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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS CENTRO DE ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
Trabalho de Conclusão de Curso
Contribuição do Cadastro Ambiental Rural - CAR para o conhecimento da situação ambiental das pequenas propriedades rurais do Município de Pelotas - RS.
Daiana Fonseca Bierhals
Pelotas – RS
2016
1
Daiana Fonseca Bierhals
Contribuição do Cadastro Ambiental Rural - CAR para o conhecimento da situação ambiental das pequenas propriedades rurais do Município de Pelotas - RS.
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenheiro Ambiental e Sanitarista.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Tirzah Moreira de Melo
Pelotas – RS
2016
2
Banca examinadora:
Prof.ª Dr.ª Tirzah Moreira de Melo - Centro de Engenharias/UFPel -
Orientadora
Prof. Dr. Érico Kunde Corrêa - Centro de Engenharias/UFPel
Prof.ª Dr.ª Diuliana Leandro - Centro de Engenharias/UFPel
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus – inteligência suprema e causa primária de todas
as coisas, pela honra de ser uma de suas criações.
Agradeço a Jesus Cristo, nosso irmão maior, por ser sempre o
melhor exemplo e consolação nos momentos difíceis.
Aos Espíritos Protetores, aos quais devo, sem dúvidas, meus
melhores feitos nesta existência.
Aos meus pais: Maria Izabel Fonseca Bierhals e Davinho Bierhals,
pela vida e pela oportunidade de cursar esta graduação.
A minha sobrinha Victória Ferreira Bierhals, por ser sempre um
motivo de felicidade na minha vida.
Agradeço a Prof.ª Dr.ª Tirzah Moreira de Melo, minha orientadora,
pela paciência, pela perseverança e prontidão.
A Prof.ª Dr.ª Luciara Bilhalva Corrêa, titular da disciplina pelos
conselhos e por sempre inspirar ânimo.
Ao Prof. Dr. Érico Kunde Corrêa e a Prof.ª Dr.ª Diuliana Leandro
por aceitarem ser banca na defesa deste trabalho.
Agradeço a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural de
Pelotas, que de forma direta e a Emater-RS de Pelotas, que de forma
indireta, possibilitaram a realização deste trabalho.
Agradeço a todos os professores e colegas que, de alguma forma,
tenham me auxiliado no decorrer desta importante jornada.
4
RESUMO BIERHALS, Daiana Fonseca. Contribuição do Cadastro Ambiental Rural - CAR para o conhecimento da situação ambiental das pequenas propriedades rurais do Município de Pelotas - RS. 2016. 88f. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
A preocupação com a preservação do meio ambiente e com a manutenção dos seus recursos naturais tem ganhado a atenção de todos, principalmente devido à possibilidade da indisponibilidade destes recursos. A legislação brasileira surgiu como resposta a grandes pressões sociais e a preocupação com o uso dos recursos ambientais, destacando-se os Códigos Florestais, que visam à proteção dos recursos vegetais e hídricos brasileiros. O primeiro Código foi o Decreto 23.793/34, posteriormente reformulado pelo chamado “antigo” Código Florestal (Lei 4.771/65), e por fim, o “novo” e vigente Código Florestal, que está sendo aplicado desde 2012 (Lei 12.651/12). Como instrumento deste último código foi implantado o Cadastro Ambiental Rural, ferramenta obrigatória de captação de dados ambientais de todos os imóveis rurais do país. Neste contexto, o presente trabalho visou coletar e utilizar os dados ambientais de pequenas propriedades/posses rurais do Município de Pelotas, adquiridos por meio do Cadastro Ambiental Rural, para por meio deles, avaliar a adequação destes imóveis rurais com a legislação do Código Florestal atual, comparando este com o código anterior. Foram analisados os dados das Áreas de Preservação Permanente de cursos d’água e nascentes e de áreas de Reserva Legal. Para tanto foram utilizados os dados de 100 imóveis rurais cadastrados na Secretaria de Desenvolvimento Rural do Município de Pelotas. Os resultados demonstraram que a maioria dos imóveis rurais analisados está legalmente regular com a legislação do Código Florestal vigente. Contatou-se também que deste resulta menor preservação dos recursos florestais e hídricos do que o Código anterior, tanto em relação às Áreas de Preservação Permanente, quanto em relação à Reserva Legal. Tal fato causa uma diminuição considerável das áreas de vegetação nativa exigidas nos imóveis rurais para a composição destas áreas.
Palavras-chave: Código florestal; Área de preservação permanente; Reserva legal; Imóveis rurais.
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ABSTRACT
Bierhals, Daiana Fonseca. Rural Environmental Registry - CAR contribution to the knowledge of the environmental situation of small farms in the municipality of Pelotas - RS. 2016. 88f. Work Course Conclusion (TCC). Degree in Environmental and Sanitary Engineering. Federal University of Pelotas, Pelotas.
The preoccupation with environment protection and maintaining its natural resources has gained everyone's attention, mainly due to the possibility of the unavailability of these resources. Brazilian legislation emerged in response to major social pressures and concerns about the use of environmental resources, as the Forest Code, which aims the protection of Brazilian water and forest resources. The first Code, Decree 23,793/34, was later reformulated by the Law 4.771/65, known as the "old" Code (Law 4.771/65), and finally, the "new" and current Forest Code is being applied since 2012 (Law 12,651/12). As an instrument of this latter Code, the Rural Environmental Registry, mandatory tool to capture environmental data of all rural properties in the country, was implemented. In this context, this study aimed to collect and use environmental data of small landowners of the municipality of Pelotas, acquired from the Rural Environmental Registry, to assess the adequacy of these rural properties with the rules of the current Forest Code, comparing this with the previous Code. Data of Permanent Preservation Areas of streams and Legal Reserve areas were analyzed. Therefore, data of 100 registered rural properties in the Rural Development Department of the municipality of Pelotas were used. The results showed that most analyzed rural property is legally regular with the rules of the current Forest Code and that this results. It was also found that this new Code requires lower preservation of forest and water resources than the previous code, both for the Permanent Preservation Areas, as in relation to the Legal Reserve. This fact causes a considerable decrease in areas of native vegetation in rural properties required for the composition of these areas.
Keywords: Forest code; Permanent preservation area; Legal reserve; Rural properties.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13
1.1. OBJETIVOS .................................................................................................. 16
1.1.1. Objetivo geral ......................................................................................... 16
1.1.2. Objetivos específicos.............................................................................. 16
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 17
2.1. Meio Ambiente Natural e os Recursos Ambientais ........................................ 17
2.1.1. Recursos Hídricos .................................................................................. 17
2.1.2. Recursos Vegetais ................................................................................. 19
2.2. O Antigo e o Novo Código Florestal .............................................................. 20
2.2.1. Histórico da Evolução do Código Florestal ............................................. 21
2.2.2. “Novo” Código Florestal - Lei nº 12.651/2012 ......................................... 24
2.2.2.1. Das Áreas de Preservação Permanente - APP ................................... 24
2.2.2.2. Da Área de Reserva Legal .................................................................. 28
2.3. Cadastro Ambiental Rural – CAR .................................................................. 30
2.3.1. O CAR no Brasil, no Rio Grande do Sul e em Pelotas ........................... 32
3. METODOLOGIA .................................................................................................. 37
3.1. Descrição da Área de Estudo ........................................................................ 37
3.2. Obtenção dos dados do CAR ........................................................................ 38
3.3. Comparação entre o Antigo e o Novo Código Florestal e a Situação das
Pequenas Propriedades Rurais ............................................................................... 39
3.4. Avaliação da situação Ambiental das pequenas propriedades rurais ............ 40
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 41
4.1. Áreas nos Imóveis ......................................................................................... 41
7
4.2. Áreas com água dentro e ao redor do imóvel ................................................ 44
4.3. Áreas de APP dos Imóveis ............................................................................ 47
4.4. Áreas de Reserva Legal ................................................................................ 55
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 59
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 61
APÊNDICES ............................................................................................................ 67
Apêndice A – Tabela com os dados das pequenas propriedades/posses rurais
cadastradas na SDR e analisadas neste estudo, obtidos através do Protocolo de
Inscrição no CAR e do Recibo de Inscrição no CAR. ............................................... 68
Tabela A – Dados gerais dos imóveis rurais cadastrados..................................... 68
Apêndice B – Tabelas com os dados das pequenas propriedades/posses rurais
cadastradas na SDR e analisadas neste estudo, obtidos através do “Detalhes dos
Imóveis”, disponíveis no site do CAR - RS. .............................................................. 71
Tabela B.1 - Dados de medida e localização dos imóveis rurais cadastrados. ..... 71
Tabela B.2 - Dados das APP dos imóveis rurais cadastrados. ............................. 74
Tabela B.3 - Dados das áreas de servidão administrativa e de cobertura do solo
dos imóveis rurais cadastrados. ........................................................................... 77
Tabela B.4 – Dados das áreas de reserva legal dos imóveis rurais cadastrados. . 80
Tabela B.5 – Dados dos corpos e fontes d'água dos imóveis rurais cadastrados. 83
Apêndice C – Tabela com os dados das pequenas propriedades/posses rurais
cadastradas na SDR e analisadas neste estudo, obtidos através do Quadro de Áreas
de cada cadastro. .................................................................................................... 86
Tabela C – Dados das áreas de APP dos imóveis rurais cadastrados. ................ 86
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Ciclo hidrológico. Esquema simplificado do ciclo da água, mostrando os
principais compartimentos com a água nos seus estados físicos. Fonte: Felix e
Cardoso, 2005. ........................................................................................................ 18
Figura 2 – Exemplo da delimitação de APP. Fonte: SENAR, 2014. ......................... 25
Figura 3 – APP em torno de nascentes e de olhos d’água perenes (regra geral).
Fonte: C. I. Florestas, 2016. ..................................................................................... 26
Figura 4 – Regularização de APP de cursos d’água. Fonte: SENAR, 2014 ............. 27
Figura 5 – Início da mensuração da APP. Fonte: SENAR, 2014. ............................. 28
Figura 6 – Percentuais de RL estabelecidos no Código Florestal. Fonte: Laudares et
al., 2014. .................................................................................................................. 29
Figura 7 – Imóveis cadastrados no país até 31 de março de 2016. Fonte: SFB,
2016(b). ................................................................................................................... 32
Figura 8 – Imóveis cadastrados no país, divididos por região, até 31 de março de
2016. Fonte: SFB, 2016(b). ...................................................................................... 33
Figura 9 – Dados do CAR no estado do Rio Grande do Sul (março/2016). Fonte:
SFB, 2016(b)............................................................................................................ 34
Figura 10 – Tela da seção “Geo”, com o passo “Cobertura do Solo” selecionado
(acima) e janela com a ferramenta “Quadro de Biomas” ativada em destaque
(abaixo). Fonte: Módulo de Cadastro – CAR. ........................................................... 35
Figura 11 – Mapa com a divisão distrital do Município de Pelotas. Fonte: Povoadores
de Pelotas, 2015. ..................................................................................................... 38
Figura 12 – Ferramenta “Quadro de Áreas” da etapa “Geo”..................................... 39
Figura 13 – Valores totais das áreas de todos os imóveis analisados. ..................... 42
Figura 14 – Comparação entre as áreas consolidadas e as áreas com remanescente
de vegetação nativa de cada imóvel rural cadastrado. ............................................. 43
9
Figura 15 – Distribuição das nascentes ou olhos d’água perenes pelos imóveis rurais
cadastrados. ............................................................................................................ 44
Figura 16 – Panorama das áreas alagadas dos imóveis rurais cadastrados. ........... 45
Figura 17 – Comparação entre a área de APP necessárias para cada imóvel e a
área de APP existente em cada imóvel, segundo as exigências da regra geral do
novo Código Florestal. ............................................................................................. 47
Figura 18 – Comparação entre as áreas totais de APP necessárias nos imóveis, as
áreas totais de APP existente nos imóveis e o deficit que há da última em relação à
primeira, segundo as exigências da regra geral do novo Código Florestal ............... 48
Figura 19 – Comparação entre as áreas totais de APP necessárias nos imóveis, as
áreas totais de APP existente nos imóveis e o deficit que há da última em relação à
primeira, segundo as exigências da regra transitória do novo Código Florestal ....... 49
Figura 20 – Comparação entre as áreas de APP para cada imóvel rural, exigidas
pela regra geral e pela regra transitória.................................................................... 50
Figura 21 – Comparação entre as áreas totais de APP necessárias nos imóveis
segundo a regra geral e segundo a regra transitória e o deficit gerado entre estas
áreas. ....................................................................................................................... 51
Figura 22 – Imagem do imóvel rural número 51, no Módulo de Cadastro - CAR, com
todas suas áreas delimitadas. Em destaque algumas áreas com déficit de vegetação
em APP. ................................................................................................................... 52
Figura 23 – Imagem do imóvel rural número 51, no Módulo de Cadastro - CAR, sem
a vegetação nativa. .................................................................................................. 52
Figura 24 – Imagem do imóvel rural número 61, no Módulo de Cadastro - CAR, com
todas suas áreas delimitadas. Em detalhe a vegetação nativa em APP. ................. 53
Figura 25 – Imagem do imóvel rural número 61, no Módulo de Cadastro - CAR, com
todas suas áreas delimitadas. .................................................................................. 54
Figura 26 – Comparação entre as áreas de remanescente de vegetação nativa e
reserva legal total dos imóveis. ................................................................................ 55
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Figura 27 – Distribuição das áreas de Reserva Legal pelas áreas de Remanescente
de Vegetação Nativa. ............................................................................................... 56
Figura 28 – Distribuição da reserva legal pelas propriedades e a comparação desta
com a regra geral. .................................................................................................... 57
Figura 29 – Distribuição da Reserva Legal dos Imóveis. .......................................... 58
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Quantidade de águas e seus tempos de circulação. .............................. 18
Tabela 2 – Distribuição dos imóveis cadastrados pelos distritos de Pelotas. ........... 41
Tabela 3 – Valores totais de todos os imóveis rurais cadastrados. .......................... 42
Tabela 4 – Dados de APP de dois imóveis rurais. .................................................... 51
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABES-RS - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental de São Paulo
APP - Área de Preservação Permanente
ART - Artigo
CAR - Cadastro Ambiental Rural
FETRAF-RS - Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande
do Sul
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
MF - Módulo Fiscal
MP - Ministério Público
PRA - Programa de Regularização Ambiental
RL - Reserva Legal
SEMA/RS - Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Rio Grande
do Sul
SENAR/RS - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul
SFB - Serviço Florestal Brasileiro
SICAR - Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural
SINIMA - Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente
SMDR - Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural
SNCR - Sistema Nacional de Cadastro Rural
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1. INTRODUÇÃO
A partir da Revolução Industrial1 o meio ambiente tem sofrido mudanças de
origem antrópica bastante perceptíveis. A ação humana sobre a natureza tem sido,
na maior parte do tempo, danosa, produzindo impactos, tanto de âmbito local,
quanto mundial em todos os níveis: solo, ar, água, flora e fauna.
A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81) conceitua meio
ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas”. Silva, J. (apud SILVA, T., 2009) amplia este conceito para, “abrangente de
toda a natureza, o artificial e original, bem como os bens culturais correlatos”, ou
seja, “o solo, a água, o ar, a flora, as belezas naturais, o patrimônio histórico,
artístico, turístico, paisagístico e arquitetônico”. Também o divide em: meio ambiente
natural ou físico, meio ambiente artificial e meio ambiente cultural. A estes a
Constituição Federal de 1988, no seu artigo 200, VIII, acrescenta o meio ambiente
do trabalho.
Para Oliveira, M. (1982) os componentes do meio ambiente podem ser
classificados em: abióticos ou inorgânicos – elementos geológicos, relevo e clima;
bióticos ou orgânicos – fauna, flora e o ser humano e biótico-abiótico – solo, que
representa, junto com a água, a base da vida. Estes, gerando o suporte à vida
integral e por sua vez à vida animal, que origina a cadeia alimentar com toda a sua
complexidade. E completa, informando que: atualmente a ação humana assumiu
tamanho impacto que esta já é responsável, em grande parte, pelo desarranjo do
sistema global, sendo o dano ao meio ambiente a consequência da interação
superior à vulnerabilidade ambiental.
A preocupação com a preservação ambiental começou, de forma mais
intensa, a partir da década de 60, com o auge da sociedade de consumo, quando os
interesses principais eram a produção e o consumo de bens, sem o questionamento
sobre a origem da matéria-prima, da energia, nem dos resíduos derivado destes
1 A Revolução Industrial representou a transformação do modo de vida feudal, dominante no século XVIII, no modo de vida capitalista. As recentes formas de produção industrial geraram novas formas de organização social, que por sua vez, geraram um novo espaço: o dos grandes centros urbano-industriais (NICOLACI-DA-COSTA, 2002).
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processos. Ao sentirem-se os impactos da poluição na saúde da população a
questão ambiental começou a ser discutida, visto que afetava as grandes
preocupações da humanidade – sobrevivência, ter qualidade de vida, crescer
(OLIVEIRA, 1982).
