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3 - 1 CONTRATO COLECTIVO DE TRABALHO CELEBRADO ENTRE A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DAS AGÊNCIAS DE VIAGENS E TURISMO E O SINDICATO DOS TRABALHADORES DA MARINHA MERCANTE, AGÊNCIAS DE VIAGENS, TRANSITÁRIOS E PESCA Publicado no Boletim do Trabalho e Emprego Nº 30 (I Série) de 15/8/85 e com alterações pulicadas no B.T.E. Nº 30 (I Série) de 15/8/92 ÍNDICE POR ORDEM ALFABÉTICA DAS MATÉRIAS Abandono do trabalho ...................................................................... 65ª-A Abonos de refeição .......................................................................... 43ª Acumulação de funções - Condições especiais .................................. 17ª Afixação dos horários de trabalho .................................................... 29ª Alteração ou interrupção de férias .................................................... 52ª Âmbito ............................................................................................ Anotador(a) / Recepcionista ............................................................. 109ª Aplicabilidade da convenção ............................................................. 108ª Ausência de justa causa .................................................................. 69ª Caducidade ...................................................................................... 65ª Casos de faltas justificadas .............................................................. 55ª Causas da cessação do contrato de trabalho .................................... 63ª Cessação do contrato de trabalho .................................................... 73ª Cessação por mútuo acordo ............................................................. 64ª Comissão paritária ........................................................................... 105ª Comissões de trabalhadores ............................................................. 106ª Complemento do subsídio de doença e acidente ............................... 96ª Comunicação das sanções ................................................................ 86ª Conceito .......................................................................................... 32ª Conceito de falta ............................................................................. 53ª Condições de admissão .................................................................... Condições especiais de admissão ..................................................... Consequências das faltas não justificadas ......................................... 56ª Contratos a prazo ............................................................................ 11ª Contribuição para a previdência ....................................................... 98ª Controlo de baixas ........................................................................... 97ª Créditos resultantes do contrato ....................................................... 79ª Cumulação de férias ........................................................................ 51ª Descanso semanal ........................................................................... 45ª Deslocações em serviço ................................................................... 44ª Despedimento colectivo e despedimento por extinção do posto de trabalho .... 74ª CLÁUSULA

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CONTRATO COLECTIVO DE TRABALHOCELEBRADO ENTRE A ASSOCIAÇÃO

PORTUGUESA DAS AGÊNCIAS DEVIAGENS E TURISMO E O SINDICATODOS TRABALHADORES DA MARINHAMERCANTE, AGÊNCIAS DE VIAGENS,

TRANSITÁRIOS E PESCA

Publicado no Boletim do Trabalho e Emprego Nº 30 (I Série)de 15/8/85 e com alterações pulicadas no B.T.E. Nº 30 (I Série) de 15/8/92

ÍNDICE POR ORDEM ALFABÉTICA DAS MATÉRIAS

Abandono do trabalho ...................................................................... 65ª-AAbonos de refeição .......................................................................... 43ªAcumulação de funções - Condições especiais .................................. 17ªAfixação dos horários de trabalho .................................................... 29ªAlteração ou interrupção de férias .................................................... 52ªÂmbito ............................................................................................ 1ªAnotador(a) / Recepcionista ............................................................. 109ªAplicabilidade da convenção ............................................................. 108ªAusência de justa causa .................................................................. 69ªCaducidade ...................................................................................... 65ªCasos de faltas justificadas .............................................................. 55ªCausas da cessação do contrato de trabalho .................................... 63ªCessação do contrato de trabalho .................................................... 73ªCessação por mútuo acordo ............................................................. 64ªComissão paritária ........................................................................... 105ªComissões de trabalhadores ............................................................. 106ªComplemento do subsídio de doença e acidente ............................... 96ªComunicação das sanções ................................................................ 86ªConceito .......................................................................................... 32ªConceito de falta ............................................................................. 53ªCondições de admissão .................................................................... 4ªCondições especiais de admissão ..................................................... 5ªConsequências das faltas não justificadas ......................................... 56ªContratos a prazo ............................................................................ 11ªContribuição para a previdência ....................................................... 98ªControlo de baixas ........................................................................... 97ªCréditos resultantes do contrato ....................................................... 79ªCumulação de férias ........................................................................ 51ªDescanso semanal ........................................................................... 45ªDeslocações em serviço ................................................................... 44ªDespedimento colectivo e despedimento por extinção do posto de trabalho .... 74ª

CLÁUSULA

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Deveres da entidade patronal .......................................................... 21ªDeveres dos trabalhadores ............................................................... 22ªDireito a férias ................................................................................ 47ªDireitos especiais das mulheres ........................................................ 93ªDireitos dos trabalhadores estudantes .............................................. 95ªDiuturnidades .................................................................................. 39ªEfeitos de antiguidade ..................................................................... 7ªEfeitos da ilicitude ........................................................................... 68ªEncerramento definitivo .................................................................... 77ªEncerramento temporário ................................................................. 76ªEstagiários ....................................................................................... 103ªFalência da entidade patronal ........................................................... 75ªFaltas justificadas ............................................................................ 54ªFeriados obrigatórios ........................................................................ 46ªFérias durante a suspensão do contrato por impedimento prolongado ... 52ª-AFrequência de cursos ....................................................................... 102ªGarantia da manutenção das regalias anteriores ............................... 107ªGarantias diversas ........................................................................... 19ªGarantias dos trabalhadores ............................................................. 20ªGozo de férias ................................................................................. 48ªGratificações .................................................................................... 37ªHorário de trabalho ......................................................................... 26ªHorários diferenciados ...................................................................... 28ªIlicitude de despedimento ................................................................ 67ªIndemnização por danos e prejuízos ................................................. 87ªIndemnização das sanções abusivas ................................................. 92ªIndemnizações ................................................................................. 72ªIndisponibilidade do direito a férias .................................................. 50ªIntervalo no horário de trabalho ...................................................... 27ªIsenção do horário de trabalho ........................................................ 31ªJusta causa de rescisão por iniciativa do trabalhador ........................ 71ªLicença sem retribuição ................................................................... 58ªMarcação do período de férias ......................................................... 49ªMultas ............................................................................................. 104ªNoção de local de trabalho .............................................................. 24ªOcorrência de justa causa de rescisão durante a suspensão ............. 61ªPagamento da retribuição ................................................................. 33ªParticipação das faltas ..................................................................... 57ªPequenas empresas ......................................................................... 82ª-APeríodo experimental ....................................................................... 6ªPreenchimento de vagas .................................................................. 8ªPoder disciplinar .............................................................................. 81ªPresunção de sanção abusiva ........................................................... 91ªPrivilégios creditórios ....................................................................... 80ªProcesso disciplinar .......................................................................... 82ªProibição de acordos entre entidades patronais ................................. 9ªPromessa de contrato de trabalho .................................................... 10ªPromoções facultativas ..................................................................... 13ªPromoções obrigatórias .................................................................... 12ªProporcionalidade das sanções .......................................................... 85ªQuadros de pessoal ......................................................................... 14ªQuotização sindical .......................................................................... 23ªRecurso ........................................................................................... 88ªRegisto de desemprego .................................................................... 18ªRegisto das sanções ........................................................................ 89ªRegulamentações do quadro - Densidades ........................................ 15ªRemuneração mínima mensal ........................................................... 34ªRemuneração do trabalho extraordinário ........................................... 35ª

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Remuneração de trabalho prestado em dias de descanso semanal ou feriados .... 36ªRescisão do contrato por iniciativa do trabalhador ............................ 70ªRescisão com justa causa promovida pela entidade patronal ............. 66ªRevisão ........................................................................................... 3ªSanções abusivas ............................................................................. 90ªSanções disciplinares ....................................................................... 84ªSeguro por acidente ........................................................................ 99ªSeguro de vida e de transporte de valores por deslocações em serviço ..... 100ªServiço militar obrigatório ................................................................ 62ªSubsídio de almoço ......................................................................... 42ªSubsídio de férias ............................................................................ 38ªSubsídio por morte .......................................................................... 101ªSubsídio de Natal ............................................................................ 40ªSubsídio por quebras ....................................................................... 41ªSubstituição temporária de funções .................................................. 16ªSuspensão por impedimento prolongado do trabalhador .................... 59ªSuspensão do trabalhador ................................................................ 83ªTermo do impedimento do trabalhador ............................................. 60ªTrabalho nocturno ............................................................................ 28ª-ATrabalho suplementar ....................................................................... 30ªTrabalho a tempo parcial ................................................................. 94ªTransferência ................................................................................... 25ªTransmissão de exploração ............................................................... 78ªVigência .......................................................................................... 2ªANEXO I - Definição de funções ....................................................... ANEXO II - Tabela salarial ............................................................... ANEXO III - Regulamento de higiene e segurança ............................

ÍNDICE POR ORDEM NUMÉRICA DAS CLÁUSULAS CLÁUSULA1ª - Âmbito2ª - Vigência3ª - Revisão4ª - Condições de admissão5ª - Condições especiais de admissão6ª - Período experimental7ª - Efeitos de antiguidade8ª - Preenchimento de vagas9ª - Proibição de acordos entre entidades patronais10ª - Promessa de contrato de trabalho11ª - Contratos a prazo12ª - Promoções obrigatórias13ª - Promoções facultativas14ª - Quadros de pessoal15ª - Regulamentações do quadro - Densidades16ª - Substituição temporária de funções17ª - Acumulação de funções - Condições especiais18ª - Registo de desemprego19ª - Garantias diversas20ª - Garantias dos trabalhadores21ª - Deveres da entidade patronal22ª - Deveres dos trabalhadores23ª - Quotização sindical24ª - Noção de local de trabalho25ª - Transferência

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26ª - Horário de trabalho27ª - Intervalo no horário de trabalho28ª - Horários diferenciados28ª-A - Trabalho nocturno29ª - Afixação dos horários de trabalho30ª - Trabalho suplementar31ª - Isenção de horário de trabalho32ª - Conceito33ª - Pagamento da retribuição34ª - Remuneração mínima mensal35ª - Remuneração do trabalho extraordinário36ª - Remuneração de trabalho prestado em dias de descanso semanal ou feriados37ª - Gratificações38ª - Subsídio de férias39ª - Diuturnidades40ª - Subsídio de Natal41ª - Subsídio por quebras42ª - Subsídio de almoço43ª - Abonos de refeição44ª - Deslocações em serviço45ª - Descanso semanal46ª - Feriados obrigatórios47ª - Direito a férias48ª - Gozo de férias49ª - Marcação do período de férias50ª - Indisponibilidade do direito a férias51ª - Cumulação de férias52ª - Alteração ou interrupção de férias52ª-A - Férias durante a suspensão do contrato por impedimento prolongado53ª - Conceito de falta54ª - Faltas justificadas55ª - Casos de faltas justificadas56ª - Consequências das faltas não justificadas57ª - Participação das faltas58ª - Licença sem retribuição59ª - Suspensão por impedimento prolongado do trabalhador60ª - Termo do impedimento do trabalhador61ª - Ocorrência de justa causa de rescisão durante a suspensão62ª - Serviço militar obrigatório63ª - Causas da cessação do contrato de trabalho64ª - Cessação por mútuo acordo65ª - Caducidade65ª-A - Abandono do trabalho66ª - Rescisão com justa causa promovida pela entidade patronal67ª - Ilicitude de despedimento68ª - Efeitos da ilicitude69ª - Ausência de justa causa70ª - Rescisão do contrato por iniciativa do trabalhador71ª - Justa causa de rescisão por iniciativa do trabalhador72ª - Indemnizações73ª - Cessação do contrato de trabalho74ª - Despedimento colectivo e despedimento por extinção do posto de trabalho75ª - Falência da entidade patronal76ª - Encerramento temporário77ª - Encerramento definitivo78ª - Transmissão de exploração79ª - Créditos resultantes do contrato

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80ª - Privilégios creditórios81ª - Poder disciplinar82ª - Processo disciplinar82ª-A - Pequenas empresas83ª - Suspensão do trabalhador84ª - Sanções disciplinares85ª - Proporcionalidade das sanções86ª - Comunicação das sanções87ª - Indemnização por danos e prejuízos88ª - Recurso89ª - Registo das sanções90ª - Sanções abusivas91ª - Presunção de sanção abusiva92ª - Indemnização das sanções abusivas93ª - Direitos especiais das mulheres94ª - Trabalho a tempo parcial95ª - Direitos dos trabalhadores estudantes96ª - Complemento do subsídio de doença e acidente97ª - Controlo de baixas98ª - Contribuição para a previdência99ª - Seguro por acidente100ª - Seguro de vida e de transporte de valores por deslocações em serviço101ª - Subsídio por morte102ª - Frequência de cursos103ª - Estagiários104ª - Multas105ª - Comissão paritária106ª - Comissões de trabalhadores107ª - Garantia da manutenção das regalias anteriores108ª - Aplicabilidade da convenção109ª - Anotador(a) / RecepcionistaANEXO I - Definição de funçõesANEXO II - Tabela salarialANEXO III - Regulamento de higiene e segurança

CAPÍTULO IÂmbito, vigência e revisão

Cláusula 1ª - Âmbito

1 - O âmbito territorial desta convenção abrange Portugal continental einsular e obriga todos os trabalhadores afectos à actividade de agência deviagens representados pelo sindicato outorgante e que exerçam funçõesnos escritórios centrais, escritórios anexos, filiais ou quaisquer outrasdependências, quer o serviço seja executado dentro ou fora do escritório,e as entidades patronais representadas pela APAVT.

2 - Esta convenção colectiva de trabalho aplica-se igualmente aosmesmos trabalhadores, mesmo que temporariamente deslocados para oestrangeiro, ainda que para filial ou sucursal, sem prejuízo de maioresgarantias emergentes dos usos ou das normas de direito local.

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Cláusula 2ªVigência

1 - A presente convenção entrará em vigor 5 dias após a sua publicaçãono Boletim do Trabalho e Emprego e substituirá automaticamente todos osinstrumentos de regulamentação colectiva anteriores.

2 - O período de vigência será de 24 meses, salvo quanto às tabelassalariais e outras cláusulas com expressão pecuniária, cujo período devigência será de 12 meses, contados das respectivas datas de entrada emvigor .

3 - Enquanto não entrar em vigor um novo C.C.T. ou as alteraçõesacordadas, manter-se-á a vigência do presente C.C.T..

4 - A tabela salarial e as cláusulas de expressão pecuniária produzemefeitos a 1 de Janeiro de 2001.

Cláusula 3ªRevisão

1 - O processo de revisão deverá processar-se nos termos dos númerosseguintes.

2 - A denúncia far-se-á por escrito, através da apresentação de umaproposta de revisão parcial ou total do acordo.

3 - A contraproposta é feita por escrito, até 30 dias após a apresentaçãoda proposta.

4 - As tabelas salariais e outras cláusulas com expressão pecuniária sópoderão ser denunciadas decorridos 10 meses após a sua data de publicação.

5 - O restante clausulado só poderá ser denunciado decorridos 20 mesessobre a data da sua publicação.

6 - Abertas as negociações, estas deverão estar concluídas no prazo de60 dias a contar da data da recepção pelos organismos denunciantes daresposta do outro outorgante.

CAPÍTULO IIAdmissão e carreira profissional

Cláusula 4ª

Condições de admissão

1 - Só podem ser admitidos ao serviço das entidades patronais abrangidaspor este C.C.T., os trabalhadores que tenham completado as idades mínimasprevistas na lei geral.

2 - Não é permitido às entidades patronais fixar a idade máxima de admissão.

3 - Só podem ser admitidos ao serviço os trabalhadores que possuamhabilitações literárias mínimas exigidas por lei e a carteira profissional,quando obrigatória, de acordo com o estabelecido na cláusula seguinte.

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Cláusula 5ªCondições especiais de admissão

1 - Devem ingressar em cada uma das categorias profissionais abaixo indicadasos trabalhadores que preencham as condições de admissão a seguir referidas.

CATEGORIA CONDIÇÕES DE ADMISSÃO

Paquete Tenham completado 15 anos de idade (ou 16 apartir de Janeiro/96) e ainda não tenham 18 anose a escolaridade obrigatória.

Praticante Tenham completado 16 anos de idade e ainda nãotenham 21 anos e o ciclo preparatório.

Aspirante Tenham completado 21 anos de idade e possuamcomo habilitações mínimas o 9º ano do curso unificado.

ContínuoTelefonistaMotoristaServ. de limpezaCobrador

Tenham completado 18 anos de idade e possuamcomo habilitações mínimas o ciclo preparatório.

3º Oficial Possuam como habilitações o 11º ano ou 3 anosde experiência no sector.

3º Técnico de turismo Possua como habilitações o curso de técnico deturismo ou 3 anos de experiência no sector.

3º Técnico de artes gráficase publicidade

Possua como habilitações o curso de artes gráficasou 3 anos de experiência no sector.

2º Oficial Possua como habilitações o 11º ano e 3 anos deexperiência no sector.

2º Técnico de turismo Possua como habilitações o curso de técnico deturismo e 3 anos de experiência no sector.

2º Técnico de artes gráficase publicidade

Possua como habilitações o curso de artes gráficase 3 anos de experiência no sector.

1º Oficial Possua como habilitações o 11º ano e 6 anos deexperiência no sector.

1º Técnico de turismo Possua como habilitações o curso de técnico deturismo e 6 anos de experiência no sector.

1º Técnico de artes gráficase publicidade

Possua como habilitações o curso de artes gráficase 6 anos de experiência no sector.

Chefe de secção 11º ano unificado ou equivalente e pelo menos 7 anosde actividade no sector das agências de viagens.

Chefe de serviços 11º ano unificado ou equivalente e pelo menos 10anos de actividade no sector das agências de viagens.

Chefe de serv. decontabilidade

Diplomado pelo ISCA ou técnico de contas oulicenciado em economia.

Chefe de serv. de contencioso Licenciado em Direito.

Chefe de agência 11º ano unificado ou equivalente e 12 anos deactividade em agências de viagens.

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2 - Aquando da admissão de trabalhadores com experiência profissionalno sector, aplicar-se-á o previsto no número 4 da cláusula 18ª.

3 - Sem prejuízo do disposto na cláusula 4ª poderão ser admitidos pelaentidade patronal, os trabalhadores que, satisfazendo os requisitosprofissionais e de antiguidade necessários para o exercício das funções paraque se tenham candidatado, não possuam no entanto as habilitações literáriasmínimas estabelecidas para admissão nas respectivas categorias.

4 - Sem prejuízo do disposto no nº 2, estas condições de admissão sóse aplicam aos trabalhadores que vierem a ser admitidos depois da data dapublicação deste C.C.T..

Cláusula 6ªPeríodo experimental

1 - Durante o período experimental, salvo acordo escrito em contrário,qualquer das partes pode rescindir o contrato sem aviso prévio e sem necessidadede invocação de justa causa, não havendo direito a qualquer indemnização.

2 - O período experimental corresponde ao período inicial de execução do contratoe, sem prejuízo do disposto nos nºs 6 e 7 da cláusula 11ª, tem a seguinte duração:

a) 60 dias para a generalidade dos trabalhadores.b) 180 dias para os trabalhadores que exerçam cargos de complexidade

técnica, elevado grau de responsabilidade ou função de confiança,pessoal de direcção ou quadros superiores.

Cláusula 7ª

Efeitos de antiguidade

Todo o tempo de trabalho prestado à mesma entidade patronal fora doâmbito territorial desta convenção será incluído, para todos os efeitos, naantiguidade do trabalhador, se este voltar a exercer a sua actividade nocontinente ou nas regiões autónomas.

Cláusula 8ªPreenchimento de vagas

Sempre que se verifique uma vaga num determinado sector, deverá aentidade patronal proceder a uma admissão, em caso de justificadanecessidade, indagando previamente junto de todos os trabalhadores daempresa quais os possíveis interessados no lugar, com a indicação dosrequisitos necessários ao seu desempenho. Deste processo será dadoconhecimento prévio à comissão de trabalhadores.

Cláusula 9ªProibição de acordos entre entidades patronais

1 - São proibidos quaisquer acordos entre entidades patronais no sentido dereciprocamente limitarem a admissão de trabalhadores que a ela tenham pertencido.

2 - O trabalhador cuja admissão for recusada com fundamento real ou declaradonaquele acordo tem direito às indemnizações da cláusula 72ª, ficando a respectivaresponsabilidade a cargo das entidades intervenientes no referido acordo.

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3 - Para efeitos do disposto no número anterior, a indemnização serácalculada considerando-se como tempo de trabalho prestado um ano.

Cláusula 10ªPromessa de contrato de trabalho

1 - A promessa de contrato de trabalho só é válida se constar de documentoassinado pelos promitentes, no qual se exprima, em termos inequívocos, avontade de se obrigar, a espécie de trabalho a prestar e a respectiva retribuição.

2 - O não cumprimento da promessa de contrato de trabalho dá lugara responsabilidade nos termos gerais de direito.

3 - Não é aplicável ao contrato de que se trata nesta cláusula o dispostono artigo 830º, do Código Civil.

Cláusula 11ªContratos a prazo

1 - Fica prevista a celebração de contratos de trabalho a termo certo e incerto.

2 - A celebração de contratos de trabalho a termo deverá atender asituações de necessidade temporária e extraordinária de trabalho.

3 - Os contratos de trabalho a termo estão sujeitos a forma escrita edeverão conter as seguintes indicações:

a) Nome ou denominação e residência ou sede dos contraentes, categoriaprofissional ou funções ajustadas e retribuição do trabalhador, local ehorário de trabalho, data do início do trabalho, prazo estipulado comindicação do motivo justificativo ou no caso de contratos a termo incerto,da actividade, tarefa ou obra cuja execução justifique a respectivacelebração ou o nome do trabalhador substituído e data da celebração.

b) Poderão celebrar-se contratos por prazos inferiores a 6 meses quandose verifique a natureza transitória do trabalho a prestar,designadamente quando se trate de um serviço determinado ou deuma obra concretamente definida.

4 - Considera-se contrato sem termo aquele em que falte a redução aescrito, a assinatura das partes, o nome ou denominação, bem como o prazoestipulado com indicação do motivo justificativo ou, no caso de contratos atermo incerto, da actividade, tarefa ou obra cuja execução justifique arespectiva celebração ou nome do trabalhador substituído ou, simultaneamente,a data do início do trabalho e a data da celebração do contrato.

5 - Na falta ou insuficiência da justificação a que se refere a alínea b) donº 3 desta cláusula, o contrato considera-se celebrado pelo prazo de 6 meses.

6 - Salvo acordo em contrário, durante os primeiros 30 dias de execuçãodo contrato qualquer das partes o pode rescindir, sem aviso prévio neminvocação de justa causa, não havendo lugar a qualquer indemnização.

7 - O prazo previsto no número anterior é reduzido a 15 dias no casode contrato com prazo não superior a 6 meses e no caso de contratos atermo incerto cuja duração se preveja não vir a ser superior àquele limite.

8 - Para a celebração de contratos a termo será consultada a comissão

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de trabalhadores no âmbito dos direitos das comissões de trabalhadores quelhe são reconhecidos pela lei em vigor ou, na sua falta, o delegado sindical.

9 - A estipulação do prazo será nula se tiver por fim iludir as disposiçõesque regulam o contrato a termo certo.

10 - A caducidade do contrato confere ao trabalhador o direito a umacompensação correspondente a dois dias de remuneração de base por cadamês completo de duração.

11 - Em tudo o mais omisso nesta cláusula rege-se pelo disposto na lei.

Cláusula 12ªPromoções obrigatórias

Serão obrigatoriamente promovidos às categorias indicadas, ostrabalhadores que satisfaçam as seguintes condições:

3 anos de permanência naquelacategoria.

PROMOÇÃOCONDIÇÕES A SATISFAZER

DE A

Paquete Praticante Completar 18 anos de idade e 3 anosde permanência naquela categoria.

Praticante Aspirante Completar 21 anos e 3 anos depermanência naquela categoria e possuao 9º ano de escolaridade ou equivalente.

Contínuo Completar 21 anos e 3 anos depermanência na categoria.

Aspirante 3º Oficial Completar 24 anos de idade e nomínimo 3 anos de permanêncianaquela categoria.

Contínuo 3º Oficial Completar 24 anos de idade e nomínimo 3 anos de permanêncianaquela categoria e ter completado o9º ano de escolaridade ou equivalente.

3º Oficial3º Técnico de Turismo3º Técnico Artes Gráficase Publicidade

2º Oficial2º Técnico de Turismo2º Técnico Artes Gráficase Publicidade

4 anos de permanência naquelacategoria.

2º Oficial2º Técnico de Turismo2º Técnico Artes Gráficase Publicidade

1º Oficial1º Técnico de Turismo1º Técnico Artes Gráficase Publicidade

Cláusula 13ªPromoções facultativas

1 - Sempre que as entidades patronais, independentemente daspromoções previstas na cláusula anterior, tenham necessidade de promovertrabalhadores a letras superiores à letra J, inclusivé, observarãoprioritariamente as seguintes preferências:

a) Competência e zelo profissional;b) Maiores habilitações literárias e profissionais, incluindo cursos de

aperfeiçoamento e antiguidade na empresa.

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2 - A promoção recairá sobre o trabalhador que, preenchendo os requisitosenunciados no número anterior, seja proposto pela entidade patronal eaceite pela comissão de trabalhadores; mas a esta só é facultado rejeitardois dos propostos, devendo aceitar, o que em terceiro lugar for indicadopela entidade patronal ou preferir qualquer daqueles dois.

Cláusula 14ªQuadros de pessoal

1 - Os quadros de pessoal serão organizados nos termos legais.

2 - Dos quadros referidos no número anterior serão enviados exemplares àsentidades que a lei determinar e aos sindicatos e deverão conter a relaçãonominal dos trabalhadores ao serviço da agência agrupados por locais de trabalho.

3 - Todas as alterações ao quadro de pessoal que ocorram no decursodo ano serão comunicadas ao sindicato, contendo as informações que sãopedidas para a organização e preenchimento do próprio quadro de pessoal.

4 - Da documentação referida nos números anteriores será obrigatoriamenteremetida cópia à Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo.

5 - Após o envio dos quadros a que se referem os números anterioresas empresas são obrigadas a afixar em lugar bem visível, cópia dos referidosquadros.

Cláusula 15ªRegulamentações do quadro - Densidades

1 - Por cada 6 trabalhadores inseridos ou na área administrativa ou naárea técnica de turismo, e classificados nas letras E, F, e G, um deles seráobrigatoriamente classificado na letra D.

2 - O total dos trabalhadores das categorias profissionais I e J nãopoderá ser superior ao total dos trabalhadores das categorias E, F e G.

3 - A distribuição dos trabalhadores das categorias profissionais E, F eG obedecerá ao quadro estabelecido nesta cláusula.

4 - Quando as entidades patronais tenham filiais ou quaisquer outrasdependências, serão os trabalhadores sempre considerados em separado,por locais de trabalho, para efeitos de classificação e aplicação das dotaçõesmínimas previstas neste anexo.

QUADRO DE DENSIDADES

Grupoou Grau

Letra E

Letra F

Letra G

1

-

-

1

2

-

1

1

3

-

1

2

4

1

1

2

5

1

2

2

6

1

2

3

7

1

2

4

8

1

3

4

9

2

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Cláusula 16ªSubstituição temporária de funções

1 - O trabalhador que substituir outro de categoria profissional maiselevada por espaço de tempo superior a cento e cinquenta dias, seráobrigatoriamente promovido à categoria profissional imediatamente superior.

2 - Mantendo-se as condições que motivaram esta substituição, otrabalhador que ocupou esse lugar não pode ser substituído por outro.

3 - A entidade patronal só está autorizada a encarregar o trabalhadorde serviços diferentes dos que normalmente presta, quando tal mudançanão implique diminuição da retribuição nem prejuízo da sua situaçãoprofissional e tiver o acordo expresso do trabalhador, depois de consultadaa comissão de trabalhadores e/ou o delegado sindical.

4 - Quando aos serviços temporariamente desempenhados, nos termosdo número anterior, corresponder um tratamento mais favorável, otrabalhador tem direito a ele.

