contabilidade governamental - aula 01

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CURSO ON-LINE – CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL – MPU PROFESSOR IGOR OLIVEIRA Prof. Igor Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 01 Conteúdo A. TEORIA................................................................................................................................................ 2 1. O que é contabilidade pública e o que ela estuda?.................................................................. 2 2. Qual o campo de aplicação e objetivo da Contabilidade Pública? ...................................... 9 3. Sistema Contábil .................................................................................................................................. 17 4. As transações no setor público ...................................................................................................... 20 5. Regime/registro contábil .................................................................................................................. 24 6. Avaliação dos bens públicos (Inventário. Material permanente e de consumo. Bens públicos). ..................................................................................................................................................... 27 7. Sistema de contabilidade federal .................................................................................................. 35 8. Sistema de custos ............................................................................................................................... 39 B. QUESTÕES COMENTADAS ......................................................................................................... 44 C. RESUMO DA AULA ........................................................................................................................ 85 D. QUESTÕES SEM OS COMENTÁRIOS ...................................................................................... 90 E. GABARITO.......................................................................................................................................... 102

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Contabilidade Governamental - Aula 01

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    AULA 01

    Contedo

    A. TEORIA ................................................................................................................................................ 2

    1. O que contabilidade pblica e o que ela estuda? .................................................................. 2

    2. Qual o campo de aplicao e objetivo da Contabilidade Pblica? ...................................... 9

    3. Sistema Contbil .................................................................................................................................. 17

    4. As transaes no setor pblico ...................................................................................................... 20

    5. Regime/registro contbil .................................................................................................................. 24

    6. Avaliao dos bens pblicos (Inventrio. Material permanente e de consumo. Bens

    pblicos). ..................................................................................................................................................... 27

    7. Sistema de contabilidade federal .................................................................................................. 35

    8. Sistema de custos ............................................................................................................................... 39

    B. QUESTES COMENTADAS ......................................................................................................... 44

    C. RESUMO DA AULA ........................................................................................................................ 85

    D. QUESTES SEM OS COMENTRIOS ...................................................................................... 90

    E. GABARITO .......................................................................................................................................... 102

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    A. TEORIA

    1. O que contabilidade pblica e o que ela estuda?

    Comearemos com a seguinte pergunta: qual o conceito e objeto da contabilidade pblica? Vejamos o que encontrei nas principais fontes da doutrina:

    [...] a contabilidade a cincia que estuda e pratica as funes de orientao e controle relativas aos atos e fatos administrativos, e a Contabilidade Pblica uma especializao voltada para o estudo e a anlise dos fatos administrativos que ocorrem na administrao pblica (Lino Martins, 2011, p. 43).

    A Contabilidade Pblica constitui uma das subdivises da Contabilidade Aplicada a diferentes tipos de atividades, de entidades. Seu campo de atuao , assim, o das pessoas jurdicas de Direito Pblico interno Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios e suas autarquias , bem como o de algumas de suas entidades vinculadas fundaes pblicas e empresas pblicas, estas pelo menos quando utilizam recursos conta do Oramento Pblico (Piscitelli e Timb, 2011, p. 7).

    o ramo da contabilidade que estuda, orienta, controla e demonstra a organizao e execuo da fazenda pblica; o patrimnio pblico e suas variaes (citado por Kohama, 2011, p. 25).

    A Contabilidade Pblica o ramo da cincia contbil que aplica na administrao pblica as tcnicas de registro dos atos e fatos administrativos, apurando resultados e elaborando relatrios peridicos, levando em conta as normas de direito financeiro (lei 4.320/64), os princpios gerais de finanas pblicas e os princpios de contabilidade (Glauber Mota, 2009, p.222).

    Bom, no para decorar, certo? Apenas assimile o esprito dos conceitos. A essncia. Decidi deixar por ltimo, fazer um charme, com a definio que mais vem sendo cobrada pelas bancas. Por um acaso a oficial, disposta na NBC T 16.1. Observe:

    A Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico o ramo da cincia contbil que aplica, no processo gerador de informaes, os Princpios de Contabilidade e as normas contbeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor pblico.

    S pra gente treinar, vou usar uma questozinha do CESPE:

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    (CESPE/Contador/CEHAP 2008) Contabilidade pblica o ramo da cincia contbil que aplica os princpios fundamentais de contabilidade e as normas contbeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor pblico. Muito fcil, n? Quase uma cpia da NBC T 16.1. Outra questozinha: (CESPE/Analista de Controle Interno/SAD PE 2009) Contabilidade aplicada ao setor pblico o ramo da cincia contbil que, no processo gerador de informaes, pe em prtica os princpios fundamentais de contabilidade direcionados ao controle do oramento pblico. Errada. O correto aqui seria controle do patrimnio pblico, no do oramento pblico. Continuando... Perceba que a NBC T 16 assinala a contabilidade pblica como sendo ramo da cincia contbil. As definies extradas da doutrina tambm apontam neste sentido. A prpria modificao no nome j revela esta inteno. Atualmente, as normas no falam mais em contabilidade pblica, mas sim em contabilidade aplicada ao setor pblico (CASP). Se hoje em dia isso bvio, na prtica nem sempre foi assim. Com efeito, a contabilidade pblica brasileira muito influenciada pela execuo do oramento. Isto porque a grande maioria dos rgos e entidades pblicas no possui finalidade lucrativa e dependem quase exclusivamente de dotaes oramentrias para sobreviverem. De fato, a maior parte das variaes patrimoniais tem origem no processamento da receita e da despesa oramentria. Uma das consequncias dessa influncia oramentria na contabilidade pblica materializada nos demonstrativos e relatrios contbeis, que no apresentam, de maneira fidedigna, todas as alteraes verificadas no patrimnio. Estes demonstrativos [quase sempre] do muito valor execuo do oramento. importante ressaltar que o compromisso da cincia contbil com a evidenciao de todos os elementos patrimoniais e a universalidade dos registros. A contabilidade una e tem como foco a viso integral do patrimnio (Lino Martins, 2011, pgina 47). Neste passo, a portaria 184/2008 do Ministrio da Fazenda previu a necessidade de promover a convergncia das prticas contbeis vigentes no setor pblico com as normas internacionais de contabilidade, visando a harmonizar as exigncias da cincia contbil com a tcnica j instituda. A portaria atribuiu esta tarefa Secretaria do Tesouro Nacional, rgo central do sistema de contabilidade federal (lei 10.180/2001). Legalmente, a competncia

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    de editar normas para consolidao das contas pblicas cabe ao Conselho de Gesto Fiscal (artigo 67 da LRF). No entanto, este no foi criado ainda. No ritmo das mudanas, foram editados vrios normativos pela STN em conjunto com o Conselho Federal de Contabilidade. Destaco a srie de Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico (NBCASP) e o pequeno Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico (MCASP). Dentre as principais mudanas, considero estas as mais importantes:

    Alterao do Plano de Contas.

    Extino dos sistemas financeiro, patrimonial, oramentrio e compensao. O sistema contbil agora nico e divido em subsistemas de informaes: patrimonial (fatos financeiros e no financeiros), oramentrio, custos e compensao.

    Reconhecimento dos fatos geradores da receita e da despesa, de forma independente da execuo oramentria. Isso aqui foi uma revoluo! Pelo menos conceitual. reconhecer as coisas quando elas realmente ocorrem, no apenas quando atreladas execuo do oramento.

    Registro das provises (hoje praticamente no existe. O exemplo mais tpico a contabilizao do 13 salrio dos servidores pblicos, atualmente feito quase sob o regime de caixa, sem o registro prvio da obrigao).

    Clculo das reavaliaes dos bens, bem como a revelao das depreciaes, amortizao e exaustes nos demonstrativos contbeis (a lei 4.320/64 faculta a realizao das reavaliaes artigo 106, 3. Na prtica, quase ningum faz. A mesma lei prev as depreciaes apenas para as entidades autrquicas artigo 108, 2. No h previso legal para o registro das amortizaes e exaustes).

    Criao de um Sistema de Custos dos programas e das unidades da administrao pblica, tendo em vista uma alocao mais eficiente dos recursos pblicos (no mbito federal o sistema de custos foi institudo pela portaria STN 157/2011).

    Alm disso, importante ressaltar que houve um incremento no nmero de demonstrativos contbeis exigidos. Segundo a NBC T 16.6, as demonstraes contbeis das entidades definidas no campo da Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico so:

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    Balano Patrimonial; Balano Oramentrio; Balano Financeiro; Demonstrao das Variaes Patrimoniais; Demonstrao dos Fluxos de Caixa; Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido; e Notas Explicativas.

    As quatro primeiras so velhas conhecidas, pois j estavam previstas na lei 4.320/64. A partir do dispositivo abaixo, a Lei de Responsabilidade Fiscal, desde sua edio, j incorporava o conceito da Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido (DMPL). Artigo 4, 2 O Anexo (de Metas Fiscais) conter, ainda: [...] III - evoluo do patrimnio lquido, tambm nos ltimos trs exerccios, destacando a origem e a aplicao dos recursos obtidos com a alienao de ativos. No entanto, algumas dessas demonstraes, incluindo a DMPL, s foram operacionalizadas recentemente, com a publicao do MCASP, parte V. Em resumo:

    Demonstraes Contbeis Aplicadas ao Setor Pblico

    MCASP, parte V

    Lei 4.320/64

    Balano Patrimonial Balano Oramentrio Balano Financeiro Demonstrao das Variaes Patrimoniais

    NBC T 16.6

    Demonstrao dos Fluxos de Caixa Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido* Notas Explicativas

    * Prevista originalmente na LRF.

    Os debates sobre a natureza da contabilidade pblica no so novos. Desde a edio do primeiro cdigo de contabilidade da Unio em 1922 h discusses acerca do tema. Curiosamente, o Ministro da Fazenda poca se simpatizou mais com a tica oramentria, dentre as apresentadas na pr-edio do decreto, entre elas a patrimonial.

