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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

UNICEUMA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DO

MARANHÃO

CONTABILIDADE FISCAL & TRIBUTÁRIA 

Prof. Esp.Heryco Oliveira Coqueiro

2011

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

SUMÁRIO:Introdução Siglas Utilizadas Restrições Conceito 

Elisão x Evasão Fiscal Tipos de Elisão Abuso de Forma 

O Direito do Contribuinte em Pagar somente o Tributo Devido Estado x Contribuinte Espécies de Tributos Finalidades do Planejamento Tributário Planejamento Tributário como Obrigação dos Administradores A Contabilidade como Base do Planejamento A Interpretação da LC 104 

Abusos da Receita Federal 

Calculando o Resultado do Planejamento Lucro Real 

Pessoas Jurídicas Obrigadas ao Lucro Real Lucro Real Trimestral As Despesas ―Ocultas‖ Alguns Detalhes Contábeis Levantamento de Balancetes de Suspensão Depreciações Incentivadas Depreciação Acelerada Contábil Provisão de Férias Provisão para Perdas em Estoques de Livros Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT) Perdas no Recebimento de Créditos Juros sobre o Capital Próprio (TJLP) Participação dos Trabalhadores nos Lucros Contratos com Entidades Governamentais Vendas a Longo Prazo de Bens do Ativo Não Circulante  Ganhos em Desapropriação Exclusões e Adições ao Lucro Real Como Administrar um Prejuízo Fiscal Elevado 

Lucro Presumido 

Aspectos a Considerar Valores Diferidos no LALUR Exemplo de Planejamento no Lucro Presumido 

Avaliação de Opção Tributária Quando Houver Atividades Distintas Lucros Distribuídos Os Riscos do Regime de Apuração do ICMS Simplificado A Controvérsia do Simples: Pouco Imposto? 

Quadro Comparativo da TributaçãoOperação de Vendas via Internet Reembolso de Despesas Reavaliação de Bens e Neutralidade Fiscal 

Brindes ou Bonificação em Mercadorias? Gastos com Formação Profissional 

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

Postergação no Faturamento Atenção no Balanço para a Compensação do Imposto Pago no Exterior Crédito Presumido do IPI Como Ressarcimento do PIS e COFINS  –  Opção PeloCritério Mais Vantajoso Tratamento Fiscal na Exportação 

REFIS 1 e 2 – Planos de Expansão Cisão, Fusão e Incorporação Compensação de Prejuízos Incorporação e Absorção de Prejuízos pela Incorporadora Cisão sem Apuração de Ganho de Capital Participação Extinta em Cisão, Fusão e Incorporação 

Off Shore CIDE Tecnologia Trust Planejamento Fiscal na Pessoa Física Revisão do Planejamento e Mudanças na Legislação 

Incentivos e Regimes Fiscais Específicos IRPJ-CSLL-PIS-COFINS  –  Não Incidência  –  Redução de Multa e Juros (Lei11.941/2009) O Contencioso Fiscal é Planejamento Tributário? ICMS 

Incidências Não Incidências Contribuinte Substituição Tributária Local da Operação ou Prestação Ocorrência do Fato Gerador Não Cumulatividade do Imposto Saldos Credores Acumulados Performance dos Créditos do ICMS Expectativa de Débitos do ICMS Análise de Desvio Padrão Créditos na Compra de Bens Arrendados Créditos ―Ocultos‖ Materiais de Uso e Consumo Loja Virtual Reforma do Imobilizado 

Financiamento – Encargos Financeiros Crédito de Energia Elétrica – Estabelecimentos Comerciais Diferencial de Alíquotas Interestaduais do ICMSEntrega de ArquivosMagnéticos 

IPI Industrialização: Características Estabelecimento Industrial - Conceito Optantes pelo Simples Imunidade do IPI Contribuintes do IPI Fato Gerador do IPI 

Período de Apuração Prazo de Recolhimento 

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

Detalhamentos a Serem Observados pelo Gestor A Magnitude Relativa do IPI Os Créditos do IPI IPI: Crédito Presumido - Lei 9.363/1996 (PIS e COFINS) IPI: Regime de Suspensão 

Descontos Incondicionais Frete – Empresa Coligada, Interligada Crédito IPI - Alíquota Zero, Isento – Insumos Crédito IPI - Insumos na Venda de Produtos Final á Alíquota Zero ou IsentoCrédito IPI - Insumos Adquiridos de Comércio Atacadista não Contribuinte  –  50% Aluguel dos Bens Produzidos Recondicionamento de Bens Usados Declarações de Informações Fiscais - DIF Declaração de Notas Fiscais - DNF 

ISS Contribuinte Local dos Serviços Alíquota Mínima Alíquota Máxima Exportação de Serviços Planejamento do ISS A Magnitude Relativa do ISS ISS Gerado por Estabelecimento A Questão da Tributação das Subempreitadas Atividades em que o ISS deve ser Retido Não Incidência Sobre Locação de Bens Móveis ou Imóveis Materiais Fornecidos na Construção Civil 

Escrituração Fiscal Digital – EFD ICMS/IPI

Escrituração Fiscal Digital – EFD PIS/COFINS

Nota Fiscal Eletrônica - NFe Obrigações Acessórias 

INTRODUÇÃO

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É de notório conhecimento que o nível de tributação sobre as empresas e pessoas físicasno Brasil é absurdo, chegando a inviabilizar certos negócios. Empresas quebram comelevadas dívidas fiscais, e nem as constantes ―renegociações‖, como REFIS, PAES ePAEX, trouxeram alguma tranquilidade ao contribuinte.

A casta política insiste em manter a situação como está com ―reformas tributárias‖ quena verdade são mais aumentos de tributos. São mais de 80 tipos de tributos diferentes(entre impostos, taxas e contribuições).

O contribuinte tem 3 atitudes diante deste quadro de derrama:

1.  Sonegar tributos, vendendo sem nota e não registrando todas as operações emsua escrituração;

2.  Pleitear, mediante sindicatos e órgãos de classe, uma reforma tributária decente,que não aumente a tributação e distribua de forma mais justa a carga fiscal e;

3.  Utilizar seu direito constitucional e realizar planejamento tributário, de forma

ativa, contínua e eficaz.

A atitude 1 é ilegal, e pode trazer danosos comprometimentos, por multas pesadíssimase possibilidade de enquadramento dos administradores por crime tributário.

A opção 2 é indicada, porém, os próprios sindicatos e órgãos da classe parecem―paralisados‖ diante da derrama nacional. Mas, sempre uma alternativa, se bem que deresultado de longo prazo, pois a laia política brasileira é pouco sensível aos pleitos daclasse média e do pequeno e médio empresário, pois são justamente estes que maispagam tributos em relação à renda disponível.

Resta a opção 3, tra balhosa, mas lícita, uma verdadeira forma de ―dar o troco‖. Milharesde empresas e profissionais liberais têm se despertado para utilizarem seu direitolegítimo, constitucional, de organizar seus negócios e atividades, visando um menorpagamento de tributos.

A todos, uma boa leitura e... uma ótima economia fiscal!

SIGLAS UTILIZADAS

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COFINS: Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (LeiComplementar 70/1991) CSL ou CSLL: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (Lei 7.689/1988)ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (LeiComplementar 87/1996) 

GPS: Guia da Previdência SocialIN: Instrução NormativaINSS: Instituto Nacional de Seguridade SocialIR: Imposto de RendaIRF: Imposto de Renda na FonteIRPF: Imposto de Renda – Pessoa FísicaIRPJ: Imposto de Renda – Pessoa JurídicaISS: Imposto sobre Serviços (Lei Complementar 116/2003) LALUR: Livro de Apuração do Lucro RealLC: Lei ComplementarOS: Ordem de Serviço

PIS: Programa de Integração Social (Lei Complementar 7/70)RFB: Receita Federal do BrasilRIPI: Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (Decreto 7.212/2010) RIR/99: Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/1999) RPS: Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/1999) SRF: Secretaria da Receita FederalTJLP: Taxa de Juros a Longo Prazo

CONCEITO

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Planejamento tributário é a metodologia para se obter um menor ônus fiscal sobreoperações ou produtos, utilizando-se meios legais.

Também chamado de ―elisão fiscal‖ (não confundir com ―evasão fiscal‖ – sonegação).

Como contribuintes, temos duas formas de diminuir encargos tributários. A maneiralegal chama-se elisão fiscal (mais conhecida como planejamento tributário) e a formailegal denomina-se sonegação fiscal.

Todo o contribuinte tem o direito constitucional de gerir seus negócios com liberdade.

Destacam-se os seguintes textos constitucionais (Constituição Federal do Brasil, 1988),neste sentido:

 Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estadose Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e

tem como fundamentos:...

 IV  – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

 Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito àvida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:...

 II  – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se não em virtudede lei;...

 XIII  –  é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas asqualificações profissionais que a lei estabelecer;

 XIV  –  é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,quando necessário ao exercício profissional;...

 XXXIX  – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominaçãolegal;

 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livreiniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da

 justiça social, observados os seguintes princípios:... II  – propriedade privada;...

 IV  – livre concorrência;Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividadeeconômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos

 previstos em lei.O princípio constitucional não deixa dúvidas que, dentro da lei, o contribuinte pode agirno seu interesse. Planejar tributos é um direito tão essencial quanto planejar o fluxo decaixa, fazer investimentos, etc.

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Será inconstitucional, portanto, qualquer lei ou ato dispondo sobre proibição de seplanejar operações para, antes do fato gerador, evitar-se a geração dos tributos.

ELISÃO x EVASÃO FISCAL

Elisão Fiscal (planejamento tributário) é um conjunto de atos adotados por umcontribuinte, autorizados ou não proibidos pela lei, visando uma menor carga fiscal,mesmo quando este comportamento prejudica o Tesouro.

Evasão ou sonegação fiscal consiste em utilizar procedimentos que violem diretamentea lei fiscal ou o regulamento fiscal. É uma fraude dificilmente perdoável porque ela éflagrante e também porque o contribuinte se opõe conscientemente à lei. Os juristas aconsideram como repreensível.

Como exemplos de evasão: falta de emissão de nota fiscal, nota fiscal ―calçada‖(primeira via com um valor diferente das vias arquivadas na contabilidade),lançamentos contábeis de despesas inexistentes, etc.

Uma característica típica do planejamento tributário é que seus efeitos ocorrem ANTESda ocorrência do fato gerador dos tributos. Assim, por exemplo, ao invés de umaempresa distribuir mercadorias para todo o Brasil de um Estado que tenha tributação doICMS mais elevada (18%), pode escolher fazer esta distribuição (física) a partir de outroEstado, com alíquota mais baixa. Planejou a operação de forma a pagar menos tributo.

TIPOS DE ELISÃO

Há duas espécies de elisão fiscal:

1.  aquela decorrente da própria lei; e2.  a que resulta de lacunas e brechas existentes na própria lei.

No caso da elisão decorrente da lei, o próprio dispositivo legal permite ou até mesmoinduz a economia de tributos. Existe uma vontade clara e consciente do legislador dedar ao contribuinte determinados benefícios fiscais. Os incentivos fiscais são exemplostípicos de elisão induzida por lei, uma vez que o próprio texto legal dá aos seusdestinatários determinados benefícios. É o caso, por exemplo, dos Incentivos à InovaçãoTecnológica (Lei 11.196/2005).

Já a segunda espécie, contempla hipóteses em que o contribuinte opta por configurarseus negócios de tal forma que se harmonizem com um menor ônus tributário,utilizando-se de elementos que a lei não proíbe ou que possibilitem evitar o fato geradorde determinado tributo com elementos da própria lei.

É o caso, por exemplo, de uma empresa de serviços que decide mudar sua sede paradeterminado município, visando pagar o ISS com uma alíquota mais baixa. A lei nãoproíbe que os estabelecimentos escolham o lugar onde exercerão atividades, pois oscontribuintes possuem liberdade de optar por aqueles mais convenientes a si, mesmo sea definição do local for exclusivamente com objetivos de planejamento fiscal.

ABUSO DE FORMA

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Alguns há que entendem que a simples operacionalização de procedimentos, mesmorespaldada na lei, visando unicamente o planejamento fiscal, é inadmissível. Este autorposiciona-se no sentido de que, não sendo proibido, e desde que as operações realizadassejam reais (fatos concretos), nada há a impedir sua realização. Para maiores

detalhamentos de discussão sobre este tema, leia o tópico ―A interpretação da LeiComplementar 104‖. 

Se o caminho adotado, mesmo não sendo aquele usualmente utilizado, não é defeso emlei e não havendo qualquer espécie de simulação, não há como se impugnar negócio

 jurídico, para fins tributários. Chama-se ―abuso de forma‖ á tentativa de definir que umnegócio (real), sendo feito de forma diversa da tradicional, mesmo dentro da lei, tenhaseus efeitos tributários alterados.

Mas pergunta-se: quem definirá o que é ―normal‖ do que é ―anormal‖? A quem compete julgar a normalidade da ―anormalidade‖? Será o fisco? Obviamente que não! 

Entre 2 formas de negociar, uma ―usual‖ (?!) e outra ―não usual‖ (?!), o contribuintetem direito de escolher a forma com que deseja fazer o negócio. O importante é que onegócio, em si, exista (seja um fato real). A forma de fazê-lo não cumpre ás autoridadestributárias definir, e sim, aos negociantes.

O DIREITO DO CONTRIBUINTE EM PAGAR SOMENTE O TRIBUTO DEVIDO

Constituição Federal do Brasil, 1988, artigo 5, II:

 II  – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se não em virtudede lei;

Ora, se a Constituição não nos obriga a fazermos algo que nos prejudique, obviamentenenhum contribuinte estará coagido a pagar maior carga fiscal do que aquelaefetivamente definida em lei. Trata-se de um direito de escolha (livre iniciativa).

Então, se o contribuinte tem 2 ou mais opções, sendo estas lícitas, terá o direito deescolher aquela que resulte no menor pagamento de numerário ao ente governamentaltributante.

Ademais, o próprio Código Tributário Nacional, em seu artigo 110, explicitamenteafirma que:

  Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance deinstitutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente,

 pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.

Portanto, é inadmissível que qualquer lei tributária restrinja direitos ou desvirtue figuras jurídicas já delineadas pelas demais leis.

O contrário seria voltarmos à ditadura, rasgando-se a Constituição e ferindo ademocracia, tão cara aos brasileiros.

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Qualquer cidadão ou entidade organizada (seja empresa, sindicato ou associação) tem odireito de cumprir suas obrigações estritamente dentro das regras do ordenamento

 jurídico vigente.

Pagar tributo, apesar de dever, não é imposição que retire do contribuinte o direito á

liberdade, do planejamento e da gestão de seu patrimônio.

ESTADO x CONTRIBUINTE

Um dos aspectos da soberania do Estado é o do seu poder especial de penetrar nospatrimônios dos particulares, exigindo-lhes contribuições derivadas e compulsórias.

Este poder é representado pelo poder de criar tributos, de estabelecer proibiçõestributárias, isto é, de emanar normas jurídicas tributárias.

O poder fiscal é inerente ao próprio Estado, que advém de sua soberania política,consistente na faculdade do estabelecer tributos, de exigir contribuições compulsórias, afim de poder atender ás necessidades públicas.

Ora, este poder é limitado, ou seja, deve obedecer regras (Constitucionais). Não pode,por exemplo, o Estado ditar normas que imponham restrições ao direito de escolha, docontribuinte. Este, optando por uma determinada forma de organização de seus negócios(planejamento), e estando tal forma dentro dos ditames legais, deve ser respeitado deinvasão pelo Estado.

Em resumo: LEI TRIBUTÁRIA Fato Gerador Nascimento Obrigação

tributária (objeto: Tributo, onde o Credor é o Estado e o Devedor é o Contribuinte).

O artigo 3o do CTN — Código Tributário Nacional — define assim TRIBUTO:

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possaexprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada medianteatividade administrativa plenamente vinculada.

O Tributo é a colaboração obrigatória do individuo, da empresa, da instituição para amanutenção do ESTADO, aqui entendido como o ente tributante (União, Estados.Distrito Federal ou Municípios, conforme o caso).

Obviamente que o direito de tributar não é um direito de explorar, de punir, ou de alhearo contribuinte do seu direito de escolha.

Os conflitos Contribuinte x Estado decorrem, basicamente, em que o último (Estado),no afã de se assenhorear de parcela cada vez maior de recursos privados, utiliza sua―máquina de leis‖ para, à margem da Constituição, trazer novidades repentinas,chamadas de ―ajustes fiscais‖, cujo resultado direto é o aumento da carga tributária. 

Tais ―leis‖ (leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, decretos,instruções, resoluções, atos normativos, etc.) geram custos administrativos adicionaisaos contribuintes. A carga fiscal, insuportável, transforma-se em um ônus financeiro,

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administrativo e operacional que geram um clima de permanente estado de conflitoentre contribuinte e entes tributantes (União, Estados e Municípios).

Muitos contribuintes, acuados diante de tão funesta expressão de poder, reagem comopodem, muitas vezes, de forma incorreta (evasão fiscal). Toda iniciativa do contribuinte

precisa ser de acordo com a ordem legal vigente.

Assim, ambos os lados, errando, colaboram para um clima de tensão. Neste ambiente,nem sempre o contribuinte está disposto a executar um planejamento específico, poismuitas vezes é mais barato ―sonegar‖ do que fazer cálculos, planos e adotar mecanismosde proteção tributária.

Veja também o tópico ―Abusos da Receita Federal‖. 

ESPÉCIES DE TRIBUTOS

Nos termos do artigo 145 da nossa Constituição Federal e do artigo 5o do CTN, tributossão:

a) Impostos.

b) Taxas, cobradas em razão do exercício do poder de policia ou pela utilização, efetivaou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte oupostos á sua disposição.

c) Contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

Juridicamente, no Brasil, hoje, entende-se que as contribuições parafiscais ou especiaisintegram o sistema tributário nacional, já que a nossa Constituição Federal ressalvaquanto á exigibilidade da contribuição sindical (art. 80, inciso IV, CF), dascontribuições previdenciárias (artigo 201 CF), sociais (artigo 149 CF). Para aseguridade social (artigo 195 CF) e para o PIS  —  Programa de Integração Social ePASEP — Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (artigo 239 CF).

Como contribuições especiais temos ainda as exigidas a favor da OAB, CREA, CRC,CRM e outros órgãos reguladores do exercício de atividades profissionais.

Os empréstimos compulsórios são regulados como tributos, conforme artigo 148 da CFo qual se insere no Capítulo I - Do Sistema Tributário Nacional.

Nesta obra, designa-se ―tributo‖ a vasta coletânea de exigências monetárias do aparatogovernamental.

FINALIDADES DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 

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O planejamento tributário tem um objetivo a economia (diminuição) legal da quantidadede dinheiro a ser entregue ao governo. Os tributos (impostos, taxas e contribuições)representam importante parcela dos custos das empresas, senão a maior. Com aglobalização da economia, tornou-se questão de sobrevivência empresarial a corretaadministração do ônus tributário.

Em média, 33% do faturamento empresarial é dirigido ao pagamento de tributos. Dolucro, até 34% vai para o governo. Da somatória dos custos e despesas, mais da metadedo valor é representada pelos tributos. Assim, imprescindível a adoção de um sistema deeconomia legal.

Três são as finalidades do planejamento tributário:

1) Evitar a incidência do fato gerador do tributo.

Exemplo: Substituir a maior parte do valor do pró-labore dos sócios de uma empresa,

por distribuição de lucros, pois a partir de janeiro/1996 eles não sofrem incidência do IRnem na fonte nem na declaração. Dessa forma, evita-se a incidência do INSS (20%) edo IR na Fonte (até 27,5%) sobre o valor retirado como lucros em substituição do pró-labore.

2) Reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a base de cálculo do tributo.

Exemplo: ao preencher sua Declaração de Renda, você pode optar por deduzir até 20%da renda tributável como desconto padrão (com limite em R$) ou efetuar as deduções dedependentes, despesas médicas, plano de previdência privada, etc. Você certamenteescolherá o maior valor, que lhe permitirá uma maior dedução da base de cálculo, paragerar um menor Imposto de Renda a pagar (ou um maior valor a restituir).

3) Retardar o pagamento do tributo, postergando (adiando) o seu pagamento, sem aocorrência da multa.

Exemplo: transferir o faturamento da empresa do dia 30 (ou 31) para o 1o dia do mêssubsequente. Com isto, se ganha 30 dias adicionais para pagamento do PIS, COFINS,SIMPLES, ICMS, ISS, IRPJ e CSLL (Lucro Real por estimativa), se for final detrimestre até 90 dias do IRPJ e CSLL (Lucro Presumido ou Lucro Real trimestral) e 10a 30 dias se a empresa pagar IPI.

Planejamento tributário é saúde para o bolso, pois representa maior capitalização donegócio, possibilidade de menores preços e ainda facilita a geração de novos empregos,pois os recursos economizados poderão possibilitar novos investimentos.

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO OBRIGAÇÃO DOSADMINISTRADORES

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A Lei 6.404/1976 (Lei das S/A) prevê a obrigatoriedade do planejamento tributário, porparte dos administradores de qualquer companhia, pela interpretação do artigo 153:

"O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, ocuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na

administração dos seus próprios negócios."

Portanto, antes de ser um direito, uma faculdade, o PLANEJAMENTO FISCAL éobrigatório para todo bom administrador.

Desta forma, no Brasil, tem ocorrido uma "explosão" do Planejamento Tributário comoprática das organizações. No futuro, a omissão desta prática irá provocar o descréditodaqueles administradores omissos. Atualmente, não existe registro de nenhuma causaou ação, proposta por acionista ou debenturista com participação nos lucros, nestesentido.

Mas, no futuro, a inatividade nesta área poderá provocar ação de perdas e danos porparte dos acionistas prejudicados pela omissão do administrador em perseguir o menorônus tributário.

A CONTABILIDADE COMO BASE DO PLANEJAMENTO

A base de um adequado planejamento fiscal é a existência de dados regulares econfiáveis.

A contabilidade, sendo um sistema de registros permanentes das operações, é um pilar

de tal planejamento.

Por contabilidade, entende-se um conjunto de escrituração das receitas, custos edespesas, bem como de controle patrimonial (ativos e passivos), representado pordiversos livros, dentre os quais:

1.  Livro Diário2.  Livro (ou fichas) Razão3.  Inventário e Controle de Estoques4.  Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR)5.  Apuração do ICMS

6.  Apuração do IPI7.  Apuração do ISS, etc.

Tal conjunto de informações e sistemas irá gerar os dados preliminares para análisetributária. Obviamente, se desejamos reduzir tributos, temos que saber quanto estamosgastando com eles na atualidade! Partimos de um fato real (quanto gastamos) paracompararmos com estimativas econômicas (quanto pagaremos).

Sem contabilidade, o planejamento tributário ficará dependente de informações avulsas,não regulares, sujeita a estimativas, erros e avaliações equivocadas.

Para que a contabilidade se preste ao planejamento, a mesma deverá estar refletindo asituação real do patrimônio e das receitas e despesas.

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Contas com saldos distorcidos, falta de atendimento do regime de competência, atrasosna escrituração, conciliações incorretas, etc. são fatores que diminuem a qualidade dainformação contábil. Por conseguinte, diminuirão a qualidade do planejamentopretendido.

O planejador de sucesso, na área tributária, irá buscar, basicamente:

1.  Informações precisas sobre os tributos (base de cálculo, alíquotas, prazos derecolhimento, fato gerador, etc.)

2.  Dados internos e externos do contribuinte (lucratividade, volume de negócios,forma de operações, entre outros).

A partir da coletânea 1 e 2 supra, começará a comparar, analisar, verificar, deduzir,pressupor e idealizar alternativas lícitas para redução fiscal.

Um exemplo: se o contribuinte está no lucro presumido, onde está dispensado deescrituração contábil, porém a mantém, poderá avaliar, periodicamente, avantagem/desvantagem deste regime, com base nos resultados gerados nos períodos aque se submeteu a esta forma de tributação, comparativamente ao regime do LucroReal.

Quando se aplicar o planejamento pretendido, a execução do mesmo precisa seravaliada, á luz de critérios objetivos. Novamente a contabilidade se prestará para tal,pois seus registros evidenciarão, entre outros:

a)  A execução do planejamento tributário trouxe redução de impostos? Quanto?b)  Houve custos adicionais (administrativos, consultoria) nesta implantação? Quais

foram estes custos e seu respectivo montante?c)  Baseado nos resultados já alcançados pode-se afirmar que o planejamento fiscal

foi aplicado de forma eficaz, econômica?

Balancetes ―velhos‖ ou mal conciliados podem distorcer seriamente a análise real dasituação fiscal da empresa. É imprescindível que o reconhecimento de todas as receitase despesas se faça pelo chamado ―regime de competência‖ e não pelo regime de caixa. 

Segundo o princípio da competência, as receitas e as despesas devem ser incluídas na

apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente, quandose correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

O Princípio da Competência determina quando as alterações, no ativo ou no passivo,resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo, ainda,diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância doprincípio da oportunidade. O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, éconsequência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. As receitas consideram-se realizadas: 

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a) nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumiremcompromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bensanteriormente pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;  b) quando do desaparecimento, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o

motivo; c) pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros.  Assim, por exemplo, a simples emissão de pedido comercial não é considerada receita,pois a transação com o terceiro não foi completada, faltando para tanto a investidura napropriedade de bens. Somente quando houver a tradição (entrega) do bem solicitado, éque se registrará a receita respectiva. Consideram-se incorridas as despesas: a) quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de suapropriedade para terceiros; b) pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;  c) pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. Desta forma, numa venda de mercadoria com cláusula CIF (Cost, Insurance and Freight   –  modalidade pelo qual o preço da mercadoria vendida inclui despesas comseguro e frete até o local de destino), o vendedor deve registrar imediatamente o custo

do frete e seguro, já que se trata de uma obrigação (conta a pagar) com surgimento deum passivo (item c acima). Outro exemplo: a depreciação de bens do ativo imobilizado deve ser registradaperiodicamente (em períodos mensais) para registrar a diminuição, no tempo, do valoreconômico dos ativos (item b acima). O sistema contábil adotado pela empresa precisa estar integrado e coordenado com osdemais setores, de forma informatizada, visando facilitar o registro dos fatos e contandocom a rapidez necessária para a geração de dados confiáveis e periódicos.

O contabilista é a pessoa chave nesta gestão, e é preciso apoio, treinamento e motivaçãonecessários para que este profissional participe efetivamente do planejamento tributáriona empresa. Aliás, há vários contabilistas à frente deste processo, nada impedindo, éclaro, que uma outra pessoa possa assumir este encargo, desde que tenha sólidosconhecimentos de tributação.

A INTERPRETAÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR 104/2001

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Em 11.01.2001 foi publicado no DOU a Lei Complementar 104/2001, alterandodispositivos da legislação tributária. Dentre as alterações, a inclusão do parágrafo únicoao artigo 116 do CTN, nestes termos:

"Art. 116. .........................................................................."

"Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios  jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador dotributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observadosos procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária." (AC)” 

O art. 116 trata da ocorrência do fato gerador, nos seguintes termos:

 Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador eexistentes os seus efeitos:

 I  –  tratando-se de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as

circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;

 II  –  tratando-se da situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamenteconstituída, nos termos de direito aplicável.

O Novo Código Civil Brasileiro, em seu artigo 167, assim define simulação:

 Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, seválido for na substância e na forma.§ 1.º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

  I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quaisrealmente se conferem, ou transmitem;

 II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.§ 2.º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes donegócio jurídico simulado.

Ora, se o objetivo do poder executivo era, de alguma forma, restringir o planejamentotributário, tal não ocorreu, pois uma correta interpretação do parágrafo acrescidodemonstra que a ―desconsideração de atos ou negócios‖, pela autoridade administrativa,

atinge EXCLUSIVAMENTE aqueles atos com a finalidade de dissimular a ocorrênciado fato gerador ou a natureza constitutiva da obrigação tributária.

Dissimular é um ato tendente a esconder um fato real. No novo código civil, adissimulação é definida em 3 itens, em seu artigo 167  – nenhuma destas hipóteses estápresente num planejamento tributário.

Ora, como o planejamento tributário não busca a dissimulação (ocultação), mas atransformação (planejamento), não foi atingido pelo parágrafo único do artigo 116 daLei Complementar 104/2001. 

Desta forma, concluímos que a lei atingiu a evasão (sonegação) fiscal, e não a elisão(planejamento lícito).

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Isto porque no planejamento tributário, não se busca a simulação, que foi objeto dodisciplinamento desta lei.

Na opinião deste autor, não haveria necessidade de lei dispondo que a "dissimulação"

 justifica a descaracterização da operação, para fins fiscais.

Há longa data, a Receita Federal (e outros órgãos de fiscalização públicos) já vemautuando as empresas que fazem operações fictícias (dissimuladas) para a pretendida"elisão fiscal".

O conceito de planejamento tributário é diferente das "operações fictícias, de papel". Oplanejamento tributário, como uma atividade diária, corriqueira, integrada com asrotinas e percepções da empresa. Portanto, "real" e nunca fictícia ou dissimulada.

Exemplificando: uma empresa abriu 8 (oito) outras empresas tributadas pelo lucro

presumido, no mesmo local, nas mesmas instalações, para pagar menos IRPJ pelo lucroreal. Foi autuada pela Receita Federal. Isto porque todas as 8 empresas eram "fictícias"(só existiam no papel). Um bom planejamento tributário nunca adotaria tal aberração.Ao invés disto, haveria a separação de atividades (de fato) em empresas terceirizadas,empresas coligadas e "holding", por exemplo. Nenhuma autoridade fiscal poderádesmontar a verdade, quando ela se mostra efetiva, real, e comprovável.

Portanto, a lei anti-elisão é mais "política" do que prática. O governo quer acabar com ochamado "planejamento de forma". O que interessa é o conteúdo, não a forma.

O planejamento tributário continuará como está, apesar da aparente restrição da normacontrária esculpida na Lei Complementar 104/2001. 

Neste sentido, já houve discussões entre o fisco e o contribuinte, tendo os julgadoresadministrativos concluído que não há simulação quando o fato é real e lícito, como porexemplo, no seguinte julgamento:

  INCORPORAÇÃO ATÍPICA - NEGÓCIO JURÍDICO INDIRETO - SIMULAÇÃO RELATIVA - A incorporação de empresa superavitária por outra deficitária, emboraatípica, não é vedada por lei, representando um negócio jurídico indireto, na medidaem que, subjacente a uma realidade jurídica, há uma realidade econômica não

revelada.

Para que os atos jurídicos produzam efeitos elisivos, além da anterioridade àocorrência do fato gerador, necessário se faz que revistam forma lícita, aí nãocompreendida hipótese de simulação relativa, configurada em face dos dados e fatosque instruíram o processo.EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - A evidência da intenção dolosa, exigida na lei

  para agravamento da penalidade aplicada, há que aflorar na instrução processual,devendo ser inconteste e demonstrada de forma cabal.

O atendimento a todas as solicitações do Fisco e observância da legislação societária,com a divulgação e registro nos órgãos públicos competentes, inclusive com o

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cumprimento das formalidades devidas junto à Receita Federal, ensejam a intenção deobter economia de impostos, por meios supostamente elisivos, mas não evidenciam má-

 fé, inerente à prática de atos fraudulentos.

PENALIDADE - SUCESSÃO - A incorporadora, como sucessora, é responsável pelos

tributos devidos pela incorporada, até a data do ato de incorporação, não respondendo  por penalidades aplicadas posteriormente a essa data e decorrentes de infraçõesanteriormente praticadas pela sucedida (CTN, art. 132).

 Acórdão 103-21047  – 3ª CC - Publicado no D.O.U. de 28/11/2002.

Observe-se, ainda o entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais,caracterizando que os atos lícitos, reais, não se constituem evasão (sonegação) fiscal, esim, elisão (planejamento) fiscal:

  IRPJ - SIMULAÇÃO NA INCORPORAÇÃO - Para que se possa materializar, é 

indispensável que o ato praticado não pudesse ser realizado, fosse por vedação legalou por qualquer outra razão. Se não existia impedimento para a realização daincorporação tal como realizada e o ato praticado não é de natureza diversa daquelaque de fato aparenta, não há como qualificar-se a operação de simulada. Os objetivosvisados com a prática do ato não interferem na qualificação do ato praticado.Portanto, se o ato praticado era lícito, as eventuais consequências contrárias ao fiscodevem ser qualificadas como casos de elisão fiscal e não de "evasão ilícita". (AcórdãoCSRF/01-01.874/94 - citado no acórdão 101-92164, de 14.7.1998, publicado no D.O.U.de 11.8.2000).

 IRPJ   –  INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS  –  GLOSA DE PREJUÍZOS  –   IMPROCEDÊNCIA  –    A denominada “incorporação às avessas”, não proibida pelo

ordenamento, realizada entre empresas operativas e que sempre estiveram sob controlecomum, não pode ser tipificada como operação simulada ou abusiva, mormentequando, a par da inegável intenção de não perda de prejuízos fiscais acumulados, teve

 por escopo a busca de melhor eficiência das operações entre ambas praticadas.

 Acórdão CSRF nº 01-05.413 – DOU 16.07.2007 

A Lei anti-elisão é desnecessária. Não há necessidade de lei para dizer que o que não éreal não existe (!?). Outros países tem leis anti-elisão (como a Alemanha), e nem por

isso o planejamento tributário deixou de ser uma atividade lícita.

ABUSOS DA RECEITA FEDERAL

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A Receita Federal vêm autuando contribuintes que realizaram determinados  planejamentos, chamados ―de prateleira‖, ou seja, que foram especificamenteelaborados para reduzir tributos.

Entende este autor que isto caracteriza abuso de autoridade, ao notificar contribuintes

por ações lícitas, atos e fatos jurídicos verdadeiros.

Obviamente, cada caso é um caso, e, na ausência de fatos reais, convalidados pordocumentos e provas, é que se poderia dar razão à autoridade fiscalizadora.

Basicamente, a Receita argumenta que falta ―propósito negocial‖ em determinadosplanejamentos, como a incorporação de uma empresa lucrativa por outra deficitária,visando a compensação futura de prejuízos fiscais.

Ora, não há previsão, em qualquer lei fiscal, onde se exija ―propósito negocial‖ para asoperações do contribuinte! Trata-se de mera argumentação da RFB, visando inibir a

utilização dos planejamentos tributários apelidados ―de prateleira‖. 

Se existirem duas formas legais para realizar um negócio jurídico, A e B, optando-sepela forma A não se estará dissimulando a forma B. Entre as duas possibilidades,ocorreu apenas uma opção pela alternativa mais conveniente entre as partes. Não houve―abuso de forma‖, mas opção! 

O contribuinte que, autuado por executar algum planejamento tributário lícito, deveráprocurar o seu direito de defesa, através dos órgãos administrativos e judiciárioscompetentes, nunca deixando intimar-se por suposta razão de determinados fiscais ouautoridades, ainda que por supostas alegações de ―falta de propósito negocial‖ emrelação às operações que deram origem à autuação.

CALCULANDO O RESULTADO DO PLANEJAMENTO

Uma das dificuldades que os planejadores encontram na realização de um planejamentofiscal é determinar qual o montante líquido da economia que efetivamente representa(ou representará) tal conjunto de ações.

Há impactos reflexos sobre as operações, especialmente:

1.  A tributação do IRPJ e CSLL. A alíquota do IRPJ é de 15%, porém, há adicionalde 10% sobre o Lucro Real ou Presumido, que exceder a R$ 60.000 no trimestre.A alíquota atual da CSLL é de 9%. Portanto, o impacto tributário do IRPJ,somado à CSLL, pode atingir até 34% sobre os valores de receitas, custos edespesas.

2.  Tributos sobre as novas receitas geradas.3.  Custos e despesas associadas ao planejamento (taxas, custo interno de

modificações nas rotinas, treinamento, etc.).

Por exemplo:

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Determinada Cia. de Serviços pretende fazer transferência de operações, de ummunicípio onde a alíquota do ISS é de 5% para um outro, cuja tributação é de 2%. Oganho líquido deve levar em conta não somente a diferença de tributação, mas tambémo impacto na tributação do IRPJ e CSLL (pois uma redução de custos representará ummaior lucro tributável, no lucro real).

Desta forma, se o contribuinte for tributado pelo lucro real, e sua alíquota do IRPJ estáem 25%, e da CSLL em 9%, então o impacto líquido projetado será:

Discriminação % sobre Receitas1. Diferença do ISS 3,00%

2. IRPJ (25%) sobre Economia 0,75%

3. CSLL (9%) sobre Economia 0,27%

Impacto Líquido do Planejamento (1 - 2 - 3) 1,98%

Não se incluíram no quadro acima as despesas de abertura da filial (taxas, alvará,aluguel e outras). Este valor deve ser determinado em conjunto com o pessoalresponsável pelas operações de serviços e administração da empresa.

Outro exemplo:

A Cia. A tem 2 atividades operacionais:

1.  Comércio varejista, onde o lucro médio é de 4,5% sobre o faturamento (antes doIRPJ e CSLL).

2. 

Prestação de serviços, onde o lucro médio é de 40,2% sobre o faturamento (antesdo IRPJ e CSLL).

Sabe-se que a mesma é optante pelo lucro real. O planejador pretende sugerir à direçãoda Cia. A que as atividades de serviços (mais lucrativas) sejam transferidas a uma novaempresa, mediante cisão de ativos, e optante pelo lucro presumido.

Estima-se um custo administrativo adicional, por ano, de R$ 50.000 para a novaempresa. Também se projeta que não haverá despesas financeiras, pois a nova empresareceberá apenas ativos (todos os passivos onerosos serão mantidos pela Cia. A).

Inicialmente, o planejador levantou o balanço ajustado, por atividade, obtendo oseguinte demonstrativo:

Valores R$/ano Comércio Serviços TotalRECEITA OPERACIONAL BRUTA 25.000.000 5.000.000 30.000.000

PIS e COFINS* 746.938 315.888 1.062.825

ICMS e ISS 4.500.000 250.000 4.750.000

Custos das Mercadorias e Serviços 13.750.000 1.250.000 15.000.000

Despesas Operacionais 4.250.000 1.050.000 5.300.000

Despesas Financeiras 625.000 125.000 750.000Resultado Operacional antes do IR e CSL 1.128.063 2.009.113 3.137.175

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Resultado Operacional % Receita 4,5% 40,2% 10,5%

IRPJ Lucro Real 258.016 502.278 760.294

CSLL Lucro Real 101.526 180.820 282.346

Total dos Tributos Lucro Real 1.106.479 998.986 2.105.465

* Valores já ajustados para a incidência não cumulativa

Após a cisão, projeta-se o seguinte demonstrativo de resultados anual, considerando-seque a nova empresa constituída (serviços) será optante pelo lucro presumido:

Valores R$ projetados Comércio RealServiços

Presumido TotalRECEITA OPERACIONAL BRUTA 25.000.000 5.000.000 30.000.000PIS e COFINS 735.375 182.500 917.875

ICMS e ISS 4.500.000 250.000 4.750.000Custos das Mercadorias e Serviços 13.750.000 1.250.000 15.000.000Despesas Operacionais 4.250.000 1.100.000 5.350.000

Despesas Financeiras 750.000 - 750.000

Resultado Operacional antes do IR e CSL 1.014.625 2.217.500 3.232.125

Resultado Operacional % Receita 4,1% 44,4% 10,8%

IRPJ 229.656 376.000 605.656

CSLL 91.316 144.000 235.316

Já temos dados suficientes para calcular a economia líquida resultante do planejamento:

Projeção antes e após a Cisão R$ Atual Planejado DiferençaIRPJ 760.294 605.656 (154.638)

CSLL 282.346 235.316 (47.030)

PIS e COFINS 1.062.825 917.875 (144.950)

Despesas Operacionais 5.300.000 5.350.000 50.000

TOTAL 7.405.465 7.108.848 (296.617)

Conclusão: eventual execução do planejamento tributário na Cia. A poderá resultarnuma economia líquida/ano de até R$ 296.617,00.

Observações gerais sobre o exemplo:

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 No quadro ―Valores R$ projetados‖, o PIS e COFINS do Lucro Presumido são 0,65% e3%, respectivamente.

O ICMS e ISS são de 18 e 5%, respectivamente.

O IRPJ é de 15% sobre o Lucro Real ou Presumido (com adicional de 10% para o LucroReal ou Presumido acima de R$ 240.000,00/ano). A CSLL é de 9% sobre a base decálculo (real ou presumida).

LUCRO REAL

A legislação, para disciplinar a sistemática de apuração dos lucros tributáveis ouprejuízos posteriormente compensáveis, impõe algumas regras para harmonizar oresultado societário ao resultado fiscal.

Desta forma, por exemplo, algumas despesas, custos, receitas e ganhos embora sejamcontabilizados para fins societários devem ter os seus efeitos anulados para a apuraçãodo resultado fiscal, originando assim ajustes ao lucro contábil, mediante exclusões eadições previstas na legislação, para fins de determinar o chamado ―Lucro Real‖. 

Lucro real é o lucro líquido do período de apuração (apurado contabilmente) ajustadopelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo Regulamento(Decreto-Lei 1.598/1977. 

Nem sempre, portanto, o lucro (ou prejuízo) real será igual ao lucro (ou prejuízo)

contábil.Exemplo de Prejuízo Fiscal, apurado a partir do prejuízo contábil:

1. Prejuízo Contábil apurado na escrituração (100.000,00)2. Adições ao Lucro Real – Despesas Não Dedutíveis 10.000,003. Exclusões ao Lucro Real – Equivalência Patrimonial Credora 50.000,004. Prejuízo Fiscal no Período (1 + 2 – 3) (140.000,00)

UTILIZAÇÃO DO LUCRO REAL

A apuração do IRPJ pelo lucro real é mais comumente feita por médios e grandescontribuintes, dado sua relativa onerosidade, pois os controles contábeis exigidos sãomais amplos que os demais sistemas de tributação (lucro presumido, arbitrado ouSimples).

À opção do contribuinte, a adoção do lucro real pode ser mediante estimativa(recolhimento mensal) ou por trimestre. 

PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS AO LUCRO REAL

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A partir de 1999 estão obrigadas à apuração do lucro real, e, portanto, não podem optarpelo Lucro Presumido, as pessoas jurídicas (Lei 9.718/98, art. 14):

I  –  cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, seja superior a R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões

de reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior,quando inferior a 12 (doze) meses (limite fixado pela Lei 10.637/2002); 

 Nota: o limite acima é válido a  partir de 01.01.2003. Até 31.12.2002, a obrigação pelaopção do lucro real era para as pessoas jurídicas cuja receita total no ano-calendário

 fosse superior a R$ 24.000.000,00, ou proporcionalmente, quando o número de mesesde atividades fosse inferior a 12 meses. 

II  – cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos dedesenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento einvestimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores

mobiliários e câmbio, distribuidora de títulos e valores mobiliários, empresas dearrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e decapitalização e entidades de previdência privada aberta;

III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

 Notas: com base no  Ato Declaratório Interpretativo 5/2001 SRF : 1)   Não confundir rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior com

receitas de exportação. As exportadoras podem optar pelo Lucro Presumido,desde que não estejam nas hipóteses de vedação. A restrição deste itemalcança aquelas empresas que tenham lucros gerados no exterior (comoempresas Offshore, filiais controladas e coligadas no exterior, etc.).

2)    A prestação direta de serviços no exterior (sem a utilização de filiais,sucursais, agências, representações, coligadas, controladas e outrasunidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas)não obriga á tributação do lucro real.

IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativosà isenção ou redução do imposto;

 Nota: como exemplo de benefícios fiscais: o programa BEFIEX (isenção do lucro

de exportação), projetos incentivados pela SUDENE e SUDAM, etc.

V  –  que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal peloregime de estimativa, na forma do art. 2 da Lei 9.430/1996; 

 Nota: o regime de estimativa é a opção de pagamento mensal, estimado, do Impostode Renda, para fins de apuração do Lucro Real em Balanço Anual.

VI  –  que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços deassessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administraçãode contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas

mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

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Também estão obrigadas ao Lucro Real as empresas imobiliárias, enquanto nãoconcluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (INSRF 25/1999). O custo orçado é a modalidade de tratamento contábil dos custos futurosde conclusão de obras.

As Sociedades de Propósito Específico (SPE) constituídas por Micro Empresas eEmpresas de Pequeno Porte, optantes pelo Simples, deverão apurar o imposto de rendadas pessoas jurídicas com base no lucro real, conforme estipulado no art. 56, § 2, IV daLei Complementar 123/2006. 

REFIS – POSSIBILIDADE DE OPÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO

As empresas referidas nos itens I, III, IV e V, que aderiram ao Programa deRecuperação Fiscal (REFIS), de que trata a  Lei 9.964/2000, poderão optar, durante operíodo em que ficaram submetidas ao REFIS, pelo regime de tributação com base nolucro presumido (art. 9 do Decreto 3.431/2000). O disciplinamento da matéria está na

Instrução Normativa SRF 16/2001. 

LUCRO REAL TRIMESTRAL

A maioria das empresas brasileiras tem fraco movimento comercial nos meses de  janeiro e fevereiro de cada ano. Isto provoca distorções tributárias, que devem serlevadas em conta na hora de optar pelas modalidades oferecidas pelo Regulamento doImposto de Renda.

Na opção pelo Lucro Real Trimestral, há limitações específicas e a empresa pode acabarpagando mais IR e CSLL, conforme veremos a seguir.

Isto porque, se 1º trimestre do ano da opção houver prejuízo fiscal, o mesmo só poderáser compensado em até 30% do Lucro Real dos trimestres seguintes.

Na forma de estimativa mensal (utilizando-se balancetes de suspensão), paga-se menorimposto.

Exemplo:

1 a

Opção: Lucro Real Trimestral:

Prejuízo Fiscal no 1º trimestre/20X1: R$ 500.000,00Lucro Real no 2º trimestre/20X1: R$ 100.000,00Prejuízo compensável 30% de R$ 100.000,00 = R$ 30.000,00Lucro Real após a compensação de prejuízo do 1 º trimestre = R$ 70.000,00IRPJ e CSLL a pagar: R$ 70.000,00 x 15% IRPJ + 9% CSLL + (R$ 70.000,00  – R$60.000,00) x 10% Adicional IRPJ = R$ 17.800,00 

 2 a

Opção: Lucro Real Anual (com balancetes de suspensão mensais):

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Se a empresa optasse pelo Lucro Real Anual, poderia levantar balancetes mensais,suspendendo o IRPJ e a CSL. Neste caso, o prejuízo em 30.06.20X1 seria de:

R$ 500.000,00 (de 01.01.20X1 a 31.03.20X1) menos R$ 100.000,00 (de 01.04.20X1 a30.06.20X1) = R$ 400.000,00 de prejuízo.

IRPJ e CSLL a pagar: ZERO.

AS DESPESAS “OCULTAS” 

Os balancetes contábeis podem ser peças precárias para uma decisão entre Lucro Real xPresumido, pois normalmente existem várias ―despesas invisíveis‖, que não aparecemnos demonstrativos, distorcendo a análise para fins de planejamento tributário. Eisalgumas:

1)  Provisões de férias e 13o não contabilizados (incluindo os períodos de férias a

vencer, 1/3, INSS e FGTS). Veja mais no tópico ―Provisão de Férias‖. 2)  Valor locatício de bens utilizados, de propriedade de sócios ou empresas ligadas.3)  Despesas relativas ao uso de bens acima (2), tanto em regime de comodato

quanto na forma de locação, como manutenção, IPTU, IPVA, taxas, vigilância,etc.

4)  Encargos sobre operações de empréstimos e financiamentos que deveriam estarcontabilizados pelo regime de competência e não de caixa.

5)  Rateio de despesas comuns entre empresas ligadas, não imputadascontabilmente.

6)  Juros sobre o capital próprio (TJLP). Veja mais no tópico ―Juros sobre o CapitalPróprio‖. 

ALGUNS DETALHES CONTÁBEIS

Algumas opções, todas legais, permitem uma redução tributária do IRPJ e CSLLmediante contabilização de itens para as empresas tributadas pelo Lucro Real.

Destacam-se as seguintes:

CUSTO DE AQUISIÇÃO DO IMOBILIZADO ATÉ R$ 326,61

Poderá ser deduzido como despesa operacional, o custo de aquisição de bens do ativopermanente cujo prazo de vida útil não ultrapasse um ano ou de valor unitário nãosuperior a R$ 326,61, desde que atinja a utilidade funcional individualmente, isto é, nãoseja empregado em conjunto.

Base: art. 301 do Decreto 3.000/1999  – RIR.

DEPRECIAÇÃO DE BENS USADOS

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A taxa de depreciação de bens adquiridos usados poderá ser calculada considerandocomo prazo de vida útil o maior dentre:

1. metade do prazo de vida útil admissível para o bem adquirido novo; e

2. restante da vida útil do bem, considerada esta em relação á primeira instalação parautilização.

Exemplos:

a)  Metade da vida útil admissível para o bem adquirido novo: caminhão - taxanormal (novo) 25% aa; taxa p/usado: 50% aa;

b)  Restante da vida útil, considerada esta em relação á primeira instalação parautilização do bem: computador usado (2 anos). Restante da vida útil = 3 anos.Taxa de depreciação (novo) = 20% aa; usado = 33,33% aa.

