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trabalho de contabilidade do curso de engenharia

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1 - DEMONSTRAO DO VALOR ADICIONADO DVA

1.1 INTRODUO

O cenrio mundial contemporneo vem sendo caracterizado por significativas mudanas nas reas social, poltica e econmica, com reflexos diretos no ambiente empresarial, atravs da imposio de novos padres de competitividade e uma necessidade de alteraes nos processos de trabalho e nas prticas de gesto. Neste contexto, a informao contbil tradicional no responde totalmente s demandas novas dos usurios com interesses diferentes daqueles contemplados nos relatrios contbeis clssicos. A Demonstrao do Valor Adicionado parte integrante deste novo grupo de relatrios desenvolvidos pela contabilidade para assistir melhor essas necessidades emergentes, visando, principalmente, a evidenciar o papel social das empresas, apresentando claramente a riqueza gerada, para que toda a sociedade conhea sua funo positiva na criao de valor para a comunidade. A utilidade do DVA como fonte de informao para o processo de anlise econmica, financeira e social das entidades. Entretanto, vem crescendo o interesse para a explicao econmica e financeira a partir das informaes contidas nessa demonstrao contbil, tanto por parte dos contadores como dos analistas financeiros e economistas. Outra importante contribuio da DVA est associada sua utilizao para clculo do Produto Interno Bruto (PIB) de um pas

1-2 CONCEITOS

O conceito de DVA a demonstrao contbil que divulga a gerao de valor produzido pela prpria empresa, mediante suas prprias atividades, e a retribuio aos componentes econmicos que formaram esse valor adicionado. Ao eliminar todos aqueles elementos que vm fixados do exterior (compras e aquisies realizadas), permite valorar com preciso a gesto interna da empresa, definida fundamentalmente em trs aspectos: os equipamentos, a mo-de-obra e os recursos financeiros prprios e de terceiros utilizados.

1-2-1 Conceito Econmico

Dentro da viso econmica, o valor adicionado (ou valor agregado) utilizado para a avaliao do chamado Produto Nacional, que a medida, em unidades monetrias, do fluxo total de bens e servios finais produzidos pelo sistema econmico em determinado perodo. Uma das preocupaes dos estatsticos na apurao do Produto Nacional evitar que um produto ou servio seja includo mais de uma vez no mesmo clculo, j que alguns produtos so utilizados como insumos na produo de outros, ou seja, a chamada contagem mltipla ou dupla contagem. Sob este aspecto, no se pode incluir no clculo do Produto Nacional, por exemplo, o preo total de um automvel, e depois incluir, tambm, o valor dos pneus, peas, ao, ou quaisquer outros componentes que o fabricante adquiriu para a montagem do mesmo. Para evitar tal problema, so computados no clculo do Produto Nacional apenas os produtos e servios de consumo final, e no os consumos intermedirios realizados durante as diversas etapas do processo produtivo. Entende-se por consumos intermedirios os bens e servios utilizados na produo de outros bens e servios, e que, ou se incorporam ao produto durante o processo produtivo (a matria-prima, por exemplo), ou desaparecem com ele (energia eltrica, por exemplo); e, por produtos e servios de consumo final, aqueles que so produzidos e/ou comprados, mas no so revendidos ou consumidos durante o perodo corrente. A medio do valor do Produto Nacional, sem duplicaes, obtida, tambm, considerando-se em cada uma das etapas produtivas aquil o que foi acrescido ao valor dos bens de consumo intermedirio utilizados, ou seja, somente a riqueza realmente criada pela entidade econmica, que o valor adicionado. E dessa forma que o problema da dupla contagem no clculo do Produto Nacional contornado, pelos estatsticos, utilizando-se do conceito de valor adicionado. Entendendo-se que o desenvolvimento econmico de um pas est diretamente relacionado com a sua capacidade de gerar riqueza, o conceito de valor adicionado pode ser visto como essa medida da criao de valor, atendendo ao propsito de demonstrar, quantitativamente, o esforo produtivo de uma nao, servindo, inclusive, para avaliar seu desenvolvimento econmico, comparativamente ao de outras.

