contabilidade i apostila i

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Faculdade UNIÃO DAS AMÉRICAS – Curso de Administração CONTABILIDADE I 1º Semestre – Prof. Valdir Serafim Junior – [email protected] 1 CIÊNCIAS CONTÁBEIS Da Arte à Ciência: A Contabilidade existe desde os primórdios da civilização e durante longo tempo foi considerada como uma arte de escrituração mercantil. Usava técnicas específicas que se foram aperfeiçoando e especializando, sendo algumas delas empregadas até hoje. Para que seja aceita sua natureza científica deve-se conceituar Ciência: é o conjunto de conhecimentos sistemáticos relativos a um objeto e das leis que regem sua existência, obtidas e comprovadas através de pesquisa, da experimentação e da mensuração matemática, permitindo inferências sobre situações futuras. A Contabilidade é a ciência do patrimônio, e em torno do seu objeto ela se organiza como um sistema aberto: coleta dados, processa-os de forma sistêmica e mensurável, produzindo informações técnicas sobre as quais se podem estabelecer previsões. Ela representa o saber lógico e organizado sobre os patrimônios e sua generalidade e especificidade. EVOLUÇÃO HISTÓRICA A Contabilidade existe desde que o homem pisando a face da terra começou a preocupar-se com suas posses: animais, escravos, etc. O homem enriquecia e isso demandava o estabelecimento de técnicas para controlar e preservar seus bens. Segundo o Prof. Federico Melis, em seu livro Storia Della Regioneria, a história da Contabilidade se divide em quatro períodos: Contabilidade do mundo antigo: Inicia com a civilização do homem até 1202 da era cristã. Contabilidade do mundo medieval: Inicia em 1202 até 1494 Contabilidade do mundo moderno: Inicia em 1494 até 1840 Contabilidade do mundo cientifico: Inicia em 1840 e perdura até os dias de hoje. a) Período Antigo A Contabilidade empírica praticada pelo homem primitivo já tinha como objetivo o patrimônio. O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, etc. A palavra “Conta” tem ai a sua origem: designa o agrupamento de itens da mesma espécie. Os sumero-babilônicos e os assírios faziam seus registros em peças de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as tábuas de Uruk, com 2,5 a 4,5 centímetros. Esses registros combinavam o figurativo com o numérico, gravava- se a cara do animal cuja existência queria se controlar e o número correspondente as cabeças existentes. Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico, encontraram-se em escavações, importantes documentos contábeis; tabelas em escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes a mão-de-obra e materiais, ou seja, custos diretos. Isto significa que, há 5.000 anos o homem já considerava fundamental apurar os seus custos. Já se estabelecia o confronto entre variações positivas e negativas, reconhecia-se a receita, a qual era confrontada com a despesa. Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros. Usavam como base uma moeda cunhada em ouro e prata, denominada “Shat”. Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam contas de custos e receitas, procedendo anualmente a uma confrontação entre elas para a apuração do saldo; também foram os gregos que aperfeiçoaram o modelo contábil egípcio, estendendo a escrituração contábil às várias atividades, como administração pública, privada e bancos. Quanto aos romanos, a documentação neste período é quase inexistente. b) Período Medieval Na Itália em 1202 foi publicado o livro de “Liber Abaci” de Leonardo Pisano. Estudavam-se na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc; tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros. Se os sumero-babilônicos plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita. Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade, denominado a “Era da Técnica”, devido as grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos navegadores. A industria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo como conseqüência das necessidades da época, o livro-caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a conseqüência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália,

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Faculdade UNIÃO DAS AMÉRICAS – Curso de Administração

CONTABILIDADE I – 1º Semestre – Prof. Valdir Serafim Junior – [email protected]

1

CIÊNCIAS CONTÁBEIS Da Arte à Ciência:

A Contabilidade existe desde os primórdios da civilização e durante longo tempo foi considerada como uma arte de escrituração mercantil. Usava técnicas específicas que se foram aperfeiçoando e especializando, sendo algumas delas empregadas até hoje.

Para que seja aceita sua natureza científica deve-se conceituar Ciência: é o conjunto de conhecimentos sistemáticos relativos a um objeto e das leis que regem sua existência, obtidas e comprovadas através de pesquisa, da experimentação e da mensuração matemática, permitindo inferências sobre situações futuras.

A Contabilidade é a ciência do patrimônio, e em torno do seu objeto ela se organiza como um sistema aberto: coleta dados, processa-os de forma sistêmica e mensurável, produzindo informações técnicas sobre as quais se podem estabelecer previsões.

Ela representa o saber lógico e organizado sobre os patrimônios e sua generalidade e especificidade. EVOLUÇÃO HISTÓRICA

A Contabilidade existe desde que o homem pisando a face da terra começou a preocupar-se com suas posses: animais, escravos, etc. O homem enriquecia e isso demandava o estabelecimento de técnicas para controlar e preservar seus bens.

Segundo o Prof. Federico Melis, em seu livro Storia Della Regioneria, a história da Contabilidade se divide em quatro períodos: • Contabilidade do mundo antigo:

• Inicia com a civilização do homem até 1202 da era cristã.

• Contabilidade do mundo medieval: • Inicia em 1202 até 1494

• Contabilidade do mundo moderno: • Inicia em 1494 até 1840

• Contabilidade do mundo cientifico:

• Inicia em 1840 e perdura até os dias de hoje. a) Período Antigo

A Contabilidade empírica praticada pelo homem primitivo já tinha como objetivo o patrimônio.

O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, etc. A palavra “Conta” tem ai a sua origem: designa o agrupamento de itens da mesma espécie.

Os sumero-babilônicos e os assírios faziam seus registros em peças de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as tábuas de Uruk, com 2,5 a 4,5 centímetros. Esses registros combinavam o figurativo com o numérico, gravava-se a cara do animal cuja existência queria se controlar e o número correspondente as cabeças existentes.

Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico, encontraram-se em escavações, importantes documentos contábeis; tabelas em escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes a mão-de-obra e materiais, ou seja, custos diretos. Isto significa que, há 5.000 anos o homem já considerava fundamental apurar os seus custos.

Já se estabelecia o confronto entre variações positivas e negativas, reconhecia-se a receita, a qual era confrontada com a despesa.

Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros. Usavam como base uma moeda cunhada em ouro e prata, denominada “Shat”. Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam contas de custos e receitas, procedendo anualmente a uma confrontação entre elas para a apuração do saldo; também foram os gregos que aperfeiçoaram o modelo contábil egípcio,

estendendo a escrituração contábil às várias atividades, como administração pública, privada e bancos.

Quanto aos romanos, a documentação neste período é quase inexistente. b) Período Medieval

Na Itália em 1202 foi publicado o livro

de “Liber Abaci” de Leonardo Pisano.

Estudavam-se na época, técnicas

matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc; tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros.

Se os sumero-babilônicos plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita.

Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade, denominado a “Era da Técnica”, devido as grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos navegadores.

A industria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas de mineração e metalurgia.

O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo como conseqüência das necessidades da época, o livro-caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro.

O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a conseqüência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália,

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2 transformando e fortalecendo a sociedade burguesa.

No final do século XIII apareceu pela primeira vez a conta “Capital”, representado pelos recursos injetados nas companhias pela família proprietária.

O Método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar em que região. Seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos.

No início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e industriais, em suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros sobre o capital referente ao período transcorrido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão-de-obra direta agregada; armazenamento; tingimento, etc. c) Período Moderno:

O período moderno foi a fase da pré-ciência.

Devem ser citadas três eventos importantes que

ocorreram neste período • Em 1453, os turcos tomam

Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos emigrassem, principalmente para a Itália;

• Em 1492 é descoberta a América, e em 1500 o Brasil; o que representava um enorme potencial de riquezas para alguns países europeus;

• Em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigraram para as Américas onde radicaram e iniciaram nova vida.

A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava.

O aparecimento da obra do Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.

Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista, entre outras profissões. Pacioli não foi o criador das Partidas Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV.

Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli, expôs a terminologia adotada: • “Per”, mediante o qual se

reconhece o devedor; • “A”, pelo qual se reconhece o

credor.

Apresentou que, primeiro deve vir o devedor e depois o credor, prática que se usa até hoje.

A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu precedente para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. d) Período Científico:

O período científico apresenta em seus primórdios, dois grandes autores consagrados:

Francesco Villa, escritor milanês, contador público, que com sua obra La

Contabilità Applicatta alle admininstrazioni Private e

Pubbliche inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano.

Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento contábil: a primeira, chefiada por Francesco Villa, foi a escola Lombarda; a segunda, a escola Toscana, chefiada por Giusep Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta. Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência de Administração, e o patrimônio se

definia como um direito, segundo postulados jurídicos.

Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à Universidade, o que no Brasil, só ocorreu muito mais tarde, tendo sido a Escola de Comércio Alvares Penteado – SP, criada em 1902, a primeira escola especializada no ensino da Contabilidade.

A obra principal de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade, promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombardia, terra natal do autor. Além do prêmio, Villa obteve o cargo de Professor Universitário. Ele extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais escrituração e guarda de livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria administrada, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista.

