contabilidade geral e societária p/ concurso iss niterói

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Aula 00 Contabilidade Geral p/ ISS Niteroi Professores: Gabriel Rabelo, Luciano Rosa 00000000000 - DEMO

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  • Aula 00

    Contabilidade Geral p/ ISS Niteroi

    Professores: Gabriel Rabelo, Luciano Rosa

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  • Contabilidade Geral e Societria para ISS/Niteri - 2015 Teoria e exerccios comentados

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    SUMRIO

    APRESENTAO ............................................................................................................................. 2 O CURSO, EDITAL E PROVA ............................................................................................................. 3 ASPECTOS INICIAIS ....................................................................................................................... 7 CONCEITO DE CONTABILIDADE........................................................................................................ 7 OBJETO E CAMPO DE APLICAO DA CONTABILIDADE ........................................................................ 8 FINALIDADE DA CONTABILIDADE E USURIOS DAS DEMONSTRAES ................................................. 9 FUNES DA CONTABILIDADE ....................................................................................................... 10 PATRIMNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS (ATIVO, PASSIVO E PATRIMNIO LQUIDO) ................... 10 BENS .......................................................................................................................................... 11 DIREITOS .................................................................................................................................... 12 OBRIGAES ............................................................................................................................... 12 SITUAO LQUIDA E EQUAO FUNDAMENTAL DO PATRIMNIO ...................................................... 15 TIPOS DE SITUAO LQUIDA EXISTENTES ..................................................................................... 17 ATIVO MAIOR DO QUE PASSIVO. .................................................................................................... 18 ATIVO MENOR DO QUE PASSIVO. ................................................................................................... 18 ATIVO IGUAL AO PASSIVO ............................................................................................................. 19 ATIVO IGUAL A SITUAO LQUIDA................................................................................................ 20 ALGUMAS CONSEQUNCIAS LGICAS............................................................................................. 20 APURAO DE RESULTADOS.......................................................................................................... 20 CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO. ..................................................................................... 21 CONCEITO DE CONTA, CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO ...................................................... 21 CONTAS PATRIMONIAIS ................................................................................................................ 22 RESULTADO ................................................................................................................................. 22 FUNES E ESTRUTURA DAS CONTAS. ........................................................................................... 22 RAZONETE E CONTAS ................................................................................................................... 22 TEORIA DAS CONTAS .................................................................................................................... 24 TEORIA PERSONALISTA ................................................................................................................. 24 TEORIA MATERIALSTICA .............................................................................................................. 24 TEORIA PATRIMONIALISTA ............................................................................................................ 25 RESUMO TEORIA DAS CONTAS ...................................................................................................... 25 FATOS CONTBEIS E RESPECTIVAS VARIAES PATRIMONIAIS E PLANO DE CONTAS ......................... 25 ATOS E FATOS CONTBEIS E RESPECTIVAS VARIAES PATRIMONIAIS. ............................................ 25 TCNICAS CONTBEIS .................................................................................................................. 27 ESCRITURAO ............................................................................................................................ 27 ELABORAO DAS DEMONSTRAES CONTBEIS ............................................................................ 28 AUDITORIA .................................................................................................................................. 29 ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS .................................................................................. 30 DIFERENA ENTRE CAPITAL E PATRIMNIO..................................................................................... 30 SISTEMA DE CONTAS, PLANO DE CONTAS. ESCRITURAO: CONCEITO ............................................. 31 MTODOS DE ESCRITURAO; PARTIDAS DOBRADAS; LANAMENTO CONTBIL ROTINA, FRMULAS; PROCESSOS DE ESCRITURAO. ................................................................................................... 33

    AULA 00: PATRIMNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS: ATIVO, PASSIVO E SITUAO LQUIDA (OU PATRIMNIO LQUIDO). DIFERENCIAO ENTRE CAPITAL E PATRIMNIO. EQUAO FUNDAMENTAL DO PATRIMNIO. REPRESENTAO GRFICA DOS ESTADOS PATRIMONIAIS. FATOS CONTBEIS E RESPECTIVAS VARIAES PATRIMONIAIS. CONTAS: CONCEITO, DBITO, CRDITO E SALDO TEORIAS, FUNO E ESTRUTURA DAS CONTAS CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO. APURAO DE RESULTADOS. SISTEMAS DE CONTAS. PLANO DE CONTAS. ESCRITURAO: CONCEITO E MTODOS LANAMENTO CONTBIL: ROTINA E FRMULAS. ERROS DE ESCRITURAO E SUAS CORREES. SISTEMA DE PARTIDAS DOBRADAS. BALANCETE DE VERIFICAO.

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    CONTAS LANADAS A DBITO E A CRDITO .................................................................................... 33 ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UM LANAMENTO ................................................................................ 38 FRMULAS DO LANAMENTO ......................................................................................................... 39 1 FRMULA ................................................................................................................................ 39 2 FRMULA ................................................................................................................................ 39 3 FRMULA ................................................................................................................................ 40 4 FRMULA ................................................................................................................................ 40 TIPOS DE FATOS CONTBEIS ......................................................................................................... 40 FATO PERMUTATIVO OU QUALITATIVO ............................................................................................ 41 1) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO ATIVO ..................................................................................... 41 2) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO PASSIVO ................................................................................. 41 3) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO ATIVO E PASSIVO ..................................................................... 42 4) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO PATRIMNIO LQUIDO .............................................................. 42 FATO MODIFICATIVO OU QUANTITATIVO ........................................................................................ 42 1) MODIFICATIVO AUMENTATIVO ................................................................................................... 43 2) MODIFICATIVO DIMINUTIVO ...................................................................................................... 43 FATO MISTO ................................................................................................................................ 44 1) FATO MISTO AUMENTATIVO....................................................................................................... 44 2) FATO MISTO DIMINUTIVO ......................................................................................................... 44 INSUBSISTNCIAS X SUPERVENINCIAS......................................................................................... 44 RETIFICAO DE LANAMENTO CONTBIL ...................................................................................... 45 LIVROS CONTBEIS E FISCAIS ...................................................................................................... 46 LIVRO DIRIO .............................................................................................................................. 46 LIVRO RAZO .............................................................................................................................. 48 LIVRO CAIXA ............................................................................................................................... 48 LIVRO REGISTRO DE INVENTRIO E ENTRADA E SADA DE MERCADORIAS ......................................... 48 LIVROS OBRIGATRIOS PARA AS SOCIEDADES ANNIMAS .............................................................. 49 BALANCETE DE VERIFICAO ........................................................................................................ 49 QUESTES COMENTADAS .............................................................................................................. 51 QUESTES COMENTADAS NESTA AULA ........................................................................................... 78 GABARITO DAS QUESTES COMENTADAS NESTA AULA .................................................................... 86

    APRESENTAO

    Ateno! Curso ps-edital!

    Ol, meus amigos. Como esto?! com um imenso prazer que estamos aqui, no Estratgia Concursos, o mais novo e revolucionrio site de preparao para concursos pblicos, para ministrar para vocs a disciplina de Contabilidade Geral para o concurso de Fiscal de Tributos, integrante do quadro de pessoal da Prefeitura de Niteri. O Estratgia conta com os melhores professores do Brasil, no tenha dvidas. Certamente, estudando pelo material que ofereceremos aqui, em todas as disciplinas, voc no precisar de mais nada para ter uma preparao slida e focada para este certame. Antes de mais nada, permita que nos apresentemos: Meu nome Gabriel Rabelo, sou Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, tendo, tambm, dentre outros, exercido o cargo de Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado do Esprito Santo.

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    Sou professor colaborador de direito empresarial e contabilidade no stio do Estratgia. Ministro, tambm, contabilidade e direito empresarial em cursos presenciais preparatrios para concursos e, em videoaula, no Eu Vou Passar. Sou autor dos livros 1.001 Questes Comentadas de Direito Empresarial FCC e 1.001 Questes Comentadas de Direito Administrativo ESAF, este ltimo em coautoria com a professora Elaine Marsula, ambos publicados pela Editora Mtodo. Meu nome Luciano Rosa, sou Agente Fiscal de Rendas da Secretaria da Fazenda do Estado de So Paulo, aprovado no concurso de 2009. Anteriormente, trabalhei durante 10 anos na Assembleia Legislativa de So Paulo, aprovado em 1 lugar no concurso de 1999, ocupando os cargos de Agente Tcnico Legislativo Especializado rea de finanas, e, em comisso, durante 7 anos, o cargo de Diretor Tcnico Legislativo do Servio Tcnico de Programao Financeira. Sou professor de contabilidade para concursos. Autor de diversos cursos na rea de contabilidade. Sou formado em Administrao de Empresas pela Faculdade de Economia e Administrao FEA USP. Possuo 17 anos de experincia em empresas privadas, na rea de Controladoria, tendo ocupado os cargos de Assistente de Auditoria, Analista de Custo, Chefe da Contabilidade Financeira e Controller.

    Alm disso, lanamos juntos, pela Editora Mtodo, o livro Contabilidade Avanada Facilitada para Concursos Teoria e questes e mais de 200 questes comentadas. Este livro baseado nos Pronunciamentos Contbeis emanados do Comit de Pronunciamentos Contbeis e est disponvel para venda no site da editora e nas diversas livrarias.

