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  • Contabilidade Tpicos Avanados Aula 06 CONSOLIDAO Professores: Francisco Velter & Luiz Roberto Missagia

    INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS

    CONSOLIDAO DAS DEMONSTRAES CONTBEIS

    1. CONSIDERAES INICIAIS

    A Lei das sociedades annimas, por meio dos arts. 249 e 275, dispe sobre a necessidade da elaborao de demonstraes contbeis consolidadas por parte das companhias abertas que dever seguir as normas emanadas pelo art. 250 da mesma lei.

    Nesses dispositivos, a lei prev que a companhia aberta que tiver mais de 30% do valor do seu patrimnio lquido representado por investimentos em sociedades controladas e o grupo de sociedades devero elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstraes financeiras, demonstraes consolidadas nos termos do art. 250.

    Dispem, ainda, aqueles dispositivos que a CVM poder expedir normas sobre as sociedades cujas demonstraes devam ser abrangidas na consolidao bem como incluir na consolidao sociedades que no sejam controladas, desde que sejam dependentes financeira ou administrativamente da companhia. A CVM poder autorizar, em casos especiais, a excluso de uma ou mais sociedades controladas.

    No caso de grupo de sociedades, a sociedade de comando estar sempre obrigada a elaborao de demonstraes consolidadas, independentemente de ser sociedade annima ou outro tipo societrio.

    Desta forma, no contexto da vida empresarial contempornea, no qual as empresas esto formando grupos econmicos constitudos por diversos segmentos industriais, comerciais, financeiros e de prestao de servios, h a necessidade de as empresas de comando ou controladoras evidenciarem de forma clara e transparente todas as transaes efetuadas e principalmente as realizadas com relao a outras empresas do mesmo grupo econmico. Assim, com fundamento no princpio da entidade, surge a necessidade da consolidao das demonstraes contbeis.

    Antes de adentrarmos nos conceitos mais tcnicos e para que possamos entend-los adequadamente, poder-se-ia dizer que consolidao das demonstraes financeiras se constitui no trabalho de eliminar toda e qualquer transao realizada entre os componentes do grupo empresarial para que o grupo possa apresentar um demonstrativo nico. como se fosse uma famlia em que o filho realizasse uma venda ao seu pai e obtivesse lucro nessa venda. Esse lucro deve ser eliminado do patrimnio da famlia, pois a famlia, como unidade econmica (entidade autnoma), no ganhou, ainda, absolutamente nada.

    A consolidao de balanos, como mais conhecida, um demonstrativo que ganha importncia cada vez maior em face da crescente busca de capital por parte das empresas junto ao mercado de aes.

    As demonstraes financeiras no consolidadas das empresas pertencentes a um grupo empresarial perdem muitas informaes, no sendo, muitas vezes, adequadas na anlise da tomada de decises por parte dos acionistas minoritrios e pblico em geral que so a razo principal da consolidao.

    Por meio da consolidao das demonstraes financeiras podemos conhecer a efetiva posio financeira da empresa controladora juntamente com as suas controladas e sociedades dependentes.

    Muitos grupos empresariais so constitudos por suas atividades serem complementares umas das outras. exatamente neste contexto que devemos analisar as demonstraes financeiras, pois representam um conjunto de atividades empresariais. Esta anlise somente ser vlida quando realizada com base nas demonstraes consolidadas.

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    INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 2

    Neste contexto surgem as Entidades de Propsito Especfico (EPE) que, nos termos da Instruo CVM n 408/04, devem ser includas na consolidao e avaliadas pelo MEP, nos termos da Instruo CVM 247/96.

    Ateno!

    Aqui temos mais uma possibilidade de avaliao pelo MEP, alm da consolidao.

    No concernente ao aspecto legal, j vimos que a Lei 6.404/76, por meio dos arts. 249 e 275 determina a exigibilidade da consolidao nos termos do art. 250, alm de delegar competncia normativa CVM.

    A CVM, por meio da Instruo 247/96, com alteraes posteriores, editou os procedimentos que devem ser adotados nas demonstraes financeiras consolidadas, as quais analisaremos detalhadamente a seguir.

    O Conselho Federal de Contabilidade, no mbito de sua competncia, por meio da Norma Brasileira de Contabilidade norma Tcnica n 8 (NBC T 8), editou procedimentos a serem observados pelos contabilistas na consolidao das demonstraes contbeis, reproduzindo, basicamente, o pronunciamento proferido pela CVM, dando nfase aos aspectos contbeis.

    O objetivo da consolidao , destarte, apresentar aos interessados, principalmente acionistas minoritrios e credores, os resultados e a posio financeira da sociedade controladora juntamente com suas controladas, como unidade econmica nica. Isto obtido mediante a eliminao da maioria das transaes realizadas entre os componentes do grupo econmico.

    Ter-se-, assim, por meio da consolidao, uma viso global do empreendimento o que facilita uma anlise mais abrangente do grupo empresarial, tendo em vista que na anlise individual das demonstraes algumas informaes so perdidas ou no detectadas.

    2 - ASPECTOS LEGAIS DA CONSOLIDAO A seguir, dentro do propsito do item 15 do edital de AFRF, apresentaremos a legislao

    pertinente a consolidao das demonstraes contbeis, para, depois, analisarmos os aspectos de consolidao com exemplos prticos, quando cabvel. Mas, salientamos, daremos nfase a parte da legislao porque assim que est no edital.

    2.1 - LEI DAS Sociedades Annimas (Lei das S.A.)

    As disposies da Lei das S.A., embora poucas, so enfticas e bastante precisas no que versa sobre consolidao. Por meio da leitura dos artigos a seguir transcritos, percebe-se que a consolidao das demonstraes financeiras obrigatria em alguns casos pontuais, geralmente quando h o envolvimento de companhias de capital aberto e no caso de grupos empresariais:

    Lei das S.A. Art. 249. A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do seu patrimnio lquido representado por investimentos em sociedades controladas dever elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstraes financeiras, demonstraes consolidadas nos termos do art. 250. Pargrafo nico. A Comisso de Valores Mobilirios poder expedir normas sobre as sociedades cujas demonstraes devam ser abrangidas na consolidao, e: a) determinar a incluso de sociedades que, embora no controladas, sejam financeira ou administrativamente dependentes da companhia; b) autorizar, em casos especiais, a excluso de uma ou mais sociedades controladas.

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    INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 3

    Normas sobre Consolidao

    Art. 250. Das demonstraes financeiras consolidadas sero excludas: I - as participaes de uma sociedade em outra;

    II - os saldos de quaisquer contas entre as sociedades;

    III - as parcelas dos resultados do exerccio, dos lucros ou prejuzos acumulados e do custo de estoques ou do ativo permanente que corresponderem a resultados, ainda no realizados, de negcios entre as sociedades.

    1 A participao dos acionistas no controladores no patrimnio lquido e no lucro do exerccio ser destacada, respectivamente, no balano patrimonial e na demonstrao do resultado do exerccio. (Redao dada pela Lei n 9.457, de 5.5.1997)

    2 A parcela do custo de aquisio do investimento em controlada, que no for absorvida na consolidao, dever ser mantida no ativo permanente, com deduo da proviso adequada para perdas j comprovadas, e ser objeto de nota explicativa.

    3 O valor da participao que exceder do custo de aquisio constituir parcela destacada dos resultados de exerccios futuros at que fique comprovada a existncia de ganho efetivo. 4 Para fins deste artigo, as sociedades controladas, cujo exerccio social termine mais de 60 (sessenta) dias antes da data do encerramento do exerccio da companhia, elaboraro, com observncia das normas desta Lei, demonstraes financeiras extraordinrias em data compreendida nesse prazo. ...

    Art. 274. Os administradores do grupo e os investidos em cargos de mais de uma sociedade podero ter a sua remunerao rateada entre as diversas sociedades, e a gratificao dos administradores, se houver, poder ser fixada, dentro dos limites do 1 do artigo 152 com base nos resultados apurados nas demonstraes financeiras consolidadas do grupo.

    ...

    Art. 275. O grupo de sociedades publicar, alm das demonstraes financeiras referentes a cada uma das companhias que o compem, demonstraes consolidadas, compreendendo todas as sociedades do grupo, elaboradas com observncia do disposto no art. 250. 1 As demonstraes consolidadas do grupo sero publicadas juntamente com as da sociedade de comando. 2 A sociedade de comando dever publicar demonstraes financeiras nos termos desta lei, ainda que no tenha a forma de companhia. 3 As companhias filiadas indicaro, em nota s suas demonstraes financeiras publicadas, o rgo que publicou a ltima demonstrao consolidada do grupo a que pertencer. 4 As demonstraes consolidadas de grupo de sociedades que inclua companhia aberta sero obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na Comisso de Valores Mobilirios, e observaro as normas expedidas por essa comisso.

    ...

    Art. 295. A presente Lei entrar em vigor 60 (sessenta) dias aps a sua publicao, aplicando-se, todavia, a partir da data da publicao, s companhias que se constiturem.

    ...

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    INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 4

    c) elaborao e publicao de demonstraes financeiras consolidadas, que somente sero obrigatrias para os exerccios iniciados a partir de 1 de janeiro de 1978.

    Percebe-se que a lei deu amplos poderes CVM para regulamentar e inclusive inserir

    outras companhias ou casos no rol das empresas que devem consolidar suas demonstraes contbeis.

    2.2 A Comisso de Valores Mobilirios - CVM

    A CVM, autarquia constituda pela Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, com a finalidade de regular e fiscalizar as operaes de valores mobilirios no mbito de sua competncia, estabelece normas sobre as demonstraes contbeis das sociedades annimas de capital aberto que, em certas circunstncias, so aplicadas s demais sociedades. Em termos de consolidao das demonstraes contbeis, h a obrigao legal de cumprimento, por parte das investidoras de capital aberto que possurem participaes societrias em controladas, das normas expedidas pela CVM.

    Esta autarquia, por meio das Instrues 247/96 e 408/2004, normatizou os procedimentos relativos avaliao de investimentos permanentes pelo MEP e os de consolidao de demonstraes contbeis. A Instruo 247/96 trata da consolidao a partir do art. 21. J a Instruo n 408/04, trata da incluso de Entidades de Propsito Especfico EPE nas demonstraes contbeis consolidadas das companhias abertas e na avaliao pelo MEP.

    Instruo CVM 247/96

    DAS DEMONSTRAES CONTBEIS CONSOLIDADAS

    DO DEVER DE ELABORAR E DIVULGAR DEMONSTRAES CONTBEIS CONSOLIDADAS Art. 21 - Ao fim de cada exerccio social, demonstraes contbeis consolidadas devem ser elaboradas por:

    I - Companhia aberta que possuir investimento em sociedades controladas, incluindo as sociedades controladas em conjunto referidas no artigo 32 desta Instruo; e

    II - Sociedade de comando de grupo de sociedades que inclua companhia aberta.

