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Contadores remotos: isso é uma tendência? 11 e 12 Mensário do Contabilista Sindicato dos Contabilistas de São Paulo - Sindcont-SP - Ano 62 - Ed. 618 - Janeiro 2018 Ex-Instituto Paulista de Contabilidade. Fundado em 1919. Publicação criada em 1956, por Hilário Franco e Luiz Fernando Mussolini. Presidente da gestão 2017-2019: Antonio Eugenio Cecchinato Sindcont-SP empossa a nova diretora CEDFC 4 e 5 Sindcont-SP sedia Simpósio de Perícias Contábeis 6 a 8 Terceirizar ou não terceirizar: eis a questão 15 e 16 Entrevista: Será que a Reforma Tributária será aprovada em 2018? 18 e 19 O papel do Contador na recuperação judicial 20 e 21

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Contadores remotos: isso é uma tendência?

11 e 12

Mensário do ContabilistaSindicato dos Contabilistas de São Paulo - Sindcont-SP - Ano 62 - Ed. 618 - Janeiro 2018

Ex-Instituto Paulista de Contabilidade. Fundado em 1919. Publicação criada em 1956, por Hilário Franco e Luiz Fernando Mussolini.Presidente da gestão 2017-2019: Antonio Eugenio Cecchinato

Sindcont-SP empossa a nova diretora CEDFC

4 e 5

Sindcont-SP sedia Simpósio de Perícias

Contábeis6 a 8

Terceirizar ou não terceirizar: eis a

questão15 e 16

Entrevista: Será que a Reforma Tributária será

aprovada em 2018?18 e 19

O papel do Contador na recuperação judicial

20 e 21

Editorial

“Para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo. Eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre”, já dizia o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987).

Convidamos a todos a seguir os conselhos do poeta e começar 2018 fazendo deste um verdadeiro Ano Novo. Assim, comecemos firme a caminhada, certos de que neste Novo Ano teremos um trajeto repleto de lutas e conquistas a alcançar, que trarão recompensas espetaculares para os Profissionais da Contabilidade individualmente e para toda a nossa Classe.

Fechamos o ano em grande estilo com a realização do Simpósio de Perícias, que foi promovido nos dias 7 e 8 de dezembro de 2017 em nossa sede abordando a função de perito, de forma geral. A título de curiosidade, o termo “perícia” vem do latim “peritia”, já que era utilizado na Roma Antiga, e significa conhecimento adquirido pela experiência. Na ocasião, os participantes tiveram a oportunidade de desfrutar de oito palestras que enfatizaram a importância dessa profissão que só vem crescendo no cenário nacional.

Que 2018 seja um verdadeiro Ano Novo

Nossa proposta é manter o mesmo ritmo de 2017, no qual muitas foram as realizações e conquistas obtidas em prol dos nossos Associados e representados em toda a Grande São Paulo, em especial voltadas à atualização de conhecimentos e Educação Profissional Continuada.

Contudo, muitos outros desafios estão à nossa frente, visto que a nossa profissão, como as demais, está passando por profundas transformações, com os avanços tecnológicos, traduzidos em inteligência artificial, trabalho remoto e big data; assim como devemos estar preparados para a Reforma Trabalhista, a lei da terceirização e a entrada dos novos sistemas de arrecadação do Sped; sem contar a Reforma Tributária que se avizinha, e nos envolve diretamente.

Temas estes que abordamos nesta edição de janeiro, desejando a todos que 2018 seja verdadeiramente um Ano Novo para todos nós.

Antonio Eugenio CecchinatoPresidente do Sindcont-SP

Gestão 2017-2019

EXPEDIENTESindicato dos Contabilistas de

São Paulo

Ex-Instituto Paulista de Contabilidade.

Fundado em 1919. Órgão de Profissão Liberal e dos Profissionais

da Contabilidade.

Base Territorial: Caieiras, Cajamar, Carapicuíba, Diadema, Embu, Embu-Guaçu, Francisco Morato, Franco da Rocha, Guarulhos, Itapecerica da

Serra, Juquitiba, Mairiporã, Mauá, Osasco, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, São Bernardo do

Campo, São Caetano do Sul, São Paulo e Taboão da Serra.

Praça Ramos de Azevedo, 202 São Paulo - SP - CEP 01037-010

Tel.: (11) 3224-5100

Fax: 3223-2390 www.sindcontsp.org.br

Antonio Eugenio Cecchinato Presidente

Geraldo Carlos Lima Vice-Presidente

Antonio Sofia Diretor Financeiro

Dorival Fontes de Almeida Vice-Diretor Financeiro

Teresinha Maria de Brito Koide Diretora Secretária

Milton Medeiros de Souza Vice-Diretor Secretário

Claudinei Tonon Diretor Cultural

Nobuya Yomura Vice-Diretor Cultural

José Roberto Soares dos Anjos Diretor Social

Suplentes:

Carolina Tancredi de Carvalho Celina Coutinho Deise Pinheiro

Edna Magda Ferreira Goes Fernando Correia da Silva

Josimar Santos Alves Luis Gustavo de Souza e Oliveira

Marina Kazue Tanoue Suzuki Takeru Horikoshi

Conselho Fiscal Efetivos:

Edmundo José dos Santos Silvio Lopes Carvalho Vitor Luis Trevisan

Suplentes:Francisco Montoia Rocha Lucio Francisco da Silva Paulo Cesar Pierre Braga

Comissão Editorial: Antonio Eugenio Cecchinato

Geraldo Carlos Lima Antonio Sofia

Teresinha Maria de Brito Koide Milton Medeiros de Souza

Nobuya Yomura

Produção, Edição e Publicidade: De León Comunicações

Tel/Fax: (11) 5017-7604 / 5017-4090 [email protected]

www.deleon.com.br

Jornalista Responsável: Lenilde De León (Mtb 11.707/SP)

Editora: Lenilde De León

Redatoras: Danielle Ruas e Katherine Coutinho

Publicidade De León Comunicações Daniel D’Epiro

Tel.: (11) 5017-4090 / 7604

Projeto Gráfico e Diagramação: Eros Silva

Foto do Editorial: Andreia Naomi

Periodicidade: Mensal

As opiniões expressas nos artigos assinados são de inteira

responsabilidade de seus autores e os anúncios veiculados são de inteira responsabilidade dos anunciantes.

