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Página|26 ISSN 1983-4209 - Volume 03 – Numero 01 – 2008 CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DOS POTÓS (PAEDERUS SP) EM DOIS BAIRROS DA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB Helder Neves de Albuquerque 1 , Christopher de França Leite 2 , Isis Correia Sales de Albuquerque 3 , Mario Luiz Farias Cavalcanti 4 RESUMO Coleópteros vesicantes são insetos cosmopolitas e os acidentes por eles provocados têm sido relatados em todos os continentes, com exceção das regiões polares. A maioria destes pertence ao gênero Paederus. O trabalho analisou a ecologia de potós em dois bairros de Campina Grande- PB e a importância dos fatores ecológicos e a utilização dos recursos pelas espécies (hábitat, substrato de forrageio, hábitos alimentares, diuturnidade e sazonalidade). Foram coletados 109 espécimes, conforme a metodologia, sendo 86 potós em 2 locais distintos e 23 espécimes nas coletas aleatórias e por terceiros. De acordo com a coleta dos insetos nos referidos bairros de Bodocongó I e Malvinas foram identificadas duas espécies de potós, sendo 46 da espécie P. ferus e 63 P. brasiliensis. A partir dos dados obtidos neste estudo e no trabalho anterior, percebeu-se que existe um surto que obedece ciclos repetitivos anuais. Unitermos: Coleóptero, Potós, Dermatite de contato, bioecologia. THE POTÓS (PAEDERUS SP) STUDY CONTRIBUTION IN TWO NEIGHBORHOODS OF THE CITY OF CAMPINA GRANDE - PB ABSTRACT Vesicant coleopterons are cosmopolitan insects and the accidents provoked by them have been told in all the continents, except in the polar areas. Most of these belong to the Paederus gender. The work analyzed the potós's ecology in two neighborhoods of Campina Grande-PB and the importance of ecological factors and the use of resources for the species (habitat, foraging substratum, alimentary habits, diurnalty and Seasonality). 109 specimens were collected, according to the methodology, being 86 potós in 2 different spots and 23 specimens in random collections and for third parties. According to the insect’s collection in the referred neighborhoods of Bodocongó I and Malvinas, two species of potós were identified, being 46 of the species P. ferus and 63 P. brasiliensis. From the data obtained in this study and in the previous work, it was noticed that an outbreak exists obeying annual repetitive cycles. Uniterms: Coleopteron, Potós, contact Dermatitis, bioecology. INTRODUÇÃO 1 Biólogo; Professor Mestre do Departamento de Letras e Agrárias da Universidade Estadual da Paraíba. E-mail: [email protected] . 2 Biólogo pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB 3 Farmacêutica; Mestre e Inspetora da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande-PB. E-mail: [email protected] 4 Biólogo; Professor Doutor do Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais do Centro de Ciências Agrárias da UFPB – Campus II. E-mails: [email protected] e [email protected].

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ISSN 1983-4209 - Volume 03 – Numero 01 – 2008

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DOS POTÓS (PAEDERUS SP) EM DOIS BAIRROS DA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB

Helder Neves de Albuquerque

1, Christopher de França Leite

2, Isis Correia Sales de Albuquerque

3,

Mario Luiz Farias Cavalcanti4

RESUMO

Coleópteros vesicantes são insetos cosmopolitas e os acidentes por eles provocados têm sido relatados em todos os continentes, com exceção das regiões polares. A maioria destes pertence ao gênero Paederus. O trabalho analisou a ecologia de potós em dois bairros de Campina Grande-PB e a importância dos fatores ecológicos e a utilização dos recursos pelas espécies (hábitat, substrato de forrageio, hábitos alimentares, diuturnidade e sazonalidade). Foram coletados 109 espécimes, conforme a metodologia, sendo 86 potós em 2 locais distintos e 23 espécimes nas coletas aleatórias e por terceiros. De acordo com a coleta dos insetos nos referidos bairros de Bodocongó I e Malvinas foram identificadas duas espécies de potós, sendo 46 da espécie P. ferus e 63 P. brasiliensis. A partir dos dados obtidos neste estudo e no trabalho anterior, percebeu-se que existe um surto que obedece ciclos repetitivos anuais. Unitermos: Coleóptero, Potós, Dermatite de contato, bioecologia.