    Art. 22 - Demonstraes contbeis consolidadas compreendem o balano patrimonial consolidado, a demonstrao consolidada do resultado do exerccio e a demonstrao consolidada das origens e aplicaes de recursos, complementadas por notas explicativas e outros quadros analticos necessrios para esclarecimento da situao patrimonial e dos resultados consolidados.

    DAS CONTROLADAS EXCLUDAS NAS DEMONSTRAES CONTBEIS CONSOLIDADAS

    Art. 23 - Podero ser excludas das demonstraes contbeis consolidadas, sem prvia autorizao da CVM, as sociedades controladas que se encontrem nas seguintes condies:

    I - Com efetivas e claras evidncias de perda de continuidade e cujo patrimnio seja avaliado, ou no, a valores de liquidao; ou

    II - Cuja venda por parte da investidora, em futuro prximo, tenha efetiva e clara evidncia de realizao devidamente formalizada.

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    1 - Em casos especiais justificados, podero ser ainda excludas da consolidao, mediante prvia autorizao da Comisso de Valores Mobilirios, as sociedades controladas cuja incluso, a critrio da CVM, no represente alterao relevante na unidade econmica consolidada ou que venha distorcer essa unidade econmica.

    2 - No balano patrimonial consolidado, o valor contbil do investimento na sociedade controlada excluda da consolidao dever ser avaliado pelo mtodo da equivalncia patrimonial.

    3 - No ser considerada justificvel a excluso, nas demonstraes contbeis consolidadas, de sociedade controlada cujas operaes sejam de natureza diversa das operaes da investidora ou das demais controladas. DA ELABORAO DAS DEMONSTRAES CONTBEIS CONSOLIDADAS

    Art. 24 - Para a elaborao das demonstraes contbeis consolidadas, a investidora dever observar, alm do disposto no artigo 10, os seguintes procedimentos:

    I - Excluir os saldos de quaisquer contas ativas e passivas, decorrentes de transaes entre as sociedades includas na consolidao;

    II - Eliminar o lucro no realizado que esteja includo no resultado ou no patrimnio lquido da controladora e correspondido por incluso no balano patrimonial da controlada.

    III - Eliminar do resultado os encargos de tributos correspondentes ao lucro no realizado, apresentando-os no ativo circulante/realizvel a longo prazo - tributos diferidos, no balano patrimonial consolidado.

    Pargrafo nico - No processo de consolidao das demonstraes contbeis, no poder ser efetuada a compensao de quaisquer ativos ou passivos pela deduo de outros passivos ou ativos, a no ser que exista um direito de compensao e a compensao represente a expectativa quanto realizao do ativo e liquidao do passivo.

    Art. 25 - A participao dos acionistas no controladores, no patrimnio lquido das sociedades controladas, dever ser destacada em grupo isolado, no balano patrimonial consolidado, imediatamente antes do patrimnio lquido.

    Art. 26 - O montante correspondente ao gio ou desgio proveniente da aquisio/subscrio de sociedade controlada, no excludo nos termos do inciso I do artigo 24, dever:

    I - Quando decorrente da diferena prevista no pargrafo 1 do artigo 14, ser divulgado como adio ou retificao da conta utilizada pela sociedade controlada para registro do ativo especificado; e

    II - Quando decorrente da diferena prevista no pargrafo 2 do artigo 14:

    a) - ser divulgado em item destacado no ativo permanente, quando representar gio; e

    b) - ser divulgado em conta apropriada de resultados de exerccios futuros, quando representar desgio.

    Art. 27 - A parcela correspondente proviso para perdas constituda na investidora deve ser deduzida do saldo da conta da controlada que tenha dado origem constituio da proviso, ou apresentada como passivo exigvel, quando representar expectativa de converso em exigibilidade.

    Art. 28 - Para a elaborao da demonstrao consolidada do resultado do exerccio a investidora dever:

    I - Incluir os resultados de sociedade controlada, adquirida ou vendida no transcorrer do exerccio social, tomando por base a data do respectivo registro ou baixa nos seus investimentos permanentes; e

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    II - Excluir todas as receitas e despesas decorrentes de negcios entre a investidora e as sociedades controladas, bem como entre estas.

    Art. 29 - A participao dos acionistas no controladores no lucro lquido ou prejuzo do exerccio das controladas dever ser destacada e apresentada, respectivamente, como deduo ou adio ao lucro lquido ou prejuzo consolidado.

    Art. 30 - A demonstrao consolidada das origens e aplicaes dos recursos dever ser elaborada de maneira consistente com o contido nesta Instruo.

    DAS NOTAS EXPLICATIVAS S DEMONSTRAES CONTBEIS CONSOLIDADAS

    Art. 31 - As notas explicativas que acompanham as demonstraes contbeis consolidadas devem conter informaes precisas das controladas, indicando:

    I - Critrios adotados na consolidao e as razes pelas quais foi realizada a excluso de determinada controlada;

    II - Eventos subseqentes data de encerramento do exerccio social que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situao financeira e os resultados futuros consolidados;

    III - Efeitos, nos elementos do patrimnio e resultado consolidados, da aquisio ou venda de sociedade controlada, no transcorrer do exerccio social, assim como da insero de controlada no processo de consolidao, para fins de comparabilidade das demonstraes contbeis; e

    IV - Eventos que ocasionaram diferena entre os montantes do patrimnio lquido e lucro lquido ou prejuzo da investidora, em confronto com os correspondentes montantes do patrimnio lquido e do lucro lquido ou prejuzo consolidados. DA CONSOLIDAO DAS DEMONSTRAES CONTBEIS DE SOCIEDADES CONTROLADAS EM CONJUNTO Art. 32 - Os componentes do ativo e passivo, as receitas e as despesas das sociedades controladas em conjunto devero ser agregados s demonstraes contbeis consolidadas de cada investidora, na proporo da participao destas no seu capital social.

    1 - Considera-se controlada em conjunto aquela em que nenhum acionista exerce, individualmente, os poderes previstos no artigo 3 desta Instruo.

    2 - No caso de uma das sociedades investidoras passar a exercer direta ou indiretamente o controle isolado sobre a sociedade controlada em conjunto, a controladora final dever passar a consolidar integralmente os elementos do seu patrimnio.

    Art. 33 - Em nota explicativa s demonstraes contbeis consolidadas, referidas no artigo anterior, devero ser divulgados ainda o montante dos principais grupos do ativo, passivo e resultado das sociedades controladas em conjunto, bem como o percentual de participao em cada uma delas.

    Art. 34 - Aplica-se o disposto nos artigos 23 a 31 elaborao das demonstraes contbeis consolidadas de sociedades controladas em conjunto, no que no colidir com as normas previstas nos artigos 32 e 33.

    DAS DISPOSIES FINAIS

    Art. 35 - As demonstraes contbeis consolidadas e respectivas notas explicativas sero objeto de exame e de parecer de auditores independentes.

    Pargrafo nico - A auditoria referida no caput deste artigo dever incluir o exame das demonstraes contbeis de todas as controladas, abertas ou

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    fechadas, includas na consolidao, realizado por auditor registrado nesta Comisso.

    Art. 36 - As demonstraes contbeis consolidadas, assim como as notas explicativas e quadros analticos, referidos nesta Instruo, integram, em cada exerccio social, as demonstraes contbeis da companhia aberta investidora ou da sociedade de comando de grupo de sociedades que inclua companhia aberta.

    Art. 37 - A companhia aberta filiada de grupo de sociedades deve indicar, em nota explicativa s suas demonstraes contbeis, o rgo e, se possvel, a data de publicao das demonstraes contbeis consolidadas da sociedade de comando de grupo de sociedades a que estiver filiada.

    Art. 38 - Os ajustes iniciais, decorrentes das alteraes introduzidas por esta Instruo, devero ser registrados como receita ou despesa de equivalncia patrimonial, no resultado no operacional, com divulgao do fato e os valores envolvidos em nota explicativa.

    1 - Aplica-se, ainda, o disposto no caput deste artigo aos investimentos que, por se tornarem relevantes, passarem a ser avaliados pelo mtodo da equivalncia patrimonial.

    2 - O disposto neste artigo no implicar reelaborao das demonstraes contbeis individuais ou consolidadas relativas ao exerccio social anterior.

    Art. 39 - As companhias abertas devero manter em boa ordem, pelo prazo de 3 (trs) anos e por quaisquer meios adequados, a guarda dos papis de trabalho e memrias de clculo relativos elaborao de suas demonstraes contbeis consolidadas.

    Pargrafo nico - O descumprimento ao disposto aos artigos 1, 21, 32 e 35 desta Instruo ser considerado falta grave, para fins do artigo 11 da LEI N 6.385, de 07 de dezembro de 1976, ensejando a aplicao das penalidades previstas na legislao pertinente.

    Art. 40 - Todas as disposies relativas s sociedades coligadas, contidas nesta Instruo, aplicam-se ainda s sociedades equiparadas conforme definio contida no pargrafo nico do artigo 2.

    Art. 41 - Esta Instruo entra em vigor na data de sua publicao, aplicando-se s demonstraes contbeis relativas aos exerccios sociais a se encerrarem a partir de 1 de dezembro de 1996, quando ficaro revogadas as Instrues CVM n 01, de 27 de abril de 1978, n 15, de 03 de novembro de 1980, n 30, de 17 de janeiro de 1984, o artigo 2 da Instruo CVM n 170, de 03 de janeiro de 1992, e as demais disposies em contrrio.

    Pargrafo nico - Adaptam-se presente Instruo as demais normas da CVM que tratam dessa matria.

    Percebe-se que a CVM, dentro de sua competncia normativa, alargou a abrangncia das empresas que devem apresentar, obrigatoriamente, a consolidao para toda e qualquer controlada, no importando o percentual do PL da investidora representado pelo investimento, afastando, desta forma, a limitao dos 30% estabelecidos pela lei.