Base: art. 311 do Decreto 3.000/1999 - RIR.

CAPITAIS AMORTIZÁVEIS

Poderão ser amortizados os capitais empregados em:  Patentes de Invenção, direitos autorais, licenças, concessões e outros para os

quais haja prazo de vigência contratual ou legal;  Direitos de exploração de fundo de comércio e outros direitos contratuais com

prazo fixado;  Custos das construções e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando não

houver direito de recebimento ou compensação de seu valor; e  Despesas de organização pré-operacional, pesquisa e desenvolvimento e outras,

registradas no ativo diferido.

Base: art. 325 do Decreto 3.000/1999 - RIR.

PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS

Poderão ser contabilizados como perdas os créditos, sem garantia de valor, até R$5.000,00, por operação, vencidos há mais de 6 meses, e os acima deste valor, até R$30.000,00, vencidos há mais de um ano, bem como contra devedor declarado falido.

Veja maiores detalhes no tópico ―Perdas no Recebimento de Créditos‖. 

Base: art. 340 do Decreto 3.000/1999 - RIR.

PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES NOS LUCROS

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A participação contabilizada, mesmo que seja paga posteriormente, será dedutível nopróprio período de formação dos resultados. Assim, se o pagamento é anual (porexemplo, em abril/2011), a provisão dedutível, proporcionalmente aos lucros gerados,pode ser contabilizada já em janeiro/2010. Veja maiores detalhes no tópico―Participação dos Trabalhadores nos Lucros‖. 

Base: art. 359 do Decreto 3.000/1999 - RIR.

TÓPICOS ESPECÍFICOS DE PLANEJAMENTO NO LUCRO REAL

LEVANTAMENTO DE BALANCETES DE SUSPENSÃO

Medida imprescindível para o acompanhamento do planejamento fiscal do IRPJ e CSLdevidos por estimativa, é realizar, mensalmente, a comparação dos referidosrecolhimentos com aqueles efetivamente gerados pelos resultados da empresa.Obviamente, sempre escolher a opção que resultar menor valor a recolher.

Exemplo:

Recolhimentos do IRPJ e CSL de janeiro a maio/2011: IRPJ: R$ 213.000; CSL R$97.000.

Valor do IRPJ e CSL devidos pelo Lucro Real no balancete de junho/2011: IRPJ R$192.000; CSL R$ 89.000.

Conclusão: em julho/2011 (base da estimativa: junho/2011) a empresa poderáSUSPENDER o recolhimento por estimativa, tanto do IRPJ quanto da CSL, por já haverrecolhido, no ano, valor superior ao devido em balancete levantado no período,conforme regras fiscais.

DEPRECIAÇÕES INCENTIVADAS

Existem modalidades de incentivos relacionados à utilização de depreciaçãoincentivada, entre as quais se destacam:

INCENTIVOS À PESQUISA E INOVAÇÃO

Lei 11.196/2005, artigo 17: a partir de 13.05.2008, por força da MP 428/2008, poderáser utilizada depreciação integral, no próprio ano da aquisição, de máquinas,equipamentos, aparelhos e instrumentos, novos, destinados à utilização nas atividadesde pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, para efeito deapuração do IRPJ.

  Nota: até 13.05.2008, era admissível a depreciação acelerada, calculada pelaaplicação da taxa de depreciação usualmente admitida, multiplicada por 2 (dois), sem

  prejuízo da depreciação normal das máquinas, equipamentos, aparelhos einstrumentos, novos, destinados à utilização nas atividades de pesquisa tecnológica edesenvolvimento de inovação tecnológica, para efeito de apuração do IRPJ.

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A partir de 18.09.2008, com a conversão da MP 428/2008 na  Lei 11.774/2008, poderáser utilizada depreciação integral, no próprio ano da aquisição, de máquinas,equipamentos, aparelhos e instrumentos, novos, destinados à utilização nas atividadesde pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, para efeito deapuração do IRPJ e também da CSLL. 

DEPRECIAÇÃO NA ATIVIDADE RURAL (art. 314 do Regulamento do IR)

Os bens do Ativo Imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica queexplore a atividade rural, para uso nessa atividade, podem ser depreciados integralmenteno próprio ano de aquisição.

Isso significa excluir do lucro líquido, no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR)(no ano de aquisição), valor que, somado à depreciação normal (registrada naescrituração contábil), resulte em 100% do custo de aquisição do bem.

Exemplo:

Depreciação de trator:Valor de Aquisição: R$ 25.000,00Valor da Depreciação Contábil no ano: R$ 5.000,00Valor da Depreciação Incentivada (mediante exclusão no LALUR) R$ 20.000,00Total da Depreciação Contábil + Incentivada: R$ 25.000,00

DEPRECIAÇÃO INCENTIVADA - HOTELARIA

A partir de 03.01.2008, para efeito de apuração da base de cálculo do imposto de renda,a pessoa jurídica que explore a atividade de hotelaria poderá utilizar depreciaçãoacelerada incentivada de bens móveis integrantes do ativo imobilizado, adquiridos apartir de 03.01.2008 até 31.12.2010, calculada pela aplicação da taxa de depreciaçãoadmitida pela legislação tributária, sem prejuízo da depreciação contábil.

A quota de depreciação acelerada incentivada constituirá exclusão do lucro líquido parafins de determinação do lucro real e será controlada no livro fiscal de apuração do lucroreal.

O total da depreciação acumulada, incluindo a contábil e a acelerada incentivada, não

poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem. A partir do período de apuração em quefor atingido este limite, o valor da depreciação, registrado na contabilidade, deverá seradicionado ao lucro líquido para efeito de determinação do lucro real.

Exemplo: 

Custo de móveis adquiridos em 15.01.2010: R$ 200.000,00

Depreciação Contabilizada no ano de 2010: R$ 200.000,00 x 10% = R$ 20.000,00.

Valor a ser excluído no Lucro Real de 2010, a título de Depreciação Acelerada

Incentivada: R$ 20.000,00.Base: art. 1º da Lei 11.727/2008.

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DEPRECIAÇÃO ACELERADA CONTÁBIL

Em relação aos bens móveis, poderão ser adotados, em função do número de horasdiárias de operação, os seguintes coeficientes de depreciação acelerada (Lei 3.470/58,

art. 69):

I – um turno de oito horas................................1,0;II – dois turnos de oito horas............................1,5;III – três turnos de oito horas............................2,0.

Base: art. 312 Decreto 3.000/1999 - RIR/99.

Portanto, a utilização da aceleração da depreciação contábil, quando há mais de umturno diário de operação, poderá permitir uma contabilização maior de encargosdedutíveis na apuração do resultado tributável.

Não confundir este exemplo com o anterior (depreciação incentivada), pois sãodistintos, e podem ser usados cumulativamente, respeitado o limite do custo deaquisição do bem (parágrafos 3 e 5 do artigo 313 do Regulamento do Imposto deRenda).

PROVISÃO DE FÉRIAS 

O contribuinte poderá deduzir, como custo ou despesa operacional, em cada período deapuração, importância destinada a constituir provisão para pagamento de remuneraçãocorrespondente a férias de seus empregados (Decreto-lei 1.730/79, art. 4°, e Lei

9.249/1995, art. 13, inciso I).

O limite do saldo da provisão será determinado com base na remuneração mensal doempregado e no número de dias de férias a que já tiver direito na época do encerramentodo período de apuração.

A provisão contempla a inclusão dos gastos incorridos com a remuneração de fériasproporcionais, do seu adicional de 1/3 e dos encargos sociais (INSS e FGTS), cujo ônuscabe à empresa. Assim, não há necessidade que as férias sejam ―pagas‖ (conceito decaixa) para serem contabilizáveis como custo ou despesa operacional, gerando destaforma uma provisão (no passivo circulante) que reduzirá o montante tributável do IRPJe CSL.

Exemplo:

Total de férias proporcionais calculadas com base no Balanço de 31.12.2010: R$90.000,00Adicional de 1/3: R$ 90.000 x 1/3 = R$ 30.000,00FGTS (8% sobre o montante de férias + 1/3) = R$ 9.600,00INSS (28,8% sobre o montante de férias + 1/3) = R$ 34.560,00TOTAL DA PROVISÃO DE FÉRIAS = R$ 164.160,00

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Nota: com relação aos balancetes de suspensão, é admissível também que se faça aprovisão do 13º salário, com referidos encargos (FGTS e INSS) - Lei 9.249/1995, art.13, inciso I.

PROVISÃO PARA PERDA DE ESTOQUES DE LIVROS 

A Lei 10.753/2003, em seus artigos 8 e 9, alterado pela Lei 10.833/2003, permite àspessoas jurídicas e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto sobre a rendaque exerçam as atividades de editor, distribuidor e de livreiro, a constituição de provisãopara perda de estoques, calculada no último dia de cada período de apuração do impostosobre a renda e da CSLL, correspondente a 1/3 (um terço) do valor do estoque existentenaquela data.

Referida provisão foi normatizada pela IN SRF 412/2004. 

DEDUTIBILIDADE

A partir de 31.10.2003 (data da publicação da Lei 10.753/2003 no DOU), a provisãoreferida será dedutível para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo dacontribuição social sobre o lucro líquido.

PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO AO TRABALHADOR (PAT)

É permitido às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real deduzir do Impostode Renda devido, a título de incentivo fiscal, entre outros, o valor correspondente áaplicação da alíquota do imposto sobre a soma das despesas de custeio realizadas noperíodo em Programas de Alimentação do Trabalhador (PAT). A dedução direta noimposto, relativa ao incentivo ao PAT, fica limitada a 4% (QUATRO POR CENTO), doImposto de Renda (sem a inclusão do adicional).

Exemplo:

Valor do IRPJ (sem adicional) devido: R$ 120.000,00Limite de dedução do PAT: 4% de R$ 120.000,00 = R$ 4.800,00

A IN SRF 16/92 fixou o custo máximo por refeição em 3,00 UFIR e dispôs, ainda, queo valor do incentivo fiscal por refeição dedutível do Imposto de Renda deve ser calcu-lado mediante a aplicação da alíquota do imposto sobre 2,40 UFIR. Este último valor,reconvertido para R$ pela legislação vigente, resulta em R$ 1,99. Aplicando-se sobre abase do incentivo (R$ 1,99) a alíquota do Imposto de Renda (15%), encontra-se o limitededutível por refeição (R$ 0,2985).

O incentivo ao PAT, descontável diretamente do IRPJ, corresponderá ao menor dosseguintes valores:

1) aplicação da alíquota de 15% sobre a soma das despesas de custeio realizadas com o

PAT;

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2) R$ 0,2985 (15% de R$ 1,99), multiplicado pelo número de refeições fornecidas noperíodo.

PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS

As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídicapoderão ser deduzidas como despesas, para determinação do lucro real. Poderão serregistrados como perda os créditos (Lei 9.430/1996, art. 9°, § 1°):

a) em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, emsentença emanada do Poder Judiciário;b) sem garantia, de valor:1. até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de 6 (seis) meses,independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;2. acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), até R$ 30.000,00 (trinta mil reais), poroperação, vencidos há mais de 1 (um) ano, independentemente de iniciados os

procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém, mantida a cobrançaadministrativa;3. superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de 1 (um) ano, desde queiniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento;c) com garantia, vencidos há mais de 2 (dois) anos, desde que iniciados e mantidos osprocedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias;d) contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária,relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar.

No caso de contrato de crédito em que o não pagamento de uma ou mais parcelasimplique o vencimento automático de todas as demais parcelas vincendas, os limites aque se referem os números "1" e "2" da alínea b deste item serão considerados emrelação ao total dos créditos, por operação, com o mesmo devedor (Lei 9.430/1996, art.9°, § 2°).

Considera-se crédito garantido o proveniente de vendas com reserva de domínio, dealienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais (Lei9.430/1996, art. 9°, § 3°).

No caso de crédito com empresa em processo falimentar ou de concordata, a dedução daperda será admitida a partir da data da decretação da falência ou da concessão da

concordata, desde que a credora tenha adotado os procedimentos judiciais necessáriospara o recebimento do crédito (Lei 9.430/1996, art. 9°, § 4°).

JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO (TJLP)

A pessoa jurídica poderá deduzir os juros pagos ou creditados individualizadamente atitular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobreas contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros deLongo Prazo – TJLP (Lei 9.249/1995, art. 9°).

Os juros ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte pela alíquota de 15%

(Lei 9.249/1995, art. 9°, § 2°).

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O valor dos juros pagos ou creditados pela pessoa jurídica, a título de remuneração docapital próprio, poderá ser imputado ao valor dos dividendos de que trata o art. 202 daLei 6.404/1976. 

O montante dos juros remuneratórios do patrimônio líquido passível de dedução para

efeitos de determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social limita-se ao maior dos seguintes valores:

I  – 50% (cinquenta por cento) do lucro líquido do exercício antes da dedução desses juros; ouII – 50% (cinquenta por cento) do somatório dos lucros acumulados e reserva de lucros,sem computar o resultado do período em curso.

Para os efeitos do limite referido no item I, o lucro líquido do exercício será aquele apósa dedução da contribuição social sobre o lucro líquido e antes da dedução da provisãopara o imposto de renda, sem computar, porém, os juros sobre o patrimônio líquido.

De acordo com a IN 41/98, art. 1º, se a empresa creditar os juros aos sócios, estespodem optar por capitalizá-los, sem prejuízo da dedutibilidade da despesa.

A vantagem do pagamento de juros sobre o patrimônio líquido, sob o ponto de vista daeconomia fiscal, está em três pontos básicos:

a) a alíquota de fonte é de 15% e o IRPJ é de 25% se considerarmos o adicional de 10%;há assim uma economia de 10%;b) reduz-se a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro cuja alíquota é de9%, há assim uma economia de 9%;c) os juros podem ser imputados ao valor dos dividendos o que, na prática, torna os"dividendos" dedutíveis na apuração do IR.

Os juros sofrerão retenção de IRF pela alíquota de 15%. Na beneficiária pessoa jurídica,se tributada pelo lucro real, a fonte será considerada como antecipação do devido oucompensada com o que houver retido por ocasião do pagamento ou crédito de juros, atítulo de remuneração do capital próprio, a seu titular, sócios ou acionistas.

No caso de tributação pelo Lucro Presumido ou Arbitrado, o IRF será consideradocomo antecipação do devido. Nos demais casos, os rendimentos pagos a pessoa jurídica,

mesmo que isenta, ou a pessoa física, serão considerados tributados exclusivamente nafonte.

Os juros pagos ou recebidos serão contabilizados, segundo a legislação tributária,respectivamente, como despesa financeira ou receita financeira.

GRUPO ECONÔMICO

No planejamento dos Juros Sobre Capital em âmbito de grupo econômico, recomenda-se avaliar os efeitos no contexto geral.

Por exemplo, consideremos que a fonte pagadora e a beneficiária sejam ambaslucrativas e optantes pelo Lucro Real. Neste caso, em princípio, não seria recomendável

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a adoção dos Juros, pois eventuais reduções tributárias por uma das partes se anulariamcom a tributação integral na empresa favorecida. Ademais, há que se considerar que areceita financeira gerada na beneficiária integrará as bases de cálculo do PIS não-cumulativo (1,65%) e da COFINS não-cumulativa (7,6%), haja vista que esta não estásujeita à alíquota zero, aplicável às demais receitas financeiras.

CONTABILIZAÇÃO MENSAL

Os juros podem ser contabilizados mensalmente de forma a reduzir o lucro contábil etributável. Todavia, devido aos limites estabelecidos, isto requer algum cuidadoadicional, pois eventuais excessos não são dedutíveis na determinação do Imposto deRenda e da Contribuição Social, porém sofrem normalmente a retenção do IRF.

PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES NOS LUCROS

A pessoa jurídica poderá deduzir como despesa operacional as participações atribuídas

aos empregados nos lucros ou resultados, dentro do próprio exercício de suaconstituição. Assim, não há necessidade que a participação esteja ―paga‖ para que sejadedutível, podendo ser contabilizada nos balancetes ou balanço, segundo o regime decompetência. 

Exemplo:

Balancete de Suspensão de 30 de junho.

Lucro Líquido do Período: R$ 1.000.000,00Participação dos Trabalhadores no Lucro Líquido: 10%

Valor contabilizável como despesa operacional: R$ 100.000,00

Lançamento:

D - Participação dos Trabalhadores no Lucro Líquido (Conta de Resultado)C – Participações a Pagar (Passivo Circulante)R$ 100.000,00

CONTRATOS COM ENTIDADES GOVERNAMENTAIS

Nos contratos de prazo de vigência superior a 12 (doze) meses, qualquer que seja oprazo de execução de cada unidade, em empreitada ou fornecimento contratado compessoa jurídica de direito público, ou empresa sob seu controle, empresa pública,sociedade de economia mista ou sua subsidiária, o contribuinte poderá diferir atributação do lucro até sua realização, observadas as seguintes normas (Decreto-Lei1.598/1977, art. 10, § 3°, e Decreto-lei 1.648/78, art. 1°, inciso I):

I  –  poderá ser excluída do lucro líquido do período de apuração, para efeito dedeterminar o lucro real, parcela do lucro da empreitada ou fornecimento computado noresultado do período de apuração, proporcional à receita dessas operações consideradas

nesse resultado e não recebida até a data do balanço de encerramento do mesmo períodode apuração; e

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II – a parcela excluída nos termos do inciso I deverá ser computada na determinação dolucro real do período de apuração em que a receita for recebida.

Se o contribuinte subcontratar parte da empreitada ou fornecimento, o direito aodiferimento de que trata este item caberá a ambos, na proporção da sua participação na

receita a receber (Decreto-Lei 1.598/1977, art. 10, § 4°).

Em síntese, a aplicação desta legislação permite o diferimento do lucro, via LALUR, atéo recebimento da correspondente receita (tributação por ―regime de caixa‖). 

Exemplo:

Valores a receber em 31/12 de entidades governamentais: R$ 950.000,00

Custos e despesas correspondentes às parcelas de valores a receber em 31/12 dasrespectivas entidades governamentais: R$ 450.000,00

Parcela do Lucro a diferir de valores a receber em 31/12: R$ 950.0000,00 menos R$450.000,00 = R$ 500.000,00

Lucro Líquido apurado no Exercício: R$ 1.200.000,00 Resultado tributável pelo IRPJ: R$ 1.200.000,00 – R$ 500.000,00 = R$ 700.000,00 Nota: o valor de R$ 500.000,00, excluído da tributação, deverá ser adicionado (viaLALUR) no período em que a receita for recebida, proporcionalmente à mesma. 

VENDAS EM LONGO PRAZO DE BENS DO ATIVO NÃO CIRCULANTE

Nas vendas de bens do Ativo Não Circulante para recebimento do preço, no todo ou emparte, após o término do ano-calendário seguinte ao da contratação, o contribuintepoderá, para efeito de determinar o lucro real, reconhecer o lucro na proporção daparcela do preço recebida em cada período de apuração.

Caso o contribuinte tenha reconhecido o lucro na escrituração comercial no período deapuração em que ocorreu a venda, os ajustes e o controle decorrentes da aplicação dodisposto serão efetuados no Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR.

É importante ressaltar que as vendas em longo prazo devem ter as datas de recebimentopactuadas em contrato, não se beneficiando do diferimento da tributação aquela vendacujo recebimento se verifica após o término do ano-calendário seguinte ao dacontratação em virtude de atraso no pagamento do todo ou das prestações.

Outro ponto que deve ser destacado é a restrição que o item impõe limitando o benefícioà venda de bens do Ativo Não Circulante, não se aplicando à venda de ativosintangíveis (como marcas e patentes, por exemplo).

Base legal: Decreto-Lei 1.598/1977, art. 31, § 2°.

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ATIVO NÃO CIRCULANTE x PERMANENTE

O artigo 37 da Lei 11.941/2009 alterou o disposto no art. 178, § 1º, da Lei 6.404/1976, suprimindo a linha ―Ativo Permanente‖, contudo mantendo os subgrupos Investimentose Imobilizado e adicionando o subgrupo Intangíveis, doravante inseridos no grupo

denominado Ativo Não-Circulante. 

O entendimento é que o § 2°, artigo 31, do Decreto-Lei 1.598/1977, aplique-se aos bensclassificados nos subgrupos de Investimentos e Imobilizado. A possibilidade dediferimento é restrita a bens existentes nestes dois subgrupos, pois no atual AtivoIntangível não há a classificação de bens.

No subgrupo de Investimentos podemos encontrar a classificação de bens diversos, nãorelacionados à atividade operacional da empresa, tais como: imóveis para investimentoe obras de arte, entre outras. 

Exemplo: 

Uma empresa tributada pelo lucro real alienou um terreno em 29.11.2010, pelo valor deR$ 200.000,00, constante de seu ativo imobilizado, registrado na contabilidade por R$110.000,00.

As condições de pagamento contratadas foram: no ato da venda o valor de R$50.000,00; em 29.11.2011, R$ 50.000,00; em 29.11.2012, R$ 100.000,00.

A contabilização, pela venda, será:

D – Caixa R$ 50.000,00D – Contas a Receber R$ 150.000,00C – Venda de Imobilizado R$ 200.000,00

A contabilização da baixa será:

D – Baixa do ImobilizadoC – Terrenos R$ 110.000,00

O lucro contábil, decorrente da venda do terreno é de R$ 90.000,00 (200.000,00  –  

110.000,00).

Porém, em vista a possibilidade do diferimento do lucro concedida pela legislação, econsiderando que no ano base de 2010 foi recebido o valor equivalente a 25% do preçode venda, para fins fiscais é possível excluir 75% do lucro da operação, ou seja, R$90.000,00 x 75% = R$ 67.500,00.

Portanto, excluir-se-á do lucro líquido o valor de R$ 67.500,00 para fins dedeterminação do lucro real, no ano de 2010. Tal valor será controlado na parte B doLALUR.

No período-base que abrange o mês de novembro/2011, em vista do recebimento demais 25% do preço de venda, será adicionado ao lucro líquido para fins de apuração da

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base de cálculo do imposto de renda o valor de R$ 22.500,00, correspondente a 25% dolucro da operação. Este valor será baixado na Parte B do LALUR, restando aí um saldoa tributar de R$ 45.000,00.

No ano de 2012, quando a empresa receber os restantes R$ 100.000,00, oferecerá à

tributação o saldo do lucro diferido (R$ 45.000,00), registrado na Parte B do LALUR,baixando o mesmo valor da Parte B do referido livro.

GANHOS EM DESAPROPRIAÇÃO

O contribuinte poderá diferir a tributação do ganho de capital na alienação de bensdesapropriados, desde que (Decreto-Lei 1.598/1977, art. 31, § 4°):

I – transfira o ganho de capital para reserva especial de lucros;II  –  aplique, no prazo máximo de 2 (dois) anos do recebimento da indenização, naaquisição de outros bens do ativo permanente, importância igual ao ganho de capital;

III – discrimine, na reserva de lucros, os bens objeto da aplicação de que trata o incisoanterior, em condições que permitam a determinação do valor realizado em cadaperíodo de apuração.

Exemplo:

Ganho de capital ocorrido na desapropriação de imóvel em 30.11.2010: R$ 500.000,00

Lançamento contábil relativo à transferência do ganho para reserva especial de lucros:

D – Resultado do Exercício (Patrimônio Líquido)C – Reserva Especial de Lucros – Ganho de Capital em DesapropriaçãoR$ 500.000,00Histórico: Valor do ganho de capital em desapropriação do imóvel Fazenda MinasVelhas.

 No Livro de Apuração, parte ―A‖, será efetuado o lançamento seguinte: 

PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LIQUIDO DO EXERCÍCIO pág. 12DATA H I S T O R I C O ADIÇÕES EXCLUSÕES

NATUREZA DOS AJUSTES

30.11.2010 Ganho de capital em desapropriação de imóvel,transferido a Reserva Especial de Lucros

500.000,00

A reserva será computada na determinação do lucro real quando da realização do bem,ou quando for utilizada para distribuição de dividendos (Decreto-Lei 1.598/1977, art.31, § 5°).

Exemplo:

Se do valor de R$ 500.000,00 do ganho ocorrido no exemplo anterior, a empresadistribuir R$ 100.000,00 a título de lucros em 30.04.2011, deverá proceder à seguinteadição ao lucro real:

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PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LIQUIDO DO EXERCÍCIO pág. 13DATA H I S T O R I C O ADIÇÕES EXCLUSÕES

NATUREZA DOS AJUSTES

30.04.2011 Realização do Ganho de capital emdesapropriação de imóvel, mediante distribuiçãode dividendos

100.000,00

O saldo a realizar (controlado na Parte B do LALUR) será de R$ 500.000,00  –  R$100.000,00 = R$ 400.000,00.

Será mantido controle, no Livro de Apuração do Lucro Real  –  LALUR, do ganhodiferido. Este controle deverá ser na parte ―B‖ do referido livro. 

EXCLUSÕES E ADIÇÕES AO LUCRO REAL

EXCLUSÕES

Na determinação do Lucro Real, poderão ser excluídos do lucro líquido do período deapuração (Decreto-Lei 1.598/77, art. 6, § 3º):

I  – os valores cuja dedução seja autorizada pelo Regulamento e que não tenham sidocomputados na apuração do lucro líquido do período de apuração;II  –  os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos naapuração do lucro líquido que, de acordo com o Regulamento, não sejam computadosno lucro real;

III  –  o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitado a 30%(trinta por cento) do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas noRegulamento, desde que a pessoa jurídica mantenha os livros e documentos, exigidospela legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal utilizado para compensação(Lei 9.065/1995, art. 15 e parágrafo único).

Adiante uma lista básica dos principais valores passíveis de exclusão, desde queatendido as particularidades da legislação que regem cada assunto:

1.  Parcela de lucro de empreitada ou fornecimento contratado com pessoa jurídica dedireito público, proporcional ao valor da receita não recebida, para contratos

superiores a 12 meses.2.  Ganho de capital auferido na venda de bens do Ativo Permanente para recebimentodo preço após o término do ano-calendário subsequente ao da contratação.

3.  Lucros e dividendos recebidos de participações societárias.4.  Resultado positivo da avaliação pela equivalência patrimonial.5.  Variações Cambiais Ativas (MP 2.158-35, art. 30).6.  Variações Cambiais Passivas – Operações Liquidadas (MP 2.158-35, art. 30).7.  Amortização do deságio obtido na aquisição de participações societárias avaliadas

pela equivalência patrimonial, enquanto não baixado o investimento.8.  Encargos financeiros auferidos após 2 meses do vencimento, relativos a créditos

vencidos e não recebidos.

9.  Parcelas das perdas apuradas nos mercados de renda variável que excederam osganhos auferidos nas mesmas operações, adicionadas ao lucro líquido em período-

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base anterior, até o limite dos ganhos e perdas de operações da espécie computadosno período-base.

10. Resultados positivos auferidos pelas sociedades cooperativas que obedecerem aodisposto na legislação específica.

11. Provisões indedutíveis adicionadas ao lucro líquido em período base anterior que

tenham sido revertidas a crédito do resultado do exercício ou utilizadas para débitode despesas dedutíveis. Exemplo: Em 31/12/x1, a empresa provisiona um valorindedutível no Passivo e adiciona ao lucro real, porém no ano seguinte (x2) estornaa referida provisão, contabilizando um resultado positivo que gerará IRPJ e CSSL senão for excluído via LALUR.

12. Depreciação acelerada incentivada.13. Amortização de ágio na aquisição de investimentos relevantes sujeitos á avaliação

pela equivalência patrimonial e baixados no período-base.14. Reversão de Provisões não dedutíveis.15. Aplicações na aquisição de Certificados de Investimentos em projetos de produção

de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras.

16. Propaganda Eleitoral Gratuita, Lei 9.504/1997, exclusão para emissoras de rádio etelevisão que transmitem programa eleitoral gratuito.

17. A partir de 01.01.2003, as pessoas jurídicas poderão deduzir do lucro líquido, nadeterminação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, as despesas operacionaisrelativas aos dispêndios realizados com pesquisa tecnológica e desenvolvimento deinovação tecnológica de produtos. Bases: artigo 39 da Lei 10.637/2002  (até31.12.2005) e artigo 17 e seguintes da Lei 11.196/2005 (a partir de 01.01.2006). Apartir de 04.12.2008, poderão ser excluídas as parcelas de contabilização de receitasadvindas do Regime Tributário de Transição  –  RTT  –  ajustes decorrentes da Lei11.638/2007, atendidos aos requisitos previstos nos artigos 15 e seguintes da Lei11.941/2009. 

18. A partir de 04.03.2009, a empresas dos setores de tecnologia da informação - TI e detecnologia da informação e da comunicação - TIC poderão excluir do lucro líquidoos custos e despesas com capacitação de pessoal que atua no desenvolvimento deprogramas de computador (software), para efeito de apuração do lucro real, semprejuízo da dedução normal. A exclusão fica limitada ao valor do lucro real antes daprópria exclusão, vedado o aproveitamento de eventual excesso em período deapuração posterior. Base: art. 11 da Lei 11.908/2009. 

AS ADIÇÕES NA PARTE "A" DO LALUR

As adições, fundamentalmente, são representadas por despesas contabilizadas eindedutíveis para a apuração do Lucro Real, como multas indedutíveis, doações,brindes, etc.

Assim, uma empresa que apurou um lucro contábil de R$ 100.000,00, mas contabilizoudespesas não aceitas como redutoras para fins fiscais, de R$ 20.000,00, deverá ajustar olucro contábil, via Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), uma vez que este lucronão pode e não deve ser alterado contabilmente.

Desta forma procede-se a adição ao lucro contábil de R$ 20.000,00, na Parte "A" doLALUR, o que produz, na prática, um efeito de anulação da despesa contabilizada. Este

ajuste mantém o lucro contábil em R$ 100.000,00, porém, para fins fiscais o aumentará

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para R$ 120.000,00, valor equivalente ao que representaria o lucro contábil, caso nãotivessem sido contabilizadas as despesas não dedutíveis.

Para fins de planejamento tributário, sugere-se uma análise criteriosa dos valoresadicionados, verificando sua procedência  – pois pode ocorrer que determinada adição

não é cabível. Um exemplo de adição comum, que o autor tem observado nas empresas,é de ―despesas indedutíveis‖. Quando analisado a documentação, trata-se de despesasoperacionais, portanto, dedutíveis.

COMO ADMINISTRAR UM PREJUÍZO FISCAL ELEVADO

COMPENSAÇÕES DE PREJUÍZOS FISCAIS

Quando a pessoa jurídica obtiver lucro real, este poderá ser ―abatido‖ com eventuaisprejuízos fiscais apurados em períodos anteriores.

Entretanto, a compensação de tais prejuízos é limitada a 30% do lucro real antes dacompensação.

Exemplo:

1. Lucro Real em 31.12.2010, antes da Compensação de Prejuízos 100.000,002. Prejuízos Fiscais Compensáveis 80.000,003. Prejuízos Fiscais que poderão ser utilizados, para compensaçãocom o Lucro Real de 31.12.2010 (1 x 30%)

30.000,00

Por contingências específicas, muitas empresas têm prejuízos fiscais em determinadosperíodos (normalmente em fase pré-operacional ou reestruturação empresarial).

A recuperação dos aludidos prejuízos nem sempre é viável, em curto prazo, tendo emvista, como já citado e exemplificado acima, a restrição existente à sua compensação,limitada à 30% do lucro real (Lei 9.065/1995, art. 15 e 16).

Sugere-se que, nestas circunstâncias, execute-se planejamento visando reduzir talprejuízo, mediante a contabilização de ganhos e ativos ou transferindo custos e despesasa empresas coligadas, controladas ou interligadas.

Algumas formas admissíveis de reduzir a geração de prejuízo fiscal:

1)  Arbitrar os estoques pelo regime fiscal (70% do maior preço de venda, para osprodutos acabados, e 56%, para os produtos em elaboração), buscando assimdiminuir o custo dos produtos vendidos no exercício (e, em consequência,aumentando o lucro).

2)  Caso a empresa tiver obras em andamento, poderá contabilizar estoques de serviços(ou obras) em andamento (isto reduzirá o custo dos serviços vendidos, aumentandoo lucro).

3)  Diferir despesas financeiras pré-fixadas, mediante regime  pro rata, contabilizandono Ativo Circulante (Despesas do Exercício Seguinte - Despesas Financeiras a

Incorrer).4)  Estornar provisão de férias (cuja constituição não é obrigatória).

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5)  Fazer rateio de despesas administrativas e operacionais comuns, para empresascoligadas/interligadas/controladas/controladoras, mediante contrato escrito,utilizando as despesas rateadas nas empresas lucrativas.

Outras opções:

  Contabilizar receitas que poderiam ter a tributação diferida, pelo regime decompetência (do tipo: variação monetária ativa de contratos governamentais,etc.).

  Atualizar depósitos judiciais no ativo.  Reconhecer ganhos cambiais pelo regime de competência, ao invés do regime de

caixa.

Exemplo:

Período X1:Prejuízo Fiscal apurado, antes dos ajustes contábeis: R$ 1.000.000,00

Ajustes contabilizados:Estorno da provisão de férias R$ 200.000,00Aumento do valor de Estoques pelo critério fiscal: R$ 600.000,00Total dos ajustes: R$ 800.000,00Prejuízo Fiscal apurado, após ajustes contábeis: R$ 1.000.000 – R$ 800.000 = R$200.000

SITUAÇÃO A - Período X2 (caso houverem sido feitos os ajustes contábeis no Período

X1):Lucro Tributável sem os efeitos dos ajustes do período X1 R$ 1.700.000,00

Ajustes do período X1 (constituição da provisão de férias e baixa dos estoques)  – R$800.000,00

Lucro Tributável apurado: R$ 900.000,00Compensação de Prejuízos do período X1 (ajustado) – R$ 200.000,00Lucro Tributável após a compensação: R$ 700.000,00IRPJ e CSLL devidos = R$ 214.000,00

SITUAÇÃO B - Período X2 (se não ocorrerem os ajustes do período X1):Lucro Tributável sem os ajustes do Período X1 R$ 1.700.000,00Compensação de Prejuízos do Período X1 (30% do Lucro Tributável)  – R$ 510.000,00Lucro Tributável após a compensação: R$ 1.190.000,00IRPJ e CSLL devidos = R$ 380.600,00

Diferença de tributação entre situações A e B = R$ 380.600,00  – R$ 214.000,00 = R$166.600,00.

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LUCRO PRESUMIDO

O lucro presumido é a forma de tributação simplificada do Imposto de Renda (IR) eContribuição Social sobre o Lucro (CSL ou CSLL).

PESSOAS JURÍDICAS AUTORIZADAS A OPTAR

A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha sido igual ouinferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00(quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime detributação com base no lucro presumido.

Este aumento de limite é válido para opção do lucro presumido a partir de 01.01.2003.

Base: artigo 46 da Lei 10.637/2002. 

ASPECTOS A CONSIDERAR

O lucro presumido pode permitir planejamento fiscal, desde que se considere suaslimitações e restrições específicas, advindas da legislação.

Como o percentual de lucro é fixo, o planejamento deve levar em conta:

1.  Se o percentual de cada atividade pode ser reduzido, dentro da tabela, que vai de1,6 a 32% de presunção de lucro.

2. 

Se há como reduzir o adicional de 10% do IRPJ, para o lucro presumidotrimestral acima de R$ 60.000, mediante desmembramento em nova empresa.3.  Se os balanços/balancetes demonstram que esta sistemática é vantajosa ou não.4.  A adoção do regime de caixa, para fins de tributação.5.  A alíquota do PIS (1,65%) e da COFINS (7,6%), para os optantes pelo Lucro

Real, que permite aproveitamento dos créditos.

VALORES DIFERIDOS NO LALUR

A pessoa jurídica que, até o ano-calendário anterior, houver sido tributada com base nolucro real, deverá adicionar à base de cálculo do imposto, correspondente ao primeiro

período de apuração no qual houver optado pela tributação com base no lucropresumido, os saldos dos valores cuja tributação havia diferido, controlados na parte"B" do Livro de Apuração do Lucro Real  –  LALUR, corrigidos monetariamente até31.12.1995 (Lei 9.430/1996, art. 54).

Portanto, numa eventual opção pelo Lucro Presumido, considerar a necessidade deatender o disposto, para fins de análise do impacto tributário.

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EXEMPLO DE PLANEJAMENTO NO LUCRO PRESUMIDO

Se o negócio tiver 2 ou mais atividades, e uma delas for possível enquadrar no SimplesNacional, transferi-la para uma nova empresa com a participação societária exclusivadas pessoas físicas.

Levar em conta, neste planejamento, a limitação relativa à receita bruta anual, paraopção no Simples, de R$ 3.600.000/ano (a partir de 2012 - Lei Complementar139/2011).

Exemplo:

Empresa com atividades A (serviços) e B (comercial), sendo a B enquadrável noSimples Nacional. A receita da atividade A é de R$ 600.000/ano e de B é de R$480.000/ano. A economia poderá alcançar até R$ 47.184/ano:

Cálculo R$: Presumido SimplesReceita Bruta Anual 480.000,00 480.000,00Simples Nacional – alíquota média de 8,7% 41.760,00INSS (valor folha/ano = R$ 120.000) 34.560,00PIS e COFINS 17.520,00IRPJ (base presumida 32%) 23.040,00CSL (base presumida 32%) 13.824,00TOTAL TRIBUTAÇÃO 88.944,00 41.760,00

Diferença/ano até R$ 47.184,00

Nota: no exemplo acima, não se considerou os valores de débito ou crédito de ICMS.Para efeitos de planejamento efetivo, deve-se levar em conta tais valores.

AVALIAÇÃO DE OPÇÃO TRIBUTÁRIA QUANDO HOUVER ATIVIDADESDISTINTAS

As empresas que têm diversas atividades precisam estar atentas à possibilidade deeconomia tributária, especialmente com o faturamento de prestação de serviços.

Uma das circunstâncias que pode ocorrer é que os resultados, sendo tributados peloLucro Presumido, estejam onerando os custos de IRPJ e CSLL sob este regime.

Imagine-se uma empresa com 2 atividades: uma, de serviços advocatícios (lucrativa) e,outra, de serviços de cobrança (pequeno lucro, mas faturamento alto).

Admitindo-se que a atividade de serviços advocatícios gere 35% de lucro sobre asreceitas, e que a receitas de cobrança gerem um lucro de apenas 5%.

Se a atividade de cobrança fatura R$ 480.000,00/ano, o desdobramento da atividade em2 empresas, uma tributada pelo lucro presumido (serviços advocatícios) e outra

tributada pelo lucro real (cobrança) poderá representar até R$ 46.464,00/ano deeconomia fiscal.

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Cálculos:

1)  Custo do IRPJ e CSLL das receitas de cobrança pela modalidade do LucroPresumido:

R$ 480.000 x 32% (base lucro presumido p/ cálculo IRPJ) = R$ 153.600,00

R$ 153.600,00 x até 25%/IRPJ = R$ 38.400,00 de IRPJ 

R$ 480.000 x 32% (base lucro presumido p/ cálculo CSLL) = R$ 153.600,00

R$ 153.600,00 x 9% alíquota CSLL = R$ 13.824,00 de CSLL 

2)  Custo do IRPJ e CSLL pela modalidade do Lucro Real:

R$ 480.000,00 x 5% (média de lucro) = R$ 24.000,00

R$ 24.000,00 x 24% (15% IRPJ + 9% CSLL) = R$ 5.760,00 de IRPJ + CSLL 

DIFERENÇA DE TRIBUTAÇÃO (1 - 2) = R$ 38.400,00 + 13.824,00 - R$ 5.760,00 =R$ 46.464,00.

Outras modalidades de atividades conjuntas também podem provocar esta distorçãotributária, como por exemplo, atividade de serviços médicos, com hospital;industrialização por encomenda com comércio; negócios imobiliários (locação) comincorporação e empreendimentos, etc.

Nota: para fins de aplicação do raciocínio, se faz necessário considerar os impactosderivados das mudanças de regime do PIS e da Cofins, que passam do regimecumulativo (Lucro Presumido) para o não-cumulativo (Lucro Real).

Para determinar a vantagem tributária é preciso identificar qual será o novo regimetributário para fins de determinação do PIS e da Cofins, e, conforme o caso, simularcálculos envolvendo as novas alíquotas e os créditos passíveis de compensação.

LUCROS DISTRIBUÍDOS

Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de  janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base nolucro real, presumido ou arbitrado, não estão sujeitos à incidência do imposto de rendana fonte, nem integrarão a base de cálculo do imposto de renda do beneficiário, pessoafísica ou jurídica, domiciliado no país ou no exterior.

No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado,poderá ser distribuído, a título de lucros, sem incidência de imposto:

I) o valor da base de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos econtribuições a que estiver sujeita a pessoa jurídica;

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II) a parcela dos lucros ou dividendos excedentes ao valor determinado no item I, desdeque a empresa demonstre, através de escrituração contábil feita com observância da leicomercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas paraapuração da base de cálculo do imposto pela qual houver optado, ou seja, o lucropresumido ou arbitrado.

Diferentemente da legislação societária, a legislação fiscal não trabalha com o conceitode lucros acumulados para fins de distribuição de lucros. Se no exercício foi apuradolucro contábil, este, no âmbito fiscal, é passível de distribuição, independente de haverprejuízos contábeis acumulados de anos anteriores.

Exemplo:

Valor da base de cálculo do imposto de renda: R$ 50.000,00.

Caso a empresa, tributada pelo Lucro Presumido, não tenha escrituração contábil,

poderá distribuir o seguinte valor: (os valores dos tributos são meramenteexemplificativos, cabendo o contribuinte, em caso real, verificar os valores exatos daescrituração - inciso I do parágrafo 2, art. 48 da IN SRF 93/97) 

Descrição Valor R$Valor da base de cálculo do IRPJ 50.000,00(-) IRPJ devido no trimestre 7.500,00(-) Contribuição Social sobre o lucro devida no trimestre 6.750,00(-) PIS devido no trimestre 4.000,00(-) Cofins devida no trimestre 18.500,00

(=) Valor que pode ser distribuído sem Imposto de Renda na Fonte 13.250,00PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Pelo exemplo anteriormente exposto, observa-se que, para fins de planejamentotributário, é interessante manter a escrituração completa, até para fins de avaliação dosresultados e acompanhamento da vantagem de optar-se pelo Lucro Presumido.

Se, por exemplo, o Lucro apurado contabilmente, no trimestre, fosse de R$ 60.000,00,então, além dos R$ 13.250,00 citados no exemplo, poderiam ser distribuídos, semImposto de Renda na Fonte, o valor que excedesse (R$ 60.000,00 – R$ 13.250,00) = R$

46.750,00.

DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS

De acordo com a IN 93/1997 (art. 48, parágrafos 7 e 8), o valor determinado conforme oitem I anterior (Lucro Presumido menos impostos e contribuições) pode ser distribuídoapós o encerramento do trimestre correspondente. Ou seja, se o trimestre corresponde ao1o. trimestre/2011, então a distribuição poderá ocorrer a partir de 01.04.2011.

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A CONTROVÉRSIA DO SIMPLES: POUCO IMPOSTO?

Uma das falácias mais ―engolidas‖ pelos contribuintes é que o Simples Nacional (LeiComplementar 123/2006) é um sistema econômico de tributação.

Isto pode ser verdade, em boa parte dos casos, mas recomenda-se cautela quanto àadoção do regime, analisando especificamente a situação de cada empresa.

Sem cálculos detalhados, nenhum planejador pode deduzir que, optando pelo SimplesNacional, uma empresa terá economia fiscal!

Especialmente importante é a análise em relação às empresas de serviços, pois estas têmalíquotas bem mais elevadas que empresas comerciais e industriais.

Para análises comparativas, veja quadro a seguir:

QUADRO COMPARATIVO DA TRIBUTAÇÃOSIMPLES NACIONAL X LUCRO PRESUMIDO X LUCRO REAL

TRIBUTO SIMPLESNACIONAL

LUCROPRESUMIDO

LUCRO REAL

SimplesNacional (apartir de01.07.2007)

Conforme tabelas –  4% a 17,42%

- -

PIS - 0,65% 1,65% (-) desconto de

créditosCOFINS - 3% 7,6% (-) desconto decréditos

IRPJ - 1,2%(indústria/comércio) a

8% (serviços)

15 a 25% sobre oLucro Real

CSLL - 1,08%(indústria/comércio) a

2,88% (serviços)

9% sobre a Base deCálculo

IPI - (% variável) (% variável)ICMS - Consultar legislação

estadual

Consultar legislação

estadualISS - Consultar legislação

municipalConsultar legislação

estadualINSS (partepatronal)

Até 28,8% sobresalários e 20% sobre

pró-labore/autônomosem determinadas

atividades de serviços

Até 28,8% sobresalários e 20% sobre

pró-labore/autônomos

Até 28,8% sobresalários e 20% sobre

pró-labore/autônomos

FGTS 8% sobre salários 8% sobre salários 8% sobre saláriosContribuição

SindicalPatronal

- Conforme o Capital

Social (consultar tabelado Sindicato)

Conforme o Capital

Social (consultartabela do Sindicato)TOTAL Conforme tabela + 5,93% a 14,53% do Até 9,35% do

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FGTS + INSS (emalguns casos)

faturamento + FGTS +INSS + IPI + ICMS +

ISS + ContribuiçãoSindical

faturamento + IRPJ +CSLL + FGTS +

INSS + IPI + ICMS +ISS + Contribuição

Sindical

OPERAÇÃO DE VENDAS VIA INTERNET

No sistema atual de tributação sobre circulação de mercadorias, o ICMS incide noestado de origem do produto.

Eventualmente, serviços alcançados pelo ISS, cuja execução possa ser efetivada pelainternet, também terão seu local de pagamento no estabelecimento domicílio doprestador.

Desta forma, é plausível o planejamento seguinte:

1.  Venda de produtos a consumidor final: efetuar as vendas através deestabelecimento situado em estado cuja incidência de ICMS (alíquota sobreconsumidor final) seja menor.

2.  Venda de Serviços: o estabelecimento prestador ser localizado em municípiocom menor alíquota do ISS.

Atenção: com a publicação do Protocolo ICMS 21/2011, as vendas não presenciais paraalguns Estados que aderiram ao Protocolo estão sendo duplamente oneradas, poisdeverá ser recolhido, a favor da unidade federada de destino da mercadoria ou bem, a

parcela do ICMS – devida na operação interestadual em que o consumidor final adquiremercadoria ou bem de forma não presencial por meio de internet, telemarketing oushowroom.

REEMBOLSOS DE DESPESAS

Reembolsos de despesas correspondem a valores pagos cujo ônus deva ser reembolsadopor terceiro.

Em termos de planejamento tributário, tais operações precisam ser corretamentecontabilizadas, evitando-se tratá-las como receitas na contabilidade da empresa que

recebeu o reembolso.

Normalmente, tais despesas ocorrem entre empresas contratantes, onde, porconveniência prática, um dos contratantes paga as despesas e, pelo contrato, tem direitoao ressarcimento das mesmas do outro contratante. É o caso, por exemplo, de umcontrato de consultoria, onde a empresa contratante assume as despesas de viagem,alimentação, etc. das pessoas que irão prestar os serviços e que são empregados ousócios da empresa contratada.

A contabilização deve ser simultânea, nas empresas contratantes, á vista dosdocumentos ou relatórios gerados.

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Mas também tais reembolsos podem ocorrer entre empregados e empregadores, emdecorrência, por exemplo, do uso de veículos dos empregados nas atividades doempregador.

REEMBOLSO DE DESPESAS ENTRE EMPRESAS

Exemplo

Despesas de viagens decorrente de contrato de consultoria, onde a empresa deconsultoria paga tais despesas e, contratualmente, deve ser ressarcida pela contratante.

Na empresa de consultoria que pagou as despesas e que tem o direito a reembolsá-las,tais valores deverão ser contabilizados da forma que segue:

1)  Por ocasião do pagamento da despesa a ser reembolsada por terceiro:

D – Valores a Receber (Ativo Circulante)C – Caixa

2)  Por ocasião do recebimento do reembolso:

D – CaixaC – Valores a Receber (Ativo Circulante)

O documento contábil para suporte de tal contabilização (além do próprio contrato) é orelatório de despesas de viagem.

Na empresa contratante, que suportará tais despesas, a contabilização será a seguinte:

1) Por ocasião do recebimento do relatório de despesas, á vista dos documentospertinentes:

D. Despesa de Viagens (Conta de Resultado)C. Contas a Pagar – Reembolsos de Despesas (Passivo Circulante)

2) Por ocasião do pagamento do reembolso respectivo:

D. Contas a Pagar – Reembolsos de Despesas (Passivo Circulante)C. Caixa

REEMBOLSOS DE DESPESAS X RECEITAS

Por não serem receitas, a contabilização de tais valores não deve ser procedida emcontas de resultados. Somente devem ser contabilizadas como receitas, aquelas querepresentarem ingressos de novos recursos na empresa (por exemplo, a obtenção dereceita financeira, a venda de serviços e mercadorias, etc.).

