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Universidade Candido Mendes Pós Graduação “ Latu Senso” Faculdade Integrada Vez do Mestre CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA PARA A APRENDIZAGEM DO ALUNO COM TDAH. Por: Salvina Lira Dias Trevenzoli Orientadora: Geni Lima Rio de Janeiro 2011

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Universidade Candido Mendes

Pós Graduação “ Latu Senso”

Faculdade Integrada Vez do Mestre

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA PARA A

APRENDIZAGEM DO ALUNO COM TDAH.

Por: Salvina Lira Dias Trevenzoli

Orientadora: Geni Lima

Rio de Janeiro

2011

Universidade Candido Mendes

Pós Graduação “ Latu Senso”

Faculdade Integrada Vez do Mestre

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA PARA A

APRENDIZAGEM DO ALUNO COM TDAH.

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de pós graduação “ Latu Senso”

em Psicopedagfogia Institucional, por

Salvina Lira Dias Trevenzoli.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela

minha vida e todas as conquistas

permitidas pelo seu cuidado e

misericórdia.

Á minha família pela

compreensão e carinho nos dias em

que eu estive ausente estudando.

Á minha querida orientadora

Geni Lima, pela contribuição de seus

conhecimentos e paciência para que

esse trabalho se tornasse possível.

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho como prova

do meu amor a minha querida e única

filha Isabela, por todo seu apoio e

incentivo para conclusão de minha pós-

graduação.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO 1 - TDAH – DEFINIÇÃO 09

CAPÍTULO 2 - INCLUSÃO NA ESCOLA 18

CAPÍTULO3 - CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA 26

CONCLUSÃO 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39

ANEXOS 42

ÍNDICE 43

06

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo informar como o psicopedagogo

contribui para o processo da aprendizagem do aluno das séries iniciais do

ensino fundamental portadores de TDAH – transtorno do déficit de atenção

com hiperatividade, o qual gera conseqüências negativas no ambiente escolar,

prejudicando esse aluno em vários aspectos, dentre eles a aprendizagem.

Portanto a psicopedagogia se torna necessária para o enriquecimento

do processo de aprendizagem através de algumas intervenções,

principalmente a comportamental.

O presente estudo foi embasado através de pesquisas bibliográficas

com autores de suma importância como: Beatriz, Topczewsk, Barbirato,

Mattos, Knapp, Olives, Fernandez, Andrade, Phelan, Hallowel, Raley, Dupaul,

Stoner, Barkley, Benczik, Porto, Chamat, Pain, Regra e Visca.

PALAVRAS - CHAVES: TDAH. Escola. Psicopedagogia.

07

INTRODUÇÃO

O TDAH se caracteriza por três sintomas básicos: Desatenção,

impulsividade e hiperatividade física e mental. Tornou-se muito comum

ouvirmos queixas sobre crianças hiperativas, que não conseguem ficar

paradas, correndo o tempo inteiro, desajeitadas e muitas vezes desastradas

que não prestam atenção em nada, distraídas com pequenos estímulos.

Transformam a sala de aula em uma verdadeira guerra,

incompreendidas pelos amigos, pais e professores. Sempre rotuladas em

preguiçosas, mal educadas, burras, birutas, pestinhas, indisciplinadas,

principalmente na escola em séries iniciais do ensino fundamental.

Como também encontramos adultos desorganizados, enrolados,

impacientes, cheios de energia, buscando sempre por algo estimulante,

iniciando projetos e abandonando sem a conclusão. Apresentam altos e baixos

repentinos, impulsivos, não respeitam compromissos, trocam de empregos,

relacionamentos, falam sem pensar e a qualquer ocasião.

O presente estudo foi fundamentado através de recursos bibliográficos

com referencia nos autores Mattos, Beatriz, Chamat, Barbirato, Topczewski,

Knapp, Castro & Nascimento, Sánchez, Phelan, Andrade, Hallowell, Ratey,

Dupaul, Stoner.

O estudo está estruturado em três capítulos, o primeiro capítulo é uma

apresentação do tema TDAH, com definição do que vem a ser o Transtorno do

déficit de atenção com hiperatividade, suas causas, sintomas, diagnóstico e o

tratamento.

Ao longo do segundo capítulo, informação sobre a inclusão na escola,

dicas de como lidar com esse aluno em sala de aula e as dicas aos professores

que tem papel fundamental no processo de aprendizagem de crianças e

adolescentes com TDAH. Mostrando que é possível ter esse aluno incluído e

interagindo em sala de aula.

As contribuições do psicopedagogo para aprendizagem do aluno com

TDAH estão abordadas no terceiro capítulo, retratando sobre o papel do

psicopedagogo como mediador na intervenção utilizando a psicopedagogia

institucional e comportamental.

Ao identificar as contingências que acarretam a dificuldade do aluno

portador de TDAH, o psicopedagogo irá atuar buscando modificar as

condições que acarretam essas dificuldades.

Importante ressaltar sobre a atuação da família do portador de TDAH,

que deverá estar sempre muito bem informada acerca do transtorno para que

caminhe junto na inclusão escolar desse aluno e principalmente nas atividades

de vida diária, acarretando assim um adulto capaz de viver e fazer uso de sua

independência.

09

CAPÍTULO I

TDAH - Transtorno do déficit de atenção com

hiperatividade.

O TDAH é um transtorno neurobiológico, de origem genética de longa

duração, persistindo por toda a vida da pessoa, que tem início na infância,

comprometendo o funcionamento da pessoa em vários setores de sua vida, e é

caracterizado por três grupos de alterações: hiperatividade, impulsividade e

desatenção.

Beatriz (2009), o TDAH significa que substâncias químicas produzidas

pelo cérebro, chamadas neurotransmissores, apresentam-se alteradas na

qualidade e/ou quantidade no interior dos sistemas cerebrais, responsáveis

pela atenção, impulso e atividade física e mental no comportamento humano.

Trata-se de uma disfunção, e não de uma lesão.

A mente de um TDAH funciona como um receptor de alta sensibilidade

que ao captar um pequeno sinal, reage automaticamente sem avaliar as

características do objeto gerador de estímulo. Beatriz (2009).

1.1 - CAUSAS

Beatriz (2009), os diversos fatores causais que estão envolvidos no

funcionamento do cérebro TDAH são:

Genéticos – Estudos científicos indicam que esse fator desempenha o papel

importante na gênese do TDAH. Maior incidência do problema entre parentes

de crianças com TDAH em comparação com parentes de crianças sem TDAH.

Alterações estruturais e funcionais no TDAH – Os indícios mais fortes que o

TDAH apresenta é uma alteração cerebral que vem dos inúmeros estudos

através de exames de neuroimagem.

10

Fatores ambientais (externos) – A ocorrência do TDAH está correlacionada

muitas vezes a complicações durante a gravidez e no parto, incluindo relatos

de traumatismos neonatais.