RELAÇÃO DE CURSOS PROGRAMADOS - FEVEREIRO/2018

A programação está sujeita a alterações. www.sindcontsp.org.br - [email protected]ções por meio dos telefones: (11) 3224-5124 / 5101

DATA DESCRIÇÃO HORÁRIO SÓCIO NÃO SÓCIO C.H. PROFESSOR

1 e 2 quinta e sexta

Direito Previdenciário e Trabalhista para RH e Contadores

9h às 18h R$ 500,00 R$ 1.000,00 16 Valéria de Souza

Telles

1 e 8 quinta Excel com Dashboards (Painel de Instrumentos)

9h às 18h

Gratuita para Associados

adimplentes e dependentes

R$ 500,00 16 Ivan Evangelista Glicério

5 segunda Rotinas de Encerramento de Balanço - Novas Regras

9h às 18h R$ 250,00 R$ 500,00 8 Lourivaldo

Lopes

6 terça Dirf 2017 e EFD-Reinf (Preenchimento da Dirf e Geração)

9h às 18h R$ 250,00 R$ 500,00 8 Ivo Viana

15 e 16

quinta e sexta Escrita Fiscal para Iniciantes 9h às

18h R$ 500,00 R$ 1.000,00 16 Janayne da Cunha

15 quinta Imposto de Renda das Empresas: Lucro Real x Lucro Presumido

9h às 18h R$ 250,00 R$ 500,00 8 Fábio Molina

16 sexta Dirf e Comprovante Anual de Rendimentos 9h às 18h R$ 250,00 R$ 500,00 8 Wagner Mendes

16 sexta Ressarcimento de ICMS - ST - P.CAT 158/2015

14h às 18h R$ 125,00 R$ 250,00 4 Antonio Sérgio

de Oliveira

19 segunda Novo Simples Nacional e Alterações LC 155/2016

9h às 18h R$ 250,00 R$ 500,00 8 Braulino José

dos Santos

20 terça Contabilidade Básica na Prática 9h às 18h R$ 250,00 R$ 500,00 8 Braulino José

dos Santos

20 terça Ativo Imobilizado 9h às 18h R$ 250,00 R$ 500,00 8 Fábio Molina

20 e 21

terça e quarta Analista Fiscal 9h às

18h R$ 500,00 R$ 1.000,00 16 Janayne da Cunha

22 quinta Sped - Bloco K 9h às 18h R$ 250,00 R$ 500,00 8 Ivo Viana

22/02 e

01/03quinta Folha de Pagamento no Excel 9h às

18h

Gratuita para Associados

adimplentes e dependentes

R$ 500,00 16 Ivan Evangelista Glicério

23 sexta Imposto de Renda da Pessoa Física (Prática)

9h às 18h R$ 250,00 R$ 500,00 8 Braulino José

dos Santos

26 segunda Simples Nacional 9h às 18h R$ 250,00 R$ 500,00 8 Ivo Viana

27 e 28

terça e quarta Assistente Fiscal 9h às

18h R$ 500,00 R$ 1.000,00 16 Janayne da Cunha

28 quarta Bloco K 14h às 18h R$ 125,00 R$ 250,00 4 Antonio Sérgio

de Oliveira

4MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Acontece no Sindcont-SP

Sindcont-SP empossa a nova diretora CEDFC

No dia 13 de dezembro de 2017, a nova diretoria do Centro de Estudos e Debates Fisco-Contábeis - CEDFC do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo - Sindcont-SP tomou posse para a gestão 2018. A cadeira da presidência do CEDFC será ocupada pelo Contador Takeru Horikoshi, profissional com anos de experiência e grande vontade de compartilhar conhecimento.

Durante a cerimônia, na sede do Sindicato, o presidente que deixou o cargo, José Leonardo Lacerda, passou o bastão com as seguintes palavras: “Foi muito enriquecedor presidir o Centro de Estudos nesse ano. Agradeço a todos os colegas que compartilharam comigo desta experiência de estar à frente deste trabalho e também a todos os profissionais que vêm aqui trocar experiências conosco. Desejo boa sorte ao próximo presidente e à sua equipe”, afirmou Lacerda.

Takeru, por sua vez, lembrou que “hoje os desafios que enfrentamos não são fáceis de serem resolvidos, mas vamos levar adiante esse trabalho, com empenho, foco e profissionalismo”.

São Bernardo

Em São Bernardo do Campo, Marly Momesso de Oliveira passou a coordenação do Centro de Estudos da cidade para Marcelo Muzy do Espírito Santo. “Sinto-me agradecida e honrada em passar o cajado ao professor Marcelo Muzy. Agradeço a todos que nos acompanharam neste trabalho e desejo que 2018 nos traga esperanças renovadas”, afirmou.

O novo coordenador, por sua vez, contou um pouco da sua trajetória no Sindicato. “Sou associado do Sindcont-SP há 25 anos. Esta é uma Entidade que sempre me apoiou durante a minha trajetória profissional, a quem eu recorri em busca de orientação jurídica e capacitação profissional. Este ano, o Centro de Estudos de São Bernardo completou 13 anos de atividades, fruto do esforço dos nossos colegas de trabalho. Então é uma grande responsabilidade dar sequência a tais esforços, o que aumenta ainda mais meu empenho e gratidão pela oportunidade”.

Novos Centros de Estudos

Neste ano, o Sindcont-SP inaugurou dois novos Centros de Estudos: um em Taboão da Serra e outro em São Caetano do Sul. Para atender o público de Taboão da Serra, Kelly de Fátima Bracini e sua equipe. Em São Caetano do Sul, as atividades serão coordenadas por Claudete Aparecida Prando Malavasi, que salientou a importância de levar o conhecimento e o suporte profissional para perto dos Contadores que não estão na Capital. Ambas as diretorias foram empossados também no dia 13 de dezembro de 2017.

Nova diretoria do CEDFC em São Paulo e São Bernardo do Campo

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5MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Acontece no Sindcont-SP

Nova composição

Agora, a diretoria do Centro de Estudos e Debates Fisco-Contábeis do Sindcont-SP será composta por: Takeru Horikoshi, presidente; Antonio Inácio Barbosa, vice-presidente; José Roberto Soares dos Anjos, 1º secretário; Aluisio Guedes da Silva, 2º secretário; Marcio Augusto Dias Longo, 3º secretário; Rosane Pereira, 4ª secretária; Ernesto das Candeias continua como assessor jurídico; Alberto Batista da Silva Júnior, como consultor jurídico; e Ambrozio Gomes de Melo Filho como suplente.

A equipe de São Bernardo do Campo será coordenada por Marcelo Muzy do Espírito Santo, que terá como vice-coordenadora Marly Momesso de Oliveira e como secretária Sueli Trindade.

