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Contaminao por agrotxicos carbamatos e organofosforados em gua para consumo humano de Dourados, MS, 2008 a 2009

por

Tatiane Nantes de Almeida

Dissertao apresentada com vistas obteno do ttulo de Mestre Modalidade Profissional em Sade Pblica.

Orientadora: Prof. Dr. Paula de Novaes Sarcinelli

Campo Grande, 22 de outubro de 2010.

Esta dissertao, intitulada

Contaminao por agrotxicos carbamatos e organofosforados em gua para consumo humano de Dourados, MS, 2008 a 2009

apresentada por

Tatiane Nantes de Almeida

foi avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros:

Prof. Dr. Matildes Blanco Prof. Dr. Sergio Rabello Alves Prof. Dr. Paula de Novaes Sarcinelli Orientadora

Dissertao defendida e aprovada em 22 de outubro de 2010.

2

AUTORIZAOAutorizo, exclusivamente para fins acadmicos e cientficos, a reproduo total ou parcial desta dissertao, por processos fotocopiadores.

Campo Grande, 22 de outubro de 2010.

________________________________ Tatiane Nantes de Almeida

CG/Fa Servio de Gesto Acadmica - Rua Leopoldo Bulhes, 1.480, Trreo Manguinhos-RJ 21041-210 Tel.: (0-XX-21) 2598-2969 ou 08000-230085 E-mail: [email protected] Homepage: http://www.ensp.fiocruz.br

3

Catalogao na fonte Instituto de Comunicao e Informao Cientfica e Tecnolgica Biblioteca de Sade Pblica

A447

Almeida, Tatiane Nantes de Contaminao por agrotxicos carbamatos e organofosforados em gua para consumo humano de Dourados, MS, 2008 a 2009 / Tatiane Nantes de. Campo Grande: s.n., 2010. 111 f.; tab., graf. Orientador: Sarcinelli, Paula de Novaes Dissertao (mestrado) Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca, Campo Grande, 2010. 1. gua / anlise. 2. Poluentes Qumicos da gua / toxicidade. 3. Compostos Organofosforados / toxicidade. 4. Carbamatos / toxicidade. 5. Poluio da gua / anlise. 6. Brasil. I. Ttulo. CDD - 22.ed. 628.16

4

AGRADECIMENTOSAo Soberano Arquiteto do Universo, Deus, presente em nossas vidas com Seu amor incondicional. Aos amigos, Dayse, Gabriel e Snia que dividiram os momentos de alegria e de dificuldades, compreendendo minha ausncia. Aos companheiros Antnio Marcos, Fabola e Sandra, que colaboraram na execuo das anlises laboratoriais. E tambm ao Sr. Valdir Souza, Cssia Cilene e Matildes membros do projeto de pesquisa. Ao Sr. Valdir Sader Gasparotto da VISA de Dourados-MS, pela disposio e ateno dispensada durante a coleta de dados locais. Dra. Suely Aparecida Correa Antonialli pelo apoio ao desenvolvimento das atividades pertinentes a esse Mestrado Profissional. Fundect/Decit/Ministrio da Sade, que viabilizaram a implantao da tcnica no Lacen-MS. Ao querido esposo Fernando Csar, pela compreenso de horas de estudo, que me furtava o tempo a me refugiar, s, em um cantinho de nossa casa. Minha adorada amiga, mezinha querida, Juraci, exemplo de coragem e determinao, apoio constante. vovozinha do corao, Diva, que tem me acompanhado desde a infncia. querida orientadora, Dra. Paula, pela pacincia e dedicao. Aos demais amigos que no anonimato torceram para que eu chegasse reta final, que na verdade s o comeo.

5

Viver acalentar sonhos e esperanas, fazendo da f a nossa inspirao maior. buscar nas pequenas coisas, um grande motivo para ser feliz! (Mrio Quintana)

6

RESUMO

A gua para consumo humano deve atender a padres de potabilidade e no oferecer riscos sade, de acordo com a legislao brasileira vigente. Inserido no padro de potabilidade para substncias qumicas que representam risco sade esto os agrotxicos e seus valores mximos permitidos. Com objetivo de avaliar o nvel de contaminao por agrotxicos carbamatos e organofosforados, em guas para consumo humano distribudas por SAA ou por SA do municpio de Dourados, um dos municpios de maior rea colhida do Estado de Mato Grosso do Sul (MS,) o Laboratrio de Toxicologia do Laboratrio Central de Sade Pblica (LacenMS) analisou 487 amostras de gua coletadas pela Vigilncia Sanitria Municipal de Dourados-MS. Utilizou-se a metodologia de extrao com diclorometano e dosagem enzimtica por mtodo colorimtrico. Os resultados encontrados apresentaram contaminaes (acima de 20% de inibio da AchE) em 2,9% das amostras distribudas por SAA e em 1,2% das amostras de SA. Estes percentuais alcanaram 29,8% e 43,6%, respectivamente, quando considerado o limite de quantificao do mtodo de 2,5 g.L-1 (5% de inibio). entre Verificou-se percentual de correlao inibio e positiva ndice estatisticamente significativa

pluviomtrico 48h antes da coleta das amostras. Recomenda-se o monitoramento contnuo da qualidade da gua consumida pela populao local, a fim de fortalecer as aes de Vigilncia Sanitria, e garantir o consumo de gua que no oferea risco sade da populao, corroborando com as aes de Sade Pblica.

Palavras-chave: gua para consumo humano, contaminao, agrotxicos, municpio de Dourados.

7

ABSTRACT

The drinking water must meet standards for drinking water and no health risks, according to Brazilian legislation. Inserted into drinkable water for chemicals that pose a health risk are the pesticides and their maximum allowed. In order to evaluate the level of contamination by pesticides carbamates and organophosphates in the drinking water distributed by SAA or SA of Dourados, one of the largest cities of the harvested area of Mato Grosso do Sul (MS) Laboratory Central Toxicology Laboratory of Public Health (Lacen-MS) analyzed 487 water samples collected by the Municipal Sanitary Dourados-MS. We used the method of extraction with dichloromethane and enzyme dosage by colorimetric method. The results showed contamination (above 20% inhibition of AChE) in 2.9% of samples distributed by SAA and by 1.2% of samples from SA. These percentages stood at 29.8% and 43.6% respectively, when considering the limit of quantification of 2.5 g.L-1 (5% inhibition). There was a statistically significant positive correlation between inhibition percentage and rainfall 48 hours before collection of samples. We recommend continuous monitoring of the quality of water consumed by the local population in order to strengthen the actions of Health Surveillance, and ensure that water consumption does not offer health risk to the population, agreeing with the actions of Public Health.

Keywords: Water for human consumption, pollution, pesticides, Dourados.

