contato com os discos voadores

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Contato com os discos voadores por Dino Kraspedon

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  • Contato com os discos voadores

    por Dino Kraspedon

  • 1 edio 1957Ed. So Paulo Editora S/A S. Paulo SP

    2 edio 1995Editora Vitria Ltda. Uberaba MGAv. Cel. Joaquim de Oliveira Prata, 668TELEFAX: 336-5155Cep.: 38022-290

    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS aoCENTRO DE PESQUISAS UFOLGICAS DINO KRASPEDON (CPUDK)Caixa Postal 088Cep.: 38001-970Uberaba MG

    Impresso no Brasil

    Contato com os discos voadores ii

  • Ao Comandante do disco, quer ele seja terreno, extra-terreno ou sub-terreno que importa! - o agradecimento sincero do Autor pela demonstrao de confiana e a dedicao com que nos tratou tantas vezes, fazendo caso omisso da nossa desconfiana, fazendo-se de desentendido quando no lhe depositvamos inteira boa f, nunca se furtando a responder nossas perguntas, quando nenhum interesse podia ter no menor dos homens a no ser dar um pouco de si para que nos tornssemos melhores, embora sabendo de ante-mo a inutilidade dos seus esforos.

    Contato com os discos voadores iii

  • A TODOS AQUELES QUE LUTARAM E LUTAM PELO PROGRESSO DAS IDIAS, VENCENDO A AMARGA CRTICA DOS SEUS CONTEMPORNEOS E SUPERANDO O AMOR PRPRIO OFENDIDO, NO AF DE FAZER O MUNDO MELHOR NO TANTO PARA SI MESMO, MAS PARA TORNAR, AOS HOMENS FUTUROS, MAIS LEVE A CRUZ QUE A VIDA NOS LEGOU.

    Uma homenagem do

    AUTOR

    Contato com os discos voadores iv

  • EU ME ADMIRO QUE OS SBIOS DA TERRA, NO OBSTANTE TODOS OS ERROS QUE AINDA NO CONSEGUIRAM SANAR, SE BASEIEM NESSA CINCIA FALHA E NEGUEM A CINCIA SUPREMA, QUE DEUS; SO COMO UM VAGALUME QUE ENVAIDECIDO DA SUA LUZ, GRITASSE A TODOS OS OUTROS VAGALUMES: NO EXISTE SOL NENHUM, PORQUE LUZ S PODE HAVER NA MINHA CAUDA.

    (Palavras do comandante do disco voador)

    Contato com os discos voadores v

  • Nota do Compilador

    O objetivo do presente trabalho reunir todas as informaes possveis referentes ao livro Contato com os Discos Voadores do autor brasileiro Dino Kraspedon, por isso, foram reunidas informaes de diversas fontes.

    O presente trabalho a compilao de trs fontes de consulta:1. A segunda edio brasileira do livro Contato com os discos voadores;2. A segunda edio inglesa do livro My contact with UFOs;3. Entrevista da revista brasileira UFO de outubro de 1.996.

    A atual compilao baseada na edio brasileira do livro, porm, como esta carece de informaes contidas na segunda edio inglesa, estas informaes faltantes foram traduzidas e acrescentadas. A entrevista da revista UFO tambm foi acrescentada por conter informaes posteriores edio do livro e, por isso, esclarecerem certas dvidas que podem ajudar no entendimento do livro.

    Julio C. Gobbi

    Sbado, 30 de maio de 2.009.

    Contato com os discos voadores vi

  • SumrioEntrevista da Revista UFO...................................................................................................................1Prefcio da Segunda Edio Brasileira.................................................................................................7Prefcio da Segunda Edio Inglesa.....................................................................................................9INTRODUO..................................................................................................................................11AGRADVEL SURPRESA..............................................................................................................14DEUS, MATRIA E ENERGIA.......................................................................................................17ANULAO DA GRAVIDADE......................................................................................................30NOTA DO AUTOR...........................................................................................................................41ASTRONAVEGAO......................................................................................................................47GENERALIDADES...........................................................................................................................56A EXPERINCIA DE OLAF ROEMER...........................................................................................63A ABERRAO DA LUZ................................................................................................................76A DISPERSO DE ESFOROS DO HOMEM................................................................................88O PERIGO ATMICO......................................................................................................................93A VIDA NOS OUTROS MUNDOS..................................................................................................98ADEUS.............................................................................................................................................104CONCLUSO..................................................................................................................................106

    Contato com os discos voadores vii

  • ndice de ilustraesIlustrao 1: Radimetro....................................................................................................................21Ilustrao 2: Foras de sustentao da terra no espao......................................................................24Ilustrao 3: Espessuras do globo terrestre e da camada etrea.........................................................25Ilustrao 4: Sistema de estrelas duplas.............................................................................................28Ilustrao 5: Disco em voo horizontal................................................................................................31Ilustrao 6: Sustentao da Lua no espao.......................................................................................50Ilustrao 7: Fenmeno das mars......................................................................................................52Ilustrao 8: Posies de Io em relao Terra.................................................................................63Ilustrao 9: Trigonometria das posies de Io em relao Terra...................................................64Ilustrao 10: ngulo entre as posies de Io em relao Terra.....................................................64Ilustrao 11: Projeo dos pontos de uma rbita sobre um ponto exterior.......................................65Ilustrao 12: Variao do "cone de sombra" com a posio de Io em relao Terra.....................66Ilustrao 13: Avano no tempo da eclipse se o Sol girasse em torno de Jpiter..............................67Ilustrao 14: Retardo no tempo da eclipse com Jpiter girando em torno do Sol............................68Ilustrao 15: ngulo entre oposio e conjuno de Jpiter............................................................69Ilustrao 16: Arco do retardo entre oposio e conjuno de Jpiter...............................................70Ilustrao 17: Movimento do eixo equatorial de Jpiter....................................................................71Ilustrao 18: Oposio e conjuno do satlite de Jpiter................................................................74Ilustrao 19: Movimento da Terra em torno do Sol..........................................................................78Ilustrao 20: rbita da Terra em torno do Sol..................................................................................80Ilustrao 21: Movimento espiral retrgrado da Terra em torno do Sol............................................83Ilustrao 22: Movimento das Nebulosas...........................................................................................86

    Contato com os discos voadores viii

  • Entrevista da Revista UFO

    Entrevista da Revista UFO

    Dino Kraspedon, um brasileiro amigo de extraterrestres

    Com mais de 90 anos de idade ( poca), Dino ainda lembrava com espantosa lucidez os encontros que teve com seres de planetas mais avanados que a Terra, numa experincia que ficou conhecida e admirada mundialmente.

    Ele era um dos mais respeitados contatados da Ufologia. Sua primeira experincia com UFOs aconteceu na dcada de 50 e resultou no livro Contato com os Discos Voadores. Oswaldo Pedrosa, mais conhecido pelo pseudnimo de Dino Kraspedon, aos 92 anos (poca da entrevista), esbanjava vitalidade e era presidente do Centro de Pesquisas Ufolgicas Dino Kraspedon, em Uberaba (MG). Seu livro foi publicado em 1957. Por causa das inmeras informaes principalmente cientficas contidas na obra, Dino sofreu grande censura na poca. A repercusso foi tanta que o livro foi levado para a Academia de Cincias da Rssia que, ao receb-lo, mandou uma carta agradecendo.

    Porm, como na poca existia um combate integral ao comunismo, as correspondncias provenientes de pases comunistas eram apreendidas antes mesmo de chegarem ao correio. A carta, que estava endereada editora do livro, foi motivo suficiente para que o senhor Oswaldo Pedrosa (ou Dino Kraspedon) fosse detido e revelasse onde os livros estavam sendo vendidos. Todos os exemplares foram confiscados e o autor foi levado para a Fora Area, no Rio de Janeiro, sob a acusao de ser comunista. No fim da entrevista com os militares, o senhor Oswaldo saiu com o compromisso formal de nada relatar sobre o assunto. Ou seja, deveria ficar calado pelo resto de sua vida.

    SERES DE GANIMEDES No entanto, o silncio do autor no impediu a divulgao de sua obra. Sem que Dino soubesse, o livro foi difundido no exterior: em 1958 foi publicado na Inglaterra, mas o autor s soube disso em 1993, quando foi procurado pelo lorde ingls Sir Ian Rankin, que estava interessado em mais informaes sobre como voam os discos voadores. Nesta ocasio, o senhor Oswaldo preferiu ser cuidadoso ao dar informaes: Eu havia sido prevenido pelos seres de Ganimedes de que a nao que construir um disco congnere vai querer dominar o mundo. Quando Sir Rankin veio falar comigo, nada mais acrescentei do que o que j havia no livro. Hoje, todas as naes esto lutando para efetivar a construo de um UFO, inclusive o Brasil.

    Todas as informaes contidas no livro de Dino Kraspedon foram transmitidas durante um contato que aconteceu na dcada de 50. Dino chamou o extraterrestre que se comunicou com ele de O Comandante da Nave. Durante este contato, o autor recebeu informaes sobre a vida extraterrestre, Deus, energia e, principalmente, sobre conceitos cientficos como anulao da gravidade e astronavegao. Sem dvida, so conceitos muito atuais e reveladores. Um exemplo disso a noo de anti-matria, um assunto que hoje manchete das principais revistas cientficas do mundo como Science Today e Nature.

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  • Entrevista da Revista UFO

    Dino Kraspedon cita a anti-matria em vrios trechos de sua obra, mas sempre adverte o leitor dos perigos que pode causar. Na pgina 144, por exemplo, podemos ler: De que vale dizermos a utilidade do anti-eltron no campo da tcnica e da sua utilizao na destruio da matria, se isso poderia ser utilizado mais como arma de destruio do que de construo? Para entrevistar esse ilustre personagem que merecidamente se destaca na Ufologia Brasileira, a Revista UFO convocou a redatora freelancer Danielle Naves de Oliveira, formanda de Comunicao Social na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e veterana na Equipe UFO.

    Danny, que foi responsvel tambm por vrias das edies de UFO Especial, conversou longamente com Dino Kraspedon durante o 14 Congresso Brasileiro de Ufologia Cientfica, em Curitiba (PR), junto de Graziela Moura e nosso editor, A. J. Gevaerd. Eis sua opinio sobre seu entrevistado: Sempre admirei muito o trabalho e a vida de Dino Kraspedon, e alimentava, h meses, entrevist-lo. Quando essa oportunidade chegou, foi maravilhoso conhecer pessoalmente um homem to humano e com tantas informaes a passar com tamanha seriedade sobre os UFOs.

    UFO O senhor j deve estar acostumado a responder esta pergunta... Como aconteceu seu primeiro contato?DINO Eu era inspetor da Caixa Econmica e viajava o ano inteiro a trabalho. Acredito que eles, os l de cima, me observavam. Em novembro de 1952, vinha de viagem e parei numa cidade chamada Angatuba, no interior de So Paulo. Estava junto com um vendedor em um jipe. Em Angatuba encontramos um bar aberto, onde havia um menino, de mais ou menos 13 anos de idade, muito aflito, desconsolado... Ele queria ir para sua casa em Sorocaba, mas no havia conduo naquela hora. Ento, oferecemos carona para ele, pois Sorocaba ficava dentro da nossa rota.