Foi o início da fase científica da Contabilidade.

Fábio Bésta, seguidor Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos. Demonstrou o elemento fundamental da Conta, o valor, e chegou, muito perto de definir o Patrimônio como objeto da Contabilidade.

Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem, pela primeira vez, aos seis de dezembro de 1923, definiu o Patrimônio como o objeto da Contabilidade.

Com Fábio Bésta e Vicenzo Mazi já se pode falar, definitivamente, em Ciências Contábeis. Fonte: Revista Brasileira de Contabilidade Ano XXIV – Nº 93

CONCEITOS

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A Contabilidade fornece informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa, ela é muito antiga

e sempre existiu para auxiliar as pessoas na tomada de decisões, passando o tempo o governo passa a utilizar a contabilidade para a arrecadação de impostos e a torna obrigatória para a maioria das empresas.

Mas é muito importante frisar que a Contabilidade não existe simplesmente para atender ao fisco dos órgãos governamentais, mas sim seu propósito mais significativo é o auxilio na tomada de decisões.

Para maior entendimento deste conceito é preciso saber o seguinte:

Patrimônio: no exemplo que usamos anteriormente o patrimônio era composto por dinheiro, mesas, cadeiras,

máquinas, mercadorias. Enfim, o conjunto dos elementos necessários a existência da empresa. Empresa: é uma unidade produção, resultante da combinação dos três fatores de produção (natureza, trabalho e

capital) e constituída para o desenvolvimento de uma atividade econômica. A principal finalidade da Contabilidade é fornecer informações sobre o patrimônio, de ordem econômica e

financeira, facilitando as tomadas de decisões, tanto pelos administradores, proprietários como também por parte de terceiros. Para fornecer essas informações a Contabilidade precisa registrar a movimentação do patrimônio; sendo o primeiro passo para esse registro a escrituração.

A escrituração é uma técnica contábil que consiste em registrar, nos livros próprios os fatos que provocam alterações no patrimônio da empresa, e essa escrituração começa pelo livro diário , efetuando todos os registros mediante apresentação de documentos que comprovem o fato ocorrido. Os documentos mais comuns são: Notas fiscais, recibos de aluguéis, contas de água, luz e telefone e duplicatas.

Um exemplo seria a venda de uma máquina de escrever, nesse fato o documento que comprova a venda da máquina é a nota fiscal emitida para tal, mediante essa nota o contabilista providenciará o registro do fato no livro diário. Inicia-se aí o processo de contabilização. APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE

A contabilidade abrange todas as entidades econômico-administrativas, até mesmo as pessoas de direito público, como União, os Estados, os Municípios, as Autarquias, etc.

As entidades econômico-administrativas são organizações que reúnem os seguintes elementos: pessoas, patrimônio, titular, ação administrativa e fim determinado. De acordo com o fim a que se destinam, podem ser classificadas em instituições e empresas.

Instituições: são entidades econômico-administrativas com finalidades sociais ou socio-econômicas. As com objetivos sociais são aquelas cuja administração tem por objetivo o bem-estar social da coletividade: associações recreativas e esportivas, hospitais beneficentes, os asilos, etc; as com finalidades sócio-econômicas são aquelas cuja administração tem interesse no aspecto econômico da entidade, porém este reverte em benefício da coletividade a que pertencem: Institutos de aposentadorias, pensões, previdência, etc.

Empresas: são entidades econômico-administrativas que tem finalidade econômica, isto é, visam o lucro, desenvolvem os mais variados ramos de atividade: comércio, industria, agricultura, pecuária, transportes, telecomunicações, turismo, prestação de serviços, etc.

Quanto à natureza do capital com que são constituídas as empresas podem ser públicas, particulares ou mistas. São públicas aquelas empresas constituídas com capital do governo (por exemplo: Caixa Econômica Federal, Correios), são privadas aquelas constituídas com capital de particulares ( por exemplo: Pernambucanas, Riachuello, etc.) , são mistas aquelas constituídas com capital do governo e de particulares ao mesmo tempo (por exemplo: Banco do Brasil, Petrobrás.) USUÁRIOS DA CONTABILIDADE

Usuários são todas as pessoas que utilizam a Contabilidade, que se interessam pela situação da empresa e buscam na Contabilidade as suas respostas.

Evidentemente os gerentes ou administradores não são os únicos que utilizam a Contabilidade, os investidores (sócios ou acionistas) estão basicamente interessados na lucratividade da empresa, por isso utilizam relatórios da empresa para medir a rentabilidade; os fornecedores de mercadorias a prazo querem saber a empresa tem capacidade de pagar as suas dívidas; os bancos, por sua vez, emprestam dinheiro desde que a empresa tenha condições de pagamento, o governo

A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do Patrimônio da empresa.

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quer saber quanto de impostos foi gerado para os cofres públicos; outros interessados desejam conhecer melhor a situação da empresa: os empregados, os sindicatos, os concorrentes, etc.

Perguntas e respostas

Vemos em nossa região predominantemente empresas de pequeno porte, e é fácil perceber que a maioria delas tem uma visão da Contabilidade como um mal necessário. Por que?

Toda empresa, independente de seu tamanho, depende de informações para a tomada de decisões, para agregar valor aos negócios a Contabilidade deveria focalizar seu objetivo principal: instrumento gerencial, fornecendo, analisando e ordenando dados para a tomada de decisão.

A grande visão da Contabilidade acaba ficando presa na parte burocrática, com o objetivo principal de atender ao fisco, totalmente desvirtuado de seu objetivo principal.

Desse modo as empresas, devem se basear em uma Contabilidade Gerencial, tendo um controle de todas alterações patrimoniais ocorridas, para assim poderem tomar decisões corretas através de informações contábeis.

PATRIMÔNIO CONCEITO E DEFINIÇÃO O termo Patrimônio significa, a principio o conjunto de bens pertencentes a uma pessoa ou empresa, compõe também valores a receber, denominados pela Contabilidade como direitos. Relacionando-se somente os bens e direitos, não se pode identificar a verdadeira situação de uma pessoa ou empresa, é necessários evidenciar as obrigações (dívidas). Por exemplo, se falarmos que o patrimônio de uma pessoa é um apartamento e não fizermos referencia do mesmo ser financiado e ainda faltarem prestações a serem pagas, a primeira informação será incompleta e pouca esclarecedora. Na Contabilidade, portanto a palavra Patrimônio tem sentido amplo: significa o conjunto de bens e direitos pertencentes a uma pessoa ou empresa; por outro lado inclui as obrigações a serem pagas.

Vamos então estudar cada um desses elementos que compõem o Patrimônio: BENS

BENS são coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas e suscetíveis de avaliação econômica

O PATRIMÔNIO é o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma

pessoa, avaliado em moeda

Assim podemos imaginar o Patrimônio da seguinte forma: BENS

PATRIMÔNIO = DIREITOS OBRIGAÇÕES

Informações Contábeis

Investidores Sócios

Fornecedores Sindicatos

Ibge Clientes

Governo

Gerentes

Bancos Financiadores

Empregados

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Sob o ponto de vista contábil, pode-se definir como Bem tudo aquilo que uma empresa possui, seja para uso, troca ou consumo. Para exemplificar esse conceito, tomemos uma empresa comercial, que compra e vende calçados. Suponhamos, ainda que essa empresa possua somente os seguintes Bens: balcão, prateleira, vitrine, caixa registradora, espelho, calçados para venda (mercadorias), papel para embrulho, material para limpeza da loja e meio quilo de pó de café. Neste caso temos:

Os Bens podem ser classificados segundo o modo como são considerados. A classificação que nos interessa é aquela que os divide em: • Bens tangíveis ou materiais; • Bens intangíveis, incorpóreos ou imateriais;

Bens tangíveis ou materiais: como o próprio nome diz, são aqueles que possuem corpo, matéria; e por sua vez dividem-se em: • Bens móveis: os que podem ser removidos do seu lugar. Ex.: mesas, veículos, máquinas de escrever, dinheiro,

mercadorias, etc.; • Bens imóveis: os que não podem ser deslocados do seu lugar natural. Ex.: Casas, terrenos, edifícios, etc. Bens intangíveis, incorpóreos ou imateriais: são aqueles que, embora considerados Bens, não possuem corpo, não tem matéria. São determinados gastos que a empresa faz, os quais por sua natureza, devem ser considerados parte do seu patrimônio. Não existe muita variedade. Os mais comuns são: • Benfeitorias em imóveis de terceiros: suponhamos que nossa empresa construiu um depósito, nas dependências

da empresa e ligado a loja. Como o imóvel onde a nossa empresa está é alugado, o valor gasto com a construção do depósito será contabilizado no Patrimônio da nossa empresa como bem imaterial, com o título de Benfeitorias em Imóveis de Terceiros, já que o referido gasto constitui uma benfeitoria em imóvel que não é de propriedade da nossa empresa.

