utilizada a técnica

borrifar-esponjar-borrifar, na qual se borrifou a substância a ser testada com

spray, posteriormente esfregou-se com gaze esterilizada a superfície com

movimentos contínuos em um só sentido; borrifou-se novamente o produto

realizando a mesma técnica descrita. Após 5 minutos para a secagem e ação

do produto utilizado, as placas contendo os meios de cultura foram aplicadas,

pressionado delicadamente a superfície do ágar no ponto selecionado. O

tempo de contato para a coleta foi de 1 minuto. O procedimento descrito foi

realizado para os desinfetantes: iodo povidine com 1% de iodo ativo (L.M.

Farma), álcool etílico 77°GL (Parati 92,8% INPM, 96 °GL), solução de álcool

etílico a 77°GL com5% de clorexidina (Manipulário) e composto fenólico

(Duplofen). Como controles, foram efetuadas a mesma técnica acima, logo

após o atendimento do paciente, utilizando água destilada esterilizada, a seguir

as placas foram encubadas a 37°C. Com os resultado s obtidos concluíram que

as superfícies do equipamento odontológico estão contaminadas após o

atendimento, representando riscos de transmissão de infecção cruzada. Os

microorganismos encontrados em praticamente todas as superfícies analisadas

foram Sterptococcus alfa-hemolítico, os quais podem ser utilizados como

indicadores de contaminação bucal do ambiente. Evidenciou presença de

bactérias gram-negativas em pequenas quantidades nas superfícies

estudadas, o que denota provável má higienização e limpeza de alguns

equipamentos. O desinfetante, mas efetivo foi à solução alcoólica de

clorexidina, com aço bastante eficaz na redução de microrganismos,

principalmente para bactérias gram-positivas. O iodo foi bastante efetivo

principalmente para levedura do gênero Cândida. O composto fenólico também

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mostrou efetividade na redução de microrganismos e o álcool etílico a 77°GL

foi o menos eficaz dos desinfetantes testados, entretanto mostrando uma

redução estatisticamente significativa de microrganismos.

VILAS BOAS; QUIRINO (2002) encaminharam questionários sobre a

realização de procedimentos de biossegurança, como desinfecção de moldes,

modelos, troquéis e outras peças protéticas e, ainda, quanto ao uso de EPIs

(Equipamentos de Proteção Individual) onde 20 protéticos (18 do gênero

masculino e 2 do gênero feminino) e 44 cirurgiões-dentistas (predominou sexo

feminino) procedentes de consultórios odontológicos, todos da cidade de

Taubaté – SP, responderam às perguntas sobre métodos utilizados para

prevenir a transmissão de microorganismos durante a confecção de próteses.

Mostraram que os técnicos de prótese dentária ainda não possuem

conhecimento suficiente sobre infecção cruzada e, sabem que são poucos os

cirurgiões-dentistas que realizam a desinfecção dos moldes e modelos e,

mesmo assim, não se preocupam em se proteger e realizar a desinfecção.

Também os cirurgiães-dentistas têm conhecimento sobre infecção cruzada,

mas realizam a desinfecção dos trabalhos protéticos, moldes e modelos de

forma incorreta e, muitas vezes, simplesmente não realizam. È preocupante

essa negligência por ambos os profissionais, è necessária uma maior

fiscalização quanto a isso e também uma maior divulgação de trabalhos em

jornais e revistas sobre o assunto para que incentivem e conscientize todos os

profissionais o até mesmo oferecimento de Cursos de Atualização sobre

Biossegurança destinados a protéticos.