Em Topczewski (1999):

• Maior frequencia nos gêmeos idênticos (monozigóticos) que nos

não idênticos (dizigóticos);

• Manifestação é mais frequente no sexo masculino;

• Estudos moleculares iniciais com o DNA sugerem a existência de

alterações bioquímicas na determinação da hiperatividade.

1.2 - SINTOMAS

Para Topczewski (1999), a hiperatividade é um desvio comportamental,

caracterizado pela excessiva mudança de atitudes e de atividades

comprometendo o sujeito nas suas relações sociais, familiares e no seu

trabalho. Crianças e adolescentes hiperativos são frequentemente

considerados inconvenientes.

Manifestações de hiperatividade / impulsividade:

• Crianças que se mantêm em constante movimento;

• Mexem em tudo, sem motivo e sem propósitos definidos;

• Dificuldade para se envolverem em brincadeiras;

• São muito impacientes e mudam de atividade com muita frequencia;

• Levantam-se da cadeira, quando em sala de aula, em momentos

inapropriados;

• Não conseguem permanecer sentadas para assistir a um programa de

TV, como desenho animado;

• Mal ficam sentadas á mesa durante a refeição;

• Apresentam incapacidade para focar a atenção em qualquer atividade

durante um período de tempo necessário para tal.

11

• Há certa tendência para desviar a sua atenção para outros estímulos

que são impróprios para aquele determinado momento;

• Falam demasiadamente;

• Distraem-se com muita facilidade e, frequentemente, não conseguem

terminar as tarefas propostas para o período preestabelecido;

• A tarefa escolar prolongada é o indicador mais evidente para se detectar

a acentuação da hiperatividade.

A impulsividade, segundo Barbirato (1970), a criança muitas vezes age

sem pensar, o que pode gerar comportamento de risco; pode haver

agressividade.

Na dispersão, a criança não se concentra num determinado assunto ou

em uma atividade.

Sinais de desatenção típicos do TDAH:

§ A criança não presta atenção aos detalhes ou comete erros por

descuido;

§ Parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra;

§ Não segue instruções e não termina os deveres escolares e as tarefas

rotineiras;

§ Apresenta dificuldade com organização;

§ Evita dedicar-se a tarefas que exijam esforço mental constante;

§ Perde objetos necessários às tarefas ou atividades;

§ Distrai-se facilmente com estímulos externos;

§ Esquece as atividades diárias;

§ Parece sempre, ou quase sempre, ausente.

Mattos (2010), os sintomas do TDAH podem manifestar-se desde uma

idade muito precoce.

Transtornos que se associam mais frequentemente com o TDAH:

1. Transtornos do aprendizado (dos quais os mais comuns são os

transtornos de leitura, de escrita e de matemática.

12

2. Transtornos de desafio e oposição e transtorno de conduta.

3. Tiques;

4. Transtornos ansiosos (pânico, fobia social, transtorno de ansiedade

generalizada)

5. Transtornos do humor (depressão, distimia, transtorno bipolar);

6. Abuso de drogas e alcoolismo.

Segundo Topczewski (1999), no lactente podem ser evidenciadas

algumas características, tais como:

- Muito chorão e sem causa aparente;

- Inquieto;

- Apresenta dificuldade para conciliar o sono;

- Período de sono curto;

- Voracidade ao mamar;

- Cólicas abdominais frequentes e exageradas;

- Denota persistente desconforto e insatisfação.

Durante o pré - escolar, quando há sintomas claros de:

- Inquietude;

- Impaciência;

- Espírito destrutivo;

- Fala muito e rápido;

- Baixa tolerância á frustração;

- Sem noção de perigo;

- Não se fixa muito num só brinquedo;

- Distrai-se com muita facilidade.

13

Nos escolares:

- Ao brincar, não conseguem se fixar, durante algum tempo, numa

determinada atividade;

- Mudam, rapidamente, de uma atividade para outra, pois se

desinteressam com muita facilidade;

- São muito presentes, isto é, são aquelas crianças que estão sempre

em todos os lugares, tal é a hiperatividade;

- Trocam de brinquedo frequentemente, por não se satisfazerem por

muito tempo com o mesmo;

- Espírito destrutivo com objetos e brinquedos;

- Não conseguem ficar sentados à mesa durante a refeição;

- Assistem televisão por tempo limitado, e mesmo assim inquietos;

- Falam muito e mudam de assunto rapidamente. Sem mesmo concluir o

pensamento anterior;

- Dificuldade para acatar ordens.

1.3 - OUTROS SINTOMAS

Mattos (2010), sintomas que não estão listados nos critérios tradicionais

para se fazer o diagnóstico e, entretanto, são comuns:

a) Baixa autoestima. Comum em adolescentes e adultos com TDAH

tenham impressão ruim acerca de si próprio.

b) Adiamento crônico das coisas.

c) Mudança de interesse o tempo todo. No início as coisas são muito

empolgantes e interessantes e logo se tornam “chatas”.

d) Intolerância e evitação de situações monótonas ou repetitivas.

e) Busca freqüente por coisas estimulantes ou simplesmente diferentes.

f) Variações frequentes de humor.

14

g) Dificuldades de planejar e manter-se no plano ao longo do tempo.

h) Dificuldade para ativar-se sozinho para fazer as coisas (principalmente

as rotineiras ou “chatas”).

Atualmente, sabemos que é comum a existência de problemas emocionais

junto com o TDAH, o próprio TDAH é classificado como um transtorno

psiquiátrico e não como um transtorno neurológico. Entre os mais comuns

estão a depressão e a ansiedade. Alguns ainda podem ter o bipolar,

alternância de fases de muita energia, auto estima elevada, pouca necessidade

de dormir e comer. Mattos (2010).

1.4 – DIAGNÓSTICO

Knapp (2002), o diagnóstico do TDAH é fundamentalmente clínico,

baseando-se em critérios operacionais clínicos claros e bem definidos,

provenientes de sistemas classificatórios como o DSM-IV, ou CID-10.

Mattos (2010), para a conclusão do diagnóstico é obrigatório:

1) Que eles estejam presentes desde cedo (antes dos 7 a 12 anos) –

Sintomas de TDAH que surgem mais tarde pode ser expressão de outro

problema (principalmente ansiedade e depressão), sem que haja TDAH.

2) Que causem problemas em pelo menos dois contextos diferentes

(exemplo: casa e escola) – Se os sintomas parecem ocorrer apenas

num contexto (por exemplo, na escola) se faz necessário investigar se

existe realmente TDAH, ou se há problemas de relacionamento, graus

elevados de exigência nesse ambiente. Algumas vezes, é verdade, os

pais tendem a minimizar os problemas e achar que a escola “ está com

implicância” com seu filho. Cabe ao médico ou psicólogo, investigar se

este é o caso.

3) Que esses sintomas atrapalhem claramente a vida do sujeito, seja na

escola, em casa, na profissão, no relacionamento com os demais.