• Fundo de comércio: Suponhamos por exemplo que José tenha uma loja. Todos os moradores da região estão acostumados a comprar na loja, que já existe a vários anos. Reinaldo, também interessado em comércio pretende comprar a loja de José. José faz um levantamento de tudo o que possui e chega à conclusão que, somando os valores de seus Bens, Direitos e Obrigações, o Patrimônio de sua empresa vale R$ 50.000,00. Porém José cobra de Reinaldo R$ 70.000,00, essa diferença de R$ 20.000,00 corresponde ao preço pelo qual José avaliou o seu ponto (local de trabalho, clientela, fama da loja, o tempo em que trabalhou ali). Na contabilidade de Reinaldo, que esta comprando, esse valo de R$ 20.000,00 será registrado como bem imaterial, com o título de Fundo de Comércio.

• Marcas e Patentes: Se por ventura uma empresa inventa algum produto ou possui uma marca própria, deve registrar a patente do seu invento ou a sua marca. A importância gasta com esse registro, somadas todas as despesas de pesquisa necessárias à obtenção do invento, será registrada, na Contabilidade, como Bem imaterial.

DIREITOS

É comum as empresas efetuarem venda a prazo, quando isso ocorre a empresa não recebe no ato o dinheiro correspondente à venda; receberá futuramente, porque a venda foi a prazo. Sendo assim a empresa fica com direito de receber o valor da venda no prazo determinado.

Esses direitos geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a receber, exemplo:

BENS DE USO Balcão

Prateleira Vitrine

Caixa Registradora Espelho

BENS DE CONSUMO

Papel para embrulho Material para limpeza

Meio quilo de pó de café

BENS DE TROCA

Calçados para troca

Constituem Direitos para a empresa todos os valores que ela tem a receber de

terceiros. (neste caso são os clientes, fregueses da empresa)

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ELEMENTO Expressão Duplicatas a Receber

Promissórias a Receber Aluguéis a Receber

OBRIGAÇÕES São dívidas exigíveis com outras pessoas, na Contabilidade tais dívidas são denominadas obrigações exigíveis, compromissos que serão reclamados, exigidos na data de seu vencimento. No caso de um empréstimo bancário, a empresa fica devendo ao banco (empréstimo a pagar), se a dívida não for liquidada na data do vencimento, o banco exigirá o seu pagamento.

É comum também as empresas efetuarem compras a prazo. Quando isso ocorre a empresa não paga a compra no ato; deverá pagar futuramente, porque a compra foi a prazo. Neste caso a empresa fica com a obrigação de pagar o valor da compra no prazo determinado.

Essas obrigações geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Pagar, exemplo:

ELEMENTO Expressão Duplicatas a Pagar

Promissórias a Pagar Aluguéis a Pagar Salários a Pagar Impostos a Pagar

Perguntas e respostas

Existem outros exemplos de bens intangíveis? Além da marca, podemos também considerar a clientela de uma loja, o ponto comercial onde ela está instalada, reputação ou imagem (Nestlé, coca-cola, VW, Mercedes, etc) lealdade de clientes, estoque de conhecimentos (recursos humanos de altíssimo nível) etc. Como os bens intangíveis são comumente chamados no mercado financeiro? Embora não signifiquem a mesma coisa, há diversas formas: fundo de comercio, goodwill, capital intelectual, mais valia. Sabe-se da crise econômica atual, mesmo em crise há implantação de novas empresas? Num ambiente de crise econômica, pode-se apresentar até um índice maior de novas empresas, porém deve-se concordar que há uma fatia de empreendorismo por necessidade, pela falta de opções no mercado de trabalho, muitas pessoas abrem seu próprio negócio por que não tinham outra opção de trabalho, muitas vezes sem planejamento, comprometendo a continuidade da empresa. ASPECTOS QUALITATIVO E QUANTITATIVO DO PATRIMÔNIO

Vimos que o Patrimônio é um conjunto de Bens, Direitos e Obrigações, mas se eu disser que o Patrimônio da empresa é somente essas informações será possível avaliar o tamanho desse Patrimônio? É evidente que não.

Então, há necessidade de ressaltar dois aspectos que a Contabilidade leva em conta para representar adequadamente os elementos que compõem o Patrimônio: o qualitativo e o quantitativo.

Constituem Obrigações para a empresa todos os valores que ela tiver a pagar

para terceiros. (neste caso são os fornecedores)

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PATRIMÔNIO Bens • Dinheiro • Veículos • Máquinas Direitos • Duplicata a Receber • Promissória a Receber Obrigações • Duplicatas a Pagar • Impostos a Pagar

PATRIMÔNIO Bens • Dinheiro R$ 5.000 • Veículos R$ 50.000 • Máquinas R$ 10.000 Direitos • Duplicata a Receber R$ 3.000 • Promissória a Receber R$ 2.000 Obrigações • Duplicatas a Pagar R$ 8.000 • Impostos a Pagar R$ 500

BENS PATRIMÔNIO = DIREITOS OBRIGAÇÕES

Patrimônio Bens Obrigações Direitos

Patrimônio Bens Obrigações Direitos

Patrimônio

Obrigações

ASPECTO QUALITATIVO : Este aspecto consiste em qualificar os Bens, Direitos e Obrigações. Assim: Com este aspecto, já melhorou a idéia que se pode Ter do Patrimônio de nossa empresa. Mas ainda não basta, pois: Quanto de dinheiro possuo? Quanto de Veículos tenho? Daí a necessidade do segundo aspecto.

ASPECTO QUANTITATIVO : Este aspecto consiste em dar a esses Bens, Direitos e Obrigações seus respectivos valores, levando-nos a conhecer o valor do Patrimônio da empresa. Assim: Agora, com essas informações, é possível fazer uma idéia do tamanho do Patrimônio da empresa, pois ficou esclarecido o que e quanto a empresa tem em Bens, Direitos e Obrigações. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO

Até aqui, quando nos referíamos ao Patrimônio fizemos sua representação da seguinte forma:

Porém, visando atender ao aspecto didático, e para tornar mais fácil a compreensão do Patrimônio, a partir de agora vamos representá-lo em um gráfico simplificado, em forma de T. O T, como vemos, tem dois lados. No lado esquerdo, colocamos os Bens e os Direitos:

No lado direito as Obrigações

Então a Representação gráfica do Patrimônio fica assim.

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Patrimônio A T I V O P A S S I V O

Bens Obrigações Móveis e utensílios Salários a pagar Estoque de mercadorias Duplicatas a pagar Caixa (dinheiro) Impostos a pagar Direitos Duplicatas a receber Promissórias a receber

A Contabilidade atribui nomes aos elementos componentes do Patrimônio, dentro da lógica que a teoria contábil exige, conforme veremos. Na representação gráfica apresentada temos, de uma lado, os Bens e os Direitos, que formam o grupo dos elementos positivos; e de outro lado, as obrigações, que formam o grupo dos elementos negativos. Eis aí os primeiros nomes: elementos positivos e elementos negativos.

Do lado esquerdo do gráfico é chamado de lado positivo, pois os Bens e Direitos representam, para a empresa a sua parte positiva (é o que ela tem efetivamente – Bens – e o que ela

tem para receber – Direitos).

Do lado direito, por sua vez, é chamado lado negativo, pois as Obrigações representam a parte negativa da empresa (é o que ela tem a pagar).

Os elementos positivos são denominados, ainda, componentes Ativos, e o seu conjunto forma o ATIVO. Os elementos negativos são denominados componentes Passivos; por isso encontram-se no PASSIVO. SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS

Até agora foi esclarecido o que é Ativo, Passivo e onde devem ser colocados os elementos representativos dos Bens, dos Direitos e das Obrigações.

Para que a representação gráfica do Patrimônio seja completa é preciso representar os elementos que o compõem com seus respectivos valores. Iremos estudar as situações líquidas para atender a um grande objetivo: acrescentar ao seu conhecimento mais um grupo de elementos na representação gráfica do Patrimônio, este novo grupo se chama Patrimônio Líquido , que juntamente com os Bens, os Direitos e as Obrigações completará a referida representação gráfica do Patrimônio, permitindo que o total do lado esquerdo seja igual ao total do lado direito, dando-lhe forma de equação. Entretanto para uma melhor compreensão desse novo grupo de elementos (Patrimônio Líquido), vamos estudar antes as Situações Líquidas Patrimoniais possíveis.

Considerando cada um dos elementos que representam os Bens e os Direitos (Ativo), com seus respectivos valores em reais, e somando esses valores, temos o total do Ativo:

BENS

Caixa R$ 30,00 Móveis R$ 50,00 Estoque de mercadorias R$ 20,00

Soma dos bens R$ 100,00 DIREITOS Duplicatas a Receber R$ 40,00 Promissórias a Receber R$ 10,00 Soma dos Direitos R$ 50,00 Soma total do Ativo R$ 150,00 Procedendo da mesma forma com os elementos que representam as Obrigações, temos: OBRIGAÇÕES Duplicatas a Pagar R$ 35,00 Salários a Pagar R$ 15,00 Impostos a Pagar R$ 30,00 Soma total das Obrigações R$ 80,00 O total dos Bens mais o total dos Direitos menos o total das Obrigações denomina-se Situação Líquida Patrimonial.