Cláusula 17ªAcumulação de funções - Condições especiais

1 - As empresas com 15 trabalhadores ou menos ao serviço em tempo total,podem incumbir trabalhadores das letras E a I do desempenho cumulativo deoutras tarefas compreendidas na definição do grupo a que pertencem, depois deouvida a comissão de trabalhadores e na sua falta os delegados sindicais.

2 - As empresas com 16 ou mais trabalhadores ao serviço em tempototal, podem incumbir os trabalhadores das letras E a I do desempenhocumulativo de outras tarefas compreendidas na definição do grupo a quepertencem mediante prévio acordo deles e da comissão de trabalhadores ouna sua falta dos delegados sindicais.

3 - As empresas podem cometer aos trabalhadores da letra F a funçãode proceder a recebimentos e pagamentos no escritório, quando tal função,não sendo predominante, possa ser exercida cumulativamente com outra,mediante prévio acordo do trabalhador e da comissão de trabalhadores ouna sua falta dos delegados sindicais.

Cláusula 18ªRegisto de desemprego

1 - As entidades patronais obrigam-se por esta convenção, quando pretendamadmitir qualquer trabalhador por ela a abranger, a consultar, por escrito, o sindicatooutorgante, obrigando-se o mesmo a organizar e manter devidamente actualizadoo registo de desempregados, donde conste: idade, habilitações literárias e profissionais,empresas onde prestou serviço, duração deste e funções desempenhadas.

2 - Têm prioridade na admissão os trabalhadores que já tenham prestadoserviço em qualquer das entidades patronais vinculadas a esta convençãocolectiva de trabalho.

3 - As entidades patronais obrigam-se a recrutar prioritariamente ostrabalhadores inscritos no registo de desempregados do sindicato outorgante.

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4 - Na hipótese prevista no nº 2, será colocado o trabalhador, pelomenos, na letra em que se encontrava à data da cessação do contrato, semprejuízo das promoções dos trabalhadores existentes na firma.

5 - Caso estivesse o trabalhador em letra superior à letra E, serácolocado, pelo menos, na letra E.

6 - Todas as admissões para a categoria D e inferiores dependem de acordoprévio das comissões de trabalhadores ou, na sua falta, dos delegados sindicais.

7 - As entidades patronais poderão recusar-se ao recrutamento detrabalhadores inscritos no registo de desempregados do sindicato outorgantedesde que invoquem motivo moral ou profissional atendível em relação aorecrutamento desses trabalhadores.

Cláusula 19ªGarantias diversas

1 - Os efeitos decorrentes de os trabalhadores terem atingido uma certaantiguidade, como tal ou dentro de uma classe determinada, produzir-se-ão tomando em conta a idade e a antiguidade já existentes à data daentrada em vigor desta convenção.

2 - Da aplicação do disposto no nº 1 não poderá resultar qualquerpromoção de mais uma letra.

3 - Quando, em resultado da aplicação do disposto no nº 1, houvervirtualmente lugar a promoção e diuturnidades, funcionará apenas a promoção.

4 - Da aplicação das cláusulas desta convenção não poderá resultar baixade categoria, diminuição da retribuição ou prejuízo em qualquer situação oudireito adquirido no domínio das disposições anteriormente aplicadas.

CAPÍTULO IIIDireitos e deveres das partes

Cláusula 20ª

Garantias dos trabalhadores

É proibida à entidade patronal:a) Opor-se por qualquer forma a que o trabalhador invoque ou exerça os seus

direitos, bem como despedi-lo ou aplicar-lhe sanções por tais motivos;b) Exercer pressão sobre os trabalhadores para que actuem no sentido de influir

desfavoravelmente nas condições de trabalho, suas ou dos seus camaradas;c) Diminuir a retribuição do trabalhador, salvo quando este, após ter

substituído outro de classe superior por prazo inferior a 150 dias,retomar as funções respectivas;

d) Baixar a categoria do trabalhador;e) Transferir o trabalhador para outro local de trabalho, salvo o disposto

na cláusula 25ª;f) Despedir e readmitir o trabalhador, mesmo com o seu acordo, havendo o

propósito de o prejudicar nos direitos e garantias decorrentes da antiguidade;

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g) Obrigar o trabalhador a adquirir bens ou utilizar serviços fornecidospela entidade patronal ou por pessoa por ela indicada.

h) Explorar com fins lucrativos quaisquer cantinas, economatos ou outrosestabelecimentos relacionados com o trabalho, para fornecimento debens ou prestação de serviços aos trabalhadores;

i) Obrigar os trabalhadores a actividades alheias àquelas a que osmesmos estão vinculados por força desta convenção ou àquelas quecorrespondem às suas aptidões e categoria profissional;

j) Permitir ou colaborar em alguma infracção ao disposto nesta convençãocolectiva de trabalho.

l) Restringir o uso de serviços por ela criados;m)Transferir de sindicato o trabalhador;n) Obrigar o trabalhador, para além do previsto na lei, a prestar trabalho

suplementar, trabalho nocturno ou em dias de descanso semanal,descanso semanal complementar ou em dias feriados.

Cláusula 21ªDeveres da entidade patronal

São deveres da entidade patronal:a) Facilitar horários aos trabalhadores que comprovadamente frequentem

cursos escolares ou outros considerados pelos próprios trabalhadorescomo válidos para a sua formação:

b) Instalar os trabalhadores em boas condições de higiene, segurançae salubridade, de acordo com o regulamento de higiene e segurançaanexo a esta convenção;

c) Respeitar e fazer-se respeitar nos locais de trabalho, nomeadamentenas relações com os trabalhadores ao seu serviço e com o público,bem como exigir dos trabalhadores com funções de chefia que tratemcorrectamente os que estiverem sob as suas ordens;

d) Passar aos trabalhadores, no momento da cessação do contrato eseja qual for o motivo desta, certificados donde conste a antiguidadeao seu serviço, cargo ou cargos desempenhados, bem como outrasreferências quando expressamente solicitadas pelo interessado;

e) Prestar ao sindicato, delegados sindicais e comissões de trabalhadorestodas as informações respeitantes à organização, disciplina e condiçõesde trabalho dos trabalhadores;

f) Não opor obstáculos ao exercício de funções de dirigentes sindicais,de comissões de trabalhadores e de delegados sindicais nos locais detrabalho e fora deles e durante o período normal de trabalho nostermos da lei e desta convenção;

g) Sem prejuízo de qualquer direito reconhecido nesta convenção,designadamente da retribuição e do período de férias, dispensar ostrabalhadores pelo tempo necessário ao exercício das funções sindicaise das actividades das comissões de trabalhadores, nos termos e comos limites da lei e desta convenção;

h) Preencher completamente mapas mensais de quotização sindical ede controlo do cumprimento desta convenção e das leis do trabalho,

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que documentem exactamente a situação de cada trabalhador peranteas normas que lhe são aplicáveis, remetendo-os ao sindicato outorganteaté ao dia 20 do mês seguinte àquele a que digam respeito;

i) Rectificar as anomalias no mapa correspondente ao mês posterioràquele em que foram verificadas;

j) Cobrir de sua conta os riscos resultantes de erros de cálculo,nomeadamente de tarifas, câmbio de divisas e orçamentos, salvo emcaso de ocorrência sistemática e frequente desses erros por parte domesmo trabalhador ou de erros fraudulentos;

l) Cobrir de conta própria, ou através de seguro, os riscos implicadosna guarda e transporte de valores ou dinheiro, dentro ou fora doestabelecimento, somente quando se verifique que a sua perda,roubo, furto, extravio ou outro dano de qualquer natureza, não foremdevidos a dolo ou negligência dos respectivos trabalhadores,competindo sempre a estes dar imediato conhecimento do facto àentidade patronal, bem como promover as diligências legaisnecessárias, designadamente participação policial para apuramentoda verdade, sob pena de serem havidos como responsável;

m)Facilitar aos trabalhadores, quando as suas obrigações familiares ojustifiquem, sem que tal implique tratamento menos favorável,dispensa até um dia por mês, sem perda de retribuição, não sendo,porém, estas dispensas susceptíveis de acumulação;

n) Cumprir as cláusulas desta convenção;o) Proporcionar aos seus trabalhadores condições de trabalho adequadas,

prevenindo de modo especial quaisquer danos no seu desenvolvimentofísico, cultural e moral;

p) Pôr, sempre que possível, em todos os locais de trabalho uma salaà disposição dos trabalhadores para seu convívio.

Cláusula 22ª

Deveres dos trabalhadores

1 - São deveres dos trabalhadores:a) Executar com competência, assiduidade, pontualidade e zelo os

serviços que lhes forem confiados de harmonia com as suas aptidõese categoria profissional;

b) Cumprir as ordens e directivas da entidade patronal proferidas dentrodos limites dos respectivos poderes de direcção definidos nesta convençãoem tudo quanto não se mostrar contrário aos seus direitos e garantias;

c) Observar os regulamentos internos emergentes desta convenção;d) Guardar segredo profissional, nomeadamente não divulgando

informações referentes à organização da empresa, métodos deprodução e negócios, sem prejuízo do disposto nas alíneas g), h), i)e j) da cláusula 90ª e no nº 2, da cláusula 106ª;

e) Respeitar e fazer-se respeitar nos locais de trabalho, nomeadamentenas relações com camaradas, com o público e com a entidade patronal;

f) Cumprir as cláusulas desta convenção;g) Informar com isenção a respeito dos seus camaradas;h) Não negociar por conta própria ou alheia em concorrência directa

com a entidade patronal;

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i) Não conceder créditos sem que para isso tenha sido expressamenteautorizado;

j) Zelar pela conservação e boa utilização dos bens que lhes foremconfiados pela entidade patronal;

l) Sem prejuízo do previsto na cláusula 16ª desempenhar, na medida dopossível, o serviço dos colegas impossibilitados de o prestar por causalegítima, desde que essa impossibilidade não seja superior a 30 dias;

m)Executar os actos tendentes à melhoria da produtividade da empresa, semprejuízo do disposto na cláusula 20ª, alínea i) e na cláusula 16ª, nº 3.

2 - Embora esta matéria não seja passível de procedimento disciplinar,deverão ainda os trabalhadores:

a) Proceder na vida profissional de forma a prestigiar não apenas a suaprofissão, como a própria empresa;

b) Aumentar a sua cultura e em especial cuidar do seu aperfeiçoamentoprofissional;

c) Acompanhar com todo o interesse a aprendizagem dos que ingressamna profissão;

d) Encaminhar, por intermédio do seu superior hierárquico, que emcaso algum deixará de dar o devido andamento com a possívelbrevidade, qualquer reclamação de carácter profissional que otrabalhador entenda dever formular à entidade patronal.

Cláusula 23ª

Quotização sindical

1 - A entidade patronal incluirá como desconto na folha de ordenadosa quotização sindical do trabalhador sindicalizado e enviará até ao dia 20do mês seguinte a folha de cobrança, com o respectivo montante, para osindicato outorgante.

2 - O disposto no número anterior só será aplicável se o trabalhador,em declaração individual a enviar ao sindicato e à entidade patronal, assimo entender e autorizar.

CAPÍTULO IVLocal de trabalho e transferência de local de trabalho

Cláusula 24ª

Noção de local de trabalho

Por local de trabalho entende-se o estabelecimento em que o trabalhadorpresta serviço ou a que está adstrito, quando o trabalho, pela sua natureza,seja prestado em local não fixo.

Cláusula 25ªTransferência

1 - A entidade patronal só pode transferir o trabalhador do seu local detrabalho, inclusivamente dentro da mesma localidade, mediante acordo

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escrito do interessado, ainda que a transferência não implique prejuízoeconómico para o trabalhador, salvo se tal transferência resultar da mudança,total ou parcial, do estabelecimento onde presta serviço.

2 - Das transferências referidas nesta cláusula, das causas que adeterminam e de todas as circunstâncias relevantes será dado prévioconhecimento ao sindicato outorgante.

3 - Em caso de transferência definitiva de uma localidade para outra,nos termos do nº 1 desta cláusula, a entidade patronal, além de custearas despesas directamente impostas pela transferência, pagará os acréscimosprevistos necessários a evitar qualquer prejuízo económico devidamentecomprovado pelo trabalhador.

4 - Caso a transferência não seja definitiva, mas implique que o trabalhadorse veja obrigado a deslocações diárias do local de trabalho habitual para onovo local de trabalho, com regresso ao fim do dia, terá direito ao pagamentode despesas de refeição e de deslocação, além do pagamento como trabalhoextraordinário do tempo gasto em deslocações. O disposto neste número sóé aplicável no caso de as localidades serem distintas.

5 - Caso a transferência não seja definitiva e tenha lugar dentro damesma localidade, a entidade patronal suportará o aumento de transporteque daí resulte para o trabalhador.

CAPÍTULO VPrestação de trabalho

Cláusula 26ª

Horário de trabalho

1 - Entende-se por horário de trabalho a determinação das horas doinício e do termo do período normal de trabalho diário, bem como osintervalos de descanso.

2 - O horário normal de trabalho obedecerá aos seguintes princípios:a) Semana de 5 dias, de segunda-feira a sexta-feira;b) Trinta e sete horas e meia de trabalho semanal, distribuído por sete

horas e meia de trabalho diário com encerramento das empresas atéàs 18 horas e 30 minutos;

c) As empresas poderão abrir aos sábados de manhã, devendo o trabalhoser prestado em regime de piquetes, não podendo cada trabalhadorfazer parte desse piquete mais de uma vez por mês;

d) Os trabalhadores que tenham prestado trabalho ao sábado terão livre, ecomo única compensação, a manhã do primeiro dia útil da semana seguinte;

e) O funcionamento ordinário das empresas nunca poderá ultrapassarum máximo de 41 horas por semana;

f) O trabalho não deve começar em regra antes das 9 horas nemterminar depois das 18 horas e 30 minutos.

3 - Para os trabalhadores classificados como assistentes o horário detrabalho terá um cômputo semanal de 37 horas e meia, não podendo, noentanto, o horário normal diário exceder as nove horas.

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4 - O sindicato outorgante poderá verificar nos próprios locais de trabalhoo cumprimento das cláusulas referentes à duração do trabalho contidas nopresente capítulo.

5 - A verificação referida no número anterior só poderá ser efectuadapor um membro da direcção do sindicato ou delegado sindical da empresaou funcionário do sindicato expressamente credenciado para o efeito.

Cláusula 27ªIntervalo no horário de trabalho

1 - O período normal de trabalho será interrompido obrigatoriamentepor um intervalo para almoço e descanso não inferior a uma hora nemsuperior a duas horas.

2 - Durante a interrupção destinada ao almoço e descanso não deveráhaver prestação de trabalho suplementar.

3 - A entidade patronal pode conceder outros intervalos de descansodurante o dia, mas serão contados como período útil de trabalho.

4 - É proibida a prestação de trabalho por períodos superiores a 4 horasconsecutivas, sem prejuízo do disposto no nº 3 da cláusula anterior e doque fica disposto quanto ao trabalho suplementar.

Cláusula 28ªHorários diferenciados

1 - Poderão porém, com o mesmo número de horas de trabalho, serestabelecidos outros horários, determinados por acordo entre a entidadepatronal e o trabalhador, com conhecimento do sindicato outorgante.

2 - O disposto no número anterior não se aplicará aos trabalhadores queindividualmente demonstrem inconveniência na aceitação de tal medida.

Cláusula 28ª-ATrabalho nocturno

1 - Considera-se trabalho nocturno o prestado no período que decorreentre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte.

2 - A remuneração do trabalho nocturno será superior em 30% àretribuição a que dá direito o trabalho equivalente prestado durante o dia.

Cláusula 29ªAfixação dos horários de trabalho

1 - Em todos os locais de trabalho deve ser afixado, em local públicobem visível, o respectivo mapa de horário de trabalho, elaborado pelaentidade patronal em conformidade com as cláusulas desta convenção.

2 - Serão elaborados e afixados à parte os mapas referentes aos horáriosprevistos nas alíneas c) e d) da cláusula 26ª, se for caso disso.

3 - Constarão obrigatoriamente dos mapas a relação actualizada do pessoalabrangido, as horas de início e termo dos trabalhos e os intervalos de descanso semanal.

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4 - Qualquer dos mapas referidos nos nºs 1 e 2 deverá ser enviado aosindicato outorgante, que confirmará se os mesmos se encontram elaboradosde acordo com a lei e esta convenção.

Cláusula 30ªTrabalho suplementar

1 - Considera-se trabalho suplementar o prestado para além do períodonormal de trabalho.

2 - Os trabalhadores estão obrigados à prestação de trabalho suplementar,salvo quando, havendo motivos atendíveis, expressamente solicitem a sua dispensa.

3 - Não estão sujeitos à obrigação estabelecida no número anterior asseguintes categorias de trabalhadores:

a) Deficientes;b) Mulheres grávidas ou com filhos de idade inferior a 10 meses;c) Menores.

4 - O trabalho suplementar pode ser prestado quando as empresas tenhamde fazer face a acréscimos eventuais de trabalho que não justifiquem a admissãode trabalhador com carácter permanente ou em regime de contrato a prazo.

5 - O trabalho suplementar pode ainda ser prestado em casos de forçamaior ou quando se torne indispensável para prevenir ou reparar prejuízosgraves para a empresa ou para assegurar a sua viabilidade.

6 - O trabalho suplementar deverá ser sempre autorizado pela entidadepatronal ou, na sua ausência, por responsável em que este delegue edevidamente registado em livro próprio, que deverá ser rubricado pelotrabalhador, sob pena de não produzir quaisquer efeitos legais.

7 - O trabalho suplementar previsto no nº 4 fica sujeito, por trabalhadoraos seguintes limites:

a) 160 horas de trabalho por ano;b) 2 horas por dia normal de trabalho;c) Um número de horas igual ao período normal de trabalho nos dias

de descanso semanal, obrigatório ou complementar, e nos feriados;d) Um número de horas igual a meio período normal de trabalho em

meio dia de descanso complementar.

8 - O trabalho suplementar previsto no nº 5 não fica sujeito a quaisquer limites.

9 - Caso a Inspecção Geral do Trabalho não reconheça, em despachofundamentado, a existência das condições constantes do nº 5, o trabalhosuplementar prestado fica sujeito ao regime do nº 4.

Cláusula 31ªIsenção do horário de trabalho

1 - Só poderão ser isentos de horário de trabalho, nos quadros daempresa, os trabalhadores das letras A, B, C e D.

2 - A isenção só poderá ser concedida havendo acordo entre a entidadepatronal e o trabalhador, mediante autorização do Ministério do Trabalho.

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3 - A remuneração do trabalhador isento deverá ser igual à da respectivaletra, acrescida da correspondente a duas horas de trabalho suplementarpor dia, nos termos da cláusula 35ª, nº 1, alínea a).4 - É vedado à entidade patronal exigir do trabalhador declaração derenúncia à remuneração prevista no número anterior.5 - Compete à empresa requerer a isenção de horário de trabalho eapresentar os documentos que sejam necessários para comprovar os factosalegados.6 - Os trabalhadores isentos devem constar nos horários afixadosdevidamente identificados nessa qualidade.

CAPÍTULO VIRetribuição de Trabalho

Cláusula 32ª

Conceito

1 - Considera-se retribuição aquilo a que, nos termos desta convenção,dos usos ou de contrato individual de trabalho, o trabalhador tem direitocomo contrapartida do seu trabalho.

2 - A retribuição compreende a remuneração mensal e todas as outrasprestações regulares e periódicas previstas ou não nesta convenção, feitas,directa ou indirectamente, em dinheiro ou em espécie.

3 - Até prova em contrário, presume-se constituir retribuição toda equalquer prestação da entidade patronal ao trabalhador.

4 - A retribuição pode ser constituída por uma parte certa e outravariável, nos termos desta convenção.

5 - Todos os acréscimos de retribuição ou outras prestações remuneratóriasque esta convenção mande calcular com base na retribuição efectiva dotrabalhador sê-lo-ão, salvo disposição em contrário, com base na retribuiçãoilíquida mensal, com excepção da prestação que se pretende calcular.

6 - À retribuição ilíquida mensal corresponde, designadamente:a) A remuneração constante do Anexo II;b) As diuturnidades;c) Os subsídios e acréscimos previstos nesta convenção;d) Qualquer outra prestação mensal com natureza de retribuição.

Cláusula 33ª

Pagamento da retribuição

1 - As prestações devidas a título de retribuição serão satisfeitas porinteiro no decurso do mês a que digam respeito.

2 - No acto de pagamento da retribuição a entidade patronal deveentregar ao trabalhador documento donde conste o nome completo, categoria,número de beneficiário da caixa de previdência , período a que a retribuiçãocorresponde, discriminação da modalidade das prestações remuneratórias,

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bem como das importâncias relativas ao trabalho suplementar ou nocturnoou em dias de descanso semanal e feriados, todos os descontos e deduçõesdevidamente especificadas, com a indicação do montante líquido a receber.

Cláusula 34ªRemuneração mínima mensal

A remuneração mínima mensal é a prevista no Anexo II.

Cláusula 35ªRemuneração do trabalho extraordinário

1 - O trabalho extraordinário será sempre remunerado com os seguintesaumentos sobre o salário/hora normal;

a) 90% das 18 às 20 horas;b) 125% das 20 às 24 horas;c) 150% das 24 às 08 horas.

2 - O cálculo do salário/hora normal será sempre feito de acordo coma seguinte fórmula:

SH = 13 X RME 1950

sendo RME a retribuição mensal efectiva, definida nos termos da cláusula 34ª.

3 - O pagamento das horas extraordinárias processar-se-á nos primeiros10 dias úteis do mês seguinte àquele em que o trabalho foi prestado.

Cláusula 36ªRemuneração de trabalho prestado em dias de descanso semanal ou feriados

1 - Os trabalhadores que tenham prestado trabalho em qualquer dos diasde descanso semanal, descanso semanal complementar e feriados terãodireito a um dia completo de descanso num dos três dias úteis seguintes.

2 - A remuneração do trabalho prestado nesses dias será de 200% dosalário/hora normal, devendo ser pago um mínimo de 4 horas.

3 - O trabalho prestado nos dias de descanso semanal, semanalcomplementar e feriados, no período compreendido entre as 18 horas e as08 horas, será sempre remunerado nos termos do nº 2 desta cláusula,acrescido dos seguintes aumentos sobre o salário/hora normal:

a) 50% das 18 às 20 horas;b) 75% das 20 às 24 horas;c) 100% das 24 às 08 horas.

Cláusula 37ªGratificações

As gratificações que, muito embora não sendo devidas por imperativodesta convenção, sejam atribuídas regular e periodicamente, consideram-se, para todos os efeitos, parte integrante da retribuição do trabalhador.

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Cláusula 38ªSubsídio de férias

O subsídio de férias integra, para todos os efeitos, a retribuição do trabalhador.

Cláusula 39ªDiuturnidades

1 - Todos os trabalhadores têm direito, por cada período de 2 anos namesma letra e empresa, a uma diuturnidade no valor de 9% da remuneraçãomínima mensal constante do Anexo II para a letra G (valor de 9.310$00)(46,44€) com efeitos retroactivos a partir de 1 de Janeiro de 2001).

2 - As diuturnidades são devidas até ao limite de 5 para todas as categorias.

3 - As diuturnidades integram, para todos os efeitos, a retribuição mensal.

4 - Para efeitos de diuturnidades os períodos contam-se a partir do dia1 do mês de ingresso do trabalhador na respectiva categoria profissional.

5 - O valor das diuturnidades será acrescido às remunerações constantesdo Anexo II. Se à data em que adquire o direito à diuturnidade a remuneraçãomensal for já superior ao ordenado base previsto no Anexo II, será mantidaou elevada, na medida do necessário, consoante o montante dela atinja jáou não atinja ainda a soma do valor do referido ordenado base mais oquantitativo percentual da diuturnidade devida.

6 - Na promoção a letra superior, o trabalhador perde o direito às diuturnidadesjá vencidas, não podendo no entanto a sua retribuição ser reduzida.

§ - As alterações de letra verificadas pela introdução da categoria dedirector de serviços e a consequente reclassificação dos trabalhadores nãoafecta o sistema de diuturnidades em vigor.

Cláusula 40ªSubsídio de Natal

1 - Todos os trabalhadores têm direito, anualmente, a um subsídio de Natal.

2 - O direito ao subsídio de Natal vence-se em 10 de Dezembro de cada ano.

3 - O subsídio previsto nesta cláusula integra a retribuição.

4 - O subsídio de Natal será de valor igual a um mês de retribuiçãoefectivamente auferida pelo trabalhador, não podendo nunca ser inferior àretribuição do mês de Dezembro do ano em causa.

5 - Com referência ao ano de admissão e ao ano de cessação docontrato de trabalho, o subsídio de Natal será pago na proporção do tempode trabalho prestado.

Cláusula 41ªSubsídio por quebras

1 - Os trabalhadores que exerçam as funções de caixa ou cobrança nostermos da definição de funções constantes do Anexo I têm direito a umacréscimo mensal de retribuição, pelo risco de falhas em dinheiro, no

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montante de 6,5% da remuneração mínima mensal constante do Anexo IIpara a letra G (valor de 6.720$00) (33,52€) com efeitos retroactivos apartir de 1 de Janeiro de 2001).

a) O disposto no número anterior abrange os trabalhadores que exerçamcumulativamente aquelas funções e que à presente data beneficiemjá desse acréscimo.

2 - Os trabalhadores que exerçam temporariamente as funções de caixaou cobrança têm direito ao acréscimo de retribuição previsto no númeroanterior, na importância correspondente ao tempo em que efectivamenteexerçam essas funções, não podendo em nenhum caso esse acréscimo serinferior a metade do subsídio mensal.

CAPÍTULO VIISubsídio de refeição e deslocações

Cláusula 42ª

Subsídio de almoço

1 - Todos os trabalhadores têm direito, por cada dia completo de trabalho,a um subsídio de almoço de Esc. 1.120$00 (5,59€) o qual poderá ser pagoem senhas ou em numerário.

2 - Para efeito do disposto no número anterior, entende-se por diacompleto de trabalho, a prestação efectiva de trabalho normal por umperíodo igual ou superior a sete horas, sem prejuízo dos direitos conferidosaos trabalhadores nos termos das cláusulas 26ª, nº 2 alínea d), no que serefere ao trabalho prestado na segunda-feira seguinte, 93ª, alíneas d) e e),95ª, nº 2 e cláusula 102ª, nº 2, alíneas a) e b).

3 - Nos dias em que os trabalhadores tenham direito ao abonoestabelecido na alínea b) do nº 1 da cláusula 43ª não auferem o subsídioprevisto no nº 1 desta cláusula.

4 - O subsídio previsto no nº 1 desta cláusula não se considera retribuição.

Cláusula 43ªAbonos de refeição

1 - Quando o trabalhador se encontrar a prestar trabalho fora do períodofixado na cláusula 26ª, terá direito a ser abonado em transporte e emrefeições de acordo com a seguinte tabela mínima:

a) Pequeno-almoço ............. 1,97€ (395$00)b) Almoço .......................... 11,07€ (2.220$00)c) Jantar ............................ 11,07€ (2.220$00)d) Ceia .............................. 7,38€ (1.480$00)

2 - Consideram-se horas de refeição, início e termo:a) Pequeno-almoço, entre as 7 e as 9 horas;b) Almoço, entre as 12 e as 15 horas;c) Jantar, entre 19 e as 21 horas;d) Ceia, entre as 0 e as 7 horas.

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3 - Obrigatoriamente, será concedido um mínimo de uma hora comointervalo para refeições, excepto para o pequeno-almoço, que será de meiahora. Os intervalos referidos serão considerados para todos os efeitos comotempo de trabalho útil.

4 - Os trabalhadores que terminem o trabalho às 20 horas não têmdireito ao abono previsto para o jantar.

Cláusula 44ªDeslocações em serviço

1 - O trabalhador que, por determinação da entidade patronal, se desloqueem serviço desta ou frequente, a pedido dela e fora da povoação em quese situa o local de trabalho, cursos de aperfeiçoamento profissional ouviagens de estudo, tem direito a alojamento e transporte nos termos dosnºs 2 e 3 desta cláusula à alimentação e a um subsídio diário, que será:

a) Continente e Ilhas .............. 14,86€ (2.980$00)b) Países estrangeiros ............. 29,73€ (5.960$00)

2 - Sempre que o trabalhador se desloque em viagem de grupo, aoserviço da empresa, terá direito a alojamento no mesmo estabelecimentohoteleiro onde se aloje a maioria dos clientes e a transporte em condiçõesnunca inferiores às daqueles.