BERTI; MOIMAZ; AYRES (2003) por meio de questionário que não

exigia identificação pessoal composto de questões direcionadas ao

conhecimento das medidas de controle de infecção cruzada. Selecionaram 100

cirurgiões-dentistas prestadores de serviço em clínicas particulares e serviço

público, composta aleatoriamente por sorteio de uma lista de cirurgiões-

dentistas de uma cidade do interior do Estado do Paraná. Concluíram que a

maioria dos profissionais entrevistados está informada sobre normas para o

controle de infecção cruzada na prática odontológica. Estes, em sua maioria,

utilizam as barreiras mecânicas para a sua proteção. A higienização do equipo

e do ambiente de trabalho é praticada pela maioria dos profissionais, com a

utilização de soluções inadequadas para a desinfecção. Quanto ao destino do

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lixo odontológico, apesar de grande parte dos cirurgiões-dentistas coletarem

separadamente, os recipientes utilizados não são recomendados.

GARBIN; GARBIN; FERREIRA (2003) realizaram pesquisa quantitativa

através de questionário, formada por questões fechadas sobre cuidados de

biossegurança e o atendimento a portadores de doenças infecto-contagiosas. A

amostra compreendeu 160 cirurgiões-dentistas, atuantes em consultórios

odontológicos na cidade de Araçatuba/SP, escolhidos aleatoriamente. Os

dados obtidos foram analisados e submetidos à análise estatística usando-se

freqüência absoluta e relativa. O Software Epi info 6.0 foi empregado nesta

análise. Concluíram que boa parte dos cirurgiões-dentistas tem conhecimento

sobre os protocolos de controle de infecção e, embora realizem os cuidados

necessários, muitos profissionais ainda tem medo de atender pacientes

portadores de doenças infecto-contagiosas, até negando-se ao atendimento

dos mesmos. Os cirurgiões-dentistas necessitam de um maior esclarecimento

quanto às medidas de controle de infecção, buscando oferecer cuidados

odontológicos seguros e efetivos a toda população e proporcionar segurança

também À equipe odontológica.

MONTENEGRO et al. (2004) pesquisaram a infecção cruzada nos tubos

de resina composta (parte externa) na clínica odontológica, usou cinqüenta

tubos de ensaio esterilizados a vácuo, retiram-se as tampas, veda-se com

algodão e foram acondicionados em contêiner de alumínio e envolvidos com

papel pardo. A esterilização foi feita na autoclave a 130°c durante 30 minutos.

Foi preparado meio de cultura dissolvendo 22,2 g de BHI (Brain Heart Infusion),

pesado em balança de alta precisão, em 600ml de água destilada, conforme

instruções do fabricante e esterilização realizada na autoclave a 120°c durante

15 minutos. Em condições assépticas, na câmara de fluxo laminar, 5,0ml do

meio foram colocados em cada tubo, em seguida, iniciou-se a coleta das 50

amostras para análise, sendo realizada no final de cada atendimento

restaurador da clínica, sob a proteção de uma lamparina de álcool, esfregando-

se o “swab” estéril umedecido na parte externa do tubo de resina,

principalmente na tampa, no corpo e na ponta da rosca. A seguir os “swabs”

forma introduzidos em tubos com BHI e imediatamente levados ao Laboratório

de Microbiologia da Faculdade e incubados na estufa a 37°c para

desenvolvimento microbiano. A cada coleta realizada um novo tubo com meio

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de cultura foi submetido ao mesmo procedimento da coleta. Este estudo

revelou elevada taxa de contaminação da parte externa dos tubos de resina, o

que pode apresentar um risco à saúde dos pacientes e profissionais. Assim

sugere-se a desinfecção dos tubos de resina com solução desinfetante ou

emprego de PVC, desde que este seja trocado a cada atendimento.