Logo: Ativo R$ 150,00 ( - ) Obrigações R$ 80,00 = SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL R$ 70,00

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Patrimônio A T I V O P A S S I V O

Bens Obrigações Caixa 30,00 Duplicatas a Pagar 35,00 Móveis 50,00 Salários a Pagar 15,00 Estoques de Mercadorias 20,00 Impostos a Pagar 30,00 Direitos Duplicatas a Receber 40,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA 70,00 Promissórias a Receber 10,00 TOTAL 150,00 TOTAL 150,00

Balanço Patrimonial A T I V O P A S S I V O

Bens 200,00 Obrigações 180.00 Direitos 100,00 Total 300,00 Total 180,00

Balanço Patrimonial A T I V O P A S S I V O

Bens 200,00 Obrigações 180.00 Direitos 100,00 +Situação Liquida 120,00 Total 300,00 Total 300,00

No gráfico que estamos utilizando para representar o Patrimônio, a Situação Líquida Patrimonial é colocada sempre

do lado direito. Ela deve ser somada ou subtraída das Obrigações, de modo a igualar o lado do Passivo com o lado do Ativo, dando-lhe forma de equação patrimonial. Assim:

Conforme afirmamos, o total do lado esquerdo (150) tem que ser igual ao total do lado direito (150). Veja: no Ativo temos Bens + Direitos = 150 e no Passivo temos Obrigações + Situação Líquida = 150.

• A partir daqui passaremos a representar o Patrimônio através do mesmo gráfico em forma de T, porém com o título

apropriado de Balanço Patrimonial. SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS POSSÍVEIS

• Ativo maior que o Passivo

Observe que os dois lados não tem o mesmo valor. Logo precisamos igualá-los: Lado do Ativo +R$ 300,00 Lado do Passivo - R$ 180,00 Diferença +R$ 120,00

Observação: Antes de cada valor colocamos um sinal: O Ativo, contendo Bens e Direitos é positivo; logo o sinal é mais +

O Passivo nesse caso somente com obrigações é negativo; logo o sinal é de menos A diferença de R$ 120,00 é chamada Situação Líquida; será colocada do lado do Passivo e adicionada ao valor das Obrigações, já que a Situação Líquida é positiva. Logo o Balanço Patrimonial fica como o expresso ao lado. Neste caso a Situação Líquida chama-se:

a) Situação Líquida Positiva b) Situação Líquida Ativa c) Situação Líquida Superavitária Veja por que: a) É chamada Situação Líquida Positiva porque o total dos elementos positivos (Bens +Direitos) supera o total dos

elementos negativos (Obrigações) em R$ 120,00.

+ - = Bens Direitos Obrigações Situação Líquida

Patrimonial

A T I VO > P A S S I V O => Situação Líquida (Bens e Direitos) (Obrigações) Positiva

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Balanço Patrimo nial A T I V O P A S S I V O

Bens 200,00 Obrigações 340,00 Direitos 100,00 Total 300,00 Total 340,00

Balanço Patrimonial A T I V O P A S S I V O

Bens 200,00 Obrigações 340.00 Direitos 100,00 - Situação Liquida 40,00 Total 300,00 Total 300,00

Balanço Patrimonial A T I V O P A S S I V O

Bens 200,00 Obrigações 300,00 Direitos 100,00 Total 300,00 Total 300,00

b) É chamada Situação Líquida Ativa porque o total do Ativo (Bens + Direitos) supera o total do Passivo (Obrigações) em R$ 120,00

c) É chamada Situação Líquida Superavitária por ser uma situação positiva. Suponha que haja intenção de se liquidar a empresa neste momento, vendendo os Bens ao preço que custaram teremos R$ 200,00 e recebendo todos os Direitos no valor de R$ 100,00, teremos em mãos R$ 300,00. Pagando todas as Obrigações, no valor de R$ 180,00, sobrariam para o proprietário da empresa R$ 120,00. Por isso dizemos que a quantia que sobrou de R$ 120,00 é Situação Superavitária; é o que restou positivamente; é o valor positivo que superou o negativo.

• Ativo menor que o Passivo

Lado do Ativo +R$ 300,00 Lado do Passivo - R$ 340,00 Diferença - R$ 40,00

Sendo a diferença negativa, a representação gráfica completa e como se expressa ao lado. Neste caso a Situação Líquida chama-se: a) Situação Líquida Negativa b) Situação Líquida Passiva c) Situação Líquida Deficitária d) Passivo a Descoberto a) É Situação Líquida Negativa porque o total dos elementos negativos (Obrigações) supera o total dos elementos

positivos (Bens e Direitos) em R$ 40,00 b) É Situação Líquida Passiva por que o total do Passivo (Obrigações) é superior ao total do Ativo (Bens e Direitos) c) É Situação Líquida Deficitária por ser uma situação negativa. Se houver interesse em liquidar a empresa neste

momento, vendendo os Bens a preço de custo, teremos R$ 200,00, recebendo os Direitos termos R$ 100,00. Portanto teremos R$ 300,00 em mãos. Para saldar nossos compromissos, precisaremos de R$ 340,00, que é o valor das Obrigações, logo faltam R$ 40,00. Por isso a Situação Líquida é deficitária; o total dos elementos positivos é insuficiente para saldar os compromissos.

d) É Passivo a Descoberto porque o total do Ativo não é suficiente para cobrir o total do Passivo. • Ativo igual ao Passivo

Lado do Ativo +R$ 300,00 Lado do Passivo - R$ 300,00 Diferença - R$ 0,00

Neste caso o Ativo é inteiramente absorvido pela Obrigações, e a Situação Líquida é nula, inexistente. Observe que, se pretendêssemos liquidar essa empresa neste momento, tudo o que se apuraria com a venda dos Bens e com o recebimento dos Direitos seria necessário para cobrir apenas as obrigações, não restando nada para o proprietário.

A T I VO < P A S S I V O => Situação Líquida (Bens e Direitos) (Obrigações) Negativa

A T I VO = P A S S I V O => Situação Líquida (Bens e Direitos) (Obrigações) Nula

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Balanço Patrimonial A T I V O P A S S I V O

Bens 200,00 +Situação Líquida 300,00 Direitos 100,00 Total 300,00 Total 300,00

Balanço Patrimonial A T I V O P A S S I V O

Obrigações 200,00 -Situação Liq. (200,00) Total 0,00 Total 0,00

Balanço Patrimonial A T I V O P A S S I V O

Bens Obrigações Direitos Patrimônio Líquido

• Ativo igual a Situação Líquida

Ocorre quando não há Obrigações. Neste caso a Situação Líquida é positiva.

• Situação Líquida igual ao Passivo Ocorre quando não há Ativo, apenas Obrigações. Nesse caso a Situação Líquida é negativa. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Patrimônio Líquido é o quarto grupo de elementos patrimoniais que, juntamente com os Bens, Direitos e

Obrigações, completará a Demonstração Contábil denominada Balanço Patrimonial. Ao passar pela fachada de uma grande empresa, imponente, jardins ao redor, frota própria, podemos imaginar

“Como é grande o patrimônio desta empresa”, porem podemos estar altamente errados, pois o patrimônio também envolve obrigações, a empresa poderá estar a um passo da falência ou totalmente endividada, desse modo se conclui que o patrimônio por si só não representa a riqueza de uma empresa. O total do grupo Patrimônio Líquido é igual ao valor da Situação Líquida da empresa. Assim, se a Situação Líquida for positiva, o total do grupo Patrimônio Líquido da empresa será igualmente positivo; se, por outro lado a Situação Líquida da empresa for negativa, o total do Grupo Patrimônio Líquido será igualmente negativo; e, ainda se a Situação Líquida for nula, o grupo Patrimônio Líquido também refletirá essa situação. Esse grupo, no Balanço Patrimonial de uma empresa aparece sempre do lado direito, juntamente com as obrigações.

O Patrimônio Líquido é composto pelos seguintes elementos: • Capital • Reservas • Lucros ou prejuízos Acumulados

Quanto ao Capital, já estudado anteriormente. Na fase de constituição da empresa, o Capital é a principal fonte do Patrimônio Líquido, pois representa a soma dos valores que o proprietário investiu na empresa.

Quanto ao Lucro , repetimos que é o principal objetivo das empresas. No final do exercício (período em que a empresa opera – geralmente 1 ano), a empresa poderá obter lucros ou prejuízos. No caso de lucro, ele terá vários destinos, como imposto de renda, distribuição aos sócios, formação de reservas, etc. A parte não distribuída ficará retida para futuras aplicações com o título de Lucros Acumulados. Havendo Prejuízo, este poderá ser dividido entre os sócios , ou permanecer no Patrimônio com o título de Prejuízos Acumulados.

Quanto as Reservas, correspondem a partes dos lucros que são retiradas (reservadas) para determinados fins, como por exemplo a Reserva Legal, que pode ser utilizada para aumentar o Capital da empresa.

FORMAÇÃO DO PATRIMONIO

Nota: A partir deste ponto, em que já foi definido o Patrimônio Líquido e mostrado o seu posicionamento no gráfico representativo do Patrimônio , você não deverá escrever ao representar graficamente um Situação Patrimonial, Bens, Direitos, Obrigações e Situação Líquida. Terá que ter sempre em mente que no lado do Ativo são colocados os elementos que representam os Bens e os Direitos, e no lado do Passivo, os elementos que representam as Obrigações e o Patrimônio Líquido.