No Brasil, a preocupação ambiental surgiu no mesmo período, mas em
setores mais específicos, como o científico, passando esta preocupação para os
ambientalistas, que por meio da mídia, passa a atingir a população como um todo
(OLIVEIRA, 1982).
Entre os principais instrumentos jurídicos que compõem a legislação
ambiental no Brasil, destaca-se o Código Florestal. Sua primeira versão foi
sancionada em 1934 - decreto nº 23.793, trazendo limites ao direito de propriedade,
e compondo, junto como o Código das Águas – do mesmo ano – o embrião do que
viria a ser a legislação ambiental brasileira (SENAR/RS, 2014). Em 1965 passa a
vigorar uma nova versão do código, a Lei nº 4.771, que amplia a política de proteção
e de conservação da flora e estabelece a criação e a proteção das Áreas de
Preservação Permanente – APP e da Reserva Legal – RL (FERREIRA, 2014, on
line).
Muito aguardada, tanto por ambientalistas, como por proprietários rurais, em
2012 é sancionada a atual versão do Código Florestal, a lei nº 12.651, comumente
chamado de “Novo” Código Florestal, que busca a proteção e o uso sustentável das
florestas e da vegetação nativa, em equilíbrio com o desenvolvimento sustentável
(BRASIL, 2012).
Considerada uma legislação inovadora, o “Novo” Código Florestal traz a
obrigatoriedade, ao proprietário/possuidor de imóvel rural, da realização do Cadastro
Ambiental Rural – CAR. O CAR é um registro eletrônico com as informações
ambientais das propriedades e posses rurais, que comporá um banco de dados de
âmbito nacional (BRASIL, 2012).
O CAR consiste de um aplicativo para o computador, o Módulo de Cadastro,
baixado a partir da plataforma do SICAR (Sistema Nacional de Cadastro Ambiental
Rural). Através das informações cadastradas neste programa é possível avaliar a
situação ambiental (meio ambiente natural) das propriedades/posses rurais de
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qualquer região do país, saber as áreas de remanescente de vegetação nativa no
imóvel, a área consolidada, a presença de corpos d’água e nascentes, e se suas
Áreas de Preservação Permanente – APP e áreas de vegetação nativa destinadas a
Reserva Legal – RL, estão em conformidade com a legislação vigente (SFB, 2016c).
Segundo o boletim de março/2016, elaborado pelo Serviço Florestal Brasileiro
– SFB, de toda a área passível de cadastro no país, 70,29% já foram cadastradas.
Entre todos os Estados e Distrito Federal, o Rio Grande do Sul está entre os últimos
lugares em áreas cadastradas – com apenas 19,29% (SFB, 2016b). Na cidade de
Pelotas, até a data de 01 de maio de 2016 já haviam sido cadastradas 2497
imóveis2, que correspondem a pouco mais de dois terços de suas 3.596 (105.693
ha)3 propriedades rurais cadastráveis.
A data limite para o envio do CAR era o dia 5 de maio de 2016, data esta que
já representava a prorrogação, em um ano, do prazo original. Mas, recentemente o
Plenário do Senado aprovou a Medida Provisória 724/2016, prorrogando o prazo
para o cadastro das pequenas propriedades rurais em um ano (5 de maio de 2017).
Prazo este que por meio da MP 707/2015, foi prorrogado, novamente, para o dia 31
de dezembro de 2017 e estendido para todas as propriedades rurais do país
(SENADO FEDERAL, 2016a).
Entre as sanções previstas para os proprietários/possuidores que não
cadastrarem seus imóveis está a impossibilidade de aquisição de créditos agrícolas,
além do fato do imóvel ser considerado irregular, segundo a legislação ambiental
(BRASIL, 2012).
Com a diminuição da quantidade e qualidade da água disponível, as
mudanças climáticas – aumento do efeito estufa e redução da camada de ozônio –
que causam a diminuição da biodiversidade e do patrimônio genético da natureza –,
o desmatamento que expõem o solo – provocando erosão e assoreamento de
cursos d’águas e nascentes –, torna-se patente a necessidade de defesa do meio
ambiente (ZALAUF, 2000).
2 Dados coletados no site: http://www.car.rs.gov.br/#/site/consultar 3 IBGE, 2006.
16
O CAR oferece a oportunidade de contato com a realidade dos imóveis rurais,
com a sua estrutura física, com as condições de vida dos seus
proprietários/possuidores, representando uma oportunidade de orientação ambiental
a estes, que em muitos casos, não têm conhecimento de seus direitos e deveres em
relação à legislação ambiental. O CAR, também fornece a possibilidade de avaliar a
situação das propriedades rurais e de desenvolver estratégias para remediar
condições nocivas, tanto ao meio ambiente, quanto à sobrevivência humana.
1.1. OBJETIVOS
1.1.1. Objetivo geral
Analisar a contribuição do CAR para o conhecimento da situação ambiental
das pequenas propriedades rurais do Município de Pelotas - RS.
1.1.2. Objetivos específicos
- Coletar os dados ambientais dos imóveis cadastrados na Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Rural de Pelotas (SMDR) – 100 imóveis. Por meio
desta amostragem, avaliar a situação ambiental geral das pequenas propriedades
rurais da cidade de Pelotas.
- Avaliar a adequação das pequenas propriedades rurais de Pelotas com a
legislação vigente, em especial a lei do “Novo” Código Florestal e comparar esta
legislação com a lei 4771/65 – Código Florestal anterior. Assim, verificando os
impactos no “Novo” Código Florestal sobre o meio ambiente.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Meio Ambiente Natural e os Recursos Ambientais
Considerando a classificação de meio ambiente proposta por Silva J. (apud
SILVA, T., 2009), o meio ambiente natural ou físico abrange o solo, a água, o ar
atmosférico, a flora, ou seja, ele é constituído pelas interações dos seres vivos com
o meio em que vivem.
O meio ambiente natural é constituído pelos recursos ambientais que,
segundo a lei nº 6.938/81 que institui a Política Nacional do Meio Ambiente,
representam “a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a
flora” (BRASIL, 1981).
Tendo em vista o conceito legal de recursos ambientais, se pode verificar que
eles englobam, em grande parte, os recursos hídricos e os recursos vegetais.
2.1.1. Recursos Hídricos
Os recursos hídricos são essenciais à vida na Terra, à sobrevivência e ao
desenvolvimento dos seres vivos. São importantes para o consumo humano, para o
meio ambiente, para a agricultura, para a pecuária e para a indústria. Por serem
abundantes na natureza, durante muito tempo se pensou que a falta de água potável
era impossível. O que levou a despreocupação com a sua preservação. Entretanto,
a escassez da água de boa qualidade tem evidenciando que ela é um recurso finito,
ou seja, a água que é própria para o consumo pode acabar um dia (KOBIYAMA;
MOTA; CORSEUIL, 2008; SENAR, 2015).
A maior parte do planeta é coberta por água, mas somente uma pequena
parcela está disponível para o consumo (Tabela 1).
O ciclo hidrológico (Figura 1) é um fenômeno global de circulação da água em
suas três fases: gasosa (vapor), líquida (chuva e escoamento) e sólida (gelo e neve)
(CAMILO; LAURA, 2015), sendo que o volume de chuvas do planeta é praticamente
o mesmo desde a sua origem. O que varia é sua distribuição espacial e temporal
(SANTANA et al., 2001).
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Tabela 1 – Quantidade de águas e seus tempos de circulação.
Volume (10
3 km³)
Taxa (%)
Quantidade transportada (103 km³/ano)
Tempo de circulação (ano)
Oceano 1.349.929,0 97,50 418 3229 Glaciar 24.230,0 1,75 2,5 9692
Água subterrânea 10.100,0 0,73 12 841 Água do solo 25,0 0,0018 76 0,3
Lagos 219,0 0,016 38 5,7 Rios 1,2 0,00009 35 0,034 (= 13 dias)
Fauna e flora 1,2 0,00009 - - Vapor na atmosfera 12,6 0,0009 483 0,026 (= 10 dias)
Total 1.384.518,0 100
Fonte: Kobiyama, Mota e Corseuil (2008).
Figura 1 – Ciclo hidrológico. Esquema simplificado do ciclo da água, mostrando os principais
compartimentos com a água nos seus estados físicos. Fonte: Felix e Cardoso, 2005.
O processo do ciclo hidrológico, segundo Freire e Omena (2005), acontece a
partir da radiação solar e do metabolismo dos seres vivos, este chamado de
evapotranspiração, os quais fornecem a energia necessária para elevar a água da
superfície terrestre até a atmosfera (evaporação). “Através da força exercida pela
gravidade a água condensada nas nuvens se precipita (precipitação)”. Ao cair na
superfície terrestre a água percorre o solo e se reúne em cursos d’água até atingir
os oceanos - escoamento superficial - ou se infiltra nos solos e nas rochas -
escoamento subterrâneo.
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As nascentes, que são o afloramento das águas subterrâneas, ocupam um
lugar relevante no ciclo hidrológico. Pois são elas que abastecem os cursos d’água
que mantêm a biodiversidade local. São elas, também, que fornecem a água para o
consumo humano e para as atividades de agropecuária no meio rural. No meio
urbano, a água é distribuída por empresas responsáveis, e, no campo, a água
consumida provém, geralmente, das nascentes. Por isso, a maioria das nascentes
está localizada nas propriedades rurais do país. E “protegê-las é a única forma de
garantir água abundante e de boa qualidade no meio ambiente” (SENAR, 2015).
Sendo a propriedade rural a produtora das águas que afloram pelas
nascentes, torna-se essencial a proteção destas e de seus corpos d’água, das
interferências que podem estar ligadas diretamente a algumas atividades agrícolas e
de criação de animais, tais como: a retirada da vegetação nativa, a aração, a
gradagem – destorroamento – e o nivelamento do solo arado, práticas que podem
causar o soterramento e/ou a diminuição da vazão das nascentes. Ou ainda, a
presença de animais em busca de água para beber, pisoteando o local; lixo humano
deixado pelas pessoas que passam no local; infiltração de resíduos de defensivos
agrícolas dissolvidos na água da chuva ou de irrigação que atinge o lençol freático,
contaminação por esgoto doméstico - devido ao afastamento das estações de coleta
e tratamento, que diminuem a quantidade e a qualidade das águas das nascentes
(SENAR, 2015).
2.1.2. Recursos Vegetais
Segundo Pereira (2005), “a vegetação representa a cobertura vegetal que se
sobrepõe às formas de relevo continentais, colonizando diferentes tipos de solos, e
mesmo de rochas expostas”. A sua “fisionomia” - aparência e aspecto visual
característico -, dependem das condições climáticas e do substrato das regiões. Ela
representa também a estrutura da formação vegetal, que pode ser tanto no sentido
horizontal como no sentido vertical. A estrutura horizontal remete à densidade, maior
ou menor, do tipo de vegetação e é verificada pelo grau de proximidade ou de
afastamento dos vegetais, levando-se em conta seu porte (ervas, arbustos, árvores).
Já a estrutura vertical considera as diferentes alturas da vegetação em sobreposição
natural, ou seja, quando disposta em camadas sobrepostas – estratos -,
20
considerando-se, assim, um estrato herbáceo, um estrato arbustivo e um ou mais
estratos arbóreos.
A diversidade biológica ou biodiversidade é “definida como o conjunto de
espécies, genes e ecossistemas de uma região ou de várias regiões, representando
e sustentando o equilíbrio do sistema de vida do planeta” (BARROS; MAMEDE;
CAMPOS, 2012).
Segundo Pereira (2005) a biodiversidade é um termo criado mais
recentemente por ecólogos, para referir-se a “grande variedade de espécies,
vegetais e animais, que compõem determinado tipo de vegetação ou de
ecossistema”.
Kobiyama (apud KOBIYAMA; MOTA; CORSEUIL, 2008) enumera diversas
funções das florestas, entre elas: a mitigação do clima (temperatura e umidade), a
mitigação do hidrograma (redução da enchente e recarga aos cursos d’água),
controle da erosão e a melhoria da qualidade da água no solo e nos corpos d’água.
Todas relacionadas aos recursos hídricos. As matas ciliares, como informa Pereira
(2005), têm uma “função ecológica inquestionável, preservando a água corrente, o
lençol freático, os mananciais, a fauna ribeirinha e vizinha, e protegendo o próprio
solo”.
Kobiyama, Mota e Corseuil (2008) concluem que “devido aos avanços
científico e tecnológico, o conhecimento sobre a relação floresta-água tem
aumentado significativamente.” Isso causa e acelera, no mundo, a proteção florestal
contra desmatamento em grandes áreas e também o reflorestamento comercial e
não comercial, ou seja, ambiental.
2.2. O Antigo e o Novo Código Florestal
O Código Florestal Brasileiro é o instrumento legal que institui as regras
gerais de exploração do território brasileiro e estabelece onde e de que forma isto
pode ocorrer, através da determinação das áreas de vegetação nativa que devem
ser preservadas e das regiões legalmente autorizadas a receber os diferentes tipos
de produção rural (PORTAL BRASIL, 2012). Ele surgiu da necessidade de adaptar a
proteção dos recursos vegetais ao desenvolvimento econômico.
21
Apesar de ter recebido o nome de Código Florestal, se forem levados em
consideração os conceitos estudados no item 2.1.2, ver-se-á que este conjunto de
leis de proteção ambiental, refere-se não somente às florestas, mas sim, a
vegetação em sua forma mais ampla. Incluindo, assim, a preservação dos recursos
hídricos de uma forma geral.
2.2.1. Histórico da Evolução do Código Florestal
Foi o governo Getúlio Vargas que, em 1934, criou o primeiro Código Florestal
Brasileiro - decreto nº 23.793 -, junto com os códigos de Água, Minas, Caça e Pesca
e a primeira Conferência Brasileira de Proteção à Natureza – todos representando
uma tentativa do Estado em organizar o uso dos recursos naturais (SOS
FLORESTAS, 2011).
Este decreto introduziu na legislação brasileira a noção de área reservada,
impondo limites ao exercício do direito de propriedade (NASCIMENTO et al., 2014;
SENAR-RS, 2014). E estabelece no Art. 23 que “nenhum proprietário de terras
cobertas de matas poderá abater mais de três quartas partes da vegetação
existente” (BRASIL, 1934).
Em 1962, o então ministro da Agricultura, Armando Monteiro Filho,
“reivindicou a reformulação da legislação florestal ao notar que o avanço
indiscriminado sobre as matas tem impacto direto na agricultura” (SOS
FLORESTAS, 2011). Após três anos de debates, o então presidente Humberto de
Allencar Castello Branco sancionou, em 15 de setembro de 1965, a Lei Federal
4.771, denominada, à época, de o “Novo Código Florestal Brasileiro” (SOS
FLORESTAS, 2011; NASCIMENTO et al., 2014).
Conforme Siqueira (apud NASCIMENTO et al., 2014), esse código definiu de
forma clara duas linhas de política para os recursos florestais: a primeira uma
política de proteção, quando estabelece as florestas de preservação permanentes
(atuais Áreas de Preservação Permanente - APP), Reserva Legal e áreas de uso
indireto (Parques Nacionais e Reservas Biológicas); e a segunda, a política de
conservação, estimulando o uso racional através da exploração das florestas -
plantadas ou nativas – vinculando o consumo à sua reposição e incentivando o
reflorestamento por meio de deduções fiscais.
22
O Código Florestal de 1965 trouxe novidades, entre estas: o estabelecimento,
na legislação, dos conceitos de Reserva Legal (RL) e Áreas de Preservação
Permanente (APP); a determinação de que metade (50%) de todos os imóveis rurais
na Amazônia deveria ser preservada e de que, no restante do país, este percentual
seria de 20%. A lei também previa a responsabilidade de recomposição da área,
caso houvesse desmatamento acima dos percentuais permitidos. Este Código
ampliava as políticas de proteção e conservação da flora (SOS FLORESTAS, 2011;
FERREIRA, 2014). E de forma inovadora, estabelecia a proteção das Áreas de
Preservação Permanente (APP) (SENAR-RS, 2014), que deveriam ser preservadas,
tanto na área rural, quanto na área urbana.
Trinta anos após a aprovação do código de 1965, o Brasil registrou o maior
índice de desmatamento da Amazônia, o que despertou a preocupação do governo
levando o então presidente Fernando Henrique Cardoso a editar, em 1996, a Medida
Provisória nº 1.511, que ampliava as restrições ao desmatamento da floresta
amazônica, passando a “reserva legal nas áreas de floresta para 80%, mas no
Cerrado dentro da Amazônia Legal, reduziu de 50% para 35%” (SOS FLORESTAS,
2011).