8

LISTA DE FIGURASFIGURA 1 FIGURA 2 FIGURA 3 Termos utilizados na denominao de agrotxicos.................. 22 Tratamento de gua para consumo humano em uma ETA...... 48 Percentual de amostras de gua analisadas, segundo modalidade de abastecimento, Dourados 2008, 2009 (n=487)...................................................................................... FIGURA 4 Percentual de amostras de gua de SA, segundo dosagem enzimtica por mtodo colorimtrico, Dourados 2008, 2009 (n=172)...................................................................................... FIGURA 5 Culturas de milho e cana-de-acar, prxima ao ponto de contaminao na zona rural, Dourados MS........................... 62 FIGURA 6 Preparo do solo para plantio de banana, prximo ao ponto de contaminao na zona rural, Dourados MS........................... 62 FIGURA 7 Cultura de milho, prxima ao ponto de contaminao na zona rural, Dourados MS................................................................ 63 FIGURA 8 Lago prximo ao ponto de contaminao em um clube recreativo localizado na rea urbana, Dourados MS............. 64 FIGURA 9 Percentual de amostras de gua de SAA, segundo dosagem enzimtica por mtodo colorimtrico, Dourados 2008, 2009 (n=315)...................................................................................... FIGURA 10 FIGURA 11 65 61 60

Horta localizada na rea urbana, Dourados MS.................... 67 Irrigao de horta localizada prxima rea urbana, Dourados MS......................................................................... 67

9

FIGURA 12 FIGURA 13

Horta localizada prxima rea urbana, Dourados MS........ Aviao Agrcola na zona rural, prximo ETA, Dourados

68

MS............................................................................................. 68 FIGURA 14 Avio Agrcola da empresa de Aviao (Fig.13), Dourados MS............................................................................................. 69 FIGURA15 Percentual de inibio da AchE em amostras de gua de SA, utilizando 20% de inibio como referncia, Dourados 2008, 2009 (n= 172).................................................................. FIGURA 16 Percentual de inibio da AchE em amostras de gua de SAA, utilizando 20% de inibio como referncia, Dourados 2008, 2009 (n=315)................................................................... FIGURA 17 Percentual de inibio da AchE em amostras de gua de SA, utilizando 10% de inibio como referncia Dourados 2008, 2009 (n=170)............................................................................. FIGURA 18 Percentual de inibio da AchE em amostras de gua de SAA, utilizando 10% de inibio como referncia, Dourados 2008, 2009 (n=306)................................................................... FIGURA 19 Mdia mensal dos percentuais de inibio da AchE, dos valores do pH, das temperaturas e ndices pluviomtricos dos dias das coletas das amostras de gua, Dourados 2008, 2009.......................................................................................... FIGURA 20 Mdia mensal dos percentuais de inibio da AchE, dos valores do pH, das temperaturas e ndices pluviomtricos 48h antes das coletas das amostras de gua, Dourados 2008, 2009................................................................................ 79 79 75 74 71 70

10

FIGURA 21 FIGURA 22

Mapa da cidade de Dourados MS......................................... Pontos de coleta e contaminao na rea urbana do municpio de Dourados.............................................................

82

83

FIGURA 23

Pontos de coleta e contaminao na rea urbana do municpio de Dourados MS ................................................... 84

FIGURA 24

Pontos de coleta e contaminao na rea urbana do municpio de Dourados MS.................................................... 85

FIGURA 25 FIGURA 26

Mapa do municpio de Dourados MS .................................... 86 Pontos de coleta e contaminao na zona rural do municpio de Dourados MS.................................................................... 87

11

LISTA DE QUADROSQUADRO 1 Ativao metablica dos organofosforados Dimetoato e Paration etlico nas suas formas oxon...................................... QUADRO 2 QUADRO 3 Hidroxilao no anel aromtico do Carbaril.............................. Calendrio de plantio das culturas de soja e milho na regio Centro-Sul, 2008 2009........................................................... 44 34 36

12

LISTA DE TABELASTABELA 1 TABELA 2 TABELA 3 TABELA 4 TABELA 5 Classificao dos agrotxicos quanto ao PPA......................... Antigo regime de classificao da OMS................................... Classificao adotada pelo GHS.............................................. Classificao atual adotada pela OMS..................................... Classificao quanto ao, grupo qumico e efeitos relevantes aps exposio aos principais agrotxicos 32 disponveis................................................................................ TABELA 6 Gravidade de intoxicaes segundo agudas de por inibidores (1994) da e 37 25 29 30 31

colinesterase

Escala

Goldfran

Eillenhorn (1997)....................................................................... TABELA 7 Estimativa da comercializao de agrotxicos no Brasil, 2007 2008....................................................................................... TABELA 8 Substncias dos grupos carbamatos e organofosforados cadastrados na Iagro/MS, utilizadas como inseticidas............. TABELA 9 TABELA 10 Produtos de maior rea colhida, Brasil, 2007, 2008 e 2009..... Produtos de maior rea colhida, Mato Grosso do Sul, 2007 2008.......................................................................................... TABELA 11 Produtos de maior rea colhida, Dourados-MS, 2007 2008.......................................................................................... TABELA 12 TABELA 13 Agrotxicos frente a tratamentos da gua................................ Regies de coletas segundo modalidades de abastecimento, Dourados-MS, 2008 2009......................................................

39

40 42

43

43 49

81

13

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLASAchE ANVISA CESTEH DECIT FIA FIOCRUZ FUNDECT GBQ GHS LACEN LD LQ MS OMS PPA RJ AS SAA SES Enzima Acetilcolinesterase Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria Centro de Estudos da Sade do Trabalhador e Ecologia Humana Departamento de Cincia e Tecnologia Ficha de Identificao da Amostra Fundao Osvaldo Cruz Fundao de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Cincia e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul. Gerncia de Bromatologia e Qumica Globally Harmonized System Laboratrio Central de Sade Pblica Limite de Deteco Limite de Quantificao Mato Grosso do Sul Organizao Mundial de Sade Potencial de Periculosidade Ambiental Rio de Janeiro Soluo Alternativa Sistema de Abastecimento de gua Secretaria Estadual de Sade

UNCETDG United Nations Committee of Experts on the Transport of Dangerous Goods VISA Vigilncia Sanitria

14

LISTA DE SMBOLOS% nm g L porcentagem nanmetro micrograma litro

15

SUMRIO1. INTRODUO ............................................................................................... 2. REVISO DA LITERATURA.......................................................................... 2.1 Agrotxicos................................................................................................. 2.1.1 Classificao quanto ao Potencial de Periculosidade Ambiental (PPA).... 2.1.2 Classificao toxicolgica......................................................................... 2.1.3 Classificao quanto a ao e grupo qumico........................................... 2.2 Organofosforados e carbamatos e efeitos sade................................ 2.3 Mercado agrcola no Brasil e no mundo.................................................. 2.4 Agrotxicos, comrcio e devoluo de embalagens vazias.................. 2.5 gua de consumo humano: legislao, tratamento e vigilncia........... 2.6 Monitoramento de agrotxicos inibidores da AchE em gua................ 3 OBJETIVOS.................................................................................................... 3.1 Geral............................................................................................................. 3.2 Especfico.................................................................................................... 4 MATERIAL E MTODO.................................................................................. 5 RESULTADOS E DISCUSSO..................................................................... 6 CONCLUSO................................................................................................. REFERNCIAS.................................................................................................. APNDICE A FICHA DE IDENTIFICAO DA AMOSTRA (FIA)................. APNDICE B MUNICPIOS COMPONENTES DA BACIA DO RIO DOURADOS-MS E SOLOS CORRESPONDENTES......................................... ANEXO A FOTO DO RIO DOURADOS.......................................................... 109 111 17 21 21 24 25 31 33 39 45 45 52 55 55 55 56 60 88 91 107