THE POTÓS (PAEDERUS SP) STUDY CONTRIBUTION IN TWO NEIGHBORHOODS OF THE CITY OF CAMPINA GRANDE - PB

ABSTRACT

Vesicant coleopterons are cosmopolitan insects and the accidents provoked by them have been told in all the continents, except in the polar areas. Most of these belong to the Paederus gender. The work analyzed the potós's ecology in two neighborhoods of Campina Grande-PB and the importance of ecological factors and the use of resources for the species (habitat, foraging substratum, alimentary habits, diurnalty and Seasonality). 109 specimens were collected, according to the methodology, being 86 potós in 2 different spots and 23 specimens in random collections and for third parties. According to the insect’s collection in the referred neighborhoods of Bodocongó I and Malvinas, two species of potós were identified, being 46 of the species P. ferus and 63 P.

brasiliensis. From the data obtained in this study and in the previous work, it was noticed that an outbreak exists obeying annual repetitive cycles. Uniterms: Coleopteron, Potós, contact Dermatitis, bioecology. INTRODUÇÃO

1 Biólogo; Professor Mestre do Departamento de Letras e Agrárias da Universidade Estadual da Paraíba. E-mail: [email protected]. 2 Biólogo pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB 3 Farmacêutica; Mestre e Inspetora da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande-PB. E-mail: [email protected] 4 Biólogo; Professor Doutor do Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais do Centro de Ciências Agrárias da UFPB – Campus II. E-mails: [email protected] e [email protected].

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Os potós são coleópteros vesicantes são animais cosmopolitas e os acidentes por eles provocados têm sido relatados em todos os continentes, com exceção das regiões polares. A maioria destes insetos pertence ao gênero Paederus (BRASIL, 2002).

São conhecidas em todo mundo cerca de 600 espécies de Paederus, distribuídas pelas regiões tropicais e temperadas do globo. Cerca de 4 % das espécies de Paederus catalogadas são reconhecidas como causadoras de dermatite linear, segundo a revisão de Frank e Kanamitsu (1987).

O assunto abordado não se apresenta como novidade, visto que o primeiro relato de acidentes por Paederus (potós) data de 1912. No entanto, nos últimos 15 anos é que vem sendo dada uma maior relevância, mesmo assim de forma preliminar e sem a devida importância que o assunto requer, pois, tais insetos, em certas épocas do ano em algumas cidades do Nordeste causam centenas de acidentes expressos como dermatite de contato e sendo caracterizados como surtos ou epidemias (Neiva e Penna, 1916; Albuquerque, Oliveira Júnior e Sales, 2000).

No Brasil entende-se por “potó” dois coleópteros diferentes, ambos causadores de dermatite vesiculosa, ou também chamada dermatite linear: a. “Potó-pimenta”, “potó-grande” ou “burrinho”: são besouros pertencentes à família Meloidea; medindo de 1,5 a 3,0cm de tamanho, com dois gêneros - Lytta e Epicauta - associados a acidentes:. Ambos englobam coleópteros que se alimentam de hortaliças e/ou leguminosas, como o milho, o tomate e a batata entre outras, o que torna provável sua interação com seres humanos. A substância produzida por estes animais é a cantaridina, um potente irritante da pele e das mucosas, cabendo por isso a eles a verdadeira designação de “cantáridas”; b. “Potó”, “fogo-selvagem”, são nomes dados aos besouros do gênero Paederus, família. Staphylinidae, o mais difundido e conhecido dentre os coleópteros vesicantes em nosso meio. Na região nordestina, estes insetos são também conhecidos por “cumpade potó”, “trepa-moleque” ou “péla-égua” (Cardoso et al., 2003).

A substância vesicante produzida pelos Paederus é a pederina, uma amida cristalina de potente ação cáustica e vesicante, solúvel em água e álcool, capaz de bloquear mitoses agindo no DNA celular. Esta parece ter algumas diferenças em relação a cantaridina, provocando eritema mais intenso e vesículas de menor tamanho, que confluem e formam bolhas. Os sintomas (ardor, prurido) são mais intensos nos acidentes em que a pederina está envolvida (Fain, 1996).