3 - No caso de viajar sozinho, terá direito, sempre que possível, aoalojamento hoteleiro no mesmo estabelecimento hoteleiro não inferior àcategoria 1ª-B ou 3 estrelas e a transporte em 1ª classe, excepto quandode avião, que será de classe económica.

4 - Quando o trabalhador pernoitar na área da sua residência, a entidadepatronal pagará todas as despesas de manutenção contra documento, deacordo com a tabela da cláusula 43ª.

5 - Caso o trabalhador utilize veículo próprio em serviço, terá direito aum subsídio por quilómetro equivalente a dois sétimos do preço da gasolinasuper ou, em alternativa, a um quarto daquele preço, ficando, neste últimocaso, a entidade patronal obrigada a fazer um seguro que cubra o trabalhadore o veículo de eventuais acidentes ocorridos em serviço.

CAPÍTULO VIIISuspensão da prestação do trabalho

SECÇÃO I - DESCANSO SEMANAL, FÉRIAS E FERIADOS

Cláusula 45ª

Descanso semanal

1 - Os trabalhadores em regime de horário normal de trabalho têmdireito a descansar dois dias por semana, os quais, em princípio, serão oSábado e o Domingo.

2 - O descanso semanal dos trabalhadores classificados como assistentese anotador(a)/recepcionista não será obrigatoriamente ao sábado e domingo.

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Cláusula 46ªFeriados obrigatórios

1 - São feriados obrigatórios os seguintes dias:1 de JaneiroTerça-Feira de EntrudoSexta-Feira SantaCorpo de Deus25 de Abril1 de Maio10 de Junho15 de Agosto5 de Outubro1 de Novembro1 de Dezembro8 de Dezembro25 de Dezembro

2 - O disposto no número anterior aplica-se ainda aos feriados municipais,relativamente às localidades onde a entidade patronal tenha escritórios e/ou dependências.

3 - É proibida a prestação de trabalho suplementar para compensarferiados obrigatórios ou concedidos pela entidade patronal.

4 - O feriado de Sexta-Feira Santa poderá ser observado em outro diacom significado local no período da Páscoa.

5 - O dia 24 de Dezembro e a tarde do dia 31 de Dezembro passarãoa ser obrigatoriamente feriados no âmbito desta convenção, caso venha aser alterada a legislação vigente nesta matéria.

Cláusula 47ªDireito a férias

1 - Todos os trabalhadores têm direito a gozar férias remuneradas noano civil subsequente ao da sua admissão, por um período de 22 dias úteis,nos termos gerais e ainda segundo as seguintes condições:

a) Quando o início da prestação de trabalho ocorrer no 1º semestre doano civil, o trabalhador tem direito, após um período de 60 dias detrabalho efectivo, a um período de férias de 10 dias úteis;

b) Quando o início da prestação de trabalho ocorra no 2º semestre doano civil, o direito a férias só se vence após o decurso de 6 mesescompletos de serviço efectivo.

2 - Para efeitos de férias, a contagem dos dias úteis compreende os diasda semana de segunda a sexta-feira, com exclusão dos feriados, não sendocomo tal considerados o sábado e o domingo.

3 - Cessando o contrato de trabalho, a entidade patronal pagará aotrabalhador a retribuição correspondente ao período de férias vencido, salvose o trabalhador já as tiver gozado, bem como a retribuição correspondenteao período de férias proporcional ao tempo de serviço prestado no próprioano da cessação.

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4 - O período de férias não gozado por motivo de cessação do contrato,bem como o período proporcional referido no número anterior, conta-sesempre para o efeito de antiguidade.

5 - Os trabalhadores têm direito a um subsídio de férias de montanteigual ao da retribuição correspondente ao período de férias a que tenhamdireito nos termos dos números anteriores.

6 - As retribuições e subsídios de férias serão pagos de uma só vez, pelomenos 10 dias antes do seu início.

Cláusula 48ªGozo de férias

1 - As férias devem ser gozadas seguidamente, salvo nos meses deJulho e Agosto em que os trabalhadores terão direito a gozar um mínimode 10 dias úteis consecutivos.

2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior as férias podem sermarcadas para serem gozadas interpoladamente mediante acordo entre otrabalhador e a entidade patronal.

3 - Mediante acordo entre a entidade patronal e o trabalhador, sempreque este utilizar o seu período de férias ou parte dele, fora dos meses deJunho a Setembro, a empresa conceder-lhe-á um crédito adicional de 5 diasúteis a acrescer a cada período de 10 dias úteis assim gozados.

4 - O crédito adicional de 5 dias úteis por cada 10 dias úteis de fériasa que se refere o número anterior, não pode ser gozado seguidamente aosperíodos de férias, nem nos meses de Junho a Setembro, a não ser queoutro seja o acordo com a entidade patronal, e não dá direito a subsídio.

Cláusula 49ªMarcação do período de férias

1 - A marcação do período de férias deve ser feita, por mútuo acordoentre a entidade patronal e o trabalhador, que atenderão:

a) À garantia do regular funcionamento da empresa, considerado querno seu conjunto quer em relação a cada serviço ou secção;

b) À marcação feita pelos trabalhadores.

2 - Na falta de acordo, caberá à entidade patronal a elaboração do mapade férias, ouvindo para o efeito a comissão de trabalhadores, ou a comissãosindical ou intersindical, ou os delegados sindicais, pela ordem indicada.

3 - Salvo acordo em contrário, o período de férias será marcado entre 1de Abril e 31 de Outubro, elaborando-se para isso uma escala rotativa de todosos meses do período, de modo a permitir a cada trabalhador a sua utilização.

4 - Aos cônjuges ao serviço da mesma entidade patronal, bem como àspessoas que vivam há mais de dois anos em união de facto, será concedidaa faculdade de gozarem férias simultaneamente.

5 - A entidade patronal remeterá ao sindicato outorgante até 15 de Abrilde cada ano, um mapa donde conste o período de férias dos trabalhadores.

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Todas as alterações que se verificarem posteriormente serão igualmenteremetidas ao mesmo Sindicato.

Cláusula 50ªIndisponibilidade do direito a férias

1 - As férias em caso algum poderão ser remidas a dinheiro ousubstituídas por qualquer outra concessão.

2 - O trabalhador não pode exercer durante as férias qualquer outraactividade remunerada, salvo se já a viesse exercendo cumulativamente oua entidade patronal o autorize a isso.

Cláusula 51ªCumulação de férias

1 - Os trabalhadores que pretendam gozar férias no estrangeiro poderão,com prévio acordo da entidade patronal, acumular férias de dois anos consecutivos.

2 - O disposto no número anterior aplica-se igualmente:a) Aos trabalhadores do continente que pretendam gozar as férias nas

regiões autónomas;b) Aos trabalhadores de cada uma das regiões autónomas que pretendam

gozar férias no continente ou na outra região autónoma.

3 - No ano de ingresso na situação de reforma o trabalhador terá direitoa acumular com o período de férias vencido a parte proporcional do períodode férias a vencer no dia 1 de Janeiro subseqüente, o mesmo sendoaplicável ao correspondente subsídio de férias.

Cláusula 52ªAlteração ou interrupção de férias

1 - As alterações do período de férias já estabelecidas, ou a interrupçãodas já iniciadas, só serão permitidas por comum acordo entre a entidadepatronal e o trabalhador.

2 - As alterações ou interrupções dos períodos de férias por motivo deinteresse da entidade patronal colocam esta na obrigação de indemnizar otrabalhador pelos prejuízos que haja sofrido na pressuposição de que gozariaintegralmente as férias na época fixada.

3 - Sempre que haja coincidência de um período de doença com ofixado para o gozo de férias, se a baixa se verificar antes da data fixadapara o início das férias ou durante as mesmas e for devidamente comprovadapelos Serviços Médico-Sociais, estas serão adiadas, totalmente ou na partenão gozada, a pedido do trabalhador, para data a fixar de acordo com asconveniências de serviço e do trabalhador.

Cláusula 52ª-AFérias durante a suspensão do contrato por impedimento prolongado

1 - No ano da suspensão do contrato de trabalho por impedimentoprolongado, respeitante ao trabalhador, se se verificar a impossibilidade

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total ou parcial do gozo do direito a férias já vencido, o trabalhador terá direitoà retribuição correspondente ao período de férias não gozado e respectivo subsídio.

2 - No ano da cessação do impedimento prolongado, o trabalhador temdireito, após a prestação de três meses de efectivo serviço, a um período deférias e respectivo subsídio equivalente aos que se teriam vencido em 1 deJaneiro desse ano como se tivessem estado ininterruptamente ao serviço.

3 - No caso de sobrevir o termo do ano civil antes de decorrido o prazoreferido no número anterior ou de gozado o direito a férias, pode otrabalhador usufruí-lo até 30 de Abril do ano civil subsequente.

SECÇÃO II - FALTAS

Cláusula 53ªConceito de falta

1 - Falta é a ausência do trabalhador durante o período normal detrabalho a que está obrigado.

2 - As faltas podem ser justificadas ou injustificadas.

Cláusula 54ªFaltas justificadas

1 - Consideram-se justificadas as faltas motivadas por impossibilidadede prestar trabalho por facto para o qual o trabalhador de nenhum modohaja contribuído.

2 - Nas hipóteses abrangidas pelo número anterior, quando a impossibilidadese prolongue para além de um mês, aplica-se o estipulado na cláusula 59ª.

3 - As faltas prévia ou posteriormente autorizadas pela entidade patronalconsideram-se, para todos os efeitos, justificadas.

Cláusula 55ªCasos de faltas justificadas

1 - Sem prejuízo da retribuição, das férias ou da antiguidade e sem quehaja lugar a consequências disciplinares desfavoráveis, os trabalhadorestêm direito às seguintes ausências ao serviço:

a) Por motivo de casamento, durante um período de onze dias, excluindoos dias de descanso intercorrentes;

b) Por motivo de luto, durante os períodos com a duração a seguir indicada:I - Cinco dias, por pais, cônjuge, sogros, filhos, adoptantes,

adoptados, noras, genros, padastro, madrasta, enteados,companheiro ou companheira;

II - Dois dias, por avós, netos, irmãos, cunhados, e ainda pessoasque vivam em comunhão de mesa e habitação com os trabalhadores.

c) Por motivo de parto, o pai durante três dias;d) Por motivo de exames em estabelecimentos de ensino, nos dias das

provas e vésperas desde que seja dado aviso prévio de 2 dias;e) Pelo período de tempo indispensável para consultas médicas desde

que previamente autorizadas ou devidamente justificadas.

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2 - Consideram-se igualmente justificadas as faltas que resultarem documprimento de obrigações legais, as motivadas pela prática de actosnecessários e inadiáveis no exercício de funções em associações sindicaisou instituições de previdência e na qualidade de delegado sindical ou demembro da comissão de trabalhadores e as motivadas pela necessidade deprestar assistência inadiável aos membros do seu agregado familiar,nomeadamente em caso de acidente ou doença,

Cláusula 56ªConsequência das faltas não justificadas

1 - A entidade patronal tem direito a descontar na retribuição dotrabalhador, definida nos termos da cláusula 32ª a importância correspondenteaos dias de faltas não justificadas ou a diminuir em igual número de dias operíodo de férias imediato se o trabalhador assim o pretender.

2 - Na hipótese da parte final do número anterior, o período de fériasnão pode ser reduzido a menos de três quartos do fixado na cláusula 47ª.

3 - As faltas injustificadas determinam sempre a perda de retribuiçãocorrespondente ao período de férias, o qual será descontado, para todos osefeitos, na antiguidade do profissional.

4 - Tratando-se de faltas injustificadas a um ou meio período normal detrabalho diário, o período de ausência a considerar para os efeitos donúmero anterior abrangerá os dias ou meios dias de descanso ou feriadoimediatamente anteriores ou posteriores ao dia ou dias de falta.

5 - Sem prejuízo do previsto no número anterior, as ausências porperíodo inferior a um dia de trabalho serão consideradas somando os temposrespectivos, reduzindo os totais a dias ou meios dias de trabalho.

Cláusula 57ªParticipação das faltas

1 - As faltas quando previsívies, serão obrigatoriamente comunicadas àentidade patronal com a antecedência mínima de cinco dias.

2 - Quando imprevistas, as faltas serão obrigatoriamente comunicadasà entidade patronal logo que possível.

3 - O não cumprimento do disposto nos números anteriores torna asfaltas injustificadas.

4 - A entidade patronal pode em qualquer caso de falta justificada exigirao trabalhador prova dos factos invocados para a justificação.

SECÇÃO III - IMPEDIMENTOS PROLONGADOS

Cláusula 58ªLicença sem retribuição

1 - Se requerida pelo trabalhador, poderá a entidade patronal concederlicença sem retribuição, seguida ou interpolada, até ao limite máximo de 2anos, com o parecer favorável da comissão de trabalhadores.

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2 - O trabalhador conserva o direito ao lugar, mas o período de licençasem retribuição, autorizado pela entidade patronal, conta com antiguidadedo trabalhador para todos os efeitos derivados da antiguidade.

3 - Durante o período de licença sem retribuição os trabalhadores figurarãono quadro de pessoal e constarão dos mapas de quotização sindical, comindicação da situação.

4 - Durante o mesmo período de licença cessam os direitos, deveres e garantiasdas partes, na medida em que pressuponham a efectiva prestação de trabalho.

5 - Após qualquer período de licença pedido pelo trabalhador, caso estenão se apresente ao serviço na data prevista, cessarão definitivamente osdeveres, direitos e garantias das partes.

Cláusula 59ªSuspensão por impedimento prolongado do trabalhador

1 - Quando o trabalhador esteja temporariamente impedido por factoque não lhe seja imputável, nomeadamente doença, acidente ou cumprimentode obrigações legais, e o impedimento se prolongue por mais de um mês,cessam os direitos, deveres e garantias das partes, na medida em quepressuponham a efectiva prestação de trabalho, sem prejuízo da observânciadas disposições aplicáveis da legislação sobre previdência.

2 - O trabalhador conserva o direito ao lugar e o tempo de suspensão contacomo antiguidade do trabalhador para todos os efeitos derivados da antiguidade.

3 - O disposto no número anterior só não é aplicável quando o trabalhadortenha criado fraudulentamente o impedimento para evitar a cessação docontrato de trabalho.

4 - Os trabalhadores cujo contrato se encontre suspenso, nos termosdesta cláusula, não serão retirados do quadros de pessoal e serão consideradospara os efeitos consignados na dotação de quadros referida na cláusula 15ª.

Cláusula 60ªTermo do impedimento do trabalhador

1 - Terminado o impedimento, o trabalhador deve, dentro de 15 dias apresentar-se à entidade patronal para retomar o trabalho, sendo a reintegração compulsiva.

2 - A entidade patronal que se oponha a que um trabalhador retome oserviço dentro do prazo de 15 dias a contar da data da sua apresentaçãodeve indemnizar este por cada dia desde essa data até à sua reintegraçãocom o valor correspondente ao vencimento.

3 - O contrato de trabalho caducará, porém, no momento em que setorne certo que o impedimento é definitivo, sem prejuízo das disposiçõesaplicáveis sobre previdência.

Cláusula 61ªOcorrência de justa causa de rescisão durante a suspensão

A suspensão não prejudica o direito de, durante ela, qualquer das partesrescindir o contrato, ocorrendo justa causa.

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Cláusula 62ªServiço militar obrigatório

O disposto na cláusula 52ª-A, bem como o das cláusulas anterioressobre suspensão por impedimento prolongado do trabalhador, são aplicáveisaos trabalhadores que tenham ingressado no serviço militar.

CAPÍTULO IXCessação do contrato de trabalho

Cláusula 63ªCausas da cessação do contrato de trabalho

O contrato de trabalho pode cessar por:a) Mútuo acordo das partes;b) Caducidade;c) Despedimento com justa causa;d) Despedimento colectivo;e) Rescisão por iniciativa do trabalhador.

Cláusula 64ª

Cessação por mútuo acordo

1 - Salvo a hipótese de simulação ou fraude às cláusulas desta convenção,é lícito às partes revogar o contrato de trabalho por mútuo acordo.

2 - O acordo constará obrigatoriamente de documento escrito assinadopor ambas as partes, em duplicado, ficando cada parte com um exemplar.

3 - Desse documento podem constar outros efeitos acordados entre aspartes, desde que não contrariem as leis gerais do trabalho e as normasdo presente contrato.

4 - Do acordo de cessação constará a discriminação dos créditos liquidadosao trabalhador, bem como, quando seja caso disso, a compensação pecuniáriaacordada em virtude da cessação. Constará, também, a eventualcompensação pecuniária destinada à liquidação de créditos vencidos à datada cessação do contrato ou exigíveis em virtude dessa cessação.

Cláusula 65ªCaducidade

1 - O contrato de trabalho caduca nos casos previstos nos termos geraisdo direito, nomeadamente:

a) Expirando o prazo por que foi estabelecido;b) Com a reforma do trabalhador;c) Verificando-se impossibilidade superveniente, absoluta e definitiva de

o trabalhador prestar o seu trabalho ou de a empresa o receber.

2 - Nos casos previstos na alínea c) do número anterior só se consideraverificada a impossibilidade quando ambos os contraentes a conheçam oudevam conhecer.

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Cláusula 65ª-AAbandono do trabalho

1 - Considera-se abandono do trabalho a ausência do trabalhador aoserviço acompanhada de factos que com toda a probabilidade revelem aintenção de o não retomar.

2 - Presume-se abandono do trabalho a ausência do trabalhador aoserviço, durante, pelo menos, quinze dias úteis seguidos, sem que a entidadeempregadora tenha recebido comunicação do motivo da ausência.

3 - A presunção estabelecida no número anterior pode ser ilidida pelotrabalhador mediante prova de ocorrência de motivo de força maior impeditivoda comunicação de ausência.

4 - O abandono do trabalho vale como rescisão do contrato e constituio trabalhador na obrigação de indemnizar a entidade empregadora.

5 - A cessação do contrato só é invocável pela entidade empregadoraapós comunicação registada, com aviso de recepção, para a última moradaconhecida do trabalhador.

Cláusula 66ªRescisão com justa causa promovida pela entidade patronal

1 - É proibido às entidades patronais efectuar despedimentos sem justa causa.

2 - O exercício, pela entidade patronal, da faculdade de despedir otrabalhador invocando justa causa está condicionado à realização de processodisciplinar nos termos da cláusula 82ª.

3 - Considera-se justa causa o comportamento culposo do trabalhadorque pela sua gravidade e consequências, torne imediata e praticamenteimpossível a subsistência da relação de trabalho.

4 - Constituirão, nomeadamente justa causa de despedimento osseguintes comportamentos do trabalhador:

a) Desobediência ilegítima às ordens dadas por responsáveishierarquicamente superiores;

b) Violação de direitos e garantias de trabalhadores da empresa;c) Provocação repetida de conflitos com outros trabalhadores da empresa;d) Desinteresse repetido pelo cumprimento, com a diligência devida das

obrigações inerentes ao exercício do cargo ou posto de trabalho quelhe seja confiado;

e) Lesão de interesses patrimoniais sérios da empresa;f) Prática intencional no âmbito da empresa, de actos lesivos da

economia nacional;g) Faltas não justificadas ao trabalho que determinem directamente

prejuízos ou riscos graves para a empresa ou, independentemente,de qualquer prejuízo ou risco, quando o número de faltas injustificadasatingir, em cada ano, 5 seguidas ou 10 interpoladas;

h) Falta culposa de observância das normas de higiene e segurança no trabalho;i) Prática, no âmbito da empresa, de violências físicas, de injúrias ou

outras ofensas punidas por lei sobre trabalhadores da empresa,elementos dos corpos sociais, seus delegados ou representantes;

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j) Sequestro e em geral crimes contra a liberdade das pessoas referidasna alínea anterior;

l) Reduções anormais e culposas da produtividade do trabalhador;m)Falsas declarações relativas à justificação das faltas.

Cláusula 67ª

Ilicitude de despedimento

1 - O despedimento é ilícito:a) Se não tiver sido precedido do processo respectivo ou este for nulo;b) Se se fundar em motivos políticos, ideológicos ou religiosos, ainda

que com invocação de motivo diverso;c) Se for declarada improcedente a justa causa invocada.

2 - A ilicitude do despedimento só pode ser declarada pelo tribunal emacção intentada pelo trabalhador.

3 - O processo só pode ser declarado nulo se:a) Faltar a comunicação referida no nº 2 da cláusula 82ª.b) Não tiverem sido respeitados os direitos que ao trabalhador são

reconhecidos nos nºs 5 e 6 da cláusula 82ª e no nº 2 da cláusula82ª-A;

c) A decisão de despedimento e os seus fundamentos, não constaremde documento escrito, nos termos dos nºs 9 a 11 da cláusula 82ªe do nº 3 da cláusula 82ª-A.

4 - Na acção de impugnação judicial do despedimento, a entidadeempregadora apenas pode invocar factos constantes da decisão referidanos nºs 9 a 11 da cláusula 82ª, competindo-lhe a prova dos mesmos.

5 - Para apreciação da justa causa deve o tribunal atender, no quadro dagestão da empresa, ao grau de lesão dos interesses da entidade empregadora,ao carácter das relações entre as partes ou entre o trabalhador e os seuscompanheiros e às demais circunstâncias que no caso se mostrem relevantes.

Cláusula 68ªEfeitos da ilicitude

1 - Sendo o despedimento declarado ilícito, a entidade empregadoraserá condenada:

a) No pagamento da importância correspondente ao valor das retribuiçõesque o trabalhador deixou de auferir desde a data do despedimentoaté à data da sentença;

b) Na reintegração do trabalhador, sem prejuízo da sua categoria eantiguidade, salvo se até à sentença este tiver exercido o direito deopção previsto no nº 3, por sua iniciativa ou a pedido do empregador.

2 - Da importância calculada nos termos da alínea a) do número anteriorsão deduzidos os seguintes valores:

a) Montante das retribuições respeitantes ao período decorrido desde a datado despedimento até 30 dias antes da data da propositura da acção, seesta não for proposta nos 30 dias subsequentes ao despedimento;

b) Montante das importâncias relativas a rendimentos de trabalho auferidospelo trabalhador em actividades iniciadas posteriormente ao despedimento.

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3 - Em substituição da reintegração pode o trabalhador optar por umaindemnização, nos termos previstos na cláusula 72ª, contando-se para oefeito todo o tempo decorrido até à data da sentença.

Cláusula 69ªAusência de justa causa

Embora os factos alegados correspondam objectivamente a algumas dassituações configuradas nas cláusulas anteriores, a empresa não poderáinvocá-los como justa causa:

a) Quando houver praticado actos, posteriormente à verificação docomportamento do trabalhador ou ao seu conhecimento, que revelemnão o considerar perturbador das relações de trabalho;

b) Quando houver, expressa e inequivocamente, perdoado ao trabalhador.

Cláusula 70ªRescisão do contrato por iniciativa do trabalhador

1 - O trabalhador tem direito a rescindir o contrato individual de trabalho pordecisão unilateral, devendo comunicá-lo por escrito, com aviso prévio de 2 meses.

2 - No caso de o trabalhador ter menos de 2 anos completos de serviço,o aviso prévio será de 1 mês.

3 - Se o trabalhador, sem o acordo da entidade patronal, não cumprir, totalou parcialmente, o prazo de aviso, pagará à outra parte, a título de indemnização,o valor da retribuição correspondente ao período de aviso prévio em falta.

Cláusula 71ªJusta causa de rescisão por iniciativa do trabalhador

1 - Constituem justa causa de rescisão do contrato pelo trabalhador osseguintes comportamentos da entidade empregadora:

a) Falta culposa de pagamento pontual da retribuição na forma devida;b) Violação culposa das garantias legais ou convencionais do trabalhador;c) Aplicação de sanção abusiva;d) Falta culposa de condições de higiene e segurança no trabalho;e) Lesão culposa de interesses patrimoniais sérios do trabalhador;f) Ofensas à integridade física, liberdade, honra ou dignidade do

trabalhador, puníveis por lei, praticadas pela entidade empregadoraou seus representantes legítimos.

2 - Constitui ainda justa causa de rescisão do contrato pelo trabalhador:a) A necessidade de cumprimento de obrigações legais incompatíveis

com a continuação ao serviço;b) A alteração substancial e duradoura das condições de trabalho no

exercício legítimo de poderes da entidade empregadora;c) A falta não culposa de pagamento pontual da retribuição ao trabalhador.

3 - Se o fundamento da rescisão for o da alínea a) do nº 2, o trabalhadordeve notificar a entidade empregadora com a máxima antecedência possível.

4 - A rescisão deve ser feita por escrito, com indicação sucinta dos factosque justificam, dentro dos 15 dias subsequentes ao conhecimento desses factos.

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Cláusula 72ªIndemnizações

1 - A rescisão do contrato com justa causa por iniciativa do trabalhador,quando efectuada ao abrigo do nº 1 da cláusula 71ª, obriga a entidadepatronal ao pagamento de uma indemnização ao trabalhador, de 1 mês emeio de remuneração por cada ano de antiguidade ou fracção.

2 - A indemnização a que se refere o número anterior não poderá serinferior a quatro meses e meio de remuneração.

3 - Para efeitos do disposto nos números anteriores, atender-se-á sempreà retribuição efectiva do trabalhador no momento da rescisão do contrato,contando-se como completos os anos de admissão e rescisão.

Cláusula 73ªCessação do contrato de trabalho

1 - Salvo as hipóteses previstas nas cláusulas 66ª e 70ª, a cessação docontrato de trabalho não dispensa a entidade patronal do pagamento integralda retribuição do mês em curso.

2 - Em nenhuma hipótese de cessação do contrato de trabalho a entidadepatronal deixará de pagar as retribuições já vencidas na proporção dotrabalho prestado.

3 - As indemnizações devidas, quer pela entidade patronal, quer pelotrabalhador, pela rescisão do contrato de trabalho entendem-se sem prejuízodas devidas em acção penal, se for caso disso.

Cláusula 74ªDespedimento colectivo e despedimento por extinção do posto de trabalho

Só serão permitidos despedimentos colectivos e despedimentos porextinção de postos de trabalho desde que observados, pela entidade patronal,todos os requisitos, limites e condicionalismos impostos pela lei em vigor.

Cláusula 75ªFalência da entidade patronal

1 - A declaração judicial de falência da entidade patronal não faz caducaro contrato de trabalho.

2 - O administrador de falência satisfará integralmente as retribuições quese forem vencendo, se a empresa não for encerrada e enquanto o não for.

3 - A cessação do contrato de trabalho fica sujeita, consoante as circunstânciasdo caso, à disciplina de encerramento definitivo, previsto na cláusula 77ª.

Cláusula 76ªEncerramento temporário

1 - No caso de encerramento temporário da empresa e/ou dependência ouredução da actividade, por iniciativa da entidade patronal, por facto a elaimputável ou por razões do seu interesse, os trabalhadores afectados mantêmtodos os direitos consignados nesta convenção.

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2 - O disposto no número anterior é extensivo a quaisquer outros casos em queo trabalhador não possa executar o serviço por facto que não lhe diga respeito.

3 - Se o encerramento se tornar definitivo, e a partir da respectiva data,aplica-se o disposto na cláusula seguinte.

Cláusula 77ªEncerramento definitivo

Em caso de encerramento definitivo da empresa e/ou dependência querseja da exclusiva iniciativa da entidade patronal, quer seja ordenada pelasentidades competentes, devendo ser comprovado por peritagem do Ministériodo Trabalho, os contratos de trabalho caducam, recebendo os trabalhadores,para além da indemnização legal a que tiverem direito, 5 meses devencimento, excepto se a entidade patronal puder conservar ao seu serviçoos trabalhadores noutra ou noutras empresas ou dependências.

Cláusula 78ªTransmissão de exploração

1 - Em caso de transmissão de exploração, os contratos de trabalhocontinuarão com a entidade patronal adquirente, salvo quanto aostrabalhadores que não pretendem a manutenção dos respectivos vínculoscontratuais, por motivo atendível e devidamente justificado, nomeadamentepela diminuição significativa do património da empresa.