Esquecimentos eventuais, desatenção sem maiores conseqüências,

alguma inquietute em determinadas ocasiões não caracteriza um

transtorno médico que mereça ser tratado.

15

4) Que eles não sejam explicados por outro problema (por exemplo,

ansiedade ou depressão, cujos sintomas são muito parecidos).

Oliver (2010, p.80) antes de se diagnosticar o TDAH, deve-se analisar

também que, apesar da maioria dos sujeitos apresentarem um conjunto de

sintomas e características de desatenção, hiperatividade, impulsividade,

existem algumas predominâncias e variações que classificam em subtipos:

Combinado – Quando os sintomas igualam-se em desatenção,

hiperatividade e impulsividade.

Desatento – Quando os sintomas pendem para a desatenção, variando

desde simples desatenção até grande alienação.

Hiperativo-impulsivo – Quando os sintomas aliam-se à hiperatividade

impulsividade.

Para Fernandez (1991, p. 30) no diagnóstico tradicional, ainda que se

incluam os pais, o centro é a criança paciente; ela é chamada na maioria das

vezes, e é ela que se estuda. Os pais participam somente como informantes e

os irmãos ficam à margem.

A família desempenha um papel fundamental de informações das

características do TDAH para o fechamento do diagnóstico.

1.5 TRATAMENTO

Para Beatriz (2009), o critério para o tratamento do TDAH deve basear-

se na dialética conforto x desconforto. Os próprios sujeitos TDAH devem

avaliar sua forma de viver, pensar ou agir está lhes proporcionando uma

existência confortável ou não.

Em adultos, a autoavaliação torna-se mais fácil por meio da própria

observação advinda das sucessivas frustrações e ou limitações nos principais

setores vitais: social, afetivo-familiar e profissional.

16

Se tratando de crianças e adolescentes TDAH, se torna necessário

contar com a valiosa ajuda dos pais e/ou cuidadores na descrição de

comportamentos que sinalizam grande inadaptação e sofrimento por parte

desses inquietos seres. Não se pode esquecer que todo sofrimento tem sua

expressão consciente ou não. Não ter consciência de estar sofrendo não

minimiza em nada o sofrimento e as conseqüências vindas dessa maneira de

viver, ressalta Beatriz (2009).

O tratamento do transtorno do déficit de atenção pode ser feito de uma

forma interdisciplinar (vários profissionais diferentes trabalhando em equipe),

incluindo orientação á pais e professores. Na maioria dos casos há

necessidade da terapêutica medicamentosa que pode ser administrada pelo

psiquiatra, neurologista ou pediatra. No caso de adultos, se torna necessário

orientar o cônjuge.

Em crianças com problemas sérios de comportamento, técnicas

comportamentais. A psicoterapia , quando necessária, será feita pelo psicólogo

ou psiquiatra que tenha formação específica, afirma Mattos (2010).

A psicoterapia também pode estar indicada quando houver:

a) Dificuldade muito grande de aceitar limites e respeitar regras( comum

em crianças e adolescentes) como nos casos de transtorno

desafiante de oposição e transtorno de conduta;

b) Baixa auto-estima( comum em adultos, mas também encontradas em

adolescentes);

c) Depressão ou ansiedade importante (ocorrem em adultos, crianças e

adolescentes);

d) Dificuldades muito significativas de relacionamento interpessoal

(comum em adolescentes e adultos).

Acompanhamento psicopedagógico para ajudar no desempenho escolar.

Segundo Beatriz (2009), quanto mais informação e conhecimento se

tiver sobre o TDAH, mais capacitado se estará para a compreensão da história

17

de vida e para a contribuição efetiva de um tratamento mais eficaz para esse

sujeito.

18

CAPÍTULO II

INCLUSÃO NA ESCOLA.

Para Andrade (2002), as escolas não estão preparadas, mas precisam

aprender. Se mesmo as famílias com condições em recorrer a escolas

particulares, os pais e as crianças encontram obstáculos, imagine nas escolas

públicas.

[...] A escola exige não apenas que o aluno fique parado, mas, também,

que se concentre em assuntos geralmente considerados desinteressantes.

“Chata” é certamente uma das palavras mais utilizadas por crianças com TDAH

para descrever a escola (Phelan, 2005).

2.1 TDAH E A ESCOLA

Dizer a verdade á criança e á escola ajudará a desfazer o estigma que

paira a respeito do TDAH (Hallowell, Ratey, 1999).

Dicas para professores de como explicar o TDAH para as crianças

(Hallowell, Ratey, p.262-263, 1999).

1. Diga a verdade. Este é o princípio central de orientação, Em primeiro

lugar, eduque a si mesmo a respeito do TDAH e, então coloque o que

aprendeu com suas próprias palavras, usando palavras que a criança

possa compreender. Não vá simplesmente entregar um livro á criança

nem a encaminhar a um profissional para uma explicação. Após haver

aprendido sobre o tema, explique-o a si mesmo, e, então, á criança.

Seja direto, franco e claro.

2. Use um vocabulário preciso. Não invente palavras vagas ou vazias, pois

a criança carregará para onde quer que vá as explicações que você lhe

der.

3. A metáfora da miopia é útil para explicar o TDAH ás crianças. Ela é bem

clara e emocionalmente neutra.

4. Responda as perguntas. Peça que perguntem. Lembre-se de que muitas

vezes as crianças fazem perguntas que não sabemos responder. Não

tenha medo de dizer que não sabe e vá à busca da resposta certa.

19

5. Livros escritos por profissionais que lidam com o TDAH são boas fontes

de informação;

6. Deixe claro para a criança que o TDAH não é estupidez, retardo, defeito,

maldade, ou algo qualquer.

7. Dê exemplos positivos, seja de uma história ou de sua experiência

pessoal, como membro da família (mãe ou pai).

8. Se for possível, faça com que os outros saibam que a criança tem

TDAH. Faça com que os outros alunos da turma saibam (após haver

discutido isso com a criança e seus pais), assim como o restante da

família. Mais uma vez, a mensagem deve ser a de que não há nada a

esconder ou de se envergonhar.

9. Previna a criança para que não use o TDAH como desculpa. Após

compreender o que é TDAH, a maioria delas atravessa uma fase em

que tenta usá-lo como desculpa. O TDAH é uma explicação, não é um

pretexto. Elas continuam tendo de assumir a responsabilidade pelo que

fazem.

10. Instrua os outros. Instrua pais e filhos em sala de aula. Instrua os demais

membros da família. A única e mais forte das armas de que dispomos

para garantir que a criança receba um tratamento apropriado é o

conhecimento. Divulgue o conhecimento o mais que puder; ainda

existem muita ignorância e desinformação envolvendo o TDAH.

11. Ensine a criança a esclarecer dúvidas que outras pessoas possam ter,

especialmente outras crianças. O princípio orientador é o mesmo: diga a

verdade. Você pode encenar uma situação em que a criança implica

com a outra, para poder prever e lidar com tal problema.

