contos de terror - a noiva da morte

4
A noiva da morte Cristal e Tiago foram criados na mesma rua, ao fim da qual havia um pequeno cemitério.Pequeno mesmo, assim como a cidade, que não passava de mil habitantes. Costumavam brincar por lá durante o dia. No entanto Tiago era apaixonado por Cristal e resolveu convidá-la para ir ao cemitério ver a lua cheia: - Você aceita ver a lua cheia comigo,Cristal? Alegre respondeu: - Sim!Vamos?! Quando chegaram ao cemitério viram um corpo sendo velado. Cristal assustada disse: - Enterro à noite? Nunca vi isso? Tiago disse animado: - Vamos lá ver? Cristal concordou, com muito medo foi andando. Era uma noiva ainda vestida de branco. Tinha morrido no dia da cerimônia. Resolveram acompanhar o féretro, porque a noiva era muito bonita. O caixão já tinha baixado à sepultura e o coveiro jogava terra por cima, quando um rapaz bonito e transtornado, certamente o noivo, deu um passo a frente e jogou uma aliança dentro da cova. Sem se importar, o funcionário municipal continuou o serviço. Tiago e Cristal ficaram ali mais um tempo. Quando estavam indo para casa, Tiago viu uma coisa brilhando ao pé de uma cruz branca. Chegou perto e viu: era a aliança que tinha ficado ali enterrada pela metade. Quando chegou em casa pensou: “vou amanha lá pegar a aliança, deve valer muito”.

Upload: ana-paula-silva

Post on 24-May-2015

12.428 views

Category:

Education


14 download

DESCRIPTION

Conto de T

TRANSCRIPT

Page 1: Contos de terror - A Noiva da Morte

A noiva da morte

Cristal e Tiago foram criados na mesma rua, ao fim da qual havia um pequeno

cemitério.Pequeno mesmo, assim como a cidade, que não passava de mil habitantes. Costumavam

brincar por lá durante o dia. No entanto Tiago era apaixonado por Cristal e resolveu convidá-la para ir

ao cemitério ver a lua cheia:

- Você aceita ver a lua cheia comigo,Cristal?

Alegre respondeu:

- Sim!Vamos?!

Quando chegaram ao cemitério viram um corpo sendo velado.

Cristal assustada disse:

- Enterro à noite? Nunca vi isso?

Tiago disse animado:

- Vamos lá ver?

Cristal concordou, com muito medo foi andando. Era uma noiva ainda vestida de branco.

Tinha morrido no dia da cerimônia. Resolveram acompanhar o féretro, porque a noiva era muito bonita.

O caixão já tinha baixado à sepultura e o coveiro jogava terra por cima, quando um rapaz bonito e

transtornado, certamente o noivo, deu um passo a frente e jogou uma aliança dentro da cova. Sem se

importar, o funcionário municipal continuou o serviço. Tiago e Cristal ficaram ali mais um tempo.

Quando estavam indo para casa, Tiago viu uma coisa brilhando ao pé de uma cruz branca. Chegou

perto e viu: era a aliança que tinha ficado ali enterrada pela metade. Quando chegou em casa pensou:

“vou amanha lá pegar a aliança, deve valer muito”.

No dia seguinte... Chegou ao túmulo e pegou a aliança, enquanto ao mesmo tempo ouve um

estranho barulho e sai correndo. Quando chega a casa olha no bolso, nada.

- Perdi a aliança quando corri - fala inconformado. Tiago passou a noite pensando nisso, e dormiu sem

perceber. Subitamente acordou no meio da noite totalmente desperto. O quarto estava gelado, o que

não era comum naquela época do ano. Não havia vento, a janela estava fechada. Então veio o medo.

Sentiu-se observado e fechou os olhos com força. Sabia o que veria se os abrisse, tinha certeza: era a

noiva. Podia sentir sua presença, seus olhos vazios e cravados nele, seu corpo imóvel de pé no quarto.

- Devolva minha aliança.

No minuto seguinte, o quarto parecia voltar ao normal. Tiago chegou a acreditar que havia sonhado.

Logo seus olhos ficaram pesados e voltou a mergulhar no sono. Na noite seguinte, despertou antes da

madrugada. O mesmo ar gelado em seu rosto, a mesma certeza de que havia uma presença em seu

quarto.

- Devolva minha aliança.

Page 2: Contos de terror - A Noiva da Morte

A aparição voltou por quatro noites seguidas. Sempre igual. Finalmente na sexta-feira à noite a noiva

disse:

- Se você for até a minha cova sozinho, à meia-noite e pedir desculpas, eu te perdoo, e não volto

nunca mais.

Desta vez ela desapareceu lentamente. Na noite seguinte dirigiu-se ao local do encontro marcado.

Realmente queria pedir desculpas à noiva e rezar alguns padre-nossos e ave-marias, como garantia.

Mas assim que chegou à sepultura sentiu o já conhecido ar frio gelar sua espinha. Queria rezar, mas

não podia, sua garganta tinha um nó, não podia gritar, então correu. Correu de olhos fechados para

não ver o que estava ali. Subitamente sentiu seu pé se prendendo em alguma coisa, e no momento

seguinte seu rosto estava mergulhado num monte de terra. Queria correr, mas o medo o imobilizava.

Então resolveu ficar de gatinhas, mas um puxão o derrubou novamente. Foi então que ouviu um baque

surdo e sentiu uma dor terrível no dedo anular da mão esquerda. Em seguida percebeu que a criatura

havia partido. Levantou-se d evagar olhou a mão esquerda. Seu dedo tinha sido decepado. Foi

lentamente para a casa de Cristal. Deixou que sua "amiga" cuidasse dos ferimentos. Foi para casa

dormir, estava exausto e com dor. No meio da noite, no entanto, seus olhos abriam como se alguém

ordenasse que fosse assim. A mulher estava parada na sua frente.

No entanto, agora ela sorria um sorriso vazio, isolado no resto

do rosto, que parecia inexpressivo.

Mas Tiago não pode deixar de observar: o dedo esquerdo da

noiva exibia uma aliança de ouro.

Alunas: Cristiane Venera; Paloma Terezinha Serafim Ramos.

Série: 7ª 01