As dermatites (queimaduras) ocasionadas pelo contato com os besouros têm sido observadas e associadas a acidentes, em diversos países. No Brasil os acidentes proporcionados por potós são fáceis de se reconhecer, pois possuem élitros - carapaças que protegem as asas - recobrem a porção anterior do dorso do abdome, estrutura por onde liberam a substância cáustica (Diógenes, 1994).

De acordo com Frank e Kanamitsu (1987), o inseto contém um poderoso líquido cáustico e quando toca a pele causa inchaço. A substância faz a pele descascar e (pode) remover completamente marcas de tatuagem. Ele pode ser usado (o líquido cáustico) contra pústulas, pólipos nasais ou impigens.

No Brasil vários autores têm-se referido ao tema, cabendo a Pirajá da Silva (1912) o primeiro registro, quando foi atribuído ao besouro Paederus columbinus a causa das lesões dermatológicas vésico-bolhosas, observadas na Bahia.

Acidentes humanos devidos ao contato com tais tipos de secreções são de modo geral, de pequena gravidade, fato que deve estar contribuindo para o pequeno interesse nos registros do agravo, tanto na literatura tanto nacional, como na internacional (Cardoso, Haddad Júnior e Brito; 1998).

Pelo fato do ano de 2002 ter existido um surto de potós no bairro do Severino Cabral, estudado preliminarmente pela Escola Estadual que leva o mesmo nome, o estudo visou analisar a ecologia dos potós e os acidentes provocados por estes insetos em dois bairros (Malvinas e Bodocongó III) de Campina Grande-PB, vizinhos o ao bairro da Escola, que mesmo não causando mortes, em certas épocas do ano causam incômodos generalizados na população devido às epidemias decorrentes do contato, visando contribuir para o estudo dos mesmos

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• Dessa forma o estudo visou estudar a ecologia de potós em dois bairros de Campina Grande-PB, analisando a importância dos fatores ecológicos e a utilização dos recursos pelas espécies (hábitat, substrato de forrageio, hábitos alimentares, diuturnidade e sazonalidade) e propor medidas preventivas à luz dos dados encontrados sobre as ocorrências.

MATERIAL E MÉTODO

Área de Estudo A área estudada compreende o Município de Campina Grande, mais precisamente os bairros

de Bodocongó I, Bodocongó II (Malvinas), ambos localizados no perímetro urbano. O município de Campina Grande possui uma área de 970km2, sendo 411km2, na área urbana. O seu centro situa-se à 7º13’11’’ de latitude Sul e 35º52’31’’ de longitude Oeste de Greenwich. Situada na região oriental do Planalto da Borborema, no trecho mais alto de suas escarpas, a cidade de Campina Grande está localizada na porção central do Agreste a uma distância de, aproximadamente, 125km da capital do Estado da Paraíba, João Pessoa (Rodrigues, Gaudêncio e Almeida Filho, 1996).

Foram empregados métodos diferentes de obtenção de exemplares (procura limitada por tempo; coletas por terceiros; encontros casuais) comparou-se à eficiência relativa de cada um deles e nas estimativas de abundância e número de espécies (Vanzolini, 1993).

Os métodos de procura limitada por tempo foram realizados nas plantações das propriedades rurais situa-se nos bairros de Bodocongó e Malvinas, margeando a BR 230, Km 32 da Via Alça Sudoeste, compreendendo uma área de 20 hectares. Já a coleta por terceiros e os encontros casuais foram realizados na área residencial dos mesmos bairros.

Assim, a escolha incidiu sobre os bairros que forneciam uma maior possibilidade de abrangência amostral para a área urbana da cidade de Campina Grande, baseada no pressuposto de que esses são elementos fundamentais para o desenvolvimento do trabalho, sem desconsiderar a importância daqueles não contemplados, mas que fazem parte do processo (Vanzolini, 1993).