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Balanço Patrimonial A T I V O P A S S I V O

Caixa 50.000 Capital 50.000

Para se constituir uma empresa é preciso que se tenha, inicialmente um capital. Quando a empresa esta sendo constituída, a palavra Capital é usada para representar o conjunto de elementos que o proprietário da empresa possui para iniciar suas atividades. Por exemplo: Se vamos abrir uma loja, e para esse fim possuímos R$ 60.000,00 em dinheiro, logo, esse valor constitui o nosso Capital Inicial .

O Capital Inicial pode ser composto por: • Dinheiro • Móveis • Veículos • Promissórias a receber

Suponhamos que uma pessoa deseje iniciar suas atividades e possua R$ 5.000,00 em dinheiro e um caminhão no

valor de R$ 60.000,00. Neste caso, seu Capital Inicial é de R$ 65.000,00, sendo: • Em dinheiro R$ 5.000,00 • Em Veículos R$ 60.000,00 TOTAL DO CAPITAL R$ 65.000,00

Este Capital é conhecido por: CAPITAL – CAPITAL INICIAL – CAPITAL NOMINAL – CAPITAL

SUBSCRITO EXEMPLO DE FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES

Vamos acompanhar a formação do Patrimônio de uma empresa comercial e alguns exemplos de sua movimentação, representado, a cada acontecimento, a Situação Patrimonial respectiva: 1. Luiz Felipe constitui uma empresa para explorar o comércio de tintas, com um Capital Inicial de R$ 50.000,00. Vamos representar p Patrimônio de Luiz Felipe nesse momento. Veja que ele está iniciando suas atividades com R$ 50.000,00 em dinheiro. Evidentemente, dinheiro é um Bem; portanto , ele terá essa importância no Ativo representada pelo elemento Caixa.

Como estamos constituindo o Patrimônio de Luiz Felipe com um Capital Inicial de R$ 50.000,00 em dinheiro, essa importância representará no Balanço Patrimonial, uma Situação Líquida positiva, com o nome de Capital.

Assim representado dos elementos componentes do Patrimônio apenas com essa ocorrência, isto é, investimento inicial em dinheiro, através do Balanço Patrimonial temos:

Obs: Veja que na representação gráfica temos dois elementos: Caixa e Capital. O elemento Caixa não traz nenhuma dúvida, pois se a importância possuída é em dinheiro , e dinheiro sendo Bem, evidentemente será colocada do lado do Ativo. Porém o elemento Capital, que você esta vendo pela primeira vez na representação gráfica do Patrimônio (Balanço Patrimonial), pode lhe acarretar

alguma dificuldade. Note que , em toda a representação gráfica que exprime elementos patrimoniais em forma de balanço, o lado do Ativo deve ser igual ao lado do Passivo.

Note ainda que chamamos de Capital e, conforme explicamos antes do balanço, o denominamos dessa forma por ser esse valor a Situação Líquida Positiva inicial.

Raciocinando em termos da equação fundamental do Patrimônio, onde o Ativo é igual ao Passivo mais o Patrimônio Líquido (A = P + PL) , sendo o Ativo composto por Bens + Direitos, o Passivo composto pelas Obrigações e o Patrimônio Líquido composto por Capital, Reservas e Lucros ou Prejuízos Acumulados; assim temos:

• No Ativo, o elemento Caixa correspondendo ao grupo dos Bens. • No Passivo, o elemento Capital correspondendo ao grupo Patrimônio Líquido.

Assim se a Situação Líquida da empresa é Positiva em R$ 50.000, essa situação esta coincidindo com o grupo do Patrimônio Líquido.

2. Em seguida surgem as aplicações desse capital na compra de bens:

• Compra de móveis e utensílios, à vista: R$ 5.000,. • Compra de um automóvel, à vista: R$ 30.000,. Com essas compras, veja o que aconteceu no Patrimônio: O Caixa que tinha R$ 50.000, ficou reduzido a R$ 15.000, pois R$ 35.000, foram gastos nas aquisições citadas. Em compensação, apareceram no Ativo mais dois elementos (Bens): • Móveis e Utensílios, no valor de R$ 5.000, • Veículos, no valor de R$ 30.000, O Patrimônio passou a ser representado do seguinte modo:

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Balanço Patrimo nial A T I V O P A S S I V O

Caixa 15.000 Capital 50.000 Móveis Utens. 5.000 Veículos 30.000 Total 50.000 Total 50.000

Balanço P atrimonial A T I V O P A S S I V O

Caixa 15.000 Dupl. a Pagar 20.000 Móveis Utens. 5.000 Veículos 30.000 Est. Mercadorias 20.000 Capital 50.000 Total 70.000 Total 70.000

Balanço Patrimonial A T I V O P A S S I V O

Caixa 10.000 Dupl. a Pagar 15.000 Móveis Utens. 5.000 Veículos 30.000 Est. Mercadorias 20.000 Capital 50.000 Total 65.000 Total 65.000

Balanço Patrimonial da Empresa Coml Taubate Ltda A T I V O P A S S I V O

Caixa 500, Fornecedores 350, Veículos 300, Moveis 100, Estoque Mercadorias 200, Capital 800, Duplicatas a Rec. 50, Total 1.150, Total 1.150 ,

Note que, embora tenha havido movimento no Patrimônio, o seu valor total não se alterou. Apenas houve troca de valores no Ativo: o Caixa diminuiu em R$ 35.000, mas esse valor apareceu novamente em Móveis e Utensílios e Veículos. No lado do Passivo não houve alteração; o Patrimônio Líquido permanece. Por isso repete-se no lado do Passivo o Elemento Capital. 3. Sentindo necessidade de adquirir outros Bens para se

expandir, e sendo o seu Capital insuficiente, a empresa compra a prazo: • Compra a prazo de mercadorias para revenda, da Casa de Tintas Taubaté, conforme aceite de duplicatas no valor

de R$ 20.000, para vencimento em 30 e 60 dias. Quando a empresa compra a prazo, ela passa a trabalhar com o capital de outras pessoas. Cria assim obrigações

para futuros pagamentos. Nesse caso, tanto o Ativo quanto o Passivo serão aumentados. O Ativo pela entrada das mercadorias (Bens); e o Passivo pela Obrigação contraída através do aceite das Duplicatas.

Após essa operação de compra de mercadorias a prazo, o Patrimônio da empresa será representado da seguinte forma:

Note que os elementos Caixa, Móveis e Utensílios, Veículos e Capital permanecem os mesmos, pois não sofreram nenhuma alteração. 4. Suponhamos. Agora, que a empresa de Luiz Felipe

efetue o pagamento, em dinheiro, de uma duplicata, no valor de R$ 5.000,.

Esse pagamento acarretara uma diminuição no Ativo, pois o Caixa será diminuído em R$ 5.000, e uma

diminuição também no Passivo, pela extinção de parte das Obrigações em R$ 5.000, . O Patrimônio de Luiz Felipe, após esta operação, será representado assim:

Como você pode observar, cada fato que ocorre na empresa modifica o seu Patrimônio, apresentando uma nova Situação Patrimonial. ORIGEM E APLICAÇÃO DE RECURSOS

Todos os recursos que entram na empresa passam pelo Passivo e Patrimônio Líquido, os recursos financeiros ou materiais são originados dos proprietários, fornecedores, bancos, governo, financeiras, etc e tem uma aplicação.

Vimos que a palavra Capital representa um elemento do grupo do Patrimônio Liquido e que, quando da constituição de uma empresa, representa os Bens com os quais o proprietário inicia suas atividades. Entretanto na Contabilidade, quando a palavra capital esta acompanhada do adjetivo total, compondo a expressão Capital Total à disposição da empresa, ela representa os recursos totais de que a empresa dispõe. Observe o Patrimônio a seguir representado:

Note que o Capital Nominal da empresa é de R$ 800,00 e o Capital a disposição da empresa ou Capital Total é de R$ 1.150,00. Conforme frisamos, todos os nomes, títulos utilizados pela Contabilidade, são assim aplicados com muita lógica. Chegou o momento de você saber porque o Patrimônio da empresa é representado pelo Balanço Patrimonial em um gráfico de dois lados e porque ambos os lados possuem o mesmo total; e ainda, porque o valor do

Patrimônio não é igual a soma dos dois totais encontrados nos dois lados do Balanço Patrimonial.