    O CURSO, EDITAL E PROVA O edital foi publicado hoje, na data de 07 de outubro de 2015. Pelas condies de crise severa em que o pas se encontra, esta uma tima oportunidade para quem busca uma profisso segura, fora das oscilaes da vida privada. O trabalho de auditor uma profisso digna e honrosa, sendo que os diversos entes necessitam de pessoas dispostas a trabalhar e fazer do Brasil um pas melhor. A banca organizadora do concurso ser a Fundao Getlio Vargas, a nossa conhecida FGV.

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    As provas sero realizadas na data de 13 de dezembro de 2015, portanto, o tempo de preparao exguo. O concurso provavelmente ser para o provimento dos 30 cargos vagos na Secretaria Municipal de Fazenda. A remunerao inicial prevista de aproximadamente R$ 21.000,00. Isso mesmo, R$ 21.000,00. Trata-se de uma salrio magnfico, para morar em uma cidade excelente que Niteri.

    requisito para ingresso no cargo apresentar diploma, devidamente registrado, de concluso de curso de nvel superior, reconhecido pelo Ministrio da Educao. A diviso de disciplinas est prevista do seguinte modo.

    Contabilidade Geral est prevista dentro da prova de conhecimentos especficos, mas no sabemos ao certo a quantidade de questes que sero cobradas.

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    Na nossa disciplina, temos professores de grande gabarito e conhecimento no mercado. Inobstante, estudar pelos em PDF oferece algumas vantagens aos alunos e a maior delas, certamente, dado o prazo de praticamente dois meses para estudo, a objetividade do material, pois so direcionados para a banca. Por exemplo, matriculando-se neste curso, voc ter: - Curso completo com todo o edital do ISS Niteri. Com efeito, o candidato no precisar selecionar os assuntos a serem estudados e as questes a serem resolvidas. Trataremos de todos os temas aqui, com a profundidade e clareza necessrias. - Questes atualizadas, especialmente da Fundao Getlio Vargas, e outras bancas tradicionais, como a FCC, a ESAF e a Cesgranrio. Ateno: todas as ltimas questes da FGV que se encaixarem na ementa do edital estaro no curso! um compromisso nosso com vocs. - Acesso direto para perguntas atravs do frum de dvidas. - Curso atualizado com as ltimas modificaes contbeis existentes. Esta tambm uma grande vantagem dos PDFs. - Contedo objetivo, direto e explicado de maneira clara e compreensvel. - Apresentao de videoaulas para auxiliar a compreenso dos PDFs (Ateno: nem todos os tpicos do edital esto cobertos pelos vdeos. Estamos fazendo o possvel para gravar a maior quantidade de aulas). Portanto, ofereceremos aqui uma preparao completa. Nossa ementa a seguinte: Contabilidade Geral e Societria: Patrimnio: componentes patrimoniais: ativo, passivo e patrimnio lquido. Fatos contbeis e respectivas variaes patrimoniais. Contas patrimoniais e de resultado. Sistema de contas e plano de contas. Regime de competncia e regime de caixa. Mtodo das partidas dobradas. Apurao de resultados; critrios de controle de estoques (PEPS, UEPS e custo mdio ponderado). Legislao societria: Lei n 6.404/1976, com as alteraes das Leis n 11.638/2007 e n 11.941/2009, e legislao complementar. Pronunciamentos emitidos pelo CPC e aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) (at 31/08/2015). Estrutura conceitual para elaborao das demonstraes contbeis. Demonstraes contbeis obrigatrias, de acordo com o CPC 26 (R1): estrutura, caractersticas, elaborao, apresentao e contedo dos grupos e subgrupos; notas explicativas s demonstraes contbeis. Apresentao do balano patrimonial. Demonstrao do resultado. Demonstrao dos fluxos de caixa (mtodo direto e indireto). Demonstrao do valor adicionado. Demonstrao das mutaes do patrimnio lquido. Critrios de avaliao dos ativos e passivos. Ativo imobilizado e critrios de depreciao. Ativo intangvel. Anlise das demonstraes contbeis: anlise vertical, ndices de liquidez, quocientes de

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    estrutura, rentabilidade, lucratividade, prazos e ciclos. Consolidao de demonstraes contbeis. Destinao de resultado. Nossas aulas, por sua vez, sero assim divididas:

    AULA CONTEDO DATA

    Aula 0

    Patrimnio: componentes patrimoniais: ativo, passivo e patrimnio lquido. Fatos contbeis e respectivas variaes patrimoniais. Contas patrimoniais e de resultado. Sistema de contas e plano de contas. Mtodo das partidas dobradas. Apurao de resultados;

    Disponvel

    Aula 1 Lanamentos contbeis 11.10.2015

    Aula 2

    Demonstraes contbeis obrigatrias, de acordo com o CPC 26 (R1): estrutura, caractersticas, elaborao, apresentao e contedo dos grupos e subgrupos; Legislao societria: Lei n 6.404/1976, com as alteraes das Leis n 11.638/2007 e n 11.941/2009, e legislao complementar. Pronunciamentos emitidos pelo CPC e aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) (at 31/08/2015). Apresentao do balano patrimonial. Notas explicativas s demonstraes contbeis.

    16.10.2015

    Aula 3

    Demonstraes contbeis obrigatrias, de acordo com o CPC 26 (R1): estrutura, caractersticas, elaborao, apresentao e contedo dos grupos e subgrupos; Legislao societria: Lei n 6.404/1976, com as alteraes das Leis n 11.638/2007 e n 11.941/2009, e legislao complementar. Pronunciamentos emitidos pelo CPC e aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) (at 31/08/2015). Apresentao do balano patrimonial. Critrios de avaliao dos ativos e passivos.

    21.10.2015

    Aula 4 Ativo imobilizado e critrios de depreciao. 26.10.2015

    Aula 5 Escriturao de operaes tpicas. Critrios de controle de estoques (PEPS, UEPS e custo mdio ponderado).

    02.11.2015

    Aula 6 Regime de competncia e regime de caixa. Demonstrao do resultado.

    06.11.2015

    Aula 7 Demonstrao dos fluxos de caixa (mtodo direto e indireto). Demonstrao do valor adicionado. 10.11.2015

    Aula 8 Demonstrao das mutaes do patrimnio lquido. Destinao de resultado. 14.11.2015

    Aula 9 Estrutura conceitual para elaborao das demonstraes contbeis. Ativo intangvel.

    19.11.2015

    Aula 10 Pronunciamentos Contbeis para o ISS Niteri 24.11.2015 Aula 11 Pronunciamentos Contbeis para o ISS Niteri 29.11.2015

    Aula 12 Anlise das demonstraes contbeis: anlise vertical, ndices de liquidez, quocientes de estrutura, rentabilidade, lucratividade, prazos e ciclos. Consolidao de demonstraes contbeis.

    04.12.2015

    Aula Extra Princpios de contabilidade 08.10.2015

    Vamos aos estudos? Precisando, s chamar. Grande abrao. Gabriel Rabelo/Luciano Rosa.

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    TEMOS O DESTINO QUE MERECEMOS! O NOSSO DESTINO EST DE ACORDO COM OS NOSSOS MRITOS! (ALBERT EINSTEN) Ateno! Antes de comearmos importantssimo fazermos alguns esclarecimentos. Pessoal, a contabilidade a disciplina mais fcil do edital? No! Definitivamente, um dos maiores calos de grande parte dos concurseiros! Direito tributrio uma coisa que lemos e prontamente entendemos! Portugus muito bom resolver exerccios de regncia, pontuao, acentuao. Chega a ser divertido! Fazer operaes de matemtica financeira, juros compostos, descontos, uma coisa relativamente tranquila, que no vai fugir muito do que se v na aula. E isso vale para grande parte das disciplinas! A contabilidade assim? No! Mas por qu? Inicialmente, temos de saber que o amadurecimento nesta disciplina depende de pacincia, foco, persistncia. Uma vez que os tpicos se correlacionam, teremos de falar sobre coisas na aula 00 que somente sero vistas com profundidades mais adiante. E no tem como fugir disso. Ok? Ento, leiam com ateno, faam os exerccios, sigam em frente! Anotem as dvidas e mandem no frum de dvidas. Indubitavelmente, numa segunda leitura ou com o avanar do curso a matria ser mais aprazvel! Tudo bem? Confiem nas nossas orientaes! Estamos 100% disposio. Nosso compromisso com a aprovao de vocs. ASPECTOS INICIAIS A aula de hoje ser introdutria, trataremos de assuntos como conceito, objeto, finalidade da contabilidade, entre outros aspectos iniciais, e tambm essenciais para que vocs possam prosseguir na disciplina. CONCEITO DE CONTABILIDADE Antes de comearmos o estudo da contabilidade, temos de nos perguntar: o que vem a ser a cincia contbil? Pois bem. H uma definio formal, estatuda no Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado nos idos de 1924: Definio formal de contabilidade: Contabilidade a cincia que estuda a pratica as funes de orientao, de controle e de registro dos atos e fatos de uma administrao econmica (1 Congresso Brasileiro de Contabilidade/1924). A contabilidade uma cincia! Cuidado com questes que a definem como tcnica, metodologia, e at mesmo arte! A ESAF, por exemplo, j cobrou isso em prova, da seguinte forma:

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    Como foi cobrado em certames anteriores: (ESAF/Tcnico do Tesouro Nacional/RFB/1992) O Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado na cidade do Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924, formulou um conceito oficial de CONTABILIDADE. Assinale a opo que indica esse conceito oficial. a) Contabilidade a cincia que estuda o patrimnio do ponto de vista econmico e financeiro, observando seus aspectos quantitativo e especfico e as variaes por ele sofridas. b) Contabilidade a cincia que estuda e pratica as funes de orientao, de controle e de registro relativas administrao econmica. c) Contabilidade a metodologia especial concebida para captar, registrar, reunir e interpretar os fenmenos que afetam as situaes patrimoniais, financeiras e econmicas de qualquer ente. d) Contabilidade a arte de registrar todas as transaes de uma companhia que possam ser expressas em termos monetrios e de informar os reflexos dessas transaes na situao econmico-financeira dessa companhia. e) Contabilidade a cincia que estuda e controla o patrimnio das entidades, mediante registro, demonstrao expositiva, confirmao, anlise e interpretao dos fatos nele ocorridos. Comentrios De plano poderamos eliminar as assertivas C e D, pois trazem ao candidato a noo de que a contabilidade uma metodologia especial e uma arte, o que j afirmamos ser errneo. Ficaramos com as alternativas A, B e E. Das assertivas restantes, todas poderiam atender razoavelmente ao conceito de contabilidade. Todavia, a banca queria aquela que atendesse ao exato conceito que foi proposto pelo 1 Congresso Brasileiro, que corresponde assertiva B, nosso gabarito. Gabarito B. OBJETO E CAMPO DE APLICAO DA CONTABILIDADE Como cincia que , a contabilidade possui um objeto. Esse objeto o patrimnio das entidades. O patrimnio o conjunto de bens, direitos e obrigaes de uma entidade. A contabilidade se aplica s aziendas. Por azienda devemos entender o patrimnio de uma pessoa que gerido de maneira organizada. A contabilidade se aplica a entidades, que tenham fins lucrativos (empresrios), quer no (Unio, Estados, associaes, por exemplo).

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    A doutrina costuma classificar a azienda, quanto ao fim a que se destina, em trs tipos, a saber: 1) azienda econmica: Como, por exemplo, as empresas. Objetivo de lucro. 2) aziendas econmico-sociais: So exemplo as associaes, cuja sobra lquida destinado a outros fins que no a remunerao do capital empregado. Por exemplo, a associao de moradores da Barra da Tijuca reverte o dinheiro que obteve ao trmino do exerccio com a limpeza e o cultivo de rvores na regio. 3) aziendas sociais: No possui escopo lucrativo, tal como a Unio, Estados, Municpios. FINALIDADE DA CONTABILIDADE E USURIOS DAS DEMONSTRAES Ainda, h que se ressaltar a finalidade precpua da cincia contbil, que prover os seus diversos usurios de informaes sobre a situao patrimonial e financeira da entidade. Faz-se essencial a investidores, credores, fornecedores, governo e at mesmo aos prprios administradores da entidade que tenham a plena convico de como anda a sade da empresa gerenciada. As demonstraes contbeis so preparadas e apresentadas para usurios externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, rgos reguladores ou autoridades fiscais, por exemplo, podem especificamente determinar exigncias para atender a seus prprios fins. Todavia, as exigncias especficas de cada ente no devem afetar a elaborao das demonstraes contbeis segundo os princpios gerais da contabilidade. Assim, um exemplo clssico o clculo do lucro real, para contribuintes sujeitos a este tipo de apurao, pela Receita Federal do Brasil. As diversas entidades no devero, por exemplo, modificar as demonstraes contbeis para que seja encontrado tal valor, mas, sim, escriturar outro livro fiscal, o Livro de Apurao do Lucro Real (LALUR). Destarte, reprise-se que as demonstraes contbeis devem fornecer informaes que sejam teis na tomada de decises e avaliaes por parte dos usurios em geral, no tendo o propsito de atender finalidade ou necessidade especfica de determinados grupos de usurios. Os usurios das demonstraes contbeis podem ser externos ou internos, conforme tenham ou no ligao com a entidade que reporta essas informaes. Vejamos: - Investidores. Necessitam de informaes para ajud-los a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas tambm esto interessados em informaes que os habilitem a avaliar se a entidade tem capacidade de pagar dividendos.

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    - Empregados. Os empregados e seus representantes esto interessados em informaes sobre a estabilidade e a lucratividade de seus empregadores. Tambm se interessam por informaes que lhes permitam avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua remunerao, seus benefcios de aposentadoria e suas oportunidades de emprego. - Credores por emprstimos. Estes esto interessados em informaes que lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus emprstimos e os correspondentes juros no vencimento. - Fornecedores. Os fornecedores e outros credores esto interessados em informaes que lhes permitam avaliar se as importncias que lhes so devidas sero pagas nos respectivos vencimentos. - Clientes. Os clientes tm interesse em informaes sobre a continuidade operacional da entidade, especialmente quando tm um relacionamento a longo-prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante. - Governo e suas agncias. Os governos e suas agncias esto interessados na destinao de recursos e, portanto, nas atividades das entidades. Necessitam tambm de informaes a fim de regulamentar as atividades das entidades, estabelecer polticas fiscais e servir de base para determinar a renda nacional e estatsticas semelhantes. - Pblico. As entidades afetam o pblico de diversas maneiras. Elas podem, por exemplo, fazer contribuio substancial economia local de vrios modos, inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. As demonstraes contbeis podem ajudar o pblico fornecendo informaes sobre a evoluo do desempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes. FUNES DA CONTABILIDADE A contabilidade tem em sua essncia, basicamente, duas funes: a) funo administrativa: como funo administrativa, a contabilidade ajude no controle do patrimnio. A saber, por exemplo, quanto temos de mercadoria em estoque, quanto temos de pagar de tributos, qual o valor que temos a pagar de salrios, qual o montante que temo em caixa, no banco. b) funo econmica: a funo econmica da contabilidade est atrelada apurao do lucro ou prejuzo do exerccio. Tal apurao feita em uma demonstrao especfica, chamada demonstrao do resultado do exerccio, por meio do cotejo entre as receitas e despesas. Quando as receitas suplantam as despesas, temos lucro. Caso contrrio, prejuzo.

    PATRIMNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS (ATIVO, PASSIVO E PATRIMNIO LQUIDO) Patrimnio o conjunto de bens, direitos e obrigaes de uma entidade. A partir deste momento, chamaremos o conjunto de bens e direito de ativo. Por seu turno, as obrigaes sero chamadas de passivo.

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    Gravem: Ativo: bens e direitos Passivo: obrigaes Vamos fazer uma breve comparao entre ativo, passivo, receita e despesa, antes que faamos uma anlise de cada um destes itens patrimoniais... - Ativos so os bens e direitos da empresa. Assim, quando a empresa compra uma mquina para ser usada na produo, est comprando um Ativo. - Receita decorre de ganhar dinheiro. Quando a empresa usa a mquina que uma ativo para produzir produtos e vende esses produtos, est ganhando receita. - Passivos so as obrigaes da empresa. Aquilo que ela tem que pagar. Digamos que uma empresa compre uma mquina para usar na produo e ir pagar em 12 prestaes mensais. A mquina (j vimos) um ativo. A dvida com o fornecedor (as 12 prestaes que a empresa tem que pagar) um Passivo. - Despesas so os gastos que a empresa incorre para conseguir ganhar as receitas. Assim, temos: despesas de salrios (pagamento aos funcionrios), despesa de administrao, despesa de aluguel, etc. Essas explicaes ficaro mais claras ao longo do curso. BENS Segundo a definio doutrinria, bem jurdico tudo aquilo que pode ser objeto de direito. Alguns vo ainda mais longe e definem os bens como tudo aquilo que pode proporcionar ao homem qualquer satisfao. Levando em conta esta definio extrada da 7 edio do dicionrio jurdico de Deocleciano Torrieri, podemos concluir que a sade um bem, pois proporciona ao homem certa satisfao. A amizade tambm o . Todavia, contabilmente, interessaremo-nos, na nossa disciplina, somente naqueles bens que possam ser avaliados em termos monetrios. Os bens hoje, basicamente, podem ser divididos em bens corpreos e incorpreos (os chamados ativos intangveis). Como exemplo de bens tangveis temos: caixa, terrenos, estoques, veculos. Como exemplo de bens intangveis tem: software, patentes, propriedade intelectual. Portanto, a partir deste momento, sempre que falarmos em bens, temos de lembrar que eles integram o grupo do ativo. Guardem esta regra.

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    DIREITOS Os direitos so aquelas quantias que nossa entidade tem a receber ou a recuperar em negcios jurdicos celebrados com terceiros, tal como uma venda a prazo realizada, um adiantamento feito a um fornecedor, um cheque que tenho a receber. Os direitos tambm integram o grupo que estamos chamando de ativo. OBRIGAES Grosso modo, so valores que a minha empresa deve a terceiros, tais como impostos a pagar, salrios a pagar, financiamentos a pagar, emprstimos a pagar. As obrigaes, por seu turno, compem o grupo que chamamos de passivo. E como as bancas cobram isso?! Para montar as demonstraes contbeis existentes (e que caem em concurso), tais como balano patrimonial e demonstrao do resultado do exerccio, o candidato deve saber discernir o grupo ou demonstrao a que aquela conta pertence. Se, por exemplo, a conta caixa, que um bem, um ativo, for classificada erroneamente como uma obrigao, isto poder comprometer a resoluo de toda a questo. E para no errar isso na prova, somente treinando muito, com as questes que deixaremos ao trmino da aula. Nada obstante a explicao posta acima, existe uma definio formal do que vem a ser ativo, passivo e patrimnio lquido. E, uma vez que o edital para expresso ao exigir as normas emanadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, no nos surpreenderia fossem essas definies cobradas no concurso vindouro, posto que uma novidade (j nem tanto) estatuda no CPC 00 Estrutura conceitual bsica da contabilidade. Apenas um adendo. Voc sabe o que o Comit de Pronunciamentos Contbeis? Criado pela Resoluo CFC 1.055/2005, o CPC tem como objetivo o estudo, o preparo e a emisso de Pronunciamentos Tcnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgao de informaes dessa natureza, para permitir a emisso de normas pela entidade reguladora brasileira, visando centralizao e uniformizao do seu processo de produo, levando sempre em conta a convergncia da contabilidade brasileira aos padres internacionais. Os pronunciamentos passaram a ser obrigatrios, para as empresas, a partir de 2010. Ou seja, os balanos fechados em 31.12.2010 foram os primeiros elaborados conforme os padres internacionais.