    UFO Foi na estrada que o senhor teve o contato?DINO Alguns quilmetros frente, havia um aclive muito grande na estrada e, logo aps, uma baixada de uns 150 m. Duas luzes redondas se mexiam sobre o matagal. Eram luzes opacas. Paramos na estrada e ficamos horrorizados, pensando que fosse alma do outro mundo! Ficamos com medo e receio. Estvamos perto de um abismo... E l de baixo surgiu um disco voador (naquela poca eu nem conhecia a palavra UFO...). O objeto foi subindo vagarosamente, passou por cima da nossa cabea e parou l no alto do morro. Ns ficamos estticos. No sei explicar, ficamos petrificados olhando aquilo. Depois de alguns minutos talvez uns 15, ele sumiu. Ah, senti um grande alvio, pois o medo era enorme.

    UFO E depois disso, o que aconteceu?DINO Bem, entramos no jipe e descemos o aclive. Rodamos um pouco e, ao chegarmos numa reta, o disco j cobria a estrada de ponta a ponta. Paramos e pudemos ver que ele tinha uns 20 m de dimetro e uma altura de aproximadamente 4 m. Paramos a mais ou menos 50 m dele, de forma que pudemos avaliar suas medidas. s 22h, aproximadamente, saiu um ser do disco. Era alto, estava vestido de preto e disse as seguintes palavras, de que me lembro at hoje:Irmos, no tenham receio. No preciso ter medo nenhum, porque ns somos amigos de vocs. Aqui estamos, na Terra, para ajud-los. Sabemos que vocs vo para So Paulo. Podem ir, graas a Deus, que nada vai lhes acontecer. Ento, ele simplesmente voltou para a nave e foi embora. Seguimos viagem normalmente.

    UFO Houve outros contatos? Como aconteceram?DINO Em dezembro do mesmo ano, tive que voltar a fazer aquela viagem. Parei no mesmo lugar em que vi o disco. Cheguei l, mais ou menos, s 18h, e permaneci no local aquela noite. No dia

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  • Entrevista da Revista UFO

    seguinte, tarde, o disco veio e desceu um pouco frente. O comandante da nave veio at mim e disse: Irmo, venho aqui para lhe convidar a conhecer minha nave. No sei se era o mesmo ser que havia nos contatado um ms antes. Desta vez eu tive coragem, pois se eles quisessem me fazer qualquer mal, me machucar ou coisa assim, j o teriam feito antes. Percebi, ento, que fizeram em mim uma preparao para eu no ter medo de entrar no disco.

    DUAS LUZES REDONDAS E OPACAS SE MEXIAM SOBRE O MATAGAL. PARAMOS NA ESTRADA E FICAMOS HORRORIZADOS, PENSANDO QUE FOSSE ALMA DO OUTRO MUNDO! FICAMOS COM MEDO E RECEIO. ESTVAMOS PERTO DE UM ABISMO... E L DE BAIXO SURGIU UM DISCO VOADOR. NAQUELA POCA EU NEM CONHECIA A PALAVRA UFO. O OBJETO FOI SUBINDO VAGAROSAMENTE, PASSOU POR CIMA DA NOSSA CABEA E PAROU L NO ALTO DO MORRO

    UFO De que forma aconteceu a visita nave?DINO Acompanhei o Comandante e entrei na nave. Fiquei l dentro cerca de uma hora. Era um salo iluminado, mas que no tinha foco de luz. O Comandante comeou a conversar sobre a desorganizao social da Terra, a desgraa do homem e todos esses problemas. Depois de muito falar, ele passou a me ensinar como que o disco voava sem combustvel. Aps a explicao, disse que no me levaria para conhecer o resto da nave porque minha roupa no oferecia proteo.

    UFO Como vocs se despediram?DINO Ele me olhou e disse: Eu vou pagar a visita que voc fez minha nave. Fiquei intrigado, perguntei de que forma isso aconteceria. Disse-me que no iria ter problemas para me encontrar, mesmo se eu estivesse morto. Ele voltou nave e eu continuei meu caminho.

    UFO Ele voltou a lhe procurar?DINO No ano seguinte, em abril de 1953, algum tocou a campainha de casa. Minha mulher saiu para ver o que era e voltou me dizendo que um homem queria falar comigo. Pelo que ela supunha, era um pastor protestante, pois tinha uma bblia sob o brao... Quando olhei, tomei um grande susto: era o comandante da nave. Ele entrou na minha casa e comeamos a conversar. Falou-me de fatos que poderiam (e ainda podem) comprometer o futuro da humanidade, como o planeta SS-433 um corpo vindo de outro sistema que adentrou o Sistema Solar. Atualmente, os astrnomos j detectaram este astro. H uma grande possibilidade de que ele se choque com a Terra.

    UFO E de que outros assuntos ele tratou durante esta visita?DINO Bem, ele chegou l e conversamos bastante. Eu o convidei para almoar conosco. Prazerosamente, ofereci um bife, mas ele me respondeu com a seguinte frase: Eu jamais como carne. A razo que enquanto o homem terrcola matar o irmo inferior (o boi e o porco) para se alimentar, haver doenas na Terra. Com isso, entendi que toda doena que existe em nosso planeta decorre da alimentao originada da carne. Ele continuou me explicando: Enquanto voc jovem, nada lhe acontece, pois tem muita defesa orgnica. Porm, quando chegar em idade mais avanada, perder esta defesa e a carne animal comear a atuar. A carne encurta a vida em at 2%. Depois disso, ele marcou um outro encontro comigo.

    UFO Como e onde aconteceu este encontro?DINO Foi em So Paulo, na Praa da Repblica. Ele pediu para que eu chegasse ao local s 8h. Fiquei intrigado, pois a praa muito grande... Achei que ele no iria conseguir me encontrar. Mas encontrou. Como tnhamos combinado, levei um caderno para anotaes. Fui anotando tudo o que

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  • Entrevista da Revista UFO

    ele falava. Eram conceitos de Fsica ( bom lembrar que, como inspetor da Caixa Econmica, eu s tenho o curso de contador. Nunca aprendi Fsica na vida). Eu e o comandante nos encontramos durante oito dias seguidos, at que todos os conceitos fossem passados para mim. Isso aconteceu em 1953, mas ainda me lembro como se fosse hoje.

    UFO Foi aps esses encontros que o senhor escreveu o livro?DINO Sim, mas s fui escrev-lo em 1955. Nesta poca, o comandante veio novamente minha casa. S que a razo da visita era trazer uma profecia que deveria ser includa no livro. Esta profecia previa um trgico fim para a humanidade: De todo ser esvaziada a Terra e de todo ser saqueada, porque o Senhor anunciou esta palavra: a maldio consome a Terra e os que habitam nela sero desolados. Por isso, sero queimados seus moradores e poucos homens restaro. Os fundamentos da Terra tremem. De todo ser quebrantada a Terra, de todo se romper a Terra e de todo se mover a Terra. De todo vacilar a Terra como o brio e ser movida e removida como uma choa da noite.

    UFO Para o senhor, o que quer dizer esta profecia?DINO Bem, para eu entender a profecia, o comandante precisou fazer um desenho no meu caderno (que est reproduzido na pgina 47 do livro)1. Esse desenho mostra dois sis... Ele me explicou que ao contrrio do que explica a nossa fsica clssica os corpos se repelem pela luz. Explica tambm que todos os corpos tm luz, mas ns no temos capacidade de perceber isso. A luz uma fora que repele outros corpos. Assim, os astros se movem e no se chocam uns com os outros. Eles se repelem mutuamente. Esse um fato que os astrnomos no do nenhum valor... Mas voltando profecia, ela diz respeito a um novo corpo celeste que iria invadir o nosso sistema e comprometer a vida na Terra.

    UFO De que forma esse astro pode nos prejudicar?DINO O nosso sol repele naturalmente a Terra. Segundo as palavras do comandante, vir um outro sol, que tambm a repelir. Essa repelncia afastar todos os corpos do Sistema Solar, de forma que o planeta Pluto ser jogado fora do sistema. A Terra tambm ser afastada, indo at a regio espacial dos planetides, perto de Marte. Ao chegar nesse ponto, comear a fazer o movimento de translao em torno dos dois sis existentes. Porm como disse o comandante para chegar at a regio dos planetides, nosso planeta levar aproximadamente seis ou sete dias. Nesse perodo ela tremer, causando um grande cataclismo. Este sol ser detectado pelos cientistas ainda antes do fim do sculo (lembrar que a entrevista foi feita em 1996). Desta forma, como diz a profecia, a Terra tremer como um brio... infelizmente, com isso, dois teros da humanidade sero extintos.

    UFO E foi por isso que o senhor escreveu o livro?DINO Sim, por todos os motivos. Foi ele quem me pediu para escrever. Apenas cumpri uma misso... e foi o nico livro que escrevi na minha vida. Vrias pessoas leram a obra e gostaram muito. Em 1957, algum levou o livro para a Rssia e, em maro do mesmo ano, a Academia de Cincias da Unio Sovitica enviou uma carta para a editora no Brasil. Ento, como naquela poca havia muita represso, o Departamento de Ordem Poltica e Social do governo controlava tudo, principalmente o que vinha da Rssia [risadas]. O pessoal tinha horror a comunistas. O departamento pegou a carta dos russos, abriu-a e foi at a editora tirar satisfaes.

    VRIAS PESSOAS LERAM MEU LIVRO E GOSTARAM. EM 1957, ALGUM O LEVOU RSSIA E, EM MARO DO MESMO ANO, A ACADEMIA DE CINCIAS DE L ENVIOU

    1 Na pgina 47 da segunda edio brasileira do livro e na pgina 28 do presente trabalho.

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  • Entrevista da Revista UFO

    UMA CARTA PARA A EDITORA NO BRASIL. COMO NAQUELA POCA HAVIA MUITA REPRESSO, O DEPARTAMENTO DE ORDEM POLTICA E SOCIAL DO GOVERNO CONTROLAVA TUDO, PRINCIPALMENTE O QUE VINHA DA RSSIA. O PESSOAL TINHA HORROR A COMUNISTAS. O DEPARTAMENTO, COMO ERA DE SE ESPERAR, PEGOU A CARTA DOS RUSSOS, ABRIU-A E FOI AT A EDITORA TIRAR SATISFAES

    UFO Esse fato lhe prejudicou de alguma forma?DINO Eles conseguiram chegar at minha casa. Fui detido e preso. Confiscaram todos os livros que puderam encontrar. Fui levado para o Rio de Janeiro. Na Aeronutica, durante uma hora e meia, respondi a vrias perguntas feitas pelos oficiais... Queriam saber sobre os seres que me contataram, seus nomes, enfim, detalhes. L pelas tantas, um coronel me perguntou se eu seguia a doutrina esprita. Respondi que no e que era catlico. Mais tarde, soube que a conversa estava sendo gravada sem que eu percebesse.