Alm disso, o valor adicionado, entendido como o valor que cada segmento da atividade econmica produtiva agrega produo, representa uma das variveis que melhor expressa o comportamento do sistema como um todo, sendo possvel, por meio dele, dimensionar, em termos de valor, com quanto cada setor econmico contribui para formar o conjunto de riquezas geradas por uma nao. Ou seja, serve aos propsitos de medida de desempenho global do pas, e ainda para avaliar o desempenho de cada setor ou etapa produtiva e a sua participao no todo. Observa-se, ento, que o conceito de valor adicionado, dentro da abordagem econmica, utilizado para mensurar as atividades econmicas de um pas, avaliando o Produto Nacional, ou seja, viso macroeconmica, quando se considera o ambiente analisado. E, com relao ao seu clculo, considera-se a produo corrente de todo o sistema econmico num perodo.

1-2-2 Conceito contbil

De acordo com as premissas contbeis, a a purao do valor adicionado requer a mensurao das transaes econmicas ocorridas de ntro dos limites de uma empresa, viso microeconmica; e, no seu clculo, considera o valor total das vendas de uma empresa num perodo, e no toda a produo. Para efeitos desse trabalho, interessa o valor adicionado pelas empresas, sob a viso contbil. O valor adicionado contbil a diferena entre o valor das vendas e o valor das compras de bens, mercadorias e servios intermedirios representa o valor adicionado pela empresa para a sociedade. Para exercer sua atividade toda empresa deve procurar no mercado bens e servios. Ela utiliza os equipamentos, seus capitais, o trabalho de seus assalariados para realizar outros bens e servios, que por seu lado sero vendidos. A empresa se coloca pois entre dois mercados e agrega valor pela operao de transformao, via simples distribuio que ela opera. O valor adicionado permite, portanto, sociedade , avaliar, principalmente por meio da anlise de sua distribuio, se essa operao de transformao realizada pela empresa, e que cria riqueza, est devolvendo a ela pelo menos o equivalente aos recursos que lhe foram tirados, servindo, inclusive, como forma de incentivo ao comportamento de outras empresas O valor adicionado vem sendo considerado pelos analistas um dos critrios que melhor indicam a medida da eficcia da gesto empresarial, superior quele do lucro (ou cashflow

lquido), valor misto, integrado que por aquela parte que vai para os associados (lucro distribudo) e a outra retida na empresa (lucros em reserva e dotao de exerccio), tudo isso dentro da concepo de que a misso moderna na empresa representa um papel econmico e social. O resultado da receita de vendas, deduzido dos custos dos recursos adquiridos de terceiros e consumidos durante o processo produtivo, corresponde riqueza gerada pela empresa. Ou seja, o quanto a empresa adicionou aos insumos/servios adquiridos de terceiros, e que podem ser constitudos por matria-prima, mercadorias para revenda, servios, energia eltric a, dentre outros, para chegar ao seu produto/servio final. Esse resultado chamado de valor adicionado bruto. Durante seu processo produtivo, a empresa tambm utiliza mquinas, equipamentos, instalaes, e outros ativos fixos, consumindo parcialmente seu potencial de uso. Esse fenmeno refletido contabilmente pela depreciao, amortizao e exausto. Como, para a gerao da riqueza, foi necessrio o consumo, mesmo que parcial, desses ativos, esse valor deve ser deduzido do valor adicionado bruto,Refletindo, efetivamente, o quanto a empresa gerou para a economia local, o que denominado de valor adicionado lquido. Entretanto, existem, ainda, aqueles valores que a empresa recebe de terceiros e que no representam sacrifcios operacionais. Em algum momento no passado a empresa realizou algum investimento que est sendo recompensado agora, como o caso das receitas financeiras, dos ganhos com participaes acionrias, do aluguel de imveis para renda, etc. Esses valores recebem o nome de receitas recebidas em transferncia e, somados ao valor adicionado lquido, vo demonstrar o total dos recursos gerados. Os segmentos beneficirios desses recursos so os empregados, que recebem salrios e outros benefcios como contraprestao sua fora de trabalho cedida empresa; os acionistas, que recebem lucros em troca do capital que deixaram sua disposio; os financiadores externos, que recebem o pagamento de suas dvidas; o Estado, que recebe os tributos para que possa equilibrar a desigualdade social; os investidores, que aportam recursos e so remunerados com juros; ou ainda, a prpria empresa, quando os lucros ficam retidos para aplicaes futuras. Na viso contbil, o valor adicionado aos produtos s reconhecido no momento em que estes so vendidos, ignorando o fato de que a passagem do tempo e a conjuntura econmica, alm de outros fatores, alteram continuamente a riqueza da empresa.