Ainda no ABC Paulista, Claudete Aparecida Prando Malavasi coordenará as atividades em São Caetano do Sul. O vice-coordenador do grupo será Rafael Batista da Silva, enquanto a secretaria ficará a cargo de Lia Pereira Borba.

Em Taboão da Serra, Kelly de Fátima Bracini coordenará as atividades do Centro de Estudos local, acompanhada por José Antunes Alencar, Alexandre da Rocha Romão e José Antonio Santos de Mello, como secretários.

Vencedores do concurso Cartão de Natal do Sindcont-SP

Como parte das cerimônias da noite, foi feito o anúncio dos vencedores do concurso de Cartão de Natal do Sindcont-SP. Mayla de Oliveira Renze, 10 anos, neta do associado José Norberto Renze, ficou em primeiro lugar, recebendo R$ 1 mil como prêmio. Além disso, seu desenho, o mais votado entre todos os inscritos, ilustrou o cartão de Natal do Sindicato.

Isadora Barros Martins, de quatro anos, filha do associado Alexandre José Martins, foi premiada com o segundo lugar, recebendo R$ 600,00. Já Debora Maria de Ribeiro Lacerda, de 10 anos, filha do associado José Leonardo de Lacerda, ficou em terceiro lugar, com R$ 400,00.

Presidente do Sindcont-SP, Antonio Eugenio Cecchinato, homenageia Mayla de Oliveira Renze

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Em seu discurso, o novo presidente do CEDFC, Takeru Horikoshi, afirmou que hoje os desafios que

enfrentamos não são fáceis de serem resolvidos

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6MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Simpósio de Perícias

Sindcont-SP sedia Simpósio de Perícias Contábeis

Nos dias 7 e 8 de dezembro, foi realizado, na sede social do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo - Sindcont-SP, o Simpósio de Perícias - Oportunidades Técnicas e de Mercado, organizado em parceria com a Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo - Apejesp e o Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo - Sindecon-SP.

Na abertura do evento, o presidente do Sindcont-SP, Antonio Eugenio Cecchinato, deu boas-vindas aos convidados ao falar sobre a importância do Simpósio de Perícias e das atividades da Entidade, que é a mais antiga e tradicional de São Paulo.

Na sequência, o desembargador Alexandre Lazzarini, com mediação de José Vanderlei Masson, abordou o tema “A Recuperação Judicial e a Importância da Perícia”. Na visão de Lazzarini, é muito importante que as empresas procurem Contadores e/ou economistas antes de passar por uma crise.

Dando continuidade à atividade, Silvio Simonaggio, assistente técnico e perito contábil, ministrou a palestra “A Importância da Perícia Contábil na Solução de Conflitos”. Ao explicar o que é Perícia Contábil, ele afirmou que se trata de uma atividade concernente a exame realizado por profissional especializado, legalmente habilitado, destinada a verificar ou esclarecer determinado fato, apurar suas causas motivadoras ou seu estado, a alegação de direitos ou a estimação da coisa que é objeto de litígio. “A Perícia Contábil é efetuada sempre que existem dúvidas técnicas sobre determinado assunto

Perita de juízo Suely BossaK

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7MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

entre as partes envolvidas. Ela é reconhecida pelo Código de Processo Civil expressamente como meio de prova admitida em juízo. Conhecida pelos juristas como ‘a rainha das provas’, é capaz de buscar vestígios, desmentir testemunhos, renegar documentos e sobrepujar confissões”.

Processo Civil

Por sua vez, o perito contábil Martinho Maurício Gomes de Ornelas tratou da “Apuração de Haveres a partir do Novo Código de Processo Civil”. A atividade foi coordenada por Nina Verônica Santos do Canto, presidente da Associação dos Peritos Judiciais do Estado do Rio de Janeiro - Apejrj. Na ocasião, Ornelas falou sobre o artigo 609 do novo CPC, o qual diz que “uma vez apurados, os haveres do sócio retirante serão pagos conforme disciplina o contrato social e, no silêncio deste, nos termos do § 2º do artigo 1.031 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002”. Neste sentido, na opinião do especialista, o processo judicial de apuração de haveres não tramita rapidamente, e pode até mesmo levar meses ou anos para a definição de valores.

Para encerrar os trabalhos do primeiro dia do evento foi proferida a palestra “Perícia Trabalhista e Alterações das Normas do Direito do Trabalho”, a qual foi comandada pelo juiz Gabriel Lopes Coutinho Filho, com mediação do perito trabalhista e presidente do Sindcont-SP na gestão 1999-2001, Sergio Prado de Melo. Para Coutinho, a reforma trabalhista foi feita sem mediação legislativa adequada por não exercitar o necessário diálogo do Poder Legislativo com os destinatários da norma. Em sua explanação, ele comentou que, no ano de 2016, a Justiça do Trabalho recebeu, ao todo, 4 milhões de processos. “Desses, 3,7 milhões foram julgados. O orçamento para o trabalho foi de R$ 17,5 milhões, sendo que o custo, por cada processo, foi de R$ 4,7 mil. Os números são do Conselho Nacional de Justiça”, disse.

O juiz ainda relatou que, com a Lei nº 13.467/2017, os operadores do Direito estão preocupados com a nova diretriz legislativa que manda liquidar os pedidos das ações trabalhistas. “As principais dúvidas são: se não liquidar, o juiz vai extinguir? Como liquidar horas extras se não temos os cartões? E se os cartões são impugnados? E os pedidos de objetos infungíveis?”.

Segundo ele, a lei diz “indicar o valor do pedido, mas a indicação deve ser sempre com qualidade: se pede a menor, o juiz pode limitar a condenação ao valor do pedido; se pede a maior, o magistrado pode multar em litigância de má-fé. Portanto, é imprescindível que haja mudança de comportamento dos advogados de reclamantes. Eles devem fazer minucioso histórico do caso, bem como dos cálculos para apuração do valor dos pedidos. E é neste ponto que entra uma excelente oportunidade para profissionais peritos de Contabilidade”, reforçou.