Do ponto de vista ecológico, a fauna e flora do Estado da Paraíba, assim como em Campina Grande, vêm sendo vítimas da exploração da madeira e do uso inadequado da terra na formação de áreas de urbanização.

Fases de Campo A fase de coleta de dados compreendeu o período de abril de 2006 a março de 2007, sendo

que durante um ano (abril de 2006 – março de 2007), todos os quatro métodos de amostragem foram empregados simultaneamente.

Foram realizadas nove buscas preliminares com o objetivo de realizar o levantamento dos espécimes (Lenko e Papavero, 1996), que foram realizadas nas seguintes datas: abril de 2006, maio de 2006, julho de 2006; agosto de 2006, setembro de 2006; outubro de 2006; dezembro de 2006; janeiro de 2007, fevereiro de 2007. Nestas buscas, os espécimes foram registrados e identificados.

Durante período também forma levantados dados sobre os acidentes junto aos alunos da Escola Estadual Severino Cabral para correlacionar dados da antropização dos habitats com os números e sintomas dos acidentes.

Métodos de Amostragem dos potós Neste estudo foram utilizados três métodos de amostragem: 1) Procura limitada por tempo (Cathryn e Michael, 1995): Consiste no deslocamento a pé,

lentamente através de trilhas (dentro de plantações) e estradas e área de pastagem, à procura de potós que estejam visualmente expostas. O esforço de procura abrangeu todos os microhábitats visualmente acessíveis. Foram percorridas trilhas de 200 a 400 metros durante um período de duas horas.

Foram realizadas 60 horas de procura por potós dentro das plantações e em áreas de pastagens (Figura 3), sendo 36 durante a noite (18:00 – 22:00 horas) e 24 durante o dia (manhã e tarde)

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durante um ano (abril/2006 – fevereiro/2007). A procura noturna deve-se à maior taxa de encontro de potós durante este período (Martins, 1994; Martins e Oliveira, 1998).

2) Coleta por terceiros (Tun-Lin, Kay e Burkot; 1994.): Consistiu em fornecer aos moradores das áreas potes de vidro de 250ml contendo álcool a

70% para acondicionamento de exemplares de potós que eventualmente fossem encontrados. Foram distribuídos potes de vidro aos residentes dos bairros nas residências visitadas mensalmente no período de abril de 2006 a dezembro de 2007. Durante as visitas, foram anotados os dados de coletas dos potós (tipo de ambiente, substrato e horário).

Aos colaboradores foi explicada a importância do estudo e destes animais na natureza, salientando a preservação da fauna de invertebrados.

3) Encontros acidentais (Martins, 1994): Aqui enquadram-se os potós que foram encontradas pelo autor durante outras atividades, como por exemplo no deslocamento por estradas (espécimes vagando aleatoriamente) e em procuras sem limitação de tempo.

Para a identificação dos potós foram utilizadas as chaves de Pirajá da Silva (1912) e Cardoso et al. (2003).

Critérios para designação do substrato de forrageio As informações sobre a dieta, período de atividade e substrato de forrageio foram obtidas

neste estudo e em literatura (Robertson, 1895; Strong Júnior; Lawton e Southwood, 1984; Thompson, 1999).

Para classificar os potós quanto à utilização do substrato de forrageio foram seguidas às categorias apresentadas em Martins (1994), sendo que algumas espécies podem ser incluídas em mais de uma categoria:

Criptozóicos: potós que apresentam atividade de forrageio dentro da serrapilheira. Terrícolas: potós que apresentam atividade de forrageio sobre a superfície (chão). Arbustivos: potós que apresentam atividade de forrageio sobre a vegetação (plantação de

milho, feijão, melancia, jerimum, tomate e capinzais). Análise e tabulação dos dados Utilizou-se a estatística descritiva a partir da codificação por tabulação simples, distribuição

de freqüências e porcentagens, com apresentação em gráficos (Lakatos e Marconi, 1995; Marconi e Lakatos, 1996).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Local de Captura Os locais de captura que foram previamente definidos apresentaram características similares,

todos em ambiente proximais a zona urbana, com residências próximas. O micro-habitat encontrado constava de plantações de milho e feijão com pouca vegetação nativa. Os locais estavam expostos ao sol e os insetos se apresentavam inativos durante todo o período de coleta diurno. Abaixo na figura 3, fotografia de um local de coleta e na figura 01, o mapa da Cidade de Campina Grande-PB com os pontos de coleta do estudo.