16

1 INTRODUO

Os recursos hdricos so indispensveis sobrevivncia, sendo amplamente utilizados na indstria, agricultura, pecuria, no abastecimento da populao, entre outros, sobretudo a gua para consumo humano a qual deve atender a padres de potabilidade. A legislao vigente define a gua potvel como: gua para consumo humano cujos parmetros microbiolgicos, fsicos, qumicos e radioativos atendam ao padro de potabilidade e que no ofeream riscos sade. Essa mesma legislao preconiza valores mximos permitidos para determinadas substncias qumicas, sendo na pesquisa de agrotxicos organofosforados e carbamatos permitido um limite mximo de inibio de 15% ou 20% da enzima acetilcolinesterase proveniente de insetos ou mamferos, respectivamente 1. Agrotxicos pertencentes aos grupos dos carbamatos e organofosforados acetilcolinesterase agem que no tem organismo funo humano de inibindo a a enzima

hidrolisar

acetilcolina

(neurotransmissor responsvel pela transmisso do impulso nervoso), podendo ocasionar distrbios adversos ao organismo humano, incluindo distrbios no sistema nervoso 2,3. A prtica agrcola considerada a atividade de maior influncia no processo de exposio ambiental a agrotxicos, e a

17

utilizao intensiva desses produtos tem implicado em conseqncias diversas sade humana e ao meio ambiente potencial de mobilizao dos agrotxicos4,5

. Devido ao grande compartimentos

nos

ambientais, as atividades agrcolas vm sendo denominadas de fontes de poluio difusa (no pontuais) de guas subterrneas e

superficiais

6,7,8

. Habitantes residentes prximos a reas de cultivo e

moradores urbanos podero estar expostos aos efeitos txicos dos agrotxicos 9 . A contaminao dos mananciais de gua que abastecem as cidades uma das maiores preocupaes, uma vez que os tratamentos realizados na gua no se mostram indicados na remoo de resduos de agrotxicos 10,11. O monitoramento da presena de agrotxicos na gua uma prtica pouco aplicada no Brasil, coexistindo com a deficincia de informaes sobre o uso dessas substncias 12. O Estado de Mato Grosso do Sul (MS) possui municpios de intensa atividade agrcola, dentre eles destaca-se Dourados, que em 2008 foi considerado o segundo municpio de maior rea colhida (8,6% hectares) no Estado 13. Soares e Porto14

por meio de regresso logstica encontraram

fatores de risco da contaminao no solo e na gua por agrotxicos e fertilizantes, como reas de lavoura temporria, poluio no ar por queimadas e proliferao de pragas, em municpios do cerrado brasileiro, rea de expanso da atividade agrcola. Entre eles Dourados um dos

18

principais produtores de gros em MS. A partir desse estudo sugeriram o monitoramento da contaminao, por meio de anlise laboratorial, para minimizar os efeitos negativos provocados pelos agrotxicos no meio ambiente e sade humana. Um estudo de Jnior e Silva 7, utilizando simulador PEARLa para simular a lixiviao de agrotxicos na Bacia do Rio Dourados-MS, avaliou o potencial de contaminao dos recursos hdricos, sendo observada a freqncia do uso dos agrotxicos glifosato (14,8%), 2,4-D (5,6%), fipronil (5,4%), metamidofs (5,2%), imazaquin (3,7%), paration metil (3,6%), trifluralina (3,5%), atrazina (3,2%), cipermetrina (2,8%), clorpirifs (2,6%), monocrotofs (2,4%), thiodicarb (2,4%), carbendazin (2,3%) e paraquat (2,2%). As substncias haloxyfop metil, endosulfan, lufenuron, nicosulfuron, lambda cialotrina, diclosulam, flumetsulam e methomil apresentaram freqncia de uso abaixo de 1%. Culturas de soja e milho apresentaram maiores consumo, 62,7% e 21,9%, respectivamente, sendo Dourados o maior consumidor de agrotxicos, 32,1%, entre os 12 municpios que compem a Bacia. Diante do exposto destaca-se a garantia da qualidade da gua consumida pela populao, questo relevante para a sade pblica, tornando-se necessrio o monitoramento desta para o desenvolvimento de aes de controle e preveno. Este estudo foi desenvolvido a partir de um projeto de pesquisa15

junto Fundect e avaliou a contaminao por

agrotxicos carbamatos e organofosforados atravs da dosagem enzimticaa

composto de vrios modelos matemticos, usado para avaliar o risco de contaminao de recursos hdricos por agrotxicos nos pases membros da Comunidade Europia

19

por mtodo colorimtrico em guas para consumo humano do municpio de Dourados-MS, visando contribuir com a vigilncia da qualidade da gua consumida pela populao local.

20

2 REVISO DA LITERATURA

2.1 Agrotxicos

Aps a Segunda Guerra Mundial, com a exploso demogrfica ocorrendo em todo o mundo, tornou-se necessrio o desenvolvimento de novos produtos para aumentar a proviso de alimentos, promovendo mudanas na agricultura tradicional 16. O padro agrcola estabelecido no perodo ps-guerra possua base assentada nas inovaes tecnolgicas, de investimento em tcnicas de irrigao, cultivares de elevada capacidade de rendimento, intensiva utilizao da mecanizao e insumos industriais como os agrotxicos, no intuito de aumentar a produo agrcoladesses produtos no meio rural brasileiro tem17,18

. Entretanto, a utilizao intensiva

ocasionado diversas conseqncias ao

ambiente e sade humana 4,5. Diversos termos so utilizados para denominar19

essas

substncias, tais como: veneno, remdio, inseticida, produto praguicida, defensivo agrcola20

, pesticida,

. Porm o termo agrotxico, adotado pela

legislao brasileira aps a sano da Lei Federal 7.802, de 11 de julho de 1989 que contempla o maior nmero de caractersticas que descrevem as substncias pertinentes 2,21,22. Algumas terminologias esto sumarizadas na Figura 1, podendo ser observadas conotaes divergentes do seu sentido real.

21

PESTICIDA (Pesticide)

Os agrotxicos recebem essa denominao, na literatura de lngua inglesa, mantida pelo forte lobby da indstria qumica internacional. Refora o carter de ser um produto que mata somente as pestes 2.

PRAGUICIDA (Plaguicida)

Recebem, os agrotxicos essa terminologia, na literatura de lngua espanhola, sendo clara a associao com o termo pesticida 2.

VENENO

Deriva da experincia do trabalhador rural ao considerar os efeitos nocivos dos agrotxicos 2,23.

REMDIO

Denominao originada na implantao dos agrotxicos no Brasil (dcada de 60), utilizada por vendedores e tcnicos de indstrias 2.

DEFENSIVO AGRCOLA

Denominao utilizada no Brasil, at a Constituio Federal de 1988 (publicada em 1989). Essa terminologia transmitia uma idia equivocada de vulnerabilidade das plantas indefesas em relao s pragas e doenas, exclua os agentes utilizados nas campanhas sanitrias e mascarava os efeitos adversos sade humana e ambiente 2.

Fonte:

2,23

.

Figura 1 Termos utilizados na denominao de agrotxicos

22

Segundo a Organizao Mundial de Sade, os governos tm responsabilidade para regular a produo, distribuio e utilizao dos agrotxicos em seus pases, garantindo a alocao de recursos adequados para tal 24. No Brasil a Lei n7.802, de 11 de julho de 1989, regulamentada pelo Decreto n4.074, de 4 de janeiro de 2002, trata atualmente sobre esses produtos no pas, definindo: Agrotxicos e afins so os produtos e os agentes de processos fsicos, qumicos ou biolgicos, destinados ao uso nos setores de produo, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrcolas, nas pastagens, na proteo de florestas, nativas ou implantadas e de outros ecossistemas e tambm de ambientes urbanos, hdricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composio da flora ou da fauna, a fim de preserv-las da ao danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento 22,25. O mesmo Decreto, em seu Art. 8, considera: Os agrotxicos, seus componentes e afins s podero ser produzidos, comercializados previamente manipulados, e utilizados no importados, no rgo territrio federal exportados, nacional se

registrados

competente,

atendidas as diretrizes e exigncias dos rgos federais responsveis pelos setores de agricultura, sade e meio ambiente 25.

