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MAIO/2010 CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

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MAIO/2010

CONTRATOS DE EMPREITADANA CONSTRUÇÃO CIVIL

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 3

Diretoria Sinduscon-MG – Triênio 2009-2011

PresidenteLuiz Fernando Pires

1º Vice-PresidenteAndré de Sousa Lima Campos

Vice-Presidentes Área Imobiliária: José Francisco Couto de Araújo CançadoObras Industriais e Públicas: João Bosco Varela Cançado

Política, Relações Trabalhistas e Recursos Humanos: Bruno Vinícius MagalhãesÁrea de Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente: Geraldo Jardim Linhares Júnior

Administrativo-Financeiro: Eduardo KupermanComunicação Social: Werner Cançado Rohlfs

Diretores Diretoria de Programas Habitacionais: Bruno Xavier Barcelos Costa Diretoria da Área de Materiais e Tecnologia: Cantídio Alvim DrumondDiretoria da Área de Meio Ambiente: Eduardo Henrique MoreiraDiretoria de Comunicação Social: Jorge Luiz Oliveira de Almeida

Diretor da Área de Política e Relações Trabalhistas: Ricardo Catão Ribeiro Diretoria da Área Imobiliária: Bráulio Franco GarciaDiretoria de Projetos: Oscar Ferreira da Silva Neto

Diretoria da Área de Obras Industriais: Ilso José de OliveiraDiretoria da Área de Obras Públicas: José Soares Diniz NetoDiretoria de Relações Institucionais: Werner Cançado Rohlfs

Coordenador Sindical Daniel Ítalo Richard Furletti

Assessora de ComunicaçãoCristiane Araújo

C O N S T R U I N D O S O L U Ç Õ E SSINDUSCON-MG

C O N S T R U I N D O S O L U Ç Õ E SSINDUSCON-MG

Catalogação na Fonte: Juliana de Azevedo e Silva – CRB 1412 – 6ª Região

S616c

Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais.Contratos de empreitada na construção civil. Belo Horizonte:

SINDUSCON-MG, 2010.96 p.

1. Contrato 2. Construção Civil 3. Custo I.Título

CDU: 005.954:69

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 5

APRESENTAÇÃO 7

COMENTÁRIOS INICIAIS 9

PALAVRA DO PRESIDENTE 11

ACESSO AO CONHECIMENTO 13

1 CONTRATOS – CONCEITOS BÁSICOS 15

1.1 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 15

1.2 DIREITOS DAS OBRIGAÇÕES 171.2.1 Obrigação 171.2.2 Os efeitos das Obrigações 181.2.3 A extinção das Obrigações 18

1.3 RESPONSABILIDADES 191.3.1 Responsabilidade Civil 191.3.2 Responsabilidade Contratual 19

1.4 GARANTIAS 201.4.1 Fiança 201.4.2 Seguros 20

1.5 GARANTIA DE EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO A PRAZO 21

1.6 INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES ASSUMIDAS 211.6.1 Mora do devedor 211.6.2 Cláusula Resolutiva 221.6.3 Cláusula Penal 231.6.4 Indenização por perdas e danos 241.6.5 Definição de multas, juros e correção monetária 25

1.7 SITUAÇÕES SUPERVENIENTES À FORMAÇÃO DO CONTRATO 261.7.1 Caso Fortuito ou Força Maior 261.7.2 Teoria da Imprevisão (Rebus sic stantibus) 261.7.3 Exceção do contrato não cumprido 27

1.8 RESOLUÇÃO CONTRATUAL 281.8.1 Resolução por inexecução voluntária 281.8.2 Resolução por inexecução involuntária 281.8.3 Resolução por onerosidade excessiva 29

1.9 EXTINÇÃO DO CONTRATO 301.9.1 Resilição 301.9.2 Rescisão 31

1.10 RESOLUÇÃO DE DISPUTAS 321.10.1 Negociação 321.10.2 Mediação 32

SUMÁRIO

FICHA TÉCNICA

REALIZAÇÃOSindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais - Sinduscon-MG

Rua Marília de Dirceu, 226 - 3º e 4º andares - LourdesCEP 30170-090 - Belo Horizonte-MG

Telefone: (31) 3253-2666 - Fax: (31) 3253-2667www.sinduscon-mg.org.br

e-mail: [email protected]

ELABORAÇÃOM.ROSCOE Engenharia e Construções Ltda.

Roberto Mauro do CoutoCREA/MG 50.247/D

COLLEM - Construtora Mohallem Ltda.Rodrigo Gonçalves Toledo

OAB/MG 122.286

PAREX Service Ltda.Ariovaldo José da Silva

OAB/MG 56.519

Reta Engenharia Ltda.Ilso José de OliveiraCREA/MG 15966/D

COORDENAÇÃO DO PROJETOCouto & Handam Engenharia e Colsultoria Ltda.

Roberto Mauro do CoutoCREA/MG 50.247/D

PROJETO GRÁFICOInterativa Comunicação

REVISÃORita Lopes

C O N S T R U I N D O S O L U Ç Õ E SSINDUSCON-MG

C O N S T R U I N D O S O L U Ç Õ E SSINDUSCON-MG

CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG4

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 76

Profissionalizar a gestão contratual de projetos é uma necessidade das empresas no Bra-sil e, principalmente, para quem atua no segmento de construção. A eficaz administra-ção dos contratos de obras minimiza os riscos e as perdas financeiras e maximiza opotencial de ganhos.

Apesar disso, a grande maioria das empresas desse segmento tem dificuldades em fazê-la, geralmente pela falta de conhecimento e qualificação de seus gestores, que de formaequivocada relegam-na a segundo plano, deixando a empresa exposta a riscos desneces-sários e até mesmo à mercê da própria sorte.

A gestão contratual de projetos vai muito além da simples preocupação com a produção,o prazo, a medição, a administração, a qualidade e a segurança no canteiro de obras, queapesar de fundamentais não são suficientes para garantir, mesmo quando bem gerencia-dos, o sucesso de um projeto.

Transformar a gestão contratual dos projetos tem sido um desafio para essas empresas.Pensando nisso, o Sinduscon-MG, através da Subcomissão de Contratos da COI (Comis-são de Obras Industriais), tomou a iniciativa de divulgar este material com noções bási-cas e cuidados a serem observados num contrato de empreitada.

Entendemos que um pouco mais de conhecimento sobre o assunto seja o primeiro pas-so para despertar, nos profissionais desse segmento, a consciência para a importância dagestão contratual no seu dia a dia, estimulando-os a uma convivência mais amigável como tema, aparentemente jurídico, de forma a dar aos contratos de empreitada a visão deengenharia que esses requerem, seja na sua formação e/ou na sua administração.

Roberto Mauro do CoutoEngenharia de Contratos

CREA/MG 50.247/D

APRESENTAÇÃO1.10.3 Arbitragem 331.10.4 Ação judicial 34

2 CONTRATO DE EMPREITADA 35

2.1 CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE EMPREITADA 35

2.2 ESPÉCIES DE EMPREITADA 36

2.3 REGIMES DE CONTRATAÇÃO DE EMPREITADA 362.3.1 Empreitada sob administração 362.3.2 Empreitada a preço global 372.3.3 Empreitada a preço unitário 372.3.4 Empreitada integral (turn-key) 38

2.4 SUBEMPREITADA 38

2.5 RESPONSABILIDADE DO EMPREITEIRO 382.5.1 Quanto aos riscos da obra 382.5.2 Quanto à solidez e segurança dos edifícios e outras construções consideráveis 392.5.3 Quanto à perfeição da obra 392.5.4 Quanto à responsabilidade pelo custo dos materiais 392.5.5 Quanto aos danos causados a terceiros 39

2.6 BASE OBJETIVA DO NEGÓCIO JURÍDICO 40

2.7 A LEI 8.666 DE 21/06/1993 41

2.8 DIRETRIZES PARA A INTERPRETAÇÃO DE CONTRATOS 41

3 ITENS ESSENCIAIS NA FORMAÇÃO DE UM CONTRATO DE EMPREITADA 43

3.1 CONTRAENTES 43

3.2 OBJETO / ESCOPO E DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA 43

3.3 ESPECIFICAÇÕES 44

3.4 OBRIGAÇÕES, DIREITOS E RESPONSABILIDADES 45

3.5 PRAZOS 45

3.6 DO PREÇO, REAJUSTAMENTO, MEDIÇÃO E PAGAMENTO 45

3.7 SERVIÇOS EXTRAS E ORDENS DE VARIAÇÃO 46

3.8 PENALIDADES 47

3.9 ACEITE E CONCLUSÃO 47

3.10 GARANTIAS 48

3.11 SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS 50

3.12 SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DA EMPREITADA 50

4 BIBLIOGRAFIA 50

5 ANEXOS 53

5.1 MINUTA DE CONTRATO PARTICULAR A PREÇO UNITÁRIO 53

5.2 MINUTA DE CONTRATO PARTICULAR A PREÇO GLOBAL 53

CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 9

Após a vigência do Novo Código Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002) em 2003, expressivasalterações foram introduzidas nas regras que regulam as relações contratuais. Hoje, existeum leque de dispositivos legais que demonstram a intenção do legislador em tornar os con-tratos cada vez mais equilibrados, representando um importante avanço nessas relações.

O propósito desta publicação não é apenas apresentar sugestões e cuidados a seremobservados nos contratos privados de empreitada. Mas, sobretudo, conscientizar contra-tantes, contratados, engenheiros, administradores, advogados e profissionais que traba-lham com esse tipo de contrato, seja na sua formação ou durante a sua execução. A ava-liação técnica e a administrava dos contratos não deve ficar a critério unicamente dosadvogados. Este é o especialista no instrumento “contrato”, mas o acompanhamento e aadministração do negócio devem ser feitos por profissionais que detenham conhecimen-to do objeto.

Nos contratos de empreitada, essa avaliação deve ter a participação dos engenheiros edos gestores do projeto, pois são eles os profissionais que detêm o conhecimento técni-co do objeto contratual, das dificuldades e dos obstáculos que poderão surgir na etapade execução. Essas matérias são importantes no controle físico/financeiro do investimen-to, além do que as responsabilidades técnicas são dos engenheiros executores da obra.

Assim, visando esse público, procuramos abordar os tópicos concernentes em uma lin-guagem simples e de fácil entendimento, não nos aprofundando em discussões sobrepossíveis divergências existentes no mundo jurídico.

Este documento foi preparado através do processo voluntário da Subcomissão de Contra-tos do Sinduscon-MG, que reúne engenheiros, advogados e profissionais de empresas deengenharia interessadas na discussão e compreensão do tema apresentado. Em especial,agradecemos às empresas M.ROSCOE Engenharia e Construções Ltda., COLLEM Cons-trutora Mohallem Ltda., PAREX Service Ltda., Pires & Franco Consultores S/C Ltda. e RetaEngenharia Ltda.

Roberto Mauro do CoutoEngenharia de Contratos

CREA/MG 50.247/D

COMENTÁRIOS INICIAIS

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 11

A vontade das partes e a busca do consenso é a essência de um contrato. Por isso, essaspartes devem entender que o objetivo é a conquista da realização do contrato e nunca avitória de uma sobre a outra. A realização do contrato é um interesse comum e assimdeve ser encarada do início ao fim.

Acreditando que o conhecimento dos princípios e dos instrumentos contratuais previstosna legislação brasileira tornará as relações entre os contratantes mais equilibradas, apre-sentamos à sociedade, em especial à comunidade envolvida na gestão de obras de emprei-tada, este trabalho desenvolvido com muito afinco por profissionais de nossa área.

Temos consciência do quão extenso e complexo é o assunto, e não pretendemos aqui esgo-tar as discussões sobre o mesmo. Nossa intenção é fornecer, através do texto desenvol-vido, conceitos e subsídios sobre os pontos contratuais mais relevantes para uma boa com-preensão do tema, fornecendo uma base de conhecimento técnico-jurídico para que osenvolvidos entendam as responsabilidades assumidas ao assinar um contrato e, fazendo-o, possam ter condições de administrá-lo de forma mais amigável e eficiente.

Ao publicar e disponibilizar este documento, o Sinduscon-MG não se responsabiliza pelofornecimento de serviços profissionais. O Sindicato presta-se ao esclarecimento, e qual-quer pessoa que o utilize deve basear-se em sua própria opinião e buscar sempre a orien-tação de um profissional competente.

O Sinduscon-MG agradece a participação daqueles que contribuíram com o envio desugestões, correções e comentários, fundamentais para a criação deste trabalho. Leitor,sinta-se à vontade para enviar novas contribuições sobre o mesmo e, assim ajudar-nos amelhorá-lo. Sinceramente, esperamos atingir nosso objetivo.

Luiz Fernando PiresPresidente do Sinduscon-MG

PALAVRA DO PRESIDENTE

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 13

O SEBRAE-MG apoia projetos para o fortalecimento de micro e pequenas empresas do setor

de construção civil. São capacitações técnicas e gerenciais que preparam os empreende-

dores para os desafios do mercado e contribuem para a melhoria de produtos e processos.

A publicação da cartilha Contratos de Empreitada na Construção Civil é uma destas ini-

ciativas. A edição reúne informações práticas e didáticas que orientam e esclarecem os

gestores e empresários do setor. Assim, eles podem acompanhar os acontecimentos do

mercado.

A informação é hoje um dos mais importantes diferenciais competitivos, que ajudam as

empresas a ganhar produtividade e se colocar à frente dos concorrentes. Seguem o cami-

nho da excelência e do desenvolvimento.

As micro e pequenas empresas de Minas Gerais precisam deste apoio. E esta é a missão

do SEBRAE-MG: promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos peque-

nos negócios em Minas Gerais.

Roberto SimõesPresidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-MG

ACESSO AO CONHECIMENTO

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 15

São negócios jurídicos compostos de duas ou mais pessoas, um objeto e o vínculoobrigacional entre as partes.

Os contratos são praticados por força das necessidades diversas, baseados na vonta-de e nas possibilidades das partes.

Os contratos possibilitam: aquisição, resguardo, transferência, conservação, modifi-cação e extinção de direitos.

O contrato é uma relação dinâmica, pactuado com cooperação. Importante ressaltarque os contratantes não podem ser inimigos, tendo como objetivo a destruição umdo outro. A satisfação do contrato depende da cooperação recíproca baseada nos deve-res legais de diligência, boa-fé e cooperação.

O objeto de um contrato é de cunho patrimonial-econômico. Caso não seja, deve serconversível em valor, o que caracteriza o Direito das Obrigações.

Os instrumentos contratuais (contratos) surgem após o acordo das obrigações. De modogeral, o contrato trata de direitos e obrigações definidos pelas partes envolvidas,expressa e formal, na maioria dos casos.

1.1 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL

São diversos os princípios que regem os contratos, sendo os mais importantes:

Princípio da autonomia da vontade: O fundamento deste princípio é a liber-dade contratual, na qual os contratantes têm o poder de disciplinar os seus inte-resses, mediante o acordo de vontades, e os efeitos são determinados pelaordem jurídica. Existem diversos freios e contrapesos, como: a ordem pública,o respeito, os bons costumes, a boa-fé.

Princípio do consensualismo: Trata-se do acordo das vontades. Decorre damoderna visão de que o contrato resulta do consenso entre as partes, pois sobreele discutiram e acordaram e por consenso o pactuaram.

Princípio da relatividade dos efeitos do contrato: Funda-se na ideia de queos efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles que mani-festaram sua vontade, vinculando-os ao seu conteúdo, não afetando terceiros

1 CONTRATOS – CONCEITOS BÁSICOS

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 1716

em seu patrimônio. Sendo relevante que a função social dos contratos, previs-ta na legislação civil, pode afetar o ajuste das partes.

Princípio da obrigatoriedade dos contratos: Denomina-se também princípioda intangibilidade dos contratos, e representa a força do vínculo das conven-ções. O brocardo pacta sunt servanda, baseado na autonomia da vontade, querdizer que ninguém é obrigado a contratar, porém, uma vez contratado é obri-gado a cumprir. É a irreversibilidade da palavra empenhada. Seus fundamen-tos são alicerçados na segurança jurídica dos contratos. Caso não se cumpra,surge a responsabilidade de indenização. Esse princípio tem várias exceções, aprincipal é a escusa por caso fortuito ou força maior.

Então, essa obrigatoriedade contratual não pode ser tratada como absoluta, eexistem ainda outras exceções, inclusive a possibilidade de intervenção judicialnos contratos para se corrigirem rigores ante o desequilíbrio de prestações oca-sionadas e de acordo com a Teoria da Imprevisão.

Princípio da onerosidade excessiva: Serve como maneira de coibir a desigual-dade econômica, baseado na Teoria da Imprevisão. Opõe-se tal princípio ao prin-cípio da obrigatoriedade, permitindo aos contraentes recorrer ao judiciário paraobter alteração da convenção e de suas condições. Os fatores externos podemgerar, durante a execução de um contrato, uma situação muito diversa da queexistia no momento da celebração, onerando excessivamente o devedor. A Teo-ria da Imprevisão denomina-se rebus sic stantibus e consiste em presumir a exis-tência implícita de uma cláusula, pela qual a obrigatoriedade de se cumprir ocontrato pressupõe a inalterabilidade da situação de fato no ato da contratação.Só é aplicado nos contratos comutativos, de trato sucessivo e de execução dife-rida. Assim, nesses casos, o devedor poderá requerer ao juiz que o isente daobrigação, parcial ou totalmente.

Princípio da boa-fé e da probidade: Trata-se da exigência das partes comporta-rem-se de forma correta, não apenas durante as tratativas, mas durante a forma-ção e execução do contrato. É relacionado com o princípio de que ninguém podebeneficiar-se da própria torpeza. A relação contratual deve ser caracterizada pelaboa-fé objetiva, que impõe aos contraentes um padrão de conduta ético, honesto,leal e probo. A regra da boa-fé é cláusula geral para a aplicação do direito obriga-cional e permite a solução do caso considerando fatores metajurídicos e princípiosjurídicos gerais. Sendo a boa-fé um princípio geral do direito, faz com que a cláu-sula aberta transforme-a em regra de conduta geral e abstrata para a sociedade.

A falta da boa-fé objetiva causa o inadimplemento da obrigação quando os con-traentes deixam de cumprir alguns deveres anexos. Os deveres anexos ou secun-dários ultrapassam o dever da prestação contratual e derivam diretamente des-

se princípio. Como exemplo: o dever de esclarecimento (informações sobre ouso, capacidade e limitações), o de proteção, o de conservação, o de lealdade(não exigir cumprimento de contrato com insuportável perda de equivalênciaentre as prestações), de cooperação (prática de atos necessários à realizaçãoplena dos fins visados pela outra parte).

Princípio da função social do contrato: Com o novo Código Civil, antigas einjustas regras ou princípios contratuais foram eliminados, alterados ou atenua-dos pelo legislador, passando o contrato a ter uma função social. Em termos deprincípio jurídico, a função social do contrato é uma diretriz que deve ser res-peitada pelos contratantes. Ele não extingue regras, apenas determina subjeti-vamente que o contrato seja analisado por esta ótica (emprego, continuação daatividade empresária, meio ambiente etc.).

Princípio da conservação ou do aproveitamento do contrato: No caso de umacláusula contratual permitir duas interpretações diferentes, prevalecerá a quepossa produzir algum efeito, pois não se deve supor que os contratantes tenhamcelebrado um contrato sem utilidade.

1.2 DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

1.2.1 ObrigaçãoA análise do Direito das Obrigações é importante para o estudo dos con-tratos. A obrigação surge de uma relação entre pessoas e o vínculo obri-gacional, em sentido jurídico, existe desde que se tenha: sujeito ativo(credor), sujeito passivo (devedor), objeto e a vontade das partes de secomprometerem a efetuar uma prestação, na qual o devedor possa sercoagido ou obrigado a fazer após ter assumido o encargo. É uma situa-ção dinâmica, consistente em relação jurídica específica, na qual o deve-dor assume o dever moral de cumprir a obrigação e o credor possui aexpectativa de conclusão da obrigação.

As obrigações dividem-se de várias formas, e as que interessam ao nos-so propósito são:

Obrigações principais: Obrigações independentes em relação a outras,autônomas.

Obrigações acessórias: Obrigações que dependem da principal paraexistirem. Surgem para assegurar a realização do negócio. Exemplo:fiança, garantia, seguro etc.

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 1918

Obrigações de dar: Obrigação de entregar coisa pronta.

Obrigações de fazer: Obrigação que abrange serviço humano, sendomaterial ou imaterial. É baseada no fato do devedor ter que confeccio-nar a coisa para depois entregá-la. São trabalhos aferidos no tempo, gêne-ro ou qualidade: obras e artefatos.

Obrigações de meio: Obrigação referente a trabalhos de conhecimentostécnicos, para a obtenção de um resultado, sem responsabilidade sobreele (ex.: os trabalhos realizados por projetistas, médicos e advogados).

Obrigações de resultado (fim): Obrigação na qual o devedor se exone-ra somente quando o fim prometido é alcançado. Sendo inadimplente,responde pelo prejuízo decorrente do insucesso.

Obrigações de garantia: Obrigação que visa eliminar o risco que pesasobre o credor ou suas consequências. É uma subespécie da obrigaçãode resultado. O conteúdo da obrigação de garantia é a eliminação dorisco, alheio à vontade do obrigado. Sua natureza é de propiciar maiorsegurança ao credor.

1.2.2 Os efeitos das Obrigações Os efeitos das obrigações são diretos e indiretos. Os diretos são: o adim-plemento, o inadimplemento e o atraso no adimplemento. O indiretoestá estipulado em lei e permite ao credor obter o adimplemento preci-so da obrigação ou o ressarcimento por perdas e danos, ou os dois aomesmo tempo.

1.2.3 A extinção das ObrigaçõesA extinção de uma obrigação pode ocorrer de várias formas, sendo queo pagamento é a maneira mais comum e almejada.

Extinção pelo inadimplemento: A extinção pode acontecer pelo inadim-plemento, que é o não cumprimento da obrigação, que neste caso deter-minará a extinção. Pode ocasionar a execução coativa da própria pres-tação ou perdas e danos. Porém, a relação pode permanecer intacta seo inadimplemento for apenas parcial e com ele o credor consentir.

Extinção pela inviabilidade do objeto: Outra forma de extinção daobrigação é a inviabilidade do objeto. Neste caso, a obrigação torna-seinviável, extinguindo-se. A responsabilidade pela indenização existirácaso a inviabilidade ocorra por culpa ou dolo de um dos contraentes.

Por exemplo: Falta de acesso à execução do serviço.

Por vontade do agente: Mais uma forma de extinção das obrigações épor vontade do agente, que pode por fim ao vínculo obrigacional. Asformas tipificadas na lei são o distrato (resilição bilateral), a resiliçãounilateral, a revogação e a renúncia.