Com a promulgação, em 1998, da Lei de Crimes Ambientais, o código de
1965, que já estava esquecido, passou a incomodar o setor agropecuário, pois essa
trouxe penas mais duras para quem desobedecesse a legislação ambiental,
aumentando a fiscalização no campo. A insatisfação aumentou com a edição pelo
governo, em 2008, de um conjunto de medidas voltadas a fazer valer o que diz o
código, que incluiu “a restrição de financiamento bancário para fazendas que não
tivessem seu passivo ambiental regularizado”, o que pressionou alguns
representantes do agronegócio (SOS FLORESTAS, 2011).
Após diversas Medidas Provisórias, o “Novo” Código Florestal Brasileiro – Lei
Federal nº 12.651, foi sancionado em 25 de maio de 2012. Para o SENAR-RS
(2014), ele representa uma legislação inovadora, que “busca a proteção e uso
sustentável das florestas e da vegetação nativa em harmonia com o
desenvolvimento econômico”. Já para SOS Florestas (2011), ele representa, em sua
essência, uma tentativa de “desfigurar a nossa legislação ambiental ao invés de
buscar o seu aperfeiçoamento”.
23
Em suas Disposições Gerais (Art. 1º- A), a lei nº 12.651/12:
“Estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de
Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração
florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos
produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e
prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus
objetivos”. (BRASIL, 2012)
Objetivos que são, de forma geral, o desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2012).
Nascimento et al. (2014) informa que essa lei redefine vários conceitos
anteriormente estipulados, entre eles o de pequena propriedade ou posse rural
familiar (art. 3º). Também, define APP e delimita suas áreas e seu regime de
proteção. Enumera as possibilidades de intervenção ou da supressão de vegetação
nativa (art. 8º) e permite o acesso de pessoas e animais nas APP para obtenção de
água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental (art. 9º). Delimita a
área de RL que deve existir nos imóveis rurais (art.12). Cria um regime de proteção
da RL (art. 17), admitindo alguns tipos de exploração econômica, sem danos a
vegetação nativa. Ressalta que para supressão de vegetação nativa destinada ao
uso alternativo do solo deve ser feito o cadastramento da propriedade no CAR (art.
26), sendo este obrigatório para todos os imóveis rurais (art. 29, §3º). E mais, o
proprietário que efetuar o CAR e aderir ao PRA não poderá ser autuado por
irregularidades praticadas na RL ou APP antes de 22 de julho de 2008, e, aqueles
que firmarem o Termo de Compromisso cumprindo as obrigações estipuladas,
poderão ter as sanções suspensas e as multas tidas como convertidas em serviços
de preservação, de melhoria e de recuperação da qualidade do meio ambiente. Em
relação à exploração das florestas nativas, deve ser expedida licença pelo órgão
Público. E, por fim, descreve as áreas consolidadas que estejam em APP (art. 61-A)
e em RL (art. 66), delimitando as áreas e o modo a ser feito a recomposição.
24
2.2.2. “Novo” Código Florestal - Lei nº 12.651/2012
O Código Florestal tem como objetivo principal o desenvolvimento sustentável
através da proteção da vegetação nativa aliada ao progresso econômico. E para
isso ele segue vários princípios, tais como:
[Art. 1o-A]
I – [...] a preservação das suas florestas e demais formas de vegetação
nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da
integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações presentes
e futuras;
II - reafirmação da importância da função estratégica da atividade
agropecuária e do papel das florestas e demais formas de vegetação nativa
na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade
de vida da população brasileira e na presença do País nos mercados
nacional e internacional de alimentos e bioenergia (BRASIL, 2012).
2.2.2.1. Das Áreas de Preservação Permanente - APP
Essas áreas são definidas segundo o art. 3º, II, da Lei nº 12.651/2012 como:
Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora,
proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas (BRASIL,
2012).
Oliveira et al., (2014) esclarece que segundo o artigo 4º do Código Florestal,
que trata da delimitação das APP, “essas áreas podem ser agrupadas em relação ao
seu caráter de proteção, podendo ser direcionadas à proteção de recursos hídricos,
do relevo ou da localização”. Podendo estar localizadas, tanto em zona rural, quanto
em zona urbana. E que sua supressão ou intervenção somente poderá ocorrer nas
hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental.
São exemplos de APP segundo o Código Florestal: margens de curso d’água
natural perene e intermitente; áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais,
decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, áreas no
25
entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes; encostas com declividade
superior a 45°; restingas, manguezais, bordas dos tabuleiros ou chapadas, de forma
geral; topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem)
metros e inclinação média maior que 25° e áreas em altitude superior a 1.800 (mil e
oitocentos) metros (BRASIL, 2012).
No art. 4º, inciso I da Lei nº 12.651/2012 é considerado APP “as faixas
marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular”. A figura 2 mostra a largura
mínima da APP que deve ser mantida de acordo com a largura do corpo hídrico,
segundo as regras gerais do “Novo” Código Florestal.
Figura 2 – Exemplo da delimitação de APP. Fonte: SENAR, 2014.
Outras Áreas de Preservação Permanente de recursos hídricos de grande
importância que são delimitadas pela Lei nº 12.651/2012 no seu art. 4º, IV, são “as
áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros” (figura 3). A mesma
lei, art. 3º, XVII e XVIII, as define como: “nascente: afloramento natural do lençol
freático que apresenta perenidade e dá início a um curso d’água” e “olho d’água:
afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente, respectivamente”.
26
Figura 3 – APP em torno de nascentes e de olhos d’água perenes (regra geral). Fonte: C. I.
Florestas, 2016.
Em suas Disposições Transitórias4, a Lei nº 12.651/2012 trata essas áreas de
forma diferenciada. No Art. 61- A, o código estabelece qual a recomposição mínima
obrigatória da vegetação nas faixas marginais das APP de cursos d’água e no
entorno de nascentes e olhos d’água perenes, áreas que foram transformadas em
áreas consolidadas (regra transitória). Entendendo-se área consolidada como sendo
a “área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 20085,
com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris” (BRASIL, 2012). Ou
seja, para áreas de APP cuja alteração na vegetação ocorreu após a data de 22 de
julho de 2008, seguirão valendo as determinações da regra geral, conforme
exemplos nas figuras 2 e 3. Para áreas de APP cuja alteração na vegetação ocorreu
antes desta data (áreas consolidadas), valerão as regras transitórias.
Na figura 4 é possível verificar, de forma resumida, a recomposição exigida
destas APP tanto para áreas não consolidadas (regra geral), como para áreas
consolidadas (regra transitória), levando em consideração o tamanho da propriedade
ou posse rural em módulos fiscais.
4 Segundo Silva (1998 apud RAAD, 2005) as Disposições Transitórias reúnem conjunto de normas, com
numeração própria de artigo, com o objetivo de “regular e resolver problemas e situações de caráter transitório”, [...] “situações individuais e especificas”, ou seja, de exceções. 5 Data da publicação do Decreto 6.514, que trata das infrações e sanções administrativas ao meio ambiente e regulamenta a Lei de Crimes Ambientais publicada em 1998 (ZAKIA, 2013).
27
O Módulo Fiscal (MF) é uma unidade de medida de área expressa em hectare
- ha e particular a cada município, por levar em conta as particularidades do local
(BRASIL, 1979). Serve de parâmetro para a classificação fundiária dos imóveis
rurais do município quanto ao seu tamanho (EMBRAPA, 2012). Sendo a pequena
propriedade ou posse rural, aquela que não detenha, a qualquer título, área maior do
que 4 (quatro) módulos fiscais (BRASIL, 2006). O MF pode variar entre 5 ha a 110
ha, o que causa variações consideráveis no tamanho das propriedades, ou seja, o
tamanho máximo das pequenas propriedades pode variar de 20 ha até 440 ha,
dependendo do município onde está localizada (INCRA, 2013).
Figura 4 – Regularização de APP de cursos d’água. Fonte: SENAR, 2014
Em relação à APP para cursos d’água, tanto a lei 4.771/65 (antigo Código
Florestal), quanto à lei nº 12.651/12 (código vigente - regra geral) estipulam os
mesmos valores a serem mantidos. Tendo o diferencial de que o atual código traz
em suas disposições transitórias o tratamento especial as APP em áreas
consolidadas (termos não existentes no código anterior), como visto anteriormente.
Outro ponto que diverge entre os códigos está relacionado com as
características dos locais que devem ser protegidos às margens dos cursos d’água.
Pelo antigo código considerava-se o nível mais alto do rio, considerando o seu
28
período de cheias (e a partir dele era contada a área de APP); enquanto no novo
código considera-se a calha do leito regular (SENAR, 2014), como mostra a figura 5.
Figura 5 – Início da mensuração da APP. Fonte: SENAR, 2014.
2.2.2.2. Da Área de Reserva Legal
A área de Reserva Legal é definida pelo artigo 3º, III, Lei nº 12.651/2012,
como sendo:
Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada
nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de
modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a
conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a
conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna
silvestre e da flora nativa (BRASIL, 2012).
Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a
título de Reserva Legal e esta deve ser conservada pelo proprietário do imóvel rural,
possuidor ou ocupante. É admitida a exploração econômica da Reserva Legal
mediante manejo sustentável, nos limites estabelecidos em lei, de acordo com o
bioma em que o imóvel está inserido (BRASIL, 2012; OLIVEIRA et al., 2014).
29
Na figura 6 é possível observar os percentuais de reserva legal exigidos pela
lei para os imóveis em suas respectivas regiões.
Figura 6 – Percentuais de RL estabelecidos no Código Florestal. Fonte: Laudares et al., 2014.
No caso da RL, as Disposições Transitórias estão especificadas nos art. 67º e
art. 68º do código florestal (Lei nº 12.651/2012):
Art. 67. Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de
até 4 (quatro) módulos fiscais e que possuam remanescente de vegetação
nativa em percentuais inferiores ao previsto no art. 12, a Reserva Legal será
constituída com a área ocupada com a vegetação nativa existente em 22 de
julho de 2008, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo.
Art. 68. Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais que realizaram
supressão de vegetação nativa respeitando os percentuais de Reserva
Legal previstos pela legislação em vigor à época em que ocorreu a
supressão são dispensados de promover a recomposição, compensação ou
regeneração para os percentuais exigidos nesta Lei.
Em relação à RL, os dois códigos, mantiveram as mesmas porcentagens de
vegetação nativa a serem preservadas nos imóveis. Valendo, como no item anterior,
um tratamento especial nas Disposições Transitórias (art. 67 e art. 68).
Na lei 4.771/65 havia a obrigatoriedade de se averbar a RL em cartório; e
para o cálculo de sua área não era permitido acrescentar vegetação de APP. Já no
“Novo” Código Florestal, o registro da RL é feito através do CAR, e para o cálculo da
área é permitido o compute das APP, proibido, neste caso, a conversão de novas
áreas - desmatamento (SENADO FEDERAL, 2016b).
30
2.3. Cadastro Ambiental Rural – CAR
O sistema CAR foi apresentado originalmente, em âmbito nacional, através do
Decreto nº 7.029/2009 que “Institui o Programa Federal de Apoio à Regularização
Ambiental de Imóveis Rurais, denominado ‘Programa Mais Ambiente’”, que visava
integrar as informações ambientais das propriedades e das posses rurais,
aprimorando a gestão ambiental e o planejamento de políticas públicas (SOUZA,
2013). Posteriormente, este decreto foi revogado pelo Decreto nº 7.830/2012 que
“Dispõe sobre o Sistema de Cadastro Ambiental Rural, o Cadastro Ambiental
Rural, estabelece normas de caráter geral aos Programas de Regularização
Ambiental”.
O novo Código Florestal - Lei nº 12.651/2012 – conceitua o CAR como sendo:
[...] um registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos
os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais
das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle,
monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao
desmatamento (Art. 29).
E estabelece que: “a inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita,
preferencialmente, no órgão ambiental municipal ou estadual” (Art. 29, § 1º), e que
“será obrigatória para todas as propriedades e posses rurais, devendo ser requerida
no prazo de 1 (um) ano contado da sua implantação, prorrogável, uma única vez,
por igual período” (Art. 29, § 3o). Atualmente a data limite é 31 (trinta e um) de
dezembro de 2017 para todas as propriedades rurais do país.
O cadastro visa gerar e integrar as informações ambientais de propriedades e
de posses rurais em uma base de dados - o SINIMA, Sistema Nacional de
Informação sobre o Meio Ambiente – que tem por objetivo: o controle, o
monitoramento, o planejamento ambiental e econômico e o combate ao
desmatamento (SFB, 2016c).
Os Estados que já possuírem um sistema próprio para cadastramento de
imóveis rurais, deverão fazer com que o sistema integre a base de dados do SICAR
– Sistema de Cadastro Ambiental Rural – sistema eletrônico de âmbito nacional
31
destinado ao gerenciamento de informações ambientais dos imóveis rurais
(perímetro, localização, remanescentes de vegetação nativa, áreas de interesse
social, áreas de utilidade pública, áreas de preservação permanente, áreas de uso
restrito, áreas consolidadas e de reservas legais), criado pelo Decreto nº 7.830/2012
(Decreto nº 7.830/2012 – Art. 3 - II). Segundo este:
Os que não disponham de sistema para o cadastramento de imóveis rurais
poderão utilizar o módulo de cadastro ambiental rural, disponível no SICAR,
por meio de instrumento de cooperação com o Ministério do Meio Ambiente
(Art. 3 - § 2º).
Às pequenas propriedades rurais (agricultura familiar), o novo Código
Florestal (Lei nº 12.651/2012) garante um atendimento diferenciado. Segundo
SENAR-RS:
É dever do poder público prestar apoio técnico e jurídico gratuito aos
proprietários ou posseiros rurais com até quatro módulos fiscais que
desenvolvam atividades agrossilvipastoris, e aos povos e comunidades
indígenas e tradicionais que façam uso coletivo do seu território. (Parágrafo
único, Art. 53, Lei nº 12.651/2012) (2014).
O novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), também garante às pequenas
propriedades rurais, através do seu Art. 55:
A inscrição no CAR dos imóveis a que se refere o inciso V do art. 3º
observará procedimento simplificado no qual será obrigatória apenas a
apresentação dos documentos mencionados nos incisos I e II do § 1º do art.
29 (identificação do proprietário ou possuidor rural e comprovação da
propriedade ou posse) e de croqui indicando o perímetro do imóvel, as
Áreas de Preservação Permanente e os remanescentes que formam a
Reserva Legal (Art. 55º).
Entre as sanções que o proprietário rural poderá sofrer ao não efetuar o
cadastro, SENAR-RS destaca:
A Lei n.º 12.651/12 em seu Artigo 78-A define que, após cinco anos de sua
publicação, ou seja, a partir de 28 de maio de 2017, as instituições
32
financeiras não poderão conceder crédito agrícola para os agricultores que
não estiverem inscritos no CAR (2014).
2.3.1. O CAR no Brasil, no Rio Grande do Sul e em Pelotas
No Boletim Informativo liberado pelo Serviço Florestal Brasileiro para o mês
de março de 2016 com os números do CAR no Brasil (figura 7) mostra a quantidade
de imóveis cadastrados nos país até 31 deste mês e, também, a evolução destes
números em relação ao mês anterior.
Figura 7 – Imóveis cadastrados no país até 31 de março de 2016. Fonte: SFB, 2016(b).
33
Na Figura 8 é possível visualizar os imóveis já cadastrados no país, divididos
por região.
Figura 8 – Imóveis cadastrados no país, divididos por região, até 31 de março de 2016. Fonte:
SFB, 2016(b).
Na Figura 9 são apresentados os dados no CAR, especificamente, no estado
do Rio Grande do Sul. No Boletim Informativo do mês de março liberado pelo SFB o
RS está em antepenúltimo lugar no percentual de áreas cadastradas (19,29%),
perdendo apenas para os estados de Pernambuco – penúltimo lugar com 19,28% -,
e Alagoas – último lugar com 18,03% - de imóveis cadastrados (SFB, 2016b). No
Boletim Informativo do mês anterior (fevereiro) o RS estava em último lugar no
ranking do percentual de áreas cadastradas, com 13,07% (SFB, 2016a).
34
Figura 9 – Dados do CAR no estado do Rio Grande do Sul (março/2016). Fonte: SFB, 2016(b).
Na cidade de Pelotas, até a data de 01 de maio 2016 haviam sido
cadastrados 2497 imóveis, num total de 60.091,45 ha (SEMA/RS, 2016).
O resultado tão negativo, atingido pelo RS, deve-se a várias causas, entre
elas: a falta de estrutura de alguns municípios em dar suporte aos proprietários
rurais; o desconhecimento sobre o que é o cadastro, para que serve e como
funciona; às dúvidas geradas pela falta de uma regulamentação específica sobre o
Bioma Pampa - resolvido após a promulgação do Decreto nº 52.431, de 23 de junho
de 2015 que dispõe sobre a implementação do CAR no Rio Grande do Sul; e por
fim, deve-se a liminar judicial movida pelo Ministério Público gaúcho, que contraria o
decreto do Bioma Pampa (VISCARDI, 2015; IMPASSE..., 2016).