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Balanço Patrimonial P A S S I V O

Obrigações Patrimônio Líquido

Balanço Patrimonial A T I V O

Bens Direitos

Balanço Patrimonial A T I V O P A S S I V O

Caixa 1.100 Duplicatas a Pagar 1.000 Estoque de Mercadorias 1.400 Promissórias a Pagar 500 Duplicatas a Receber 700 Capital 1.700 Total 3.200 Total 3.200

Para começar, o que a representação gráfica mostra? Respondemos que o Passivo mostra a Origem de Capitais, isto é, como a empresa conseguiu os recursos que possui; e o Ativo mostra a Aplicação de Capitais, isto é, onde a empresa empregou os recursos originados pelo lado do Passivo. Veja a seguir o que vem a ser Origem e Aplicação de Recursos. PASSIVO – Origem dos Recursos

No lado do Passivo, são representados dois grupos de elementos patrimoniais: Obrigações: correspondem a parte do Patrimônio que a empresa deve para terceiros. Por isso são também chamadas Capitais de Terceiros, pois a empresa tem que pagá-las para terceiros. Patrimônio Líquido: é a parte do Patrimônio que pertence ao Proprietário. São os Capitais Próprios

RESUMINDO: Capitais de Terceiros = Obrigações Capitais Próprios = Patrimônio Líquido

• Capitais Próprios: podem se originar de duas fontes: 1. Recursos do Proprietário. É o caso do Capital Inicial ou aumentos posteriores 2. Evolução normal da empresa. É o caso dos Lucros e conseqüentemente das reservas

Embora de forma bem simples, acrescentamos ao seu conhecimento mais dois elementos do Patrimônio Líquido: Reservas e Lucros, os quais, juntamente com o Capital, constituem os Capitais Próprios da Empresa. • Capitais de Terceiros: O desenvolvimento normal da empresa faz com que ela efetue um série de operações que

poderão acarretar Obrigações, as quais serão representadas por Duplicatas a Pagar, Promissórias a Pagar, etc. Essas Obrigações constituem Capitais de Terceiros.

ATIVO – Aplicação dos Recursos

Os Capitais Próprios e de terceiros representados no lado do PASSIVO, são aplicados na empresa em Bens e Direitos, conforme demonstra o lado do ATIVO. Portando os recursos que a empresa utilizou para Ter no seu ATIVO os Bens e Direitos foram obtidos conforme mostram os elementos do PASSIVO. Veja a seguir esta representação gráfica, analise as observações e responda as questões anexas.

Quando você analisar um Balanço Patrimonial, atente para os seguintes pontos:

No caso de lucro, ele terá vários destinos, como imposto de renda, distribuição aos sócios, formação de reservas, etc. A parte não distribuída ficará retida para futuras aplicações com o título de Lucros Acumulados. Quanto as Reservas , correspondem a partes dos lucros que são retiradas (reservadas) para determinados fins, como por exemplo a Reserva Legal, que pode ser utilizada para aumentar o Capital da empresa.

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� O Ativo mostra em que a empresa aplicou seus recursos, ou onde ela aplicou todo o seu Capital. No caso, os recursos totais da empresa estão aplicados: no Caixa, R$ 1.100,00; em Estoques de Mercadorias, R$ 1.400,00; e em Duplicatas a Receber, R$ 700,00;

� O Passivo mostra onde a empresa conseguiu os recursos que estão aplicados no Ativo. No caso, R$ 1.700,00 representam o Capital Nominal ou Capital Inicial , e R$ 1.500,00 são Capitais de Terceiros, originados por compras a prazo ou por empréstimos contraídos.

CONTAS CONCEITO E DEFINIÇÃO

Na sua linguagem cotidiana, o que representa a palavra conta? Possivelmente você irá lembrar da conta da padaria, da cantina, na loja... Seriam as contas que temos a pagar. Veja o conceito do ponto de vista técnico: “CONTA é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos e Obrigações e Patrimônio Líquido)

e aos elementos de resultado (Despesas e Receitas).” Até o presente quando nos referimos de aos componentes patrimoniais, falamos em elementos. Por exemplo: elemento Caixa, elemento Veículo, etc., não será apresentado nada de novo; simplesmente quando nos referirmos aos componentes patrimoniais não diremos elementos e sim contas (conta Caixa, conta Veículos, etc.) Para que servem as contas? É através delas que a Contabilidade consegue desempenhar o seu papel. Todos os acontecimentos que ocorrem na empresa, como as compras, as vendas, os pagamentos e os recebimentos são registrados em livros próprios através das contas. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS

As contas As contas podem ser classificadas de acordo com vários critérios, entretanto, aquele que nos interessa é o que as classifica em dois grupos: � Contas Patrimoniais � Contas de Resultado Contas Patrimoniais As Contas Patrimoniais você já conhece, pois até agora só nos referimos a elas, representam os Bens, os Direitos, as Obrigações e o Patrimônio Líquido. Dividem-se em Ativas e Passivas e são elas que representam o Patrimônio da empresa, num dado momento, através do Balanço Patrimonial. Contas de Resultado As Contas de Resultado dividem-se em Contas de Receitas e Contas de Despesas, aparecem durante o exercício social encerrando-se no final do mesmo. Não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas permitem apurar o resultado do exercício. As Contas de Resultado são aquelas que representam as Despesas e as Receitas. DESPESAS: decorrem do consumo de bens e da utilização de serviços. Por exemplo: a energia elétrica consumida, os materiais de limpeza consumidos (sabões, desinfetantes, vassouras, detergentes), o café consumido, os materiais de expedientes consumidos (canetas, papéis, lápis, impressos, etc), a utilização de serviços telefônicos, etc. As Despesas são registradas pela Contabilidade através das Contas de Resultados. Vendo os exemplos de Contas de Despesas a seguir você identificará o tipo de Despesa: � Água e Esgoto � Aluguéis Passivos � Café e Lanches � Contribuição Previdenciária � Descontos Concedidos � Despesas Bancárias � Fretes e Carretos � Impostos

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� Material de Expediente � Juros Passivos � Luz � Material de Limpeza � Salários � Prêmios de Seguros � Telefone RECEITAS : decorrem da venda de Bens e da prestação de serviços. Existem em menos número que as Despesas, sendo as mais comuns representadas pelas seguintes contas: � Alugueis Ativos � Descontos Obtidos � Juros Ativos � Vendas de mercadorias � Receitas de Serviços.

Existem Contas de Resultado que podem aparecer tanto no Grupo das Receitas quanto no Grupo das Despesas. É o caso dos Alugueis, dos Juros e dos Descontos. Como saber quando tais Contas representam Despesas e quando elas representam Receitas? Na língua portuguesa existem palavras que possuem vários significados dependendo de sua colocação. Por isso analise com cuidado os adjetivos a seguir: Veja a diferença de uma conta de Aluguéis que representa Despesa e uma conta de Aluguéis que representa Receita: � A conta Aluguéis Passivos é Despesa. � A conta Aluguéis Ativos é Receita.

A diferença está nos adjetivos empregados, note que as palavras passivos e ativos não tem nenhuma ligação com o

Ativo ou o Passivo do Balanço Patrimonial. Portanto a palavra Ativos colocada após a palavra aluguéis, esta sendo usada como adjetivo, qualificando os Aluguéis de positivos (logo, receita). Por outro lado a conta Aluguéis Passivos não é do Passivo; representa sim , Aluguéis Negativos (logo, Despesa)

O mesmo raciocínio deve ser aplicado as contas que registram juros:

� A conta Juros Ativos é Receita. � A conta Juros Passivos é Despesa.

No caso de Descontos, são Despesas quando concedidos pela empresa; daí serem registrados na Conta Descontos

Concedidos. E são Receitas quando obtidos pela empresa; daí serem registrados na conta Descontos Obtidos. NOÇÕES DE DÉBITO E CRÉDITO

Mais um alerta para não confundir termos da linguagem comum, quando usados na terminologia contábil. DÉBITO : na linguagem comum, significa :

• Dívida • Situação negativa • Estar em débito com alguém • Estar devendo para alguém, etc. Quando falarmos na palavra débito, procure não ligar o seu significado do ponto de vista técnico com o que ela

representa na linguagem comum. Na terminologia contábil, essa palavra tem vários significados, os quais raramente correspondem ao da linguagem

comum. Neste tópico é importante memorizar o seguinte: • Na representação gráfica em forma de T , que estamos usando para representar as contas que compõem o

Patrimônio (Balanço Patrimonial), o lado esquerdo é o lado do Débito, com exceção das contas retificadoras (essas contas serão comentadas mais adiante)

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• Na representação gráfica, também em forma de T, que vamos usar para representar as Contas de resultado, o lado esquerdo é o lado do Débito.

CRÉDITO : na linguagem comum, significa :

• Ter crédito com alguém, em uma loja , etc. • Situação positiva • Poder compras a prazo, etc. Na terminologia contábil, a palavra Crédito também possui vários significados, as mesmas que fizemos para a

palavra débito aplicam-se a palavra crédito. Portando é importante memorizar: • No gráfico das Contas Patrimoniais, o lado direito é o lado do Crédito, exceto para as contas retificadoras • No gráfico das Resultado, o lado direito é o lado do Crédito. Veja os gráficos

Então: • O lado do Ativo é igual a Débito por que as contas que o compõem são de natureza devedora • O lado do Passivo é igual a Crédito por que as contas que o compõem são de natureza credora.

PLANO DE CONTAS

As contas são importantíssimas para os registros contábeis; são elas que permitem a escrituração doas atos e fatos ocorridos na empresa. Todo contabilista, ao proceder à escrituração contábil deve Ter em mãos uma relação de todas as contas necessárias ao seu processo contábil.

“ O Plano de Contas é um elenco de todas as contas previstas pelo setor contábil da empresa como necessária aos seus

registros contábeis.”