    UFO Depois disso o senhor foi liberado?DINO Sim. Eles terminaram a entrevista e fui levado para outra sala. O brigadeiro perguntou se havia algum que respondesse por mim no Rio de Janeiro. Eu disse que tinha um irmo general do Exrcito. Ah, quando falei isso, eles mudaram o tratamento comigo... At se levantaram da cadeira. Aps uns 10 minutos, chegou um general dizendo que havia conversado com meu irmo e atestado minha idoneidade moral e sanidade mental. Assim, fui liberado.

    UFO Mas, afinal, qual era o contedo da carta?DINO No havia nada de comunista nela... Apenas dizia o seguinte: A Academia de Cincias Sovitica prescreveu o livro Contato com os Discos Voadores, de Dino Kraspedon, e deu um exemplar para cada membro da Academia para que o estudassem, visto o alto valor cientfico da obra. Era um elogio para mim muito importante. No era uma carta comunista, de jeito nenhum.

    UFO O senhor nunca mais precisou voltar s Foras Armadas?DINO Aps uns 15 dias, os militares me chamaram novamente e eu compareci ao quartel. Havia dezenas de oficiais mas, desta vez, eles queriam saber detalhes cientficos sobre a obra. Fui muito bem tratado. L pelas tantas, pedi um cigarro (no fumo, mas quis mostrar uma experincia para eles). Soltei a fumaa para demonstrar que sua tendncia era a expanso, da mesma forma que a fumaa e a atmosfera tambm tendem a se expandir. Mas s no o faz por causa da compresso que a luz do sol exerce sobre ela. Expliquei que a nossa fsica diz que o Sol atrai a Terra. Um grande engano. O que acontece que o Sol repele a Terra e, se assim no fosse, nossa atmosfera se expandiria infinitamente no espao.

    UFO Eles pediram alguma explicao sobre como voam os discos voadores?DINO Sim, perguntaram muito. Expliquei a eles que o disco voa por uma diferena de potencial. Aqui na Terra tudo diferena de potencial, todas as mquinas funcionam assim. Os pssaros voam por diferena de potencial, a gua do rio corre por diferena de potencial

    UFO O que significa, exatamente, esta diferena de potencial?DINO simplesmente a diferena entre as foras. Ns vivemos sob uma presso de 1,033 kgf/cm2 e, em todo movimento que voc fizer, estar rompendo esta presso. E todos estamos vivos porque temos esta diferena de potencial. muito simples.

    UFO A conversa com os militares se alongou muito?

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  • Entrevista da Revista UFO

    DINO Expliquei tudo o que sabia a eles. Foi uma longa reunio. Contudo, tive que prometer a eles que fecharia a boca e que nunca mais tocaria no assunto. E assim, no silncio, permaneci durante 37 anos da minha vida. No comentei com ningum. Isso durou at o dia em que, em Uberaba (onde moro), escrevi um artigo sobre discos voadores... Os uflogos me procuraram, re-editei o livro, e hoje j falo normalmente do assunto. Quando eles me encontraram, eu estava no mais completo exlio.

    UFO Por que o senhor usou o pseudnimo de Dino Kraspedon para escrever o livro?DINO No h nada de anormal nisso. Naquela poca todo mundo usava pseudnimos para escrever livros. Coisa normal. O nome Dino, surgiu de um amigo da famlia. J Kraspedon, surgiu da sugesto de amigos que disseram: Coloque algum nome estramblico. Sugeriram Kraspedon, e deu certo.

    UFO E o que o senhor pensa sobre o contedo cientfico de seu livro?DINO Acredito que o livro tenha conceitos de uma cincia muito elevada, que no existe aqui na Terra. uma cincia que eu mesmo no entendo. No sei nada de fsica. S sei que esses ensinamentos podem ser muito valiosos para a nossa cincia.

    Autor: Danielle Naves de Oliveira da Equipe UFOFonte: UFO 46 OUTUBRO 1.996

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  • Prefcio da Segunda Edio Brasileira

    Prefcio da Segunda Edio Brasileira

    CONTATO COM OS DISCOS VOADORES um livro maravilhoso, avanado, fantstico para sua poca, altamente cientfico, que levou-me s pesquisas ufolgicas no incio da dcada de 60 com dedicao.

    Durante muitos anos, fiquei imaginando como seria seu autor, Dino Kraspedon. Seu nome estranho sugeria uma figura quase que extraterrena.

    O que eu jamais poderia adivinhar que o destino me proporcionaria a felicidade de conhecer pessoalmente o homem que manteve, por vrios dias, contato com o Comandante de uma nave extraterrestre.

    Encontrar Dino Kraspedon foi um momento inesquecvel e poder estar entre seus amigos o maior dos privilgios.

    Outro grande momento em minha vida o prazer de prefaciar esta edio de CONTATO COM OS DISCOS VOADORES, o livro que me abriu os horizontes da ufologia. Tenho certeza de que os leitores encontraro nesta obra sria, atual e objetiva, elementos para satisfazer sua curiosidade e sede de saber.

    Uma das perguntas de grande importncia feita por Dino Kraspedon ao Comendante da nave refere-se a Deus, da qual destaco:

    Autor Bem, eu nunca pude acreditar em Deus, exatamente por no ver qual o papel que ele teria a desempenhar no universo. Se ele existisse e regesse o infinito, a ele devia estar reservado o principal papel da pea. Entretanto, sempre me pareceu que no existe um princpio arbitrrio a influir na ordem geral, que se possa dizer superior a tudo o que h, porque a matria, a energia, o movimento dos corpos, enfim, tudo se plasma em leis definidas, diramos de ordem mecnica. Resta voc dizer-me o que ele, qual a sua natureza, de que se compe, quais os seus atributos, como age e atua nas coisas, e demonstre-me no ser a sua pessoa mera figura de proa, decorativa. No me mostre um Deus submisso s leis mecnicas, que eu jamais poderei crer. Revele-me um Deus maisculo, superior s leis. Se ele est subordinado, quem o subordina lhe superior, e se as leis tm imperativo sobre ele, agora os atributos divinos lhe pertencem, e Deus um simples vassalo. Submisso s leis eu tambm sou, e no sou Deus.

    Comandante No seu ceticismo existe a verdade. Eu tambm jamais creria em um Deus submisso s coisas e ordem natural. Uma lei no passa de uma conveno, e supe sempre algum que a legislou. Ora, o Criador superior coisa criada, logo, o juiz que julga a lei. um princpio arbitrrio, quando o arbtrio se torna necessrio para o bem da prpria lei e das coisas criadas. Mas a prpria criao j superior lei, uma vez que um estatuto legal tem a finalidade de amparar. Ela boa para a proteo da criatura, mas se em vez de proteger tornar-se um oprbio, o legislador tem a faculdade de modific-la a seu talante. Deus julga, e no julgado nem sujeito a coisa alguma.

    Vou dizer-lhe o que penso de Deus, dando-lhe uma definio o mais fcil possvel: Deus uma reta isotrpica, paralelo a si mesmo e sobre si mesmo vibrando num ngulo de 90 graus. como um sistema de eixos, cujo ponto de interseco das linhas estivesse em toda a parte ao mesmo tempo. Logo mltiplo em si, porque nele contm dimenses para servir-se de uma definio terrestre que contravariadas, n seria igual ao infinito. Lembre-se que isto uma tentativa de explicar o que na linguagem humana inexplicvel. Apreendida essa premissa, podemos agora ir mais longe e estudar como foram criadas a matria e a energia.

    Fao votos que o leitor assimile esse magnfico livro CONTATO COM OS DISCOS VOADORES h de, um dia, nos fazer compreender que neste ponto vibrante infinito o universo em que vivemos, existe um nmero imenso de criaturas to ansiosas por um contato

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  • Prefcio da Segunda Edio Brasileira

    quanto ns.

    Jos Eduardo Coutinho Maia

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  • Prefcio da Segunda Edio Inglesa

    Prefcio da Segunda Edio Inglesa

    Quando escrevemos este livro ns no espervamos uma confirmao to rpida de muitas de nossas afirmaes. Um ms depois da primeira edio sair da impresso, um alemo anunciou que ele tinha estado em contato com seres de Vnus, que informaram-no que outro Sol viria a nosso sistema planetrio, que est em acordo com o que escrevemos. Um professor de Lei Romana na Universidade Catlica de Santos disse que esteve em contato com a tripulao de um disco voador e sua histria similar nossa, incluindo detalhes do sistema de propulso pela criao do vcuo, que ningum tinha mencionado antes deste livro ser publicado. Pases como os EUA e Inglaterra publicaram os resultados de suas pesquisas e anunciaram que eles esperavam construir veculos interplanetrios usando ionizao como um meio de propulso similar quele descrito neste livro.

    Ns dissemos que a gravidade uma combinao do fenmeno no qual a atmosfera representa uma grande parte e alm da qual algum est inteiramente livre da gravidade. Ns mostramos que todos objetos tem a mesma velocidade de queda no vcuo, o que contesta a lei de Newton, pois mostra que a massa dos objetos atrada por uma componente vertical do magnetismo. Muitos boffins estariam rindo muito disto, mas o sucesso dos sputniks mostra que h alguma verdade no que ns dissemos.

    Os Vermelhos anunciaram que eles tinham lanado um satlite artificial pesando 86 kg, enquanto os Americanos, obstinadamente apegados s leis da gravidade e relatividade, duvidaram da verdade do anncio Sovitico, tendo calculado que somente um satlite de 5 kg poderia manter-se em rbita.

    Os Soviticos responderam dizendo que no somente havia um satlite de 86 kg em rbita, mas que o terceiro estgio do foguete lanador tinha, contrrio s expectativas, tambm entrado em rbita ao redor da Terra; e o foguete pesava muito mais do que o satlite. A teoria da gravitao , portanto, um non sequitur.

    Nesta altura, livre da atmosfera e sujeito somente a uma pequena proporo da componente vertical do magnetismo, o satlite torna-se mais sujeito a sua componente horizontal e move-se a uma certa velocidade correspondente relao entre sua massa e o impulso magntico. Como as linhas de fora magntica descrevem um caminho circular em torno do planeta, ambos estes corpos lanados ao espao entraram em rbita ao redor de ns.

    Ns poderamos estar felizes de ter recebido mesmo a menor confirmao cientfica, deixar s esta riqueza de provas que acumulou em to pouco tempo. Aparentemente no era a vontade de Deus que faltasse provas, pois mesmo os Soviticos declararam que os planetas so repelidos pela luz do Sol, a no atrados por ele. Esta afirmao encontrada em nosso livro, e ns podemos ir to longe quanto dizer que ela a coluna vertebral do sistema que ns descrevemos.

    Ns poderamos fazer uma longa lista de todas as provas como as observaes da aurora, propriedades dos eltrons, etc., mas cansaria a pacincia do leitor pois ele teria lido sobre isto por si mesmo na Imprensa. Ns gostaramos, entretanto, de publicar uma carta da URSS endereada a um de nossos cientistas amigos:

    Moscou, 26 de setembro de 1957

    Prezado Senhor,

    Ns temos sua carta, junto com seu livro Contato com os Discos Voadores que ns passamos seo astronmica da Academia de Cincias da URSS, pedindo a eles para responder diretamente a voc. Ns somos da opinio que os astrnomos Soviticos estaro muito interessados

    Contato com os discos voadores 9

  • Prefcio da Segunda Edio Inglesa

    no trabalho de seus colegas Brasileiros.