2 - Os contratos de trabalho deverão manter-se com a entidadetransmitente se esta prosseguir a actividade noutro ramo de exploração ouestabelecimento e se o trabalhador a isso anuir.

3 - Os trabalhadores que optarem pela cessação do contrato têm direitoà indemnização prevista na cláusula 72ª, por cujo pagamento serãosolidariamente responsáveis o transmitente e o adquirente.

4 - A entidade patronal adquirente é solidariamente responsável pelocumprimento de todas as obrigações emergentes do contrato de trabalhovencidas nos 6 meses anteriores à transmissão, desde que reclamadas atéao momento em que ela tenha lugar e ainda que respeitem a trabalhadorescujos contratos hajam cessado.

5 - Não prevalecem sobre as normas anteriores os acordos firmadosentre o transmitente e o adquirente, ainda que constem de documentoautêntico ou autenticado.

6 - As disposições previstas nesta cláusula aplicam-se igualmente emcaso de alteração do pacto social que conduza a diminuição da capacidadeda empresa para dar cobertura aos direitos adquiridos pelos trabalhadores aoseu serviço, nomeadamente quanto ao pagamento de eventuais indemnizações.

7 - Para efeito de o trabalhador exercer os direitos de opção que lhe sãogarantidos por esta cláusula, a entidade ou entidades patronais interessadaspoderão notificar os trabalhadores, expondo circunstanciadamente todas ascondições de transmissão ou alteração em vista, para que, em 30 dias, osmesmos declarem, por escrito, e por forma irreversível, qual a opção quefarão no caso de se concretizar a referida transmissão ou alteração. Se o

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trabalhador deixar de se pronunciar, entende-se que aceita continuar aoserviço da entidade patronal interessada, no caso de alteração do pacto, oude qualquer das entidades patronais interessadas e conforme estasacordarem, mas sem prejuízo do disposto na cláusula 25ª, no caso detransmissão de exploração.

Cláusula 79ªCréditos resultantes do contrato

1 - Todos os créditos emergentes do contrato de trabalho e da suaviolação ou cessação, quer pertencentes à entidade patronal, querpertencentes ao trabalhador, extinguem-se por prescrição decorrido um anoa partir do dia seguinte àquele em que cessou o contrato de trabalho.

2 - Os créditos resultantes da indemnização por falta de férias, pela aplicaçãode sanções abusivas ou pela realização de trabalho suplementar vencidos hámais de 5 anos só podem, todavia, ser provados por documento idóneo.

Cláusula 80ªPrivilégios creditórios

Os créditos emergentes do contrato de trabalho ou da violação das suascláusulas gozam do privilégio consignado na lei civil.

CAPÍTULO XRegime disciplinar

Cláusula 81ª

Poder disciplinar

A entidade patronal tem poder disciplinar sobre os trabalhadores que seencontrem ao seu serviço, nos termos das disposições seguintes:

a) O poder disciplinar é exercido directamente pela entidade patronalou pelos superiores hierárquicos do trabalhador, sob direcção eresponsabilidade daquela;

b) O poder disciplinar caduca se não for exercido dentro dos 30 dias subsequentesàquele em que a entidade patronal teve conhecimento da infracção.

Cláusula 82ª

Processo disciplinar

1 - Salvo para repreensão simples, o poder disciplinar exerce-seobrigatoriamente mediante processo disciplinar escrito, e este considera-seiniciado na data em que o trabalhador receba a nota de culpa.

2 - Nos casos em que se verifique algum comportamento que integreo conceito de justa causa, a entidade empregadora comunicará, por escrito,ao trabalhador que tenha incorrido nas respectivas infracções a sua intençãode proceder ao despedimento, juntando nota de culpa com a descriçãocircunstanciada dos factos que lhe são imputáveis.

3 - Na mesma data será remetida à comissão de trabalhadores daempresa cópia daquela comunicação e da nota de culpa.

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4 - Se o trabalhador for representante sindical, será ainda enviada cópiados dois documentos à associação sindical respectiva.

5 - O trabalhador dispõe de cinco dias úteis para consultar o processoe responder à nota de culpa, deduzindo por escrito os elementos queconsidere relevantes para o esclarecimento dos factos e da sua participaçãonos mesmos, podendo juntar documentos e solicitar as diligências probatóriasque se mostrem pertinentes para o esclarecimento da verdade.

6 - A entidade empregadora, directamente ou através de instrutor quetenha nomeado, procederá obrigatoriamente às diligências probatóriasrequeridas na resposta à nota de culpa, a menos que as considerepatentemente dilatórias ou impertinentes, devendo, nesse caso, alegá-lofundamentadamente, por escrito.

7 - A entidade empregadora não é obrigada a proceder à audição de mais detrês testemunhas por cada facto descrito na nota de culpa, nem mais de dez nototal, cabendo ao arguido assegurar a respectiva comparência para o efeito.

8 - Concluídas as diligências probatórias, deve o processo ser apresentado,por cópia integral, à comissão de trabalhadores e, no caso do nº 4, àassociação sindical respectiva, que podem, no prazo de 5 dias úteis, fazerjuntar ao processo o seu parecer fundamentado.

9 - Decorrido o prazo referido no número anterior, a entidade empregadoradispõe de 30 dias para proferir a decisão, que deve ser fundamentada econstar de documento escrito.

10 - Na decisão devem ser ponderadas as circunstâncias do caso, aadequação do despedimento à culpabilidade do trabalhador, bem como ospareceres que tenham sido juntos nos termos do nº 8, não podendo serinvocados factos não constantes da nota de culpa, nem referidos na defesaescrita do trabalhador, salvo se atenuarem ou dirimirem a responsabilidade.

11 - A decisão fundamentada deve ser comunicada, por cópia outranscrição, ao trabalhador e à comissão de trabalhadores, bem como, nocaso do nº 4, à associação sindical.

Cláusula 82ª-APequenas empresas

1 - Nas empresas com um número de trabalhadores não superior avinte, no processo de despedimento são dispensadas as formalidadesprevistas nos nºs 3 a 6 e 8 a 11 da cláusula 82ª.

2 - É garantida a audição do trabalhador, que a poderá substituir, no prazode 5 dias úteis contados da notificação da nota de culpa, por alegação escritados elementos que considere relevantes para o esclarecimento dos factos e dasua participação nos mesmos, podendo requerer a audição de testemunhas.

3 - A decisão do despedimento deve ser fundamentada com discriminaçãodos factos imputados ao trabalhador, sendo-lhe comunicada por escrito.

4 - No caso de o trabalhador arguido ser membro da comissão de trabalhadoresou representante sindical, o processo disciplinar segue os termos da cláusula 82ª.

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Cláusula 83ªSuspensão do trabalhador

1 - Iniciado o processo disciplinar, pode a entidade patronal suspenderpreventivamente o trabalhador nos termos legais, mas não lhe é lícito suspendero pagamento da retribuição, nem impedir o mesmo de assistir aos plenáriosde trabalhadores que durante a sua suspensão venham a verificar-se.

2 - A entidade patronal dará conhecimento imediato da suspensão dotrabalhador à comissão de trabalhadores e ao delegado sindical e na faltadeste ao sindicato outorgante.

Cláusula 84ªSanções disciplinares

As sanções disciplinares aplicáveis são as seguintes:a) Repreensão simples;b) Repreensão registada;c) Suspensão sem vencimento até 10 dias, adequada à infracção, com

limite máximo de 30 dias por ano;d) Despedimento.

§ único - As sanções previstas nas alíneas b) e c) poderão ficar sujeitasao regime de suspensão por um ano.

Cláusula 85ªProporcionalidade das sanções

1 - A sanção disciplinar deve ser proporcional à gravidade da infracçãoe à culpabilidade do infractor, não podendo aplicar-se mais do que uma pelamesma infracção.

2 - É nula e de nenhum efeito a sanção não prevista na cláusula 84ªou que reúna elementos de várias sanções previstas naquela disposição.

3 - As infracções disciplinares prescrevem ao fim de um ano a contar domomento em que se verificarem ou logo que cesse o contrato de trabalho.

Cláusula 86ªComunicação das sanções

Dos processos disciplinares, será remetida ao sindicato cópia da decisãofinal que ponha termo ao processo.

Cláusula 87ªIndemnização por danos e prejuízos

Os danos, designadamente não patrimoniais, provocados ao trabalhadorpelo exercício ilegítimo do poder disciplinar serão indemnizados nos termosgerais de direito, sem prejuízo de acção penal, se a ela houver lugar.

Cláusula 88ªRecurso

1 - Poderá o trabalhador reclamar para o escalão hierarquicamente superiorna competência disciplinar àquele que aplicou a pena.

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2 - Com excepção da repreensão simples, de todas as sançõesdisciplinares cabe recurso para os tribunais de jurisdição de trabalho.

Cláusula 89ªRegisto das sanções

1 - A entidade patronal deve manter devidamente actualizado a fim deo apresentar às entidades competentes, sempre que estas o requeiram, oregisto de sanções disciplinares, por forma a poder verificar-se claramenteo cumprimento das cláusulas anteriores.

2 - O sindicato outorgante, a comissão de trabalhadores e os delegadossindicais têm o direito de verificar o referido registo.

Cláusula 90ªSanções abusivas

1 - Consideram-se abusivas as sanções disciplinares motivadas pelofacto de um trabalhador:

a) Se recusar a infringir o horário de trabalho aplicável;b) Se recusar a exercer funções de caixa ou equiparadas ou as inerentes às

de trabalhadores de categoria superior com evocação de motivos atendíveis;c) Se recusar a transportar valores fora do estabelecimento sem o

seguro respectivo;d) Se recusar a prestar trabalho suplementar, trabalho nocturno ou em

dias de descanso semanal, para além do previsto na lei;e) Se recusar a cumprir ordens ilegítimas da entidade patronal;f) Ter prestado ao sindicato outorgante todas as informações necessárias

e adequadas ao cabal desempenho das funções sindicais;g) Ter posto o sindicato outorgante ao corrente de transgressões às leis

do trabalho cometidas pela entidade patronal sobre si ou sobre oscamaradas de trabalho;

h) Ter prestado informações a qualquer organismo oficial com funçõesde inspecção ou fiscalização do cumprimento das leis de trabalho;

i) Ter prestado informações em plenários de trabalhadores da empresano exercício do direito constitucional do controlo de gestão;

j) Ter declarado ou testemunhado, com verdade, contra a entidadepatronal, em processo disciplinar, perante os tribunais ou qualqueroutra entidade com poderes de instrução ou fiscalização;

l) Ter exercido ou pretender exercer acção emergente do contratoindividual de trabalho;

m)Exercer, ter exercido, candidatar-se ou ter-se candidatado ao exercíciode funções de dirigente sindical, delegado sindical ou membro decomissão de trabalhadores;

n) Exercer, ter exercido, candidatar-se ou ter-se candidatado ao exercíciode quaisquer actividades de carácter político, em conformidade como disposto no artigo 46º da Constituição da República Portuguesa;

o) Ter reclamado individual ou colectivamente contra as condições detrabalho;

p) Em geral, exercer, ter exercido, pretender exercer ou invocar direitosou garantias que lhe assistam.

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Cláusula 91ªPresunção de sanção abusiva

Presume-se abusiva, até prova em contrário, a aplicação de qualquersanção disciplinar sob a aparência de punição de outra falta, quando tenhalugar até 5 anos após os factos referidos no nº 1 da cláusula anterior.

Cláusula 92ªIndemnização das sanções abusivas

A aplicação de sanções abusivas, nos termos da cláusula 90ª, além deresponsabilizar a entidade patronal por violação das leis de trabalho, dádireito ao trabalhador visado a ser indemnizado nos termos gerais destaconvenção.

CAPÍTULO XIRegimes especiais de trabalho

Cláusula 93ª

Direitos especiais das mulheres

1 - Sem prejuízo dos direitos referidos noutras cláusulas desta convenção,são designadamente, assegurados às mulheres os seguintes direitos:

a) Não desempenhar, durante a gravidez e até 3 meses depois doparto, tarefas clinicamente desaconselháveis ao seu estado;

b) Não serem despedidas durante a gravidez e até um ano depois doparto;

c) Faltar até 90 dias consecutivos, no período de maternidade, semredução da retribuição, do período de férias ou da antiguidade,aplicando-se o disposto na cláusula 96ª se, findo aquele período, nãoestiverem em condições de retomar o trabalho;

d) Interromper o trabalho diário em dois períodos de uma hora paraaleitação dos filhos por meios naturais e meia hora por meios artificiais,durante um ano após o parto, sem diminuição da retribuição, doperíodo de férias ou da antiguidade, podendo esses períodos seracumulados diariamente;

e) Dispensa de trabalho para consultas pré-natais, pelo tempo e númerode vezes necessários, sem perda de remuneração ou qualquer regalia.

2 - Para faltarem além de 90 dias por motivo de parto, deverão asmulheres trabalhadoras apresentar documento dos serviços médico-sociaiscomprovativo de que não se encontram em condições de retomar o trabalho.

3 - Nos casos de parto nado-morto, a mulher trabalhadora goza dosdireitos consignados nas alíneas a), b) e c) do nº 1 desta cláusula. Paraefeitos da aplicação desta disposição, entende-se como parto nado-mortoaquele que ocorre após os primeiros 3 meses de gravidez.

4 - Nos casos de ocorrência de aborto, a mulher trabalhadora terádireito a faltar 30 dias consecutivos, salvo recomendação médica deprolongamento desse período.

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Cláusula 94ªTrabalho a tempo parcial

1 - Fica previsto o trabalho a tempo parcial nos seguintes termos:a) Só são permitidos contratos de trabalho a tempo parcial relativamente

a trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida, a trabalhadoresque frequentem estabelecimentos de ensino e a serventes de limpeza,bem como outros casos em que não se justifique a prestação detrabalho em regime normal;

b) A retribuição do trabalhador a tempo parcial não poderá ser inferiorà fracção de retribuição do trabalho a tempo completo, nos termosdesta convenção, correspondente ao período ajustado;

c) Com as necessárias adaptações, é aplicável ao trabalhador a tempoparcial o disposto no Capítulo VI e, em geral, todas as normas destaconvenção;

d) Os contratos de trabalho a tempo parcial carecem de préviaautorização da comissão de trabalhadores e/ou delegado sindical;

e) Os trabalhadores a tempo parcial não são considerados no númerototal de trabalhadores para os efeitos previstos na dotação de quadrosda cláusula 15ª, mas ser-lhes-á atribuída uma classe dentro do quadro.

2 - Os trabalhadores a tempo parcial há pelo menos um ano que desejem passara tempo inteiro terão prioridade no preenchimento de vaga na mesma função.

3 - A antiguidade dos trabalhadores em regime de tempo parcial calcula-seestabelecendo a proporção entre o número de horas semanais de trabalho e operíodo normal de trabalho a tempo inteiro, excepto quanto à contagem do períodode tempo para efeitos de diuturnidades a qual, nos termos do nº 1 da cláusula 39ªserá também por cada período de dois anos na mesma letra e empresa observando-se quanto ao seu valor o disposto na alínea b) do nº 1 desta cláusula.

Cláusula 95ªDireito dos trabalhadores-estudantes

1 - Considera-se trabalhador-estudante todo o trabalhador que frequentequalquer grau de ensino oficial ou equivalente.

2 - Sempre que necessário e nos cursos de horário pré ou pós laboralo trabalhador-estudante será dispensado, sem perda de retribuição ou outraregalia, de prestar serviço durante um período de 6 horas semanais emtermos de distribuição a acordar.

3 - Os trabalhadores a que se refere o número anterior deverão comprovar,por documento emanado do estabelecimento de ensino, a respectiva frequênciacom assiduidade, sempre que tal seja exigido pela entidade patronal.

4 - Em tudo o mais relativo aos trabalhadores-estudantes aplicar-se-áa Lei nº 26/81, de 21 de Agosto (estatuto do trabalhador estudante).

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CAPÍTULO XIIDireitos e regalias complementares

SECÇÃO I

PREVIDÊNCIA E SEGUROS

Cláusula 96ªComplemento do subsídio de doença e acidente

1 - O trabalhador na situação de doente ou acidentado constaráobrigatoriamente do quadro do pessoal, mantendo integralmente todos osdireitos consignados nesta convenção.

2 - Enquanto o trabalhador se mantiver na situação de doente ou acidentadoa entidade patronal pagar-lhe-á durante o período máximo de 12 meses acontar do início da baixa a diferença entre a retribuição que receberia seestivesse a trabalhar e a que lhe for paga pela caixa de previdência oucompanhia de seguros, sem prejuízo dos restantes direitos que assistem aotrabalhador. A entidade patronal pagará assim 100% da retribuição ilíquidamensal definida nos termos da cláusula 32ª, nº 6, alíneas a) e b), e aindaos subsídios de férias e de Natal, sendo posteriormente reembolsada dasimportâncias que a caixa de previdência ou companhia de seguros atribuírem,quando estas as remeterem ao trabalhador.

3 - A baixa será devidamente comprovada por documento a emitir pelosserviços competentes.

4 - Em caso de fraude, quer devida a falsa situação de baixa por doençaquer por retenção indevida das importâncias reembolsadas pela caixa deprevidência ou companhia de seguros, o trabalhador perde os direitosconsignados nesta cláusula, sem prejuízo do reembolso daquelas importânciase de maior responsabilidade a apurar em processo disciplinar.

5 - A cláusula é revogada, a partir de 01/01/1999, relativamente aostrabalhadores admitidos, após 01/01/1980.

Cláusula 97ªControlo de baixas

1 - O trabalhador comunicará o seu estado de baixa, nos termos dacláusula 57ª bem como o seu local de estada nesse período.

2 - A empresa tem o direito de fazer observar por médico por elaindicado o trabalhador em situação de prorrogação de baixa.

3 - O exame previsto no número anterior será feito a expensas da empresana residência do trabalhador ou no local em que este se encontre doente.

4 - Poderá ainda o trabalhador ser observado nas instalações da empresa,quando não esteja impedido de se deslocar.

5 - As situações de doença não verificada motivarão a cessação imediatado direito ao complemento do subsídio de doença.

6 - Considerar-se-á como não verificada toda a situação em que otrabalhador, sem justificação, não permaneça no local que indicar para estada.

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7 - Não tem direito a complemento de subsídio de doença o trabalhador:a) Que se recuse a ser observado por médico indicado pela empresa;b) Que não indique o seu local de estada no período de baixa.

8 - Perderá o direito ao complemento de subsídio de doença o trabalhadorque não entregar à empresa o valor do subsídio de doença pago pelaprevidência no prazo de 15 dias a contar do seu recebimento.

9 - A alegação pelo trabalhador de que se encontra impossibilitado de sedeslocar às instalações da empresa, não invalida o disposto no número anterior.

10 - As sanções previstas por violação dos números 7 e 8 não prejudicamo exercício do legítimo procedimento disciplinar.

Cláusula 98ªContribuição para a previdência

As entidades patronais e os trabalhadores abrangidos por esta convençãocontribuirão obrigatoriamente para a caixa de previdência e abono de família,nos termos da lei.

Cláusula 99ªSeguro por acidente

1 - A entidade patronal deverá, nos termos da legislação aplicável,manter os trabalhadores ao seu serviço seguros contra acidentes de trabalho.

2 - A inobservância do disposto no número anterior e, bem assim, nocaso de impossibilidade da efectivação daquele seguro, obriga a entidadepatronal a pagar ao trabalhador os prejuízos directamente resultantes deacidentes de trabalho e doenças profissionais, calculados na base daretribuição efectiva no momento do acidente ou doença profissional.

Cláusula 100ªSeguro de vida e de transporte de valores por deslocações em serviço

1 - A entidade patronal fará segurar os trabalhadores deslocados ao seuserviço contra os riscos de viagem e estada (tipo “terra, mar e ar”) no valorde Esc. 7.800.000$00 (38.906,17€).

2 - O transporte de valores por trabalhadores será seguro pela entidadepatronal de maneira que aqueles não sofram qualquer prejuízo pecuniárioem caso de perda, furto ou roubo.

Cláusula 101ªSubsídio por morte

1 - Em caso de morte do trabalhador por acidente de trabalho oudoença profissional, quando esta se verifique antes da reforma, a entidadepatronal pagará ao cônjuge, filhos menores ou dependentes umaindemnização nos seguintes termos:

a) 3 meses de retribuição mensal, se o trabalhador tiver de 1 a 5 anosde serviço na empresa;

b) 6 meses de retribuição mensal, se o trabalhador tiver de 5 a 10 anosde serviço na empresa;

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c) 9 meses de retribuição mensal, se o trabalhador tiver de 10 a 20anos de serviço na empresa;

d) 12 meses de retribuição mensal, se o trabalhador tiver mais de 20anos de serviço na empresa.

2 - Este pagamento, bem como o de outros créditos vencidos, seráefectuado no prazo de 30 dias no caso da alínea a) e em 2 prestaçõesiguais nos prazos de 30 e 90 dias no caso das demais alíneas.

SECÇÃO IIFORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL

Cláusula 102ªFrequência de cursos

1 - A entidade patronal deve facilitar, sempre que possível, a frequênciade cursos oficiais e outros, nomeadamente quanto à frequência das aulase preparação para exames.

2 - A entidade patronal deve ainda:a) Fomentar e organizar com organismos oficiais de turismo, empresas,

órgãos de turismo, transportadoras, ou, isoladamente, cursos deformação técnica e de reciclagem para efeitos de valorizaçãoprofissional, promoção e acesso;

b) Promover a frequência dos referidos cursos, através da inscrição dostrabalhadores interessados e pelo encurtamento do período normalde trabalho, sem prejuízo de quaisquer dos direitos consignadosnesta convenção.

3 - Atendendo à característica sazonal do sector, os cursos referidos no númeroanterior deverão realizar-se no período de 31 de Outubro a 31 de Março.

Cláusula 103ªEstagiários

1 - Podem ser admitidos como estagiários os jovens que tenham cumpridoa escolaridade obrigatória e/ou um curso de turismo no próprio ano ou noano anterior ao estágio ou frequentem o último ano desse mesmo curso.

2 - Podem admitir estagiários as empresas com ambiente de trabalhoe meios humanos e técnicos capazes de garantir a formação profissional doestagiário.

3 - O estágio terá um período máximo de 3 meses a tempo inteiro ou6 meses a tempo parcial.

4 - Nenhuma agência pode ter ao seu serviço um número de estagiáriossuperior ao indicado no quadro seguinte:

Total efectivos Número de estagiários

2

4

10% do número de trabalhadores com arredondamento por excesso

1 – 10

11 - 30

31 ou mais

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5 - Durante o estágio a empresa pagará aos estagiários uma compensaçãomonetária e o subsídio de refeição nos termos da cláusula 42ª.

CAPÍTULO XIIIPenalidades

Cláusula 104ª

Multas

1 - Sem prejuízo das sanções especialmente previstas na lei, a entidadepatronal que infringir preceitos dos instrumentos de regulamentação colectivade trabalho será punida com a multa de 500$00 a 3.000$00 por cadatrabalhador em relação ao qual se verifique a infracção.

2 - Quando a infracção respeitar a uma generalidade de trabalhadores,a multa aplicável será de 15.000$00 a 150.000$00.

3 - As infracções aos preceitos relativos a retribuições serão punidas commultas que poderão ir até ao dobro do montante das importâncias em dívida.

4 - Conjuntamente com as multas, serão sempre cobradas asindemnizações que forem devidas aos trabalhadores prejudicados, as quaisreverterão a favor dos referidos trabalhadores.

5 - Sem prejuízo da aplicação de pena mais grave prevista na lei geral,sempre que a infracção for acompanhada de coacção, falsificação, simulaçãoou qualquer outro meio fraudulento será a entidade patronal punida com multade 15.000$00 a 150.000$00 e a tentativa, com multa de 3.000$00 a 30.000$00.

6 - No caso de reincidência, as multas serão elevadas ao dobro.

7 - O produto das multas reverterá para o Fundo de Desemprego.

CAPÍTULO XIVResolução de conflitos

Cláusula 105ª

Comissão paritária

1 - Será constituída uma comissão paritária composta por 3 representantesdo Sindicato outorgante e igual número de representantes da associaçãooutorgante, a fim de interpretar e integrar lacunas desta convenção.

2 - No prazo de 30 dias após a assinatura desta convenção, cada umadas partes comunicará por escrito à outra os nomes dos seus representantes,sendo três vogais efectivos e dois suplentes.

3 - A comissão paritária só poderá deliberar desde que estejam presentes,pelo menos, dois representantes de cada parte.

4 - As deliberações tomadas por unanimidade consideram-se para todosos efeitos, como integrando esta convenção e serão depositadas e publicadasnos mesmos termos das convenções colectivas de trabalho.

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5 - A pedido da comissão paritária, poderão participar nas reuniões, semdireito a voto, representantes dos Ministérios do Trabalho e do Comércio e Turismo.

CAPÍTULO XVComissões de trabalhadores

Cláusula 106ª

Comissões de trabalhadores

1 - As entidades patronais e o Sindicato outorgante reconhecerão,obrigatoriamente, as comissões de trabalhadores eleitas nos termos darespectiva lei e cumprirão as suas deliberações que, nos termos destaconvenção colectiva de trabalho, tenham poder vinculativo.

2 - As comissões de trabalhadores exercerão o direito constitucional docontrolo de gestão, ficando as entidades patronais obrigadas a facultartodos os documentos e explicações a tal respeito julgados necessários.

CAPÍTULO XVIDisposições gerais e transitórias

Cláusula 107ªGarantia da manutenção das regalias anteriores

Nenhum trabalhador poderá, por efeito da aplicação da presente convenção,sofrer redução nas regalias de que beneficiava antes da sua entrada em vigor.

Cláusula 108ªAplicabilidade da convenção

São irrelevantes e nulas as situações de facto criadas com o intuitofraudulento de evitar a aplicação das cláusulas desta convenção.

Cláusula 109ªAnotador(a) / Recepcionista

A categoria de anotador(a)/recepcionista e respectivo enquadramento só seaplicarão aos trabalhadores admitidos após a publicação da revisão de 1992.

ANEXO IDefinição de funções

Analista de informática - É o trabalhador que concebe e projecta noâmbito do tratamento automático da informação os sistemas que melhorrespondam aos fins em vista, tendo em conta os meios de tratamentodisponíveis; consulta os interessados a fim de recolher elementos elucidativosdos objectivos que se têm em vista; determina se é possível eeconomicamente rendível um sistema de tratamento automático deinformação; examina os dados obtidos, determina qual a informação a serrecolhida com que periodicidade e em que ponto do circuito bem como aforma e frequência com que devem ser apresentados os resultados, determinaas alterações a introduzir necessárias à normalização dos dados e as

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transformações a fazer na sequência das operações; prepara ordinogramase outras especificações para o programador; efectua testes a fim de secertificar se o tratamento automático da informação se adapta ao fim emvista e em caso contrário introduz as modificações necessárias. Pode serincumbido de dirigir a preparação dos programas. Pode coordenar ostrabalhos das pessoas encarregadas de executar as fases sucessivas dasoperações de análise do problema. Pode dirigir e coordenar a instalação desistemas de tratamento automático de informação. Pode ser especializadono domínio particular, nomeadamente na análise lógica dos problemas ouna elaboração de esquemas de funcionamento a ser designado emconformidade por: analista orgânico, funcional e de sistemas.

Anotador(a)/Recepcionista - É o trabalhador que, nos departamentosdas empresas de transportes de alta qualidade, anuncia toda a movimentaçãode partidas, passagens e chegadas, das diferentes carreiras. Atende públicoao qual presta informações. Poderá proceder à venda de bilhetes e fazerregistos vários.

Aspirante - É o trabalhador que faz a sua aprendizagem, coadjuvaoutros trabalhadores e se prepara para ascender às funções de oficial outécnico de turismo.

Assistente - É o trabalhador que acompanha os passageiros nos transportesrodoviários denominados de alta qualidade, podendo, eventualmente, falar umou mais idiomas estrangeiros. Podem também denominar-se de “hospedeiras”.

Caixa - É o trabalhador que tem a seu cargo as operações de caixa eregisto do movimento relativo a transacções respeitantes à gestão daempresa; recebe numerário e outros valores e verifica se a sua importânciacorresponde à indicada nas facturas, notas de venda, notas de débito,avisos de lançamento ou recibos; prepara os sobrescritos segundo as folhasde pagamento. Pode preparar os fundos destinados a serem depositados etomar as disposições necessárias para os levantamentos.