    Assim, com base na lei e na norma da CVM, esto obrigados elaborao das demonstraes contbeis consolidadas e outras imposies:

    1 A companhia aberta que possua investimentos em controladas;

    2 Outras sociedades cuja incluso tenha sido determinado pela CVM, desde que sejam dependentes financeira ou administrativamente da companhia, como o caso de Entidades de Propsito Especfico - EPE;

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    3 O grupo de sociedades, independentemente da forma jurdica, juntamente com as demonstraes da sociedade de comando;

    4 As companhias pertencentes a um grupo de sociedades, que no sejam a sociedade de comando, devero indicar em nota explicativa s suas demonstraes financeiras publicadas, o rgo que publicou a ltima demonstrao consolidada do grupo a que pertencer;

    5 A excluso de uma ou mais sociedades controladas das demonstraes consolidadas deve ser autorizada pela CVM;

    6 Quando includo companhia aberta em demonstraes consolidadas de grupo de sociedades, estas demonstraes consolidadas devero ser auditadas por auditor independentes registrados na CVM; e

    7 Quando as transaes entre partes relacionadas estiverem includas em demonstraes consolidadas, fica dispensada a sua insero em notas explicativas.

    Recentemente, por meio da Instruo n 408, a CVM incluiu mais uma exigncia a ser observada, tanto na Consolidao quanto na avaliao de investimentos pelo MEP.

    INSTRUO CVM No 408, DE 18 DE AGOSTO DE 2004 Dispe sobre a incluso de Entidades de Propsito Especfico EPE nas demonstraes contbeis consolidadas das companhias abertas

    O PRESIDENTE DA COMISSO DE VALORES MOBILIRIOS CVM torna pblico que o Colegiado, em reunio realizada nesta data, com fundamento nos arts. 8o, inciso I e 22o, 1o incisos II e IV, da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e nos arts. 177, 3o, e 249 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, RESOLVEU baixar a seguinte Instruo:

    Art. 1o Para fins do disposto na Instruo CVM no 247, de 27 de maro de 1996, as demonstraes contbeis consolidadas das companhias abertas devero incluir, alm das sociedades controladas, individualmente ou em conjunto, as entidades de propsito especfico EPE, quando a essncia de sua relao com a companhia aberta indicar que as atividades dessas entidades so controladas, direta ou indiretamente, individualmente ou em conjunto, pela companhia aberta.

    Pargrafo nico. Considera-se que existem indicadores de controle das atividades de uma EPE quando tais atividades forem conduzidas em nome da companhia aberta ou substancialmente em funo das suas necessidades operacionais especficas, desde que, alternativamente, direta ou indiretamente:

    I a companhia aberta tenha o poder de deciso ou os direitos suficientes obteno da maioria dos benefcios das atividades da EPE, podendo, em conseqncia, estar exposta aos riscos decorrentes dessas atividades; ou

    II a companhia aberta esteja exposta maioria dos riscos relacionados propriedade da EPE ou de seus ativos.

    Art. 2o As participaes societrias em EPE includas na consolidao devero ser avaliadas pelo mtodo de equivalncia patrimonial, nos termos da Instruo CVM no 247, de 1996.

    Pargrafo nico. Os ajustes decorrentes das alteraes produzidas pela aplicao do mtodo de equivalncia patrimonial previstos neste artigo no

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    constituem ajustes de exerccios anteriores, devendo ser registrados conforme o disposto na Instruo no 247, de 1996.

    Art. 3o Em nota explicativa s suas demonstraes contbeis consolidadas, a companhia aberta dever divulgar, alm das informaes requeridas nos arts. 20 e 31 da Instruo CVM no 247, de 1996, no que for aplicvel, as seguintes informaes:

    I a natureza, propsito e atividades da EPE; II - a natureza do seu envolvimento com a EPE;

    III - o tipo de exposio a perdas decorrentes desse envolvimento com a EPE; e

    IV o tipo e o valor dos ativos consolidados que tenham sido dados em garantia das obrigaes da EPE.

    Art. 4o A companhia aberta que tenha direitos suficientes obteno de benefcios relevantes das atividades da EPE, ou que esteja exposta a riscos tambm relevantes, relacionados s atividades da EPE ou de seus ativos, sem, contudo, enquadrar-se no disposto no art. 1o, dever divulgar, em nota explicativa, as seguintes informaes:

    I a natureza, o propsito e as atividades da EPE; II a natureza do seu envolvimento com a EPE; III o tipo de exposio a perdas decorrentes desse envolvimento com a EPE;

    IV a identificao do beneficirio principal ou grupo de beneficirios principais das atividades da EPE; e

    V as informaes requeridas no art. 20 da Instruo CVM no 247, de 1996, no que couber.

    Pargrafo nico. Para os efeitos do caput deste artigo, no sero consideradas como EPE entidades com autonomia operacional e financeira, tais como clientes e fornecedores da companhia aberta, sem prejuzo do disposto na Deliberao CVM n 26, de 5 de fevereiro de 1986. Art. 5o As companhias abertas com exerccio social encerrado at 31 de dezembro de 2004 devem divulgar, em nota explicativa s respectivas demonstraes contbeis, no mnimo, as seguintes informaes:

    I denominao, natureza, propsito e atividades desenvolvidas pela EPE; II participao no patrimnio e nos resultados da EPE; III natureza de seu envolvimento com a EPE e tipo de exposio a perdas, se houver, decorrentes desse envolvimento;

    IV montante e natureza dos crditos, obrigaes, receitas e despesas entre a companhia e a EPE, ativos transferidos pela companhia e direitos de uso sobre ativos ou servios da EPE;

    V total dos ativos, passivos e patrimnio de cada EPE; VI avais, fianas, hipotecas ou outras garantias concedidas em favor da EPE; e

    VII a identificao do beneficirio principal ou grupo de beneficirios principais das atividades da EPE, na hiptese a que se refere o art. 4o.

    Art. 6o Ressalvado o disposto no artigo anterior, as companhias abertas devero observar as demais disposies desta Instruo nas demonstraes

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    contbeis consolidadas relativas aos exerccios sociais encerrados a partir de 1o de janeiro de 2005, facultada a sua aplicao imediata.

    Pargrafo nico. Para fins de comparabilidade, as demonstraes contbeis consolidadas do exerccio anterior devero ser divulgadas incluindo as EPE existentes poca em que essas demonstraes foram originalmente elaboradas.

    Art. 7o Esta Instruo entra em vigor na data da sua publicao no Dirio Oficial da Unio.

    2.2.1 Entidades de Propsito Especfico EPE

    Uma entidade pode ser constituda para realizar um propsito especfico e bem definido como, por exemplo, efetuar um arrendamento mercantil, desenvolver atividades de pesquisa e desenvolvimento, de explorao de energia eltrica ou trmica, gs ou uma securitizao de ativos financeiros. Tal Entidade de Propsito Especfico - "EPE" - pode ter a forma de uma companhia, fundao, sociedade ou, ainda, uma outra que no seja uma forma societria usual. Freqentemente so criadas EPE com disposies legais, estatutria ou contratuais que impem limites rgidos ao processo de tomada de decises de seus rgos pelos seus gestores. Essas disposies geralmente especificam que a poltica que guia as atividades contnuas da EPE no pode ser modificada, a no ser, talvez, por seu instituidor ou patrocinador, ou seja, elas operam em um mecanismo denominado de "piloto automtico" ("autopilot").

    O patrocinador ou a entidade em cujo benefcio a EPE foi criada pode transferir ativos EPE, obter o direito de executar servios ou de usar os ativos por ela possudos , enquanto outras partes, consideradas "fornecedores de capital", podem prover os recursos para financiamento da Entidade de Propsito Especfico, cobrando por esses recursos uma espcie de aluguel, tarifa ou mesmo uma participao nos resultados. Uma companhia que mantm transaes com uma Entidade de Propsito Especfico, normalmente o instituidor ou o patrocinador, pode substancialmente controlar a EPE.

    A constituio de uma EPE busca, em muitas das vezes, a utilizao de oportunidades de financiamento, mediante a segregao dos riscos especficos dos ativos ou de atividades dos riscos globais da empresa beneficiada pela sua criao. A participao nos benefcios por ela gerados pode, por exemplo, tomar a forma de um instrumento de dvida, de um instrumento patrimonial, de um direito de participao, de uma participao residual ou de um arrendamento. Alguns interesses nesses benefcios simplesmente podem retribuir o proprietrio com uma taxa de retorno fixa ou declarada, enquanto outras do ao proprietrio direito ou acesso a outros benefcios econmicos futuros das atividades da EPE. Na maioria dos casos, o instituidor ou patrocinador retm uma participao significativa nos benefcios das atividades da EPE, embora possa ter uma parcela pequena ou nenhuma participao no patrimnio lquido da EPE.

    3 EMPRESAS CONTROLADAS EXCLUDAS DA CONSOLIDAO

    Conforme previsto no pargrafo nico, inciso b, do art. 249 da lei societria, h situaes em que, mesmo presentes os requisitos para a elaborao da consolidao das demonstraes contbeis, a CVM pode determinar que elas no devem ser includas na consolidao.

    Veja-se que a lei se restringiu a mencionar que poderia haver casos em que a consolidao no seria necessria, remetendo CVM a competncia para disciplinar ou divulgar tais casos. Atendendo os requisitos da Lei, a CVM, por meio do art. 23 da Instruo 247/96, regulamentou as possibilidades de excluso de empresas do processo de consolidao.

    Naquele dispositivo h dois tipos de excluso, ou seja, os que no necessitam de qualquer autorizao prvia da CVM, pois esto claramente definidos pela norma e os que necessitam de anuncia prvia da CVM.

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    Enquadram-se no primeiro tipo as sociedades controladas que se encontrem com efetivas e claras evidncia de perda de continuidade e cujo patrimnio seja avaliado, ou no, a valores de liquidao; ou cuja venda por parte da investidora, em futuro prximo, tenha efetiva e clara evidncia de realizao devidamente formalizada.

    Salienta-se que no caso de venda do investimento, este deve estar formalizado, com documentao hbil. Desta forma, o simples fato de a investidora intencionar alienar o investimento no suficiente para consider-lo excludo da consolidao. necessrio um documento em que conste que o fato irreversvel, inclusive com sinal (entrada) de pagamento.

    No segundo grupo de empresas que podem ser excludas da consolidao, para as quais h a necessidade de autorizao especial da CVM que, a seu critrio, poder conceder ou no a autorizao, esto as empresas que no representam alterao relevante na unidade econmica consolidada ou em alguns casos se a incluso de determinada entidade venha a distorcer a demonstrao consolidada.

    O fato de uma sociedade controlada ficar excludo do processo de consolidao no dispensa o consolidador de qualquer procedimento, pois, neste caso, o valor contbil do investimento na sociedade controlada excluda da consolidao dever ser avaliado pelo mtodo da equivalncia patrimonial.

    A excluso de sociedade controlada, cujas operaes sejam de natureza diversa das operaes da investidora ou das demais controladas no representa uma justificativa aceitvel. Assim, se num grupo de empresas ligadas ao setor industrial houver uma ligada ao setor de transportes, a excluso da empresa dedicada ao transporte no representa justificativa aceitvel se no mrito da excluso estiver presente o fato de ela destoar da uniformidade do grupo quanto ao objeto social.