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    A tica patrimonial seria a mais correta, pois representa a essncia da cincia contbil: registrar os fatos quando eles ocorrem. A prpria lei 4.320/64 trata da contabilidade em ttulo especfico e retrata a necessidade de se registrar os atos e fatos, independentemente da execuo oramentria. Note que NBC T 16.1 faz referncia ao controle patrimonial de entidades do setor pblico. Em outro trecho a norma define o objeto da contabilidade aplicada ao setor pblico como sendo o patrimnio pblico. Na verdade, a contabilidade pblica no se limita a evidenciar as alteraes verificadas no patrimnio, estritamente falando. Os lanamentos passam pela execuo oramentria da receita e da despesa e se estendem a situaes que potencialmente possam afetar o patrimnio, como a assinatura de contratos, por exemplo. No entanto, pra concurso vale o que est na norma: objeto da CASP patrimnio pblico. Assim, este patrimnio pblico deve ser entendido em sentido amplo, albergando fatos financeiros, oramentrios, contbeis e patrimoniais.

    Acho que o pessoal ficou to feliz quando foi fazer a norma, to empolgado com essa mudana de paradigma, que colocaram apenas Patrimnio Pblico para deixar claro que a partir de agora e finalmente no somos mais uma contabilidade pblica oramentria! Rs

    Objeto da CASP Patrimnio Pblico

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    Vamos treinar um pouquinho?

    (CESPE/Auditor/FUB 2009) De acordo com as normas brasileiras de contabilidade aplicadas ao setor pblico, o objeto da contabilidade governamental o oramento pblico.

    T errada. No o oramento pblico, mas o patrimnio pblico.

    (CESPE/ AGA/SAD PE 2009) O objeto da contabilidade aplicada ao setor pblico o patrimnio pblico.

    S correr para o abrao...rs

    Mas o que patrimnio pblico? A NBC T 16, e o MCASP, dizem que Patrimnio Pblico o conjunto de direitos e bens, tangveis ou intangveis, onerados ou no, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor pblico, que seja portador ou represente um fluxo de benefcios, presente ou futuro, inerente prestao de servios pblicos ou explorao econmica por entidades do setor pblico e suas obrigaes.

    Segundo a NBC T 16.2, o patrimnio pblico estruturado em trs grupos:

    (a) Ativos so recursos controlados pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem para a entidade benefcios econmicos futuros ou potencial de servios;

    (b) Passivos so obrigaes presentes da entidade, derivadas de eventos passados, cujos pagamentos se esperam que resultem para a entidade sadas de recursos capazes de gerar benefcios econmicos ou potencial de servios;

    (c) Patrimnio Lquido o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos seus passivos. a famosa equao bsica da contabilidade:

    Ativo = Passivo + PL.

    Quando o valor do passivo for maior que o valor do ativo, o resultado denominado passivo a descoberto.

    Os ativos e passivos so classificados em circulante e em no circulante, com base em seus atributos de conversibilidade e exigibilidade. Esta diviso teve a inteno de preparar terreno para a estruturao do novo Plano de Contas Aplicado ao Setor Pblico (PCASP).

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    Circulante No Circulante

    Ativos

    (a) estarem disponveis para realizao imediata; (b) tiverem a expectativa de realizao at doze meses da data das demonstraes contbeis.

    Os demais.

    Passivos

    (a) corresponderem a valores exigveis at doze meses da data das demonstraes contbeis; (b) sejam pagos durante o ciclo operacional normal da entidade; (c) sejam mantidos essencialmente para fins de negociao.

    Os demais.

    Ao avaliar se um item se enquadra na definio de ativo, passivo ou patrimnio lquido, deve-se atentar para a sua essncia e realidade econmica e no apenas sua forma legal.

    Uma da ESAF pra deixar voc felizo:

    (ESAF/CVM 2010 adaptada) Julgue o item a seguir segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico:

    O patrimnio lquido das entidades pblicas corresponde ao valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

    Show. T correta, segundo o que vimos acima. Continuando...

    O arcabouo terico da contabilidade pblica bem vasto. H vrios manuais da STN, leis, decretos, portarias e a prpria CF/88.

    Podemos dizer que a norma me da Contabilidade Pblica a lei 4.320, que trata de direito financeiro no pas h quase de 50 anos, desde 1964. Apesar de ser uma lei ordinria, a lei 4.320/64 foi recepcionada pelo atual ordenamento jurdico com o status de lei complementar. De fato, a CF/88 determina que caber a uma lei complementar dispor sobre o exerccio financeiro, a vigncia, os prazos, a elaborao e a organizao do plano plurianual, da lei de diretrizes oramentrias e da lei oramentria anual (artigo 165, 9, I). Esta lei complementar provavelmente substituir a lei 4.320/64 e est sendo aguardada com muita ansiedade por todos. Desde j alerto que essa lei que substituir a lei 4.320/64 no a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas uma lei nova, que tratar especificamente sobre direito financeiro.

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    2. Qual o campo de aplicao e objetivo da Contabilidade Pblica?

    um assunto um pouco delicado. Vamos comear do comeo. A Lei Oramentria Anual compreende trs oramentos (CF/88, artigo 165, 5):

    O oramento fiscal (OF) referente aos Poderes da Unio, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta, inclusive fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico;

    O oramento de investimento (OI) das empresas em que a Unio,

    direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; e

    O oramento da seguridade social (OSS), abrangendo todas as

    entidades e rgos a ela vinculados, da administrao direta ou indireta, bem como os fundos e fundaes institudos e mantidos pelo Poder Pblico.

    Antes da publicao das NBCASP, a definio do campo de aplicao da contabilidade aplicada ao setor pblico ficava por conta da doutrina. Era comum associ-lo s pessoas jurdicas que compunham o Oramento Fiscal e da Seguridade Social. Assim, faziam parte do campo de aplicao da CASP a Administrao Direta (Unio, Estados e Municpios) e a Administrao Indireta (Autarquias, Fundaes Pblicas, Empresas Pblicas e Sociedades de Economia Mista). Estas duas ltimas (EP e SEM) apenas se recebessem recursos oriundos do Oramento Fiscal e da Seguridade Social. Estas empresas pblicas e sociedades de economia mista so definidas pela LRF como Empresas Estatais Dependentes: Empresa Estatal Dependente empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excludos, no ltimo caso, aqueles provenientes de aumento de participao acionria. Neste passo, a LRF no seu artigo 50, III, estatui que, alm de obedecer s demais normas de contabilidade pblica, a escriturao das contas pblicas observar as seguintes: [...] III - as demonstraes contbeis compreendero, isolada e conjuntamente, as transaes e operaes de cada rgo, fundo ou entidade da administrao direta, autrquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente.

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    Assim, o campo de aplicao da Contabilidade Pblica compreendia: Administrao Direta Unio, Estados e Municpios. Administrao Indireta Autarquias, Fundaes Pblicas e EED. As Empresas Independentes, pertencentes ao Oramento de Investimentos, no compunham o campo de aplicao da contabilidade pblica. Expandindo um pouco mais nossa anlise, o rgo responsvel pelas empresas estatais o DEST (Departamento de Coordenao e Governana das Empresas Estatais) do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG). Ele tem a incumbncia de elaborar o Programa de Dispndios Globais PDG e a proposta do Oramento de Investimentos OI.

    Oramento de Investimentos Segundo a LDO 2012, artigo 51, o Oramento de Investimento previsto no art. 165, 5, inciso II, da Constituio, abranger as empresas em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto, ressalvado o disposto no 5 deste artigo, e dele constaro todos os investimentos realizados, independentemente da fonte de financiamento utilizada. 5 - As empresas cuja programao conste integralmente no Oramento Fiscal ou no da Seguridade Social, de acordo com o disposto no artigo 6o desta Lei, no integraro o Oramento de Investimento. Os investimentos so os valores agregados ao ativo imobilizado e formao do ativo diferido, proveniente de imobilizaes, de acordo com as determinaes da Lei 6.404/76, discriminados pro subprojetos/ subatividades (subttulos), definidos a partir das disposies e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Oramentrias LDO.

    Programa de Dispndios Globais O PDG um conjunto sistematizado de informaes econmico-financeiras, com o objetivo de avaliar o volume de recursos e dispndios, a cargo das estatais, compatibilizando-o com as metas de poltica econmica governamental (necessidade de financiamento do setor pblico). O PDG aprovado por decreto do Presidente da Repblica. Em resumo, ele apresenta todas as origens e aplicaes de recursos dessas empresas, bem como os seus fluxos de caixa. como se fosse o oramento das estatais.

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    Alguns exemplos teis

    Empresa com PDG

    GASPETRO (Petrobras Gs S.A.). TRANSPETRO (Petrobras Transporte S.A.). INFRAERO (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura

    Aeroporturia). TELEBRS (Telecomunicaes Brasileiras S.A.). Banco do Brasil S.A. Caixa Econmica Federal.

    Empresas Estatais Dependentes

    IMBEL (Indstria de Material Blico do Brasil). NUCLEP (Nuclebrs Equipamentos Pesados S.A.). EMPRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa

    Agropecuria).

    Empresas pertencentes ao Oramento de Investimentos

    BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social).

    Banco do Brasil S.A. Caixa Econmica Federal. FURNAS - Centrais Eltricas S.A. CDRJ (Companhia Docas do Rio de Janeiro). CMB (Casa da Moeda do Brasil).

    Vimos at agora que:

    Antigamente, era comum afirmar que o campo de aplicao da contabilidade pblica alcanava apenas os rgos e entidades pertencentes ao OF e OSS, inclusive as Empresas Estatais Dependentes. Isso mudou com a edio da NBC T 16, conforme veremos logo abaixo.

    As Empresas Estatais integrantes do Oramento de Investimentos

    ficavam fora desse campo de aplicao.