    Sinceramente,

    Constantin Chugunov(Chefe do Departamento Americano da Voks)

    Ns gostaramos de indicar que nosso amigo, que deve permanecer annimo, enviou uma cpia deste livro a um amigo seu na Rssia pedindo por qualquer comentrio da Academia de Cincias. Ele somente quis mostrar que o Ocidente tinha algum interesse em discos voadores. Sendo um cientista e no esperando dar aos Russos a impresso de que ele era um luntico delirante, ele contou a seu amigo Sovitico que nosso livro era da natureza da fico espacial e era uma amostra de um novo tipo de literatura Ocidental. Entretanto, o Chefe da Voks, que tambm um cientista, quando ele tomou nota do problema, passou-o para estudo da maior academia de cincias do mundo. Seguramente os Vermelhos no so idiotas. Porque iriam eles perder tempo estudando um trabalho de fico? Poderia ser que eles encontraram algo mais nele do que leitura divertida?

    O livro foi enviado em junho e, to cedo quanto outubro, a URSS publicou os resultados de suas pesquisas sobre os efeitos da repulso da luz solar. Longe de ns dizer que os frutos das pesquisas dos cientistas Soviticos foram baseados neste livro, mas estamos, de qualquer modo, agradecidos pelo suporte moral que derivamos deles. Se eles aceitam nossas teorias cientficas pode ser que eles no esqueam de tomar nota de nossas concluses ticas, tambm. Possam seus coraes ponderar sobre os aspectos humanistas e religiosos to profundamente quanto suas mentes trabalharam nos cientficos. A deferncia que foi mostrada a nosso livro por instituies culturais na URSS est lisonjeando-nos e ajudar a chamar a ateno de nossas autoridades, no ao livro em si mesmo, mas a todo o tema dos discos voadores.

    Se eles estiverem relutantes em seguir o exemplo Sovitico, eles deveriam pelo menos tomar nota das tentativas desesperadas que os Americanos esto tomando para obter todas as informaes possveis sobre discos voadores, que margeia, em certos casos, ao inescrupuloso. Isto no se aplica somente aos Americanos, mas aos Russos tambm.

    Muitas pessoas tm-nos atacado e mesmo aqueles que acreditam na existncia de discos voadores esto sujeitos injria pelos incrdulos. Ns temo-los desconsiderado e no nos ofendemos. No somos ns que eles esto atacando, mas a Verdade, e esta, o que quer que eles possam dizer agora, um dia ir triunfar. Eles no podem mais nos deter com insultos tanto quanto pedras no podem parar uma onda que avana. A onda da Verdade um dia quebrar e submergir a todos.

    Dino Kraspedon

    So Paulo, novembro de 1957.

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  • INTRODUO

    INTRODUO

    Desde novembro de 1.952 que conservamos em segredo os acontecimentos que conosco se desenrolaram. Procuramos ocult-los a todo custo, temerosos da crtica dos que s acreditam na vida terrena e que no podem admitir uma outra humanidade vivendo em nosso sistema, que raciocine em termos cientficos superiores ou, ao menos, iguais aos nossos.

    No quer isto dizer que faamos uma profisso de f na existncia de mundos habitados alm da nossa casquinha de noz que vagueia no espao e da qual tanto nos ufanamos, mas confessamos francamente admitir que h boas possibilidades de que a vida no seja um banal acidente caracterstico de um globo sem outros atributos especiais como o nosso. Sendo razovel pressupor-se essa premissa, no menos possvel deve ser a viabilidade de um intercmbio interplanetrio de natureza cientfica, turstica, comercial, emotiva, imperialstica, espiritual, etc. - enfim em nvel mais elevado ou com finalidades inconfessveis, entre humanidades que se libertaram das guirlandas que ainda calcetam os ps do orgulhoso homo sapiens.

    No obstante o nosso deliberado mutismo, fomos, certa vez, convidados a tomar parte numa reunio, na residncia de um general do nosso exrcito, onde um moo iria relatar uma estranha viagem que teria feito a um planeta distante, proporcionada pelos tripulantes de um disco voador.

    Querendo ser solidrio ao rapaz e querendo deix-lo mais vontade, relatamos alguma coisa do que conosco havia acontecido, e eis que quando demos acordo j todos estavam interessados em conhecer o resto. Contamos parte dos fatos e guardamos reserva sobre outra, que julgamos no ser construtivo revelar.

    Dificilmente, porm, um homem guarda segredo sobre discos voadores, principalmente se ele no o protagonista. Dentro de pouco tempo vimo-nos instados de todos os lados, pedindo-nos que relatssemos os fatos. Tivemos de repetir a histria muitas vezes. Para sermos gentis, relatvamos trechos, mas quanto mais pedamos silncio mais corria a notcia. Um certo cavalheiro, que enche o seu tempo a bisbilhotar pessoas que j viram discos, e a quem confiamos alguma coisa, solenemente prometeu-nos reserva. Alguns dias mais tarde convidou-nos a visitar um amigo seu. Quando l chegamos, pensando tratar-se de uma rotina social, encontramos umas 40 pessoas, seguramente, que tinham sido especialmente convidadas para ouvir-nos. Achamos graa que esse assunto, que envolve tantos interesses no mundo, fosse tratado com tamanha leviandade. No querendo contrariar a hospitalidade da casa, transformamo-nos no Anderson dos discos voadores e forjamos alguma coisas fofa com que matssemos o tempo e preenchesse o nosso senso de humor. Enfim foi divertido.

    Fizemos este prembulo para certificar ao leitor que absolutamente no tnhamos e nem temos intenes de publicidade, sendo levados a esta publicao por fora de muitas circunstncias. Muitas vezes ofereceram-nos dinheiro pela histria, o que sempre declinamos, no obstante a nossa pobreza jobina.

    Este livro no encerra todas as informaes que obtivemos. Trata-se, pois, de um resumo. H assuntos que julgamos ser do nosso dever guardar silncio. Em parte respeitamos o desejo de quem no-los relatou, outra deliberadamente pusemos de reserva. H, ainda, outras coisas que tencionamos publicar em livro separado, visto no se enquadrarem no esprito de uma obra iminentemente popular como esta.

    Suprimimos, tambm, a parte referente ao nosso primeiro encontro com os discos voadores, uma vez que o nosso interesse se prende to somente em tornar conhecidos os pontos de vista dos homens que tripulam essas naves misteriosas. Quisemos, com isso, evitar repetir mincias que outros j fizeram com muito brilho.

    Evitamos, tanto quanto nos foi possvel, entrar em consideraes de ordem religiosa.

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  • INTRODUO

    Acreditamos na sinceridade e na capacidade profissional dos que se dedicam a esse nobre mister de esclarecer as almas, e podia parecer impertinncia de nossa parte invadir campos de mbito restrito aos que para isso foram ordenados regularmente. Se em alguns pontos fazemos aluses religiosas, porque a isso somos forados, para que o assunto tratado no sofra, motivado por exageros de escrpulos em ferir melindres alheios. Entretanto, apresentamos nossas desculpas aos que por qualquer motivo se julgarem ofendidos, e prometemos, na medida das nossas possibilidades, tornar pblicas essas desculpas e nos retratarmos solenemente se um dia ficar patenteado que fomos induzidos a erro.

    No queremos, tambm, com as consideraes aqui contidas, menosprezar a nossa cincia na sua parte mais sadia e o esforo inaudito e sincero de milhares de pesquisadores que se debruam nos aparelhos diversos e tubos de ensaio, em busca do desconhecido, e a quem, na realidade, devemos esse pouquinho de bem estar e de luz que ainda nos resta. Respeitamos sinceramente os seus esforos e os temos na mais alta conta. Estamos certos de que, se algum erro ou omisso contiver na cincia, por certo no ser um produto da m f dos cientistas, que sempre fizeram do saber honesto o apangio das suas vidas, dando de si o mais leal e dedicado esforo.

    Apenas e isto queremos dizer bem alto horroriza-nos que as longas horas de viglias, as vidas sacrificadas e todo o esforo de milhares de ilustres servidores do conhecimento humano, que sempre tiveram em mira apenas o bem comum, sejam canalizados por pseudo cientistas destruio dessa humanidade, que nos deu tantos gnios e que os verdadeiros sbios tanto prezaram.

    Com isso no atacamos a cincia, mas sim os que a querem transformar em pegureiro. Quem se dedica ao nefando mister de destruir vidas humanas no pode nunca se intitular cientista. Seria ofender a Newton, Galileu, Fleming, Laplace, Kepler, Lagrange, Hertz e todos os demais nomes venerandos, inscrever no rol de cientistas o indivduo com vocao para magarefe que fez detonar a bomba atmica sobre Hiroshima ou Nagazaki. Pascal venceria s peias da sua humildade e os seus ossos, revoltados, tremeriam do tmulo, se um dia fosse comparado ao indivduo (?) que produziu o gs G.

    Qualquer um pode observar um fato e dele tirar ilaes errneas. Newton atrasou a tica, por mais de um sculo, com um simples ponto de vista errado, mas ningum, em s conscincia, pode atac-lo ou por em dvida a sua boa f. Aristteles, com sua nicomaquia, foi um entrave para o conhecimento humano durante muitos sculos, mas foi honesto com sigo mesmo e com os seus circunstantes. Outro tanto podamos dizer de um grande nmero, em todos os ramos do conhecimento humano, em que o luzir do gnio s fez acobertar tremendos erros. Mas ns veneramos os grandes monumentos do saber, interessados apenas na honestidade e no amor cientfico que os norteavam nas pesquisas e no pelos enganos que de alguma forma incidiram, cingidos como estavam, aos conhecimentos prprios da poca e a uma falsa apreciao dos valores da natureza.

    Tudo perdovel no homem, dentro da concepo que temos da perfeio. O que no se pode perdoar nunca o erro consciente e o abuso do saber para prejudicar a vida e os interesses mais caros e sublimes dos circunstantes menos esclarecidos e aquinhoados pela inteligncia.

    No tem, este livro, tambm, a finalidade de demolir outras obras que versaram o assunto de discos voadores e descreveram tipos diferentes e conhecimentos diversos dos que aqui relatamos. Ns sabemos que num mesmo planeta vivem homens que variam desde o preto ao branco, e do pigmeu ao gigante. Respeitamos os seus relatos, pois cremos na honestidade dos outros.

    Limitamo-nos, pois, a repetir o que ouvimos. claro que as palavras aqui impressas no foram exatamente aquelas que o comandante do disco trocou conosco. Ainda que empregssemos um gravador, a reproduo no podia ser impressa fielmente. Procuramos, porm, evidenciar os assuntos, usar o mesmo raciocnio, empregar a lgica ainda que grotescamente que o nosso interlocutor usou, fazendo aflorar mais o esprito das respostas que as palavras.