O Decreto 52.431/2015 institui o SICAR como o sistema oficial para o
Cadastro Ambiental Rural no estado do Rio Grande do Sul. E estabelece a
Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMA – como o órgão
responsável pela implementação e pela gestão deste sistema no Estado. No que se
refere ao Bioma Mata Atlântica, para fins de inscrição no CAR, o decreto determina
que deva observar-se o regime jurídico próprio, já existente para este Bioma.
Define, também, no seu Art. 7º, § 2º, que as áreas rurais consolidadas no
Bioma Pampa, serão identificadas no sistema de cadastro separadamente, como
sendo: áreas rurais consolidadas por supressão de vegetação nativa para uso
alternativo do solo e áreas rurais consolidadas por supressão de vegetação nativa
35
com atividades pastoris. E inclui na área de remanescente de vegetação nativa, já
existente no programa, a vegetação nativa do tipo campestre.
O Art. 6º do decreto nº 52.431/15 define as áreas de Banhado e lista os
atributos necessários para caracterização destas áreas. Segundo o decreto, serão
consideradas como banhados as extensões de terra que apresentarem as seguintes
características, simultaneamente: serem solos naturalmente alagados ou saturados
de água por um tempo não inferior a 150 dias ao ano, excluídas as situação
provenientes de precipitações, durante ou imediatamente após estas; e a ocorrência
espontânea de no mínimo uma das espécies de flora listadas no inciso II – art. 6 do
decreto. E complementa, no parágrafo único do mesmo artigo, relacionando várias
espécies de fauna cuja ocorrência natural auxiliará na caracterização das áreas de
banhado.
No começo do mês de setembro de 2015, foi disponibilizado no site do SICAR
a nova atualização do sistema do cadastro, contendo as especificações para o
Bioma Pampa (Figura 10).
Figura 10 – Tela da seção “Geo”, com o passo “Cobertura do Solo” selecionado (acima) e
janela com a ferramenta “Quadro de Biomas” ativada em destaque (abaixo). Fonte: Módulo de
Cadastro – CAR.
A liminar da justiça concedida em dezembro de 2015 contra o Decreto
52.431/2015 (que especifica a vegetação do pampa gaúcho e tinha como objetivo
36
facilitar a adesão dos produtores rurais ao CAR) acabou gerando apreensão do
setor ruralista gaúcho, por gerar um cenário de insegurança jurídica em relação ao
CAR. Entre as justificativas para impetrar a ação, estão a que toda a área de “campo
nativo” que é utilizada como área de pastoreio (pecuária) deve ser declarada como
remanescente de vegetação nativa e não, como considera o decreto do Bioma
Pampa em seu art. 5º - II: “área consolidada por supressão de vegetação nativa com
atividade pastoril”. O Ministério Público do Rio Grande do Sul argumenta que a
presença de gado na área de campo não causa a supressão da vegetação nativa,
ao contrário, a mantém e que o pastoreio aumenta o número de espécies nativas no
estrato herbáceo; argumento muito criticado e rebatido (JORNAL FOLHA DO SUL,
2016).
A grande preocupação do MP é a possibilidade de os produtores, com base
no decreto, não respeitarem a manutenção de 20% de Reserva Legal, como estipula
do Codigo Florestal - 12.651/2012, pois ao considerar os campos do Bioma Pampa
como sendo áreas consolidadas, desobriga a sua manutenção e conservação
(JORNAL EXTRA CLASSE, 2016). Segundo o promotor público Daniel Martini ao ser
utilizar a alegação de que a área de pastagem está degradada, o que não considera
um argumento verdadeiro, existe é uma jogada técnica para a exploração da
silvicultura, principalmente a plantação de eucaliptos – cultivo que devido ao grande
consumo de agua pode rebaixar o lençol freátivo e assim, comprometer as reservas
hídricas e a plantação de soja que provoca alterações na vegetação original
(CORREIO DO POVO, 2015).
Segundo a FETRAF-RS (2016), a orientação da SEMA-RS, que é o orgão
responsável pelo CAR no RS, através da sua secretária adjunta, Maria Patrícia
Möllmann, é que o cadastro seja feito, para as áreas do Pampa, seguindo-se as
instruções do Decreto 52.431/2015. A secretária esclarece que a liminar está
tramitando e pode demorar algum tempo para ser analisada. E que, como o prazo
para o CAR é até 05 de maio, os cadastros devem ser feitos e enviados, evitando
assim o congestionamento do sistema, caso os agricultores esperem para a última
hora. Ela salienta que caso a liminar prevaleça sobre o decreto os cadastro enviados
poderão ser retificados sem prejuizo algum aos agricultores.
37
3. METODOLOGIA
O trabalho constitui em coletar dados ambientais das pequenas propriedades
rurais dos distritos do Município de Pelotas. Dados estes fornecidos pelo programa
Módulo de Cadastro – CAR, durante o cadastramento dos imóveis rurais na
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural - SMDR.
3.1. Descrição da Área de Estudo
O Município de Pelotas está localizado ao sul do Rio Grande do Sul. É
considerado uma das capitais regionais do Brasil com população estimada em
327.778 habitantes6, representando a terceira cidade mais populosa do estado. A
área territorial do Município de Pelotas é de 1.610,084 km2 (IBGE, 2016). Sendo,
que dos seus habitantes, 305.696 residem na zona urbana e 22.082 na zona rural
(PREFEITURA MUNICIPAL DE PELOTAS, 2016a).
O município está situado às margens do Canal São Gonçalo, que liga as
Lagoas dos Patos e Mirim, as maiores do Brasil. Suas bacias hidrográficas
contribuintes recebem 70% do volume de águas fluviais do Rio Grande do Sul. A
cidade está situada a 7 metros acima do nível do mar; apresenta clima subtropical
úmido, com temperatura média anual de 17,6 ºC, estando localizado no Bioma
Pampa (PREFEITURA MUNICIPAL DE PELOTAS, 2016a).
A região de Pelotas é a maior produtora de pêssego para a indústria de
conservas do País. O município responde por aproximadamente 28% da produção
de arroz do Estado, 10% da produção de grãos, 16% do rebanho bovino de corte, e
possui a maior bacia leiteira, com a produção de 30 milhões de litro/ano, além de
possuir expressiva criação de cavalos e ovelhas (28% do rebanho de equinos e 30%
da produção de lãs). Em sua matriz econômica inclui a indústria têxtil, metal
mecânica, de curtimento de couro e de pele e panificação; e o comércio, que atrai
habitantes de toda a região (PREFEITURA MUNICIPAL DE PELOTAS, 2016a).
Desde 2007 a divisão territorial do município é constituído de 9 distritos:
Pelotas (Sede), Cascata, Cerrito Alegre, Colônia Z/3, Monte Bonito, Quilombo,
6 Segundo o IBGE a estimativa populacional para Pelotas em 01 de julho de 2015 é de 342.873 habitantes (IBGE, 2015).
38
Rincão da Cruz, Santa Silvana e Triunfo (IBGE, 2016) conforme figura 11. Sendo
que o distrito Sede é considerado zona urbana e os outros distritos zonas rurais.
Figura 11 – Mapa com a divisão distrital do Município de Pelotas. Fonte: Povoadores de
Pelotas, 2015.
Para este estudo foram analisadas 100 pequenas propriedades/posses rurais
do Município de Pelotas distribuídas pelos seus distritos.
3.2. Obtenção dos dados do CAR
Entre as várias secretarias que constituem a Prefeitura Municipal de Pelotas,
está a Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR, cujas atividades tem como base
o atendimento à população residente dos 8 (oito) distritos na Zona Rural da cidade
de Pelotas. Entre os diversos serviços desenvolvidos pela SDR, há o serviço de
preenchimento do CAR, para os pequenos proprietários rurais da cidade
(PREFEITURA MUNICIPAL DE PELOTAS, 2016b). Os dados empregados neste
estudo foram obtidos durante o processo de realização dos cadastros.
O Quadro de Áreas (figura 12) representa uma tabela com dados que permite
a visualização detalhada e analítica de todas as geometrias adicionadas ao mapa
durante o cadastramento do imóvel (SFB, 2016c), ou seja, todos os itens que foram
acrescentados nas fases da etapa “Geo” estarão listados, com sua área,
39
comprimento ou porcentagem. Analisando esta tabela, se torna possível a
verificação preliminar da conformidade do imóvel rural com a legislação vigente.
Figura 12 – Ferramenta “Quadro de Áreas” da etapa “Geo”.
Ao se cadastrar o imóvel rural no CAR são gerados documentos com o
resumo dos dados ambientais da propriedade: o “Protocolo de Preenchimento para
Inscrição no CAR”, gerado ao gravar o cadastro, e o “Recibo de Inscrição do Imóvel
Rural no CAR”, gerado após o envio do cadastro no site do CAR estadual. Também,
a partir deste site é possível acessar os dados do imóvel no “Detalhes do Imóvel”,
que são informações acessíveis por meio de login na Central de Comunicação deste
site.
Estes documentos também serviram de fonte de dados. Através destes dados
foram elaborados tabelas, quadros e gráficos com o resultado às indagações
propostas.
3.3. Comparação entre o Antigo e o Novo Código Florestal e a Situação das
Pequenas Propriedades Rurais
Dos dados fornecidos pelo CAR, neste trabalho foram utilizados os referentes
à presença de nascentes ou olhos d’água perenes e suas APP; a presença de
40
Reserva Legal e a quantidade de vegetação selecionada para compô-la; e a
presença de cursos d’água e suas respectivas APP.
Estes itens foram escolhidos com base na importância ambiental que
representam como já foi exposto na seção 2.1. E também por serem os itens que
mais sofreram mudanças do Código Florestal anterior para o Código Florestal
vigente, sempre levando em consideração as pequenas propriedades rurais.
Por meio da comparação dos dados e do enquadramento destes em relação
aos dois códigos, buscou-se avaliar quantas propriedades estariam em
conformidade com o código antigo e quantas estão com o novo código, e qual o
impacto real que a mudança do código florestal representou para o meio ambiente
natural.
3.4. Avaliação da situação Ambiental das pequenas propriedades rurais
Com base nos dados coletados, procurou-se verificar a situação ambiental
das pequenas propriedades rurais do município de Pelotas conforme as leis
ambientais em vigor, mais especificamente a Lei 12.651/12. E a avaliação da
contribuição do CAR, fonte dos dados.
41
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As 100 pequenas propriedades/posses rurais do Município de Pelotas que
foram analisadas para este estudo estão distribuídas pelos distritos da cidade como
exposto na tabela 2 abaixo (Apêndice B – Tabela B.1).
Tabela 2 – Distribuição dos imóveis cadastrados pelos distritos de Pelotas.
Distritos de Pelotas Nº de Imóveis
1º Distrito - Sede 04
2º Distrito - Z3 00
3º Distrito - Cerrito Alegre 20
4º Distrito - Triunfo 07
5º Distrito - Cascata 23
6º Distrito - Santa Silvana 07
7º Distrito - Quilombo 09
8º Distrito - Rincão da Cruz 10
9º Distrito - Monte Bonito 20
Total 100
4.1. Áreas nos Imóveis
No Apêndice A estão disposto os dados obtidos com o cadastro das
pequenas propriedades rurais no CAR, que foram coletados no “Protocolo de
Preenchimento para Inscrição no CAR” e no “Recibo de Inscrição do Imóvel Rural no
CAR”, ambos os documentos gerados com o processo de cadastro. No Apêndice B
estão todos os dados dos imóveis cadastrados, adquiridos através da consulta aos
“Detalhes do Imóvel”, que são informações acessíveis por meio de login na Central
de Comunicação do site do CAR estadual de cada cadastro. E, no Apêndice C,
dados obtidos através do “Quadro de Áreas”, que fica disponível durante a
realização do cadastro. Todos os resultados apresentados foram gerados a partir
dos dados dos apêndices.
A tabela 3 (Apêndice A) e a figura 13 apresentam os valores totais de todas
as propriedades, referentes às suas áreas consolidadas totais, remanescente de
vegetação nativa, infraestrutura pública e cursos d’água no interior do imóvel.
42
Tabela 3 – Valores totais de todos os imóveis rurais cadastrados.
Número de Propriedades
Área Total dos Imóveis Rurais
(ha)
Área Rural Consolidada Total
(ha)
Área Total de Remanescente de Vegetação Nativa
(ha)
Cursos D'água Natural no Interior dos Imóveis (ha)
Área de Servidão Administrativa - Infraestrutura Pública (ha)
100 1097,4105 821,4137 264,6837 6,2218 5,0913
Figura 13 – Valores totais das áreas de todos os imóveis analisados.
Através da figura 13 é possível verificar que a cobertura do solo do total dos
imóveis rurais cadastrados está, em sua maior parte, na forma de área consolidada,
ou seja, “área com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com
edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris”. Já a percentagem de
remanescente de vegetação nativa - área com vegetação nativa em estágio primário
ou secundário avançado de regeneração ocupa menos de ¼ da área total dos
imóveis rurais analisados. Demonstrando o processo de antropização dessas áreas
e o desmatamento que esta ação acarreta. Estas informações refletem o impacto
que as alterações do novo código florestal pode permitir sobre a preservação dos
recursos naturais, especialmente os hídricos e os vegetais. Alterações, que
incluíram a definição de área consolidada, permitindo que a área permaneça na
situação de desmatamento, que pode ser até integral, caso não haja APP no imóvel
e que o desmatamento tenha ocorrido antes de 22 de julho de 2008, uma vez que as
novas regras de reposição da vegetação são muito mais brandas do que eram no
antigo código.
74,85%
24,12%
0,57% 0,46%
Valores Totais dos Imóveis
ÁREA RURAL CONSOLIDADA (ha)
REMANESCENTE DE VEGETAÇÃO NATIVA (ha)
CURSO D'ÁGUA NATURAL NO INTERIOR DO IMÓVEL (ha)
INFRAESTRUTURA PÚBLICA (ha)
43
Na figura 14 (ver Apêndice A) é possível verificar a comparação entre as
áreas (ha) consolidada e de remanescente de vegetação nativa dos 100 imóveis
cadastrados em estudo.
Figura 14 – Comparação entre as áreas consolidadas e as áreas com remanescente de
vegetação nativa de cada imóvel rural cadastrado.
Pode-se verificar a predominância das áreas consolidadas sobre as áreas de
remanescentes de vegetação nativa. Fato que influencia, tanto na biodiversidade do
local, como na manutenção de corpos hídricos e nascentes.
A vegetação, principalmente a nativa, mantém a estrutura do solo,
preservando o solo de processos erosivos; atua regulando o clima local e
protegendo o solo de enchentes devido à drenagem que proporciona; preserva a
fauna local e sua diversidade genética, auxiliando nos processos de polinização e
controle natural de pragas e melhora a fertilidade dos solos através da ciclagem de
nutrientes (ALIANÇA DA TERRA, 2016).
A vegetação nativa que é muitas vezes tida como um entrave ao crescimento
econômico das propriedades rurais – pois, se tem a ideia de que quanto mais áreas
destinadas à produção melhor será - na verdade é uma grande aliada deste
crescimento, quanto da qualidade de vida dos habitantes do meio rural. Portanto
esclarece Silva, J. A. A. (2011) que manter o remanescente de vegetação nativa nas
propriedades e na paisagem vai além de uma discussão puramente ambientalista e
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Áre
a e
m h
ec
táre
s (
ha
)
Número de Propriedades
Comparação entre as Áreas do Imóvel
ÁREA RURAL CONSOLIDADA TOTAL (ha) REMANESCENTE DE VEGETAÇÃO NATIVA (ha)
44
ecológica, que se deve, também, considerar o seu potencial econômico e a
sustentabilidade da atividade agropecuária.
Sem dúvidas o aumento das áreas consolidadas trará grandes impactos a
curto e longo prazo, tanto no ambiente rural, quanto urbano. Este sofrendo o reflexo
direto do que ocorre no primeiro.
4.2. Áreas com água dentro e ao redor do imóvel
Das áreas que contêm recursos hídricos, pertencentes aos imóveis ou
localizadas ao redor destes e que o CAR fornece informações, pode-se destacar as
áreas de banhado, as áreas de corpos hídricos com largura até 10 metros e com
largura de 10 metros até 50 metros e as áreas de nascentes ou olhos d’água
perenes.
Nos 100 imóveis analisados foram encontradas 49 nascentes ou olhos d’água
perenes, sendo estes distribuídos em 38 das propriedades cadastradas. Na figura 15
(ver Apêndice B - Tabela B.5) é possível observar a distribuição destes pelos
imóveis rurais.
Figura 15 – Distribuição das nascentes ou olhos d’água perenes pelos imóveis rurais
cadastrados.
As nascentes e os olhos d’águas são o afloramento das águas subterrâneas e
também, os precursores dos cursos d’água. As zonas rurais sempre foram ricas
dessas fontes de águas, devido a grande quantidade de áreas vegetadas,
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Nascen
te o
u o
lho
d'á
gu
a p
ere
ne (
un
.)