    O DEST responsvel por todas as empresas estatais. Ele coordena a elaborao do Oramento de Investimentos nas Estatais e do PDG. Este ltimo traz as origens e aplicaes de recursos dessas empresas e seus fluxos de caixa. O PDG como se fosse o oramento anual das empresas sujeitas ao oramento de investimentos.

    Mostrei alguns exemplos.

    Bom, vamos continuar... Por sorte nossa, com a edio da NBC T 16.1, ficou mais fcil delimitarmos o campo de aplicao da CASP, fato que gerou certa estabilidade nos antigos debates sobre o tema. De acordo com esta norma, o campo de aplicao da Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico abrange todas as entidades do setor pblico (ESP).

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    S para relaxar:

    (CESPE/ AGA/SAD PE 2009) O campo de aplicao da contabilidade aplicada ao setor pblico abrange apenas os rgos, os fundos e as pessoas jurdicas de direito pblico.

    Perceba a palavra apenas. Na verdade, o campo de aplicao da contabilidade aplicada ao setor pblico abrange todas as Entidades do Setor Pblico. A questo est errada.

    (CESPE/Analista de Controle Interno/SAD PE 2009) O campo da contabilidade aplicada ao setor pblico abrange todas as entidades do setor pblico.

    Mamo com acar. Correto, n pessoal?

    Continuando...

    A NBC T 16 detalha que as entidades abrangidas pelo campo de aplicao devem observar as normas e as tcnicas prprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico, considerando-se o seguinte escopo:

    (a) Integralmente as entidades governamentais, os servios sociais e os conselhos profissionais; e

    (b) Parcialmente as demais entidades do setor pblico, para garantir procedimentos suficientes de prestao de contas e instrumentalizao do controle social.

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    Didaticamente, e por deduo, podemos afirmar que as Entidades Governamentais so aquelas antes abrangidas pelo Campo de Aplicao da CASP, ou seja:

    EG = administrao direta + autarquias + fundaes pblicas + Empresas Estatais Dependentes.

    Os servios sociais so as entidades pertencentes ao Sistema S: SENAI, SESC, SENAC, entre outras. E como exemplo de conselho profissional temos o CREA, dos engenheiros.

    Provavelmente, a incluso desses servios sociais e dos conselhos profissionais no escopo integral de abrangncia das normas se deve, basicamente, aos devidos fatores:

    Servios sociais so mantidos por recursos oriundos de contribuies sociais de natureza tributria, bem como dotaes consignadas no oramento.

    Conselhos profissionais possuem natureza autrquica. Cabe ressaltar que a LDO excluiu do Oramento Fiscal e da Seguridade Social os conselhos de fiscalizao de profisso regulamentada, constitudos sob a forma de autarquia (artigo 6, 1, II). Assim, hoje em dia, h entidades que no pertencem ao OF e OSS, mas obedecem integralmente s normas prprias da CASP.

    Sobre as Empresas Estatais Independentes, ou seja, aquelas que recebem recursos do Oramento de Investimentos, as mesmas devem obedecer s normas da CASP parcialmente, pelo menos para se garantir os procedimentos mnimos adequada prestao de contas. Esqueminha?

    EED integralmente.

    EEI parcialmente. Bora treinar um pouquinho? (CESPE/Oficial Tcnico de Inteligncia Contbeis/ABIN 2010) As empresas pblicas com personalidade jurdica de direito privado podem, sob determinadas circunstncias, estar sujeitas ao campo de aplicao da contabilidade pblica. Sim. O que define se uma entidade est, ou no, abrangida pelo campo de aplicao da contabilidade pblica no sua natureza jurdica, mas sim a natureza pblica dos recursos que manipula.

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    (CESPE/Analista de Controle Interno Finanas Pblicas/SEC GE 2010) Os servios sociais e os conselhos profissionais devem observar parcialmente as normas e tcnicas prprias da contabilidade aplicada ao setor pblico, para garantir procedimentos suficientes de prestao de contas e instrumentalizao do controle social.

    No. Conselhos profissionais integralmente. (CESPE/AJAA Contabilidade/TRE ES 2011) De acordo com as NBCASP, os servios sociais devem observar integralmente as normas e tcnicas prprias da contabilidade do setor pblico. Perfeito. Observe:

    Integralmente EG (administrao direta, autarquias, fundaes pblicas e EED), servios sociais e conselhos profissionais.

    Parcialmente as demais ESP.

    Falta agora definir o que vem a ser uma Entidade do Setor Pblico. Por Entidades do Setor Pblico entendemos os rgos, fundos e pessoas jurdicas de direito pblico ou que, possuindo personalidade jurdica de direito privado, recebam, guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem dinheiros, bens e valores pblicos, na execuo de suas atividades. Equiparam-se, para efeito contbil, as pessoas fsicas que recebam subveno, benefcio, ou incentivo, fiscal ou creditcio, de rgo pblico. Conceito bem amplo, no acha? Logo, se alguma entidade recebe recurso pblico, ela deve prestar contas da aplicao desse recurso. Para que isso seja possvel, necessrio que esta entidade utilize as normas e tcnicas da CASP, de maneira a garantir a necessria padronizao. Esta regra aplicvel tambm a pessoas fsicas, como, por exemplo, um pesquisador que utiliza recursos pblicos do CNPq no financiamento de suas pesquisas. A prpria lei 4.320/64 estatui que:

    Artigo 83 A contabilidade evidenciar perante a Fazenda Pblica a situao de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados.

    Vou rolar a bola pra voc bicar: (CESPE/ AGA/SAD PE 2009) No se equiparam como entidade do setor pblico, para efeito contbil, as pessoas fsicas que recebam subveno, benefcio, ou incentivo, fiscal ou creditcio, de rgo pblico.

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    Acabamos de ver que est errado. As ESP se equiparam s pessoas fsicas que recebem recursos pblicos. Assim, por deduo, toda entidade que recebe recurso pblico est no campo de aplicao da CASP, ao menos parcialmente.

    Agora olhe que questo legal da FCC: (FCC/ACE Inspeo Governamental/TCM CE 2010) Incluem-se no campo de aplicao da Contabilidade Pblica:

    (A) os templos religiosos.

    (B) as fundaes, ONGs e OCIPs que usam recursos pblicos.

    (C) as secretarias e rgos das indstrias sucroalcooleiras.

    (D) as empresas de servios hospitalares.

    (E) as associaes de poupana e emprstimo. A nica que temos certeza a letra B. a velha mxima: utilizou recurso pblico, t no campo de aplicao da CASP. Ressalto apenas que, por determinao da LDO, artigo 51, 6, no se aplicam (com algumas excees) s empresas integrantes do oramento de investimento as normas gerais da Lei n 4.320, de 1964, no que concerne ao regime contbil, execuo do oramento e demonstraes contbeis. Particularmente, eu gostei muito desse novo campo de aplicao. Deu uma moralizada na coisa, contemplou mais pessoas, que antes estavam fora. Acho

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    que o Brasil s tem a ganhar. Alm disso, ficou bem mais fcil pra gente memorizar...rs Vejamos agora o objetivo da CASP... A NBC T 16.1 define como objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico fornecer aos usurios informaes sobre os resultados alcanados e os aspectos de natureza oramentria, econmica, financeira e fsica do patrimnio da entidade do setor pblico e suas mutaes, em apoio ao processo de tomada de deciso; a adequada prestao de contas; e o necessrio suporte para a instrumentalizao do controle social.

    Objetivo CASP = suporte = tomada de deciso + prestao de contas +

    instrumentalizao do controle social.

    Para afinar o cabelo: (CESPE/EGRVS Contador/SESA ES 2011) Entre os objetivos da contabilidade pblica est o fornecimento aos usurios de informaes sobre os aspectos de natureza fsica do patrimnio da entidade. Perfeito, n? Mais uma. (CESPE/Contador/DPU 2010) Um dos objetivos da contabilidade aplicada ao setor pblico o de fornecer o necessrio suporte para a instrumentalizao do controle social. s pular de bomba na piscina! Certo! Continuando... Por Instrumentalizao do Controle Social entendemos o compromisso fundado na tica profissional, que pressupe o exerccio cotidiano de fornecer informaes que sejam compreensveis e teis aos cidados no desempenho de sua soberana atividade de controle do uso de recursos e patrimnio pblico pelos agentes pblicos. Muito temos que avanar no sentido de tornar as informaes contbeis compreensveis e teis ao cidado brasileiro mdio. Isto porque a cincia contbil complexa e exige preparo adequado para sua compreenso. Por este motivo alguns autores acusam a contabilidade pblica como sendo monoplio de seus operadores. Na Frana, por exemplo, o estudo da contabilidade pblica est ausente dos programas de ensino superior e inclusive ela foi banida das escolas de formao profissional, concluindo que se trata de conhecimento

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    emprico, que feita por praticantes para ser usada por praticantes futuros (Lino Martins, 2011, pgina 47). No entanto, s o fato de o compromisso de fornecer informaes claras e teis ter sido disposto na NBC T 16 j um bom comeo. Por fim, a NBC T 16 salienta que a funo social da Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico deve refletir, sistematicamente, o ciclo da administrao pblica para evidenciar informaes necessrias tomada de decises, prestao de contas e instrumentalizao do controle social.

    3. Sistema Contbil Imagine um rgo qualquer. O rgo azul. Bem, neste rgo azul ocorrem vrias coisas. Vamos ver alguns exemplos:

    a) Previso da receita. b) Fixao da despesa. c) Arrecadao de taxas. d) Pagamento de servios de limpeza. e) Aquisio de material de consumo para estoque. f) Construo de um imvel. g) Recebimento de um carro em doao. h) Baixa de uma escrivaninha em virtude do tempo de uso. i) Assinatura de contratos. j) Recebimento/devoluo de caues.