PAVARINA et al. (2004) por meio de questionário composto por

questões fechadas e semi-abertas versando sobre temas específicos

relacionados aos objetivos do trabalho. Questionaram 99 cirurgiões-dentistas

da capital e do Interior do Estado de São Paulo. O questionário apresentava 23

questões de múltipla escolha que solicitavam ao profissional informações

sobre: 1 – realização de procedimentos de desinfecção; 2 – esclarecimento

sobre contaminação de trabalhos protéticos e uso de barreiras de proteção; 3 –

soluções químicas utilizadas para desinfecção. Para organização de análise de

dados foi criado um arquivo de banco de dados no qual foram armazenadas as

informações coletadas, utilizando DBase III Plus. Para a análise estatística,

este arquivo foi exportado para o IPIINFO 6.0. dessa forma, foi possível obter

tabelas e gráficos que permitiram descrever os dados de interesse. De acordo

com os resultados os autores observaram que a maioria dos cirurgiões-

dentistas consultados (99%) acredita que microorganismos podem ser

enviados no laboratório de prótese por meio dos trabalhos protéticos. Porém, a

desinfecção dos itens enviados ao laboratório de prótese ou recebidos no

consultório não é uma prática de rotina para os profissionais. Além disso, na

maioria das vezes, a desinfecção desses itens não era realizada de maneira

adequada. Dessa forma, com base nos resultados obtidos nessa pesquisa,

pode-se concluir que vários dentistas ainda enviam trabalhos contaminados ao

laboratório.

GARBIN et al. (2005) realizaram avaliação descritiva da aplicação de

medidas de precaução universal para controle da infecção entre cirurgiões-

dentistas que atuam em consultórios públicos e particulares do Município de

Araçatuba/SP. A coleta de dados foi realizada através de questionários

contendo perguntas sobre equipamentos de proteção individual e coletiva. Os

resultados mostram que o uso do gorro foi relatado por 55% dos profissionais

que atuam no serviço público e 90% que atuam no privado. O uso da máscara

e o uso de luvas foram relatados pelos 40 profissionais entrevistados, no

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entanto a troca de luvas entre os pacientes não foi relatada por 40% dos

profissionais da rede pública. Concluíram que ainda o setor público apresenta

mais falhas em relação ao uso de barreiras protetoras, pois a maioria das

questões abordadas a freqüência do uso de barreiras foram menores em

relação ao setor privado.

NORO; RIBERIO (2005) avaliaram o processo de trabalho odontológico

nas Unidades de Saúde da Prefeitura Municipal de Fortaleza, correspondentes

à Secretaria Executiva Regional II (SER II), tendo como referenciais ações de

vigilância sanitária. A avaliação foi realizada em sete Unidades, através de

estudo transversal descritivo. Para obtenção dos dados, o pesquisador

posicionou-se em local estratégico para não prejudicar o andamento das

atividades e ter condições de examinar todo o ambiente e execução das

atividades desenvolvidas tanto pelo profissional como pela equipe auxiliar,

anotando as observações em roteiro específico. Detectou-se que a maioria dos

cirurgiões-dentistas e das atendentes de consultório dentário negligência o uso

de gorro e óculos de proteção, principalmente. Constatou-se que nenhuma

atendente de consultório dentário trabalhava sentada no momento de auxiliar o

dentista, provocando menor rendimento das atividades desenvolvidas. Além do

que mais da metade destas atendentes não eram inscritas no Conselho

Regional de Odontologia do Ceará (CRO-CE). No tocante à esterilização, em

menos da metade dos consultórios fazia-se uso de autoclave. Observaram que

em nenhum consultório utilizava película protetora para isolar os locais nos

qual o profissional tem contato direto. É necessário que medidas de

reorientação dos serviços odontológicos prestados nas Unidades de Saúde da

SER II sejam tomadas, visando adequar as situações observadas, protegendo

a saúde da população e da equipe de saúde bucal, assim como orientar a

atuação da vigilância sanitária no sentido de realizar suas ações tendo como

referência o processo de trabalho e não simplesmente a estrutura dos serviços.

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DISCUSSÃO

O cirurgião-dentista como membro atuante dentro da área da saúde, tem

papel importante no diagnóstico e cuidado com pacientes portadores de AIDS,

(MIGLIORATI, 1984).