Chefe de Agência - É o trabalhador que superintende em todos osserviços da agência, podendo ser o director técnico da mesma.

Chefe de Secção - É o trabalhador que coordena dirige e controla otrabalho de um grupo de profissionais.

Chefe de Serviços - É o trabalhador que estuda, dirige, coordena, nos limitesdos poderes de que está investido e sob a orientação e dependência do chefede agência, ou superior hierárquico equiparado, na sede ou vários departamentosda empresa, as actividades que lhe são próprias. Exerce funções de direcção,orientação e fiscalização do pessoal sob as suas ordens e de planeamento dasactividades da empresa, segundo as orientações e fins definidos.

Cobrador - É o trabalhador que predominantemente efectua, fora dasinstalações da empresa, recebimentos, pagamentos e depósitos.

Contínuo - É o trabalhador que atende, informa, acompanha, anuncia econtrola as entradas e saídas de visitantes e objectos, distribui documentação,correspondência e objectos, dentro da área da empresa ou fora dela; trabalhacom máquinas auxiliares de escritório, nomeadamente fotocopiadoras.

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Controlador de Informática - É o trabalhador que controla os documentosbase recebidos e os elementos de entrada e saída, a fim de que os resultadossejam entregues no prazo estabelecido; confirma a entrada dos documentosbase, a fim de verificar a sua qualidade quanto à numeração de códigosvisíveis e informação de datas para o processamento; indica as datas deentrega dos documentos base para registo e verificação através de máquinasapropriadas ou processamento de dados pelo computador e certifica-se doandamento do trabalho com vista à sua entrega dentro do prazo estabelecido;compara os elementos de saída a partir do total das quantidades conhecidase das inter-relações com os mapas dos meses anteriores e outros elementosque possam ser controlados; assegura-se da qualidade na apresentaçãodos mapas; pode informar as entidades que requererem os trabalhos dosincidentes ou atrasos ocorridos.

Director de Serviços - É o trabalhador que participa, quando solicitado, nadefinição e estabelecimento das políticas e objectivos gerais da empresa;estabelece as políticas e objectivos da sua direcção de serviços, de acordo comas políticas e objectivos gerais definidos, programando as acções a desenvolver;coordena, controla e é responsável pelo desenvolvimento das acções programadas.

Motorista - É o trabalhador que conduz veículos ligeiros de passageirosou mistos afectos aos serviços administrativos da empresa, podendo executaroutros serviços análogos. Compete-lhe zelar pelo bom estado defuncionamento, conservação e limpeza da viatura e proceder à verificaçãodos níveis de óleo, água e combustível e do estado de pressão dos pneus.Em caso de avaria ou acidente, toma as providências necessárias e adequadase recolhe os elementos necessários para apreciação das entidades competentes.

Oficial Administrativo (1ª, 2ª e 3ª) - É o trabalhador que executa diversosserviços de expediente geral de escritório, tais como conferência geral defacturas, controlo de recebimentos e pagamentos, elaboração de mapas, folhasde salários, controlo de correio, operador de telex, arquivo e outros serviçosde carácter geral de contabilidade, podendo operar com terminais de computadorapós formação adequada. Os trabalhadores abrangidos por esta definição serãoclassificados nas classes de primeiro-oficial, segundo-oficial e terceiro-oficial,de acordo com as condições estabelecidas nas cláusulas 5ª e 12ª.

Paquete - É o trabalhador que faz recados dentro e fora da agência, estampilhae entrega correspondência e executa diversos serviços análogos não especificados.

Praticante - É o trabalhador que faz a sua aprendizagem, coadjuva ostrabalhadores das classes superiores e se prepara para ascender às funçõesde aspirante ou contínuo.

Programador de Informática - É o trabalhador que:a) Estuda os materiais a tratar especificados no manual de análise orgânica

e os materiais de tratamento disponíveis na instalação e concebe aestrutura de um programa. Define tecnicamente os formatos dasinformações, a organização dos ficheiros que as contêm e as operaçõesa efectuar com elas no decorrer da execução do programa no computador.Codifica, testa, documenta e elabora o manual de exploração do programa;

b) Estuda as especificações dos trabalhos a realizar em equipamentosperiféricos ou acessórios ao computador (terminais, equipamentos

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de recolha de dados, minicomputadores), em regra equipamentosque só executam um tipo de trabalho, que não têm um sistema deoperações e se programam numa linguagem que lhes é específica.

c) Estuda os dispositivos e as técnicas disponíveis, estabelece e testaprogramas e elabora o manual de operação.

Promotor de vendas - É o trabalhador que tem como funções predominantesa promoção de vendas de serviços e contactos com clientes, fora das instalaçõesda empresa, no seu serviço de promoção, podendo conduzir viaturas ligeiras.

Secretário(a) de direcção - É o trabalhador que se ocupa do secretariadoespecífico da administração ou direcção da empresa. Compete-lhe o desempenhodas seguintes funções: assegurar por sua própria iniciativa o trabalho de rotinado gabinete (recepção, registo, classificação, distribuição e emissão decorrespondência, externa ou interna, leitura e tradução de correspondência recebida,juntando a correspondência anterior sobre o mesmo assunto e organizando orespectivo processo); dar colaboração ao responsável do órgão que secretaria narecolha e análise de informações e preparar a redacção de documentos a emitir;redige a correspondência e outros documentos, eventualmente em idiomasestrangeiros, organiza, mantém e actualiza o arquivo ou arquivos do órgão quesecretaria; dactilografa documentos, relatórios, actas, cartas, ofícios e comunicações;prepara reuniões de trabalho e redige as respectivas actas; coordena trabalhosauxiliares de secretariado. Serão classificados(as) como Secretário(a) os profissionaisjá classificados como tal pelas empresas e aqueles(as) que ainda nãoclassificados(as) preencham todas as condições definidas para a categoria, nãolhes bastando o apoio a um chefe ou a um gabinete.

Servente de limpeza - É o trabalhador encarregado de proceder à limpezadas instalações da empresa.

Técnico de artes gráficas e publicidade (1ª, 2ª e 3ª) - É o trabalhadorque elabora esboços ou maquetas para montras ou trabalhos publicitários,propõe os tipos de letra a utilizar, as cores, o formato e a qualidade dopapel ou material a utilizar, fixando a disposição geral da obra, distribuindopelos espaços disponíveis os diversos textos, títulos e gravuras para acomposição de cartazes, programas turísticos ou outros.

Técnico de turismo - É o trabalhador que independentemente da suaclassificação dentro desta categoria executa uma ou várias funçõesdirectamente ligadas ao sector específico do turismo, a saber:

a) Contacta directamente com o público e, promove a venda dos serviçose/ou organiza viagens individuais ou em grupo com a responsabilidadesobre a sua execução técnica;

b) Orçamenta grupos de importação, exportação ou locais, faz asrespectivas reservas e elabora os respectivos documentos de viagem;

c) Executa serviços programados por outrém, procede a todas as reservase elabora os respectivos documentos de viagem;

d) Controla as reservas de grupos programados e/ou elabora osrespectivos documentos de viagem;

e) Coadjuva os profissionais definidos nas alíneas anteriores e/ou executaserviços de carácter específico de actividade turística incluindopassaportes;

f) Pode operar com terminais de computador após formação adequada.

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§ único - Serão classificados nas classes de 1º técnico de turismo, 2ºtécnico de turismo e 3º técnico de turismo de acordo com as condiçõesestabelecidas nas cláusulas 5ª e 12ª.

Telefonista - É o trabalhador que exclusiva ou predominantemente seocupa de ligações telefónicas internas ou externas.

Tesoureiro - Dirige a tesouraria em escritórios em que haja departamentopróprio, tendo a responsabilidade dos valores de caixa que lhe estão confiados;verifica as diversas caixas e confere as respectivas existências; prepara osfundos para serem depositados nos bancos e toma as disposições necessáriaspara os levantamentos; verifica periodicamente se o montante dos valores emcaixa coincide com o que os livros indicam. Pode, por vezes, autorizar certasdespesas e executar outras tarefas relacionadas com as operações financeiras.

LETRA

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

L

M

CATEGORIAS REMUNERAÇÃO

Director de Serviços 195.200$00 (973,65€)

Chefe de agência

Chefe de serviçosAnalista informático

Chefe de secçãoProgramador de informáticaSecretária(o) de direcção

Tesoureiro

CaixaControlador de informática1º Oficial administrativo

1º Técnico de artes gráficas e publicidade1º Técnico de turismoPromotor de vendas

Cobrador2º Oficial administrativo

2º Técnico de artes gráficas e publicidade2º Técnico de turismo

3º Oficial administrativo3º Técnico de artes gráficas e publicidade

3º Técnico de turismo

Anotador(a)/Recepcionista Assistente

Aspirante Contínuo Motorista Telefonista

Praticante

Paquete

Servente de limpeza (a)

167.600$00 (835,99€)

154.000$00 (768,15€)

143.200$00 (714,28€)

127.600$00 (636,47€)

116.700$00 (582,10€)

103.400$00 (515,76€)

97.900$00 (488,32€)

91.300$00 (455,40€)

73.700$00 (367,61€)

67.000$00 (334,19€)

67.000$00 (334,19€)

(a) - A retribuição dos trabalhadores em regime de horário reduzido não será inferior a 580$00(2,89€)/hora e a 15 horas mensais.

ANEXO IITabela salarial

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ANEXO IIIRegulamento de higiene e segurança

Artigo 1º

As empresas abrangidas obrigam-se a respeitar, nas instalações dos seusserviços, os princípios ergonómicos recomendados pelos organismos especializados,tendentes a reduzir a fadiga e a diminuir o risco de doenças profissionais.

§ único - As empresas obrigam-se, em especial, a criar em todos os locais detrabalho as condições de conforto e sanidade constantes do presente regulamento.

Artigo 2º

Todos os locais destinados ao trabalho ou previstos para a passagem depessoal e ainda as instalações sanitárias ou outras postas à sua disposição, assimcomo o equipamento destes lugares, devem ser convenientemente conservados.

Artigo 3º

1 - Os referidos locais e equipamento devem ser mantidos em bomestado de limpeza.

2 - É necessário, designadamente, que sejam limpos com regularidade:a) O chão, as escadas e os corredores;b) Os vidros destinados a iluminar os locais e as fontes de luz artificial;c) As paredes, os tectos e o equipamento.

Artigo 4º

A limpeza deve ser feita fora das horas de trabalho, salvo exigênciasparticulares, ou, quando a operação de limpeza possa ser feita seminconvenientes para o pessoal, durante as horas de trabalho.

Artigo 5º

Deve proceder-se, de harmonia com as normas aprovadas pela autoridadecompetente, à neutralização, evacuação ou isolamento, de uma maneira tão rápidaquanto possível, de todos os desperdícios e restos susceptíveis de libertar substânciasincómodas, tóxicas ou perigosas ou de constituírem uma fonte de infecção.

Artigo 6º

1 - Todos os lugares destinados ao trabalho ou utilizados para as instalaçõessanitárias, ou outras instalações comuns, postas à disposição do pessoal devemestar em condições de possibilitar uma renovação total do ar, no mínimo 6 vezespor hora, a uma velocidade de circulação que não ultrapasse 8m3 por minuto.

2 - A capacidade mínima de ar respirável deverá ser de 10m3 por pessoa.

3 - A humidade relativa dos locais de trabalho não poderá exceder os seguinteslimites:

mínimo - 30%máximo - 70%

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Artigo 7º

Quando um local de trabalho esteja apetrechado com o sistema decondicionamento de ar, deve ser prevista uma ventilação de segurançaapropriada, natural e artificial.

IluminaçãoArtigo 8º

1 - Todos os lugares de trabalho ou previstos para a passagem de pessoal eainda as instalações sanitárias ou outras postas à sua disposição devem serprovidos, enquanto forem susceptíveis de ser utilizados, de iluminação natural ouartificial, ou das duas formas, de acordo com as normas intencionalmente adoptadas.

2 - O nível de iluminação no posto de trabalho deve situar-se no mínimode 800 lx a 100 lx, não devendo o nível de iluminação sobre o trabalho sersuperior a 7 vezes o nível de iluminação geral do ambiente.

3 - A capacidade visual relativa aos locais de trabalho deve ser de 90%.

Artigo 9º

É necessário, designadamente, que sejam tomadas as disposições:

1 - Para assegurar o conforto visual, através de vãos de iluminaçãonatural repartidas por forma adequada e com dimensões suficientes, atravésde uma escolha judiciosa de cores a dar aos locais e equipamentos destese de uma repartição adequada das fontes de iluminação artificial.

2 - Para prevenir o constrangimento ou as perturbações provenientes deexcesso de brilho dos contrastes excessivos de sombra e luz, da reflexãoda luz e das ilustrações directas muito intensas.

3 - Para eliminar todo o encadeamento prejudicial quando se utilize ailuminação artificial.

Artigo 10º

Sempre que se possa ter, sem grandes dificuldades, uma iluminaçãonatural suficiente, deverá ser-lhe dada preferência.

Nível de intensidade sonoraArtigo 11º

Nos locais de trabalho, o nível de intensidade sonora não deve ultrapassaros seguintes limites máximos:

a) Quando o trabalho realizado exija concentração mental - 50 dB;b) Quando se trate de trabalho corrente - 60 dB.

TemperaturaArtigo 12º

Em todos os locais destinados ao trabalho ou previstos para a passagemde pessoal e ainda as instalações sanitárias ou as postas à sua disposiçãodevem manter-se as melhores condições possíveis de temperatura, humidade

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e movimento de ar, tendo em atenção o género de trabalho e o clima.Designadamente, a temperatura ambiente dos locais de trabalho não deveráexceder os seguintes limites:

Verão - 22º C a 24º CInverno - 20º C a 22º C

Artigo 13º

O pessoal não deve ser obrigado a trabalhar habitualmente a temperaturaextrema.

Artigo 14º

É proibido utilizar meios de aquecimento ou refrigeração perigosos, susceptíveisde libertarem emanações perigosas na atmosfera dos locais de trabalho.

Espaço unitário de trabalhoArtigo 15º

Embora atendendo às características de trabalho realizado pelos diversosprofissionais abrangidos por esta convenção, deve a empresa prover paracada trabalhador um espaço suficiente e livre de qualquer obstáculo pararealizar o trabalho sem perigo para a saúde.

Água potávelArtigo 16º

1 - A água que não provenha de um serviço oficialmente encarregadoda distribuição de água potável não deve ser distribuída como tal, a nãoser que o serviço de higiene competente autorize expressamente a respectivadistribuição e a inspeccione periodicamente

2 - Qualquer outra forma de distribuição diferente da que é usada peloserviço oficialmente encarregado da distribuição local deverá ser,necessariamente, aprovada pelo serviço de higiene competente.

Artigo 17º

1 - Qualquer distribuição de água potável deve ter, nos locais em quepossa ser utilizada, uma menção indicando essa qualidade.

2 - Nenhuma comunicação directa ou indirecta deve existir entre ossistemas de distribuição de água potável e não potável.

LavabosArtigo 18º

Devem existir, em locais apropriados, lavabos suficientes.

Artigo 19º

Devem ser postas à disposição do pessoal toalhas, de preferênciaindividuais, ou quaisquer outros meios convenientes para se enxugar.

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Artigo 20º

Devem existir para uso do pessoal, em locais apropriados, retretessuficientes e convenientemente mantidas.

Artigo 21º

1 - As retretes devem ter divisórias de separação de forma a assegurarum isolamento suficiente.

2 - As retretes devem estar fornecidas de descargas de água, de sifõeshidráulicos e de papel higiénico ou de outras facilidades análogas.

Artigo 22º

Devem ser previstas retretes distintas para homens e mulheres.

AssentosArtigo 23º

As instalações de trabalho devem ser arranjadas de tal maneira que opessoal que trabalha de pé possa, sempre que isso seja compatível com anatureza do trabalho, executar a sua tarefa na posição de sentado.

Artigo 24º

Os assentos postos à disposição do pessoal devem ser de modelo edimensões cómodas e apropriadas ao trabalho a executar.

VestiáriosArtigo 25º

Devem existir vestiários para permitir ao pessoal guardar e mudar devestuário que não seja usado durante o trabalho.

Artigo 26º

Os vestiários devem comportar armários individuais de dimensõessuficientes, convenientemente arejados e podendo ser fechados à chave.

Artigo 27º

Devem ser separados os vestiários para homens e mulheres.

Locais subterrâneos e semelhantesArtigo 28º

Os locais subterrâneos e os locais sem janela em que se executenormalmente trabalho devem satisfazer não só as normas de higieneapropriadas, como também todos os índices mínimos indicados nesteregulamento respeitantes à iluminação, ventilação e arejamento, temperaturae espaço unitário.

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Primeiros socorrosArtigo 29º

Todo o local de trabalho deve, segundo a sua importância e segundo osriscos calculados, possuir um ou vários armários, caixas ou estojos deprimeiros socorros.

Artigo 30º

1 - O equipamento dos armários, caixas ou estojos de primeiros socorros,previstos no artigo anterior, deve ser determinado segundo o número depessoal e natureza dos riscos.

2 - O conteúdo dos armários, caixas ou estojos de primeiros socorrosdeve ser mantido em condições de assepcia, convenientemente conservadoe ser verificado ao menos uma vez por mês.

3 - Cada armário, caixa ou estojo de primeiros socorros deve conterinstruções claras e simples para os primeiros cuidados a ter em caso deemergência. O seu conteúdo deve ser cuidadosamente etiquetado.

Medidas a tomar contra a propagação da doençaArtigo 31º

Devem ser tomadas as disposições para prevenir a propagação dasdoenças transmissíveis entre o pessoal.

Artigo 32º

O articulado constante deste anexo representa apenas a explicação dascondições que as entidades patronais se deverão empenhar em forneceraos trabalhadores, não tendo, portanto, carácter imperativo.

ANEXO IVServiços turísticos oferecidos

1 - Todas as agências poderão pôr à disposição dos trabalhadores omínimo de 50% do total de passagens AD ou outros serviços oferecidos porcompanhias transportadoras, agências de viagens e estabelecimentoshoteleiros.

2 - Neste sentido, e a fim de garantir uma correcta distribuição dosmesmos, a comissão de trabalhadores ou, na sua falta, os delegados sindicaisorganizarão uma escala rotativa contemplando todos os trabalhadores daempresa, respeitando, no entanto, as condições impostas pela entidadeofertante e as características da viagem oferecida.

3 - Em relação aos AD a comissão de trabalhadores terá em consideraçãoas normas da IATA.

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(Publicado no Boletim do Trabalho e Emprego Nº 25 (I Série) de 8/7/84 ecom as alterações publicadas no B.T.E. Nº 39 (I Série) de 22/10/96)

I PARTE

Profissionais em regime efectivo

CAPÍTULO IÁrea, âmbito, vigência e revisão do contrato

Cláusula 1ª(Área e âmbito do contrato)

O âmbito territorial desta convenção abrange Portugal continental einsular e obriga todos os profissionais da informação turística afectos, emregime efectivo, à actividade de agências de viagens representados peloSindicato outorgante e as entidades patronais representadas pela APAVT.

Cláusula 2ª(Vigência do contrato)

1 - Esta convenção entra em vigor em 14 de Março de 1984, será válidapor 24 meses e prorrogável por igual período de tempo se não for denunciadacom a antecedência fixada na lei e substitui automaticamente todos osinstrumentos de regulamentação colectiva anteriores.

2 - As cláusulas de expressão pecuniária terão início a partir de 1 deAbril de 1996 e serão válidas por 12 meses. Para sua denúncia e revisãoserão observadas as condições prescritas na legislação em vigor.

3 - Qualquer eventual futuro enquadramento sindical do trabalhadoractualmente não sindicalizado no organismo outorgante não poderá afectaras regalias concedidas no presente C.C.T..

Cláusula 3ª(Formalidades de revisão do contrato)

1 - Qualquer dos contraentes poderá denunciar o contrato no fim decada período de vigência, no todo ou em parte.

CONTRATO COLECTIVO DE TRABALHOCELEBRADO ENTRE A ASSOCIAÇÃO

PORTUGUESA DAS AGÊNCIAS DEVIAGENS E TURISMO E O SINDICATO

NACIONAL DA ACTIVIDADE TURÍSTICA

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2 - A denúncia consistirá na apresentação de proposta do novo contrato ouda alteração do presente, feita através de carta registada com aviso de recepçãoexpedida até 60 dias antes do termo do período de vigência em curso.

3 - Abertas as negociações, estas deverão estar concluídas, no prazo de60 dias, a contar da data da recepção, pelos organismos denunciantes, daresposta do outro outorgante, mantendo-se em vigor todas as disposiçõesda presente convenção até nova aprovação de novas disposições.

CAPÍTULO IIAdmissão

Cláusula 4ª(Condições de admissão)

1 - Só poderão ser admitidos ao serviço da empresa os trabalhadoresabrangidos por esta convenção legalmente habilitados a exercer a profissão.

2 - Para admitir trabalhadores deverá a entidade patronal consultarpreviamente o sindicato que os representa; se da consulta não resultaradmissão, a entidade patronal admitirá quem melhor convier ao serviço,com respeito pelo preceituado no número anterior.

3 - É permitida a admissão de trabalhadores a prazo e poderão celebrar-se contratos por prazo inferior a 6 meses, quando se verifique a naturezatransitória do trabalho a prestar.

Cláusula 5ª(Admissão para efeitos da substituição)

1 - A admissão de qualquer trabalhador para efeitos de substituiçãotemporária entende-se sempre como provisória.

2 - O contrato deverá constar de documento escrito, ser assinado porambos os contraentes e conter a identificação do profissional a substituir.

3 - O contrato do substituto caducará quando regresse o substituído,salvo o direito de rescisão previsto nesta convenção.

4 - No caso de o trabalhador admitido nestes condições continuar aoserviço por mais de 30 dias após o regresso ao trabalho do substituído,deverá a admissão considerar-se definitiva, para todos os efeitos, a contarda data de admissão provisória.

5 - O trabalhador substituto passará a permanente quando:a) A entidade patronal o mantiver a serviço durante 3 anos;b) Quando cessar, por qualquer causa, o contrato de trabalho do substituído.

6 - 0s trabalhadores admitidos ao abrigo desta cláusula devem, no caso dedemissão voluntária, avisar a entidade patronal com uma semana de antecedência:

7 - Os trabalhadores substitutos têm os mesmos direitos e deveres dospermanentes durante o período de substituição.

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8 - Quando o contrato caducar por regresso do trabalhador substituído,à entidade patronal deverá avisar o trabalhador substituto com 15 dias deantecedência. Na falta do aviso a que se refere este ponto, o trabalhadorterá direito a receber a indemnização igual a 15 dias de remuneração.

Cláusula 6ª(Promessa de contrato de trabalho)

1 - A promessa de contrato de trabalho só é válida se constar de documentosassinados pelos promitentes, nos quais se exprima, em termos inequívocos, avontade de se obrigar, a espécie de trabalho a prestar e a respectiva retribuição.

2 - O não cumprimento de promessa de contrato de trabalho dá lugara responsabilidade nos termos gerais de direito.

3 - Não é aplicável ao contrato de que se trata nesta cláusula o dispostono artigo 830º do Código Civil.

Cláusula 7ª(Frequência de cursos)

1 - A entidade patronal deve:a) Aconselhar a frequência de cursos técnicos de turismo, facilitando

sempre que possível a frequência das aulas e preparação para exames;b) Criar, sempre que possível, cursos de treino e aperfeiçoamento profissional.

2 - As facilidades a conceder consistirão, pelo menos, na justificação dasfaltas e da frequência dos cursos não advirá prejuízo algum nem quanto àantiguidade, nem quanto à retribuição, nem quanto a férias.

CAPÍTULO IIIDeveres, direitos e garantias das partes

Cláusula 8ª(Deveres das entidades patronais)

São deveres das empresas e seus dirigentes:1) Cumprir rigorosamente as disposições desta convenção;

2) Passar certificados de trabalho, de harmonia com a lei em vigor;3) Tratar com urbanidade os seus colaboradores;

4) Exigir de cada trabalhador apenas o trabalho compatível com arespectiva categoria e possibilidades físicas;

5) Não deslocar qualquer trabalhador para serviços que não sejam a exclusivamenteos da sua categoria profissional, salvo nos casos previstos nesta convenção;

6) Prestar aos organismos outorgantes, quando pedidas, todas asinformações comprovadas relativas ao cumprimento desta convenção;

7) Acompanhar com todo o interesse a aprendizagem dos que ingressamna profissão, nomeadamente nos termos da cláusula 7ª;

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8) Conceder, nos termos legais, o tempo necessário para o exercício, pelos seuscolaboradores, de funções para que hajam sido eleitos nas associações declasse a que pertençam e nos órgãos emergentes desta convenção colectiva;

9) Instalar os profissionais em boas condições de salubridade, higienee segurança especialmente no que diz respeito aos locais de trabalho,sua iluminação e temperatura, de acordo com a lei vigente.

Cláusula 9ª(Deveres dos trabalhadores)

São deveres dos trabalhadores:1) Cumprir rigorosamente as disposições da presente convenção;2) Exercer com competência, pontualidade, zelo e assiduidade as funções

que lhes estiverem confiadas;3) Guardar segredo profissional sobre todos os assuntos que não estejam

expressamente autorizados a revelar, excepto nos casos em que onão possam fazer por instância judicial;

4) Obedecer à entidade patronal em tudo o que respeita ao trabalho,salvo na medida em que as ordens e instruções se mostraremcontrárias aos seus direitos e garantias;

5) Respeitar e fazer-se respeitar dentro dos locais de trabalho;6) Zelar pelo bom estado de conservação do material que lhes tenha

sido confiado;7) Usar de urbanidade nas suas relações com o público, superiores,

iguais e subordinados;8) Proceder na vida profissional de modo a prestigiar não apenas a sua

profissão como a própria entidade patronal;9) Aumentar a sua cultura e, em especial, cuidar do seu aperfeiçoamento

profissional;10) Encaminhar, por intermédio do seu superior hierárquico, qualquer

reclamação ou queixa que entenda dever formular à entidade patronal,que, em caso algum, deixará de lhe dar o devido andamento, coma possível brevidade;

11) Guardar lealdade à entidade patronal, nomeadamente não negociando, porconta própria ou alheia, em concorrência com ela, nem divulgandoinformações referentes à sua organização, métodos de produção e negócios;

12) Promover ou executar todos os actos tendentes à melhoria eprodutividade da empresa.

Cláusula 10ª(Garantias dos trabalhadores)

1 - É vedado à entidade patronal:a) Opor-se, por qualquer forma, a que o trabalhador invoque ou exerça

os seus direitos ou beneficie de garantias, bem como despedi-lo ouaplicar-lhe sanções por causa deste exercício;

b) Exercer pressão sobre o trabalhador para que actue no sentido deinfluir desfavoravelmente nas condições de trabalho dele ou do seuscompanheiros;

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c) Diminuir a remuneração, quer respeitante a retribuição quer norespeitante a concessões de carácter regular e permanente (salvonos casos previstos na lei com prévia comunicação ao sindicato);

d) Baixar a categoria profissional;e) Transferir o trabalhador para outro local de trabalho, salvo nos

termos previstos na lei e no disposto na cláusula 11ª desta convenção;f) Obrigar o trabalhador a adquirir bens ou a utilizar serviços fornecidos

pela entidade patronal ou por pessoas por ela indicadas;g) Explorar com fins lucrativos quaisquer cantinas, refeitórios economatos

ou outros estabelecimentos directamente relacionados com o trabalhopara fornecimento de bens ou prestações de serviços aostrabalhadores;

h) Permitir ou colaborar nalguma infracção ao disposto nesta convençãocolectiva de trabalho;

i) Restringir o uso de serviços por ela criados.

2 - A prática pela entidade patronal de qualquer acto em contravençãoao disposto nesta cláusula constitui violação das leis de trabalho, como talpunível, e confere ao trabalhador a faculdade de rescindir o contrato comdireito à indemnização prevista na legislação em vigor.