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Figura 01 – a) Local de coleta com resíduos lançados próximo as casas junto aos vegetais nas Malvinas

Foto: Helder Albuquerque Foram coletados 109 espécimes de potós, conforme a metodologia, sendo 86 nos dois locais

de estudo e 23 espécimes nas coletas aleatórias e por terceiros. A captura se deu por rede entomológica e o acondicionamento imediato em tubos tipo Ependorf com álcool a 70% (Figura 02).

Nos ambientes, antes da captura, comportamentos de forrageio e os vegetais onde estavam abrigados foram observados.

Figura 02: Potó coletado e acondicionado em tubo Ependorf em álcool a 70%. Foto: Helder Albuquerque

De acordo com a coleta dos insetos nos referidos bairros, Bodocongó I (Local A) e Bodocongó II (Malvinas – Local B) foram identificadas duas espécies de potós, sendo 46 da espécie Paederus ferus e 63 Paederus brasiliensis, conforme Figuras 03 e 04.

Figura 03: Paederus brasiliensis). Figura 04: Paederus ferus Foto: Helder Albuquerque Foto: Helder Albuquerque

De acordo com o estudo a sazonalidade é apresentada na Figura 05.

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Período em Meses

Figura 05. Sazonalidade da incidência dos potós durante o período de estudo.

Seguindo a mesma tendência dos encontros e coletas, os acidentes coincidiram com o final da estação chuvosa. O contato com os insetos ocorreu em sua maioria durante a noite, dentro das residências com as luzes acessas ou, mais freqüentemente, durante o sono. De acordo com os populares dos locais pesquisados os locais mais acometidos foram pescoço, face e braços, principalmente nos locais das articulações, justamente nos pontos onde os acidentados pressionam os potós contra a pele. Em outros casos, os acidentados esfregavam o animal contra o corpo (costas, perna, olho e pé) influenciando a dermatite nesses locais, já que as palmas das mãos e plantas dos pés são regiões resistentes ao contato com a pederina. Os acidentes aconteceram principalmente nas residências, quando os acidentados estavam dormindo. Os principais motivos que levaram os acidentados a procurar atendimento médico foram o eritema (90%) e muita dor local (90%). Apenas três acidentados apresentaram lesões na genitália, todos do sexo masculino, enquanto que um único paciente teve comprometimento da conjuntiva ocular. Dos indivíduos afetados, 38,6% eram provenientes de área urbana e 61,4% de área periurbana.

Análise do uso de recursos A utilização de diferentes tipos de substratos, característica das espécies, pode ser

considerado o principal eixo determinante do nicho ecológico destes animais e relacionados à utilização de diferentes tipos de predadores por espécies de potós simpátricas: diferenças no hábitat coincidindo com diferentes hábitats das espécies de presas; diferenças temporais na atividade de forrageio coincidindo com diferenças temporais na atividade ou disponibilidade de presas; diferenças inatas na tendência de se alimentar de diferentes espécies de presas. Contudo, pode existir considerável sobreposição na utilização de presas por algumas das espécies de potós de uma comunidade (Martins e Oliveira, 1998), indicando que outros fatores como a abundância de presas e taxas de predação podem estar evitando que ocorra competição entre as espécies de uma comunidade (Martins, 1994).