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    Os pronunciamentos surgiram principalmente pelos seguintes motivos: 1. Convergncia internacional das normas contbeis. Esta convergncia tem o fito de prover a reduo de custo de elaborao de relatrios contbeis, reduo de riscos e custo nas anlises e decises, reduo de custo de capital. Temos o exemplo prtico de uma empresa europeia, que apresentava lucro de mais de U$ 370 milhes, e, desejando entrar no mercado norte-americano, teve de se adaptar s normas nesse pas vigentes. Para a surpresa da empresa, a converso das demonstraes levou a um prejuzo da ordem de U$ 1 bilho. A padronizao das normas internacionais reduz esse efeito; 2. Centralizao na emisso de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem); 3. Representao e processo democrticos na produo dessas informaes (produtores da informao contbil, auditor, usurio, intermedirio, academia, governo). Voltando. O CPC 00 Pronunciamento Conceitual Bsico da contabilidade traz as definies formais para ativo, passivo e patrimnio lquido. Conceito de ativo CPC 00: Ativo um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefcios econmicos para a entidade. Vamos analisar: 1) Recurso controlado pela entidade: o controle, e no a propriedade jurdica, determinante para a definio do ativo. Em regra, so registrados no ativo os bens de propriedade da empresa. Todavia, como isso uma regra existem excees, tais como, o arrendamento financeiro, no qual os bens pertencem ao arrendador, mas que ficam sob controle do arrendatrio, devem ser contabilizados como ativo.

    2) Como resultado de eventos passados: O ativo resultado de algo que j ocorreu. Ou seja, a inteno de comprar estoques, ou de vender estoques com lucro, no atende definio de ativo. Todavia, a mercadoria que j foi recebida resultado de um evento passado, qual seja, a compra.

    3) E do qual se espera que resultem futuros benefcios econmicos para a entidade: Essa a parte mais importante para caracterizar um item como ativo. No basta controlar ou construir um bem. No basta j ter efetuado alguma ao passada, como a compra de um equipamento. Para caracterizar um ativo, necessrio que o bem resulte em futuros benefcios econmicos para a empresa.

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    O teste de recuperabilidade (figura to cobrada em prova, a ser estudada adiante) destina-se a comprovar que os ativos iro gerar benefcios futuros (pelo uso ou pela venda) em valor superior ao seu registro contbil. Do contrrio, ajusta-se o valor do ativo. Exemplo: vamos considerar um ativo contabilizado pelo valor de R$ 100.000,00. Se a entidade continuar utilizando este ativo, gerar receitas no montante de R$ 90.000,00 (valor em uso). Todavia, decidindo vende-lo, obter um valor lquido pela venda deste ativo de R$ 80.000,00. Neste caso, como o maior benefcio futuro que se pode obter com este ativo monta a R$ 90.000,00, devemos fazer um ajuste. O valor do ativo dever ser ajustado para constar na contabilidade pelo valor apurado (R$ 90.000,00).

    D Despesa com teste de recuperabilidade 10.000 C Teste de recuperabilidade (retificadora Ativo) 10.000 Em sntese, este o chamado teste de recuperabilidade, previsto no artigo 183, 3 da Lei das Sociedades por Aes, assunto constante em quase que todas as provas atuais de contabilidade. O passivo costuma ser definido como as obrigaes da empresa para com terceiros. O pronunciamento CPC 00 fornece a seguinte definio: Conceito de passivo CPC 00: Passivo uma obrigao presente da entidade, derivada de eventos j ocorridos, cuja liquidao se espera que resulte em sada de recursos capazes de gerar benefcios econmicos. 1) Obrigao presente da entidade: gastos previstos e/ou esperados no constituem passivos. Por exemplo, se uma empresa de aviao tem a previso de trocar os motores de uma aeronave dentro de 2 anos, ao custo de R$ 200.000,00, isto no constitui um passivo, pois no obrigao presente. Dentro de dois anos, a empresa pode vender o avio e no realizar a troca dos motores. 2) Derivada de eventos j ocorridos: eventos futuros no constituem passivo. Ainda que o pagamento de uma obrigao seja feito em data posterior, o evento que origina o passivo j deve ter ocorrido. Por exemplo, a compra a prazo de uma mercadoria j entregue configura evento j ocorrido. 3) Cuja liquidao se espera que resulte em sada de recursos capazes de gerar benefcios econmicos: O passivo dever ser liquidado com recursos capazes de gerar benefcios econmicos.

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    Lembra-se da definio de ativo? Pois , os recursos capazes de gerar benefcios econmicos so os ativos da empresa. Assim, o passivo ser liquidado atravs da entrega de ativos (dinheiro, duplicatas a receber, outros bens ou mercadorias, entre outros). A maneira mais comum atravs do pagamento do passivo em dinheiro. Mas tambm pode ocorrer a liquidao de um passivo com a entrega de mercadoria, ou de qualquer outro ativo. Assim, um passivo deve ser liquidado com um ativo, uma dvida com fornecedores (passivo) ser quitada com a sada de dinheiro do caixa (diminuindo o meu ativo). O Patrimnio Lquido normalmente caracterizado como o dinheiro dos scios aplicado na empresa. Para o pronunciamento CPC 00, Definio de patrimnio lquido CPC 00 Patrimnio Lquido o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

    SITUAO LQUIDA E EQUAO FUNDAMENTAL DO PATRIMNIO J sabemos o que um ativo (bens e direitos) e o que um passivo (obrigaes). Agora, vejamos o seguinte exemplo... A empresa KLS tem as seguintes contas registradas em sua contabilidade: Caixa 100,00 Duplicatas a receber 200,00 Estoques 50,00 Fornecedores 60,00. Emprstimos a pagar 40,00. Classificando, temos nesta situao o seguinte: Bens: caixa e estoques = 100 + 50. Direitos: duplicatas a receber = 200. Obrigaes = fornecedores + emprstimos a pagar = 60 + 40 = 100. A partir de agora, toda vez que falarmos em ativo e passivo, graficamente vocs iro esquematizar do seguinte modo:

    ATIVO PASSIVO Bens

    Obrigaes Direitos

    No nosso exemplo, portanto, teremos:

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    ATIVO PASSIVO

    Caixa = 100 Fornecedores = 60,00 Estoques = 50

    Emprstimos a pagar = 40,00 Dupl. a receber = 200

    O ativo representa os bens e direitos que esto aplicados nas atividades empresariais, o passivo representa o capital que devemos a terceiros, os capitais de terceiros que esto empregados na nossa atividade. Por isso, contabilmente, diz-se que o ativo representa a aplicao de recursos na entidade. J o passivo representa uma origem. Estes recursos que os terceiros empregam nas atividades da empresa so chamados de capital de terceiros (gravem este nome, pois cai corriqueiramente em concursos). Pois bem. Mas, imaginem conosco. Quando o scio vai constituir as atividades empresariais ele emprega somente capitais de terceiros ou tambm entrega capitais prprios (pertencentes a ele - scio) s atividades. Ora, entrega capital prprio. Na contabilidade, este capital prprio chamado de situao lquida. No exemplo que demos, temos o seguinte:

    ATIVO PASSIVO Caixa = 100 Fornecedores = 60,00 Estoques = 50

    Emprstimos a pagar = 40,00 Dupl. a receber = 200 Total = 350 Total = 100

    Vejam que no ativo temos um total de R$ 350,00, enquanto que no passivo tem apenas R$ 100,00. O que podemos inferir? Os R$ 250,00 faltantes representam a chamada situao lquida ou patrimnio lquido (capital prprio) da empresa. Portanto, fica assim:

    ATIVO PASSIVO Caixa = 100 Fornecedores = 60,00 Estoques = 50

    Emprstimos a pagar = 40,00 Dupl. a receber = 200

    Total = 350 Situao Lquida = 250 Total = 350

    E como fizemos para achar o valor da situao lquida?! Ainda que sem perceber, utilizamo-nos de uma equao algbrica bsica: a equao fundamental bsica da contabilidade.