    Note que a contabilidade de azul est atarefada. Abaixo um servidor de azul:

    Cada fato descrito acima exige registro prprio. Como? Atravs de contas. Tem uma conta para receita, outra para despesa, outra para registrar a baixa da escrivaninha, outra para os contratos, mais outra para a construo do imvel e por a vai. Ou seja, tem uma poro de contas. Estas contas esto elencadas

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    no Plano de Contas. O Plano de Contas ento nada mais que um lugar onde h todas as contas utilizadas pela administrao pblica no registro de seus atos e fatos e tambm os critrios de utilizao dessas contas. Logo, atravs dessas contas que a contabilidade pblica evidencia perante a Fazenda Pblica a situao de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados (lei 4.320/64, art. 83). Para se padronizar os registros foi decidido que estas contas seriam agrupadas segundo sua natureza em subsistemas. No uma coisa difcil essa classificao. Mas tambm no posso mentir, exige tempo e prtica. At a edio das NBCASP, havia quatro sistemas de contas: oramentrio, financeiro, patrimonial e compensao. Hoje o sistema contbil nico e dividido em quatro subsistemas de informaes: oramentrio, patrimonial, custos e compensao. A NBC T 16.2, que trata do assunto, at dezembro de 2009, apresentava os seguintes subsistemas de informaes: oramentrio, financeiro, patrimonial, custos e compensao. A norma trazia as seguintes definies: Subsistema Financeiro registra, processa e evidencia os fatos relacionados aos ingressos e aos desembolsos financeiros, bem como as disponibilidades no incio e final do perodo. Subsistema Patrimonial registra, processa e evidencia os fatos no financeiros relacionados com as variaes qualitativas e quantitativas do patrimnio pblico. Entretanto, a NBC T 16.2 foi atualizada pela resoluo CFC 1.268 no apagar das luzes de 2009, fato que atribulou sua aplicao prtica prevista para o incio de 2010. A atualizao extinguiu o subsistema financeiro, que teve as competncias absorvidas pelo subsistema patrimonial. O novo PCASP padronizou os lanamentos nos subsistemas abordados pela NBC T 16.2 (atualizada pela resoluo CFC 1.268/2009): oramentrio, patrimonial, custos e compensao. De acordo com a NBC T 16.2, a Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico organizada na forma de sistema de informaes, cujos subsistemas, embora possam oferecer produtos diferentes em razo da respectiva especificidade, convergem para o produto final, que a informao sobre o patrimnio pblico.

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    Assim, o sistema contbil est estruturado nos seguintes subsistemas de informaes:

    Oramentrio registra, processa e evidencia os atos e os fatos relacionados ao planejamento e execuo oramentria. Exemplos: previso da receita e fixao da despesa.

    Patrimonial registra, processa e evidencia os fatos financeiros e

    no financeiros relacionados com as variaes qualitativas e quantitativas do patrimnio pblico.

    #Perceba como o subsistema patrimonial absorveu as competncias do financeiro#

    Custos registra, processa e evidencia os custos dos bens e servios, produzidos e ofertados sociedade pela entidade pblica, consoante a NBC T 16.11.

    Compensao registra, processa e evidencia os atos de gesto cujos efeitos possam produzir modificaes no patrimnio da entidade do setor pblico, bem como aqueles com funes especficas de controle. Exemplo: assinatura de contratos.

    Vamos treinar? (CESPE/Tcnico em Contabilidade/UNIPAMPA 2009 adaptada) Segundo a NBC T 16, o sistema contbil est estruturado nos subsistemas de informao oramentrio, patrimonial, de custos e de compensao. Show de bola! Continuando... Os subsistemas contbeis devem ser integrados entre si e a outros subsistemas de informaes de modo a subsidiar a administrao pblica sobre: (a) desempenho da unidade contbil no cumprimento da sua misso; (b) avaliao dos resultados obtidos na execuo das aes do setor pblico com relao economicidade, eficincia, eficcia e efetividade; (c) avaliao das metas estabelecidas pelo planejamento; (d) avaliao dos riscos e das contingncias; (e) conhecimento da composio e movimentao patrimonial.

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    Uma questo tranquila: (CESPE/Tcnico em Contabilidade/UNIPAMPA 2009 adaptada) Os subsistemas contbeis devem ser independentes entre si e de outros subsistemas de informaes. Errado. Eles devem ser integrados entre si e a outros subsistemas.

    4. As transaes no setor pblico De acordo com a NBC T 16.4, as transaes no setor pblico podem ser classificadas nas seguintes naturezas: Econmico-financeira corresponde s transaes originadas de fatos que afetam o patrimnio pblico, em decorrncia, ou no, da execuo de oramento, podendo provocar alteraes qualitativas ou quantitativas, efetivas ou potenciais; e

    Administrativa corresponde s transaes que no afetam o patrimnio pblico, originadas de atos administrativos, com o objetivo de dar cumprimento s metas programadas e manter em funcionamento as atividades da entidade do setor pblico. Vejamos uma questo: (CESPE/Analista em Gesto Administrativa/SAD PE 2009) De acordo com suas caractersticas e os seus reflexos no patrimnio pblico, as transaes no setor pblico podem ser classificadas em oramentrias e extraoramentrias. Errado. As transaes so classificadas em administrativas e econmico-financeiras. As variaes patrimoniais so transaes que resultam em alteraes nos elementos patrimoniais da entidade do setor pblico, mesmo em carter compensatrio, afetando, ou no, o seu resultado. Podem ser: Variaes quantitativas decorrentes de transaes no setor pblico que aumentam (aumentativas) ou diminuem (diminutivas) o patrimnio liquido. Exemplo: arrecadao de receita de servios (aumentativas) e pagamento de salrios (diminutivas).

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    O MCASP afirma que:

    Variao quantitativa aumentativa receita sob o enfoque patrimonial. Em linguagem informal pessoal, essa receita aquela que causa variao positiva no Patrimnio Lquido.

    Variao quantitativa diminutiva despesa sob o enfoque patrimonial. Da mesma forma, essa despesa causa uma variao negativa no Patrimnio Lquido.

    No confunda receita e despesa oramentria com receita e despesa sob o enfoque patrimonial. Essas ltimas sempre afetam o patrimnio lquido, enquanto as primeiras no. Isto porque h receita e despesas oramentrias, ditas no efetivas, que no passam de simples fatos permutativos.

    Para ficar mais claro, as receitas oramentrias podem ser:

    Efetivas influencia positivamente o resultado patrimonial, aumentando o PL. So as receitas oriundas da prestao de servios e da maioria dos tributos, por exemplo.

    No efetivas no causam aumento na situao lquida patrimonial da entidade. a venda (alienao) de um carro, por exemplo, onde ocorre a troca de bem por dinheiro.

    A mesma classificao serve para as despesas oramentrias:

    Efetivas causam impacto negativo no patrimnio lquido. Despesas com salrios, por exemplo.

    No efetivas no afetam o PL, por se tratarem de simples permutas. Compra de um carro, por exemplo. Onde o governo troca seu dinheiro por um bem.

    O referido manual diz, alm disso, que:

    Para fins deste Manual, a receita sob o enfoque patrimonial ser denominada de variao patrimonial aumentativa e a despesa sob o enfoque patrimonial ser denominada de variao patrimonial diminutiva.

    Veremos melhor sobre estes assuntos nas prximas aulas.

    Variaes qualitativas alteram a composio dos elementos patrimoniais sem afetar o patrimnio lquido. Exemplo: compra de um carro. Permuta de dinheiro por um bem.

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    Assim, as despesas oramentrias no efetivas e as receitas oramentrias no efetivas, por no afetarem o resultado patrimonial, so variaes patrimoniais qualitativas do patrimnio. De outro lado, as despesas e receitas oramentrias efetivas, por afetarem de forma negativa e positiva, respectivamente, o resultado patrimonial, so variaes patrimoniais quantitativas diminutivas e aumentativas, nessa ordem, ambas decorrentes da execuo do oramento. Entende-se por resultado patrimonial a diferena entre as variaes patrimoniais quantitativas, aumentativas e diminutivas, para um dado perodo. As variaes patrimoniais que afetem o patrimnio lquido devem manter correlao com as respectivas contas patrimoniais. Mais uma questozinha: (CESPE/Analista em Gesto Administrativa/SAD PE 2009) As variaes patrimoniais so transaes que promovem alteraes nos elementos patrimoniais da entidade do setor pblico, mesmo em carter compensatrio, afetando, ou no, o seu resultado. Perfeito. Cpia da norma. Existem variaes que, simultaneamente, alteram a composio qualitativa e a expresso quantitativa dos elementos patrimoniais e so conhecidas como variaes mistas ou compostas. Transaes que envolvem valores de terceiros so aquelas em que a entidade do setor pblico responde como fiel depositria e que no afetam o seu patrimnio lquido. As transaes que envolvem valores de terceiros devem ser demonstradas de forma segregada. Correspondem aos ingressos e dispndios extraoramentrios. Os ingressos extraoramentrios so valores que entram nos cofres pblicos de forma temporria. Aumentam a disponibilidade do ente, ao mesmo tempo

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    em que geram uma obrigao de devoluo futura. O ente responde apenas como fiel depositrio desse montante. Como exemplo temos a cauo recebida de uma empresa como garantia para participao em um processo licitatrio. A devoluo desses valores so os dispndios extraoramentrios. O fluxo da operao pode ser vista no esquema abaixo: Recebimento de cauo no valor de R$ 100,00.

    Ativo Passivo

    100 100

    Patrimnio Lquido 0 (A P)

    Ingresso extraoramentrio Ativo aumentou em R$ 100,00, pois ingressou recurso em caixa. Passivo aumentou em R$ 100,00, pois foi gerada uma obrigao de devoluo futura.

    Devoluo da cauo acima.

    Ativo Passivo

    0 0

    Patrimnio Lquido 0 (A P)

    Dispndio extraoramentrio Ativo diminuiu em R$ 100,00, devido sada do recurso do caixa. Passivo diminuiu em R$ 100,00, pois a obrigao de devoluo foi cumprida.