Independente da abordagem utilizada, econmica ou contbil, o valor adicionado pode ser calculado de duas maneiras: pelo mtodo subtrativo e pelo mtodo aditivo. O mtodo subtrativo expressa o valor adicionado aos produtos e servios adquiridos de outras empresas por meio de suas prprias atividades produtivas, conforme demonstrado:

VA = S EOnde, VA = valor adicionado S = sadas E = entradas Como toda riqueza alocada, o valor adicionado tambm pode ser calculado pelo mtodo aditivo, que representa o somatrio das partes distribudas da riqueza gerada, representando, em princpio, a remunerao dos fatores de produo que participaram da criao da riqueza:

VA = RE + RG + RCP + NAPOnde, VA = valor adicionado RE = remunerao dos empregados RG = remunerao do governo RCP = remunerao do capital dos provedores NAP = lucros no apropriados (retidos)

Esses dois mtodos permitem avaliar o contedo caracterstico do conceito de valor adicionado, que aborda tanto o desempenho quanto o social. O aspecto do desempenho pode ser observado por meio do mtodo subtrativo, que demonstra a capacidade da entidade em gerar riqueza pela sua atividade. O aspecto social expresso pelo mtodo aditivo, onde percebe-se que a informao dada pelo valor adicionado no apenas econmica, pois identifica a parte da riqueza gerada que entregue a cada participante do processo produtivo da empresa. O instrumental posto disposio dos usurios, pela contabilidade, dentro do enfoque de entendimento da gerao e distribuio de riquezas e com o intuito de estreitar as relaes entre empresas e sociedade, indiscutivelmente a Demonstrao do Valor Adicionado, que difere do conceito de valor agregado por mostrar a distribuio da riqueza criada pelos agentes econmicos que ajudaram na sua criao.

1-3 Exemplos 1-3-1 Modelo FIPECAFI

Instrues para preenchimento: As informaes so extradas da contabilidade e, portanto, devero ter como base o princpio contbil do regime de competncia de exerccios. 1 RECEITAS (soma dos itens 1.1 a 1.3) 1.1 Vendas de mercadorias, produtos e servios Inclui os valores do ICMS e IPI incidentes sobre essas receitas, ou seja, corresponde receita bruta ou faturamento bruto. 1.2 Proviso para devedores duvidosos Reverso/Constituio Inclui os valores relativos constituio/baixa de proviso para devedores duvidosos. 1.3 No operacionais Inclui valores considerados fora das atividades principais da empresa, tais como: ganhos ou perdas na baixa de imobilizados, ganhos ou perdas na baixa de investimentos, etc. 2 INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (soma dos itens 2.1 a 2.4) 2.1 - Matrias-primas consumidas (includas no custo do produto vendido). 2.2 - Custos das mercadorias e servios vendidos (no inclui gastos com pessoal prprio). 2.3 - Materiais, energia, servios de terceiros e outros (inclui valores relativos s aquisies e pagamentos a terceiros). Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, servios, energia, etc. consumidos devero ser considerados os impostos (ICMS e IPI) includos no momento das compras, recuperveis ou no. 2.4 - Perda/Recuperao de valores ativos Inclui valores relativos a valor de mercado de estoques e investimentos, etc. (se no perodo o valor lquido for positivo dever ser somado). 3 VALOR ADICIONADO BRUTO (diferena entre itens 1 e 2). 4 RETENES 4.1 Depreciao, amortizao e exausto Dever incluir a despesa contabilizada no perodo.

