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Consiglieri Pedroso Contos Populares Portugueses (1910) A MENINA E O BICHO Era uma vez um homem que tinha três filhas. Eram todas muito amigas dele, mas havia uma que ele estimava mais. Foi um dia à feira e perguntou às filhas o que é que elas queriam de lá. Uma delas disse: – Um chapéu e umas botas! A outra disse também: – Um vestido e um xaile! Mas a que ele estimava mais não lhe disse nada. O homem, muito admirado, perguntou: – Ó minha filha, tu não queres nada? – Não quero nada, disse ela. Quero que meu pai tenha saúde! – Tu hás-de também pedir uma coisa, seja o que for, que eu trago-ta! respondeu o pai. Ela, para que o pai a deixasse, disse então: – Quero que meu pai me traga um corte de goraz em campo verde. O homem foi para a feira, comprou todas as coisas que as filhas lhe tinham pedido, e não fazia senão procurar o corte de goraz em campo verde. Mas não o encontrou. Era coisa que não havia. Por isso vinha muito triste para casa, porque era a filha que ele mais estimava. Quando vinha andando, aconteceu-lhe ver luzir uma luz no caminho, porque já era noite.

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Page 1: Contos Populares Portugueses-Consiglieri Pedroso

Consiglieri Pedroso

Contos Populares Portugueses

(1910)

A MENINA E O BICHO

Era uma vez um homem que tinha três filhas.

Eram todas muito amigas dele, mas havia uma que ele estimava mais.

Foi um dia à feira e perguntou às filhas o que é que elas queriam de lá. Uma delas disse:

– Um chapéu e umas botas!

A outra disse também:

– Um vestido e um xaile!

Mas a que ele estimava mais não lhe disse nada.

O homem, muito admirado, perguntou:

– Ó minha filha, tu não queres nada?

– Não quero nada, disse ela. Quero que meu pai tenha saúde!

– Tu hás-de também pedir uma coisa, seja o que for, que eu trago-ta! respondeu o pai.

Ela, para que o pai a deixasse, disse então:

– Quero que meu pai me traga um corte de goraz em campo verde.

O homem foi para a feira, comprou todas as coisas que as filhas lhe tinham pedido, e não fazia senão procurar o corte de goraz em campo verde. Mas não o encontrou. Era coisa que não havia. Por isso vinha muito triste para casa, porque era a filha que ele mais estimava.

Quando vinha andando, aconteceu-lhe ver luzir uma luz no caminho, porque já era noite.

Foi andando, andando, até chegar àquela luz.

Era um pastor, que estava ali numa cabana. O homem chegou-se a ele e perguntou:

– Sabe-me dizer que palácio é aquele, e se me podiam dar agasalho!

O pastor respondeu muito admirado:

Page 2: Contos Populares Portugueses-Consiglieri Pedroso

– Oh!, senhor, mas... naquele palácio não habita ninguém; aparece lá uma coisa, e todos têm medo de lá estar!

– Deixá-lo, disse o homem, não me hão-de comer, e como não tem ninguém, vou lá dormir esta noite!

Foi. Encontrou tudo iluminado e muito rico e, entrando mais para dentro, viu uma mesa posta. Quando se ia a chegar à mesa, ouviu uma voz dizer:

– Come e vai-te deitar naquela cama que ali está, e pela manhã levanta-te e leva o que está em cima daquela mesa, que é o que a tua filha te pediu, mas, ao fim de três dias, hás-de ma trazer aqui.

O homem ficou muito contente por levar à filha o que ela tinha pedido, mas ao mesmo tempo ficou triste pelo que a voz lhe tinha dito.

Deitou-se e ao outro dia levantou-se, foi direito à mesa e viu o corte de goraz em campo verde; agarrou nele e foi para casa.

Apenas chegou, começaram as filhas de roda dele:

– Meu pai, que é que nos trouxe? Deixe ver.

O pai deu-lhes tudo quanto trazia.

A outra filha, a que ele estimava mais, perguntou-lhe só se ele tinha saúde. O pai respondeu-lhe:

– Minha filha, venho contente e ao mesmo tempo triste! Aqui tens o teu pedido.

A filha respondeu-lhe:

– Oh! meu pai, eu tinha-lhe pedido isto, porque era coisa que não havia; mas porque é que vem tão triste?

– Porque tenho de levar-te ao fim de três dias aonde me deram isto!

E contou tudo o que lhe tinha acontecido no palácio e o que a voz lhe tinha dito. A filha, quando ouviu tudo, respondeu:

– Não esteja triste, meu pai, que eu vou, e há-de ser o que Deus quiser!

Assim foi. Ao fim de três dias o pai levou-a ao palácio encantado.

Estava tudo iluminado, a mesa posta e duas camas feitas.