20

2.1 COMO PROFESSORES E ALUNOS LIDAM COM OS PORTADORES DE

TDAH NA SALA DE AULA.

[...] Atualmente, muitos professores não estão adequadamente

preparados para lidar de fato com essas crianças, mesmo após freqüentar

oficinas ou consultar a literatura relevante (Dupaul; Stoner, 2007).

Segundo Andrade (2002), a verdade é que, os professores estão

sobrecarregados e não conseguem lidar com o assunto. Afinal, lidam com

diversos alunos que apresentam problemas e não podem se dedicar aos

alunos portadores de TDAH.

Segundo Barkley (2002, p.114), é preciso salientar que entre 20% e 30%

de crianças com TDAH apresentam pelo menos um tipo de deficiência de

aprendizado (DA), em matemática, leitura ou ortografia. [...] Ambos os

transtornos apresentam uma predisposição genética.

O professor é de suma importância para que a criança obtenha êxito na

escola, não é o nome do programa o qual a criança se encontra, nem a

localização, nem mesmo se a escola é pública ou particular. O que importa

de fato é o professor(a), pois ele é o que antecede a tudo isto.

É particularmente relevante a sua experiência em relação ao TDAH, o

principal será sua boa vontade para desempenhar esforços a fim de

procurar compreender melhor o portador de TDAH. Só assim irá contribuir

para que ele tenha um ótimo desempenho escolar. (Barkley, 2002).

As estatísticas referentes ao TDAH demonstram que deve haver pelo

menos uma criança portadora desse transtorno em cada sala de aula. Uma

regra essencial para professores é jamais seja conhecido como especialista

em TDAH em sua escola! A concentração de alunos com TDAH na mesma

sala de aula pode transformar o ano escolar em um pesadelo (Phelan,

2005).

Benczik (2000, p.45-46) diz que[...] em idade escolar, a criança

apresenta diferentes comportamentos impulsivos e hiperativos. No entanto,

na classe, a desatenção predomina, pois a criança, geralmente, parece não

estar escutando, parece estar devaneando, e/ou preocupada enquanto se

contorce ou se move inquietamente em sua cadeira.

21

Nenhum professor muitas vezes não se sente bem em admitir não

gostar de um aluno. Portanto, a realidade demonstra que existem diversos

alunos / crianças / adolescentes com TDAH de quem os professores,

terapeutas e/ou até os próprios pais não gostam. (Phelan, 2005)

Existem duas regras básicas para serem aplicadas em sala de aula,

segundo Ann Welch professora de educação especial e consultora

educacional da Virgínia, nos Estados Unidos. Primeira, as crianças estão na

escola para trabalhar / aprender, existe um trabalho a ser feito. Segunda, o

comportamento da criança não pode interferir no trabalho/aprendizado das

outras. (Phelan, 2005).

Barkley (2002, p.107) considera que as habilidades de sentar quieto,

atender, escutar, obedecer, inibir um comportamento impulsivo, cooperar,

organizar ações e seguir completamente as instruções, bem como dividir,

brincar de maneira adequada e interagir de forma agradável com outras

crianças, são essenciais para conquistar uma carreira acadêmica de

sucesso.

2.1 DICAS AOS PROFESSORES

Sugestões para a gerência do TDAH em sala de aula:

• Certifique-se de que é realmente TDAH que você está lidando. Não

cabe ao professor diagnosticar o TDAH, mas algumas questões

podem e devem ser levantadas.

• Desenvolva seu mecanismo de autodefesa. Ser professor de uma

turma com dois ou três alunos com TDAH pode ser extremamente

cansativo. Busque apoio da escola e dos pais.

• Conheça seus limites. Não hesite em pedir ajuda. Como professor,

não se espera que seja um especialista em TDAH.

• Pergunte ao aluno o que pode ajudá-lo. Pois eles conseguem ser

muito intuitivos; se você perguntar, ele pode lhe dizer como aprende

melhor. Por vezes eles se sentem constrangidos por dar informação

espontaneamente, pois podem parecer excêntricas. Tente sentar-se

a só com ele na hora da pergunta. É impressionante o quanto as

opiniões desses alunos são ignoradas.

22

• Lembre-se do aspecto emocional do aprendizado. Esses alunos

precisam de ajuda especial para encontrar prazer na sala de aula,

conhecimento em vez de fracasso e frustração, estímulo em vez de

tédio ou medo. É fundamental prestar atenção ás emoções

envolvidas no processo de aprendizagem.

• Alunos com TDAH buscam limites, eles precisam que o ambiente

estruture o que não conseguem estruturar internamente por conta

própria. Faça listas. Alunos com TDAH se beneficiam muito quando

tem uma tabela ou lista para servir de referência quando se sentem

perdidas no que fazem. Precisam de lembretes, instruções, limites,

estrutura e de informações repetidas.

• Estabeleça regras. Coloque-as por escrito em lugar bem visível. Eles

se sentirão confiantes sabendo o que espera deles.

• Repita as instruções. Escreva-as. Exponha-as. Os alunos com TDAH

precisam ouvir as coisas mais de uma vez.

• Faça sempre contato visual. Você pode “trazer de volta” um aluno

com TDAH por meio desse contato. Faça isso com assiduidade. Um

olhar firme pode tirar um aluno de um devaneio, possibilitar uma

pergunta ou simplesmente proporcionar uma confirmação silenciosa.

• Faça com que o aluno TDAH sente-se sempre próximo á sua mesa

ou onde você passa a maior parte do tempo. Isso evita que o aluno

fique á deriva, o que constitui um tormento frequente para ele.

• Estabeleça limites, fronteiras. Isso se destina a conter amenizar, não

a punir. Faça isso de forma coerente, previsível, com franqueza e

prontidão.

• Tenha um cronograma essencialmente previsível. Afixe-o no quadro

de avisos ou na cadeira da criança. Refira-se a ele com frequencia.

No caso de alterações – como fazem tantos professores

interessantes, avise e prepare o aluno para isso, pois transições e

mudanças são algo muito difícil para ele, e o deixa perturbado. Tome

especial cuidado para preveni-lo quanto às transições com bastante

23

antecedência. Anuncie o que vai acontecer repetindo várias vezes á

medida que o tempo passa.

• Tente ajudar esses alunos a planejarem seus próprios horários após

o fim das aulas, num esforço de evitar uma das marcas registradas

do TDAH: o adiamento.

• Elimine ou reduza a regularidade de provas com tempo limitado.

• Dê espaço para válvulas de escape, como sair da sala por alguns

instantes.

• Em relação à tarefa de casa, preocupe-se mais com a qualidade do

que com a quantidade. Alunos com TDAH necessitam de uma

redução na carga.

• Acompanhe constantemente o progresso. Os alunos com TDAH se

beneficiam bastante com feedbacks frequentes, pois isto as ajuda a

manter-se no rumo, faz com que deles se espera e se estão

atingindo suas metas, além de constituir um grande incentivo.

