conto, analis morfologica primeiro ano2 (1)

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Casa de Vô Todo avô toma remédio, usa dentadura e tira soneca depois do almoço. O meu, não. Não toma pílula nem xarope. E, à tarde, fica acordado, brincando comigo. Dentadura? Isso ele usa. Mas, de resto, é diferente. Minha avó também não é igual as outras. Enquanto toda avó borda e faz bolo de chocolate, ela só costura para fazer remendos nas roupas e só cozinha no fim de semana. E quase nunca está em casa. De calça comprida (enquanto todas as avós do mundo usam saia), sai cedinho para trabalhar e nos deixa sozinhos. Daí, o guarda-roupa dela vira elevador. Basta eu entrar e me sentar nas caixas de sapatos para vovô encostar as portas e, como ascensorista, anunciar: - Primeiro andar! Roupas e bonecas. Segundo andar! Balas de goma, móveis e crianças perdidas... A parede da sala é transformada em galeria de arte com pinturas emolduradas em fita crepe e, o tapete, em tablado de exposição de botões raros, que jamais combinariam com qualquer roupa normal. Ao cair da tarde, na garagem vazia, enquanto o papagaio e os cachorros conversam misturando latidos, uivos e risadas, ele espalha alguns pedacinhos de papel pelo chão. É a brincadeira do Pisei. - Hã? Como assim? - Pergunto. Essa é nova. Vovô explica sua invenção: - Memorize onde estão os papéis. Feche os olhos e comece a caminhar. Tente pisar em cima deles. Pode ir perguntando "Pisei?" para facilitar. Ganha o jogo quem pisar em mais pedaços. Eu começo. - Pisei?, pergunto, dando o primeiro passo, apertando os olhos. - Não! - Pisei?, insisto mais uma vez, depois de caminhar um tiquinho. - Não! Ouço um barulho de chaves. Vovó chega, cansada, do trabalho. Diz "Oi". Sei que é para mim, mas não posso abrir os olhos para responder. É quebra de regra. - Tudo bem, vó? Quer brincar de Pisei?, convido. - Agora, não, minha riqueza. Vovó vai descansar. Vovô continua a me guiar, já sentado na cadeira de praia, lendo o jornal. Não vi, mas escutei o barulho dela sendo armada e das folhas nas mãos dele. Sigo. - Pisei? - Pisei? E nada. Sinto meus pés tropeçarem em algo. Abro os olhos. Vovô, a minha frente, de braços abertos, pronto para um abraço de vitória. - Mas eu não pisei em nenhum papelzinho, vô, digo, meio desanimada, mas já engalfinhada e feliz, nos braços dele. - O vento foi levando tudo para o cantinho do portão, ele explica, sorrindo. - E por que o senhor não me avisou? A gente poderia ter colado os pedacinhos no chão e recomeçado... - Porque eu queria que a brincadeira terminasse com você perto de mim. Beatriz Vichessi 1. Com relação ao gênero e a sua estruturação, responda: (D6, D7) a) Qual é o gênero textual? b) Qual é o tipo discursivo? c) Qual é o domínio discursivo desse gênero? NOME: NÚMERO: NOTA SÉRIE: ENSINO:MÉDIO BIMESTRE:1º VALOR:10 DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA DATA: TURNO: PROFESSOR (A):ANALU F. LABECCA SELICANI

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NOME:NMERO:NOTA

SRIE:ENSINO:MDIOBIMESTRE:1VALOR:10

DISCIPLINA: LNGUA PORTUGUESADATA: TURNO:

PROFESSOR (A):ANALU F. LABECCA SELICANI

Casa de V Todo av toma remdio, usa dentadura e tira soneca depois do almoo. O meu, no. No toma plula nem xarope. E, tarde, fica acordado, brincando comigo. Dentadura? Isso ele usa. Mas, de resto, diferente. Minha av tambm no igual as outras. Enquanto toda av borda e faz bolo de chocolate, ela s costura para fazer remendos nas roupas e s cozinha no fim de semana. E quase nunca est em casa. De cala comprida (enquanto todas as avs do mundo usam saia), sai cedinho para trabalhar e nos deixa sozinhos. Da, o guarda-roupa dela vira elevador. Basta eu entrar e me sentar nas caixas de sapatos para vov encostar as portas e, como ascensorista, anunciar: - Primeiro andar! Roupas e bonecas. Segundo andar! Balas de goma, mveis e crianas perdidas... A parede da sala transformada em galeria de arte com pinturas emolduradas em fita crepe e, o tapete, em tablado de exposio de botes raros, que jamais combinariam com qualquer roupa normal. Ao cair da tarde, na garagem vazia, enquanto o papagaio e os cachorros conversam misturando latidos, uivos e risadas, ele espalha alguns pedacinhos de papel pelo cho. a brincadeira do Pisei. - H? Como assim? - Pergunto. Essa nova. Vov explica sua inveno: - Memorize onde esto os papis. Feche os olhos e comece a caminhar. Tente pisar em cima deles. Pode ir perguntando "Pisei?" para facilitar. Ganha o jogo quem pisar em mais pedaos. Eu comeo. - Pisei?, pergunto, dando o primeiro passo, apertando os olhos. - No! - Pisei?, insisto mais uma vez, depois de caminhar um tiquinho. - No! Ouo um barulho de chaves. Vov chega, cansada, do trabalho. Diz "Oi". Sei que para mim, mas no posso abrir os olhos para responder. quebra de regra. - Tudo bem, v? Quer brincar de Pisei?, convido. - Agora, no, minha riqueza. Vov vai descansar. Vov continua a me guiar, j sentado na cadeira de praia, lendo o jornal. No vi, mas escutei o barulho dela sendo armada e das folhas nas mos dele. Sigo. - Pisei? - Pisei? E nada. Sinto meus ps tropearem em algo. Abro os olhos. Vov, a minha frente, de braos abertos, pronto para um abrao de vitria. - Mas eu no pisei em nenhum papelzinho, v, digo, meio desanimada, mas j engalfinhada e feliz, nos braos dele. - O vento foi levando tudo para o cantinho do porto, ele explica, sorrindo. - E por que o senhor no me avisou? A gente poderia ter colado os pedacinhos no cho e recomeado... - Porque eu queria que a brincadeira terminasse com voc perto de mim. Beatriz Vichessi 1. Com relao ao gnero e a sua estruturao, responda: (D6, D7) a) Qual o gnero textual?

b) Qual o tipo discursivo?

c) Qual o domnio discursivo desse gnero?

d Quais so as principais caractersticas do conto?

E ) Qual o pblico-alvo desse texto?

2. Qual o tema e o assunto do texto? (D1)

3. Por que o av e a av da histria so diferentes? (D2)

4. Onde o av e a menina comeam a brincadeira do Pisei? (D2)

5. Por que o av inventou a brincadeira do Pisei? (D3)

6. Nas frases abaixo, as palavras em destaque, do ideia de: (D11)

a) Enquanto toda av borda e faz bolo de chocolate... (l. 3) _________________

b) E, tarde, fica acordado, brincando comigo. (l. 2) _____________________

c) ... que jamais combinaria com qualquer roupa normal. (l. 10) _______________

d) Ao cair da tarde, na garagem vazia... (l. 11) _____________

e) Vov a minha frente, de braos abertos, pronto para um abrao de vitria. (l. 32) ______________

f) ... V, digo, meio desanimada, mas j engalfinhada e feliz, nos braos dele. (l. 34) ______________

7. As palavras destacadas nas frases abaixo refere-se a quem? (D15)

a) ... ela s costura para fazer remendos nas roupas. (l. 3,4) ________________

b) Isso ele usa. (l. 2 ) ______________

c) ... ele espalha alguns pedacinhos de papel pelo cho. (l. 12) _______________

d) Tente pisar em cima deles. (l. 15) ___________

e) No vi, mas escutei o barulho dela sendo armada... (l. 26,27) ______________

f) ... nos braos dele. (l.35) _____________

g) Essa nova. (l.13) _____________

h) Porque eu queria que a brincadeira terminasse com voc perto de mim. ______/ _______(l.39)

8. Retire dos textos frases que indicam opinio. (D10)

9 No trecho Pisei?, insisto mais uma vez, depois de caminhar um tiquinho. (l.20), a palavra em destaque foi empregada no diminutivo, pelo autor, com qual objetivo? (D25)

10. No trecho Agora, no, minha riqueza. (l.25), em que sentido o autor empregou a palavra em destaque? (D28) 11-Por que necessrio ler?

12- O que literatura?

13- Cite alguns tipos de textos literrios.

14- Faa a anlise morfolgica das oraes abaixo:a) Todo av toma remdio, usa dentadura e tira soneca depois do almoo.

b) Minha av tambm no igual as outras..

c) A parede da sala transformada em galeria de arte com pinturas emolduradas em fita crepe e, o tapete, em tablado ...

d) . Basta eu entrar e me sentar nas caixas de sapatos para vov encostar as portas e, como ascensorista, anunciar:

Para refletir: O TEMPOA vida o dever que ns trouxemos para fazer em casa.Quando se v, j so seis horas!Quando de v, j sexta-feira!Quando se v, j natal...Quando se v, j terminou o ano...Quando se v perdemos o amor da nossa vida.Quando se v passaram 50 anos!Agora tarde demais para ser reprovado...Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relgio.Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e intil das horas...Seguraria o amor que est a minha frente e diria que eu o amo...E tem mais: no deixe de fazer algo de que gosta devido falta de tempo.No deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.A nica falta que ter ser a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltar. Mrio Quintana