Pela onerosidade excessiva: A onerosidade excessiva é uma das ino-vações do novo Código Civil Brasileiro (C.C.), e encontra-se disciplina-da nos Artigos 317 e 478. Se em virtude de acontecimentos extraordi-nários e imprevisíveis (Teoria da Imprevisão), a prestação de uma daspartes fique manifestamente desproporcional (excessivamente onero-sa), posterior à constituição da obrigação, e com extrema vantagempara a outra parte, poderá o prejudicado pedir sua revisão ao judiciá-rio (Art. 317). Caso não seja possível ou recomendável a revisão, a obri-gação pode se extinguir (Art. 478).

1.3 RESPONSABILIDADES

1.3.1 Responsabilidade CivilResponsabilidade define-se por compromisso, cuidado, diligência, pres-teza etc. É o fato de respondermos pelos atos que praticamos, é deverde compromisso. O caso de não realizar a obrigação pode gerar umasanção, uma imposição.

Afirma-se que a relação obrigacional tem como objetivo primário ocumprimento da obrigação e, como secundário, a sujeição do patrimô-nio do devedor que não a satisfaz. Pode-se concluir que uma relaçãoobrigacional divide-se em duas: débito e responsabilidade.

1.3.2 Responsabilidade ContratualNasce da celebração de um contrato, podendo ser por ato lícito ou ilí-cito. Em matérias contratuais existem as responsabilidades pré-contra-tual e pós-contratual, fundamentadas pelos princípios da boa-fé contra-tual e das garantias definidas por lei ou pelo contrato.

Na responsabilidade contratual, as consequências podem ir além daindenização, como no caso de execução específica. Mas existem exce-ções, como os casos de eventos futuros e imprevisíveis que atenuam asresponsabilidades.

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 2120

O simples inadimplemento leva à presunção de culpa, e cabe ao ina-dimplente provar o contrário. A responsabilidade é uma consequênciajurídica patrimonial do descumprimento da obrigação.

1.4 GARANTIAS

1.4.1 FiançaA fiança é um contrato tipificado nos Artigos 818 a 839 do Código Civil.Trata-se de uma garantia relativa à obrigação contratual assumida peloafiançado, representada por valor monetário. É uma espécie de cauçãofidejussória, conferida em nome do afiançado, na qual o fiador assumeo pagamento do valor estipulado na fiança caso a indenização venha aexistir. Assim, a responsabilidade/garantia é prestada pelo fiador e odever de execução é do afiançado. Tem-se, portanto, um responsável pelaobrigação principal (o afiançado) e dois responsáveis pela obrigaçãosecundária (o fiador e o afiançado). Trata-se de responsabilidade solidá-ria, na qual a responsabilidade de indenização, que é secundária à obri-gação principal, pode ser cobrada de qualquer um dos coobrigados.

Nos contratos de empreitada, o tipo mais comum de fiança é a Cartade Fiança Bancária. O banco emite um documento (Carta de Fiança) epassa a ser fiador das responsabilidades assumidas pelo afiançado,garantindo-as por uma operação ativa de crédito. Caso o contrato nãoseja cumprido, o valor da fiança fica à disposição do beneficiário quepoderá exigi-lo do fiador.

1.4.2 SegurosO seguro é um instrumento fundamental para o desenvolvimento do mun-do moderno, gerando a segurança e a garantia para a viabilidade de inú-meros empreendimentos, os quais não seriam possíveis pelos enormesriscos e investimentos envolvidos (ex.: a construção de uma platafor-ma de petróleo, que tem alto valor de investimento e grande risco defuncionamento). No Brasil, onde esta modalidade de garantia é fiscali-zada pelo governo (SUSEP), o risco é distribuído através de mecanis-mos legais entre as empresas seguradoras e reseguradoras, nacionais e/ouinternacionais, onde estas passam a ser garantidoras das obrigações dostomadores e responsáveis pelo fiel cumprimento das obrigações ou porsua indenização junto ao segurado.

O seguro-garantia tem a finalidade de garantir ao segurado, através deuma seguradora e limitado ao valor da apólice, o fiel cumprimento das

obrigações contratuais de responsabilidade do tomador. Assim, o toma-dor é o contratante do seguro (ex.: a empreiteira ou construtora que assu-me uma tarefa de construir, fornecer bens ou prestar serviços). O segu-rado é o contratante (ex.: o dono da obra) da obrigação junto ao toma-dor. Já a seguradora, o terceiro envolvido, é que garante a realizaçãodo contrato.

1.5 GARANTIA DE EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO A PRAZO

Como consequência da reciprocidade das prestações existentes nos contratosbilaterais, o Artigo 477 do Código Civil prevê uma garantia a ser prestada pelocontratante, em detrimento a outra parte que executará a obrigação a prazo.Esse artigo busca acautelar os interesses de quem deve pagar (executar) em pri-meiro lugar, protegendo-o contra alterações da situação patrimonial do outrocontratante.

1.6 INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES ASSUMIDAS

Quando as obrigações não são cumpridas, com culpa (imputáveis) ou sem cul-pa (inimputáveis) do obrigado, leva-se o devedor para a inadimplência. As con-sequências são diversas, assim como as causas e os motivos, mas todas podemocasionar a extinção do vínculo obrigacional e a constituição do devedor emresponsabilidade indenizatória. Em decorrência do inadimplemento, fica o cre-dor autorizado a realizar a cobrança coativa da prestação.

1.6.1 Mora do devedor A mora e a obrigação de reparar os prejuízos dela advindos estão pre-vistas nos Artigos 394 a 405 do Código Civil. A mora advém do não cum-primento da obrigação, do cumprimento atrasado ou “não conforme”com o modo, tempo e lugar estabelecidos. Nesse caso, é necessáriocomprovar o vencimento do prazo e a culpa do devedor por vontadeprópria, negligência, imperícia ou imprudência (Art. 396). Imputa aodevedor a responsabilidade pelo prejuízo ocasionado ao credor, quepoderá exigir o cumprimento judicial da prestação, acrescida do danoemergente e do lucro cessante.

Ressalva-se o caso fortuito ou força maior, pois não ocorre mora e nãocabe atribuir ao devedor o descumprimento da obrigação, salvo os casosde disposição legal ou de previsão contratual.

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No caso de mora, a parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a reso-lução do contrato ou exigir o cumprimento, acrescido da indenizaçãopor perdas e danos, cabível nos dois casos.

Observação: O termo “mora” tem duas aplicações. Uma refere-se à ina-dimplência, e como consequência há de ser constituída judicialmente.A outra acepção do termo refere-se a atraso.

1.6.2 Cláusula ResolutivaCada contraente tem a alternativa de resolver o contrato frente ao ina-dimplemento da outra parte ou pode exigir o cumprimento medianteexecução específica. Em qualquer dos casos fará jus à indenização,legal ou convencionada.

Quando convencionada, denomina-se cláusula resolutiva expressa oupacto compromissório expresso. A cláusula resolutiva expressa é pre-vista no contrato e enseja a plena resolução no caso de inadimplemen-to, sem necessidade de prévia interpelação judicial constitutiva da mora.Verificada a inadimplência, dá-se o direito à resolução do contrato. Sóé possível em contratos de execução diferida, quando sua execução éposterior a assinatura (ex.: contratos de empreitada), ou a prazo.

A cláusula resolutiva tácita está subentendida em todos os contratos bila-terais (ou sinalagmáticos), autorizando o lesado pelo inadimplementoa pleitear a resolução do contrato, com pedido de indenização pelovalor ajustado contratualmente na cláusula penal ou por ação indeni-zatória de perdas e danos. Toda ação indenizatória de perdas e danosdepende de interpelação judicial constitutiva de mora.

Portanto, as cláusulas resolutivas expressas são de pleno direito, já astácitas dependem de interpelação judicial.

Aconselha-se que a resolução deve ser judicial tanto na cláusula reso-lutiva expressa/convencional como na cláusula resolutiva tácita (açãoindenizatória de perdas e danos). Sendo que na primeira, a sentençatem o efeito meramente declaratório, pois a resolução dá-se automati-camente, no momento do inadimplemento. Na segunda, o efeito é des-constitutivo, depende sempre de interpelação judicial, na qual serão afe-ridas as ocorrências dos requisitos exigidos para a resolução. Inclusiveexaminando sua validade, sendo avaliada a importância do inadimple-mento e calculado seu valor através da análise de provas constituídasnos autos.

A cláusula resolutiva representa manifestação de vontade das partes, masnão fica excluída da obediência aos princípios da boa-fé e das exigên-cias legais.

1.6.3 Cláusula Penal Trata-se de obrigação acessória e sua existência depende da obrigaçãoprincipal. Inserida no contrato tem função coercitiva, dando força aocumprimento da obrigação. Tem como objetivo fixar a quantia que deve-rá ser paga ao lesado pelo inadimplemento, a título de indenização eressarcimento, caso ocorra o descumprimento total ou parcial da obri-gação, seja por inadimplemento total ou parcial. Temos os sinônimos:pena convencional e multa contratual.

A cláusula penal tem semelhança com as perdas e danos, pois ambassão estipuladas em dinheiro e são destinadas a ressarcir os prejuízossofridos pelo credor, devido ao inadimplemento do devedor. A diferen-ça entre elas é que na cláusula penal o valor é arbitrado livremente pelospróprios contratantes, limitado por lei, ao valor da obrigação principal,e nas perdas e danos o valor é fixado pelo juiz, com base nos prejuízosalegados e seguramente comprovados. A indenização por perdas e danospossibilita o completo ressarcimento do prejuízo, já na cláusula penalo valor arbitrado pode ficar aquém do prejuízo sofrido.

Para a exigência da pena convencional, não é necessária comprovaçãode prejuízo, basta a ocorrência da mora (atraso) ou da inadimplênciatotal ou parcial. Ocorrendo o inadimplemento, o lesado pode pleitearos prejuízos sofridos conforme valores estabelecidos no contrato.

O devedor não pode se eximir de cumpri-la com o pretexto de abusiva,pois seu valor foi definido de comum acordo no contrato. Da mesmaforma, o credor não pode pleitear seu aumento com o argumento deque ela não cobre os prejuízos.

Caso haja algum desequilíbrio, o credor pode abandonar a cláusulapenal e pleitear ação indenizatória de perdas e danos, que abrange odano emergente e o lucro cessante, porém, deverá comprovar judicial-mente o efetivo prejuízo e não só a inadimplência. Da mesma forma, aLei assiste o devedor, cuja penalidade deve ser reduzida pelo juiz se aobrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante dapenalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a naturezae a finalidade do negócio (Art. 413, C.C.).

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Existem cláusulas penais compensatórias e moratórias:

Cláusula Penal Compensatória (Artigos 409, 410, C.C.): Surge quandoas partes anteveem possível situação de prejuízo, com o descumprimen-to do contrato, e já fixam previamente uma indenização. Com a estipu-lação do valor da multa compensatória, os contraentes estão livres dacomprovação dos prejuízos e da sua liquidação.

Esse tipo de multa exclui e substitui as perdas e danos decorrentes dainfração contratual.

Cláusula Penal Moratória (Artigo 411, C.C.): Estipulada para o caso desimples atraso (mora) no cumprimento da obrigação, ou por inexecu-ção de alguma cláusula especial. O credor tem a satisfação da pena jun-tamente com a execução da obrigação principal. Normalmente seu valoré pequeno, atuando apenas como uma coação ao cumprimento da obri-gação contratual.

Essa multa não exclui e nem substitui as perdas e danos decorrentes dainfração contratual. Ou seja, além do valor da multa não compensató-ria, a parte lesada poderá pleitear também as perdas e danos.

O Código Civil dispõe, no parágrafo único do Artigo 416, que não podehaver acumulação do pedido de indenização por perdas e danos com apena compensatória já fixada no contrato. Ou se ajuíza ação de perdase danos, com o ônus de comprovar o prejuízo judicialmente, ou pleiteia-se a cláusula penal compensatória. Salvo se o contrato estipular a com-plementação por perdas e danos, devidamente comprovadas. Nesse caso,o valor da cláusula penal compensatória será o mínimo indenizatório.

1.6.4 Indenização por perdas e danosA indenização por perdas e danos pode ser definida como a diferençaentre a situação real atual do lesado e a situação em que ele se encon-traria caso a obrigação estivesse cumprida.

Os tipos comuns de perdas e danos são:

Danos emergentes – correspondem à efetiva diminuição patrimonial.

Lucros cessantes – equivalem ao lucro que deixou de ser agregado aopatrimônio do lesado. Sua aplicação é limitada pelo princípio da razoa-bilidade, previsto no Código Civil.

As perdas e danos previstas no Código Civil, Artigo 389, não são apli-cadas nos casos em que o devedor não age para o descumprimento daobrigação, por impossibilidade originária, ou subsequente à obrigação,desde que não esteja em mora (inadimplente).

A culpa contratual é mais sensível. Basta haver mora caracterizada paraa responsabilização do fato, com exceção da existência de caso fortui-to ou força maior. Já a culpa extracontratual, exceto quando se tratarde responsabilidade objetiva, precisa ter a responsabilidade comprova-da para haver indenização. Não verificada a culpa, o contraente estáapto a buscar somente a resolução, ou o retorno à situação anterior, sempedir a indenização.

A responsabilidade objetiva resume-se na obrigação de reparar o danoindependentemente de culpa. Basta que o agente não cumpra a obriga-ção ou a cumpra de modo errôneo, para haver sanção ao obrigado.

1.6.5 Definição de multas, juros e correção monetáriaMulta penitencial – Tem caráter de pena e é estipulada quando as par-tes têm direito de resilir (extinguir) o contrato. O valor estabelecido nocontrato não busca indenizar perdas e danos e, sim, penalizar o desis-tente, que pode ser tanto o credor quanto o devedor.

Multa simples – Cláusula penal pura, constituída por determinadaimportância, que deve ser paga em caso de infração de certos deveres.Exemplo: as penalidades que constam nos contratos de empreitada, senão pagas na data, haverá juros de 1%; ou se a obra não foi entregueno prazo, paga-se multa de x % por semana de atraso. O objetivo é pena-lizar o atraso do devedor.

Correção monetária – É um instrumento de garantia para proteção dovalor do capital, imputável ao devedor, se por sua culpa houve descum-primento.

Juros moratórios – Previstos para o caso de mora, constituem-se comopena imposta ao devedor pelo atraso no adimplemento da prestação.Ficam a ele sujeitos os devedores inadimplentes, ou em mora (atraso)independente de alegação de prejuízo.

Juros compensatórios ou remuneratórios – Tem a função de remune-rar o capital. Representam um valor que se paga para compensar os fru-tos perdidos.

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decorrente de circunstâncias imprevistas e imprevisíveis), que tenhatornado a prestação de uma das partes desproporcional e muito onero-sa para o devedor.

Nada mais é que a mudança profunda das circunstâncias em que as par-tes se vincularam, provocando um desequilíbrio acentuado entre asprestações dos contratos de execução diferida ou de longa duração.

1.7.3 Exceção do contrato não cumprido Conforme dispõe o Artigo 476 do C.C. os contratos bilaterais têm a par-ticularidade que as obrigações das partes são recíprocas e interdepen-dentes, ou seja, cada um dos contraentes é simultaneamente credor edevedor um do outro. A interdependência das obrigações tem por cau-sa a obrigação do seu co-contratante, e assim, a existência de uma ésubordinada à outra. Se uma delas não é cumprida, deixa de existir cau-sa para o cumprimento da outra (exceptio non adimpleti contractus).

Por esse motivo, nenhuma das partes, sem ter cumprido o que lhe cabe,pode exigir que a outra o faça. Essa é a definição da exceção do con-trato não cumprido.

Requisito para a existência da exceção do contrato não cumprido é afalta cometida pelo contraente. O que está exigindo a prestação do outrotem de ter cumprido a sua. Esta defesa de exceção não é voltada pararesolver (extinguir) o vínculo obrigacional e isentar o réu excipiente dodever de cumprir a prestação convencionada, pois trata de reconheci-mento do direito de recusar a prestação que lhe cabe, enquanto o autornão cumprir a contraprestação a seu cargo.

O contraente pontual, ante o inadimplemento do outro, pode tomar trêsatitudes:

a) não executar a sua parte diante do inadimplemento da outra parte(exceptio nun adimplendi contratus);

b) pleitear a resolução do contrato com pedido de indenização (latusensus);

c) exigir o cumprimento contratual, quando possível à execuçãoespecífica.

1.7 SITUAÇÕES SUPERVENIENTES À FORMAÇÃO DO CONTRATO

A obrigação visa à realização de um determinado fim, mas nem sempre os con-traentes conseguem cumprir a prestação avençada, em razão de situaçõessupervenientes, alheias à vontade das partes, que impedem ou prejudicam asua execução.

Exemplos de situações supervenientes são:

1.7.1 Caso Fortuito ou Força MaiorO Artigo 393 do Código Civil dispõe sobre o caso fortuito ou a forçamaior. Existe a necessidade dos efeitos do fato não serem de possívelprevisão ou impedimento. O cumprimento não será imputável ao deve-dor. Admite-se o não cumprimento, pois havendo impossibilidade da pres-tação, impedido está à formação do vínculo obrigatório por falta de obje-to. É o caso da impossibilidade superveniente que suprime o elementoessencial da obrigação e acarreta sua extinção. A definição de Força Maioré de acontecimento insólito, de impossível previsão, como exemplo:seca extraordinária, inundação, incêndio, granizo etc. O Caso Fortuitoé um insucesso previsível, mas fatal como: greves, sentença judicial espe-cífica que impeça o cumprimento da obrigação assumida, desapropria-ção etc. Neste caso, cabe a análise do risco, do aleatório. E a análisedesse risco constitui um dos ingredientes na maioria dos negócios.

Os problemas imprevistos relativos ao universo dos negócios não libe-ram o devedor da obrigação, como por exemplo: retraimento das insti-tuições financeiras, cancelamento de empréstimo, não renovação dagarantia, a falta de recurso financeiro, falta de mão de obra, crise eco-nômica vigente etc.

Normalmente, no caso fortuito ou força maior, o contrato é extinto emrazão da absoluta impossibilidade de cumprimento das obrigaçõescontraídas.

1.7.2 Teoria da Imprevisão (Rebus sic stantibus)Esta teoria expressa a subordinação do vínculo obrigatório à continua-ção daquele estado de fato vigente ao tempo da estipulação. É o prin-cípio pelo qual se admite, em conjunto com outras condicionantes, arevisão (Artigo 317 do Código Civil) ou a resolução do contrato (Artigo478 do Código Civil) em circunstâncias especiais, como a ocorrência deacontecimentos extraordinários e imprevistos (ex.: uma alteração radi-cal no ambiente objetivo existente ao tempo da formação do contrato,

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1.8 RESOLUÇÃO CONTRATUAL

Na execução do contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a resolu-ção do contrato. Essa faculdade pode resultar de estipulação contratual ou depresunção legal. Resolução é uma consequência do inadimplemento voluntá-rio, involuntário ou por onerosidade excessiva.

1.8.1 Resolução por inexecução voluntáriaDecorre de comportamento culposo de um dos contraentes, com pre-juízo ao outro. Extingue o contrato atingido e obriga as restituições recí-procas, sujeitando o inadimplente ao pagamento de indenização. A inde-nização compreende em ação de perdas e danos, que abrange o danoemergente e o lucro cessante, ou aplicação da cláusula penal.

O devedor pode apresentar várias defesas, de cunho material ou pro-cessual. Como exemplo, pode alegar que cumpriu integralmente ou demodo substancial o contrato, o que é suficiente para impedir sua reso-lução. Ou que não o cumpriu porque o credor, que deveria cumprir antesa sua parte, não o fez (exceptio non adimpleti contractus); ou o adven-to de circunstâncias que alteraram a base do negócio, tornando inexi-gível a prestação (onerosidade excessiva) e outras tantas.

A resolução do contrato pelo não cumprimento é subordinada à condi-ção de que a falta seja de importância relevante. A relevância deve seranalisada de acordo com o interesse da parte que sofre seus efeitos. Éabsurdo imaginar que qualquer parte resolva um contrato, tomandocomo pretexto uma inexatidão mínima na execução da outra parte. Énecessário que a não conformidade seja razoavelmente séria e grave,prejudicando de modo objetivo o interesse do contratante. A análise dohistórico da relação é imprescindível, a tolerância em relação à peque-na margem de erro ou atraso não pode ser alegada para a resolução docontrato posteriormente.

Cabe ressaltar os princípios gerais do direito civil relativos às relaçõescontratuais: boa-fé, função social e a legítima expectativa das partes emrelação à complexidade econômica do negócio.

1.8.2 Resolução por inexecução involuntáriaA resolução pode decorrer de fato não imputável aos contraentes, ouseja, sem culpa do devedor. Nesse caso, não acarreta indenização. Comoexemplo dessas resoluções, tem-se a superveniência de caso fortuito ouforça maior que impossibilita o cumprimento da obrigação.

Esta impossibilidade deve ser definitiva e total, pois se for parcial oude pequena proporção, o credor pode ter interesse no cumprimento docontrato, e se for temporária acarreta apenas a sua suspensão. Justifi-ca-se a resolução só se a impossibilidade persistir por tanto tempo queo cumprimento da obrigação não interesse mais ao credor. Portanto,meras dificuldades, mesmo que de ordem econômica, não se confun-dem com a impossibilidade de cumprimento da avença, exceto no casode onerosidade excessiva.

O inadimplente não fica responsável pelo pagamento de indenização, latusensus (cláusula penal convencional ou de perdas e danos), salvo se expres-sa e contratualmente obrigou-se a ressarcir ou se estiver em mora (atraso).Caso as duas partes encontrem-se em mora, não haverá perdas e danos.

1.8.3 Resolução por onerosidade excessivaOs negócios jurídicos podem sofrer consequências e modificações pos-teriores às circunstâncias da época que foram contratados (Teoria daImprevisão), ocasionando a quebra insuportável de sua equivalência.Essa constatação deu origem ao princípio da revisão dos contratos (Arti-go 317 do C.C.) ou da resolução por onerosidade excessiva (Artigos 478do C.C.). Mitiga o princípio da intangibilidade e permite aos contratan-tes recorrerem ao Judiciário, para obter alterações da convenção ante-riormente feita.

O Artigo 478 do Código Civil dispõe que o acontecimento deve serextraordinário, imprevisível e excessivamente oneroso para uma daspartes. O dispositivo insere mais um requisito: o da extrema vantagempara a outra, ou seja, se a onerosidade não redunda em benefício ouvantagem ao outro figurante, não há como reconhecer-se a Teoria daImprevisão, limitando a abrangência da cláusula.