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Existe muita confusão entre receitas, reembolsos de despesas e recuperação de custos oudespesas. Os três fatos são distintos, sendo receita, em síntese, um fato que gere criaçãode nova riqueza (ou novo patrimônio) para a empresa.

Para fins de Imposto de Renda, o art. 279 do Decreto 3.000/1999  assim define: ―a

receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nasoperações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nasoperações de conta alheia‖. 

Reembolso de despesa, como vimos, é simples antecipação de valores que devem serreembolsados por terceiro.

E recuperação de custo ou despesa é o evento onde ocorre uma recuperação de umadespesa ou custo da própria empresa (assumida por esta), como, por exemplo, o créditodo PIS não cumulativo (Lei 10.637/2002).

REEMBOLSO DE DESPESAS DE VEÍCULOS DE EMPREGADOS

Exemplo:Determinada empresa utiliza o veículo de um funcionário, para vendas externas,reembolsando as despesas ocorridas com o uso do mesmo à vista dos documentos (notasfiscais de combustíveis, manutenção, pedágios, etc.). A empresa contabilizará comosegue:

1) Por ocasião da entrega dos documentos ou relatório de despesas pelo funcionário:

D. Despesas de Veículos (Conta de Resultado)C. Contas a Pagar – Reembolsos de Despesas (Passivo Circulante)

2) Por ocasião do pagamento do reembolso respectivo:

D. Contas a Pagar – Reembolsos de Despesas (Passivo Circulante)C. Caixa

Nota: recomenda-se que haja contrato por escrito, entre empregador e empresa,estipulando as condições de uso, para fins de assegurar a dedutibilidade de tais despesasna apuração do lucro real.

RESERVA DE REAVALIAÇÃO – NEUTRALIDADE FISCAL

  Nota: a partir de 01.02.2008, por força da Lei 11.638/2008 , não mais se admite a formação da reserva de reavaliação.

Em tese, a reserva de reavaliação de ativos, constituída de conformidade com a Lei6.404/1976 e dentro das exigências do Regulamento do Imposto de Renda, tem efeitosfiscais neutros.

Entretanto, esta neutralidade pode ser afetada, quando o contribuinte antecipa a

realização da reserva em períodos em que tem prejuízo fiscal.

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Lembrando que as hipóteses de realização da reserva são:

a) alienação, sob qualquer forma;b) depreciação, amortização ou exaustão;c) baixa por perecimento.

A contrapartida da reavaliação de quaisquer bens da pessoa jurídica somente poderá sercomputada em conta de resultado ou na determinação do lucro real e da base de cálculoda contribuição social sobre o lucro líquido quando ocorrer a efetiva realização do bemreavaliado (art. 4 da Lei 9.959/2000).

EXEMPLO DE HIPÓTESE DE AFETAÇÃO DA NEUTRALIDADE FISCAL

Uma empresa reavaliou bens em 01.09.2008. Um dos terrenos reavaliados foi alienadoem dezembro/2010.

Os valores contábeis são os seguintes:

Valor original do terreno antes da reavaliação: R$ 500.000Valor da reavaliação procedida: R$ 1.000.000Valor total registrado na contabilidade: R$ 500.000 + R$ 1.000.000 = R$ 1.500.000Valor da venda: R$ 2.000.000Ganho de capital, contabilmente apurado: R$ 2.000.000 – R$ 1.500.000 = R$ 500.000.

Porém, houve atraso em certos detalhes da negociação, e a escritura de venda somentepode ser concluída em janeiro/2011. A empresa vendedora apurou um prejuízo fiscal noano de 2.009 (antes da contabilização da venda do imóvel) de R$ 2.500.000. Aexistência de prejuízos fiscais na empresa vendedora afetará o pagamento do IRPJ eCSL, dependendo de quando se fará o registro contábil da alienação, conforme a seguircalculado:

OPÇÃO A: contabilizar a venda somente por ocasião da lavratura da escritura pública,em janeiro/2011:

Demonstração do Lucro Real de Janeiro/2011:

Lucro Líquido de Janeiro/2011 (incluindo o ganho de capital na alienação

do bem reavaliado)

2.000.000

Adição: Realização da Reserva de Reavaliação 1.000.000Lucro Real antes da compensação dos prejuízos fiscais 3.000.000Compensação de prejuízos fiscais (30%) - 900.000Lucro Real após a compensação de prejuízos fiscais 2.100.000

OPÇÃO B: firmar contrato particular de compromisso de compra e venda do imóvelalienado, em caráter irrevogável e irretratável, em dezembro/2010, contabilizando nadata respectiva:

Demonstração do Prejuízo Real (balancete de suspensão) de Dezembro/2010:

Prejuízo Líquido de Janeiro a Dezembro/2010 (sem incluir o ganho de - 2.500.000

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capital na alienação do bem reavaliado)Mais: ganho de capital contabilizado na venda do bem reavaliado 500.000Prejuízo Líquido de Janeiro a Dezembro/2010, após a inclusão do ganhode capital

- 2.000.000

Adição: Realização da Reserva de Reavaliação 1.000.000

Prejuízo real compensável a partir de Janeiro/2011 - 1.000.000

Demonstração do Lucro Real (balancete de suspensão) de Janeiro/2011:

Lucro Líquido de Janeiro/2011 (sem incluir o ganho de capital naalienação do bem reavaliado, já que este foi contabilizado emdezembro/2010)

1.500.000

Adição: não houve (a adição da realização da reserva já foi efetuada emdezembro/2010)

-

Lucro Real antes da compensação dos prejuízos fiscais 1.500.000

Compensação de prejuízos fiscais do ano de 2010 (30%) - 500.000Lucro Real após a compensação de prejuízos fiscais 1.000.000

 A diferença entre a opção A (contabilização em janeiro/2011) e B (contabilização emdezembro/2010) é significativa, e corresponde a:

Lucro Real de Janeiro/2011 – Opção A 2.100.000Lucro Real de Janeiro/2011 – Opção B 1.000.000Diferença de Lucro Real 1.100.000Diferença de IRPJ e CSL (até 34%) 374.000

A diferença ocorre por causa do menor estoque de prejuízos fiscais (saldo do ano 2010),afetada por causa da contabilização da venda do imóvel.

Concluindo: a empresa que reavaliou ativos, para fins de planejamento tributário, deveprocurar deslocar a realização da reserva para períodos em que apure prejuízo fiscal.

BRINDES OU BONIFICAÇÃO EM MERCADORIAS?

Simples alterações de rotinas podem propiciar economia fiscal.

Uma empresa que concede brindes de produtos aos seus clientes, poderá transformartais brindes em bonificações de mercadorias, viabilizando redução fiscal.

Isto porque, como brindes, a baixa dos mesmos é despesa indedutível, para fins deapuração do IRPJ e da CSLL sobre o lucro real (art. 249, VIII do Decreto 3.000/1999 -RIR).

Há ainda de se considerar que a remessa dos mesmos, quando decorrentes de produçãoprópria, constitui receita tributável do PIS e do COFINS (além, é claro, do ICMS e doIPI, salvo em relação a amostras gratuitas de diminuto valor).

Porém, como bonificação em mercadorias, tais inconvenientes tributários sãominimizados.

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A bonificação se caracteriza como um desconto comercial, dado mediante acréscimo daquantidade entregue.

Exemplo:

Ao invés de brindar o cliente com 100 unidades do produto X, a R$ 2,00 cada, medianteremessa específica a título de brindes:

Incluem-se as 100 unidades do produto X como desconto incondicional na aquisiçãodos demais produtos (exemplo: 200 unidades do produto Y a R$ 3,00 cada):

Produto Valor R$200 unidades Y a R$ 3,00 cada 600,00100 unidades X a R$ 2,00 cada 200,00Desconto incondicional: -200,00Valor líquido da Nota Fiscal 600,00

Um contribuinte tributado pelo lucro real que tenha uma despesa anual de brindes deprodução própria no valor de R$ 100.000,00, segundo o procedimento citado, poderáeconomizar até:

25% de IRPJ9% de CSLL9,25% de PIS e COFINS (a partir de 01.02.2004, pelo regime não cumulativo)18% de ICMS

Total de até 61,25% (ou R$ 61.250,00/ano).

GASTOS COM FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Muitos contribuintes, por desconhecimento da legislação, têm maior ônus tributários,

em determinados gastos com formação profissional. A seguir, um resumo das principaispráticas que poderão permitir economia fiscal nestes dispêndios.

DOAÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO

Isenção do imposto para o beneficiário

O artigo 39, inciso VII, e 623 do Decreto 3.000/1999 - RIR determina que são isentasdo Imposto de Renda, na fonte e na Declaração de Ajuste do beneficiário, as bolsas deestudo e de pesquisa caracterizadas como doação, quando recebidas exclusivamentepara proceder a estudos ou pesquisas, desde que os resultados dessas atividades nãorepresentem vantagem para o doador nem importem em contraprestação de serviços.

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Observe-se que este caso somente ocorre quando o doador da bolsa de estudos não sebeneficiar, mesmo que indiretamente com os resultados das pesquisas ou daprofissionalização do beneficiário da doação. Podemos citar como exemplo um casoonde uma pessoa jurídica doa para uma instituição de ensino o valor de uma bolsa deestudos e esta instituição, por sua vez, sorteia ou doa a determinado aluno de acordo

com critérios próprios da instituição sem a interferência da pessoa jurídica doadora.

Indedutibilidade da despesa na pessoa jurídica doadora

A  partir de 01.01.1996, as bolsas de estudos caracterizadas como doação sãoindedutíveis, tanto para fins de determinação do lucro real como da base de cálculo daContribuição Social sobre o Lucro (art. 13, inciso VI, da Lei 9.249/1995, incorporadoao art. 365 Decreto 3.000/1999 - RIR).

Portanto, para fins de planejamento tributário, é interessante que não se caracterizecomo doação, as respectivas bolsas, e sim, como patrocínios institucionais. Ao invés desimplesmente doar as bolsas, a empresa poderia, por exemplo, formular contrato depatrocínio institucional diretamente com a entidade de ensino, com cláusula depagamento em espécie e vinculado a promoção institucional na forma de bolsas deestudo. A despesa torna-se dedutível, por constituir despesa de publicidade epropaganda (nas condições dos artigos 366 e 367 do Decreto 3.000/1999 - RIR).

TREINAMENTO

Caracterização como despesa dedutível da pessoa jurídica 

Os gastos realizados pela pessoa jurídica com o objetivo de aperfeiçoar tecnicamente osseus empregados, desde que inerentes com a atividade da empresa e que devam,portanto, reverter em benefício desta, bem como aqueles que constituem complementoda remuneração do empregado, não tendo caráter de mera liberalidade, podem serconsiderados dedutíveis para efeito de apuração do lucro real.

O artigo 368 do Decreto 3.000/1999  - RIR prevê a dedutibilidade, como despesa

operacional, de gastos realizados pela pessoa jurídica com a formação profissional deempregados.

Tributação como rendimento do beneficiário

O art. 2o da Lei 10.243/2001, que alterou o parágrafo 2o, do art. 458, da Consolidaçãodas Leis do Trabalho dispõe que não serão consideradas como salário a utilidadeconcedida pelo empregador a título de educação, em estabelecimento de ensino próprioou de terceiros, compreendendo os valores relativos à matrícula, mensalidade, anuidade,livros e material didático.

Isto significa que sobre essas verbas não haverá a incidência de IRF, bem como FGTS,INSS e outras verbas trabalhistas.

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REMUNERAÇÃO DE ESTAGIÁRIO

Os estagiários prestam serviço à fonte pagadora, que os remuneram, consequentemente,conforme concluiu o PN CST 326/1971, os pagamentos feitos a estagiários, mesmo queintitulados como bolsas de estudo, constituem rendimento tributável, submetendo-se à

incidência do Imposto de Renda na fonte e na Declaração de Ajuste do beneficiário.

O Decreto 3.000/1999 - RIR no art. 43, inciso I, prevê a tributação da remuneração deestagiários, como rendimentos do trabalho assalariado.

Os pagamentos feitos a estagiário utilizado nas atividades próprias são dedutíveis comodespesa operacional da pessoa jurídica que o contrata e remunera.

POSTERGAÇÃO DO FATURAMENTO

Para as empresas que apuram o lucro real ou presumido, a data de 31 de dezembroconstitui-se em oportunidade de planejamento fiscal.

Veja como:

1) O faturamento dos últimos dias de dezembro, se adiado para início de janeiro, poderágerar uma economia fiscal, pois as receitas serão reconhecidas no trimestre subsequente.

2) Nesta hipótese, as mercadorias ou serviços que deixaram de ser faturados irãocompor o custo dos estoques. No lucro real, normalmente, este valor ésignificativamente inferior ao preço de venda. No lucro presumido, obtém-se o

adiamento da tributação (IRPJ, CSL, PIS e COFINS).Exemplo:

Admitindo-se um custo de estoque de 60% sobre o preço de venda, cujo faturamento foipostergado de dezembro para janeiro, no valor de R$ 1.000.000,00, numa empresaoptante pelo lucro real.

Contabilização dos estoques:

D – Estoques de Produtos Acabados (Ativo Circulante)C – Transferências de Custos Apurados (Conta de Resultado)

R$ 600.000,00Histórico: saldo de estoques de produtos acabados apurados em 31.12.

Deixou-se de lançar o seguinte em 31.12, pela venda não efetivada (faturada):

D – Clientes (Ativo Circulante)C – Vendas de Produtos (Conta de Resultado)R$ 1.000.000,00

Admitindo-se um ICMS de 12% e PIS e COFINS de 9,25% (Alíquota de 1,65% do PISe 7,6% da COFINS não cumulativa):

D – Impostos sobre Vendas (Conta de Resultado)

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C – Impostos a Pagar ICMS/PIS/COFINS (Passivo Circulante)R$ 212.500,00

O valor líquido da diferença apurada no resultado é de R$ 1.000.000,00 (venda nãofaturada) – R$ 600.000,00 (estoques)  – R$ 212.500,00 (impostos sobre vendas) = R$

187.500,00.

Neste exemplo, o lucro líquido, submetido à tributação do IRPJ e CSL (Lucro Real)seria menor em R$ 187.500,00, podendo resultar numa menor tributação em até 34%,ou R$ 63.750,00 em 31/dezembro.

EMPRESA DE SERVIÇOS

Já numa empresa de serviços, a diferença seria bem maior (normalmente, o custo dosestoques é mínimo).

Exemplo:

Admitindo um custo de estoques de serviços de 20%, teríamos a seguinte redução deIRPJ e CSL sobre o Lucro Real, sobre uma postergação de faturamento de R$500.000,00:

D – Estoques de Serviços em Andamento (Ativo Circulante)C – Transferências de Custos Apurados (Conta de Resultado) R$ 100.000,00Histórico: saldo de estoques de serviços em andamento em 31.12.

Deixou-se de lançar o seguinte em 31.12, pela venda não efetivada (faturada):

D – Clientes (Ativo Circulante)C – Vendas de Serviços (Conta de Resultado)R$ 500.000,00

Admitindo-se um ISS de 5% e PIS e COFINS de 9,25% (Alíquota de 1,65% do PIS e7,6% da COFINS não cumulativa):

D – Impostos sobre VendasC – Impostos a Pagar ISS/PIS/COFINS (Passivo Circulante)

R$ 71.250,00O valor líquido da diferença apurada no resultado é de R$ 500.000,00 (faturamentopostergado)  – R$ 100.000,00 (estoques) – R$ 71.250,00 (impostos sobre vendas) = R$328.750,00.

Neste exemplo, o lucro líquido, submetido à tributação do IRPJ e CSL (Lucro Real)seria menor em R$ 328.750,00, podendo resultar numa menor tributação em até 34%,ou R$ 111.775,00 em 31/dezembro.

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ATENÇÃO NO BALANÇO PARA A COMPENSAÇÃO DO IMPOSTO PAGO NOEXTERIOR

A tributação obrigatória sobre resultados obtidos no exterior pode ser amenizadamediante os procedimentos de compensação, previstos no Regulamento do IR.

Como os resultados advindos do exterior devem ser reconhecidos no balanço de 31 dedezembro, convém estar atento aos procedimentos a seguir.

Esta compensação é muitas vezes desconhecida pelas empresas, ou aplicadainadequadamente, bastando para fazê-la ater-se aos detalhes expostos na legislação.

ADMISSÃO DE COMPENSAÇÃO

A pessoa jurídica poderá compensar o imposto de renda incidente, no exterior, sobre oslucros, rendimentos, ganhos de capital e receitas decorrentes da prestação de serviçosefetuada diretamente, computados no lucro real, até o limite do imposto de rendaincidente, no Brasil, sobre os referidos lucros, rendimentos, ganhos de capital e receitasde prestação de serviços.

Bases: Lei 9.249/1995, art. 26, e Lei 9.430/1996, art. 15 e art. 395 do Regulamento doIR.

PROPORCIONALIDADEPara efeito de determinação do limite fixado, o imposto incidente, no Brasil,correspondente aos lucros, rendimentos, ganhos de capital e receitas de prestação deserviços auferidos no exterior, será proporcional ao total do imposto e adicional devidospela pessoa jurídica no Brasil (Lei 9.249/1995, art. 26, § 1º).

CONVERSÃO EM REAIS

O imposto de renda a ser compensado será convertido em quantidade de Reais, deacordo com a taxa de câmbio, para venda, na data em que o imposto foi pago; caso a

moeda em que o imposto foi pago não tiver cotação no Brasil, será ela convertida emdólares norte-americanos e, em seguida, em reais.

ATENÇÃO PARA A DATA LIMITE!

Os créditos de imposto de renda pagos no exterior, relativos a lucros, rendimentos eganhos de capital auferidos no exterior, somente serão compensados com o impostodevido no Brasil, se referidos lucros, rendimentos e ganhos de capital foremcomputados na base de cálculo do imposto, no Brasil, até o final do segundo ano-calendário subsequente ao de sua apuração (Lei 9.532/1997, art. 1º, § 4º).

Portanto, o planejamento deverá levar em conta este limite de prazo.

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COMPENSAÇÃO DO IMPOSTO RETIDO NA FONTE – REMESSAS AOEXTERIOR

O imposto de renda retido na fonte sobre rendimentos pagos ou creditados a filial,sucursal, controlada ou coligada de pessoa jurídica domiciliada no Brasil, não

compensado em virtude de a beneficiária ser domiciliada em país com tributaçãofavorecida, poderá ser compensado com o imposto devido sobre o lucro real da matriz,controladora ou coligada no Brasil quando os resultados da filial, sucursal, controladaou coligada, que contenham os referidos rendimentos, forem computados nadeterminação do lucro real da pessoa jurídica no Brasil.

CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI COMO RESSARCIMENTO DO PIS E COFINS –  OPÇÃO PELO CRITÉRIO MAIS VANTAJOSO

A Instrução Normativa 420/2004  permite a escolha, pelo contribuinte, do critério deressarcimento mais vantajoso, a título de PIS e COFINS na exportação (Lei 9.363/1996 e Lei 10.276/2001), como crédito presumido do IPI.

Alternativamente, na base de cálculo do crédito presumido, poderão ser incluídos:

1. Custos de energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno, utilizadosno processo produtivo (inciso II do art. 6); e2. Valor da prestação de serviços decorrente de industrialização por encomenda (incisoIII do art. 6).

Já o ICMS não será excluído dos custos dos materiais, energia e combustíveis, bem

como frete e seguro – gerando com isso uma base de cálculo maior (art. 18).Portanto, o critério alternativo será interessante para empresa exportadora que tiver umalto custo de energia/combustíveis na produção, e/ou também empregar empresasterceirizadas para processamento da produção.

De qualquer forma, antes de efetuar a opção, é necessário efetuar os 2 cálculos (o da  Lei9.363/1996 e o da Instrução Normativa 420/2004).

ASPECTOS ADICIONAIS A CONSIDERAR NO PLANEJAMENTO

Considerar que a partir de 01.12.2002, por força do artigo 6o

da Lei 10.637/2002 (regime de não cumulatividade do PIS), houve alteração dos percentuais deressarcimento para as empresas optantes pelo Lucro Real que forem obrigadas aocálculo do PIS não-cumulativo.

E, a partir de 01.02.2004, por força da Lei 10.833/2003, o ressarcimento é extinto paraas empresas optantes pelo Lucro Real.

TRATAMENTO FISCAL DAS EXPORTAÇÕES

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ICMS

A exportação de produtos industrializados é imune ao ICMS (CF/88, art. 155, § 2º, X,a). A partir da Lei Complementar 87/1996 (art. 3), apesar de não imune, a exportação deprodutos primários e semi-elaborados constituirá hipótese de não-incidência. Emvirtude da edição da LC 87/1996, as leis ordinárias estaduais que previam a suatributação deixam de ser aplicáveis.

Em suma, não são tributáveis as operações, de que decorra a exportação de produtos: (a) industrializados, em virtude de imunidade; (b) semi-elaborados, em virtude de não-incidência; e (c) primários, em virtude de não-incidência.

É admitido o crédito do ICMS relativo a matérias-primas, produtos intermediários ematerial de embalagem adquiridos para emprego na industrialização de produtosdestinados à exportação ou as mercadorias e serviços que venham ser objeto deoperações ou prestações destinadas ao exterior.

Os créditos acumulados do ICMS decorrentes da exportação, após exame de sualegitimidade pelo Fisco, poderão ser transferidos para outros estabelecimentos da

mesma empresa e o saldo remanescente poderá ser repassado para outros contribuintes,dependendo de previsão legal regulamentada no Regulamento do ICMS de cadaunidade da federação.

IPI

São imunes da incidência do imposto, os produtos industrializados destinados aoexterior (Constituição, art. 153, § 3º, inciso III), contemplando todos os produtos, deorigem nacional ou estrangeira.

Além disso, o estabelecimento exportador pode creditar-se do IPI pago na aquisição dos

insumos que industrializou.

SALDO CREDOR DO IPI

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No caso de remanescer saldo credor, após efetuada a compensação com débitos dopróprio IPI, o saldo credor remanescente de cada período de apuração será transferido

para o período de apuração subsequente ou ao final de cada trimestre-calendário,permanecendo saldo credor, este poderá ser utilizado para ressarcimento oucompensação com débitos do contribuinte relativos a quaisquer tributos ou

contribuições sob a administração da Receita Federal do Brasil.

CRÉDITO PRESUMIDO

A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a créditopresumido do imposto, como ressarcimento do PIS e COFINS, incidentes sobre asrespectivas aquisições, no mercado interno, de matérias-primas, produtos intermediáriose material de embalagem, para utilização no processo produtivo (artigo 1o da Lei9.363/1996).

O crédito presumido aplica-se, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial

exportadora com o fim específico de exportação para o exterior.

Fará jus ao crédito presumido a pessoa jurídica produtora e exportadora de produtosindustrializados nacionais.

O direito ao crédito presumido aplica-se inclusive:

I – a produto industrializado sujeito a alíquota zero;

II – nas vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação.

Nota: a partir de 01.02.2004, por força da Lei 10.833/2003, artigo 14, o direito deressarcimento do PIS e da COFINS não mais se aplicará às empresas sujeitas ao PIS eCOFINS não cumulativo. 

SAÍDAS PARA TERCEIROS

Poderão sair com suspensão do imposto, os produtos destinados à exportação, quesaiam do estabelecimento industrial para (Lei 9.532/1997, art. 39): a) empresas comerciais exportadoras, com o fim específico de exportação, consideram-

se adquiridos com o fim específico de exportação os produtos remetidos diretamentedo estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintosalfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora (Lei 9.532/1997, art. 39, parágrafo 2º). b) recintos alfandegados (Lei 9.532/1997, art. 39, inciso II);

c) outros locais onde se processe o despacho aduaneiro de exportação (Lei 9.532/1997, art. 39, inciso II). 

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PIS

As exportações são isentas do PIS, de acordo com o artigo 14, § 1º, da MP 2.158-35/2001. 

Com relação ao PIS não cumulativo, instituído pela Lei 10.637/2002  o artigo 5o

damesma estipula a não incidência sobre as receitas decorrentes das operações deexportação de mercadorias para o exterior.

Observe-se que, para os contribuintes que apuram o PIS pelo sistema não cumulativo(Lei 10.637/2002), existe o direito ao crédito, nas condições fixadas pela Lei.  

COFINS

O art. 7o da Lei Complementar 70/1991 concedeu isenção de COFINS sobre as receitasoriundas da exportação de mercadorias, mesmo quando realizadas através de

cooperativas, consórcios ou entidades semelhantes, bem como ás empresas comerciaisexportadoras, nos termos do Decreto-Lei 1.248/72, desde que destinadas ao fimespecífico de exportação para o exterior.

Com relação à COFINS não cumulativa, instituída pela Lei 10.833/2003, o artigo 6o damesma estipula a não incidência sobre as receitas decorrentes das exportações demercadorias ou serviços, admitindo, ainda, o crédito das referidas aquisições.

ISS 

O ISS não incide sobre as exportações de serviços para o exterior do País (art. 2, I, daLei Complementar 116/2003).

Nota: são tributáveis os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui severifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior.

IRPJ E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO

Deverão ser calculados normalmente, sobre as operações de exportação, exceto quandoas empresas forem beneficiadas com programas específicos do Lucro de Exploração(tipo BEFIEX, etc.). 

RECEITA DE EXPORTAÇÃO A receita bruta de vendas nas exportações de produtos manufaturados nacionais deveser determinada pela conversão, em R$, de seu valor expresso em moeda estrangeira á

taxa de câmbio fixada no boletim de abertura pelo Banco Central do Brasil, paracompra, em vigor na data de embarque dos produtos para o Exterior, como tal entendida

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a data averbada, pela autoridade competente, na Guia de Exportação ou documentoequivalente (Portaria MF 356/1988). CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA - VENDAS DE PRODUTOS RURAIS AO

EXTERIOR Não incide INSS sobre as receitas decorrentes de exportação de produtos rurais, cujacomercialização ocorra a partir de 12 de dezembro de 2001, por força do disposto noinciso I do parágrafo 2º, do art. 149, da Constituição Federal, alterado pela EmendaConstitucional nº 33/2001.

DIFERENÇAS DECORRENTES DE ALTERAÇÃO NA TAXA DE CÂMBIO As diferenças decorrentes de alteração na taxa de câmbio, ocorridas entre a data dofechamento do contrato de câmbio e a data do embarque, devem ser consideradas comovariações monetárias ativas ou passivas (Portaria MF 356/88). 

PRÊMIO SOBRE SAQUE DE EXPORTAÇÃO

O prêmio sobre saque de exportação é a importância que for liberada pelo bancointerveniente na operação de câmbio, a favor do exportador, tendo por referência adiferença correspondente à desvalorização estimada do Real entre a data do fechamentodo contrato de câmbio e a liquidação do saque, representando prêmio complementar àtaxa cambial, nos casos de venda de câmbio para entrega futura.

Assim, considera-se prêmio sobre contratos de exportação, a parcela da remuneraçãopaga ao exportador pelo banco interveniente nos contratos de câmbio que exceder acorreção monetária do valor contratado no período correspondente.

O prêmio sobre saque de exportação constitui receita financeira para fins dedeterminação do lucro real (Portaria MF 356/88, item IV)

EXPORTAÇÃO SEM SAÍDA FÍSICA DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

A exportação de produtos nacionais sem que tenha ocorrido sua saída do territóriobrasileiro somente será admitida, produzindo todos os efeitos fiscais e cambiais, quandoo pagamento for efetivado em moeda estrangeira de livre conversibilidade.

Base: art. 6 da Lei 9.826/1999. 

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NOTAS E OBSERVAÇÕES ÀS PRÁTICAS TRIBUTÁRIAS NA EXPORTAÇÃO

1) Para equiparar a venda a Comercial Exportadora a exportação, é necessáriocomprovar que a mesma esteja registrada na Secretaria de Comércio Exterior doMinistério da Indústria e do Comércio, bem como a mesma esteja constituída nos

termos do Decreto-Lei 1.248/1972, observadas as demais normas pertinentes. 2) Observar as normas para tributação dos preços de transferência, conforme artigos 240a 245 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/1999). 3) Sobre o crédito prêmio de IPI decorrente da exportação incentivada  – BEFIEX, videIN 51/1978 e ADN 19/1981.

DESEMBOLSOS NO REFIS 1 E 2 – PARCELA MENSAL QUANDO HÁ PLANODE EXPANSÃO

Muitas empresas optantes pelo REFIS 1 - Programa de Recuperação Fiscal, e REFIS 2(Lei 10.684/2003), com plano de expansão, terão que rever seus procedimentos, paranão onerar as parcelas mensais, calculadas com base no faturamento.

Neste caso, recomenda-se:

1) Que a empresa separe suas atividades operacionais atuais das atividades que pretendedesenvolver;2) que integralize o capital necessário, para montagem dos novos negócios, em empresacontrolada, para que o faturamento advindo destes negócios não seja incluído na base de

cálculo do REFIS/mensal.Desta forma, o REFIS mensal não irá extrair recursos dos novos negócios.

Exemplo:

Se a empresa fatura hoje R$ 1.000.000,00/mês nos seus atuais negócios, e pretendeinvestir em novas atividades e alavancar seu faturamento para R$ 1.500.000,00/mês,poderá ter um menor desembolso com o REFIS, por conta do planejamento citado, em(valores/ano):

a) R$ 36.000,00, no caso de pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com baseno lucro presumido;b) R$ 72.000,00, no caso de pessoa jurídica submetida ao regime de tributação combase no lucro real, relativamente às receitas decorrentes das atividades comerciais,industriais, de transporte, de construção civil, de ensino e médico-hospitalares;c) R$ 90.000,00, nos demais casos.

Os cálculos acima valem para o REFIS 1. No caso do REFIS 2, a parcela mensal é de1,5% da receita, ou seja, a diferença de recolhimento é de R$ 90.000,00/ano.

CISÃO, FUSÃO E INCORPORAÇÃO

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A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio parauma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se acompanhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seucapital, se parcial a cisão (art. 229 da Lei 6.404/1976).

A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedadenova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações (art. 228 da  Lei 6.404/1976).Note-se que, na fusão, todas as sociedades fusionadas se extinguem, para dar lugar áformação de uma nova sociedade com personalidade jurídica distinta daquelas.

A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas poroutra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações (art. 227 da Lei 6.404/1976).Na incorporação a sociedade incorporada deixa de existir, mas a empresa incorporadoracontinuará com a sua personalidade jurídica.

A diferença entre fusão e incorporação é que na incorporação desaparecem as

sociedades incorporadas, mas a incorporadora, uma sociedade preexistente, permanececom a sua vida normal, enquanto na fusão desaparecem todas as sociedades fusionadase surge uma sociedade nova. Os procedimentos legalmente previstos para a fusão são osmesmos da incorporação, que estão contemplados nos artigos 223 a 234 da Lei6.404/1976 (Lei das S/A).

COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensarprejuízos fiscais da sucedida. No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os seus própriosprejuízos fiscais, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio líquido(Decreto-lei 2.341/1987, art. 33, parágrafo único).

Exemplo: Empresa C é cindida parcialmente, na proporção de 30% do seu patrimônio líquido. Tem prejuízos fiscais remanescentes de R$ 100.000,00, na parte B do LALUR. Portanto, deverá baixar R$ 100.000,00 x 30% = R$ 30.000,00 de tais prejuízos, na parteB do LALUR. O restante (R$ 70.000,00) poderá compensar com seus próprios prejuízos fiscais,apurados posteriormente á cisão. 

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Já nos casos de fusão e incorporação, em hipótese alguma, a sucessora pode levar para oseu LALUR prejuízos fiscais apurados na empresa sucedida. Assim, os prejuízos fiscaisque não puderem ser compensados na apuração do lucro real relativo ao evento, nãomais poderão ser aproveitados, exceto no caso de cisão parcial.

Nessa forma de reestruturação de empresas, a pessoa jurídica cindida parcialmente podecontinuar a compensar seus próprios prejuízos proporcionalmente à parte remanescentedo patrimônio líquido.

Outro Exemplo: Cisão parcial realizada, na qual 40% do patrimônio líquido da cindida foram vertidospara uma empresa nova. A empresa cindida mantinha registrado na Parte B do Livro deApuração do Lucro Real um prejuízo fiscal de períodos anteriores de R$ 100.000,00. Olucro real relativo ao evento, antes da compensação de prejuízos, resultou em R$50.000,00. Assim, na apuração do Lucro real, obrigatório em virtude da cisão parcial, absorveu R$15.000,00 (30% de 50.000,00). Por outro lado, pode permanecer no LALUR, paracompensação futura, o valor de R$ 51.000,00 [(100.000  – 15.000) x 60%], devendo serbaixado, além dos R$ 15.000,00, o valor de R$ 34.000,00 (100.000 – 15.000 – 51.000).

INCORPORAÇÃO E ABSORÇÃO DE PREJUÍZOS PELA INCORPORADORA

A incorporação é utilizada em planejamento fiscal quando há empresa com lucro fiscale outra com prejuízo fiscal.

Os artigos 509 a 515 do Decreto 3.000/1999 não permitem a compensação de prejuízosda incorporada pela incorporadora. Desta forma, se a incorporada tiver prejuízos fiscaisde R$ 1.000.000,00, este valor não poderá ser aproveitado pela incorporadora.

Porém, não há vedação de que a empresa que tem prejuízo incorporar uma que tenhalucros. Desta forma, os lucros a partir da incorporação passam a ser compensados comos prejuízos fiscais da incorporadora.

Exemplo:

A Cia. A tem prejuízos fiscais de R$ 3.000.000,00. Esta incorpora a Cia. B, cujo lucrotributável previsto após a incorporação (não tendo prejuízos fiscais acumulados) é de R$10.000.000,00. Assim teremos, após a incorporação, a seguinte projeção fiscal:

Cia. A prejuízos fiscais de R$ 3.000.000,00

Cia. B lucro fiscal previsto (antes da compensação de prejuízos) R$ 10.000.000,00

Cia A lucro fiscal previsto: R$ 10.000.000,00 menos R$ 3.000.000,00 (prejuízocompensável) = R$ 7.000.000,00.

Diferença de tributação antes e após a incorporação:

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Descrição/R$ Antes Após DiferençaIRPJ e CSLL 10.000.000,00 7.000.000,00

IRPJ Devido 15% 1.500.000,00 1.050.000,00 450.000,00

IRPJ Adicional 10% 976.000,00 676.000,00 300.000,00

CSLL 900.000,00 630.000,00 270.000,00Total IRPJ e CSL 3.376.000,00 2.356.000,00 1.020.000,00

Nota: apesar de ser uma operação plenamente legal, a Receita Federal do Brasil vemquestionando tal planejamento. Infelizmente, o judiciário, através do STJ, vem dandoganho de causa ao fisco, em detrimento da estrita legalidade. Mesmo não havendoimpedimento legal, o STJ considerou que houve simulação para pagar menos tributo.Lamentável a atitude do judiciário, porém os planejadores devem levar em conta talsituação, e alertar os administradores sobre os questionamentos havidos, antes dedecidirem efetuar o planejamento citado.

CISÃO SEM APURAÇÃO DE GANHO DE CAPITALA cisão pode evitar a ocorrência de ganho de capital na alienação de bens ou direitos.

Utiliza-se a possibilidade existente no art. 442 do Decreto 3.000/1999  - RIR, adiantetranscrito:

  Art. 442. Não serão computadas na determinação do lucro real as importâncias,creditadas a reservas de capital, que o contribuinte com a forma de companhia receber dos subscritores de valores mobiliários de sua emissão a título de (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 38):

 I  – ágio na emissão de ações por preço superior ao valor nominal, ou a parte do preçode emissão de ações sem valor nominal destinadas à formação de reservas de capital; II  – valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; III  – prêmio na emissão de debêntures; IV  – lucro na venda de ações em tesouraria.A empresa vendedora dos bens ou direitos, primeiramente os integralizará em uma S/A,pelo seu valor contábil. Não haverá apuração de ganho de capital, nesta conferência.

Tal S/A fará o lançamento de ações e a empresa compradora adquirirá tais ações, comágio, no valor de aquisição dos bens e direitos. O ágio será registrado em conta dereserva de capital, sem tributação conforme artigo 442 do Decreto 3.000/1999 

(anteriormente transcrito).

O registro da variação da participação societária, na empresa vendedora, será medianteequivalência patrimonial, sem tributação conforme artigo 428 do Decreto 3.000/1999, adiante:

  Art. 428. Não será computado na determinação do lucro real o acréscimo ou adiminuição do valor de patrimônio líquido de investimento, decorrente de ganho ou

  perda de capital por variação na percentagem de participação do contribuinte nocapital social da coligada ou controlada (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 33, § 2º, e

 Decreto-Lei nº 1.648, de 1978, art. 1º, inciso V).Parágrafo único. Os resultados da avaliação dos investimentos no exterior, pelométodo da equivalência patrimonial, decorrentes da variação no percentual de

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 participação, no capital da investida, terão o tratamento previsto no art. 394 (Lei nº 9.249, de 1995, art. 25, § 6º).

A seguir, o ágio é capitalizado na S/A. Também sem tributação, conforme art. 658 doDecreto 3.000/1999. 

Então, faz-se uma cisão da S/A, indo os bens e direitos para uma nova sociedade, cujaparticipação pertencerá a empresa compradora. Os recursos financeiros ficarão com aS/A, de participação da empresa vendedora. Os recursos são transferidos para a empresavendedora através da extinção da nova sociedade, após a conclusão da operação decisão. 

Exemplo:

A empresa Vendedora S/A tem uma participação societária na ―Cia. Alfa‖ que estáregistrado pelo valor contábil de R$ 10.000.000,00, recebendo uma oferta pela

aquisição da mesma por R$ 15.000.000,00.

A venda direta irá representar um ganho de capital de R$ 15.000.000 – R$ 10.000.000 =R$ 5.000.000,00, sobre os quais incidirão IRPJ de 25% e CSL de 9%:

Discriminação Vl. R$Valor Contábil 10.000.000,00Valor Venda 15.000.000,00

Ganho Capital 5.000.000,00

IRPJ 1.250.000,00CSL 450.000,00Total IRPJ e CSL 1.700.000,00

Ora, decidiu-se entre comprador e vendedor executar a venda em forma de cisão denova companhia, constituída com a participação societária em negócio.

Primeiramente, a participação societária foi integralizada na nova companhia, chamadaInvestidora S/A, pela Vendedora S/A, no seu valor contábil (R$ 10.000.000,00),correspondente a 900.000 ações ordinárias. O lançamento contábil será simplestransferência entre contas:

D - Participações – Investidora S/A (Investimentos)C – Participações – Cia. Alfa (Investimentos)R$ 10.000.000,00Histórico: pela integralização de capital, mediante conferência de participaçãosocietária na Cia. Alfa.

A seguir, a Investidora S/A lançou 600.000 ações ordinárias, sendo as mesmassubscritas e integralizadas pela compradora, no valor de R$ 15.000.000,00, mediantedepósito bancário.

O capital social da Investidora S/A ficará como segue:

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ParticipaçãoNúmerode Ações

Valor daParticipação R$

Vendedora S/A 900.000 10.000.000,00

Compradora 600.000 6.666.666,67

TOTAL 1.500.000 16.666.666,67A diferença entre o valor da participação da Compradora (R$ 6.666.666,67) e o valortotal de integralização (R$ 15.000.000,00) constituirá ágio na emissão de ações, novalor de R$ 8.333.333,33.

O balancete da Investidora S/A, após as operações citadas, ficará como segue:

INVESTIDORA S/A

ATIVO R$Bancos Cta.Movimento 15.000.000,00

Participações Societárias Cia. Alfa 10.000.000,00TOTAL DO ATIVO 25.000.000,00

PASSIVO

Capital Social Subscrito 16.666.666,67Ágio na Emissão Ações 8.333.333,33

TOTAL DO PASSIVO 25.000.000,00

A seguir, a Reserva de Capital, formada pelo Ágio na Emissão de Ações, é capitalizada.

O balancete ficará como segue:

INVESTIDORA S/A

ATIVO R$Bancos Cta. Movimento 15.000.000,00Participações Societárias Cia. Alfa 10.000.000,00

TOTAL DO ATIVO 25.000.000,00

PASSIVO

Capital Social Subscrito 25.000.000,00

Ágio na Emissão Ações -TOTAL DO PASSIVO 25.000.000,00

O registro contábil da variação percentual na empresa Vendedora S/A, em decorrênciada variação na percentagem de participação na Investidora S/A, será medianteequivalência patrimonial.

Cálculo da Equivalência:

Total de ações detidas na Investidora S/A: 900.000

Total de ações do Capital Social de Investidora S/A: 1.500.000Participação: 900.000 dividido por 1.500.000 = 60%

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67 

Patrimônio Líquido da Investidora S/A = R$ 25.000.000,00Equivalência Patrimonial: R$ 25.000.000,00 x 60% = R$ 15.000.000,00Resultado da Equivalência Patrimonial:

R$ 15.000.000,00 (total da equivalência)(-) R$ 10.000.000,00 (valor contábil)

(=) R$ 5.000.000,00 (resultado da equivalência)

O lançamento será:

D – Participações – Investidora S/A (Investimentos)C – Resultado da Equivalência Patrimonial (Resultado)R$ 5.000.000,00

No passo seguinte, é realizado a cisão da Investidora S/A, formando uma novasociedade, sendo vertido 60% do capital social (R$ 15.000.000,00) para a mesma, comtransferência equivalente de Bancos Conta Movimento.

Tal sociedade (Nova S/A) será controlada 100% pela empresa Vendedora S/A.

A empresa Investidora S/A ficará com as Participações Societárias, e será controlada100% pela compradora.

Os balancetes das 2 empresas, após a cisão, ficarão como segue:

INVESTIDORA S/A (controlada pela Compradora)

ATIVO R$

Participações Societárias Cia. Alfa 10.000.000,00TOTAL DO ATIVO 10.000.000,00

PASSIVO

Capital Social Subscrito 10.000.000,00

TOTAL DO PASSIVO 10.000.000,00

e

NOVA S/A (controlada pela Vendedora S/A)

ATIVO R$Bancos Cta.Movimento 15.000.000,00

TOTAL DO ATIVO 15.000.000,00

PASSIVO

Capital Social Subscrito 15.000.000,00TOTAL DO PASSIVO 15.000.000,00

Após a conclusão de todas as operações, a empresa Nova S/A é extinta, transferindo-seao caixa da Vendedora S/A os recursos financeiros. Não há ganho de capital a apurar, jáque a participação extinta (de R$ 15.000.000,00, após a equivalência patrimonial), é

igual aos recursos financeiros transferidos.

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68 

A Compradora poderá extinguir ou manter a Investidora S/A.

QUESTIONAMENTO DO FUNDAMENTO ECONÔMICO

A Receita Federal vem fiscalizando e autuando os contribuintes que utilizaram esta

forma de planejamento. Vários julgados nos Conselhos de Contribuintes mantêm aautuação, sob a alegação de falta de fundamento econômico.

Entende o autor que não há óbice legal para o planejamento, porém, cabe aocontribuinte analisar os fundamentos econômicos e adotar medidas jurídicas desalvaguardas adicionais que julgar necessárias.

PARTICIPAÇÃO EXTINTA EM FUSÃO, INCORPORAÇÃO OU CISÃO

Na fusão, incorporação ou cisão de sociedades com extinção de ações ou quotas decapital de uma possuída por outra, a diferença entre o valor contábil das ações ou quotasextintas e o valor de acervo líquido que as substituir será computada na determinação dolucro real de acordo com as seguintes normas (Decreto-Lei 1.598/1977, art. 34 e art. 430do Decreto 3.000/1999 - RIR):

1 – somente será dedutível como perda de capital a diferença entre o valor contábil e ovalor do acervo líquido avaliado a preços de mercado, e o contribuinte poderá, paraefeito de determinar o lucro real, optar pelo tratamento da diferença como ativodiferido, amortizável no prazo máximo de dez anos.

A hipótese do diferimento não é interessante, sob o prisma do planejamento, poisimporta em postergar uma despesa.

2  –  Será computado como ganho de capital o valor pelo qual tiver sido recebido oacervo líquido que exceder ao valor contábil das ações ou quotas extintas, mas ocontribuinte poderá diferir a tributação sobre a parte do ganho de capital em bens do

ativo permanente, até que esse seja realizado.CONDIÇÕES DE DIFERIMENTO

O contribuinte somente poderá diferir a tributação da parte do ganho de capitalcorrespondente a bens do ativo permanente se (Decreto-Lei 1.598/1977, art. 34, § 1º):

A  –  discriminar os bens do acervo líquido recebido a que corresponder o ganho decapital diferido, de modo a permitir a determinação do valor realizado em cada períodode apuração; eB – mantiver, no LALUR, controle do ganho de capital ainda não tributado, cujo saldo

ficará sujeito à atualização monetária até 31 de dezembro de 1995 (Lei 9.249/1995, art.6º, e parágrafo único).

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69 

REALIZAÇÃO

O contribuinte deve computar no lucro real de cada período de apuração a parte doganho de capital realizada mediante alienação ou liquidação, ou através de quotas de

depreciação, amortização ou exaustão e respectiva atualização monetária até 31 dedezembro de 1995, quando for o caso, deduzidas como custo ou despesa operacional(Decreto-Lei 1.598/1977, art. 34, § 2º, e Lei 9.249/1995, art. 6º, e parágrafo único).

OFF SHORE

O objetivo de determinados países, em seu planejamento estratégico de globalização, éadotar políticas de isenção fiscal e liberdade cambial, para atrair investimentos ecapitais estrangeiros. Na América Latina, o Uruguai é um exemplo típico dessa política.

Uma "off shore company" é uma entidade situada no exterior, sujeita a um regime legaldiferente, "extraterritorial" em relação ao país de domicílio de seus associados.

Esta expressão é aplicada mais especificamente a sociedades constituídas em países oulocais denominados "paraísos fiscais" (―tax havens‖), onde gozam de privilégiostributários (impostos reduzidos ou até mesmo isenção de impostos), dependendo da

política de atrativos do país ou região.Pessoas físicas de alta renda formam frequentemente empresas holdings pessoais oufamiliares, visando administrar investimentos feitos. Essas holdings pessoaisproporcionam sigilo, privacidade e segurança, que não desfrutariam nos país de origeme muitas vezes ainda permitem economizar tributos sobre a renda, dependendo do lugaronde são pagos os rendimentos.

A UTILIDADE DAS OFFSHORES

A sociedade OFF SHORE, dependendo da sua constituição e os seus objetivos legais,

pode executar todas as atividades econômicas, financeiras e operacionais, sempre que osprodutos resultantes das operações não são disseminados dentro das fronteiras do país.

Os lucros de qualquer operação que obedecem essas disposições são tributados por umacarga mínima ou nula, bem inferior ás operações efetuadas em países com tributação―normal‖. 

As holdings OFF SHORE ainda são muito usadas para adquirir e vender patrimôniopessoal, fazer aplicações financeiras e outros negócios particulares, além de permitir atransmissão de heranças sem os custos, discussões e demoras inerentes a um inventário.

TRANSFERÊNCIA DE PATRIMÔNIO

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A operação OFF SHORE mais comum em casos de planejamento sucessório é atransferência de patrimônio no Brasil (sejam imóveis, direitos, marcas, patentes,participações societárias) para uma holding no exterior com distribuição de ações dacompanhia para os herdeiros.

Quanto ao imposto de renda, para que não haja tributação, bastará que a off-shorereceba o imóvel pelo mesmo valor registrado no balanço da pessoa jurídica ou nadeclaração de rendimentos da pessoa física, não se verificando nessa hipótese, qualquerganho de capital, inexistindo em decorrência qualquer tributação á título de imposto derenda.

Quando há a realização dos lucros e transferência deles para o Brasil, o herdeiro pagaImposto de Renda como pessoa física que recebe rendimentos do exterior.

A operação de transferência de bens para o exterior é uma operação lícita, desde que,obviamente, devidamente declarados á Receita Federal (Declaração de Imposto de

Renda da Pessoa Física  –  DIPF ou Jurídica  –  DIPJ) e Banco Central do Brasil, nostermos da lei.

A LÓGICA DA ECONOMIA TRIBUTÁRIA

Em tese, a geração de lucros que tais bens ou direitos propiciarem no exterior, emparaísos fiscais, terão menor tributação sobre a renda que a correspondente no Brasil.

Mas haverá custos administrativos e taxas locais, que podem inviabilizar a manutençãode uma ―pequena holding‖. O volume de negócios e rendas é importante, para diluir taiscustos administrativos.

Também se observe que o pagamento de aluguéis, juros e outros rendimentos, asociedade situada em ―paraísos fiscais‖, são tributáveis, na fonte, no Brasil, em 25%. 

No caso de acordo internacional deverá ser observado o disposto naquele ato.

Os rendimentos decorrentes de qualquer operação, em que o beneficiário seja residenteou domiciliado em país que não tribute a renda ou que a tribute a alíquota inferior a20% ou que não permita o acesso a informações relativas à composição societária,titularidade de bens ou direitos ou às operações econômicas realizadas, a que se refere o

art. 24 da Lei 9.430/1996, sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte àalíquota de 25%.

Bases: Decreto 3.000/1999  – RIR, Art. 504, §6º e Art. 685, II, "b", IN SRF nº 252/02:Art. 17, §3º. 