    Perceba que o PL no se emocionou. A movimentao ocorreu apenas em contas do ativo e do passivo. Ou seja, os ingressos e dispndios extraoramentrios no afetam a apurao dos resultados da entidade, mas afetam contas do ativo e do passivo.

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    5. Regime/registro contbil Primeiramente, vamos conceituar os regimes de contabilizao que sero envolvidos nesta parte da aula. Grosso modo, podemos defini-los da seguinte forma:

    Regime da competncia os atos e fatos devem ser registrados no momento em que ocorrem, independentemente da sada ou ingresso de recursos. Regime contbil ou patrimonial so outras nomenclaturas utilizadas como sinnimas de regime da competncia.

    Regime de caixa os atos e fatos so contabilizados apenas na sada ou ingresso de recursos.

    A literatura mais antiga atribua CASP um regime misto, de caixa para as receitas e de competncia para as despesas, devido a uma interpretao errada do artigo 35 da lei 4.320/64, que dispe:

    Artigo 35 - Pertencem ao exerccio financeiro:

    I as receitas nele arrecadadas; e

    II as despesas nele legalmente empenhadas.

    No entanto, o artigo supra se refere apenas ao regime oramentrio e no ao regime de reconhecimento da receita e da despesa como um todo. Conforme foi falado, a lei 4.320/64 trata da contabilidade em ttulo prprio, onde evidencia a necessidade de se registrar as variaes patrimoniais, independentemente da execuo do oramento. Destaco os seguintes dispositivos:

    Art. 85. Os servios de contabilidade sero organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execuo oramentria, o conhecimento da composio patrimonial, a determinao dos custos dos servios industriais, o levantamento dos balanos gerais, a anlise e a interpretao dos resultados econmicos e financeiros. Art. 89. A contabilidade evidenciar os fatos ligados administrao oramentria, financeira, patrimonial e industrial. Art. 100 As alteraes da situao lquida patrimonial, que abrangem os resultados da execuo oramentria, bem como as variaes independentes dessa execuo e as supervenincias e insubsistncia ativas e passivas, constituiro elementos da conta patrimonial.

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    A lei de responsabilidade fiscal refora este entendimento na medida em que estatui:

    Art. 50. Alm de obedecer s demais normas de contabilidade pblica, a escriturao das contas pblicas observar as seguintes: [...] II - a despesa e a assuno de compromisso sero registradas segundo o regime de competncia, apurando-se, em carter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa. [...]

    Assim, tanto a receita quanto a despesa devem observar o princpio da competncia integralmente, com o registro dos respectivos fatos geradores no momento em que ocorrem. A este conceito chamamos de receita e despesa sob o enfoque patrimonial.

    Isto j era cumprido para a receita, no registro da dvida ativa. Era comum os autores se referirem contabilizao da dvida ativa como exceo ao regime de caixa das receitas.

    Neste sentido, a resoluo CFC 1.111/07 bastante esclarecedora:

    O Princpio da Competncia aquele que reconhece as transaes e os eventos na ocorrncia dos respectivos fatos geradores, independentemente do seu pagamento ou recebimento, aplicando-se integralmente ao Setor Pblico. Os atos e os fatos que afetam o patrimnio pblico devem ser contabilizados por competncia, e os seus efeitos devem ser evidenciados nas Demonstraes Contbeis do exerccio financeiro com o qual se relacionam, complementarmente ao registro oramentrio das receitas e das despesas pblicas. Neste passo, a NBC T 16.5, que trata do registro contbil, trouxe uma srie de princpios que reforam a necessidade da contabilidade pblica registrar os fatos geradores na medida em que ocorrem:

    O patrimnio das entidades do setor pblico, o oramento, a execuo oramentria e financeira e os atos administrativos que provoquem efeitos de carter econmico e financeiro no patrimnio da entidade devem ser mensurados ou avaliados monetariamente e registrados pela contabilidade. As transaes no setor pblico devem ser reconhecidas e registradas integralmente no momento em que ocorrerem.

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    Os registros da entidade, desde que estimveis tecnicamente, devem ser efetuados, mesmo na hiptese de existir razovel certeza de sua ocorrncia. Os registros contbeis devem ser realizados e os seus efeitos evidenciados nas demonstraes contbeis do perodo com os quais se relacionam, reconhecidos, portanto, pelos respectivos fatos geradores, independentemente do momento da execuo oramentria. Os registros contbeis das transaes das entidades do setor pblico devem ser efetuados, considerando as relaes jurdicas, econmicas e patrimoniais, prevalecendo nos conflitos entre elas a essncia sobre a forma. A entidade do setor pblico deve aplicar mtodos de mensurao ou avaliao dos ativos e dos passivos que possibilitem o reconhecimento dos ganhos e das perdas patrimoniais. O reconhecimento de ajustes decorrentes de omisses e erros de registros ocorridos em anos anteriores ou de mudanas de critrios contbeis deve ser realizado conta do patrimnio lquido e evidenciado em notas explicativas.

    Para treinar: (CESPE/Analista Administrativo/ANAC 2009) A contabilidade aplicada ao setor pblico, assim como qualquer outro ramo da cincia contbil, obedece aos princpios fundamentais de contabilidade. Dessa forma, aplica-se, em sua integralidade, o princpio da competncia, tanto para o reconhecimento da receita quanto para a despesa. Perfeito. S por curiosidade, essa prova da ANAC foi um exemplo de certame que a banca CESPE no seguiu o edital. Passou longe, inclusive. Continuando... Podemos afirmar que, sob a tica oramentria, o regime continua misto, de caixa para as receitas e de competncia para as despesas. Isto evidencia o carter conservador da contabilidade pblica. A receita contabilizada quando de seu efetivo ingresso nos rgos arrecadadores, ao passo que a despesa considerada realizada em estgio anterior ao pagamento. Cabe lembrar que a receita, para ser oramentria, no necessita estar necessariamente prevista no oramento (artigo 57, lei 4.320/64). Tal regra no se aplica despesa. Toda despesa oramentria deve possuir autorizao legal, consubstanciada na lei oramentria ou de crditos adicionais.

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    O entendimento da STN era de que a liquidao representa o melhor momento para se contabilizar a despesa uma vez que o empenho no gera nenhum tipo obrigao para a entidade, constituindo-se em momento mais jurdico que contbil. Entretanto, o MCASP, parte V, veio alterando esse entendimento. Segundo o manual (e consequentemente o tesouro), considera-se despesa oramentria executada a despesa que j passou pelo estgio do empenho. Dessa forma, podemos elaborar o seguinte esquema sobre os regimes de contabilizao aplicveis contabilidade pblica:

    Situao Momento do registro Regime associado Fatos geradores da receita e despesa (receita e despesa sob o enfoque patrimonial)

    Na ocorrncia Competncia

    Receita oramentria Arrecadao Caixa Despesa oramentria Empenho Competncia

    (CESPE/AAMA/IBRAM 2008) Conforme o disposto nas Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao setor pblico, as transaes no setor pblico devem ser reconhecidas e registradas integralmente no momento em que ocorrerem, utilizando, portanto, o regime contbil misto. Errado. A questo faz referncia ao regime da competncia.

    6. Avaliao dos bens pblicos (Inventrio. Material permanente e de consumo. Bens pblicos).

    Inventariar, de maneira bem genrica, contar os itens de um estoque, de uma repartio. De acordo com a IN SEDAP 205/1988, inventrio fsico o instrumento de controle para a verificao dos saldos de estoques nos almoxarifados e depsitos, e dos equipamentos e materiais permanentes em uso no rgo ou entidade, que ir permitir, dentre outros: a) o ajuste dos dados escriturais de saldos e movimentaes dos estoques com o saldo fsico real nas instalaes de armazenagem; b) a anlise do desempenho das atividades do encarregado do almoxarifado atravs dos resultados obtidos no levantamento fsico; c) o levantamento da situao dos materiais estocados no tocante ao saneamento dos estoques;

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    d) o levantamento da situao dos equipamentos e materiais permanentes em uso e das suas necessidades de manuteno e reparos; e e) a constatao de que o bem mvel no necessrio naquela unidade. Os tipos de inventrios fsicos so:

    Anual destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens patrimoniais do acervo de cada unidade gestora, existente em 31 de dezembro de cada exerccio constitudo do inventrio anterior e das variaes patrimoniais ocorridas durante o exerccio.

    Inicial realizado quando da criao de uma unidade gestora, para identificao e registro dos bens sob a sua responsabilidade.

    De transferncia responsabilidade realizado quando da mudana do

    dirigente de uma unidade gestora.

    De extino ou transformao realizado quando da extino ou transformao da unidade gestora.

    Eventual realizado em qualquer poca, por iniciativa do dirigente da

    unidade gestora ou por iniciativa do rgo fiscalizador. A lei 4.320/64 estabelece que, para efeito de classificao da despesa, considera-se material permanente o de durao superior a dois anos (artigo 15, 2). Assim, e com base apenas na lei, podemos estabelecer a seguinte classificao:

    Material permanente > 2 anos. Material de consumo < 2 anos.