Os pressupostos para onerosidade excessiva são:4 vigência de um contrato comutativo, de execução diferida ou de tra-

to sucessivo;4 ocorrência do fato extraordinário e imprevisível;4 alteração da situação de fato existente no momento da execução, em

confronto com o que existia por ocasião da celebração;4 nexo causal entre o evento superveniente e a consequente excessiva

onerosidade.

Exceção se faz através do artigo 399. Caso o contraente esteja em moraquando dos fatos extraordinários, não poderá invocar, em sua defesa,

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a onerosidade excessiva. Estando nessa situação, responderá pelos ris-cos supervenientes, ainda que decorrentes de caso fortuito ou forçamaior. Só aproveita esse princípio a parte diligente e empenhada no cum-primento da obrigação.

Além disso, pelo princípio da conservação dos contratos, deve-se prio-rizar a sua revisão e não a sua extinção. O Artigo 479 dispõe que a par-te contrária pode restabelecer o seu equilíbrio econômico, oferecendo-se para modificar equitativamente suas condições. Apesar de no artigoestar descrito o réu, entende-se que pode ser qualquer parte interessa-da em evitar a resolução do contrato. O devedor atingido pela modifi-cação superveniente deve avisar ao credor imediatamente, para garan-tir a possibilidade de propor a modificação das cláusulas do negócio semestar constituído em mora (atraso).

O Artigo 480 dispõe que se a obrigação couber apenas a uma das par-tes, esta poderá pleitear que sua prestação seja reduzida ou alterado omodo de execução, a fim de evitar a onerosidade excessiva.

1.9 EXTINÇÃO DO CONTRATO

Os contratos têm um ciclo vital, nascem do acordo de vontades, produzem seusefeitos que lhe são próprios e extinguem-se. Os direitos obrigacionais, geradospelo contrato, caracterizam-se pela temporalidade, diferente dos direitos reaisque tendem à perpetuidade. A extinção acontece pela execução da obrigaçãoassumida. O cumprimento da obrigação libera o devedor e satisfaz o credor.

Porém, como já analisado, algumas vezes o contrato extingue-se sem ter alcan-çado seu fim, ou seja, sem que as obrigações tenham sido cumpridas. Váriascausas acarretam essa extinção, podendo ser anteriores, contemporâneas ousupervenientes à formação do contrato.

1.9.1 ResiliçãoA resilição não deriva do inadimplemento contratual, mas unicamenteda manifestação da vontade, que pode ser bilateral (distrato) ou unila-teral, sendo restrita a alguns tipos de contrato.

A resilição unilateral pode ser exercida nos contratos: por tempo inde-terminado, de execução continuada ou periódica, em que a execuçãonão tenha iniciado, benéficos e de atividade.

A proteção legal para os contraentes está disposta no parágrafo únicodo Artigo 473 do Código Civil. No caso da parte ter feito investimentoconsiderável e a outra resilir, a que fez o investimento terá o direito asse-gurado da duração do contrato compatível com os investimentos feitosou ressarcimento integral dos valores investidos.

O Artigo 623 do Código Civil dá proteção ao empreiteiro, dispondo quea ele é devida a despesa com materiais e mão de obra já efetuada,somada a uma indenização razoável, calculada em função do que eleteria ganhado, se concluída a obra.

4 Distrato (resilição bilateral)

Surge com a declaração de vontade das partes contratantes, no sentidooposto ao que havia gerado o vínculo. Qualquer contrato pode cessarpelo distrato, desde que ainda esteja vigente, pois o cumprimento é avia normal da extinção.

O mecanismo do distrato é idêntico ao da celebração do contrato. Exi-ge declaração de vontade para dissolver o vínculo e devolver a liberda-de àqueles que estavam compromissados. Da mesma forma que foi fei-to o contrato, será feito o distrato (expressa ou tácita).

1.9.2 RescisãoÉ um modo específico de extinção de certos contratos. São dissoluçõesde contratos nos quais ocorreram lesão ou que foram celebrados emestado de perigo.

O contrato concluído em tal estado de perigo só pode ser anulado (res-cindido) se a obrigação assumida for excessivamente onerosa e iníqua.A lei atribui ao juiz o poder de avaliar se os termos da avença foramtão graves e desequilibrados que justifiquem a eliminação daquela ope-ração econômica.

Pela desconformidade do contrato com sua função social e com a boa-fé objetiva, pode haver a rescisão sempre que uma determinada rela-ção jurídica contratual demonstrar a desconformidade do contrato comsua função social (art. 421/CC) ou com a boa-fé objetiva (arts. 113 e422/ CC). Não havendo acordo das partes para corrigi-la, será possívela intervenção judicial para conformar o contrato desequilibrado à suafunção social.

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1.10 RESOLUÇÃO DE DISPUTAS

Cabe ressaltar que reclamações, divergências e disputas são eventos normaisde um processo de contratação.

Mesmo com todas as precauções tomadas na formação de um contrato, geral-mente este não é perfeito diante à complexidade que envolve seu escopo. E,certamente, não contemplará todas as possibilidades de situações e soluçõespara os desvios que ocorrerão ao longo de sua execução, gerando divergênciasque precisarão ser resolvidas imediatamente e racionalmente, de forma a nãocomprometer o objetivo principal do contrato.

Invariavelmente os contraentes precisarão acertar questões de mudança de con-trato, extensão de tempo, desequilíbrios, alterações de escopo, alterações de con-dições preestabelecidas, dentre outras, de forma a ajustar o contrato à realida-de imposta pelas novas condições.

Ao surgimento dos desvios, deve-se imediatamente iniciar um processo de acer-to e adequação às novas condições, buscando-se soluções que não interfiramno andamento do projeto e que não tragam prejuízos à nenhuma das partes.

Quanto mais longo o processo de acerto, mais caro e desgastante ele é. O pro-cesso deve começar com a negociação. Depois, se necessário, deve ir para amediação e, por último, para a arbitragem ou para o litígio judicial, dependen-do da estipulação contratual.

A opção de iniciar um litígio deve ser a última das alternativas a ser escolhidapor qualquer das partes. Na maioria das vezes, o processo toma um conside-rável tempo dos envolvidos, desviando-os do foco do seu negócio, além de sertraumático e oneroso. Seus resultados normalmente não atendem aos interes-ses de nenhum deles.

1.10.1 NegociaçãoÉ o método de resolução mais eficiente. Na maioria das vezes, aconte-ce em mais de um nível, na qual as partes procuram resolver as pen-dências consensualmente, fazendo concessões mútuas com o objetivode preservar a relação jurídica. Nesta etapa do processo, o bom senso,a serenidade, o respeito e a ponderação são requisitos essenciais paraque o resultado possa ser atingido de forma que as duas partes ganhem.

1.10.2 MediaçãoMétodo de solução de conflitos que consiste em procedimento no qual

um terceiro, mediador, auxilia a solução do impasse. As partes, inclu-sive o mediador, participam diretamente no processo em busca da solu-ção, negociando, propondo e sugerindo as possibilidades de dissolu-ção da controvérsia. A adesão à mediação é feita por uma cláusula naformação do contrato ou, posteriormente, através de um pacto com-promissório (compromisso de mediação). Uma das partes pode convi-dar a outra a buscar uma solução através da mediação no curso da rela-ção jurídica em comum, não sendo necessária a prévia disposição.Existem instituições privadas que prestam esse serviço, convidando aoutra parte e, após o aceite, mediando o conflito em busca da soluçãofinal. As principais características são: tentar preservar a relação entreas partes; o mediador é um terceiro imparcial, que domina o assuntodo conflito e que pode propor soluções, diferentemente do juiz ou doárbitro.

1.10.3 ArbitragemArbitragem é uma forma extrajudicial de solução de conflitos que rezasobre direitos patrimoniais disponíveis, através do envolvimento de pes-soa ou pessoas desinteressadas para a decisão final. O objetivo da Arbi-tragem, regida pela Lei de Arbitragem 9.307/96, é a disposição final demaneira mais barata, rápida e menos formal que a ação judicial.

A instalação de um procedimento arbitral depende do livre consentimen-to dos envolvidos, que pode se dar no momento da contratação, atra-vés da inserção de uma cláusula arbitral compromissória, ou após a con-tratação, através de um acordo de vontades (compromisso arbitral).

O que deve ser ressaltado é que uma vez eleita a arbitragem comométodo de solução de litígios e controvérsias numa relação jurídica, elapassa a ser obrigatória e nenhuma das partes pode se recusar em par-ticipar. A arbitragem é realizada por um ou mais árbitros, escolhidospelas partes, e segue um rito parecido com o rito judicial. Os árbitrosproferem uma decisão final e obrigatória, denominada sentença arbi-tral, considerada um título executivo judicial. Não existe recurso judi-cial contra uma sentença arbitral, exceto nos casos de nulidade da sen-tença previstos no art. 32, da Lei 9.307/96.

O instituto da arbitragem possui inúmeras vantagens, sendo as principais:celeridade, informalidade, sigilo, especialização dos árbitros, prestígio daautonomia da vontade, exequibilidade, melhor relação custo-benefício.

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1.10.4 Ação judicialA ação judicial é a prerrogativa que qualquer sujeito de direito tem desolicitar ao Estado uma solução/definição sobre determinado fato jurí-dico. Essa posição vem através de uma sentença judicial, proferida porum juiz, que é o representante do Estado. As formas e procedimentossão estudados pela ciência jurídica e estão descritas em Leis, Códigose Resoluções. Os principais, na ótica dos contratos são: o Código Civile o Código de Processo Civil.

Contrato por empreitada é um contrato em que uma das partes (empreiteiro), median-te remuneração a ser paga pelo outro contraente (dono da obra), obriga-se a realizardeterminada obra, pessoalmente ou por meio de terceiros, de acordo com as instru-ções do dono da obra e sem relação de subordinação.

Existe semelhança entre o contrato de empreitada e o de prestação de serviço. A dife-rença é que na prestação de serviço o objeto é a atividade (obrigação meio) e não oresultado final obra (obrigação fim), como na empreitada.

O resultado almejado do serviço é a remuneração. Já o empreiteiro obriga-se a entre-gar a obra pronta, conforme especificado, no prazo e pelo preço previamente estipu-lado, com o intuito de receber o valor acordado.

Cabe ressaltar que a direção, a responsabilidade e a fiscalização da obra são obriga-ção do empreiteiro. Não confundir a fiscalização do empreiteiro com a do dono daobra, que a fará com intuito de acompanhamento e para aferir a etapa concluída como objetivo de pagamento.

A obrigação do empreiteiro só se extingue com a entrega da obra, pronta e acabada,da forma prevista por seu proprietário. O trabalho deve obedecer às normas técnicase as imposições legais que regem os trabalhos de engenharia e arquitetura. Na emprei-tada, o fornecimento de materiais e mão de obra é obrigação de fazer e não de dar,como na compra e venda.

As principais obrigações do dono da obra são oferecer condições ao contratado de exe-cutar aquilo que lhe foi confiado, nas condições que foram preestabelecidas, e efetuaro pagamento do preço ajustado no contrato da forma e nas condições especificadas.

2.1 CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE EMPREITADA

O contrato de empreitada é sinalagmático, bilateral, gerando obrigações recí-procas para as partes, quais sejam: a entrega da obra e o pagamento do preço.

Trata-se de um contrato consensual, aperfeiçoado com o acordo de vontades.Em regra sua forma é livre, mas aconselha-se a forma escrita. Comunicativo, noqual qualquer parte pode antever os ônus de sua prestação e as vantagens dacontraprestação da outra parte, em busca da equivalência entre elas. Oneroso,

2 CONTRATO POR EMPREITADA

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pois ambas as partes obtêm um proveito, ao qual corresponde um sacrifício. Aonerosidade é da essência da empreitada. É de trato sucessivo, cumprido median-te uma série de atos concatenados, e que necessita de certo espaço de tempopara sua conclusão. Todavia, como tem por objeto a realização de determinadaobra, é normalmente contrato de execução única, embora possa desnaturar-seno caso de execução de obra por unidades autônomas.

2.2 ESPÉCIES DE EMPREITADA

O empreiteiro pode contribuir para a obra só com seu trabalho (empreitada demão de obra ou de lavor), ou mão de obra e materiais (empreitada mista), oque gera uma modificação das responsabilidades em relação ao direito das obri-gações. Na empreitada de mão de obra assume-se a obrigação de fazer, e naempreitada mista a obrigação de fazer e de dar, consistente em fornecer os mate-riais para execução.

A diferença entre essas empreitadas repercute de forma direta na responsabili-dade, frente ao risco no caso dos materiais. Quando a empreitada for apenasde mão de obra, o proprietário da obra deve colocar os materiais no local emque se erige a construção, em condições de serem utilizados. O empreiteiro pode-rá invocar o direito de retenção para assegurar o recebimento do preço, se cum-priu todas as obrigações contratuais, como reconhece nossa doutrina.

Na empreitada mista, conforme dispõe o Artigo 611, C.C., os riscos com os mate-riais correm por conta do empreiteiro, até o momento da entrega da obra. Casoo dono da obra esteja em mora de recebê-la, os riscos dividem-se entre as duaspartes.

2.3 REGIMES DE CONTRATAÇÃO DE EMPREITADA

A empreitada pode ser convencionada de várias formas, sendo as mais usa-das as que abordaremos neste trabalho: sob administração, a preço fixo ouglobal, a preço por medida ou por etapas (preço unitário) e empreitada inte-gral (turn-key).

2.3.1 Empreitada sob administraçãoTambém denominada construção sob administração, nela o construtorse encarrega da execução de um escopo mediante uma remuneraçãofixa ou uma remuneração variável com base num percentual sobre ocusto da obra. No contrato por administração o contratado só nego-

cia sua atividade profissional, não assumindo responsabilidades porquantidades e preços de materiais e mão de obra empregados na cons-trução. Um orçamento prévio quando apresentado tem somente cará-ter informativo.

Sua referência legal é a Lei 4.591/64 – Lei de Incorporações e Condo-mínios e o Código Civil, do artigo 1.331 ao 1.358.

2.3.2 Empreitada a preço globalNa empreitada a preço global, contrata-se a execução da obra ou do ser-viço por um preço certo, total e fechado, e o construtor se encarrega daexecução de um escopo, mediante uma remuneração no valor estabe-lecido para a obra pronta ou serviço. Nesse tipo de contrato, deve estarespecificado, através de memoriais e projetos, exatamente o que seráexecutado, para não gerar dúvidas e desacordos no decorrer da obra.Qualquer alteração deve ser acordada.

Na modalidade preço global, o dono da obra fica protegido de eventuaisaumentos de quantitativos, preços de materiais ou mão de obra. Oempreiteiro nada poderá exigir, pois o preço foi fechado e global. Sal-vo se modificações no escopo ou condições diferentes das iniciais foremintroduzidas no projeto ou na sua execução. O fato dos pagamentos seremparcelados de acordo com um cronograma físico da obra ou por certasetapas cumpridas, não desfigura a modalidade preço global, que pode-rá ter seu preço reajustado conforme previsão contratual.

2.3.3 Empreitada a preço unitárioNa modalidade a preço unitário (por medida ou por etapas), contrata-se a execução da obra ou serviço por preço certo de unidades de servi-ços. Assim, não existe fixação do valor objeto da obra como um todo,apenas do valor de cada serviço a ser realizado. O valor estimado parao contrato é calculado com base nas quantidades previstas dos servi-ços a serem executados, e o recebimento é feito por etapas, de acordocom a fase da construção ou da medida executada. Tal modalidadedetermina o fracionamento da obra, existindo um critério de mediçãoa ser estabelecido previamente no contrato. O pagamento pode ser efe-tuado por etapa concluída e/ou por unidade (kg, m², m, cm², cm etc.).Com isso, o empreiteiro só sabe o valor exato do recebimento após aaferição do que foi executado.

A maior vantagem para o dono da obra é poder modificar o projeto, dimi-nui-lo ou aumentá-lo com maior liberdade, porém, a variação do que

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foi contratado deve ser limitada, sob pena de se descaracterizarem asbases consideradas na formação dos preços. Caso um percentual devariação não seja estabelecido no contrato, ficam as regras gerais do Códi-go Civil (arts. 317, 421, 422 e 478).

2.3.4 Empreitada integral (turn-key)Na modalidade empreitada integral, contrata-se um empreendimento emsua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviçose instalações necessárias. A responsabilidade da contratada vai até a entre-ga ao contratante do objeto contratado em condições de entrada em ope-ração, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização, emcondições de segurança estrutural e operacional e com as característi-cas adequadas às finalidades para que foi contratada.

2.4 SUBEMPREITADA

A subempreitada é um contrato pelo qual o empreiteiro transfere a outrem, totalou parcialmente, sua obrigação de realizar uma obra, sem, contudo, transferirsua responsabilidade, respondendo solidariamente. Não havendo cláusula proi-bitiva e a obrigação não sendo personalíssima, a subempreitada pode ser efe-tivada sem maiores problemas.

2.5 RESPONSABILIDADE DO EMPREITEIRO

A responsabilidade do empreiteiro deve ser analisada sob determinados aspectos:

2.5.1 Quanto aos riscos da obraNa empreitada apenas de lavor, todos os riscos de material correm porconta do dono da obra. No caso desse material perecer antes da entre-ga, sem culpa do empreiteiro, o prejuízo é do dono da obra. Porém, aque-le perderá sua retribuição se não provar que a perda resultou de defei-to dos materiais fornecidos pelo dono da obra e que, em tempo, recla-mara de sua qualidade e quantidade. No caso de não se desincumbirdesse ônus, os prejuízos serão repartidos, desde que não haja culpa dequalquer dos contratantes.

No caso de empreitada mista (materiais e lavor), os riscos são por con-ta do empreiteiro até a entrega da obra, exceto em caso de mora (ina-dimplência) do dono da obra, que nesse caso responderá pelo prejuízo.

2.5.2 Quanto à solidez e segurança dos edifícios e outras construções consideráveisConforme Artigo 618, C.C., o empreiteiro responderá durante o prazode cinco anos pela solidez e segurança do trabalho, e esse prazo é irre-dutível e extintivo de garantia. Não surgindo defeito ou vício, fica o cons-trutor exonerado de responsabilidade. Decai desse direito o dono da obraque não propuser ação contra o empreiteiro no prazo de 180 dias seguin-tes ao aparecimento do vício ou defeito. Pequenos defeitos que não afe-tem a solidez e a segurança da obra, considerados como vícios redibi-tórios, devem ser alegados no prazo de um ano, contado da entrega efe-tiva, ou quando da ocorrência, se só puder ser conhecido mais tarde.O prazo contar-se-á do momento em que dele se tiver ciência, até o pra-zo máximo de um ano.

Obviamente, a responsabilidade da garantia estende-se para o sucessorna propriedade, não apenas para o dono da obra. A alienação não é cau-sa de isenção de responsabilidade do construtor/empreiteiro.

2.5.3 Quanto à perfeição da obraEsta responsabilidade é presumida em todo ajuste de construção comoencargo ético-profissional do construtor. A natureza de uma obra de cons-trução civil é um processo técnico-artístico de composição e coordena-ção de materiais e de ordenação de espaços para atender múltiplasnecessidades do homem, obrigando o construtor a empregar sua espe-cialidade. Por isso, os Artigos 615 e 616 do Código Civil autorizam odono da obra a rejeitar obra imperfeita ou defeituosa, podendo nãorecebê-la ou recebê-la com abatimento do preço.

2.5.4 Quanto à responsabilidade pelo custo dos materiaisÉ necessário distinguir a empreitada apenas de mão de obra e a emprei-tada mista, sendo que naquela esta responsabilidade é do dono da obra.Cabe ressaltar que o empreiteiro apenas da mão de obra é responsávelpela utilização dos materiais e, no caso de inutilizá-los por imprudên-cia ou negligência, deverá indenizar o dono da obra. Já o empreiteiroda empreitada mista responde também pelo custo daqueles.

2.5.5 Quanto aos danos causados a terceiros Os danos causados às propriedades vizinhas pela edificação de uma obra,tais como trincas, rachaduras, recalques e desabamentos hão de ser res-sarcidos por quem lhe deu causa e por quem aufere proveitos da cons-trução. A jurisprudência tem acolhido a responsabilidade solidária do

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construtor e do proprietário, admitindo a redução da indenização quan-do a obra prejudicada concorre efetivamente para o dano. A responsa-bilidade é interpretada como solidária entre proprietário e empreiteirocom relação aos vizinhos, e individual do empreiteiro frente ao tercei-ro que não seja vizinho. Por exemplo: queda de material, desabamen-to, ruído, poeira, fumaça etc. Nesse caso, o proprietário somente seráresponsável se contratou pessoa inabilitada para os trabalhos de enge-nharia e arquitetura.

2.6 BASE OBJETIVA DO NEGÓCIO JURÍDICO

NELSON NERY JÚNIOR e ROSA MARIA DE ANDRADE NERY, in Código CivilAnotado e Legislação Extravagante, 2ª ed., Editora Revista dos Tribunais, assimconceituaram a base do negócio jurídico:

“O negócio jurídico é celebrado sobre uma base negocial, que contém aspec-

tos objetivos e subjetivos, base essa que deve manter-se até a execução

plena do contrato, bem como até que sejam extintos todos os efeitos

decorrentes do contrato (pós-eficácia). Por base do negócio devem-se

entender todas as circunstâncias fáticas e jurídicas que os contratantes leva-

ram em conta ao celebrar o contrato, que podem ser vistas nos seus aspec-

tos subjetivo e objetivo.” (Anotação 15 – art. 422 CC – pág. 340).

Os contratos de empreitada geralmente são celebrados com base nas propostasapresentadas pelos empreiteiros à contratante, elaboradas com base em condi-ções, informações, restrições e premissas fornecidas, levantadas ou definidasna época da formação do preço. A partir dessas informações, os recursos huma-nos, materiais, equipamentos, a estratégia, o planejamento e a logística paraexecução dos serviços são dimensionados e definidos, o que resulta nos preçosorçados e contratados pelas Partes.

Assim, essas condições, informações, restrições e premissas, que devem ser par-te integrante do contrato, definem a base negocial sobre a qual foi edificado ocontrato, e que sob a ótica jurídica figuram como condição objetiva que serviude base do negócio jurídico celebrado entre as partes.

Modificações na base negocial introduzidas pela contratante, posteriores à cele-bração do contrato e por ocasião da execução dos serviços, podem resultar, viade consequência, em custos não previstos. Estes, se não ajustados pelas parte,trarão prejuízos para a empreiteira.