3 - Se da transferência a que se refere a alínea e) do nº 1 resultar parao trabalhador prejuízo sério, proveniente da mudança total ou parcial doestabelecimento em que presta serviço, pode ele, querendo, rescindir ocontrato com direito à indemnização prevista na legislação em vigor,competindo ao trabalhador a prova do invocado prejuízo sério.

Cláusula 11ª(Transferência do trabalhador)

1 - Havendo acordo do empregado, pode este ser transferido para áreade trabalho diversa; não havendo, a empresa só poderá operar transferênciadesde que ela não cause danos ao profissional.

2 - A empresa pagará sempre ao transferido as despesas impostasdirectamente pela transferência e por ele comprovadas.

Cláusula 12ª(Mapas mensais e anuais)

Em matéria de mapas de pessoal será observado o prescrito na lei geral.

CAPÍTULO IVHorário de trabalho, trabalho extraordinário e nocturno

Cláusula 13ª(Período normal de trabalho)

1 - O horário normal de trabalho obedecerá aos seguintes princípios:a) Semana de 5 dias;b) 37,5 horas de trabalho semanal, distribuídas por 7 horas e 30

minutos de trabalho diário;

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c) O período laboral diário não poderá ter início antes das 8 horas nemterminar depois das 20 horas, salvo por acordo mútuo;

d) O trabalho diário divide-se em 2 períodos, havendo entre eles umintervalo para almoço nunca inferior a 1 hora nem superior a 2,excepto nos serviços de dia inteiro;

e) Qualquer dos períodos referidos na alínea anterior não deverá exceder4 horas de trabalho consecutivo.

2 - Para os guias-intérpretes, guias regionais e transferistas, entre o fimdo último período diário de trabalho e o início do primeiro dia seguintemediará um intervalo mínimo de 11 horas consecutivas de descanso.

3 - Nos períodos de trabalho de dia inteiro será incluído e remuneradoo tempo necessário para refeição.

4 - O horário de trabalho, contendo a escala de serviços, será elaboradoaté 1 semana antes do período de tempo seguinte e afixado em local visível.

Cláusula 14ª(Trabalho extraordinário)

1 - Considera-se trabalho extraordinário o prestado fora do horárionormal de trabalho, folgas e feriados.

2 - Mediante acordo prévio entre a entidade patronal e o trabalhador, sedentro das horas normais de serviço o trabalhador for dispensado pela empresadurante pelo menos 4 horas seguidas, compensará a mesma noutro período(dentro do mesmo dia) desde que este não exceda o tempo normal de serviço.

3 - Fora da hipótese prevista no número anterior, o trabalho prestadopara além do período normal é considerado como trabalho extraordinário.

4 - A prestação de trabalho extraordinário só é autorizada sem carácterde regularidade e é sempre facultativa para o trabalhador.

5 - Para os guias-intérpretes, guias regionais e transferistas:a) O trabalho extraordinário em dias feriados, Domingos de Páscoa,

folgas e em serviço iniciado fora do período laboral diário será sempreremunerado nas condições constantes das tabelas em vigor para osprofissionais em regime eventual.

b) As horas extraordinárias efectuadas em prolongamento de trabalhoescalonado normal serão remuneradas com os seguintes aumentossobre o salário/hora:

75% das 8 às 20 horas;100% das 20 às 24 horas;150% das 24 às 8 horas.

6 - O correio de turismo, quando:a) Trabalhando em dias feriados ou domingos de Páscoa, terá direito a

uma remuneração suplementar de 100% com base na tabela salarialem vigor;

b) Trabalhando em dias de descanso semanal, terá direito, além daremuneração normal, aos dias de descanso a escolher pelo profissionalsem prejuízo do serviço.

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7 - Para efeitos de cálculo do trabalho extraordinário, constante do nº5, alínea b), o valor da hora simples será determinado pela seguinte fórmula:

X = Remuneração mensal x 13

Horas de trabalho semanal x 52

8 - O trabalho não escalonado nos termos do nº 4 da cláusula 13ª,prestado nos dias de descanso semanal e feriados por conveniência daempresa, dá direito, além da remuneração da tabela salarial em vigor, a 1dia de descanso a escolher pelo profissional sem prejuízo de serviço.

9 - Se o trabalho a que se refere o número anterior acontecer durantea prestação de serviço continuado ou no estrangeiro, o dia de descansoserá substituído por igual período de tempo de folga no País após o regressoe prestação de contas a ele referente.

10 - Só poderão ser chamados profissionais eventuais para prestarem os serviçosreferidos nesta cláusula quando não houver disponível nenhum profissional efectivoao serviço da empresa ou quando aquele, por qualquer razão, se declarar impedido.

11 - Sempre que o profissional se deslocar de e para o local de trabalhoou em serviço, utilizando, de acordo com a entidade patronal, viaturaprópria, ser-lhe-á pago o equivalente a 25% do preço em vigor de 1l degasolina super por cada quilómetro percorrido.

12 - Durante o período de 1 de Novembro a 31 de Março as agênciaspoderão fazer o cômputo das horas semanais, isto é, só serão consideradashoras extraordinárias as que ultrapassarem o total semanal de 37,5 horas.Este número só se aplica a circuitos regulares.

Cláusula 15ª(Trabalho nocturno)

Todo o trabalho prestado no período compreendido entre as 20 horas eas 24 horas será considerado trabalho nocturno, devendo por isso ser pagocom um acréscimo de 75% na 1ª hora sobre a retribuição normal e 100%nas horas subsequentes.

Todo o trabalho prestado no período compreendido entre as 0 horas eas 8 horas será considerado trabalho extraordinário, devendo por isso serpago à hora com um acréscimo de 150%.

Cláusula 16ª(Isenção do horário da trabalho)

1 - A isenção de horário de trabalho só poderá ser concedida havendoacordo entre a entidade patronal e o trabalhador mediante autorização doMinistério do Trabalho.

2 - A remuneração do trabalhador isento deverá ser igual à da respectivaclasse ou categoria profissional, acrescida do correspondente a 2 horas detrabalho extraordinário por dia, nos termos do primeiro dos escalõesmencionados na alínea b) do nº 5 da cláusula 14ª.

3 - É vedado à entidade patronal exigir ao trabalhador declaração derenúncia à remuneração prevista no número anterior.

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CAPÍTULO VDescanso semanal, feriados, férias e faltas

Cláusula 17ª(Descanso semanal)

1 - O trabalhador tem direito ao descanso semanal de 2 dias consecutivos,os quais só por mútuo acordo podem deixar de ser o sábado e o domingo.

2 - Em princípio, o descanso será fixado e gozado em dias consecutivos,podendo no entanto ser alterado de acordo com o trabalhador.

3 - O trabalhador poderá, eventualmente, trocar de serviço e de descansosemanal com outro colega da mesma empresa e da mesma categoriaprofissional, desde que tal não envolva prejuízo para a empresa e depoisde dar conhecimento à entidade patronal.

Cláusula 18ª(Feriados)

1 - São feriados obrigatórios:1 de Janeiro;Sexta-Feira Santa;25 de Abril;1 de Maio;Corpo de Deus (festa móvel);10 de Junho;15 de Agosto;5 de Outubro;1 de Novembro;1 de Dezembro;8 de Dezembro;25 de Dezembro;

2 - O feriado de Sexta-Feira Santa poderá ser observado em outro diacom significado local no período da Páscoa.

3 - Feriados facultativos:a) Além dos feriados obrigatórios, apenas poderão ser observados: o

feriado municipal da localidade ou, quando este não existir, o feriadodistrital é a terça-feira de Carnaval;

b) Em substituição de qualquer dos feriados referidos na alínea anteriorpoderá ser observado, a título de feriado, qualquer outro dia em queacordem a entidade patronal e os trabalhadores.

Cláusula 19ª(Férias)

1 - Os trabalhadores têm direito a 30 dias consecutivos de fériasremuneradas em cada ano civil ou, mediante acordo com a entidade patronal,poderão gozá-los em 2 períodos interpolados.

2 - O trabalhador tem direito a gozar férias no próprio ano da suaadmissão nos termos da lei.

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3 - Salvo acordo em contrário, o período de férias será gozado entre 1 deMaio e 31 de Outubro, elaborando-se para isso uma escala rotativa de todosos meses do período, de modo a permitir a cada trabalhador a sua utilização.

4 - Nos meses de Julho a Setembro os trabalhadores terão direito agozar o mínimo de 15 dias de férias consecutivos.

5 - Quando por interesse da entidade patronal, de acordo com otrabalhador, as férias poderão ser gozadas fora dos períodos consideradosnos nºs 3 e 4, devendo o respectivo subsídio ser acrescido de 50%.

6 - Cessando o contrato de trabalho por qualquer causa, a entidadepatronal pagará ao trabalhador a retribuição correspondente ao período deférias vencido, salvo se o trabalhador já as tiver gozado, bem como aretribuição correspondente a um período de férias proporcional ao tempode serviço prestado no próprio ano da cessação.

7 - O período de férias não gozado por motivo da cessação do contrato,bem como o período proporcional referido no número anterior, conta-separa efeitos de antiguidade.

8 - Aos trabalhadores do mesmo agregado familiar que estejam aoserviço da mesma empresa será concedida a faculdade de gozarem as suasférias simultaneamente.

9 - O mapa de férias definitivo deverá estar elaborado e afixado noslocais de trabalho até ao dia 15 de Abril de cada ano.

10 - Terão direito a acumular férias de 2 anos:a) Os trabalhadores que exerçam a sua actividade nos arquipélagos dos

Açores e da Madeira, quando pretendem gozá-las em outras ilhas ouno continente;

b) Os trabalhadores que exerçam a sua actividade no continente, quandopretendem gozá-las nos arquipélagos dos Açores e da Madeira;

c) Os trabalhadores que pretendam gozar férias com familiares emigradosno estrangeiro;

11 - Os trabalhadores poderão ainda acumular no mesmo ano metadedo período de férias vencido no ano anterior com o desse ano medianteacordo com a entidade patronal.

12 - Antes do início das férias, o trabalhador receberá o vencimento do mêsem que aquelas se iniciam, bem como o respectivo subsídio de férias, o qualserá igual à retribuição mensal efectiva, salvo o disposto no nº 2 desta cláusula.

13 - Sempre que haja coincidência de um período de doença com ofixado para o gozo de férias, se a baixa se verificar antes da data fixadapara início de férias ou durante as mesmas e for devidamente comprovadapelos serviços médico-sociais, estas serão adiadas a pedido do trabalhador,para data a fixar, de acordo com as conveniências do serviço e do trabalhador.

14 - As férias em caso algum poderão ser remidas a dinheiro ousubstituídas por qualquer outra concessão.

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Cláusula 20ª(Faltas)

1 - A falta é a ausência do profissional ao trabalho durante o períodonormal de trabalho previsto nesta convenção, adicionando-se os tempos deausência, quando inferiores a esse período, para se considerar falta a somade tais tempos quando o iguale.

2 - Não são consideradas faltas as ausências:a) Autorizadas ou aprovadas pela entidade patronal;b) As resultantes do exercício dos direitos consignados nesta cláusula.

3 - O profissional tem o direito de estar ausente:a) Durante 11 dias seguidos, excluídos os de descanso intercorrentes,

por altura do seu casamento;b) Durante 5 dias consecutivos, por falecimento do cônjuge não separado

judicialmente de pessoas e bens, de pai, de mãe, de filho, de filha,de genro, de nora, de sogro, de sogra, de enteado, de enteada, deadoptado, de adoptada e de adoptante em regime de adopção plena;

c) Durante 2 dias consecutivos, por falecimento de outros progenitorespróprios ou do cônjuge, de descendentes que não sejam filho ou filhanem genro ou nora, de irmão, de irmã, de cunhado, de cunhada ede pessoas com quem haja vivido em comunhão de mesa e habitação.

d) Durante o tempo preciso, até limites estabelecidos nas leis aplicáveis,para o exercício de funções de delegado sindical, de membro decomissão de trabalhadores, de dirigente de instituição de previdênciae de dirigente de associação sindical, desde que nesse exercício hajade ser praticado acto necessário e inadiável;

e) Durante o período de prestação de provas em estabelecimentos de ensino;f) Durante o tempo de impossibilidade devida a facto que não lhe seja

imputável, nomeadamente doença, acidente e cumprimento deobrigações legais, até ao limite previsto na lei ou nesta convenção;

g) Durante a prestação de assistência inadiável a membros do seuagregado familiar.

4 - Das ausências resultantes do exercício de direitos pressupostos no númeroanterior não poderão advir quaisquer perdas ou prejuízos para os ausentes.

5 - Exceptuam-se do preceituado no número anterior, mas apenas parao efeito de determinarem perda de retribuição:

a) A ausência por motivo de doença, quando confira direito a subsídiode Previdência;

b) A ausência por motivo de acidente, quando confira direito a qualquersubsídio ou a qualquer compensação a receber de entidade seguradora;

c) A ausência prevista na alínea d) do nº 3, salvo disposição legal em contrário.

6 - Quando a ausência motivada por impossibilidade devida a facto nãoimputável ao profissional ou pela prestação de assistência inadiável amembros do seu agregado familiar se prolongar para além de 1 mês temaplicação o preceituado na cláusula seguinte:

7 - Fora dos casos previstos nos números anteriores, as ausências doprofissional são faltas injustificadas e ficam submetidas ao seguinte regime:

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a) Determinam perda de retribuição e antiguidade quer em relação aotempo de ausência quer em relação ao dos dias de descanso, ao dosferiados e aos meios dias de descanso que lhes sejam imediatamenteanteriores ou posteriores;

b) Constituem infracção disciplinar grave quando durem 3 dias seguidosou interpolados no período de 1 ano e quando o motivo alegado paraas justificar seja comprovadamente falso;

c) Não provocam redução no período de férias a não ser que o profissionalo solicite e até ao limite de um terço, hipótese em que a ausêncianão implicará perda de retribuição correspondente.

8 - A faculdade consignada na alínea c) do número anterior de evitar perda deretribuição por redução de tempo de férias até um terço é extensiva aos casos em quea ausência, não sendo falta injustificada, determinaria, apesar disso, aquela perda.

9 - É obrigação profissional:a) Prevenir a empresa com 5 dias de antecedência, da ausência, se

esta for previsível;b) Comunicar à empresa a ausência imprevisível logo que a comunicação

se torne possível.

10 - 0 incumprimento da obrigação definida no artigo anterior confere à ausência,ainda que represente o exercício de um direito, a natureza de falta injustificada.

11 - A empresa pode exigir do profissional prova dos factos que lheconferem direito a ausência.

Cláusula 21ª(Impedimentos prolongados)

1 - As ausências por tempo superior a 1 mês que representem o exercíciodo direito conferido por esta convenção suspendem a vigência do contratoindividual de trabalho.

2 - 0 regime de suspensão é o seguinte:a) Durante o tempo em que ocorre, cessam os direitos, deveres e

garantias do profissional, com excepção do direito à antiguidade e dodever de lealdade à empresa, que se mantém;

b) Continuarão a aplicar-se as disposições legais sobre a Previdência;c) Finda a causa determinante da ausência, o profissional deverá retomar

o serviço na categoria e funções anteriores à suspensão;d) A empresa conservará à disposição do profissional o lugar por ele

ocupado no quadro, sem prejuízo de as correspondentes tarefas seremdesempenhadas por terceiro, na forma prevista nesta convenção.

Cláusula 22ª(Licença sem retribuição)

Determina ainda a suspensão do contrato individual de trabalho o gozode licença sem retribuição, quanto à qual se observará o regime seguinte:

a) A concessão de licença é faculdade da empresa, que esta podeexercer a pedido do profissional;

b) Os direitos, deveres e garantias da empresa e do profissional são osconsignados nas alíneas a) a d) do nº 2 da cláusula anterior.

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CAPÍTULO VIRetribuições

Cláusula 23ª(Retribuições mínimas)

1 - A retribuição mensal efectiva deve ser paga aos trabalhadoresabrangidos por este contrato até ao último dia do mês a que diz respeito.

2 - Os trabalhadores abrangidos por esta convenção têm direito àremuneração constante das tabelas de vencimentos anexas.

3 - Entende-se por retribuição mensal efectiva ou simplesmenteretribuição mensal (RM) a soma dos seguintes valores:

a) Remuneração mínima fixada nas tabelas anexas;b) Acréscimo à remuneração referida na alínea anterior, se decidido

pela entidade patronal com carácter regular e permanente;c) Diuturnidades, quando vencidas, nos termos da cláusula 25ª;d) Remuneração especial por isenção de horário de trabalho enquanto

durar tal isenção.

4 - Entende-se por remuneração mensal mínima a soma dos valoresconstantes das alíneas a), c) e d).

5 - Sempre que um trabalhador aufira uma retribuição mista, isto é,constituída por uma parte certa fixa e uma parte variável, ser-lhe-á sempreassegurada a retribuição mensal mínima, independentemente da partevariável; esta não se considera incluída na retribuição mensal efectiva, amenos que o contrato de trabalho disponha diferentemente.

Cláusula 24ª(Deslocações)

1 - O trabalhador que por determinação da entidade patronal se desloque emserviço desta ou em serviço continuado ou frequente, a pedido dela e fora dapovoação em que se situa o local de trabalho, em cursos de aperfeiçoamentoprofissional e viagens de estudo, tem direito a alojamento e refeições nos termosda cláusula 27ª, a transporte e a um subsídio que será por dia ou fracção, de:

a) Continente e ilhas ........... 12,26€ (2.458$00)b) Estrangeiro ..................... 25,42€ (5.096$00)

2 - Os transportes serão em 1ª classe, excepto quando de avião queserão em classe económica.

a) Sempre que o profissional se desloque em viagem de autocarro parao estrangeiro e aí termine o serviço, o seu regresso, se efectuado emautocarro, não poderá exceder percursos diários superiores a 10horas, salvo acordo entre a entidade patronal e o profissional.

b) O disposto na alínea a) não se aplica a excursões que terminem em Espanha.

3 - As obrigações da empresa para com os trabalhadores deslocados nostermos desta cláusula, no que respeita a alojamento, refeições e transporte,subsistem durante os períodos de inactividade cuja responsabilidade nãopertença ao trabalhador.

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4 - Depois de iniciado o trabalho as deslocações em serviço serão detáxi sempre que se justifique.

5 - Iniciando-se ou terminando a prestação de serviço em povoação diferentedaquela em que se situa a sede ou sucursal da empresa, o tempo despendidona viagem compreende-se para efeitos de remuneração devida naquela prestaçãode serviço e serão pagas as despesas efectuadas com o transporte.

Cláusula 25ª(Diuturnidades)

1 - Ao ordenado base do trabalhador será acrescida uma diuturnidadede 8% por cada período de 2 anos de permanência na categoria profissional,até ao limite de 5 diuturnidades.

2 - Se, à data em que adquire direito à diuturnidade, a remuneraçãomensal for já superior ao ordenado base previsto na tabela de vencimentos,será mantida ou elevada, na medida do necessário, consoante o montantedela atinja ou não a soma do valor do referido ordenado base com oquantitativo percentual da diuturnidade devida.

3 - As diuturnidades integram para todos os efeitos a retribuição mensal.

4 - 0 disposto no nº 1 desta cláusula só se aplica aos profissionais que à datada entrada em vigor desta convenção não tenham ainda atingido o limite de 5diuturnidades. Para todos os outros profissionais vigorará o limite de 9 diuturnidades.

Cláusula 26ª(Subsídios)

O profissional receberá os seguintes subsídios:

1 - Subsídio de férias, nos termos do nº 12 da cláusula 19ª desta convenção.

2 - Subsídio de Natal, no próprio ano de admissão, em montanteequivalente a 2 dias e meio por cada mês completo de serviço; nos demaisanos, de montante igual à remuneração mensal (em ambas as hipótesescom vencimento no dia 10 de Dezembro ou no primeiro dia útil seguinte,não o sendo esse), e no ano da cessação do contrato de trabalho, emmontante equivalente a 2 dias e meio por cada mês completo de serviçoprestado nesse ano, pagável no momento da cessação.

a) Para efeitos da determinação do mês completo de serviço, devem contar-se todos os dias seguidos ou interpolados, em que foi prestado trabalho.

3 - Em caso de incapacidade parcial ou absoluta para o trabalho habituale proveniente de acidente de trabalho ou doença profissional ao serviço daentidade patronal, esta diligênciará conseguir a reconversão dos trabalhadoresdiminuídos para função compatível com a diminuição verificada.

4 - Aos guias-intérpretes e regionais e correios de turismo que, porvirtude de diferentes nacionalidades dos passageiros utentes do respectivoserviço, sejam obrigados a utilizar mais de 1 idioma em simultâneo serãopagos por esse serviço mais 25% sobre o salário/hora.

Este número não se aplica aos circuitos regulares, excepto se foremutilizados mais de 2 idiomas em simultâneo.

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5 - O português será considerado um dos idiomas sempre que os clientesforem de excursão portuguesa.

6 - As agências contribuirão para o custo da refeição de almoço comEsc. 478$40 (2,39€), para os trabalhadores que trabalhem o dia inteiro.

7 - Os profissionais em serviço, quando em viagem superior a 7 diasconsecutivos, têm direito a um subsídio de Esc. 561$60 (2,80€) por diapara tratamento de roupas, calculado sobre a duração total da viagem.

Cláusula 27ª(Condições de transporte, alojamento e refeições)

1 - Sempre que o trabalhador se desloque acompanhando clientes, temdireito a transporte, alojamento e refeições nas mesmas condições da maioriados participantes.

2 - 0 alojamento será em quarto individual com banho.

3 - No caso de viajar sozinho, terá direito a alojamento e refeições emestabelecimento hoteleiro de categoria igual a 1ª-B, ou de 3 estrelas, ousuperior, sempre que circunstancialmente a tal seja obrigado.

4 - Sempre que os participantes da viagem não tenham refeições incluídasou no caso de o profissional viajar sozinho e não pretender tomar asrefeições no hotel, tem direito aos seguintes subsídios:

a) Em território nacional:Pequeno-almoço ....................... 2,44€ (488$80)Almoço ou jantar ..................... 11,67€ (2.340$00)

b) Em território estrangeiro:Pequeno-almoço ....................... 8,04€ (1.612$00)Almoço ou jantar ..................... 28.01€ (5.616$00)

5 - Os transferistas terão direito a tomar as refeições a expensas daempresa sempre que se encontrem em serviço nos seguintes períodos:

Pequeno-almoço - das 7 horas e 30 minutos às 9 horas e 30 minutos;Almoço - das 12 horas e 30 minutos às 14 horas e 30 minutos;Jantar - das 19 horas e 30 minutos às 20 horas e 30 minutos,

desde que a tomada das refeições não prejudique o serviço de que se achaincumbido, caso em que poderá optar entre a dispensa pelo período detempo igual ao da refeição ou do quantitativo previsto no nº 4 supra.

CAPÍTULO VII

Cláusula 28ª(Poder disciplinar)

1 - A entidade patronal tem poder disciplinar sobre os trabalhadores quese encontrem ao seu serviço.

2 - 0 poder disciplinar tanto é exercido directamente pela entidadepatronal como pelos superiores hierárquicos do trabalhador, sob direcção eresponsabilidade daquela e sempre através de instrutor que a entidade ou

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superior hierárquico referidos nomeará e que poderá ser tanto essa entidadecomo esse superior, como terceiro.

3 - 0 poder disciplinar caduca se não for exercido dentro dos 30 diassubsequentes àquele em que a entidade patronal teve conhecimento da infracção.

4 - 0 poder disciplinar exerce-se obrigatoriamente mediante processodisciplinar escrito.

5 - Serão asseguradas ao trabalhador suficientes garantias de defesa:a) Os factos da acusação serão concretos e especificamente comunicados

ao trabalhador, através de nota de culpa reduzida a escrito e assinadapelo instrutor, a qual será entregue pessoalmente ao trabalhador,que datará e assinará a respectiva cópia, considerando-se o processodisciplinar iniciado nesta data ou será enviada por carta registadacom aviso de recepção para o domicílio do trabalhador que constardo quadro de pessoal e, neste caso, o processo disciplinar considera-se iniciado a partir da data do registo;

b) O trabalhador tem direito a consultar o processo e a apresentar asua defesa, por escrito, pessoalmente ou por intermédio demandatário, no prazo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogadopor uma só vez, mais 30 dias, desde que o trabalhador, no prazoinicial de 10 dias, faça a prova do seu impedimento;

c) No caso da parte final da alínea a) deste número, o prazo para adefesa conta-se a partir do terceiro dia posterior à data do registo;

d) Deverão ser ouvidas as testemunhas indicadas e identificadas pelotrabalhador, até ao limite de 5, as quais serão convocadas peloinstrutor do processo, por carta registada com aviso de recepção,com indicação do local, dia e hora em que devem ser inquiridas;

e) Após a apresentação da defesa, a entidade patronal dispõe de 30dias para comunicar a decisão.

6 - Produzida a prova, o instrutor enviará cópia ao sindicato.

7 - O sindicato pronunciar-se-á remetendo ao instrutor o seu parecerpor escrito.

8 - O instrutor proferirá a decisão, tento em conta aquele parecer, edela enviará cópia ao presumível infractor e ao sindicato, num e noutrocaso em carta registada com aviso de recepção.

9 - Na decisão, o instrutor deve:a) Enunciar os factos que considere provados;b) Qualificá-los ou não como infracção ou infracções em face da lei e

das cláusulas desta convenção;c) Ponderar todas as circunstâncias;d) Referenciar as razões aduzidas pelo sindicato;e) Fundamentar o resolvido;f) Mencionar expressamente não ser de aplicar sanção ou a aplicável.

10 - É nulo o processo disciplinar e dele não resultará efeito algum sedo mesmo não constar haver-se facultado ao presumível infractor a faculdadede apresentar a sua defesa ou de prestar declarações e ter-lhe sido dadoconhecimento na decisão.

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11 - Não serão admitidas diligências que revistam naturezamanifestamente dilatória ou sejam patentemente inúteis ou injustificadas.

12 - Só será permitida a suspensão preventiva nos termos e nos casosprevistos na lei.

13 - No processo disciplinar são os seguintes os prazos:a) De 30 dias, contados desde o conhecimento da entidade patronal do

caso ou omissão que se considere presumível infracção, parainstauração do processo;

b) De 10 dias para se elaborar a nota de culpa, contando-se tal prazodesde a data da nomeação do instrutor;

c) De 10 dias prorrogáveis por mais 30 dias a pedido do interessado,para apresentação de defesa nos termos da alínea b) do nº 5;

d) De 10 dias para sobre o processo se pronunciar o sindicato, contando-se tal prazo desde a data da recepção da cópia da nota de culpa;

e) De 10 dias para ser proferida a decisão, contados a partir do termodo prazo a que se alude na alínea anterior;

f) De 4 dias úteis para, proferida a decisão, dela o instrutor enviarcópia ao trabalhador e ao sindicato.

14 - As sanções disciplinares aplicáveis são as seguintes:a) Repreensão;b) Repreensão registada;c) Suspensão, com ou sem vencimento, até 6 dias, com limite máximo

de 30 dias por ano;d) Despedimento.

15 - A Sanção disciplinar:a) Deve ser proporcional à gravidade da infracção e à culpabilidade do

infractor, não podendo aplicar-se mais de uma sanção pela mesma infracção;b) É nula e de nenhum efeito desde que não prevista no número

anterior ou que reúna elementos de várias sanções nele previstas.

16 - As infracções disciplinares prescrevem logo que cesse o contrato de trabalho.

Cláusula 29ª(Sanções abusivas)

1 - Consideram-se abusivas as sanções disciplinares motivadas pelofacto de um trabalhador:

a) Se recusar a infringir o horário de trabalho aplicável;b) Se recusar legitimamente a exercer funções de caixa ou equiparadas;c) Se recusar a transportar valores fora do estabelecimento, sem o

seguro respectivo;d) Se recusar legitimamente a exercer funções pertencentes a

trabalhadores de categoria superior;e) Se recusar a cumprir ordens que exorbitem dos poderes de direcção

lícitos da entidade patronal;f) Ter prestado ao sindicato outorgante todas as informações necessárias

e adequadas ao cabal desempenho das funções sindicais;

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g) Ter posto o sindicato ao corrente de transgressões às leis do trabalhocometidas pela entidade patronal;

h) Ter prestado informações a qualquer organismo oficial com funçõesde vigilância ou fiscalização do cumprimento das leis do trabalho;

i) Ter declarado ou testemunhado com verdade contra as entidadespatronais, em processo disciplinar, perante os tribunais ou qualqueroutra entidade com poderes de instrução ou fiscalização;

j) Ter exercido ou pretender exercer a acção emergente do contratoindividual de trabalho;

k) Exercer, ter exercido ou candidatar-se ao exercício de funções previstasna legislação do trabalho;

l) Exercer, ter exercido ou candidatar-se ao exercício de quaisqueractividades de carácter político, em conformidade com o disposto noartigo 46º da Constituição da República Portuguesa;

m)Haver reclamado individual ou colectivamente, contra as condiçõesde trabalho;

n) Em geral, exercer, ter exercido, pretender exercer ou invocar direitosou garantias que lhe assistam.