Portanto, se considerarmos uma holding brasileira x uma holding em ―paraíso fiscal‖,teremos:

  Rendimentos da holding brasileira: IRPJ e CSLL sobre o lucro de até 34% +PIS e COFINS (no lucro real) de 9,25% sobre a receita + ISS, conforme o

caso.

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

71 

  Rendimentos da holding OFF SHORE: tributação do local (podendo serzero) + IRF no Brasil (25% sobre os rendimentos). Observe-se que haverátributação adicional, por ocasião da distribuição dos rendimentos á pessoafísica ou jurídica instalada no Brasil. No caso de pagamentos a título deremuneração de direitos tecnológicos, incidirá ainda a CIDE-Tecnologia de

10% (vide tópico CIDE-TECNOLOGIA).

TRIBUTAÇÃO NO BRASIL DOS RENDIMENTOS E GANHOS DE CAPITAL DOSINVESTIMENTOS DA PESSOA FÍSICA NO EXTERIOR

a)  Rendimentos como lucros, dividendos e juros são tributados pela tabelaprogressiva do IR até a alíquota máxima de 27,5% (Carne-Leão) e são passíveisde compensação na declaração de ajuste anual, DIPF.

b)  Os ganhos de capital  –  como os valores auferidos em venda de ações, cotas,imóveis, etc. – sofrem tributação exclusiva do IR à alíquota de 15%.

c)  Qualquer crédito de valores na conta corrente estrangeira que impliquerendimento ou ganho de capital deverá ser tributado no momento da suaefetivação, independentemente do seu posterior envio para o Brasil.

O fato gerador do imposto  –  quando a renda se torna disponível  –  ocorrerá somentequando a offshore distribuir seu lucro, o que necessariamente não precisa coincidir como recebimento dessa renda no exterior.

TRIBUTAÇÃO NO BRASIL PELA PESSOA JURÍDICA

No caso de pessoa jurídica, a tributação dos rendimentos gerados no exterior ocorrerápelo regime de competência, compondo o lucro real (para fins de recolhimento do IRPJe CSLL) em 31 de dezembro de cada ano.

RELAÇÃO DE PARAÍSOS FISCAIS

A RFB, através da Instrução Normativa 1.037/2010, relacionou, para todos os efeitosprevistos nos dispositivos legais, os países ou dependências que não tributam a renda ouque a tributam à alíquota inferior a 20% ou, ainda, cuja legislação interna oponha sigilo

relativo à composição societária de pessoas jurídicas ou à sua titularidade.

TRUST

Denomina-se ―Trust ‖ a entidade legal criada por um outorgante (grants ou settles) emfavor de beneficiários definidos num documento fiduciário (trustee).

No Trust , uma ou mais pessoas transferem total ou parcialmente bens e direitos a umterceiro que irá gerir e administrar tais ativos, de acordo com as instruções dosdoadores, bem como distribuir as operações conforme aqueles determinem.

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No Trust  a propriedade legal é passada ao trustee e o outorgante retém o interessebeneficiário. O trustee, apesar de ser o proprietário legal dos ativos do trust , atua emconformidade estrita aos termos do Trust. 

O objetivo essencial do Trust é receber rendimentos e os redistribuir aos beneficiários

com um mínimo de tributação possível e assegurar a sucessão do constituinte nascondições que ele determinou para dar continuidade à gestão da fortuna.

O trustee continuará a assegurar a gestão da fortuna e os credores do constituinte nãopoderão ter recursos contra o patrimônio Trust , desde que o constituinte aja dentro da leino momento da constituição, evitando subterfúgios como transferir bens para evitar aexecução de dívidas fiscais já constituídas.

Observe-se que os bens que vão compor o patrimônio Trust deverão estar declarados àReceita Federal no Brasil, para não ferir a legislação.

Na constituição da Trust , paga-se ITBI sobre os bens e direitos transferidos. Em tese, arecuperação de tais tributos se dará pelas transações posteriores, seja a herdeiros oubeneficiários indicados pelo outorgante, quando não se movimentará transmissão debens, mas cessões de direitos (não alcançados pelo ITBI) sobre a Trust .

Na legislação do Imposto de Renda, por exemplo, constitui rendimento tributável, nadeclaração de rendimentos da pessoa física, o equivalente a 10% do valor venal deimóvel cedido gratuitamente (exceto quando ocupado por seu proprietário ou cedidogratuitamente para uso do cônjuge ou de parentes de primeiro grau), ou do valorconstante da guia do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU correspondente aoano-calendário da declaração (Lei 4.506/1964, art. 23, inciso VI).

Ora, se o bem foi transferido à Trust , escapa a pessoa física outorgante desta tributaçãomínima.

CIDE – TECNOLOGIA

A Lei 10.168/2000  instituiu contribuição de intervenção no domínio econômico(CIDE), devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente deconhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquemtransferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior.

Portanto, qualquer planejamento fiscal envolvendo operações com o exterior, queimplique em remuneração de direitos tecnológicos, precisará atentar para a incidênciada CIDE. 

INCIDÊNCIA O Decreto 4.195/2002, em seu artigo 10, dispôs que a CIDE-TECNOLOGIA incidirásobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, a cadamês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de royalties ou remuneração,previstos nos respectivos contratos, que tenham por objeto: I - fornecimento de tecnologia;

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73 

II - prestação de assistência técnica: a) serviços de assistência técnica;

b) serviços técnicos especializados;

III - serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes;

IV - cessão e licença de uso de marcas; e

V - cessão e licença de exploração de patentes.

CONCEITO DE CONTRATOS DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA Consideram-se, para fins da CIDE-TECNOLOGIA, contratos de transferência detecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de

fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. (parágrafo 1o do art. 2o daLei 10.168/2000).

AMPLIAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO A PARTIR DE 01.01.2002

A partir de 1o de janeiro de 2002, a CIDE-TECNOLOGIA passa a ser devida tambémpelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicose de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes oudomiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem,entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários

residentes ou domiciliados no exterior. (Lei 10.332/2001) 

ALÍQUOTA

A alíquota da contribuição será de 10% (dez por cento). Base: Art. 6o da Lei 10.332/2001 

PAGAMENTO

O pagamento da contribuição será efetuado até o último dia útil da quinzena

subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador. Base: Art. 6o da Lei 10.332/2001. 

O código do DARF é 8741.

ALÍQUOTA DO IRF

Fica reduzida para 15% (quinze por cento), a partir de 1o de janeiro de 2002, a alíquotado imposto de renda na fonte incidente sobre as importâncias pagas, creditadas,entregues, empregadas ou remetidas ao exterior a título de remuneração de serviços de

assistência administrativa e semelhantes.Base: art. 7o da Lei 10.332/2001. 

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CRÉDITO SOBRE CONTRIBUIÇÃO DEVIDA A TÍTULO DE ROYALTIES

É concedido crédito incidente sobre a CIDE/Royalties da Lei 10.168/2000, aplicável àsimportâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas para o exterior a

título de royalties referentes a contratos de exploração de patentes e de uso de marcas.

O crédito:

I  –  será determinado com base na contribuição devida, incidente sobre pagamentos,créditos, entregas, emprego ou remessa ao exterior a título de royalties, medianteutilização dos seguintes percentuais:

a) cem por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1º de janeiro de 2001 até 31 de dezembro de 2003;b) setenta por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1º de

 janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2008;c) trinta por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1º de

 janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2013;

II  – será utilizado, exclusivamente, para fins de dedução da contribuição incidente emoperações posteriores, relativas a royalties.

Base: art. 4o da Medida Provisória 2.159-70/2001. 

DESTINAÇÃO

A contribuição da CIDE-TECNOLOGIA será recolhida ao Tesouro Nacional edestinada ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico  – FNDCT,criado pelo Decreto-Lei 719/1969, e restabelecido pela Lei 8.172/1991.

PLANEJAMENTO FISCAL NA PESSOA FÍSICA

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

75 

Muito se tem escrito sobre o planejamento de tributos nas pessoas jurídicas (empresas),mas a elisão tributária da pessoa física tem tido pouca abordagem por parte dos autoresbrasileiros, talvez porque se supõe que paguem pouco imposto.

O contribuinte médio é taxado pelo IR em até 27,5%. Se praticar alguma operação

sujeita ao ganho de capital, terá custo de até 15% sobre o lucro. Isto, fora o desconto doINSS (até 11% do salário) e mais outras ―mordidas‖, como imposto sindical (1 dia detrabalho de março) + ―contribuições assistenciais‖ e outras taxas dos sindicatosrepresentativos, taxas de exercício profissional (CRC/CREA, etc.), IPTU, IPVA, ITBI,ITR ...

O fato é que a classe média brasileira é penosamente onerada pelo fisco. Pois, além dosimpostos diretos, como visto acima, pagam, de forma indireta, tributos na aquisição debens e serviços de consumo (ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS).

Vamos ver algumas formas lícitas de reduzir estes tributos:

DEDUÇÕES PARA A FONTE PAGADORA

Para não sofrer retenção excessiva do imposto na fonte, apresente á fonte pagadora osseguintes documentos e informações, que constituem-se deduções da base de cálculo:

1.  Declaração de dependentes, por escrito. Cada dependente deduz a base decálculo.

2.  O INSS retido deduz da base de cálculo, tanto para o autônomo quando para oassalariado.

3.  Contribuição de previdência privada, para os assalariados e dirigentes deempresa, desde que o valor seja encargo da pessoa física, no limite de 12% darenda tributável do contribuinte.

4.  Pensão alimentícia judicial, quando a fonte pagadora tiver a obrigação de reter.

IRPF – UTILIZAÇÃO DE IMÓVEL RESIDENCIAL PARA EXERCÍCIO DEATIVIDADE PROFISSIONAL

Para os profissionais liberais é admissível a dedução, no livro caixa, das despesasdecorrentes de tais atividades.

Quando o profissional, para o exercício de tais atividades, utiliza-se do seu imóvelresidencial, poderá deduzir parte das despesas (como condomínio, luz, água, IPTU, etc.)da seguinte forma:

1) Se o imóvel for alugado: dedução de 1/5 (um quinto) do aluguel, sendo esta mesmaparcela admitida para quantificar as demais despesas, desde que efetivamentesuportadas pelo contribuinte.

Exemplo:

Despesa Suportada pelo Contribuinte Valor R$

Aluguel 1.000,00Luz 280,00

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

76 

Água 100,00IPTU 90,00

Condomínio 300,00Total 1.770,00

Parcela dedutível (1/5) 354,00

2) Se o imóvel for próprio: dedução de 1/5 (um quinto) das despesas decorrentes dapropriedade e utilização do bem, não sendo dedutíveis, entretanto, os dispêndios comreparos, conservação e recuperação do imóvel, nem qualquer percentual sobre o seuvalor locativo ou venal ou sobre os valores das prestações porventura pagas paraaquisição do imóvel.

Exemplo:

Despesa Suportada pelo Contribuinte Valor R$

Luz 270,00Água 120,00IPTU 100,00

Condomínio 250,00

Total 740,00

Parcela dedutível (1/5) 148,00

Base: PN CST 60/1978.

DEDUÇÕES ANUAIS

Ao longo do ano, vá guardando os recibos (ou cópias dos cheques nominais emitidos,que também são comprovantes válidos) com despesas médicas, odontológicas epagamentos de seguro-saúde e planos médicos. Estes valores são dedutíveis na apuraçãoanual do imposto, desde que os mesmos tenham sido ônus da pessoa física declarante.

GANHO DE CAPITAL ISENTO

A partir de 16.06.2005, fica isento do imposto de renda o ganho de capital auferido naalienação de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, no mêsem que esta se realizar, seja igual ou inferior a:

I - R$ 20.000,00 (vinte mil reais), no caso de alienação de ações negociadas no mercadode balcão;

II - R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nos demais casos.

Os limites são considerados em relação:

I - ao bem ou direito ou ao valor do conjunto dos bens ou direitos da mesma natureza,alienados em um mesmo mês;

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II - à parte de cada condômino ou co-proprietário, no caso de bens possuídos emcondomínio, inclusive na união estável;

III - a cada um dos bens ou direitos possuídos em comunhão e ao valor do conjunto dosbens ou direitos da mesma natureza, alienados em um mesmo mês, no caso de

sociedade conjugal.

Consideram-se bens ou direitos da mesma natureza aqueles que guardam as mesmascaracterísticas entre si, tais como automóveis e motocicletas; imóvel urbano e terra nua;quadros e esculturas.

Bases: Lei 9.250/1995, art. 22, na redação dada pelo art. 35 da MP 252/2005 (períodode 16.06.2005 a 13.10.2005), artigo 38 da Lei 11.196/2005  (a partir de 14.10.2005) eart. 1º da IN SRF 599/2005. 

ATÉ 15.06.2005

Até 15.06.2005, era isento de Imposto de Renda o ganho de capital auferido naalienação de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, no mêsem que esta se realizar, seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (Lei 9.250/1995, art. 22).

ALIENAÇÃO DO ÚNICO IMÓVEL

Também é isento o ganho de capital auferido na alienação do único imóvel que o titularpossua, cujo valor de alienação seja de até R$ 440.000,00 (quatrocentos e quarenta milreais), desde que não tenha sido realizada qualquer outra alienação nos últimos cincoanos (Lei 9.250/1995, art. 23).

VENDA DE AÇÕES E OURO, ATIVO FINANCEIRO

São isentos os ganhos líquidos auferidos por pessoa física em operações no mercado àvista de ações nas bolsas de valores e em operações com ouro, ativo financeiro, cujovalor das alienações realizadas em cada mês seja igual ou inferior a R$ 4.143,50 para oconjunto de ações e para o ouro, ativo financeiro, respectivamente (Lei 8.981/1995, art.72, § 8º).

VENDA DE IMÓVEIS RESIDENCIAIS A PARTIR DE 16.06.2005

A partir de 16.06.2005, fica isento do imposto de renda o ganho auferido por pessoafísica residente no País na venda de imóveis residenciais, desde que o alienante, noprazo de 180 (cento e oitenta) dias contado da celebração do contrato, aplique o produtoda venda na aquisição de imóveis residenciais localizados no País.

Considera-se imóvel residencial a unidade construída em zona urbana ou rural para fins

residenciais, segundo as normas disciplinadoras das edificações da localidade em que sesituar.

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A aplicação parcial do produto da venda implicará tributação do ganhoproporcionalmente ao valor da parcela não aplicada.

No caso de aquisição de mais de um imóvel, a isenção aplicar-se-á ao ganho de capitalcorrespondente apenas à parcela empregada na aquisição de imóveis residenciais.

A inobservância das condições estabelecidas para isenção importará em exigência doimposto com base no ganho de capital, acrescido de:

I - juros de mora, calculados a partir do 2 o (segundo) mês subsequente ao dorecebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido; e

II - multa, de mora ou de ofício, calculada a partir do 2o (segundo) mês seguinte ao dorecebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido, se o imposto não forpago até 30 (trinta) dias após o prazo de 180 dias da celebração do contrato.

O contribuinte somente poderá usufruir do benefício de isenção citado 1 (uma) vez acada 5 (cinco) anos, contados a partir da data da celebração do contrato relativo àoperação de venda com o referido benefício ou, no caso de venda de mais de um imóvelresidencial, à primeira operação de venda com o referido benefício.

A isenção aplica-se, inclusive:

I - aos contratos de permuta de imóveis residenciais;II - à venda ou aquisição de imóvel residencial em construção ou na planta.

Não Aplicação

A isenção não se aplica, dentre outros:

I - à hipótese de venda de imóvel residencial com o objetivo de quitar, total ouparcialmente, débito remanescente de aquisição a prazo ou à prestação de imóvelresidencial já possuído pelo alienante;II - à venda ou aquisição de terreno;III - à aquisição somente de vaga de garagem ou de boxe de estacionamento.

Alienação de mais de um Imóvel

No caso de venda de mais de 1 (um) imóvel, o prazo referido será contado a partir dadata de celebração do contrato relativo à 1a (primeira) operação. Neste caso, estarãoisentos somente os ganhos de capital auferidos nas vendas de imóveis residenciaisanteriores à primeira aquisição de imóvel residencial.

Alienação em Operações a Prestação

Relativamente às operações realizadas a prestação, aplica-se a isenção:I - nas vendas a prestação e nas aquisições à vista, à soma dos valores recebidos dentrodo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da celebração do primeiro

contrato de venda e até a(s) data(s) da(s) aquisição(ões) do(s) imóvel(is) residencial(is);

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II - nas vendas à vista e nas aquisições a prestação, aos valores recebidos à vista eutilizados nos pagamentos dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da datada celebração do primeiro contrato de venda;III - nas vendas e aquisições a prestação, à soma dos valores recebidos e utilizados parao pagamento das prestações, ambos dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias,

contado da data da celebração do primeiro contrato de venda.

Despesas de Corretagem

Não integram o produto da venda, para efeito do valor a ser utilizado na aquisição deoutro imóvel residencial, as despesas de corretagem pagas pelo alienante.

Bases: artigo 39 da Lei 11.196/2005 e artigos 2 e 5 da IN SRF 599/2005. 

REDUÇÃO DO GANHO DE CAPITAL

Se você realizou operação sujeita a operação de ganho de capital (venda de imóvel, porexemplo), poderá reduzir a base de cálculo tributável, considerando o seguinte:

O valor pago a título de corretagem na alienação será diminuído do valor da alienação,desde que o ônus não tenha sido transferido ao adquirente (Art. 123 do Regulamento doImposto de Renda, parágrafo 5º).

Considera-se custo de aquisição dos bens ou direitos, adquiridos até 31/12/1991, o valorde mercado, nessa data, de cada bem ou direito individualmente avaliado, constante dadeclaração de bens relativa ao exercício de 1992 (Lei 8.383/91, art. 96).

Podem integrar o custo de aquisição os dispêndios realizados com conservação, reparos,comissão ou corretagem, quando não transferido o ônus ao adquirente, desde quecomprovados com documentação idônea e discriminados na declaração de bens (Art.128 do Regulamento do Imposto de Renda, parágrafo 8º).

Abate-se do valor tributável o percentual anual fixo de redução do ganho de capital naalienação de bem imóvel adquirido até 31 de dezembro de 1988, conforme tabela do art.139 do Decreto 3.000/1999 - RIR:

Ano de Aquisição

ou Incorporação

Percentual

de Redução

Ano de Aquisição

ou Incorporação

Percentual

de Redução

1969 100% 1979 50%

1970 95% 1980 45%

1971 90% 1981 40%

1972 85% 1982 35%

1973 80% 1983 30%

1974 75% 1984 25%

1975 70% 1985 20%

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1976 65% 1986 15%

1977 60% 1987 10%

1978 55% 1988 5%

Nas alienações a prazo, o ganho de capital deverá ser apurado como venda à vista etributado na proporção das parcelas recebidas em cada mês, considerando-se arespectiva atualização monetária, se houver.

FATOR DE REDUÇÃO NAS ALIENAÇÕES DE BENS IMÓVEIS DE 16.06.2005 A13.10.2005

O artigo 37 da MP 252/2005  estipulava fator de redução nas alienações de bensimóveis. Como a MP 252 não foi votada pelo Congresso até 13.10.2005, perdeu suaeficácia.

Desta forma, para a apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda incidentesobre o ganho de capital por ocasião da alienação, a qualquer título, de bens imóveisrealizada por pessoa física residente no País, no período de 16.06.2005 a 13.10.2005poderá ser aplicado fator de redução (FR) do ganho de capital apurado.

O fator de redução será determinado pela seguinte fórmula:

FR = 1 / 1,0035m 

onde "m" corresponde ao número de meses decorridos entre janeiro de 1996 ou a datade aquisição do imóvel, se posterior, e a de sua alienação.

Exemplo: 

Imóvel adquirido em janeiro/2005 e alienado em junho/2005. O ganho de capitalapurado foi de R$ 10.000,00.

Número de meses decorridos de janeiro a junho/2005 = 5 meses.

FR = 1 / 1,0035 ^ 5

FR = 1 / 1,017623FR = 0,982682

Ganho de capital, após aplicação do fator de redução:

R$ 10.000,00 x 0,982682 = R$ 9.826,82.

Imóveis Adquiridos até 31.12.1995 

Na hipótese de imóveis adquiridos até 31 de dezembro de 1995, o fator de redução seráaplicado a partir de 1o de janeiro de 1996.

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Pode ser aplicada cumulativamente a redução do ganho de capital, para imóveisadquiridos até 31.12.1988, em percentual fixo de redução sobre o ganho de capital,determinado em função do ano de aquisição ou incorporação do imóvel, de acordo coma tabela prevista no art. 18 da Lei 7.713/1988 (vide item anterior deste tópico).

Base: artigo 37 da MP 252/2005. 

FATOR DE REDUÇÃO - ALIENAÇÕES DE BENS IMÓVEIS A PARTIR DE14.10.2005

Para a apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho decapital por ocasião da alienação, a qualquer título, de bens imóveis realizada por pessoafísica residente no País, a partir de 14.10.2005, serão aplicados fatores de redução (FR1e FR2) do ganho de capital apurado.

A base de cálculo do imposto corresponderá à multiplicação do ganho de capital pelos

fatores de redução, que serão determinados pelas seguintes fórmulas:

I - FR1 = 1/1,0060m1, onde "m1" corresponde ao número de meses-calendário ou fraçãodecorridos entre a data de aquisição do imóvel e o mês de novembro/2005, inclusive nahipótese de a alienação ocorrer no referido mês;

II - FR2 = 1/1,0035m2, onde "m2" corresponde ao número de meses-calendário oufração decorridos entre dezembro/2005 ou o mês da aquisição do imóvel, se posterior, eo de sua alienação.

Exemplo:Imóvel vendido por pessoa física, no valor de R$ 100.000,00, em 05/02/2006. O custode aquisição do imóvel é de R$ 60.000,00, na data de 09/01/2000.

Então teremos:

Fator de Redução = FR1 x FR2

  FR1 = 1/1,0060m1

M1 =

número de meses-calendário ou fração decorridos entre a data de aquisiçãodo imóvel (janeiro/2000) e o mês de novembro/2005:

Anos 2000 a 2004 = 12 meses (a fração de janeiro/2000 é considerada 1 mês,para fins de cálculo) x 5 anos = 60 meses

Ano 2005 = 11 meses (janeiro a novembro)

Total de meses até novembro/2005 = 60 + 11 = 71 meses

FR1 = 1/1,0060^71 = 1/1,529173 = 0,653948 

  FR2 = 1/1,0035m2

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M2 = número de meses-calendário ou fração decorridos entre dezembro/2005 ou omês da aquisição do imóvel, se posterior, e o de sua alienação.

Total de meses de dezembro/2005 a fevereiro/2006 = 3 meses (a fração defevereiro/2006 é considerada 1 mês, para fins de cálculo).

FR2 = 1/1,0035^3 = 1/ 1,010537 = 0,989573 

Fator de Redução = FR1 x FR2 = 0,653948 x 0,989573 = 0,64713 

Ganho de Capital = Valor de Alienação – Valor do Custo

Ganho de Capital = R$ 100.000,00 – R$ 60.000,00 = R$ 40.000,00

Ganho de Capital Tributável = R$ 40.000,00 x Fator de Redução = R$ 40.000,00 x0,64713 = R$ 25.885,18.

Imóveis Adquiridos até 31.12.1995 

Na hipótese de imóveis adquiridos até 31 de dezembro de 1995, o fator de redução1/1,0060m1 será aplicado a partir de 1o de janeiro de 1996.

Pode ser aplicada cumulativamente a redução do ganho de capital, para imóveisadquiridos até 31.12.1988, em percentual fixo de redução sobre o ganho de capital,determinado em função do ano de aquisição ou incorporação do imóvel, de acordo coma tabela prevista no art. 18 da Lei 7.713/1988 (vide item inicial deste tópico).

Base: artigo 40 da Lei 11.196/2005. 

ALIENAÇÃO DE IMÓVEL CONSTITUÍDO POR TERRENO

Na alienação de imóvel constituído por terreno adquirido até 31 de dezembro de 1995 ede edificação, ampliação ou reforma iniciada até essa data, ainda que concluída em ano

posterior, informada na Declaração de Ajuste Anual, os fatores de redução sãodeterminados em função do ano de aquisição do terreno e aplicado sobre todo o ganhode capital (§ 6º do art. 3 da IN SRF 599/2005).

SIMPLES – DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS

São isentos os valores pagos ao titular ou a sócio da microempresa ou empresa depequeno porte, que optassem pelo Simples Federal, salvo os que correspondiam a prolabore, aluguéis ou serviços prestados (Lei 9.317/1996, art. 25).

A partir de 01.07.2007, com o novo Simples, a isenção fica limitada ao valor resultante

da aplicação dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei 9.249/1995, sobre a receitabruta mensal (presunção de lucro), no caso de antecipação de fonte, ou da receita bruta

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total anual, tratando-se de declaração de ajuste, subtraído do valor devido na forma doSimples Nacional no período.

Entretanto, se houver escrituração contábil, os balancetes ou balanços apuradospermitirão distribuir os lucros com isenção do imposto - § 2º do artigo 14 da Lei

Complementar 123/2006. 

IRPF: DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA OU COMPLETA?

Antes de escolher o formulário em que você irá declarar, faça os cálculos, somando suasdeduções (dependentes, contribuições ao INSS, despesas com educação, médicos,dentistas, hospitais, planos de saúde, etc.).

Ocorre que o desconto simplificado de 20% tem limite de valor. Se suas deduções(dependentes, educação, etc.) forem superiores a 20% dos rendimentos tributáveis oumaiores que o limite previsto, declare pelo formulário completo. Assim você terá menor

imposto a pagar.

Se você estiver na dúvida sobre o que é melhor para você, faça o comparativo das duasdeclarações, uma no modelo simplificado e outra no completo.

ATIVIDADE RURAL

As despesas de custeio e os investimentos da atividade rural poderão ser deduzidos darespectiva receita da pessoa física produtora (art. 60 do Decreto 3.000/1999 - RIR).

A comprovação é por meio de documentos idôneos, como nota fiscal, fatura, duplicata,recibo, contrato de prestação de serviços e arrendamento e folha de pagamento deempregados, devidamente escriturados em Livro Caixa.

A falta da escrituração implicará arbitramento da base de cálculo à razão de vinte porcento da receita bruta do ano-calendário (parágrafo 2 do art. 60 do RIR/99). Portanto, seas despesas com a atividade forem superiores a 80% das receitas, é vantajoso aescrituração do Livro Caixa.

Os arrendatários, os condôminos e os parceiros na exploração da atividade rural,comprovada a situação documentalmente, pagarão o imposto, separadamente, na

proporção dos rendimentos que couberem a cada um (Lei 8.023/1990, art. 13).Na hipótese de parceria rural, o disposto aplica-se somente em relação aos rendimentospara cuja obtenção o parceiro houver assumido os riscos inerentes à exploração darespectiva atividade (parágrafo único do art. 59 do Decreto 3.000/1999 - RIR).

Portanto, é interessante que os arrendatários, os condôminos e os parceiros comprovema situação mediante documentação (contrato por escrito, entre os arrendatários), paraque haja uma menor tributação globlal pelo Imposto de Renda. Modelos de contratos deparceria rural podem ser obtidos na obrahttp://www.portaltributario.com.br/obras/modelosdecontratos.htm . 

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Os investimentos serão considerados despesas no mês do pagamento (Lei 8.023/1990,art. 4º, §§ 1º e 2º). Portanto, não apenas as despesas diretas, mas também a aplicação devalores investidos, podem ser usados como dedução da receita, no Livro Caixa.

Considera-se investimento na atividade rural a aplicação de recursos financeiros,

durante o ano-calendário, exceto a parcela que corresponder ao valor da terra nua, comvistas ao desenvolvimento da atividade para expansão da produção ou melhoria daprodutividade e seja realizada com (Lei 8.023/1990, art. 6º):

I – benfeitorias resultantes de construção, instalações, melhoramentos e reparos;II – culturas permanentes, essências florestais e pastagens artificiais;III  – aquisição de utensílios e bens, tratores, implementos e equipamentos, máquinas,motores, veículos de carga ou utilitários de emprego exclusivo na exploração daatividade rural;IV – animais de trabalho, de produção e de engorda;.V  –  serviços técnicos especializados, devidamente contratados, visando elevar a

eficiência do uso dos recursos da propriedade ou exploração rural;VI  –  insumos que contribuam destacadamente para a elevação da produtividade, taiscomo reprodutores e matrizes, girinos e alevinos, sementes e mudas selecionadas,corretivos do solo, fertilizantes, vacinas e defensivos vegetais e animais;VII – atividades que visem especificamente a elevação sócio-econômica do trabalhadorrural, tais como casas de trabalhadores, prédios e galpões para atividades recreativas,educacionais e de saúde;VIII – estradas que facilitem o acesso ou a circulação na propriedade;IX – instalação de aparelhagem de comunicação e de energia elétrica;X  –  bolsas para formação de técnicos em atividades rurais, inclusive gerentes deestabelecimentos e contabilistas.

O bem adquirido por meio de financiamento rural será considerado despesa no mês dopagamento do bem e não no do pagamento do empréstimo.

As despesas relativas às aquisições a prazo somente serão consideradas no mês dopagamento de cada parcela.Os encargos financeiros, exceto a atualização monetária, pagos em decorrência deempréstimos contraídos para financiamento da atividade rural, poderão ser deduzidos nomês do pagamento (Lei 8.023/1990, art. 4º, § 1º).

Considera-se resultado da atividade rural a diferença entre o valor da receita brutarecebida e o das despesas pagas no ano-calendário, correspondente a todos os imóveisrurais da pessoa física (Lei 8.023/1990, art. 4º, e Lei 8.383/1991, art. 14).

O resultado auferido em unidade rural comum ao casal deverá ser apurado e tributadopelos cônjuges proporcionalmente à sua parte (art. 64 do Decreto 3.000/1999 - RIR).

O resultado positivo obtido na exploração da atividade rural pela pessoa física poderáser compensado com prejuízos apurados em anos-calendário anteriores (art. 65 doDecreto 3.000/1999 - RIR).

ALUGUÉIS DE IMÓVEIS

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Não integrarão a base de cálculo para incidência do imposto, no caso de aluguéis deimóveis (Lei 7.739/1989, art. 14):

I  – o valor dos impostos, taxas e emolumentos incidentes sobre o bem que produzir orendimento;

II – o aluguel pago pela locação do imóvel sublocado;III – as despesas para cobrança ou recebimento do rendimento;IV – as despesas de condomínio.

MESCLANDO ATIVIDADES AUTÔNOMAS X PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Os profissionais liberais, constituídos em sociedade, poderão minimizar parte dos seuscustos tributários, desde que separarem as receitas por tipo de cliente.

Para os clientes pessoa física, poderá ser interessante fornecerem recibos de pagamento

a autônomo (RPA), contabilizando o recebimento em livro caixa, sujeito ao carnê-leão(IRPF) mensal.

Isto poderá significar uma redução do custo tributário, em relação à emissão de notafiscal da sociedade civil, correspondente a:

1.  até 8% de IRPJ (lucro presumido);2.  2,88% de CSLL (lucro presumido);3.  3,65% de PIS e COFINS.

Fornecendo RPA, cada sócio será tratado como profissional liberal, perante a legislaçãodo Imposto de Renda, tendo que escriturar o Livro Caixa, podendo abater suas despesasoperacionais (aluguéis, luz, água, telefone, folha de pagamento, etc.) na determinaçãoda renda tributável.

No lucro presumido, não existe a opção de abater as despesas operacionais na basetributável do imposto de renda.

Outra vantagem para o profissional liberal é que parte de sua receita terá isenção natabela do Imposto de Renda, além de se poderem deduzir na base de cálculo sujeito aoimposto o INSS pago/retido como contribuinte individual (GPS) e os dependentes.

Mas a vantagem fiscal é restrita aos recibos emitidos contra pessoa física, pois quando oautônomo emite RPA para pessoas jurídicas (não inscritas no Simples) incidem INSS20% para o tomador do serviço + IRF, além de 11% de INSS retido, que inviabilizam aeconomia tributária pretendida.

Para visualizar melhor, expomos o seguinte exercício:

Situação atual: escritório de advocacia, que atende pessoas jurídicas e físicas. Têm 2advogados, unidos em forma de sociedade optante pelo lucro presumido.

Faturamento mensal:R$ 5.500,00 de pessoas físicas e

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R$ 8.000,00 de pessoas jurídicas.

Despesas do escritório (folha de pagamento, encargos, material de expediente, luz,aluguel, etc.) R$ 3.500,00/mês.

Comparativo do custo tributário mensal e anual considerando-se:

1.  Opção 1: emitindo-se RPA para as pessoas físicas.2.  Opção 2: somente emissão de notas fiscais via sociedade para todos os clientes.

Quadro comparativo da tributação de cada opção e da diferença tributária:

Opção 1: RPA + S/C  Opção 2NF S/S  Diferença 

1 menos 2 DISCRIMINAÇÃO  RPA  NF S/S  TOTAL Base: Receita Bruta/Mês  5.500,00 8.000,00 13.500,00  13.500,00 Despesas escrituradas em Livro Caixa P.Física: Despesas (Aluguel, etc.)  3.500,00  3.500,00  3.500,00 Base Tributável  2.000,00 8.000,00 10.000,00  13.500,00 Número de sócios  2 Base Tributável por sócio  1.000,00 CUSTOS TRIBUTÁRIOS DEVIDOS: IRPF Devido (considerando-se distribuição delucros isentos na S/S)  -  -  -  -  - IRPJ Lucro Presumido  -  384,00  384,00  648,00  (264,00) CSLL Lucro Presumido  -  230,40  230,40  388,80  (158,40) PIS e COFINS  -  292,00  292,00  492,75  (200,75) Total mensal  -  906,40  906,40  1.529,55  (623,15) Total/ano  (7.477,80) Nesta simulação, deixamos de comparar as opções do ISS, já que cada município temuma legislação própria, podendo ou não tratar diferentemente as sociedades dosautônomos.

Conclusão: pela simples mudança de procedimentos na emissão dos documentos, aeconomia tributária desta sociedade poderá chegar a R$ 7.477,80/ano, sem considerar ospossíveis reflexos no ISS.

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EVITE O EXCESSO DE DESCONTO DO INSS

A partir de 01.04.2003, a empresa passa a descontar a contribuição previdenciária dosprofissionais autônomos.

O profissional autônomo que presta serviço a mais de uma empresa deve ficar atento aolimite máximo de contribuição, para não sofrer retenção indevida.

Isto porque ele deve informar a todas as empresas onde trabalha os valores descontadosnas demais para não ultrapassar o limite de contribuição daquele mês.

A empresa que contrata autônomo deve descontar 11% de sua remuneração e repassar à

Previdência Social, como já faz com a contribuição de seus empregados. Para que oautônomo não pague uma contribuição superior ao teto, ele deve apresentar a todas asempresas o comprovante de pagamento das demais.

No comprovante de pagamento a empresa deve informar os valores da remuneração, dodesconto, a sua identificação (incluindo número do CNPJ) e o número de identificaçãode contribuinte individual no INSS do contratado.

Esse mesmo procedimento deve ser adotado pelo trabalhador que exerce atividade deautônomo e de empregado ou trabalhador avulso, concomitantemente.

PRÓ-LABORE X PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA

Parte dos rendimentos auferidos por sócios ou administradores, ao invés de ser pagodiretamente na forma de pró-labore, poderá ser efetuada mediante plano de previdênciaprivada, gerando economia fiscal para ambos os lados.

Para a empresa, o plano de previdência pago não entrará no cômputo de INSS (20%)sobre Pró-Labore, desde que disponível para a totalidade de seus empregados edirigentes (alínea ―p‖, § 9º, artigo 28 da Lei 8.212/1991  - acrescentada pela Lei9.528/1997).

Para o sócio-administrador, o mesmo deixará de sofrer retenção de até 27,5% do IRF, jáque os benefícios não estão sujeitos à tributação (art. 39, XI do Regulamento doImposto de Renda e Lei 7.713/1988, art. 6º, inciso VIII). Também não haverá a retençãode 11% do INSS.

As contribuições da empresa são dedutíveis na apuração do Lucro Real, conforme Lei9.249/1995, art. 13, inciso V e artigo 361 do Decreto 3.000/1999 - RIR. Neste caso adedução somada aos planos FAPI - Fundo de Aposentadoria Programada Individual(Lei 9.477/1997) não poderá exceder, em cada período de apuração, a 20% do total dossalários dos empregados e da remuneração dos dirigentes da empresa, vinculados ao

referido plano (Lei 9.532/1997, art. 11, § 2º).

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Exemplo:

Situação 1) Pró-Labore mensal atual: R$ 6.000,00

Encargos atuais:INSS (20% Empresa) = R$ 1.200,00IR Fonte = até R$ 814,44*Total da tributação 1 = até R$ 2.014,44/mensais

* Base de cálculo do IRF tabela vigente a partir abr/2011:R$ 6.000,00 menos INSS 11% retido (sobre o teto do INSS) R$ 405,86 = R$5.594,14.

Situação 2) Alteração procedida na forma de remuneração:

Pró-Labore R$ 4.800,00 e Plano de Previdência Privada: R$ 1.200,00

Encargos após a alteração procedida:INSS (20% Empresa) = R$ 960,00IR Fonte = até R$ 484,44Total da tributação 2 = até R$ 1.444,44/mensais

Diferença entre situações 1 e 2 = até R$ 570,00 mensais ou R$ 6.840,00/ano.

DECLARAÇÃO EM CONJUNTO OU SEPARADA?

Antes de fazer a declaração de Imposto de Renda Pessoa Física e incluir nela umdependente com renda, faça as contas para ver se não compensa mais entregardeclarações em separado. Isso porque, na declaração conjunta, as deduções serãosomadas, mas os rendimentos também. Só compensa fazer a declaração conjuntaquando as deduções são superiores aos rendimentos.

Para ver qual a opção que apresenta menos imposto a pagar ou mais a restituir, o melhoré fazer um cálculo prévio, usando o próprio programa eletrônico da Receita: preparar aconjunta e as separadas.

Você poderá perceber diferenças significativas. Pode ocorrer que, na declaraçãoconjunta, a soma dos rendimentos faça você passar de faixa de renda e, portanto, pagarimposto a uma alíquota bem maior.

REVISÃO DO PLANEJAMENTO E MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO

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Um dos pontos pouco observados por consultores é a questão das mudanças nalegislação fiscal, que implicam em mudanças no próprio planejamento ou oportunizamnovas formas de economia.

Se, por exemplo, uma Medida Provisória aumentar determinada alíquota de tributo,

vigorando a partir de 90 dias de sua publicação, então se deve considerar:

1. A possibilidade de antecipar ações, promovendo o fato gerador antes de 90 dias, para pagar o tributo com a alíquota ―antiga‖. 2. O efeito de tais alterações no planejamento já em curso (terceirizações, coligadas,etc.).

Nem sempre estas possibilidades serão tão óbvias, daí a necessidade de planejadores econsultores estarem sempre atualizados na legislação e procurarem ―estar atentos‖ àsnovidades.

TERCEIRIZAÇÃO E MUDANÇAS TRIBUTÁRIAS

A opção de terceirizar parte das operações de uma empresa, além dos aspectosoperacionais e trabalhistas, pode propiciar uma redução de custos fiscais, em função dasdiferenças de tratamento da legislação previdenciária. Observe também que o

 planejamento é ―atropelado‖ por constantes mudanças nas regras do jogo, promovidaspelo Governo Federal, o que dificulta uma avaliação dos ganhos objetivos.

Compare algumas opções:

1)  Terceirização com empresa optante pelo Simples: diferença entre a alíquota totaldo Simples e a alíquota normal do INSS, computando INSS + Entidades (SESI,Salário Educação, etc.) que chega a 28,8% sobre a folha.Entretanto, poderá haver retenção do INSS de 11% sobre o valor da fatura, seocorrer cessão de mão-de-obra. Observar que determinadas atividades de serviçosexigem o recolhimento do INSS patronal + RAT (Riscos de Acidentes de Trabalho),além da alíquota do Simples Nacional.

A partir de 01.07.2007, foi instituído o Simples Nacional (―Super Simples‖) –  LeiComplementar 123/2006. Considere as sucessivas regulamentações que vemocorrendo neste novo regime, antes de planejar a terceirização de atividades.

Nota: para fins previdenciários (retenção de 11% do INSS), o conceito de cessão demão de obra é ―a colocação à disposição da empresa contratante, em suasdependências ou nas de terceiros, de trabalhadores que realizem serviços contínuos,relacionados ou não com sua atividade fim, quaisquer que sejam a natureza e aforma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário na forma da Lei6.019/1974.‖ 

Observe-se, por exemplo, que a atividade de vigilância, é, para fins previdenciários,uma cessão de mão de obra, enquanto que, para fins de enquadramento no SimplesNacional, esta atividade é permitida.

2)  Terceirização com empresa não optante pelo Simples: o ganho tributário, sehouver, será da diferença da alíquota do Seguro-Acidente (SAT/RAT), que varia de

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1 a 3%. Poderá haver retenção do INSS de 11% sobre o valor da fatura, caso aterceirização envolva cessão de mão-de-obra.

3)  Terceirização com cooperativa de trabalho: o INSS será de 15% sobre o valor dafatura.

Para o correto cálculo da economia líquida, devem-se levar em conta que a terceirizadaterá seus próprios custos tributários, operacionais e trabalhistas, lembrando também quea terceirizada pode compensar os 11% do INSS retido na fatura (art. 31 da Lei8.212/1991, com a nova redação dada pela Lei 9.711/1998 e o Decreto 3.048/1999  -RPS).

Na opção 3 a cooperativa pode optar pela prestação de serviços dos cooperados (sobrecujos valores não há incidência de INSS), ao invés de contratar funcionários.

INCENTIVOS E REGIMES FISCAIS ESPECÍFICOS

De grande importância para o planejamento fiscal é pesquisar incentivos ou regimesfiscais específicos para produtos ou operações, a fim de viabilizar (ou não) suaimplantação com redução da carga fiscal global.

Dentre incentivos e regimes, destacam-se:

DRAWBACK

O regime aduaneiro especial de drawback consiste na suspensão ou eliminação de

tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado.Está previsto no atual regulamento aduaneiro  –   Decreto 6.579/2009, artigos 383 eseguintes.

O regime especial de drawback é concedido a empresas industriais ou comerciais,concedendo isenção ou suspensão do Imposto de Importação - II, do IPI, do ICMS, doAdicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM, além da dispensado recolhimento de taxas que não correspondam à efetiva contraprestação de serviços,nos termos da legislação em vigor.

A competência para concessão do regime de drawback é do Departamento de Operações

de Comércio Exterior (DECEX).  Os artigos 51 a 54 da Portaria SECEX 36/2007 estabelecem as condições sob as quais poderá ou não ser concedido.

SUSPENSÃO – AQUISIÇÕES NO MERCADO INTERNO - DRAWBACK VERDE-AMARELO

A Instrução Normativa RFB 845/2008  disciplina as aquisições de matérias-primas,produtos intermediários e materiais de embalagem, no mercado interno, por beneficiáriodo regime aduaneiro especial de drawback com suspensão do pagamento dos tributos

incidentes – IPI, PIS e COFINS.

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DRAWBACK INTEGRADO

A aquisição no mercado interno ou a importação, de forma combinada ou não, demercadoria para emprego ou consumo na industrialização de produto a ser exportadopoderá ser realizada com suspensão do IPI, do PIS e da COFINS, da Contribuição para

o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação.

Entende-se por produto a ser exportado aquele que é diretamente destinado ao exterior.

As suspensões aplicam-se também à aquisição no mercado interno ou à importação demercadorias para emprego em reparo, criação, cultivo ou atividade extrativista deproduto a ser exportado.

Também se aplicam às aquisições no mercado interno ou importações de empresasdenominadas fabricantes-intermediários, para industrialização de produto intermediárioa ser diretamente fornecido a empresas industriais-exportadoras, para emprego ou

consumo na industrialização de produto final destinado à exportação.

BASES LEGAIS

Decreto-Lei 37/1966, Decreto 6.759/2009  e os citados no texto.

INCENTIVOS À INOVAÇÃO TECNOLÓGICA - LEI 11.196/2005

A partir de 01.01.2006, as pessoas jurídicas poderão deduzir para efeito de apuração dolucro líquido, de valor correspondente à soma dos dispêndios realizados no período de

apuração com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológicaclassificáveis como despesas operacionais pela legislação do Imposto sobre a Renda daPessoa Jurídica - IRPJ.

Também podem se beneficiar da redução de 50% (cinquenta por cento) do Impostosobre Produtos Industrializados - IPI incidente sobre equipamentos, máquinas,aparelhos e instrumentos, bem como os acessórios sobressalentes e ferramentas queacompanhem esses bens, destinados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico,dentre outras medidas.

Base: artigos 17 a 26 da Lei 11.196/2005. 

RECAP - REGIME ESPECIAL DE AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL PARAEMPRESAS EXPORTADORAS 

Aplica-se o benefício de suspensão da exigência do PIS e da COFINS, na forma doRECAP, nas importações ou nas aquisições, no mercado interno, de máquinas,aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, relacionados em decreto.

É beneficiária do RECAP a pessoa jurídica preponderantemente exportadora, assimconsiderada aquela cuja receita bruta decorrente de exportação para o exterior, no ano-calendário imediatamente anterior à adesão ao RECAP, houver sido igual ou superior a

70% (setenta por cento)  de sua receita bruta total de venda de bens e serviços no

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período, e que assuma compromisso de manter esse percentual de exportação durante operíodo de dois anos-calendário.

A pessoa jurídica em início de atividade ou que não tenha atingido no ano anterior opercentual de receita de exportação exigido no caput deste artigo poderá se habilitar ao

RECAP desde que assuma compromisso de auferir, no período de 3 (três) anos-calendário, receita bruta decorrente de exportação para o exterior de, no mínimo, 70%(setenta por cento) de sua receita bruta total de venda de bens e serviços, conformedisposições da Lei 11.774/2008.

Para as pessoas jurídicas que fabricam os produtos relacionados no art. 1º da Lei11.529/2007, o citado percentual fica reduzido para 60% (sessenta por cento).

No caso de venda ou de importação de máquinas, aparelhos, instrumentos eequipamentos, novos, fica suspensa a exigência:

I - do PIS e da COFINS incidentes sobre a receita bruta da venda no mercado interno,quando os referidos bens forem adquiridos por pessoa jurídica beneficiária do RECAPpara incorporação ao seu ativo imobilizado; e

II - do PIS-Importação e da Cofins-Importação, quando os referidos bens foremimportados diretamente por pessoa jurídica beneficiária do RECAP para incorporaçãoao seu ativo imobilizado.

O benefício de suspensão poderá ser usufruído nas aquisições e importações realizadasno período de 3 (três) anos contados da data de adesão ao Recap.

O Decreto 5.629/2005  estabeleceu que as máquinas, aparelhos, instrumentos eequipamentos, são os relacionados no inciso I do parágrafo único do art. 1º e no Anexodo Decreto 4.955/2004. 

Base: artigos 12 a 16, da Lei 11.196/2005 e alterações posteriores e Decreto 5.649/2005. 

REPES - REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO PARA A PLATAFORMA DEEXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

É beneficiária do REPES a pessoa jurídica que exerça preponderantemente as atividadesde desenvolvimento de software ou de prestação de serviços de tecnologia dainformação, e que, por ocasião da sua opção pelo REPES, assuma compromisso deexportação igual ou superior a 60% (sessenta por cento) de sua receita bruta anualdecorrente da venda dos respectivos bens e serviços.

SUSPENSÃO DO PIS E COFINS NA AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS DESTINADOSAO REPES

No caso de venda ou de importação de serviços destinados ao desenvolvimento, no País,de software e de serviços de tecnologia da informação, fica suspensa a exigência:

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a) da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta auferidapela prestadora de serviços, quando tomados por pessoa jurídica beneficiária doREPES;

b) da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação, para serviços

importados diretamente por pessoa jurídica beneficiária do REPES.

Os serviços beneficiados pela suspensão referida são os relacionados no anexo doDecreto 5.713/2006. 

Base: artigos 1º a 11 da Lei 11.196/2005 e Decreto 5.712/2006. 

INCENTIVOS FISCAIS - ÁREAS DE ATUAÇÃO DAS EXTINTAS SUDENE ESUDAM - LEI 11.196/2005 

O artigo 31 da Lei 11.196/2005 instituiu incentivos fiscais para microrregiões nas áreas

de atuação das extintas SUDENE e SUDAM. As microrregiões alcançadas bem comoos limites e condições para fruição do benefício estão definidos em regulamento.

Sem prejuízo das demais normas em vigor aplicáveis à matéria, para bens adquiridos apartir do ano-calendário de 2006 e até 31 de dezembro de 2013, as pessoas jurídicas quetenham projeto aprovado para instalação, ampliação, modernização ou diversificaçãoenquadrado em setores da economia considerados prioritários para o desenvolvimentoregional, em microrregiões menos desenvolvidas localizadas nas áreas de atuação dasextintas Sudene e Sudam, terão direito a incentivos fiscais.

As normas para utilização do benefício foram tratadas pelo Decreto 5.988/2006. 