Número de Propriedades
NASCENTE OU OLHO D'ÁGUA PERENE
45
essenciais à sua proteção e manutenção. Das 100 propriedades analisadas 62 não
continham nenhuma destas fontes. Fato que demonstra o impacto que o aumento
das áreas consolidadas e a diminuição da vegetação nativa, têm acarretado sobre
as propriedades rurais.
Lima (apud CALIXTO et al. 2004) esclarece que manter a cobertura vegetal
ao redor das nascentes é muito importante, pois esta beneficia a hidrologia do solo,
já que melhora os processos de infiltração, de percolação e de armazenamento de
água pelos lençóis freáticos, causando assim, a diminuição do escoamento
superficial e o aumento do escoamento subsuperficial, o que diminui o processo
erosivo. Segundo Pinto (2003 apud CALIXTO, 2004) entre os diversos fatores que
proporcionam a degradação das nascentes, estão o desmatamento, os processos
de erosão do solo provenientes de práticas agressivas de uso da terra, as atividades
agropecuárias, os reflorestamentos mal manejados e a contaminação dos
mananciais.
Através da figura 16 (ver Apêndice B - Tabela B.5) é possível verificar um
panorama das condições de alguns corpos hídricos localizados no interior dos
imóveis ou em seus arredores.
Os 100 imóveis analisados mediram ao todo 1097,41 hectares em sua área
total. Destes, apenas 2 hectares da área total, foram declaradas como áreas de
banhado (seguidos os critérios de classificação para estas áreas estabelecidos pelo
art. 6º do decreto 52.431/15 - Bioma Pampa).
Figura 16 – Panorama das áreas alagadas dos imóveis rurais cadastrados.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
BANHADO CURSO D'ÁGUA NATURAL ATÉ 10M
CURSO D'ÁGUA NATURAL DE 10M A 50M
Áre
a n
o Im
óvel
(ha)
Panorama das áreas alagadas dos imóveis
46
Além da sua importância ecológica, pois abrigam diferentes espécies da
fauna e da flora, os banhados tem um papel relevante no controle de enxurradas e
inundações. Por serem zonas que se localizam em áreas mais baixas e com
vegetação mais densa, elas absorvem e represam as águas, liberando-as de forma
lenta no ambiente. Em época de secas estas característica fazem com que os
banhados representem uma fonte de água para os seres vivos do local (GLOBO
ECOLOGIA, 2012).
Estando o município de Pelotas localizado em área conhecidamente com
banhados, este resultado provavelmente, se deve a transformação destas áreas,
pelos seus proprietários/possuidores, em áreas consolidadas ou então, por serem
consideradas áreas não importantes de serem declaradas.
Ao não se declarar de forma correta a quantidade desta APP, faz-se com que
estas áreas fiquem desprotegidas da lei (Decreto nº 52.431/15), podendo, assim,
serem degradadas e destruídas sem que se possa ter conhecimento destas
situações.
Os corpos hídricos mencionado na figura 16 referem-se tanto aos
pertencentes à propriedade – seu interior -, quanto aos lindeiros a esta.
Da área total dos imóveis rurais, cerca de 8 hectares são representados pelos
cursos d’água de até 10 metros de largura – 63, e cerca de 6 hectares pelos de
largura entre 10 e 50 metros – 4, sendo que estes últimos estão localizados fora das
propriedades (ver Apêndice B - Tabela B.5). Pode-se verificar que a predominância
é dos pequenos cursos d’água (córregos e sangas), muitos destes provenientes de
nascentes dos próprios imóveis.
Apesar de os cursos d’água serem em grande quantidade – ao todo 67 -, sua
área total é quase irrelevante, quando comparada a área total dos imóveis.
Provavelmente, a grande transformação da cobertura vegetal do solo em área
antropizada tenha levado a diminuição do potencial de vazão destes corpos hídricos,
acarretando impactos ao meio, ainda não mensurados, pois os recursos hídricos têm
importância essencial tanto ambiental, quanto social.
47
4.3. Áreas de APP dos Imóveis
O “novo” Código Florestal enquadra as APP dos imóveis rurais em duas
situações distintas. A primeira é a comumente chamada “Regra Geral”, que
representa as disposições gerais da lei. E a segunda, a “Regra Transitória”,
expressa através das disposições transitórias (item 2.2.2.1.), destinada aos imóveis
com APP em áreas consolidadas.
Em relação às APP de corpos hídricos e de nascentes e olhos d’água
perenes, tanto o novo código – lei 12.651/12, em suas regras gerais, quanto o antigo
código – 4.771/65, trazem as mesmas especificações. O diferencial está nas regras
transitórias implantadas pelo código vigente, considerado mais brando em relação à
proteção ambiental.
Por meio da figura 17 (Apêndice C) é possível visualizar a comparação entre
as áreas de APP exigidas pela lei 12.651/12 em sua regra geral, para cada imóvel
analisado e as áreas de APP com cobertura vegetal disponível em cada imóvel.
Figura 17 – Comparação entre a área de APP necessárias para cada imóvel e a área de APP
existente em cada imóvel, segundo as exigências da regra geral do novo Código Florestal.
Pode-se verificar que em todos os imóveis rurais há um déficit de vegetação
para compor a APP exigida pelas leis do novo – regra geral e antigo Códigos
Florestais. Na figura 18 (ver Apêndice C), que apresenta a mesma comparação,
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Áre
a d
os Im
óveis
(h
a)
Número de Propriedades
APP dos Imóveis segundo a Regra Geral
APP (REGRA GERAL) APP EM ÁREA DE VEGETAÇÃO NATIVA (REGRA GERAL)
48
considerando-se a área total dos imóveis, a diferença fica mais explícita.
Figura 18 – Comparação entre as áreas totais de APP necessárias nos imóveis, as áreas totais
de APP existente nos imóveis e o deficit que há da última em relação à primeira, segundo as
exigências da regra geral do novo Código Florestal
Levando-se em consideração a regra geral da lei, que é mais protetiva, o
déficit de vegetação dos imóveis cadastrados já seria de mais de 45 ha. No entanto
todos os imóveis analisados, por terem APP em áreas consolidadas (Apêndice C),
estão enquadrados nas regras transitórias do “novo” Código Florestal, o que os
isenta de terem estas quantidades de áreas de APP.
Para a ABES-SP (2012) a questão das áreas rurais consolidadas é bastante
controversa, pois significa a anistia aos proprietários que realizaram desmatamento
e ocupação irregulares de áreas não passíveis de uso antes de 2008. Ou seja, quem
desmatou e ocupou áreas de preservação permanente, além de ser considerado
regular ambientalmente ainda poderá continuar ocupando estas áreas, continuando,
assim, os danos ambientais gerados. E acrescenta que a recuperação das faixas de
APP destes imóveis não será mais o que é estipulado na regra geral e sim, o que é
previsto na regra transitória, que representa a recuperação de apenas parte destas
áreas de preservação.
Na figura 19 (Apêndice C) pode ser observada a mesma comparação,
levando-se em conta agora as APP segundo o Art. 61-A, regra transitória, que
dispõem sobre os corpos hídricos.
0
20
40
60
80
100
120
140
APP - EXIGÊNCIA DA REGRA GERAL
APP EM ÁREA DE VEGETAÇÃO NATIVA DOS IMÓVEIS (REGRA GERAL)
DEFICIT TOTAL DE APP DOS IMÓVEIS (REGRA GERAL)
Áre
a T
ota
l d
os
Im
óv
eis
(h
a)
Comparação entre áreas de APP - Regra Geral
49
A comparação, entre as áreas de APP exigidas pelas disposições transitórias
e as áreas vegetadas disponíveis para APP, mostra que a diferenças entre essas
áreas é pequena, cerca de 3 ha, ou seja, os imóveis têm, em sua maioria, o mínimo
de vegetação exigido pelo código vigente para compor as suas APP.
Figura 19 – Comparação entre as áreas totais de APP necessárias nos imóveis, as áreas totais
de APP existente nos imóveis e o deficit que há da última em relação à primeira, segundo as
exigências da regra transitória do novo Código Florestal
O novo Código Florestal, desde o seu surgimento, foi considerado muito
brando na defesa do meio ambiente, quando comparado com a sua versão anterior
(lei 4.771/65), que estabelecia, em relação às APP, para todas as propriedades, o
que o novo código estabelece apenas em suas regras gerais.
Por meio da figura 20 (Apêndice C) é possível avaliar a diferença entre as
áreas exigidas para APP nos imóveis rurais analisados. Pode-se observar que o que
é exigido nas disposições transitórias fica bem aquém da área exigida na regra geral
do novo código (e antigo).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
APP SEGUNDO O ART. 61- A (REGRA TRANSITÓRIA)
APP EM ÁREA DE VEGETAÇÃO NATIVA (ART. 61 - A)
DEFICIT TOTAL DE APP DOS IMÓVEIS (ART. 61 - A)
Áre
a T
ota
l d
os
Im
óv
eis
(h
a)
Comparação entre áreas de APP - Regra Transitória
50
Figura 20 – Comparação entre as áreas de APP para cada imóvel rural, exigidas pela regra
geral e pela regra transitória.
A figura 21 (Apêndice C) apresenta esta discrepância, de forma mais visível.
A APP necessária para os imóveis avaliados representa uma área total de 120 ha –
quando considerada as disposições gerais da lei; e cai para cerca de 30 ha, quando
considerada as disposições transitórias da mesma lei, ou seja, há um déficit de
aproximadamente 90 ha de APP de uma regra para a outra. Que representa uma
extensa área vegetada em torno de áreas vulneráveis e de grande importância
ecológica e social, como são os corpos hídricos. Área que poderá ter sido
desmatada e não precisará mais ser recomposta.
Segundo o Programa BIOTA/FAPESP (apud SILVA. J. A. A. et al, 2011)
existe um consenso entre os pesquisadores de que a manutenção das APP ao longo
das margens de corpos d’água é de fundamental importância para a conservação da
biodiversidade brasileira. E que entre os principais impactos negativos da redução
destas áreas estão: a extinção de espécies de plantas e animais; o aumento de
emissão de CO2; a redução do controle de pragas e da polinização de plantas
cultivadas ou selvagens e o assoreamento de cursos d’água, este impactando
diretamente no abastecimento de água. E completa, informando que as larguras
mínimas das faixas de vegetação remanescente das APP em torno de cursos d’água
e nascentes devem ser suficientes para que estas desempenhem de forma
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Áre
a d
os
im
ov
eis
(h
a)
Número de propriedades
APP necessária segundo a Regra Geral e a Regra Transitória
APP (REGRA GERAL) APP SEGUNDO O ART. 61- A (REGRA TRANSITÓRIA)
51
satisfatória todas as suas funções. Incluindo as biológicas, através da formação de
corredores ecológicos com a vegetação ciliar, já reconhecidos como elementos que
facilitam o fluxo de indivíduos.
Figura 21 – Comparação entre as áreas totais de APP necessárias nos imóveis segundo a
regra geral e segundo a regra transitória e o deficit gerado entre estas áreas.
Na tabela 4 (ver Apêndice C) estão os dados de APP de dois imóveis rurais
cadastrados no CAR. Em ambos os imóveis há déficit de APP em relação às
disposições gerais da lei 12.651/12, sendo que em um dos imóveis há, também, o
déficit de APP do art. 61-A. O que torna o imóvel irregular ambientalmente.
Tabela 4 – Dados de APP de dois imóveis rurais.
Número da Propriedade
Módulo Fiscal
● APP - Exigência da Regra Geral
(ha)
● APP em Área de Vegetação
Nativa dos Imóveis (Regra
Geral) (ha)
● Déficit de APP (Regra
Geral) (ha)
● APP Segundo o Art. 61- A (Regra Transitória)
(ha)
● APP em Área de
Vegetação Nativa (Art. 61
- A) (ha)
● Déficit de APP (Art.
61 - A) (ha)
51 2,48 8,1707 4,0668 4,1039 3,9216 3,1328 0,7888
61 1,54 2,7338 2,4998 0,2340 0,7145 0,7145 0,0000
No imóvel de número 51 (figura 22) há a presença de três nascentes que dão
origem a três cursos d’água, que deságuam em um quarto curso d’água, este
lindeiro ao imóvel. Tanto nas nascentes como nos cursos d’água é possível verificar
déficit de APP, em ambas as regras – geral e transitória.
0
20
40
60
80
100
120
140
APP - EXIGÊNCIA DA REGRA GERAL
APP SEGUNDO O ART. 61- A (REGRA TRANSITÓRIA)
DEFICIT DE APP DOS IMÓVEIS COMPARANDO
REGRAS GERAL E TRANSITÓRIA
Áre
a T
ota
l d
os
Im
óv
eis
(h
a)
Comparação entre a exigência de APP das Regras Geral e Transitória
52
Figura 22 – Imagem do imóvel rural número 51, no Módulo de Cadastro - CAR, com todas suas
áreas delimitadas. Em destaque algumas áreas com déficit de vegetação em APP.
Há no imóvel rural uma grande quantidade de área consolidada e pouca
vegetação nativa, que está localizada em sua maioria nas APP. Todas as áreas de
vegetação nativa foram destinadas à reserva legal, inclusive a vegetação da APP.
Figura 23 – Imagem do imóvel rural número 51, no Módulo de Cadastro - CAR, sem a
vegetação nativa.
A figura 23 representa o imóvel sem nenhuma vegetação nativa, onde é
possível observar todas as áreas de APP exigidas pelo Código Florestal.
53
Apesar do grande déficit de APP – regra geral, existente no imóvel número
51, é o déficit de APP – regra transitória, que o torna irregular perante a lei
12.651/12, “novo” Código Florestal.
Para este imóvel será obrigatória à recomposição da vegetação da APP de
cada nascente em um raio mínimo de 15 (quinze) metros. Por medir 2,48 MF (de 2 a
3 MF), o imóvel, terá que recompor a vegetação das faixas marginais de cada um
dos quatro cursos d’água em 15 (quinze) metros (item 2.2.2.1. – figura 4).
A área exigida de APP para a propriedade, segundo a regra geral do código
vigente e antigo código é de 8,1707 ha. Mas, por se tratar de APP em área
consolidada - regra transitória -, a exigência da vegetação será de 3,9216 ha, que
representa 48% da área anterior, ou seja, haverá a perda de 52% da vegetação que
antes era exigida e que agora não precisará ser recuperada.
No imóvel número 61 (figura 24), há uma grande quantidade de
remanescente de vegetação nativa, que foi dividido entre a reserva legal, a área de
APP do curso d’água e em áreas sem destinação específica.
Figura 24 – Imagem do imóvel rural número 61, no Módulo de Cadastro - CAR, com todas suas
áreas delimitadas. Em detalhe a vegetação nativa em APP.
54
Há um pequeno déficit de APP considerando-se a regra geral e não há déficit
de APP relativa às disposições transitórias, o que torna o imóvel rural adequado
ambientalmente, segundo o Código Florestal vigente.
Na figura 25 é possível verificar o imóvel sem vegetação nativa, propiciando
uma melhor visualização das áreas de APP exigidas pela lei do novo código.
Figura 25 – Imagem do imóvel rural número 61, no Módulo de Cadastro - CAR, com todas suas
áreas delimitadas.
A exigência de APP para este imóvel – regra geral -, é de 2,7338 ha. Se for
considerada a regra transitória será de 0,7145 ha, que equivale a 26% da área
anterior. Se a área em que está o curso d’água fosse toda consolidada a perda de
vegetação seria de 74% em relação à regra geral e ao código antigo.
Segundo a regra geral para este imóvel, o curso d’água (largura até 10
metros) deveria ter 30 (trinta) metros de margens com vegetação para compor a
APP. Considerando o tamanho do imóvel - 1,54 MF, e que ele se enquadra na regra
transitória, as faixa marginais vegetadas para fins de APP devem ter 8 (oito) metros
– imóvel de 1 a 2 MF (item 2.2.2.1. – figura 4).
Quando se compara a regra geral e a regra transitória do “novo” Código
Florestal fica clara a grande diminuição da área de vegetação exigida para
composição das APP de cursos d’água e de nascentes e olhos d’água. Áreas de
55
importância e fragilidade significativas. Também é possível constatar que o Código
Florestal anterior (Lei 4.771/65) visava uma maior proteção das APP, quando
comparado com o código vigente (Lei 12.651/12).
4.4. Áreas de Reserva Legal
As áreas de Reserva Legal são áreas destinadas à manutenção da vegetação
nativa dos imóveis rurais. Podendo ser compostas, também, de espécies exóticas,
desde que obedecendo a percentuais estabelecidos pela lei, neste caso pelo “novo”
Código Florestal (lei 12.651/12). Estas áreas visam à manutenção dos recursos
naturais; a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e; a promover a
conservação da biodiversidade - fauna silvestre e da flora nativa (BRASIL, 2012).
As áreas de Reserva Legal que integram os imóveis analisados foram
compostas pelo remanescente de vegetação nativa existente em cada imóvel rural.
O que segundo Silva, A. A. et al (2011) é o mais correto, pois o uso de espécies
exóticas interfere na função de conservação da biodiversidade destas áreas e não
assegura a manutenção de suas funções ecológicas.