• Subdivida grandes tarefas em tarefas menores. Essa é uma das

fundamentais técnicas de ensino para crianças com TDAH. Grandes

tarefas facilmente oprimem o aluno com TDAH, fazendo com que

retroceda com uma resposta emocional do tipo “nunca serei capaz

de fazer isso”.

• Permita-se brincar, divertir-se, ser não convencional, brilhar. Alunos

com TDAH adoram brincar, respondendo com entusiasmo. Ajuda a

concentrar atenção – tanto a da criança como a sua.

• Cuidado com excesso de estímulos. Como água prestes a ferver, o

TDAH pode transbordar. É necessário saber abaixar o fogo

rapidamente.

• Ensine algo a respeito de fazer provas.

• Invente jogos com atividades cotidianas. A motivação ajuda a

melhorar quem tem TDAH.

• Fique atento para que as atividades estejam relacionadas. Esses

alunos precisam sentir-se envolvidos. Assim, elas se sentirão

motivadas, o que diminuirá a probabilidade de se desligarem.

24

• Dê responsabilidades ao aluno quando possível. Deixe que ele

descubra seu próprio método de lembrar o que pôr na mochila, ou

solicite ajuda, em vez de ficar dizendo que ele precisa de ajuda.

• Experimente uma agenda de anotações de casa para a escola e da

escola para casa. Isso poderá realmente contribuir para a

comunicação diária entre professor e pais, evitando assim reuniões

para tratar de crises.

• Para evitar o estigma, explique a questão ao resto da turma,

normalizando o tratamento que o aluno recebe.

• Elogie, afague, aprove, incentive, nutra.(Hallowell, Ratey, 1999)

Alunos portadores de TDAH são notoriamente “sensíveis ao professor”.

sendo assim, a pessoa responsável pela sala de aula pode causar um efeito

maravilhoso – ou devastador – em relação ao tipo de ano escolar que elas vão

ter. (Phelan, 2005).

Para Benczik (2002), o estilo de professor que se adapta melhor ás

necessidades do aluno com TDAH é aquele que demonstra ser:

§ Democrático, solícito e compreensivo.

§ Otimista, amigo e empático.

§ Dá respostas consistentes e rápidas para o comportamento

inadequado da criança, não transparecendo raiva ou ofendendo o

aluno.

§ Bem organizado e sabe administrar bem o tempo.

§ Objetivo e capaz de encontrar meios de ajudar o aluno a atingir a

sua meta.

Barkley (2002) acredita, ainda que, uma das formas mais eficientes de

ajuda á criança com TDAH, á disposição dos colegas de turma, é ignorar o

comportamento disruptivo e inapropriado do portador do transtorno. Os colegas

também podem incrementar o comportamento apropriado das crianças com

TDAH dispensando-lhes elogios e atenção positiva por isso. [...] Programas

com fichas, nos quais os demais alunos monitoram o comportamento do aluno

com TDAH e dão ou tiram fichas por bom ou mau comportamento, também

25

podem ter sucesso enquanto forem supervisionados por um professor.

Obviamente os colegas de classe devem ser também recompensados por seus

próprios esforços. [...] Recompensar esses alunos não apenas reforça os

esforços, mas também assegura que o programa seja bem conduzido. [...] O

professor deve treinar e supervisionar os demais alunos da sala

cuidadosamente e não deve permitir que eles envolvam nos aspectos punidos

do programa.

Para Benczik (2002), o professor deve estar ciente que não existe uma

solução fácil para lidar com TDAH em sala de aula e tampouco há uma receita

pronta para isso[...].

[...] Os educadores alinhados com a educação geral e especial

necessitam compreender que os comportamentos referentes ao TDAH são

crônicos e dificilmente podem ser totalmente eliminados, principalmente no

contexto de um único ano escolar. Sendo assim, o foco dos esforços

profissionais deve se concentrar na modificação do ambiente na sala de aula e

na escola, no atendimento ás necessidades dos alunos com este transtorno e

também na promoção da conquista de objetivos de curto prazo. Á medida que

melhoras na atenção, no controle dos impulsos e no nível de atividades são

concretizadas no curto prazo, um progresso gradual que melhora esses

problemas no longo prazo também é conquistado. (Dupaul, Stoner, 2007).

26

CAPÍTULO III

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA PARA A

APRENDIZAGEM DO ALUNO COM TDAH.

A Psicopedagogia tem como objeto de estudo a aprendizagem humana,

que surgiu de uma demanda – as dificuldades de aprendizagem, colocada em

um espaço pouco explorado, situado além dos limites da pedagogia e da

psicologia. (Porto, 2009).

O aluno com TDAH, muitas vezes, pode estar atrasado, em termos de

conteúdo teórico, quando comparado com as outros alunos de sua classe.

Sabemos que os sintomas do TDAH, como a desatenção e a falta de

autocontrole, podem promover dificuldades especificas na aprendizagem.

Conforme Benczik (2002), o acompanhamento psicopedagógico é

importante já que auxilia no trabalho, atuando diretamente sobre a dificuldade

escolar apresentada pela criança, suprindo a defasagem, reforçando o

conteúdo, possibilitando condições para que novas aprendizagens ocorram.

A contribuição da psicopedagogia para o aprendizado do aluno com

TDAH são através das técnicas mais utilizadas que são os jogos de

exercícios sensorio-motores, como a amarelinha, bola de gude ou de bolas,

ou de combinações intelectuais, como damas, xadrez, carta, memória,

quebra-cabeça, entre outros.

Os jogos com regras permitem a criança, além do desenvolvimento

social quanto a limites, a participação, o saber ganhar, perder, o

desenvolvimento cognitivo, e possibilita a oportunidade para a criança

detectar onde está, o porquê e o tipo de erro que cometeu, tendo a chance de

refazer, agora, de maneira correta.

Podem ser usadas técnicas que envolvam escritas, como escrever um

livro e ilustrá-lo, pode despertar nela em criar algo seu e admirar seu trabalho

final, podendo isso, ser estendido às lições em sala de aula.

27

Uma outra técnica é a de despertar no aluno o gosto pela leitura,

através de assuntos e temas de seu interesse e também aguçar a curiosidade

por conhecer novos livros, revistas e gibis.

A utilização de contos de fadas e suas dramatizações podem ser um

recurso a mais. Podem ser utilizados desde a fase do diagnóstico até a fase

de intervenção educativa, adaptando-se as tarefas, em razão do nível de

aprendizado em que o aluno se encontra. Benczik (2002) salienta que essa

técnica permite ao psicopedagogo coletar tanto dados cognitivos quanto

psicanalíticos.

3.1 O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO

Para Chamat (2008), o psicopedagogo, no papel de agente corretor,

deve priorizar o “conhecimento” do aluno, mesmo que para tal, tenha de

realizar encaminhamentos a outros profissionais. Seu papel é de focalizar a

problemática dentro do contexto causa/sintoma e atuar sobre eles. Planejar

sua atuação desde o primeiro contato com os pais.