    Olha que moleza: (PREVIC/Analista Administrativo Contbil/PREVIC 2011) Se determinado rgo pblico adquirir um tipo de carvo ativado, destinado aos filtros de ar de suas instalaes, cujo prazo de validade estabelecido pelo fornecedor seja de trinta meses, tal produto dever ser contabilizado no grupo de material de consumo. No. Validade material > 2 anos material permanente. No entanto, este conceito vago, pois leva em conta apenas a durabilidade do material. Neste sentido, o MCASP, parte I, estabelece critrios adicionais para facilitar na referida classificao. Segundo o manual, um material

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    considerado de consumo caso atenda um, e pelo menos um, dos critrios a seguir: Critrio da Durabilidade Se em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condies de funcionamento, no prazo mximo de dois anos; Critrio da Fragilidade Se sua estrutura for quebradia, deformvel ou danificvel, caracterizando sua irrecuperabilidade e perda de sua identidade ou funcionalidade; Critrio da Perecibilidade Se est sujeito a modificaes (qumicas ou fsicas) ou se deteriora ou perde sua caracterstica pelo uso normal; Critrio da Incorporabilidade Se est destinado incorporao a outro bem, e no pode ser retirado sem prejuzo das caractersticas fsicas e funcionais do principal. Pode ser utilizado para a constituio de novos bens, melhoria ou adies complementares de bens em utilizao (sendo classificado como 449030), ou para a reposio de peas para manuteno do seu uso normal que contenham a mesma configurao (sendo classificado como 339030); Critrio da Transformabilidade Se foi adquirido para fim de transformao. A classificao em material permanente feita por excluso dos critrios acima. Os materiais permanentes, em geral, devem receber nmero patrimonial seqencial para fins de controle e inventrio. Este procedimento se chama tombamento e materializado com a colocao de uma plaquinha no referido material. Pra quem nunca viu, segue abaixo um exemplo:

    Para tanto, importante levar em conta o custo e benefcio desse tipo de controle. Isto porque h materiais que preenchem os requisitos de material permanente, mas possuem baixo valor econmico. Nestes casos, o tombamento antieconmico e ineficiente. Assim, se um material for adquirido como permanente e ficar comprovado que possui custo de controle superior ao seu benefcio, deve ser controlado de forma simplificada, por meio de relao carga, que mede apenas aspectos

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    qualitativos e quantitativos, no havendo necessidade de controle por meio de nmero patrimonial. Como exemplo, temos o controle de uma chave de fenda. Pelo critrio da lei 4.320/64 a chave de fenda um material permanente (>2 anos). Vale a pena atribuir nmero patrimonial a uma chave de fenda? No! melhor controlar por relao de carga: eu tenho 3 chaves de fenda tamanho A, 4 tamanho B e 5 tamanho C. Embora sujeitos a um procedimento simplificado, os bens controlados por relao de carga esto registrados contabilmente no patrimnio da entidade. Vamos treinar? (CESPE/Analista de Oramento/MPU 2010) Qualquer material permanente, incluindo-se o de pequeno valor econmico, deve ser controlado, sendo indispensvel o seu tombamento, ainda que o custo do controle seja evidentemente superior ao risco de perda do bem. Errado. necessrio levar em conta o custo do controle. Continuando... De acordo com a lei 4.320/64, haver registros analticos de todos os bens de carter permanente, com indicao dos elementos necessrios para a perfeita caracterizao de cada um deles e dos agentes responsveis pela sua guarda e administrao. J a contabilidade manter apenas registros sintticos dos bens mveis e imveis. O levantamento geral dos bens mveis e imveis ter por base o inventrio analtico de cada unidade administrativa e os elementos da escriturao sinttica na contabilidade.

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    (CESPE/ACE/TCE AC 2009) Para perfeita caracterizao dos bens de carter permanente, bem como dos agentes responsveis pela sua guarda e administrao, devem ser utilizados os registros sintticos. Errado. A perfeita caracterizao demanda um inventrio analtico, mais completo. Continuando... A classificao dos bens pblicos pode ser encontrada no Cdigo Civil, artigo 98 e subseqentes. Segue abaixo quadro resumo:

    Classificao dos Bens Pblicos

    Uso comum do povo

    Destinados utilizao do pblico em geral; podem ser usados sem restries por todos, sem necessidade de permisso especial. Rios, mares, estradas, ruas e praas.

    Uso especial

    Utilizados pelo prprio poder pblico para a execuo de servio pblico, tais como edifcios ou terrenos destinados a servio ou estabelecimento da administrao federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

    Dominicais

    Constituem o patrimnio das pessoas jurdicas de direito pblico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

    Os bens pblicos de uso comum do povo e os de uso especial so inalienveis, enquanto conservarem a sua qualificao, na forma que a lei determinar. O uso comum dos bens pblicos pode ser gratuito ou retribudo, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administrao pertencerem.

    No dispondo a lei em contrrio, consideram-se dominicais os bens pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico a que se tenha dado estrutura de direito privado.

    Na Unio, o controle patrimonial dos bens imveis cabe ao MPOG:

    http://www.planejamento.gov.br/secretaria.asp?sec=9

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    Tendo como referncia a lei 4.320, temos que a avaliao dos elementos patrimoniais obedecer s seguintes regras:

    Os dbitos e crditos, bem como os ttulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a converso, quando em moeda estrangeira, taxa de cmbio vigente na data do balano;

    Os bens mveis e imveis, pelo valor de aquisio ou pelo custo de

    produo ou de construo; e

    Os bens de almoxarifado, pelo preo mdio ponderado das compras. Os valores em espcie, assim como os dbitos e crditos, quando em moeda estrangeira, devero figurar ao lado das correspondentes importncias em moeda nacional. As variaes resultantes da converso dos dbitos, crditos e valores em espcie sero levadas conta patrimonial. Este dispositivo da lei 4.320/64 muito cobrado. Vejamos um exemplo: (CESPE/Analista de Controle Interno/MPU 2010) Os materiais de consumo devem ser avaliados pelo custo mdio ponderado das compras, e os materiais permanentes, pelo custo de aquisio ou de construo. Certo, n? S correr para o abrao! A NBC T 16.10 trouxe regras importantes a respeito das avaliaes dos ativos e passivos das entidades pblicas. Chamo a ateno para o seguinte dispositivo: Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos pblicos, ou aqueles eventualmente recebidos em doao, devem ser includos no ativo no circulante da entidade responsvel pela sua administrao ou controle, estejam, ou no, afetos a sua atividade operacional. A mensurao dos bens de uso comum ser efetuada, sempre que possvel, ao valor de aquisio ou ao valor de produo e construo. Antes da publicao da NBC T 16, os bens de uso comum do povo no eram objeto de registro pela CASP. Hoje, se os mesmo absorverem recursos pblicos ou forem recebidos em doao devem ser includos no ativo da entidade responsvel. Assim, podemos afirmar que uma praa, por exemplo, objeto de registro pela contabilidade pblica, pois absorveu recursos pblicos na sua construo. J no podemos dizer o mesmo de um rio ou de uma praia, por exemplo. Vamos treinar: (CESPE/Contador/MS 2010) Se um cidado transformar um terreno de sua propriedade em um parque recreativo e do-lo ao poder pblico com a

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    finalidade de fazer dele um bem de uso comum do povo de sua cidade, ento o terreno passa a fazer parte do patrimnio sob controle da contabilidade pblica. Beleza de questo! Muito boa, n? Ela est perfeita por abordar de maneira correta os conceitos dispostos na NBC T 16.10. Sobre a reavaliao desses bens mveis e imveis, a lei 4.320/64 estabelece a sua faculdade, como se depreende da leitura do dispositivo abaixo:

    Artigo 106, 3 - podero ser feitas reavaliaes dos bens mveis e imveis.

    No entanto, a NBC T 16.10 deu tratamento diferente ao tema. De acordo com essa norma as reavaliaes devem ser feitas utilizando-se o valor justo ou o valor de mercado na data de encerramento do Balano Patrimonial, pelo menos:

    Anualmente, para as contas ou grupo de contas cujos valores de mercado variarem significativamente em relao aos valores anteriormente registrados; e

    A cada quatro anos, para as demais contas ou grupos de contas.

    Reavaliao dos bens mveis e imveis

    Lei 4.320/64 facultativa.

    NBCT 16.10 obrigatria.

    Outra inovao da NBC T 16.10 foi atribuir a todas as entidades e rgos pblicos o clculo da depreciao, amortizao e exausto, nos seguintes termos:

    Quando os elementos do ativo imobilizado tiverem vida til econmica limitada, ficam sujeitos a depreciao, amortizao ou exausto sistemtica durante esse perodo, sem prejuzo das excees expressamente consignadas.

    Anteriormente, a lei 4.320/64 restringia o clculo das previses para depreciao s autarquias e fundaes pblicas. A referida lei sequer falava em amortizao e exausto. A NBCT 16.9 traz as seguintes definies:

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    Amortizao a reduo do valor aplicado na aquisio de direitos de propriedade e quaisquer outros, inclusive ativos intangveis, com existncia ou exerccio de durao limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilizao por prazo legal ou contratualmente limitado. Depreciao a reduo do valor dos bens tangveis pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ao da natureza ou obsolescncia. Exausto a reduo do valor, decorrente da explorao, dos recursos minerais, florestais e outros recursos naturais esgotveis. Para o registro da depreciao, amortizao e exausto devem ser observados os seguintes aspectos:

    Obrigatoriedade do seu reconhecimento;

    Valor da parcela que deve ser reconhecida no resultado como decrscimo patrimonial, e, no balano patrimonial, representada em conta redutora do respectivo ativo; e

    Circunstncias que podem influenciar seu registro.

    No esto sujeitos ao regime de depreciao:

    Bens mveis de natureza cultural, tais como obras de artes, antigidades, documentos, bens com interesse histrico, bens integrados em colees, entre outros;

    Bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos pblicos,

    considerados tecnicamente, de vida til indeterminada;

    Animais que se destinam exposio e preservao; e

    Terrenos rurais e urbanos. Pra fechar: (CESPE/ANCINE 2012) Obras de arte, antiguidades e bens de interesse histrico devem ser depreciados anualmente. No! Conforme vimos acima bens mveis de natureza cultural, tais como obras de artes, antiguidades, documentos, bens com interesse histrico e bens integrados em colees, no esto sujeitos ao regime de depreciao.

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    7. Sistema de contabilidade federal

    A lei 10.180/2001 organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Oramento Federal, de Administrao Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e d outras providncias.

    A referida lei trata do Sistema de Contabilidade Federal nos artigos 14 a 18.