Juiz Gabriel Lopes Coutinho Filho recebeu certificado das mãos de Sérgio Prado de Melo

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8MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Segundo dia

Na abertura do segundo dia do evento, a perita de juízo Suely Bossa mediou a palestra “Visão do Juiz e do Perito do Juízo quanto à Obediência dos Regulamentos do Novo Código de Processo Judicial e a Funcionalidade dos Cadastros para Peritos”, tema explanado pelo juiz da Vara de Recuperação Judicial Marcelo Barbosa Sacramone, que explicou aos participantes que é preciso fazer Contabilidade nas empresas, independentemente da fase pela qual ela passa, o que não é uma realidade atualmente. “Na falência, nosso amadorismo é evidente. Não existe massa falida que tenha Contabilidade ativa. O que existe é o levantamento de um quadro geral de credores. Nunca se avaliou contabilmente uma empresa na falência. Então esse é um campo promissor de atuação para os Contadores”, salientou.

A segunda palestra da manhã esclareceu o tema “Lucros Cessantes e Danos Emergentes”. A atividade foi ministrada pela advogada sênior do escritório Pinheiro Neto Advogados, Tatiana Dratovksky Sister, e Giancarlo Zannon, perito assistente, sob a coordenação de Fernando Viana, perito assistente e perito de juízo. Em sua explanação, Tatiana explicou as diferenças entre lucro cessante e dano

Auditório do Sindcont-SP ficou lotado durante Simpósio de Perícias

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emergente. “Lucro cessante é aquilo que a parte deixou de ganhar por causa de um ato ilícito. Já o dano emergente é o que de fato foi perdido com o ato ilícito”, afirmou.

Por sua vez, o matemático e economista José Dutra Sobrinho, acompanhado do economista e perito José Marcos de Campos, apresentou a palestra “Sistemas de Amortização com Apresentação de um Caso Prático”. A atividade foi dividida em dois momentos: o teórico e o prático, com a apresentação de um case.

José Dutra mostrou aos participantes diversos sistemas de amortização. Entre eles: Sistema de Amortização Misto (Sam), Price, SAC, Sistema Alemão e Sistema Americano. O matemático ensinou os participantes a fazerem os cálculos de amortização de acordo com cada um dos métodos.

Para encerrar o Simpósio de Perícias, o economista e perito assistente Pedro Afonso Gomes, presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo, acompanhado de José Marcos Campos, apresentou aos participantes, de forma clara e didática, o mundo dos “Contratos Bancários e as modalidades mais discutidas no Judiciário”.

Pedro Afonso Gomes contou que existe uma base legal para financiamentos e que um contrato não pode contrariar a lei. Se ele for irregular, deve ser contestado. Mas se ele for regular, precisa ser obedecido.

O presidente do Sindicato dos Economistas contou que neste campo o mercado é enorme para os assistentes técnicos dos devedores. Já dos bancos não é tanto. Ainda assim, há bastante trabalho a ser feito.

9MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Contabilidade e Tributos

PGMEI possui duas versõesNo dia 11 de dezembro de 2017, entrou em

produção o novo Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional para o Microempreendedor Individual - PGMEI, e, desde então, o programa possui duas versões. São elas:

- PGMEI simples: permite realizar apuração mensal das receitas brutas, inclusive retificação, e gerar o Documento de Arrecadação Simplificada do Microempreendedor Individual - Dasmei. Neste caso, não é exigido código de acesso;

Microempreendedores Individuais têm novas regras em 2018

Neste ano, o limite de faturamento para os microempreendedores individuais - MEIs é de R$ 81 mil. Entretanto, o contribuinte que teve um faturamento entre R$ 60 e R$ 72 mil em 2017 terá

a oportunidade de pagar uma multa sobre o valor que tenha ultrapassado o teto do ano [R$ 60 mil] e continuar no regime normalmente. A multa varia de acordo com o setor de atuação.

- PGMEI versão completa: nela, é possível realizar a apuração mensal, inclusive retificação, gerar o Dasmei, bem como consultar pendências relativas à entrega da declaração anual, ao atraso no recolhimento de parcelamento e a débitos de Simei em cobrança na Receita Federal do Brasil, consultar DAS emitidos e extratos. Para acessar essa versão, é imprescindível que o contribuinte tenha código de acesso ou certificado digital.

Para obter outras informações, consulte o Manual do PGMEI 2018.

EFD-Reinf só começa a valer em maioA entrega da Escrituração Fiscal Digital de

Retenções e Outras Informações Fiscais - EFD-Reinf, o mais novo módulo do Sistema Público de Escrituração Digital - Sped, só começará a ser obrigatória a partir de 1º de maio de 2018. O prazo anterior, que era 1º de janeiro de 2018, foi alterado pela Instrução Normativa RFB nº 1.701, de 2017.

Assim, os contribuintes do primeiro grupo - empresas com faturamento superior a 78 milhões - passarão a enviar os eventos pela EFD-Reinf a partir de 1º de maio de 2018. Os do segundo

grupo, a partir de 1º de novembro de 2018 e os do terceiro grupo, a partir de 1º de maio de 2019.

A EFD-Reinf trata da escrituração de rendimentos pagos e retenções de Imposto de Renda, Contribuição Social do contribuinte exceto aquelas relacionadas ao trabalho e informações sobre a receita bruta para a apuração das contribuições previdenciárias substituídas. Substituirá, portanto, o módulo da EFD-Contribuições que apura a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB.

Contabilidade e Tributos

Captura e se alimenta de arquivos digitais de clientes;

Identifica aquivospor tipos;

Registra todos oslogs de processamento;

Processa informaçõessem intervenção humana;

Assume tarefasrotineiras doescritório;

Trabalha emqualquerhorário ou dia;

Opera informações dosdepartamentos fiscal,contábil, pessoal eadministrativo;

Busca informações da base declientes para processar dados;

#ContabilidadeDigitalConfira como o Robomatic digitaliza o seu escritório:

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O Robomatic está pronto paraos sistemas:

Contábil PhoenixContabilidade

G5 PhoenixEscrita �scal

Folha PhoenixDepartamento pessoal

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JR PhoenixLucro Presumido e Simples Nacional

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Busca XMLCaptura de arquivos

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Contador não poderá ser MEI em 2018

Em 2018, os Contadores não poderão mais ser Microempreendedores Individuais - MEIs. A mudança foi publicada na Resolução nº 137, de 4 de dezembro de 2017, do Comitê Gestor do Simples Nacional - CGSN. Além do Contador, também ficam de fora do regime os arquivistas de documento e personal trainers.

Com isso, quem hoje é MEI deverá solicitar o desenquadramento e escolher qual regime tributário

irá aderir: o Simples Nacional, que já começa 2018 com novas regras, ou o Lucro Presumido.