Todo o planejamento deverá ser comunicado aos pais para que

possam cooperar e ter consciência das possíveis causas e sintomas que

futuramente poderão ocorrer.

Segundo Chamat (1996) após realizar todo diagnóstico

psicopedagógico, o psicopedagogo estará de posse do quadro “patológico”

sobre o caso em estudo, bem como de um sistema de hipóteses que lhe

permita direcionar o tratamento psicopedagógico.

O atendimento psicopedagógico, mediante um olhar clínico, pretende

facilitar o diagnóstico da dinâmica relacional e da aprendizagem, a fim de

propiciar mudanças e facilitar o trabalho preventivo, objetivando evitar e/ou

superar problemas de aprendizagem na relação aluno – “conhecimento” –

professor.

Segundo Paín (1989), a intervenção tem como objetivo:

• Levantar e sistematizar o perfil do aluno dos diferentes cursos;

28

• Detectar os principais pontos de dificuldades e necessidades

apresentadas pelos alunos nos diferentes momentos de sua

formação;

• Desenvolver atividades em conjunto com a área pedagógica, a

fim de facilitar a elaboração de técnicas acadêmicas eficazes

para o bom andamento da vida acadêmica do aluno;

• Atender individualmente o aluno que procura o programa, e

verificar a possibilidade de lidar com suas necessidades e

dificuldades;

• Auxiliar o aluno em suas dificuldades acadêmicas , de ordem

pedagógica e de relação no contexto acadêmico,

encaminhando-o de forma condizente, em caso de necessidade;

• Fazer o levantamento do perfil do aluno ingressante, estabelecer

dados comparativos com o andamento de sua formação por

meio de levantamento de dados a ser realizado no início, meio e

no final da intervenção.

O psicopedagogo deve estár sempre atencioso e receptivo para as

necessidades do aluno e de sua família. Se solicitado, deve atender a escola,

assim como respaldar a família. (Chamat, 2008).

3.2 A PSICOPEDAGOGIA COMPORTAMENTAL

Tendo em vista que a psicopedagogia é a aplicação dos

conhecimentos psicológicos na área da educação, podemos definir

Psicopedagogia Comportamental como a utilização da Análise do

Comportamento Aplicada à área da Educação (Marinotti, 2001).

A contribuição da terapia analítico comportamental como utilização à

área da Educação é a descrição e análise das contingências de reforçamento

em que se desenvolve o processo de ensio-aprendizagem.

29

O papel do psicopedagogo comportamental é o de analisar as

contingências que geram dificuldades de aprendizagem e/ou escolares. Os

aspectos que geram dificuldades de aprendizagem estão relacionados ao

repertório acadêmico do indivíduo, ou seja, ausência ou falha de habilidades

que são pré-requisitos para o desenvolvimento de um novo conteúdo

acadêmico, por exemplo, condições de ensino inadequadas às características

do indivíduo.

Em relação as contingências envolvidas nas dificuldades escolares,

deve-se analisar as condições nas quais o problema ocorre, assim como as

consequências que o mantém. (Hubner & Marinotti, 2000)

Dificuldades escolares estão relacionadas ao aprender a estudar, que

se caracteriza por fazer lição, resolver exercícios, ler um texto, responder

sobre ele, permanecer concentrado na tarefa até o seu término e realizar a

tarefa do lazer. (Regra, 2004)

A partir da análise das contingências que explicam as dificuldades de

aprendizagem escolares, o psicopedagogo comportamental deve alterar as

condições antecedentes e programar consequências reforçadoras para que

ocorra: aquisição e enriquecimento de repertório acadêmico, desenvolvimento

do funcionamento global, diminuição de comportamentos que interferem na

aprendizagem, apoio e orientação de familiares, organização do ambiente

para favorecer o desenvolvimento da autonomia atenção e hábitos de estudo.

A intervenção psicopedagógica comportamental evolve quatro fases:

avaliação, seleção de metas e objetivos, planejamento de técnicas e

procedimentos de intervenção e intervenção.

A educação sobre o transtorno para os alunos, pais e professores é

parte fundamental da maioria dos programas cognitivo-comportamentais para

o tratamento do TDAH. Tem como objetivo ajudar o aluno, a família e os

professores a compreenderem melhor os sintomas e prejuízos do transtorno

como decorrentes de uma doença, desfazendo rótulos prévios que

frequentemente acompanham essas alunos (por exemplo, preguiçoso,

vagabundo, burro, incompetente). Nesse sentido, as intervenções

psicoeducativas também são importantes para melhorar a autoestima desses

alunos, frequentemente abalados após anos de impacto do transtorno.

30

Da mesma forma elas ajudam os pais a aprenderem estratégias para

lidar com as dificuldades de seus filhos.

Independentemente da modalidade de atendimento( individual ou em

grupo), a educação sobre o TDAH normalmente é a parte inicial do programa

de intervenção psicopedagógica comportamental.(Knapp,2002).

O sistema de pontos é uma intervenção comportamental baseada em

contingência que visa premiar respostas e atitudes adequadas do paciente e

que, portanto, introduz reforçadores para o comportamento esperado.

Vários estudos tem mostrado que estratégias comportamentais

baseadas em contingência com reforço positivo são mais eficazes do que

estratégias baseadas em punições. (Knapp, 2002).

Como na maioria das abordagens cognitivo-comportamentais para

outros transtornos, as tarefas de casa são parte essencial do atendimento de

crianças com TDAH. A sua função é a de permitir que a criança exercite o que

está sendo aprendido durante as sessões.

Como normalmente há resistência para a realização das tarefas de

casa, é importante que elas sejam associadas a reforçadores do

comportamento.(Knapp, 2002).

Intervenção cognitivo-comportamental no transtorno, algumas dicas

clínicas podem ser úteis:

∗ A idade da criança ou adolescente é importante. Quanto mais

velha a criança, maior a chance de o tratamento funcionar, já

que a sofisticação cognitiva será maior. Em tese, crianças no

meio da idade escolar ( 8 e 9 anos) já são elegíveis para essa

intervenção. Quanto mais nova a criança mais comportamental

será a intervenção e mais ênfase deverá ser dada á abordagem

familiar.

∗ A avaliação diagnóstica do transtorno é fundamental. O

tratamento tem mais chance de funcionar naqueles casos sem

co-morbidade. Nos casos com co-morbidade com transtornoss

de ansiedade indicam melhor resposta á intervenção cognitivo-

comportamental.

31

∗ O funcionamento familiar dece ser avaliado, já que parte dos

pais (cerca de 30%) também tem o mesmo diagnóstico. A

chance de sucesso com famílias muito desorganizadas é

provavelmente menor, pois a generalizaçãodos resultados para

fora das sessões fica normalmente comprometida.

∗ O aspecto comportamental da abordagem deve ser bastante

enfatizado. O aspecto cognitivo, embora importante e atrente

conceitualmente, parece ter menor eficácia.