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    EQUAO FUND. DA CONTAB. ATIVO = PASSIVO + SITUAO LQUIDA Portanto, amigos. Fica assim. O quadro que estamos montando para demonstrar o ativo e passivo passar agora a ser chamado de balano patrimonial, sendo esta a nossa principal demonstrao contbil. O lado esquerdo do balano patrimonial sempre deve ser igual ao lado direito. Esta uma regra que, numa escrita contbil regular, no comporta exceo. O ativo representa tudo aquilo que est sendo empregado nas atividades da entidade. Assim, se temos um veculo de R$ 10.000,00, dinheiro no valor de R$ 50.000,00 e investimentos em outra companhia no valor de R$ 20.000,00, nosso ativo de R$ 80.000,00. Este o capital total aplicado nas atividades. Este valor possui uma origem. E que origem esta?! Essa origem pode ser tanto de capital prprio, empregado pelos scios, como de terceiros, quando a empresa obtm, por exemplo, por um financiamento. Dizemos, assim, que o lado do ativo o lado da aplicao de recursos. J o lado do passivo e do PL o lado da origem de recursos.

    BALANO PATRIMONIAL LADO ESQUERDO LADO DIREITO ATIVO PASSIVO

    APLICAO DE RECURSOS PATRIMNIO LQUIDO ORIGEM DE RECURSOS

    TIPOS DE SITUAO LQUIDA EXISTENTES A situao lquida representa o quanto os scios empregam de patrimnio sociedade, com recursos prprios. Todavia, praxe que a expresso situao lquida seja entendida tambm como patrimnio lquido (embora o patrimnio lquido seja uma das espcies do gnero situao lquida). Mas, para ns, se a questo disser situao lquida ou patrimnio lquido, trataremos de maneira igual: vamos achar o capita prprio! Vejamos os tipos de situaes lquidas patrimoniais existentes.

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    ATIVO MAIOR DO QUE PASSIVO.

    BALANO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

    Bens 1.000 Obrigaes 500 Direitos 1.000 SL ? TOTAL 2.000 TOTAL 2.000

    H que se observar que o ativo maior do que o passivo exigvel por terceiros (isto , obrigaes). Como os bens e direitos no so iguais s obrigaes, devemos achar a situao atravs da equao bsica da contabilidade. Situao lquida = Ativo Passivo = 2.000 500 = 1.500. Essa uma situao confortvel para a empresa. Dissemos que as origens do capital podem ser de terceiros (obrigaes) ou prprias (patrimnio lquido ou situao lquida). Neste exemplo temos 75% de capital prprio (1.500/2000), o que pode representar uma boa administrao da empresa. Neste tipo de situao, temos: Ativo > Passivo exigvel Situao lquida > 0 ATIVO MENOR DO QUE PASSIVO.

    BALANO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

    Bens 1.000 Obrigaes 2.500 Direitos 1.000 SL ? TOTAL 2.000 TOTAL 2.000

    Esta a situao lquida em que se deve mais do que se tem. Imagine uma empresa que tenha to-somente R$ 1.000 em caixa e um carro velho avaliado em R$ 1.000, mas deve R$ 2.500 a um fornecedor. Esta a chamada situao lquida negativa, pois os elementos negativos superam os elementos positivos do balano. Essa parte do Passivo para o qual no temos recursos suficientes para pagar denominada passivo a descoberto. Este conceito explorado pelas bancas de forma mais conceitual. Vejam como o CESPE o fez:

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    (Assistente de Saneamento/Tcnico Contbil/Embasa/2009/Cespe) Quando o valor do passivo maior que o do ativo, ocorre a situao de passivo a descoberto. O item transcreve exatamente o que dissemos aqui! Essa questo recorrente em concursos. Gravem! Passivo a descoberto ocorre quando o passivo exigvel maior que o ativo. Nesse caso, temos o que alguns autores chamam de patrimnio lquido negativo, mas o nome tecnicamente mais correto passivo a descoberto. O Passivo no fica com valores negativos, o PL que fica. Assim: Ativo 10.000 Passivo 12.000 Patrimnio Lquido Capital social 3.000 Prejuzos acumulados (5.000) Total do PL - 2000 Lembrando que Ativo = Passivo + PL. Ativo 10.000 = Passivo 12.000 + PL (- 2.000 = o PL negativo). Neste tipo de situao, temos: Ativo < Passivo Patrimnio Lquido < 0 ATIVO IGUAL AO PASSIVO Nesta situao o ativo igual ao passivo exigvel, no havendo que se falar em resduo para os proprietrios no caso de dissoluo da empresa, isto , no existe capital prprio. O total dos bens e direitos igual aos valores das obrigaes dos proprietrios.

    BALANO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

    Bens 1.000 Obrigaes 2.000 Direitos 1.000 SL ??? TOTAL 2.000 TOTAL 2.000

    A situao lquida neste caso nula.

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    ATIVO IGUAL A SITUAO LQUIDA Este o caso tpico da constituio da sociedade. Quando um scio emprega R$ 100,00 de capital nas atividades (e este o nico fato contbil existente), teremos:

    BALANO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

    Bens 100 PL 100 TOTAL 100 TOTAL 100

    Esta a situao tpica da constituio da empresa. O ativo igual ao patrimnio lquido. Pode ser o caso tambm de uma entidade que somente trabalhe com recursos prprios e no queria captar capitais de terceiros. No h qualquer dvida quando se est diante desta situao. ALGUMAS CONSEQUNCIAS LGICAS De tudo o que expusemos at o momento, podemos tomar algumas concluses. So elas: O ativo pode ser maior ou igual a zero. O ativo no poder, jamais, ser negativo. No podemos ter, por exemplo, um veculo que valha R$ - 100,00, ou caixa no montante de R$ - 30,00. O mesmo vale para o passivo, que pode ser maior ou igual a zero, mas no negativo. No h possibilidade de ter obrigao de R$ - 1.000,00 com terceiros. O patrimnio lquido (situao lquida), por seu turno, pode ser positivo, negativo ou nulo. APURAO DE RESULTADOS. O patrimnio lquido da entidade pode variar. Mas variar como? Imaginemos que os scios A e B tenham entregues cada um o montante de R$ 100.000,00 para constituio de uma sociedade. Esta sociedade regularmente inscrita. A partir deste momento tudo o que ela ganhar ou perder, como resultado de suas operaes, dever ser computado para a sociedade, devido ao que chamamos de princpio contbil da entidade. Portanto, esta sociedade tem um capital social (dinheiro que os scios injetam na empresa) de R$ 200.000,00. Na contabilidade, o lado do passivo e do patrimnio lquido onde os valores que so aplicados no ativo tm origem.

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    Assim, praxe chamarmos os valores provenientes do passivo e do patrimnio lquido de origem, enquanto que tambm escorreito nominarmos aqueles valores do ativo como um todo de aplicao de recursos. Com efeito, imagine-se que esta sociedade tenha gerado receitas que lhe deram um lucro de R$ 50.000,00 recebido totalmente em dinheiro. Ora, este valor no poder ir diretamente para o bolso dos scios. Por que no? Pois, a partir da constituio da sociedade, h uma clara distino do patrimnio da sociedade do patrimnio dos scios. Ento analisemos. Este dinheiro, R$ 50.000,00 de lucro, foi recebido em dinheiro, certo? Onde ele se encontrar? No ativo da empresa, na conta caixa ou bancos, provavelmente. Mas para existir essa aplicao no ativo, no certo que devemos ter tambm uma origem? claro! Esses R$ 50.000,00 so valores que os scios conseguiram agregar, adicionar, ao montante inicial investido. Portanto, vocs acreditam que eles representam origem de capital prpria ou de terceiros? Prpria, exatamente. Portanto, os valores de lucros ou prejuzos acumulados que a entidade obtm no decorrer de suas operaes devem figurar no patrimnio lquido. A apurao do lucro da entidade feita em uma demonstrao parte, chamada demonstrao do resultado do exerccio. L, fazemos o cotejo entre receitas e despesas. Sobrepondo-se as receitas s despesas, temos lucro. Ao revs, prejuzo. Esse resultado transferido para o patrimnio lquido (capital prprio), fazendo com que ele varie. Esse assunto ser estudado com mais profundidade quando estudarmos o grupo do patrimnio lquido e a demonstrao do resultado do exerccio. Por ora, basta que voc saiba isto: o patrimnio lquido varia conforme o lucro ou prejuzo do exerccio seja transferido da demonstrao do resultado do exerccio para o balano patrimonial. CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO.

    CONCEITO DE CONTA, CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO Na contabilidade, conta o nome dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos e obrigaes) e de resultado (despesas e receitas). De agora em diante, quando falarmos em caixa de uma empresa, falaremos em conta caixa. Quando falarmos em bancos, entenda-se conta bancos. Os registros contbeis so feitos atravs das contas. Todos os acontecimentos que ocorrem na empresa, como compra, venda, pagamento, recebimento, so registrados por meio de contas.

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    As contas podem ser de dois tipos: patrimoniais e de resultado. CONTAS PATRIMONIAIS As patrimoniais so as que representam os bens, direitos, obrigaes e o patrimnio lquido da empresa. Por exemplo, conta caixa, conta bancos movimento, conta capital social, conta estoques de produtos acabados, conta reserva de gio na emisso de aes. RESULTADO As contas de resultado so as receitas e despesas. Elas no esto no balano patrimonial e servem para saber se a empresa apresentou lucro ou prejuzo. Aparecem na demonstrao do resultado do exerccio. Por exemplo, receita de vendas, custo das mercadorias vendidas, ICMS sobre vendas, despesas operacionais. Grave-se: Contas patrimoniais Ativo, passivo e patrimnio lquido Contas de resultado Receitas e despesas FUNES E ESTRUTURA DAS CONTAS. RAZONETE E CONTAS As contas, a partir de agora, sero apresentadas no chamado razonete. Como funciona? A ttulo de exemplo, mostremos o razonete da conta caixa:

    Caixa Lado do dbito Lado do crdito

    Saldo devedor Saldo credor Funcionar assim para todas as contas, sejam elas patrimoniais ou de resultado: sempre que desejarmos fazer lanamentos contbeis, devemos abrir um razonete.