Ainda que não haja, no contrato, cláusula expressa referindo-se à base nego-cial como fator determinante para a manutenção do negócio jurídico, a quebrada base objetiva do negócio pode ensejar:

4 Revisão do contrato (v.g. CC 317, 421, 422 e 478);4 Resolução do negócio jurídico (v.g. CC 478).

2.7 A LEI 8.666 DE 21/06/1993

A Lei 8.666 de 21/06/1993 estabelece normas gerais sobre licitações e contra-tos administrativos pertinentes a obras e outros serviços da Administração Públi-ca. Apesar dessa lei regular licitações e contratações no âmbito dos Poderes daUnião, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, suas definições, pro-cedimentos e restrições aplicam-se na maioria das vezes aos contratos priva-dos de empreitada. Por isso, constantemente é utilizada pelos contraentes comoreferência na administração de seus contratos.

2.8 DIRETRIZES PARA A INTERPRETAÇÃO DE CONTRATOS

Como já visto, o contrato é a manifestação escrita de um acordo de vontadesentre as partes e que cria obrigações, direitos e responsabilidades recíprocos,com vista ao cumprimento do escopo estabelecido. Porém, devido à sua com-plexidade, os acordos contratuais geralmente não são perfeitos e os mal-enten-didos são inevitáveis.

Uma das principais regras a ser seguida durante a interpretação de contratos éa intenção das partes (art. 112 do C.C.), e nesse caso é importante que o pro-pósito das partes seja bem entendido, não só pelos envolvidos no processo, comotambém por um terceiro.

Como base para comprovação da intenção das partes, temos:

Testemunho verbal - O testemunho verbal de entendimentos e acordos ante-riores poderão ser aceitos, desde que as Partes não tenham acordado por escri-to evidências contraditórias.

Ordem de precedência – Em caso de dúvida ou ambiguidade, a ordem de pre-cedência dos documentos estabelecida no contrato será respeitada. Normal-mente, o contrato e suas cláusulas precedem seus anexos. Aliás, nesse senti-do as partes devem estar atentas para que a ordem dos documentos registrada

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retrate a vontade das partes. Geralmente, a proposta final do empreiteiro repre-senta uma consolidação daquilo que foi modificado e acertado durante o pro-cesso de licitação, devendo ter precedência sobre os demais documentos emi-tidos antes dela.

Linguagem expressa - Nesta valem os seguintes itens:4 As definições contidas no contrato;4 Os termos e palavras técnicos terão seu significado conforme usados em sua

área;4 As palavras recebem os significados normalmente aceitos;4 Regras de declarações - em caso de conflito;4 As disposições especiais e específicas prevalecem sobre as disposições gerais;4 As disposições escritas à mão prevalecem sobre as disposições impressas;4 As palavras prevalecem sobre os números;4 Os termos específicos e exatos prevalecem sobre a linguagem genérica.

Instrumento completo - O contrato é interpretado como um todo.

Conduta das partes - O comportamento das partes durante a execução do con-trato pode dar significado a um termo em disputa.

Andamento anterior das negociações - O andamento anterior das negociaçõespode dar margem a um termo em disputa.

Interpretação contra quem criou - A linguagem ambígua será interpretadacontra o escritor.

4 Especificação dos contraentes4 Objeto / Escopo4 Documentos Anexos (proposta, especificações, edital ou convite etc.)4 Ordem de precedência4 Obrigações do Contratado4 Obrigações do Contratante 4 Prazos4 Preço e reajustamento4 Condições de medição e pagamento4 Penalidades e responsabilidades4 Regras para aceitação dos serviços4 Garantias4 Casos de suspensão e rescisão 4 Regras para solução de controvérsias

3.1 CONTRAENTES

Contraentes são as pessoas (físicas ou jurídicas) que entre si contratam a exe-cução de um escopo específico. O contrato deve trazer o nome completo, ende-reço, CNPJ ou CPF das partes, dentre outras informações, de forma a especifi-car os contratantes.

3.2 OBJETO / ESCOPO E DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Objeto é a razão da existência daquele contrato. Num contrato de empreitada,o Objeto deve conter uma descrição suscinta do projeto: o que será executado,para quem ele será executado, sua localização e o regime de contratação. Essadescrição deve ser objetiva e completa, evitando-se termos generalistas quepossam deixar dúvidas quanto a sua abrangência e ao que se espera receberao final do contrato.

O detalhamento do escopo contratual determina, dentro do trabalho necessá-rio para se concluir o objeto do contrato, qual trabalho está e qual não estáincluído dentro das obrigações do contratado. Serve como guia (ou ponto dereferência). É, em síntese, o trabalho que será exigido do contratado para sefazer o objeto. É o limite do contrato.

3 ITENS ESSENCIAIS NA FORMAÇÃO DE UM CONTRATO DE EMPREITADA

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Como o contrato é que rege o negócio, ele deve indicar de forma inequívoca esem termos ambíguos qual é o escopo a ser cumprido. Logo, é fundamentalque haja uma clara e cuidadosa descrição do escopo do trabalho, tanto no quediz respeito aos aspectos técnicos dos serviços a executar, quanto aos aspectosadministrativos, econômicos e financeiros e jurídicos, definindo-se, assim, nãosó a execução do escopo, como também as premissas consideradas na forma-ção do preço.

Hoje tem sido cada vez mais comum contratar-se sem que nem mesmo o donoda obra saiba exatamente o que deseja. Dentro de um contrato por administraçãoisso até é possível, mas essa conduta, dentro das demais modalidades de contra-tação, tem levado as partes a discussões intermináveis sobre o escopo a ser exe-cutado, as condições de sua execução e o limite de responsabilidade de cada um.

Documentos “mínimos” devem ser considerados para a definição da estratégia,dos métodos e do prazo de execução. Para que se tenha uma avaliação consis-tente do custo da obra e para a formação de um contrato de empreitada, pro-jetos básicos (conforme definição expressa no item IX do Art. 6º da Lei 8.666de 21/06/1993), plantas, especificações e notas legais são essenciais. Os proje-tos arquitetônicos e um cronograma básico são a base dos documentos contra-tuais numa empreitada. Quanto mais especificados e detalhados, menos pro-blemas e dúvidas na hora da execução. As especificações da construção e asexigências do contratante também devem ser as mais detalhadas possíveis.

A maioria dos projetos de empreitada passa por um processo para se determi-narem custo e valor. Eles são dimensionados e calculados com base nas diver-sas condições/premissas, geralmente estabelecidas pelo cliente no edital de con-corrência: exigências, cronograma, especificações, qualidade, dentre outros itens.

Quanto melhor detalhado o escopo, quanto maior o número e a qualidade dasinformações antes da formação do contrato, mais justo será o preço oferecidoe menor serão os problemas de interpretação durante a execução dos serviços.A falta de informações precisas quanto ao escopo pretendido dificulta aos con-tratados preverem e mitigarem os efeitos dessas, aumentando o risco do con-trato e, consequentemente, o preço proposto.

3.3 ESPECIFICAÇÕES

O empreiteiro deve cumprir as especificações de materiais, ou a data da entre-ga, ou o escopo etc. enfim, aquilo pelo qual foi contratado. É inadmissível, porexemplo, a alegação de boa intenção para troca de um material, ou a execução

da obra com qualidade diferente do que foi determinado. O dono da obra é quemdecide qual material será empregado e qual a qualidade que deseja para o seuempreendimento. No Direito das Obrigações, o credor de coisa certa não é obri-gado a receber outra em seu lugar, e como a entrega da obra trata-se de entre-ga de coisa certa, está posto o seu direito.

Da mesma forma, o empreiteiro não é obrigado a executar aquilo para o qual nãofoi contratado. Se o dono da obra faz alterações nas especificações ou introduzmodificações no projeto, respeitado o art. 621 do C.C. em relação ao autor do pro-jeto, deve o empreiteiro analisá-las e, executando-as, é dever do contratante pagarpelos serviços executados, como disposto no Artigo 619 do Código Civil.

3.4 OBRIGAÇÕES, DIREITOS E RESPONSABILIDADES

Os direitos e as obrigações devem estar explícitos no contrato de forma clara eobjetiva, para que não surjam dúvidas durante a execução do contrato quanto aabrangência e as responsabilidades das partes. Cuidados devem ser tomados nosentido de que os direitos e as obrigações sejam estabelecidos, respeitando-se oprincípio da equidade, para que não haja desproporcionalidade no tratamento emrelação às partes, e para que o mesmo não seja considerado abusivo.

3.5 PRAZOS

O contrato de empreitada deve ser claro quanto aos prazos para a realizaçãodo empreendimento, imprescindíveis para o bom andamento dos trabalhos ecumprimento das metas estabelecidas. O contrato deve expressar, através deum cronograma básico, não só os prazos e marcos a serem cumpridos de res-ponsabilidade do contratado, como também aqueles de responsabilidade docontratante.

Um cronograma básico deve ser claro, razoável e considerar um método apro-priado de execução, de acordo com o tipo do projeto. Sempre que possível, ocontrato deve trazer as situações em que o prazo de execução e conclusão dosserviços poderá ser revisado e as regras para essa eventualidade.

3.6 DO PREÇO, REAJUSTAMENTO, MEDIÇÃO E PAGAMENTO

O dono da obra é obrigado a pagar o preço ajustado, sem majoração, salvo ashipóteses de reajustamento de preços e acréscimo de serviço. O regime de con-

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tratação, a data-base e as regras para o reajustamento de preços devem estarestipuladas no contrato, bem como aquelas para os acréscimos de serviços. Casonão estejam previstas, poderá haver um longo percurso judicial para se provaro enriquecimento ilícito da parte que aproveita do acréscimo ou da falta de rea-justamento de preços.

O contrato deve trazer regras claras dos critérios de medição e das condicio-nantes para a emissão, aprovação e pagamento dos documentos de cobrança,bem como os prazos a serem respeitados pelas partes.

O entendimento jurisprudencial reconhece que havendo enriquecimento ilícitodo proprietário através de desequilíbrio econômico financeiro, não pode pros-perar o contrato nos termos anteriores. De qualquer forma, para que o contra-to mantenha-se equilibrado e assim a execução do empreendimento mantenha-se normal, é importante que as partes, já na formação do contrato, formalizemprevisão expressa para o reestabelecimento da equação econômica financeiraem caso de desequilíbrio, manifestando dessa forma sua intenção de reveremas condições assumidas contratualmente.

A legislação também não desampara o dono da obra, e dispõe no Artigo 620do C.C. que, caso a diminuição do preço do material e/ou da mão de obra sejasuperior a 10% do preço global, poderá haver revisão do valor da obra a seupedido. Trata-se da conjugação do princípio da obrigatoriedade dos contratose do princípio da onerosidade excessiva. Comprova-se a intenção do legisladorde evitar o enriquecimento ilícito das partes, empreiteiro e dono da obra.

3.7 SERVIÇOS EXTRAS E ORDENS DE VARIAÇÃO

Independentemente do tipo de contrato firmado entre as partes, fatalmente sur-girão serviços extras, ou seja, serviços não previstos originalmente no documen-to contratual. Para tanto, fundamental se faz incluir no contrato uma previsãopara essa eventualidade e determinar os critérios básicos a serem adotados nes-ses casos.

É necessário que o contrato indique que qualquer alteração nas condições acor-dadas originalmente só poderá ser feita após acordo entre as partes. Esse acor-do deverá ser por escrito, assinado por ambas as partes e anexado ao contratooriginal.

O Código Civil, em seu Art. 619, traz a possibilidade do empreiteiro exigir oacréscimo no preço estipulado, caso o dono da obra solicite, por escrito, modi-

ficações no projeto. O parágrafo primeiro vai além e determina que o dono daobra é obrigado a pagar pelas modificações executadas, mesmo que não tenhamsido autorizadas por escrito, desde que ele esteja sempre presente à obra e asmodificações sejam de tal forma visíveis que ele não possa alegar ignorânciado que se passa, e nunca tenha se manifestado ao contrário.

3.8 PENALIDADES

As cláusulas de penalidades são de extrema importância, pois representammeios não só de ressarcimento de eventuais prejuízos, como também de inibi-ção da inadimplência das partes. Porém, precisam ser bem estudadas paraterem o efeito a que se prestam.

Alguns erros são comuns ao se definirem cláusulas de penalidades, dentre eles:4 Copiar cláusulas de outros contratos, sem a devida adequação e avaliação

de sua aplicação ao caso;4 Estabelecer multas sem correlação com o tipo de inadimplência, resultando,

muitas vezes, em multas baixas e sem efeito ou altíssimas, e nesse caso, sempossibilidade de serem cobradas;

4 Utilizar-se de expressões genéricas para a aplicação de penalidades, taiscomo “o descumprimento de qualquer obrigação importará a multa de... ”;

4 Deixar de avaliar quais os aspectos técnicos que, descumpridos, realmentedemandam a aplicação de penalidades;

4 Estipular penalidades de forma unilateral, ocasionando um desequilíbrioentre os direitos das partes, em franca violação ao dever de agir com boa-féna elaboração e condução dos contratos.

3.9 ACEITE E CONCLUSÃO

A importância do ato verificatório quando da entrega parcial ou total da obra éde suma importância, pois aceitando-se a obra boa e perfeita, nenhuma reclama-ção poderá ser solicitada por quem a encomendou. A menos que se trate de víciosocultos ou redibitórios que não ficarão descobertos pelo simples recebimento.

A obrigação do dono da obra é de receber, desde que tenha sido executada den-tro dos padrões e projetos contratados. No caso de alguma anomalia, poderá odono da obra rejeitá-la ou recebê-la com abatimento do preço.

Os contratos devem estabelecer claramente a forma e os prazos para a entregae o recebimento das obras. A recusa do dono da obra de recebê-la configura

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sua mora (inadimplência), passando a responder por todos os seus efeitos,inclusive pelos decorrentes do seu perecimento fortuito. Ao empreiteiro é asse-gurado o direito de consignar judicialmente a coisa, cobrar a contraprestaçãoajustada somada das despesas de manutenção e a conservação da obra.

3.10 GARANTIAS

Num contrato de empreitada, podem existir garantias além daquelas estabele-cidas pela legislação, visando proteger o contratante quanto a “performance”do contratado, quanto ao cumprimento das obrigações contratuais ou quantoa um montante financeiro pago sem a correspondente garantia física executa-da, dentre outras. Como consequência da reciprocidade das prestações nos con-tratos bilaterais, os contratos podem prever também garantias a serem presta-das pela contratante em relação ao contratado.

Para isso, em relação aos contratos de empreitada, existem diversas opções degarantia, sendo a carta de fiança bancária e o seguro-garantia emitido por segu-radora as mais comuns. As modalidades do seguro-garantia mais utilizadas são:

Seguro-garantia do Concorrente Garante a indenização se o tomador, após vencer a concorrência deixar de assi-nar o contrato de execução ou de fornecimento previsto no edital ou convite.Normalmente exigido em licitações públicas.

Seguro de Riscos de Engenharia Garante a indenização por prejuízos ocorridos nas construções (com ou semfundações). Dependendo do tipo de contratação, traz proteção total/cobertu-ra contra qualquer tipo de dano material causado à obra (desmoronamento,incêndio, explosão, roubo, furto qualificado, dentre outros), danos em conse-quência de erro de projeto, despesas extraordinárias, tumultos, greves, desen-tulho de local, danos que possam ser causados a terceiros decorrentes dos tra-balhos de execução da obra, instalações provisórias, responsabilidade civilgeral (danos contra terceiros), responsabilidade civil do empregador, danosmorais em decorrência de responsabilidade civil, lucros cessantes em decor-rência de responsabilidade civil, danos a propriedades vizinhas e obras con-cluídas, a equipamentos, a móveis, a transporte de materiais a serem incorpo-rados à obra, honorários de perito, contenção e salvamento de sinistros, alémde outras coberturas.

O dono da obra pode preferir contratar o chamado seguro “guarda-chuva”, quesão seguros de riscos de engenharia para todo o empreendimento, inclusive todos

os empreiteiros e subempreiteiros envolvidos no processo de construção eimplantação. Tal situação porém deve ser vista com atenção pelos empreitei-ros, pois a franquia estipulada na apólice de seguros no caso de sinistros podeser até mesmo maior que o próprio valor do contrato, já que o valor seguradopode ser em relação ao valor de todo o empreendimento e não apenas à partede responsabilidade individual do empreiteiro.

Seguro-garantia do Executante Construtor (Seguro Performance Bond)Garante a indenização dos prejuízos decorrentes do inadimplemento do toma-dor em relação às obrigações assumidas em contratos de construção, forneci-mento ou prestação de serviços, firmado entre ele e o segurado. Foi criado como objetivo de garantir a execução completa do objeto contratual, sendo que, nocaso de inadimplemento do tomador, os custos de execução passam a ser daseguradora, que poderá contratar terceiros para o fiel cumprimento contratualou indenizar o proprietário da obra.

Seguro-garantia de Adiantamento de Pagamento Garante a indenização dos prejuízos decorrentes do inadimplemento do toma-dor, em relação aos adiantamentos de pagamentos concedidos contratualmen-te pelo segurado e que não tenham sido liquidados na forma prevista, confor-me o contrato de execução.

Seguro-garantia de Perfeito Funcionamento (Seguro de Performance)Garante a indenização dos prejuízos decorrentes da inadequação da qualidadeda construção, bens fornecidos ou serviços prestados, conforme contrato assi-nado entre as partes.

Seguro-garantia Imobiliário Este seguro também é conhecido como seguro-garantia de Conclusão de Obraou seguro-garantia para licenciamento das construções de prédios residenciaise comerciais. Assegura que o construtor executará a obra nas condições fixa-das no memorial de incorporação, garantindo a entrega do imóvel naquelas con-dições ou, eventualmente, após acordo, a devolução das importâncias recebi-das. O objetivo perseguido é garantir a conclusão da obra e não a devoluçãode recursos. Nesse caso, a seguradora passa a ser uma terceira envolvida noprocesso construtivo, muitas vezes fiscaliza/acompanha o andamento da obra,sendo proativa na solução de atrasos por parte do tomador.

Seguro-garantia para Concessões A concessão é um instrumento utilizado pelo governo a fim de transferir paraa iniciativa privada um serviço ou um bem do próprio governo. Essa transfe-rência é feita por um período de aproximadamente 20 anos, podendo ser

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estendido ou reduzido conforme o caso. A iniciativa privada assume os inves-timentos em manutenção e melhorias, remunerando-se através da cobrançade uma tarifa.

3.11 SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

Nos contratos de empreitada, em geral os contratantes ainda têm preferido avia judicial para a solução de controvérsias, mas em função do extenso prazopara a solução, do alto custo e, principalmente, em função do desgaste que pro-voca no relacionamento das partes, essa alternativa tem sido cada vez mais subs-tituída pelo uso da Arbitragem.

A Arbitragem, como caminho para a solução de controvérsias, evoluiu muitono Brasil nos últimos anos, principalmente após sua regulamentação em 1995,representando uma maneira eficiente, mais barata, rápida e menos formal quea ação judicial.

Com isso, a inserção nos contratos de uma cláusula arbitral compromissóriaestá cada vez mais presente. Mas isso requer atenção e cuidados para não sedeixar de colocar na cláusula os requisitos necessários, dentre eles o de indi-car a Câmara de Arbitragem que melhor atenda as partes.

3.12 SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DA EMPREITADA

O artigo 625 do Código Civil estipula as situações em que o empreiteiro pode-rá suspender a obra. São elas:

a) Por culpa do dono, ou por motivo de força maior;

b) Dificuldades imprevisíveis de execução, resultantes de causas geológicas ouhídricas, ou outras semelhantes, de modo que torne a empreitada excessi-vamente onerosa e o dono da obra se oponha ao reajuste do preço inerenteao projeto, por ele elaborado, observados os preços;

c) Se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e natureza,forem desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponhaa arcar com o acréscimo de preço.

Os contratos de empreitadas serão extintos:

a) Pelo cumprimento ou execução é o modo esperado e normal de extinção;

b) Pela morte do empreiteiro nos casos de contratos personalíssimos;

c) Pela resilição bilateral (distrato), mediante a autonomia da vontade;

d) Pela resolução, no caso de inadimplemento de algum dos contraentes;

e) Pela resilição unilateral, por parte do dono da obra;

f) Pela excessiva onerosidade superveniente da obra;

g) Pelo perecimento da coisa por força maior ou caso fortuito;

f) Pela falência do empreiteiro ou insolvência do proprietário.

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 5352

GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro, Volume IV: ResponsabilidadeCivil – São Paulo: Saraiva, 2007.

GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro, Volume II: Teoria Geral dasObrigações, 2ª edição – São Paulo: Saraiva, 2006.

GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro, Volume III: Contratos e Atos Uni-laterais – São Paulo/ SP: Saraiva, 2004.

RIZZARDO, Arnaldo, Direito das Obrigações: Lei 10.406 de 10.01.2002, 4ª edição –Rio de Janeiro/RJ: Forense, 2008.

RIZZARDO, Arnaldo, Contratos – Rio de Janeiro/RJ: Forense, 2006.

FIÚZA, César, Direito Civil: Curso Completo, 9ª edição – Belo Horizonte/MG: Del Rey,2006.

THEODORO JÚNIOR, Humberto, Curso de Direito Processual Civil – Teoria Geral doDireito Processual Civil e Processo de Conhecimento, 47ª edição – Rio de Janeiro/RJ:Forense.

CAVALIERI FILHO, Sérgio, Programa de Responsabilidade Civil, 6ª edição – SãoPaulo/SP - Ed. Malheiros Editora, 2006.

Código Civil ( Lei 10.406/2002)- Art. 104 a 114 - Negócio Jurídico- Art. 233 a 388 - Direito das Obrigações- Art. 389 a 416 - Inadimplemento das Obrigações (Mora, perdas e danos e cláu-sula penal)

- Art. 421 a 480 - Contratos em geral - Art. 610 a 626 - Contratos de empreitada - Art. 757 a 802 - Seguros- Art. 818 a 839 - Fiança - Art. 1.331 a 1.358 - Condomínio Edilício

Lei 4.591/ 1964 – Lei de Incorporações e Condomínios.

Lei 8.666/1993 – Licitações e Contratos da Administração Pública.- Art. 6º - Definições sobre obra, serviços, seguro-garantia, regimes de contrata-ção, projeto básico, projeto executivo etc.

- Art. 7º a 12º – Das Obras e Serviços.

NELSON NERY JÚNIOR e ROSA MARIA DE ANDRADE NERY, in Código Civil Ano-tado e Legislação Extravagante, 2ª ed., Editora Revista dos Tribunais

4 BIBLIOGRAFIAApresentamos, em anexo, modelos de contratos para os regimes de contratação maisutilizados pelos contraentes nos contratos de empreitada.