∗ O trabalho com os pais é essencial para combater as principais

limitações das abordagens psicossociais, ou seja, a baixa

generalização dos resultados e a difícil manutenção destes após

o encerramento do atendimento. Tanto no atendimento

individual como em grupo, sessões em paralelo com os pais e

conjuntas com a criança e os pais devem ser realizadas. Nas

sessões em paralelo, a educação sobre o transtorno, a

introdução do manejo comportamental com o sistema de pontos,

a técnica de solução de problemas e as medidas de

planejamento devem ser enfatizadas.

∗ Nos tratamentos em grupo, o número menor de participantes

(4 a 6), o atendimento em co-terapia e a escolha de grupos

homogêneos (todos com diagnóstico de TDAH, do mesmo sexo

e na mesma faixa etária) parecem variáveis clinicamente

importantes para o sucesso do atendimento.(Knapp, 2002)

3.3 ORIENTAÇÃO AOS PAIS

As atitudes que os pais tem em relação a seu filho não são a causa do

TDAH, mas podem contribuir para acentuar os comportamentos inadequados

que eles apresentam. Seguem alguns exemplos:

1) Pais que tem dificuldade em estabelecer normas de comportamento

bem claras e definidas podem contribuir para um aumento dos

32

2) comportamentos inadequados das crianças, porque elas não terão

exemplos que norteiem seu comportamento. Alguns exemplos comuns:

a) O pai diz que não se deve gritar dentro de casa, mas ele mesmo

grita quando briga com a mãe. O mesmo vale para palavrões.

b) O pai explica que “mentir é feio”, mas o filho presencia o pai dizer

“pequenas mentiras” ao telefone.

c) A mãe insiste para que ele coma “com modos” quando está fazendo

refeições com o restante da família ou com estranhos, mas o pai

come “sem modos” em várias outras ocasiões e ela nada faz ou

nenhuma “consequência” acontece.

d) A mãe diz que “estudar é importante”, mas a criança não vê

ninguém ler nenhum livro dentro de casa...

3) Quando os pais discordam muito entre si sobre o nodo de educar seus

filhos, tornando as regras familiares confusas. A criança, em geral, fica

sem saber o que será realmente exigido dela. Alguns exemplos

comuns:

a) O pai coloca o filho de castigo por algo que ele fez e a mãe, com o

“coração mole”, o retira do castigo pouco tempo depois, sem que

este tenha sido cumprido.

b) A mãe pede para “não contar para o pai” algo que o filho fez.

4) Um estilo de educação muito “permissivo”, em que os pais toleram

muitos comportamentos inadequados da criança. Ela nunca é treinada,

ao longo da sua infância e adolescência, para lidar com limites (que

terá que enfrentar ao longo de toda a vida, não tem jeito). Alguns

exemplos:

a) As crianças ficam correndo e fazendo bagunça numa sala ou nem

restaurante, mas os pais apenas pedem “para não fazer isto” umas

cem cezes seguidas, sem tomar nenhuma outra providência

concreta. Quando o fazem, parecem estar eles mesmos prestando

atenção em outra coisa (na conversa com os outros adultos, por

exemplo) e o castigo (uma palmada etc.) parece algo perdido no

meio de tudo.

33

b) Os pais defendem a todo custo o seu filho na escola, mesmo

quando está claro que ele estava errado e foi corretamente punido

pelos professores.

5) Por outro lado, famílias muito exigentes que não conseguem doasr a

liberdade que devem dar para pequenos erros. Todo mundo pode errar

de vez em quando! Esses pais podem colaborar para o aumento da

ansiedade, a sensação de frustração e a irritação das crianças e dos

adolescentes com TDAH.

6) Algumas famílias costumam discutir com ferequencia, berrar e

eventualmente bater nos filhos, ou seja, tem um estilo agressivo de

resolver os conflitos dentro de casa. Levando-se em consideração que

os pais servem como modelos para seus filhos, que tendem imitá-los,

tais comportamentos podem gerar ou acentuar a frequencia de

comportamentos agressivos e opositivos na criança.

Segue abaixo, o que os pais podem fazer para ajudar no tratamento de

seu filho:

1) Muita informação sobre TDAH.

2) Manter o diálogo sobre os problemas em casa, ajudanto a criança ou o

adolescente a entender as dificuldades se si próprio. Lembre-se que no

TDAH o portador não tem uma boa crítica sobre seu próprio

comportamento e o impacto dele nos outros.

3) Escute as opiniões de seu filho sobre aqueles aspectos do seu

comportamento que facilitam ou dificultam as coisas para ele. Diga a

ele que vocês podem formar um “time” e descobrir coisas em comum.

Ele deve ser estimulado a dizer o que pensa, formular opiniões e

discutí-las com você. È claro que isto vai depender da idade dele, mas

pode ser estimulada, pouco a pouco, desde cedo.

4) As normas sobre os comportamentos precisam ser sempre muito clara

e estabelecida. Precisa ter um ambiente que tenha rotinas, que seja

previsível e onde ele saiba o que se espera dele.

5) As regras devem fazer sentido e ser constantes para todos dentro da

casa.

34

6) Explique porque as pessoas precisam se comportar daquela maneira.

Fale das consequencias de se comportar de modo diferente, dê

exemplos.

7) Procure manter sempre o mesmo comportamento em situações

semelhantes quando estiver com seu filho. Não mude o jeito em uma

ocasião e de outro diferente em outra. (Mattos, 2010)

Para Chamat (2008), Na psicopedagogia trabalham-se os déficits

pedagógicos e famíliares, as questões afetivas, os obstáculos epistêmicos

(não penetração no “conhecimento”) e epistemiológicos (a não vinculação

com o “conhecimento”, impedindo e inibindo a cognição). Para ambos,

psicólogo e psicopedagogo, torna-se de fundamental importância dar ênfase à

autoestima e eliminar os três Ds (Visca, op. Cit). Caso as problemáticas

citadas sejam de origem emocional, dece-se encaminhar ao Psicólogo.

35

3.4 ESTUDO DE CASO

Júnior, um menino de oito anos, esperto e bastante inteligente

para sua idade, porém, segundo seus pais, é muito agitado e desatento.

Eles procuraram atendimento psicopedagógico para seu filho durante o ano

corrente, visto que consideraram que as atitudes do menino, tanto em casa,

quanto na escola, estavam ultrapassando os limites de sua idade.

Júnior é o terceiro filho de sua mãe, Maria que já tinha outros dois

meninos de outro relacionamento quando se casou com João.

Maria relatou que o início de sua gestação foi bastante tumultuado,

pois Júnior foi gerado em meio a brigas constantes de seus pais, o que lhe

causava agitação, mesmo quando ainda estava dentro da barriga de sua

mãe. Quando nasceu, o menino sempre teve muita cólica e devido a isto,

chorava bastante.