Na figura 26 (Apêndice A) é possível verificar o total da área de remanescente
de vegetação nativa (áreas em APP, em RL e áreas vegetadas sem destinação
específica) e a área desta que foi utilizada para compor a reserva legal das
propriedades.
Figura 26 – Comparação entre as áreas de remanescente de vegetação nativa e reserva legal
total dos imóveis.
0
50
100
150
200
250
300
ÁREA TOTAL DE REMANESCENTE DE VEGETAÇÃO NATIVA (ha)
ÁREA TOTAL DE RESERVA LEGAL (ha)
Áre
a n
o Im
óvel
(h
a)
Comparação entre as Áreas de Remanescente de vegetação nativa e Reserva Legal totais dos imóveis
56
Através da figura 27 (Apêndice A) é possível observar a distribuição das áreas
de reserva legal pelas áreas de remanescente de vegetação nativa de cada um dos
imóveis analisados. Pode-se observar que na maior parte das propriedades o
remanescente de vegetação nativa foi utilizado em sua maioria para compor a
Reserva Legal.
Figura 27 – Distribuição das áreas de Reserva Legal pelas áreas de Remanescente de
Vegetação Nativa.
No “novo” Código Florestal (Lei 12.651/12) a reserva legal pode ser
considerada sob duas situações: a regra geral, onde todas as propriedades devem
ter 20% de seus imóveis destinados à reserva legal, que deve ser composta por
vegetação nativa ou por esta e uma porcentagem de vegetação exótica; e a regra
transitória, onde estão inclusos os imóveis rurais com até quatro módulos fiscais
(pequenas propriedades rurais) que tenham áreas consideradas consolidadas,
estipulando que estes devem destinar à reserva legal, apenas a área de vegetação
nativa que detinham no imóvel antes da data de 22 de julho de 2008. Ou seja,
somente será exigida por lei a manutenção, sob a forma de reserva legal, da
quantidade de vegetação nativa existente no imóvel até esta data. Num percentual
que pode variar de 0% a 20% do imóvel. Caso não houvesse nenhuma vegetação
nativa no imóvel, até a data estipulada, o proprietário estará isento de recompor a
vegetação a título de reserva legal. Situação que pode ser verificada através da
0
5
10
15
20
25
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Áre
a d
o Im
óv
el
(ha
)
Número da Propriedade
Distribuição das áreas de Reserva Legal pelas áreas de Vegetação Nativa.
ÁREA DE REMANESCENTE DE VEGETAÇÃO NATIVA (ha) ÁREA DE RESERVA LEGAL (ha)
57
utilização de imagens de satélites dos imóveis em anos anteriores; como por
exemplo: imagens do programa Google Earth Pro.
O Código Florestal anterior, lei 4.771/65, estabelecia a manutenção de 20%
do imóvel rural para fins de reserva legal – considerando a região estudada –
independente do tamanho do imóvel. O novo código, lei 12.651/12, dependendo da
situação, libera as pequenas propriedades rurais com áreas consolidadas de
recompor a reserva legal. Causando, assim, um grande impacto ao meio ambiente
natural.
A ABES-SP (2012) informa que segundo o Sistema Nacional de Cadastro
Rural (SNCR), mais de 90% dos 5,1 milhões de imóveis rurais do País tem até
quatro módulos fiscais, equivalendo a 24% da área total dos imóveis (135 milhões
de hectares). Representando, a regra transitória do “novo” Código Florestal, uma
anistia para 90% dos imóveis rurais que até a data de 22 de julho de 2008 tiveram
suas áreas com vegetação nativa suprimidas irregularmente.
Na figura 28 (Apêndice A) é possível visualizar a distribuição da reserva legal
dos imóveis e compará-las com a regra geral que exige 20% de reserva para todos
os imóveis rurais da região. Já é possível verificar a grande incidência de imóveis
abaixo dos 20% de reserva legal. Em verdade, a grande maioria.
Figura 28 – Distribuição da reserva legal pelas propriedades e a comparação desta com a regra
geral.
0
10
20
30
40
50
60
70
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Áre
a d
a R
eserv
a L
eg
al
no
Im
óvel
(%)
Número de Propriedades
Reserva Legal do Imóvel e a sua Regra Geral
RESERVA LEGAL DO IMÓVEL (%) RESERVA LEGAL (REGRA GERAL) (%)
58
Na figura 29 (ver Apêndice B – Tabela B.4) está a distribuição da reserva
legal de acordo com o seu tamanho e a frequência de ocorrência nos imóveis. É
possível verificar que 73 imóveis têm reserva legal com tamanho de 0% a 20% de
sua área. E que 27 propriedades reservaram mais de 20% de suas vegetações
nativas para compor a reserva legal.
Figura 29 – Distribuição da Reserva Legal dos Imóveis.
Considerando-se a regra geral do novo Código Florestal (lei 12.651/12) e o
Código Florestal anterior (lei 4.771/65), no qual ambos exigem 20% do imóvel para
reserva legal, os 73 imóveis com valores inferiores a 20% de reserva legal estariam
irregulares ambientalmente, o que não ocorre, pois todos estes estão inclusos na
regra transitória do código vigente, tornando-os regular perante as leis ambientais,
por serem áreas consolidadas. Ou seja, apesar de mais de 50% dos 100 imóveis
rurais analisados terem somente até 10% de sua área destinada para RL, todos
serão considerados ambientalmente regulares.
As áreas de APP e de RL localizadas nas pequenas propriedades rurais
analisadas sofreram uma diminuição considerável, quando comparados o código
antigo (Lei 4.771/65) com o código vigente (Lei 12.651/12). Podendo se considerar o
primeiro bem mais protetor destas áreas do que o segundo. Áreas com vegetação
nativa consideradas de importância relevante para o meio ambiente natural e que
não precisarão mais ser recompostas.
0
5
10
15
20
25
30
35
0-5 5-10 10-15 15-20 20-25 25-30 30-35 35-40 55-60 60-65
Nú
me
ro d
e Im
óv
eis
(u
n.)
Tamanho da Reserva Legal no Imovél (%)
Distribuição da Reserva Legal dos Imóveis
59
5. CONCLUSÃO
O CAR - instituído pelo “Novo” Código Florestal – Lei 12.651/12 - representa
uma oportunidade singular de conhecimento da estrutura física dos imóveis rurais,
de seus recursos hídricos e vegetais. Principalmente, representa a oportunidade de
orientação dos proprietários/possuidores sobre seus direitos e deveres ambientais.
Por ter um caráter declaratório, mesmo utilizando imagens de satélites, alguns
de seus dados dependem da informação dos seus proprietários/possuidores. Isto
pode causar discrepâncias entre as informações declaradas e as situações reais.
Mesmo assim, pode ser considerada uma boa fonte de dados para análises
ambientais.
Dos 100 imóveis rurais analisados, 96% estão localizados em zona rural.
Tendo eles, no total, área consolidada três vezes maior do que sua área de
remanescente de vegetação nativa. Situação que demonstra o processo de
desmatamento sofrido pelos imóveis rurais devido à conversão de áreas de
vegetação nativa em pastagens e em áreas de plantio.
Apesar da crescente preocupação com a escassez de água disponível para o
consumo, e da conhecida relação floresta-água, o CAR evidenciou que em 62% dos
imóveis rurais analisados não havia nenhuma fonte de água – nascente e/ou olho
d’água perene. As áreas rurais são precursoras das fontes d’água, e o aumento do
desmatamento destas áreas tem, provavelmente, diminuído a presença destes
mananciais, tão importantes para os meios rural e urbano.
A presença quase irrelevante das áreas de banhado (APP), em uma região
conhecidamente alagada como é a área do Município de Pelotas, evidencia o erro
nas informações que o caráter declaratório do CAR pode proporcionar. E também
deixa patente o desconhecimento dos proprietários/possuidores sobre a importância
ambiental que essas áreas representam.
Os códigos florestais (Decreto 23.793/34, Lei 4.771/65 e Lei 12.651/12)
retratam a tentativa do Estado em organizar a utilização dos recursos naturais. Tanto
o “antigo” código, quanto o “novo” – em suas disposições gerais possuem o mesmo
nível de proteção ambiental quando se trata de áreas de APP de cursos d’água e de
60
nascentes e de áreas de RL. O que diferencia ambos é quando o imóvel rural se
enquadra nas regras transitórias do novo código.
Os 100 imóveis rurais cadastrados analisados se enquadram nas disposições
transitórias da Lei 12.651/12, código vigente, por serem pequenas propriedades
rurais com áreas consolidadas. Considerando as disposições do código anterior - Lei
4.771/65 e as disposições gerais do código vigente (Lei 12.651/12) a maioria dos
imóveis rurais analisados estariam com suas áreas de APP irregulares
ambientalmente. Mas como os imóveis estão sob a regra transitória, uma pequena
parcela se encontra legalmente irregular.
Em relação à RL o mesmo pode ser verificado. O “antigo” Código Florestal e o
Código Florestal vigente, em suas disposições gerais, estabelece um percentual de
20% da área do imóvel para fins de reserva legal. No entanto as disposições
transitórias do mesmo código exige a manutenção, para RL, do percentual existente
de vegetação nativa antes da data de 22 de julho de 2008. O que tornou todos os
imóveis rurais regulares perante as leis ambientais. Inclusive os 73 imóveis com
valores inferiores a 20% de RL.
As Disposições Transitórias do “novo” Código Florestal podem ser
consideradas as grandes vilas do “novo” Código Florestal. Com o intuito de não
prejudicar os pequenos agricultores acabou-se desprotegendo o meio ambiente em
seus recursos mais vulneráveis que são as APP e a RL.
A perda desta grande área vegetada que não precisará ser reflorestada
implica em um grande impacto sobre os recursos ambientais (hídricos e vegetais) e
sobre a biodiversidade em geral, acarretando danos tanto à zona rural, quanto à
zona urbana e aos seus moradores.
61
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4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. BRASIL. Lei nº 12.727, de 17 de outubro de 2012. Altera a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2o do art. 4o da Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012. CAMILO, D.R.; LAURA, S.B. Processos Hidrológicos. Tema 1 – Introdução, 2015. Disponível em: <http://www.dpi.inpe.br/~camilo/prochidr/pdf/cst318_01introducao.pdf>. Acesso em: 30 abr. 2016.
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66
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ZAKIA, M. J., PINTO, L. F. G. Guia para aplicação da nova lei em propriedades rurais. - Piracicaba, SP: Imaflora, 2013. 32p.
68
Apêndice A – Tabela com os dados das pequenas propriedades/posses rurais
cadastradas na SDR e analisadas neste estudo, obtidos através do Protocolo
de Inscrição no CAR e do Recibo de Inscrição no CAR.
Tabela A – Dados gerais dos imóveis rurais cadastrados.
Número da
Propriedade
Imóvel APP Cobertura Do Solo RL
Área Total do Imóvel (ha)
Área de Servidão Administrativa (ha)
Área Líquida do Imóvel (ha)
Área de Preservação
Permanente (ha)
Área Consolidada
(ha)
Área de Remanescente de Vegetação
Nativa (ha)
Área de Reserva
Legal (ha)
1 6,9798 0,0003 6,9795 0,2590 4,9396 2,0265 0,0000
2 29,5251 0,4998 29,0210 1,0462 26,0589 2,9352 0,6076
3 11,0540 0,0538 11,0002 0,8743 8,6725 2,2945 1,8747
4 9,2190 0,0000 9,2190 1,0108 8,2937 0,9254 0,0000
5 3,3630 0,0000 3,3630 0,0000 3,2680 0,0950 0,0000
6 5,1257 0,0000 5,1257 0,0000 5,0423 0,0000 0,0834
7 2,0120 0,0000 2,0120 0,2675 1,8349 0,1771 0,0533
8 20,8613 0,0000 20,8613 4,2053 16,3657 4,4422 1,252
9 32,3719 0,0212 32,3508 4,9843 23,8269 8,2634 8,2634
10 12,7992 0,0432 12,756 2,4362 7,3874 5,3390 3,0786
11 8,0521 0,0000 8,0521 0,2360 5,8536 2,1715 2,1079
12 5,1913 0,0000 5,1913 1,0553 4,4507 0,6711 0,6711
13 13,2605 0,0000 13,2605 1,0231 11,4136 1,8214 0,8863
14 18,8832 0,0000 18,8832 2,1947 17,6974 1,1158 1,1158
15 2,0445 0,0000 2,0445 0,1732 0,8432 1,1968 0,2751
16 3,5907 0,0000 3,5907 0,0000 3,0717 0,5191 0,5191
17 28,4407 0,0840 28,3568 0,9765 26,3757 1,9701 1,9701
18 2,9929 0,0003 2,9926 1,1795 2,3544 0,6053 0,2322
19 8,6717 0,0268 8,6449 0,8853 8,4402 0,1936 0,0000
20 3,5102 0,2081 3,3021 0,0000 3,1431 0,1590 0,1590
21 22,6190 0,0341 22,5849 2,2979 17,1420 5,3822 3,5612
22 6,1381 0,0331 6,1050 0,0000 5,7976 0,3074 0,0000
23 10,8978 0,0000 10,8978 1,1245 10,2555 0,5423 0,5423
24 1,0085 0,0000 1,0085 0,1580 0,8288 0,1797 0,1797
25 8,0727 0,0303 8,0424 0,0000 6,3578 1,6846 1,6846
26 25,1315 0,1488 24,9828 2,0145 15,2113 9,6705 8,1634
27 17,9450 0,1836 17,7618 1,1108 12,7755 4,9863 1,6898
28 12,1420 0,0000 12,1420 2,9920 8,0026 4,0134 2,0837
29 1,9976 0,0262 1,9714 0,5544 1,8519 0,1195 0,0147
30 2,5845 0,0000 2,5845 0,0000 2,0290 0,5555 0,5555
31 2,0541 0,0000 2,0541 0,8551 0,6954 1,3264 1,3264
32 21,1200 0,0000 21,1200 2,9439 11,0224 9,6544 5,2923
33 8,0468 0,0000 8,0468 0,7432 5,6108 2,3726 1,6934
34 1,9955 0,0208 1,9747 0,0000 1,9747 0,0000 0,0000
35 38,8030 1,0079 37,7951 2,7762 27,9718 9,5310 6,7835
36 29,3113 0,0010 29,3103 2,2038 23,4797 4,6004 0,0000
69
Número da
Propriedade
Imóvel APP Cobertura Do Solo RL
Área Total do Imóvel (ha)
Área de Servidão Administrativa (ha)
Área Líquida do Imóvel (ha)
Área de Preservação
Permanente (ha)
Área Consolidada
(ha)
Área de Remanescente de Vegetação
Nativa (ha)
Área de Reserva
Legal (ha)
37 8,3473 0,0053 8,3420 1,3980 6,4668 1,8646 1,8646
38 2,1550 0,0000 2,1550 0,4616 1,9491 0,2059 0,2059
39 2,7921 0,2338 2,5583 0,3726 1,7675 0,7853 0,6066
40 2,0257 0,0000 2,0257 0,4818 1,8477 0,1707 0,0000
41 5,0974 0,0000 5,0974 0,0579 5,0644 0,0330 0,0330
42 0,2205 0,0000 0,2205 0,0000 0,2033 0,0172 0,0172
43 10,0535 0,0204 10,0331 1,8328 6,5713 3,4540 2,0824
44 8,6379 0,1143 8,5236 2,3740 3,5271 4,7683 2,1715
45 10,5677 0,0000 10,5677 1,1607 10,0235 0,5247 0,0000
46 15,8924 0,0728 15,8196 0,0000 14,5147 1,3049 0,0000
47 22,4137 0,1020 22,3116 3,1970 20,6998 1,0815 0,8303
48 10,1691 0,1270 10,0421 1,9523 8,2841 1,6479 1,0536
49 6,4380 0,0000 6,4380 0,0149 6,2721 0,1658 0,1658
50 3,5520 0,0213 3,5306 1,0271 2,1630 1,2863 0,5393
51 39,6039 0,0000 39,6039 8,1707 31,0404 8,2373 8,2373
52 1,9355 0,0000 1,9355 0,0000 1,7358 0,1997 0,1997
53 12,0185 0,0321 11,9864 0,5431 2,6976 9,2706 3,6935
54 4,0095 0,0000 4,0095 1,1343 3,5934 0,2961 0,2961
55 2,9928 0,0029 2,9899 0,0000 2,0253 0,9646 0,9646
56 4,6903 0,0158 4,6745 0,0000 4,6745 0,0000 0,0000
57 5,9910 0,0000 5,9910 0,0000 5,4305 0,5605 0,5605
58 2,0364 0,0109 2,0255 0,0000 2,0255 0,0000 0,0000
59 4,2413 0,0000 4,2413 0,0000 3,9152 0,3261 0,3261
60 0,6388 0,0000 0,6388 0,0000 0,6388 0,0000 0,0000
61 24,6935 0,0000 24,6935 2,7238 9,9796 14,6203 9,4301
62 29,9689 0,0293 29,9397 2,8682 26,2194 3,5962 3,5962
63 20,0090 0,0131 19,996 2,5666 16,3345 3,5717 0,9699
64 36,3701 0,0000 36,3701 4,0996 21,4019 14,918 2,7620
65 2,9075 0,0226 2,8850 0,0000 2,6305 0,2545 0,2545
66 4,0265 0,0249 4,0016 0,5431 2,4346 1,5671 0,5112
67 5,1315 0,0000 5,1315 0,6370 4,1055 1,0260 1,0260
68 2,0055 0,0000 2,0055 0,0000 1,5057 0,4998 0,4998
69 5,8755 0,0000 5,8755 0,3206 5,5307 0,3193 0,3193
70 8,3577 0,0000 8,3577 0,1437 4,8425 3,5120 1,5974
71 4,7929 0,0000 4,7929 0,0619 4,2039 0,5891 0,5891
72 18,1042 0,0177 18,0865 6,5921 7,1369 10,6735 10,6735
73 2,0230 0,0403 1,9826 0,0000 1,9450 0,0376 0,0376
74 49,5890 0,0000 49,5890 4,1081 34,3457 15,1372 12,3740
75 2,0224 0,0000 2,0224 1,3706 0,9452 1,0651 0,0797
76 20,5736 0,0400 20,5337 0,8366 19,7760 0,7265 0,7265
77 10,6104 0,0112 10,5992 1,3009 9,2769 1,3143 0,6351
78 16,6964 0,2226 16,4738 0,8093 15,3263 1,1475 1,1475
70
Número da
Propriedade
Imóvel APP Cobertura Do Solo RL
Área Total do Imóvel (ha)
Área de Servidão Administrativa (ha)
Área Líquida do Imóvel (ha)
Área de Preservação
Permanente (ha)
Área Consolidada
(ha)
Área de Remanescente de Vegetação
Nativa (ha)
Área de Reserva
Legal (ha)
79 0,4663 0,0000 0,4663 0,0000 0,2326 0,2337 0,0992
80 5,0694 0,0000 5,0694 0,2686 4,7878 0,2726 0,2726
81 5,7546 0,0000 5,7546 0,4178 5,1390 0,6157 0,6157
82 7,4504 0,0641 7,3863 1,3763 4,7103 2,6531 1,8341
83 1,4177 0,0000 1,4177 0,0000 1,4177 0,0000 0,0000
84 2,8381 0,0018 2,8363 0,6220 1,5800 1,2342 0,7070
85 13,2326 0,3365 12,8961 0,0000 11,9881 0,9081 0,9081
86 14,5594 0,0000 14,5594 3,7923 12,1792 2,3365 2,3365
87 1,8872 0,0000 1,8872 1,1216 1,3581 0,5152 0,5152
88 4,3186 0,0060 4,3126 0,9827 4,2252 0,0874 0,0874
89 9,0699 0,0000 9,0699 2,0513 6,4861 2,5307 1,8238
90 9,1871 0,0000 9,1871 4,0022 6,2547 2,8307 0,6884
91 5,5584 0,0766 5,4818 0,0000 5,3201 0,1617 0,1617
92 9,3936 0,0000 9,3936 1,4206 6,0300 3,3370 1,6430
93 7,5041 0,0002 7,5040 0,9456 5,0550 2,3521 1,3624
94 19,9874 0,0000 19,9874 0,6631 7,9319 12,0554 7,1010
95 3,5859 0,0000 3,5859 0,2802 3,5027 0,0807 0,0807
96 2,3343 0,0215 2,3128 0,3804 2,0800 0,2328 0,1629
97 16,8635 0,3563 16,5072 1,2209 12,9235 3,3800 2,6122
98 48,5183 0,3145 48,2041 6,2669 25,2129 22,9107 10,2840
99 15,3287 0,3031 15,0256 2,1178 12,9808 1,9882 1,9882
100 4,9909 0,0071 4,9839 0,4250 4,6055 0,3783 0,3783
1097,4105 5,0913 1092,3162 124,0977 821,4137 264,6837 163,4599
71
Apêndice B – Tabelas com os dados das pequenas propriedades/posses rurais
cadastradas na SDR e analisadas neste estudo, obtidos através do “Detalhes
dos Imóveis”, disponíveis no site do CAR - RS.