    4 NECESSIDADE DA CONSOLIDAO NAS EMPRESAS FECHADAS

    Pelo que depreendemos da leitura do texto legal, as demonstraes financeiras consolidadas so obrigatrias somente para as companhias abertas que controlem outras empresas e quando essa participao represente 30% do seu PL e nos grupos de sociedade.

    Contudo, em decorrncia de certos incentivos fiscais que outrora foram concedidos s empresas constitudas sob a forma de Sociedade Annima, no Brasil existem muitas empresas de capital fechado. Muitas destas empresas nacionais possuem empresas controladas no abrangidas pela obrigatoriedade da consolidao. Entretanto, mesmo assim, as elaboram para fins gerenciais sem divulgao externa.

    Cabe acrescentar, ainda, que a principal finalidade das demonstraes o fornecimento de informaes teis aos usurios. Desta forma, plausvel que os aspectos legais sejam, muitas vezes, ultrapassados para atingir essa finalidade. Alis, isto vem a corroborar com o esprito do legislador que conferiu s empresas a liberalidade para elaborar outros demonstrativos para dar maior transparncia e evidenciao aos fatos contbeis. neste contexto, mesmo no obrigadas, que as empresas de capital fechado podero elaborar demonstraes contbeis consolidadas.

    5 CONCEITOS BSICOS

    5.1 - DEMONSTRAES CONTBEIS CONSOLIDADAS

    A consolidao das demonstraes contbeis visa reunir em uma nica pea contbil todas as demonstraes das diversas empresas que fazem parte de um grupo econmico, mediante a eliminao das transaes realizadas entre essas empresas para evidenciar o resultado obtido com entes alheios ao grupo.

    O Conselho Federal de Contabilidade conceitua demonstraes consolidadas da seguinte forma:

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    INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 12

    Demonstraes Contbeis Consolidadas so aquelas resultantes da agregao das demonstraes contbeis, estabelecidas pelas Normas Brasileiras de Contabilidade, de duas ou mais entidades, das quais uma tem o controle direto ou indireto sobre a(s) outra(s).

    Desta forma, podemos conceituar demonstraes contbeis consolidadas como sendo o fruto da adio de todas as demonstraes contbeis das empresas sob comando nico realizadas com pessoas que no pertenam ao grupo econmico.

    Consoante a nossa legislao, devem ser consolidadas as seguintes demonstraes contbeis: o balano patrimonial, a demonstrao do resultado do exerccio e a demonstrao das origens e aplicaes de recursos. Da mesma forma como ocorre com as demonstraes individuais ou no consolidadas de cada uma das empresas do grupo econmico, as demonstraes consolidadas devem ser complementadas por notas explicativas e outros quadros analticos julgados necessrios completa evidenciao da situao patrimonial e dos resultados consolidados.

    Exemplo:

    Supondo que a empresa Caf S/A participa do capital social das empresa Preto S/A e Doce S/A. A empresa Caf S/A exerce o controle das outras duas, com as quais transaciona comercialmente.

    Estamos diante de trs empresas que possuem personalidade jurdica prpria e esto, individualmente, obrigadas a elaborar suas demonstraes contbeis.

    Apesar de serem empresas distintas, elas formam o grupo Caf Preto e Doce. Este grupo no possui personalidade jurdica, porm deve elaborar demonstraes contbeis consolidadas para mensurar o seu patrimnio ou a posio econmica e financeira. Para tal, necessrio somar os valores constantes nas demonstraes contbeis de todas as participantes e eliminar os resultados e saldos decorrentes de transaes realizadas entre essas empresas.

    Desta forma, as demonstraes consolidadas representam o somatrio das demonstraes das empresas pertencentes ao grupo societrio de cuja soma subtrado o resultado de operaes realizadas entre empresas deste mesmo grupo.

    Se somarmos linha a linha das demonstraes contbeis das empresas do grupo Caf Preto e Doce e subtraindo o resultado de operaes entre as empresa Caf, Preto e Doce, teremos o resultado consolidado do grupo Caf Preto e Doce.

    Conforme enfatizamos, o grupo Caf Preto e Doce no possui personalidade jurdica e no faz registros contbeis. Ela existe apenas para fins de consolidao. Os nicos registros utilizados na consolidao so os papis de trabalho de consolidao, os quais devem ser guardados pelo prazo de trs anos para fins de auditoria. Salientamos que cada empresa, individualmente, dever realizar as suas demonstraes contbeis e a controladora que dever elaborar as demonstraes consolidadas.

    5.2 EFEITOS FISCAIS E SOCIAIS NA CONSOLIDAO

    Como a demonstrao consolidada no pertence a uma pessoa jurdica ela no gera nenhum efeito fiscal ou societrio, pois:

    1 - Os efeitos do imposto de renda e demais tributos so calculados individualmente em cada empresa pertencentes do grupo societrio. Assim, mesmo que determinada empresa pertencente ao grupo tenha prejuzo contbil ou fiscal, no poder compens-lo com o lucro de outra e vice-versa.

    2 - Em termos societrios, os dividendos so calculados sobre o lucro de cada empresa e no sobre o lucro consolidado do grupo. Compete a cada uma das empresas individualmente satisfazer ou suprir os acionistas dos dividendos a que fazem jus.

    O tratamento dos impostos na consolidao ser objeto de estudo no item 8 desta aula.

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    5.3 INTERESSE DOS INVESTIDORES NA CONSOLIDAO

    Os investidores e os credores podem utilizar a consolidao das demonstraes contbeis para efetuar uma anlise detalhada de suas garantias e possibilidade de rendimentos, pois podem, por meio da consolidao, visualizar a gerao de resultados, tanto por empresa quanto pelo grupo.

    5.4 A CONSOLIDAO E A GESTO EMPRESARIAL

    O aspecto mais importante e de maior utilidade da consolidao das demonstraes contbeis , sem dvida, o benefcio administrativo e gerencial, ou seja, a gesto empresarial, visto que evidencia a aplicao dos recursos financeiros e econmicos gerados pelo grupo.

    A consolidao possibilita a anlise do desempenho de cada uma das empresas participantes do grupo empresarial, bem como do grupo consolidado.

    Embora a consolidao no traga efeitos tributrios diretos, de grande valia para um adequado planejamento tributrio, podendo ser ponto de partida para uma reorganizao societria, tendo em vista o pagamento de tributos sobre lucros no realizados.

    Por meio da consolidao e com criteriosa anlise a administrao da empresa pode visualizar a necessidade de recursos financeiros, quer sejam de terceiros ou dos prprios acionistas.

    6 PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAO O CFC disciplinou os procedimentos de consolidao preconizando a adoo das

    seguinte regras:

    A consolidao o processo de agregar saldos de contas e/ou de grupos de contas de mesma natureza, de eliminar saldos de transaes e de participaes entre entidades que formam a unidade de natureza econmico-contbil e de segregar as participaes de no-controladores, quando for o caso.

    A controladora deve consolidar as demonstraes contbeis de entidade controlada a partir da data em que assume seu controle, individual ou em conjunto.

    Os ajustes e as eliminaes decorrentes do processo de consolidao devem ser realizados em documentos auxiliares, no originando nenhum tipo de lanamento na escriturao das entidades que formam a unidade de natureza econmico-contbil.

    Quando o controle for exercido de forma conjunta, os saldos das contas devem ser agregados s demonstraes contbeis consolidadas de cada controladora, na proporo da participao destas no capital social da controlada.

    No caso de uma das entidades controladoras passar a exercer direta ou indiretamente o controle da entidade sob controle conjunto, a controladora final deve passar a consolidar integralmente os elementos do patrimnio da controlada.

    As entidades que formam a unidade de natureza econmico-contbil devem segregar, em contas especficas, as transaes realizadas entre si.

    As demonstraes contbeis das entidades controladas, para fins de consolidao, devem ser levantadas na mesma data ou at no mximo 60 (sessenta) dias antes da data das demonstraes contbeis da controladora.

    Quando demonstraes contbeis com datas diferentes so consolidadas, devem ser efetuados ajustes que reflitam os efeitos de eventos relevantes nas entidades, que ocorrerem entre aquelas datas e a data-base das demonstraes contbeis da unidade de natureza econmico-contbil.

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    INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 14

    Quando o percentual de participao da controladora no capital da controlada variar durante o exerccio, os resultados devem ser includos proporcionalmente s percentagens de participao, perodo por perodo.

    Das demonstraes contbeis consolidadas so eliminados:

    a) os valores dos investimentos da controladora em cada controlada e o correspondente valor no patrimnio lquido da controlada;

    b) os saldos de quaisquer contas decorrentes de transaes entre as entidades includas na consolidao;

    c) as parcelas dos resultados do exerccio, do patrimnio lquido e do custo de ativos de qualquer natureza que corresponderem a resultados ainda no realizados de negcios entre as entidades, exceto quando representarem perdas permanentes.

    Os resultados ainda no realizados, provenientes de negcios entre as entidades que formam a unidade de natureza econmico-contbil, somente se consideram realizados quando resultarem de negcios efetivos com terceiros.

    No processo de consolidao das demonstraes contbeis, no se podem compensar quaisquer ativos ou passivos pela deduo de outros passivos ou ativos, a no ser que exista um direito de compensao, e este represente a expectativa quanto realizao do ativo e liquidao do passivo.

    Os impostos e contribuies relacionados s transaes entre as entidades que formam a unidade de natureza econmico-contbil devem ser reconhecidos na mesma proporo dos resultados ainda no realizados, e classificados no ativo ou passivo a curto ou a longo prazo como tributos diferidos.

    Os resultados de entidade controlada devem ser includos nas demonstraes contbeis consolidadas:

    a) a partir da data da aquisio da participao; b) at a data da sua baixa. As demonstraes contbeis de todas as entidades controladas, no Pas ou no exterior, incluindo a filial, agncia, sucursal, dependncias ou escritrio de representao, devem ser consolidadas sempre que os respectivos ativos e passivos no estejam includos na contabilidade da controladora por fora de normatizao especfica.

    Devem ser excludas das demonstraes contbeis consolidadas as entidades controladas que se encontrem nas seguintes condies:

    a) com efetivas e claras evidncias de perda de continuidade e cujo patrimnio seja avaliado, ou no, a valores de liquidao; ou

    b) cuja venda por parte da controladora, em futuro prximo, tenha efetiva e clara evidncia de realizao devidamente formalizada.