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  • INTRODUO

    Se um dia as questes aqui tratadas ficarem positivadas, talvez este despretensioso livrinho seja considerado uma contribuio ao esclarecimento dos corpos at agora chamados no identificados; se estiverem, porm, erradas, ser ele taxado de impostura. Se formos vtimas de uma triste mistificao, sabemos o risco que incorremos. Mas ainda assim vamos avante.

    De nenhuma forma, porm, queremos parecer ao leitor mais do que somos e possuirmos grande erudio ao ponto de contradizermos tudo o que os cientistas at hoje proclamaram, mesmo porque no temos a honra de integrar essa pliade de servidores humanos. E ainda que assim no fosse, no queramos ser como aquele vaga-lume, a que se referiu o comandante do disco voador, que envaidecido da sua luz, que a natureza to avaramente lhe concedeu, gritou aos outros vaga-lumes: no existe sol nenhum, porque a luz s pode haver a que eu trago na minha cauda.

    So Paulo, 4 de maro de 1.957.

    O AUTOR

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  • AGRADVEL SURPRESA

    AGRADVEL SURPRESA

    A campainha tilintou trs vezes, e em seguida ouvi a voz da minha esposa: a est um pastor protestante que deseja falar com voc.

    Que que ele quer? perguntei aflito. No sei, mas pelos modos quer doutrin-lo respondeu minha esposa.Quase todos os domingos apareciam pastores protestantes ou meros pregadores, que iam

    doutrinar-nos ou fazer convites para seu culto. Ateu em toda a extenso do termo, quela poca, aborrecia-me as longas dissertaes bblicas. Na realidade, eu era avesso a tudo que cheirasse religio.

    Mas ns no combinamos de passear hoje com as crianas? lembrei. Penso que no vai ser possvel respondeu-me ela. Mas no tem importncia. Se no

    formos hoje, iremos outro dia. No justo que as crianas deixem de passear. Almocem e vo sozinhos. Eu fico.Tive desejos de perder a compostura e dizer ao protestante que no ia ser possvel receb-lo,

    mas afinal o homem no era mau, j que vinha para ver se conseguia levar-me para o cu. Desci a escada desgostoso, mas conservando o cavalheirismo e procurando sorrir.

    Sentado, porm, se achava um indivduo apuradamente vestido, trajando um lindo costume de casimira inglesa que lhe caa bem no corpo atltico. Os pastores so modestos, e esse estava demasiadamente decente. Tinha a camisa alva e o colarinho engomado, com gravata azul de desenhos brancos geomtricos. Apenas o sapato demonstrava ter sido usado uns dois meses. Chamou minha ateno as luvas que usava, de um tecido muito fino, que me fez lembrar onde eu havia visto outra igual.

    Encarei-o de frente, e tive a voz embargada pelo inesperado: tinha diante de mim o comandante de um disco voador.

    Em novembro de 1.952, viajando com um amigo, ao atingir o alto da serra de Angatuba, no Estado de So Paulo, quando vnhamos do Paran, nos defrontamos com cinco discos que pairavam no ar. Era um dia chuvoso, e nada pudemos ver alm disso. Mais tarde retornei ao mesmo ponto, onde me conservei durante trs dias e trs noites, espera que algum disco aparecesse. Na ltima noite, depois de uma srie de peripcias, que aqui deixamos de narrar para no fugirmos dos propsitos deste livro, um aparelho aterrizou e tivemos oportunidade de penetrar no seu interior e conhecer os seus tripulantes.

    Depois de uma permanncia de uma hora em visita s instalaes do aparelho, quando o comandante gentilmente nos explicou o seu funcionamento, prometeu-nos o fascinante personagem que nos iria visitar to logo ele pudesse.

    E eis que agora, quatro ou cinco meses mais tarde, ele cumpria a sua palavra. Compreendo o seu estado de esprito pelo inesperado disse-me ele levantando-se da

    poltrona e estendendo-me a mo mas vim retribuir-lhe a visita feita ao meu aparelho. No s cumpro a palavra empenhada como gozo um intenso prazer em rev-lo.

    Verdade redargui que jamais esperei merecer de voc gesto to agradvel, principalmente porque nada tenho a oferecer-lhe a no ser a mo de amigo.

    Se voc me oferecesse a Terra inteira, mas no me desse a mo de amigo, da nada valeria. S a amizade realmente tem valor. Aceito-a de boamente, pois vim oferecer-lhe a mesma coisa: a minha mo de amigo. Quero desculpar-me por me haver apresentado como um religioso protestante, mas foroso que compreenda que sua esposa sentir-se-ia chocada se soubesse a verdade.

    Foi uma mentira de cavalheiro desculpei-o e devo mesmo agradecer-lhe. Ela ficaria

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  • AGRADVEL SURPRESA

    bastante infeliz se um dia pensasse ter um marido metido em franca atividade subversiva, de parceria com um agente estrangeiro que se faz passar por um cavalheiro andante do espao.

    Na realidade eu nunca acreditei na origem extraterrena dos discos voadores. Esse assunto me parecia mais uma impostura de seres da prpria Terra, que aproveitando esse vago desejo que tem a humanidade de possuir irmos no nosso sistema solar, se apresentavam como seres de um outro mundo para melhor exercerem atividades inconfessveis. Mas o visitante reagiu sorrindo, e acrescentou:

    Asseguro-lhe que a indireta inconsistente, mas no resta dvida ser o seu dever precaver-se contra possveis embaraos. Fique certo, porm, que se eu fosse um agente estrangeiro, h muito que eu teria dominado a Terra e que voc j no existia devido sua curiosidade em penetrar no disco.

    Nessa altura surgiu minha esposa com os filhos. Avisou-me que o almoo estava posto, que eu convidasse o pastor. Ela estava saindo e s voltaria noite.

    Durante o almoo, quis experimentar os conhecimentos lingusticos do meu hspede e ver se descobria a sua origem pelo sotaque. Encaminhei o assunto para a religio crist e pedi-lhe que me fizesse recordar as primeiras palavras da Bblia em lngua hebraica, ao que ele atendeu prontamente, sem demonstrar o menor constrangimento ou embarao: Breshit bara Elohim... - recitando um longo trecho1.

    Continuei a palestra no mesmo assunto, sem deixar que ele notasse que estava sendo experimentado. Em certo lugar, fiz-me de esquecido. Comecei falando: Hodie si audieritis vocem meam...2 e perguntei-lhe: como mesmo o resto? Ele completou: nolite obdurare corda vestra. Usando o mesmo sistema disse: nolite putare quoniam veni solvere lege aut prophet... - terminando ele: no veni solvere, sed adimplere3.

    Falei-lhe ainda em ingls e grego. A tudo ele respondeu com perfeio. No s conhecia as lnguas, mas sabia aprofundar-se no assunto a que eu me reportava, indicando a data, o lugar dos acontecimentos histricos e o nome dos protagonistas. Apenas dava, algumas vezes, interpretao diferente do nosso ponto de vista ortodoxo. Sua lngua pareceu-me arrastar somente quando se expressou em ingls. Entretanto, a proficincia com que dissertava sobre questes mais diversas, deixava-me perplexo.

    Ao votarmos sala de estar, desejei verificar at onde chegavam os seus conhecimentos cientficos, porque uma coisa tratar de assuntos religiosos e histricos e possuir o dom poliglota, e outra falar de cincia. lgico que falando de cincia, devia no s ter os conhecimentos que temos, mas apresentar algo mais elevado. Caso contrrio revelaria ser habitante da prpria Terra. Ora, ningum formula teorias de improviso, a menos que seja um gnio ou que elas no tenham lgica.

    Qual seu nome? perguntei-lhe. Eu no tenho nome no sentido que vocs aplicam. No meu planeta os nomes so um

    retrato do carter do indivduo. Atravs dele conhecemos as virtudes e defeitos de uma pessoa, mesmo muito desconhecida. Trata-se de uma combinao de sons, para vocs ininteligveis, que um no tem igual a outro. Hoje eu tenho um nome; se amanh eu me tornar mais sbio ou melhor, passarei a ter outro. E assim sucessivamente.

    Pois que seja concordei. Diga-me, porm, de onde voc procede. Venho de um satlite de Jpiter.

    1 Breshit bara Elohim No princpio criou Deus.2 Hodie se audieritis vocem meam... nolite obtdurare corda vestra Hoje se ouvirdes a minha voz, no endureais os

    vossos coraes.3 Nolite putare quoniam veni solvere lege aut prophet; no veni solvere, sed adimplere. - No cuideis que vim destruir

    a lei ou os profetas; no vim destruir, mas completar.

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  • AGRADVEL SURPRESA

    De que satlite? De nenhum especialmente. Tanto vivo em Ganimedes como em Io. Sou como vocs que

    tanto podem residir em So Paulo, como em Santos ou Guaruj ao mesmo tempo. Mas j ouvi dizer que os homens interplanetrios so minsculos, e voc bastante alto

    (quase dois metros). Como se explica? perguntei-lhe com o propsito de embara-lo. Nem todos so minsculos. Num mesmo satlite temos homens pequenos e grandes,

    loiros, pretos ou morenos. Tambm os homens terrenos so altos, mas h os pigmeus, os tipos mdios, os loiros, vermelhos, morenos, pretos. Na diversidade a natureza apresenta a sua unidade.

    Isso no tem importncia disse eu. Conhece-se o leo pelas garras.Deve ser do seu conhecimento o esforo prodigioso que fazemos para aprender alguma

    coisa. Gastamos somas fabulosas em pesquisas, e nem sempre com resultados animadores. Eu mesmo como voc pode ver pelos meus livros cheios de anotaes estudo muito, mas at hoje nada sei. Perco-me no emaranhado das equaes, e a simples introduo de um parmetro no clculo me pe tonto. H um problema, por exemplo, que tem gasto o fosfato dos nossos melhores fsicos e matemticos, que eu acredito ser fcil para voc, cuja cincia permite atravessar os espaos. Trata-se de saber se o que existe na natureza a energia ou a matria. claro que eu no me vou satisfazer com uma simples definio acadmica, sem uma explicao mais profunda, tratando-se, j se v, de algum que deve saber muito sobre o assunto. Podia dizer-me?

    O comandante do disco pareceu mergulhar os seus pensamentos num ponto remoto, como se buscasse um meio de abordar o assunto de maneira simples ou procurasse ouvir algum que lhe falava no fundo da alma. Depois respondeu pausadamente, pesando as palavras uma a uma:

    Tendo este captulo a finalidade precpua de explicar ao leitor como foi que conseguimos iniciar uma palestra em nvel mais alto com o comandante de um disco voador, preferimos encerr-lo neste ponto, retomando o assunto no captulo seguinte.

    Nesse captulo novo, procuraremos excluir todas as palavras de menor importncia que entre ns foram trocadas, sintetizando tudo sob a forma de perguntas e respostas. Torna-se mais cmodo para o leitor.

    As pginas seguintes no representam o resultado de uma nica palestra, mas sim, consequncia de cinco encontros que tivemos, que se deram nos seguintes locais: uma vez no prprio disco, uma vez em minha residncia, duas vezes na Praa da Repblica e uma ltima na Estao Roosevelt.