23

A Lei Estadual n2.951, de 17 de dezembro de 2004, regulamenta atualmente essas substncias em Mato Grosso do Sul, estabelece em seu Art. 3: Os agrotxicos, seus componentes e afins, s podero ser produzidos, comercializados, distribudos e utilizados em territrio estadual, aps registro em rgo federal competente e devidamente cadastrados na Agncia Estadual de Defesa Sanitria Animal e Vegetal 26. Os agrotxicos englobam uma diversidade de substncias qumicas e algumas de origem biolgicas. De forma geral podem ser classificados conforme os efeitos ao ambiente, sade, em funo da estrutura qumica e quanto ao 20.

2.1.1 Classificao quanto ao Potencial de Periculosidade Ambiental (PPA) A avaliao do PPA realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis Ibama/Ministrio do Meio Ambiente. A partir da documentao encaminhada por empresa interessada na obteno do registro do agrotxico, considerando tambm dados de literatura e banco de dados especializados 2. Segundo a Portaria Normativa do Ibama, n84/1996 que estabelece os critrios e avaliao para classificao dos agrotxicos, seus componentes e afins quanto ao PPA, Tabela 1, baseia-se nos parmetros de persistncia, bioacumulao, toxicidade a diversos organismos, potencial mutagnico, teratognico, carcinognico e transporte 27.

24

Tabela 1 Classificao dos agrotxicos quanto ao PPA Classificao ambiental I II III IVFonte:27

Periculosidade Produto altamente perigoso Produto muito perigoso Produto perigoso Produto pouco perigoso

.

A classificao de "Produto de Periculosidade Impeditiva Obteno de Registro", se destina aos produtos, cuja classificao de PPA e/ou a avaliao do risco ambiental indicar ndices inaceitveis de periculosidade e/ou risco considerando o uso proposto; quando houver indisponibilidade no pas de mtodos para sua desativao e de seus componentes e; quando revelarem caractersticas mutagnicas

teratognicas ou carcinognicas, de acordo com resultados atualizados de experincias da comunidade cientfica 27.

2.1.2 Classificao toxicolgica

Os agrotxicos podem desencadear efeitos nocivos sade. As caractersticas da substncia, a quantidade absorvida, e os fatores relacionados exposio como a durao e freqncia tem influencia direta na magnitude dos efeitos no organismo. Os efeitos toxicolgicos dos agrotxicos na sade humana podem ser: agudo, ocorrendo a partir de um nico incidente ou episdio; subcrnico, ocorrendo repetidamente ao longo

25

de vrias semanas ou meses, ou; crnico, ocorrendo repetidamente por muitos meses ou anos 28. De acordo com Moreira et al29

, a sade humana pode ser

afetada por agrotxicos por meio do contato direto ou indireto. No primeiro caso, o contato do organismo diretamente com esses produtos, e no segundo caso, o contato mediado por fatores impactantes pelo uso de agrotxicos. O impacto direto da contaminao por esses produtos ao homem so decorrentes de trs vias principais: Ocupacional: responsvel pelo maior nmero de intoxicaes por agrotxicos, caracterizada pela contaminao de trabalhadores que lidam com esses produtos, no processo de preparao e utilizao; Ambiental: de fundamental importncia na compreenso da

contaminao humana por agrotxicos, uma vez que so distribudos em meio ao ambiente, na atmosfera, solos, nas guas como nos lenis freticos, rios, crregos e lagos. Seu impacto considerado menor em relao via ocupacional, mesmo que atinja um maior nmero de pessoas; Alimentar: ocorre atravs da ingesto de resduos de agrotxicos presentes nos alimentos. Sendo considerada via de menor impacto, uma vez que depende da concentrao dessas substncias nos alimentos, embora atinja um grande nmero de consumidores.

Moreau e Siqueira

30

ressaltam sobre a contaminao da gua

e dos alimentos, por agrotxicos, pelo fato de estarem sendo amplamente

26

utilizados, e da necessidade de haver fiscalizao constante sobre esses produtos. A contaminao ambiental pode ocorrer de diversas formas, ao atingir o solo, por exemplo, os agrotxicos podem ser dissipados e transportados atravs da lixiviao (principal responsvel pela contaminao das guas subterrneas) e escoamento superficial (principal responsvel pela contaminao das guas superficiais). Na lixiviao ocorre movimento vertical do agrotxico ao longo do perfil do solo juntamente com a gua da infiltrao de irrigao ou da chuva. No escoamento superficial, h o transporte dos agrotxicos na superfcie do solo juntamente com a gua e sedimentos de enxurrada 31. Em decorrncia da exposio e seus efeitos sade humana, os agrotxicos so geralmente classificados toxicologicamente conforme dosagem letal DL50, uma estimativa estatstica do nmero de miligrama (mg) de substncia txica por quilograma (Kg) de peso corporal necessrio para matar 50% dos animais utilizados em teste, sendo ratos normalmente utilizados, salvo indicaes contrrias 2,32. Na prtica, a maior parte das classificaes so baseadas na DL50 aguda oral, contudo a toxicidade inalatria e cutnea deve ser sempre considerada, uma vez que na maioria das condies de manipulao dos agrotxicos h um elevado percentual de exposio por essas vias. Sempre que o valor da DL50 por via cutnea de um composto o colocar em uma classe mais restritiva do que o valor da DL50 por via oral, o composto ser classificado na classe mais restritiva 32.

27

No Brasil, a classificao toxicolgica est a cargo da Anvisa/Ministrio da Sade, baseada nos critrios adotados pela

Organizao Mundial de Sade (OMS). As primeiras recomendaes quanto classificao de risco dos agrotxicos pela OMS foram aprovadas na 28 Assemblia Mundial da Sade em 1975, obtendo-se ampla aceitao. Em 2010, essa mesma organizao publicou um documento intitulado The WHO Recommended Classification of Pesticides by Hazard and Guidelines to Classification 2009; Recomendaes para Classificao dos Agrotxicos quanto ao Risco e Orientaes para a classificao de 2009. Nesta publicao, as classes de risco foram alinhadas de forma adequada ao Sistema Globalmente Harmonizado de Classificao e Rotulagem de Produtos Qumicos; The Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals, (GHS). Esse documento foi inicialmente aprovado em 2002, por um Comit de Peritos sobre Transporte de Produtos Perigosos das Naes Unidas e sobre Sistema Globalmente Harmonizado de Classificao e rotulagem de Produtos Qumicos; United Nations Committee of Experts on the Transport of Dangerous Goods e Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals (UNCETDG/GHS). O objetivo foi fornecer um sistema globalmente harmonizado sobre a classificao das substncias qumicas por tipos de perigos, rtulos e fichas de segurana32

, para

assegurar que as informaes sobre perigos fsicos e toxicidade dos produtos qumicos estejam disponveis a fim de reforar a proteo da sade humana e o ambiente, tendo em vista a realidade do extenso

28

comrcio global de produtos qumicos e a necessidade de desenvolver programas nacionais para garantir a sua utilizao segura, transporte e eliminao33

. Ocorreram revises subsequentes, sendo a ltima (3

reviso), publicada em 2009 34. Na Tabela 2, constam informaes sobre o antigo regime de classificao da OMS.

Tabela 2 Antigo regime de classificao da OMSDL50 para rato (mg/Kg de peso corporal) Classe Slidos Ia Ib II III Fonte:32

Oral Lquidos 20 20 - 200 200 2000 2000 Slidos 10 10 100 100 1000 1000

Drmica Lquidos 40 40 - 400 400 - 4000 4000

Extremamente txico Altamente txico Medianamente txico Pouco txico .