Existe preconceito em relação ao atendimento de pacientes que

apresentam doenças infecto-contagiosas, o que pôde ser observado em

levantamento feito por DISCACCIATI; NEVES; PORDEUS (1999) que através

de entrevistas realizadas com 518 pacientes, 42,9% não continuaria o

tratamento odontológico se soubessem que seu dentista tivesse um paciente

com AIDS.

Em 2000, a Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente

Transmissíveis e AIDS do Ministério da Saúde, Brasil, editou manual de

condutas para o controle de infecções e a prática odontológica em tempos de

AIDS. Com tiragem de 200.000 exemplares, com intuito de atualizar o

cirurgião-dentista e sua equipe para o tratamento integral das pessoas

portadoras do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), agente infeccioso

causador da AIDS. O objetivo do manual era fornecer aos profissionais, diante

da desinformação presumida, uma visão prática e de preferência rápida para o

aprimoramento das qualidades no atendimento aos pacientes.

Os profissionais da saúde estão sob risco constante de aquisição de

doenças preveníveis por vacinas, assim como podem transmiti-las para

pacientes, recomendam-se as seguintes vacinas: contra Hepatite B, Influenza,

Sarampo, Caxumba, Rubéola, Difteria, Varicela e Tétano, (TEIXEIRA;

SANTOS, 1999).

Segundo STARNABACK; BIDDLE (1980) é impraticável esterilizar todo

material ortodôntico para cada paciente atendido, o profissional deve ter

condições de através de um bom senso bastante apurado de avaliar quais

instrumentos necessitam de esterilização e quais podem ser somente

desinfetados.

Instrumentos contaminados com sangue devem passar por desinfecção

prévia com glutaraldeído a 2% e ai junto aos outros para lavagem mecânica, e

depois ultra-sônica. Com os instrumentos prontos para o ciclo de esterilização

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o ideal que sejam separados de acordo com o tipo básico de atendimento e se

possível separados em invólucros próprios, (MEDEIROS; NUNES, 1998).

Os métodos de esterilização mais utilizados pelos ortodontistas, são em

ordem de preferência, a estufas, substâncias químicas e a autoclave, JORGE

et al. (1996); BUFFARA; PORTELLA (2000). Ainda verificaram a utilização de

substâncias químicas como esterilizadores em grande escala, além do pouco

aproveitamento do calor úmido, são características preocupantes.

LIMA et al. (1990) relata a importância na necessidade da observação,

dos tempos de esterilização e a verificação na temperatura real da estufa e

análise microbiana dos instrumentos esterilizados.

Muitos podem não aderir a este tipo de equipamento, por se tratar de um

método onde exige altas temperaturas e com receio de danificar o material por

aquecimento e corrosão, isto não ocorre se o ortodontista tomar cuidados

básicos, como por exemplo, passar por uma lavagem na limpadora ultra-

sônica, e enxaguar os instrumentos com água destilada, (SOUZA et al. 1999).

Procedimentos recomendados pelo Ministério da Saúde 2000 para o

método de esterilização:

1. Em autoclave :

a) por gravidade a 121°C (1 atm de pressão) por 20 minutos;

b) por auto-vácuo a 132°C (2 atm de pressão) por 4 minutos.

2. Em estufa:

a) por 160°C por 120 minutos;

b) 170°C por 170 minutos.

3. Imersão em Glutaraldeído, a 2% por 10 horas.

NORO; RIBEIRO (2005) observaram que menos da metade dos

consultórios faz uso da autoclave.

A avaliação microbiológica dos instrumentos esterilizados deve ser

realizada em ambiente especial asséptico, como no fluxo laminar, (LIMA et al.

1990).