    Fornecedores

    Bancos Conta Movimento Lado do dbito Lado do crdito

    Lado do dbito Lado do crdito

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    Saldo devedor Saldo credor

    Saldo devedor Saldo credor A conta tem por finalidade representar cada um dos itens contbeis, quer patrimoniais, quer de resultado. Embora, para ns, as contas sejam representadas da forma como expusemos acima, formalmente, elas so assim apresentadas no livro razo:

    Razo Analtico (Exemplo)

    KLS Comrcio LTDA Data: CNPJ: 00.000.000/0001-00 Perodo: Conta: Bancos Conta Movimento - XXXX S/A

    Data Histrico da Operao Dbito Crdito Saldo 01.01.2008 Saldo Inicial 1.000,00 D 02.01.2008 Depsito 500,00 1.500,00 D 02.01.2008 Cheque n 050070 200,00 1.300,00 D

    Totais 500,00 200,00 1.300,00 D So elementos essenciais das contas: - Nome da conta; - Valor debitado; - Valor creditado; - Saldo devedor ou credor; - Histrico do lanamento; - Data do lanamento. Algumas contas aumentam por meio de dbito (contas de natureza devedora), outras por meio de crdito (contas de natureza credora). - Contas de natureza devedora: contas de ativo (bens e direitos), contas de despesa, - Contas de natureza credora: contas do passivo (obrigaes), contas do patrimnio lquido, contas de receita. Assim, por exemplo, considere os seguintes lanamentos na conta caixa: Primeiro temos de analisar: a que grupo pertence a conta caixa? Ao ativo, logo, uma conta de natureza devedora (aumenta a dbito), e, conseqentemente, diminui a crdito. - Recebimento de R$ 100,00 em espcie, pela integralizao de capital social. - Sada de R$ 50,00 para aquisio de mercadorias; - Entrada de R$ 30,00 pela venda de mercadorias. Ficaria assim:

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    Caixa

    100,00 50,00 30,00

    80,00

    Alm disso, as contas podem ser vistas por dois aspectos: qualitativos e quantitativos. Segundo o aspecto qualitativo, devemos olhar para o que a conta representa. Por exemplo, a conta caixa, em seu aspecto qualitativo, representa os numerrios que temos guardados. J pelo aspecto quantitativo representa o quanto temos guardado. TEORIA DAS CONTAS As principais teorias das contas exploradas pelas bancas examinadoras so as seguintes: 1) Teoria personalista; 2) Teoria materialstica; e 3) Teoria patrimonialista. TEORIA PERSONALISTA Segundo a teoria personalista, as contas so fictamente como pessoas. Temos trs tipos de pessoas: proprietrios, correspondentes e agentes consignatrios. Representa a contabilidade sob uma viso mais jurdica. A) Proprietrios: Os proprietrios so os responsveis pelas contas do patrimnio lquido e pelas receitas e despesas da sociedade. Portanto, so contas dos proprietrios: capital social, receita de vendas, custo da mercadoria vendida, ICMS sobre vendas, devolues de vendas, receitas financeiras, reserva legal. B) Correspondentes: So as pessoas que representam as contas de direitos (logo, ativo) e obrigaes (logo, passivo). So as pessoas com quem a entidade mantm esse tipo de relao jurdica, tal como clientes e fornecedores. C) Consignatrios: So as pessoas a quem a entidade confia a guarda bens (ativo). Por exemplo, caixa, veculos, terrenos. TEORIA MATERIALSTICA Esta uma viso mais econmica do que vem a ser a conta. Para esta teoria, as contas no so pessoas, mas, to-somente, entradas e sadas de valores.

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    As contas so divididas em apenas dois grupos: A) Contas integrais: Representam o ativo e passivo exigvel (obrigaes); B) Contas diferenciais: Representam o patrimnio lquido, receitas e despesas. TEORIA PATRIMONIALISTA Pela teoria patrimonialista, que a utilizada na contabilidade hodierna, as contas podem ser divididas em dois grandes grupos, a saber: A) Contas patrimoniais: Representam as contas de ativo, passivo e patrimnio lquido. B) Contas de resultado: Representam as receitas e despesas. RESUMO TEORIA DAS CONTAS

    Um rpido resumo sobre isso: Teoria Personalista: - Agentes consignatrios (bens) - Agentes correspondentes (direitos e obrigaes) - Proprietrios (receitas, despesas e Patrimnio lquido) Teoria Materialista: - Integrais (bens, direitos e obrigaes) - Diferenciais (receitas, despesas e Patrimnio lquido) Teoria Patrimonialista: - Patrimoniais (bens, direitos, obrigaes e Patrimnio Lquido) - Resultado (receitas e despesas) FATOS CONTBEIS E RESPECTIVAS VARIAES PATRIMONIAIS E PLANO DE CONTAS ATOS E FATOS CONTBEIS E RESPECTIVAS VARIAES PATRIMONIAIS. O patrimnio societrio sofre constante movimento, haja vista que sofrem atos de gesto contnua. Esses acontecimentos podem ser divididos basicamente em dois grandes grupos: A) Atos contbeis. B) Fatos contbeis. Os atos contbeis so acontecimentos que ocorrem na entidade e no provocam alteraes do patrimnio, tais como admisso de empregados,

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    assinatura de um contrato de compra, venda, o aval de um ttulo de crdito, uma fiana prestada em favor de terceiros. Os atos relevantes que faam parte das atividades da empresa devem ser apresentados em notas explicativas, como ordena a Lei 6.404/76: Art. 176. (...) 4 As demonstraes sero complementadas por notas explicativas e outros quadros analticos ou demonstraes contbeis necessrios para esclarecimento da situao patrimonial e dos resultados do exerccio. Art. 176. (...) 5o As notas explicativas devem: (Redao dada pela Lei n 11.941, de 2009) I apresentar informaes sobre a base de preparao das demonstraes financeiras e das prticas contbeis especficas selecionadas e aplicadas para negcios e eventos significativos; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) II divulgar as informaes exigidas pelas prticas contbeis adotadas no Brasil que no estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstraes financeiras; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) III fornecer informaes adicionais no indicadas nas prprias demonstraes financeiras e consideradas necessrias para uma apresentao adequada; e (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) IV indicar: (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) a) os principais critrios de avaliao dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos clculos de depreciao, amortizao e exausto, de constituio de provises para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas provveis na realizao de elementos do ativo; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, pargrafo nico); (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliaes (art. 182, 3o ); (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) d) os nus reais constitudos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigaes a longo prazo; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) f) o nmero, espcies e classes das aes do capital social; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) g) as opes de compra de aes outorgadas e exercidas no exerccio; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) h) os ajustes de exerccios anteriores (art. 186, 1o); e (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) i) os eventos subsequentes data de encerramento do exerccio que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situao financeira e os resultados futuros da companhia. (Includo pela Lei n 11.941, de 2009)

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    Os fatos contbeis, por sua vez, so os acontecimentos que provocam variaes no patrimnio da entidade. Os fatos contbeis so contabilizados atravs das contas patrimoniais (ativo, passivo, patrimnio lquido) e/ou das contas de resultado (receitas e despesas). Os fatos contbeis podem ser divididos em trs tipos: permutativos, modificativos e mistos. Esse assunto, todavia, ser visto quando estudarmos lanamentos. TCNICAS CONTBEIS So quatro as tcnicas utilizadas na contabilidade: escriturao, elaborao das demonstraes contbeis, auditoria e anlise das demonstraes contbeis. ESCRITURAO Funciona, grosso modo, mais ou menos da seguinte forma: Imagine-se que ns, Gabriel e Luciano, somos administradores da sociedade KLS. Cada nota fiscal de compra de mercadoria, cada NF de venda, cada cheque emitido, cada compra de ativo imobilizado para a produo, tudo isso tem de ser controlado. Pensem vocs se no houvesse um controle de todos os atos e fatos que ocorrem no mbito de uma empresa. O que seria desta empresa?! O que seria do mercado? E o que seria da economia nacional? Pois bem, todos esses eventos devem ser contabilizados. Ento, no perodo de competncia, colheremos todos os documentos necessrios e lanaremos nos respectivos livros contbeis. A tcnica utilizada para o registro dos fatos contbeis chamada de escriturao. Ento, em um primeiro momento, devemos escriturar, por meio de lanamentos contbeis, todas as notas fiscais e documentos que comprovem alterao no patrimnio da entidade. Segundo a Lei 6.404/76: Art. 177. A escriturao da companhia ser mantida em registros permanentes, com obedincia aos preceitos da legislao comercial e desta Lei (a prpria 6.404) e aos princpios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar mtodos ou critrios contbeis uniformes no tempo e registrar as mutaes patrimoniais segundo o regime de competncia. Ainda segundo a Lei 6.404/76: a companhia observar exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificao da escriturao mercantil e das demonstraes reguladas nesta Lei, as disposies da lei

