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1 Antes de mais nada quero agradecer a todos os apoiadores amigos que deram força e para que esse projeto se tornasse realidade. Graças a vocês não desanimei sequer por um instante até conseguir terminar esse trabalho, espero que os assuntos aqui tratados tanto quanto os pensamentos relacionados a eles sejam do interesse de vocês pois acima de tudo tento trazer nessas histórias alguns assuntos que realmente existem no nosso cotidiano e que geram opiniões adversas. Uma boa leitura e mais uma vez obrigado

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Antes de mais nada quero agradecer a todos os apoiadores amigos que deram força e para que esse projeto se tornasse

realidade. Graças a vocês não desanimei sequer por um instante até

conseguir terminar esse trabalho, espero que os assuntos aqui tratados tanto quanto os pensamentos relacionados a eles sejam do interesse de vocês pois acima de tudo tento

trazer nessas histórias alguns assuntos que realmente existem no nosso cotidiano e que geram opiniões adversas.

Uma boa leitura e mais uma vez obrigado

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Contos de Shepared Falls

Escrito por: Leonardo Paulino da silva

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A vida é um ciclo onde nascemos vivemos e

morremos, as escolhas são suas, faça da sua

vida coisas boas, pois um dia todo o mau que

você fez pode voltar contra você.

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O caso Victoria

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"Até onde podemos

ser racionais?"

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Prólogo Mais uma linda tarde ensolarada cortando o asfalto da grande rodovia, o vai e vem dos carros habitados por pessoas comuns do cotidiano, algumas com extrema pressa atrasadas para um grande compromisso outras de viajem para longe do caos urbano, algumas dirigindo e chorando enquanto escutam as músicas melosas das rádios que fazem de tudo para te colocar no chão com histórias de amor e desilusões amorosas ao toque terno de um bom piano melancólico, são várias, vindas de todos os lugares passando por um segundo desatentas de mais para vislumbrar a lindas arvores que estão em volta, limpando o ar da poluição instaurada pelas empresas da capital. Esse não é o caso de Cristina e sua amada filha Catharine, ambas estão a todo vapor em um ritmo único de paz e felicidade: - Adivinha filha depois de hoje quem vai entrar de férias e vamos poder fazer aquela viajem que tanto você espera para a Disney? - fala em tom risonho Cristina para filha. - Papai - uma voz aguda e de se apaixonar responde a mãe. O carro agora está tocando uma daquelas músicas feitas para ensinar as crianças a ler e escrever, Cristina é amante da música -Com ela podemos ir para onde quisermos, fazer o que queremos ela entra nas nossas mentes e nos liberta - Dizia ela sempre com um tom de confiança, por isso ela acha que se sua filha de 4 anos tem que aprender algo que seja com a música, não cansava de colocar vídeos musicais educativos para sua filha aprender dês de cedo tanto o gosto pela música quanto pelo saber. Tanto quanto a filha ela estava animada para viajar, raras vezes o marido consegue boas ferias assim, ele está sempre com a cabeça cheia de coisas para fazer vive trazendo a papelada do trabalho para casa, as vezes ela acaba por se sentir só mas dessa vez ia ser diferente, iam ser só ele, ela e