O plano de contas é um instrumento de auxílio aos profissionais de Contabilidade, devendo ser utilizado para definir a função e o funcionamento das contas cadastradas na empresa. Sua consulta faz-se necessária sempre que houver dúvida quanto à correta classificação de um evento contábil. Cada empresa deve elaborar o seu Plano de Contas sempre obedecendo aos seus interesses e, principalmente à legislação pertinente. Atualmente, o Plano de Contas deve obedecer às disposições Contidas na Lei n.º 6.404 de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações). Até o momento aprendemos que Contas Patrimoniais são aquelas que representam o Patrimônio da empresa, dividindo-se em Ativo e Passivo, que o Lado do Ativo é composto pelos Bens e Direitos e que o lado do Passivo é composto pelas Obrigações e pelo Patrimônio Líquido. Porém essas contas Patrimoniais são agrupadas no balanço Patrimonial em Grupos e Subgrupos, sendo esse Plano de Contas Simplificado elaborado para facilitar, utilizando somente os grupos principais. Elaboração

A elaboração do plano de contas deve obedecer ao critério da utilidade, da identificação e da movimentação das contas que serão cadastradas, procurando-se sempre transformá-lo em uma fonte de informações para a contabilidade, para os administradores e para o fisco. Em função disso, o plano de contas deve ser elaborado observando-se os seguintes aspectos: • Padronização: deve haver uniformidade das contas cadastradas, em função da necessidade de elaboração e publicação

das demonstrações contábeis, com o objetivo de atender aos interesses do público que necessita de informações da empresa;

CONTAS PATRIMONIAIS ATIVO = DÉBITO PASSIVO = CRÉDITO

Bens (+) Obrigações (-) Direitos (+) Patrimônio Líquido (+)

CONTAS DE RESULTADO DÉBITO CRÉDITO

Despesas (- ) Receitas (+)

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• Legislação fiscal: o plano de contas deve ajudar a identificar as contas que a empresa movimenta, para facilitar o atendimento de informações fiscais;

• Lançamentos contábeis: o plano deve facilitar a classificação contábil e, conseqüentemente, os lançamentos, permitindo uma interpretação correta dos eventos ou transações praticadas pela empresa;

• Nomenclatura das contas: deve haver clareza, a fim de possibilitar uma pesquisa de lançamento.

A estrutura de um plano de contas varia de empresa para empresa, em função do ramo de atividade de cada uma delas e da movimentação ou número de transações praticadas. Não existe um plano de contas padrão que possa servir para todas as empresas. A – CONTAS PATRIMONIAIS As Contas Patrimoniais dividem-se em dois grupos: Ativo e Passivo No Ativo estão agrupadas as contas representativas dos Bens e Direitos e no Passivo as contas representativas das Obrigações e do Patrimônio Líquido . 1. A T I V O

As contas de ativo registram as operações da empresa que representam valores positivos ou direitos, tais como: disponibilidades, créditos a receber, adiantamentos concedidos, investimentos, imobilizações etc.

Essas contas devem receber o lançamento inicial a débito (exceção para as retificadoras como provisões, depreciações etc.) e não se encerram com a apuração do resultado do exercício.

Vejam-se a seguir suas principais características:

• Função: registrar a movimentação a débito e crédito das transações realizadas pela empresa referentes aos recebimentos e pagamentos em cheque ou espécie, aquisições de mercadorias, materiais de uso e consumo, imobilizações, antecipações ou adiantamentos a fornecedores e empregados, créditos da empresa etc.

• Funcionamento: são debitadas pelas entradas ou recebimentos e creditadas pelas saídas ou pagamentos; • Natureza do saldo: devedor, quando se tratar de conta normal. Também as contas retificadoras de ativo apresentam

saldo credor (provisões e depreciações); • Análise e conciliação: devem ser analisadas e conciliadas a cada mês, independente do saldo existente, comparando-se

os registros da contabilidade com os existentes nos controles auxiliares; • Encerramento: não se encerram com a apuração do resultado do exercício.

No Ativo são encontradas todas as contas que representam os Bens e os Direitos devidamente classificados em 3 grupos:

• Ativo Circulante • Ativo Realizável a longo prazo • Ativo Permanente

A ordem de disposição das contas segundo a legislação vigente é a ordem decrescente do grau de liquidez dos

elementos nelas registrados. Sendo que o Grau de Liquidez é o maior ou menor prazo no qual Bens e Direitos podem ser transformados em dinheiro. Por ex. os estoques de mercadorias serão transformados me dinheiro quando forem vendidos à vista e as duplicatas a receber quando forem recebidas. A conta Caixa e a conta Bancos Conta Movimento são as que possuem maior grau de liquidez, pois representam disponibilidades imediatas. Por isso, são as primeiras contas que aparecem no Plano de Contas. 1.1. Ativo Circulante

Encontram-se todas as contas que representam os Bens e os direitos que devido a sua finalidade, e em sua maioria, estão em constante circulação. Correspondem aos recursos aplicados em elementos que estão em franco movimento, como por ex. a conta Caixa que a todo instante está sendo movimentada (entra e sai dinheiro); o mesmo ocorre com a conta de Estoque, Bancos Conta Movimento, etc. Representa os Bens e os Direitos que já estão disponíveis ou cuja conversão em moeda seja a curto prazo. • Disponibilidade: significa o que está disponível para a empresa, pode ser utilizado a qualquer momento para qualquer

fim. • Curto prazo: sob o aspecto contábil, curto prazo representa todos os direitos a receber ou as obrigações a pagar cujos

vencimentos ocorram num período máximo de um ano, sendo que para se determinar se o direito ou a obrigação de

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curto ou longo prazo, deve-se tomar como data base a data de encerramento do exercício, ou seja a data da apuração do Balanço Geral.

1.2. Ativo Realizável a Longo Prazo

Encontram-se todas as contas que representem Direitos cujos vencimentos ocorram após o término do exercício social subseqüente ao período de apuração. Por exemplo, os Títulos a Receber, Promissórias a Receber, Duplicatas a Receber, etc. Representa os direitos cuja conversão em disponibilidade exija um período superior a um ano. • Realizável: representa tudo o que se pode converter ou transformar em disponibilidade. Por exemplo, uma duplicata

de cliente é um direito realizável; em um determinado momento ela vai se transformar em dinheiro. 1.3. Ativo Permanente

Encontram-se classificadas todas as contas que representam os Bens e Direitos, que pela sua finalidade, representam recursos aplicados na empresa de maneira permanente. Por exemplo, os móveis de uso da empresa, os veículos de uso da empresa, etc. Representam os Bens e os Direitos que por sua natureza são utilizados para atingir seus objetivos comerciais ou industriais, portanto o interesse em transformá-los em disponibilidades é remoto, daí o emprego da palavra permanente. 2. P A S S I V O

As contas de passivo registram as operações da empresa que representam valores negativos ou obrigações, tais como: débitos com os fornecedores, obrigações sociais, tributárias e trabalhistas, adiantamentos recebidos de clientes, retenções de impostos e consignações efetuadas pela empresa, empréstimos recebidos etc.

Essas contas devem receber o lançamento inicial a crédito e não se encerram com a apuração do resultado do exercício.

Vejam-se a seguir suas principais características:

• Função: registrar a movimentação a débito e a crédito das transações realizadas pela empresa referentes às operações que se caracterizem como obrigação ou dívida;

• Funcionamento: são creditadas pelas entradas ou recebimentos e debitadas pelas saídas ou pagamentos; • Natureza do saldo: credor; • Análise e conciliação: devem ser analisadas e conciliadas a cada mês, independente do saldo existente, comparando-se

os registros da contabilidade com os existentes nos controles auxiliares; • Encerramento: não se encerram com a apuração do resultado do exercício.

No Passivo você encontra as contas que representam as Obrigações e o Patrimônio Líquido, devidamente classificadas em quatro grupos: • Passivo Circulante • Passivo Exigível a Longo Prazo • Resultado de Exercícios Futuros • Patrimônio Líquido 2.1. Passivo Circulante Neste grupo encontram-se classificadas as Contas que representam Obrigações da empresa que vencem no curso do exercício seguinte. Representa as dívidas (obrigações) que a empresa tem com terceiros, cuja exigibilidade é de curto prazo. Exigibilidade: significa tudo o que é exigido da empresa, isto é, tudo o que ela deve e tem que pagar para terceiros. Por exemplo, uma duplicata de um fornecedor é uma exigibilidade; a empresa vai ter que pagar por ocasião do vencimento.

NOTA: CONTAS RETIFICADORAS DO ATIVO: Você deve ter percebido que no Ativo apareceram três contas precedidas do sinal de (-) menos, são elas: • No Ativo Circulante: (-) Provisão para crédito de liquidação duvidosa • No Ativo Permanente (-) Depreciação Acumulada

(-) Amortização Acumulada Foi explicado que as contas de Ativo são de natureza devedora, porém por força de lei, existem contas que embora de natureza credora, devem figurar no Ativo, retificando seus valores.