DEPRECIAÇÃO ACELERADA INCENTIVADA

Para efeito de cálculo do imposto sobre a renda, a beneficiária poderá utilizardepreciação acelerada incentivada, consistindo na depreciação integral, no próprio anoda aquisição.

A quota de depreciação acelerada, correspondente ao benefício, constituirá exclusão dolucro líquido para fins de determinação do lucro real e será escriturada no livro fiscal deapuração do lucro real.

DESCONTO DO PIS E COFINS

Este benefício consiste no desconto, no prazo de 12 (doze) meses contado da aquisição,dos créditos do PIS e da COFINS de que tratam o inciso III do § 1o do art. 3o da Lei10.637/2002, o inciso III do § 1o do art. 3o da Lei 10.833/2003, e o § 4o do art. 15 da Lei10.865/2004, na hipótese de aquisição de máquinas, aparelhos, instrumentos e

equipamentos, novos, relacionados em regulamento, destinados à incorporação ao seuativo imobilizado.

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Os créditos serão apurados mediante a aplicação, a cada mês, das alíquotas de 1,65% e7,60%, respectivamente, para o PIS e COFINS, sobre o valor correspondente a 1/12 (umdoze avos) do custo de aquisição do bem.

BENS DE INFORMÁTICA – ZONA FRANCA DE MANAUS –  LEI 11.077/2004 

As empresas que invistam em atividades de pesquisa e desenvolvimento na Amazôniapoderão pleitear isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI e redução doImposto sobre Importação - II para bens de informática.

Referido incentivo foi regulamentado pelo Decreto 6.008/2006. 

PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DAINDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS PARA A TV DIGITAL – PATVD

É beneficiária do PATVD a pessoa jurídica que realize investimento em pesquisa edesenvolvimento - P&D, na forma do art. 17 da Lei 11.484/2007  e que exerça asatividades de desenvolvimento e fabricação de equipamentos transmissores de sinaispor radiofrequência para televisão digital, classificados no código 8525.50.2 da NCM.

Consiste em redução a zero do PIS, COFINS, IPI, CIDE e Imposto de Importação sobredeterminadas operações.

PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DAINDÚSTRIA DE SEMICONDUTORES – PADIS

É beneficiária do PADIS a pessoa jurídica que realize investimento em pesquisa edesenvolvimento - P&D na forma do art. 6º, da Lei 11.484/2007  e que exerçaisoladamente ou em conjunto, em relação a dispositivos eletrônicos semicondutoresclassificados nas posições 85.41 e 85.42 da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCMe mostradores de informação (displays).

Consiste em redução a zero do PIS, COFINS, IPI, CIDE e Imposto de Importação sobredeterminadas operações.REIDI - REGIME ESPECIAL DE INCENTIVOS PARA O

DESENVOLVIMENTO DA INFRA-ESTRUTURA

É beneficiária do REIDI a pessoa jurídica que tenha projeto aprovado para implantaçãode obras de infra-estrutura nos setores de transportes, portos, energia, saneamentobásico e irrigação.

SUSPENSÃO DO PIS E COFINS - MERCADO INTERNO

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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O REIDI suspende a exigência da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuiçãopara o Financiamento da Seguridade Social - COFINS incidentes sobre a receitadecorrente da:

a) venda de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, quando

adquiridos por pessoa jurídica habilitada ao regime, para incorporação em obras deinfra-estrutura destinadas ao seu ativo imobilizado;b) venda de materiais de construção, quando adquiridos por pessoa jurídica habilitadaao regime, para utilização ou incorporação em obras de infra-estrutura destinadas ao seuativo imobilizado; ec) prestação de serviços, por pessoa jurídica estabelecida no País, à pessoa jurídicahabilitada ao regime, quando aplicados em obras de infra-estrutura destinadas ao ativoimobilizado.

SUSPENSÃO DO PIS E COFINS – IMPORTAÇÃO

O REIDI suspende a exigência do PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação

incidentes sobre:a) máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, quando importadosdiretamente por pessoa jurídica habilitada ao regime para incorporação em obras deinfra-estrutura destinadas ao seu ativo imobilizado;b) materiais de construção, quando importados diretamente por pessoa jurídicahabilitada ao regime para incorporação ou utilização em obras de infra-estruturadestinadas ao seu ativo imobilizado; ec) o pagamento de serviços importados diretamente por pessoa jurídica habilitada aoregime, quando aplicados em obras de infra-estrutura destinadas ao ativo imobilizado.

Bases Legais: artigos 1 a 5 da Lei 11.488/2007, Decretos 6.144/2007 e 6.167/2007. 

PROJETO DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA E DE INOVAÇÃOTECNOLÓGICA

A pessoa jurídica sujeita ao regime de tributação do imposto sobre a renda com base nolucro real poderá excluir do lucro líquido, para efeito de apuração do IRPJ - lucro real eda base de cálculo da CSLL, o valor dos dispêndios efetivados em projeto de pesquisacientífica e tecnológica e de inovação tecnológica a ser executado por InstituiçãoCientífica e Tecnológica - ICT, a que se refere o inciso V do caput do art. 2º da Lei10.973/2004, observado o disposto no Decreto 6.260/2007. 

REPORTO – REGIME TRIBUTÁRIO ESPECIAL O REPORTO é um regime temporário, que tem como característica principal adesoneração tributária da aquisição de máquinas e equipamentos destinados ainvestimentos nos portos.

Os equipamentos adquiridos através do REPORTO serão desonerados da incidência deIPI, Cofins, PIS e imposto de importação (no caso de equipamentos sem similarnacional).

BENEFICIÁRIOS

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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São beneficiários do REPORTO o operador portuário, o concessionário de portoorganizado, o arrendatário de instalação portuária de uso público e a empresa autorizadaa explorar instalação portuária de uso privativo misto.

A Secretaria da Receita Federal estabelecerá os requisitos e os procedimentos para

habilitação dos beneficiários ao REPORTO.

PRAZO DE VIGÊNCIA

O REPORTO aplica-se às aquisições e importações efetuadas até 31 de dezembro de2010, conforme Medida Provisória 412/2007. 

SUSPENSÃO DO IPI, PIS, COFINS E II

As vendas de máquinas, equipamentos e outros bens, no mercado interno, ou a suaimportação, quando adquiridos ou importados diretamente pelos beneficiários do

REPORTO e destinados ao seu ativo imobilizado para utilização exclusiva em portos naexecução de serviços de carga, descarga e movimentação de mercadorias, serãoefetuadas com suspensão do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, daContribuição para o PIS/PASEP, da Contribuição para o Financiamento da SeguridadeSocial - COFINS e, quando for o caso, do Imposto de Importação.

CONVERSÃO EM ISENÇÃO - IPI

A suspensão do Imposto de Importação e do IPI converte-se em isenção após o decursodo prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da ocorrência do respectivo fato gerador.

CONVERSÃO EM ALÍQUOTA ZERO – PIS E COFINS

A suspensão da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS converte-se em operação,inclusive de importação, sujeita a alíquota 0 (zero) após o decurso do prazo de 5 (cinco)anos, contado da data da ocorrência do respectivo fato gerador.

RELAÇÃO DE BENS

O Poder Executivo relacionou as máquinas, equipamentos e bens objetos da suspensão,através do Decreto 5.281/2004. 

CRÉDITO DO PIS E COFINS

As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não-incidência daContribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelovendedor, dos créditos vinculados a essas operações.

Bases: artigos 13 a 17 da Lei 11.033/2004 e os citados no texto.

DEPRECIAÇÃO ACELERADA INCENTIVADA - CRÉDITOS DA CSLL, PIS ECOFINS 

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A Lei 11.051/2004  criou o desconto de crédito na apuração da Contribuição Socialsobre o Lucro Líquido - CSLL e da Contribuição para o PIS e COFINS não-cumulativas.

Os referidos benefícios aplicam-se tão somente às pessoas jurídicas tributadas com base

no lucro real.

DESCONTO NA CSLL

As pessoas jurídicas, tributadas com base no lucro real, poderão utilizar crédito relativoà Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, à razão de 25% por cento sobre adepreciação contábil de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos,relacionados em regulamento, adquiridos entre 01 de outubro de 2004 e 31 de dezembrode 2010 (data fixada pelo art. 10º da MP 428/2008), destinados ao ativo imobilizado eempregados em processo industrial do adquirente.

Até 22.07.2009, os bens alvo do referido incentivo eram aqueles relacionados nosDecretos 4.955/2004, e 5.173/2004, conforme Decreto 5.222/2004. A partir de23.07.2009, os bens incentivados são os constantes no anexo do Decreto 6.909/2009. 

O crédito será deduzido do valor da CSLL apurada, no regime trimestral ou anual.

DESCONTO NO PIS E COFINS NÃO CUMULATIVOSAs pessoas jurídicas que adquirirem bens incentivados poderão utilizar desconto, peloprazo de 2 anos, no PIS e COFINS, apurados de forma não cumulativa (Lei10.637/2002 e Lei 10.833/2003).

Os créditos serão apurados mediante a aplicação, a cada mês, das alíquotas do PIS eCOFINS, sobre o valor correspondente a um 1/24 (um vinte e quatro avos) do custo deaquisição do bem.

O disposto aplica-se às aquisições efetuadas após 1o de outubro de 2004.

DESCONTO EM 12 PARCELAS - AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS EEQUIPAMENTOS

A partir de 13.05.2008, as pessoas jurídicas poderão optar pelo desconto, no prazo dedoze meses, dos créditos do PIS e da COFINS, na hipótese de aquisição de máquinas eequipamentos, destinados à produção de bens e serviços.

O incentivo aplica-se aos bens novos adquiridos ou recebidos a partir do próprio mês depublicação da Medida Provisória 428/2008 (maio de 2008), convertida posteriormentena Lei 11.774/2008.

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Os créditos serão apurados mediante a aplicação, a cada mês, das alíquotas do PIS eCOFINS, sobre o valor correspondente a 1/12 do custo de aquisição do bem.

Base: artigo 1º da Lei 11.774/2008. 

IPI – CRÉDITO PRESUMIDO – MONTADORAS E FORNECEDORES

A Lei 12.218/2010 estabeleceu que as empresas instaladas ou que venham a se instalarnas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e que sejam montadoras ou fabricantes dosprodutos a seguir mencionados, poderão, nas condições estabelecidas, apurar créditopresumido do IPI como ressarcimento do PIS e COFINS, no montante do valor dascontribuições devidas, em cada mês, decorrente das vendas no mercado interno entre 1ºde janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2015.

Os produtos incentivados são os seguintes:

a) veículos automotores terrestres de passageiros e de uso misto de duas rodas ou mais e jipes;b) caminhonetas, furgões, pick-ups e veículos automotores, de quatro rodas ou mais,para transporte de mercadorias de capacidade máxima de carga não superior a quatrotoneladas;c) veículos automotores terrestres de transporte de mercadorias de capacidade de cargaigual ou superior a quatro toneladas, veículos para transporte de dez pessoas ou mais ecaminhões-tratores;d) tratores agrícolas e colheitadeiras;e) tratores, máquinas rodoviárias e de escavação e empilhadeiras;f) carroçarias para veículos automotores em geral;g) reboques e semi-reboques utilizados para o transporte de mercadorias;h) partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos - acabados e semi-acabados - epneumáticos.

O benefício fica condicionado à realização de investimentos em pesquisa,desenvolvimento e inovação tecnológica na região, inclusive na área de engenhariaautomotiva, correspondentes a, no mínimo, 10% do valor do crédito presumido apurado.

LUCRO DA EXPLORAÇÃO – SUDENE E SUDAM

As pessoas jurídicas que tenham projeto protocolizado e aprovado a partir de 2000 até31 de dezembro de 2013 para instalação, ampliação, modernização ou diversificação,enquadrado em setores da economia considerados, em ato do Poder Executivo,prioritários para o desenvolvimento regional nas áreas de atuação da Superintendênciado Desenvolvimento da Amazônia - SUDAM e da Superintendência doDesenvolvimento do Nordeste - SUDENE, terão direito à redução de setenta e cinco porcento do imposto sobre a renda e adicional, calculados com base no lucro da exploração(Medida Provisória 2.199-14, de 24 de agosto de 2001, art. 1º, caput).

Os critérios para o enquadramento de projetos incentivados foram estabelecidos peloDecreto 6.539/2008. 

IPI – ISENÇÃO - ZFM

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Os artigos 26 e 27 da Lei 11.898/2009 dispõem que os produtos industrializados na áreade livre comércio de importação e exportação de que tratam as Leis 7.965/1989,8.210/1991, 8.387/1991, e 8.857/1994, ficam isentos do Imposto sobre ProdutosIndustrializados - IPI, quer se destinem ao seu consumo interno, quer à comercializaçãoem qualquer outro ponto do território nacional.

O benefício aplica-se exclusivamente aos produtos elaborados por estabelecimentosindustriais cujos projetos tenham sido aprovados pela Superintendência da Zona Francade Manaus.

REDUÇÃO DAS ALÍQUOTAS DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA -SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E CALL CENTER

A Contribuição Previdenciária Patronal das empresas que prestam serviços de tec-nologia da informação - TI e de tecnologia da informação e comunicação  –  TIC eserviços de call center pode ser reduzida, na proporção da receita obtida com a

exportação e a receita total auferida.

A redução poderá ser obtida até 01.09.2014.

Observar, no tocante a utilização deste benefício, as regras constantes no artigo 201-Ddo Regulamento da Previdência Social – RPS.

Base legal: 14 da Lei 11.774/2008 e Decreto 6.945/2009, que acresceu o art. 201-D aoRPS.

IRPJ, CSLL PIS e COFINS – NÃO INCIDÊNCIA - REDUÇÃO DE MULTA EJUROS

Não será computada na apuração da base de cálculo do Imposto de Renda, daContribuição Social sobre o Lucro Líquido, do PIS e da COFINS a parcela equivalenteà redução do valor das multas, juros e encargo legal em decorrência do disposto nosartigos 1, 2 e 3 da Lei 11.941/2009 (parcelamento de débitos tributários).

Base: parágrafo único do art. 4 da Lei 11.941/2009. 

O CONTENCIOSO FISCAL É PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO?

Há consultores que defendem que sim. Entretanto, por sua natureza dependente deevento futuro e incerto (uma decisão judicial), não há como caracterizar o contenciosofiscal como um planejamento tributário.

O fato é que o contencioso é uma categoria especial de planejamento, chamado―planejamento jurídico‖, o qual pode, em determinadas situações, representarsignificativa economia fiscal.

Um exemplo interessante de sucesso de contencioso é com relação ao crédito do IPI naaquisição de produtos isentos, com alíquota zero e não tributados. Após longa pendenga

  judiciária, o contribuinte tem, em geral, ganho as ações, beneficiando-se com umaexpressiva redução fiscal decorrente de sentenças já definitivas.

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Como uma pendenga pode levar mais de 10 anos para a solução final (até um julgamento definitivo do STF ou STJ), cabe ao planejador as seguintes considerações:

1. Nota-se nos últimos anos que o judiciário é mais ―pró-fisco‖ em suas decisões, e,

portanto, uma análise mais criteriosa é exigida, para que a empresa não venha a executarmúltiplos questionamentos com poucas chances de sucesso. Os honorários desucumbência podem ser significativos, tornando anti-econômico ―disparar para todo olado‖. 

2. Para uma adequada análise, o profissional deve apoiar-se em suas decisões na períciade outros profissionais, de preferência aqueles que disponham de bons conhecimentossobre a jurisprudência e sobre as tendências do judiciário para as causas fiscais.

3. Uma decisão incorreta, além de desperdiçar recursos com a contratação de advogadose serviços administrativos internos decorrentes, onera o próprio recolhimento de

impostos da empresa, conforme veremos a seguir.

O ÔNUS DO QUESTIONAMENTO TRIBUTÁRIO NO LUCRO REAL

Os tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja suspensa, nos termos dos incisos IIa IV do art. 151 da Lei 5.172/66, não são dedutíveis na apuração do Imposto de Renda –  Lucro Real, enquanto persistir a suspensão. Os citados incisos referem-se às condições de suspensão da exigibilidade, exceto oinciso I do artigo 151 do CTN, que trata da moratória. Adiante, a transcrição dos incisosII a IV:

"II  – o depósito do seu montante integral;

 III  – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processotributário administrativo;

 IV  – a concessão de medida liminar em mandado de segurança".

Tais valores adicionados ao lucro real deverão ser controlados na parte B do LALUR,

em folha específica, pois no momento em que houver sentença definitiva da lide, taismontantes deverão ser excluídos no Lucro Real. Na apuração da base de cálculo da CSLL, se aplicará o mesmo procedimento.

Assim, há um custo tributário indireto, de qualquer questionamento, de até 34% dacausa!

Como exemplo, admitamos que determinada empresa questiona judicialmente orecolhimento do PIS e da COFINS, em vista da manutenção do ICMS na base decálculo dessas contribuições. Supondo-se que tais recolhimentos, em um ano,

correspondam a R$ 1.000.000,00. Como este valor questionado, se lançado comodespesa tributária na contabilidade da empresa, deva ser adicionado ao lucro real e á

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base de cálculo da CSL, então poderá ocorrer um custo tributário indireto, pela adiçãode tal valor nas respectivas bases de cálculo, de até:

25% a título de IRPJ = R$ 1.000.000,00 x 25% = R$ 250.000,009% a título de CSLL = R$ 90.000,00.

Se a empresa não questionasse tal recolhimento, poderia simplesmente deduzir taldespesa em sua contabilidade.

Então, o ―efeito líquido‖ de uma eventual vitória no judiciário, será de R$ 1.000.000,00menos R$ 340.000,00 igual a R$ 660.000,00.

Como as causas tributárias podem demorar mais de 10 anos para serem decididas pelo judiciário (tem-se causas tributárias que levaram até 15 anos, desde a petição inicial atéo julgamento definitivo pelo STJ ou STF), então haverá um recolhimento ―antecipado‖de IRPJ e CSLL, só por esta causa, de R$ 340.000,00/ano.

Se esta causa durar 10 anos, a empresa poderá ter que desembolsar no período R$3.400.000,00, de forma indireta (mediante recolhimento de IRPJ e CSLL sobre asparcelas indedutíveis) só para questionar o PIS e a COFINS!

Este absurdo tributário que observamos no Brasil leva obrigatoriamente aoadministrador refletir que não deve precipitar-se e decidir por todas as ações dequestionamento fiscal admissíveis, sem antes avaliar:

  As possibilidades de sucesso, baseado na jurisprudência dominante ou natendência dos tribunais superiores em relação a assuntos análogos.

  O fôlego de caixa da empresa e o impacto no pagamento do IRPJ e CSLLdevidos pelo lucro real, resultando da adição dos respectivos tributosquestionados no lucro real.

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O QUE É GESTÃO TRIBUTÁRIA

É o processo de gerenciamento dos aspectos tributários de uma determinada empresa,com a finalidade de adequação e planejamento, visando controle das operações que

tenham relação direta com tributos.

ATUAÇÃO

Basicamente, a gestão atua sobre o departamento de impostos da respectiva empresa.

Isto não quer dizer que somente tal departamento é alvo da gestão. Outrosdepartamentos que influenciam a geração de impostos (como o DepartamentoComercial) também devem estar compreendidos no alcance da administração tributária.

Um erro muito comum nas empresas é focalizar demais o processo tributário nodepartamento de impostos, esquecendo-se que outros departamentos também geramrotinas fiscais.

OBJETIVOS

A gestão não visa ―fazer‖ mas ―administrar‖. O objetivo desta gestão é: 

1.  Corrigir possíveis erros de interpretação e execução no cumprimento das

obrigações e rotinas fiscais na empresa.2.  Evitar contingências fiscais (multas e sanções), bem como o pagamentoindevido de tributos.

3.  Implementar formas lícitas de economia tributária.

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO TRIBUTÁRIA

A realidade tributária brasileira é notoriamente complexa, sendo um dos componentesdo chamado ―custo Brasil‖. 

Existem dezenas de tributos exigidos em nosso país, entre impostos, taxas econtribuições. (veja a lista completa em www.portaltributario.com.br/tributos.htm).

O excesso de tributação inviabiliza muitas operações e cabe ao administrador tornarpossível, em termos de custos, a continuidade de determinados produtos e serviços, numpreço compatível com o que o mercado consumidor deseja pagar.

Não obstante, há ainda a edição de grande quantidade de normas que regem o sistematributário, oriundas dos 3 entes tributantes (União, Estados e Municípios).

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Cálculos aproximados indicam que um contabilista, somente para acompanhar estasmudanças, precisa ler centenas de normas (leis, decretos, instruções normativas, atos,etc.) todos os anos.

E ainda, há dezenas de obrigações acessórias que uma empresa deve cumprir para tentarestar em dia com o fisco: declarações, formulários, livros, guias, EFD, ECD, FCONT,etc.

Se não bastasse este caos, existe ainda o ônus financeiro direto dos tributos, que tomamaté 40% do faturamento de uma empresa. Somente o ICMS pode tomar 18%, o IPI,10%, o PIS e a COFINS, até 9,25%, além do Imposto de Renda, Contribuição Socialsobre o Lucro, INSS, FGTS, Contribuição Sindical, IPTU, IPVA, etc.

 Desta forma, o grande volume de informações e sua contínua complexidade acabamdificultando a aplicação de rotinas e o planejamento. As pessoas responsáveis pelosetor de tributos das empresas dispõem de pouco tempo pode dedicar ao estudo daslegislações pertinentes, resignando-se ao cumprimento das rotinas e recolhimento dostributos, às vezes de forma imprecisa ou incorreta.

 Aliado a isto, note-se que numa empresa de porte médio, várias pessoas, além das queestão diretamente trabalhando no departamento fiscal, envolvem-se com rotinasassociadas a tributos. Um exemplo é o pessoal do faturamento, que emite notas fiscais ecalcula impostos.

Portanto, a adoção de uma metodologia de trabalho, de forma regular e planejada, pelomenos dará condições á empresa de buscar nas pessoas envolvidas o melhor de seusconhecimentos e percepções, para enfrentarem o ―dilúvio tributário‖ a que estão sujeitasdiariamente. 

GESTÃO FOCADA EM PESSOAS

Esta gestão é focalizada em pessoas, apesar de lidar com processos, rotinas eregulamentações das normas tributárias. Desta forma, a integração dos colaboradoresenvolvidos é fundamental para o cumprimento dos objetivos.

De nada adianta um ótimo planejamento fiscal, por exemplo, se as simples rotinas estãosendo executadas por pessoas desmotivadas e sem treinamento suficiente, pois parte doesforço fiscal pode estar sendo perdido por erros.

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Quando a gestão é focalizada em processos, controles e não em pessoas, ocorremsituações das mais excêntricas. Como exemplo, numa grande empresa multinacional,totalmente informatizada e cujo controle fiscal era ―impecável‖, o treinamento doescriturador fiscal foi deixado de lado, por se achar que a ―despesa era desnecessária,pois já temos controles e informatização suf icientes‖. Por simples falta de conhecimento

da matéria, este funcionário deixou de escriturar vários créditos de impostosrecuperáveis, como IPI, ICMS, PIS e COFINS não cumulativos.

A chave do sucesso de um gestor é: treinamento, treinamento, treinamento!Especialmente na área tributária tal fator é relevante, pois a velocidade das mudanças évertiginosa e os erros por ignorância da legislação. De que adianta ―economizar‖ R$250,00 cancelando um curso de atualização do IPI e do ICMS para o profissionalresponsável pela escrituração de tais impostos dentro da empresa e desperdiçar milhares(ou até milhões!) de reais por erro de interpretação nas mudanças das normas fiscais?

Motivar as pessoas para alcançar os resultados também é um dos tripés do sucesso.

Afinal, são as pessoas que mudam realidades, formam opiniões e produzem! Máquinas,computadores e outros recursos são importantes, mas pouco produtivas quando não hápessoas capacitadas para os utilizarem.

GESTÃO EM GRUPO EMPRESARIAL

Quando o gestor estiver numa empresa pertencente a um grupo empresarial, todas asempresas e unidades do respectivo grupo devem ser alcançadas pela gestão tributária,pois a conjugação dos esforços permitirá uma análise global da carga fiscal mais realistae poderá resultar numa redução contínua do respectivo custo.

De nada adianta, por exemplo, obter uma economia de R$ 1.000.000,00 numa empresaA, se a empresa B  – coligada, tiver um ônus tributário decorrente das mudanças de R$1.500.000,00.

Nos cálculos de economia, deve-se sempre considerar o efeito líquido, isto é, o total deimpostos e contribuições reduzidos (ou potencialmente redutíveis) MENOS:

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1.  O total de impostos e contribuições onerados em empresas coligadas,interligadas e controladas/controladoras.

2.  O efeito do IRPJ e CSLL sobre o lucro real, decorrente da economia ocorrida(ou potencial).

3.  Outros efeitos tributários reflexos (exemplos: menor crédito de PIS no Lucro

Real, compensação de prejuízos fiscais, etc.)

Exemplo:

A empresa A (controladora) executou ajustes em suas operações, que resultarão numaeconomia potencial de PIS e COFINS de R$ 1.000.000,00/ano.

Entretanto, em decorrência de tais ajustes, parte do ônus ficará com uma empresa B(controlada por A). Esta terá um ônus adicional de PIS e COFINS, de R$400.000,00/ano.

Tanto a empresa A quanto a empresa B são optantes pelo lucro real, e não tem prejuízosfiscais compensáveis, sendo que a alíquota média do IRPJ de ambas é de 25%.

O cálculo da economia ―líquida‖ é apresentado como segue:  

Cálculo da Economia Líquida Projetada: Valor R$

1. Empresa A - Redução PIS/COFINS 1.000.000,00

2. Empresa B - Aumento PIS/COFINS 400.000,00

3. Efeito Líquido antes do IRPJ e CSLL (1 - 2) 600.000,00

4. Acréscimo de IRPJ no Lucro Real (3 x 25%) 150.000,00

5. Acréscimo de CSLL no Lucro Real (3 x 9%) 54.000,006. Economia Líquida Projetada (3 - 4 - 5) 396.000,00

GESTÃO CONTÍNUA

Outro cuidado na gestão tributária é que não basta um planejamento fixo. Omonitoramento e a constante atualização dos profissionais envolvidos é imprescindívelpara que não se percam oportunidades, como aquelas decorrentes de súbitas mudançasna legislação que permitam a empresa um benefício fiscal, por exemplo.

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Como a incidência tributária é permanente, e os períodos de apuração são regulares, aredução do custo tributário deve ser uma prática do dia a dia da empresa, mesmo porquenão existe uma ―gestão tributária de pacote‖ que possa ser praticável em todas asempresas, do mesmo modo e no mesmo tempo. 

COMITÊ DE TRIBUTOS

Uma das etapas importantes para acompanhamento e monitoramento das atividadestributárias da empresa é a formação de um ―comitê de impostos‖. 

Basicamente, formado por dois integrantes da área de escrituração fiscal, o contabilistae mais um consultor externo, o comitê se encarrega de verificar a adequação eadaptação de normas tributárias da empresa.

Suas reuniões podem ser mensais ou, extraordinariamente, se houver alguma alteraçãosignificativa na legislação que exija a adequação mais imediata de procedimentosinternos.

A PRESENÇA DO CONSULTOR EXTERNO

Sugere-se a participação de um consultor externo no grupo para aprimorar ideias deplanejamento e motivar o grupo, pois a experiência que o profissional adquiriu emoutras empresas pode permitir ótimos resultados, em decorrência de sua exposição,através do comitê.

TAREFAS

Entre as tarefas do comitê estão o monitoramento das regras tributárias e como asmesmas estão sendo aplicadas na prática dentro da organização.

Por exemplo, a adequação da legislação dos preços de transferência  –  Transfer Pricing  – visando a determinação criteriosa de preços de transferência, à luz da regulamentaçãovigente, para evitar contingências fiscais e reduzir os custos tributários envolvidos nasoperações.

Outra responsabilidade do grupo é a avaliação do treinamento e cursos tributários.Assim, se determinado profissional da empresa participar de evento na área fiscal, umresumo das conclusões do mesmo poderá ser apresentado em reunião do comitê,maximizando e transferindo este conhecimento para os demais profissionais daempresa.

Tratando-se de uma equipe de gestão, subordinada ao gestor tributário, este comitê

facilitará a integração gerência/executores, já que a gerência, por si só, não poderá ter otempo suficiente para acompanhar as inúmeras rotinas e obrigações fiscais.

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Um bom gerente fiscal valoriza e apóia o comitê, pois a experiência prática das rotinasinternas (pela participação do contador e dos responsáveis pela escrita fiscal) e doconsultor externo trarão um mecanismo versátil para análise da situação fiscal daempresa, facilitando decisões e adaptações da legislação.

INTEGRAÇÃO COM OUTRAS ÁREAS DA EMPRESA

Nas reuniões, pode-se convidar pessoas envolvidas em outras áreas (como a áreacomercial), visando tratar assuntos específicos. Por exemplo, se o departamentocomercial tem a tendência de exigir metas de seus colaboradores, intensificando ofaturamento no último dia útil de cada mês, pode-se convidar o responsável pela área eapresentar as questões tributárias e financeiras envolvidas nesta sistemática, visandoobter consenso quanto às metas deste setor com a minimização da carga fiscal.

AVALIAÇÃO DE QUESTÕES CONTENCIOSAS TRIBUTÁRIAS

Talvez a tarefa mais complexa do administrador tributário seja a de analisar e decidirsobre questões contenciosas na área fiscal, quando a empresa dispõe de opções dequestionamento jurídico de determinadas normas fiscais, consideradas ilegais ouinconstitucionais, por exemplo.

Para uma adequada gestão nesta área, o profissional deve apoiar-se em suas decisões ena perícia de outros profissionais, de preferência aqueles que disponham de bonsconhecimentos sobre a jurisprudência e sobre as tendências do judiciário para as causas

fiscais.Nota-se nos últimos anos que o judiciário é mais ―pro-fisco‖ em suas decisões, portantouma análise mais criteriosa é exigida dos administradores tributários, para que aempresa não venha a executar múltiplos questionamentos com poucas chances desucesso.

Uma decisão incorreta, além de desperdiçar recursos com a contratação de advogados eserviços administrativos internos decorrentes, onera o próprio recolhimento de impostosda empresa, conforme veremos a seguir.

O ÔNUS DO QUESTIONAMENTO TRIBUTÁRIO NO LUCRO REAL

Os tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja suspensa, nos termos dos incisos IIa IV do art. 151 da Lei 5.172/1966, não são dedutíveis na apuração do Imposto deRenda – Lucro Real, enquanto persistir a suspensão. Os citados incisos referem-se às condições de suspensão da exigibilidade, exceto oinciso I do artigo 151 do CTN, que trata da moratória. Adiante, a transcrição dos incisosII a IV: "II  – o depósito do seu montante integral;

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 III  – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processotributário administrativo;

 IV  – a concessão de medida liminar em mandado de segurança".

Tais valores adicionados ao Lucro Real deverão ser controlados na parte B do LALUR,em folha específica, pois no momento em que houver sentença definitiva da lide, taismontantes deverão ser excluídos no Lucro Real. Na apuração da base de cálculo da CSLL, se aplicará o mesmo procedimento.

Assim, há um custo tributário indireto, de qualquer questionamento, de até 34% dacausa!

Como exemplo, admitamos que determinada empresa questiona judicialmente orecolhimento do PIS e da COFINS sobre determinadas receitas da empresa. Supondo-se

que tais recolhimentos, em um ano, correspondam a R$ 1.000.000,00. Como este valorquestionado, se lançado como despesa tributária na contabilidade da empresa, deve seradicionado ao lucro real e á base de cálculo da CSLL, então poderá ocorrer um custotributário indireto, pela adição de tal valor nas respectivas bases de cálculo, de até:

25% a título de IRPJ = R$ 1.000.000,00 x 25% = R$ 250.000,009% a título de CSL = R$ 90.000,00.

Se a empresa não questionasse tal recolhimento, poderia simplesmente deduzir taldespesa em sua contabilidade.

Como as causas tributárias podem demorar mais de 10 anos para serem decididas pelo  judiciário (temos conhecimento de causas tributárias que levaram até 15 anos, desde apetição inicial até o julgamento definitivo pelo STJ ou STF), então haverá umrecolhimento ―antecipado‖ de IRPJ e CSL, só por esta causa, de R$ 340.000,00/ano. Seesta causa durar 10 anos, a empresa poderá ter que desembolsar no período R$3.400.000,00, de forma indireta (mediante recolhimento de IRPJ e CSLL sobre asparcelas indedutíveis) só para questionar o PIS e a COFINS!

Este absurdo tributário que observamos no Brasil leva obrigatoriamente ao gestorrefletir que não deve precipitar-se e decidir por todas as ações de questionamento fiscaladmissíveis, sem antes avaliar:

1.  As possibilidades de sucesso, baseado na jurisprudência dominante ou natendência dos tribunais superiores em relação a assuntos análogos.

2.  O fôlego de caixa da empresa e o impacto no pagamento do IRPJ e CSLLdevidos pelo lucro real, resultando da adição dos respectivos tributosquestionados no lucro real.

ANÁLISE GLOBAL DA TRIBUTAÇÃO

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O primeiro passo para um gestor é identificar, mediante levantamento em balancete daempresa, quais os reais custos tributários da empresa.

Exemplo:

TRIBUTOS GERADOS EM 2010 Valor R$ % sobreFaturamento

% Relativo

ICMS 16.700.000,00 16,70% 40,76%

IPI 8.400.000,00 8,40% 20,50%

INSS 6.270.000,00 6,27% 15,30%

COFINS 3.060.000,00 3,06% 7,47%FGTS 1.870.000,00 1,87% 4,56%

IRPJ 1.525.000,00 1,53% 3,72%

PIS 1.006.500,00 1,01% 2,46%

ISS 950.000,00 0,95% 2,32%CSLL 549.000,00 0,55% 1,34%

IOF 418.000,00 0,42% 1,02%

ITBI, IPVA e Taxas Estaduais 80.501,00 0,08% 0,20%IPTU e Taxas Municipais 79.000,00 0,08% 0,19%CIDE 27.000,00 0,03% 0,07%

Taxas aos Conselhos Profissionais 17.500,00 0,02% 0,04%

Contribuição Sindical 15.500,00 0,02% 0,04%

TOTAL GERADO 40.968.001,00 40,97% 100,00%

Faturamento no Período 100.000.000,00

Observa-se, no exemplo acima, que:

1.  99,46% da carga tributária da empresa no ano decorrem de somente 10 tributos!2.  Os tributos diretamente relacionados ao faturamento e às receitas da empresa

(ICMS, IPI, PIS, COFINS e ISS) representam 73,51% da carga tributária, sendonecessário um estudo mais específico sobre cada um para verificar suaadequação e possibilidades de planejamento.

3.  Os tributos sobre a folha de pagamento (INSS e FGTS) consomem 8,14% do

faturamento da empresa. Como tais incidências ocorrem sobre salários eremunerações, uma análise sobre a folha de pagamento (mediante uma auditoriatrabalhista) é conveniente, de tempos em tempos.

4.  O IRPJ e a CSLL sobre o lucro dissipam 2,07% do faturamento e precisam seravaliados com relação à sua formação. Provavelmente, o lucro contábil antes daprovisão do IRPJ e da CSLL está acima de 6,1% do faturamento (para chegar aeste número, dividiu-se 2,07% sobre 34% - que é a soma da alíquota máxima doIRPJ – 25% e da CSLL 9%). Se o lucro for abaixo disto há algum fator onerandoa tributação sobre os lucros que precisa ser investigado.

5.  A rigor, nenhum tributo pode ser considerado ―barato‖ para a empresa, mesmoque represente um pequeno percentual sobre o faturamento. No exemplo acima,

CIDE, Taxas aos Conselhos Profissionais e Contribuição Sindical poderiam ser

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considerados não relevantes para uma gestão. Sugere-se que, pelo menos 3 a 4vezes no ano, seja realizada uma análise sobre tais incidências.

A IMPORTÂNCIA DO BALANCETE E DO SISTEMA CONTÁBIL

Nunca é demais lembrar que qualquer gestão deve se basear em dados confiáveis eregulares.

Peça essencial para o acompanhamento da carga fiscal e do impacto da gestão tributáriaé o balancete, devidamente conciliado e com o máximo de atualização possível.

Balancetes ―velhos‖ ou mal conciliados podem distorcer  seriamente a análise real dasituação fiscal da empresa. É imprescindível que o reconhecimento de todas as receitase despesas se faça pelo chamado ―regime de competência‖ e não pelo regime de caixa. 

Segundo o princípio da competência, as receitas e as despesas devem ser incluídas naapuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente, quandose correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. O Princípio daCompetência determina quando as alterações, no ativo ou no passivo, resultam emaumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo, ainda, diretrizes paraclassificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do princípio daoportunidade. O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, éconsequência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. As receitas consideram-se realizadas:

 a) nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumiremcompromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bensanteriormente pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;  b) quando do desaparecimento, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja omotivo; c) pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros.  Assim, por exemplo, a simples emissão de pedido comercial não é considerada receita,pois a transação com o terceiro não foi completada, faltando para tanto a investidura napropriedade de bens. Somente quando houver a tradição (entrega) do bem solicitado, éque se registrará a receita respectiva. Consideram-se incorridas as despesas: a) quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de suapropriedade para terceiros; b) pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; c) pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. 

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Desta forma, uma contratação de um frete CIF, deve ser registrada imediatamente, jáque se trata de uma obrigação (conta a pagar) com surgimento de um passivo (item cacima). Outro exemplo: a depreciação de bens do ativo imobilizado deve ser registrada

periodicamente (em períodos mensais) para registrar a diminuição, no tempo, do valoreconômico dos ativos (item b acima). Exemplo do item a: doação de mercadorias a entidades filantrópicas deverá serregistrada, pois se trata de extinção de um ativo (estoques). O sistema contábil adotado pela empresa precisa estar integrado e coordenado com osdemais setores, de forma informatizada, visando facilitar o registro dos fatos e contandocom a rapidez necessária para a geração de dados confiáveis e periódicos.

O contabilista é a pessoa chave nesta gestão, e é preciso apoio, treinamento e motivação

necessários para que este profissional participe efetivamente da gestão tributária naempresa. Aliás, há vários contabilistas á frente deste processo, nada impedindo, é claro,que outra pessoa possa assumir este encargo, desde que tenha sólidos conhecimentos detributação.

Lembre-se do que afirmamos anteriormente: a gestão tributária lida com tributos, mas ofoco do trabalho são as pessoas. Um bom sistema contábil pressupõe, além do suporteinformatizado, integração de registros e a capacitação de um profissional que administreas rotinas contábeis na velocidade necessária á gestão.

Recomenda-se que, no máximo até o dia 10 de cada mês, a empresa tenha um balanceteatualizado do mês anterior. Assim, o balancete de abril/2011 deve estar pronto econciliado, no máximo até 10.05.2011.

ARQUIVOS DIGITAIS - OBRIGATORIEDADE 

A obrigatoriedade de manutenção e apresentação dos arquivos eletrônicos e sistemasque registrem negócios e atividades econômicas ou financeiras tem suas bases legais nasLeis 8.218 e 8.383, ambas de 1991.

Com o advento da Medida Provisória 2.158-35/2001, a obrigatoriedade perante a

Receita Federal foi estendida a todas as empresas excetuando-se apenas aquelasoptantes pelo SIMPLES. O critério vigente até então reduzia o escopo dessa obrigaçãosomente às empresas com Patrimônio Líquido superior a R$ 1,8 milhões.

Mas o problema vem mostrando sua real dimensão mais recentemente, quando asintimações fiscais começaram efetivamente a exigir tais arquivos, seja emprocedimentos fiscalizatórios propriamente ditos, sejam em diligências para composiçãode grandes bases de dados que irão subsidiar posteriores seleções de contribuintes aserem auditados.

O que se observa é o erro cometido por muitas empresas, inclusive as mais organizadas

e precavidas, ao supor que tendo contratado as soluções de softwares necessárias à

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geração dos referidos arquivos, tenham resolvido o problema. Efetivamente, poucas sãoas empresas que, de fato, têm seus arquivos adequados às exigências do Fisco.

A dor de cabeça começa quando os procedimentos de validação dos dados e o confrontodesses com a escrituração da empresa têm início. E não têm escapado mesmo as grandes

empresas que investiram milhões em renomados ―sistema ERP‖ (Enterprise ResourcePlanning) nacionais e estrangeiros.

O INSS também lançou mão desse instrumento fiscalizatório com a edição da IN89/2003.

As Fazendas Estaduais também avançam a passos largos na auditoria eletrônica sobrearquivos enviados pelas empresas no âmbito do SINTEGRA.

Nos últimos anos a legislação fiscal deu um passo significativo com a implantação daNota Fiscal Eletrônica e a exigência da EFD  –  Escrituração Fiscal Digital,contemplando o ICMS, IPI, Pis e Cofins.

Portanto, o gestor tributário deve envolver os responsáveis pela informática na empresa(tanto os fornecedores quanto os funcionários que lidam diretamente com o assunto), deforma a procurar atender às exigências ficais. Não é tarefa fácil, mas necessária, visandoevitar a contingência de multas.

ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL (ECD)

A Instrução Normativa SRF 787/2007  instituiu a Escrituração Contábil Digital (ECD)que passou a ser obrigatória a determinadas pessoas jurídicas com relação aos fatoscontábeis ocorridos a partir de 01.01.2008.

A ECD foi instituída para fins fiscais e previdenciários e deverá ser transmitida pelaspessoas jurídicas a ela obrigadas, ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), eserá considerada válida após a confirmação de recebimento do arquivo que a contém e,quando for o caso, após a autenticação pelos órgãos de registro.

Estão compreendidos nesta versão digital os livros: Diário, Razão, Balancetes Diários,

Balanços, Fichas de Lançamento e Auxiliares, quando existirem, que deverão serassinados digitalmente utilizando-se do e-CNPJ emitido por entidade credenciada àICP-Brasil.

A obrigatoriedade de entrega foi inicialmente exigida das pessoas jurídicas sujeitas aoacompanhamento econômico-tributário diferenciado, nos termos da Portaria RFB11.211/2007 e tributadas pelo imposto de renda com base no lucro real.

Assim, estas empresas foram obrigadas a utilizar a ECD para o tratamento dos dadosrelativos aos fatos ocorridos a partir de 01.01.2008, sendo que as demais empresastributadas com base no lucro real tiveram a obrigatoriedade de utilização do sistema

somente a partir de 01.01.2009, ficando facultada a adesão à ECD para as demaispessoas jurídicas.

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A ECD deve ser transmitida anualmente ao Sped até o último dia útil do mês de junhodo ano seguinte ao ano-calendário a que se refira a escrituração, com a utilização doPrograma Validador e Assinador (PVA), especificamente desenvolvido para tal fim eque será disponibilizado na página da RFB na Internet.

Para os casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, a ECD deveser entregue pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusionadas, incorporadas eincorporadoras até o último dia útil do mês subsequente ao do evento, lembrando que oserviço de recepção da SRF é encerrado às 20 horas - horário de Brasília - da data finalfixada para a entrega.

As informações relativas à ECD, disponíveis no ambiente nacional do Sped, serãocompartilhadas com os órgãos e entidades, no limite de suas respectivas competências esem prejuízo da observância à legislação referente aos sigilos comercial, fiscal ebancário, e poderá ser feita de forma integral ou parcial.

A não apresentação da ECD no prazo fixado acarretará a aplicação de multa no valor deR$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês-calendário ou fração.

FORMAS PRÁTICAS DE GESTÃO TRIBUTÁRIA

Visando apresentar algumas das formas mais usuais de acompanhamento fiscal,demonstraremos tais sistemáticas, para que o leitor vislumbre o alcance prático de umagestão em uma empresa.

Obviamente que tais exemplificações não contemplam todas as possibilidades, poiscada empresa tem características próprias, mas o importante é identificar quais osimpostos que incidem sobre as atividades da empresa de forma a poder vislumbrar suaimportância e peso no faturamento.

A CONTROVÉRSIA DO SIMPLES: POUCO IMPOSTO?

Uma das falácias mais ―engolidas‖ pelos contribuintes é que o novo Simples (LeiComplementar 123/2006) é um sistema econômico de tributação.

Isto pode ser verdade, em boa parte dos casos, mas recomenda-se cautela quanto àadoção do regime, analisando especificamente a situação de cada empresa.

Sem cálculos detalhados, nenhum planejador pode deduzir que, optando pelo SimplesNacional, uma empresa terá economia fiscal!

Especialmente importante é a análise em relação às empresas de serviços  – como nasatividades de vigilância, limpeza e conservação, construção de imóveis e obras deengenharia em geral (inclusive sob a forma de subempreitada), execução de projetos e

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serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores  – que se sujeitam ao AnexoIV do Simples - com alíquotas bem mais elevadas que empresas comerciais eindustriais, além de pagarem à parte a Contribuição Previdenciária Patronal (CPP).

Para análises comparativas, veja quadro a seguir:

QUADRO COMPARATIVO DA TRIBUTAÇÃOSIMPLES NACIONAL X LUCRO PRESUMIDO X LUCRO REAL

TRIBUTO  SIMPLESNACIONAL 

LUCRO PRESUMIDO  LUCRO REAL 

Simples Nacional  Conforme tabelas –   4% a 22,9% 

-  - 

PIS  -  0,65%  1,65% (-) créditosadmissíveis 

COFINS  -  3%  7,6% (-) créditos

admissíveis IRPJ  -  1,2%(indústria/comércio) a

8% (serviços) 

15 a 25% sobre oLucro Real 

CSLL  -  1,08%(indústria/comércio) a

2,88% (serviços) 

9% sobre a Base deCálculo 

IPI  -  Somente para indústrias(% variável) 

Somente paraindústrias (%

variável) ICMS  -  Consultar legislação

estadual Consultar legislação

estadual 

ISS  -  Consultar legislaçãomunicipal 

Consultar legislaçãoestadual 

INSS (partepatronal) 

Até 28,8% sobreverbas salariais e 20%

sobre pró-labore/autônomos dosserviços sujeitos ao

Anexo IV 

Até 28,8% sobre saláriose 20% sobre pró-labore/autônomos 

Até 28,8% sobresalários e 20% sobre

pró-labore/autônomos 

FGTS  8% sobre verbaissalariais 

8% sobre verbaissalariais 

8% sobre verbaissalariais 

Contribuição

Sindical Patronal 

-  Conforme o Capital

Social (consultar tabelado Sindicato) 

Conforme o Capital

Social (consultartabela do Sindicato) TOTAL  Conforme tabela +

FGTS + INSS (emalguns casos) 

5,93% a 14,53% dofaturamento + FGTS +INSS + IPI + ICMS +ISS + Contribuição

Sindical 

Até 9,35% dofaturamento + IRPJ +

CSLL + FGTS +INSS + IPI + ICMS +

ISS + ContribuiçãoSindical 

ICMS

O ICMS, como imposto não cumulativo, incide sobre a circulação de mercadorias edeterminados serviços, como o de transporte, energia e telecomunicações, abatendo-sedo imposto devido aquele já pago em operações anteriores.

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É o conhecido sistema de ―débito x crédito‖, e que no final resulta um valor a recolher (se o débito do imposto for maior que o crédito) ou um valor a recuperar (chamado―saldo credor do imposto‖, quando o valor dos créditos de entradas é superior ao dedébitos de saídas).

O ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobreprestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) éde competência dos Estados e do Distrito Federal.

Sua regulamentação constitucional está prevista na Lei Complementar 87/1996  (achamada ―Lei Kandir‖). 

INCIDÊNCIAS

O ICMS incide sobre: I  –  operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento dealimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; II – prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via,de pessoas, bens, mercadorias ou valores; III  – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive ageração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a

ampliação de comunicação de qualquer natureza; IV  –  fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos nacompetência tributária dos Municípios; V  – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobreserviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicávelexpressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual; VI – a entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, aindaquando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo permanente do estabelecimento; VII – o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; VIII – a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantese combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando nãodestinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operaçõesinterestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente.  

NÃO INCIDÊNCIAS

O ICMS não incide sobre: 

I – operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão; 

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II  –  operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtosprimários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços; III  –  operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusivelubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à

industrialização ou à comercialização; IV – operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumentocambial; V  –  operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a serutilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer naturezadefinido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competênciados Municípios, ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar;  VI – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de

estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie; VII  – operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operaçãoefetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor; VIII  –  operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bemarrendado ao arrendatário; IX  –  operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveissalvados de sinistro para companhias seguradoras. Equipara-se às operações de que trata o item II a saída de mercadoria realizada com ofim específico de exportação para o exterior, destinada a: a) empresa comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento damesma empresa; b) armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro. 

CONTRIBUINTE

Contribuinte do ICMS é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, comhabitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulaçãode mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ede comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade: I  –  importe mercadorias do exterior, ainda que as destine a consumo ou ao ativopermanente do estabelecimento; II – seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciadono exterior, 

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III – adquira em licitação mercadorias apreendidas ou abandonadas; IV  –  adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo eenergia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou àindustrialização. 