Quando entraram, ouviram uma voz dizer:

– Come e deixa-te estar três dias com a tua filha, para ela não ter medo.

O homem esteve os três dias no palácio. No fim, foi-se embora, ficando a filha só.

A voz falava com ela todos os dias, mas não se via ninguém.

Page 3: Contos Populares Portugueses-Consiglieri Pedroso

Ao fim de uns poucos dias, a menina ouviu cantar um passarinho no jardim. A voz disse-lhe:

– Tu ouves o passarinho a cantar?

– Oiço, sim, disse a menina; é alguma novidade?

– É tua irmã mais velha que está para casar. E tu queres ir? perguntou a voz.

A menina, muito contente, disse:

– Eu quero, sim; e tu deixas-me Ir?

– Eu deixo, tornou a voz, mas tu não voltas!

– Volto, sim! – disse a menina.

A voz deu-lhe então um anel, para ela se não esquecer, e disse-lhe:

– Olha que ao fim de três dias vai um cavalo branco buscar-te; há-de bater três pancadas: a primeira é para te vestires, a segunda é para te despedires e a terceira é para te montares. Se às três não estiveres em cima do cavalo, ele vem-se embora e deixa-te lá!

A menina foi. Houve uma grande festa, e a irmã casou-se. Ao fim de três dias, foi o cavalo branco bater três pancadas. À primeira a menina começou a vestir-se, à segunda despediu-se e à terceira montou a cavalo.

A voz tinha dado à menina um caixote de dinheiro para levar ao pai e às irmãs, e por isso elas não queriam que ela tornasse para o palácio encantado, porque já estava multo rica.

Mas a menina lembrou-se do que tinha prometido, e apenas se viu em cima do cavalo foi-se embora.

No fim de certo tempo tornou o passarinho a cantar muito contente no jardim. A voz disse-lhe:

– Tu ouves o passarinho a cantar?

– Oiço, sim, disse a menina, é alguma novidade?

– É a outra tua irmã que está para casar. E tu queres ir? perguntou a voz.

A menina, muito contente, disse:

– Eu quero, sim; e tu deixas-me ir?

– Eu deixo, tornou a voz, mas tu não voltas!

– Volto, sim, disse a menina.

A voz disse, então:

Page 4: Contos Populares Portugueses-Consiglieri Pedroso

– Olha que se ao fim de três dias não vieres, ficas lá, e serás a rapariga mais desgraçada que há no mundo!

A menina foi. Houve uma grande festa, e a irmã casou-se. Ao fim de três dias veio o cavalo branco. Deu a primeira pancada, e a menina vestiu-se; deu a segunda, e a menina despediu-se; deu a terceira, e montou a cavalo e foi para o palácio.

Passados tempos tornou o passarinho a cantar no jardim, mas muito triste, muito triste.

A voz disse-lhe:

– Tu ouves o passarinho?

– Oiço, sim, disse a menina, é alguma novidade? É, sim, é o teu pai que está para morrer, e não morre

sem se despedir de ti!

– E tu deixa-me ir? perguntou a menina, muito triste.

– Deixo, sim, mas desta vez é que tu não voltas!

– Volto, sim, disse a menina.

A voz disse-lhe:

– Não voltas, não, que as tuas irmãs não te deixam vir! E tu e mais elas, serão as raparigas mais desgraçadas deste mundo, se não voltares ao fim de três dias!

A menina foi, o pai estava muito mal e não podia morrer, mas apenas se despediu dela, morreu.

As irmãs, como ela tinha perdido a noite, deram-lhe dormideiras e deixaram-na dormir.

A menina pediu muito que a acordassem antes de vir o cavalo branco.

As irmãs que fizeram? Não a acordaram e tiraram-lhe o anel do dedo.

Ao fim de três dias veio o cavalo. Bateu a primeira pancada, bateu a segunda, bateu a terceira e foi-se embora, e a menina ficou.

Ela andava muito satisfeita com as irmãs, porque não tinha o anel e já não se lembrava de coisa nenhuma.

Daí a uns poucos dias, começou a fortuna a andar para trás, a ela e às irmãs.

Até que uma vez as duas disseram-lhe:

– Mana, tu não te lembras do cavalo branco?

A menina lembrou-se, então, de tudo e disse a chorar:

Page 5: Contos Populares Portugueses-Consiglieri Pedroso

– Ai. que desgraça a minha! Ai, que me desgraçaram! Que é do meu anel?

As irmãs deram-lhe o anel, e a menina, com muita pena, foi-se logo embora. Chegou ao palácio encantado, mas viu tudo muito triste, muito escuro e muito fechado.

Foi direita ao jardim e encontrou um bicho muito grande, estendido no chão. O bicho, apenas a viu, disse-lhe:

– Retira-te, tirana, que me dobraste o meu encanto! Agora serás a rapariga mais desgraçada do mundo, tu e as tuas irmãs!