    No balano patrimonial consolidado, o valor contbil do investimento na entidade controlada excluda da consolidao deve ser avaliado pelo mtodo da equivalncia patrimonial.

    Sempre que houver efeito relevante em razo de excluso de entidade controlada, as demonstraes contbeis consolidadas devem ser ajustadas para fins de comparao.

    A falta de semelhana das operaes de entidade controlada com as da entidade controladora no gera sua excluso das demonstraes contbeis consolidadas.

    O montante correspondente ao gio ou desgio proveniente da aquisio ou subscrio de capital de entidade controlada quando decorrente da diferena entre o valor de mercado de parte ou de todos os bens do ativo da controlada e o respectivo valor contbil, deve ser apresentado como adio ou retificao da conta utilizada pela entidade controlada para registro do ativo especificado.

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    O gio ou desgio decorrente de expectativa de resultado futuro, representado pela diferena entre o valor pago na aquisio do investimento e o valor de mercado dos ativos da controlada, deve ser apresentado:

    a) em conta destacada no ativo permanente, em caso de gio; e b) em conta especfica de resultados de exerccios futuros, em caso de desgio.

    O valor correspondente proviso para perdas constituda na entidade controladora deve ser deduzido do saldo da conta da entidade controlada que tenha dado origem constituio da proviso, ou apresentado como passivo exigvel, quando representar expectativa de converso em exigibilidade.

    Considerando que o objetivo principal da consolidao apresentar a posio financeira e os resultados das operaes das diversas empresas do grupo, de forma agregada em pea contbil nica, como se estivssemos apresentando a demonstrao de uma entidade autnoma ou empresa nica, ou como se fosse uma famlia, os saldos das contas devem ser adicionadas, uma a uma, ou linha por linha.

    Desta forma, de posse das demonstraes financeiras de todas as empresas que compem um grupo econmico, teremos em mos a matria prima para o produto final que a consolidao. A tcnica adotada ser, a princpio, somar os saldos das contas de mesma natureza de todas essas demonstraes.

    Exemplo:

    Considerando a existncia de quatro empresas que possuam os seguintes valores de estoques de mercadorias para revenda em suas demonstraes, a consolidao ser assim processada:

    Pantera S.A. 6.400,00

    Felina S.A. 1.700,00

    Bichano S.A. 2.100,00

    Gatuno S.A. 4.100,00

    Total Consolidado 14.300,00

    Desta forma, o estoque consolidado do grupo econmico formado pelas quatro empresas acima de R$ 14.300,00.

    Este o procedimento bsico de consolidao que dever ser adotado para todas as contas do balano, como Disponibilidades, Realizvel no curso do exerccio social subseqente, despesas do exerccio seguinte, ARLP, AP, duplicatas a pagar etc.

    6.1 UNIFORMIDADE DE CRITRIOS CONTBEIS

    Como o procedimento de consolidao consiste na soma dos saldos das contas de mesma natureza, necessrio que os critrios de registro e de avaliao adotados por todas as empresas do grupo sejam uniformes.

    No caso de consolidao pela controladora, compete a ela elaborar um Manual de Diretrizes Contbeis do Grupo, que deve ser adotado pela controladora e por todas as controladas na escriturao, avaliao de elementos patrimoniais e na elaborao das demonstraes contbeis.

    O referido Manual de Diretrizes Contbeis do Grupo deve conter, no mnimo:

    Elenco de Contas Padronizado; Definio das Prticas Contbeis Uniformes; Uniformidade de reavaliao; Manual de consolidao;

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    Modelos de Demonstraes Financeiras;

    Ressalte-se que os planos de contas de todas as empresas componentes do grupo econmico devem prever um controle segregado das contas e operaes que sero objeto de eliminao na consolidao.

    6.2 ELIMINAES DE CONSOLIDAO

    A soma dos saldos das contas de mesma natureza o procedimento bsico da consolidao. Entretanto, a consolidao no consiste somente nesta soma dos saldos de cada conta das diversas empresas.

    Aquele procedimento, bsico, muito importante e geralmente simples sem maiores complexidades. Para uma consolidao consistente, preciso que sejam eliminados os saldos existentes ou transaes realizadas entre as empresas do grupo. Esta tarefa , talvez, a mais difcil, tendo em vista que a segregao das operaes nem sempre est adequadamente registrada.

    A eliminao das transaes entre as empresas participantes do grupo h de ser efetuada no Balano Patrimonial e na Demonstrao do Resultado do Exerccio.

    Do balano patrimonial deve ser excludo o lucro no realizado que esteja includo no resultado ou no patrimnio lquido da controladora e correspondido por incluso no balano patrimonial da controlada.

    Do Resultado do exerccio devem ser excludos ou eliminados os encargos de tributos correspondentes ao lucro no realizado, apresentando-os no ativo circulante/realizvel a longo prazo - tributos diferidos, no balano patrimonial consolidado.

    Dada a relevncia, a seguir apresentamos alguns exemplos de eliminaes que se fazem necessrias:

    6.2.1 ELIMINAES DO BALANO PATRIMONIAL

    6.2.1.1 ELIMINAES DE DUPLICATAS A RECEBER

    Quando uma empresa faz vendas a prazo outra, ela registrar este fato em conta de Duplicatas a Receber. A compradora registrar o fato em Duplicatas a Pagar. Se estas empresas fizerem parte do mesmo grupo econmico, cujas demonstraes devam ser consolidadas, ento esses valores ho de ser eliminados do Balano consolidado.

    O procedimento de excluso consiste em debitar a conta representativa da obrigao (Duplicatas a Pagar ou Fornecedores) e creditar a conta representativa do direito (Clientes ou Duplicatas a Receber).

    Imaginemos que a empresa Morab S/A tenha efetuado vendas a prazo a sua controlada Barom S/A no valor de R$ 23.400,00. A eliminao ser efetuada mediante o seguinte lanamento:

    Dbito Crdito Fornecedores (empresa Barom S/A) a Duplicatas a Receber (empresa Morab S/A)

    23.400,00 23.400,00

    Outras contas que representem transaes entre as empresas merecem igual tratamento na eliminao.

    6.2.1.2 - INVESTIMENTOS

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    Os investimentos na participao do capital de outras sociedades participantes do grupo econmico no representam, para o grupo, recursos externos, logo devem ser eliminados contra contas do patrimnio lquido da sociedade investida.

    Sabemos que os investimentos relevantes so contabilizados pelo MEP, com isso haver na sociedade investidora um valor proporcional ao valor do patrimnio lquido das sociedades investidas, por fora da aplicao do MEP.

    Como as demonstraes financeiras da investidora que sero usadas na consolidao tero os seus investimentos contabilizados pelo mtodo da equivalncia patrimonial, a sua eliminao ser feita contra as contas do patrimnio lquido da sociedade investida.

    A apurao dos valores a eliminar deve ser feita mediante um clculo de proporcionalidade tomando por base o percentual de participao no capital social da sociedade investida, aplicado sobre cada uma das contas do patrimnio lquido, pois os valores a serem eliminados sero em cada uma das contas do PL.

    Desta forma, considerando um investimento de R$ 14.600,00, teremos o seguinte lanamento de eliminao dos investimentos:

    Dbito Crdito Diversos a Investimentos da Controladora Capital Social das Controladas Reservas de Capital das Controladas Reservas de Lucros das Controladas Lucros Acumulados das Controladas

    8.800,00 2.600,00 1.400,00 2.100,00

    14.600,00

    Nota-se que o investimento na participao societria representa a sada de recursos da empresa investidora e o ingresso de recursos na empresa investida.

    A investidora registra este investimento no ativo permanente e estar includo em seu PL. A sociedade investida registra o valor na conta Capital Social em contrapartida de um ativo qualquer. Se forem somados os patrimnios das duas empresas o valor do investimento deve ser eliminado para que no haja a contabilizao em dobro.

    Para uma maior elucidao, imagine-se o seguinte exemplo:

    A empresa Alfa, cujo patrimnio formado exclusivamente pelas contas Capital Social e Caixa, no valor de R$ 10.000,00, investe a metade de suas disponibilidades na formao do Capital Social da empresa Beta que ser sua subsidiria integral, ou seja, o PL de Beta ser de R$ 5.000,00. Se somarmos os dois patrimnios, sem considerar nenhuma outra atividade, teremos como resultado um PL de R$ 15.000,00.

    Agora, se eliminarmos o valor do investimento (R$ 5.000,00), o grupo apresentar no Balano consolidado o valor de R$ 10.000,00 no PL, que efetivamente o que o grupo possui, visto que no foi agregado nenhum outro valor.

    6.2.2 ELIMINAO NA DRE

    6.2.2.1 VENDAS INTERCOMPANHIAS

    As transaes entre as companhias do mesmo grupo econmico, como no so com agentes externos, no trazem reflexos patrimoniais na consolidao, por isso devem ser eliminados para que no haja uma falsa interpretao de terceiros de boa f.

    Imagine-se a seguinte situao: A empresa B controlada (subsidiria integral) de A. As duas empresas fazem vendas mutuas uma a outra, sem nada vender a terceiras empresas ou pessoas. Ora, na consolidao esses valores devem ser eliminados, pois se no fossem, poder-se-ia chegar a lucros com valores astronmicos, quando de fato no houve lucro algum para o grupo!

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    O simples fato de eliminar as vendas inter-companhias da DRE no suficiente para ajustar os valores realidade. necessrio que se eliminem, tambm, os custos das mercadorias vendidas, isto , a eliminao das transaes deve representar um estorno dessas transaes, como se elas no tivessem existido para o grupo.

    Dbito Crdito Vendas (Empresa A) 1.650,00 a Custo dos Produtos Vendidos (Empresa B) 1.650,00

    Percebe-se que a contrapartida para eliminao das vendas o custo dos produtos vendidos. Parece paradoxal, visto que nas vendas pode haver resultado. Desta forma, em outro item trataremos da eliminao do resultado.

    6.2.2.2 - COMISSES SOBRE VENDAS, JUROS E OUTROS

    Tal qual ocorre com as vendas, os valores decorrentes de comisses sobre vendas, juros e outros quaisquer valores realizados entre as companhias, devem ser eliminados na consolidao das demonstraes contbeis, mediante o seguinte lanamento:

    Dbito Crdito Receitas comisses e juros (Empresa A) 1.400,00 a Despesas comisses e juros (Empresa B) 1.400,00

    6.3 TRANSAES ENTRE EMPRESAS DO GRUPO

    Com o objetivo de efetuar a eliminao das operaes realizadas entre as empresas do grupo no momento da consolidao, necessrio que essas transaes e os saldos inter-companhias sejam controlados em registros extra contbeis, para permitir a apurao dos valores de vendas, juros, comisses e outras receitas ocorridas durante o exerccio que devem ser eliminados.