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2.2. Passivo Exigível a Longo Prazo Neste grupo encontram-se classificadas as Contas que representam as Obrigações da empresa que têm vencimentos após o término do exercício seguinte. 2.3. Resultado de Exercícios Futuros Neste grupo encontram-se contas que representam as receitas recebidas antecipadamente, diminuídas dos custos e despesas correspondentes. 2.4. Patrimônio Líquido Representa a obrigação que a empresa tem para com os sócios, isto é, o Capital Social, acrescido ou diminuído dos lucros ou prejuízos verificado em cada exercício. Sua exigibilidade é remota, ocorrendo quando há distribuição de lucros, quando um sócio se retira da sociedade, quando a emprese encerra suas atividades. Neste grupo encontram-se as contas que representam o Patrimônio Líquido: • Capital • (-) Capital a Realizar • Reserva de Correção Monetária do Capital • Reserva Legal • (+) Lucros Acumulados • ( - ) Prejuízos Acumulados

As contas desse grupo representam Capitais Próprios.

3. CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS

A finalidade dessas contas é controlar os atos administrativos relevante que possam afetar futuramente a Situação Patrimonial da empresa. Quando por exemplo uma empresa assina um contrato com uma Cia Seguradora, o valor segurado deve ser registrado nas contas de compensação. 4. CONTAS RESULTADO

Da mesma forma que as Contas Patrimoniais, as Contas de Resultado são divididas em dois grupos: Receitas e Despesas.

Por sua vez tanto as Receitas como as Despesas são classificadas em Operacionais e Não Operacionais. 4.1 RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS

As operações que se enquadram nesse grupo referem-se as Receitas e Despesas que estão ligadas diretamente aos objetivos da empresa e são utilizadas rotineiramente.

As Receitas são decorrentes de vendas, prestação de serviços, aplicação de recursos disponíveis, juros recebidos de clientes, descontos obtidos de fornecedores, etc. As Despesas refletem os gastos necessários para a realização das Receitas de vendas ou de prestação de serviços, tais como: salários, encargos sociais, materiais, etc. 4.2 RECEITAS E DESPESAS NÃO OPERACIONAIS

NOTA: Também no lado do Passivo, no grupo do patrimônio Líquido, você encontra Contas Redutoras: • (-) Conta Capital a Realizar • (-) Prejuízos Acumulados São contas que , embora de natureza devedora, figuram no Passivo pelas mesmas razões já expostas em relação ao Ativo.

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Neste grupo estão as Receitas e Despesas que não estão diretamente ligadas ao objetivo da empresa e sua ocorrência é esporádica. Daí receberem o nome de Não Operacionais. Por exemplo: venda de um bem do Ativo Permanente, dividendos recebidos de ações que a empresa possui, etc.

FUNÇÃO E FUNCIONAMENTO DE CONTAS DE DESPESAS:

As contas de despesas devem registrar as operações da empresa que representam os gastos ou custos, tais como: ordenados, vantagens, previdência social patronal, despesas administrativas gerais, despesas financeiras e bancárias, despesas com vendas, com produção, com depreciações etc. Devem ser destacadas as operacionais e as não operacionais, assim como os grupos (administrativas, financeiras, comerciais, de produção etc.), sempre em função da atividade da empresa.

Vejam-se a seguir suas principais características: • Função: registrar a movimentação a débito e a crédito das transações realizadas pela empresa referentes a pagamentos

ou provisionamentos de despesas gerais. • Funcionamento: são debitadas pelo reconhecimento ou efetivo pagamento das despesas ou custos, e creditadas pela

apuração do resultado do exercício e por eventual ajuste ou estorno de lançamento; • Natureza do saldo: devedor; • Lançamento inicial: deve ser a débito; • Análise e conciliação: devem ser analisadas e conciliadas a partir do mês em que receber o primeiro lançamento; • Encerramento: encerram-se com a apuração do resultado do exercício, sendo creditadas pelo valor do saldo existente

na data da apuração do balanço.

FUNÇÃO E FUNCIONAMENTO DE CONTAS DE RECEITAS:

As contas de receitas devem registrar as operações da empresa que representem o faturamento ou ingressos de recursos tais como:

1. vendas de mercadorias, produtos ou serviços; 2. aplicações financeiras; 3. ganhos de capital; 4. eventuais.

Vejam-se a seguir suas principais características:

• Função: registrar a movimentação a crédito ou débito das transações realizadas pela empresa referentes a receitas de faturamento, aplicações financeiras, eventuais etc.

• Funcionamento: são creditadas pelas vendas ou realização das receitas e debitadas por eventuais ajustes ou estornos de lançamentos;

• Natureza do saldo: credor; • Lançamento inicial: deve ser a crédito; • Análise e conciliação: devem ser analisadas e conciliadas mês a mês, a partir do lançamento inicial. • Encerramento: encerram-se com a apuração do resultado do exercício. Elenco de contas

O elenco de contas é a descrição dos títulos, códigos e níveis das contas cadastradas no plano de contas da empresa. Nele não aparece a função ou funcionamento de cada conta. Algumas empresas contam apenas com o elenco de contas, o que dificulta os trabalhos de classificação, principalmente quando o contador está ausente. RELATÓRIOS CONTÁBEIS: OBRIGAÇÕES E AUXILIO Á GERENC IA IMPORTÂNCIA DA TOMADA DE DECISÕES Freqüentemente estamos tomando decisões: a hora que iremos levantar, que roupa iremos vestir, qual tipo de comida iremos almoçar, a que programa iremos assistir, qual trabalho iremos desenvolver durante o dia, etc. Algumas vezes são decisões importantíssimas: o casamento, a carreira que escolhemos, a aquisição de casa própria, etc. Evidentemente que as decisões mais importantes requerem um cuidado maior, uma análise mais profunda sobre os elementos (dados) disponíveis, sobre os critérios racionais, pois uma decisão importante, mal tomada, pode prejudicar toda uma vida.

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TOMADA DE DECISÃO NO ÃMBITO INTERNO DA EMPRESA Dentro da empresa, a situação não é diferente, freqüentemente os responsáveis pela administração estão tomando decisões, quase todas importantes, vitais para o sucesso do negócio. Por isso há necessidade de dados, de informações corretas, de subsídios que contribuam para uma boa tomada de decisão. Decisões tais como comprar ou alugar uma máquina, preço de um produto, contrair uma dívida a longo a curto prazo, quanto de dívida será contraída, que quantidade de material para estoque deveremos comprar, reduzir custos, produzir mais... A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta os dados econômicos, avaliando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando em forma de relatórios. TOMADA DE DECISÃO FORA DOS LIMITES DA EMPRESA Evidentemente, o processo decisório decorrente das informações apuradas pela Contabilidade não se restringe apenas aos limites da empresa, aos administradores e gerentes, mas também a outros segmentos, quais sejam:

� Investidores: é através dos relatórios contábeis que se identifica a situação econômica-financeira da empresa; dessa forma o investidor tem em suas mãos os elementos necessários para decidir sobre as melhores alternativas de investimentos. Os relatórios evidenciam a capacidade da empresa em gerar lucros e outras informações.

� Fornecedores de bens ou serviços: usam os relatórios para analisar a capacidade de pagamento da empresa compradora.

� Bancos: utilizam os relatórios para aprovar empréstimos, limites de crédito, financiamentos, etc. � Governo: não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadação de impostos, como também para dados

estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia (IBGE, por exemplo). � Sindicatos: utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator preponderante para reajuste de

salários. PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS As três principais demonstrações financeiras obrigatórias por lei são:

� Balanço Patrimonial (BP) � Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) � Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA )

O tratamento dessas demonstrações financeiras varia de acordo com o tipo de constituição da sociedade

empresarial, sendo dois tipos principais, as Sociedades Anônimas (S.A.) e as Sociedades por quotas de responsabilidade Limitada (Ltda ).

A S.A. que se caracteriza por seu capital dividido em partes iguais chamadas de ações, cujos os proprietários, geralmente em grande número, denominados acionistas, deve publicar as suas demonstrações financeiras em Diário Oficial e em outro jornal de grande circulação na localidade onde está situada a empresa.

A Ltda , que se caracteriza por seu capital dividido em quotas, sendo os proprietários, geralmente em pequeno número, denominados sócios ou quotistas, não precisa publicar em jornal, devendo informar junto a Receita Federal os dados de suas demonstrações através da Declaração de Imposto de Renda.

Além das demonstrações já citadas, existem as notas explicativas, que não são demonstrações financeiras, mas sim um complemento a elas, são informações complementares.

A Lei das Sociedades por ações estabelece que, ao fim de cada período de 12 meses as empresas elaborem suas demonstrações financeiras, esse período é chamado de exercício social ou período contábil, não necessariamente deverá coincidir com o ano civil (01/01 a 31/12) porém, para fins fiscais, devido ao imposto de renda é o ocorre na maiorias das empresas.

Porém, para facilitar as necessidades internas para fins gerencias e facilitar a administração da empresa, a contabilidade deverá apresentar relatórios em períodos mais curtos (semanal, quinzenal, mensal, etc) o que é possível para as empresas que possuem softwares on line que podem no final de cada dia extrair os relatórios gerenciais.

De acordo com o novo código civil, fica alterada a nomenclatura da DRE, passando a se chamar Balanço de Resultado Econômico.