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Contribuições do NASF para a reorientação do modelo de

atenção à saúde

Prof. Vladimir Andrei Rodrigues Arce

ICS/UFBA

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Práticas de saúde/Processo de trabalho em Saúde

▪ Conjuntos estruturados de práticas sociais,históricas, cuja característica essencial é areprodução da sociedade, determinada por relaçõessociais de produção, e não podem ser reduzidassimplesmente a aspectos técnicos;

▪ Processo de trabalho como momentos: objetos,atividade, instrumentos, finalidade, necessidade esocialidade.

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▪ Referente simbólico do TRABALHO EM SAÚDE no processo daReforma Sanitária/SUS: ato de cuidar da vida, em geral, e dooutro. Necessariamente coletivo.

▪ Objeto central o mundo das necessidades de saúde dosusuários individuais e coletivos, expressos como demandaspelas ações de cuidado, tendo como finalidade para as práticasde saúde a produção social da vida, defendendo-a.

▪ Organização tecnológica do trabalho modelos de atenção

Práticas de saúde/Processo de trabalho em Saúde

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Modelos de Atenção à Saúde

▪ Formas de organização tecnológica do processo de prestaçãode serviços de saúde;

▪ Dimensão gerencial (processo de reorganização das ações eserviços); Dimensão organizativa, (relações entre unidades deprestação de serviços, considerando a hierarquia dos níveis decomplexidade tecnológica das ações de saúde); Dimensãotécnico-assistencial, (relações entre os sujeitos das práticas eseus objetos de trabalho);

▪ mediadas pelo saber e tecnologia que operam o processode trabalho em saúde no plano da promoção da saúde, daprevenção de riscos e agravos, da recuperação e dareabilitação.

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Modelos hegemônicos atuais

Modelo médico-assistencial privatista

▪ Fundamenta-se na clínica e na medicina científica,centrando-se na figura do médico;

▪ Atuação com foco na doença e nos doentes, na perspectivaindividual;

▪ Hospital e rede de serviços privados como principais lócusde organização;

▪ Instrumentos de trabalho centrados na tecnologia médica.

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Modelos hegemônicos atuais

Modelo Assistencial sanitarista

▪ Subalterno ao modelo médico-assistencial hospitalocêntrico;

▪ Foco nas campanhas sanitárias e na elaboração e implantaçãodos programas especiais verticais de controle de doenças eoutros agravos;

▪ Os sujeitos das práticas são os sanitaristas e o objeto central daatuação está nos modelos de transmissão das doenças, comespecial foco nos fatores de risco;

▪ Instrumentos de trabalho são centrados na tecnologia sanitária,a exemplo de ações de educação em saúde, controle de vetorese imunização.

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Propostas Alternativas

Vigilância da Saúde

▪ Intervenção sobre problemas de saúde (danos, riscos e/ oudeterminantes);

▪ Ênfase em problemas que requerem atenção e acompanhamentocontínuos;

▪ Articulação entre ações promocionais, preventivas e curativas;

▪ Tem como instrumentos de trabalho as abordagens participativas deplanejamento, sobretudo aquelas com enfoque estratégico-situacional,além de tecnologias médicas, sanitárias e de comunicação social;

▪ Atuação intersetorial; Ações sobre o território; Intervenção sob a formade operações (ações de saúde ou políticas e serviços).

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Propostas Alternativas

Acolhimento

▪ Preocupação com a gestão e a organização do trabalho no âmbito dasunidades de saúde;

▪ Foco no acolhimento e no estabelecimento de vínculos entreprofissionais e população; na humanização e na melhoria da qualidadeda atenção

Clínica Ampliada

▪ Constituída nos pressupostos das equipes de referência, no apoiomatricial e na elaboração de Projeto Terapêutico Singular (PTS),visando ajudar trabalhadores e usuários a lidarem com a complexidadedos sujeitos e a multiplicidade dos problemas de saúde.

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Contribuições do NASF para reorientar o modelo de atenção

Fortalecimento dos atributos essenciais da APS:

▪ Atenção ao primeiro contato: NASF permite qualificação daatenção já prestada aos usuários, além de que problemas desaúde “esquecidos” sejam acolhidos já na APS (ex: pessoa comdeficiência, saúde mental, DCNT);

▪ Longitudinalidade: permite que o “cardápio de ações” da unidadese amplie, de forma contínua, favorecendo vínculo com usuário,em diferentes momentos da vida (ex: CD qualificado, envolvendoquestões de desenvolvimento global – linguagem, alimentação,motor, psíquico...)