5 5 - 50 50 - 500 500

No antigo sistema de classificao da OMS, os agrotxicos foram classificados em funo do estado fsico (slido ou lquido) do produto tcnico, essa distino no feita pelo GHS, conforme pode ser observado na Tabela 3 32.

29

Tabela 3 Classificao adotada pelo GHSDL50 para rato (mg/Kg de peso corporal) Oral Drmica (1) DL50 Declarao de (2) Categoria DL50 Declarao de (mg/Kg de perigo GHS (mg/Kg de peso peso perigo corporal) corporal) Fatal em contato Categoria 1 limite de tolerncia limite de tolerncia < limite de quantificao 2,9% 13,7%

Figura 9 Percentual de amostras de gua de SAA, segundo dosagem enzimtica por mtodo colorimtrico, Dourados 2008, 2009 (n=315) Os resultados encontrados indicam exposio da populao local aos agrotxicos carbamatos e/ou organofosforados. Ressalta-se a exposio de crianas em trs centros educacionais infantis e uma escola. Segundo Sarcinelli82

, crianas tambm so expostas aos agrotxicos por diversas

65

vias, ambientais, ocupacionais, bem como pela alimentao e a gua contaminadas, sendo particularmente mais sensveis e frequentemente mais suscetveis s toxinas qumicas. Marks et al44

, verificaram uma associao

da exposio aos agrotxicos organofosforados ao transtorno de dficite de ateno com hiperatividade (TDAH) em crianas que foram expostas ainda no ventre de suas mes. De acordo com Environews que a exposio crnica a Organofosforados, o funcionamento83

, estudos sugerem a baixas o

mesmo

concentraes,

pode

afetar

neurolgico,

neurodesenvolvimento e o crescimento em crianas. A possibilidade de exposio prolongada a agrotxicos de extrema relevncia do ponto de vista da sade pblica. Uma publicao recente no peridico online Pediatrics levantou a hiptese de que a exposio a organofosforados pode contribuir para a prevalncia do dficit de ateno com hiperatividade (ADHD) em crianas, aps um estudo com 1.139 participantes entre 8 e 15 anos de idade, da populao geral dos Estados Unidos. Os resultados revelaram que as crianas com as maiores concentraes de dialquil-fosfatos, metablitos urinrios dos

organofosforados, e especialmente o dimetilalquilfosfato (DMAP), tinham risco duas vezes maior de apresentar ADHD 84.

66

Figura 10 Horta localizada na rea urbana, Dourados MS.

Figura 11 Irrigao de horta localizada prxima rea urbana, Dourados MS.

67

Figura 12 Horta localizada prxima rea urbana, Dourados MS.

Figura 13 Aviao Agrcola na zona rural, prximo ETA, Dourados MS.

68

Figura 14 Avio Agrcola da empresa de aviao (Fig.13), Dourados MS.

Nogueira et al 85 detectaram em amostras de guas superficiais e subterrneas concentraes baixas para alguns agrotxicos no perodo de estudo, incluindo o organofosforado Clorpirifs, sugerindo o monitoramento por um perodo mais longo na regio localizada em um dos municpios de Mato Grosso, tambm grande produtor das culturas de soja e milho, consumidor de grandes quantidades de agrotxicos. Para as demais amostras de SA e SAA, 25,0% e 13,7%, respectivamente, no se pode afirmar ausncia de contaminao, uma vez que os resultados foram abaixo do limite de tolerncia, mas superiores ao LQ obtido para o mtodo, de 5%. Considerando o quantitativo de amostras com inibio superior ou igual ao LQ do mtodo, os percentuais passam de 1,2% (SA) e 2,9% (SAA) para 26,2% e 16,6%, respectivamente.

69

Os percentuais de inibio da AchE acima do limite de tolerncia em guas de SA, foram detectados em amostras coletadas nos meses de janeiro e agosto de 2009, como pode ser observado na Figura 15.

resultado/%inibio

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0JanSet 2008 - Set 2009

Ago

Figura 15 Percentual de inibio da AchE em amostras de gua de SA, utilizando valores acima de 20% de inibio como referncia, Dourados 2008, 2009 (n= 172)

Os percentuais de inibio da AchE acima do limite de tolerncia detectados em guas de SAA, foram encontrados em amostras coletadas nos meses de setembro e outubro/2008, junho e julho/2009, como pode ser verificado na Figura 16.

70

resultado/%inibio

80 70 60 50 40 30 20 10 0Set OutSet 2008 - Set 2009

Jun

Jul

Figura 16 Percentual de inibio da AchE em amostras de gua de SAA, utilizando valores acima de 20% de inibio como referncia, Dourados 2008, 2009 (n=315)

Das amostras de SAA que apresentaram contaminao acima de 20% da AchE, 88,9% so provenientes de sistema misto, ou seja, que recebe gua da ETA e de poos, e 11,1% so de poos. Costa et al86

encontraram agrotxicos em gua de poos, dentre eles um carbamato, o Carbofurano. Mencionam a importncia do monitoramento da presena desses resduos em guas subterrneas para haver um planejamento de estratgias futuras no uso dessas substncias na agricultura. Filizola et al 87, no encontraram contaminaes por agrotxicos em guas subterrneas, atribuindo principalmente este fato composio dos Latossolos da regio estudada, devido grande espessura, textura argilosa e grande capacidade de armazenamento de gua. Foram detectadas contaminaes em gua superficiais atribudas lavagem de tanques de aplicao e de embalagens

71

de agrotxicos. No estudo de Jnior e Silva 7, fontes de guas subterrneas que esto sob Argissolo Vermelho nos municpios da Bacia do Rio Dourados so mais vulnerveis contaminao por agrotxicos quando comparadas s que esto sob Latossolos, sendo o municpio de Dourados composto basicamente por Latossolo vermelho distrofrrico (Apndice B), no excluindo a possibilidade de contaminao por agrotxicos. Griza et al88

utilizando o mtodo de acetato de etila-sulfato para extrao e a dosagem enzimtica encontraram contaminaes em amostras de gua superficial, considerando o percentual de inibio da AchE de 20%. Moreira et al29

realizaram a determinao da concentrao dos agrotxicos inibidores da AchE em gua superficiais de uma regio agrcola situada no Estado do Rio de Janeiro (RJ), atravs da metodologia baseada na inibio da acetilcolinesterase isolada de crebro de ratos. Detectaram nveis significativos de agrotxicos anticolinestersicos cujos valores estavam acima do preconizado pela legislao brasileira (Resoluo Conama n20 de 1986, vigente no perodo do estudo) para guas de abastecimento domstico, utilizadas na irrigao de hortalias e de plantas frutferas. Em matria da Tribuna do Piau89

, habitantes que dependiam da gua de um

Aude em uma cidade do interior do Piau, estavam consumindo gua contaminada por microrganismos e por agrotxicos, cuja constatao foi dada pelo Ministrio Pblico. Localizado prximo rea de plantio, recebe o Aude uma carga de agrotxicos sem controle, podendo levar morte de trabalhadores e principalmente de crianas. Bortoluzzi et al90

encontraram

agrotxicos em gua superficiais de uma microbacia hidrogrfica em um

72

municpio do Rio Grande do Sul (RS), no sendo apresentadas concentraes detectveis de um organofosforado muito utilizado na lavoura local (Clorpirifs), sendo o resultado supostamente atribudo diminuio do uso, atravs de um programa de monitoramento ambiental na regio do RS. No estudo de Pinheiro e Rosa91

consideraram um carbamato, o inseticida

Carbofurano, de elevado risco na degradao das guas superficiais. Citamos mais uma vez sobre a intercomunicabilidade dos sistemas hdricos16