Enquanto alguns são excluídos, outros passam a ter direito de ingressar no MEI. Este é o caso para: apicultor, cerqueiro, locador de bicicletas, locador de material esportivo, locador de motocicletas, locador de videogame, viveirista, prestador de serviços de colheita, de poda, de preparação de terrenos, roçagem e semeadura (sob contrato de empreitada).

11MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Capa

Contadores remotos: isso é uma tendência?

Um novo formato de trabalho vem se difundindo cada vez mais nas empresas, de forma geral: trata-se do home office, que ao pé da letra, significa escritório em casa.

O método, trazido há alguns anos pelas multinacionais, vem se propagando em razão do avanço da internet. De acordo com um estudo realizado pela Capgemini, um dos líderes mundiais em serviços de consultoria, tecnologia e terceirização, em parceria com a Pegasystems, provedora líder em aplicações estratégicas de negócios, 45% das empresas acreditam que os funcionários podem exercer suas funções de trabalho em qualquer lugar, contra 36% que acham que eles atuam melhor no ambiente empresarial. O setor financeiro lidera o mercado quando o assunto é colaboração entre funcionários por canais digitais. Ao todo, 54% dos entrevistados desse segmento disseram que isso já é uma realidade em suas organizações, enquanto que apenas 39% das empresas de outros setores da economia estão prontas para adotar a nova postura de trabalho.

Na visão do vice-presidente da Zebra Technologies para a América Latina, Alex Castaneda, a quarta revolução industrial, embora possa não parecer, está acontecendo neste exato momento. “A transformação dos sistemas ciberfísicos está cada vez mais próxima. Sabemos que as revoluções industriais transformaram radicalmente os negócios e a tecnologia nos últimos três séculos, mas as perguntas agora são as seguintes: como a quarta revolução industrial vai afetar os negócios de hoje? Como as empresas se adaptarão à constante evolução tecnológica e à rápida inovação industrial? Pensemos por um minuto

sobre as tendências que continuam moldando nossos negócios: realidade virtual e aumentada, Big Data & Analytics, terabytes e zetabytes, serviços em nuvem, trabalho remoto e mobilidade, acessibilidade e visibilidade... Estas são apenas uma pequena amostra do que vem por aí”.

Para ele, tanto a questão da atividade remota quanto a da mobilidade são intrínsecas à quarta revolução industrial, uma vez que os dispositivos móveis têm o poder de trazer o mundo para nossas mãos, e hoje quase 60% da população mundial têm acesso a algum tipo de equipamento portátil.

Diante deste novo cenário, como está o home office na Contabilidade?

Empresas

Para as empresas, uma das principais vantagens é a economia de deslocamento e tempo, autonomia, produtividade, flexibilidade: esses são só alguns dos benefícios proporcionados pelo trabalho remoto. E foi justamente visando a essas vantagens que a NTW Contabilidade já lançou 21 unidades de home office da empresa. E esse modelo de negócio vem dando

Ricardo Aguiar, da NTW Contabilidade

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12MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

muito certo, primeiro pelo baixo custo de instalação - R$ 12.900 (taxa de franquia) + R$ 5 mil de móveis e equipamentos, o que resulta em R$ 17.900. “O retorno do investimento pode variar entre 18 e 36 meses”, garante o diretor-executivo da empresa, Ricardo Aguiar enfatizando que a Contabilidade montada em ambiente home office é bem mais vantajosa para quem deseja empreender com um baixo investimento inicial e também por ter um custo de manutenção menor se comparada a uma unidade física.

Empregados

Apesar de não precisar pegar trânsito ou transporte público para ir ao escritório [bastando ligar o computador para pôr a mão na massa], é preciso ficar atento a algumas observações, já que vantagens podem se transformar facilmente em desvantagens. Pensando nisso, o Mensário do Contabilista listou alguns pontos básicos para o empregado home office desempenhar bem em suas funções:

- Disciplina: um minuto na geladeira, outro para assistir a um programa na televisão e mais um tempinho para tomar um bom banho e relaxar. Após o horário de almoço, um cochilo... Em casa, é fácil se dispersar das atividades laborais, portanto, ter foco no trabalho é fundamental;

- Entrega das tarefas no prazo: lembrar sempre do velho ditado “não deixar para amanhã aquilo que é para ser feito hoje”;

- Usar e abusar dos aplicativos: muitas ferramentas na internet ajudam tanto os gestores quanto os colaboradores a otimizarem melhor o tempo e o desempenho de ambas as partes, tais como o Ahgora, um sistema de gestão de marcação de ponto pela nuvem. Porém, se a necessidade for fazer relatórios diários sobre as atividades digitais do empregado, uma dica é o TimeDoctor. Por sua vez, o

iDoneThis é indicado para projetos coletivos, enquanto o Trello, considerado uma das melhores ferramentas de gestão, é ideal para gerenciar tarefas online, independente de ser pessoal ou em grupo;

- Cumprir o horário: se é estabelecido um horário fixo de trabalho, o empregado deve cumpri-lo rigorosamente;

- Vestir-se adequadamente: é necessário, no mínimo, tirar o pijama, e colocar uma roupa apropriada ao ambiente laboral;

- Escolha um local: procure um ambiente iluminado e silencioso para trabalhar. Outra dica é avisar os familiares para que não haja interrupções;

- E, por fim, cuidado com as informações: não é porque você está trabalhando de sua casa que os assuntos da empresa podem ser tratados sem proteção. Muito pelo contrário: lembre-se que são temas confidenciais que requerem muitos cuidados, sempre!

Na visão do presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo - CRCSP na gestão 2016-2017, Gildo Freire de Araújo, a Contabilidade remota é, sim, uma tendência, já que a tecnologia está entre nós para ser utilizada de forma consciente e eficiente. “Contudo, o profissional deve estar preparado para esse modelo com foco e profissionalismo”.

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Gildo Freire de Araújo, presidente do CRCSP na gestão 2016-2017

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13MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Consultoria Sindcont-SP

As principais dúvidas sobre a Reforma Trabalhista

A Lei nº 13.467/17, da Reforma Trabalhista, entrou em vigor dia 11 de novembro de 2017, com escopo de reescrever a Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT, retirando-lhe a condição de norma protetiva do trabalho e flexibilizando algumas normas existentes. Muitas são as indagações acerca de seu alcance e de sua aplicação. A seguir, algumas delas:

1) Como fica o horário de almoço?Continua sendo de, no mínimo, uma hora e, no

máximo, de duas horas. A nova legislação possibilita que esse intervalo seja reduzido para 30 minutos, com a respectiva redução em 30 minutos da jornada normal de trabalho. Para empregados com curso superior e que percebam mais de duas vezes o teto da Previdência Social, é possível o acordo individual, para os demais empregados, somente com a participação do sindicato.