O bicho estava a acabar e, assim que disse isto, morreu. A menina voltou para as irmãs, muito triste e a chorar multo, meteu-se em casa sem comer nem beber, e dali a dias morreu também.

As irmãs, essas ficaram cada vez mais pobres, por terem sido a causa disto tudo.

O MENINO SEM OLHOS

Uma mãe teve dois filhos.

Eles foram pedir esmola, que não tinham nada.

Ela deu-lhes um farnel e perguntou-lhes se queriam ambos comer da mesma vasilha ou levar cada um o seu farnel.

O mais velho disse que era melhor cada um levar o seu farnel.

Assim foi.

No caminho o irmão mais novo perguntou ao irmão se era melhor comerem cada um do seu farnel ou comerem primeiro um e depois o outro.

O mais velho disse que era melhor assim.

Assim foi.

No primeiro dia comeram ambos a comida do mais novo.

No segundo dia, eram já horas de almoçar, disse o mais novo:

– Ó irmão, vamos agora comer?

O mais velho respondeu-lhe:

– Não, que ainda é cedo.

Depois ia comendo e o mais novo não comia nada.

Page 6: Contos Populares Portugueses-Consiglieri Pedroso

Ao jantar, o mesmo; enfim, o irmão mais novo já levava tanta fome que lhe tornou a pedir ao menos um bocadinho de pão.

O mais velho disse-lhe:

– Se me deixares tirar um olho, dou-te.

O mais novo, como estava desesperado com fome, obrigou-se a deixar tirar um olho. Mas o irmão mais velho tirou-lhe o olho, mas não lhe deu o bocadinho de pão.

O mais novo tornou a pedir-lhe ao menos metade. O irmão disse-lhe:

– Pois só te dou metade se me deixares tirar o outro olho.

Depois o mais velho foi-se embora e deixou o irmão ali só e desamparado.

O menino, vendo-se cego, deixou-se por lá andar a ver se encontrava alguém que o guiasse no caminho.

Chegou abaixo de um monte e ouviu cantar a água de um rio, e ali parou dizendo consigo:

– Nada, daqui não passo eu, que, como não veio nada, posso meter-me ao rio e morrer afogado.

Conheceu que era noite e foi indo às apalpadelas e encontrou uma árvore e abanou com ela, e ouviu cantar as folhas e depois trepou para cima e ali ficou naquela árvore.

Próximo à árvore estava uma ponte, onde costumava ir o demónio com as bruxas fazer audiência.

Daí a pouco vieram todas, conforme é costume, e estavam perguntando umas às outras o que tinham feito naquele dia.

Uma delas respondeu ao demónio que tinha cortado as águas à capital da França, onde que ao fim de três dias morreria tudo à sede.

O demónio perguntou-lhe o que tinha ela feito para cortar essas águas.

Diz ela:

– Eu, no espaço de quatro a cinco léguas, por onde passa a água, encantei uma cobra e meti-a no canal da água, onde a cobra está presa de cabeça e rabo dentro de um anel, e a água está presa no meio do rolo da cobra.

O demónio perguntou:

– Então não haverá outra vez remédio para soltar essa água para a cidade?

A bruxa disse:

– Há, mas eu não digo a ninguém.

Page 7: Contos Populares Portugueses-Consiglieri Pedroso

O demónio disse:

– Então, nem a mim?

A bruxa respondeu:

– A ti sim, como mestre. O remédio é havendo quem se aventure a lá ir com uma lança de ouro e tirar o anel que está dentro da cobra sem a ferir; tanto corre a cobra para o monte, como a água que vem da fonte.

O menino, que estava em cima da árvore, aprendeu isto tudo.

Uma outra bruxa disse:

– Eu também enfeiticei o rei da Itália, que está encarangado (entrevado, perro dos nervos do corpo) de todos os membros do corpo que se não pode mover para lado algum. E toda a família real morre desta aflição.

O demónio perguntou:

– Então, que lhe fizeste tu para ele estar assim encarangado?

Respondeu a bruxa:

– Cosi os olhos a um sapo, com a mesma linha apertei o sapo de pés e mãos e tudo, e meti-o debaixo da cama de Sua Majestade.

O demónio perguntou:

– Então não haverá remédio para dar outra vez saúde a este rei?

A bruxa disse:

– Há, havendo quem vá daqui à Itália ao jardim do rei, que tem um marmeleiro em cima de um chafariz, e havendo quem lhe colha o primeiro ranco (arranco, ramo), que faz um S em cima do chafariz, e lhe aguçar a ponta do feitio de uma lança, e pescar com ela um peixe azul que anda dentro do tanque, e derretê-lo numa bilha que não tenha levado nada, e levantando o pé esquerdo do leito do rei e tirando o sapo que está metido debaixo, e descosendo-lhe os olhos e desamarrando-o de modo que não se fira o sapo, e deitando depois o sapo ao jardim. Estando o peixe derretido, dar depois uma untura ao rei, e daí a pouco logo o rei está com a sua saúde, mas decerto o rei morre porque eu não o conto a ninguém.