5.1 MINUTA DE CONTRATO PARTICULAR A PREÇO UNITÁRIO

5.2 MINUTA DE CONTRATO PARTICULAR A PREÇO GLOBAL

5 ANEXOS

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5.1MINUTA DE CONTRATO

MODELO SUGERIDO PARA CONTRATO PARTICULAR A PREÇOS UNITÁRIOS

Sugestão de Contrato Particular de Prestação de Serviços, sob o regime de contrata-ção a preços unitários, considerando condições contratuais que instituam um contra-to mais equilibrado entre as Partes.

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DESERVIÇOS QUE ENTRE SI FAZEM:

De um lado,

……………………........ (nome completo da CONTRATANTE), empresa com sede na….......................................... (escrever endereço completo), inscrita no CNPJ sob on.º.................................... (completar) e Inscrição Estadual n.º................................(completar), neste ato por seus representantes legais infra assinados, doravante deno-minada CONTRATANTE,

e, de outro lado,

…………………...............…… (nome completo da CONTRATADA), empresa comsede na ……………….......................... (escrever endereço completo), inscrita noCNPJ sob o n.º ............................. (completar) e Inscrição Estadual n.º........................... (completar), neste ato por seus representantes legais infra assi-nados, doravante denominada CONTRATADA.

As Partes acima regularmente identificadas e qualificadas ajustam de comum acordoo presente Contrato, mediante as seguintes cláusulas e condições:

CLÁUSULA PRIMEIRA - OBJETO

1.1. Constitui objeto do presente Contrato a execução pela CONTRATADA, sob o regi-me de empreitada a preços unitários, de serviços de…………………….. (detalhar cla-ramente o objeto contratual) nas instalações da CONTRATANTE, em……………….(escrever endereço completo), os quais serão realizados em estrita conformidade comas disposições do presente Contrato e dos documentos mencionados na Cláusula Ter-ceira adiante que, em forma de Anexos, integram o presente instrumento.

CLÁUSULA SEGUNDA - ESCOPO DOS SERVIÇOS

2.1. Os serviços serão executados consoantes as especificações contratuais, memo-riais descritivos, critérios de medição e demais documentos relacionados na Cláusu-la Terceira deste Contrato, com o fornecimento de mão de obra, equipamentos de cons-trução e materiais, necessários à plena execução dos serviços (detalhar bem e ade-quar de acordo com o objeto contratual).

CLÁUSULA TERCEIRA - DOCUMENTOS DO CONTRATO

3.1. Fazem parte integrante deste Contrato os documentos a seguir relacionados, sen-do que, na hipótese de divergência entre os Anexos, a prevalência será determinadapela ordem em que estão relacionados abaixo:

Anexo I - Proposta Comercial Consolidada n.º………….. (completar) e Proposta Téc-nica Consolidada n.º………….. (completar) da CONTRATADA, datadas de…………(completar).

Anexo II – Lista dos projetos que serviram de base para a composição dos preçosunitários constantes da Planilha de Quantidades e Preços (relacionar todos os proje-tos, indicando número do projeto, data e numeração da revisão).

Anexo III – E-mails e correspondências trocadas durante a licitação (relacionar todosos documentos, indicando nome, data e revisão).

Anexo IV - Edital de Concorrência, Memorial Descritivo, Especificações Contratuais,Critérios de Medição, Desenhos, Normas e Procedimentos de Segurança, PreservaçãoAmbiental, Saúde, Medicina e Higiene do Trabalho, Normas Internas da CONTRA-TANTE (relacionar todos os documentos, indicando nome, data e revisão).

Anexo V - ……………. (completar).

3.2. Os documentos acima explicitados terão validade independente de transcriçãosalvo no que, eventualmente, conflitarem com os termos do Contrato, caso em queprevalecerão as estipulações deste instrumento.

3.3. Em caso de ambiguidade ou dúvida na interpretação dos documentos de Con-trato, tão logo detectadas as Partes deverão, por consenso, formalizar por escrito asinterpretações necessárias para o esclarecimento de tais dúvidas ou discrepâncias.

3.4. Nenhum dos termos e condições contidos no Contrato e seus Anexos poderão

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ser alterados, omitidos ou dispensados, salvo com o consentimento expresso das Par-tes, mediante a emissão de Termo Aditivo ao Contrato.

CLÁUSULA QUARTA - OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA

4.1. A CONTRATADA compromete-se a:

4.1.1. Agir de forma diligente e oportuna para atender a CONTRATANTE, observan-do cuidadosamente as boas práticas de execução dos serviços, a Legislação vigente,as Normas Técnicas aplicáveis.

4.1.2. Observar todo o disposto neste Contrato, atendendo ao estabelecido nos docu-mentos constantes da Cláusula Terceira.

4.1.3. Fornecer e manter os equipamentos alocados sempre em perfeito estado de con-servação e funcionamento, de modo a garantir bom desempenho e segurança de seusoperadores e de terceiros.

4.1.4. Atender, no prazo acordado entre as Partes, as requisições da CONTRATANTEpara a reposição e/ou substituição de qualquer equipamento ou seu acessório e/ouferramenta que não esteja comprovadamente em condições de atender ao desempe-nho e segurança dos operadores.

4.1.5. Acatar todas as disposições, normas e regulamentos da CONTRATANTE em suasinstalações relacionadas neste instrumento. Caso tais documentos sejam modificadosou sejam criados novos documentos, desde já as Partes concordam em analisar e repac-tuar as novas condições de execução.

4.1.6. Organizar e manter a disciplina no Canteiro de Obras, no que se refere ao pes-soal próprio, terceiros a seu serviço ou visitantes da CONTRATADA.

4.1.7. Manter seu pessoal uniformizado e identificado.

4.1.8. Manter um funcionário apto a representá-la junto à CONTRATANTE, por tem-po integral no local de execução dos serviços.

4.1.9. Organizar e manter serviços de segurança, medicina, higiene e vigilância noCanteiro de Obras, bem como prestar os primeiros socorros a seus empregados.

4.1.10. Observar o cumprimento da Legislação e os padrões da CONTRATANTE comrelação aos aspectos ambientais, vigentes na data das Propostas da CONTRATADA.

4.1.11. Emitir o Relatório Diário de Obra, contendo informações relevantes quanto aoandamento dos serviços, que deverá ter o visto do engenheiro ou dos técnicos repre-sentantes da CONTRATANTE diariamente, sob pena de não serem aceitos.

4.1.12. A CONTRATADA deverá emitir, até o 10º dia do mês subsequente o Relató-rio Mensal de Progresso, contendo o registro da evolução dos trabalhos e os fatos impor-tantes que afetaram o desempenho do empreendimento.

4.1.13. Entregar à CONTRATANTE, quando solicitada, cópia de todo documento usualde acompanhamento dos serviços e que venha a ser solicitado pela Fiscalização, querde natureza técnica, quer de natureza contábil e, especialmente, os comprovantes derecolhimento do INSS, FGTS, Folha de Pagamento e ISS, por ocasião dos pagamen-tos dos serviços a serem efetuados pela CONTRATANTE à CONTRATADA, referentesao mês anterior ao da prestação dos serviços.

4.1.14. Empregar métodos de trabalho que conduzam à boa qualidade final dosserviços e prestar os esclarecimentos solicitados em qualquer fase ou etapa de suaexecução.

4.1.15. Assumir, durante a execução dos serviços, exclusiva responsabilidade pordanos pessoais sofridos por empregados seus e de suas subcontratadas, exonerandoexpressamente a CONTRATANTE e a Fiscalização de qualquer responsabilidade, exce-tuando-se a hipótese dos danos decorrerem de atos praticados por prepostos dessas.

4.2. Colaborar com a CONTRATANTE, permitindo o acesso desta e de outras empre-sas contratadas por ela para desenvolver serviços no Canteiro de Obras, nas áreas emque estarão sendo desenvolvidos os serviços, desde que sem prejuízo do prazo doscustos orçados, da produtividade e da segurança da CONTRATADA.

4.3. A CONTRATADA é responsável pela solidez e segurança dos serviços, nos ter-mos do artigo 618 do Código Civil Brasileiro.

4.4. Garantir o acesso da Fiscalização a todos os locais onde estejam realizando-seos serviços-objeto deste contrato.

4.5. Adotar medidas de proteção e salvaguarda das propriedades e instalações da CON-TRATANTE ou de terceiros no Canteiro de Obras, adotando todas as medidas necessá-rias à preservação de tais bens, nos limites e moldes estabelecidos neste instrumento.

4.6. Todos os seguros de responsabilidade da CONTRATADA permanecerão em vigoraté a conclusão definitiva dos serviços, respondendo a CONTRATADA integralmentepor quaisquer prejuízos advindos do não atendimento dessa obrigação.

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4.7. A CONTRATADA assume plena e total responsabilidade pelos serviços, desde oseu início até o seu recebimento definitivo pela CONTRATANTE, conduzindo-os deacordo com o Cronograma Físico Contratual de execução da obra.

4.8. Refazer, sem qualquer ônus para a CONTRATANTE, qualquer parte dos serviçosque tenha sido comprovadamente executada de modo incorreto ou de forma insatis-fatória, dentro do prazo que para tal for estabelecido entre as Partes.

4.9. A CONTRATADA deverá efetuar, no prazo máximo de 30 (trinta) dias (adequar),contados da data de assinatura do presente contrato e da data de autorização parainício dos serviços, sob sua responsabilidade e custos, a Anotação de Responsabili-dade Técnica do presente Contrato no CREA, conforme previsto na Lei 6.496/77, apre-sentando a devida comprovação à CONTRATANTE.

4.10. A CONTRATADA deverá obter e manter em vigor, às suas expensas, quaisquerlicenças ou autorizações que sejam obrigatórias para o seu funcionamento, excetoaquelas necessárias à implantação do empreendimento e as que dependam direta ouindiretamente de obrigações da CONTRATANTE ou de terceiros sob sua responsabi-lidade, por serem estas últimas de responsabilidade da CONTRATANTE (adequar).

4.11. A CONTRATADA declara estar ciente das condições normais e peculiares da regiãoonde se localizam as obras-objeto deste Contrato, entre as quais, mas sem limitação:transporte, acesso, manuseio e armazenagem de materiais e/ou equipamentos, dis-ponibilidade e qualidade da mão de obra, água e força elétrica, disponibilidade e esta-do de estradas e vias de acesso, condições climáticas, hidrológicas e outras.

CLÁUSULA QUINTA - OBRIGAÇÕES DA CONTRATANTE

5.1. A CONTRATANTE compromete-se a:

5.1.1. Realizar os pagamentos de acordo com o estabelecido neste Contrato.

5.1.2. Assegurar o acesso, às suas instalações, dos empregados e equipamentosnecessários à prestação dos serviços.

5.1.3. Obter todas as licenças, inclusive as ambientais, necessárias para a implan-tação das obras, exceto aquelas estipuladas neste instrumento, cujo fornecimen-to é de responsabilidade da CONTRATADA (adequar).

5.1.4. Credenciar formalmente, por escrito, junto a CONTRATADA, a equipe deacompanhamento e fiscalização do Contrato.

5.1.5. Informar à CONTRATADA, em tempo hábil, o número da matrícula CEIpara recolhimento das contribuições junto ao INSS, para as obras-objeto do Con-trato (adequar).

5.1.6. Assinar diariamente o Diário de Obras.

5.1.7. Responsabilizar-se pela compatibilização, integridade e legitimidade de todosos projetos e respectivas especificações por ela fornecidas.

5.1.8. Emitir, após a última medição, o Atestado de Capacidade Técnica dos ser-viços executados pela CONTRATADA. Para isso, a CONTRATADA fornecerá à CON-TRATANTE uma minuta do referido documento, a qual a CONTRATANTE teráaté 5 (cinco) dias úteis contados da data do seu recebimento para analisá-la, revi-sá-la e emiti-la.

5.2. A CONTRATANTE deverá entregar, tempestivamente, as áreas onde os trabalhosserão executados, livres e desimpedidas, e autorizar o início dos serviços ora contra-tados em tempo hábil, conjuntamente ou por etapas, observando as datas necessá-rias ao cumprimento do estabelecido no Cronograma Físico Contratual.

5.3. A CONTRATANTE deverá fornecer, com antecedência mínima de 20 (vinte) dias(adequar) da data de cada etapa dos serviços, constantes do Cronograma Físico Con-tratual, todos os projetos executivos, desenhos, especificações, informações, detalhese instruções complementares necessárias à completa e perfeita execução dos servi-ços contratados (adequar).

5.4. Caso ocorra algum atraso, por parte da CONTRATANTE, na liberação das áreasou no fornecimento dos projetos, desenhos, especificações, detalhes ou instruções neces-sárias à execução dos serviços, aquela prorrogará o prazo contratual e reembolsaráà CONTRATADA todos os custos adicionais em que a última incorrer em decorrên-cia desse atraso, tais como alteração na metodologia e/ou sequência executiva dosserviços, mão de obra e/ ou equipamentos ociosos etc., visando restabelecer o equi-líbrio econômico-financeiro do contrato.

CLÁUSULA SEXTA - PRAZO

6.1. Os serviços serão executados no prazo de...... (.............) dias (completar), con-tados a partir de ...................... (completar), consoante o Cronograma Físico Con-tratual constante deste instrumento.

6.2. O prazo para execução e conclusão dos serviços poderá ser prorrogado nosseguintes casos:

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6.2.1. Por motivo de Força Maior ou Caso Fortuito, a que se refere o artigo 393do Código Civil Brasileiro;

6.2.2. Em decorrência da suspensão total ou parcial dos serviços pela CON-TRATANTE, desde que dita suspensão não decorra de ação ou omissão daCONTRATADA;

6.2.3. Em virtude de modificações ou acréscimos nos serviços determinados pelaCONTRATANTE;

6.2.4. Em decorrência de atraso por parte da CONTRATANTE, na liberação deprojetos, especificações, informações, detalhes, fornecimento de materiais de suaresponsabilidade, ou na liberação de frentes ou áreas de trabalho em tempo hábilou nas condições estabelecidas, que provoquem efetivo atraso na execução dosserviços;

6.2.5. Em caso de ocorrência de greve, mesmo estando a CONTRATADA cumprin-do com todas as obrigações constantes da Convenção Coletiva;

6.2.6. Em virtude de modificações ou alterações das condições contratuais queresultem no efetivo atraso na execução dos serviços;

6.2.7. Em virtude de ação ou omissão da CONTRATANTE;

6.2.8. Por conveniência das Partes, através de deliberação tomada de comumacordo.

6.3. Serão acrescidos ao prazo, indicado no item 6.1 supra, os dias em que os servi-ços estiverem paralisados devido às chuvas e suas consequências, capazes de, com-provadamente, influir no andamento dos serviços, desde que registrados no Diáriode Obras e reconhecidos pela fiscalização.

6.4. Ocorrendo quaisquer das circunstâncias referidas nesta Cláusula, a CONTRATA-DA deverá comunicá-las à CONTRATANTE, justificando o eventual atraso no prazode execução dos serviços que daí resultar. Nessa hipótese, as Partes acordarão o novoprazo e condições para a execução dos mesmos.

CLÁUSULA SÉTIMA – PREÇO CONTRATUAL

7.1. Pela execução dos serviços, a CONTRATANTE pagará à CONTRATADA uma remu-neração calculada sobre os serviços efetivamente realizados e aceitos pela CONTRA-

TANTE, com base na Planilha de Quantidades e Preços, parte integrante deste ins-trumento, cujo valor total as Partes estimam em…………… (……………), base mês................(completar).

7.1.1. Os preços apresentados na Planilha de Quantidades e Preços, parte inte-grante deste instrumento, são válidos dentro do prazo definido no presente con-trato, respeitando-se um limite de variação de até 10% (dez por cento) (adequar)para mais ou para menos em relação ao valor estimado do presente Contrato.Caso os serviços executados dentro do prazo contratual resultem em valor totalmenor que 90% (noventa por cento) (adequar) do valor originalmente estima-do para o contratado, a CONTRATANTE procederá às devidas compensaçõesfinanceiras à CONTRATADA, mediante negociação de boa-fé entre as Partes, como objetivo de remuneração dos custos indiretos;

7.1.2. A quantidade de serviços previstas na Planilha de Quantidades e Preços,parte integrante deste instrumento, poderão variar para mais ou para menos ematé 10% (dez por cento) (adequar). Caso as quantidades de serviços realizadospela CONTRATADA, na forma deste Contrato, excedam esta faixa de variação,novos preços unitários e novos prazos serão negociados, de boa-fé, pelas Partes.

7.2. A remuneração dos serviços será efetuada com base nas medições, consoanteCláusula Nona deste Contrato.

7.3. Os preços unitários constantes da Planilha de Quantidades e Preços incluemequipamentos de construção, sua manutenção, combustíveis, lubrificantes, mão deobra direta e indireta, encargos sociais, impostos e taxas, ferramentas e utensílios dequalquer natureza, serviços auxiliares e os materiais necessários para a total execu-ção dos serviços, além da administração e lucro, pelo que nenhum outro pagamen-to, reembolso ou compensação de qualquer natureza será devido à CONTRATADA,em razão da execução dos serviços nas condições contratuais ora ajustadas.

7.3.1. Na ocorrência de greves no Canteiro de Obras, os custos daí advindosserão suportados pela CONTRATANTE, desde que a CONTRATADA esteja cum-prindo com todas as obrigações constantes da legislação trabalhista e da Con-venção Coletiva.

7.4. Sempre que as modificações de projeto solicitadas pela CONTRATANTE impli-carem em alterações de preços ou prazos contratuais, a CONTRATADA deveráinformar à Fiscalização, por escrito, da extensão das alterações de preços e pra-zos envolvidos. Caso a CONTRATANTE concorde com as alterações de prazos e/ou preços indicados pela CONTRATADA, estas serão registradas em formulárioapropriado antes da execução dos serviços solicitados, que, uma vez aprovadas e

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assinadas pelos representantes da Partes, passarão a integrar o presente Contrato,para todos os fins.

7.5. Os serviços que se fizerem necessários e que não estejam contemplados nesteContrato terão seus preços, consoante prévio entendimento escrito entre as Partes eque passará a fazer parte deste Contrato.

7.6. Não haverá, sob qualquer título ou pretexto, alteração na remuneração aqui pre-vista quando, a fim de atender à programação acordada, a CONTRATADA realizartrabalhos noturnos, ou em domingos e feriados, ou mobilizar equipamentos ououtros recursos adicionais com a mesma finalidade, desde que o fato gerador quetenha motivado a alocação dos recursos adicionais seja de responsabilidade exclu-siva da CONTRATADA.

7.7. Caso ocorra o desequilíbrio econômico/financeiro do Contrato, por motivosalheios à vontade das Partes, ou caso ocorram fatos contrários às condições contra-tadas nesta data e que venham comprometer diretamente os serviços-objeto deste Con-trato, fica acordado que as Partes poderão repactuar os preços contratuais. Para isso,a CONTRATADA deverá apresentar à CONTRATANTE um estudo descrevendo tais fatos,sendo que as Partes desde já se comprometem a analisar o assunto.

7.8. A CONTRATADA poderá, caso necessário, negociar os créditos oriundos destecontrato junto a instituições financeiras de seu relacionamento, a fim de promovercessão de direitos creditórios, nos termos da legislação vigente, mediante prévio acor-do entre as Partes.

7.9. Quaisquer leis, decretos, portarias, tributos, impostos, contribuições, convençõesou encargos legais aplicáveis ao Contrato, que forem criados, alterados ou extintosapós a data-base contratual e que venham impactar nos preços contratados, deverãoser considerados pelas Partes, promovendo-se os ajustes necessários nos parâmetrose condições contratuais diretamente afetados, de forma a serem considerados nos fatu-ramentos correspondentes, tão logo passem a vigorar.

CLÁUSULA OITAVA - REAJUSTAMENTO

8.1. Os preços aqui contratados são fixos e irreajustáveis por 12 (doze) meses contadada data-base indicada na Proposta Comercial da CONTRATADA, parte integrante desteContrato, ou por prazo menor, segundo a legislação vigente na época. Após esse perío-do, os preços serão reajustados com base em uma fórmula paramétrica de reajuste, pac-tuada de boa-fé entre as Partes e que espelhe a variação dos custos dos insumos. (Nota:esta fórmula paramétrica poderá ser definida ainda à época da negociação do contrato).

CLÁUSULA NONA – MEDIÇÃO, FATURAMENTO E PAGAMENTO

9.1. Os preços dos serviços contratados serão faturados e pagos da seguinte forma:

9.1.1. .......% (....... por cento) (completar) do valor estipulado na Cláusula Séti-ma para o Contrato serão pagos como adiantamento em até ....... (..............) dias(completar) da data da entrega pela CONTRATADA dos documentos de cobran-ça, mediante recibo a ser emitido pela CONTRATADA. Para o efetivo pagamen-to, a CONTRATADA deverá apresentar ainda, com uma antecedência mínima de..... (.........) dias (completar) da data prevista para o pagamento, o respectivoSeguro-Garantia (ou Carta de Fiança Bancária) (adequar) no valor do adianta-mento, conforme cláusula contratual adiante (ajustar condições).

9.1.2. .......% (................por cento) (completar) dos preços unitários dos servi-ços previstos na Planilha de Quantidade e Preços prevista neste Contrato serãopagos de acordo com as medições dos serviços executados mensalmente, obser-vadas as disposições dos critérios de medição deste Contrato (ajustar condições).

9.2. Os serviços serão medidos conforme estabelecido nos Critérios de Medição, par-te integrante deste Contrato.

9.2.1 Até o ........... dia útil de cada mês (completar) a CONTRATADA apresen-tará à CONTRATANTE os Boletins de Medição correspondentes ao mês anterior,para aprovação (ajustar condições).

9.3. A partir da data do recebimento do Boletim de Medição, a CONTRATANTE terá5 (cinco) dias corridos (adequar) para aprová-lo e autorizar a emissão do respectivodocumento de cobrança. Os pontos controversos serão mantidos em discussão até oentendimento entre as partes, devendo a CONTRATANTE aprovar o restante da medi-ção dentro do prazo supra. Aprovada a medição, a CONTRATADA emitirá o respec-tivo documento de cobrança em até 2 (dois) dias (adequar).

9.3.1. Tendo sido solucionada a parte controvérsia, a CONTRATANTE terá 1(um) dia útil (adequar) para liberar a emissão dos documentos de cobrança dosaldo da medição, para pagamento nos prazos estabelecidos.

9.4. Os documentos de cobrança, acompanhados dos respectivos Boletins de Medi-ção devidamente aprovados pela Fiscalização, terão seus pagamentos efetuados pelaCONTRATANTE dentro de ……. (…………) dias corridos (completar) de sua corretaapresentação à Fiscalização, mediante depósito de seu valor em conta corrente ban-cária a ser indicada por escrito pela CONTRATADA.