    Importa esclarecer, outrossim, que as duas palestras que tivemos na Praa da Repblica, foram assistidas por um professor de fsica e matemtica, que aqui conservamos o seu anonimato, respeitando as suas altas funes atuais.

    possvel que muitas respostas no representem o verdadeiro esprito do comandante do disco. Devido ao tempo transcorrido, provvel que tenhamos deturpado alguma coisa. Entretanto, conservamos o substrato das respostas baseando-nos em apontamentos feitos na poca.

    Procuramos, porm, na parte atinente religio, excluir muita coisa que pudesse ferir os pontos de vista das seitas ou igrejas existentes. Apenas queremos afirmar, por ser para ns um dever de conscincia, que as dificuldades que lhe apresentamos com relao Bblia foram por ele desfeitas, dando-nos respostas sobre a criao do homem, a ressurreio do corpo, o porque da dor humana, etc., que confirmaram a veracidade desse livro. Para ns, sua argumentao foi to satisfatria que nos fizemos cristos. possvel, porm, que o que para ns foi compreensvel, para outros no passe de um absurdo. Eximimo-nos, pois, de publicar essas questes, a no ser quando forados, para no prejudicar o assunto.

    Com essas ressalvas, passemos agora matria que nos pareceu mais interessante.

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  • DEUS, MATRIA E ENERGIA

    DEUS, MATRIA E ENERGIA

    R Sua pergunta foi mal formulada. Antes devia indagar de que se originam matria e energia, uma vez que ambas so expresso de outra coisa que vocs veem e sentem, mas que no percebem.

    P Voc se refere ao ter?R Absolutamente, no me refiro ao ter. Este s existe em torno dos planetas at uma

    determinada altura, e no passa de uma forma de matria. So ainda efeito as camadas etreas, e no a causa. Todavia, faltando-me os elementos fundamentais, dificilmente eu poderia ser-lhe explcito. Isto , faltam-me os elementos porque vocs raciocinam de modo diferente. No tenho os termos apropriados em sua lngua.

    P A que elementos voc se refere? Matemticos?R Eu diria melhor teolgicos.

    P Que tem a ver matria e energia com a teologia?R O homem s pode realmente compreender os fenmenos da natureza quando

    compreende a natureza de Deus.

    P Bem, eu nunca pude acreditar em Deus, exatamente por no ver qual o papel que ele teria a desempenhar no universo. Se ele existisse e regesse o infinito, a ele devia estar reservado o principal papel da pea. Entretanto, sempre me pareceu que no existe um princpio arbitrrio a influir na ordem geral, que se possa dizer superior a tudo o que h, porque a matria, a energia, o movimento dos corpos, enfim, tudo se plasma em leis definidas, diramos de ordem mecnica. Resta voc dizer-me o que ele, qual a sua natureza, de que se compe, quais os seus atributos, como age e atua nas coisas, e demonstre-me no ser a sua pessoa mera figura de proa, decorativa. No me mostre um Deus submisso s leis mecnicas, que eu jamais poderei crer. Revele-me um Deus maisculo, superior s leis. Se ele est subordinado, quem o subordina lhe superior, e se as leis tm imperativo sobre ele, agora os atributos divinos lhe pertencem, e Deus um simples vassalo. Submisso s leis eu tambm sou, e no sou Deus.

    R No seu ceticismo existe a verdade. Eu tambm jamais creria em um Deus submisso s coisas e ordem natural. Uma lei no passa de uma conveno, e supe sempre algum que a legislou. Ora, o Criador superior coisa criada, logo, o juiz que julga a lei. um princpio arbitrrio, quando o arbtrio se torna necessrio para o bem da prpria lei e das coisas criadas. Mas a prpria criao j superior lei, uma vez que um estatuto legal tem a finalidade de amparar. Ela boa para a proteo da criatura, mas se em vez de proteger tornar-se um oprbio, o legislador tem a faculdade de modific-la a seu talante. Deus julga, e no julgado nem sujeito a coisa alguma.

    Vou dizer-lhe o que penso de Deus, dando-lhe uma definio o mais fcil possvel: Deus uma reta isotrpica, paralelo a si mesmo e sobre si mesmo vibrando num ngulo de 90 graus1. como um sistema de eixos, cujo ponto de interseco das linhas estivesse em toda a parte ao mesmo tempo. Logo mltiplo em si, porque nele contm dimenses para servir-se de uma definio terrestre que contravariadas, n seria igual ao infinito. Lembre-se que isto uma tentativa de

    1 Isotrpica chamada propriedade isotrpica aquela que tem os corpos de vibrarem em todas as direes. A luz est neste caso.

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  • DEUS, MATRIA E ENERGIA

    explicar o que na linguagem humana inexplicvel. Apreendida essa premissa, podemos agora ir mais longe e estudar como foram criadas a matria e a energia.

    P Voc diz criadas?R Digo criadas, porque houve um tempo quando no haviam. Se desde toda a eternidade

    houvessem existido, teriam coexistido com Deus, e o Pai no podia ter sido o Criador de uma coisa to eterna como Ele. Ento diramos transformador. Deus as fez. O como o que vamos estudar.

    Sua ateno j deve se ter voltado para uma particularidade interessante da eletricidade: se, dentro de um campo magntico formado por um m, fizermos girar um rotor, obteremos imediatamente um fluxo de eltrons, que se propaga pela superfcie do condutor. Eu mesmo pergunto: de onde vieram esses eltrons? Deve ter vindo de alguma parte. De onde?

    Eles no vieram de parte alguma. Foram gerados no interior do campo magntico. Como? Consequncia de uma deformao provocada no campo magntico pela rotao do rotor.

    Ainda que tomssemos esse gerador e o encerrssemos dentro de uma recipiente, onde no pudesse entrar ou sair o ar atmosfrico, no momento em que fizssemos girar o rotor continuaramos obtendo o fluxo de eltrons. E se tivssemos medido a presso interna do recipiente, veramos, depois de algum tempo, que no obstante o enorme potencial que fluiu pelos condutores, a presso atmosfrica continuou inalterada. Se assim , podemos definir o eltron como um espao magntico deformado, que se propaga em forma ondulatria.

    Prova eloquente da sua natureza ondulatria e no corpuscular aquela que se obtm quando o difratamos no espectro.

    H uma experincia feita pelos homens de cincia da terra que bem demonstra essa verdade: fazendo-se passar, junto de um ncleo, um raio gama (o raio gama de natureza eletromagntica) surge imediatamente um eltron. bem verdade que o momento de inrcia do raio gama sofre alterao. Como explicao desse fenmeno, formularam a hiptese alis muito frgil de que a acelerao se transforma em energia, mas mero absurdo crer-se que o momento de inrcia de um vetor no espao possa ser transformado em energia. Existe uma correspondncia entre a fora que acelera uma massa com a energia, mas somente correspondncia. A gua aciona uma turbina, mas nunca a gravidade que a animava pde transformar-se em energia eltrica. Simplesmente o rotor entrou em rotao no interior do gerador, deformando o espao magntico. A deformao, que os pontos M' da massa M do rotor ocasionaram no campo magntico, corresponde fora de gravidade da gua.

    Se absurdo dizer-se que um momento vetorial cria a energia, pior seria se dissssemos que esse momento gerou a matria se o eltron fosse corpuscular. A nica explicao racional que o raio gama, sendo de natureza eletromagntica, por um instante se deformou junto do ncleo, e dessa deformao surgiu o eltron, que , pois, uma carga ondulatria.

    P Mas se o raio gama, ficando deformado, cria a energia eltrica, deve haver sado dele alguma coisa, e a sua massa devia ficar diminuda.

    R O raio gama nada perdeu, a no ser a acelerao. Isto , perdeu a sua frequncia e o seu comprimento de onda, em parte. Diga-se, porm, que se pudermos criar obstculos sua passagem, usando ncleos, faramos, por correspondncia, que fossem criados tantos eltrons quanto fosse a sua frequncia. Por sinal, esse sistema muito usado por ns, para obtermos a energia, sobre o qual falaremos mais tarde. Todavia, a alterao foi ocasionada no espao ocupado por ele no momento.

    P Muito interessante o seu raciocnio. Pode-se mesmo admitir o eltron uma onda. Mas como conciliar a sua natureza ondulatria com a constituio do tomo? Acaso ondas podem girar em torno de um ncleo?

    Contato com os discos voadores 18

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    R Se as ondas no podem, muito menos as partculas2. As leis da fsica so imutveis. Temos em termodinmica a primeira lei, chamada equivalente mecnico do calor3. Para que um corpo execute um trabalho necessrio uma quantidade de energia equivalente. Esgotada essa, cessa o movimento mecnico.

    Por muita energia que tivesse um eltron, ela seria limitada. Assim sendo, girando em torno de um ncleo, essa energia deixaria de existir em pouco tempo. Entretanto, tal no se d, pois o movimento ou a permanncia do eltron na sua rbita desafia o tempo e a termodinmica.

    Vamos mais alm: se o eltron fosse partcula, a sua alta velocidade f-lo-ia escapar pela tangente do tomo, devido fora centrfuga.

    Devemos considerar, tambm, que um corpo, por mais energia que contenha intrinsecamente, no entra em movimento se uma fora exterior no o forar a isto. Carregue uma esfera com uma grande quantidade de energia, e nem por isso ela se mover. Entretanto, aplique-se-lhe uma fora de uma grama, e ela ter um impulso correspondente.

    De nada valeria toda a energia intrnseca do eltron, se ele fosse partcula, se no houvesse uma fora exterior para emprestar a acelerao sua massa.

    Tendo o carter de onda4, porm, o eltron perpetua a sua vibrao dentro de um campo, sem perder o seu comprimento de onda caracterstico. Estas tm a propriedade de se transportarem ou de permanecerem estacionrias no campo. Portanto, o eltron existe no tomo como onda estacionria5.

    J, Heisemberg sentiu certas dificuldades para compreender o movimento eletrnico do tomo. Via ele que o minsculo eltron parecia ter o dom da ubiquidade, estando no mesmo instante em todos os pontos de uma rbita. No podendo precisar o ponto do espao em que se encontrava esse elemento num determinado tempo, por estar em todos, criou o princpio da incerteza6.

    2 Diz o sbio Antnio J. B. De Miranda, na sua obra intitulada Teoria Fotnica, que se o eltron fosse um corpsculo homogneo, sua velocidade seria, em torno do ncleo, de 268 vezes a velocidade da luz, dado pela cincia como impossvel. E se considerssemos o eltron um corpsculo cilndrico, ainda assim teramos uma velocidade de 100 vezes a da luz. (Teoria Fotnica, pg. 208). pg. 15 diz ainda o sbio: O problema das dimenses dos quanta tem afligido os fsicos, porque: quanto s transversais, a produo de franjas de interferncia por meio de fendas paralelas leva concluso de que a largura de um quantum dever ser de 6 metros; quanto s longitudinais, a produo de interferncia com diferenas de marcha que vo at dois milhes de comprimento de onda parece mostrar que o comprimento de um quantum da ordem de um metro.

    3 O equivalente mecnico do calor o nmero de quilogrmetros necessrios para produzir uma coloria. Assim, uma caloria (C) a energia obtida da queda de um corpo que pesasse 1 kg e casse de uma altura de 427 metros.