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

A Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do ICMS ou a depositário a qualquer títuloa responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que o contribuinte assumirá acondição de substituto tributário. A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente sobre uma oumais operações ou prestações, sejam antecedentes, concomitantes ou subsequentes,inclusive ao valor decorrente da diferença entre alíquotas interna e interestadual nasoperações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado emoutro Estado, que seja contribuinte do imposto. A atribuição de responsabilidade dar-se-á em relação a mercadorias ou serviçosprevistos em lei de cada Estado. É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do imposto pagopor força da substituição tributária, correspondente ao fato gerador presumido, que nãose realizar.

  DIREITO DE CRÉDITO POR FATO GERADOR PRESUMIDO QUE NÃO SE  REALIZAR

Formulado o pedido de restituição e não havendo deliberação no prazo de noventa dias,o contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, do valor objeto dopedido, devidamente atualizado segundo os mesmos critérios aplicáveis ao tributo(parágrafo 1o do artigo 10 da Lei Complementar 87/1996). Sobrevindo decisão contrária irrecorrível, o contribuinte substituído, no prazo de quinze

dias da respectiva notificação, procederá ao estorno dos créditos lançados, tambémdevidamente atualizados, com o pagamento dos acréscimos legais cabíveis.  LOCAL DA OPERAÇÃO OU DA PRESTAÇÃO

O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do ICMS e definiçãodo estabelecimento responsável, é: I – tratando-se de mercadoria ou bem: a) o do estabelecimento onde se encontre, no momento da ocorrência do fato gerador; 

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b) onde se encontre, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ouquando acompanhado de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária; c) o do estabelecimento que transfira a propriedade, ou o título que a represente, demercadoria por ele adquirida no País e que por ele não tenha transitado; d) importado do exterior, a do estabelecimento onde ocorrer a entrada física;  e) importado do exterior, o do domicílio do adquirente, quando não estabelecido; f) aquele onde seja realizada a licitação, no caso de arrematação de mercadoriaimportada do exterior e apreendida; g) o do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nasoperações interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveisdele derivados, quando não destinados à industrialização ou à comercialização;  h) o do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não considerado como ativofinanceiro ou instrumento cambial; i) o de desembarque do produto, na hipótese de captura de peixes, crustáceos emoluscos; II – tratando-se de prestação de serviço de transporte: a) onde tenha início a prestação; b) onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela falta dedocumentação fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea, comodispuser a legislação tributária; c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese da utilização, porcontribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não estejavinculada a operação ou prestação subsequente; III – tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação: a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendidoo da geração, emissão, transmissão e retransmissão, repetição, ampliação e recepção; b) o do estabelecimento da concessionária ou da permissionária que forneça ficha,cartão, ou assemelhados com que o serviço é pago; c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese da utilização, porcontribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não estejavinculada a operação ou prestação subsequente; d) o do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando prestado por meio

de satélite; 

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d) onde seja cobrado o serviço, nos demais casos. IV – tratando-se de serviços prestados ou iniciados no exterior, o do estabelecimento oudo domicílio do destinatário. 

OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR

Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: I  –  da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outroestabelecimento do mesmo titular; II  –  do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquerestabelecimento; III  –  da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou emdepósito fechado, no Estado do transmitente; IV – da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quandoa mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente; V  – do inicio da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, dequalquer natureza; VI – do ato final do transporte iniciado no exterior; VII  –  das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio,inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição ea ampliação de comunicação de qualquer natureza; VIII – do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços:

a) não compreendidos na competência tributária dos Municípios; b) compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressade incidência do imposto da competência estadual, como definido na lei complementaraplicável, IX – do desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas do exterior; X – do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior; XI  –  da aquisição em licitação pública de mercadorias importadas do exteriorapreendidas ou abandonadas; XII  –  da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos egasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando nãodestinados à comercialização ou à industrialização; 

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XIII  – da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado emoutro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subsequente. 

NÃO CUMULATIVIDADE DO IMPOSTO

O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operaçãorelativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestaduale intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmoou por outro Estado. É assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormentecobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ousimbólica, no estabelecimento. 

Exemplo: Total do ICMS devido pelo sujeito passivo: R$ 50.000,00. Valor do imposto anteriormente cobrado, decorrentes de entradas de mercadorias R$10.000,00. Valor do ICMS a pagar: R$ 50.000,00 – R$ 10.000,00 = R$ 40.000,00. 

VEDAÇÃO DE CRÉDITO

Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços

resultantes de operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram amercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento.

Salvo prova em contrário, presumem-se alheios à atividade do estabelecimento osveículos de transporte pessoal. É vedado o crédito relativo à mercadoria entrada no estabelecimento ou a prestação deserviços a ele feita: I  –  para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural,quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto,

exceto se tratar-se de saída para o exterior; II  –  para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestaçãosubsequente não forem tributadas ou estiverem isentas do imposto, exceto as destinadasao exterior. 

ESTORNO DE CRÉDITO

O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver creditado sempreque o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento: I  –  for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo estacircunstância imprevisível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço; 

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II  –  for integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída doproduto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto; III – vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; IV – vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se. Não se estornam créditos referentes a mercadorias e serviços que venham a ser objetode operações ou prestações destinadas ao exterior. 

PRESCRIÇÃO DO CRÉDITO

O direito de utilizar o crédito extingue-se depois de decorridos cinco anos contados dadata de emissão do documento (parágrafo único do art. 23 da LC 87/1996). 

LIQUIDAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

As obrigações consideram-se liquidadas por compensação até o montante dos créditosescriturados no mesmo período mais o saldo credor de períodos ou períodos anteriores,se for o caso. Se o montante dos créditos superar os dos débitos, a diferença será transportada para operíodo seguinte. 

SALDOS CREDORES ACUMULADOS DO ICMS A Lei estadual poderá, nos casos de saldos credores acumulados, permitir que: I – sejam imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado; II  –  sejam transferidos, nas condições que definir, a outros contribuintes do mesmoEstado.

PERFORMANCE DOS CRÉDITOS DE ICMS

Uma forma rápida de avaliar a performance dos créditos e detectar possíveis―vazamentos‖ é pela estatística, utilizando-se o método comparativo de geração dedébitos em confronto com os créditos.

Este método é bastante simples, e exige apenas uma simples planilha financeira e atransposição de dados da escrituração fiscal, tanto de entradas quanto de saídas. 

Exemplo:

Movimento de Entradas e Saídas – 2º semestre de 2010 Valor R$1. Total de saídas do estabelecimento 25.000.000,00

2. Total do ICMS (débito) gerado 4.375.000,003. % ICMS gerado (2 dividido por 1) 17,50%

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4. Total de entradas do estabelecimento 9.000.000,005. Total do ICMS creditado 945.000,006. % ICMS creditado (5 dividido por 4) 10,50%

7. Diferença % entre ICMS gerado e creditado (3 menos 6) 7,00%

8. Diferença R$ ―crédito potencial oculto‖ (7 vezes 4) 630.000,00

O gestor tributário, diante do quadro acima, deve fazer-se as seguintes perguntas:

1.  Porque o total de ICMS gerado é muito superior ao total do ICMS creditado?2.  Quais os padrões de aquisição de materiais do setor de compras, que podem

estar influindo nos créditos? Por exemplo, compra-se preponderantemente

materiais de pequenas indústrias, que estejam sujeitas a regimes especiais deapuração do ICMS e que não gerem créditos para o comprador?3.  Existe análise comparativa regular, visando identificar se determinados créditos

estão sendo efetuados, como os créditos do ICMS sobre fretes, energia elétrica eimobilizado?

4.  Os escrituradores dos livros fiscais têm suficiente treinamento para identificartodas as possibilidades de créditos?

5.  A alíquota do ICMS nas saídas estão corretamente aplicadas? Existe algumbenefício específico de suspensão/redução/abatimento da base de cálculo?

6.  Houve redução significativa dos estoques, no período analisado, que justificassea distorção estatística entre débitos e créditos do ICMS?

Observe-se que a ―estimativa‖ de um crédito potencial oculto de R$ 630.000,00 naplanilha acima é meramente fruto de um exercício estatístico, pois não basta ao gestorinformar-se das grandezas (reais, estimadas ou aleatórias), mas identificar, com clareza,o motivo desta distorção óbvia.

Pela complexidade legislativa, e por ser o maior imposto (em termos absolutos) dequalquer empresa comercial ou industrial, o ICMS reveste-se de especial importância nagestão.

EXPECTATIVA DE DÉBITO DO ICMS

A maioria das empresas gera estatística de vendas, por regiões e por períodos.

Pode-se utilizar tais relatórios, para checagem do débito geral do ICMS.  

Exemplo:

Vendas no Mês Valor R$ % ICMSICMS/Estimativa

de DébitoS.Paulo 10.000.000,00 18,0% 1.800.000,00RJ/MG 2.500.000,00 12,0% 300.000,00Região Sul 2.000.000,00 12,0% 240.000,00

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Regiões Nordeste/Norte e ES 1.000.000,00 7,0% 70.000,00

Total 15.500.000,00 100% 2.410.000,00

Neste exemplo, se o ICMS gerado no mês foi de R$ 2.710.000,00, então há umadistorção em relação à estimativa de débito de R$ 300.000,00, o que pode ter origem emvários fatores, entre os quais:

1.  transferências tributadas de mercadorias para filiais de outros estados;2.  erro na aplicação de alíquotas interestaduais;3.  erro na apuração de base de cálculo, etc.

ANÁLISE DE DESVIO PADRÃO

Uma rotina simples e que pode detectar problemas na gestão do ICMS é a análise de

desvio padrão dos débitos gerados do ICMS.

Nesta análise, procura-se verificar, num determinado período, se houve desviosestatísticos dos débitos gerados, procurando-se identificar suas origens.

Exemplo:

Mês/anoSaídas no

EstadoSaídas

InterestaduaisICMS Gerado R$ % ICMS Gerado

Estaduais Interestaduais Estaduais Interestaduais

  jan/10 7.100.000,00 15.000.000,00 1.278.000,00 1.560.000,00 18,0% 10,4%

fev/10 12.000.000,00 17.100.000,00 2.172.000,00 1.727.100,00 18,1% 10,1%mar/10 9.000.000,00 8.000.000,00 1.584.000,00 816.000,00 17,6% 10,2%

abr/10 10.500.000,00 5.000.000,00 1.890.000,00 620.000,00 18,0% 12,4%

mai/10 10.000.000,00 8.900.000,00 1.820.000,00 925.600,00 18,2% 10,4%

  jun/10 17.000.000,00 15.500.000,00 3.230.000,00 1.565.500,00 19,0% 10,1%

  jul/10 8.000.000,00 8.700.000,00 1.424.000,00 896.100,00 17,8% 10,3%

ago/10 10.100.000,00 17.000.000,00 1.818.000,00 2.125.000,00 18,0% 12,5%

set/10 8.700.000,00 15.000.000,00 1.566.000,00 1.800.000,00 18,0% 12,0%

Observe-se neste exemplo que:

1.  Se a alíquota máxima estadual dos produtos é de 18%, então nos meses defevereiro, maio e junho ocorreram desvios significativos da média máximaesperada para o ICMS.

2.  O desvio padrão de junho no ICMS gerado nas saídas estaduais ésignificativamente relevante, devendo ser investigado de imediato suas causas.

3.  Se a média do ICMS gerado nas operações interestaduais do estabelecimento sesitua na faixa de 10,1% a 10,4%, então há desvios padrões nos meses de abril,agosto e setembro.

4.  O desvio padrão de abril e agosto no ICMS gerado nas saídas interestaduais é

significativamente relevante, devendo ser investigado suas causas de imediato.

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CRÉDITOS NA COMPRA DE BENS ARRENDADOS

O Convênio ICMS 04/1997 dispôs que na operação de arrendamento mercantil, ficamos Estados e o Distrito Federal autorizados a conceder ao estabelecimento arrendatáriodo bem o crédito do imposto pago quando da aquisição do referido bem pela empresa

arrendadora.

Para fruição deste benefício a empresa arrendadora deverá possuir inscrição no Cadastrode Contribuintes do ICMS da unidade federada de localização do arrendatário, atravésda qual promoverá a aquisição do respectivo bem.

Na nota fiscal de aquisição do bem por parte da empresa arrendadora, deverá constar aidentificação do estabelecimento arrendatário.

A apropriação do crédito far-se-á nos termos da legislação da unidade federada delocalização do arrendatário.

CRÉDITOS ―OCULTOS‖ 

As operações diárias podem esconder várias formas de "crédito oculto" de ICMS, quenão são aproveitadas pelas empresas contribuintes deste imposto.

Algumas formas mais comuns de créditos ocultos:

Fretes CIF Pagos: na conta "despesas com fretes", frequentemente deixam osrespectivos conhecimentos de serem escriturados no Registro Fiscal de Entradas. O

ICMS do frete CIF, decorrente de operações de saídas tributadas, é creditável.

Imobilizado: o crédito na aquisição de bens para o Ativo Permanente gera crédito. Paradetectar se os mesmos estão sendo creditados, basta conciliar os códigos de entradas(CFOP) 1.551+ 2.551 no Registro de Entradas com as respectivas contas contábeis.

Energia: um estabelecimento industrial que mantém várias contas de energia pode estardeixando de creditar alguma delas. É necessário conciliar o razão das contas de custoscom energia com o respectivo código no registro de entradas (CFOP 1.252 + 2.252).

Aquisições de combustíveis/lubrificantes mediante Cupom Fiscal: as empresas que

mantém veículos para distribuição de suas mercadorias tributadas podem estaradquirindo o respectivo combustível sem registrar o crédito, cujas despesas sãocontabilizadas em "despesas de combustível" ou "despesas com veículos".

Apesar dos valores individuais serem pequenos, num período mais longo, as diferençaspodem ser significativas. Assim, por exemplo, um montante de R$ 1.000,00/mês decréditos ocultos de ICMS que não foram aproveitados irão gerar R$ 12.000,00/ano depagamento a maior deste imposto.

MATERIAIS DE USO E CONSUMO

Somente darão direito de crédito as mercadorias destinadas ao uso ou consumo doestabelecimento, nele entradas a partir de 01.01.2020 Lei Complementar 138/2010. 

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Nota: Nos termos da Lei Complementar 122/2006, alterada pela Lei Complementar138/2010, a apropriação dos créditos em questão estava prevista para iniciar em01.01.2011.

Entretanto, por equívoco de interpretação, muitos materiais são classificados como de

―uso e consumo‖, quando, na verdade, representam materiais de utilização direta naprodução.

Uma revisão técnica dos critérios de seleção fará com que se aproveitem,convenientemente, tais créditos.

LOJA VIRTUAL

Ao lançar sua loja virtual, verifique se não há possibilidade de operar a distribuição deseus produtos através de operação em estado com menor alíquota do ICMS para oconsumidor final.

Caso seu produto tenha substituição tributária, verifique as normas do estado paraviabilizar a não cobrança do imposto, ou o ressarcimento da diferença do ICMS pagoanteriormente sobre a base de cálculo maior. São planejamentos deste tipo queviabilizam um preço mais competitivo.

Atenção: com a publicação do Protocolo ICMS 21/2011, as vendas não presenciais paraalguns Estados que aderiram ao Protocolo estão sendo duplamente oneradas, poisdeverá ser recolhido, a favor da unidade federada de destino da mercadoria ou bem, aparcela do ICMS – devida na operação interestadual em que o consumidor final adquire

mercadoria ou bem de forma não presencial por meio de internet, telemarketing oushowroom.

REFORMA DO IMOBILIZADO

A Lei complementar 102/2000 trouxe alterações na sistemática de crédito de ICMS apartir de 01.01.2001:

O crédito do ICMS nas compras do ativo imobilizado será efetuado na proporção de1/48 por mês.

As entradas de materiais de uso e consumo somente darão direito ao crédito de01.01.2020 Lei Complementar 138/2010. 

A correta classificação entre imobilizado e material de uso e consumo irá gerar melhoraproveitamento fiscal.

O imobilizado caracteriza-se como bens que são incorporados à atividade operacionaldo contribuinte, com prazo de vida útil superior a 1 ano. Exemplo: veículos, máquinas,ferramentas, etc.

Já o material de uso e consumo é aquele que se consome nas operações, que tem umavida útil inferior a 1 ano. Exemplo: materiais de manutenção, descartáveis, etc.

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Mas existe uma categoria que, normalmente, recebe a classificação de uso e consumo,mas que é característico de imobilização. São peças e componentes para reforma demotores, máquinas e outros objetos móveis, que tenham por objetivo aumentar a vidaútil do bem.

Desde que contabilizados no ativo imobilizado e escriturados sob o Código Fiscaladequado, tais imobilizações podem representar créditos lícitos de ICMS.

Exemplo: aquisição de peças e componentes para reforma de uma máquina, no valor deR$ 10.000,00, que aumente a vida útil da mesma. Tratando-se de imobilizado, e não dematerial de uso e consumo, poderá ser creditado o ICMS pago na aquisição, dentro dasregras de aproveitamento específico para esta categoria.

FINANCIAMENTO - ENCARGOS FINANCEIROS

“Nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao financiamento não são

considerados no cálculo do ICMS.” - (Súmula nº 237, STF)

“Tributário – ICMS – Base de cálculo – Financiamento do Preço – Vendas a prazo. Osencargos relativos ao financiamento do preço nas vendas feitas a prazo não integram abase de cálculo do ICMS. Recurso Provido.” (Resp nº 258.004-SP, STJ  –  1ª Turma, unanimidade, Rel. Min. Garcia Vieira, publ.18/09/00, p. 108 / Rcte.: Contribuinte; Rcdo.: Estado de São Paulo)

Os encargos financeiros que estão inseridos nas vendas a prazo não integram a base decálculo do ICMS, desde que estejam discriminados na nota fiscal.

Entretanto, como cada Estado estipula diferentes normas sobre o ICMS, é recomendávelque o gestor tributário atenha-se ao texto específico, visando buscar um entendimentoharmonioso com a respectiva legislação.

Na hipótese de o Estado não permitir a exclusão dos juros no cálculo do ICMS,necessário se faz um estudo específico, para:

1.  Implantar o financiamento de vendas sob forma de crédito via operação do tipo―crédito direito ao consumidor‖ ou ―vendor‖. 

2.  Questionar a legitimidade do impedimento à exclusão do crédito, via

administrativa ou judicial.

ICMS – CRÉDITO DE ENERGIA ELÉTRICA – ESTABELECIMENTOSCOMERCIAIS

Regra geral, o crédito do ICMS, relativamente à energia elétrica, para utilização emestabelecimentos comerciais, é vedado.

Porém, o fisco paulista, através da Decisão Normativa CAT 1/2007, admitiu estecrédito, de forma proporcional, em supermercados e estabelecimentos comerciais quemantiverem setores industriais dentro do seu estabelecimento, tais como padaria,confeitaria, "rotisserie" e açougue, sob condições determinadas.

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É interessante que o gestor postule, em outros estados da federação, consulta escritapara o fisco estadual, detalhando suas operações, para viabilizar este aproveitamento doICMS. Para contribuintes do estado de São Paulo, sugere-se a adoção do crédito, dentrodas condições fixadas pela Decisão CAT citada.

DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS INTERESTADUAIS DO ICMS

Todos os contribuintes do ICMS são obrigados a recolher o ICMS relativo à diferençaexistente entre a alíquota interna (praticada no Estado destinatário) e a alíquotainterestadual nas seguintes operações e prestações:

a)  na entrada, de mercadorias de outra Unidade da Federação destinadas para uso econsumo;

b)  na entrada, de mercadorias de outra Unidade da Federação destinadas para oativo imobilizado;

c)  na entrada, de prestação de serviço de transporte interestadual cuja prestaçãotenha iniciado em outra Unidade da Federação referente à aquisição de materiaispara uso e consumo;

d)  na entrada, de prestação de serviço de transporte interestadual cuja prestaçãotenha iniciado em outra Unidade da Federação referente à aquisição de materiaispara o ativo imobilizado.

Somente existirá diferencial de alíquotas a ser recolhido caso o percentual da alíquota

interna ser superior ao da alíquota interestadual.

BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo do diferencial de alíquota é o valor da operação que decorrer aentrada da mercadoria ou da prestação do serviço.

Quando a mercadoria adquirida for beneficiada pela redução da base de cálculo doICMS através de Convênio ICMS firmado entre as Unidades da Federação, o diferencialde alíquota será calculado sobre a mesma base de cálculo que foi calculado o ICMS daoperação do remetente, isto é, aquele mencionado na nota fiscal.

É entendimento que o contribuinte do ICMS que adquirir de micro empresa e empresade pequeno porte localizada fora do Estado mercadorias para uso e consumo e ativoimobilizado deverá recolher normalmente o diferencial de alíquotas do ICMS visto quenão se trata de isenção prevista em Convênio ICMS pactuado entre os Estados ou porimunidade constitucional.

Exemplo: 

Determinado contribuinte ―A‖ do ICMS recebeu mercadorias para consumo, oriundosde outro estado da federação, no valor de R$ 1.000,00  – sendo o ICMS destacado emnota fiscal de R$ 120,00.

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A alíquota interna do ICMS no estado que se localiza o contribuinte ―A‖ é de 18%. 

Portanto, teremos os seguintes cálculos relativamente ao diferencial do ICMS:

1.  Valor do ICMS na operação interestadual: R$ 120,00

2.  Valor do ICMS pela alíquota interna no Estado de localização do contribuinte―A‖: R$ 1.000,00 x 18% = R$ 180,003.  Diferencial de ICMS (2 – 1) = R$ 180,00 menos R$ 120,00 = R$ 60,00.

APROPRIAÇÃO DO CRÉDITO

É admissível o crédito do valor do ICMS destacado na nota fiscal e no conhecimento detransporte de carga, inclusive o diferencial de alíquota do ICMS devido na entrada dobem e do serviço de transporte destinados ao ativo imobilizado e que estiver vinculada àatividade fim da empresa, à razão de 1/48 por mês, conforme rege a Lei Complementar87/1996.

SIMPLES NACIONAL

O diferencial de alíquotas se aplica, inclusive, às empresas optantes pelo SimplesNacional.

ENTREGA DE ARQUIVOS MAGNÉTICOS

OPERAÇÕES INTERESTADUAIS

O contribuinte usuário de sistema eletrônico de processamento de dados remeterá àsSecretarias de Fazenda, Finanças ou Tributação das Unidades da Federaçãodestinatárias das mercadorias, até o dia quinze (15) do primeiro mês de cada trimestrecivil, arquivo magnético, com registro fiscal, das operações interestaduais efetuadas notrimestre anterior.

O arquivo remetido a cada unidade da Federação restringir-se-á aos destinatários nelalocalizados.

A unidade da Federação poderá exigir que o arquivo magnético seja previamenteconsistido por programa validador por ela fornecido.

EMISSÃO DO CTRC ELETRÔNICO

Na hipótese de emissão por sistema eletrônico de processamento de dados deConhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, Conhecimento de TransporteAquaviário de Cargas e Conhecimento Aéreo, o contribuinte, em substituição à viaadicional para controle do Fisco de destino, prevista no Convênio SINIEF 06/1989, de21 de fevereiro de 1989, remeterá às Secretarias de Fazenda, Finanças ou Tributaçãodas Unidades da Federação destinatárias da mercadoria, até o dia 15 (quinze) doprimeiro mês de cada trimestre civil, arquivo magnético das prestações interestaduaisefetuadas no trimestre anterior.

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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O arquivo remetido a cada unidade da Federação restringir-se-á aos destinatários nelalocalizados.

Não deverão constar do arquivo os Conhecimentos emitidos em função de redespachoou subcontratação.

A unidade da Federação poderá exigir que o arquivo magnético seja previamenteconsistido por programa validador por ela fornecido.

RETENÇÃO – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

O estabelecimento que efetuar retenção do imposto remeterá à Secretaria de Fazenda,Finanças ou Tributação das unidades da Federação de destino, mensalmente:

a) arquivo magnético com registro fiscal das operações interestaduais efetuadas no mêsanterior, ou com seus registros totalizadores zerados, no caso de não terem sido

efetuadas operações no período, inclusive daquelas não alcançadas pelo regime desubstituição tributária, em conformidade com a cláusula oitava do Convênio ICMS57/1995, até o dia 15 (quinze) do mês subsequente ao da realização das operações;

b) Guia Nacional de Informação e Apuração do ICMS - Substituição Tributária (GIA-ST), em conformidade com o parágrafo único da cláusula oitava e cláusula décima doAjuste SINIEF 04/1993.

O arquivo magnético acima substitui o exigido pela cláusula oitava do Convênio ICMS57/1995, desde que inclua todas as operações citadas, mesmo que não realizadas sob o

regime de substituição tributária.Bases legais: CF, art. 150, § 7º, Lei Complementar 87/1996, Convênio ICMS 81/1993 eos citados no texto.

IPI

Semelhantemente ao ICMS, o IPI é um imposto não cumulativo, incidindo sobre aindustrialização, abatendo-se do imposto devido aquele já pago em operaçõesanteriores. Utiliza-se o sistema de ―débito x crédito‖, e que no final resulta um valor arecolher (se o débito do imposto for maior que o crédito) ou um valor a recuperar

(chamado ―saldo credor  do imposto‖, quando o valor dos créditos de entradas é superior ao de débitos de saídas).

O IPI incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros. Suas disposiçõesestão regulamentadas pelo Decreto 7.212/2010 (RIPI/2010). O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota, ainda quezero, relacionados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), observadas as disposiçõescontidas nas respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que corresponde anotação "NT" (não-tributado). Produto industrializado é o resultante de qualquer operação definida no RIPI comoindustrialização, mesmo incompleta, parcial ou intermediária.

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INDUSTRIALIZAÇÃO - CARACTERÍSTICAS Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, ofuncionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou oaperfeiçoe para consumo, tal como: I – a que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, importe na obtençãode espécie nova (transformação); II  –  a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar ofuncionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento);

III  – a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novoproduto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem);  IV – a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem,ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destineapenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento);

V – a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deterioradoou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ourecondicionamento). Não se considera industrialização: I  –  o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embalagem de

apresentação:

a) na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, confeitarias,padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se destinem a venda direta aconsumidor; b) em cozinhas industriais, quando destinados a venda direta a corporações, empresas eoutras entidades, para consumo de seus funcionários, empregados ou dirigentes;

II  – o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de máquinas,automáticas ou não, em restaurantes, bares e estabelecimentos similares, para venda

direta a consumidor;

III – a confecção ou preparo de produto de artesanato; IV - confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou usuário, emoficina ou na residência do confeccionador; V  –  o preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ou usuário, naresidência do preparador ou em oficina, desde que, em qualquer caso, sejapreponderante o trabalho profissional; VI  –  a manipulação em farmácia, para venda direta a consumidor, de medicamentosoficinais e magistrais, mediante receita médica; 

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VII  –  a moagem de café torrado, realizada por comerciante varejista como atividadeacessória; VIII - a operação efetuada fora do estabelecimento industrial, consistente na reunião deprodutos, peças ou partes e de que resulte: a) edificação (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e semelhantes, e suascoberturas); b) instalação de oleodutos, usinas hidrelétricas, torres de refrigeração, estações ecentrais telefônicas ou outros sistemas de telecomunicação e telefonia, estações, usinase redes de distribuição de energia elétrica e semelhantes; c) fixação de unidades ou complexos industriais ao solo; Nota: O disposto neste item não exclui a incidência do imposto sobre os produtos,

partes ou peças utilizados nas operações nele referidas. IX – a montagem de óculos, mediante receita médica; X  –  o acondicionamento de produtos classificados nos Capítulos 16 a 22 da TIPI, adquiridos de terceiros, em embalagens confeccionadas sob a forma de cestas de natal esemelhantes; XI – o conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usados, nos casos emque se destinem ao uso da própria empresa executora ou quando essas operações sejam

executadas por encomenda de terceiros não estabelecidos com o comércio de taisprodutos, bem assim o preparo, pelo consertador, restaurador ou recondicionador, departes ou peças empregadas exclusiva e especificamente naquelas operações; XII  – o reparo de produtos com defeito de fabricação, inclusive mediante substituiçãode partes e peças, quando a operação for executada gratuitamente, ainda que porconcessionários ou representantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante; XIII – a restauração de sacos usados, executada por processo rudimentar, ainda que comemprego de máquinas de costura; XIV – a mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos, sob encomendado consumidor ou usuário, realizada em estabelecimento varejista, efetuada pormáquina automática ou manual, desde que fabricante e varejista não sejam empresasinterdependentes, controladora, controlada ou coligadas;

XV - a operação de que resultem os produtos relacionados na subposição 2401.20 daTIPI  (Tabaco total ou parcialmente destalado), quando exercida por produtor ruralpessoa física.

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ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL – CONCEITO

Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações consideradasindustrialização, de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento. Equiparam-se a estabelecimento industrial: I – os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que deremsaída a esses produtos; II  –  os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para comercialização,diretamente da repartição que os liberou, produtos importados por outroestabelecimento da mesma firma; III  –  as filiais e demais estabelecimentos que exercerem o comércio de produtosimportados, industrializados ou mandados industrializar por outro estabelecimento domesmo contribuinte, salvo se aqueles operarem exclusivamente na venda a varejo e nãoestiverem enquadrados na hipótese do item anterior; IV  –  os estabelecimentos comerciais de produtos cuja industrialização haja sidorealizada por outro estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, mediante a remessa,por eles efetuada, de matérias-primas, produtos intermediários, embalagens, recipientes,moldes, matrizes ou modelos;

V  –  os estabelecimentos comerciais de produtos do Capítulo 22 da TIPI  (bebidas,líquidos alcoólicos e vinagres), cuja industrialização tenha sido encomendada a

estabelecimento industrial, sob marca ou nome de fantasia de propriedade doencomendante, de terceiro ou do próprio executor da encomenda;  VI – os estabelecimentos comerciais atacadistas dos produtos classificados nas posições7101 a 7116 da TIPI (pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas ousemipreciosas e semelhantes; metais preciosos, metais folheados ou chapeados demetais preciosos (plaquê); artefatos de joalheria, de ourivesaria e outras obras); VII  – os estabelecimentos atacadistas e cooperativas de produtores que derem saída abebidas alcoólicas e demais produtos, de produção nacional, classificados nas posições2204, 2205, 2206 e 2208 da TIPI e acondicionados em recipientes de capacidade

superior ao limite máximo permitido para venda a varejo, com destino aos seguintesestabelecimentos (Lei 9.493/1997, art. 3º): a) industriais que utilizarem os produtos mencionados como insumo na fabricação debebidas; b) atacadistas e cooperativas de produtores;

c) engarrafadores dos mesmos produtos. VIII - os estabelecimentos comerciais atacadistas que adquirirem de estabelecimentosimportadores produtos de procedência estrangeira, classificados nas Posições 33.03 a33.07 da TIPI, quais sejam:

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a) Perfumes e águas-de-colônia;

b) Produtos de beleza ou de maquilagem preparados e preparações para conservação oucuidados da pele (exceto medicamentos), incluídas as preparações anti-solares e osbronzeadores; preparações para manicuros e pedicuros;

c) Preparações capilares;

d) Preparações para higiene bucal ou dentária, incluídos os pós e cremes para facilitar aaderência de dentaduras; fios utilizados para limpar os espaços interdentais (fiosdentais), em embalagens individuais para venda a retalho;

e) Preparações para barbear (antes, durante ou após), desodorantes corporais,preparações para banhos, depilatórios, outros produtos de perfumaria ou de toucadorpreparados e outras preparações cosméticas, não especificados nem compreendidosem outras posições; desodorantes de ambiente, preparados, mesmo não perfumados,

com ou sem propriedades desinfetantes. IX - os estabelecimentos, atacadistas ou varejistas, que adquirirem produtos deprocedência estrangeira, importados por encomenda ou por sua conta e ordem, porintermédio de pessoa jurídica importadora;

X - os estabelecimentos atacadistas dos produtos da Posição 87.03 da TIPI (Automóveisde passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transportede pessoas, incluídos os veículos de uso misto (―station wagons‖) e os automóveis decorrida);

XI - os estabelecimentos comerciais atacadistas dos produtos classificados nos Códigose Posições

- 2106.90.10 Ex 02 (Preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ousabores concentrados), para elaboração de bebida refrigerante do Capítulo 22, comcapacidade de diluição de até 10 partes da bebida para cada parte do concentrado);

- 22.01 (Águas, incluídas as águas minerais, naturais ou artificiais, e as águasgaseificadas, não adicionadas de açúcar ou de outros edulcorantes nem aromatizadas;gelo e neve);

- 22.02 (Águas, incluídas as águas minerais e as águas gaseificadas, adicionadas deaçúcar ou de outros edulcorantes ou aromatizadas e outras bebidas não alcoólicas,exceto sucos de frutas ou de produtos hortícolas, da posição 20.09.), exceto os Ex 01 eEx 02 do Código 2202.90.00 e;

- 22.03 (Cervejas de malte),

da TIPI, de fabricação nacional, sujeitos ao imposto conforme regime geral detributação de que trata o art. 222 do Decreto 7.212/2010. 

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XII - os estabelecimentos comerciais varejistas que adquirirem os produtos de que tratao item XI, diretamente de estabelecimento industrial, ou de encomendante equiparadona forma do item XIII;

XIII - os estabelecimentos comerciais de produtos de que trata o inciso XI, cuja

industrialização tenha sido por eles encomendada a estabelecimento industrial, sobmarca ou nome de fantasia de propriedade do encomendante, de terceiro ou do próprioexecutor da encomenda;

XIV - os estabelecimentos comerciais atacadistas dos produtos classificados nosCódigos e Posições

- 2106.90.10 Ex 02 (Preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ousabores concentrados), para elaboração de bebida refrigerante do Capítulo 22, comcapacidade de diluição de até 10 partes da bebida para cada parte do concentrado);

- 22.01 (Águas, incluídas as águas minerais, naturais ou artificiais, e as águasgaseificadas, não adicionadas de açúcar ou de outros edulcorantes nem aromatizadas;gelo e neve);

- 22.02 (Águas, incluídas as águas minerais e as águas gaseificadas, adicionadas deaçúcar ou de outros edulcorantes ou aromatizadas e outras bebidas não alcoólicas,exceto sucos de frutas ou de produtos hortícolas, da posição 20.09.), exceto os Ex 01 eEx 02 do Código 2202.90.00 e;

- 22.03 (Cervejas de malte),

da TIPI, de procedência estrangeira, sujeitos ao imposto conforme regime geral detributação de que trata o artigo 222 Decreto 7.212/2010. 

XV - os estabelecimentos comerciais varejistas que adquirirem os produtos de que tratao inciso XIV, diretamente de estabelecimento importador.

Os estabelecimentos industriais quando derem saída a matérias-primas, produtosintermediários e material de embalagem, adquiridos de terceiros, com destino a outrosestabelecimentos, para industrialização ou revenda, serão consideradosestabelecimentos comerciais de bens de produção e obrigatoriamente equiparados a

estabelecimento industrial em relação a essas operações. OPTANTES PELO SIMPLES

A pessoa jurídica contribuinte do imposto optante pelo Simples Nacional (LeiComplementar 123/2006) ou o regime anterior (até 30.06.2007) – Simples Federal (Lei9.317/1996), deverá recolher o imposto mensalmente em conjunto com os demaisimpostos e contribuições, nos termos especificados nas normatizações dos respectivosregimes. Nas notas fiscais emitidas pelos contribuintes do imposto optantes pelo SIMPLES não

será destacado o imposto, devendo constar, sem prejuízo de outros elementos exigidosno Regulamento do IPI, a declaração: "OPTANTE PELO SIMPLES".

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O recolhimento do imposto na forma referida não exclui a incidência do imposto devidono desembaraço aduaneiro dos produtos de procedência estrangeira.

Às microempresas e empresas de pequeno porte, optantes pelo Simples Nacional, évedada:

I - a apropriação e a transferência de créditos relativos ao imposto; e

II - a utilização ou destinação de qualquer valor a título de incentivo fiscal.

IMUNIDADE

São imunes da incidência do IPI:

I – os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão; II – os produtos industrializados destinados ao exterior; III – o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; IV – a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. Se a imunidade estiver condicionada à destinação do produto, e a este for dado destinodiverso, ficará o responsável pelo fato sujeito ao pagamento do imposto e da penalidadecabível, como se a imunidade não existisse. Cessará a imunidade do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicosquando este for consumido ou utilizado em finalidade diversa da prevista, ouencontrado em poder de pessoa que não seja fabricante, importador, ou seusestabelecimentos distribuidores, bem assim que não sejam empresas jornalísticas oueditoras. 

CONTRIBUINTES

São obrigados ao pagamento do IPI como contribuinte:

I – o importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro deproduto de procedência estrangeira;

II  –  o industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto queindustrializar em seu estabelecimento, bem assim quanto aos demais fatos geradoresdecorrentes de atos que praticar;

III  –  o estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aosprodutos que dele saírem, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes deatos que praticar; IV – os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas quenão sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros,

 jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade. 

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É ainda responsável, por substituição, o industrial ou equiparado a industrial, medianterequerimento, em relação às operações anteriores, concomitantes ou posteriores àssaídas que promover, nas hipóteses e condições estabelecidas pela Secretaria da ReceitaFederal. 

FATO GERADOR

Fato gerador do IPI é: 1 – o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; 2 – a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. Considera-se ocorrido o fato gerador:

I  –  na entrega ao comprador, quanto aos produtos vendidos por intermédio deambulantes; II  – na saída de armazém-geral ou outro depositário do estabelecimento industrial ouequiparado a industrial depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outroestabelecimento; III  –  na saída da repartição que promoveu o desembaraço aduaneiro, quanto aosprodutos que, por ordem do importador, forem remetidos diretamente a terceiros; IV – na saída do estabelecimento industrial diretamente para estabelecimento da mesma

firma ou de terceiro, por ordem do encomendante, quanto aos produtos mandadosindustrializar por encomenda; V – na saída de bens de produção dos associados para as suas cooperativas, equiparadas,por opção, a estabelecimento industrial; VI – no quarto dia da data da emissão da respectiva nota fiscal, quanto aos produtos queaté o dia anterior não tiverem deixado o estabelecimento do contribuinte; VII  –  no momento em que ficar concluída a operação industrial, quando aindustrialização se der no próprio local de consumo ou de utilização do produto, fora do

estabelecimento industrial; VIII – no início do consumo ou da utilização do papel destinado à impressão de livros,

  jornais e periódicos, em finalidade diferente da que lhe é prevista na imunidade, ou nasaída do fabricante, do importador ou de seus estabelecimentos distribuidores, parapessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras; IX – na aquisição ou, se a venda tiver sido feita antes de concluída a operação industrial,na conclusão desta, quanto aos produtos que, antes de sair do estabelecimento que ostenha industrializado por encomenda, sejam por este adquiridos; X  –  na data da emissão da nota fiscal pelo estabelecimento industrial, quando daocorrência de qualquer das hipóteses enumeradas no inciso VII do art. 25 do RIPI/2010; 

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XI – no momento da sua venda, quanto aos produtos objeto de operação de venda queforem consumidos ou utilizados dentro do estabelecimento industrial; XII  –  na saída simbólica de álcool das usinas produtoras para as suas cooperativas,equiparadas, por opção, a estabelecimento industrial;

XIII - na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria no recintoalfandegado, antes de aplicada a pena de perdimento, quando as mercadorias importadasforem consideradas abandonadas pelo decurso do referido prazo. Na hipótese de venda, exposição à venda, ou consumo no Território Nacional, deprodutos destinados ao exterior, ou na hipótese de descumprimento das condiçõesestabelecidas para a isenção ou a suspensão do imposto, considerar-se-á ocorrido o fatogerador na data da saída dos produtos do estabelecimento industrial ou equiparado aindustrial.

IPI - PERÍODO DE APURAÇÃO

A PARTIR DE 01.05.2009

APURAÇÃO MENSAL - O período de apuração do IPI, incidente na saída dosprodutos dos estabelecimentos industriais ou equiparados a industrial, é mensal.

Assim, desde 01.05.2009, o IPI deverá ser apurado mensalmente e seu pagamento será

efetuado até o 25º (vigésimo quinto) dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dosfatos geradores, exceto no caso dos produtos classificados no código 2402.20.00, daNomenclatura Comum do Mercosul - NCM, que deverá ser pago até o 10º (décimo) diado mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores. Antecipa-se orecolhimento para o dia útil imediatamente anterior, caso o dia do vencimento não sejaconsiderado útil.

O disposto acima não se aplica ao IPI incidente no desembaraço aduaneiro dos produtosimportados.

Base: art. 4º da Lei 11.933/2009, que altera o art. 52 da Lei 8.383/1991.

DE 01.06.2008 ATÉ 30.04.2009

APURAÇÃO MENSAL - O período de apuração do IPI, incidente na saída dosprodutos dos estabelecimentos industriais ou equiparados a industrial, era mensal, coma exceção abaixo.

APURAÇÃO DECENDIAL - Produtos classificados no código 2402.20.00, da Tabelade Incidência do IPI - TIPI aprovada pelo Decreto 6.006/2006 - o período de apuraçãoera decendial.

Base: art. 8º da Lei 11.774/2008, que altera o art. 52 da Lei 8.383/1991.

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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Nota: por meio da Lei 11.774/2008, publicada no DOU de 18.09.2008, resultante daconversão da Medida Provisória 428/2008, foi alterada a redação do § 1º do art. 1º daLei 8.850/1994 e da alínea "a" do inciso I do art. 52 da Lei 8.383/1991, excluindo do

período de apuração decendial do IPI os produtos classificados no Capítulo 22 da TIPI(bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres), com efeitos retroativos a 01.06.2008.

Dessa forma, desde 01.06.2008 o IPI devido nas operações com todos os produtos(exceto os cigarros contendo tabaco do código 2402.20.00 da TIPI) deverá ser apuradomensalmente, e o seu recolhimento deverá ser efetuado até o último dia útil da quinzenasubsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.

DE 01.01.2004 ATÉ 31.05.2008

Período de apuração do IPI, incidente nas saídas dos produtos dos estabelecimentosindustriais ou equiparados a industrial:

I - de 1º de janeiro de 2004 a 30 de setembro de 2004: quinzenal; eII - a partir de 1º de outubro de 2004: mensal. 

O disposto não se aplicava aos produtos classificados no capítulo 22, nas posições84.29, 84.32, 84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11 e no código 2402.20.00, da Tabela deIncidência do IPI (TIPI) aprovada pelo Decreto nº 4.542, de 26 de dezembro de 2002,em relação aos quais o período de apuração era decendial. 

Base: artigo 9 º da Lei 11.033/2004. 

Observação: até 31.12.2003, o período de apuração do imposto incidente nas saídasdos produtos do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial era decendial.

IPI - PRAZO DE RECOLHIMENTO

A PARTIR DE 01.05.2009

Regra geral, o recolhimento do IPI será efetuado até o 25º (vigésimo quinto) dia do mêssubsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.

No caso dos cigarros, que são classificados no código 2402.20.00, da NomenclaturaComum do Mercosul - NCM, o recolhimento deverá ser efetuado até o 10º (décimo) diado mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.

Se o dia do vencimento não for dia útil, considerar-se-á antecipado o prazo para oprimeiro dia útil que o anteceder.

Base: art. 4º da Lei 11.933/2009. 

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139 

DE 01.11.2008 ATÉ 30.04.2009

Para fatos geradores ocorridos de 01.11.2008 a 30.04.2009, o prazo de recolhimento doIPI era até o vigésimo quinto dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatosgeradores. Se o dia 25 fosse dia não útil, antecipava-se o recolhimento.

No caso dos produtos classificados no código 2402.20.00, da Tabela de Incidência doIPI (TIPI): até o terceiro dia útil do decêndio subsequente ao de ocorrência dos fatosgeradores.

Base: MP 447/2008, convertida na Lei 11.933/2009. 

FATOS GERADORES OCORRIDOS DE 01.06.2008 A 31.10.2008

REGRA - No caso dos demais produtos: até o último dia útil da quinzena subsequenteao mês de ocorrência dos fatos geradores.

EXCEÇÃO À REGRA - No caso dos produtos classificados no código 2402.20.00, daTabela de Incidência do IPI (TIPI): até o terceiro dia útil do decêndio subsequente ao deocorrência dos fatos geradores.

Base: artigo 8º da MP 428/2008 (convertida na Lei 11.774/2008), que altera o art. 52 daLei 8.383/1991.

PRAZO DE RECOLHIMENTO A PARTIR DE 01.11.2004 ATÉ 31.05.2008

Produto Código deReceita

Períodode

Apuração

Prazo para Pagamento

Bebidas do capítulo 22 daTIPI.

0668 Decendial Até o terceiro dia útil dodecêndio subsequente ao deocorrência dos fatos geradores.

Cigarros do código 2402.20.00da TIPI.

1020 Decendial Até o terceiro dia útil dodecêndio subsequente ao deocorrência dos fatos geradores.

Cigarros do código 2402.90.00da TIPI.

5110 Mensal Até o último dia útil daquinzena subsequente ao mêsde ocorrência dos fatosgeradores.

Veículos das posições 87.03 e87.06 da TIPI.

0676 Decendial Até o último dia útil dodecêndio subsequente ao deocorrência dos fatos geradores.

Produtos das posições 84.29,84.32, 84.33, 87.01, 87.02,87.04, 87.05 e 87.11 da TIPI.

1097 Decendial Até o último dia útil dodecêndio subsequente ao deocorrência dos fatos geradores.

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

140 

Todos os produtos, comexceção de bebidas (Capítulo22), cigarros (códigos2402.20.00 e 2402.90.00) e osdas posições 84.29, 84.32,

84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11 daTIPI.

5123 Mensal Até o último dia útil daquinzena subsequente ao mêsde ocorrência dos fatosgeradores

No caso dos demais produtos: até o último dia útil da quinzena subsequente ao mês deapuração.

As disposições relativas ao período de apuração e ao prazo para pagamento do IPI,contidas no quadro acima, não se aplicam às microempresas e às empresas de pequenoporte, conforme definidas no art. 2º da Lei 9.841/1999, que vigorou até 30.06.2007. Taispessoas jurídicas recolhiam o IPI da seguinte forma:

I – o período de apuração era mensal;II  – o pagamento poderia ser efetuado até o último dia útil do mês subsequente ao deocorrência dos fatos geradores.

Base: ADE Corat 96/2004. 

DEMAIS PRAZOS DE RECOLHIMENTO

Para as seguintes operações, o prazo de recolhimento do IPI será:

  no ato do pedido de autorização da venda de produtos trazidos do exterior a título debagagem, despachados com isenção do imposto ou com pagamento de tributos nascondições previstas na legislação aduaneira;

  antes da saída do produto da repartição que processar o despacho, nos casos deimportação;

  nos prazos previstos para o recolhimento pelo contribuinte substituído, no caso dosresponsáveis como contribuinte substituto.

IPI - DETALHAMENTOS A SEREM OBSERVADOS PELO GESTOR

O IPI tem uma legislação única, federal, o que pode facilitar a interpretação e aplicaçãoda legislação na empresa. Entretanto, a alíquota do IPI não é uniforme, exigindo que seidentifique o produto de acordo com a tabela do IPI, para então se conhecer a alíquota.

Outra característica do IPI é seu ―destaque‖, ou seja, o valor é somado à fatura, paracobrança ao cliente/cobrador. Assim, numa operação de venda de produtoindustrializado de R$ 1.000,00, cujo IPI é de 10%, a fatura a ser emitida ao cliente seráde R$ 1.100,00 (R$ 1.000,00 da mercadoria mais R$ 100,00 do IPI).

Esta sensação de que o IPI é um custo tributário do comprador leva, erroneamente, a sedesprezar a análise mais cuidadosa deste tributo.

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Ora, o simples fato de que o valor do IPI ser repassado a fatura do cliente, torna estesensível a qualquer alteração de preço ou alíquota. Então, gerir o IPI de forma adequadaé tornar possível uma minimização do seu impacto sobre o custo do cliente.

Como o IPI deve ser pago independentemente de o cliente quitar ou não a fatura, entãosua apuração reveste-se de importância, pois o fluxo de caixa da empresa será afetadodiretamente pela maior ou menor eficiência em sua gestão.

A MAGNITUDE RELATIVA DO IPI

Uma avaliação importante é identificar os produtos sobre os quais incidem IPI (mesmoos isentos, não tributados, alíquota zero ou que tenham suspensão do imposto), e suamagnitude no volume de débitos gerados para o IPI.

Exemplo:

IPI Gerado – 2º Semestre 2010 Valor R$ % TotalProduto A 15.000.000,00 75,0%Produto B 5.000.000,00 25,0%Produto C - 0,0%

Total 20.000.000,00 100%

Este quadro leva o gestor a algumas reflexões:

1.  Porque o produto A tem uma carga de IPI tão elevada em relação a outrosprodutos?

2.  A classificação fiscal, na tabela do IPI, dos produtos da empresa está respaldadapor consulta á Receita Federal ou foi adotada por um critério aleatório?

3.  Os concorrentes dos produtos A, B e C têm adotado alguma prática fiscal no IPIdiferente da nossa companhia?

4.  Baseado na planilha de custos, qual o % de créditos de o produto A têm gerado?E o B? Há créditos para o produto C? Quais são os desvios estatísticos destescréditos?