Tabela B.1 - Dados de medida e localização dos imóveis rurais cadastrados.
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da Propriedade Imóvel
Área Líquida do Imóvel (ha)
Área do Imóvel Rural (ha)
Módulos Fiscais
Distrito no Município de Pelotas (º)
1 6,98 6,98 0,44 5
2 29,02 29,53 1,85 6
3 11,00 11,05 0,69 6
4 9,22 9,22 0,58 1
5 3,36 3,36 0,21 9
6 5,13 5,13 0,32 9
7 2,01 2,01 0,13 5
8 20,86 20,86 1,30 3
9 32,35 32,37 2,02 6
10 12,76 12,80 0,80 6
11 8,05 8,05 0,50 7
12 5,19 5,19 0,32 7
13 13,26 13,26 0,83 3
14 18,88 18,88 1,18 3
15 2,04 2,04 0,13 5
16 3,59 3,59 0,22 3
17 28,36 28,44 1,78 3
18 2,99 2,99 0,19 3
19 8,64 8,67 0,54 4
20 3,30 3,51 0,22 8
21 22,58 22,62 1,41 9
22 6,11 6,14 0,38 6
23 10,90 10,90 0,68 3
24 1,01 1,01 0,06 7
25 8,04 8,07 0,50 4
26 24,98 25,13 1,57 7
27 17,76 17,95 1,12 5
28 12,14 12,14 0,76 7
29 1,97 2,00 0,12 9
30 2,58 2,58 0,16 5
31 2,05 2,05 0,13 6
32 21,12 21,12 1,32 5
33 8,05 8,05 0,50 3
34 1,97 2,00 0,12 9
35 37,80 38,80 2,43 5
72
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da Propriedade Imóvel
Área Líquida do Imóvel (ha)
Área do Imóvel Rural (ha)
Módulos Fiscais
Distrito no Município de Pelotas (º)
36 29,31 29,31 1,83 9
37 8,34 8,35 0,52 4
38 2,16 2,16 0,13 9
39 2,56 2,79 0,17 4
40 2,03 2,03 0,13 9
41 5,10 5,10 0,32 3
42 0,22 0,22 0,01 1
43 10,03 10,05 0,63 3
44 8,52 8,64 0,54 8
45 10,57 10,57 0,66 9
46 15,82 15,89 0.99 3
47 22,31 22,41 1,40 3
48 10,04 10,17 0,64 8
49 6,44 6,44 0,40 3
50 3,53 3,55 0,22 5
51 39,60 39,60 2,48 5
52 1,94 1,94 0,12 9
53 11,99 12,02 0,75 4
54 4,01 4,01 0,25 7
55 2,99 2,99 0,19 8
56 4,67 4,69 0,29 9
57 5,99 5,99 0,37 8
58 2,03 2,04 0,13 8
59 4,24 4,24 0,27 8
60 0,64 0,64 0,04 1
61 24,69 24,69 1,54 5
62 29,94 29,97 1,87 3
63 20,00 20,01 1,25 9
64 36,37 36,37 2,27 9
65 2,88 2,91 0,18 5
66 4,00 4,03 0,25 3
67 5,13 5,13 0,32 3
68 2,01 2,01 0,13 9
69 5,88 5,88 0,37 9
70 8,36 8,36 0,52 3
71 4,79 4,79 0,30 8
72 18,09 18,10 1,13 7
73 1,98 2,02 0,13 4
74 49,59 49,59 3,10 5
75 2,02 2,02 0,13 5
76 20,53 20,57 1,29 8
73
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da Propriedade Imóvel
Área Líquida do Imóvel (ha)
Área do Imóvel Rural (ha)
Módulos Fiscais
Distrito no Município de Pelotas (º)
77 10,60 10,61 0,66 6
78 16,47 16,70 1,04 8
79 0,47 0,47 0,03 5
80 5,07 5,07 0,32 9
81 5,75 5,75 0,36 9
82 7,39 7,45 0,47 5
83 1,42 1,42 0,09 1
84 2,84 2,84 0,18 5
85 12,90 13,23 0,83 5
86 14,56 14,56 0,91 5
87 1,89 1,89 0,12 5
88 4,31 4,32 0,27 3
89 9,07 9,07 0,57 7
90 9,19 9,19 0,57 5
91 5,48 5,56 0,35 9
92 9,39 9,39 0,59 3
93 7,50 7,50 0,47 5
94 19,99 19,99 1,25 7
95 3,59 3,59 0,22 9
96 2,31 2,33 0,15 5
97 16,51 16,86 1,05 5
98 48,20 48,52 3,03 4
99 15,03 15,33 0,96 9
100 4,98 4,99 0,31 3
1092,30 1097,41 67,58
74
Tabela B.2 - Dados das APP dos imóveis rurais cadastrados.
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da
Propriedade
APP (ha)
APP de Rios até 10m
APP de Rios de 10m a 50 m
APP de Nascente ou Olhos D'água
Perene
APP de Banhado
APP Total APP (Art. 61-A)
1 0,26 / / / 0,26 /
2 1,05 / / / 1,05 0,00
3 0,87 / / / 0,87 /
4 / 1,01 / / 1,01 0,01
5 / / / / / /
6 / / / / / /
7 / / 0,27 / 0,27 0,00
8 2,25 / 0,66 / 4,21 0,13
9 2,45 / / / 4,98 0,06
10 1,77 / 0,66 / 2,44 0,00
11 0,24 / / / 0,24 0,00
12 0,49 / 0,32 / 1,06 0,00
13 1,02 / / / 1,02 /
14 0,15 / / / 2,19 0,05
15 0,17 / / / 0,17 0,00
16 / / / / / /
17 0,31 / 0,66 / 0,98 /
18 0,54 / 0,47 / 1,18 0,05
19 0,70 / 0,52 / 0,89 0,01
20 / / / / / /
21 1,19 / 0,66 / 2,3 0,03
22 / / / / / /
23 0,33 / 0,56 0,02 1,12 0,01
24 / / 0,16 / 0,16 0,04
25 / / / / / /
26 2,01 / / / 2,01 0,02
27 / 1,11 / / 1,11 0,00
28 1,37 / 0,65 / 2,99 0,00
29 / / 0,55 / 0,55 0,02
30 / / / / / /
31 0,86 / / / 0,86 0,00
32 0,37 / / / 2,94 0,13
33 0,74 / / / 0,74 0,03
34 / / / / / /
35 0,30 / / / 2,78 0,22
36 / 2,20 / / 2,20 0,07
37 0,73 / 0,66 / 1,40 0,00
38 / / 0,46 / 0,46 0,03
39 0,06 / / / 0,37 0,00
75
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da
Propriedade
APP (ha)
APP de Rios até 10m
APP de Rios de 10m a 50 m
APP de Nascente ou Olhos D'água
Perene
APP de Banhado
APP Total APP (Art. 61-A)
40 0,48 / / / 0,48 0,00
41 0,06 / / / 0,06 /
42 / / / / / /
43 0,29 / 0,57 / 1,83 /
44 0,23 / / / 2,37 /
45 1,16 / / / 1,16 /
46 / / / / / /
47 0,55 / 0,61 / 3,20 0,67
48 0,99 / / / 1,95 0,00
49 0,01 / / / 0,01
50 0,90 / / / 1,03 0,00
51 1,12 / 0,66 / 8,17 0,76
52 / / / / / /
53 0,54 / / / 0,54 /
54 0,69 / 0,45 / 1,13 0,11
55 / / / / / /
56 / / / / / /
57 / / / / / /
58 / / / / / /
59 / / / / / /
60 / / / / / /
61 2,72 / / / 2,72 0,00
62 1,82 / 0,66 / 2,87 0,11
63 0,73 / / / 2,57 0,33
64 2,32 / 0,66 / 4,10 0,35
65 / / / / / /
66 / / 0,54 / 0,54 /
67 / / 0,64 / 0,64 0,00
68 / / / / / /
69 0,32 / / / 0,32 /
70 0,14 / / / 0,14 0,00
71 0,06 / / / 0,06 /
72 1,96 / 0,66 0,10 6,59 0,00
73 / / / / / /
74 1,92 / / / 4,11 0,07
75 1,24 / 0,33 / 1,37 0,00
76 0,84 / / / 0,84 0,04
77 0,64 / 0,66 / 1,3 0,00
78 / / 0,66 0,63 0,81 /
79 / / / / / /
76
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da
Propriedade
APP (ha)
APP de Rios até 10m
APP de Rios de 10m a 50 m
APP de Nascente ou Olhos D'água
Perene
APP de Banhado
APP Total APP (Art. 61-A)
80 0,27 / / / 0,27 /
81 / / 0,42 / 0,42 /
82 1,38 / / / 1,38 0,07
83 / / / / / /
84 0,28 / / / 0,62 0,00
85 / / / / / /
86 2,61 0,82 0,66 / 3,79 0,01
87 0,57 / / / 1,12 0,00
88 0,34 / 0,64 / 0,98 0,06
89 1,10 / 0,66 / 2,05 0,09
90 1,01 / 0,58 / 4,00 0,06
91 / / / / / /
92 0,70 / / / 1,42 0,01
93 0,71 / 0,62 / 0,95 0,00
94 / / 0,66 / 0,66 /
95 0,23 / 0,22 / 0,28 /
96 / / 0,38 / 0,38 0,04
97 1,22 / / / 1,22 0,00
98 0,27 / 0,34 / 6,27 0,03
99 1,92 / 0,44 / 2,12 0,00
100 / / 0,43 / 0,43 0,00
54,57 5,14 20,41 0,75 124,08 3,72
77
Tabela B.3 - Dados das áreas de servidão administrativa e de cobertura do solo dos
imóveis rurais cadastrados.
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da
Propriedade
Servidão Administrativa
Cobertura do Solo
Infraestrutura Pública (ha)
Área Rural Consolidada com Uso Alternativo do Solo (Pampa) (ha)
Área Rural Consolidada com Atividade Pastoril
(Pampa) (ha)
Área Rural Consolidada
Total (ha)
Remanescente de Vegetação Nativa (ha)
1 0,00 4,94 / 4,94 2,03
2 0,50 26,06 / 26,06 2,94
3 0,05 8,67 / 8,67 2,29
4 / 8,29 / 8,29 0,93
5 / 3,27 / 3,27 0,10
6 / 5,04 / 5,04 0,08
7 / 1,83 / 1,83 0,18
8 / 16,37 / 16,37 4,44
9 0,02 23,83 / 23,83 8,26
10 0,04 7,36 / 7,39 5,34
11 / 5,85 / 5,85 2,17
12 / 4,45 / 4,45 0,67
13 / 11,41 / 11,41 1,82
14 / 17,70 / 17,70 1,12
15 / 0,84 / 0,84 1,20
16 / 3,07 / 3,07 0,52
17 0,08 26,38 / 26,38 1,97
18 0,00 2,35 / 2,35 0,61
19 0,03 8,44 / 8,44 0,19
20 0,21 3,14 / 3,14 0,16
21 0,03 17,14 / 17,14 5,38
22 0,03 5,80 / 5,80 0,31
23 / 10,26 / 10,26 0,54
24 / 0,83 0,00 0,83 0,18
25 0,03 6,36 / 6,36 1,68
26 0,15 15,21 / 15,21 9,67
27 0,18 12,78 / 12,78 4,99
28 / 8,00 / 8,00 4,01
29 0,03 1,85 / 1,85 0,12
30 / 2,03 / 2,03 0,56
31 / 0,70 / 0,70 1,33
32 / 11,02 0,00 11,02 9,65
33 / 5,61 / 5,61 2,37
34 0,02 1,97 / 1,97 0,00
35 1,01 27,97 / 27,97 9,53
36 0,00 23,48 / 23,48 4,60
78
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da
Propriedade
Servidão Administrativa
Cobertura do Solo
Infraestrutura Pública (ha)
Área Rural Consolidada com Uso Alternativo do Solo (Pampa) (ha)
Área Rural Consolidada com Atividade Pastoril
(Pampa) (ha)
Área Rural Consolidada
Total (ha)
Remanescente de Vegetação Nativa (ha)
37 0,01 6,47 / 6,47 1,86
38 / 1,95 / 1,95 0,21
39 0,23 1,77 / 1,77 0,79
40 / 1,85 / 1,85 0,17
41 / 5,06 / 5,06 0.03
42 / 0,20 / 0,20 0,02
43 0,02 6,57 / 6,57 3,45
44 0,11 3,53 / 3,53 4,77
45 / 10,02 / 10,02 0,52
46 0,07 15,51 / 15,51 1,30
47 0,10 20,70 / 20,70 1,08
48 0,13 8,28 / 8,28 1,65
49 / 6,27 / 6,27 0,17
50 0,02 2,16 / 2,16 1,29
51 0,00 31,04 / 31,04 8,24
52 / 1,74 / 1,74 0,20
53 0,03 2,70 / 2,70 9,27
54 / 3,59 0,00 3,59 0,30
55 0,00 2,03 / 2,03 0,96
56 0,02 4,67 / 4,67 0,00
57 / 5,43 / 5,43 0,56
58 0,01 2,03 / 2,03 0,00
59 / 3,92 / 3,92 0,33
60 / 0,64 / 0,64 0,00
61 / 9,98 / 9,98 14,62
62 0,03 26,22 / 26,22 3,60
63 0,01 16,33 / 16,33 3,57
64 / 21,40 / 21,40 14,92
65 0,02 2,63 / 2,63 0,25
66 0,02 2,43 / 2,43 1,57
67 / 4,11 / 4,11 1,03
68 / 1,51 / 1,51 0,50
69 / 5,53 / 5,53 0,32
70 / 4,84 / 4,84 3,51
71 / 4,2 / 4,20 0,59
72 0,02 7,14 / 7,14 10,67
73 0,04 1,95 / 1,95 0,04
74 / 34,35 / 34,35 15,14
75 / 0,95 / 0,95 1,07
79
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da
Propriedade
Servidão Administrativa
Cobertura do Solo
Infraestrutura Pública (ha)
Área Rural Consolidada com Uso Alternativo do Solo (Pampa) (ha)
Área Rural Consolidada com Atividade Pastoril
(Pampa) (ha)
Área Rural Consolidada
Total (ha)
Remanescente de Vegetação Nativa (ha)
76 0,04 19,78 / 19,78 0,73
77 0,01 9,28 / 9,28 1,31
78 0,22 15,33 / 15,33 1,15
79 / 0,23 / 0,23 0,23
80 / 4,79 / 4,79 0,27
81 / 5,14 / 5,14 0,62
82 0,06 4,71 / 4,71 2,65
83 / 1,42 / 1,42 0,00
84 0,00 1,58 0,00 1,58 1,23
85 0,34 11,99 / 11,99 0,91
86 / 12,18 / 12,18 2,34
87 / 1,36 / 1,36 0,52
88 0,01 4,23 / 4,23 0,09
89 / 6,49 / 6,49 2,53
90 / 6,25 / 6,25 2,83
91 0,08 5,32 / 5,32 0,16
92 / 6,03 / 6,03 3,34
93 0,00 5,06 / 5,06 2,35
94 / 7,93 / 7,93 12,06
95 / 3,50 / 3,50 0,08
96 0,02 2,08 / 2,08 0,23
97 0,36 12,92 / 12,92 3,38
98 0,31 25,21 / 25,21 22,91
99 0,30 12,98 / 12,98 1,99
100 0,01 4,61 / 4,61 0,38
5,06 822,40 0,00 822,43 264,77
80
Tabela B.4 – Dados das áreas de reserva legal dos imóveis rurais cadastrados.