    O Sistema de Contabilidade Federal visa a evidenciar a situao oramentria, financeira e patrimonial da Unio. Alm do registro dos atos e fatos relacionados com essas situaes, o SCF tem por finalidade evidenciar:

    I - as operaes realizadas pelos rgos ou entidades governamentais e os seus efeitos sobre a estrutura do patrimnio da Unio;

    II - os recursos dos oramentos vigentes, as alteraes decorrentes de crditos adicionais, as receitas prevista e arrecadada, a despesa empenhada, liquidada e paga conta desses recursos e as respectivas disponibilidades;

    III - perante a Fazenda Pblica, a situao de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados;

    IV - a situao patrimonial do ente pblico e suas variaes;

    V - os custos dos programas e das unidades da Administrao Pblica Federal;

    VI - a aplicao dos recursos da Unio, por unidade da Federao beneficiada;

    VII - a renncia de receitas de rgos e entidades federais.

    Tipo de frase pronta que o examinador adora: As operaes de que resultem dbitos e crditos de natureza financeira no compreendidas na execuo oramentria sero, tambm, objeto de registro, individualizao e controle contbil.

    O registro e tratamento das operaes relacionadas com a situao oramentria, financeira e patrimonial da Unio visam elaborao das demonstraes contbeis (artigo 16).

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    Integram o SCF:

    rgo central rgos setoriais

    Secretaria do Tesouro Nacional

    Unidades de gesto interna dos Ministrios e da Advocacia-Geral da Unio, do Poder Legislativo, do Poder Judicirio e do Ministrio Pblico da Unio, responsveis pelo acompanhamento contbil no Sistema Integrado de Administrao Financeira do Governo Federal - SIAFI de determinadas unidades gestoras executoras ou rgos. rgo de controle interno da Casa Civil (para todos os rgos integrantes da Presidncia da Repblica, da Vice-Presidncia da Repblica, alm de outros determinados em legislao especfica).

    O decreto 6.976/2009, que dispe apenas sobre o SCF, divide as setoriais de contabilidade da seguinte forma:

    Setorial Contbil de Unidade Gestora: a unidade responsvel pelo acompanhamento da execuo contbil de um determinado nmero de Unidades Gestoras Executoras e pelo registro da respectiva conformidade contbil.

    Setorial Contbil de rgo: a Unidade Gestora responsvel pelo acompanhamento da execuo contbil de determinado rgo, compreendendo as Unidades Gestoras a este pertencentes, e pelo registro da respectiva conformidade contbil.

    Setorial Contbil de rgo Superior: a unidade de gesto interna dos Ministrios e rgos equivalentes responsveis pelo acompanhamento contbil dos rgos e entidades supervisionados e pelo registro da respectiva conformidade contbil.

    Sistema de Contabilidade Federal rgo Central rgos Setoriais

    Secretaria do Tesouro Nacional De Unidade Gestora De rgo. De rgo Superior.

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    Os rgos setoriais do Sistema de Contabilidade Federal so subordinados tecnicamente Secretaria do Tesouro Nacional, rgo central do sistema, sem prejuzo da subordinao ao rgo em cuja estrutura administrativa estiverem integrados.

    Em seguida, no seu artigo 18, a lei estabelece as competncias das unidades responsveis pelas atividades do Sistema de Contabilidade Federal:

    I - manter e aprimorar o Plano de Contas nico da Unio;

    II - estabelecer normas e procedimentos para o adequado registro contbil dos atos e dos fatos da gesto oramentria, financeira e patrimonial nos rgos e nas entidades da Administrao Pblica Federal;

    III - com base em apuraes de atos e fatos inquinados de ilegais ou irregulares, efetuar os registros pertinentes e adotar as providncias necessrias responsabilizao do agente, comunicando o fato autoridade a quem o responsvel esteja subordinado e ao rgo ou unidade do Sistema de Controle Interno;

    IV - instituir, manter e aprimorar sistemas de informao que permitam realizar a contabilizao dos atos e fatos de gesto oramentria, financeira e patrimonial da Unio e gerar informaes gerenciais necessrias tomada de deciso e superviso ministerial;

    V - realizar tomadas de contas dos ordenadores de despesa e demais responsveis por bens e valores pblicos e de todo aquele que der causa a perda, extravio ou outra irregularidade que resulte dano ao errio;

    VI - elaborar os Balanos Gerais da Unio;

    VII - consolidar os balanos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, com vistas elaborao do Balano do Setor Pblico Nacional; e

    VIII - promover a integrao com os demais Poderes e esferas de governo em assuntos de contabilidade.

    No vamos ficar decorando competncias e outras listas gigantes que tem por a, t bom? Dentro deste tpico, acredito que, dentre todos os dispositivos que podero cair na sua prova, o artigo 18 acima o mais importante, blza?

    Vejamos algumas questes sobre o assunto:

    (ESAF/STN 2008) Identifique o rgo central do Sistema de Contabilidade Federal, nos termos da legislao aplicvel.

    a) Secretaria Federal de Controle Interno.

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    b) Comisso de Coordenao de Controle Interno.

    c) Secretaria do Tesouro Nacional.

    d) Conselho Federal de Contabilidade.

    e) Conselho Gestor do Plano de Contas nico da Unio.

    Essa muito fcil. rgo central? Nem pense: STN.

    Mais uma:

    (ESAF/STN 2008) Nos termos da Lei n. 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, as unidades de gesto interna da Advocacia-Geral da Unio integram o Sistema de Contabilidade Federal na qualidade de: a) unidades intervenientes de representao judicial. b) unidades de apoio de representao extrajudicial. c) unidades gestoras de representao judicial de rgo central. d) rgo central. e) rgo setorial. Tranquilo tambm. O rgo central a STN, os demais s podem ser setoriais. Letra E. Com efeito, vimos que so rgos setoriais do SCF:

    Unidades de gesto interna dos Ministrios e da Advocacia-Geral da Unio, do Poder Legislativo, do Poder Judicirio e do Ministrio Pblico da Unio, responsveis pelo acompanhamento contbil no Sistema Integrado de Administrao Financeira do Governo Federal - SIAFI de determinadas unidades gestoras executoras ou rgos; e

    rgo de controle interno da Casa Civil (para todos os rgos integrantes da Presidncia da Repblica, da Vice-Presidncia da Repblica, alm de outros determinados em legislao especfica).

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    8. Sistema de custos Numa empresa privada, a principal medida de desempenho, que orienta a ao dos seus gestores, o lucro. J para o gestor pblico, essa medida o custo dos bens e servios gerados para a populao. A informao dos custos gerados melhora a transparncia, pois fornece, de forma mais precisa, o destino dos recursos alocados. Na gerao da informao de custo, obrigatria a adoo dos princpios de contabilidade, em especial o da competncia, devendo ser realizados os ajustes necessrios quando algum registro for efetuado de forma diferente. Segundo o MCASP, a caracterstica mais relevante da informao de custos comparabilidade. A NBC T 16.11, que trata do Subsistema de Informao de Custos do Setor Pblico (SICSP), define comparabilidade da seguinte maneira: Comparabilidade entende-se a qualidade que a informao deve ter de registrar as operaes e acontecimentos de forma consistente e uniforme, a fim de conseguir comparabilidade entre as distintas instituies com caractersticas similares. fundamental que o custo seja mensurado pelo mesmo critrio no tempo e, quando for mudada, esta informao deve constar em nota explicativa. A ideia por trs desse conceito que o Sistema de Custos seja uma ferramenta de medida da eficincia das diversas instituies pblicas, por meio de uma comparao entre elas. Dessa forma, os servios pblicos prestados devem ser identificados, medidos e relatados em sistema projetado para gerenciamento de custos dos servios pblicos. O oramento pblico representa a forma tpica da alocao dos recursos pblicos que no demandam a contrapartida da populao. O sistema dever gerar relatrios que mensurem, no mnimo, os custos por programa e unidade administrativa, aperfeioando o processo de tomada de deciso. A criao do Sistema de Custos teve a inteno de atender s seguintes normas:

    Lei 4.320/64, artigo 99 Os servios pblicos industriais, ainda que no organizados como empresa pblica ou autrquica, mantero contabilidade especial para determinao dos custos, ingressos e resultados, sem prejuzo da escriturao patrimonial e financeiro comum.

    Decreto-Lei n 200/1967, artigo 79 A contabilidade dever apurar os custos dos servios de forma a evidenciar os resultados da gesto.

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    Lei Complementar 101/2000 (LRF), artigo 50, 3 A Administrao Pblica manter sistema de custos que permita a avaliao e o acompanhamento da gesto oramentria, financeira e patrimonial.

    LRF, 4, I, e a lei de diretrizes oramentrias atender o disposto no 2 do art. 165 da Constituio e dispor tambm sobre normas relativas ao controle de custos e avaliao dos resultados dos programas financiados com recursos dos oramentos.

    Lei 10.180/2001, artigo 15, V o Sistema de Contabilidade Federal tem por finalidade registrar os atos e fatos relacionados com a administrao oramentria, financeira e patrimonial da Unio e evidenciar os custos dos programas e das unidades da Administrao Pblica Federal.