2) Por meio de acordo individual é possível reduzir o salário do colaborador?

Não, somente por meio de acordo coletivo (acordo entre a empresa e os empregados, com assistência do sindicato).

3) A Reforma alterou a regra dos acordos coletivos trabalhistas. Os acordos coletivos deixam de valer?

Os acordos agora terão força de Lei. Esses acordos devem ter o acompanhamento do sindicato representativo.

4) As férias sofreram alterações?Sim, agora existe a possibilidade do fracionamento

em três períodos, não podendo um desses períodos

ser inferior a 14 dias e os outros dois inferiores a cinco dias. Os empregados menores de 18 anos e maiores de 50 anos também farão jus a esse parcelamento.

5) É possível trocar o dia do feriado?Sim, conforme estabelece o inciso XI, artigo

611-A, por meio de convenção ou acordo coletivo, sempre com o acompanhamento do sindicato de classe.

6) O que é “Termo de Quitação Anual dos Direitos Trabalhistas”? Onde obter?

O parágrafo único do artigo 507-B esclarece que “o termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas”, sendo que esse termo será firmado perante o sindicato dos empregados da categoria.

7) É possível adotar a jornada 12 x 36 horas? Sim, de acordo com o disposto na Medida

Provisória nº 808/17, por meio do sindicato, mediante convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, exceto os trabalhadores do setor de saúde, que poderão pactuar acordo individual.

Benedito de Jesus Cavalheiro, Consultor Jurídico do Sindcont-SP

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15MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

A terceirização das atividades contábeis é uma verdade presente em muitas empresas, independentemente do porte. Tudo porque as vantagens de se contratar um terceirizado são infinitamente superiores do que a de manter um profissional exclusivo para a função, como os gastos com obrigações trabalhistas e previdenciárias, por exemplo.

Um empresário, ao contratar um funcionário, terá de se preocupar em pagar salário, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS, férias, 13º salário, INSS e outros encargos. Se o serviço for terceirizado, esse mesmo patrão terá de pagar apenas pelo serviço prestado, pois a relação de

ambos está condicionada a um contrato de prestação de serviços e não a um vínculo empregatício (quem tem de pagar todos esses encargos é quem contratou o terceirizado).

Terceirizar ou não terceirizar: eis a questão

Reportagem

16MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Neste sentido, na opinião do professor da Fundação Getúlio Vargas - FGV, Luciano Salamacha, muitos profissionais, principalmente com maior qualificação técnica, buscam se tornar terceirizados para obter qualidade de vida com horário flexível e remuneração pela tarefa e não pelo número de horas disponibilizadas ao contratante. “E a terceirização pode ampliar ainda mais essa possibilidade”.

Por outro lado, Salamacha acredita que as empresas podem contar com flexibilidade para incrementar mão de obra por períodos em que há mais demanda. “As empresas terceirizadas podem manter uma equipe para atender várias empresas. Isso permite a manutenção da estabilidade do emprego nas empresas terceirizadas em vez de gerar contratações e rescisões sazonais nas organizações que hoje não podem terceirizar”.

Responsabilidade

Ao ser questionado se um direito do trabalhador terceirizado será ou não respeitado, Salamacha pontua que a terceirização está regulamentada nas leis trabalhistas vigentes hoje. “Portanto, mesmo em uma empresa terceirizada, os direitos são mantidos pela solidariedade passiva inerente a quem cria a terceirização, em caso da empresa terceirizada não honrar com os compromissos trabalhistas”.

Para Leonardo Amarante, advogado especialista em responsabilidade civil, não é apenas a flexibilização do vínculo trabalhista que está em jogo, mas também mudanças no caso de acidentes de trabalho e do princípio de solidariedade para o regime de responsabilidade subsidiária, criando problemas para o pagamento de indenização.

“Em um país como o Brasil, campeão mundial de acidentes de trabalho e onde a justiça é lenta, a

terceirização pode dificultar muito o pagamento de indenizações. Com as novas regras aprovadas pela Reforma Trabalhista, o trabalhador só pode acionar judicialmente a empresa terceirizada. Apenas se a terceirizada não tiver recursos para arcar com a indenização é que será possível, em princípio, demandar a empresa tomadora do serviço. A ideia é evitar, ou pelo menos dificultar, que grandes empresas tomadoras de serviço sejam condenadas. Na prática, isso significa que o trabalhador que sofreu algum acidente de trabalho terá um caminho mais longo a percorrer em busca de seus direitos”, conclui Amarante.

Direitos e deveres dos terceirizados

A Lei nº 13.429, de 31 de março de 2017, determina que as empresas podem contratar trabalhadores terceirizados. Na prática, um trabalhador terceirizado tem os mesmos direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT e pela Constituição Federal a todos os empregados: férias de 30 dias; 13º salário; pagamento de horas extras; FGTS; INSS; salário mínimo... Além disso, toda empresa que se utilizar de um trabalhador terceirizado em seu estabelecimento ou em local indicado por ele será responsável por garantir as condições de higiene, segurança e salubridade do local laboral.

Todavia, é importante observar que o Contador terceirizado não é empregado da empresa que se beneficia de seu serviço. Ele é empregado de outra empresa, denominada prestadora de serviço ou contratada, e é justamente essa empresa que disponibiliza seu funcionário para prestar serviços a outra pessoa jurídica, a qual é denominada tomadora de serviço ou contratante. Portanto, um funcionário da empresa contratante pode ter um salário maior que o empregado da contratada e vice-versa.

Reportagem

1º colocado: R$ 4.000,00

2º colocado: R$ 2.500,00

3º colocado: R$ 1.000,00

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18MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Entrevista

Proposta de Reforma Tributária ficará para este ano

O presidente Michel Temer já sinalizou que emplacará a proposta da reforma tributária a partir deste ano. O projeto do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) unifica todos os tributos de consumo e dá um peso maior nos tributos sobre a renda. Em entrevista a Revista Mensário do Contabilista, a advogada Luna Pantoja Schioser, especialista em Direito Tributário do Xavier Advogados, destaca os principais pontos da reforma e se ela realmente mudará o peso da carga tributária dos impostos no bolso dos cidadãos e empresas. Confira:

O projeto de Reforma Tributária simplifica o sistema de tributos?