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da Propriedade Reserva Legal
Área de Reserva Legal Total (ha) Reserva Legal Total (%)
1 0,00 0,00
2 0,61 2,09
3 1,87 17,04
4 0,00 0,00
5 0,00 0,00
6 0,08 1,63
7 0,05 2,65
8 1,25 6,00
9 8,26 25,54
10 3,08 24,13
11 2,11 26,18
12 0,67 12,93
13 0,89 6,68
14 1,12 5,91
15 0,28 13,46
16 0,52 14,46
17 1,97 6,95
18 0,23 7,76
19 0,00 0,00
20 0,16 4,81
21 3,56 15,77
22 0,00 0,00
23 0,54 4,98
24 0,18 17,81
25 1,68 20,95
26 8,16 32,68
27 1,69 9,51
28 2,08 17,16
29 0,01 0,75
30 0,56 21,49
31 1,33 64,57
32 5,29 25,06
33 1,69 21,04
34 0,00 0,00
35 6,78 17,95
36 0,00 0,00
37 1,86 22,35
38 0,21 9,56
39 0,61 23,71
81
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da Propriedade Reserva Legal
Área de Reserva Legal Total (ha) Reserva Legal Total (%)
40 0,00 0,00
41 0,03 0,65
42 0,02 7,80
43 2,08 20,76
44 2,17 25,48
45 0,00 0,00
46 0,00 0,00
47 0,83 3,72
48 1,05 10,49
49 0,17 2,58
50 0,54 15,27
51 8,24 20,8
52 0,20 10,32
53 3,69 30,81
54 0,30 7,39
55 0,96 32,26
56 0,00 0,00
57 0,56 9,36
58 0,00 0,00
59 0,33 7,69
60 0,00 0,00
61 9,43 38,19
62 3,6 12,01
63 0,97 4,85
64 2,76 7,59
65 0,25 8,82
66 0,51 12,78
67 1,03 19,99
68 0,50 24,92
69 0,32 5,43
70 1,60 19,11
71 0,59 12,29
72 10,67 59,01
73 0,04 1,90
74 12,37 24,95
75 0,08 3,94
76 0,73 3,54
77 0,64 5,99
78 1,15 6,97
79 0,10 21,28
80 0,27 5,38
82
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da Propriedade Reserva Legal
Área de Reserva Legal Total (ha) Reserva Legal Total (%)
81 0,62 10,7
82 1,83 24,83
83 0,00 0,00
84 0,71 24,93
85 0,91 7,04
86 2,34 16,05
87 0,52 27,3
88 0,09 2,03
89 1,82 20,11
90 0,69 7,49
91 0,16 2,95
92 1,64 17,49
93 1,36 18,16
94 7,10 35,53
95 0,08 2,25
96 0,16 7,04
97 2,61 15,82
98 10,28 21,33
99 1,99 13,23
100 0,38 7,59
163,45 12,8975
83
Tabela B.5 – Dados dos corpos e fontes d'água dos imóveis rurais cadastrados.
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da Propriedade
Corpos e Fontes D'água
Nascente ou Olho D’água Perene
(un.) Banhado (ha)
Curso D'água Natural até 10m* (ha)
Curso D'água Natural de 10m a 50m* (ha)
1 0 0,00 0,02 0,00
2 0 0,00 0,05 0,00
3 0 0,00 0,05 0,00
4 0 0,00 0,00 1,25
5 0 0,00 0,00 0,00
6 0 0,00 0,00 0,00
7 1 0,00 0,00 0,00
8 2 0,00 0,05 0,00
9 0 0,00 0,50 0,00
10 1 0,00 0,03 0,00
11 0 0,00 0,10 0,00
12 1 0,00 0,17 0,00
13 0 0,00 0,11 0,00
14 0 0,00 0,08 0,00
15 0 0,00 0,01 0,00
16 0 0,00 0,00 0,00
17 1 0,00 0,19 0,00
18 1 0,00 0,05 0,00
19 1 0,00 0,01 0,00
20 0 0,00 0,00 0,00
21 1 0,00 0,13 0,00
22 0 0,00 0,00 0,00
23 1 0,02 0,15 0,00
24 1 0,00 0,00 0,00
25 0 0,00 0,00 0,00
26 0 0,00 0,10 0,00
27 0 0,00 0,00 1,11
28 1 0,00 0,15 0,00
29 1 0,00 0,00 0,00
30 0 0,00 0,00 0,00
31 0 0,00 0,04 0,00
32 0 0,00 0,46 0,00
33 0 0,00 0,08 0,00
34 0 0,00 0,00 0,00
35 0 0,00 0,37 0,00
36 0 0,00 0,00 2,98
37 1 0,00 0,04 0,00
38 1 0,00 0,00 0,00
39 0 0,00 0,02 0,00
84
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da Propriedade
Corpos e Fontes D'água
Nascente ou Olho D’água Perene
(un.) Banhado (ha)
Curso D'água Natural até 10m* (ha)
Curso D'água Natural de 10m a 50m* (ha)
40 0 0,00 0,01 0,00
41 0 0,00 0,02 0,00
42 0 0,00 0,00 0,00
43 3 0,01 0,00 0,00
44 0 0,00 0,36 0,00
45 0 0,00 0,02 0,00
46 0 0,00 0,00 0,00
47 1 0,00 0,80 0,00
48 0 0,00 0,32 0,00
49 0 0,00 0,08 0,00
50 0 0,00 0,11 0,00
51 3 0,00 0,51 0,00
52 0 0,00 0,00 0,00
53 0 0,00 0,06 0,00
54 1 0,00 0,15 0,00
55 0 0,00 0,00 0,00
56 0 0,00 0,00 0,00
57 0 0,00 0,00 0,00
58 0 0,00 0,00 0,00
59 0 0,00 0,00 0,00
60 0 0,00 0,00 0,00
61 0 0,00 0,21 0,00
62 2 0,00 0,15 0,00
63 0 0,00 0,10 0,00
64 2 0,00 0,06 0,00
65 0 0,00 0,00 0,00
66 1 0,00 0,00 0,00
67 1 0,00 0,00 0,00
68 0 0,00 0,00 0,00
69 0 0,00 0,05 0,00
70 0 0,00 0,01 0,00
71 0 0,00 0,01 0,00
72 2 1,38 0,28 0,00
73 0 0,00 0,00 0,00
74 0 0,00 0,12 0,00
75 1 0,00 0,02 0,00
76 0 0,00 0,26 0,00
77 1 0,00 0,03 0,00
78 1 0,63 0,00 0,00
79 0 0,00 0,00 0,00
85
Informações Fornecidas pelo Cadastro Ambiental Rural
Número da Propriedade
Corpos e Fontes D'água
Nascente ou Olho D’água Perene
(un.) Banhado (ha)
Curso D'água Natural até 10m* (ha)
Curso D'água Natural de 10m a 50m* (ha)
80 0 0,00 0,02 0,00
81 1 0,00 0,00 0,00
82 0 0,00 0,02 0,00
83 0 0,00 0,00 0,00
84 0 0,00 0,03 0,00
85 0 0,00 0,00 0,00
86 0 0,00 0,05 0,45
87 0 0,00 0,17 0,00
88 1 0,00 0,06 0,00
89 1 0,00 0,06 0,00
90 1 0,00 0,19 0,00
91 1 0,00 0,00 0,00
92 0 0,00 0,03 0,00
93 1 0,00 0,11 0,00
94 1 0,00 0,00 0,00
95 1 0,00 0,03 0,00
96 1 0,00 0,00 0,00
97 0 0,00 0,21 0,00
98 4 0,00 0,10 0,00
99 1 0,00 0,13 0,00
100 1 0,00 0,06 0,00
49 2,04 7,97 5,79
*Cursos d'água dentro e ao redor da propriedade.
86
Apêndice C – Tabela com os dados das pequenas propriedades/posses rurais
cadastradas na SDR e analisadas neste estudo, obtidos através do Quadro de
Áreas de cada cadastro.
Tabela C – Dados das áreas de APP dos imóveis rurais cadastrados.
Número da
Propriedade
Quadro de Áreas
APP (ha)
● APP (Regra Geral)
● APP Segundo o Art. 61- A (Regra
Transitória) (Déficit)
● APP em Área de Vegetação Nativa
(Regra Geral)
● APP Segundo o Art. 61- A (Regra Transitória)
● APP em Área de Vegetação Nativa (Art.
61 - A)
1 0,2590 0,0000 0,1944 0,0468 0,0468
2 1,0462 0,0000 0,6529 0,2782 0,2782
3 0,8743 0,0000 0,4189 0,1655 0,1655
4 1,0108 0,0094 0,2543 0,0111 0,0017
5 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
6 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
7 0,2675 0,0017 0,1220 0,0453 0,0436
8 4,2053 0,1304 2,3039 0,9829 0,8525
9 4,9843 0,0644 4,0175 2,5589 2,4945
10 2,4362 0,0001 1,6925 0,3556 0,3555
11 0,2360 0,0000 0,0636 0,0380 0,0380
12 1,0553 0,0016 0,4907 0,1693 0,1677
13 1,0231 0,0000 0,8777 0,1617 0,1617
14 2,1947 0,0455 0,8216 0,5775 0,5320
15 0,1732 0,0001 0,1729 0,0293 0,0292
16 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
17 0,9765 0,0000 0,5451 0,1150 0,1150
18 1,1795 0,0519 0,3530 0,1885 0,1366
19 0,8853 0,0124 0,1936 0,1577 0,1453
20 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
21 2,2979 0,0000 1,6809 0,5782 0,5782
22 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
23 1,1245 0,0085 0,4452 0,2093 0,2008
24 0,1580 0,0354 0,0000 0,0354 0,0000
25 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
26 2,0145 0,0196 1,0896 0,5402 0,5206
27 1,1108 0,0019 0,6069 0,1154 0,1135
28 2,9920 0,0017 1,7324 0,6096 0,6079
29 0,5544 0,0159 0,0443 0,0596 0,0437
30 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
31 0,8551 0,0019 0,8344 0,1632 0,1613
32 2,9439 0,1334 1,3210 0,8023 0,6689
33 0,7432 0,0272 0,1030 0,1270 0,0998
87
Número da
Propriedade
Quadro de Áreas
APP (ha)
● APP (Regra Geral)
● APP Segundo o Art. 61- A (Regra
Transitória) (Déficit)
● APP em Área de Vegetação Nativa
(Regra Geral)
● APP Segundo o Art. 61- A (Regra Transitória)
● APP em Área de Vegetação Nativa (Art.
61 - A)
34 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
35 2,7762 0,2228 1,9511 1,4521 1,2293
36 2,2038 0,0651 1,7587 0,3722 0,3071
37 1,3980 0,0040 0,5600 0,1655 0,1615
38 0,4616 0,0341 0,0255 0,0596 0,0255
39 0,3726 0,0000 0,1668 0,0548 0,0548
40 0,4818 0,0015 0,1707 0,0858 0,0843
41 0,0579 0,0011 0,0330 0,0242 0,0231
42 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
43 1,8328 0,0000 1,3191 0,2325 0,2325
44 2,3740 0,0000 2,3265 0,4686 0,4686
45 1,1607 0,0000 0,5247 0,1945 0,1945
46 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
47 / / / / /
48 1,9523 0,0048 0,5944 0,3563 0,3515
49 0,0149 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
50 1,0271 0,0000 0,7159 0,2180 0,2180
51 8,1707 0,7888 4,0668 3,9216 3,1328
52 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
53 0,5431 0,0000 0,4931 0,9060 0,9060
54 1,1343 0,1051 0,2458 0,1780 0,0729
55 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
56 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
57 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
58 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
59 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
60 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
61 2,7338 0,0000 2,4998 0,7145 0,7145
62 2,8682 0,1102 1,1334 0,6148 0,5046
63 4,0996 0,3472 2,9827 1,5961 1,2489
64 2,5666 0,3252 1,2977 0,7702 0,4450
65 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
66 0,5431 0,0000 0,4872 0,0596 0,0596
67 0,6370 0,0002 0,1049 0,0596 0,0594
68 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
69 0,3206 0,0000 0,2365 0,0655 0,0655
70 0,1437 0,0029 0,1479 0,0807 0,0778
71 0,0619 0,0000 0,0243 0,0000 0,0000
72 6,5921 0,1988 5,0939 3,4283 3,2295
73 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
88
Número da
Propriedade
Quadro de Áreas
APP (ha)
● APP (Regra Geral)
● APP Segundo o Art. 61- A (Regra
Transitória) (Déficit)
● APP em Área de Vegetação Nativa
(Regra Geral)
● APP Segundo o Art. 61- A (Regra Transitória)
● APP em Área de Vegetação Nativa (Art.
61 - A)
74 4,1081 0,0689 2,7963 2,0873 2,0184
75 1,3706 0,0000 1,0066 0,3174 0,3174
76 0,8366 0,0373 0,1727 0,1790 0,1417
77 1,3009 0,0001 0,6741 0,1598 0,1597
78 0,8093 0,0000 0,3667 0,0596 0,0596
79 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
80 / / / / /
81 0,4178 0,0000 0,2672 0,0537 0,0537
82 1,3763 0,0693 0,6357 0,2298 0,1605
83 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
84 0,6220 0,0048 0,4443 0,1177 0,1129
85 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
86 3,7923 0,0058 1,7965 0,4974 0,4916
87 1,1216 0,0001 0,5152 0,1929 0,1928
88 0,9827 0,0597 0,0874 0,1076 0,0479
89 2,0513 0,0946 0,6695 0,3742 0,2796
90 4,0022 0,0597 2,0488 0,6530 0,5933
91 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
92 1,4206 0,0078 0,8967 0,2608 0,2530
93 / / / / /
94 0,6631 0,0000 0,1741 0,0597 0,0597
95 0,2802 0,0000 0,0807 0,0443 0,0443
96 0,3804 0,0367 0,0097 0,0463 0,0096
97 / / / / /
98 6,2669 0,0309 5,2356 2,6014 2,5705
99 2,1178 0,0003 0,8372 0,3416 0,3413
100 0,4250 0,0000 0,2042 0,0552 0,0552
118,4756 3,2508 68,9119 33,6038 30,3884
A