5 VALOR ADICIONADO LQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (item 3 menos item 4). 6 VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERNCIA (soma dos itens 6.1 e 6.2) 6.1 Resultado de equivalncia patrimonial (inclui os valores recebidos como dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo). O resultado de equivalncia poder representar receita ou despesa; se despesa dever ser informado entre parnteses. 6.2 - Receitas financeiras (incluir todas as receitas financeiras independentemente de sua origem). 7 VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (soma dos itens 5 e 6) 8 DISTRIBUIO DO VALOR ADICIONADO (soma dos itens 8.1 a 8.5) 8.1 Pessoal e encargos Nesse item devero ser includos os encargos com frias, 13o salrio, FGTS, alimentao, transporte, etc., apropriados ao custo do produto ou resultado do perodo (no incluir encargos com o INSS veja tratamento a ser dado no item seguinte). 8.2 Impostos, taxas e contribuies Alm das contribuies devidas ao INSS, imposto de renda, contribuio social, todos os demais impostos, taxas e contribuies devero ser includos neste item. Os valores relativos ao ICMS e IPI devero ser considerados como os valores devidos ou j recolhidos aos cofres pblicos, representando a diferena entre os impostos incidentes sobre as vendas e os valores considerados dentro do item 2 Insumos adquiridos de terceiros. 8.3 Juros e aluguis Devem ser consideradas as despesas financeiras e as de juros relativas a quaisquer tipos de emprstimos e financiamentos junto a instituies financeiras, empresas do grupo ou outras e os aluguis (incluindo-se as despesas com leasing) pagos ou creditados a terceiros. 8.4 Juros sobre o capital prprio e dividendos Inclui os valores pagos ou creditados aos acionistas. Os juros sobre o capital prprio contabilizados como reserva devero constar do item "lucros retidos". 8.5 Lucros retidos/prejuzo do exerccio Devem ser includos os lucros do perodo destinados s reservas de lucros e eventuais parcelas ainda sem destinao especfica.

3-1-2 Exemplo pratico de uma DVA O referido modelo permite que os dados para sua elaborao sejam extrados das contas j utilizadas pe la contabilidade, principalmente aqueles constantes da DRE. A primeira parte da DVA (itens de 1 a 7) demonstra a formao do valor adicionado, e a segunda parte (item 8), a sua distribuio pelos diversos agentes econmicos que ajudaram a form-lo. A seguir ser construdo um exemplo numrico, para elaborao da DVA de uma empresa industrial, a partir das informaes contbeis, e de acordo com as instrues de preenchimento que acompanham o modelo elaborado pela FIPECAFI.

Exemplo de elaborao de DVA Saldos iniciais considerados: Caixa/Bancos............................. ................................... 15.000 Clientes. .............. ........................................................ 6.500 PDD... ......................................................................... 1.500 Investimentos........................ ........................................ 3.000 Mquinas...................................................................... 10.000 Mveis e Utenslios. ..................................................... 5.000 Depreciao Acumulada................................................. 3.000 Capital.............. .......................................................... 35.000 Operaes realizadas no perodo: 1. Compra de matria-prima vista no valor de $ 1.800,00 (valor lquido $ 1.230,00), com incidncia de ICMS de 18% ($ 270,00) e IPI de 20% ($ 300,00). 2. Compra de materiais secundrios vista $ 300,00 (valor lquido $ 205,00), com incidncia de ICMS de 18% ($ 45,00) e IPI de 20% ($ 50,00). 3. Pagamento de funcionrios no valor de $ 3.000,00, sendo que 22% referem-se a encargos com INSS. 70% do valor foram pagos a funcionrios da produo e os 30% restantes aos funcionrios administrativos. 4. Taxa de depreciao do maquinrio da produo e dos mveis e utenslios da administrao, de 10%. 5. Pagamento de aluguis: $ 500,00 do edifcio da administrao e $ 600,00 da fbrica. 6. Toda a produo iniciada foi acabada dentro do perodo.

7. Venda de 80% dos estoques de produtos acabados por $ 18.000, 00, sendo $ 10.000,00 vista e o restante prazo. Incidncia de 18% de ICMS ($ 2.700,00) e 20% de IPI ($ 3.000,00). 8. Receita de equivalncia patrimonial $ 300,00. 9. Receita financeira $ 200,00. 10. Proviso para devedores duvidosos no perodo $ 550,00. 11. Distribuio de 50% do lucro lquido como dividendos. Demonstrao do Resultado do exercicio:

Demonstrao do Valor Adicionado

As parcelas componentes da Demonstrao do Valor Adicionado sero descritas a seguir: 1. Receitas 1.1 Vendas de mercadorias, produtos e servios valor transferido da DRE, faturamento bruto, $ 18.000,00, considerados os impostos, ou seja, esto includos o ICMS e o IPI. Se a empresa no for contribuinte do IPI, o valor a ser buscado o da receita bruta de vendas. 1.2 Proviso para devedores duvidosos Reverso/(Constituio) valor da proviso realizada no perodo, tambm transferido da DRE. Caso haja reverso de proviso no perodo, dever ser considerada a diferena entre a reverso e a constituio. 2. Insumos adquiridos de terceiros.

