conto semente.da.verdade
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AdaptaoAdaptao de ESCOLOVARde ESCOLOVAR
A semente da verdadeA semente da verdade
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H muito tempo, na
China, viveu um
menino que
gostava muito de
flores.
Com mos
dedicadas, Ping,
assim se chamava
ele, cultivava
orqudeas e outras
flores, bambus e
pequenos arbustos
e ainda rvores de
fruto.
-
Cada planta tocada
por ele crescia
viosa e forte.
Todos os
habitantes do
imprio gostavam
tambm muito de
flores e tratavam-
-nas com igual
carinho.
-
Plantavam-nas
por todo o lado
e o ar era
deliciosamente
perfumado.
-
O Imperador
gostava muito de
pssaros e de
outros animais
mas, acima de
tudo, preferia as
flores.
Todos os dias,
cultivava o seu
prprio jardim.
-
O tempo passou e o
imperador , de idade
avanada e sem
filhos ou parentes
prximos, precisou
de escolher um
sucessor.
-
Quem poderia
ser o seu sucessor?
Como o poderia
escolher?
Dado que gostava
tanto das flores,
decidiu deixar que
fossem elas a
escolher por ele.
-
No dia seguinte,
enviou mensageiros
a todos os cantos
do imprio com uma
ordem: os meninos
deveriam dirigir-se
ao palcio.
Imediatamente,
milhares de
pequenos sbditos
tomaram o caminho
do palcio.
-
O imperador aguardou
que todas as crianas
chegassem.
Apareceu, ento,
montado no seu cavalo
branco, com um ar
feliz.
Crianas, disse ele, com voz determinada,
preciso de escolher o meu sucessor de entre
vocs. Para isso,
tenho uma tarefa muito
especial para vos dar.
-
Ento, mostrou-lhes
muitas sementes de
flores.
Tenho aqui estas sementes. Quero que
as levem e as
cultivem. Quem me
trouxer a flor mais
bonita, mais cuidada,
ao fim de um ano,
ser o meu
sucessor.
-
Os pais sonhavam
que os seus filhos
tinham sido
escolhidos como
sucessores do
Imperador e os
meninos esperavam
com iluso o mesmo.
-
Quando Ping
recebeu a sua
semente das mos
do Imperador, foi o
menino mais feliz
de todos. Estava
seguro que poderia
cultivar a flor mais
formosa. Ele era um
excelente jardineiro.
-
Quando chegou a
casa, encheu um
vaso com terra
frtil. Depois, com
mil cuidados,
colocou a semente
nela.
-
Cuidadosamente,
regou-a. Depois,
estrumou-a, para
que ela se
desenvolvesse
com vigor.
Estava ansioso
por v-la brotar,
crescer e
florescer.
-
Os dias
passaram,
depois,
semanas mas nada acontecia,
a semente no
germinava.
-
Ping comeou a
preocupar-se.
Decidiu pr terra
num vaso maior. Na
sua inocncia,
pensou que esse
deveria ser um
factor importante
para o incio da
vida de uma planta.
Em seguida,
mudou a semente.
-
Esperou algum tempo
mas nada aconteceu.
Ping desesperava.
que, por mais que
Ping se esforasse, a
semente no brotava.
O menino fez tudo o
que podia: adubou
mais a terra, colocou
o vaso ao sol, regou a
semente com gua
nascente, mas os
seus esforos de
nada valeram.
-
No fim do
Inverno,
completava-se
um ano. A tristeza
apoderou-se de
Ping.
-
Chegou a
Primavera e, com
ela, o fim do
prazo dado pelo
Imperador.
Todas as
crianas se
prepararam para
irem presena
do Imperador.
-
No dia aprazado,
todos acorreram
ao palcio,
acalentando a
esperana de
serem os eleitos.
-
Ping estava
envergonhado
com o seu vaso
vazio.
Pensou que os
outros meninos
iriam escarnecer
dele porque no
tinha sabido
cultivar uma flor.
-
Ao palcio
chegavam meninos
carregando vasos
com flores de todas
as cores.
At o vizinho de
Ping exibia, orgu-
lhoso, as belssimas
flores do seu vaso.
-
No conseguiste cultivar una planta
to bonita como a
minha., disse-lhe o vizinho.
J cultivei muitas flores melhores
que a tua. retorquiu Ping.
-
Ping estava muito triste
mas o pai reconfortou-o:
Fizeste o melhor que pudeste. A tua dedicao
foi extrema, mas a semente
no brotou. No te envergo-
nhes, filho. Diz a verdade ao
Imperador. Talvez seja esta
a lio que o imperador
deseje que tu aprendas:
algumas vezes, a verdade
no to bonita como uma
flor, mas precisamos de a
encarar com coragem para
vencer grandes desafios.
-
Animado com
estas palavras de
esperana, o
rapaz pegou no
vaso vazio e
rumou ao palcio.
-
Sentado no seu trono,
o Imperador examinava
minuciosamente as
plantas. Perguntava a
cada criana que lio
aprendera com a
semente e todas
respondiam ter apren-
dido sobre o talento, a
perseverana e o dom
necessrio para fazer a
semente brotar.
-
Que linda era aquela
enorme quantidade
de flores! Porm, o
Imperador permane-
cia srio e no dizia
uma palavra. Sua
Majestade no
esboava sequer um
sorriso.
-
Finalmente,
aproximou-se de
Ping, que inclinou a
cabea, cheio de
vergonha, esperando
ser repreendido. Se o imperador no
aprovou aquelas
plantas maravilhosas, o
que no dir do meu
vaso contendo apenas
terra? , pensou o rapaz, receoso.
-
Ping fora-se atrasando
intencionalmente e,
quando deu conta, era
o ltimo da fila.
Vejamos, pergun-tou-lhe o imperador,
aproximando-se e
falando com voz grave,
O que tens a para me mostrar? Hum Por que trouxeste um vaso
vazio?
-
Ping comeou a
chorar e respondeu:
Senhor, pus a semente que me
deu na terra, reguei-
-a e tratei-a com
todos os cuidados
mas no germinou.
Pu-la num vaso
maior mas to
pouco a situao
melhorou..
-
Esperei o ano inteiro mas nada.Estou envergonhado
e peo perdo...
Talvez tenha sido
falta de sorte, mas
dedicao no me
faltou.E concluiu: Reflecti muito sobre qual
seria a minha atitude
e optei por dizer a
verdade, relatar-lhe
meu esforo e rogar-
- lhe perdo.
-
Quando o
Imperador escutou
estas palavras,
sorriu, abraou
Ping e exclamou,
eufrico:
Encontrei! Encontrei uma
pessoa digna de
ser o prximo
Imperador!E dava pulos de
alegria, como uma
criana.
-
No te envergonhes, rapaz. Deste o teu
melhor. Levanta a ca-
bea. s o meu futuro
sucessor.E vs, disse o Imperador, dirigindo-
se aos outros,
Prestai ateno: Hoje, o valor que
prevaleceu foi a ver-
dade, a honestidade.
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E, dirigindo-se
novamente para Ping,
continuou:
Vou-te explicar: eu tinha queimado todas
as sementes antes de
as entregar s
crianas. Nenhuma
poderia germinar,
jamais. Portanto,
entre todas as
crianas que aqui
esto, tu foste a
nica que cultivou a
semente da verdade.
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Voltando-se nova-
mente para os
seus pequenos
sbditos, rematou:
Admiro a grande valentia de Ping de
comparecer diante
de mim com a sua
verdade vazia.
Assim, concedo-
-lhe o ttulo de
Imperador da
China.
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