    4 Bombardeando-se chapas fotogrficas com eltrons em paralelo, produzem estas configuraes difrativas, constitudas de anis concntricos, o que demonstra ter a natureza de onda.

    5 Se o eltron uma onda originada do espao, ruiria todo o moderno conceito da cincia. Desaparecendo o contedo da teoria de Planck, que afirma ser o eltron um partcula que progride em saltos qunticos, ruiria, tambm, o nosso conceito sobre a luz e toda a mecnica relativista.

    6 O princpio da incerteza, de Heisemberg, derruiu o princpio do determinismo na cincia. Isso demonstrou que a natureza, quando agia em fatores isolados, atuava de modo completamente arbitrrio, parecendo desconhecer ou fazer caso omisso da preciso matemtica. Depois Dirac demonstrou que o universo, como um conjunto de fenmenos mensurveis sempre de forma definida e constante, era uma questo de probabilidade. Baseando-se em fenmenos arbitrrios o universo produzia uma constante. Isso foi a morte, tambm, das leis de causa e efeito, porque no se podia conceber efeitos sempre idnticos em causas diferentes.Se os fenmenos primrios raciocinaram os fsicos so arbitrrios, no menos arbitrria deve ser a fora que os provoca. Quem os provoca deve ter, em toda a extenso propositadamente, a preciso que exige a cincia, no obstante demonstrar essa preciso exigida quando, usando fenmenos primrios, produz aqueles secundrios que compem o universo visvel. Em suma, pareceu aos fsicos que por trs da fenomenologia fsica havia uma inteligncia com propsitos bem definidos, que embora usando caminhos diferentes de cada vez, chegava infalivelmente aos mesmos resultados. Assim, atingimos um ponto que podemos afirmar que a causa principal dos fenmenos uma inteligncia, e que aqueles fenmenos que julgvamos ser a causa no passam, ainda, de efeitos, ou seja, acidentes relativos a uma substncia, que no seu conjunto produzem o universo visvel.

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    Assim, as chamadas rbita K-L-M7, no so mais que ondas eletrnicas estacionrias num campo, com comprimento de onda e frequncia diferentes entre si. Sabe-se que ondas de vrios comprimentos no se interferem, como o caso do rdio, embora ocupando um mesmo espao. Nessa particularidade do eltron existe um campo fabuloso, a espera de ser explorado em benefcio do homem em quase todos ramos do saber. Sendo o eltron uma onda de comprimento varivel, podemos dar-lhe caractersticas em nmero quase ilimitado. Por exemplo: ligue sua televiso e provoque a interferncia de ondas curtas do rdio, que ver as imagens se transformando em negativo. Faa-o em ondas bem curtas, e obter fenmenos ainda mais interessantes. Ora, se o feixe de eltrons que d imagem televiso passvel de ser deformado e sofrer completa inverso de caractersticas, fazendo o branco ficar preto e o preto ficar branco, notrio que uma partcula jamais podia sofrer tal efeito8. Deixe-se de conceber o carter de onda, e no teremos nem mesmo explicao para a coeso molecular.

    P H um precedente, porm, voc diz que um corpo ou uma partcula no pode fazer indefinidamente um movimento no espao porque perde a energia. Diz, outrossim, que todo corpo carece de uma fora que d a acelerao. Afirmando a fsica Newtoniana que todos os corpos podem ser considerados como um ponto no espao e considerando, ento, que a terra uma simples partcula, temos dois movimentos que negam a sua teoria. O primeiro a rotao terrestre e o segundo a revoluo que o nosso planeta faz no espao.

    R Absolutamente! O caso da terra diferente e bem simples. A analogia que os fsicos quiseram ver entre os movimentos dos astros e planetas com o movimento interatmico no existe. No tomo temos ondas estacionrias em estado vibratrio permanente; a terra um corpo impulsionado por uma fora constante. Ainda que ela no tivesse energia intrnseca, movimentar-se-ia no espao. O que se passa com ela o mesmo que se d com o radimetro. Nesse aparelho, as ps sofrem uma diferena de potencial. Enquanto as faces pretas absorvem a luz solar, entram em rotao em torno do seu eixo. A intensidade do movimento depende da intensidade da luz solar que as faces negras conseguem reter. (Vide figura n 1).

    A Terra, tambm, tendo uma face iluminada e a outra no escuro, presa de uma diferena de potencial, diramos melhor um binrio, e roda em torno do seu eixo.

    Observe que no radimetro mister fazer-se baixa presso no seu interior, caso contrrio no giram as ps. Tambm a Terra tem nas altas camadas a baixa presso necessria, que vai at ao vcuo.

    Foi bom voc referir-se rotao terrestre, porque depois, quando nos reportarmos translao, esse conhecimento nos ser de extrema valia.

    Continuando, porm, a explicao de como se d a rotao, posso afirmar-lhe que esse fenmeno ser um dos tropeos com que vocs defrontaro quando fizerem viagens interplanetrias, se, na marcha que vo as coisas no mundo, vocs chegarem at l. Todavia, ser de bem simples soluo. Se qualquer corpo se elevar at uma certa altura da Terra, de maneira que diminua a presso atmosfrica, entra imediatamente em rotao9. o fato de ter um lado recebendo mais luz e calor. O remdio equilibrar a diferena, dando luz e calor parte mais fria. Por a voc

    7 rbitas K-L-M so aquelas onde se acredita girarem os eltrons em torno do ncleo.8 Realmente, o retorno das ondas curtas de rdio sobre a televiso resulta diversos efeitos. Dentre vrios, podemos

    destacar: transformao de positivo em negativo; sobreposio de imagens estranhas; efeito multicolorido, em forma de faixas, que sujeito a um oscilador pode registrar traos e pontos; interferncias estranhas e captao de estaes distantes, de linguagem muitas vezes intraduzvel. Aparecimento de imagens humanas desconhecidas. Esses fenmenos, porm, s so conhecidos com o retorno das ondas muito curtas e em aparelhos de televiso cujo circuito seja de natureza antimagntica.

    9 Os aviadores que se atiram de paraquedas das grandes altitudes entram em violenta rotao, e s dominam este movimento quando atingem as camadas de maior presso da atmosfera.

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    pode ver que os fenmenos da natureza so simples, tudo se resumindo em leis muito compreensveis, carecendo, apenas, de senso de anlise e observao. o que estamos procurando demonstrar na questo do eltron.

    O pequeno aparelho acima d uma ideia do movimento da Terra. Tendo um lado das palhetas pintado de preto, enquanto o outro lado branco, o radimetro absorve a energia solar pelo lado preto e resulta uma diferena de potencial, fazendo que as palhetas entrem em rotao.

    Satisfeito esse ponto, deixemos para mais tarde a explicao da revoluo terrestre em torno do sol, para no perturbarmos a sequncia do raciocnio, e analisemos como as coisas so criadas no universo a partir do nada.

    Falamos que Deus, sendo uma reta isotrpica, um sistema de eixos donde partem linhas em nmero infinito em todas as direes. Estando o centro desse eixo em toda a parte, podemos considerar que o universo inteiro seja o centro e que as linhas de fora, no se podendo propagar fora de Deus, ou seja, se deslocar do centro, faz Dele uma figura imanente. Logo, se as linhas no vo para o exterior, s podem se propagar para o interior. Mas, no existindo interior ou exterior, sendo o universo inteiro um centro de linhas de fora, todas as linhas consequentes do isotropismo de Deus estariam vibrando sobre um ponto. Chamemos, pois, ao universo um ponto vibrante infinito10. Ora, a sobreposio de linhas de fora sobre um ponto uma deformao.

    Se o universo est assim bem definido, Deus uma carga vibrante sobre um ponto infinito, deformando eternamente o espao, atuando sobre o nada, criando automaticamente a energia e, por conseguinte, a matria. No existindo Deus, e nada existiria.

    Eu podia continuar nessa demonstrao at um alto grau, mas quem no est habituado pode sofrer a vertigem das alturas. Fiquemos aqui, por enquanto.

    10 A cincia conseguiu um grande avano quando Newton considerou todas as massas como pontos apenas. Assim, todos os pontos M' de uma massa foram considerados um nico ponto. Se equacionarmos os universos como pontos, em vez de massas espalhadas, talvez consigamos melhores resultados.

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    Ilustrao 1: Radimetro

  • DEUS, MATRIA E ENERGIA

    Dessa criao contnua da energia no universo resultaria uma presso interna nas nebulosas, que so observadas no fenmeno chamado fuga das nebulosas11. Sofrendo uma presso interna, elas se afastam.

    Voc me poderia objetar que essa presso tambm existe na direo de fuga e que, assim, uma presso interna e outra externa daria a elas uma estabilidade e no se afastariam, provocando o esmagamento da massa. Mas a isso eu responderia que a energia criada fora de um sistema galtico tende a se introduzir no sistema, condensando-se em forma material. Assim, temos uma presso interna e descompresso externa.

    Tambm h a fuga, que impede o esmagamento por trs razes:1. Com a fuga propriamente dita desaparece a presso interior;2. medida que fogem as nebulosas, o espao que se havia transformado em matria procura

    retornar sua antiga posio de espao primitivo, numa lei de rotao das massas num campo magntico, restituindo a energia de condensao em matria agora em forma de luz, cujo comprimento de onda vai caindo at sofrer o efeito da entropia. o fenmeno do sol. As suas descargas no espao, omitindo-se as reaes que provocam em cada planeta, so uma espcie de retorno da matria ao estado de espao primitivo.

    3. A luz repele os campos magnticos. A luz solar, consequente da multido de sis das vrias galxias, provocam uma grande fora repulsiva em toda a matria das nebulosas, e sob essa fora repulsiva elas se afastam umas das outras. Quanto a essa fora de repulso, falaremos depois.Havendo Deus fornecido a fora de deformao do espao, o sol lhe faz a restituio em

    sentido contrrio. Tudo sai de Deus e para Ele tudo retorna.Eis a explicado porque no existe matria ou energia, mas sim, espao deformado chamado

    matria, sendo o que vocs chamam de energia apenas um fenmeno de transio entre os espaos primitivo e deformado.

    P Garanto-lhe, amigo, que no tenho elementos para refutar a sua teoria, mas gostei imensamente da sua explanao. Entretanto, Deus esprito. Se Ele pode criar a matria, dar-lhe-ia que todos os espritos podem deformar o espao e criar tambm?