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 6564

9.4.1. Caso sejam constatados pela CONTRATANTE erros, falhas ou divergênciasnos documentos de cobrança, por culpa exclusiva da CONTRATADA, o prazo parao pagamento acima estabelecido só será contado a partir da data de reapresenta-ção, pela CONTRATADA, dos documentos de cobrança devidamente corrigidos, nãocabendo qualquer atualização ou acréscimo sobre os pagamentos devidos.

9.5. A qualquer tempo, se for encontrado erro ou omissão da CONTRATADA em Fatu-ras já pagas, a CONTRATANTE poderá exigir as correções necessárias e o consequen-te acerto de contas em faturas subsequentes.

9.6. No caso da CONTRATADA, exclusiva e comprovadamente, deixar de cumprir quais-quer das condições estipuladas neste Contrato, o fato ser-lhe-á expressamente comu-nicado pela CONTRATANTE, que se reserva o direito de, sem prejuízo de aplicaçãodas penalidades previstas neste Contrato, sustar quaisquer pagamentos devidos atéa solução das pendências.

9.6.1. Quaisquer sustações ou retenções de pagamentos, realizadas indevida-mente pela CONTRATANTE, deverão ser repostas à CONTRATADA, corrigidas pelo........... (completar com índice de correção conhecido IGPM, INCC etc.)

9.7. Nos termos da Lei 8.212/91, com a redação que lhe foi dada pela Lei 9.711/98,e da Instrução Normativa MPS/SRP Nº 3 de 14.07.2005 da Secretaria da Receita Pre-videnciária, a CONTRATANTE procederá à retenção de 11% (onze por cento) sobreo valor demonstrado referente ao pagamento de salários, recolhendo tal quantia emfavor do Instituto Nacional do Seguro Social, a título de contribuição relativa à con-tratação de serviços mediante empreitada de mão de obra.

9.7.1. Para tanto, a CONTRATADA promoverá o destaque na fatura de valoresque lhe sejam eventualmente devidos a título de fornecimento de material, for-necimento e/ou locação de equipamentos, dentre outros, de modo que a reten-ção da aludida contribuição não incida sobre tais quantias nos termos do artigo149 e seus parágrafos da referida Instrução Normativa da Secretaria da ReceitaPrevidenciária.

CLÁUSULA DÉCIMA – SUBCONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS

10.1. A CONTRATADA, em nenhuma hipótese, poderá subcontratar a totalidade dosserviços.

10.2. Caso a subcontratação não esteja prevista no Anexo I, a CONTRATADA deveráobter autorização prévia e por escrito, da CONTRATANTE, para subcontratar qual-

quer parte dos serviços. A substituição de qualquer subcontratada sujeitar-se-á igual-mente à prévia aprovação da CONTRATANTE.

10.3. A aceitação, pela CONTRATANTE, de qualquer subcontratada, não isentará aCONTRATADA de suas obrigações e responsabilidades assumidas na forma desteContrato, permanecendo a CONTRATADA integralmente responsável perante a CON-TRATANTE pelos serviços executados pelas suas subcontratadas.

CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA - DISPOSIÇÕES GERAIS

11.1. Todos os desenhos, especificações técnicas e cópias de documentos fornecidosà CONTRATADA são de propriedade da CONTRATANTE. Tal documentação será for-necida à CONTRATADA para fins limitados em relação aos serviços contratados enão poderá ser usada para outros fins, sem o prévio consentimento escrito da CON-TRATANTE.

11.2. Se for constatado, durante o andamento dos serviços, que os prazos constantesdo Cronograma Físico de execução dos serviços não estão sendo cumpridos por moti-vos imputáveis à CONTRATANTE, deverão ser alterados os programas de trabalhoindependentemente de notificação por parte da Fiscalização. Se os atrasos constata-dos forem de responsabilidade única e exclusiva da CONTRATADA, esta deverá pro-videnciar, sem ônus para a CONTRATANTE, meios para eliminar os atrasos verifica-dos e manter os serviços de acordo com o Cronograma Físico, incluindo a mobiliza-ção adicional de equipamentos e recursos.

11.3. A aceitação de qualquer parte dos serviços não deverá ser considerada comorenúncia voluntária de quaisquer direitos oriundos de falhas da CONTRATADA no cum-primento de quaisquer de suas obrigações sob este Contrato.

11.4. Fica estabelecido que a comunicação entre as Partes será feita por escrito, atra-vés de cartas, de e-mails, de atas de reunião ou do Diário de Obras, que ficarão naobra sob a guarda da CONTRATADA.

CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA – PENALIDADES E RESPONSABILIDADES

12.1. Caso a CONTRATADA, por sua exclusiva e comprovada culpa, não execute ouconclua os serviços dentro dos prazos estabelecidos no Cronograma Físico deste Con-trato, ou dentro de suas eventuais prorrogações ajustadas entre as Partes, ficará sujei-ta à multa de 0,5% (cinco décimos percentuais) (adequar) do valor do evento ematraso, por semana completa de atraso.

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12.1.1. Na hipótese da CONTRATADA, nas etapas subsequentes, conseguir cor-rigir o atraso verificado dentro do Cronograma Físico, o valor retido será resti-tuído pela CONTRATANTE na primeira medição de serviços que se tornar devi-da após as correções feitas pela CONTRATADA.

12.2. Caso a CONTRATANTE não faça os pagamentos das importâncias devidas à CON-TRATADA, segundo os prazos previstos no Contrato, estará sujeita à multa de morade 2,00% (dois por cento) (adequar), de caráter não compensatório, acrescida de jurosde mora de 1,00% (um por cento) ao mês e/ou fração (adequar) e correção mone-tária com base na variação do Índice Geral de Preço de Mercado – IGPM/FGV (ade-quar), calculados pro rata die. Essa compensação aplicar-se-á também sobre a even-tual parcela de tempo em atraso, referente às atividades da CONTRATANTE de apro-vações de medição e autorizações para faturamento que resultarem em postergaçõesdos pagamentos, comparativamente com o prazo total entre as aprovações das medi-ções e o efetivo pagamento.

12.3. Quaisquer das Partes que descumprir qualquer Cláusula deste Contrato estarásujeita à multa de valor equivalente a 0,5% (cinco décimos percentuais) (adequar)do valor total deste Contrato, a ser aplicada semanalmente até o adimplemento daobrigação, limitada a 10% (dez por cento) (adequar) daquele valor.

12.4. No caso de suspensão ou rescisão do contrato, sob qualquer razão, a CONTRA-TANTE pagará a CONTRATADA a importância equivalente a 10% (dez por cento) (ade-quar) do valor estimado do Contrato, a título de multa rescisória. O pagamento deve-rá ocorrer até 30 (trinta) dias (adequar) da comunicação da suspensão/rescisão e daemissão dos documentos de cobrança, prevalecendo o que ocorrer primeiro.

12.5. No caso da CONTRATADA incorrer em multas, estas serão devidas de pleno direi-to e poderão ser cobradas pela CONTRATANTE, mediante desconto de qualquerimportância que a CONTRATADA tenha a receber da CONTRATANTE, desde que pre-viamente comunicado por escrito à CONTRATADA, assegurado a esta o direito da ampladefesa e do contraditório.

12.6. Não obstante quaisquer outras condições, a responsabilidade da CONTRATADAperante a CONTRATANTE e terceiros, no que tange a lei e a este Contrato, em rela-ção a quaisquer penalidades e/ou indenizações oriundas do Contrato, fica limitada a10% (dez por cento) (adequar) do valor original deste Contrato.

12.7. Em nenhuma das hipóteses previstas contratualmente, arcarão qualquer das Par-tes, em relação uma a outra e a terceiros, com despesas com perdas e danos (taiscomo perdas de produção; lucros cessantes; danos à imagem; custo de capital), emvirtude da execução dos serviços-objeto deste instrumento.

CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA - ACEITAÇÃO DOS SERVIÇOS

13.1. Os serviços executados e incluídos nos Boletins de Medição não serão conside-rados como aceitos, ainda que tenham sido pagos. Sua aceitação submete-se aos pro-cedimentos estabelecidos a seguir, nesta Cláusula.

13.2. A CONTRATADA deverá comunicar formalmente à CONTRATANTE a conclusãodos serviços, objeto do presente Contrato, para que a CONTRATANTE, no prazo máxi-mo de 15 (quinze) dias (adequar), proceda por intermédio da Fiscalização à necessáriaverificação com vistas a constatar sua fiel execução, recebendo esses serviços inicial-mente em caráter provisório, mediante a emissão do Termo de Recebimento Provisório.

13.2.1. Se forem comprovadamente constatados defeitos, falhas ou omissões impu-táveis exclusivamente à CONTRATADA, a CONTRATANTE as comunicarão for-malmente à CONTRATADA e esta, a seu custo e dentro dos prazos acordadosentre as Partes, sanará as irregularidades apontadas, refazendo, total ou parcial-mente, conforme o caso, os itens julgados insatisfatórios;

13.2.2. Uma vez procedidas todas as necessárias correções e ficando constata-da a perfeita execução dos serviços, a CONTRATADA solicitará à CONTRATAN-TE a aceitação dos serviços e a emissão do Termo de Recebimento Provisório,o qual será visado pela Fiscalização e entregue à CONTRATADA, no prazo máxi-mo de 5 (cinco) dias (adequar);

13.2.3. Durante o período de carência de 90 (noventa) dias (adequar), contadosa partir da assinatura do Termo de Recebimento Provisório, a CONTRATADA, àssuas expensas e mediante comunicação escrita da CONTRATANTE, executará acorreção e reparos de defeitos ou omissões que venham a ser verificados nos ser-viços, excetuando os decorrentes de mau uso ou de má conservação.

13.3. O Termo de Recebimento Definitivo será emitido pela CONTRATANTE no pra-zo máximo de 5 (cinco) dias (adequar) após o término do período de manutenção,previsto no item anterior e mediante apresentação.

CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA - GARANTIAS

14.1. A CONTRATADA responderá pela correção, segurança e solidez dos serviçosexecutados por ela própria, ou por suas subcontratadas, ficando obrigada a reparar ourefazer, às suas custas e dentro de prazo compatível acordado entre as Partes, todosos defeitos, erros, falhas, omissões e quaisquer irregularidades, comprovadamente desua responsabilidade, que venham a ser verificados nos serviços, no decurso de pra-

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zo de 5 (cinco) anos, contados da data de emissão do Termo de Recebimento Defini-tivo (adequar), conforme previsto no Código Civil Brasileiro, exceto aquelas decorren-tes de utilização inadequada ou em desconformidade com as orientações fornecidas.

14.2. Garantia do Fiel Cumprimento das Obrigações Contratuais - Como garantia dofiel cumprimento de suas obrigações contratuais, e sem prejuízo das demais garan-tias aqui previstas, a CONTRATADA deverá apresentar, dentro de 30 (trinta) dias(adequar) a contar da assinatura deste contrato, Seguro-Garantia (ou Carta de Fian-ça Bancária) (adequar), com cobertura de 10% (dez por cento) (adequar) do preçoinicial do Contrato, como garantia do cumprimento de suas obrigações, assumidasneste Contrato.

14.2.1. A garantia apresentada deverá ter validade de 30 (trinta) dias (adequar)após a emissão do Termo de Recebimento Definitivo dos serviços;

14.2.2. Se, por qualquer razão, até 30 (trinta) dias do vencimento do Seguro-Garantia (ou da Carta de Fiança Bancária) (adequar), ainda não tiver sido emi-tido o Termo de Recebimento Definitivo, a CONTRATADA obriga-se a substituira garantia por outra, cujo valor será calculado com base no saldo previsto a serexecutado e cuja validade será de 30 (trinta) dias (adequar) após a nova dataestimada para a emissão do referido Termo de Recebimento Definitivo deste Con-trato. A referida substituição deverá ser efetuada em até 20 (vinte) dias antesdo vencimento do Seguro-Garantia (ou da Carta de Fiança Bancária) (adequar)a ser substituído;

14.2.3. Se o motivo da substituição não for de responsabilidade exclusiva e com-provada da CONTRATADA, os custos desta substituição serão arcados pelaCONTRATANTE.

14.3. Garantia para Pagamentos Antecipados – Como garantia de adiantamentos porconta de obra, serviços, aquisição ou compra de materiais ou equipamentos, a seremprestados para posterior prestação de contas, ou como pagamento prévio à prestaçãode obrigação, a CONTRATADA deverá apresentar ao CONTRATANTE em até 15 (quin-ze) dias (adequar) da apresentação do(s) documento(s) de cobrança ou respectiva(s)fatura(s), Seguro-Garantia (ou Carta de Fiança Bancária) (adequar), no valor doadiantamento, com validade até 30 (trinta) dias (adequar) após a data estimada parao cumprimento da obrigação.

14.3.1. Esta garantia poderá ser reduzida proporcionalmente à compensação dorespectivo valor adiantado;

14.3.2. Se até 30 (trinta) dias do vencimento do Seguro-Garantia (ou da Carta

de Fiança Bancária) (adequar) ainda não houver ocorrido o cumprimento daobrigação, a CONTRATADA obriga-se a substituir ou aditar a garantia, que cor-responderá ao valor devido e terá o vencimento ajustado para 30 (trinta) dias(adequar) após a nova data estimada para o cumprimento da obrigação. A refe-rida substituição deverá ser efetuada em até 20 (vinte) dias do vencimento doSeguro-Garantia (ou da Carta de Fiança Bancária) (adequar) a ser substituído.

14.4. As apólices de garantia deverão ser devolvidas pela CONTRATANTE à CONTRA-TADA em até 30 (trinta) dias (adequar) do cumprimento da obrigação. Na hipóteseda retenção das apólices ou sua não devolução por parte da CONTRATANTE na dataprevista, ficará a CONTRATANTE sujeita a pagar à CONTRATADA multa no valor de0,5% (cinco décimos percentuais) (adequar) por semana de atraso, calculada sobreo valor das apólices.

CLÁUSULA DÉCIMA QUINTA - SEGUROS

15.1. A CONTRATADA manterá, durante todo o prazo de vigência do presente Con-trato, os seguintes seguros, fornecendo à Fiscalização cópia das respectivas apólices:

15.1.1. Seguro de risco de engenharia e responsabilidade civil cruzada de cons-trutor para cobertura de danos, perdas e lesões pessoais, inclusive morte emateriais de terceiros, nomeando a CONTRATANTE e outras Empreiteiras queestejam realizando serviços no Canteiro de Obras como seguradas;

15.1.2. Seguro de acidente de trabalho, extensivo às suas subcontratadas.

Quando o seguro for de responsabilidade do CONTRATANTE, adotou a cláusula 15.1abaixo:

15.1. A CONTRATANTE manterá, durante todo o prazo de vigência do presente Con-trato, seguro de risco de engenharia e responsabilidade civil cruzada para coberturade danos, perdas e lesões pessoais, inclusive morte e materiais de terceiros, nomean-do a CONTRATADA e outras Empreiteiras que estejam realizando serviços no Can-teiro de Obras como seguradas.

15.1.1. Na apólice constará que a CONTRATADA e suas subcontratadas são co-seguradas;

15.1.2. Em caso de sinistro, a franquia limita-se ao valor de R$.................................................(................) (completar);

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15.1.3. A responsabilidade da CONTRATADA quanto a indenizações e reclama-ções decorrentes de prejuízos, perdas e danos físicos ou materiais causados pelaCONTRATADA à CONTRATANTE limitam-se aos riscos não cobertos pelo refe-rido seguro.

15.2. A CONTRATANTE fornecerá à CONTRATADA, no prazo máximo de 30 (trinta)dias da assinatura do Contrato, cópia da apólice de seguro por ela contratada.

CLÁUSULA DÉCIMA SEXTA – SUSPENSÃO E RESCISÃO

16.1. O presente contrato poderá ser rescindido de pleno direito pela Parte inocente se:

a) qualquer uma das Partes comprovadamente tornar-se inadimplente em rela-ção a qualquer obrigação, cláusula ou condições do presente Contrato;

b) qualquer uma das Partes, sem motivo justo, suspender a execução dos ser-viços antes de sua conclusão, por período superior a 30 (trinta) dias;

c) qualquer uma das Partes requerer recuperação judicial ou tiver decretada asua falência, ou tornar-se insolvente, ou entrar em liquidação judicial ou extra-judicial;

16.2. O presente contrato poderá ser rescindido de pleno direito pela CONTRATAN-TE se:

a) a CONTRATADA não for comprovadamente diligente na execução dos servi-ços ou infringir reiteradamente as cláusulas do presente contrato;

b) a CONTRATADA incidir em multas além do limite de 10% (dez por cento)(adequar) do preço total deste Contrato, como previsto neste Contrato;

16.3. O presente contrato poderá ser rescindido de pleno direito pela CONTRATADAse a CONTRATANTE atrasar o pagamento das faturas previstas neste Contrato, semque haja justa razão para isso, por período superior a 30 (trinta) dias ou infringir rei-teradamente as cláusulas do presente Contrato (adequar).

16.4. A Parte prejudicada deverá comunicar formalmente à Parte inadimplente o seuinadimplemento, devendo a Parte infratora corrigir seu inadimplemento dentro de 15(quinze) dias (adequar) contados da data do recebimento da comunicação. Caso oinadimplemento não seja sanado neste prazo, a Parte prejudicada poderá rescindir opresente Contrato.

16.5. Ocorrendo a rescisão por qualquer dos motivos previstos nos itens anteriores,fica convencionado que:

a) a CONTRATADA removerá do Canteiro de Obras todos os equipamentos,máquinas e instalações de sua propriedade, obrigando suas subcontratadas aidênticas providências;

b) se for necessário a CONTRATANTE refazer ou corrigir algum serviço, o res-pectivo custo será previamente acordado com a CONTRATADA, e será deduzi-do de qualquer valor devido à CONTRATADA;

c) ambas as Partes respondem por suas respectivas obrigações contratuais atéa data da rescisão, inclusive pagamentos e penalidades já incorridas.

16.6. No caso de suspensão ou rescisão do Contrato, sob qualquer razão, além damulta rescisória prevista neste Contrato à parte infratora, a CONTRATANTE pagaráà CONTRATADA os faturamentos já realizados e ainda não quitados, os serviços exe-cutados ainda não medidos/faturados, os materiais em trânsito, os custos das resci-sões com fornecedores, subempreiteiros e funcionários, bem como os custos com adesmobilização de pessoal e equipamentos e eventual remobilização. O pagamentodeverá ocorrer até 30 (trinta) dias da comunicação da suspensão/rescisão e da emis-são dos documentos de cobrança, prevalecendo o que ocorrer primeiro.

CLÁUSULA DÉCIMA SÉTIMA - MARCAS E PATENTES

17.1. O uso de marcas, patentes, registros, processos e licenças envolvendo o objetodeste Contrato são de inteira responsabilidade e ônus da CONTRATADA, não se res-ponsabilizando a CONTRATANTE por qualquer utilização indevida.

CLÁUSULA DÉCIMA OITAVA - CESSÃO

18.1. A CONTRATADA não poderá ceder ou transferir total ou parcialmente o presen-te Contrato, sem o prévio consentimento escrito da CONTRATANTE.

CLÁUSULA DÉCIMA NOVA - FORÇA MAIOR

19.1. Nenhuma da Partes será responsável pelo descumprimento ou atraso no cum-primento das obrigações ora contratadas, quando decorrentes de circunstâncias fora

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de seu controle que afetem diretamente a obrigação inadimplida e que constituamforça maior ou caso fortuito, nos termos do artigo 393 do Código Civil Brasileiro.

CLÁUSULA VIGÉSIMA – TOLERÂNCIA E CONCESSÕES.

20.1. Se qualquer das Partes, em benefício da outra, permitir, mesmo por omissão, odescumprimento total ou parcial das cláusulas e condições do presente Contrato, talfato não poderá liberar, desonerar, ou de qualquer forma afetar ou prejudicar o direi-to da outra de exigir o cumprimento dessas cláusulas e condições, que permanece-rão inalteradas, sem que a tolerância importe em novação ao ora pactuado.

CLÁUSULA VIGÉSIMA PRIMEIRA – SIGILO

21.1. A CONTRATADA deverá manter absoluto sigilo sobre quaisquer dados ou infor-mações a que tiver acesso em razão da prestação de serviços ora pactuada, compro-metendo-se, a menos que estritamente necessário à execução dos serviços contrata-dos, a não fornecer informações sobre a natureza ou andamento dos serviços, dar conhe-cimento, transmitir ou ceder a terceiros, mesmo que parcialmente, qualquer dado deque tiver ciência ou documentação que lhe for entregue ou que preparar em funçãoda execução dos serviços, salvo mediante autorização escrita da CONTRATANTE.

CLÁUSULA VIGÉSIMA SEGUNDA – SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

22.1. Toda e qualquer eventual controvérsia que surgir da interpretação ou execuçãodo presente Contrato, ou a ele se relacionar, que não for solucionada amigavelmen-te pelas Partes, será resolvida por Arbitragem, de acordo com as normas do Regula-mento de Arbitragem da …………................…………… (completar), com sede em............................... (completar cidade/UF) e com a Lei de Arbitragem 9307/96, por03 (três) árbitros, nomeados conforme o disposto no referido Regulamento.

CLÁUSULA VIGÉSIMA TERCEIRA - FORO

23.1. Para a execução da sentença arbitral e ajuizamento de eventuais medidas cau-telares relacionadas à arbitragem, as Partes elegem o Foro da Comarca de............................................ (completar cidade/UF), com renúncia expressa de qual-quer outro, por mais privilegiado que seja.

E, por estarem as Partes justas e contratadas, assinam o presente instrumento em 2(duas) vias de igual teor, para um só efeito, na presença das testemunhas, que tam-bém o assinam.

…………………., ……de …………… de 2…... (completar data)

(completar dados)

_______________________________ _________________________________CONTRATANTE CONTRATANTENome: ……………......................... Nome: ……………............................Cargo: …………….......................... Cargo: …………….............................

_______________________________ _________________________________CONTRATADA CONTRATADANome: ……………......................... Nome: ……………............................Cargo: ……………......................... Cargo: …………….............................

Testemunhas:

_______________________________ _________________________________Nome: ……………......................... Nome: ……………............................Identidade: ................................... Identidade: ......................................CPF: ……………............................ CPF: ……………...............................Endereço: ..................................... Endereço: ........................................

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5.2 MINUTA DE CONTRATO

MODELO SUGERIDO PARA CONTRATO PARTICULAR A PREÇO GLOBAL

Sugestão de Contrato Particular de Prestação de Serviços, sob o regime de contrata-ção a preço global, considerando condições contratuais que instituam um contratomais equilibrado entre as Partes.