, relacionada ao fato de haver contaminaes distantes das reas onde se

originaram, Podendo-se explicaar as contaminaes de SA e de SAA utilizadas pela populao urbana, distante das reas plantio na zona rural. Souza et al 92 relataram sobre o crescimento do uso contnuo de agrotxicos em larga escala e sem controle por horticultores, contribuindo entre outros fatores, para a contaminao de gua superficiais e subterrneas. Verificaram que 40% dos horticultores faziam uso de agrotxicos no cultivo, sendo utilizados entre eles dois organofosforados, Malation e Monocrotofs, este ltimo excludo atualmente, no eximindo assim possveis

contaminaes decorrentes do plantio de hortas no permetro urbano. De acordo com Embrapa93

, determinadas condies favorecem o acmulo de

resduos de agrotxicos aumentando a problemtica da contaminao ambiental, uma delas o cultivo de hortalias nas encostas com relevo que favorea a drenagem do solo (relevo predominante ondulado). Veiga et al16

, utilizando o mesmo mtodo empregado nesse

estudo e um LD de 10% ou 5g/L, consideraram amostras contaminadas aquelas que apresentaram valores iguais ou acima desta faixa. Baseando-se

73

nesse estudo

16

, no estudo atual, verificou-se que em 9,3% das amostras de

SA e em 4,8% das amostras de SAA, houve inibio da AchE entre 10% e 20%, indicando dessa forma contaminao, mesmo que abaixo do limite permitido pela legislao vigente. A inibio foi detectada em amostras de SA nos meses de dezembro/2008, janeiro, fevereiro, maro, maio, julho e agosto/2009, conforme descrito na Figura 17, e em amostras de SAA, nos perodos de setembro e outubro/2008, fevereiro, maro, maio julho e agosto/2009, conforme Figura 18. Foram excludas das Figuras 17 e 18 as amostras com percentuais acima de 20% de inibio da AchE, para melhor visualizao.

resultado/%inibio

40 35 30 25 20 15 10 5 0Dez Jan Fev Mar Mai Jul Ago

Set 2008 - Set 2009

Figura 17 Percentual de inibio da AchE em amostras de gua de SA, utilizando 10% de inibio como referncia Dourados 2008, 2009 (n=170)

74

resultado/%inibio

40 35 30 25 20 15 10 5 0Set Out Fev MarSet 2008 - Set 2009

Mai

Jul

Ago

Figura 18 Percentual de inibio da AchE em amostras de gua de SAA, utilizando 10% de inibio como referncia, Dourados 2008, 2009 (n=306)

Contaminaes (de 10% a 20% de inibio da AchE) foram detectadas em quase todos os meses durante o perodo de estudo, (com exceo de novembro/2008, abril e setembro/2009). Embora no tenham sido coletados dados de consumo mensal de agrotxicos, tais

contaminaes podem estar relacionadas com a utilizao de agrotxicos nas lavouras da regio, visto que Dourados um dos maiores produtores de gros de MS. Segundo Conab54,55

, o calendrio de plantio para a regio

centro-sul para as culturas de soja e milho (de maior rea colhida em Dourados), foi ao longo de quase todo o ano de 2008 e 2009, no excluindo o uso de agrotxicos nos demais produtos agrcolas cultivados no municpio. Observou-se correlao negativa (-0,8%), sem significncia estatstica entre percentual de inibio e ndice pluviomtrico do dia da coleta (rSpearman = -0,008; p = 0,936), correlao positiva (5,1%) sem significncia estatstica entre percentual de inibio e 24h antes da coleta

75

(rSpearman = 0,051; p = 0,621) e correlao positiva estatsticamente significativa (23,4%) entre percentual de inibio e 48h antes da coleta (rSpearman = 0,234; p = 0,021). Embora essa ltima correlao tenha sido baixa (mas estatsticamente significativa), o resultado pode indicar um perodo de 48h para que a contaminao atingisse os locais onde foram realizadas as coletas. Griza et al88

utilizando a dosagem enzimtica

encontraram contaminaes elevadas em dois pontos de coleta e consideraram que esses resultados podem ser em decorrncia das chuvas intensas ocorridas nos dias anteriores coleta das amostras e pouco tempo aps a aplicao de agrotxicos em lavouras prximas. A correlao encontrada no estudo atual tambm pode ser devido s chuvas mais intensas e maior aplicao de agrotxicos nesse perodo. Verificou-se correlao positiva (8,8%) sem significncia

estatstica (rSpearman = 0,088; p = 0,392), entre valores de pH e percentual de inibio. Embora o pH bsico normalmente leva hidrlise mais rpida dos carbamatos e organofosforados40

, uma correlao positiva (quanto

maior o pH maior o percentual de inibio) pode ser explicada devido ao comportamento diferenciado de algumas substncias em pH bsico, observado por Hirata et al94

, como a transformao metablica do

Triclorfon (organofosforado) inibidor fraco da AchE em Diclovos, com alta atividade anticolinestersica em pH 7,8 e 10,5 no incio do experimento, sendo a substncia neste ltimo pH degradada nas primeiras 24 horas. Os autores concluram que no preparo de solues aquosas de inseticidas deve ser considerado o pH da gua utilizada e o perodo de aplicao, para evitar

76

perda da atividade txica do princpio ativo e acidentes com intoxicaes em decorrncia do aumento da toxicidade. De acordo com os clculos das mdias mensais descritas na Figura 19, utilizando-se a mdia mensal do ndice pluviomtrico, foram verificadas alteraes significativas principalmente nos meses de

setembro/2008, janeiro e fevereiro/2009 (vero), junho e julho/2009 (inverno). Nos meses de setembro/2008 e junho/2009 ocorreram baixos ndices pluviomtricos e temperaturas, mantendo-se constante o pH, com elevados percentuais de inibio. Uma possvel explicao pode ser o fato de haver uma reduo do volume da gua superficial (Rio Dourados) no havendo diluio dos resduos, uma vez que os maiores percentuais de inibio (acima de 20%) foram de amostras provenientes de SAA misto. Alves e Oliveira-Silva 95 observaram que a carncia pluviomtrica no perodo antes da coleta e no ms anterior mesma, contribuiu para a reduo do fluxo do rio (da regio de estudo) no havendo disperso dos resduos, no perodo de maior consumo de agrotxicos do inverno. Temperaturas mais elevadas coincidiram com elevados ndices pluviomtricos e percentuais de inibio, com alteraes no significativas do pH, principalmente em janeiro/2009 (vero) e no ms de julho/2009 (inverno). Nestes perodos, pode ter ocorrido o carreamento dos agrotxicos em decorrncia do aumento dos ndices pluviomtricos. Marques et al96

observaram maior incidncia de amostras positivas no perodo de cheia, poca do vero (maro/2002, fevereiro/2003 e janeiro/2004), e relatam sobre

77

a grande influencia do alto ndice pluviomtrico no carreamento dos agrotxicos. Prudncio et al97

observaram que na primavera e no vero,

estaes de maiores precipitaes anuais na regio estudada foram os perodos mais crticos temporalmente para a contaminao das guas superficiais e subsuperficiais. Em fevereiro/2009 (vero), verificou-se elevados ndices

pluviomtricos (comparados aos demais meses) e elevadas temperaturas, sem alteraes significativas do pH, porm houve queda dos percentuais de inibio. As caractersticas qumicas podem ser determinantes como no caso de agrotxicos que possuem elevada solubilidade em gua como o Carbofurano. Silva et al98

realizaram um estudo no sul do pas, com

amostras de guas superficiais coletadas em trs pocas: anterior ao perodo de cultivo das lavouras orizcolas, durante o desenvolvimento da cultura e aps a drenagem da gua das lavouras para colheita (cultura irrigada). Todas as amostras apresentaram pelo menos um agrotxico em concentrao detectvel, havendo maior freqncia de deteco de Carbofurano durante o cultivo do arroz e menor, aps drenagem da lavoura. De acordo com Evert99

, por ter alta solubilidade em gua e baixa absoro

pelo solo, o Carbofurano tm elevado potencial de contaminar mananciais hdricos superficiais e subterrneos (atravs de percolao e escoamento superficial).