A eficiência do processo de esterilização deve ser comprovada através

de métodos físicos, químicos e biológicos:

- Testes físicos, compreendem o desempenho do equipamento e

envolve a observação de parâmetros, como leitura da temperatura e pressão

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durante a fase de esterilização, e a utilização de manômetros e registradores

do equipamento;

- Testes químicos, consistem em tiras de papel impregnadas com tinta

termocrômica que altera a coloração quando exposta à temperatura por tempo

suficiente;

- Testes biológicos, constituem de tiras de papel impregnadas com um

milhão de esporos, que, depois de secos em temperatura ambiente, são

colocados em envelopes de papel ou tubos de polipropileno com tampa

permeável ao vapor. A prova de destruição dos esporos, após a sua exposição

ao ciclo de esterilização, é usada para aferir os microorganismos expostos às

mesmas condições destruídos. Para a estufa, é recomendado o uso de tubos

com bacilo esporulado Subitilis, e para autoclave, o bacilo esporulado

Stearothermofhylus. Conforme norma do Ministério da Saúde 2000, estes

testes devem ser realizados semanalmente.

Em relação aos métodos de desinfecção, estudo realizado por ALVES-

REZENDE; LORENZATO (2000) demonstraram que 74% dos cirurgiões-

dentistas utilizam solução clorada como método de desinfecção, o qual

representa outro tipo de substância que pode ser usado.

BERTI; MOIMAZ; AYRES (2003) encontraram como solução

desinfetante na maioria dos entrevistados (68%) o álcool etílico 70%, que

possui um poder germicida limitado, não alterando alguns microorganismos

gram negativos, bacilo da tuberculose e alguns vírus entre eles o HBV e o HIV.

Segundo FERREIRA (1995), mesmo que o profissional gaste o dobro

das quantidades necessárias para implantar um sistema de desinfecção ou

invista em materiais autoclaváveis, ainda assim o custo seria considerado

baixo.

O cirurgião-dentista não deve evitar o tratamento de pacientes de alto

risco, desde que se paramente adequadamente, o risco de contaminação

passa a restringir em casos de acidentes com instrumental, (MAGRO-FILHO;

MELO; MARTIN, 1991).

As mãos são as maiores causadoras de infecção cruzada, CAMPBELL;

PHENIX (1986) mostraram que as luvas são efetivas desde que trocadas a

cada paciente, e que mesmo assim elas podem apresentas perfurações

prévias ao uso.

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CASH (1988) verificou que ortodontistas norte-americanos, um grupo no

total de 17% do analisado não fazia uso de nenhum tipo de paramentação,

estando amplamente expostos a doenças infecciosas.

A importância do uso de barreiras de proteção pelo profissional da

odontologia em seu trabalho clínico diário, poupando-o de problemas como

adquirir doenças infecto-contagiosas ou transmiti-las para outros pacientes e

seus familiares. CHINELLATO; SHEIDT (1993) avaliaram dispositivos de

biossegurança presentes no mercado nacional como, máscaras, óculos e luvas

aprovando todos dispositivos testados. Os artigos de proteção individual (EPI)

estão cada vez mais sendo utilizados pelos cirurgiões-dentistas e o seu uso se

mostrou intimamente associado à classificação dada pelos pacientes às

condições de higiene com que seus tratamentos foram conduzidos

(DISCACCIATI; NEVES; PORDEUS, 1999).

Os ortodontistas apresentam deficiências quanto à utilização rotineira de

paramentação, sendo que estas falhas não são, na maioria das vezes supridas

através de orientações fornecidas nos cursos de pós-graduação (BUFFARA;

PORTELLA, 2000).

O uso paramentação pela auxiliar odontológica, JORGE et al. (1996)

encontrou que 93% delas não usam óculos de proteção e gorro e apenas 44%

utilizam máscara. Importante salientar que a responsabilidade, caso ela venha

adquirir alguma doença infecciosa no consultório, é de responsabilidade do

cirurgião-dentista.

O lixo do consultório, tanto os materiais perfuro cortantes,

acondicionados em recipientes rígidos, quanto os descartáveis, chamados de

resíduos sólidos, acondicionados em sacos de lixo e identificados com rótulo

de contaminado e devidamente encaminhados para incineração (FERREIRA,

1995).