2 - Presume-se abusiva até prova em contrário a aplicação de qualquersanção disciplinar, sob a aparência de punição de outra falta, quando tenhalugar até 5 anos após os factos referidos no nº 1 desta cláusula.

3 - A aplicação de alguma sanção abusiva, nos termos do nº 1 desta cláusula,além de responsabilizar a entidade patronal por violação das leis do trabalho, dádireito ao profissional visado a ser indemnizado nos termos gerais desta convenção.

CAPÍTULO VIIICessação do contrato de trabalho

Cláusula 30ª(Cessação)

1 - O contrato de trabalho pode cessar por:a) Mútuo acordo das partes;b) Caducidade;c) Rescisão do trabalhador;d) Despedimento promovido pela entidade patronal com justa causa;e) Despedimento colectivo.

2 - 0 mútuo acordo quanto à cessação deve constar de documentoescrito, em duplicado, com as assinaturas de ambos os contraentes.

3 - Pode o profissional pôr termo, por sua unilateral decisão, ao contrato,prevenindo, na falta de causa justa, a empresa com a antecedência de 2meses ou de 1 mês, consoante esteja ao serviço há mais de 2 anos ou hámenos de 2 anos, respectivamente.

4 - 0 despedimento com justa causa só pode ter lugar nos casosexpressamente previstos nesta convenção ou na legislação em vigor.

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Cláusula 31ª(Extinção do contrato da trabalho com justa causa por parte do trabalhador)

1 - O trabalhador poderá rescindir o contrato, sem observância de avisoprévio, nas situações seguintes:

a) Necessidade de cumprir obrigações legais incompatíveis com acontinuação do serviço;

b) Falta culposa do pagamento pontual da retribuição na forma devida;c) Violação culposa das garantias legais e convencionais do trabalhador;d) Aplicação de sanção abusiva;e) Falta culposa de condições de higiene e segurança no trabalho;f) Lesão culposa de interesses patrimoniais do trabalhador ou ofensa à

sua honra e dignidade.

2 - A cessação do contrato nos termos das alíneas b) a f) do nº 1 confereao trabalhador o direito à indemnização prevista na legislação em vigor.

Cláusula 32ª(Cessação por despedimento)

1 - Verificando-se justa causa, o profissional pode ser despedido comefeito de decisão proferida em processo disciplinar nos termos desta convenção.

2 - Considera-se justa causa de despedimento o comportamento culposodo profissional que, pela sua gravidade e consequências, torne imediata epraticamente impossível a subsistência das relações de trabalho.

3 - Constituem nomeadamente justa causa de despedimento os seguintescomportamentos do profissional:

a) Desobediência ilegítima às ordens dadas por responsáveishierarquicamente superiores;

b) Violação de direitos e garantias de outros profissionais ao serviço da empresa;c) Provocação repetida de conflitos com outros profissionais ao serviço da empresa;d) Desinteresse repetido pelo cumprimento, com a diligência devida,

das obrigações inerentes ao exercício do cargo que lhe seja confiado;e) Lesão de interesses patrimoniais sérios da empresa, nomeadamente

furto, retenção ilícita, desvio, destruição ou depradação intencionaisde bens pertencentes à empresa;

f) Prática intencional, no âmbito da empresa, de actos lesivos daeconomia nacional;

g) Faltas não justificadas ao trabalho que determinem directamenteprejuízos ou riscos graves para a empresa ou, independentementede qualquer prejuízo ou risco, quando o número de faltas injustificadasatingir, em cada ano, 3 seguidas ou 6 interpoladas;

h) Falta culposa da observância de normas de higiene e segurança no trabalho;i) Prática no âmbito da empresa de violências físicas, de injúrias ou

ofensas punidas por lei sobre profissionais da empresa, elementosdos corpos sociais ou sobre a entidade patronal individual nãopertencente aos mesmos órgãos, seus delegados ou representantes;

j) Sequestro e, em geral, crimes contra a liberdade das pessoas referidasna alínea anterior;

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l) Incumprimento ou oposição ao cumprimento de decisões judiciais ouactos administrativos, definidos e executórios;

m)Falsas declarações relativas à justificação de faltas;n) Reduções anormais da produtividade do profissional.

Cláusula 33ª(Transmissão de exploração)

1 - Em caso de transmissão de exploração, os contratos de trabalhocontinuarão com a entidade patronal adquirente, salvo quanto aostrabalhadores que não pretendam a manutenção dos respectivos vínculoscontratuais, por motivo atendível e devidamente justificado, nomeadamentepela diminuição significativa do património da empresa.

2 - Os contratos de trabalho deverão manter-se com a entidadetransmitente se esta prosseguir a actividade noutro ramo de exploração ouestabelecimento e se o trabalhador a isso anuir.

3 - Os trabalhadores que optem pela cessação do contrato, nos termosdo nº 1 têm direito à indemnização prevista na legislação em vigor, por cujopagamento serão solidariamente responsáveis o transmitente e o adquirente.

4 - A entidade patronal adquirente é solidariamente responsável pelocumprimento de todas as obrigações emergentes do contrato de trabalhovencidas nos 6 meses anteriores à transmissão, desde que reclamadas atéao momento em que ela tenha lugar e ainda que respeitem a trabalhadorescujos contratos hajam cessado.

5 - Não prevalecem sobre as normas anteriores os acordos firmadosentre o transmitente e o adquirente, ainda que constem de documentoautêntico ou autenticado.

6 - Para efeitos de o trabalhador exercer os direitos consignados nesta cláusula,o adquirente ou o cessionário deverão, antes da transacção, notificar os trabalhadoresou fazer afixar um aviso nos locais de trabalho, no qual se dê conhecimento aostrabalhadores das condições da transmissão em vista, para que, no prazo de 30 diasa contar da data da notificação ou da afixação, declararem por escrito e por formairreversível qual a opção que farão no caso de se concretizar a referida transmissão,bem como, se for caso disso, reclamarem os seus créditos. Se o trabalhador nãose pronunciar dentro daquele prazo, entende-se que aceita continuar ao serviço daentidade patronal adquirente, bem como que não tem créditos a reclamar.

Cláusula 34ª(Encerramento)

No caso de a entidade patronal cessar ou interromper a sua actividade,aplicar-se-á o regime estabelecido na lei geral.

Cláusula 35ª(Indemnizações)

1 - O não cumprimento pela entidade patronal do disposto nas cláusulas8ª, 10ª, 30ª, 32ª e 34ª obriga esta ao pagamento de indemnização aotrabalhador lesado, nos seguintes termos:

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a) 2 meses por cada ano ou fracção ao serviço da empresa, se ocontrato tiver durado menos de 5 anos;

b) 3 meses por cada ano ou fracção ao serviço da empresa, se ocontrato tiver durado mais de 5 e menos de 10 anos;

c) 4 meses por cada ano ou fracção ao serviço da empresa, se ocontrato tiver durado 10 ou mais anos;

d) 1 prestação única complementar no valor equivalente à retribuiçãode 5 meses, se o contrato tiver durado mais de 15 anos;

e) Sem prejuízo do disposto nas alíneas anteriores, a indemnizaçãodevida ao trabalhador não será nunca inferior a 4 meses de retribuição.

2 - A indemnização prevista no número anterior será elevada ao dobrose os trabalhadores despedidos sem justa causa:

a) Exercerem as funções de dirigentes ou mandatários sindicais ou membrosde comissões de trabalhadores ou as tiverem exercido há menos de 5anos, contados desde a data em que cessou o seu desempenho;

b) Se se tiverem candidatado ao respectivo exercício daquelas funções hámenos de 5 anos, contados desde a data da apresentação da candidatura;

c) Em geral, exercerem, terem exercido ou terem-se candidatado aoexercício daquelas funções ou actividades de natureza sindical hámenos de 2 anos, contados nos termos das alíneas anteriores.

CAPÍTULO IXCondições particulares de trabalho

Cláusula 36ª(Regime de trabalho feminino)

1 - Sem prejuízo dos direitos referidos noutras cláusulas, são,designadamente, assegurados às mulheres os seguintes direitos:

a) Não desempenhar durante a gravidez e até 3 meses depois do partotarefas clinicamente desaconselháveis ao seu estado, como trabalhosque comportem risco frequente de vibrações e trepidações;

b) Não ser despedida durante a gravidez e até 1 ano depois do parto;c) Faltar até 90 dias consecutivos no período da maternidade, sem prejuízo

do período de férias ou de antiguidade, aplicando-se o disposto na cláusula20ª se findo aquele período não estiver em condições de retomar o trabalho;

d) Interromper o trabalho diário, até ao limite de 6 meses após o parto,em 2 períodos de meia hora para aleitação dos filhos, sem diminuiçãoda retribuição, do período de férias ou da antiguidade.

2 - Para faltarem além de 90 dias por motivo de parto deverão asmulheres trabalhadoras apresentar documentos comprovativos dos serviçosmédico-sociais de que não se encontram em condições de retomar o trabalho.

3 - Nos casos de nado-morto ou de ocorrência de aborto, a mulhertrabalhadora goza dos direitos consignados na alínea a) do nº 1 desta cláusula.

4 - Deve ser facilitado às trabalhadoras, quando as suas obrigaçõesfamiliares o justifiquem, sem que tal implique tratamento menos favorável,dispensa até 1 dia por mês sem perda de retribuição, não sendo porém,

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estas dispensas susceptíveis de acumulação.

5 - Devem ser concedidas às trabalhadoras, quando as suasresponsabilidades familiares o justifiquem e de acordo com a entidadepatronal, sem que tal facto indique tratamento menos favorável, empregoa meio tempo, reduzindo-se proporcionalmente a retribuição e todos osencargos legais que sejam devidos pela entidade patronal.

6 - Consideram-se com obrigações familiares as trabalhadoras que tenhamagregado familiar.

Cláusula 37ª(Serviço continuado)

Para efeitos deste contrato, entende-se por serviço continuado ou trabalhocontinuado por natureza o prestado pelos correios de turismo e, quanto aotrabalho dos guias-intérpretes e guias regionais, aquele que tiver duraçãosuperior a 24 horas e impuser que o repouso nocturno do trabalhador tenhalugar fora da sua residência ou da localidade da sede do estabelecimentoa cujo quadro pertence. Este serviço considera-se iniciado com o primeirocontacto do trabalhador com o turista ou grupo de turistas participantes aochegarem ao aeroporto ou a outras estações terminais, até ao último dia,inclusive, em que o guia ou correio de turismo preste os seus serviços aoreferido turista ou grupo de turistas, salvo o estabelecido no nº 5 dacláusula 24ª.

Cláusula 38ª(Trabalhadores-estudantes)

1 - Os trabalhadores em regime de estudo nas escolas oficiais ouoficialmente reconhecidas terão um horário ajustado às suas especiaisnecessidades, sem prejuízo, em princípio, do total de horas semanais detrabalho normal, devendo ser-lhes sempre facultado, sem que isso impliquetratamento menos favorável:

a) Dispensa até 2 horas por dia ou horário flexível durante ofuncionamento dos cursos;

b) Ausência, em cada ano civil, pelo tempo indispensável à prestaçãode exames.

2 - É exigida aos trabalhadores a produção de prova da sua situação deestudantes para que possam usufruir das regalias previstas nesta cláusula.

3 - As regalias previstas na presente cláusula ficarão condicionadas aoaproveitamento escolar e assiduidade do trabalhador, de que o mesmo faráprova anualmente.

4 - 0 tempo despendido em cursos de aprendizagem ou deaperfeiçoamento profissional será considerado como tempo de trabalho,salvo se a frequência de tais cursos resultar de pedido dos trabalhadores.

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CAPÍTULO XDoença, previdência e seguros

Cláusula 39ª(Contribuição para a Previdência e doença)

1 - As entidades patronais e os trabalhadores abrangidos por estaconvenção contribuirão obrigatoriamente para a caixa de previdência emque estejam integrados, para efeitos de previdência, sobrevivência e abonode família, nos termos da lei.

2 - Enquanto o trabalhador se mantiver na situação de doente ouacidentado, a entidade patronal pagar-lhe-á, durante um período máximo de12 meses a contar do início da baixa, a diferença entre a retribuição quereceberia se estivesse a trabalhar e a que lhe for paga pela caixa de previdênciaou companhia de seguros, sem prejuízo dos restantes direitos que assistemao trabalhador. A entidade patronal pagará assim 100% da retribuição ilíquidamensal e ainda os subsídios de férias e de Natal, sendo posteriormentereembolsada das importâncias que a caixa de previdência ou companhia deseguros atribuírem, quando estas se remeterem ao trabalhador.

3 - A baixa será devidamente comprovada por documento a emitir pelosserviços competentes.

4 - Em caso de fraude, o trabalhador perde os direitos consignados nestacláusula, sem prejuízo de maior responsabilidade a apurar em processo disciplinar.

5 - Em caso de morte do trabalhador, por acidente ou doença profissional,ocorrida antes da reforma, a entidade patronal pagará ao cônjuge ou filhos menoresou dependentes, por esta ordem, uma indemnização nos seguintes casos:

a) 3 meses de retribuição mensal, se o trabalhador tiver de 1 a 5 anosde serviço na empresa;

b) 6 meses de retribuição mensal, se o trabalhador tiver de 5 a 10 anosde serviço na empresa;

c) 9 meses de retribuição mensal, se o trabalhador tiver de 10 a 20anos de serviço na empresa;

d) 12 meses de retribuição mensal, se o trabalhador tiver mais de 20anos de serviço na empresa.

6 - Este pagamento será efectuado nas mesmas condições de prazo emque o seria se não ocorresse a morte, salvo acordo em contrário.

Cláusula 40ª(Trabalho fora e dentro do território português)

1 - Quando o trabalhador for vítima de acidente de trabalho ou acometidode doença comprovada por atestado médico, encontrando-se ao serviço daempresa, tem direito, na medida em que não lhe for atribuído subsídioequivalente, por força da legislação nacional ou acordo internacional:

a) A todos os cuidados médicos de que possa ter efectivamente necessidade;b) A qualquer outro subsídio a que tenha direito pela legislação nacional

aplicável, no caso de o acidente de trabalho ou doença se ter verificadodentro do território português;

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c) Alojamento e alimentação até que o seu estado de saúde lhe permitaregressar ao local da sua residência; a responsabilidade da entidadepatronal pelo pagamento das despesas referidas nesta alínea ficalimitada a 6 meses, nos casos em que se conclua que a doença dotrabalhador resulta de um estado anterior e se teria declarado mesmoque o trabalhador não saísse do território português;

d) A viagem de regresso ao local da sua residência e, no caso defalecimento, para o local a indicar pela família ou por quem arepresente, desde que este seja em território português;

e) Ao pagamento das despesas com a deslocação de um familiar parao acompanhar inclusive no regresso, em caso de absoluta necessidadee só quando requerido pelos serviços clínicos em que o trabalhadoresteja a ser assistido e como condição necessária para o tratamento.

2 - Quando a viagem seja interrompida por causa independente davontade do trabalhador e lhe seja impossível regressar no veículo em queviaja ao local da sua residência, o trabalhador tem direito à viagem deregresso à custa da sua entidade patronal. A viagem de regresso far-se-á em conformidade com as instruções da entidade patronal, de acordo como trabalhador, e, em caso de doença, segundo prescrição médica.

3 - As empresas apenas assumirão, por si mesmas, as obrigaçõesenunciadas no nº 1, desde que tais obrigações não incumbam a outrasentidades, seja por efeito da lei seja em razão de contratos, ou na medidaem que estes ou a lei as não imponham.

Cláusula 41ª(Seguro profissional)

A entidade patronal anotará obrigatoriamente nas apólices de seguro deacidentes de trabalho, imposto por lei, que os profissionais abrangidos prestamserviço habitualmente fora do estabelecimento e estão sujeitos a deslocaçãoem autocarros e outros meios de transporte no e para o exercício da actividade.

Cláusula 42ª(Seguro de viagem)

A entidade patronal fará segurar os trabalhadores deslocados ao seuserviço contra os riscos de viagem e estada (tipo terra, mar e ar) no valormínimo de 2.400.000$00 (11.971,15€).

Cláusula 43ª(Seguro de valores)

Todo o profissional que, dentro ou fora do território nacional, seja portadorde valores da empresa, terá obrigatoriamente um seguro feito pela entidadepatronal que cubra o montante dos valores transportados, de maneira que,nem a empresa nem o profissional, sofram quaisquer prejuízos.

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CAPÍTULO XIQuestões gerais

Cláusula 44ª(Serviços turísticos oferecidos)

1 - A entidade patronal deverá pôr à disposição dos trabalhadoresserviços oferecidos por companhias transportadoras, agências de viagens eestabelecimentos hoteleiros, respeitando, no entanto, as condições impostaspela entidade ofertante e as características da viagem oferecida.

2 - Para o cônjuge e filhos dependentes do profissional, assim comopara este mesmo, quando viajam em gozo de férias, será possibilitada aaquisição de passagens e alojamento sem lucro para a entidade patronal esem prejuízo dos regulamentos IATA.

Cláusula 45ª(Comissões de trabalhadores na empresa)

A constituição e funcionamento das comissões de trabalhadores daempresa será a prescrita na lei.

Cláusula 46ª(Quotização sindical)

1 - A entidade patronal incluirá, como desconto na folha de ordenados, aquotização sindical do trabalhador sindicalizado e enviará até ao dia 20 do mêsseguinte a folha de cobranças com o respectivo montante para o sindicato outorgante.

2 - 0 disposto no número anterior só será aplicável se o trabalhadorassim o entender e autorizar em declaração individual a enviar ao sindicatoe à entidade patronal.

Cláusula 47ª(Cinto de segurança)

Os autocarros a utilizar pelas empresas a que se aplica esta convenção serãodotados de condições de segurança, conforto e sanidade do trabalho, competindoà comissão paritária, a que se refere a cláusula 48ª, definir tais condições:

Cláusula 48ª(Comissão paritária)

Com competência para interpretar o texto desta convenção, funcionaráuma comissão paritária nos termos seguintes:

a) A comissão será constituída por 2 representantes indicados pelaassociação e por 2 representantes indicados pelo sindicato;

b) A comissão só pode deliberar quanto esteja presente metade dosmembros efectivos representantes de cada parte;

c) As deliberações tomadas por unanimidade consideram-se para todosos efeitos como regulamentação das cláusulas respectivas destaconvenção e serão depositadas e publicadas nos mesmos termos dosinstrumentos da regulamentação colectiva de trabalho;

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d) São automaticamente aplicáveis às entidades patronais e aostrabalhadores as deliberações que forem tomadas por unanimidade;

e) Poderá participar nas reuniões, sem direito a voto, um representantedo Ministério do Trabalho, desde que a comissão, por deliberaçãotomada unanimemente, o solicite;

f) A indicação dos representantes da associação e do sindicato deveráser comunicada reciprocamente por escrito dentro de 30 dias, contadosa partir do início da vigência desta convenção;

g) A comissão considerar-se-á instalada e em funcionamento logo apóso recebimento das comunicações mencionadas na alínea anterior.

Cláusula 49ª(Garantia das regalias anteriores)

1 - Das aplicações desta convenção não poderá resultar qualquer prejuízopara os trabalhadores, nomeadamente:

a) Baixa de categoria ou classe;b) Diminuição de ordenado;c) Diminuição ou suspensão de qualquer regalia de carácter regular ou

permanente;d) Podem algumas regalias ser substituídas por outras consideradas por

ambas as partes como igualmente vantajosas.

2 - A entidade patronal só está autorizada a encarregar o trabalhadorde serviços diferentes dos que normalmente está prestando, quando talmudança não implique diminuição de retribuição nem prejuízo da sua situaçãoprofissional e tiver acordo expresso do trabalhador.

3 - Consideram-se expressamente aplicáveis todas as disposições legaisque estabelecem tratamento mais favorável do que a presente convenção.

ANEXO ITABELA DE VENCIMENTOS DOS

PROFISSIONAIS DE INFORMAÇÃO TURÍSTICAEM REGIME PERMANENTE

(Esta Tabela, aplica-se ao período compreendido entre1 de Abril de 1996 a 31 de Março de 1997)

Categoriaprofissional Definição de funções

RetribuiçãoMínima Mensal

Guia-Intérprete É o profissional que acompanha turistas em viagense visitas a locais de interesse turístico, tais comomuseus, palácios e monumentos nacionais, prestandoinformações de carácter geral, histórico e cultural,cuja actividade abrange todo o território nacional.

É o profissional que acompanha viagens turísticasao estrangeiro como representante dos respectivosorganizadores, velando pelo bem-estar dos turistase pelo cumprimento do programa das viagens.

123.656$00(616,79€)

Correio de Turismo

123.656$00(616,79€)

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O nível de classificação que melhor corresponde às funções e formação dosguias-intérpretes, correios de turismo e guias regionais, é o que está previsto nonº 4 (profissionais altamente qualificados), nº 4.1, e, para os transferistas é o queestá previsto no nº 5 (profissionais qualificados), nºs 5.4, do quadro de estruturados níveis de qualificação anexo ao Decreto-Lei nº 121/78, de 2 de Junho.

Retroactividade - O presente acordo produz efeito a partir de 1 de Abril de 1996

ANEXO II

TABELAS SALARIAIS DE TRANSFERISTAS EM REGIME EFECTIVO PARATRABALHO EXTRAORDINÁRIO, NOS TERMOS DA CLÁUSULA 14ª, Nº 5.

(Tabela de 1994)

1 - A retribuição será:

Transfer (duração máxima 2 horas):De 1 a 3 passageiros ............................. 1 790$00 (8,93€);De 4 a 15 passageiros ........................... 2 460$00 (12,27€);De 16 a 30 passageiros ......................... 3 030$00 (15,11€);De 31 ou mais passageiros .................... 3 690$00 (18,40€);

Os serviços de transfers de duração superior a duas horas terão um acréscimode 1.280$00 por cada hora a mais, independentemente do número de passageiros.

Hospitality desk:Mínimo de duas horas ............................ 3 080$00 (15,36€);Cada hora a mais ................................... 1 520$00 (7,58€);

Assistências (prestações de informação e entrega de documentos emaeroportos, estações marítimas e hotéis):

Cada hora .............................................. 1 130$00 (5,64€);Assistência em autocarros turísticosde serviço automatizado (por circuito) .... 2 740$00 (13,67€);Serviço de recolha e entrega depassageiros em hotéis (por hora) ........... 1 130$00 (5,64€);

2 - A não efectivação de um transfer por causa alheia ao profissional dar-lhe-á direito a receber uma importância correspondente ao valor mínimo deum transfer, desde que não tenha sido avisado com 12 horas de antecedência.

Guia Regional É o profissional que acompanha turistas em viagens evisitas a locais de interesse turístico, tais como museus,palácios e monumentos nacionais, prestando informaçõesde carácter geral, histórico e cultural, cuja actividade seexerce exclusivamente numa região definida.

É o profissional cuja actividade consiste em acolhere acompanhar turistas de estações terrestres,marítimas ou aéreas para locais de alojamento oudestas para aquelas em trânsito de uma estaçãopara outra ou em deslocações cuja exclusivafinalidade seja a ligação entre dois locais turísticose ainda dar assistência individual ou em grupo.

103 272$00(515,12€)

Transferista

103 272$00(515,12€)

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ANEXO III

TABELAS SALARIAIS PARA GUIAS-INTÉRPRETES E GUIAS REGIONAISEM REGIME EFECTIVO PARA O TRABALHO EXTRAORDINÁRIO,

NOS TERMOS DA CLÁUSULA 14º, Nº 5, ALÍNEA A).(Tabela de 1994)

A retribuição será:a) Por serviço principiado e findo entre as 8 e as 20 horas, 6 600$00 e

11 520$00, quando, respectivamente, tenha uma duração de meio diaou dia inteiro (até oito horas). Cada hora de duração a mais:

Entre as 8 e as 20 horas .................. 1 620$00 (8,08€);Entre as 20 e as 24 horas ................ 2 120$00 (10,57€);Entre as 0 e as 8 horas .................... 2 630$00 (13,12€).

O trabalho prestado aos domingos e feriados terá um suplemento de 30%sobre a remuneração base:

Meio dia ............................................ 6 600$00 (32,92€);Dia inteiro ......................................... 11 520$00 (57,46€).

Retroactividade - O presente acordo considera-se em vigor a partir dodia 1 de Abril de 1994.

PROFISSIONAIS DE INFORMAÇÃO TURÍSTICA (GUIAS)INDEPENDENTES

TABELA INDICATIVA

(Circular da APAVT Nº 46/97-JJ/RE, de 23 de Junho de 1997)Validade - 1997, Portugal Continental e Ilhas

Para - Guia-Intéprete / Correio de Turismo / Guia Regional

1) - Serviço geral, em Portugal Continental e Regiões AutónomasServiço meio-dia até 5 horas ............. 7 400$00 (36,91€);Serviço dia inteiro até 8 horas .......... 11 800$00 (58,86€);Serviço nocturno das 20 horas à 1 hora ... 8 200$00 (40,90€);Hora extra, nocturna e diurna............ 1 500$00 (7,48€);Circuito de um dia até 09h................ 13 300$00 (66,34€);Serviço continuado............................. 12 500$00 (62,35€);Serviço continuado estrangeiro ........... 11 800$00 (58,86€);

2) - Serviço de transferes, em Portugal Continental e Regiões AutónomasDe aeroporto, estação de caminho de ferro, terminal rodoviário, para

cidade ou área metropolitana ou vice-versa:

Até 3 horas ....................................... 4 500$00 (22,45€);Até 5 horas ....................................... 7 500$00 (37,41€);Até 7 horas ....................................... 10 500$00 (52,37€);Até 8 horas ....................................... 12 000$00 (59,86€);Hora extra ......................................... 1 500$00 (7,48€);

a) - Na Madeira, considera-se totalidade do arquipélagob) - Nos Açores, válido para todas as ilhas

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3) - Hospitality Desk

Assistências em hotéis, locais de congresso, aeroportos, estações decaminhos de ferro, terminais rodoviários, em chegadas ou saídas

Até 2 horas ....................................... 3 000$00 (14,96€);Hora extra ......................................... 1 000$00 (4,99€).

Para os serviços constantes nos pontos 1, 2 e 3, as remuneraçõescitadas incluem:

a) - Válido para os serviços até 50 pax

b) - Todos os idiomas falados na União EuropeiaSup. Idiomas extras, por língua ............... 10% do serviço

c) - Qualquer dia da semana, incluindo sábados, domingos e feriados, bemassim como a hora do dia, excepto no período das 01h00 às 06h00Sup. Período das 01h00 às 06h00 ............ 50% sobre a hora extra

d) - O tempo de serviço inicia-se com a hora prevista de chegada oulocal de saída, do meio de transporte previamente indicado

e) - Sempre quando um guia iniciar o serviço fora da área metropolitana(Lisboa e Porto) a agência de viagens assegurará o transporte atéao local do início do serviço.

4) - Abono de refeição

Local Portugal ContinentalRegiões Autónomas

Europa Resto do Mundo

Pequeno-Almoço07h30/09h30

Almoço12h30/15h30

Jantar20h00/23h00

500$00(2,49 €)

2.000$00(9,98 €)

2.000$00(9,98 €)

750$00(3,74 €)

3.750$00(18,70 €)

3,750$00(18,70 €)

1.000$00(4,99 €)

5.000$00(24,94 €)

5.000$00(24,94 €)

a) Valores acordados quando o serviço não estiver contratado pela agência.b) Estes períodos constam como ao serviço da agência de viagens

ou outra entidade.