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sua filhinha, um momento raro que desejava que fosse no mínimo perfeito. O trabalho do marido não exigia menos era uma grande responsabilidade e ela procurava de todas as formas entender essa situação: - O que será que o papai está fazendo agora amor? - diz ela olhando pelo retrovisor do carro os lindos olhos verdes da filha. - Está pegando os caras maus mamãe! Um sorriso refletia pelo mesmo retrovisor junto com outro par de olhos verdes, igualzinho os da mamãe todos diziam, isso mesmo, pegar os caras maus sorria ela repetindo várias vezes essa frase em seu pensamento, Adrian era um investigador criminal, o melhor para falar a verdade por isso sempre que o caso não parecia ter jeito sobrava para ele acordar na madrugada e ir a cena do crime, buscar por pistas ou qualquer coisa que leva-se ao encontro do culpado, ciúmes, somente das pilhas de papel na qual ele se debruçava dia após dia. Chega, isso vai ficar para traz, finalmente paz, farol fecha, com o decorrer do dia o transito estava piorando, todos queriam chegar logo em casa, o calor sufocante do carro para alguns era insuportável de mais. De volta a estrada, Cristina começa a pensar no dia de seu casamento, uma festa simples mas com todos os amigos reunidos, a quanto tempo isso não acontecia, pelo menos uns 8 anos, vidas opostas com as pessoas se mudando cada um para uma cidade vizinha tendo suas vidas, suas famílias, sim cada um fez uma trajetória uma carreira se sentia feliz por eles. As nuvens começam a tomar uma proporção distinta de cor, aquele cinza chumbo que indica uma forte tempestade estava a caminho, pouco importa logo vamos estar em casa mesmo, todos juntos, sem telefonemas, sem chamados urgentes, a como ela desejava aquilo. Pequenas gotas começam a cair e molhar o sedam vermelho, essas começam a castigar cada vez mais até virarem uma chuva forte que não parece querer dar a mínima

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trégua aos desavisados que deixaram seus guarda chuvas em casa. Farol vermelho, olhando mais a frente parece que aconteceu algum acidente: - Ótimo. - Bom filha parece que vamos ter que ligar para o seu pai e avisar que vamos atrasar. Pegando o celular ela liga para Adrian, cinco toques, caixa postal, com certeza estava novamente naquelas reuniões chatas onde tenta dar a seus superiores uma aula de como se estuda um caso e captura mais um assassino em série pela cidade, apesar de receber diversas propostas de aumento de cargo onde precisaria ficar o dia inteiro atrás de uma mesa assinando qualquer tipo de papel que colocassem na sua frente ele não gostava da ideia, queria ir as ruas, ver tudo de perto era o que amava fazer, sentir a sensação de dever cumprido, com certeza atrás de uma mesa isso não seria possível. O farol se abre a vagarosamente o carro vai passando por um acidente que parece ser um capotamento, a ambulância resgatando os feridos, uma sensação horrível bate no peito de Cristina agora, o choro o sofrimento aquilo a deixava de certa forma estarrecida, muito emocional até de mais as vezes ela mesma pensava. Barulho de buzina, nem tinha reparado que seu carro estava quase a 0 quilômetros por hora, olhando firmemente para frente pisa o pé no acelerador e da continuidade rumo para casa. O transito está caótico por causa do acidente, xingamentos e buzinadas vindos de todos lados: - Só pode ser brincadeira, justamente hoje isso - murmurava Cristina com ela mesma. - Mamãe o que está acontecendo, esse barulho todo? - Nada de mais amor, logo vamos estar em casa fique tranquila - Ela dizia mais para si mesma do que para a filha. A chuva se transformara numa tempestade intensa, mal os limpadores de para-brisa enxugava a água do vidro do carro, logo a chuva tornava a jogar a água de volta como se um

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balde inteiro dessa tivesse despencando de uma vez, a visão estava péssima e isso não é nada bom. Alguns carros a frente se chocando levemente, alguns gritando -Imprudente, Você vai pagar por isso-, mas poucos realmente com coragem de sair do carro e encarar a tempestade, a única coisa visível são os jalecos amarelos faiscantes dos guardas de transito tentando restaurar a ordem, com toda certeza ninguém queria estar naquela situação. Cristina está em um certo transe pensando em diversas coisas ao mesmo tempo enquanto o carro a sua frente não anda, coisas simples como o dia dos pais, natal, todos eles sempre muito corridos mas mesmo que seja por um minuto, esse minuto de felicidade e união. Uma batida forte a acorda! Mesmo com o sinto de segurança sua cabeça bate contra o volante, forte e rápido o suficiente para deixá-la meia atordoada, em apenas um minuto o caos começa a se instaurar com diversos carros, vans e pequenas pick-ups em uma fila interminável de acidentes, Catharina está chorando assustada, a mãe parece não responder aos seus apelos, fora do sedam diversos carros começam a buzinar loucamente e a gritar, uma carreta desgovernada tentando a todo custo parar e ao mesmo tempo desviar dos carros a sua frente, um a um vão sendo arrastados enquanto outros são esmagados pela roda traseira, os gritos de desespero junto a chuva deixam a grande rodovia com um clima de filme de terror daqueles do qual só de assistirmos sentimos um frio na barriga, uma aflição. Cristina ainda desorientada sente seu carro sendo jogado de um lado para o outro, todos acelerando incansavelmente, tentando fugir da máquina de destruição que já destroçava pelo menos dez carros, recobrando a consciência aos poucos e acelerando o carro ela tenta cortar por todos os lados até achar uma saída, esta situação lembra mais uma daquelas grandes feiras de exposição ou um show de alguma banda famosa de rock onde somos apertados pelo