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DESERVIÇOS QUE ENTRE SI FAZEM:

De um lado,

……………………… (nome completo da CONTRATANTE), empresa com sede na………………........................ (escrever endereço completo), inscrita no CNPJ sob on.º............................. (completar) e Inscrição Estadual n.º........................... (com-pletar), neste ato por seus representantes legais infra assinados, doravante denomi-nada CONTRATANTE,

e, de outro lado,

……………………… (nome completo da CONTRATADA), empresa com sede na………………........................ (escrever endereço completo), inscrita no CNPJ sob on.º ............................. (completar) e Inscrição Estadual n.º ........................... (com-pletar), neste ato por seus representantes legais infra assinados, doravante denomi-nada CONTRATADA.

As Partes acima regularmente identificadas e qualificadas ajustam de comum acordoo presente Contrato, mediante as seguintes cláusulas e condições.

CLÁUSULA PRIMEIRA - OBJETO

1.1. Constitui objeto do presente Contrato a execução pela CONTRATADA, sob o regi-me de empreitada a preço global, de serviços de…………………….. (detalhar clara-mente o objeto contratual) nas instalações da CONTRATANTE, em……………….

(escrever endereço completo), os quais serão realizados em estrita conformidade comas disposições do presente Contrato e dos documentos mencionados na Cláusula Ter-ceira adiante que, em forma de Anexos, integram o presente instrumento.

CLÁUSULA SEGUNDA - ESCOPO DOS SERVIÇOS

2.1. Os serviços serão executados consoantes as especificações contratuais, memo-riais descritivos, critérios de medição e demais documentos relacionados na Cláusu-la Terceira deste Contrato, com o fornecimento de mão de obra, equipamentos de cons-trução e materiais, necessários à plena execução dos serviços (detalhar bem e ade-quar de acordo com o objeto contratual).

CLÁUSULA TERCEIRA - DOCUMENTOS DO CONTRATO

3.1. Fazem parte integrante deste Contrato os documentos a seguir relacionados, sen-do que, na hipótese de divergência entre os Anexos, a prevalência será determinadapela ordem em que estão relacionados abaixo:

Anexo I - Proposta Comercial Consolidada n.º……….....….. (completar) e PropostaTécnica Consolidada n.º………….. (completar) da CONTRATADA, datadas de…………(completar).

Anexo II – Lista dos projetos que geraram o Preço Global (relacionar todos os pro-jetos, indicando número do projeto, data e numeração da revisão).

Anexo III – E-mails e correspondências trocadas durante a licitação (relacionar todosos documentos, indicando nome, data e revisão).

Anexo IV - Edital de Concorrência, Memorial Descritivo, Especificações Contratuais,Critérios de Medição, Desenhos, Normas e Procedimentos de Segurança, PreservaçãoAmbiental, Saúde, Medicina e Higiene do Trabalho, Normas Internas da CONTRA-TANTE (relacionar todos os documentos, indicando nome, data e revisão).

Anexo V -……………. (completar)

3.2. Os documentos acima explicitados terão validade independente de transcriçãosalvo no que, eventualmente, conflitarem com os termos do Contrato, caso em queprevalecerão as estipulações deste instrumento.

3.3. Em caso de ambiguidade ou dúvida na interpretação dos documentos de Con-

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trato, tão logo detectadas as Partes deverão, por consenso, formalizar por escrito asinterpretações necessárias para o esclarecimento de tais dúvidas ou discrepâncias.

3.4. Nenhum dos termos e condições contidos no Contrato e seus Anexos poderãoser alterados, omitidos ou dispensados, salvo com o consentimento expresso das Par-tes, mediante a emissão de Termo Aditivo ao Contrato.

CLÁUSULA QUARTA - OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA

4.1. A CONTRATADA compromete-se a:

4.1.1. Agir de forma diligente e oportuna para atender a CONTRATANTE, obser-vando cuidadosamente as boas práticas de execução dos serviços, a Legislaçãovigente, as Normas Técnicas aplicáveis.

4.1.2. Observar todo o disposto neste Contrato, atendendo ao estabelecido nosdocumentos constantes da Cláusula Terceira.

4.1.3. Fornecer e manter os equipamentos alocados sempre em perfeito estadode conservação e funcionamento, de modo a garantir bom desempenho e segu-rança de seus operadores e de terceiros.

4.1.4. Atender, no prazo acordado entre as Partes, as requisições da CONTRA-TANTE para a reposição e/ou substituição de qualquer equipamento ou seuacessório e/ou ferramenta que não esteja comprovadamente em condições deatender ao desempenho e segurança dos operadores.

4.1.5. Acatar todas as disposições, normas e regulamentos da CONTRATANTEem suas instalações relacionadas neste instrumento. Caso tais documentos sejammodificados, ou sejam criados novos documentos, desde já as Partes concordamem analisar e repactuar as novas condições de execução.

4.1.6. Organizar e manter a disciplina no Canteiro de Obras, no que se refere aopessoal próprio, terceiros a seu serviço ou visitantes da CONTRATADA.

4.1.7. Manter seu pessoal uniformizado e identificado.

4.1.8. Manter um funcionário apto a representá-la junto à CONTRATANTE portempo integral no local de execução dos serviços.

4.1.9. Organizar e manter serviços de segurança, medicina, higiene e vigilância noCanteiro de Obras, bem como prestar os primeiros socorros a seus empregados.

4.1.10. Observar o cumprimento da Legislação e os padrões da CONTRATANTE comrelação aos aspectos ambientais, vigentes na data das Propostas da CONTRATADA.

4.1.11. Emitir o Relatório Diário de Obra, contendo informações relevantes quantoao andamento dos serviços, que deverá ter o visto do engenheiro ou dos técnicosrepresentantes da CONTRATANTE diariamente, sob pena de não serem aceitos.

4.1.12. A CONTRATADA deverá emitir, até o 10º dia do mês subsequente, o Rela-tório Mensal de Progresso, contendo o registro da evolução dos trabalhos e osfatos importantes que afetaram o desempenho do empreendimento.

4.1.13. Entregar à CONTRATANTE, quando solicitado, cópia de todo documen-to usual de acompanhamento dos serviços e que venha ser solicitado pela Fis-calização, quer de natureza técnica, quer de natureza contábil e especialmenteos comprovantes de recolhimento do INSS, FGTS, Folha de Pagamento e ISS, porocasião dos pagamentos dos serviços a serem efetuados pela CONTRATANTE àCONTRATADA, referentes ao mês anterior ao da prestação dos serviços.

4.1.14. Empregar métodos de trabalho que conduzam à boa qualidade final dosserviços e prestar os esclarecimentos solicitados em qualquer fase ou etapa desua execução.

4.1.15. Assumir, durante a execução dos serviços, exclusiva responsabilidadepor danos pessoais sofridos por empregados seus e de suas subcontratadas, exo-nerando expressamente a CONTRATANTE e a Fiscalização de qualquer respon-sabilidade, excetuando a hipótese dos danos decorrerem de atos praticados porprepostos dessas.

4.2. Colaborar com a CONTRATANTE, permitindo o acesso desta e de outras empre-sas contratadas por ela para desenvolver serviços no Canteiro de Obras, nas áreas emque estarão sendo desenvolvidos os serviços, desde que sem prejuízo do prazo doscustos orçados, da produtividade e da segurança da CONTRATADA.

4.3. A CONTRATADA é responsável pela solidez e segurança dos serviços, nos ter-mos do artigo 618 do Código Civil Brasileiro.

4.4. Garantir o acesso da Fiscalização a todos os locais onde estejam se realizandoos serviços-objeto deste Contrato.

4.5. Adotar medidas de proteção e salvaguarda das propriedades e instalações da CON-TRATANTE ou de terceiros no Canteiro de Obras, adotando todas as medidas necessá-rias à preservação de tais bens, nos limites e moldes estabelecidos neste instrumento.

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4.6. Todos os seguros de responsabilidade da CONTRATADA permanecerão em vigoraté a conclusão definitiva dos serviços, respondendo a CONTRATADA integralmentepor quaisquer prejuízos advindos do não atendimento desta obrigação.

4.7. A CONTRATADA assume plena e total responsabilidade pelos serviços, desde oseu início até o seu recebimento definitivo pela CONTRATANTE, conduzindo-os deacordo com o Cronograma Físico Contratual de execução da obra.

4.8. Refazer, sem qualquer ônus para a CONTRATANTE, qualquer parte dos serviçosque tenha sido executada comprovadamente de modo incorreto ou de forma insatis-fatória, dentro do prazo que para tal for estabelecido entre as Partes.

4.9. A CONTRATADA deverá efetuar no prazo máximo de 30 (trinta) dias (adequar),contados da data de assinatura do presente contrato e da autorização para início dosserviços, sob sua responsabilidade e custos, a Anotação de Responsabilidade Técni-ca do presente Contrato no CREA conforme previsto na Lei 6.496/77, apresentandoa devida comprovação à CONTRATANTE.

4.10. A CONTRATADA deverá obter e manter em vigor, às suas expensas, quaisquerlicenças ou autorizações que sejam obrigatórias para o seu funcionamento, excetoaquelas necessárias à implantação do empreendimento e as que dependam direta ouindiretamente de obrigações da CONTRATANTE ou de terceiros sob sua responsabi-lidade, por serem estas últimas de responsabilidade da CONTRATANTE (adequar).

4.11. A CONTRATADA declara estar ciente das condições normais e peculiares da regiãoonde se localizam as obras-objeto deste Contrato, entre as quais, mas sem limitação:transporte, acesso, manuseio e armazenagem de materiais e/ou equipamentos, dis-ponibilidade e qualidade da mão de obra, água e força elétrica, disponibilidade e esta-do de estradas e vias de acesso, condições climáticas, hidrológicas e outras.

4.12. A CONTRATADA compromete-se a executar a totalidade dos trabalhos pelo Pre-ço Global constante da Cláusula Sétima, desde que sejam mantidos os projetos rela-cionados no Anexo II e sua respectivas revisões.

CLÁUSULA QUINTA - OBRIGAÇÕES DA CONTRATANTE

5.1. A CONTRATANTE deverá fornecer até o dia ........ (...........) (completar) todosos projetos executivos, desenhos, especificações, informações, detalhes e instruçõescomplementares necessárias à completa e perfeita execução dos serviços contratados.

5.3.1 O projeto executivo deverá conter os elementos necessários e suficientes

para possibilitar à CONTRATADA desenvolver os seus trabalhos, entre outros,terem um nível de precisão adequado de forma a possibilitar uma visão globalda obra e identificar todos os elementos constitutivos com clareza.

5.2. A CONTRATANTE deverá entregar, tempestivamente, as áreas onde os trabalhosserão executados, livres e desimpedidas, e autorizar o início dos serviços ora contra-tados em tempo hábil, conjuntamente ou por etapas, observando as datas necessá-rias ao cumprimento do estabelecido no Cronograma Físico Contratual.

5.3. Caso ocorra algum atraso, por parte da CONTRATANTE, na liberação das áreasou no fornecimento dos projetos executivos, desenhos, especificações, detalhes ouinstruções necessárias à execução dos serviços, esta prorrogará o prazo contratual ereembolsará à CONTRATADA todos os custos adicionais em que a última incorrer emdecorrência desse atraso, tais como alteração na metodologia e/ou sequência execu-tiva dos serviços, mão de obra e/ou equipamentos ociosos etc., visando restabelecero equilíbrio econômico-financeiro do Contrato.

5.4. A CONTRATANTE compromete-se a:

5.4.1. Realizar os pagamentos de acordo com o estabelecido neste Contrato;

5.4.2. Assegurar o acesso, às suas instalações, dos empregados e equipamentosnecessários à prestação dos serviços;

5.4.3. Obter todas as licenças, inclusive as ambientais, necessárias para a implan-tação das obras, exceto aquelas estipuladas neste instrumento cujo fornecimen-to é de responsabilidade da CONTRATADA (adequar).

5.4.4. Credenciar formalmente, por escrito, junto a CONTRATADA, a equipe deacompanhamento e fiscalização do Contrato;

5.4.5. Informar à CONTRATADA, em tempo hábil, o número da matrícula CEIpara recolhimento das contribuições junto ao INSS, para as obras objeto do Con-trato (adequar);

5.4.6. Assinar diariamente o Diário de Obras;

5.4.7. Responsabilizar-se pela compatibilização, integridade e legitimidade de todosos projetos e respectivas especificações por ela fornecidas;

5.4.8. Emitir, após a última medição, o Atestado de Capacidade Técnica dos ser-viços executados pela CONTRATADA. Para isso, a CONTRATADA fornecerá à CON-

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TRATANTE uma minuta do referido documento, a qual a CONTRATANTE terá até5 (cinco) dias úteis, contados da data do seu recebimento, para analisá-la, revisá-la e emiti-la.

CLÁUSULA SEXTA - PRAZO

6.1. Os serviços serão executados no prazo de...... (.............) dias (completar), con-tados a partir de ...................... (completar), consoante o Cronograma Físico Con-tratual constante deste instrumento.

6.2. O prazo para execução e conclusão dos serviços poderá ser prorrogado nosseguintes casos:

6.2.1. Por motivo de Força Maior ou Caso Fortuito, a que se refere o artigo 393do Código Civil Brasileiro;

6.2.2. Em decorrência da suspensão total ou parcial dos serviços pela CON-TRATANTE, desde que dita suspensão não decorra de ação ou omissão daCONTRATADA;

6.2.3. Em virtude de modificações ou acréscimos nos serviços determinados pelaCONTRATANTE;

6.2.4. Em decorrência de atraso por parte da CONTRATANTE, na liberação deprojetos, especificações, informações, detalhes, fornecimento de materiais desua responsabilidade ou na liberação de frentes ou áreas de trabalho em tempohábil ou nas condições estabelecidas, que provoquem efetivo atraso na execu-ção dos serviços;

6.2.5. Em caso de ocorrência de greve, mesmo estando a CONTRATADA cum-prindo com todas as obrigações constantes da Convenção Coletiva;

6.2.6. Em virtude de modificações ou alterações das condições contratuais queresultem no efetivo atraso na execução dos serviços;

6.2.7. Em virtude de ação ou omissão da CONTRATANTE;

6.2.8. Por conveniência das Partes, através de deliberação tomada de comumacordo.

6.3. Serão acrescidos, ao prazo indicado no item 6.1 supra, os dias em que os servi-ços estiverem paralisados devido às chuvas e suas consequências, capazes de, com-

provadamente, influir no andamento dos serviços, desde que registrados no Diáriode Obras e reconhecidos pela fiscalização.

6.4. Ocorrendo quaisquer das circunstâncias referidas nesta Cláusula, a CONTRATA-DA deverá comunicá-las à CONTRATANTE, justificando o eventual atraso no prazode execução dos serviços que daí resultar. Nessa hipótese, as Partes acordarão o novoprazo e condições para a execução dos mesmos.

CLÁUSULA SÉTIMA – PREÇO CONTRATUAL

7.1. Pela execução dos serviços realizados e aceitos sob este Contrato de Empreitadaa Preço Global, a CONTRATANTE pagará à CONTRATADA o valor global de ……………(……………)(completar), base mês ..................... (completar).

7.2. A remuneração dos serviços será efetuada com base nas medições, consoanteCláusula Nona deste Contrato.

7.3. O preço apresentado no item 7.1 retro inclui equipamentos de construção, suamanutenção, combustíveis, lubrificantes, mão de obra direta e indireta, encargossociais, impostos e taxas, ferramentas e utensílios de qualquer natureza, serviços auxi-liares e os materiais para a total execução dos serviços, além da administração e lucro,pelo que nenhum outro pagamento, reembolso ou compensação de qualquer natu-reza será devido à CONTRATADA, em razão da execução dos serviços nas condiçõescontratuais ora ajustadas (adequar).

7.3.1. Na ocorrência de greves no Canteiro de Obras, os custos daí advindosserão suportados pela CONTRATANTE, desde que a CONTRATADA esteja cum-prindo com todas as obrigações constantes da legislação trabalhista e da Con-venção Coletiva.

7.4. Não se constituirá em motivo para alteração do preço global a verificação de queforam executadas quantidades diferentes das previstas nas planilhas de orçamento, exce-to se resultantes de modificações nos projetos básicos ou executivos introduzidas pelaCONTRATANTE, as quais serão objeto de TERMO ADITIVO a este Contrato.

7.4. Sempre que as modificações de Projeto solicitadas pela CONTRATANTE implica-rem em alterações de preços ou prazos contratuais, a CONTRATADA deverá informarà Fiscalização, por escrito, da extensão das alterações de preços e prazos envolvidos.Caso a CONTRATANTE concorde com as alterações de prazos e/ou preços indicadospela CONTRATADA, estas serão registradas em formulário apropriado antes da exe-cução dos serviços solicitados, as correspondentes Modificações de Campo que, uma

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 8382

vez aprovadas e assinadas pelos representantes das Partes passarão a integrar o pre-sente Contrato, para todos os fins.

7.5. Os serviços que se fizerem necessários para a execução de modificações intro-duzidas no escopo original, e/ou nas informações básicas para elaboração dos pro-jetos, e/ ou nas especificações contidas neste contrato, e/ou fruto da insuficiência deinformações técnicas durante a fase de contratação das obras, e/ou alterações nosprojetos já aprovados terão seus preços compostos tendo como base aqueles cons-tantes da Planilha de Quantidades e Preços que integra o contrato, ou quando tal nãofor possível, mediante prévio entendimento escrito entre as Partes e que passará afazer parte deste Contrato.

7.6. Não haverá, sob qualquer título ou pretexto, alteração na remuneração aqui previs-ta quando, a fim de atender à programação acordada, a CONTRATADA realizar trabalhosnoturnos, ou em domingos e feriados, ou mobilizar equipamentos ou outros recursos adi-cionais com a mesma finalidade, desde que o fato gerador que tenha motivado a aloca-ção dos recursos adicionais seja de responsabilidade exclusiva da CONTRATADA.

7.7. Caso ocorra o desequilíbrio econômico/financeiro do Contrato, por motivosalheios à vontade das Partes, ou caso ocorram fatos contrários às condições contra-tadas nesta data, e que venham a comprometer diretamente os serviços objeto des-te Contrato, fica acordado que as Partes poderão repactuar os preços contratuais. Paraisso, a CONTRATADA deverá apresentar à CONTRATANTE um estudo descrevendotais fatos, sendo que as Partes desde já se comprometem a analisar o assunto.

7.8. A CONTRATADA poderá, caso necessário, negociar os créditos oriundos destecontrato junto a instituições financeiras de seu relacionamento, a fim de promovercessão de direitos creditórios, nos termos da legislação vigente, mediante prévio acor-do entre as Partes.

7.9. Quaisquer leis, decretos, portarias, tributos, impostos, contribuições, convençõesou encargos legais aplicáveis ao Contrato, que forem criados, alterados ou extintosapós a data base contratual, e que venham impactar nos preços contratados, deve-rão ser considerados pelas Partes, promovendo-se os ajustes necessários nos parâme-tros e condições contratuais diretamente afetados, de forma a serem considerados nosfaturamentos correspondentes, tão logo passem a vigorar.

CLÁUSULA OITAVA - REAJUSTAMENTO

8.1. Os preços aqui contratados são fixos e irreajustáveis por 12 (doze) meses conta-da da data-base indicada na Proposta Comercial da CONTRATADA, parte integrante

deste Contrato, ou por prazo menor segundo a legislação vigente na época. Após esseperíodo, os preços serão reajustados com base em uma fórmula paramétrica de rea-juste, pactuada de boa-fé entre as Partes, e que espelhe a variação dos custos dosinsumos. (Nota: esta fórmula paramétrica poderá ser definida ainda à época da nego-ciação do contrato).

CLÁUSULA NONA – MEDIÇÃO, FATURAMENTO E PAGAMENTO

9.1. Os preços dos serviços contratados serão faturados e pagos da seguinte forma:

9.1.1. .......% (....... por cento) (completar) do valor global estipulado na Cláu-sula Sétima para o Contrato serão pagos como sinal em até ....... (..............) dias(completar) da data da entrega pela CONTRATADA dos documentos de cobran-ça, mediante recibo a ser emitido pela CONTRATADA. Para o efetivo pagamen-to, a CONTRATADA deverá apresentar ainda, com uma antecedência mínima de..... (.........) dias (completar) da data prevista para o pagamento, o respectivoSeguro-Garantia (ou Carta de Fiança Bancária) (adequar) no valor do sinal, con-forme cláusula contratual adiante (ajustar condições).

9.1.2. .......% (................por cento) (completar) do valor global estipulado naCláusula Sétima para o Contrato serão pagos de acordo com as medições dosserviços executados mensalmente, tomando-se por base a Tabela de Eventosanexa a este Contrato (ajustar condições).

9.2. Os serviços serão medidos conforme estabelecido nos Critérios de Medição, par-te integrante deste Contrato.

9.2.1 Até o ........... dia útil de cada mês (completar) a CONTRATADA apresen-tará à CONTRATANTE os Boletins de Medição correspondentes ao mês anterior,para aprovação (ajustar condições).

9.3. A partir da data do recebimento do Boletim de Medição, a CONTRATANTE terá5 (cinco) dias corridos (adequar) para aprová-lo e autorizar a emissão do respectivodocumento de cobrança. Os pontos controversos serão mantidos em discussão até oentendimento entre as partes, devendo a CONTRATANTE aprovar o restante da medi-ção dentro do prazo supra. Aprovada a medição, a CONTRATADA emitirá o respec-tivo documento de cobrança em até 2 (dois) dias (adequar).

9.3.1. Tendo sido solucionado parte controvérsia, a CONTRATANTE terá 1 (um)dia útil (adequar) para liberar a emissão dos documentos de cobrança do saldoda medição, para pagamento nos prazos estabelecidos.

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CLÁUSULA DÉCIMA – SUBCONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS

10.1. A CONTRATADA, em nenhuma hipótese, poderá subcontratar a totalidade dosserviços.

10.2. Caso a subcontratação não esteja prevista no Anexo I, a CONTRATADA deve-rá obter autorização prévia e por escrito, da CONTRATANTE, para subcontratar qual-quer parte dos serviços. A substituição de qualquer subcontratada sujeitar-se-á igual-mente à prévia aprovação da CONTRATANTE.

10.3. A aceitação, pela CONTRATANTE, de qualquer subcontratada, não isentará aCONTRATADA de suas obrigações e responsabilidades assumidas na forma desteContrato, permanecendo a CONTRATADA integralmente responsável perante a CON-TRATANTE pelos serviços executados pelas suas subcontratadas.

CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA - DISPOSIÇÕES GERAIS

11.1. Todos os desenhos, especificações técnicas e cópias de documentos forneci-dos à CONTRATADA são de propriedade da CONTRATANTE. Tal documentaçãoserá fornecida à CONTRATADA para fins limitados em relação aos serviços contra-tados e não poderá ser usada para outros fins, sem o prévio consentimento escri-to da CONTRATANTE.

11.2. Se for constatado, durante o andamento dos serviços, que os prazos constantesdo Cronograma Físico de execução dos serviços não estão sendo cumpridos por moti-vos imputáveis à CONTRATANTE, deverão ser alterados os programas de trabalhoindependentemente de notificação por parte da Fiscalização. Se os atrasos constata-dos forem de responsabilidade única e exclusiva da CONTRATADA, esta deverá pro-videnciar, sem ônus para a CONTRATANTE, meios para eliminar os atrasos verifica-dos e manter os serviços de acordo com o Cronograma Físico, incluindo a mobiliza-ção adicional de equipamentos e recursos.

11.3. A aceitação de qualquer parte dos serviços não deverá ser considerada comorenúncia voluntária de quaisquer direitos oriundos de falhas da CONTRATADA no cum-primento de quaisquer de suas obrigações sob este Contrato.

11.4. Fica estabelecido que a comunicação entre as Partes será feita por escrito, atra-vés de cartas, de e-mails, de atas de reunião ou do Diário de Obras, que ficarão naobra sob a guarda da CONTRATADA.

9.4. Os documentos de cobrança, acompanhados dos respectivos Boletins de Medi-ção devidamente aprovados pela Fiscalização, terão seus pagamentos efetuados pelaCONTRATANTE dentro de ……. (…………) dias corridos (completar) de sua corretaapresentação à Fiscalização, mediante depósito de seu valor em conta corrente ban-cária a ser indicada por escrito pela CONTRATADA.

9.4.1. Caso sejam constatados pela CONTRATANTE erros, falhas ou divergên-cias nos documentos de cobrança, por culpa exclusiva da CONTRATADA, o pra-zo para o pagamento acima estabelecido só será contado a partir da data dereapresentação, pela CONTRATADA, dos documentos de cobrança devidamen-te corrigidos, não cabendo qualquer atualização ou acréscimo sobre os paga-mentos devidos.

9.5. A qualquer tempo, se for encontrado erro ou omissão da CONTRATADA em Fatu-ras já pagas, a CONTRATANTE poderá exigir as correções necessárias e consequen-te acerto de contas em faturas subsequentes.

9.6. No caso da CONTRATADA, exclusiva e comprovadamente, deixar de cumprir quais-quer das condições estipuladas neste Contrato, o fato ser-lhe-á expressamente comu-nicado pela CONTRATANTE, que se reserva o direito de, sem prejuízo de aplicaçãodas penalidades previstas neste Contrato, sustar quaisquer pagamentos devidos atéa solução das pendências.

9.6.1. Quaisquer sustações ou retenções de pagamentos, realizadas indevida-mente pela CONTRATANTE, deverão ser repostas à CONTRATADA, corrigidas pelo........... (completar com índice de correção conhecido IGPM, INCC etc.).

9.7. Nos termos da Lei 8.212/91, com a redação que lhe foi dada pela Lei 9.711/98,e da Instrução Normativa MPS/SRP Nº 3 de 14.07.2005 da Secretaria da Receita Pre-videnciária, a CONTRATANTE procederá à retenção de 11% (onze por cento) sobreo valor demonstrado referente ao pagamento de salários, recolhendo tal quantia emfavor do Instituto Nacional do Seguro Social a título de contribuição relativa à con-tratação de serviços mediante empreitada de mão de obra.

9.7.1. Para tanto, a CONTRATADA promoverá o destaque na fatura de valoresque lhe sejam eventualmente devidos a título de fornecimento de material, for-necimento e/ou locação de equipamentos, dentre outros, de modo que a reten-ção da aludida contribuição não incida sobre tais quantias nos termos do artigo149 e seus parágrafos da referida Instrução Normativa da Secretaria da ReceitaPrevidenciária.

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CONTRATOS DE EMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL | SINDUSCON-MG 8786

CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA – PENALIDADES E RESPONSABILIDADES

12.1. Caso a CONTRATADA, por sua exclusiva e comprovada culpa, não execute ouconclua os serviços dentro dos prazos estabelecidos no Cronograma Físico deste Con-trato, ou dentro de suas eventuais prorrogações ajustadas entre as Partes, ficará sujei-ta à multa de 0,5% (cinco décimos percentuais) (adequar) do valor do evento ematraso, por semana completa de atraso.

12.1.1. Na hipótese da CONTRATADA, nas etapas subsequentes, conseguir cor-rigir o atraso verificado dentro do Cronograma Físico, o valor retido será resti-tuído pela CONTRATANTE na primeira medição de serviços que se tornar devi-da após as correções feitas pela CONTRATADA.

12.2. Caso a CONTRATANTE não faça os pagamentos das importâncias devi-das à CONTRATADA, segundo os prazos previstos no Contrato, estará sujeitaa multa de mora de 2,00% (dois por cento) (adequar), de caráter não com-pensatório, acrescida de juros de mora de 1,00% (um por cento) ao mês e/oufração (adequar) e correção monetária com base na variação do Índice Geralde Preço de Mercado – IGPM/FGV (adequar), calculados pro rata die. Esta com-pensação aplicar-se-á também sobre a eventual parcela de tempo em atraso,referente às atividades da CONTRATANTE de aprovações de medição e auto-rizações para faturamento que resultarem em postergações dos pagamentos,comparativamente com o prazo total entre as aprovações das medições e o efe-tivo pagamento.

12.3. Quaisquer das Partes que descumprir qualquer Cláusula deste Contrato estarásujeita à multa de valor equivalente a 0,5% (cinco décimos percentuais) (adequar)do valor total deste Contrato, a ser aplicada semanalmente até o adimplemento daobrigação, limitada a 10% (dez por cento) (adequar) daquele valor.

12.4. No caso de suspensão ou rescisão do contrato, sob qualquer razão, a CONTRA-TANTE pagará à CONTRATADA a importância equivalente a 10% (dez por cento) (ade-quar) do valor estimado do Contrato, a título de multa rescisória. O pagamento deve-rá ocorrer até 30 (trinta) dias (adequar) da comunicação da suspensão/rescisão e daemissão dos documentos de cobrança, prevalecendo o que ocorrer primeiro.

12.5. No caso da CONTRATADA incorrer em multas, estas serão devidas de pleno direi-to e poderão ser cobradas pela CONTRATANTE, mediante desconto de qualquerimportância que a CONTRATADA tenha a receber da CONTRATANTE, desde que pre-viamente comunicado por escrito à CONTRATADA, assegurado a esta o direito da ampladefesa e do contraditório.

12.6. Não obstante quaisquer outras condições, a responsabilidade da CONTRATA-DA perante a CONTRATANTE e terceiros, no que tange a lei e a este Contrato, emrelação a quaisquer penalidades e/ou indenizações oriundas do Contrato, fica limi-tada a 10% (dez por cento) (adequar) do valor original deste Contrato.

12.7. Em nenhuma das hipóteses previstas contratualmente, arcarão qualquer das Par-tes, em relação uma a outra e a terceiros, com despesas com perdas e danos (taiscomo perdas de produção; lucros cessantes; danos à imagem; custo de capital) emvirtude da execução dos serviços-objeto deste instrumento.

CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA - ACEITAÇÃO DOS SERVIÇOS

13.1. Os serviços executados e incluídos nos Boletins de Medição não serão conside-rados como aceitos, ainda que tenham sido pagos. Sua aceitação submete-se aos pro-cedimentos estabelecidos a seguir, nesta Cláusula.

13.2. A CONTRATADA deverá comunicar formalmente à CONTRATANTE a conclusãodos serviços, objeto do presente Contrato, para que a CONTRATANTE, no prazo máxi-mo de 15 (quinze) dias (adequar), proceda por intermédio da Fiscalização à necessáriaverificação, com vistas a constatar sua fiel execução, recebendo esses serviços inicial-mente em caráter provisório, mediante a emissão do Termo de Recebimento Provisório.

13.2.1. Se forem comprovadamente constatados defeitos, falhas ou omissõesimputáveis exclusivamente à CONTRATADA, a CONTRATANTE deve comuni-cá-los formalmente à CONTRATADA e esta, a seu custo e dentro dos prazos acor-dados entre as Partes, sanará as irregularidades apontadas, refazendo, total ouparcialmente, conforme o caso, os itens julgados insatisfatórios;

13.2.2. Uma vez procedidas todas as necessárias correções e ficando constata-da a perfeita execução dos serviços, a CONTRATADA solicitará à CONTRATAN-TE a aceitação dos serviços e a emissão do Termo de Recebimento Provisório,o qual será visado pela Fiscalização e entregue à CONTRATADA, no prazo máxi-mo de 5 (cinco) dias (adequar);

13.2.3. Durante o período de carência de 90 (noventa) dias (adequar), con-tados a partir da assinatura do Termo de Recebimento Provisório, a CONTRA-TADA, às suas expensas e mediante comunicação escrita da CONTRATANTE,executará a correção e os reparos de defeitos ou omissões que venham a serverificados nos serviços, excetuando os decorrentes de mau uso ou de má con-servação.

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13.3. O Termo de Recebimento Definitivo será emitido pela CONTRATANTE no pra-zo máximo de 5 (cinco) dias (adequar) após o término do período de manutençãoprevisto no item anterior e mediante apresentação.

CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA - GARANTIAS

14.1. A CONTRATADA responderá pela correção, segurança e solidez dos serviços exe-cutados por ela própria, ou por suas subcontratadas, ficando obrigada a reparar ourefazer, às suas custas e dentro de prazo compatível acordado entre as Partes, todosos defeitos, erros, falhas, omissões e quaisquer irregularidades, comprovadamente desua responsabilidade, que venham a ser verificados no decurso de prazo de 5 (cin-co) anos, contados da data de emissão do Termo de Recebimento Definitivo (adequar),conforme previsto no Código Civil Brasileiro, exceto aquelas decorrentes de utiliza-ção inadequada ou em desconformidade com as orientações fornecidas.

14.2. Garantia do Fiel Cumprimento das Obrigações Contratuais - Como garantia dofiel cumprimento de suas obrigações contratuais, e sem prejuízo das demais garantiasaqui previstas, a CONTRATADA deverá apresentar, dentro de 30 (trinta) dias (adequar)a contar da assinatura deste contrato, Seguro-Garantia (ou Carta de Fiança Bancária)(adequar), com cobertura de 10% (dez por cento) (adequar) do preço inicial do Con-trato, como garantia do cumprimento de suas obrigações assumidas neste Contrato.

14.2.1. A garantia apresentada deverá ter validade de 30 (trinta) dias (adequar)após a emissão do Termo de Recebimento Definitivo dos serviços;

14.2.2. Se, por qualquer razão, até 30 (trinta) dias do vencimento do Seguro-Garantia (ou da Carta de Fiança Bancária) (adequar), ainda não tiver sido emi-tido o Termo de Recebimento Definitivo, a CONTRATADA obriga-se a substituira garantia por outra, cujo valor será calculado com base no saldo previsto a serexecutado, e cuja validade será de 30 (trinta) dias (adequar) após a nova dataestimada para a emissão do referido Termo de Recebimento Definitivo deste Con-trato. A referida substituição deverá ser efetuada em até 20 (vinte) dias antesdo vencimento do Seguro-Garantia (ou da Carta de Fiança Bancária) (adequar)a ser substituído;

14.2.3. Se o motivo da substituição não for de responsabilidade exclusiva e com-provada da CONTRATADA, os custos desta substituição serão arcados pelaCONTRATANTE.

14.3. Garantia para Pagamentos Antecipados – Como garantia de adiantamentos porconta de obra, serviços, aquisição ou compra de materiais ou equipamentos, a serem

prestados para posterior prestação de contas, ou como pagamento prévio à prestaçãode obrigação, a CONTRATADA deverá apresentar ao CONTRATANTE em até 15 (quin-ze) dias (adequar) da apresentação do(s) documento(s) de cobrança ou respectiva(s)fatura(s), Seguro-Garantia (ou Carta de Fiança Bancária) (adequar), no valor doadiantamento, com validade até 30 (trinta) dias (adequar) após a data estimada parao cumprimento da obrigação.

14.3.1. Essa garantia poderá ser reduzida proporcionalmente à compensação dorespectivo valor adiantado;

14.3.2. Se até 30 (trinta) dias do vencimento do Seguro-Garantia (ou da Cartade Fiança Bancária) (adequar) ainda não houver ocorrido o cumprimento da obri-gação, a CONTRATADA obriga-se a substituir ou aditar a garantia, que corres-ponderá ao valor devido e terá o vencimento ajustado para 30 (trinta)dias (ade-quar) após a nova data estimada para o cumprimento da obrigação. A referidasubstituição deverá ser efetuada em até 20 (vinte) dias do vencimento do Segu-ro-Garantia (ou da Carta de Fiança Bancária) (adequar) a ser substituído.

14.4. As apólices de garantia deverão ser devolvidas pela CONTRATANTE à CONTRA-TADA em até 30 (trinta) dias (adequar) do cumprimento da obrigação. Na hipóteseda retenção das apólices ou sua não devolução por parte da CONTRATANTE na dataprevista, ficará a CONTRATANTE sujeita a pagar à CONTRATADA multa no valor de0,5% (cinco décimos percentuais) (adequar) por semana de atraso, calculada sobreo valor das apólices.

CLÁUSULA DÉCIMA QUINTA - SEGUROS

15.1. A CONTRATADA manterá, durante todo o prazo de vigência do presente Con-trato, os seguintes seguros, fornecendo à Fiscalização cópia das respectivas apólices:

15.1.1. Seguro de risco de engenharia e responsabilidade civil cruzada de cons-trutor para cobertura de danos, perdas e lesões pessoais, inclusive morte e mate-riais de terceiros, nomeando a CONTRATANTE e outras Empreiteiras que este-jam realizando serviços no Canteiro de Obras como seguradas;

15.1.2. Seguro de acidente de trabalho, extensivo às suas subcontratadas.

Quando o seguro for de responsabilidade do CONTRATANTE:

15.1. A CONTRATANTE manterá, durante todo o prazo de vigência do presente Con-trato, seguro de risco de engenharia e responsabilidade civil cruzada para cobertura

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de danos, perdas e lesões pessoais, inclusive morte e materiais de terceiros, nomean-do a CONTRATADA e outras Empreiteiras que estejam realizando serviços no Can-teiro de Obras como seguradas.

15.1.1. Na apólice constará que a CONTRATADA e suas subcontratadas são co-seguradas e deverá estar explícito o valor da franquia devida em caso de sinistro;

15.1.2. Em caso de sinistro, a franquia limita-se ao valor de R$...................................(................) (completar);

15.1.3. A responsabilidade da CONTRATADA quanto a indenizações e reclama-ções decorrentes de prejuízos, perdas e danos físicos ou materiais causados pelaCONTRATADA à CONTRATANTE limitam-se aos riscos não cobertos pelo refe-rido seguro.

15.2. A CONTRATANTE fornecerá à CONTRATADA, no prazo máximo de 30 (trinta)dias da assinatura do Contrato, cópia da apólice de seguro por ela contratada.

CLÁUSULA DÉCIMA SEXTA – SUSPENSÃO E RESCISÃO

16.1. O presente contrato poderá ser rescindido de pleno direito pela Parte inocente se:

a) qualquer uma das Partes comprovadamente tornar-se inadimplente em rela-ção a qualquer obrigação, cláusula ou condições do presente Contrato;

b) qualquer uma das Partes, sem motivo justo, suspender a execução dos ser-viços antes de sua conclusão por período superior a 30 (trinta) dias;

c) qualquer uma das Partes requerer recuperação judicial ou tiver decretada asua falência, ou tornar-se insolvente, ou entrar em liquidação judicial ou extra-judicial.

16.2. O presente contrato poderá ser rescindido de pleno direito pela CONTRATAN-TE se:

a) a CONTRATADA não for comprovadamente diligente na execução dos servi-ços, ou infringir reiteradamente as cláusulas do presente contrato;

b) a CONTRATADA incidir em multas além do limite de 10% (dez por cento)(adequar) do preço total deste Contrato, como previsto neste Contrato.

16.3. O presente Contrato poderá ser rescindido de pleno direito pela CONTRATADAse a CONTRATANTE atrasar o pagamento das faturas previstas neste Contrato, semque haja justa razão para isso, por período superior a 30 (trinta) dias, ou infringirreiteradamente as cláusulas do presente Contrato (adequar).

16.4. A Parte prejudicada deverá comunicar formalmente à Parte inadimplente o seuinadimplemento, devendo a Parte infratora corrigir seu inadimplemento dentro de 15(quinze) dias (adequar) contados da data do recebimento da comunicação. Caso oinadimplemento não seja sanado neste prazo, a Parte prejudicada poderá rescindir opresente Contrato.

16.5. Ocorrendo a rescisão por qualquer dos motivos previstos nos itens anteriores,fica convencionado que:

a) a CONTRATADA removerá do Canteiro de Obras todos os equipamentos,máquinas e instalações de sua propriedade, obrigando suas subcontratadasa idênticas providências;

b) se for necessário à CONTRATANTE refazer ou corrigir algum serviço, o res-pectivo custo será previamente acordado com a CONTRATADA e será dedu-zido de qualquer valor devido à CONTRATADA;

c) ambas as Partes respondem por suas respectivas obrigações contratuais atéa data da rescisão, inclusive pagamentos e penalidades já incorridas.

16.6. No caso de suspensão ou rescisão do Contrato, sob qualquer razão, além damulta rescisória prevista neste Contrato à parte infratora, a CONTRATANTE pagaráa CONTRATADA os faturamentos já realizados e ainda não quitados, os serviços exe-cutados ainda não medidos/faturados, os materiais em trânsito, os custos das resci-sões com fornecedores, subempreiteiros e funcionários, bem como os custos com adesmobilização de pessoal e equipamentos e eventual remobilização. O pagamentodeverá ocorrer até 30 (trinta) dias da comunicação da suspensão/rescisão e da emis-são dos documentos de cobrança, prevalecendo o que ocorrer primeiro.

CLÁUSULA DÉCIMA SÉTIMA - MARCAS E PATENTES

17.1. O uso de marcas, patentes, registros, processos e licenças envolvendo o objetodeste Contrato são de inteira responsabilidade e ônus da CONTRATADA, não se res-ponsabilizando a CONTRATANTE por qualquer utilização indevida.

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CLÁUSULA DÉCIMA OITAVA - CESSÃO

18.1. A CONTRATADA não poderá ceder ou transferir total ou parcialmente o presen-te Contrato, sem o prévio consentimento escrito da CONTRATANTE.

CLÁUSULA DÉCIMA NOVA - FORÇA MAIOR

19.1. Nenhuma da Partes será responsável pelo descumprimento ou atraso no cum-primento das obrigações ora contratadas, quando decorrentes de circunstâncias forade seu controle que afetem diretamente a obrigação inadimplida e que constituamforça maior ou caso fortuito, nos termos do artigo 393 do Código Civil Brasileiro.

CLÁUSULA VIGÉSIMA – TOLERÂNCIA E CONCESSÕES

20.1. Se qualquer das Partes, em benefício da outra, permitir, mesmo por omissão, odescumprimento total ou parcial, das cláusulas e condições do presente Contrato, talfato não poderá liberar, desonerar ou de qualquer forma afetar ou prejudicar o direi-to da outra de exigir o cumprimento dessas cláusulas e condições, que permanece-rão inalteradas, sem que a tolerância importe em novação ao ora pactuado.

CLÁUSULA VIGÉSIMA PRIMEIRA – SIGILO

21.1. A CONTRATADA deverá manter absoluto sigilo sobre quaisquer dados ou infor-mações a que tiver acesso em razão da prestação de serviços ora pactuada, compro-metendo-se, a menos que estritamente necessário à execução dos serviços contrata-dos, a não fornecer informações sobre a natureza ou andamento dos serviços, dar conhe-cimento, transmitir ou ceder a terceiros, mesmo que parcialmente, qualquer dado deque tiver ciência ou documentação que lhe for entregue ou que preparar em funçãoda execução dos serviços, salvo mediante autorização escrita da CONTRATANTE.

CLÁUSULA VIGÉSIMA SEGUNDA – SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

22.1. Toda e qualquer eventual controvérsia que surgir da interpretação ou execuçãodo presente Contrato, ou a ele se relacionar, que não for solucionada amigavelmen-te pelas Partes, será resolvida por Arbitragem, de acordo com as normas do Regula-mento de arbitragem da ……………………… (completar), com sede em.......................... (completar cidade/UF) e com a Lei de Arbitragem 9307/96, por 03(três) árbitros, nomeados conforme o disposto no referido Regulamento.

CLÁUSULA VIGÉSIMA TERCEIRA - FORO

23.1. Para a execução da sentença arbitral e ajuizamento de eventuais medidas cau-telares relacionadas à arbitragem, as Partes elegem o Foro da Comarca de............................................ (completar cidade/UF), com renúncia expressa de qual-quer outro, por mais privilegiado que seja.

E, por estarem as Partes justas e contratadas, assinam o presente instrumento em 2(duas) vias de igual teor, para um só efeito, na presença das testemunhas, que tam-bém o assinam.

…………………., ……de …………… de 2…... (completar data)

(completar dados)

_______________________________ _________________________________CONTRATANTE CONTRATANTENome: ………….......................….. Nome: …………….............................Cargo: ……….......................…….. Cargo: …………….............................

_______________________________ _________________________________CONTRATADA CONTRATADANome: ………….......................….. Nome: …………….............................Cargo: ….......................………….. Cargo: …………...........................…..

Testemunhas:

_______________________________ __________________________________Nome: ……………......................... Nome: …………….............................Identidade: ................................... Identidade: .......................................CPF: ……………............................ CPF: ……………................................Endereço: ..................................... Endereço: .........................................

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Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas GeraisSEBRAE-MG

Av. Barão Homem de Melo, 329 - Nova SuíçaCEP 30460-090 - Belo Horizonte - MG

Central de Atendimento: 0800 570 0800www.sebraemg.com.br

Presidente do Conselho DeliberativoRoberto Simões

Diretor-SuperintendenteAfonso Maria Rocha

Diretor de OperaçõesMatheus Cotta de Carvalho

Diretor TécnicoLuiz Márcio Haddad Pereira Santos

Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo da Indústria e TerritoriaisMarise Xavier Brandão

Coordenadora Estadual da Construção CivilVanessa Visacro

Gerente da Macrorregião CentroAntônio Augusto Vianna de Freitas

Gestora da Construção Civil da Macro CentroDenise Fernandes de Andrade Duarte

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