5.  Como a carga fiscal dos produtos A e B, que representam 100% do IPI gerado

na empresa, poderia ser minimizada, utilizando-se a modificação nos respectivosprodutos, de forma que pudessem ser enquadrados em uma alíquota menor daTIPI?

6.  É possível combinar os produtos A e B, para formar um novo produto ―D‖, deforma a minimizar o custo fiscal global do IPI?

7.  Qual a relevância dos custos dos produtos A e B para os respectivoscompradores? Os mesmos recuperam o IPI faturado? Se não, porquê?

Suponhamos que o produto A, que vem sendo fabricado há mais de 20 anos pelaempresa, tenha uma alíquota de IPI de 15%, e que, por modernização do produto suautilidade possa ser ampliada, de forma que seja admissível um pleito de enquadramentocomo produto em uma nova categoria de IPI mais baixa de 12%. Esta análise pode serestendível também ao produto B.

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Nem sempre será muito óbvio fazer as perguntas, e muito menos respondê-las, mas oimportante é que haja informações suficientes, compreendendo desde o departamentofiscal como o comercial, para analisar a situação do IPI de forma individualizada, por

  produto, sem chavões do tipo ―nós sempre fizemos assim e os clientes nunca

reclamaram‖ ou ―os concorrentes estão há mais tempo no mercado que nós e semprecobraram IPI de 15%‖, ―se mudarmos nossos procedimentos a fiscalização pode bater‖,etc.

OS CRÉDITOS DO IPI

Concomitantemente á avaliação do enquadramento dos produtos na tabela do IPI, deve-se estar atento ao exato creditamento do imposto.

Numa planilha de insumos, pode-se avaliar com maior detalhamento eventuaisdistorções.

Exemplo:

Material Compras Mês R$ % IPI Crédito Esperado R$ABC 1.000.000,00 5,0% 50.000,00DEF 500.000,00 4,0% 20.000,00GHI 100.000,00 10,0% 10.000,00Total 1.600.000,00 80.000,00

Então, se o crédito do IPI efetivado na escrituração for de R$ 50.000,00, ocorreu umadistorção em relação ao crédito esperado de R$ 30.000,00 (R$ 80.000,00 esperados - R$50.000,00 creditados). Esta distorção poderia ter origem, entre outros, pelos seguintesmotivos:

1.  erro do fornecedor na classificação fiscal do produto adquirido ou na alíquotacorrespondente;

2.  aquisição de materiais através de atacadistas, o que gerou somente 50% docrédito do IPI;

3.  erro na escrituração, deixando-se de creditar o respectivo IPI;4.  erro de informação, na planilha ou no volume de compras.

O ideal é que o gestor indague regularmente, com base na planilha de ―insumo/crédito‖se a expectativa de créditos do IPI aproximou-se com o valor real escriturado ou hádistorções que exijam análise mais acurada e que podem revelar apropriação a menor doimposto.

O inverso também é verdadeiro, ou seja, se há um crédito maior de IPI do que aexpectativa, deve-se investigar o fato. Isto poderá estar ocorrendo, por exemplo, por queos fornecedores dos insumos estão faturando as mercadorias com alíquota do IPIsuperior á correta.

IPI: CRÉDITO PRESUMIDO - LEI 9.363/1996 (PIS E COFINS)

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A Lei 9.363/1996  concedeu á empresa produtora e exportadora de mercadoriasnacionais crédito presumido do IPI, como ressarcimento do PIS e COFINS incidentessobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matérias-primas, produtosintermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo.

A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre ovalor total das aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e matérial deembalagem, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e areceita operacional bruta do produtor exportador.

O crédito fiscal será o resultado da aplicação do percentual sobre a base de cálculoassim encontrada de:

5,37% para empresas optantes pelo Lucro Presumido e4,04% para as empresas optantes pelo Lucro Real (a partir de 01.12.2002)

Exemplo:

Empresa Optante pelo Lucro PresumidoValor dos materiais adquiridos: R$ 2.000.000,00Valor da % da Receita de Exportação: 45%Valor do Crédito do IPI = R$ 2.000.000 x 45% x 5,37% = R$ 48.330,00

O crédito presumido poderá ser transferido para qualquer estabelecimento da empresapara efeito de compensação com o Imposto sobre Produtos Industrializados, observadasas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal.

Já a Lei 10.276/2001 estabelece procedimento alternativo à Lei 9.363/1996 para fins dedeterminação do crédito presumido do IPI, para ressarcimento do PIS e COFINS peloexportador, permitindo a inclusão na base de cálculo, além dos materiais, do valor daprestação de serviços de industrialização, energia elétrica e combustíveis, adquiridos nomercado interno e utilizados no processo produtivo (art. 1o  – parágrafo 1o, I e II).

NÃO APLICAÇÃO DO CRÉDITO PRESUMIDO ÀS EMPRESASTRIBUTADAS PELO LUCRO REAL

Observe-se que, a partir de 01.02.2004, por força da Lei 10.833/2003, artigo 14, odireito de ressarcimento do PIS e da COFINS não mais se aplicará às empresas sujeitasao PIS e COFINS não cumulativo.

HIPÓTESE DE CRÉDITO PROPORCIONAL

Na hipótese de a pessoa jurídica auferir, concomitantemente, receitas sujeitas àincidência não-cumulativa e cumulativa da Contribuição para o PIS e da COFINS,inclusive no regime de incidência monofásica, fará jus ao crédito presumido do IPIapenas em relação às receitas sujeitas à incidência cumulativa dessas contribuições.

Bases: § 1 do art. 24 da IN SRF 404/2004 e ADI SRF 13/2004. 

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DCP – DECLARAÇÃO DE CRÉDITO PRESUMIDO

As pessoas jurídicas produtoras e exportadoras que apurem crédito presumido deverãoapresentar o Demonstrativo do Crédito Presumido (DCP) referente à fruição dobenefício nos trimestres encerrados, respectivamente, nos meses de março, junho,

setembro e dezembro, em que deverá constar:

  A receita operacional bruta, acumulada desde o início do ano até o final dotrimestre em que houver apurado crédito presumido;

  A receita bruta de exportação, acumulada desde o início do ano até o final dotrimestre em que houver apurado crédito presumido;

  O valor, acumulado desde o início do ano até o final do trimestre em que houverapurado crédito presumido, de matéria-prima (MP), de produtos intermediários (PI)e de materiais de embalagem (ME) adquiridos;

  A soma dos seguintes valores de créditos presumidos, relativos ao ano-calendário:o  Utilizados por meio de dedução do valor do IPI devido ou de

ressarcimento;o  Com pedidos de ressarcimento já entregues à SRF.

IPI: REGIME DE SUSPENSÃO

A partir de 01.10.2002, as matérias-primas, os produtos intermediários e os materiaisde embalagem, destinados a estabelecimento que se dedique, preponderantemente, àelaboração de produtos classificados nos Capítulos 2, 3, 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 17,18, 19, 20, 23 (exceto códigos 2309.10.00 e 2309.90.30 e Ex-01 no código 2309.90.90),28, 29, 30, 31 e 64, no código 2209.00.00 e 2501.00.00, e nas posições 21.01 a

21.05.00, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI,inclusive aqueles a que corresponde a notação NT (não tributados), sairão doestabelecimento industrial com suspensão do referido imposto.

Base: art. 29 da Lei 10.637/2002. 

  A grande vantagem do Regime de Suspensão do IPI é que o fornecedor deixa dedestacar e recolher o IPI devido (e que foi suspenso) na venda a fabricante.

Assim, se a empresa adquirente mantém em estoque R$ 1.000.000 de produtos queentraram pela modalidade do Regime de Suspensão do IPI, tendo uma alíquota média

de 12%, deixará de recolher R$ 120.000,00 de IPI sobre este estoque, enquanto nãohouver sua saída efetiva.

ESTABELECIMENTOS COM DIREITO A SUSPENSÃO

O disposto aplica-se, também, às saídas de matérias-primas, produtos intermediários emateriais de embalagem, quando adquiridos por:

I - estabelecimentos industriais fabricantes, preponderantemente, de:

a) componentes, chassis, carroçarias, partes e peças dos produtos a que se refere oartigo 1o da Lei 10.485/2002; 

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b) partes e peças destinadas a estabelecimento industrial fabricante de produtoclassificado no Capítulo 88 da TIPI;

II - pessoas jurídicas preponderantemente exportadoras.

O disposto no item I aplica-se ao estabelecimento industrial cuja receita brutadecorrente dos produtos com direito a suspensão, no ano-calendário imediatamenteanterior ao da aquisição, houver sido superior a 60% (sessenta por cento) de sua receitabruta total no mesmo período.

Exemplo:

1 - Receita Bruta do estabelecimento industrial em 2010: R$ 10.000.000,002 - Receita Bruta dos produtos admissíveis com suspensão em 2010: R$ 7.000.000,003 - Participação da Receita Bruta: (2 / 1): 70%

Portanto, a suspensão aplica-se ao estabelecimento, relativamente às operações relativas

a 2011, pois, no período anterior, a comercialização de produtos passíveis de suspensãodo IPI ultrapassou o mínimo necessário de 60%.

PESSOA JURÍDICA PREPONDERANTEMENTE EXPORTADORA

A partir de 23.10.2007, considera-se pessoa jurídica preponderantemente exportadoraaquela cuja receita bruta decorrente de exportação para o exterior, no ano-calendárioimediatamente anterior ao da aquisição, houver sido superior a 70% (setenta por cento)de sua receita bruta total de venda de bens e serviços no mesmo período, após excluídosos impostos e contribuições incidentes sobre a venda.

Exemplo:

1 - Receita Bruta total do estabelecimento em 2010: R$ 15.000.000,002 - Receita Bruta decorrente de exportação em 2010: R$ 11.000.000,003 - Participação da Receita Bruta (2 / 1 ): 73,33%

Portanto, a suspensão aplica-se ao estabelecimento relativamente às operações em 2011,pois a porcentagem das exportações da indústria, no exercício anterior, foi superior aomínimo de 70% da receita bruta total.

Redução de Percentual 

O percentual de 70% fica reduzido a 60% (sessenta por cento) no caso de pessoa  jurídica em que 90% (noventa por cento) ou mais de suas receitas de exportaçãohouverem sido decorrentes da exportação dos produtos:

I - classificados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados -TIPI, aprovada pelo Decreto 6.006/2006. 

a) nos códigos 0801.3, 25.15, 42.02, 50.04 a 50.07, 51.05 a 51.13, 52.03 a 52.12,53.06 a 53.11;

b) nos Capítulos 54 a 64;

c) nos códigos 84.29, 84.32, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02,87.03, 87.04, 87.05 e 87.06; e

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d) nos códigos 94.01 e 94.03.

II - relacionados nos Anexos I e II da Lei 10.485/2002. 

Base: §§1º e 8º do art. 29 da Lei 10.637/2002, conforme redação dada pelo artigo 3º da

Lei 11.529/2007. 

DESEMBARAÇO NA IMPORTAÇÃO

As matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem,importados diretamente por estabelecimentos enquadrados no regime da Lei10.637/2002 serão desembaraçados com suspensão do IPI.

UTILIZAÇÃO DOS CRÉDITOS

A suspensão do imposto não impede a manutenção e a utilização dos créditos do IPI

pelo respectivo estabelecimento industrial, fabricante das referidas matérias-primas,produtos intermediários e materiais de embalagem.

DESCONTOS INCONDICIONAIS

O parágrafo 3º, do artigo 190, do Decreto 7.212/2010, dispõe que não podem serdeduzidos do valor da operação os descontos, diferenças ou abatimentos, concedidos aqualquer título, ainda que incondicionalmente.

No entanto, as decisões judiciais vão contra essa disposição do regulamento do IPI e

determinam que os descontos incondicionais não integram a base de cálculo do IPI,dentre elas citamos a seguinte:

“Tributário –  IPI. Base e Cálculo. Descontos Incondicionais - A base de cálculo doimposto sobre produtos industrializados é o valor da operação de que decorrer a saídada mercadoria ( art. 47, I, “a”, do CTN). Valor da operação significa o preço ajustado

no contrato de compra e venda mercantil. Assim, os descontos incondicionais nãointegram da base de cálculo do imposto sobre produtos industrializados. O art. 47 CTN, por conter norma própria de lei complementar, não se altera por lei ordinária, nocaso, a Lei 7.798/89 (art.15). Lições na Doutrina. Apelo e remessa oficial desprovidos” 

(MAS nº 96.04.59407-PR, TRF/4ª Região  –  2ª Turma, publ. 05/05/99, pág. 314 Rel. JuízaTânia Escobar / Apte: União Federal; Apdo.: Contribuinte)”. 

FRETE - EMPRESA COLIGADA, INTERLIGADA

O parágrafo 2º, do artigo 190, do Decreto 7.212/2010, estabelece que será consideradocomo cobrado ou debitado pelo contribuinte, ao comprador destinatário, para efeito dabase de cálculo do IPI, o valor do frete, quando o transporte for realizado ou cobradopor firma coligada, controlada ou controladora ou interligada do estabelecimento docontribuinte ou por firma com a qual este tenha relação de interdependência, mesmoquando o frete seja subcontratado.

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Decisões judiciais em sentido contrário determinam que os valores de fretes pertinentesa outras firmas não compõem a base de cálculo do IPI.

“Tributário. IPI – Fretes. Empresas interligadas. Lei nº 7.798/89. A exigência, criada

 pelo § 3º, da Lei 4.502/64, conforme art. 15, da Lei nº 7.798/89, de compor a base decálculo do IPI com valores de fretes pertinentes a outras firmas, não se coaduna com odisposto no art. 47 do CTN”. (REO nº 93.04.18334-0-RS, TRF/ 4ª Região  – 1ª Turma, Rel. Juiz Gilson Dipp, publ.14/05/97, p. 33413 / Rctes: Contribuinte e Delegado da Receita Federal em Caxias doSul).

CRÉDITO IPI - ALÍQUOTA ZERO, ISENTO – INSUMOS

Decisões judiciais, inclusive do Pleno do STF, estão autorizando o creditamento do IPIsobre insumos com alíquota zero e isentos. Isto significa que se a indústria fabricaproduto que tem a tributação do IPI à alíquota de 10% e compra insumos com a alíquotazero ou isento, tem o direito de se creditar do IPI à alíquota de 10% sobre insumomesmo sendo com a alíquota zero ou isento.

O crédito é em função da alíquota do produto vendido e não em relação ao insumo.

Exemplo:

-Móveis – alíquota IPI - 10%;-Adquire R$ 10.000,00 de insumos alíquota zero;

-Adquire R$ 15.000,00 de insumos isentos;Na compra do insumo à alíquota zero pode efetuar o crédito de R$ 1.000,00 (10.000,00x 10%), referente ao IPI;Na compra do insumo isento pode efetuar o crédito de R$ 1.500,00 (15.000,00 x 10%),referente ao IPI.

Abaixo descrevemos algumas das decisões judiciais que permitem a empresa a efetuar ocrédito do IPI acima comentado:

¨Constitucional. Tributário. IPI. Isenção incidente sobre insumos. Direito de crédito.

Princípio da não-cumulatividade. Ofensa não caracterizada. Não ocorre ofensa à CF(art. 153, § 3º, II) quando o contribuinte do IPI credita-se do valor do tributo incidentesobre insumos adquiridos sob o regime de isenção . Recurso não conhecido.‖ (RE nº 212.484-2/RS, STF-Pleno, maioria, Rel. Min. Nelson Jobim, publ. 27/11/98, p.22 / Rcte: União Federal; Rcdo : Contribuinte)

“ Constitucional e Tributário. Imposto sobre Produtos Industrializados –  IPI. Nãocumulatividade. Operações Isentas ou com Alíquota Zero. Constituição Federal. Art.153, § 3º e Incisos e Art. 155, § 2º e Incisos. Regulamento do IPI (Decreto 87.981, de23 de Dezembro de 1982, art. 82, I). CTN, art. 175, I. I. O constituinte, ao estabelecer oregime constitucional do IPI e do ICMS, determinou que ambos se regem pelo princípio

da não-cumulativadade. II. Distinguem-se, entretanto, quanto ao creditamento nasoperações de não incidência do tributo e de isenção, atendo-se ao proibi-lo em relação

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ao ICMS. III. Atenta à desigualdade do tratamento constitucional, o Pleno do STJ (sic),no julgamento do RE 212484/RS, relator para o acórdão, Min. Nelson Jobim. Decidiuque não ocorre ofensa à CF ( art.153, § 3º, II) quando o contribuinte do IPI credita-sedo valor do tributo incidente sobre insumos adquiridos sob o regime de isenção. IV. Aalíquota zero exclui o crédito tributário pela supressão de um dos seus elementos

quantitativos. É, pois, modalidade de isenção, aplicando-se-lhe o mesmo regime jurídico desta.V. Apelo ao que se dá provimento.” (ApCv nº 93.01.31850-4 MG, TRF/ 1ª Região- 4ª Turma, unanimidade, Rel. Juíza VeraCarla Cruz, publ. 11/06/99, pg. 496 / Apte: Contribuinte; Apdo: União Federal) 

CRÉDITO IPI - INSUMOS NA VENDA DE PRODUTOS FINAL À ALÍQUOTAZERO OU ISENTO

A Lei 9.779/1999, no seu artigo 11, estabelece que o IPI pago na aquisição de materiais,inclusive os consumidos, destinados ao processo de industrialização, inclusive deproduto isento ou tributado à alíquota zero, pode ser creditado.

A lei determinou que pode haver o creditamento do IPI, na compra de insumostributados pelo IPI, mesmo que a venda do produto produzido por esses insumos sejaisento ou tributado à alíquota zero.

Exemplo:

-Compra de insumo no valor de R$ 10.000,00, crédito do IPI destacado na nota fiscalR$ 1.000,00;-O produto fabricado é isento do IPI ou tributado à alíquota zero;

-Crédito do IPI no Livro Fiscal – R$ 1.000,00.A empresa, tendo em vista o art. 11 da Lei 9.779/1999, pode se creditar do IPI no valorde R$ 1.000,00. Caso produza outros produtos com tributação do IPI, esse valor seráautomaticamente compensado no decêndio.

No entanto, se a empresa fabricar apenas produtos com saída à alíquota zero ou isentopoderá compensar o crédito do IPI com outros tributos administrados pela ReceitaFederal junto á SRF (IRPJ, CSSL, PIS, COFINS, IRRF, dentre outros), medianteDeclaração de Compensação.

CRÉDITO DO IPI DE INSUMOS ADQUIRIDOS DE COMÉRCIO ATACADISTANÃO CONTRIBUINTE – 50%

O estabelecimento industrial que adquire matéria-prima de empresa de comércioatacadista não contribuinte do IPI, pode se creditar do IPI de 50% do respectivo valor,mediante a aplicação da alíquota correspondente. (Artigo 227, do Decreto 7.212/2010) 

Exemplo:

Indústria compra de empresa de comércio atacadista as seguintes matérias-primas:

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- Matéria-prima A, no valor de R$ 10.000,00, sem destaque de IPI na respectiva NF;- Matéria-prima B, no valor de R$ 20.000,00, sem destaque do IPI na respectiva NF.Dados: conforme TIPI a matéria-prima A, tem incidência do IPI de 8% e a matéria-prima B, tem incidência de 6%.

Cálculo:

-Sobre a matéria-prima A, pode ser creditado o seguinte Valor:R$ 10.000,00 x 50% = R$ 5.000,00 x 8% (% IPI conforme TIPI)= R$ 400,00Total do crédito sobre matéria-prima A = R$ 400,00

-Sobre a matéria-prima B, pode ser creditado o seguinte Valor:R$ 20.000,00 x 50% = R$ 10.000,00 x 8% (% IPI conforme TIPI)= R$ 800,00Total do crédito sobre matéria-prima B = R$ 800,00

ALUGUEL DOS BENS PRODUZIDOS

O inciso III, do Artigo 38 do Decreto 7.212/2010, dispõe que não constitui fato geradordo IPI a saída de produtos incorporados ao ativo permanente, após cinco anos de suaincorporação, pelo estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, que os tenhaindustrializado ou importado.

A empresa poderá diversificar a forma de comercialização do seu produto, quando setratar de produto destinado ao ativo imobilizado de outra empresa.

Exemplo: máquinas industriais de lavar roupas. Ao invés de vender a máquina ao

cliente, ela será incorporada ao Ativo Permanente e alugada ao seu cliente, o qual fará aopção de compra após decorridos 5 anos.

A vantagem tributária é enorme, pois a locação de bens móveis constantes do AtivoPermanente não sofre a incidência de IPI e ICMS (impostos que mais oneram aindustrialização). Também, conforme Lei Complementar 116/2003, não há incidênciado ISS. Nessa operação haverá a incidência do PIS, COFINS, IRPJ e CSSL apenassobre as parcelas devidas da locação.

A dificuldade neste caso é financeira, pois a empresa deve suportar todo capitalfinanceiro até receber a última parcela do aluguel, a qual pode ser resolvida mediante

financiamento a longo prazo ou capitalização dos sócios.

A ideia não é a de que a empresa substitua toda a sua venda de bens pela locação, masimplementando a locação aos poucos para diminuir sua carga tributária.

RECONDICIONAMENTO DE PRODUTOS USADOS

Conforme artigo 194, do Decreto 7.212/2010, o IPI incidente sobre produtos usados,adquiridos de particulares ou não, que sofrerem o processo de industrialização, de quetrata o inciso V do art. 4º (renovação ou recondicionamento), será calculado sobre adiferença de preço entre a aquisição e a revenda (Decreto-lei 400/1968, art. 7º).

DECLARAÇÕES DE INFORMAÇÕES FISCAIS – DIF

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DIF-BEBIDAS

A Declaração Especial de Informações Fiscais relativas à Tributação de Bebidas, DIFBebidas cuja apresentação é obrigatória para as pessoas jurídicas envasadoras debebidas das posições 2201, 2202, 2203, 2204, 2205, 2206 e 2208, exceto o álcool etílico

do código 2208.90.00, da Tabela de Incidência do Imposto sobre ProdutosIndustrializados (TIPI), aprovada pelo Decreto 6.006/2006 - TIPI 2007, e sujeitas àtributação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

A DIF-Bebidas deverá ser apresentada até o último dia útil do mês subsequente ao daocorrência dos fatos geradores, por intermédio da Internet.

DIF-CIGARROS

A Declaração Especial de Informações Fiscais Relativas à Tributação de Cigarros, DIFCigarros deve ser apresentada pelas pessoas jurídicas fabricantes de cigarros,

classificados no código TIPI 2402.20.00, excetuados os classificados no Ex 01.

A DIF-Cigarros deverá ser apresentada à SRF até o último dia útil do mês subsequenteao da ocorrência dos fatos geradores.

DIF - PAPEL IMUNE

A Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle do Papel Imune, DIFPapel Imune é obrigatória aos fabricantes, os distribuidores, os importadores, asempresas jornalísticas, editoras e as gráficas que realizarem operações com papel

destinado à impressão de livros, jornais e periódicos.A apresentação da DIF - Papel Imune deverá ser realizada pelo estabelecimento matriz,contendo as informações referentes a todos os estabelecimentos da pessoa jurídica queoperarem com papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos.

A DIF - Papel Imune deverá ser transmitida pela Internet ou apresentada em umaunidade da Secretaria da Receita Federal, em meio magnético, até o último dia útil dosmeses de janeiro, abril, julho, e outubro, em relação aos trimestres civis imediatamenteanteriores.

DECLARAÇÃO DE NOTAS FISCAIS – DNF

A DNF deve ser apresentada pelas pessoas jurídicas que possuírem estabelecimentos:

I) Fabricantes, Distribuidores Atacadistas ou Importadores dos produtos do Anexo I (abaixo); e

II) Fabricantes ou Importadores dos produtos do Anexo II. 

A apresentação do DNF deverá ser efetuada pelo estabelecimento matriz, que prestaráinformações de seus estabelecimentos, independentemente de ter havido ou nãomovimentação dos produtos relacionados nos Anexos I e II.

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A DNF será elaborada mensalmente e deverá ser entregue à SRF até o último dia útil domês subsequente ao da referência.

ANEXO I

CódigoNCM 

Código doProduto  Nome  Unidade

Estatística Capacidadevolumétrica 

2106.90.10 010Ex 02 - Concentrados não-alcoólicos para elaboração de bebida refrigerantedo capítulo 22

litro

2811.21.00 050 Dióxido de carbono kg líquido

3901.10.10 100 Polietileno de densidade inferior a 0,94, linear kg líquido

3901.10.91 101 Polietileno de densidade inferior a 0,94, com carga kg líquido

3901.10.92 102 Polietileno de densidade inferior a 0,94, sem carga kg líquido

3901.20.11 110 Polietileno com carga, vulcanizado, de densidade superior a 1,3 kg líquido

3901.20.19 111 Outros polietilenos com carga, de densidade igual ou superior a 0,94 kg líquido

3901.20.21 112 Polietileno sem carga, vulcanizado, de densidade superior a 1,3 kg líquido

3901.20.29 113 Outros polietilenos sem carga, de densidade igual ou superior a 0,94 kg líquido

3902.10.10 120 Polipropileno, com carga kg líquido

3902.10.20 121 Polipropileno, sem carga kg líquido

3902.30.00 130 Copolímeros de propileno kg líquido

3907.60.00 140 Tereftalato de polietileno (PET) kg líquido

3920.20.19 150 Filmes de polímeros de propileno kg líquido

3920.20.90 151 Filmes de polímeros de propileno kg líquido

3923.21.10 160 Saco plástico de polietileno, até 1 litro unidade Sim

3923.21.90 161 Saco plástico de polietileno, superior a 1 litro unidade Sim

3923.30.00 170 Garrafas de plástico unidade Sim

3923.30.00 171 Pré-formas ou esboços unidade Sim

3923.50.00 180 Tampas plásticas unidade

3923.50.00 181 Rolhas plásticas unidade

3923.50.00 182 Outros dispositivos de fechamento, de plástico unidade

4503.10.00 190 Rolhas de cortiça unidade

4811.51.22 200Embalagens cartonadas para bebidas, em folhas ou rolos impressos compostospor polietileno estratificado com alumínio

unidade Sim

4811.59.23 201Embalagens cartonadas para bebidas, em folhas ou rolos impressos compostospor polietileno estratificado com alumínio

unidade Sim

4813.20.00 220 Papel para cigarros kg líquido

4813.90.00 221 Papel para cigarros kg líquido

5502.00.10 300 Cabo de acetato de celulose kg líquido

5601.21.90 400 Artigos de pasta de matérias têxteis kg líquido

5601.22.91 401 Cilindros para filtros de cigarros kg líquido

7010.90.11 500 Garrafas de vidro, de capacidade superior a 1 litro unidade Sim

7010.90.21 501Garrafas de vidro, de capacidade superior a 0,33 litros mas não superior a 1

litro

unidade Sim

7010.90.90 502 Garrafas de vidro, de capacidade inferior ou igual a 0,33 litros unidade Sim

7310.21.10 600 Latas de ferro fundido, ferro ou aço unidade Sim

7310.29.10 620 Barris de ferro fundido, ferro ou aço, até 50 litros unidade Sim

7607.20.00 700 Fo lhas e tiras, delgadas, de alumínio kg líquido

7612.90.19 710 Latas de alumínio unidade Sim

8309.10.00 800 Tampas metálicas de cápsulas de coroa unidade

8309.90.00 801 Tampas metálicas de cápsulas de rosca unidade

ANEXO II

Código NCM  Código do Produto  Nome  Unidade Estatística 

2207.10.00 015 Álcool etílico não desnaturado, com um teor alcoólico em volume igual ou superior a 80 % litro

2207.20.10 016 Álcool etílico desnaturado, com qualquer teor alcoólico litro

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152 

2707.10.00 030 Benzol kg líquido

2707.20.00 031 Toluol kg líquido

2707.30.00 032 Xilol kg líquido

2707.40.00 033 Naftaleno kg líquido

2710.11.10 035 Hexano comercial kg líquido

2710.11.21 036 Diisobutileno kg líquido

2710.11.29 037 Outras misturas de alquilidenos kg líquido

2710.11.30 038 Aguarrás mineral ("white spirit") kg líquido

2710.11.41 039 Naftas para petroquímica m3 

2710.11.49 040 Outras naftas m3 

2710.11.49 041 Rafinado de pirólise m3 

2710.11.49 042 Rafinado de reforma m3 

2710.11.59 043 Reformado pesado m3 

2710.19.11 044 Querosene de aviação m3 

2710.19.19 045 Outros querosenes m3 

2710.19.19 046 Iso-Parafinas e N-Parafinas m3 

2710.19.22 048 Óleos combustíveis, do tipo "fuel-oil" m3 

2710.19.99 049 Hexano kg líquido

2901.10.00 060 Hidrocarbonetos acíclicos saturados kg líquido

2902.11.00 061 Cicloexano kg líquido

2902.19.90 063 Hidrocarbonetos ciclânicos, ciclênicos ou cicloterpênicos, exceto cicloexano e limoneno kg líquido

2902.20.00 065 Benzeno kg líquido

2902.30.00 066 Tolueno kg líquido

2902.41.00 070 o-Xileno kg líquido

2902.42.00 071 m-Xileno kg líquido

2902.43.00 072 p-Xileno kg líquido

2902.44.00 073 Mistura de isômeros do xileno kg líquido

2902.60.00 080 Etilbenzeno kg líquido

2902.70.00 081 Cumeno kg líquido

2902.90.20 082 Naftaleno kg líquido2902.90.30 083 Antraceno kg líquido

2902.90.90 085 Outros hidrocarbonetos cíclicos kg líquido

3814.00.00 090 Rafinado de pirólise kg líquido

3814.00.00 091 Rafinado de reforma kg líquido

3814.00.00 092 Solvente C9 kg líquido

3814.00.00 093 Solvente C9 dihidrogenado kg líquido

3814.00.00 094 Solventes para borracha kg líquido

3814.00.00 095 Diluentes de tintas kg líquido

3814.00.00 097 Outros solventes alifáticos kg líquido

3817.00.10 098 Misturas de alquilbenzenos kg líquido

3817.00.20 099 Misturas de alquilnaftalenos kg líquido

3824.90.29 001 Ex 01 - Biodiesel m3 

ISS O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e doDistrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexaà Lei Complementar 116/2003, ainda que esses não se constituam como atividadepreponderante do prestador. O ISS até 31.07.2003 foi regido pelo DL 406/1968 e alterações posteriores. A partir de

01.08.2003, o ISS é regido pela Lei Complementar 116/2003. A partir da edição da LC 116/2003, as regras genéricas para o ISS são as seguintes:

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1.  o ISS incide somente sobre os serviços expressamente contidos na lista;2.  o ISS é devido apenas sobre a parcela de serviços, mas não sobre

fornecimento de mercadorias, quando a própria lista se encarregue de sobreelas fazer incidir o ICMS;

3.  o ISS é devido sobre os materiais, como parte integrante do serviço prestado,quando a lista não estabeleça sobre a incidência do ICMS;4.  serviços não previstos na lista não são tributáveis pelo ISS, não o sendo

também pelo ICMS a não ser que se trate de comunicação ou transporteintermunicipal, ou que se configurem como venda mercantil.

CONTRIBUINTE

Contribuinte do ISS é o prestador do serviço. LOCAL DOS SERVIÇOS

O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimentoprestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nashipóteses previstas nos itens I a XXII do art. 3 da Lei Complementar 116/2003. Anteriormente a edição da LC 116/2003, o STJ manifestou entendimento

  jurisprudencial que o local de recolhimento do ISS é onde são prestados os serviços.Leia a jurisprudência do Acórdão STJ 252.114-PR. 

ALÍQUOTA MÍNIMA A Emenda Constitucional 37/2002, em seu artigo 3o, incluiu o artigo 88 ao Ato dasDisposições Constitucionais Transitórias, fixando a alíquota mínima do ISS em 2%(dois por cento), a partir da data da publicação da Emenda (13.06.2002). A alíquota mínima poderá ser reduzida para os serviços a que se referem os itens 32, 33e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei 406/1968. 

ALÍQUOTA MÁXIMA A alíquota máxima de incidência do ISS foi fixada em 5% pelo art. 8 o, II, da Lei

Complementar 116/2003. 

EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS O ISS não incide sobre as exportações de serviços para o exterior do País.

Entretanto, são tributáveis os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui severifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior.

PLANEJAMENTO DO ISS

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Um correto planejamento do ISS requer o conhecimento da legislação municipalespecífica. Como são quase 6.000 municípios no Brasil, fica difícil uniformizar umpadrão para todos os contribuintes.

Entretanto, tendo em vista as modificações do ISS previstas na Lei Complementar

116/2003, determinadas prestadoras de serviços poderão viabilizar uma ou maisalternativas de planejamento a seguir:

1. Filial em município com menor alíquota do ISS: se a empresa presta serviços emdiversos municípios, poderá ser interessante criar filiais para atendimento de clientesestabelecidos em municípios cuja alíquota seja menor que a matriz. Observar que oartigo 3 da LC 116/2003 estipula para diversos serviços que o imposto é devido no localda prestação.

2. Operações de vendor: as operações que exigirem financiamento dos serviçospoderão ser realizadas pelo sistema de vendor, onde o agente financeiro (banco) efetua o

pagamento á vista para o fornecedor e cobra á prazo, com juros, do cliente. Ganha-se aredução dos custos tributários sobre a parcela dos juros cobrados na fatura, já que esta éemitida pelo valor á vista. Há impacto ainda em outros tributos, como PIS, COFINS,IRPJ, CSLL e Simples, e, em alguns casos, no INSS (11% retido sobre a nota fiscal).

3. Não inclusão na base de cálculo: para o cálculo do ISS, nos serviços previstos nositens 7.02 e 7.05, da lista de serviços anexa a Lei Complementar 116/2003, não seincluem na base de cálculo do ISS o valor dos materiais produzidos pelo prestador deserviços fora do local da prestação de serviços, que ficam sujeitos ao ICMS, ou seja: osmateriais produzidos fora da obra civil pelo próprio prestador de serviços e fornecidoscom destaque do ICMS não têm incidência de ISS. (art. 7, § 2, I, da LC 116/2003).

4. Serviços com emprego de bens móveis: a atividade afeta à locação de bens móveisque figurava na lista do Decreto-Lei 56/1987, no item 79, foi vetada, o que implica, emnosso entendimento, que tais operações não são mais tributáveis desde a vigência da LeiComplementar 116/2003, ou seja, a partir de 01.08.2003. Desta forma, ao prestarserviços que envolvam utilização de bens móveis, os contratantes poderão estipularpreços distintos para cada contratação (um preço para serviços, o outro para locaçãotemporária dos equipamentos). A base tributável será o preço dos serviços.

A MAGNITUDE RELATIVA DO ISS

Uma avaliação importante é identificar os serviços sobre os quais incidem ISS, e suamagnitude no volume de débitos gerados.

Exemplo:

ISS GERADO – 2º SEMESTRE 2010: Valor R$ % TotalServiço A 150.000,00 78,53%

Serviço B 40.000,00 20,94%Serviço C 1.000,00 0,52%

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Total 191.000,00 100%

Este quadro leva o gestor a algumas reflexões:

1.  Quais as características do Serviço A que geram uma carga tributáriasignificativa no ISS?

2.  A alíquota do ISS dos serviços A, B e C está respaldada por consulta áSecretaria Municipal de Finanças ou foi adotada por um critério aleatório?

3.  Os concorrentes dos serviços A, B e C têm adotado alguma prática fiscal no ISSdiferente da nossa companhia?

4.  Existe fornecimento de materiais nos serviços A, B, C? Se existe, qual suamagnitude e qual o tratamento fiscal aplicável? Os materiais estão inclusos nabase de cálculo do ISS, em tais produtos?

5.  Como a carga fiscal dos serviços A e B, que representam quase 100% do ISS

gerado na empresa, poderia ser minimizada utilizando-se opções viáveis deplanejamento?6.  É possível combinar os serviços A, B e C, para formar um novo serviço ―D‖, de

forma a minimizar o custo fiscal global do ISS?7.  Qual a relevância dos custos dos serviços A e B para os respectivos

compradores?8.  Que outras considerações, no contexto das atividades e serviços da empresa são

cabíveis para avaliação do ISS?

ISS GERADO POR ESTABELECIMENTO

Uma análise importante é o comparativo do ISS gerado em determinado período, porestabelecimento, para constatar possíveis distorções do imposto.

Exemplo:

ISS Gerado2o Semestre 2010

VendasServiços R$

ISSGerado R$

% ISSGerado

Matriz 15.000.000,00 675.000,00 4,50%Filial 2 7.000.000,00 140.000,00 2,00%Filial 3 1.000.000,00 56.000,00 5,60%

TOTAL 23.000.000,00 871.000,00 3,79%

O quadro acima leva aos seguintes questionamentos:

1.  O ISS gerado na matriz é historicamente inferior à alíquota máxima de 5%. Quala origem de tal distorção? Há exclusão na base de cálculo ou serviços comalíquotas diferenciadas?

2.  Na filial 2, o ISS gerado é exatamente o mesmo da alíquota mínima. Alegislação municipal onde está instalado a filial permite a adoção de tal alíquotapara os serviços prestados por aquela filial? Caso positivo, há possibilidade de

transferir determinados serviços executados na matriz e na filial 3 para a filial 2?3.  Porque na filial 3 há uma distorção estatística do ISS gerado, sendo superior áalíquota máxima de 5%?

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4.  Que outras considerações, no contexto das atividades da empresa (tanto namatriz quanto nas filiais) são cabíveis para avaliação do ISS gerado?

Nem sempre será muito óbvio fazer as perguntas, e muito menos respondê-las, mas oimportante é que haja informações suficientes, compreendendo desde o departamento

fiscal como o comercial, para analisar a situação do ISS de forma individualizada, porserviço.

O gestor tributário precisa evitar os famosos chavões do tipo ―nós sempre fizemos assime sempre estava certo‖ ou ―os nossos concorrentes estão há 10 anos prestando serviços esoubemos pelos clientes deles que o ISS é de 5%, não adianta mudar‖, ―cuidado paranão inventar novidades, pois o pessoal do fisco vem aqui para incomodar‖, etc. 

A QUESTÃO DA TRIBUTAÇÃO DAS SUBEMPREITADAS PELO ISS

A Lei Complementar 116/2003, ao disciplinar os serviços de construção civil, apresentaalguns problemas de interpretação, relacionados especialmente com a vigência ou nãoda dedução do valor das subempreitadas já tributadas pelo imposto.

A questão é saber se essa dedução continua aplicável ou se teria sido revogada comoconsequência da revogação, pela Lei Complementar 116/2003, do inciso IV do artigo 9ºdo Decreto-lei 834/1969 e do veto presidencial ao inciso II do parágrafo 2º do artigo 7ºda Lei Complementar 116/2003, que possibilitava aos prestadores de serviços excluir da

base de cálculo do imposto o valor das subempreitadas sujeitas ao Imposto SobreServiços (ISS).

Se, de fato, houve revogação, postula-se que os empreiteiros de construção civilpoderiam deduzir as subempreitadas, tendo em vista de que base de cálculo do impostoé o preço dos serviços, e não outra grandeza qualquer. Ou teriam que submeter essaparcela à tributação como consequência do entendimento de que o valor dassubempreitadas seria receita bruta do empreiteiro?

Ao analisar a questão sob a ótica do critério fixo aplicável aos profissionais liberais e àssociedades profissionais, entende o autor desta obra que os parágrafos 1º e 3º do artigo9º do Decreto-lei 406/1968 continuam em pleno vigor. Os mesmos fundamentosaplicam-se à questão da construção civil. Na redação original o parágrafo 2º do artigo 9ºdo Decreto-lei 406/1968 dispunha:

"Na execução de obras hidráulicas e de construção civil o imposto será calculadosobre o preço deduzido das parcelas correspondentes; a) ao valor dos materiais

adquiridos de terceiros, quando fornecido pelo prestador dos serviços; b) ao valor dassubempreitadas já tributadas pelo imposto." 

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O artigo 3º, inciso IV do Decreto-lei 834/1969, apenas adaptou - corrigiu, na verdade - odispositivo anterior, substituindo a expressão "execução de obras hidráulicas e deconstrução civil" por "prestação dos serviços a que se referem os itens 19 e 20 da lista

anexa".

Ora, é fora de dúvida que o artigo 9º e seus parágrafos não foram revogadosexpressamente, porque a eles não se refere o artigo 10 da Lei Complementar 116/2003.Aliás, tais dispositivos não só não foram revogados como foram expressamentemantidos!

O intérprete deve, aqui, socorrer-se, entre outros processos, dos trabalhos parlamentares,como elemento de interpretação, e verificar que o projeto aprovado na Câmara dos

Deputados continha expressamente a revogação do artigo 9º do Decreto-lei 406/1968 e,portanto, dos seus parágrafos. Tal menção, contudo, não passou no Senado Federal,tendo sido excluído o artigo 9º dentre as disposições revogadas. Portanto, o legisladorfoi claro ao manter o dispositivo.

Atente-se que a Lei Complementar 97/1998, que disciplina a elaboração, redação,alteração e consolidação das leis, e que dispõe, em seu artigo 9º, com a redação dadapela Lei Complementar 107:

"A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposiçõeslegais revogadas."

Quanto ao Decreto-Lei 834/1969, concluímos que a lei que dá nova redação adispositivo anterior incorpora-se à lei original, tendo caráter autônomo em relação aoseu próprio veículo. Por essa razão seria necessário revogar expressamente a lei anteriorpara se ter revogado apenas o dispositivo alterado. Parece-nos evidente que a nova

redação do parágrafo 2º do artigo 9º do Decreto-lei 406/1968 pelo artigo 3º, inciso IVdo Decreto-lei 834/1969 teve em vista apenas e tão somente sua adaptação à novanumeração da lista de serviços aprovada, na ocasião, pelo próprio Decreto-lei 834/1969.Não houve alteração de substância, de conteúdo. O dispositivo permaneceu íntegro, coma mesma essência anterior. Ora, disposição meramente adaptativa de outra, meramentecorretiva, mesmo que revogada, não pode ter o efeito de revogar a lei anterior,especialmente quando não haja, como no caso, incompatibilidade entre a três normas.

Observe-se também o seguinte: a se admitir a circunstância de que o Decreto-lei834/1969 não foi, nessa parte, norma meramente adaptativa ou corretiva do parágrafo 2º

do artigo 9º, mas sim revogadora dele, então ter-se-ia que admitir que a LeiComplementar 116/1969 estaria agora revogando norma há muito tempo inoperante e

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ineficaz. Com efeito, a Lei Complementar 56/1987, que também aprovou nova lista deserviços, procedeu à adaptação apenas e tão somente do parágrafo 3º do artigo 9º doDecreto-lei 406/1968, mas não do seu parágrafo 2º. Com isso, os itens da lista citadosno parágrafo 2º passaram a se referir à limpeza de chaminé e saneamento ambiental econgêneres (itens 19 e 20 da lista de serviços do Decreto-lei 834/1969). Não obstante,

mantida a essência da norma, continuou ela sendo aplicada aos itens de construção civil,pelo mecanismo de adaptação ou integração.

Finalmente, teorizando que a norma tivesse sido revogada e que não houvesse projetode lei sobre o tema, ainda assim é possível entender que os empreiteiros de construçãocivil possam deduzir da sua base de cálculo o valor das subempreitadas já tributadaspelo imposto. Faz-se necessário aqui distinguir entre preço de serviço e ingresso derecurso. Nem todo ingresso é preço e, por isso, nem todo ingresso é tributado pelo ISS,especialmente se trata de valor já tributado na pessoa de quem efetivamente prestou osserviços, ou seja, na pessoa de quem praticou o fato gerador.

Em conclusão: cabe ao gestor tributário analisar a ótica sob a jurisprudência e demaiselementos de direito, para confirmar tais entendimentos e levar adiante osprocedimentos compatíveis, em juízo ou fora dele.

 ATIVIDADES EM QUE O ISS DEVE SER RETIDO

A retenção do ISS está prevista no art. 6º da Lei Complementar 116/2003.

A retenção do ISS será realizada nos serviços prestados em que o imposto seja devidono local de prestação do serviço, em conformidade com incisos de I ao XXII, artigo 3º,da Lei Complementar 116/2003 (relação abaixo citada), nos casos em que os serviçossão prestados em local diferente (outro município) do estabelecimento prestador (sede,filial, escritório).

Conforme artigo 3º da referida Lei, incisos de I a XXII, o ISS deve ser recolhido nolocal da prestação do serviço, independentemente do local do estabelecimento doprestador de serviço (sede, filial, escritório).

Portanto, o ISS deve ser retido nas seguintes situações:

1- Do estabelecimento tomador ou do intermediário do serviço.

Nosso entendimento é o de que o tomador de serviço é a pessoa jurídica que contrata oserviço permanentemente em suas dependências, ou seja, o serviço é contratado para ser

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prestado diariamente, todos os dias do mês, uma terceirização da atividade junto acontratante, nesse caso, o ISS é devido no local da prestação do serviço.

O que não ocorre quando, por exemplo, o prestador de serviço é contratado pelaempresa para fazer a manutenção das máquinas no estabelecimento contratante, o qualvem periodicamente ou quando chamado, e se desloca do seu estabelecimento paraprestar o serviço. Neste caso, não se caracteriza o contratante como tomador de serviço,e o ISS é devido no estabelecimento do prestador de serviço - mesmo que seja em outromunicípio, bem como não é devida qualquer retenção do ISS no município em que érealizado o serviço.

2- Na instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas (item 3.05).

3- Na execução da obra:

3.1) por administração, empreitada ou subempreitada de obras de construção civil,hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração depoços, escavação, drenagem, irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem,instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (item 7.02);

3.2) no acompanhamento e fiscalização da execução de obras de engenharia, arquiteturae urbanismo (item 7.19);

4- Na demolição (item 7.04);

5- Nas edificações em geral de estradas, pontes, portos e congêneres (item 7.05);

6- Na execução de varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem,separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer (item 7.09);

7- Na execução de limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos,imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres (item 7.10);

8- Na execução de decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores (item 7.11);

9- No controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos,químicos e biológicos (item 7.12);

10 – Vetado

11- Vetado

12- No florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres (item 7.16);

13- Na execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres

(item 7.17);

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14- Na limpeza e dragagem (item 7.18);

15- Nos serviços onde o bem estiver guardado ou estacionado (item 11.01);

16- Dos bens ou do domicílio das pessoas vigiadas (item 11.02);

17- Do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem (item11.04);

18- Execução dos serviços de lazer, diversão, lazer, entretenimento e congêneres(subitens do item 12, exceto subitem 12.13);

19- Do município onde está sendo executado o transporte (item 16.01);

20- Do estabelecimento tomador da mão-de-obra ou na falta de estabelecimento onde

ele estiver domiciliado, nos serviços descritos pelo subitem 17.05 (fornecimento demão-de-obra, mesmo em caráter temporário, inclusive de empregados e trabalhadores,avulsos ou temporários, contratados pelo prestador de serviços);

21- Da feira, exposição, congresso ou congênere a que ser referir o planejamento,organização e administração (item 17.10);

22- Do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário(item 20);

22.1- No caso dos serviços a que se refere o subitem 3.4, considera-se ocorrido o fatogerador e devido o imposto em cada município em cujo território haja extensão deferrovia e rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza, objetos elocação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso,compartilhado ou não.

22.2- No caso dos serviços a que se refere o item 22.01 da lista de serviços (pedágio eserviço de conservação das rodovias), considera-se ocorrido o fato gerador e devido oimposto em cada município em cujo território haja extensão de rodovia explorada.

22.3- Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no local do estabelecimentoprestador nos serviços executados em águas marítimas, excetuados os serviços descritosno subitem 20.01.

Nas demais prestações de serviços, não relacionadas nos itens 01 a 22, artigo 3º da LC116/2003, o local de recolhimento do ISS deve ser o local do estabelecimento doprestador ou na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador (matriz,

filial, escritório, etc.).

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OBSERVAÇÕES QUANTO A RETENÇÃO DO ISS

A retenção está prevista no art. 6º, da Lei Complementar 116/2003. 

Para fins de retenção do ISS deve ser observado o seguinte:

A retenção do ISS será realizada nos serviços prestados em que o imposto seja devidono local de prestação do serviço, em conformidade com incisos de I ao XXII, artigo 3º

LC 116/2003 (relação anteriormente citada), nos casos em que os serviços são prestadosem local diferente (outro município) do estabelecimento prestador (sede, filial,escritório).

Outro fator importante para a retenção do ISS é o de que deve haver previsão deretenção na Lei do Município em que foi prestado o serviço, caso não haja previsão nãoé devida a retenção.

Na prática, a empresa prestadora de serviço deve manter cópia da Lei municipal de cadamunicípio em que presta serviço, objetivando conhecer a legislação específica para aemissão da Nota Fiscal com retenção ou não.

Deve observar, também, se a retenção exigida pelo município está relacionada com osserviços constantes os incisos I ao XXII, artigo 3º, Lei Complementar 116/2003, poispoderá pagar indevidamente o ISS na sede e o imposto ser devido no local de execução

do serviço.