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público e temos de alguma forma encontrar uma fresta para poder passar e respirar. Cortando a esquerda parece haver uma saída a buzina do caminhão está cada vez mais perto, dessa vez jogando um dos guardas de trânsito a metros de distância, ai sair mais à esquerda um carro em alta velocidade começa a colar na traseira do sedam vermelho fazendo esse derrapar e bater de vez no acostamento: - Vamos liga, liga - grita Cristina com o carro que dessa vez parece ter parado de vez. Catharine chora sem parar: - Filha fica calma, vai ficar tudo bem! O pequeno dedo da jovem menina aponta para frente, nesse momento Cristina olha para frente e vê uma enorme sombra tomar conta de tudo a sua volta. Como em câmera lenta a carreta vem sem o menor controle transformando tudo em um material uniforme, sem vida, sem a menor graça. Ferro, plástico, sonhos, amor, e duas vidas. Só tempo para uma única lagrima, não de medo ou dor, mas de tristeza, esse mês não vamos poder levar a pequena Catharine para a Disney. Um estrondo, e tudo se foi ...

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Telefone chamando. É para você senhor Adrian. Uma mão firme pega o telefone, a notícia. Correndo passando sobre todo o centro policial, o homem nem passa pela sua pequena mesa na qual repousam um ramo de flores e uma caixa no formato de um coração. Abrindo bruscamente a porta da delegacia, com pouca importância na tempestade que assola a cidade ele se ajoelha olha para cima e faz uma única pergunta: - Por que? "Você tem uma nova mensagem na caixa postal aperte 2 para ouvir" "Oi amor, sou eu estava tudo indo bem aqui, mas um acidente fez gerar um transito horrível, então eu e Catharina vamos nos atrasar, vê se atende esse telefone logo viu, estou com saudades, não vejo a hora de chegar em casa e te ver amor, nem acredito que finalmente vamos poder ter um tempo só para nós, me liga assim que receber essa mensagem, Beijo te amo muito Adrian!"

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Capitulo 1

A chamada Nos arredores da grande cidade em um pequeno prédio comercial de fachada cinza precisamente no 3 andar na sala 26 vemos uma aviso estampando a porta, "Detetive Particular" e nada mais, passando a porta vemos o que pode ser considerado um pequeno escritório empoeirado, no canto central direito vemos uma mesa de madeira pura de um tamanho considerável, coberta por um pano verde e em cima dele um cinzeiro entupido de cigarros muitos deles consumidos até a metade junto a um copo que exala cheiro de uísque , alguns papeis com uma caneta em cima como se fosse colocada ali de propósito caso os papeis teimem em sair do lugar, para finalizar um telefone daqueles que remetem os anos 80, mais ao canto uma pequena mesa com uma senhora de meia idade digitando alguma coisa no computador, por mais incrível que pareça a mesa principal não continha um, o ventilador no teto girava lentamente, alguns armários de arquivos deixavam o escritório completamente perdido no tempo, se não fosse pelo computador da secretaria Edivirges, Adrian gostava assim corria da tecnologia por algum motivo, preferia confiar mais em sua intuição e conhecimento do que em um programa de computador. Oito longos anos se passaram dês do trágico acidente no qual se foram sua mulher e filha tão amadas, depois daquele fatídico dia a sua vida simplesmente caiu até chegar ao fundo do poço, quem vê agora um homem com a barba grisalha mal feita, cabeleira ondulada e olhos negros extremante serrados, não enxergar o Adrian de anos atrás,