Os dados utilizados foram biometria (utilizando régua escolar), hábitos alimentares, período e substrato de forrageio. Os grupos de potós formados refletem semelhanças de nicho ecológico, representando guildas de acordo com a utilização dos recursos no ambiente (Martins, 1994; Martins e Oliveira, 1998). Os resultados obtidos demonstraram uma tendência de crescimento sazonal dos acidentes nos meses posteriores ao término das chuvas na região, indo de acordo com Travassos-Filho, Moraes e Veiga, (2000), visto que, neste estudo os acidentes concentraram-se entre os meses de agosto (06%), setembro (11%) e outubro (39%). Tal fenômeno parece ser cíclico, uma vez que, a reprodução e o ciclo de vida do inseto são rápidos, tendo como período ideal para a maturação e o desenvolvimento as épocas quentes do ano, e, uma das principais causas desse reaparecimento são as chuvas que ocorrem no Nordeste após longos períodos de estiagem, deixando grandes quantidades de matéria orgânica em decomposição, fornecendo assim, alimentos e condições propícias para o seu desenvolvimento (Armstrong e Winfield, 1969). Quanto às regiões do corpo mais acometidas, para este trabalho, foram pescoço, face, braços, costas, perna, olho, orelha, barriga, nádegas e pé (Figura 06), estando conformidade com os estudos realizados que observaram a mesma tendência (Armstrong e Winfield, 1969; Diógenes, 1994).

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Quantidade em percentual Figura 06. Percentual dos acidentados por membros atingidos.

Isto geralmente ocorre pelo fato das pessoas friccionarem os potós contra o corpo, principalmente quando estão dormindo, ou ainda, através do ato de coçar-se. Quando acordados, a primeira reação das pessoas é afugenta-los, o suficiente para que os potós, em defesa própria, eliminem o líquido cáustico (pederina) contido em duas bolsas pigidiais localizadas próximas ao ânus. Daí vem à crença do acidente causado pelo “mijo do potó”. Quanto aos sintomas descritos neste estudo, não se evidenciou divergências entre outros trabalhos realizados em diferentes regiões do país. Em concordância com (Armstrong e Winfield, 1969; Diógenes, 1994; Albuquerque, Sales e Fernandes, 2001; Cardoso, et al. 2003), os principais sintomas descritos para os acidentes por potó são: eritema, rubor, prurido, bolhas, artralgia, blefarite, febre, cefaléia, dentre outras. O prurido intenso poderá agravar o quadro e formar novos ferimentos, pois o ato de coçar-se, principalmente com unhas sujas, pode levar a uma infecção secundária por invasão de bactérias (Figura 07). Se a pederina atingir a mucosa ocular, pode resultar em uma séria inflamação da pálpebra e da conjuntiva, ceratite esfoliativa e irite.

Caso isso aconteça, deve-se lavar o local com água limpa e abundante, buscando imediatamente orientação médica para o uso adequado de antibióticos e corticóides (Diógenes, 1994; Brasil, 2002; Cardoso et al, 2003).

Nas lesões cutâneas leves (eritema e rubor), deve-se lavar as áreas atingidas com abundante água corrente e sabão, e aplicar tintura de iodo. Já, para as lesões instaladas (bolhas), utilizar banhos antissépticos com permanganato de potássio e pomadas cicatrizantes. Para as lesões secundárias deve-se buscar orientação médica para o tratamento adequado.

Figura 07: Cicatriz do acidente depois de 15 dias de tratamento.

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Neste estudo os tratamentos usados pelos pacientes foram os mais diversos, conforme pode

ser visto na Figura a seguir (Figura 11).

Figura 11: Percentual dos acidentados por membros atingidos e tratamento utilizado.

Um fato interessante observado foi o tratamento a base de coentro (Coriandrum sativum), realizado pela maioria dos acidentados (68%). Uma vez que este mesmo tratamento foi citado em um trabalho realizado no estado do Ceará e entre escolares na cidade de Campina Grande, onde os acidentados estudados também usaram esta erva, informando-lhe que o uso no início dos sintomas diminuía a gravidade e tornava a cura mais rápida. O coentro é uma planta medicinal muito usada no Nordeste devido às suas propriedades analgésicas (Mattos, 1989; Diógenes, 1994). MEDIDAS CURATIVAS E PREVENTIVAS

• Todos tem a obrigação de contribuir para o desenvolvimento e melhorias da comunidade local com um trabalho ambiental e de saúde para o desenvolvimento da cidadania, pesquisa e educação, saindo dos muros de centros de pesquisas rumo aos bairros e a cidade buscando parcerias para proporcionar um amanhã melhor para todos.