A mãe de Júnior é professora e seu pai é mecânico. Ambos são

participativos na educação dos filhos e exigem bastante dos meninos.

Inicialmente, Maria comparecia a todas as sessões, porém o pai do

menino dificilmente conseguia participar, alegando dificuldades de conseguir

dispensa em seu trabalho, porém, aos poucos, João foi conscientizando-se

e percebendo a importância de sua participação também neste aspecto da

vida de seu filho.

A mãe de Júnior era bastante solícita, mas muito cansada, pois além

dos três filhos já mencionados, agora possui mais um bebê, ao qual também

precisa dedicar seu tempo e seus cuidados.

Quando realizada a entrevista com a família, foi constatado que o pai

de Júnior, em sua infância, já havia sido diagnosticado TDAH e que realizou

tratamento durante um curto período de tempo.

36

De acordo com a mãe Maria, João pai de Júnior, costuma ser

agressivo desconfiado e bastante agitado, sintomas que também são

comuns no menino. Maria inclusive já solicitou ao marido que procure

profissionais habilitados a fim de ajudá-lo. Ele, porém, resiste e afirma não

necessitar de remédios para poder “controlar-se”.

Enquanto isto, Júnior cresce, espelhando-se no pai, tendo

dificuldades em obedecer a regras, brigando e fazendo birras quando

contrariam sua vontade.

Na Escola e em casa

Quando Júnior tinha quatro meses, sua mãe precisou deixá-lo numa

escolinha de educação infantil, a fim de retornar a seu trabalho.

Júnior adaptou-se bem e em pouco tempo, estava inteiramente

inserido no contexto escolar.

Alimentava-se normalmente, porém, seu sono era sempre muito

agitado e Júnior acordava muito durante este período que era entrecortado

por choros e gritos.

No decorrer do tempo, conforme o menino se desenvolvia, foi ficando

cada vez mais chorão e irritadíssimo. As professoras começaram a perceber

no menino certa dificuldade em realizar as atividades e muita resistência em

obedecer a regras.

Júnior passou a mostrar-se muito agitado, sem limites. Certa vez, na

escola, enquanto almoçava, brigou com seus colegas, retirando-lhes os

guardanapos da mesa. Quando a professora tentou impedi-lo, Júnior jogou a

sua comida no chão, brigando e chorando muito.

Outra vez, durante uma brincadeira, Júnior começou (sem motivos

aparentes) a bater em seus colegas, atirando-lhes brinquedos e xingando a

37

todos. Quando a professora tentou intervir, Júnior gritou, brigando com ela

também.

Segundo a mãe de Júnior, situações como estas também são

comuns em sua casa e quando um adulto tenta repreendê-lo, o menino

começa a gritar, agitando-se muito. Nem mesmo depois de umas

“palmadas” e muita conversa Júnior acalma-se. Este processo dá-se

lentamente e, aos poucos, normaliza-se o temperamento do menino.

A mãe Maria comenta que o menino não gosta de ouvir “Não” e que

quando se sente contrariado, argumenta e desafia quem quer que seja.

Júnior também gosta de testar seus limites e por vezes, “escala”

árvores, portões e armários.

Por muitas vezes, Júnior apresenta um temperamento difícil, que os

pais tentam contornar com muito amor, sempre explicando como deve agir

em determinadas situações e corrigindo-o quando não faz o esperado.

Intervenções realizadas em Júnior.

Júnior foi devidamente diagnosticado por um neuropediatra, iniciou a

terapia medicamentosa e encaminhado para avaliação psicológica.

Iniciou uma a intervenção psicopedagógica, onde sua psicopedagoga

visitou a escola dando orientações sobre as adaptações curriculares e

alteração em suas atividades.

Nas sessões são utilizados jogos para treinamento de sua

concentração e manejos de atividades de vida diária.

Seu pai João, após muita resistência, iniciou o tratamento

medicamentoso e recebe informações para mudança de seu comportamento

com seu filho Júnior.

38

CONCLUSÃO

Devemos reconhecer que, apesar de nosso entendimento a respeito do

TDAH tenha avançado muito nas ultimas décadas, sujeitos com este transtorno

ao longo da vida encontram dificuldades relevantes para o êxito escolar

(Dupaul; Stoner, 2007).

A intervenção psicopedagógica difere da intervenção psicológica no

sentido da modalidade: a forma de diagnosticar e de corrigir (intervenção).

Tem-se o desejo de continuar produzindo jogos e trabalhá-los de forma

teórica e prática. (Chamat, 2008).

A atuação psicopedagógica fica ligada ao processo de educar, quer seja

a família quer seja o “ser que ensina” formalmente.

A contribuição para o aprendizado dos alunos portadores de TDAH

através da psicopedagogia é:

• Conscientização do diagnóstico pela família desse aluno;

• Primeiro passo para o uso de técnicas adequadas de terapia

cognitivo-comportamental e psicopedagógica será o diagnóstico

preciso e precoce, pois quanto antes se buscar apoio, mais chances

o aluno terá de apresentar um desenvolvimento adequado a sua

faixa etária, sem grande discrepância quando comparada a outras

crianças de sua idade sem TDAH;

• Uso das adaptações curriculares na escola.

O psicopedagogo é um profissional multiespecialista em aprendizagem

humana que, a princípio, voltou-se para os problemas relacionados com as

dificuldades de aprender. Hoje, porém, visa favorecer á apropriação do

conhecimento pelo ser humano, tendo como objetivo a promoção da

aprendizagem. (Porto, 2009).

39

As relações com o conhecimento, o vínculo com a aprendizagem e as

significações contidas no ato de aprender são estudados pela psicopedagogia,

a fim de que este campo de conhecimento possa contribuir para análise e

reformulação de práticas educativas e sociais e ressignificações de atitudes

subjetivas.

O aprendizado que temos é que nem sempre estamos preparados, ás

vezes o vento não sopra em nosso favor, mas, quando somos profissionais e

nos comprometemos com nosso trabalho, temos que buscar uma forma, a qual

mudará conforme o contexto, de fazer o nosso melhor. E o nosso melhor é

apenas desempenhar o nosso papel de forma responsável.

40

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43

ANEXOS

44

ÍNDICE

RESUMO 06

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO 1 - TDAH – DEFINIÇÃO 09

1.1 Causas 09

1.2 Sintomas 10

1.3 Outros sintomas 13

1.4 Diagnóstico 14

1.5 Tratamento 15

CAPÍTULO 2 – INCLUSÃO NA ESCOLA 18

‘ 2.1 TDAH e a escola 18

2.2 Como lidar com TDAH em sala de aula 20

2.3 Dicas aos professores 21

CAPÍTULO 3 – CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA 26

3.1 O papel do psicopedagogo 26

3.2 A Psicopedagogia comportamental 27

3.3 Orientações aos pais 30

3.4 Estudo de caso 35

CONCLUSÃO 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40

ANEXOS 43

ÍNDICE 44