78

40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set TC pH %inibio pluviosidade (mm)

Figura 19 Mdia mensal dos percentuais de inibio da AchE, dos valores do pH, das temperaturas e ndices pluviomtricos dos dias das coletas das amostras de gua, Dourados 2008, 2009

Foram

verificadas

as

mdias

mensais

dos

ndices

pluviomtricos 48h antes das coletas das amostras, tendo em vista a correlao positiva, estatsticamente significativa com os percentuais de inibio. Juntamente com as mdias mensais dos percentuais de inibio da AchE, dos valores do pH e das temperaturas, conforme Figura 20.

40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set TC pH %inibio pluv iosidade (mm)

Figura 20 Mdia mensal dos percentuais de inibio da AchE, dos valores do pH, das temperaturas e ndices pluviomtricos 48h antes das coletas das amostras de gua, Dourados 2008, 2009

79

Nos meses de setembro/2008, junho e julho/2009 ocorreram baixos ndices pluviomtricos 48h antes da coleta das amostras. Com exceo de julho/2009, foram as mesmas caractersticas observadas na Figura 19, mantendo-se elevados percentuais de inibio. Podendo no ter havido correlao entre ndice pluviomtrico e percentual de inibio nas amostras coletadas nesse perodo. Nos meses de outubro/2008, janeiro, fevereiro e agosto/2009 foram observados elevados ndices pluviomtricos 48h antes das coletas, com significativos percentuais de inibio. Podendo ter havido correlao positiva estatscamente significativa nesses perodos. As regies onde foram realizadas coletas das amostras esto descritas na Tabela 13, sendo observado o mapeamento nas Figuras 21, 22, 23, 24, 25 e 26.

80

Tabela 13 Regies de coletas segundo modalidades de abastecimento, Dourados-MS, 2008 2009N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 Regio (urbana, Figura 21) Altos do Indai Arapongas BNH I Plano BNH III Plano Cachoeirinha Campo Dourado Cana I Cana III Centro Chcara Flora Chcaras Califrnia Cidade urea Izdro Pedroso Jardim Jardim gua Boa Jardim Alhambra Jardim Amrica Jardim Ayd Jardim Bar Jardim Caramuru Jardim Carisma Jardim Central Jardim Clmax Jardim Coimasa Jardim Colibri Jardim Corumb Jardim Cuiab Jardim Cuiabazinho Jardim Dona Valria Jardim dos Estados Jardim Europa Jardim Faculdade Jardim Flamboyant Jardim Flrida Jardim Flrida II Jardim Girassol Jardim Guanabara Jardim Guaruj Jardim Ipiranga Jardim Itaipu Jardim Itlia Jardim Joo Paulo II Jardim Jquei Clube Jardim Maip Jardim Marab Jardim Maracan Jardim Mrcia Jardim Maring Jardim Monte Alegre Jardim Monte Lbano Jardim Ouro Verde Jardim Paulista Jardim Planalto Jardim Santa Brgida Jardim Santa Catarina Jardim Santa Clara Jardim Santa Hermnia Jardim Santa Maria Jardim Santa Rita Jardim Santo Andr Jardim So Pedro Jardim Terra Roxa Jardim Tropical Jardim Universitrio Jardim Zeina Amostras/ Modalidade de abastecimento SA SAA 11 03 00 01 00 02 00 02 03 04 00 03 00 01 00 01 44 15 01 00 00 01 00 02 04 10 01 00 05 11 00 01 03 06 02 00 00 00 00 03 00 00 00 00 00 00 02 00 00 00 01 00 02 00 00 00 01 00 00 00 00 00 01 00 00 00 00 00 00 04 00 01 00 00 00 00 00 00 00 12 00 00 00 01 06 03 04 01 01 01 01 02 02 01 03 01 01 01 12 03 00 02 01 01 00 03 07 08 01 01 07 01 01 01 05 07 01 06 07 00 01 01 02 01 04 03 02 01 01 01 N 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 N 117 118 119 120 121 122 123 124(1)

Regio (urbana, Figura 21) Laranja Doce Oliveira Parque Alvorada Parque das Naes I Parque das Naes II Parque do Lago Parque do Lago II Parque dos Bem-te-vis Parque dos Coqueiros Parque dos Jequitibs Parque Nova Dourados Portal de Dourados Residencial Monte Carlo Residencial Novo Horizonte Residencial Oliveira II Residencial Pelicano (1) Sitioca Alvorada Sitioca Campo Belo Sitiocas Campina Verde Vila Alba Vila Almeida Vila Alvorada Vila Amaral Vila Aracy Vila Aurora Vila Barros Vila Delfus Vila Eldorado Vila Esperana Vila Guarani Vila Icassati Vila ndio Vila Industrial Vila Lili Vila Mary Vila Maxuwell Vila Melo Vila Nova Esperana Vila Ponte Branca Vila Popular Vila Progresso Vila Rosa Vila Rui Barbosa Vila So Brz Vila So Jorge Vila So Luiz Vila Sulmat Vila Tonani I Vila Ubiratan Vila Vieira Vista Alegre Regio (Zona Rural, Figura 25 e 26) Distrito de Indpolis Distrito de Guassu Distrito de Panambi (1) Distrito de So Pedro Distrito de Vila Vargas Distrito Industrial Zona Rural (1) Zona Rural(1) (1)

Amostras/ Modalidade de abastecimento SA SAA 00 01 00 01 02 04 00 08 02 11 00 01 00 11 00 01 00 01 00 01 00 03 00 01 01 00 00 01 02 01 01 02 04 00 06 00 04 00 00 01 00 03 00 03 03 01 00 01 00 03 00 01 00 03 02 00 00 01 00 01 00 01 00 02 08 16 04 00 00 01 07 02 00 01 00 02 00 01 03 02 03 03 00 04 02 03 00 01 00 01 00 02 00 01 00 03 00 01 00 01 01 00 Amostras/ Modalidade de abastecimento SA 00 00 01 00 00 01 02 12 SAA 03 02 04 04 04 00 00 00

Coleta no identificada no mapa.

81

Fonte:

80

.

Figura 21 Mapa da Cidade de Dourados MS

82

Legenda: Regio da coleta Regio com amostra contaminada Amostra > limite de tolerncia

Fonte:

. Figura 22 Pontos de coleta e contaminao na rea urbana do municpio de Dourados - MS 83

80

Legenda: Regio da coleta Regio com amostra contaminada Amostra > limite de tolerncia

. Figura 23 Pontos de coleta e contaminao na rea urbana do municpio de Dourados MSFonte:

80

84

Legenda: Regio da coleta Regio com amostra contaminada Amostra > limite de tolerncia

. Figura 24 Pontos de coleta e contaminao na rea urbana do municpio de Dourados MSFonte:

80

85

Fonte:

100

.