    Lgico que, para a implantao do sistema, os benefcios oriundos das informaes devem superar os custos de sua obteno. A NBC T 16.11 determina que o SICSP seja obrigatrio em todas as entidades do setor pblico. O Sistema de Custos, em mbito federal, foi institudo pela portaria STN 157/2011, colocando a Secretaria do Tesouro Nacional como rgo central do sistema. A operacionalizao do Sistema de Custos do Governo Federal realizada mediante ajustes das informaes referentes execuo do oramento de modo a aproxim-las ao regime da competncia. Vejamos um exemplo: Despesa empenhada 10.000,00. Despesa liquidada 7.500,00. Despesa paga 4.000,00. Restos a pagar 6.000,00. Restos a pagar processados 3.500,00. Restos a pagar no processados 2.500,00. Despesas de exerccios anteriores 1.750,00. Despesa com a aquisio de imveis 1.000,00. Depreciao 400,00. Segue abaixo o modelo que o MCASP fornece para ajustar a informao oramentria ao regime de competncia, a ser utilizada pelo sistema de custos:

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    Informao inicial: Despesa Oramentria Executada (despesa liquidada + inscrio de Restos a Pagar No Processados) Ajustes: (+) Incluses = Restos a Pagar liquidados no exerccio (-) Excluses = Despesa Executada por inscrio de Restos a Pagar No Processados (exceto aqueles para os quais o fato gerador j tenha ocorrido) + Despesas de Exerccios Anteriores + Despesas no efetivas (Formao de estoques / concesso de adiantamentos / Investimentos / Inverses Financeiras / Amortizao) (=) Despesa Oramentria Ajustada (+) Ajustes Patrimoniais (Consumo de Estoque / Despesa Incorrida de Adiantamentos / Depreciao / Amortizao / Exausto) (=) Despesa oramentria ajustada ao regime de competncia (aps ajustes patrimoniais)

    Aplicando ao nosso exemplo:

    Informao inicial: Despesa Oramentria Executada (despesa liquidada + inscrio de Restos a Pagar No Processados) = 7.500 + 2.500 = 10.000. Ajustes: (+) Incluses = Restos a Pagar liquidados no exerccio = 3.500. (-) Excluses = Despesa Executada por inscrio de Restos a Pagar No Processados (exceto aqueles para os quais o fato gerador j tenha ocorrido) + Despesas de Exerccios Anteriores + Despesas no efetivas (Formao de estoques / concesso de adiantamentos / Investimentos / Inverses Financeiras / Amortizao) = 2.500 + 1.750 + 1.000 = 5.250. (=) Despesa Oramentria Ajustada = 10.000 + 3.500 5.250 = 8.250. (+) Ajustes Patrimoniais (Consumo de Estoque / Despesa Incorrida de Adiantamentos / Depreciao / Amortizao / Exausto) = 400. (=) Despesa oramentria ajustada ao regime de competncia (aps ajustes patrimoniais) = 8.650.

    D pra tirar tranquilamente uma questo daqui: fcil para o examinador e pode pegar muita gente desprevenida.

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    O MCASP afirma que a implantao do PCASP ir facilitar essa classificao, pois ele, por si s, j separa a informao oramentria da patrimonial. A anlise, a avaliao e a verificao da consistncia das informaes de custos so de responsabilidade da entidade do setor pblico, em qualquer nvel da sua estrutura organizacional, a qual se refere s informaes, abrangendo todas as instncias e nveis de responsabilidade. O sistema de informao de custos deve ser apoiado em trs elementos essenciais: Sistema de acumulao: forma com que os valores de custos so acumulados respeitado o fluxo fsico operacional do processo produtivo. Sistema de custeio: modelo de mensurao das informaes de custos. Mtodo de custeio: mtodo de apropriao de custos e est associado ao processo de identificao e associao do custo ao objeto de custeio. A definio correta destes elementos condio primordial para a gerao de informao de custos comparvel e de qualidade. Segundo a NBC T 16.11, o SICSP de bens e servios e outros objetos de custos pblicos tem por objetivo: (a) mensurar, registrar e evidenciar os custos dos produtos, servios, programas, projetos, atividades, aes, rgos e outros objetos de custos da entidade; (b) apoiar a avaliao de resultados e desempenhos, permitindo a comparao entre os custos da entidade com os custos de outras entidades pblicas, estimulando a melhoria do desempenho dessas entidades; (c) apoiar a tomada de deciso em processos, tais como comprar ou alugar, produzir internamente ou terceirizar determinado bem ou servio; (d) apoiar as funes de planejamento e oramento, fornecendo informaes que permitam projees mais aderentes realidade com base em custos incorridos e projetados; e (e) apoiar programas de controle de custos e de melhoria da qualidade do gasto.

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    Terminologia ligada ao sistema:

    Objeto de custo: a unidade para a qual se deseja mensurar os custos.

    Gasto: aquisio de bem ou servio que implica em sacrifcio financeiro, imediato ou no, para a entidade.

    Desembolso: corresponde ao pagamento.

    Custo: o consumo de recursos.

    Investimento: o gasto ativado em funo de sua vida til ou de benefcios atribuveis a perodos futuros.

    Vejamos uma questozinha da ESAF sobre o assunto: (ESAF/MDIC 2012 adaptada) A respeito do sistema de custos institudo pelo governo federal, julgue os itens: 1) Os rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio o integram com seus prprios rgos centrais. Errado. O rgo central do sistema, em mbito federal, a Secretaria do Tesouro Nacional. A portaria STN 157/2011, no seu artigo 3, 2, assevera que: As unidades de gesto interna do Poder Legislativo, do Poder Judicirio e do Ministrio Pblico da Unio podero integrar o Sistema de Custos do Governo Federal como rgos setoriais. 2) Sua instituio atende exigncia da Lei de Responsabilidade Fiscal. Perfeito. Vimos que o sistema nasceu subsidiado por comandos de diversas normas, entre elas a LRF. Fechamos. Agora vamos partir feroz para as questes comentadas! Afinal de contas a parte mais legal da aula!

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    B. QUESTES COMENTADAS

    1. (CESPE/ANS 2013) Alm do registro dos fatos ligados execuo oramentria, deve-se proceder evidenciao dos fatos ligados administrao financeira e patrimonial, de maneira que os fatos permutativos sejam levados conta de resultado.

    A questo tentou fazer um shake dos seguintes dispositivos da lei 4.320/64: Art. 89. A contabilidade evidenciar os fatos ligados administrao oramentria, financeira patrimonial e industrial. Art. 100 As alteraes da situao lquida patrimonial, que abrangem os resultados da execuo oramentria, bem como as variaes independentes dessa execuo e as supervenincias e insubsistncia ativas e passivas, constituiro elementos da conta patrimonial. Assim, como voc pode perceber, a primeira parte da questo est correta: Alm do registro dos fatos ligados execuo oramentria, deve-se proceder evidenciao dos fatos ligados administrao financeira e patrimonial. No entanto, a segunda parte contraria o disposto no artigo 100 acima: De maneira que os fatos permutativos sejam levados conta de resultado. Ou seja, o shake do CESPE ficou nojento! hehe Este tipo de questo bem tranquila pra quem j leu a lei. Gabarito: Errado. (CESPE/TCE ES 2012) Com relao as normas brasileiras de contabilidade aplicadas ao setor publico, julgue os itens que se seguem.

    2. Os registros, processamentos e evidenciaes dos custos de bens e servios produzidos e ofertados a sociedade pela entidade publica so finalidades do subsistema de informaes patrimoniais.

    No! Ora bolas, custos subsistema de custos! Manda outra, essa foi fcil! Prxima... Gabarito: Errado.

    3. Inclui-se entre as finalidades do controle interno sob o enfoque contbil conformar o registro contbil aos empenhos emitidos por uma unidade

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    gestora. muito importante que voc d uma lida na srie de normas NBC T 16. Na aula destaquei os dispositivos mais cobrados. No entanto, costuma cair, de vez em quando, uma ou outra questo que foge ao padro normal cobrana, como a presente, por exemplo. Ela foi extrada da NBC T 16.8, Controle Interno. Segundo essa norma, o controle interno sob o enfoque contbil compreende o conjunto de recursos, mtodos, procedimentos e processos adotados pela entidade do setor pblico, com a finalidade de: (a) salvaguardar os ativos e assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais; (b) dar conformidade ao registro contbil em relao ao ato correspondente; (c) propiciar a obteno de informao oportuna e adequada; (d) estimular adeso s normas e s diretrizes fixadas; (e) contribuir para a promoo da eficincia operacional da entidade; (f) auxiliar na preveno de prticas ineficientes e antieconmicas, erros, fraudes, malversao, abusos, desvios e outras inadequaes. A resposta da questo est em negrito. Gabarito: Certo. (CESPE/TRE RJ 2012) Acerca de patrimnio pblico e variaes patrimoniais, julgue os itens a seguir.

    4. O bem intangvel, como integrante do patrimnio pblico, objeto da contabilidade pblica.

    Claro! objeto da contabilidade pblica o patrimnio pblico, tangvel ou intangvel. Por Patrimnio Pblico entendemos o conjunto de direitos e bens, tangveis ou intangveis, onerados ou no, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor pblico, que seja portador ou represente um fluxo de benefcios, presente ou futuro, inerente prestao de servios pblicos ou explorao econmica por entidades do setor pblico e suas obrigaes (NBC T 16.1). Gabarito: Certo.

    5. Uma ponte, estrada ou praa pblica, construdas com recursos pblicos, deve ser includa no ativo no circulante da entidade responsvel pela sua administrao e controle.

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    Antes da publicao da NBC T 16, os bens de uso comum do povo, como rios, estradas, pontes e praas, no eram objeto de registro pela CASP. A NBC T 16.10 mudou essa histria. Veja: Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos pblicos, ou aqueles eventualmente recebidos em doao, devem ser includos no ativo no circulante da entidade responsvel pela sua administrao ou controle, estejam, ou no, afetos a sua atividade operacional. A mensurao dos bens de uso comum ser efetuada, sempre que possvel, ao valor de aquisio ou ao valor de produo e construo. Hoje, se estes bens absorverem recursos pblicos ou forem recebidos em doao, devem ser includos no ativo no circulante da entidade responsvel pela sua administrao e controle. Gabarito: Certo. (CESPE/ANCINE 2012) De acordo com as normas brasileiras de contabilidade aplicadas ao setor pblico, julgue os prximos itens.

    6. Obras de arte, antiguidades e bens de interesse histrico devem ser depreciados anualmente.

    Questo extrada da NBC T 16 e vista na aula. No esto sujeitos ao regime de depreciao: (a) bens mveis de natureza cultural, tais como obras de artes, a