Obs. Finais:

1 - O Turismo, factor multiplicador de sinergias, poderá necessitar deprofissionais abrangidos nesta tabela em áreas aqui não previstas,podendo assim, estes vir a obter especialização não contemplada nesta.

Estes casos podem no futuro vir a englobar esta em novos acordos,sendo que no presente, ficam a livre iniciativa das partes.

2 - A esta Tabela junta-se a adenda nº 1 cuja validade setranscreve à Região do Algarve.

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Tabela de Serviços1997

SUBSÍDIOSEM TERRITÓRIO NACIONAL:Pequeno-almoço ............................... 465$00 (2,32€)Almoço ou jantar .............................. 2 220$00 (11,07€)

NA ANDALUZIA:Pequeno -almoço .............................. 610$00 (3,04€)Almoço ou jantar .............................. 2 900$00 (14,47€)

1. GUIA-INTÉRPRETEMeio dia (5 horas) ........................... 7 490$00 (37,36€)Dia inteiro (9 horas) ........................ 13 050$00 (65,09€)Lisboa (2 dias + Fado) ..................... 34 780$00 (173,48€) (*) (**)Assistência a nocturna ...................... 8 490$00 (42,35€)Cada hora de duração a mais ........... 1 830$00 (9,13€)Lisboa 1 dia ..................................... 21 630$00 (107,89€) (*) (**)Sevilha 1 dia .................................... 18 092$00 (90,24€) (*) (**)Serviços continuados (3 ou + dias) .. 13 330$00 (66,49€) (*) (**)*(Em qualquer dia da semana) ** (Sem horas)

2. TRANSFERESAté Albufeira ou Tavira(Duração máxima: 2 horas e meia) ...... 3 250$00 (16,21€)Até Monte Gordo ou Armação de Pêraou Praia da Rocha ou Islantilla(Duração máxima: 3 horas e meia ....... 4 285$00 (21,37€)Até Lagos ou Sagres ou Matalascanas(Duração máxima: 4 horas e meia) ...... 4 870$00 (24,29€)Até Lisboa ou Sevilha ....................... 9 750$00 (48,63€)Hora extra ....................................... 1 185$00 (5,91€)

3. ASSISTÊNCIASServiço de assistência nas chegadas ou partidas nos aeroportos:• 1 hora .......................................... 1 222$00 (6,10€)• 2 horas ......................................... 1 840$00 (9,18€)Hora extra ....................................... 1 201$00 (5,99€)

OBS:• Entende-se como duração de serviço o efectivo início e término do

mesmo. Não é considerado o tempo de deslocação.• As remunerações de serviços prestados no Algarve são válidas:

1. Seja qual for o número de passageiros até ao limite máximo do autocarro;2. Independentemente do número de idiomas a utilizar por virtude

de diferentes nacionalidades dos passageiros;3. Para serviços prestados em qualquer dia da semana, incluindo

domingos e feriados;4. E, bem assim, a qualquer hora do dia, excepto para o trabalho prestado

entre as 00h00 e as 06h00 horas, o qual dá direito ao suplemento de 60%

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• Só é devido subsídio de pequeno-almoço quando o serviço se iniciaraté às 07h30 horas (entende-se o primeiro pick-up).

• Não é devido subsídio de almoço em serviços iniciados depois das13h00 horas ou terminado até às 14h00 horas.

• Não é devido subsídio de jantar em serviços iniciados depois das20h00 horas ou terminado até às 21h00 horas.

II PARTEProfissionais em regime de trabalho eventual

(FOI REVOGADA, conforme texto abaixo,publicado no B.T.E. Nº 39 (I Série), de 22/10/96)

Cláusula 1ªO âmbito territorial desta convenção abrange Portugal continental e insular

e obriga todos os profissionais da informação turística afectos, em regime detrabalho subordinado, à actividade de agências de viagens representados pelosindicato outorgante e as entidades patronais representadas pela APAVT.

Cláusula 2ª

É revogada toda a parte II «profissionais em regime de trabalho eventual.»Lisboa, 16 de Setembro de 1996.

Pela APAVT - Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo:(Assinatura ilegível.)

Pelo SNATTI - Sindicato Nacional da Actividade Turística, Tradutores e Intérpretes:(Assinatura ilegível.)

Entrado em 23 de Setembro de 1996.Depositado em 8 de Outubro de 1996, a fl. 32 do livro nº 8, com o nº 389/

96, nos termos do artigo 24º do Decreto-Lei nº 519-C1/79, na sua redacção actual.

Para eventual consulta, mantivemos o texto revogado,como segue:

II PARTEProfissionais em regime de trabalho eventual

CAPÍTULO IÁrea, âmbito, vigência e revisão do contrato

Cláusula 1ª(Área e âmbito do contrato)

1 - O âmbito territorial desta convenção abrange Portugal continental einsular e obriga todos os trabalhadores afectos à actividade de agências deviagens representados pelo sindicato outorgante e que exerçam as suas

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funções em regime eventual nos escritórios anexos, filiais, sucursais ou quaisqueroutras dependências e as entidades patronais representadas pela APAVT.

2 - Esta convenção colectiva de trabalho aplica-se igualmente aos mesmostrabalhadores, ainda que temporariamente deslocados ou transferidos parao estrangeiro, sem prejuízo de maiores garantias emergentes dos usos oudas normas do direito local.

Cláusula 2ª(Vigência do contrato)

1 - Esta convenção entra em vigor em 14 de Março de 1984, será válidapor 24 meses e prorrogável por igual período de tempo se não for denunciadocom a antecedência fixada na lei e substitui automaticamente todos osinstrumentos de regulamentação colectiva anteriores.

2 - As cláusulas de expressão pecuniária terão efeitos rectroactivos apartir de 1 de Abril de 1992 e serão válidas por 12 meses. Para a suadenúncia e revisão, serão observadas as condições prescritas na legislaçãoem vigor.

3 - Qualquer eventual futuro enquadramento sindical do trabalhadoractualmente não sindicalizado no organismo outorgante não poderá afectaras regalias concedidas no presente CCT.

Cláusula 3ª(Formalidades da revisão do contrato)

1 - Qualquer dos contraentes poderá denunciar o contrato no fim decada período de vigência no todo ou em parte.

2 - A denúncia consistirá na apresentação da proposta do novo contratoou de alteração do presente, feita através de carta registada com aviso derecepção expedida até 60 dias antes do termo do período de vigência emcurso.

3 - Abertas as negociações, estas deverão estar concluídas no prazo de60 dias, a contar da data de recepção, pelos organismos denunciantes, daresposta do outro outorgante, mantendo-se em vigor todas as disposiçõesda presente convenção até aprovação de novas disposições.

CAPÍTULO IIDeveres, direitos e garantias das partes

Cláusula 4ª(Deveres das entidades patronais)

São deveres das empresas e seus dirigentes:1) Cumprir rigorosamente as disposições desta convenção;

2) Tratar com urbanidade os seus colaboradores, e sempre que tiveremde lhes fazer alguma observação ou admoestação, fazê-lo de modoa não ferir a sua dignidade;

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3) Pedir a cada trabalhador apenas o trabalho compatível com arespectiva categoria e possibilidades físicas;

4) Prestar aos organismos outorgantes, quando pedidas, todas asinformações comprovadas relativas ao cumprimento desta convenção;

5) Fazer sempre os descontos para a Previdência.

Cláusula 5ª(Deveres dos trabalhadores)

São deveres dos trabalhadores:1) Cumprir rigorosamente as disposições desta convenção;

2) Usar de urbanidade nas suas relações com o público, entidade patronale colegas;

3) Exercer com competência, pontualidade, zelo e assiduidade as funçõesque lhes estiverem confiadas;

4) Proceder na vida profissional de modo a prestigiar não apenas a suaprofissão como a própria entidade patronal;

5) Exigir que lhes sejam sempre feitos os descontos para a Previdência;

6) Guardar segredo profissional sobre todos os assuntos que não estejamexpressamente autorizados a revelar, excepto nos casos em que onão possam fazer, por instância judicial;

7) Guardar lealdade à entidade patronal, nomeadamente não negociando,por conta própria ou alheia, em concorrência com ela, nem divulgandoinformações referentes à sua organização, métodos de produção e negócios.

Cláusula 6ª(Garantias dos trabalhadores)

1 - É vedado à entidade patronal:

a) Exercer pressão sobre o trabalhador para que actue no sentido deinfluir desfavoravelmente nas condições de trabalho dele ou dos seuscompanheiros;

b) Diminuir a retribuição;

c) Obrigar o trabalhador a adquirir bens ou utilizar serviços fornecidospela entidade patronal ou por pessoas por ela indicadas;

c) Permitir ou colaborar nalguma infracção ao disposto nesta convenção.

2 - A prática pela entidade patronal de qualquer acto em contravençãoao disposto nesta cláusula, na cláusula 4ª ou o não cumprimento rigorosodas disposições desta convenção constitui violação das leis do trabalho,como tal punível, e confere ao trabalhador a faculdade de rescindir ocontrato unilateralmente, com direito a receber a retribuição a que teriadireito se tivesse efectuado o serviço.

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CAPÍTULO IIIHorário de trabalho, trabalho extraordinário e nocturno

Cláusula 7ª(Período normal de trabalho)

1 - O período laboral normal inicia-se às 8 horas e termina às 20 horas.

2 - Os períodos de trabalho diário poderão ser de meio dia ou de diainteiro.

3 - Os serviços de meio dia terão uma duração normal até 4 horas eos de dia inteiro até 8 horas.

4 - Os serviços de meio dia, quando principiados de manhã, não poderãoterminar depois das 13 horas e quando assim acontece por causa imputávelà entidade patronal deverão ser pagos como dia inteiro. Os serviços demeio dia, quando principiados de tarde, não poderão começar antes das 14horas.

5 - No trabalho diário, em serviços de dia inteiro, haverá um intervalopara almoço, nunca inferior a 1 hora.

6 - Nos períodos de trabalho de dia inteiro será incluído e remuneradoo tempo necessário para refeição.

7 - Esta cláusula não se aplica aos correios de turismo nem aostransferistas, excepto o consignado no nº 1 se o profissional está iniciandoou terminando o serviço.

8 - Serviços efectuados por guias e transferistas aos domingos e feriadosnacionais serão acrescidos de 30% sobre a remuneração base.

Cláusula 8ª(Trabalho Extraordinário)

1 - Considera-se trabalho extraordinário o prestado fora do horárionormal de trabalho.

2 - O trabalho extraordinário para os guias-intérpretes, transferistas,correios de turismo e guias regionais será sempre remunerado de acordocom o CCT em vigor.

Cláusula 9ª(Trabalho nocturno)

Todo o trabalho prestado no período compreendido entre as 20 e as 24horas será pago com um acréscimo de 30% sobre a remuneração/hora.Todo o trabalho compreendido entre as 0 e as 8 horas será pago com umacréscimo de 60% sobre a remuneração/hora.

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CAPÍTULO IVRetribuição, deslocações e subsídios

Cláusula 10ª(Retribuições)

1 - As retribuições para os guias-intérpretes são as constantes do anexo I.

2 - As retribuições para os correios de turismo são as constantes do anexo II.

3 - As retribuições para os transferistas são as constantes do anexo III.

4 - As retribuições para os guias regionais são as constantes do anexo IV.

5 - As retribuições deverão ser pagas prontamente.

Cláusula 11ª(Deslocações)

1 - Sempre que um serviço se inicie fora do concelho onde se situe a agênciaou uma sua sucursal, o profissional terá direito a um subsídio de deslocação (idae volta), baseado em preço/hora, e ao pagamento dos respectivos transportes.

2 - Se o serviço se iniciar e terminar no concelho onde reside o profissional,este não terá direito a qualquer subsídio ou pagamento de transportes.

3 - Se o serviço se iniciar ou terminar no concelho onde reside oprofissional, mas terminar ou começar respectivamente fora deste concelho,o profissional terá direito a um subsídio de deslocação (ida ou volta) epagamento do respectivo transporte.

4 - Entende-se por subsídio de deslocação o pagamento do tempo gasto pelotransporte público mais utilizado pela população local e o pagamento do mesmo.

5 - Se o horário regular do transporte público obrigar a uma esperasuperior a 30 minutos, o profissional terá direito ao pagamento de 1 horaextra, independentemente do respectivo subsídio.

6 - Para tempo de deslocação não se consideram tempos inferiores a 30minutos nem fracções intermediárias entre 30 e 60 minutos.

7 - Esta cláusula não se aplica ao Algarve, sem prejuízo do direito aopagamento das respectivas deslocações, que serão:

Em automóvel da empresa; ouEm automóvel do próprio profissional (nas mesmas condições do pessoal

em regime efectivo; ouEm táxi;sempre que tais deslocações não possam ter lugar no mesmo veículo

utilizado para os clientes.

Cláusula 12ª(Condições de transporte, alojamento e refeições)

1 - Sempre que o trabalhador se desloque acompanhando clientes temdireito a transporte e refeições nas mesmas condições da maioria dosparticipantes.

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2 - O alojamento será no hotel em que se encontra a maioria dosparticipantes e sempre em quarto individual com banho.

3 - No caso de viajar sozinho:a) Os transportes serão em 1ª classe, excepto quando de avião, que

serão em classe económica, devendo ser utilizado o transporte aéreosempre que tal se justifique;

b) O alojamento e as refeições serão em estabelecimento hoteleiro nãoinferior à categoria de 1ª-B ou 3 estrelas.

c) Se não pretender tomar as refeições no hotel tem direito aos subsídiosconstantes no nº 1 da cláusula seguinte:

Cláusula 13ª(Subsídios)

1 - Sempre que os participantes da viagem não tenham refeições incluídasou no caso de o profissional viajar sozinho e não pretender tomar as refeiçõesno hotel, tem o direito aos seguintes subsídios na moeda do país em causa.

a) Em território nacional:Pequeno-almoço......................... (400$00) 2,00€

Almoço ou jantar .................... (1.900$00) 9,48€

b) Em território estrangeiro:Pequeno-almoço...................... (1.315$00) 6,56€

Almoço ou jantar .................... (4.600$00) 22,94€

2 - Os transferistas terão direito a tomar as refeições a expensas daempresa sempre que se encontram ao serviço nos seguintes períodos:

Pequeno-almoço - das 7 horas e 30 minutos às 9 horas e 30 minutos.Almoço - das 12 horas e 30 minutos às 14 horas e 30 minutos.Jantar - das 19 horas e 30 minutos às 20 horas e 30 minutos;

desde que a tomada das refeições não prejudique o serviço de que se achaincumbido, caso em que poderá optar entre a dispensa pelo período de tempoigual ao da refeição ou o quantitativo previsto na alínea a) do nº 1 supra.

3 - Aos guias-intérpretes e regionais e correios de turismo que, porvirtude de diferentes nacionalidades dos passageiros utentes do respectivoserviço, sejam obrigados a utilizar mais de 1 idioma em simultâneo serápago por esse serviço mais 25% sobre o salário/hora.

Este número não se aplica aos circuitos regulares, excepto se foremutilizados mais de 2 idiomas em simultâneo.

4 - O português será considerado um dos idiomas sempre que os clientesforem de expressão portuguesa.

5 - Sempre que o número de turistas seja superior a 30, os guias-intérpretes terão direito a 115$00 (0,57€) por cada pessoa a mais.

6 - As agências contribuirão para o custo da refeição do almoço com370$00 (1,85€) para os trabalhadores que trabalhem dia inteiro.

7 - Os profissionais em serviço, quando em viagem superior a 7 diasconsecutivos, têm direito a um subsídio de 450$00 (2,24€) por dia paratratamento de roupas, calculado sobre a duração total da viagem.

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CAPÍTULO VCessação do contrato de trabalho

Cláusula 14ª(Cassação)

O contrato de trabalho pode cessar por:1) Caducidade;2) Mútuo acordo das partes;3) Rescisão unilateral.

Cláusula 15ª(Caducidade)

Considera-se que um contrato cessou por caducidade depois que oserviço que foi objecto desse contrato terminou.

Cláusula 16ª(Mútuo acordo das partes)

Considera-se que um contrato cessou por mútuo acordo das partesquando uma delas comunique à outra, até 7 dias antes da data para o iníciodo serviço que foi objecto desse contrato, a sua intenção de se desvinculare a outra parte aceite.

Cláusula 17ª(Eficácia da rescisão do contrato por mútuo acordo)

O mútuo acordo quanto à cessação deve constar de documento escrito, emduplicado, com as assinaturas de ambos os contraentes, sem o que não terá eficácia.

Cláusula 18ª(Rescisão unilateral)

Considera-se que um contrato cessou por rescisão unilateral quando umadas partes comunique à outra, menos de 7 dias antes da data para o iníciodo serviço que foi objecto desse contrato, a sua intenção de se desvincular.

Cláusula 19ª(Efeitos da rescisão unilateral)

1 - A entidade patronal é obrigada a indemnizar o profissional, quandoo serviço for anulado com mais de 5 dias de antecedência e menos de 1mês, em 20% da retribuição total que receberia se fizesse o serviço.

2 - A entidade patronal é obrigada a indemnizar o profissional, quandoo serviço for anulado com o máximo de 5 dias, em 50%.

3 - Se a comunicação for feita até 48 horas antes, ou não for feita, aentidade patronal é obrigada a pagar 100% da retribuição total que oprofissional receberia se fizesse o serviço.

4 - As indemnizações previstas nos números anteriores só serão devidasdesde que o profissional não seja contratado pela mesma ou por outraentidade patronal para outro serviço de igual ou superior valor económico,

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sob pena de a entidade patronal ser responsável pelo pagamento darespectiva diferença.

5 - O profissional ficará obrigado a indemnizar a entidade patronal, nostermos dos números anteriores, quando não puder ser substituído por outroprofissional que satisfaça os requisitos da natureza do respectivo serviço,salvo em casos de acidente ou doença grave comprovados.

6 - O profissional substituído não poderá ser culpado de nada queaconteça com o substituto.

7 - A não efectivação de um transfer por causa alheia ao profissional dar-lhe-á direito a receber uma importância correspondente ao valor mínimo deum transfer, desde que não tenha sido avisado com 12 horas de antecedência.

CAPÍTULO VIPrevidência, doença e seguros

Cláusula 20ª(Contribuição para a Previdência)

As entidades patronais e os trabalhadores abrangidos por esta convençãocontribuirão, obrigatoriamente, para a caixa de previdência em que estejamintegrados para efeitos de previdência e abono de família, nos termos da lei.

Cláusula 21ª(Obrigação de descontos por parte da entidade patronal)

A entidade patronal descontará, obrigatoriamente, para a Previdência,nos termos da lei, mesmo que o trabalhador declare não o querer por estarabrangido pelo regime da Portaria nº 115/77, ou outra que a substitua, sobpena de procedimento legal.

Cláusula 22ª(Doença e morte)

1 - Quando o trabalhador for vítima de acidente de trabalho ou acometidode doença comprovada por atestado médico, tem direito, por parte daempresa para quem estava a trabalhar, e na medida em que não lhe foratribuído subsídio equivalente, por força da legislação nacional ou acordointernacional:

a) A todos os cuidados médicos de que possa ter efectivamentenecessidade;

b) A qualquer outro subsídio a que tenha direito pela legislação nacionalaplicável, no caso de o acidente de trabalho ou a doença profissionalse ter verificado dentro do território português;

c) Ao alojamento e alimentação até que o estado de saúde lhe permitaregressar ao local da sua residência; a responsabilidade da entidadepatronal pelo pagamento das despesas referidas nesta altura ficalimitada a 6 meses nos casos em que se conclua que a doença dotrabalhador resulta de um estado anterior e se teria declarado mesmoque o trabalhador não saísse do território português;

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d) A viagem de regresso ao local da sua residência e, no caso defalecimento, para o local a indicar pela família, ou por quem arepresente, desde que esta seja em território português;

e) Ao pagamento das despesas com a deslocação de um familiar parao acompanhar, inclusive no regresso, em caso de absoluta necessidadee só quando requerido pelos serviços clínicos em que o trabalhadoresteja a ser assistido e como condição necessária para o tratamento.

2 - Quando a viagem seja interrompida por causa independente davontade do trabalhador e lhe seja impossível regressar no veículo em queviaja ao local da sua residência, o trabalhador tem direito à viagem deregresso à custa da entidade patronal, de acordo com o trabalhador e, emcaso de doença, segundo prescrição médica.

3 - Se do acidente ou doença profissional resultar incapacidade doprofissional para o trabalho, a entidade patronal por quem estava contratadopagará uma indemnização correspondente à sua categoria profissional, comose o trabalhador estivesse em regime efectivo, da seguinte forma:

a) Incapacidade parcial até 50% - 3 meses;b) Incapacidade parcial em mais de 50% - 6 meses;c) Incapacidade total - 9 meses.

4 - Em caso de morte do trabalhador por acidente ou doença profissional,a entidade patronal por quem estava contratado pagará ao cônjuge oufilhos menores ou dependentes, por esta ordem, uma indemnização iguala 12 meses de retribuição mensal, correspondente à sua categoriaprofissional, como se o trabalhador estivesse em regime efectivo.

5 - Estes pagamentos serão efectuados mensalmente, salvo acordo emcontrário.

6 - A entidade patronal apenas assumirá, por si mesma, as obrigaçõesenunciadas nesta cláusula desde que tais obrigações não incumbam a outrasentidades, seja por efeito da lei seja em razão de contratos, ou na medidaem que estes ou a lei as não imponham.

Cláusula 23ª(Seguro de vida)

A entidade patronal fará segurar os trabalhadores deslocados ao seuserviço contra os riscos de viagem estadia (tipo terra, mar e ar) no valormínimo de 2 400 000$00.

Cláusula 24ª(Seguro de valores)

Todo o profissional que, dentro ou fora do território nacional, seja portadorde valores da empresa terá obrigatoriamente um seguro feito pela entidadepatronal que cubra o montante dos valores transportados, de maneira quenem a empresa nem o profissional sofram quaisquer prejuízos.

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CAPÍTULO VIIQuestões gerais

Cláusula 25ª(Serviços turísticos)

Para o cônjuge e filhos dependentes do profissional, assim como paraeste mesmo, quando viajem em gozo de férias, poderá ser possibilitada aaquisição de passagens e alojamentos sem lucro para a entidade patronale sem prejuízo dos regulamentos da IATA, podendo oferecer o transportedesde que seja em serviços organizados por si.

Cláusula 26ª(Cinto de segurança)

Os autocarros a utilizar pela empresa a que se aplica esta convenção serãodotados de condições de segurança, conforto e sanidade de trabalho, competindoà comissão paritária a que se refere a cláusula 27ª definir tais condições.

Cláusula 27ª(Comissão paritária)

Com competência para interpretar o texto desta convenção, funcionaráuma comissão paritária nos termos seguintes:

a) A comissão será constituída por 2 representantes indicados pelaAssociação e por 2 representantes indicados pelo Sindicato;

b) A comissão só pode deliberar quando estejam presentes metade dosmembros efectivos representantes de cada parte;

c) As deliberações tomadas por unanimidade consideram-se para todosos efeitos como regulamentação das cláusulas respectivas destaconvenção e serão depositadas e publicadas nos mesmos termos dosinstrumentos de regulamentação colectiva de trabalho;

d) São automaticamente aplicáveis às entidades patronais e aostrabalhadores as deliberações que forem tomadas por unanimidade;

e) Poderá participar nas reuniões, sem direito a voto, 1 representantedo Ministério do Trabalho desde que a comissão, por deliberaçãotomada unanimemente, o solicite;

f) A indicação dos representantes da Associação e do Sindicato deveráser comunicada reciprocamente, por escrito, dentro de 30 diascontados a partir do início da vigência desta convenção;

g) A comissão considerar-se-á instalada e em funcionamento logo apóso recebimento das comunicações mencionadas na alínea anterior.

2 - A entidade patronal só está autorizada a encarregar o trabalhadorde serviços diferentes da sua categoria profissional quando talmudança não implique diminuição de retribuição nem prejuízo da suasituação profissional e tiver o acordo expresso do trabalhador.

Cláusula 28ª(Garantias das regalias anteriores)

1 - Da aplicação desta convenção não poderá resultar tratamento menosfavorável para os trabalhadores, nos termos da lei geral.

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3 - Consideram-se expressamente aplicáveis todas as disposições legaisque estabeleçam tratamento mais favorável do que a presente convenção.

Cláusula 29ª(Nível de qualificação)

Os níveis de qualificação que melhor correspondem às funções e formação,segundo o quadro de estruturas dos níveis de qualificação anexo ao Decreto-Lei nº 121/78, de 2 de Junho, são:

1) Para os guias-intérpretes, guias regionais e correios de turismo: nº4 (profissionais altamente qualificados), nº 4.1;

2) Para os transferistas: nº 5 (profissionais qualificados), nº 5.4.

ANEXO I

Guia-intérprete. - É o profissional que acompanha turistas em viagense visitas a locais de interesse turístico, tais como museus, palácios emonumentos nacionais, prestando informações de carácter geral, históricoe cultural, cuja actividade abrange todo o território nacional.

Serviço de meio dia (4 horas) .......... (5.900$00) 29,43€

Serviço de dia inteiro (8 horas) ...... (10.300$00) 51,38€

Cada hora de duração a mais:Entre as 8 e as 20 horas ................. (1.450$00) 7,23€

Entre as 20 e as 24 horas ............... (1.900$00) 9,48€

Entre as 0 e as 8 horas ................... (2.350$00) 11,72€

O trabalho prestado aos domingos e feriados terá um suplementode 30% sobre a remuneração base (meio dia, 5.900$00 (29,43€), oudia inteiro, 10 300$00 (51,38€)).

ANEXO II

Correio de turismo. - É o profissional que acompanha viagens turísticasao estrangeiro como representante dos respectivos organizadores, velandopelo bem-estar dos turistas e pelo cumprimento do programa de viagens.

Serviço de 1 dia ............................. (11.700$00) 58,36€

Serviço continuado (mais de 1 dia) .. (10.500$00) 52,37€

Se o serviço se iniciar depois das 0 horas eantes das 8 horas, cada hora ou fracçãoaté às 8 horas ................................. (2.350$00) 11,72€

ANEXO III

Transferista. - É o profissional cuja actividade consiste em acolher eacompanhar turistas de estações terrestres, marítimas ou aéreas para locaisde alojamento, ou destes para aquelas, em trânsito, de uma estação paraoutra, e assistir a grupos de turistas nacionais ou estrangeiros.

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Transferes (duração máxima 2 horas) dentro do período normal de trabalho:De 1 a 3 pax ................................... (1.600$00) 7,98€

De 4 a 15 pax ................................. (2.200$00) 10,97€

De 16 a 30 pax ............................... (2.700$00) 13,47€

De 31 ou mais pax .......................... (3.300$00) 16,46€

Os serviços de transferes de duração superior a 2 horas terão umacréscimo de 1.150$00 (5,74€) por cada hora a mais, independentementedo número de passageiros.

Hospitality desk:Mínimo de 2 horas ........................... (2.750$00) 13,72€

Cada hora a mais ............................. (1.350$00) 6,73€

Assistências (prestação de informação e entrega de documentos emaeroportos, estações marítimas e hotéis):

Cada hora ........................................ (1.000$00) 4,99€

Assistência em autocarros turísticos deserviço automatizado ........................ (2.450$00) 12,22€

Serviço de recolha e entrega depassageiros em hotéis ...................... (1.000$00) 4,99€

ANEXO IV

Guia regional. - É o profissional que acompanha turistas em viagensturísticas e visitas a locais de interesse, tais como museus, palácios emonumentos nacionais, prestando informações de carácter geral e histórico-cultural, e cuja actividade se exerce exclusivamente numa região definida.

Serviço de meio dia (4 horas) .......... (5.900$00) 29,43€

Serviço de dia inteiro (8 horas) ...... (10.300$00) 51,38€

Cada hora de duração a mais:Entre as 8 e as 20 horas ................. (1.450$00) 7,23€

Entre as 20 e as 24 horas ............... (1.900$00) 9,47€

Entre as 0 e as 8 horas ................... (2.350$00) 11,72€

O trabalho prestado aos domingos e feriados terá um suplemento de 30%sobre as remunerações base (meio dia, 5.900$00 (29,43€), dia inteiro,10.300$00 (51,38€)).