Em princípio sim, pois elimina a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, cuja base de cálculo assemelha-se a do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ, bem como cria dois impostos (Imposto Sobre Operações de Bens e Serviços - IBS e Imposto Seletivo - IS) em substituição a nove tributos.

Hoje o sistema tributário nacional não agrada [quase] ninguém. Qual sua visão sobre este fato?

Os tributos são compulsórios e devem ser pagos, agradando ou não. Porém, o grande problema está na tributação indireta que aumenta demasiadamente o custo dos produtos e dos serviços (repassados ao consumidor final), além de exigir procedimentos complexos e confusos. São diversos documentos fiscais a serem apresentados em todas as esferas: federal, estadual e municipal. Além do pagamento dos tributos, a quantidade de obrigação acessória a ser cumprida pelo contribuinte dificulta o exercício de qualquer atividade empresarial e gera um enorme compliance fiscal. Se não cumpridas, há a aplicação de multas pesadíssimas.

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Luna Pantoja Schioser, especialista em Direito Tributário do Xavier Advogados

Outros projetos de mudança na cobrança de tributos, impostos e taxas falharam no passado: Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff mandaram projetos para o Congresso e fracassaram. A senhora acha que há possibilidades de acontecer o mesmo com o projeto do deputado Luiz Carlos Hauly?

Possibilidade há e não é pequena. O momento político do País não é o mais amistoso e para a aprovação de uma reforma tributária é necessário o apoio maciço no Congresso Nacional. Vejamos o que está acontecendo com a reforma previdenciária que se arrasta por meses sem qualquer definição e muitas alterações em seu texto que atrasam ainda mais a sua tramitação no Congresso.

19MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Quais os pontos mais fundamentais da reforma, em sua opinião?

Os pontos fundamentais são: a unificação da CSLL e do IRPJ, pois, apesar de semelhantes, a apuração da base de cada um é distinta, o que gera muita confusão; a criação do IBS e do IS em substituição ao IPI, IOF, PIS, Pasep, Cofins, salário-educação, Cide-Combustíveis, ICMS e ISS. Além disso, o IBS, apesar de ser de competência estadual, terá regulamentação única em todo território nacional, o que mitigará a chamada “guerra fiscal” entre os estados, abolindo a concessão de benefícios unilaterais.

Qual sua avaliação sobre a atual carga tributária brasileira para pessoas físicas e jurídicas?

A tributação da renda das pessoas físicas deveria ter mais faixas de progressão para que fosse mais justa e observasse efetivamente a capacidade contributiva. Recentemente houve uma alteração na tributação do ganho de capital pelo imposto de renda, com a criação de alíquotas progressivas, mas essa alteração só trouxe impacto para as grandes transações. De outro lado, considerando que a alíquota máxima do imposto de renda para as pessoas físicas é de 27,5%, vemos que ainda é bem inferior a dos países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, no estado de Nova Iorque, por exemplo, a tributação da renda alcança os 50%. Porém, o que traz a indignação da população brasileira é a falta de entrega pelo Estado, já que a saúde, a segurança e a educação são extremamente deficitárias. Para as pessoas jurídicas, a carga tributária é alta, sem mencionar o excesso de obrigações acessórias que muitas vezes inviabilizam o exercício da atividade. Porém, ainda assim, costuma ser mais vantajosa em comparação com a tributação a que as pessoas físicas estão sujeitas, o que gera o fenômeno “pejotização”.

Qual seu parecer sobre a tributação maior para a renda, fortunas e heranças?

Se for para tornar a tributação mais justa, observando o princípio da capacidade contributiva e da isonomia, é válida. Um ponto pouco falado sobre a reforma é o aumento da tributação do patrimônio

por meio do IPVA que passará a incidir sobre a propriedade de embarcações e aeronaves, hoje não tributadas pelo IPVA.

O atual sistema tributário limita a expansão dos negócios no Brasil?

Com certeza. Essa complexidade do sistema e a alta carga tributária impedem o crescimento econômico, geram uma concorrência predatória, diminuem os postos de trabalho, além de afugentar os investimentos estrangeiros.

Quais as vantagens da Reforma Tributária diante do sistema atual de tributação?

A principal vantagem, a meu ver, é a redução do número de espécies tributárias, o que, consequentemente, diminui a quantidade de obrigações acessórias. Além disso, a criação do IBS com a regulamentação única visa acabar com a guerra fiscal entre os estados. Outro ponto positivo da reforma é a possibilidade de celebração de convênio entre municípios e União para a arrecadação, fiscalização e cobrança dos impostos municipais. Essa medida visa mitigar o problema da autonomia financeira dos municípios, os quais, em sua maioria, dependem de repasse e não possuem estrutura para a arrecadação dos tributos.

Essa reforma, se aprovada, pode diminuir a sonegação?

Esse é um dos objetivos da reforma. A sonegação muitas vezes não é proposital, mas decorrente da complexidade do sistema, já que em muitos casos é oriunda de erro nas declarações apresentadas ao fisco.

Por que é tão urgente se fazer a reforma tributária no País?

A Reforma Tributária parece ser um remédio eficiente para a grave crise econômica e política que assola o País. De acordo com o relatório apresentado pelo deputado Luiz Carlos Hauly, a mudança para um sistema tributário mais racional e eficiente promoverá, por si só, um aumento de 1% no PIB ao ano, na primeira década.

Entrevista

20MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Como diria o físico Albert Einstein, “no meio de toda dificuldade encontra-se a oportunidade”. Talvez seja com esse pensamento que muitas empresas com dificuldades financeiras acabam recorrendo à Justiça para sobreviver no mercado. Mas a boa notícia é que o volume de pedidos de recuperações judiciais vem caindo, se compararmos os números de 2017 com 2016.

O volume de recuperações judiciais teve queda de 2,8% em novembro de 2017 em relação a outubro e recuou 10,2% na comparação com o penúltimo mês de 2016, segundo dados da Serasa Experian. As micro e pequenas empresas - MPEs lideraram os pedidos de recuperação judicial em novembro, com 72, seguidas pelas médias, 20, e pelas grandes empresas, 14. Ao todo, de janeiro a novembro de 2017, foram requeridos 1.302 pedidos de recuperações judiciais, queda de 24,2% em relação ao registrado no mesmo período de 2016, quando foram requeridas 1.863 solicitações, 44,8% a mais do que o registrado em 2015. O resultado foi o maior para o acumulado do ano desde 2006, após a entrada em vigor da nova Lei de Falências, em junho de 2005.