Já a empresa que contrata o serviço também deve ficar atenta aos casos em que éobrigatória a retenção do ISS, bem como, também, manter cópia da Lei Municipal emque está estabelecida, a fim de acompanhar a legislação de seu município, pois mesmoque não faça a retenção é obrigada a efetuar o recolhimento do imposto com juros emultas (§ 1º, art. 6º, Lei Complementar 116/2003).

RETENÇÃO DO ISS – DESCONTO – SIMPLES NACIONAL 

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O ISS devido pelas ME e EPP, optantes pelo Simples Nacional deve ser recolhido juntamente com os demais impostos, mediante documento único de arrecadação (DAS),que é obtido após aplicação das alíquotas e normas previstas na Lei Complementar123/2006. 

Até 31 de dezembro de 2008, a Resolução CGSN 5/2007, estabelecia que os Estados, oDistrito Federal e os Municípios, poderiam adotar valores fixos mensais, para orecolhimento do ISS devido por ME que aufira receita bruta, no ano-calendário anterior,de até R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), ficando a empresa sujeita a esses valoresdurante todo o ano-calendário.

No entanto, com a edição da Resolução CGSN 51/2008 que dispõe sobre o cálculo e orecolhimento dos impostos e contribuições devidos pelas microempresas e empresas depequeno porte optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos eContribuições (Simples Nacional), e revoga formalmente a Resolução CGSN 5/2007, aretenção sobre valores fixos deixa de existir, sendo previsto somente a incidência sobre

as alíquotas previstas na tabela ISS; salvo no caso do imposto municipal ser devido aoutro município, onde então, a retenção ainda é permitida de acordo com a redação dadapela Resolução CGSN 56/2009. 

A base legal mencionada, também define que para os fatos geradores ocorridos entre 1ºde julho de 2007 e 31 de dezembro de 2008, as ME e EPP optantes pelo SimplesNacional que exerçam atividade sujeita simultaneamente à incidência do IPI e do ISSdeverão recolher o ISS diretamente ao Município em que este imposto é devido até oúltimo dia útil de fevereiro de 2009.

Caso tenha havido a retenção na fonte do ISS, o mesmo será definitivo e deverá serdeduzida a parcela do Simples Nacional a ele correspondente, que será apurada,tomando-se por base as receitas de prestação de serviços que sofreram tal retenção, nãosendo o montante recolhido na forma do Simples Nacional objeto de partilha com osmunicípios.As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional não poderão segregar como receitassujeitas a retenção aquelas recebidas pela prestação de serviços que sofrerem retençãodo ISS na fonte, na forma da legislação do município, nas hipóteses em que não foremobservadas as disposições do art. 3º da Lei Complementar 116/2003. 

Normas de Retenção

A retenção na fonte de ISS das microempresas ou das empresas de pequeno porteoptantes pelo Simples Nacional somente será permitida se observado o disposto no art.3º da Lei Complementar 116/2003, e deverá observar as seguintes normas:

I - a alíquota aplicável na retenção na fonte deverá ser informada no documento fiscal ecorresponderá ao percentual de ISS previsto nos Anexos III, IV ou V da LeiComplementar 128/2008 para a faixa de receita bruta a que a microempresa ou aempresa de pequeno porte estiver sujeita no mês anterior ao da prestação;

II - na hipótese de o serviço sujeito à retenção ser prestado no mês de início de

atividades da microempresa ou empresa de pequeno porte, deverá ser aplicada pelo

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tomador a alíquota correspondente ao percentual de ISS referente à menor alíquotaprevista nos Anexos III, IV ou V da Lei Complementar 128/2008; 

III - na hipótese do item II, constatando-se que houve diferença entre a alíquotautilizada e a efetivamente apurada, caberá à microempresa ou empresa de pequeno porte

prestadora dos serviços efetuar o recolhimento dessa diferença no mês subsequente aodo início de atividade em guia própria do Município;

IV - na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte estar sujeita àtributação do ISS no Simples Nacional por valores fixos mensais, não caberá a retençãodo ISS, salvo quando o ISS for devido a outro município;

V - na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte não informar aalíquota de que tratam os itens I e II no documento fiscal, aplicar-se-á a alíquotacorrespondente ao percentual de ISS referente à maior alíquota prevista nos Anexos III,IV ou V da Lei Complementar 128/2008; 

VI - não será eximida a responsabilidade do prestador de serviços quando a alíquota doISS informada no documento fiscal for inferior à devida, hipótese em que orecolhimento dessa diferença será realizado em guia própria do Município;

VII - o valor retido, devidamente recolhido, será definitivo, não sendo objeto de partilhacom os municípios, e sobre a receita de prestação de serviços que sofreu a retenção nãohaverá incidência de ISS a ser recolhido no Simples Nacional.

Documentos Fiscais

A prestação de serviços sujeita ao ISS, das ME e EPP optantes pelo Simples Nacional,será realizada com a utilizarão a Nota Fiscal de Serviços, ou outro documento fiscalautorizado pelo Município da sua circunscrição fiscal.

Para as notas fiscais onde o recolhimento do ISS será efetuado pelo próprio prestador,com a utilização do Documento de Arrecadação do Simples Nacional - DAS éobrigatória à inutilização dos campos destinados à base de cálculo e ao impostodestacado, de obrigação própria, fazendo constar, no campo destinado às informaçõescomplementares ou no próprio corpo do documento fiscal, as expressões:

a) "Documento emitido por ME ou EPP optante pelo Simples Nacional"; e

b) "Não gera direito a crédito fiscal de ISS".

A prestação de serviços, sujeita ao ISS retido na fonte, realizado pelas ME e EPP,também serão realizados com a utilizarão a Nota Fiscal de Serviços, no entanto, nestecaso se faz necessário o destaque do valor da base de cálculo e o referido valor doimposto nos campos específicos ou no corpo da nota fiscal emitida.

Para as notas fiscais onde o houve o destaque do ISS, o recolhimento será efetuado emnome do tomador dos serviços e com a utilização do documento de arrecadação do

município em que será efetuada a arrecadação, obedecendo as normas vigentes e datasde recolhimento, fixadas pela legislação municipal.

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Retenção pelo Tomador dos Serviços

No caso dos serviços prestados pelas ME e EPP, o tomador do serviço deverá reter ovalor do ISS de acordo com a legislação do município onde estiver localizado, sendoeste valor deduzido do montante a ser recolhido na parcela do Simples Nacional.

As tabelas com as alíquotas dos tributos constantes do Simples Nacional podem serobtidas através da consulta aos anexos da Resolução CGSN 51/2008, constantes noslink abaixo.

Atenção para a utilização das tabelas com relação à vigência dos percentuaisestabelecidos.

Anexo I - Partilha do Simples Nacional - Comércio 

Anexo II - Partilha do Simples Nacional - Indústria 

Anexo III - Partilha do Simples Nacional - Serviços e Locação de Bens Móveis 

Anexo IV - Partilha do Simples Nacional - Serviços 

Anexo V - Partilha do Simples Nacional - Serviços 

NÃO INCIDÊNCIA DE ISS SOBRE LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS OU IMÓVEIS

O artigo 1º da Lei Complementar 116/2003, dispõe que o ISS tem como fato gerador aprestação de serviços constante na Lista anexa.

A locação de bens imóveis ou móveis não constitui uma prestação de serviços, masdisponibilização de um bem seja ele imóvel ou móvel para utilização do locatário sem aprestação de um serviço.

Também não consta na lista de serviços anexa à Lei Complementar que a locação debens imóveis ou móveis como prestação de serviço. A locação de bens móveis iria fazerparte do item 3.01 (Locação de bens móveis) da lista da Lei Complementar 116/2003,no entanto foi vetada pelo Presidente da República.

Adiante, a transcrição da razão ao veto pela presidência:

 Item 3.01 da Lista de serviços 

"3.01 – Locação de bens móveis."

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 Razões do veto 

Verifica-se que alguns itens da relação de serviçossujeitos à incidência do imposto merecem reparo, tendoem vista decisões recentes do Supremo Tribunal Federal.

São eles:

O STF concluiu julgamento de recurso extraordináriointerposto por empresa de locação de guindastes, em quese discutia a constitucionalidade da cobrança do ISSsobre a locação de bens móveis, decidindo que aexpressão "locação de bens móveis" constante do item 79da lista de serviços a que se refere o Decreto-Lei no 406,de 31 de dezembro de 1968, com a redação da LeiComplementar no 56, de 15 de dezembro de 1987, é inconstitucional (noticiado no Informativo do STF no 

207). O Recurso Extraordinário 116.121/SP, votadounanimemente pelo Tribunal Pleno, em 11 de outubro de2000, contém linha interpretativa no mesmo sentido, poisa "terminologia constitucional do imposto sobre serviçosrevela o objeto da tributação. Conflita com a Lei Maior dispositivo que imponha o tributo a contrato de locaçãode bem móvel. Em direito, os institutos, as expressões e osvocábulos têm sentido próprios, descabendo confundir alocação de serviços com a de móveis, práticas diversasregidas pelo Código Civil, cujas definições são deobservância inafastável." Em assim sendo, o item 3.01 da

  Lista de serviços anexa ao projeto de lei complementar ora analisado, fica prejudicado, pois veicula indevida(porque inconstitucional) incidência do imposto soblocação de bens móveis.

Dessa forma a locação de imóveis, locação de carros, máquinas e outros bens não têm aincidência do ISS por não se caracterizar serviço e não ter previsão de incidência em LeiComplementar. Porém, se a empresa locar máquinas com operador, carros commotorista haverá a incidência do ISS, pois há a prestação do serviço.

A empresa deve atentar para que em um contrato ceda em locação a máquina e em outrocontrato a cessão da mão-de-obra, sendo que haverá apenas a incidência do ISS sobre amão-de-obra.

MATERIAIS FORNECIDOS NA CONTRUÇÃO CIVIL

O § 2º do artigo 7º da Lei Complementar 116/2003, estabelece que não se incluem nabase de cálculo do imposto sobre serviços de qualquer natureza: o valor dos materiais

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fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista deserviços anexa a esta Lei Complementar.

O item 7.02 está assim redigido:

“Execução por administração, empreitada ou subempreitada de obras de construção

civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem, irrigação, terraplanagem, pavimentação,concretagem, instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o

 fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação do serviço, que fica sujeito ao ICMS )” ( os grifos são do autor) 

O item 7.05 está assim redigido:

“Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres

(exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora dolocal da prestação do serviço, que fica sujeito ao ICMS )” ( os grifos são do autor) 

O fato de se observar é que não inclui na base de cálculo do ISS o valor dos materiaisfornecidos que são produzidos pelos prestadores de serviço, fora do local da prestaçãoque ficam sujeitos ao ICMS.

A Lei Complementar 116/2003, não inovou em nada o assunto, por isso o ISS é devidosobre o total da mão-de-obra + os materiais adquiridos e empregados na construção(cimento, ferro, areia, pedra, etc.), ficando de fora apenas os materiais produzidos pelaprópria empresa, fora do local de serviço, sobre os quais terá a incidência do ICMS(exemplo: placas de concreto de um barracão pré-moldado produzido pela prestadora deserviço).

Para evitar a tributação do ISS sobre os materiais é aconselhável, adquiri-losdiretamente em nome do proprietário, que evitará também a tributação da COFINS e doPIS. E se o proprietário for uma empresa industrial ou comercial poderá se creditar doICMS sobre os materiais de construção em 48 meses (1/48).

Contabilmente, o cliente entrega um adiantamento à contratada e esta compra osmateriais necessários à execução da obra em nome do cliente, refletindo o seguinte

lançamento:a)  Pela entrega do dinheiro à contatada pelo cliente:

D – Banco - ACC – Adiantamento para Aquisição de Materiais - PC 150.000,00

b)  Pelo pagamento dos materiais de construção em nome do cliente

D – Adiantamento para Aquisição de Materiais – PCC – Banco – AC 150.000,00

Nomenclaturas:

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AC – Ativo CirculantePC - Passivo Circulante

O valor dos materiais de construção não transita pela conta contábil de Receitas daempresa contratada, pois ocorreu um simples repasse de numerários do cliente para que

a contratada adquirisse os materiais necessários à realização da construção.

Sendo, dessa forma, tributado apenas o valor do serviço, para fins de ISS, PIS,COFINS, IRPJ e CSSL, que realmente é a receita. E o cliente, ainda, tem direito aocrédito de 1/48 de ICMS, sobre o valor dos materiais de construção repassadodiretamente em seu nome.

ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL – EFD IPI/ICMS

O Convênio ICMS 143/2006  instituiu a Escrituração Fiscal Digital  –  EFD, de usoobrigatório para os contribuintes do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação deMercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual eIntermunicipal e de Comunicação - ICMS ou do Imposto sobre ProdutosIndustrializados - IPI.

O contribuinte deverá manter o arquivo digital da EFD, bem como os documentosfiscais que deram origem à escrituração, na forma e prazos estabelecidos para a guardade documentos fiscais na legislação tributária, observados os requisitos de autenticidadee segurança nela previstos.

A escrituração prevista na forma deste convênio substitui a escrituração e impressão dosseguintes livros:

I - Livro Registro de Entradas;

II - Livro Registro de Saídas;

III - Livro Registro de Inventário;

IV - Livro Registro de Apuração do IPI;

V - Livro Registro de Apuração do ICMS;

VI - documento Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente - CIAP - modelos"C" ou "D".

A escrituração do documento Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente -CIAP, modelos "C" ou "D", será obrigatória a partir de 1º de janeiro de 2011, conformeAjuste SINIEF 2/2010. 

MANUAL DE ORIENTAÇÃO E LEIAUTE

O Ato Cotepe 9/2008 institui o Manual de Orientação do Leiaute da Escrituração FiscalDigital – EFD.

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O manual visa a orientar a geração em arquivo digital dos dados concernentes àEscrituração Fiscal Digital e outras informações fiscais pelo contribuinte pessoa físicaou jurídica inscrito no cadastro de contribuintes do respectivo órgão fiscal.

VALIDAÇÃO

A EFD somente terá validade para efeitos fiscais após a confirmação de recebimento doarquivo que a contenha.

Desta forma, não basta a escrituração, é necessário o envio e a confirmação do seurecebimento para que a EFD se torne válida.

Para tais fins, será disponibilizado pelos fiscos das unidades federadas e fisco federalprograma para validação do conteúdo, assinatura digital e transmissão do arquivo. Antesde ser recebido, o arquivo digital passará, portanto, por validações que analisarão oconteúdo dos registros.

A recepção e validação dos dados relativos à EFD serão realizadas no ambientenacional do Sistema Público de Escrituração Digital - SPED, instituído pelo Decreto6.022/2007, e administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, com imediataretransmissão à respectiva unidade federada.

CERTIFICAÇÃO DIGITAL

O arquivo que contenha a EFD deverá ser assinado digitalmente de acordo com asNormas da Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil pelo contribuinte,

por seu representante legal ou por quem a legislação indicar.OBRIGATORIEDADE

A EFD é de uso obrigatório para todos os contribuintes do ICMS ou do IPI, podendo osmesmos serem dispensados dessa obrigação, desde que a dispensa seja autorizada pelofisco da unidade federada do contribuinte e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

A nova modalidade de escrituração fiscal seria exigida a partir de 01.06.2008, conformeo Ato Cotepe ICMS 9/2008, art. 3º.

Entretanto, por força do Protocolo ICMS/CONFAZ 77/2008, a obrigatoriedade seráaplicada somente aos contribuintes relacionados no respectivo protocolo, a partir de01.01.2009, sendo facultativa aos demais contribuintes.

NORMAS GERAIS

As normas gerais de apresentação da EFD são disciplinadas pelo Ajuste SINIEF 2/2009, alterado pelo Ajuste SINIEF 2/2010. 

ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL – EFD PIS/COFINS

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A Instrução Normativa SRF 1.052/2010  instituiu a Escrituração Fiscal Digital daContribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da SeguridadeSocial – Cofins (EFD-PIS/Cofins), a qual deverá ser transmitida, pelas pessoas jurídicasa ela obrigadas, ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) e será consideradaválida após a confirmação de recebimento do arquivo que a contém.

Sujeitam à obrigatoriedade de geração de arquivo da Escrituração Fiscal Digital daContribuição para o PIS/Pasep e da Cofins  – EFD PIS/COFINS as pessoas jurídicas dedireito privado em geral e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto deRenda, que apuram a Contribuição para o PIS/Pasep e a Contribuição para oFinanciamento da Seguridade Social – Cofins com base no faturamento mensal.

O empresário, a sociedade empresária e demais pessoas jurídicas devem escriturar eprestar as informações referentes às suas operações, de natureza fiscal e/ou contábil,representativas de seu faturamento mensal, assim entendido o total das receitasauferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação

contábil, correspondente à receita bruta da venda de bens e serviços nas operações emconta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica.

As respectivas pessoas jurídicas também devem escriturar e prestar as informaçõesreferentes às operações, de natureza fiscal e/ou contábil, representativas de aquisiçõesde bens para revenda, bens e serviços utilizados como insumos e demais custos,despesas e encargos, sujeitas à incidência e apuração de créditos próprios do regimenão-cumulativo, de créditos presumidos da agroindústria e de outros créditos previstosna legislação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

Devem também ser escriturados os valores retidos na fonte em cada período, outrasdeduções utilizadas e, em relação às sociedades cooperativas, no caso de sua incidência

concomitante com a contribuição incidente sobre a receita bruta, a Contribuição para oPIS/Pasep sobre a Folha de Salários.

Pessoas Jurídicas Obrigadas

Estão obrigadas a adotar a EFD-PIS/Cofins:

I - as pessoas jurídicas sujeitas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado,nos termos da Portaria RFB 2.923/2009, e sujeitas à tributação do Imposto sobre aRenda com base no Lucro Real, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de

01.04.2011;Nota: A competência inicial da exigibilidade foi modificada de 01.01.2011 para01.04.2011 através da Instrução Normativa RFB 1.085/2010. 

II - as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com baseno Lucro Real, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 01.07.2011 e;

III - as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda combase no Lucro Presumido ou Arbitrado, em relação aos fatos geradores ocorridos apartir de 01.01.2012.

Os arquivos devem ser entregues observando-se as disposições do artigo 2o

do Decreto6.022/2007, a seguir transcrito:

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  Art. 2o O Sped é instrumento que unifica as atividades de recepção,validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos queintegram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e dassociedades empresárias, mediante fluxo único, computadorizado, de

informações. § 1o Os livros e documentos de que trata o caput serão emitidos em formaeletrônica, observado o disposto na Medida Provisória no 2.200-2, de 24 deagosto de 2001. § 2o O disposto no caput não dispensa o empresário e a sociedadeempresária de manter sob sua guarda e responsabilidade os livros edocumentos na forma e prazos previstos na legislação aplicável. 

Às demais pessoas jurídicas é facultada a entrega da EFD-PIS/Cofins, em relação aos

fatos contábeis ocorridos a partir de 01.04.2011.

Nota: A competência inicial para a opção foi modificada de 01.01.2011 para01.04.2011 através da Instrução Normativa RFB 1.085/2010. 

As seguintes atividades estão obrigadas a EFD-PIS/Cofins a partir de 01.01.2012:

- bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixaseconômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades decrédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valoresmobiliários, empresas de arrendamento mercantil e cooperativas de crédito;

- empresas de seguros privados;- entidades de previdência privada, abertas e fechadas;- empresas de capitalização;- pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários,

financeiros e agrícolas; e- as operadoras de planos de assistência à saúde.

Validação da Escrituração

O arquivo deverá ser submetida ao Programa Validador e Assinador (PVA),

especificamente desenvolvido para tal fim, a ser disponibilizado no sítio da RFB naInternet, contendo, no mínimo, as seguintes funcionalidades:

I - validação do arquivo digital da escrituração;II - assinatura digital;III - visualização da escrituração;IV - transmissão para o Sped; eV - consulta à situação da escrituração.

Assinatura Digital

A escrituração será assinada digitalmente pelo representante legal da empresa ouprocurador constituído nos termos da Instrução Normativa RFB 944/2009, utilizando-se

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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de certificado de segurança mínima tipo A3, emitido por entidade credenciada pelaInfra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), a fim de garantir a autoria dodocumento digital.

Forma e Prazo de Entrega

O arquivo digital de escrituração da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins serágerado de forma centralizada pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica, em funçãodo disposto no art. 15, da Lei 9.779/1999, e submetido ao programa disponibilizadopara validação de conteúdo, assinatura digital, transmissão e visualização.

A EFD-PIS/Cofins será transmitida mensalmente ao Sped até o 5º (quinto) dia útil do 2º(segundo) mês subsequente a que se refira a escrituração, inclusive nos casos extinção,incorporação, fusão e cisão total ou parcial.

Nota: Por força da Instrução Normativa RFB 1.161/2011 foi prorrogado o prazo para a

entrega das EFD-PIS/Cofins relativas as competências de 2011, as quais poderão sertransmitidas até o 5º (quinto) dia útil do mês de fevereiro de 2012.

O serviço de recepção da EFD PIS/Cofins será encerrado às 23h59min59s (vinte e trêshoras, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos) - horário de Brasília - dadata final fixada para a entrega.

O arquivo não deverá conter fração de mês, exceto nos casos de abertura, extinção,cisão, fusão ou incorporação.

Nos casos de cisão, fusão e incorporação as sociedades compreendidas nesses processosdeverão apresentar arquivos, como segue:

- sociedades que se extinguirem: arquivos que contemplem as operações até a data daocorrência do evento;

- sociedades novas: arquivos que contemplem as operações a partir da data deocorrência do evento e;

- sociedades que continuarem a existir: arquivos que contemplem as operações até adata de ocorrência do evento e outros para o período posterior.

A obrigatoriedade de geração de arquivo não se aplica à incorporadora, nos casos em

que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada, estiverem sob o mesmo controlesocietário desde o ano-calendário anterior ao do evento.

Dos Arquivos Magnéticos

A apresentação dos livros digitais nos termos da Instrução Normativa RFB 1.052/2010, supre, em relação aos arquivos correspondentes, a exigência contida na InstruçãoNormativa SRF 86/2001, a qual dispõe que as pessoas jurídicas que utilizarem sistemasde processamento eletrônico de dados para registrar negócios e atividades econômicasou financeiras, escriturarem livros ou elaborar documentos de natureza contábil oufiscal, ficam obrigadas a manter, à disposição da Secretaria da Receita Federal (SRF), os

respectivos arquivos digitais e sistemas, pelo prazo decadencial previsto na legislaçãotributária.

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Multa por Atraso na Entrega

A não-apresentação da EFD-PIS/Cofins nos prazos fixados anteriormente acarretará aaplicação de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês-calendário oufração.

Substituição do Arquivo

O arquivo poderá ser objeto de substituição, mediante transmissão de novo arquivodigital validado e assinado, que substituirá integralmente o anterior, para inclusão,alteração ou exclusão de documentos ou operações da escrituração fiscal, ou paraefetivação de alteração nos registros representativos de créditos e contribuições e outrosvalores apurados.

A substituição de arquivos entregues deverá ser feita na sua íntegra, não se aceitandoarquivos complementares para o mesmo período informado.

O arquivo retificador poderá ser transmitido até o último dia útil do mês de junho doano-calendário seguinte a que se refere a escrituração substituída, desde que não tenhasido a pessoa jurídica, em relação às respectivas contribuições sociais do período daescrituração em referência:

I - objeto de exame em procedimento de fiscalização ou de reconhecimento de direitocreditório de valores objeto de Pedido de Ressarcimento ou de Declaração deCompensação;

II - intimada de início de procedimento fiscal; ou

III - cujos saldos a pagar constantes e relacionados na EFD-PIS/Cofins em referência jánão tenham sido enviados à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) parainscrição em Dívida Ativa da União (DAU), nos casos em que importe alteração dessessaldos.

Leiaute 

O manual com as orientações sobre a geração do arquivo digital da escrituração fiscalda Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio

do Servidor Público – PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da SeguridadeSocial  –  Cofins, foi disponibilizado pela Receita Federal do Brasil, através do ADECofis 34/2010, o qual revogou o ADE Cofis 31/2010.

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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NOTA FISCAL ELETRÔNICA – NF-e

O Ajuste SINIEF 7/2005  instituiu nacionalmente a Nota Fiscal Eletrônica  – NF-e e oDocumento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica - DANFE.

Considera-se Nota Fiscal Eletrônica o documento emitido e armazenadoeletronicamente, de existência apenas digital, com o intuito de documentar operações eprestações, cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente eautorização de uso pela administração tributária da unidade federada do contribuinte,antes da ocorrência do fato gerador.

A Nota Fiscal Eletrônica deverá ser utilizada apenas em substituição a Nota Fiscalmodelo 1 ou 1-A, pelos contribuintes do IPI e/ou ICMS. Não se destina a substituir osoutros modelos de documentos fiscais existentes na legislação como, por exemplo, aNota Fiscal a Consumidor (modelo 2) ou o Cupom Fiscal.

A NF-e substitui a nota fiscal modelo 1 e 1-A em todas as hipóteses previstas nalegislação em que esses documentos possam ser utilizados. Isso inclui, por exemplo: aNota Fiscal de entrada, operações de importação, operações de exportação, operaçõesinterestaduais ou ainda operações de simples remessa.

Funcionamento Básico da Nota Fiscal Eletrônica 

A empresa emissora gerará um arquivo eletrônico que deverá conter as informaçõesfiscais da operação comercial e também ser assinado digitalmente pelo emitente, paragarantir a integridade dos dados e a autoria do emissor.

Este arquivo eletrônico, que corresponde a Nota Fiscal Eletrônica será então transmitidopela Internet para a Secretaria da Fazenda do Estado em que estiver localizado oemitente, que fará uma pré-validação do arquivo e devolverá uma Autorização de Uso,sem a qual não poderá haver o trânsito da mercadoria.

Após a autorização do uso da NF-e, a Secretaria da Fazenda disponibilizará consulta, naInternet, para o destinatário e outros legítimos interessados que detenham a chave deacesso do documento eletrônico.

Este mesmo arquivo será ainda transmitido, pela Secretaria de Fazenda do Estado do

emitente, para a Receita Federal do Brasil, que será repositório de todas as NF-eemitidas (Ambiente Nacional) e, no caso de uma operação interestadual, para aSecretaria de Fazenda de destino da operação. Também será transmitida para a unidadefederada de desembaraço aduaneiro, em se tratando de operação de importação demercadoria ou bem do exterior, e para a Superintendência da Zona Franca de Manaus  –  SUFRAMA, quando a NF-e tiver como destinatário pessoa localizada nas áreasincentivadas.

Para acompanhar o trânsito da mercadoria será impressa a DANFE, em papel comum,em única via, que trará impresso, em destaque, a chave de acesso para consulta da NF-ena Internet e um código de barras unidimensional que facilitará a captura e a

confirmação de informações da NF-e pelos Postos Fiscais de Fronteira dos demaisEstados.

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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O emitente da NF-e deverá, obrigatoriamente, encaminhar ou disponibilizar downloaddo arquivo da NF-e e seu respectivo Protocolo de Autorização de Uso ao destinatário eao transportador contratado, imediatamente após o recebimento da autorização de usoda NF-e.

Obrigatoriedade 

Inicialmente, foi estabelecida a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal Eletrônica(NF-e) para os setores de fabricação de cigarros e distribuição de combustíveis líquidos.

O  Protocolo ICMS 30/2007  alterou disposições do  Protocolo ICMS 10/2007  eestabeleceu a obrigatoriedade de utilização da Nota Fiscal Eletrônica a partir de01.04.2008, para os contribuintes:

I - fabricantes de cigarros; II - distribuidores ou atacadistas de cigarros; III - produtores, formuladores e importadores de combustíveis líquidos, assim definidos eautorizados por órgão federal competente; IV - distribuidores de combustíveis líquidos, assim definidos e autorizados por órgão federalcompetente;V - transportadores e revendedores retalhistas - TRR, assim definidos e autorizados por órgãofederal competente;

Os Protocolos ICMS 88/2007  e 68/2008  alteraram disposições do Protocolo ICMS10/2007  e estabeleceram a obrigatoriedade de utilização da Nota Fiscal Eletrônica apartir de 01.09.2008 e 01.04.2009, para os seguintes contribuintes: A partir de 01.09.2008: VI - fabricantes de automóveis, camionetes, utilitários, caminhões, ônibus emotocicletas;VII - fabricantes de cimento;VIII - fabricantes, distribuidores e comerciante atacadista de medicamentos alopáticospara uso humano;IX - frigoríficos e atacadistas que promoverem as saídas de carnes frescas, refrigeradasou congeladas das espécies bovinas, suínas, bufalinas e avícola;X - fabricantes de bebidas alcoólicas inclusive cervejas e chopes;

XI - fabricantes de refrigerantes;XII - agentes que, no Ambiente de Contratação Livre (ACL), vendam energia elétrica aconsumidor final;XIII - fabricantes de semi-acabados, laminados planos ou longos, relaminados,trefilados e perfilados de aço;XIV - fabricantes de ferro-gusa.

A partir de 01.04.2009: XV - importadores de automóveis, camionetes, utilitários, caminhões, ônibus emotocicletas;

XVI - fabricantes e importadores de baterias e acumuladores para veículos automotores;XVII - fabricantes de pneumáticos e de câmaras-de-ar;

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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XVIII - fabricantes e importadores de autopeças;XIX - produtores, formuladores, importadores e distribuidores de solventes derivadosde petróleo, assim definidos e autorizados por órgão federal competente;XX - comerciantes atacadistas a granel de solventes derivados de petróleo;XXI - produtores, importadores e distribuidores de lubrificantes e graxas derivados de

petróleo, assim definidos e autorizados por órgão federal competente;XXII - comerciantes atacadistas de lubrificantes e graxas derivados ou não de petróleo(nova redação dada pelo Protocolo ICMS 41/2009); XXIII - produtores, importadores, distribuidores a granel, engarrafadores erevendedores atacadistas a granel de álcool para outros fins;XXIV  – produtores, importadores e distribuidores de GLP  – gás liquefeito de petróleoou de GLGN - gás liquefeito de gás natural, assim definidos e autorizados por órgãofederal competente;XXV  – produtores, importadores e distribuidores de GNV – gás natural veicular, assimdefinidos e autorizados por órgão federal competente;XXVI - atacadistas de produtos siderúrgicos e ferro gusa;

XXVII - fabricantes de alumínio, laminados e ligas de alumínio;XXVIII - fabricantes de vasilhames de vidro, garrafas PET e latas para bebidasalcoólicas e refrigerantes;XXIX - fabricantes e importadores de tintas, vernizes, esmaltes e lacas;XXX - fabricantes e importadores de resinas termoplásticas;XXXI - distribuidores, atacadistas ou importadores de bebidas alcoólicas, inclusivecervejas e chopes;XXXII - distribuidores, atacadistas ou importadores de refrigerantes;XXXIII - fabricantes, distribuidores, atacadistas ou importadores de extrato e xaropeutilizados na fabricação de refrigerantes;XXXIV - atacadistas de bebidas com atividade de fracionamento e acondicionamentoassociada;XXXV - atacadistas de fumo;XXXVI - fabricantes de cigarrilhas e charutos;XXXVII - fabricantes e importadores de filtros para cigarros;XXXVIII - fabricantes e importadores de outros produtos do fumo, exceto cigarros,cigarrilhas e charutos;XXXIX - processadores industriais do fumo. O  Protocolo ICMS 87/2008  alterou disposições do  Protocolo ICMS 10/2007, estabelecendo a obrigatoriedade a partir de 01.09.2009 para os seguintes contribuintes: XL - fabricantes de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal;XLI - fabricantes de produtos de limpeza e de polimento;XLII - fabricantes de sabões e detergentes sintéticos;XLIII - fabricantes de alimentos para animais;XLIV - fabricantes de papel;XLV - fabricantes de produtos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado parauso comercial e de escritório; XLVI - fabricantes e importadores de componentes eletrônicos;XLVII - fabricantes e importadores de equipamentos de informática e de periféricospara equipamentos de informática;

XLVIII - fabricantes e importadores de equipamentos transmissores de comunicação,pecas e acessórios;

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XLIX - fabricantes e importadores de aparelhos de recepção, reprodução, gravação eamplificação de áudio e vídeo;L - estabelecimentos que realizem reprodução de vídeo em qualquer suporte;LI - estabelecimentos que realizem reprodução de som em qualquer suporte;LII - fabricantes e importadores de mídias virgens, magnéticas e ópticas;

LIII - fabricantes e importadores de aparelhos telefônicos e de outros equipamentos decomunicação, peças e acessórios;LIV - fabricantes de aparelhos eletromédicos e eletroterapeuticos e equipamentos deirradiação;LV - fabricantes e importadores de pilhas, baterias e acumuladores elétricos, excetopara veículos automotores;LVI - fabricantes e importadores de material elétrico para instalações em circuito deconsumo;LVII - fabricantes e importadores de fios, cabos e condutores elétricos isolados;LVIII - fabricantes e importadores de material elétrico e eletrônico para veículosautomotores, exceto baterias;

LIX - fabricantes e importadores de fogões, refrigeradores e maquinas de lavar e secarpara uso domestico, peças e acessórios;LX - estabelecimentos que realizem moagem de trigo e fabricação de derivados detrigo;LXI - atacadistas de café em grão;LXII - atacadistas de café torrado, moído e solúvel;LXIII - produtores de café torrado e moído, aromatizado;LXIV - fabricantes de óleos vegetais refinados, exceto óleo de milho;LXV - fabricantes de defensivos agrícolas;LXVI - fabricantes de adubos e fertilizantes;LXVII - fabricantes de medicamentos homeopáticos para uso humano;LXVIII - fabricantes de medicamentos fitoterápicos para uso humano;LXIX - fabricantes de medicamentos para uso veterinário;LXX - fabricantes de produtos farmoquímicos;LXXI - atacadistas e importadores de malte para fabricação de bebidas alcoólicas;LXXII - fabricantes e atacadistas de laticínios;LXXIII - fabricantes de artefatos de material plástico para usos industriais;LXXIV - fabricantes de tubos de aço sem costura;LXXV - fabricantes de tubos de aço com costura;LXXVI - fabricantes e atacadistas de tubos e conexões em PVC e cobre;LXXVII - fabricantes de artefatos estampados de metal;

LXXVIII - fabricantes de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados;LXXIX - fabricantes de cronômetros e relógios;LXXX - fabricantes de equipamentos e instrumentos ópticos, peças e acessórios;LXXXI - fabricantes de equipamentos de transmissão ou de rolamentos, para finsindustriais;LXXXII - fabricantes de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte eelevação de cargas, peças e acessórios;LXXXIII - fabricantes de aparelhos e equipamentos de ar condicionado para uso não-industrial;LXXXIV - serrarias com desdobramento de madeira;LXXXV - fabricantes de artefatos de joalheria e ourivesaria;

LXXXVI - fabricantes de tratores, peças e acessórios, exceto agrícolas;LXXXVII - fabricantes e atacadistas de pães, biscoitos e bolacha;

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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LXXXVIII - fabricantes e atacadistas de vidros planos e de segurança;LXXXIX - atacadistas de mercadoria em geral, com predominância de produtosalimentícios;XC - concessionários de veículos novos;XCI  – fabricantes e importadores de pisos e revestimentos cerâmicos;

XCII - tecelagem de fios de fibras têxteis;XCIII - preparação e fiação de fibras têxteis;‖; No Diário Oficial da União de 15.07.2009, foram publicados outros três ProtocolosICMS estabelecendo diretrizes sobre a NF-e, a saber:

Protocolo ICMS 43/2009  - Altera as disposições do Protocolo ICMS 10/2007, queestabelece a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para ossetores que especifica.

Protocolo ICMS 42/2009  - Estabelece a obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal

Eletrônica (NF-e) em substituição à Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A, pelo critério deCNAE e operações com os destinatários que especifica.

Visualize as pessoas jurídicas obrigadas a NF-e, pelo critério CNAE, no tópico ICMS -Nota Fiscal Eletrônica - NF-e - Obrigatoriedade - Escalonamento. 

Protocolo ICMS 41/2009  - Altera o Protocolo ICMS 10/2007, que estabelece aobrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para os setores queespecifica.

Conforme disposições do Protocolo ICMS 42/2009 e Protocolo ICMS 85/2010, ficamobrigados a emitir Nota Fiscal Eletrônica - NF-e, modelo 55, em substituição à NotaFiscal, modelo 1 ou 1-A, a partir de 1º de dezembro de 2010, os contribuintes que,independentemente da atividade econômica exercida, realizem operações destinadas a:

I - Administração Pública direta ou indireta, inclusive empresa pública e sociedade deeconomia mista, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios;

De acordo com o Protocolo ICMS 196/2010 o disposto neste item somente se aplica nasoperações internas praticadas pelos Estados do Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito

Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, RioGrande do Norte, Roraima, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e pelo Distrito Federal, apartir de 01 de abril de 2011.

II - destinatário localizado em unidade da Federação diferente daquela do emitente. Istonão se aplica ao estabelecimento de contribuinte exclusivamente varejista, nasoperações com CFOP 6.201, 6.202, 6.208, 6.209, 6.210, 6.410, 6.411, 6.412, 6.413,6.503, 6.553, 6.555, 6.556, 6.661, 6.903, 6.910, 6.911, 6.912, 6.913, 6.914, 6.915,6.916, 6.918, 6.920, 6.921.

III - de comércio exterior.

Dispensa da Obrigatoriedade

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A obrigatoriedade de emissão de Nota Fiscal Eletrônica, modelo 55, em substituição aNota Fiscal, modelo 1 ou 1-A, não se aplica:

a) ao estabelecimento do contribuinte onde não se pratique e nem se tenha praticado as

atividades listadas anteriormente há pelo menos 12 (doze) meses, ainda que a atividadeseja realizada em outros estabelecimentos do mesmo titular;

b) na hipótese das operações realizadas fora do estabelecimento, relativas às saídas demercadorias remetidas sem destinatário certo, desde que os documentos fiscais relativosà remessa e ao retorno sejam NF-e;

c) nas hipóteses dos contribuintes citados nos itens II, XXXI e XXXII, as operaçõespraticadas por estabelecimento que tenha como atividade preponderante o comércioatacadista, desde que o valor das operações com cigarros ou bebidas não ultrapasse 5%(cinco por cento) do valor total das saídas do exercício anterior;

d) na hipótese dos fabricantes de bebidas alcoólicas inclusive cervejas e chopes, aofabricante de aguardente (cachaça) e vinho que aufira receita bruta anual inferior a R$360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais).

e) a critério de cada unidade federada, ao estabelecimento do contribuinte que não estejaenquadrado em nenhum dos códigos da CNAE que o obriguem ao uso da NFe.

f) nas operações internas, para acobertar o trânsito de mercadoria, em caso de operaçãode coleta em que o remetente esteja dispensado da emissão de documento fiscal, desdeque o documento fiscal relativo à efetiva entrada seja NF-e e referencie as respectivasnotas fiscais modelo 1 ou 1-A.".

O contribuinte que se enquadrar em um dos casos de dispensa da obrigatoriedade deemitir NF-e, deverá solicitar a dispensa de uso no site da respectiva SEFAZ. Asolicitação será analisada pela fiscalização da circunscrição do estabelecimentosolicitante.

Simples Nacional 

O fato de uma empresa estar enquadrada no Simples Nacional não a exclui da

obrigatoriedade de emitir a NF-e, se ela praticar uma das atividades que tornemcompulsória a adoção deste tipo de documento fiscal. Da mesma forma, as empresasenquadradas no Simples Nacional que não estiverem obrigadas poderão,voluntariamente, aderir a emissão eletrônica.

Registro Prévio 

Para emissão da NF-e, o contribuinte deverá solicitar, previamente, seu credenciamentona unidade federada em cujo cadastro de contribuinte do ICMS estiver inscrito.Com o aumento do número de segmentos obrigados, as secretarias de fazendacredenciaram sumariamente os estabelecimentos identificados como obrigados.

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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O contribuinte que esteja obrigado a emitir NF-e, modelo 55, em substituição à notafiscal modelo 1 ou 1-A, cujo estabelecimento, eventualmente, não tenha sidocredenciado, deverá providenciar o credenciamento de seu estabelecimento na SEFAZde sua circunscrição.

Por outro lado, o contribuinte que não pratique as atividades da obrigatoriedade, mastenha sido credenciado de ofício deverá procurar a repartição fiscal de sua jurisdiçãopara providenciar a regularização de sua situação cadastral, modificando as atividadesde seu cadastro que tenham vínculo com a obrigatoriedade para, em seguida, efetuar aanulação da informação de obrigatoriedade.

Vedação 

É vedado o credenciamento para a emissão de NF-e de contribuinte que não utilizesistema eletrônico de processamento de dados nos termos dos Convênios ICMS 57/95 e58/95.

O contribuinte que for obrigado à emissão de NF-e, será credenciado pela administraçãotributária da unidade federada a qual estiver jurisdicionado, ainda que não atenda aodisposto no Convênio ICMS 57/95.

Obrigações Acessórias 

Inicialmente, mesmo com a adoção da NF-e, permanecem todas as obrigaçõesacessórias as quais os contribuintes estão sujeitos atualmente, com exceção da AIDFpara a emissão de Nota Fiscal Eletrônica.

Escrituração 

Os procedimentos e a obrigatoriedade de escrituração fiscal não foram alterados com aNF-e. Para as empresas mais bem adaptadas a NF-e, o processamento da escrituraçãopoderá ser automatizado.

Os contribuintes que ainda não estão preparados para receber e escriturar a NF-eautomaticamente podem, opcionalmente, realizar a escrituração a partir da digitação dosDANFE, após sua validação via internet.

Leiaute A NF-e deverá ser emitida com base em leiaute estabelecido em Ato COTEPE, pormeio de software desenvolvido ou adquirido pelo contribuinte ou disponibilizado pelaadministração tributária.

Especificações Técnicas 

O Ato Cotepe/ICMS 3/2009 aprovou o Manual de Integração da Nota Fiscal Eletrônica- NF-e, Versão 3.0, que estabelece as especificações técnicas da Nota Fiscal Eletrônica -NF-e, do Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica - DANFE e dos Pedidos de

Concessão de Uso, Cancelamento, Inutilização e Consulta WebServices a Cadastro, aque se refere o Ajuste SINIEF 07/05, de 05 de outubro de 2005.

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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A partir de 01.10.2010, as especificações técnicas serão as previstas no Manual deIntegração conforme Ato Cotepe ICMS 39/2009. 

Formalidades 

A NF-e deverá conter as seguintes formalidades:

I – o arquivo digital da NF-e deverá ser elaborado no padrão XML (Extended MarkupLanguage);II  –  a numeração da NF-e será seqüencial de 1 a 999.999.999, por estabelecimento,devendo ser reiniciada quando atingido esse limite ou, anualmente, a critério da unidadefederada do emitente;III  –  a NF-e deverá conter um ―código numérico‖, obtido por meio de algoritmofornecido pela administração tributária, que comporá a ―chave de acesso‖ deidentificação da NF-e, juntamente com o CNPJ do emitente, número e série da NF-e;IV  –  a NF-e deverá ser assinada pelo emitente com assinatura digital, certificada por

entidade credenciada pela Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira  –  ICP-Brasil,contendo o CNPJ do emitente, a fim de garantir a autoria do documento digital;V  – A identificação das mercadorias comercializadas com a utilização da NF-e deveráconter, também, o seu correspondente código estabelecido na Nomenclatura Comum doMercosul - NCM, nas operações:a) realizadas por estabelecimento industrial ou a ele equiparado, nos termos dalegislação federal;b) de comércio exterior.

Séries Distintas 

O contribuinte poderá adotar séries para a emissão da NF-e, mediante préviaautorização da administração tributária.

Transmissão 

A transmissão do arquivo digital da NF-e deverá ser efetuada via Internet, por meio deprotocolo de segurança ou criptografia, com utilização de software desenvolvido ouadquirido pelo contribuinte ou disponibilizado pela administração tributária.

Documento Auxiliar da NF-e – DANFE 

O Documento Auxiliar da NF-e  –  DANFE, conforme leiaute estabelecido em AtoCOTEPE, destina-se para uso no trânsito das mercadorias ou para facilitar a consulta daNF-e.

O DANFE somente poderá ser utilizado para transitar com as mercadorias após aconcessão da Autorização de Uso da NF-e.

No caso de destinatário não credenciado para emitir NF-e, o DANFE deverá serescriturado no livro Registro de Entrada em substituição à escrituração da NF-e.

O DANFE utilizado para acompanhar o trânsito de mercadorias acobertado por NF-e

será impresso em uma única via.

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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Arquivamento e Substituição da NF 

O emitente e o destinatário deverão manter a NF-e em arquivo digital, sob sua guarda eresponsabilidade, pelo prazo estabelecido na legislação tributária, mesmo que fora da

empresa, devendo ser disponibilizado para a Administração Tributária quandosolicitado.

O DANFE emitido em unidade federada que tenha implantado o sistema de NF-e, seráaceito pelo contribuinte destinatário, em substituição à Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A,inclusive para fins de escrituração fiscal.

O contribuinte destinatário deverá conservar o DANFE com o respectivo número daAutorização de Uso da NF-e, pelo prazo estabelecido na legislação tributária para aguarda dos documentos fiscais, devendo ser apresentadas à administração tributária,quando solicitado.

Consulta pela Internet 

Após a concessão de Autorização de Uso da NF-e, a administração tributária da unidadefederada do emitente disponibilizará consulta pública relativa à NF-e.

A consulta da validade, existência e autorização de uma NF-e é obrigatória por parte dodestinatário da NF-e, nos seguintes termos da cláusula décima, parágrafo primeiro, doAjuste SINIEF 7/2005, com a seguinte redação dada pelo Ajuste SINIEF 04/06: "§ 1º Odestinatário deverá verificar a validade e autenticidade da NF-e e a existência deAutorização de Uso da NF-e."

O destinatário não necessita imprimir qualquer documento para comprovar que realizoua consulta de validade da NF-e.

A consulta à NF-e será disponibilizada, em ―site‖ na internet pelo p razo mínimo de 90(noventa) dias.

A administração tributária do emitente da NF-e deverá disponibilizar consulta públicaque possibilite a verificação da regularidade na emissão do DANFE.

Características Específicas As demais características e exigências da NF-e DANFE estão especificadas no AjusteSINIEF 7/2005, com as alterações promovidas pelos Ajuste SINIEF 8/2005,  AjusteSINIEF 03/2010 e Ajuste SINIEF 08/2010. 

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

Além da obrigação principal (apuração e pagamento dos impostos), o contribuinte temvárias obrigações ditas acessórias, que compreendem informações a prestar ao fisco,como:

DCTF: Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais

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Será apresentada pelas pessoas jurídicas em geral inclusive as equiparadas, as imunes eas isentas, para prestar informações relativas aos valores devidos dos tributos econtribuições federais (débitos), e os respectivos valores de créditos vinculados(pagamento, parcelamento, compensação, etc.), relativos a:

  Imposto sobre a renda das pessoas jurídicas (IRPJ);  Imposto sobre a renda retido na fonte (IRRF);  Imposto sobre produtos industrializados (IPI);  Imposto sobre operações financeiras (IOF);  Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL);  Contribuição para o PIS/PASEP;  Contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS);  Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação

e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, eálcool etílico combustível (Cide-Combustível); e

  Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico destinada a financiar oPrograma de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação(Cide-Remessa).

DACON: Declaração de Apuração das Contribuições Sociais

Estão obrigadas à entrega do Dacon as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhessão equiparadas, submetidas à apuração da Contribuição para o PIS/PASEP e daContribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), nos regimescumulativo e não-cumulativo, inclusive aquelas que apuram a Contribuição para oPIS/PASEP com base na folha de salários.

Outras Declarações

DCP  –  Demonstrativo do Crédito Presumido (DCP), a ser apresentado pelas pessoas jurídicas produtoras e exportadoras que apurem crédito presumido do IPI. Vide tópicoDCP, nesta obra.

DNF – Declaração – vide tópico DNF, nesta obra.

DIF – Veja tópico Declarações de Informações Fiscais - DIF, nesta obra.

Declarações Exigidas pelo Fisco Estadual  – arquivos magnéticos e Declarações Anuaisrelativas ao ICMS - conforme legislação do estado onde está instalado oestabelecimento (sugere-se consultar o departamento fazendário para os detalhes eprazos de entrega).

Declarações Exigidas pelo Fisco Municipal - arquivos magnéticos e Declarações Anuaisrelativas ao ISS, conforme legislação do município onde está instalado oestabelecimento (sugere-se consultar o departamento fazendário para os detalhes eprazos de entrega).

Portanto, cumpre ao gestor que liste as obrigações acessórias que sua organização estásujeita, e monitore o cumprimento das mesmas, para evitar multas por atraso ouausência das respectivas entregas.

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ESPECIALIZAÇÃO – AUDITORIA & CONTROLADORIACONTABILIDADE FISCAL

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Certificação Digital

A partir de 01.01.2010, as declarações deverão ser enviadas à RFB por meio dacertificação digital.

A nova obrigação está prevista na IN RFB 969/2009. 

O certificado digital é um documento eletrônico que possibilita comprovar a identidadede uma pessoa, uma empresa ou um site, para assegurar as transações online e a trocaeletrônica de documentos, mensagens e dados, com presunção de validade jurídica.