    R Todos, no. S o Criador, cuja natureza diferente. Os espritos so criados, Deus o incriado. Ns somos espritos, mas no da natureza de Deus. O Pai o gerador de energia e os espritos, uma simples forma de energia, embora diferente daquela que se constitui em matria. Um esprito pode criar at certo grau, como ns mesmos podemos deformar espaos, criar e destruir. Mas nossas criaes so limitadas. Por exemplo, nenhum esprito pode criar outro esprito. -lhe impossvel. Para Deus o impossvel no existe. No s Ele gera a matria, a energia e o esprito, como fez, tambm, outros que tem a mesma natureza que a Dele. So seus filhos, rendem-lhe

    11 Fuga das nebulosas um fenmeno observado em que elas parecem fugir umas das outras, distanciando-se de um centro hipottico. Vrias hipteses foram formuladas. Uma interessante aquela que sugere ser essa fuga um movimento peridico, retornando as nebulosas, depois, ao ponto de partida. Seria um movimento de sstole e distole do universo. A mais aceita, porm, foi a do padre Lemaitre, que supos ter sido o universo, h bilhes de anos, um imenso tomo radiativo, que num momento, sofreu uma completa desintegrao, sendo as nebulosas simples fragmentos desse tomo primitivo. A sua teoria, porm, traz em seu bojo srias dificuldades, uma vez que, se fssemos originrios de um s tomo, todos os corpos da natureza deviam ter a mesma idade. Entretanto, sabe-se que as coisas no passam assim. Os corpos celestes revelam idades diferentes.Outrossim, no pode haver desintegrao se agentes exteriores no perturbarem o movimento interno. Neste caso, se haviam esses agentes, o tomo radiativo j no seria o nico e o universo no teria comeado desse modo. estranho que logo um padre seja capaz de imaginar um sistema absolutamente diferente daquele revelado pela Igreja, originado por um acidente natural e parecendo desconhecer a inteligncia atuante de um poder mais alto que dirige tudo.Todavia, a fuga das nebulosas parece manter uma acelerao provocada por uma presso interna do universo.

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  • DEUS, MATRIA E ENERGIA

    homenagens; porm, so de natureza idntica, constituindo-se em fontes de fora deformadora e de vida. Ns no temos a vida em ns mesmos, e se nos desligarmos de Deus, morreremos espiritualmente. Mas esses outros idnticos ao Pai formam com Ele um elemento uno, eternos em si.

    P Voc me disse que iria falar do movimento de translao da Terra no espao. Gostaria de ouvi-lo.

    R A translao , em parte, consequncia da rotao. Observe, porm, que eu digo em parte porque, para explic-la, temos que considerar mais alguma coisa sobre o sol.

    Para a cincia terrestre, o sol o centro do sistema planetrio o que no verdade. A Via Lctea um imenso campo magntico. Porm, dentro de um campo, h outros secundrios. Por exemplo, a Terra um campo magntico, dentro de um campo do nosso sistema, e este, dentro da Via Lctea. Na Terra, tambm, h os secundrios, com os seus polos, mas que infelizmente ainda no foram descobertos pelos terrenos12.

    O nosso campo magntico, dentro do qual se movem o Sol e os planetas, j foi matematicamente demonstrado por Herschel e Newton, quando acharam o ponto de equilbrio do sistema distando do sol trs vezes o seu dimetro, devido relao de 1/700 das massas dos planetas em relao ao Sol. Este faz um movimento de translao em torno desse ponto13.

    Convm seja frisado que falso dizer-se que a matria atrai a matria na razo direta das massas e no inverso do quadrado das distncias. A matria, havendo sofrido a interao atmica, torna-se neutra perante a outra matria distante. Entretanto, os campos magnticos se atraem ou se repelem, e mesmo a matria pode ser atrada por um campo.

    A Terra sofre uma atrao para esse ponto magntico do nosso sistema, ao qual posso denominar ponto zero. Ao mesmo tempo que esse ponto a atrai, ela sofre a repulso da luz solar, equilibrando-se na sua rbita entre duas aes (atrao e repulso)14.

    P Repelida pela luz solar?R Sim, repelida. A mesma repulso que sofrem as nebulosas, fazendo-as fugirem, sofre a

    Terra e os demais planetas. J no foi medido o peso da luz?O que isso seno uma presso que ela exerce constantemente sobre a matria? Se o sol

    atrasse, a sua luz no teria peso, mas sim, um efeito contrrio15.Eu lhe disse que a luz o retorno do espao deformado em espao primitivo. O encontro de

    duas expresses espaciais causa uma presso bastante sensvel. (Vide figura 2).Ora, um corpo no espao s pode ter um estado de equilbrio se duas foras contrrias

    concorrerem para a sua sustentao. Se houvesse apenas a fora de atrao, sem outra de repulso, o planeta viria de encontro ao ponto de atrao16.

    J ficou demonstrado, tambm, que se a repulso fosse provocada pela fora centrfuga, o

    12 Muitos cientistas j suspeitam que pode haver outros centros magnticos na Terra, independentes dos polos conhecidos. Principalmente os holandeses se dedicam muito essa pesquisa.

    13 Para a cincia, esse ponto onde se encontra o equilbrio das massas, devido translao dos planetas. Parece que o sol revoluta em torno desse ponto. Dado forma da rbita terrestre, se o sol fizesse uma revoluo em torno desse ponto, o seu movimento devia ser, tambm, em 365 dias, igual, pois, Terra.

    14 Newton demonstrou que, se a Terra fosse apenas atrada, o seu movimento de revoluo resultaria numa espiral e acabaria por se chocar com o sol. Todavia, difcil calcular a ao dessas foras por no haver, at o presente, soluo matemtica satisfatria para o problema dos trs corpos.

    15 O peso da luz corresponde a 0,000.000.000.04 da presso atmosfrica sobre uma milha quadrada. Se a teoria do comandante do disco certa, essa presso da luz nas altas camadas seria maior, devido ao cansao da luz. J em 1.873 Maxwell demonstrou que a radiao exerce uma presso. Lebedew e Nichols acharam a mesma coisa.

    16 ponto pacfico em matemtica que s h equilbrio de um corpo no espao quando sobre ele atuam duas foras contrrias, cuja resultante seja igual a zero.

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  • DEUS, MATRIA E ENERGIA

    planeta descreveria um movimento espiralide at se chocar com a origem da atrao. Veja que a prpria matemtica terrestre que afirma isso. Todavia, se no existisse a fora repulsiva do Sol, nem mesmo haveria movimento circular. No haveria rotao nem translao. Um corpo puxado numa s direo no descreve movimento em sentido diferente. Como podia a Terra fazer uma revoluo contrariando o sentido da fora gravitacional? Acaso um empuxo num sentido pode resultar outro num ngulo de 90 graus?

    Para compreendermos o fenmeno de revoluo, temos que considerar como o verdadeiro dimetro do planeta, no o que dado pela sua massa slida, mas sim, pela soma das partes slida e gasosa.

    Enquanto a Terra atrada para o centro magntico do sistema, sofre a repulso da luz. Esta, segundo o comandante do disco voador, repele o campo magntico terrestre, da mesma forma que o raio de luz de uma estrela repelido e sofre desvio ao aproximar-se do centro magntico do sistema.

    A translao terrestre o resultado da velocidade de rotao e da camada etrea, que lhe d um plano de sustentao ou de rolamento sob a ao das duas foras concorrentes.

    A razo de sua rbita no ser excntrica deve-se ao fato de que o sol gira em torno do centro no mesmo tempo em que a Terra faz a sua revoluo no espao.

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    Ilustrao 2: Foras de sustentao da terra no espao

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    Os planetas que, segundo essas afirmaes, passarem pela oposio ou conjuno com o sol e o centro, sofrero uma perturbao da rbita com os consequentes atraso ou adianto dos movimentos de rotao e revoluo.

    O maior desvio da luz nas proximidades do polo, produziria a queda de temperatura, enquanto que, no equador, dando-se uma forte compresso, obter-se-ia mais calor.

    A elipse descrita pelos planetas seria ainda consequncia da ao entre as duas foras. Se o centro se acha entre o planeta e o sol, a atrao se torna mais poderosa, e o planeta se aproxima; se o sol, porm, que se encontra entre o planeta e o centro, a repulso influi mais e o planeta se afasta, perturbando a sua rota. Variando a posio do sol com relao ao centro zero, o aflio ou perilio do planeta nunca pode ocorrer na mesma posio anterior.

    Exemplifiquemos: o seu planeta desenvolve uma velocidade de rotao de 1.660 km/h e de 106.000 km/h a de revoluo (translao). Isto quer dizer que o raio da massa gasosa de 407.200 quilmetros, ou seja, o ter terrestre se eleva a uma altura de 400.822 quilmetros, segundo se depreende o seguinte:

    RMG=Raio terrestreVelocidade de translao

    Velocidade de rotao do globo=6.378106.000

    1.660=407.200 km

    Descontando-se o raio terrestre, que igual a 6.378 km, temos 400.822 km, que onde atinge a camada etrea.

    A lua se encontra, pois, situada na zona perifrica da camada de ter, onde se passam os vrios fenmenos que lhe so pertinentes.

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    Ilustrao 3: Espessuras do globo terrestre e da camada etrea

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    O ponto de apoio que o ter oferece Terra constitui o plano sobre o vrtice de duas foras concorrentes.

    Temos, ento, que o dimetro do planeta, para efeito da revoluo, de 814.400 km. Todo o conjunto se move com velocidade angular, apoiado pelas foras concorrentes, sobre um plano. como uma roda, que girando apoiada sobre o solo, se translada.

    Vimos, ento, que a mesma fora que provoca a rotao opera a translao do corpo no espao. No caso da Terra, a fora de rotao se d na superfcie slida, distando do eixo 6.378 km, mas o efeito de translao se passa a 407.200 km do eixo, onde a superfcie do ter desenvolve uma velocidade de 106.000 km/h.

    Isto explicado, podemos saber porque um planeta de grande volume se situa num ponto distante do Sol. Considerando-se a distncia em que se encontra e o seu volume, descobrimos qual a sua verdadeira densidade, uma vez que esta nos fornece o poder magntico dos polos. Por isso, o planeta Jpiter de baixa densidade, pois, tendo grande dimetro, repelido mais e atrado menos17. Se fosse verdadeira a assertiva de que a matria atrai matria na razo direta das massas, Jpiter, tendo um volume 1.300 vezes maior que a Terra e 331 vezes mais massa, deveria estar bem mais prximo do Sol do que este planeta.

    Uma vez considerada a rotao e a translao do corpo, sabe-se a massa gasosa que circunda o planeta, que geralmente no pode ser observada pelos telescpios.

    Com este sistema vocs passam a ter a razo porque os corpos descrevem elipses no espao. o problema dos trs corpos, que a matemtica terrestre ainda no encontrou a frmula para equacionar, na qual intervm 18 incgnitas. Se para demonstrar o problema de 3 corpos ainda no foi encontrada uma soluo, imagine uma equao de todo o sistema com 8, 9, 10 corpos, e o nmero de incgnitas que disso advm. Entretanto, h soluo, e a demonstrao fcil.

    Esse problema se complica quando consideramos a quantidade de luz prpria que contm cada planeta.

    P Luz prpria? Ento os planetas tem luz?R Todo corpo em rotao, cercado por atmosfera, tem uma quantidade de luz prpria. A

    Terra tem o que os fsicos chamam aurora permanente. luz esverdeada, encontrada nas altas camadas, invisvel a olho nu. ela o resultado do curto ocasionado pelas descargas dos polos na alta atmosfera, onde se acham o hidrognio, o sdio e o oxignio18. A intensidade dessa luz depende da anlise atmosfrica e da velocidade de rotao de cada