Segundo os economistas da Serasa Experian, a consolidação da retomada do crescimento econômico aliado à queda dos juros e da inflação reduziram os pedidos de recuperações judiciais no ano de 2017, após o recorde histórico atingido em 2016. Entretanto, antes de falarmos sobre o funcionamento do processo de recuperação judicial, vamos esclarecer do que se trata.

O papel do Contador na recuperação judicial

De acordo com o advogado Marcello Benevides, a recuperação judicial é uma medida para evitar a quebra, a falência de uma empresa. “Ela é requerida quando a empresa não tem mais condições de pagar suas dívidas. Na prática, este é um meio, uma forma, para que a empresa em dificuldades, ou seja, aquela que possui despesas maiores que suas receitas, reorganize seus negócios, redesenhe o passivo e se recupere do momentâneo contratempo econômico”.

Reportagem

Fábio Astrauskas, economista e CEO da consultoria Siegen

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21MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Reportagem

De acordo com o especialista em gestão financeira Artur Lopes, sócio da IWER Capital, consultoria de recuperação, consolidação e ampliação de negócios, enquanto nos Estados Unidos a recuperação judicial é vista como um instrumento saudável para a atividade econômica, no Brasil, na maioria das vezes, causa apreensão e um juízo de valor negativo para quem precisa recorrer ao recurso jurídico.

Neste sentido, em sua visão, tanto o empresário quanto seu Contador podem e devem lutar com todas as armas para preservar o negócio e os empregos que gera, uma vez que a Lei de Falências institui uma série de mecanismos que possibilitam a reestruturação da organização. São recursos que, colocados em prática, permitem a salvação da empresa e até mesmo a revitalização e expansão dos negócios. “Não existem fórmulas exatas para vencer as dificuldades, porque a realidade de cada empresa é única. Mas há metodologias aplicáveis e um know-how adaptável, sempre. O importante é que o empresário busque ajuda assim que perceber que os negócios não estão indo bem: não se deve deixar para o último instante. Quanto mais demorar o combate à doença, menores serão as chances de cura”, defende o consultor.

Quando se trata do gerenciamento da crise nas organizações, Lopes é enfático: “Se a recuperação judicial não for acompanhada de uma profunda modificação na estrutura corporativa, de um redesenho dos negócios, de um jeito diferente de tocar a companhia, o que vai se ganhar apenas, em alguns casos, será mais prazo. Não existe um `bicho de sete cabeças´. Mas sim, um arsenal de medidas que, se tomadas no timing certo, serão a salvação da empresa”, insiste.

Por sua vez, Fábio Astrauskas, economista e CEO da consultoria Siegen, destaca que o Profissional da Contabilidade tem papel relevante durante todo

o processo, dentro do qual podemos observar três fases distintas:

- fase preparatória, quando o Contabilista deve reunir e conferir os documentos e informações exigidos pela Lei nº 11.101, como balanços patrimoniais, demonstração de resultados, endividamento e relação de ativos entre outros documentos;

- fase de preparação do Plano de Recuperação Judicial: nesta etapa, o Contabilista deve atuar como apoio para a elaboração das projeções que irão dar sustentabilidade à proposta de pagamento aos credores, bem como para a elaboração do laudo econômico-financeiro e do laudo de avaliação de ativos;

- e, por fim, a fase de acompanhamento: durante o período em que a empresa estiver em recuperação judicial, é exigido que ela apresente informações contábeis para o Administrador Judicial.

“Assim, o Contabilista pode atuar tanto como representante da empresa devedora, fornecendo os documentos e relatórios, quanto Administrador Judicial, recepcionando e analisando as informações”, explica o especialista.

22MENSÁRIO DO CONTABILISTA - JANEIRO/2018

Atendimento médico no Sindcont-SP

Associado em foco

Sindcont-SP mantém convênio com INSS para triagem de documentos

para aposentadoria O Sindicato dos Contabilistas de São Paulo

disponibiliza, em sua sede social, um serviço de triagem de documentos para envio ao Instituto Nacional de Seguro Social - INSS para solicitação de aposentadoria junto ao órgão. Além disso, todos os seus Associados são beneficiados com os seguintes serviços referentes aos pedidos do benefício: contagem de tempo de serviço; organização de documentação; e protocolamento e acompanhamento de todo o processo, até a concessão do benefício.

O atendimento é realizado no setor jurídico da Entidade, às segundas, quartas e sextas-feiras, das 9h às 14h e das 15h às 18h; e às terças-feiras, das 15h às 18h.

Novas informações podem ser obtidas pelo telefone 3224-5143 ou e-mail: [email protected].

Relação de Associados admitidos no mês de dezembro de 2017

Associados ao Sindcont-SP têm

descontos exclusivos em agência de turismo, hotéis

e pousadasO Sindicato dos Contabilistas de São Paulo -

Sindcont-SP tem convênio com a Valetur Viagens e oferece, para seus Associados, descontos de até 15% para pacotes e serviços turísticos. Para saber mais, basta acessar o site da Valetur Viagens: www.valetur.com.br.

A Entidade oferece ainda, em parceria com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo e com a Federação dos Contabilistas do Estado de São Paulo, lazer no litoral paulista com valores e condições de pagamento diferenciados em Praia Grande e no Sesc Bertioga. Para mais informações, basta enviar um e-mail para [email protected] ou [email protected], ou entrar em contato pelos telefones 3224-5121 ou 3224-5135.

Como se não bastasse, os Associados ainda podem aproveitar de 15% de desconto nas diárias do Amarilis Flat Service, na Alameda Guaíra, 19 - Módulo 30, na Riviera de São Lourenço, em Bertioga/SP, e 10% de abatimento no valor das tarifas de hospedagem na Pousada Magic City, localizada na Estrada do Pavoeiro, 8.870, no Clube dos Oficiais, em Suzano/SP.

Sempre atento à saúde física dos seus Associados e dependentes, o Sindcont-SP oferece atendimento médico sem ônus, em sua sede social, nas especialidades de cardiologia e clínica geral.

O atendimento, feito pelo Dr. João Alberto Oliveira, às quartas-feiras, das 14h30 às 15h45, inclui consultas

simples e de rotina, bem como o encaminhamento de guias para exames.

Agende sua consulta na recepção da Entidade ou, para obter mais informações, entre em contato pelo telefone 3224-5149.

Alice Mikie Aramaki

Cristiane Dragão de Sousa

Elias de Souza Rolim

Jose Nilton Alfredo Oliveira

Teodoro Tutomu Sato

Valdir Correa

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