O menino, que estava em cima da árvore à escuta, aprendeu tudo.

Depois uma outra bruxa disse ao demónio:

– E tu, o que é que fizeste?

O demónio respondeu:

– Eu já fiz obra maravilhosa, já fiz com que tirasse os olhos um irmão ao outro; também já há três dias que tenho feito com que uns bem-casados se dêem mal.

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A bruxa perguntou-lhe:

– Então que fizeste tu para um irmão tirar os olhos ao outro?

O demónio respondeu:

– Atentei-o para o mais velho não dar um bocadinho de pão ao mais novo sem lhe tirar os olhos.

A bruxa perguntou:

– Então não haverá remédio para esse menino ficar outra vez com vista?

O demónio disse:

– Há, mas como o há-de ele saber se eu não conto a ninguém?

A bruxa disse:

– Mas deves contá-lo a nós, como nós te contámos tudo a ti.

O demónio então disse:

– Está aqui perto uma árvore, cortando-lhe três folhas e cuspindo-lhe três vezes, antes de amanhecer, e pisando estas folhas na mão, com o sumo da folha e com cuspo da boca, untando as capelas dos olhos (pálpebras), aí se fica com a vista natural.

– E para se darem outra vez os bem-casados como se davam?

O demónio respondeu:

– Indo a uma igreja matriz, colhendo uma bilha de água benta da pia do baptismo, colhendo umas ervinhas que lhes chamam os cristãos alecrim.

A bruxa perguntou:

– Então, que fizeste tu para esses casados se darem mal?

O demónio respondeu:

– Aqui ao cimo deste monte moravam uns bem-casados, e eu fui-me meter debaixo da cama. O homem, quando entrava de fora para dentro, olhava paro debaixo da cama e via-me lá figurou-se-lhe que era um homem e começou logo a maltratar a mulher de más palavras. Assim se começou de dar mal, julgando que a mulher andava amigada. A mulher não fazia senão chorar e dizer que tal coisa não fazia.

A bruxa perguntou:

– Então, não haverá outra vez remédio para eles ficarem bem?

O demónio respondeu:

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– Sim, então já te não disse que em ir buscar a bilha de água benta da casa em cruz, quando me lá vir, que eu fujo, e assim se tornam eles a darem-se bem?

Nisto, o menino, que estava em cima da árvore, aprendeu tudo; depois pegou nas folhas da árvore, que era a mesma onde ele estava, e fez o que disse o demónio. Depois ficou logo com vista.

Assim que foi dia, desceu pela árvore abaixo e tratou logo de procurar a cosa dos mal-casados.

Fez tudo quanto o demónio disse e eles ficaram bem.

Dali passou à França e desencantou a cobra e deu água à cidade.

O rei de França deu-lhe logo uma porção de dinheiro.

Depois foi para a Itália e fez também o mesmo que a bruxa tinha dito ao demónio.

Quando o peixe estava derretido, o menino falou para o rei e disse:

– Real Senhor, tenha a bondade de mandar todos os médicos embora, que Vossa Real Majestade hoje ainda os há-de ir visitar a casa.

O rei assim fez.

Depois o menino esfregou-o com o óleo do peixe e ficou o rei logo curado.

Depois que o rei se achou bom, levou o menino para o palácio e depois casou com a filha do rei.

O rei morreu e ele ficou senhor do reinado.

Nisto, o irmão mais velho andava pedindo pelo mundo; foi andando de terra em terra, até que foi dar ao reino do irmão, mas sem saber.

Um dia estava o rei à janela mais a rainha e viu aquele homem e conheceu que era o irmão e disse para a sentinela que estava à porta do palácio:

– Ó sentinela, prenda-me aquele homem e traga-mo cá à minha presença.

Neste momento foi-se o rei fardar com as suas insígnias como rei e sentou-se no trono.

A sentinela levou o preso à presença do rei.

Depois o rei começou a perguntar ao homem de que terra era ele.

O preso estava sem saber o que havia de dizer. Afinal lá contou a sua vida. Depois o rei perguntou-lhe:

– Que é feito da tua mãe?

Ele disse:

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– Eu não sei, porque desde que saí de casa não tornei lá a voltar.

– E que é feito de teu irmão?

– Então Vossa Majestade conhecia meu irmão?

O rei disse que sim e perguntou-lhe porque é que ele lhe tinha tirado os olhos.

O irmão começou a negar. O rei disse-lhe então que bem sabia que tinha sido por tentação do diabo e que ele era o seu irmão.

Depois ficou no palácio com o rei, que lhe perdoou.