2.1 Matrias-primas consumidas foram considerados os valores das matrias-primas consumidas no perodo e que foram levados ao CPV, $ 984,00 ($ 1. 230,00 X 0,80), acrescidos dos impostos incidentes sobre as compras, $ 216, 00 ($ 984,00 X 0,18/0,82) de ICMS e $ $ 240,00 ($ 1.200,00 X 0,20) de IPI, diferentemente da DRE, onde so considerados os va lores das matrias-primas, lquidos dos impostos. 2.3 Materiais, energia, servios de terceiros e outros aqui tambm foram considerados os valores dos materiais secundrios consumidos no perodo e que fizeram parte do CPV, acrescidos do ICMS e do IPI. Material secundrio $ 164,00 ($ 205,00 X 0,80), ICMS $ 36,00 $ 164,00 X 0,18/0, 82) e IPI $ 40,00 ($ 200,00 X 0,20). 3. Valor adicionado bruto Diferena entre a receita, $ 17.450,00, e os insumos adquiridos de terceiros, $ 1.680,00. 4. Retenes 4.1 Depreciao, amortizao e exausto foram computados tanto os valores includos no CPV, $ 800,00 ($ 1.000,00 X 0,80), quanto a despesa de depreciao da parte administrativa, $ 500,00. 5. Valor adicionado lquido produzido pela entidade Diferena entre o valor adicionado bruto, $ 15.770,00 e as retenes, $ 1.300,00. 6. Valor adicionado recebido em transferncia 6.1 Resultado da equivalncia patrimonial no uma receita produzida pela empresa, mas um valor, $ 300, 00, que foi ou ser recebido, e que, portanto, deve ser distribudo. 6.2 Receitas financeira s da mesma forma que a equivalncia patrimonial, no se trata de receita gerada pela empresa, mas recebida ou a receber de terceiros, $ 200,00. 7. Valor adicionado total a distribuir Somatrio do valor adicionado lquido produzido pela entidade, $ 14.470,00, e daquele recebido em transferncia, $ 500,00. O valor desse item deve ser igual ao da distribuio do valor adicionado. 8. Distribuio do valor adicionado 8.1 Pessoal e encargos valor da mo-de-obra (salrio, frias, 13 salrio, FGTS, e outros) do pessoal envolvido na produo e levada ao CPV, $ 1.310,00 ($ 1.638,00 X 0,80), mais a mo-de-obra do pessoal da rea administrativa, $ 702,00. 8.2 Impostos, taxas e contribuies nesse item foram includos os valores de: Imposto de renda e Contribuio social, $ 1.436,00, acrescidos das contribuies ao INSS, tanto do pessoal da produo, $ 370, 00 ($ 462,00 X 0,80), quanto do administrativo, $ 198,00 e do ICMS e IPI. Estes dois ltimos foram lanados pela diferena entre os valores incidentes

sobre as vendas, constantes da DRE, $ 2.700,00 e $ 3.000,00, respectivamente, e aqueles incidentes sobre os insumos adquiridos de terceiros, $ 252,00 (sendo $ 216,00 sobre a matria-prima e $ 36,00 sobre o material secundrio consumidos) e $ 280,00 de IPI ($ 240,00 sobre matria-prima e $ 40,00 sobre material secundrio), ou seja, o valor pago ou devido pela empresa, aps as compensaes. Os valores somados foram: $1.436,00 de IR/CSL, $568,00 de INSS, $ 2.448,00 de ICMS e $ 2.720,00 de IPI. 8.3 Juros e aluguis o montante pago ou devido aos fornece dores de capital nesse exemplo, os aluguis da fbrica, $ 480,00 ($ 600,00 X 0,80) e da administrao $500,00. 8.4 Juros sobre capital prprio e dividendos constitui-se na remunerao do proprietrio, ou na parcela do valor agregado destinada aos scios ou acionistas. Os dividendos de $ 2.403,00 foram integralmente considerados. 8.5 Lucros retidos/prejuzo do exerccio refere-se ao valor do lucro que no foi distribudo aos donos e ficou retido na empresa $ 2.403,00.