Figura 25 Mapa do municpio de Dourados - MS 86

Legenda: Regio da coleta Amostra > limite de tolerncia

Fonte:

100

.

Figura 26 Pontos de coleta e contaminao na zona rural do municpio de Dourados - MS

87

6 CONCLUSO

De acordo com os resultados apresentados neste estudo, verificou-se a presena de agrotxicos carbamatos e organofosforados atravs da dosagem enzimtica por mtodo colorimtrico em amostras de SA e SAA, com valores do percentual de inibio da AchE acima do permitido pela Portaria n 518, de 25 de maro de 2004. A presena desses contaminantes pode estar intimamente relacionada sua aplicao nas culturas produzidas no municpio de Dourados, no eximindo-se possveis contaminaes oriundas de regies prximas, uma vez que a gua de SAA tambm alimentada pelo Rio Dourados, que percorre outros municpios cuja economia de base agrcola. Em decorrncia de o SAA receber gua superficial atravs do Rio Dourados e subterrnea, atravs de poos, compondo um sistema misto que abastece a maioria dos bairros, vilas e rea central da regio urbana, no foi possvel especificar se a origem da contaminao de amostras provenientes desse sistema superficial ou subterrnea. Porm foi identificada contaminao de origem subterrnea em um dos bairros que recebe gua da rede de abastecimento proveniente de poos. Sugere-se o monitoramento da gua do Rio Dourados podendo assim ser verificado se h contaminao superficial, antes de receber o tratamento pela ETA e se misturar com as guas de poos.

88

A Contaminao identificada na gua de SA na zona rural indica presena de agrotxicos na gua subterrnea e a possvel relao com a utilizao destes na lavoura local. A identificada em poo da rea urbana pode estar relacionada com contaminaes distantes das reas onde se originaram. Sugere-se que sejam realizadas mais coletas durante os perodos de plantio e aplicao de agrotxicos na zona rural e que a populao esteja bem informada sobre os riscos no manuseio dessas substncias e da possibilidade de contaminao da gua superficial e subterrnea. As concentraes abaixo do limite de tolerncia, embora no comprometam a qualidade da gua para consumo humano, segundo parmetros atuais da legislao brasileira para potabilidade, indicam a exposio da populao local mesmo em pequenas doses aos agrotxicos anticolinestersicos, sendo preocupante a deteco de percentuais de inibio da AchE acima do limite permitido, nas amostras de gua consumidas continuamente pela populao local. Em quase todo o perodo de estudo foram detectadas contaminaes, com exceo dos meses de novembro/2008, abril e setembro/2009. Isso pode se dar em decorrncia da aplicao de agrotxicos nas culturas produzidas no municpio estudado e regies prximas. Considerando a diversidade de produtos agrcolas produzidos, a extenso da rea plantada em hectares, perodos de plantio de cada cultura, perodo de aplicao dos agrotxicos em cada cultura e natureza do princpio ativo aplicado.

89

Em anlise das mdias mensais de temperatura, ndice pluviomtrico, percentual de inibio e pH das amostras, verificou-se que a sazonalidade pode influenciar na qualidade da gua. No vero, perodo em que ocorrem temperaturas mais elevadas verificou-se no ms de janeiro/2009 o aumento do ndice pluviomtrico e dos valores dos percentuais de inibio. No foram observadas alteraes significativas das mdias mensais do pH, o mesmo ocorrendo no ms de julho/2009, no inverno. Considerando-se os resultados encontrados e baseando-se nos relatos de diversos autores, cujas pesquisas indicaram contaminaes por agrotxicos (incluindo carbamatos e organofosforados) em guas superficiais e subterrneas, e identificadas em regies de plantio e distantes do local de origem, sugere-se o monitoramento de agrotxicos na gua para consumo humano de SA e de SAA podendo ser utilizada a dosagem enzimtica por mtodo colorimtrico para uma anlise preliminar (por ser de baixo custo e de resposta rpida), e posterior identificao dos

contaminantes. No s em Dourados, mas de outros municpios do Estado de MS, cuja economia baseia-se na agricultura, para o conhecimento da situao local a fim de subsidiar aes de vigilncia da qualidade da gua. Sugere-se tambm que seja realizada a implantao da metodologia analtica para identificao desses compostos no Lacen-MS, uma vez que este estudo fruto das primeiras anlises laboratoriais aps implantao da metodologia da dosagem enzimtica por mtodo

colorimtrico no Laboratrio de Toxicologia do Lacen-MS.

90

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. Acesso em: 15 set. 2010. 99. Evert, S. Environmental fate of Carbofuran. Environmental Monitoring Branch. Sacramento: Department of Pesticide Regulation, 2002. Disponvel em: . Acesso em: 15 set. 2010. 100. Secretaria Municipal de Planejamento. Prefeitura de Dourados-MS. Municpio de Dourados. doc. pdf. 2010b.

105

APNDICE A FICHA DE IDENTIFICAO DA AMOSTRA (FIA)

106

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL SECRETARIA DE SERVIOS DE SADE LABORATRIO CENTRAL DE SADE PBLICA LACENAv. Sen. Filinto Muller,1.666- Vl. IpirangaCEP 79074-460-Campo Grande-MS Fone/Fax (067) 345-1300

FICHA DE IDENTIFICAO DE AMOSTRA TERMO DE COLETA DE GUA N ____________ Proprietrio: Estabelecimento: Endereo: Municpio: Nome do Sistema: ( ) Sanesul ( ) guas Guariroba Tipo de Soluo Alternativa: ( ) Coletiva ( ) Individual I ORIGEM DA GUA 1 Rede Pblica Ponto de Coleta: ( ) Cavalete ( ) Outros____________________ 2 Poo: Ponto de Coleta: ( ) Direto do poo ( ) Outros____________________ 3 Hemodilise: Ponto de Coleta: ( ) Aps a osmose reversa ( ) Outros____________________ 4 gua purificada/Farmcia Manipulao: Ponto de Coleta: ( ) Direto do deionizador ( ) Reservatrio do deionizador ( ) Direto do destilador ( ) Reservatrio do destilador 5 Piscina: ____________________ de

(

)SAAE

II UTILIZAO DA GUA ( ) Beber ( ) Balnerio ( ) Domstica ( ) Horta ( ) Indstria ( ) Estabelecimento de Sade III INFORMAES SOBRE A AMOSTRA ( ) Natural ( ) Tratada

IV TEOR DE CLORO (no momento da coleta): ____________________

V TIPO DE ANLISE ( ) Orientao ( ) Fiscal VI ANLISE A REALIZAR ( ) Bacteriolgica ( )Fsico-qumica ( )Outros____________________ VII MOTIVO DA ANLISE ( ) Potabilidade ( ) Balneabilidade ( ) Avaliao para hemodilise ( ) Investigao de surto ( ) Vigilncia da qualidade da gua VIII OCORRNCIA DE CHUVAS ( ) No dia da coleta ( ) A uma semana ( ) A 15 dias ( ) A um ms ( ) Outros_____________________

6 ( ) Rio ( ) Fonte ( ) Mina ( ) Lago Ponto de coleta: _________________

Data:________________ Hora:______________ Amostrador: ______________________________

(Nome Legvel ou carimbo e assinatura)

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APNDICE B MUNICPIOS COMPONENTES DA BACIA DO RIO DOURADOS-MS E SOLOS CORRESPONDENTES

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Fonte: .

7

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ANEXO A FOTO DO RIO DOURADOS

110

RIO DOURADOSSet-2010 111