    6.4 REGISTROS DA CONSOLIDAO

    A consolidao das demonstraes contbeis, conforme j frisamos, no gera nenhum registro contbil nas empresas componentes do grupo que ter seus demonstrativos consolidados. Entretanto, o processo de consolidao h de ser documentado em papis de trabalho, que so documentos extra-contbeis e devem ser guardados pelo perodo de trs anos para fins de auditoria, visto que as demonstraes consolidadas tambm so passiveis de auditoria nas companhias abertas.

    Desta forma, o processo de consolidao ser registrado em documentos extra-contbeis como papis de trabalho elaborados manualmente, ou pela utilizao de fichas de razo.

    6.5 RESULTADOS INTERCOMPANHIAS

    Conforme disposio do art. 250 da Lei das S/A, das demonstraes financeiras consolidadas sero excludas, entre outras, as parcelas dos resultados do exerccio, dos lucros ou prejuzos acumulados e do custo de estoques ou do ativo permanente que corresponderem a resultados, ainda no realizados, de negcios entre as sociedades.

    Em item anterior fizemos a excluso de vendas inter-companhias para o qual foi utilizado como contra partida a conta custo das vendas. Entretanto, as vendas poderiam ter sido realizadas com lucros ou prejuzos que tambm devem ser eliminados no processo de consolidao.

    Os casos mais corriqueiros de resultados inter empresas de um mesmo grupo econmico so os juros cobrados, as comisses de vendas, os dividendos declarados e os

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    lucros ou prejuzos de operaes de vendas entre as sociedades que estejam includos em ativos da compradora.

    Os juros, comisses e outras receitas inter-companhias, originariamente, so registradas como receita em uma das empresas e como despesa na outra. Entretanto, esses valores no representam resultado efetivo com terceiros. Desta forma, esses valores devem ser eliminados por meio de lanamentos de estorno, como segue:

    a) Eliminao de juros inter-companhias

    Receita de Juros a Despesas de Juros R$ 1.000,00 b) Eliminao de comisses de vendas

    Receita de Comisses de Vendas a Despesas de Comisses de Vendas R$ 500,00

    Com relao aos dividendos, necessrio verificar se a sociedade investidora avalia o investimento pelo MEP ou pelo Mtodo do Custo. Caso o investimento seja avaliado pelo MEP os dividendos recebidos diminuem o valor do investimento e no haver excluso a fazer, pois o valor do dividendo, neste caso, no ir para o resultado.

    J os dividendos recebidos pelas investidoras, que avaliam seus investimentos pelo mtodo do custo de aquisio, comporo o resultado da investidora. Neste caso, o valor dos dividendos recebidos devem ser eliminados na consolidao para no figurarem duplamente como resultado do grupo econmico. Entretanto, este no um fato corriqueiro, pois a maioria dos investimentos que participam do processo de conciliao devem ser avaliados pelo MEP.

    A eliminao de lucros ou prejuzos em transaes inter companhias pela venda de ativos bastante comum e deve ser estudada adequadamente. Neste particular pode haver lucros nos estoques adquiridos de sociedade do grupo ou de bens do ativo permanente.

    Nas transaes ao preo de custo no h lucro e o fato ser eliminado pela eliminao da venda e do custo. Entretanto, este um caso raro, mesmo nas transaes inter-companhias, pois geralmente as transaes so realizadas a valores de mercado, donde pode resultar que a empresa adquirente j tenha vendido o bem, realizando o lucro ou, ento, as mercadorias esto no estoque ou no ativo da empresa adquirente.

    Quando a adquirente tenha vendido o estoque ou os bens, no h mais lucro a ser eliminado, sendo necessrio, apenas, eliminar as operaes de venda e custo original entre as companhias.

    Porm, se os bens permanecerem em estoque, mesmo que parcialmente, na data da consolidao haver lucros no realizados que devem ser eliminados.

    Outro aspecto que merece nossa ateno diz respeito ao gio ou desgio. Neste particular, cabe ressaltar que somente as empresas avaliadas pelo MEP registram, de forma segregada, o gio ou desgio.

    Os valores do gio e do desgio figuraro no balano consolidado como ativo, tal qual constam do balano da sociedade investidora, quando decorrentes de diferena de valor econmico de ativo da sociedade investida e em consta especfica do ativo permanente ou em REF quando o fundamento econmico tenha sido a perspectiva de resultados futuros.

    7 TRATAMENTO DAS PARTICIPAES MINORITRIAS

    A Consolidao das Demonstraes contbeis condicionada, na maioria dos casos, ao fato de existir o controle de uma empresa sobre outra. Conforme estudamos em captulos anteriores, o controle pode ser total, quando teremos a chamada subsidiria integral, ou com a

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    deteno da maioria das aes do capital votante pela controladora caso em que no haver o controle total.

    No caso de subsidiria integral temos como acionista nico outra empresa nacional, logo no h participao de acionistas minoritrios ou no controladores.

    O problema da participao dos acionistas minoritrios consiste na consolidao das demonstraes contbeis das controladas que possuem o seu capital pulverizado, ou seja, alm do controlador h outros acionistas que no so controladores. Desta forma, o controle do acionista majoritrio apenas relativo.

    A denominao de acionistas minoritrios surge quando a controladora a acionista majoritria, isto , ela possui mais de 50% do total das aes. J a designao de acionistas no controladores surge em face de a controladora no ser a acionista majoritria, situao em que possui apenas a maioria das aes com direito a voto o que lhe d a condio de controladora. Em ambas as situaes, a participao dos acionistas no controladores deve ser evidenciada destacadamente no balano patrimonial consolidado.

    No Patrimnio Lquido do Balano Patrimonial Consolidado deve aparecer apenas o valor pertencente ao grupo ou acionistas da empresa controladora. Desta forma, consoante disposio legal, a participao dos acionistas minoritrios e/ou majoritrios no controladores deve ser lanada no Passivo, imediatamente antes do Patrimnio Lquido e aps os Resultados de Exerccios Futuros, quando for o caso.

    Assim, um Balano Patrimonial Consolidado, com presena de acionistas minoritrios, apresentar-se- da seguinte forma no lado do passivo, caso tenhamos, por hiptese, uma participao de acionistas minoritrios no valor de R$ 210.000,00:

    Ativo Passivo Passivo Circulante 123.000,00 Passivo Exigvel a Longo Prazo 78.000,00 Resultado de Exerccios Futuros 47.000,00 Participao minoritria em controlada consolidada 210.000,00 Patrimnio Lquido 786.000,00

    Assim, a participao de no-controladores a parcela do capital, reservas e resultados pertencentes a acionistas ou scios minoritrios. No Balano Patrimonial, essa participao deve ser destacada em grupo isolado no balano patrimonial consolidado, imediatamente antes do grupo patrimnio lquido.

    A participao de no-controladores no lucro ou prejuzo lquido, do exerccio, das controladas deve ser destacada e apresentada, respectivamente, como deduo ou adio ao lucro ou prejuzo lquido consolidado, na Demonstrao Consolidada do Resultado do Exerccio.

    Na hiptese de consolidao proporcional, no h parcelas a destacar no Balano Patrimonial Consolidado e na Demonstrao do Resultado Consolidado, visto que, neste caso, esses valores no aparecem na Consolidao, j que somente os valores pertencentes ao grupo controlador so levados aos demonstrativos consolidados.

    Para calcular o valor da participao dos acionistas minoritrios aplica-se sobre o Patrimnio Lquido o percentual de participao desses acionistas no capital social da sociedade investida (controlada).

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    Exemplo:

    Suponha que a controlada Piau S/A possua o seu capital social dividido em 500.000 aes com valor nominal de R$ 1,00 por ao e que seu Patrimnio Lquido seja constitudo conforme a seguir demonstrado:

    Patrimnio Lquido R$

    Capital Social 980.000,00

    Reservas de Capital 196.000,00

    Reservas de Lucros 147.000,00

    Lucros Acumulados 98.000,00

    Total 1.421.000,00

    Considerando, por hiptese, que 49% das 500.000 aes no pertencem Controladora

    (que est fazendo a consolidao), logo devemos aplicar essa mesma percentagem sobre as demais contas do patrimnio lquido, pois esse valor pertence ou de direito dos acionistas minoritrios ou no controladores. Teremos, ento, a seguinte situao:

    Patrimnio Lquido da Controlada Piau S/A

    Contas Valor total Participao

    minoritrios (49%)

    Controladora Antares S/A

    (51%) Capital Social

    Reservas de Capital

    Reservas de Lucros

    Lucros Acumulados

    980.000,00

    196.000,00

    147.000,00

    98.000,00

    480.200,00

    96.040,00

    72.030,00

    48.020,00

    499.800,00

    99.960,00

    74.970,00

    49.980,00

    Total 1.421.000,00 696.290,00 724.710,00

    Percebe-se que do Patrimnio Lquido da Controlada Piau S/A, R$ 696.290,00. pertencem aos acionistas minoritrios, cujo valor deve ser apresentado destacadamente no Balano Patrimonial Consolidado.

    Para destacar esse valor, ser necessrio o seguinte lanamento contbil, que ser realizado nos papis de trabalho, sem nenhum registro contbil em qualquer livro:

    Diversos

    a Participao Minoritria em Controladas Consolidadas

    Capital Social R$ 480.200,00

    Reserva de Capital R$ 96.040,00

    Reserva de Lucros R$ 72.030,00

    Lucros Acumulados R$ 48.020,00 R$ 696.290,00

    No demais repetir que o valor de R$ 696.290,00 dever constar no Balano Patrimonial Consolidado fora do Patrimnio Lquido, logo acima deste e abaixo de Resultados de Exerccios Futuros.

    Na Demonstrao do Resultado de Exerccio Consolidado, devemos destacar a parcela do lucro das controladas consolidadas que se refere participao minoritria.

    Tomemos, a guisa de exemplo, o percentual de participao dos acionistas no controladores de 49% e consideremos que a empresa controlada tenha obtido um Lucro

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    Lquido do Exerccio no valor de R$ 300.000,00. Assim sendo, o valor a ser destacado na consolidao referente a participao minoritria ser de R$ 147.000,00 (49% de R$ 300.000,00).

    A seguir apresentaremos um exemplo da forma de apresentao, no qual admitimos que a controladora Asteca S/A tenha obtido um lucro de R$ 500.000,00 e o lucro da Controlada Piau S/A tenha sido de R$ 300.000,00, totalizando um lucro de R$ 800.000,00 entre controladora e controlada.