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    tributria, ou de legislao especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilizao de mtodos ou critrios contbeis diferentes ou determinem registros, lanamentos ou ajustes ou a elaborao de outras demonstraes financeiras (LSA, art. 177, 2). E o que quer dizer este artigo? Se, hipoteticamente, ao apurar o Imposto de Renda do exerccio, a legislao do IR prescreva um mtodo diferente que est previsto nos critrios contbeis, como a utilizao de regime de caixa, em vez de se utilizar do regime de competncia, esta apurao tributria dever ser feita em um livro auxiliar, sem que haja modificao da escriturao contbil (que ordena a utilizao do regime de competncia). ELABORAO DAS DEMONSTRAES CONTBEIS As entidades, em sua constituio, elegem o que chamamos de exerccio social. Segundo a Lei das SAs: Art. 175. O exerccio social ter durao de 1 (um) ano e a data do trmino ser fixada no estatuto. Pargrafo nico. Na constituio da companhia e nos casos de alterao estatutria o exerccio social poder ter durao diversa. Vejam, o exerccio social tem durao de 1 ano. Isso no equivale a 12 meses (juridicamente falando). 1 ano = 365 dias 1 ms = 30 dias 12 meses = 360 dias. Na maioria das questes de contabilidade, pode considerar 12 meses = 1 ano. Normalmente, as bancas no fazem distino. Mas, a rigor, so coisas distintas. Ao trmino do exerccio, as sociedades tm de publicar o que chamamos de demonstraes financeiras. Todo ms faremos os lanamentos de fatos contbeis, procedendo escriturao dos livros. As demonstraes financeiras so um compilado de tudo o que ocorreu na empresa durante o exerccio social. Vejam que se trata de uma seqncia cronolgica. Se somarmos todas as vendas realizadas no exerccio, encontraremos a chamada receita bruta de vendas, na demonstrao do resultado do exerccio. Se somarmos tudo o que entrou e tudo o que saiu do caixa, teremos achado ento o saldo da conta caixa. E assim por diante.

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    Segundo a Lei 6.404/76: Art. 176. Ao fim de cada exerccio social, a diretoria far elaborar, com base na escriturao mercantil da companhia, as seguintes demonstraes financeiras, que devero exprimir com clareza a situao do patrimnio da companhia e as mutaes ocorridas no exerccio: I - balano patrimonial; II - demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados; III - demonstrao do resultado do exerccio; e IV demonstrao dos fluxos de caixa; e (Redao dada pela Lei n 11.638,de 2007) V se companhia aberta, demonstrao do valor adicionado. (Includo pela Lei n 11.638,de 2007) Alm dessas, o CPC 26 Apresentao das demonstraes contbeis lista como demonstraes contbeis a demonstrao das mutaes do patrimnio lquido DMPL e a demonstrao dos resultados abrangentes. O FIPECAFI entende que essas demonstraes passam a ser obrigatrias para todos os tipos societrios, inobstante a Lei 6.404 seja silente. AUDITORIA Uma vez elaborada as demonstraes contbeis, elas precisam passar pela verificao sobre se a escriturao est escorreita nos termos do que prescrevem as normas e princpios contbeis. Esse processo chamado de auditoria. Segundo a Lei 6.404: Art. 176: 3o As demonstraes financeiras das companhias abertas observaro, ainda, as normas expedidas pela Comisso de Valores Mobilirios e sero obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela registrados. A auditoria realizada por auditores da CVM em companhias abertas e nas fechadas de grande porte denominada de auditoria independente. Alm da independente, temos as auditorias interna (elaborada por empregados da companhia) e fiscal (elaborada por auditores fiscais da Unio, Estados, Municpios e/ou Distrito Federal, no mbito de suas competncias).

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    ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS Depois que as demonstraes foram publicadas e auditadas, os seus usurios tm interesse nas informaes nelas contidas. Um investidor desejar saber, por exemplo, o quanto essa empresa est dando de retorno para cada ao do capital social. O credor por emprstimo desejar saber o quanto tem de garantia para poder conceder tranquilamente o emprstimo que deseja. E assim por diante. Tudo isso feito atravs da tcnica contbil chamada de anlise das demonstraes contbeis ou anlise de balanos. DIFERENA ENTRE CAPITAL E PATRIMNIO O conceito de capital pode ser visto sob diversos ngulos. O capital prprio representa o patrimnio lquido da entidade, ou seja, os recursos que esto aplicados na entidade que pertencem aos seus scios. O capital de terceiros todo aquele valor que se encontra aplicado na empresa, mas que pertence a terceiros. o passivo exigvel (passivo circulante e no circulante). Dentro do capital prprio, temos o capital social, que a conta do PL composta pelas aes subscritas na constituio da sociedade ou com o aumento de capital. dividida em capital social e capital social a realizar. A lei das S.As dispe que: Art. 182. A conta do capital social discriminar o montante subscrito e, por deduo, a parcela ainda no realizada. Quando os scios subscrevem o capital, mas ainda no integralizaram, aparece a conta capital a integralizar. Vamos supor que os scios de determinada empresa subscreveram o valor de R$ 100.000 para o capital social, mas ainda no inscreveram. Pela subscrio, o scio assume o compromisso de integralizar o capital. O lanamento inicial ficaria assim: D - Capital a integralizar (Retificadora do PL) 100.000 C - Capital Social (PL) 100.000

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    Vamos supor que, uma semana depois, os scios integralizem 60.000 em dinheiro. Lanamento: D - Caixa (Ativo) 60.000 C - Capital a integralizar (Retificadora do PL) 60.000 O balano patrimonial fica assim: Ativo Caixa 60.000 Passivo PL Capital Social 100.000 Capital a integralizar (40.000) Repare que o Capital Integralizado sai por diferena (capital Social menos Capital a integralizar). A Lei das S.As prescreve que a integralizao mnima de 10% do capital social. As aes podem ser subscritas em dinheiro ou quaisquer bens suscetveis de avaliao em dinheiro. O capital autorizado, por fim, representa aquele valor que est previsto no estatuto social pelo qual pode haver aumento do capital social sem que haja necessidade de alterar este instrumento. Assim, se o estatuto permitisse que, no exemplo citado acima, a empresa aumentasse seu capital at o limite de 200.000,00, poderamos constituir mais 100.000,00 sem a necessidade de fazer alteraes no estatuto e, consequentemente, proceder a todos os trmites burocrticos frente a Junta Comercial. Patrimnio, contudo, em contabilidade, poder ser entendido como patrimnio lquido, que o valor dos capitais prprios empregados s atividades empresariais ou patrimnio bruto, hiptese em que representa o valor total do ativo da entidade. SISTEMA DE CONTAS, PLANO DE CONTAS. ESCRITURAO: CONCEITO Dissemos que a cincia contbil se utiliza, para sua perfeita existncia, de tcnicas. Quatro so as tcnicas que apresentamos: escriturao, elaborao das demonstraes contbeis, auditoria e anlise de balanos.

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    Visto o conceito de escriturao, passemos a entender o processo amide. O processo de escriturao hoje est regulamentado pelo CFC 1.330/2011. A escriturao contbil deve ser realizada com observncia aos princpios de contabilidade (item 3, CFC 1.330). O nvel de detalhamento da escriturao contbil deve estar alinhado s necessidades de informao de seus usurios. Nesse sentido, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no estabelece o nvel de detalhe ou mesmo sugere um plano de contas a ser observado. O detalhamento dos registros contbeis diretamente proporcional complexidade das operaes da entidade e dos requisitos de informao a ela aplicveis e, exceto nos casos em que uma autoridade reguladora assim o requeira, no devem necessariamente observar um padro pr-definido. Com efeito, de esperar uma complexidade maior nas demonstraes contbeis de uma entidade tal como a Unilever (que produz mercadorias tais como Axe, Dove, Ades, Comfort, Seda, entre outros) do que nas demonstraes de uma pequena locadora de DVDs. A fim de padronizar a execuo da escriturao, a Resoluo prescreve certas formalidades. E essas finalidades so muito cobradas em concursos. Vejamos: 5. A escriturao contbil deve ser executada: a) em idioma e em moeda corrente nacionais; b) em forma contbil; c) em ordem cronolgica de dia, ms e ano; d) com ausncia de espaos em branco, entrelinhas, borres, rasuras ou emendas; e e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contbeis. Lembrando novamente, dissemos que a escriturao contbil feita atravs de contas. Na contabilidade, conta o nome dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos e obrigaes) e de resultado (despesas e receitas). O dinheiro em espcie existente, por exemplo, chamado de conta caixa. As contas podem ser patrimoniais (ativo [bens e direitos], passivo [obrigaes] e patrimnio lquido [capital prprio]). O conjunto de todas as contas existentes dentro de uma entidade, para uniformizar os registros contbeis, denominado plano de contas. O plano de contas varia tambm de uma empresa para outra. Assim, uma indstria de calados no ter o mesmo plano de contas de um supermercado. Esse entendimento est em consonncia com o item 4 da Resoluo do CFC 1330/2011.