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▪ Integralidade: permite efetivamente o desenvolvimento deações de prevenção, promoção e recuperação/reabilitação,além de possibilitar a construção de um olhar complexo sobreos problemas de saúde (ex: PTS dialogado com diferentesprofissionais da saúde desde o início; identificação de novasparcerias no território).

▪ Coordenação: permite acompanhamento efetivo dos usuáriosna relação com outros níveis de atenção (ex: inserção deusuários em serviços ambulatoriais especializados, hospitais),bem como melhor idenficação dos “nós” das RAS.

Contribuições do NASF para reorientar o modelo de atenção

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▪ Ampliação da Clínica e concretização da interprofissionalidade naAPS;

▪ Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade borram-se asfronteiras corporativas das profissões ressurgimento do“profissional da saúde”, necessariamente coletivo;

▪ Introdução de novas ferramentas e novos referenciais teórico-metodológicos na APS (ex; RBC, medicalização);

▪ Educação permanente dos profissionais da ESF especialista xgeneralista.

Contribuições do NASF para reorientar o modelo de atenção

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▪ Intervenção precoce em questões negligenciadas na APS (ex:sequelas de AVE);

▪ Concretização do direito ao acesso a profissionais“especialistas” rede especializada precária e desigual

▪ Riscos: Fragmentação do cuidado; especialização do espaço daAPS; terceirização das ações de prevenção e promoção da saúdeao NASF modelo biomédico.

Contribuições do NASF para reorientar o modelo de atenção

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Obrigado!

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Referências• AQUINO, R. et al. Estratégia Saúde da Família e reordenamento do sistema de serviços de saúde. In: PAIM, J.S; ALMEIDA-

FILHO, N. Saúde Coletiva: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Medbook, 2014. p. 353-71.

• ARAUJO, E.M.D.; GALIMBERTTI, P.A. A colaboração interprofissional na estratégia saúde da família. Psicol. Soc. v. 25, n. 2, p. 461-8, 2013.

• AYRES, J.R.C.M. Sujeito, intersubjetividade e práticas de saúde. Ciênc. saúde coletiva, v.6, n.1, p. 63-72, 2001.

• GIL, C. R. R. Atenção Primária, Atenção Básica e Saúde da Família: sinergias e singularidades do contexto brasileiro. Cad. Saúde Pública, v. 22, n. 6, p.1171-81, 2006.

• ______. Formação de recursos humanos em saúde da família: paradoxos e perspectivas. Cad. Saúde Pública, v.21, n.2, p. 490-8, 2005.

• GIOVANELLA, L.; MENDONÇA, M.H.M. Atenção Primária à Saúde. In: GIOVANELLA, L. et al (org). Políticas e Sistema de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2008. p. 575-625.

• HEIMANN, L. S.; MENDONÇA, M. H. A Trajetória da Atenção Básica em saúde e do Programa de Saúde da Família no SUS: uma busca de identidade. In: LIMA, N. T. et al. Saúde e Democracia: história e perspectivas do SUS. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005. p. 481-502.

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• ______. Práticas de saúde: processos de trabalho e necessidades. Cadernos CEFOR – Textos, 1. São Paulo: CEFOR, 1992.

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Referências

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• PAIM, J.S. Reforma Sanitária brasileira: contribuição para a compreensão e crítica. Salvador: EDUFBA; Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2008. 356p.

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• ______. O objeto e a prática da Saúde Coletiva: o campo demanda um novo profissional? In: PAIM, J. Desafios para a Saúde Coletiva no século XXI. Salvador: EDUFBA, 2006. p. 99-116.

• TEIXEIRA, C.F.; VILASBÔAS, A.L.Q. Modelos de Atenção à Saúde no SUS: mudança ou conservação? In: PAIM, JS; ALMEIDA-FILHO, N. Saúde Coletiva: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Medbook, 2014. p. 287-301.

• TEIXEIRA, C.F. A mudança do modelo de atenção à saúde no SUS: desatando nós, criando laços. In: TEIXEIRA, CF.; SOLLA, JP. Modelo de Atenção à saúde. Promoção, Vigilância e Saúde da Família. Salvador: EDUFBA, 2006. P. 19-58.

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