    No demonstrativo consolidado devemos destacar a participao dos acionistas minoritrios, que pode ser da seguinte forma:

    DEMONSTRAO CONSOLIDADA DO RESULTADO DO EXERCCIO

    da controladora Asteca S/A e da Controlada Piau S/A

    Receita Bruta

    Lucro Bruto

    Despesas Operacionais

    ...

    Lucro Lquido Total 800.000,00

    (-) Participaes Minoritrias da Investida nos resultados consolidados

    (147.000,00)

    Lucro Lquido Consolidado 653.000,00

    Devemos atentar ao fato de que a eliminao dos valores pertencentes aos acionistas

    minoritrios e aos acionistas no controladores deve ser realizada mesmo quando existem lucros no realizados no patrimnio lquido das controladas, o que afetar o resultado da controladora, mas no poder afetar a participao minoritria (ou no controladores), pois o lucro estar no realizado na relao de controlada e controladora, mas estar realizado para os demais acionistas.

    Assim, esses minoritrios tm direito de participar no resultado das controladas de que so scios, ainda que haja lucro decorrente de operaes com a controladora, pois esse lucro ser eliminado para apurar o valor pertencente ao grupo econmico, mas no para apurar a participao dos minoritrios ou no controladores. Alis, este um dos principais objetivos da consolidao e apurao da participao dos acionistas minoritrios.

    8 TRATAMENTO DE IMPOSTOS NO PROCESSO DE CONSOLIDAO 8.1 IMPOSTO DE RENDA NA TRANSAO ENTRE SOCIEDADES DO GRUPO

    ECONMICO

    A maioria das transaes com lucros esto sujeitas ao Imposto de Renda. Como na consolidao eliminamos os lucros no realizados decorrentes de transaes entre empresas do grupo econmico devemos eliminar, tambm, as despesas com o imposto de renda sobre aquele resultado se o resultado for passvel de realizao e adio em consolidao futura, quando o imposto excludo ser tambm adicionado. Entretanto, se o lucro for eliminado na consolidao de forma definitiva, isto , se ele nunca mais for adicionado por carecer de realizao, ento a tributao pelo Imposto de Renda ser considerada definitiva e no ser excluda na consolidao.

    Exemplo:

    Na venda de estoques, com lucro, da controlada sua controladora, com incidncia de Imposto de Renda, e se esses estoques no forem vendidos pelo adquirente (parcial ou

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    totalmente), a parcela do lucro no realizado deve ser eliminada na consolidao, bem como a proporo do imposto de renda incidente sobre esse lucro.

    Os lanamentos de eliminao do Imposto (ajustes) so os seguintes: a) No Balano Patrimonial Consolidado

    A conta Lucros ou Prejuzos Acumulados, do Patrimnio Lquido, deve ser creditada para eliminar o efeito do Imposto de Renda no Resultado que foi incorporado a esta conta. Como contrapartida, devemos debitar uma conta do Ativo Circulante ou ARLP em conta de Antecipao de Imposto de Renda ou Imposto de Renda a Compensar, visto que quando da realizao do lucro esse imposto ser devido pela controladora.

    Imposto de Renda a Compensar a Lucros ou Prejuzos Acumulados b) Na Demonstrao Consolidada do Resultado do Exerccio

    Neste demonstrativo o ajuste dever ser no valor da parcela referente proviso para imposto de renda, relativa a despesa como se fosse uma partida simples.

    8.2 ICMS e IPI

    Sabemos que os impostos recuperveis no fazem parte do custo de aquisio dos estoques da adquirente e tampouco faro parte da receita lquida de vendas da sociedade vendedora. Mesmo assim, em face da necessidade de eliminao do resultado no realizado, alguns ajustes se fazem necessrios, conforme veremos no exemplo a seguir.

    Exemplo:

    A controlada Piau S/A faz a venda de seu estoque pelo valor de R$ 50.000,00 (com incidncia de ICMS de 18% e de IPI de 12%) a sua controladora Asteca S/A. O custo do estoque foi de 28.000,00, j deduzidos os tributos recuperveis. Assim, ela apresentar a seguinte estrutura de resultado:

    Faturamento bruto ............................................ 56.000,00

    (-) IPI .............................................................. (6.000,00)

    Receita bruta .................................................... 50.000,00

    (-) ICMS .......................................................... (9.000,00)

    Receita lquida .................................................. 41.000,00

    (-) CPV ............................................................ (28.000,00)

    Lucro bruto ...................................................... 13.000,00

    Como a empresa Piau S/A faz sua escriturao de forma regular, ela debitou e creditou os valores do IPI e do ICMS nas contas prprias. A controladora Asteca S/A pode no ter vendido todo esse estoque adquirido de sua controlada, o que acarreta os seguintes efeitos, considerando que no houve a venda da metade do estoque:

    a) No Balano Patrimonial Consolidado

    Somente o lucro no realizado no valor de R$ 6.500,00 deve ser eliminado. Com relao ao IPI e ao ICMS nada deve ser feito, visto que os saldos a recolher ou a compensar desses tributos tambm so obrigaes ou direitos vlidos no demonstrativo consolidado.

    b) Na Demonstrao Consolidada do Resultado do Exerccio

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    Todos os valores relativos ao lucro no realizado devem ser eliminados, a includos o Custo dos Produtos Vendidos, a Receita Lquida, o ICMS, a Receita Bruta, o IPI e do Faturamento Bruto proporcionalmente a parcela no realizada.

    Os ajustes a serem efetuados para eliminar esses valores na Demonstrao Consolidada do Resultado sero os seguintes:

    Dbito Crdito

    Faturamento Bruto 28.000,00

    a IPI 3.000,00

    a ICMS 4.500,00

    a CPV 14.000,00

    a Estoques (lucros no realizados) 6.500,00

    interessante observar que se for efetuado o ajuste do Faturamento Bruto, do IPI, do ICMS e do CPV, os valores relativos a Receita Bruta, Receita Lquida e Lucro Bruto estaro tambm ajustados.

    9 - NOTAS EXPLICATIVAS S DEMONSTRAES CONTBEIS CONSOLIDADAS

    As demonstraes contbeis consolidadas devem ser complementadas por notas explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informaes:

    1. as denominaes das entidades controladas includas na consolidao, bem como o percentual de participao da controladora em cada entidade controlada, englobando a participao direta e a indireta por intermdio de outras entidades controladas;

    2. as caractersticas principais das entidades controladas includas na consolidao;

    3. os procedimentos adotados na consolidao;

    4. o valor dos principais grupos do ativo, do passivo e do resultado das entidades sob controle conjunto;

    5. a razo pela qual os componentes patrimoniais de uma ou mais controladas no foram avaliados pelos mesmos critrios utilizados pela controladora;

    6. a exposio dos motivos que determinaram a incluso ou excluso de uma entidade controlada durante o exerccio, bem como os efeitos, nos elementos do Patrimnio Lquido e Resultado Consolidados, decorrentes dessa incluso ou excluso;

    7. a natureza e os montantes dos ajustes efetuados em decorrncia da defasagem de datas de que trata o item 8.2.6, quando couber;

    8. a base e o fundamento para a amortizao do gio ou desgio no absorvido na consolidao;

    9. a conciliao entre os montantes do Patrimnio Lquido e Lucro Lquido da controladora com montantes do patrimnio lquido ou prejuzo consolidados, e os respectivos esclarecimentos, se necessrios;

    10. os eventos subseqentes data de encerramento do exerccio ou perodo que tenham ou possam vir a ter efeito relevante sobre as demonstraes contbeis consolidadas;

    11. o efeito da variao do percentual de participao da controladora na controlada dentro de um mesmo exerccio.

    ISSO, PESSOAL. Agora j podem fazer os exerccios e percebam que bastante tericos!

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    EXERCCIOS PROPOSTOS

    01) (AFTN-96-Esaf): No devem integrar os Demonstrativos Consolidados os patrimnios de empresas controladoras nas quais:

    a) O controle seja apenas temporrio b) O controle ocorra de forma integral c) Ocorra total dependncia tecnolgica d) Ocorra dependncia financeira integral e) O controle seja permanente e total 02) (AFTN-96-Esaf): Para que os procedimentos de Consolidao das Demonstraes

    Contbeis dos conglomerados reflitam tecnicamente a relao do grupo para com terceiros, importante seja mantida a uniformidade

    a) De polticas de captao de recursos, de formao dos estoques e mantidos os mesmos credores

    b) De fornecedores, de estocagem de produtos e utilizem os mesmos rgos financiadores c) De polticas de compra e venda de produtos, de estocagem de produtos e mantidos os

    mesmos credores d) Diretiva em todas as empresas do conglomerado com os mesmos diretores nas empresas e) De critrios e procedimentos contbeis entre as empresas consolidadas

    A empresa LM era subsidiria integral da Cia ABC, que tambm possua 60% do capital da Cia XY. Em 31.12.19x1 os balanos patrimoniais da Cia ABC e de suas controladas eram os seguintes : A empresa LM era subsidiria integral da Cia. ABC, que tambm possua 60 % do capital da Cia. XY. Em 31/12/19X1 os balanos patrimoniais da Cia. ABC e de suas controladas eram os seguintes:

    Controladora ABC

    Controlada LM

    Controlada XY

    ATIVO CIRCULANTE Disponibilidades 1.000 15.000 22.000 Valores a receber 25.000 5.000 34.000

    Estoques 45.000 - 20.000 ATIVO PERMANENTE

    INVESTIMENTOS Participaes Societrias Cia. LM 20.000 - - Participaes societrias Cia. XY 60.000 - -

    IMOBILIZADO LQUIDO 100.000 10.000 54.000 TOTAL DO ATIVO 251.000 30.000 130.000

    PASSIVO CIRCULANTE

    Valores a pagar 16.000 - 5.000 PASSIVO EXIGVEL A LONGO PRAZO

    Emprstimos Bancrios 35.000 10.000 25.000 PATRIMNIO LQUIDO

    Capital Social 200.000 20.000 100.000 TOTAL PASSIVO + PL 250.000 30.000 130.000

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    Outras informaes: * o saldo das conta Valores a Pagar da Cia. XY correspondia a operaes de repasses financeiros realizadas com a controladora. * em 31.12.19x1 a Cia. LM tinha a receber $.2.000 de sua controladora . Com base nas informaes anteriores, identifique as respostas das questes 03 a 08 .