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    Definio Plano de contas: conjunto de todas as contas existentes dentro de uma entidade para uniformizar os registros contbeis. Temos ainda o chamado sistema de contas. O sistema de contas algo que mais tem a ver com a finalidade das contas em si. Ao agruparmos as contas, por exemplo, em contas patrimoniais e contas de resultado. O sistema de contas racionalmente organizado vai ajudar a compreender melhor o patrimnio. MTODOS DE ESCRITURAO; PARTIDAS DOBRADAS; LANAMENTO CONTBIL ROTINA, FRMULAS; PROCESSOS DE ESCRITURAO. Mtodo o caminho de que nos utilizamos para chegar a uma meta. Na contabilidade, o mtodo utilizado para se escriturar o mtodo das partidas dobradas. Esse mtodo consiste em considerar que para todo e qualquer item que ingressa no patrimnio, h um lugar de onde ele proveniente. Ou seja, no h gerao espontnea de patrimnio, mas sim uma origem para todo elemento que se aplica no patrimnio, passando a integr-lo. Ao registro de um fato contbil chamamos lanamento. Este efetuado em livros contbeis prprios como o dirio, razo, caixa, duplicatas a receber etc. Ao conjunto de registros ou lanamentos que chamamos escriturao. Antes de aprendermos a efetuar lanamentos em espcie, devemos entender quando e quais contas so lanadas a dbito ou a crdito. CONTAS LANADAS A DBITO E A CRDITO No confundir a palavra dbito da linguagem comum com a utilizada na terminologia contbil. Assim, esquea o entendimento da vala comum de que dbito equivale a uma dvida. As contas patrimoniais podem ser representadas atravs de um T, o lado esquerdo sempre o lado do dbito, na terminologia contbil. Assim...

    Conta Caixa Lado do dbito Lado do crdito

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    Gravem isso. Os registros contbeis so feitos nestes T e o lado do dbito o lado esquerdo. E o outro lado? O outro lado s pode ser o do crdito. No podemos tambm confundir a palavra crdito usada na linguagem comum com o sentido com quem usada na contabilidade. Gravem (regra geral):

    As contas do ativo e as de despesa tm natureza devedora As contas do passivo, PL e as de receita tm natureza credora.

    E o que quer dizer saldo devedor e saldo credor? Simples. Saldo devedor significa dizer que o total dos dbitos em uma conta supera o total dos crditos. Assim, se tenho registrado na conta caixa R$ 1.000,00 em dbitos e R$ 600,00 em crditos, isto me d um saldo devedor total de R$ 400,00. Agora, tivssemos R$ 4.000,00 de crditos na conta fornecedores e R$ 1.000,00 de dbitos, o saldo seria credor de R$ 3.000,00. O saldo poderia tambm ser nulo, quando os totais dos crditos e dos dbitos se equivalem. Assim, se a conta caixa aumentar em R$ 500, por causa de um recebimento de Duplicaras a Receber, teremos a seguinte alterao no nosso T, chamado tambm de razonete.

    Conta Caixa 500,00

    Como as contas do ativo tm natureza devedora, elas aumentam quando lanamos ali, no lado do dbito. Somente isso quer dizer a conta do ativo tem natureza devedora. Significa dizer, repito, que ela aumenta a dbito (e diminui, conseqentemente, a crdito). Por outro lado, a contas de natureza Credora (Passivo, Patrimnio Lquido e Receitas) aumentam com lanamentos a crdito e diminuem com lanamentos a dbito. Ateno: Considere que apenas uma conveno. Vamos explicar esta situao por meio de um exemplo. Observem este balano patrimonial:

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    ATIVO PASSIVO

    Caixa Fornecedores 300 200 Mercadorias PL 200 Capital Social 300

    TOTAL 500 TOTAL 500 Ele equivale ao seguinte:

    ATIVO PASSIVO Caixa 300 Fornecedores 200

    Mercadorias 200 Capital Social 300 TOTAL 500 TOTAL 500

    Suponhamos que essa entidade tenha sido constituda por dois scios, que firmaram contrato social criando a pessoa jurdica KLS. Eles dispuseram de R$ 300 (R$ 150 cada) para dar incio s atividades. Esse montante inicial pode ser em dinheiro ou em quaisquer bens suscetveis de avaliao em dinheiro (Lei 6.404/76, art. 7) e denominado de capital social (nome importantssimo!). Vamos analisar a situao: o Caixa aumentou (passou de zero para R$ 300). A conta Caixa uma conta do Ativo e tem natureza devedora. Se o saldo da conta Caixa aumentou, vamos debitar a conta, para representar esse aumento. O PL tambm aumentou. Mas o PL tem natureza credora. Portanto, vamos creditar a conta Capital Social, no PL, em contrapartida ao dbito efetuado na conta caixa. O lanamento desta operao ser feito da forma seguinte: Dbito Caixa (ativo) 300,00 Crdito Capital Social (patrimnio lquido) 300,00 Fcil no ? Est feito. este o registro contbil (lanamento).

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    Agora, j em funcionamento, esta empresa compra mercadorias a prazo, no valor de R$ 200,00. Como o lanamento contbil?! Dbito Mercadorias (ativo) 200,00 Crdito Fornecedores (passivo) 200,00 Veja-se. As mercadorias esto sendo compradas, passando, com a entrega (tradio) a serem propriedade da empresa. Debitamos a conta Estoque para registrar o aumento pela entrada da mercadoria. E creditamos a conta Fornecedores (que uma conta de Passivo e tem natureza credora) para registrar a dvida da empresa com os fornecedores. Com o decurso das aulas, estes lanamentos ficaro automticos, de modo que vocs sabero:

    As contas do ativo e as de despesa tm natureza devedora As contas do passivo, do PL e as de receita tm natureza credora.

    Se uma conta do ativo aumenta a dbito, consequentemente, ela diminui a crdito. De igual modo, se uma conta do patrimnio lquido aumenta por lanamento a crdito, diminui por lanamento a dbito. Mais um exemplo para fixao. Como contabilizar a compra de um veculo vista, no valor de R$ 30.000,00? Veja que o veculo um bem. Em que grupo devemos classificar os bens? No ativo! Se for vista est saindo dinheiro do caixa (outra conta do ativo). Na compra do veculo, est recebendo o carro (o que aumenta o Ativo) e diminuindo o Caixa, pela sada do dinheiro, portanto teremos: Dbito Veculos (ativo) 30.000,00 Crdito Caixa (ativo) 30.000,00 Est feito o lanamento. E se essa compra fosse 50% vista e 50% a prazo? Bem, neste caso, teramos o mesmo dbito em veculos, de R$ 30.000,00 e o mesmo crdito de caixa, mas no montante de R$ 15.000,00. O restante seria computado como obrigao. E onde lanamos as obrigaes? No passivo exigvel. Ficaria assim: Dbito Veculos (ativo) 30.000,00 Crdito Caixa (ativo) 15.000,00 Crdito Financiamentos a pagar (passivo) 15.000,00

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    Vejam que segundo o mtodo das partidas dobradas o valor dos crditos deve ser sempre igual ao dos dbitos. E se esse veculo fosse vendido metade vista, metade a prazo, antes do registro de qualquer depreciao, sem lucro ou prejuzo. Como lanaramos? Dbito Caixa 15.000,00 Dbito Duplicatas a receber 15.000,00 Crdito Veculo 30.000,00 Resumindo! Grave: Contas do ativo Aumentam a dbito e diminuem a crdito. Consta do passivo e PL Aumentam a crdito e diminuem a dbito. O que voc deve conceber agora que sempre que houver qualquer aumento ou diminuio de uma ou mais contas a dbito, ter de existir uma compensao com o aumento ou diminuio de uma ou contas a crdito. Isso o chamado mtodo das partidas dobradas. Com base no mtodo das partidas dobradas, algumas concluses podem ser tomadas: 1) A soma dos dbitos sempre igual soma dos crditos. 2) Um ou mais dbitos numa ou mais contas deve corresponder a um ou mais

    crditos de valor equivalente em uma ou mais contas. 3) O total do ativo ser sempre igual soma do passivo exigvel com o

    patrimnio lquido.

    Imaginemos agora as seguintes situaes e faamos os lanamentos contbeis: 1) Constituio da sociedade KLS mediante R$ 100.000,00 totalmente integralizados em espcie. 2) Compra de um veculo por R$ 10.000,00 vista. 3) Compra de mercadorias por R$ 50.000,00 a prazo. 4) Pagamento de metade da dvida com o fornecedor. 5) Entrada de outro scio com capital social de R$ 30.000,00, integralizado com um terreno. Vamos l! 1) Constituio da sociedade KLS mediante R$ 100.000,00 totalmente integralizados em espcie. Dbito Caixa 100.000,00 Crdito Capital Social 100.000,00

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    2) Compra de um veculo por R$ 10.000,00 vista. Dbito Veculos 10.000,00 Crdito Caixa 10.000,00 3) Compra de mercadorias por R$ 50.000,00 a prazo. Dbito Mercadorias 50.000,00 Crdito Fornecedores 50.000,00 4) Pagamento de metade da dvida com o fornecedor. Dbito Fornecedores 25.000,00 Crdito Caixa 25.000,00 5) Entrada de outro scio com capital social de R$ 30.000,00, integralizado com um terreno. Dbito Terrenos 30.000,00 Crdito Capital Social 30.000,00 ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UM LANAMENTO essencial que conste em um lanamento: Elementos essenciais do lanamento 1) Local (pode ser suprimido, considerando-se feito no local do estabelecimento) e data; 2) Conta debitada; 3) Conta creditada; 4) Histrico; 5) Valor. Por exemplo. O lanamento de uma compra vista de mercadorias no valor de R$ 100 pode ser descrito da seguinte forma: Vitria/ES, 21 de dezembro de 2010. Dbito Mercadorias Crdito Caixa Conforme nota fiscal de compra n. 1.000, emitida pela empresa X LTDA R$ 100. Todavia, para ganhar praticidade, no precisamos fazer isso para matar questes. Basta fazer

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