• Conscientizar a população que na natureza, com exceção dos seres humanos, não existem vilões. Todos os seres exercem funções primordiais para a manutenção da vida na Terra. Para cada ação prejudicial praticada pelo homem ao meio ambiente, recebemos de volta uma reação que pode ser prejudicial a nossa saúde.

• Se o potó pousar na pele, não deve ser esmagado, pois não é agressivo e só elimina o líquido cáustico se for atacado ou se sentir ameaçado.

Tratamento � No momento do contato, lavar intensamente com água e sabão; � Quando as lesões estiverem instaladas usar tintura de iodo, permanganato de potássio (1 comprimido para 4 litros de água) e cremes a base de corticosteróides; � Nos casos graves usar antibióticos sistêmicos; � Depois das bolhas instaladas, usar macerado de coentro no local.

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Gel

Gelo

Mercúrio

Pó Secante

Cebola

Álcool

Iodo

Pomada

Coentro

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Informações adicionais sobre os potós

1.Os potós não “MIJAM” na pele, os acidentes ocorre quando ele libera a PEDERINA ou quando é comprimido e seu sangue (hemolinfa) entra em contato com a pele;

2.A pederina não tem ação sobre a palma das mãos e planta dos pés; 3.Eles migram para as residências em busca da luz branca para se reproduzir; 4.Não use tempero para tratar o acidente, sempre use água e sabão, e, coentro macerado no

tratamento das bolhas; 5.Não desmatar e preservar os predadores naturais, com certeza, não será acidentado pelos potós

e demais animais que usam toxinas para se defender; CONCLUSÕES

• Foram encontradas duas espécies de potós: Paederus brasiliensis e Paederus ferus. • A partir dos dados obtidos neste estudo, detectou-se que existe um surto de potós em Campina

Grande que obedecem ciclos repetitivos de acordo com o período de chuvas e colheita das plantações.

• A falta de conscientização e de informação da população sobre o problema, as causas e as conseqüências dos acidentes, agrava o atendimento aos acidentados.

• Os acidentes coincidiram com o final da estação chuvosa. O contato com os insetos ocorrem em sua maioria durante a noite, dentro das residências com as luzes acessas ou, mais freqüentemente, durante o sono.

• Como a maioria dos insetos, os potós, são atraídos pela luz comum (branca). Portanto, as medidas usadas para evitar os acidentes ou afugentá-los, consiste em usar telas nas portas e janelas; utilizar mosquiteiros e lâmpadas com raios amarelos, dentro das casas e nas varandas. Os inseticidas usados em ambientes domésticos deverão ser evitados, pois, poderão ser mais prejudiciais do que o efeito da pederina.

• O desequilíbrio ecológico gerado pelo desmatamento e eliminação dos predadores naturais destes insetos é um dos fatores que tem contribuído para o aumento da população de potós, que migram para os centros urbanos, provocando graves problemas para a saúde da população local. REFERÊNCIAS Albuquerque, H.N.; Oliveira Júnior, J.N.; Sales, I.C.; (2000). Acidentes por potós em escolares de

uma escola da rede privada do bairro das Malvinas em Campina Grande – Paraíba. In.: VIII SEMANA CAMPINENSE DE BIOLOGIA, Campina Grande. Albuquerque, H.N.; Sales, I.C.; Fernandes, A. (2001). (Suplemento). Acidentes por potós (Paederus

sp) em Campina Grande – Paraíba – Brasil. Revista Brasileira de Toxicologia. v. 14, n.2. Albuquerque H.N, Sales, Ic, Oliveira, J.N. (2003). Acidentes por potós em escolares de uma escola da rede privada da cidade de Campina Grande-Paraíba. Revista Roteiro. 8. Almeida, H. A.; Ramos, M. M.; Silva, L. de. (2005). Características do regime pluvial em Campina

Grande, PB. In: XIV CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROMETEOROLOGIA, CAMPINAS-SP, Meteorologia e climatologia. Alva-Davalos V, Laguna-Torres V.A, Huamán A, Olivos R, Chávez M, Garcia C, Mendoza N. (2002). Dermatite epidêmica por Paederus irritans em Piura, Peru, 1999, relacionada ao fenômeno El Niño. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 35.

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