    03) (AFTN-96-Esaf) O valor apurado na consolidao dos demonstrativos para a

    participaes minoritrias : a) $ 20.000 b) $ 200.000 c) $ 100.000 d) $ 120.000 e) $ 40.000 04) (AFTN-96-Esaf) Em 31.12.19x1 o grupo tinha a receber de terceiros: a) $ 57.000 b) $ 64.000 c) $ 34.000 d) $. 5.000 e) $ 25.000 05) (AFTN-96-Esaf) O valor consolidado do capital social do grupo era: a) $ 320.000 b) $ 200.000 c) $ 300.000 d) $ 220.000 e) $ 100.000 06) (AFTN-96-Esaf) Em 31.12.19x1 as obrigaes totais do grupo eram: a) $ 14.000 b) $ 70.000 c) $ 84.000 d) $ 16.000 e) $ 51.000 07) (AFTN-96-Esaf) O valor do Ativo Permanente Consolidado em 31.12.19x1 era: a) $ 244.000 b) $ 224.000 c) $ 234.000 d) $ 164.000 e) $ 184.000 08) (AFTN-96-Esaf) O valor do Patrimnio Lquido Consolidado : a) $ 200.000 b) $ 240.000 c) $ 300.000 d) $ 220.000 e) $ 120.000 09) (AFTN-96-Esaf) Em 10/10/19x2, a Cia. Amazonas vende vista para a sua subsidiria

    integral, Cia Solimes , um imobilizado pelo valor de $ 15.000.000, obtendo um lucro na operao de $ 3.500.000. Em 31/12/19x2, por ocasio da Consolidao das Demonstraes Contbeis, o procedimento de eliminao do lucro no realizado intercompanhias seria :

    a) Terrenos a Lucros No-Realizados Intercompanhias $ 3.500.000 b) Resultado Operacional a Terrenos $ 3.500.000

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    c) Lucro na Alienao de Imobilizados a Terrenos $ 3.500.000 d) Terrenos a Lucros na Alienao de Imobilizados $ 3.500.000 e) Terrenos a Ajustes de Lucros No-Realizados Intercompanhias $ 3.500.000 10) (AFTN-98-Esaf) As participaes de acionistas minoritrios ou no controladores, quando

    da consolidao, devero ser a) deduzidas do valor do investimento no Ativo Permanente b) acrescidas ao valor do investimento no Ativo Permanente c) consolidadas sem qualquer referncia especial d) segregadas em conta especfica no Ativo Permanente e) segregadas em conta especfica fora do Patrimnio Lquido consolidado 11) (AFTN-98-Esaf) Na consolidao dos Balanos de Controladora e Controlada todos os

    itens abaixo devero ser excludos, exceto a) participaes societrias de empresas no controladas e no pertencentes ao grupo b) lucro na venda de Ativos Imobilizados entre controladora e controlada c) investimento permanente da controladora na controlada d) lucro no realizado nas transaes de mercadorias entre controladora e controlada e) contas a receber que representam contas a pagar na controlada 12) (AFTN-98-Esaf) O imposto de renda oriundo de lucro ainda no realizado, referente a

    operaes efetuadas entre as empresas em consolidao, dever ser a) lanado contra estoques, quando proveniente de transaes de mercadorias b) considerado e pago quando for o caso c) eliminado para posterior tributao d) lanado contra impostos a compensar no Passivo Circulante e) lanado contra impostos a compensar no Exigvel a Longo Prazo 13) (AFTN-98-Esaf) Na Consolidao de Demonstraes Financeiras, o gio oriundo de

    investimento de controladora em controlada avaliado pelo mtodo da equivalncia patrimonial dever ser

    a) eliminado proporcionalmente participao da controladora na controlada b) eliminado na consolidao no aparecendo na demonstrao consolidada c) mantido na consolidao e aparecendo na demonstrao consolidada d) transferido para conta de receita no resultado da controladora e) transferido ao Lucros e Perdas do Balano consolidado 14) (AFRF-2001-Esaf) No processo de elaborao da consolidao das demonstraes no

    so excludos os(as): a) lucros no realizados decorrentes de operaes de venda de ativos entre as empresas do

    grupo b) vendas de qualquer natureza realizadas entre a empresa controlada e sua controladora c) dividendos recebidos por conta de participaes societrias avaliadas por equivalncia

    patrimonial d) receitas auferidas por conta de juros cobrados em contrato de mtuo realizado entre

    empresas do grupo e) vendas de servios realizadas entre a empresa controladora e suas controladas 15) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Instruo CVM 247/96, podero ser excludas da

    obrigatoriedade de Consolidao de Demonstraes Financeiras: a) todas as companhias abertas que tiverem mais de 30% do seu patrimnio lquido

    representado por investimentos em controladas b) sociedades controladas que apresentarem efetivas e claras evidncias de perda de

    continuidade

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    INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 28

    c) sociedades controladas que apresentarem efetivas e claras evidncias de manuteno da continuidade

    d) todas as companhias abertas que tiverem menos de 30% do seu patrimnio lquido representado por investimentos em controladas

    e) sociedades controladas que no se configurem como parte relacionada e no operem com a controladora

    Tomando como base unicamente as informaes a seguir, responda s questes de 16 a 23. I Balano Patrimonial:

    Controladora - A Controlada - B Ativo Disponvel 95.000 125.000 Contas a Receber terceiros 120.000 Contas a Receber intercompanhias 140.000 Estoques 70.000 20.000 Investimentos na controlada B 125.000 Imobilizado 350.000 35.000 Total do Ativo 760.000 320.000 Passivo + Patrimnio Lquido Passivo Fornecedores terceiros 50.000 120.000 Fornecedores intercompanhias 140.000 Outras contas a pagar 40.000 55.000 Patrimnio Lquido Capital 500.000 125.000 Lucros Acumulados 30.000 20.000 Total Passivo e Patrimnio Lquido 760.000 320.000

    II Demonstraes do Resultado de Exerccio:

    Demonstrao de Resultados Controladora - A Controlada - B Vendas 80.000 140.000 Custo das Vendas (70.000) (100.000) Lucro Bruto 10.000 40.000 Resultado da equivalncia 20.000 Lucro Lquido 30.000 40.000

    III Outras informaes adicionais: A controladora A constituiu a controlada B da qual tem 100% do capital. A controlada B vendeu para a controladora A, por R$ 140.000,00, mercadorias que lhe

    custaram R$ 100.000,00. A Controladora A vendeu metade dos estoques comprados da controlada B pelo preo

    de R$ 80.000,00. No perodo foram distribudos dividendos, pela controlada B, na ordem de R$ 20.000,00.

    16) (AFRF-2001-Esaf) O valor do Lucro Bruto Consolidado de: a) 30.000 b) 20.000 c) 10.000 d) 40.000 e) 50.000 17) (AFRF-2001-Esaf) O valor do Custo das Vendas Consolidado de: a) 30.000 b) 170.000

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    INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 29

    c) 70.000 d) 100.000 e) 50.000

    18) (AFRF-2001-Esaf) O valor das Receitas de Vendas Consolidadas de: a) 220.000 b) 80.000 c) 120.000 d) 140.000 e) 50.000

    19) (AFRF-2001-Esaf) No processo de consolidao das demonstraes contbeis, o valor do

    lucro no-realizado : a) 50.000 b) 20.000 c) 30.000 d) 40.000 e) 10.000 20) (AFRF-2001-Esaf) Aps a consolidao dos Balanos, o valor total do Ativo : a) 795.000 b) 815.000 c) 1.080.000 d) 720.000 e) 700.000 21) (AFRF-2001-Esaf) Aps a consolidao dos Balanos, o valor dos Lucros Acumulados : a) 80.000 b) 40.000 c) 50.000 d) 30.000 e) 140.000 22) (AFRF-2001-Esaf) Aps a consolidao dos Balanos, o valor total das Exigibilidades : a) 95.000 b) 265.000 c) 255.000 d) 170.000 e) 295.000 23) (AFRF-2001-Esaf) - Aps a consolidao dos Balanos, o valor total das Contas a

    Receber a) 120.000 b) 140.000 c) 260.000 d) 80.000 e) 20.000 24) (AFRF-2002-Esaf) No processo de consolidao, a participao societria dos acionistas

    no pertencentes ao grupo deve ser evidenciada como: a) Patrimnio Lquido b) Ativo c) Passivo d) Receitas e) Reservas

  • Contabilidade Tpicos Avanados Aula 06 CONSOLIDAO Professores: Francisco Velter & Luiz Roberto Missagia

    INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 30

    25) (AFRF-2002-Esaf) As demonstraes contbeis consolidadas, exigidas nos termos da Instruo CVM 247/96, so:

    a) Demonstrao Consolidada dos Fluxos dos Caixas, Demonstrao Consolidada das Mutaes Patrimoniais, Demonstrao Consolidada do Resultado do Exerccio e Balano Patrimonial Consolidado.

    b) Balano Patrimonial Consolidado, Demonstrao Consolidada do Resultado do Exerccio e Demonstrao Consolidada das Origens e Aplicaes de Recursos.

    c) Demonstrao Consolidada do Resultado do Exerccio, Balano Patrimonial Consolidado, Demonstrao Consolidada dos Fluxos dos Caixas e os Fluxos dos Caixas de cada uma da empresas componentes do grupo.

    d) Demonstrao Consolidada das Origens e Aplicaes de Recursos, Demonstrao Consolidada das Mutaes Patrimoniais e Demonstrao Consolidada do Resultado do Exerccio.

    e) Demonstrao Consolidada da conta Lucros/Prejuzos Acumulados, Balano Patrimonial Consolidado e Demonstrao Consolidada do Resultado do Exerccio.

    26) (AFRF-2002-Esaf) O saldo em aberto de operaes de repasse de recursos efetuadas da

    controladora para as controladas e coligadas por ocasio da elaborao da consolidao dos balanos ser:

    a) avaliado b) realizado c) incorporado d) anulado e) registrado 27) (AFRF-2002-2-Esaf)Para a elaborao das Demonstraes Contbeis Consolidadas, a

    investidora deve: a) em nenhuma hiptese utilizar perodos contbeis no idnticos, mesmo que este fato

    represente melhoria na qualidade da informao produzida. b) utilizar demonstraes contbeis e do patrimnio lquido das investidas apuradas na mesma

    data das demonstraes contbeis da investidora. c) compensar quaisquer ativos ou passivos pela deduo de outros ativos ou passivos mesmo

    na inexistncia de direito de compensao. d) utilizar demonstraes contbeis de coligadas e controladas elaboradas at 90 dias antes da

    data das demonstraes contbeis da investidora. e) eliminar saldos de quaisquer contas de ativas e passivas resultantes de transaes das

    sociedades includas na consolidao. 28) (AFRF-2002-2-Esaf)Dos procedimentos listados a seguir, indique aquele que no

    corresponde ao processo contbil de elaborao das demonstraes consolidadas. a) Eliminao das despesas e receitas de variao cambial