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bem disposto sempre com um sorriso no rosto, sua vida se tornou uma agonia sem fim para encontrar uma única resposta, essa que nunca teve, o por que! Apesar dos seus 1,75 e de se tornar praticamente um sedentário assumido, está com o corpo bem acabado pelo excesso do álcool e do cigarro, estava a tanto tempo fora de si que não sabia mais quando estava sóbrio ou não, por mais incrível que parecesse sua mente mesmo embriagada continuava sóbria para resolver os mais diversos casos. Assassinatos comuns, deixem para a polícia resolver, vigiar o esposo infiel entrado em algum motel barato com a amante, deixe para os detetives de quinta categoria, Adrian gostava de casos impossíveis de serem resolvidos, assassinatos bizarros no qual o atuante tenta passar alguma mensagem oculta ou que são considerados por alguns obras do sobrenatural, era a única coisa que realmente o atraia, estava disposto a provar que o acaso não ocorria que simplesmente havia alguma linha temporal traçada para cada lugar, pessoa ou momento, no final das contas só queria descobrir porque Cristina tinha de estar naquele maldito engarrafamento naquela maldita hora, queria uma resposta não dos paramédicos ou dos peritos que culparam o mau tempo, queria uma resposta que satisfizesse esse desejo de saber do algo mais, em todos os casos tinha de haver o algo mais , a chave para o porquê de tudo isso estar acontecendo. Isso era uma coisa que não via na delegacia onde trabalhava, decidira deixar o trabalho de lado e montar seu próprio escritório afim de se concentrar naquilo que realmente o interessava. Apesar da grana ser apertada por não aceitar todos os casos era o que gostava de fazer. Mesmo que na maioria dos casos não se passar apenas de mais um assassino sádico tentando chamar a atenção, a polícia ficava muito satisfeita dos resultados obtidos pela suas investigações e daí vinha a maior parte do dinheiro.

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Edivirges era uma ótima secretaria e na maioria das vezes ela que investigava ligações entre casos ou coisas do tipo pela internet, apesar da idade ela o sabia fazer muito bem. Repousado na cadeira confortável e com o celular na mão, a única coisa um pouco mais moderna da qual ele gostava ficava por repetir nos seus ouvidos uma única faixa, uma chamada de caixa postal não atendida. Seu peito dói a cada instante por não ter atendido a maldita ligação, o trabalho sempre o deixava afastado da família por muitas vezes desligado de tudo, por isso sua dor é ainda maior sem muito tempo para aniversários, encontro entre amigos, Adrian se dedicava muito ao seu trabalho, até de mais pensava ele com remorso nesses tempos. A pior parte era quando a chuva tomava as ruas, a maldita chuva, aquela que causou sua maior perda, quando via casais sorrindo ou crianças brincando na rua aquilo lhe doía mais ainda, por não poder aproveitar aquele sentimento de nenhuma forma. Os longos dedos agora acariciam um porta-retratos, a mais linda foto, mãe e filhas abraçadas com um largo sorriso no rosto. Edivirges olhava seu chefe com um olhar terno de mãe preocupada, mas sabia que nada que falasse iria ajudar aquela alma destroçada, mesmo assim sentia que tinha de estar ali para quando precisasse, dês de um café até uma longa conversa noite a fora. Em meio a um milhão de pensamentos o telefone corta o silencio descomunal da sala. Com um olhar de pouco interesse Adrian pensa duas ou até três vezes antes de atender o telefone, pausa sua faixa favorita tira os fones de ouvido e colocasse a atender o telefone: - Adrian Schmitter. - Adrian tudo bom cara sou eu Robert do departamento de polícia. - Robert era um grande amigo da época da delegacia, os dois chegaram a trabalhar juntos em inúmeros casos, quando as coisas pareciam não ter solução sempre jogavam a bomba para algum deles ou até mesmo para