As superfícies do equipamento odontológico estão contaminadas após o

atendimento, representando riscos de transmissão de doenças. O desinfetante

mais efetivo para limpeza das superfícies foi à solução alcoólica de clorexidina,

com ação bastante eficaz na redução de microrganismos, principalmente

bactérias gram positivas (JORGE, 1996).

As superfícies do equipamento odontológico como todo ambiente deve

ser higienizado a cada atendimento (BERTI; MOIMAZ; AYRES 2003).

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A infecção cruzada entre o consultório e o laboratório de prótese pode

ocorrer quando procedimentos de biossegurança não são executados

adequadamente. VILAS BOAS; QUIRINO (2002) verificaram que a desinfecção

do molde e do modelo para serem encaminhados ao protético era feita apenas

por 15 (34%) e 3 (68%) dos respectivamente, sendo o hipoclorito de sódio o

produto de eleição. Enquanto os trabalhos vindos do protético apenas 22 (50%)

dos cirurgiões-dentistas realizavam procedimentos de desinfecção.

As próteses devem ser desinfetadas da seguinte forma: 1- lavagem em

água corrente; 2-escovação com solução de clorexidina a 4% durante 1 minuto;

3-imersão em solução química (clorexidina 4 %, hipoclorito de sódio a 1% e o

Amosan – perborato sódico monohidratado) por dez minutos; 4-imergir em

água durante 3 minutos para remoção da solução desinfetante residual. O

alginato, como sendo o material de uso em moldagens rotineiras na ortodontia,

os moldes devem ser imersos em Glutaraldeído 2%, Hipoclorito de sódio 0,5%

ou 1% durante 10 minutos (PAVARINA et al. 2004).

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CONCLUSÃO

Faz-se importante uma reformulação nos conceitos de controle de

infecção em Ortodontia. Os profissionais têm que ter consciência das

vantagens da realização de procedimentos sob condições seguras de trabalho,

aumentando um pouco a complexidade no atendimento diário do paciente,

onde este se sentira mais seguro em relação ao tratamento no que se diz a

contágio de doenças no consultório do ortodontista. Com a evolução de

técnicas novas de controle de infecção, se faz necessária uma atualização

continuada do Ortodontista perante os conhecimentos de Biossegurança. Á

necessidade de condutas no ambiente de trabalho, para conseguir um controle

efetivo de Biossegurança

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ANEXOS

Termômetro para aferir a temperatura

Estufa

Autoclave e

Seladora

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Paramentação

Gorro Óculos de Proteção Máscara Jaleco Luvas

Limpadora de instrumentos ultra-sônica

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Pias

1. Papel toalha; 2. Sabonete líquido para lavagem das mãos; 3. Torneira de acionamento elétrico e/ou pedal; 4. Pias diferentes para lavagem das mãos e materiais.

Uso da sobreluva

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Recomendações de H i g i ene

E (es te r i l i zação )R ( r ecobr i men to )

D (des i n fecção)

Cadeira

1. Encosto da Cabeça_________________________ R

2. Botões de controle da cadeira (manual)_________R, D

3. Apoios de braço___________________________ R, D

4. Alça do refletor___________________________ E, R e D

5. Peças de mão_____________________________ E, R e D

6. Superfície da bandeja auxiliar________________ R, D

7. Mangueira do sugador______________________ R, D

8. Mesa auxiliar_____________________________ R, D

Imobiliário

1. Superfícies do armário _____________________ D

2. Piso____________________________________ D

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Descar t e do L i xo do Consu l t ó r i o

1. Agulhas; 2. Pontas de fios ortodônticos; 3. Laminas de bisturi.

Todo resíduo sólido contaminado (luvas, Gorros, guardanapos, lenços, sugadores, etc.).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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