Deve-se observar que, nos itens componentes da DVA Pessoal e Encargos, Matriaprima consumida, Materiais, Energia, Servios de terceiros e outros, Retenes e Juros e Aluguis, constam, alm de toda a despesa referente parte administrativa, quando pertinente, apenas os valores que foram apropriados ao CPV (0,80 dos produtos que foram vendidos), pois o restante dos produtos, no valor de $ 1.027,00, ainda continua em estoque, no devendo fazer parte da DVA. O valor dos produtos em estoque est assim constitudo: $ 328,00 de mo-de-obra, $92,00 de encargos sociais, $ 246,00 de matria-prima, $ 41,00 de materiais secundrios, $120,00 de aluguel e $ 200,00 de depreciao.

2 - DEMONSTRAO DOS LUCROS E PREJUZOS ACUMULADOS DLPAc

2-1 INTRODUO

Alm das Demonstraes Contbeis mais conhecidas (Balano Patrimonial e da Demonstrao do Resultado), a contabilidade produz, tambm, outras demonstraes que so derivadas daquelas e oferecem importantes detalhes das operaes das empresas os Demonstrativos de Lucros ou Prejuzos Acumulados. De acordo com o 2 do artigo 186 da Lei n 6.404/76, a Demonstrao de Lucros ou Prejuzos Acumulados poder ser includa na demonstrao das mutaes do patrimnio lquido, se elaborada e divulgada pela empresa, pois no inclui somente o movimento da

conta de lucros ou prejuzos acumulados, mas tambm o de todas as demais contas do patrimnio lquido. No entanto, vamos, igualmente, demonstrar a movimentao do resultado da empresa, por entendermos que pode ser uma informao isolada e necessria para determinados usurios da contabilidade.

2-2 CONCEITO

A DLPA a demonstrao contbil destinada a evidenciar, num determinado perodo, as mutaes nos resultados acumulados da entidade. Lucros Acumulados significam lucros retidos remanescentes: no distribudos para os proprietrios e sem destino certo(em suspenso), isto , no canalizado para Reservas, Aumento de capital etc.. A DLPA fornece a movimentao de uma nica conta do Patrimnio Lquido A DLPA um demonstrativo obrigatrio pela Lei 6404/76. Em seu artigo 186 diz que a DLPA discriminar: a) O saldo do incio do perodo, os ajustes de exerccios anteriores; b) as reverses de reservas e o lucro lquido do exerccio. c) as transferncias para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do perodo.

2-3 EXEMPLO

A demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados discriminar: o saldo no incio do perodo; os ajustes de exerccios anteriores; as reverses de reservas; a parcela correspondente realizao de reavaliao, lquida do efeito dos impostos correspondentes; o resultado lquido do perodo; as compensaes de prejuzos; as destinaes do lucro lquido do perodo; os lucros distribudos;

as parcelas de lucros incorporadas ao capital; o saldo no final do perodo.

Os ajustes dos exerccios anteriores so apenas os decorrentes de efeitos da mudana de critrio contbil, ou da retificao de erro imputvel a determinado exerccio anterior, e que no possam ser atribudos a fatos subseqentes. A Entidade que elaborar a demonstrao das mutaes do patrimnio lquido, nela incluir a demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados.

Modelo de Demonstrao de Lucros ou Prejuizos Acumulados

DEMONSTRAO DE LUCROS ACUMULADOS Exerccio findo em 31/12/X1

Saldo em 31/12/X0 Ajustes de Exerccios Anteriores Mudana de critrios contbeis (Nota x) Retificao de erro exerccio anterior (Nota y) Parcela de Lucros Incorporada ao Capital Reverses de Reservas De Contingncias De Reavaliao Lucro Lquido do Exerccio Destinao do Lucro Transferncia para Reservas Reserva Legal Reserva Estatutria Reserva de Lucros a Realizar Reserva de Lucros para Expanso Juros sobre o Capital Prprio Dividendos a Distribuir

19.590 (2.800) (1.000) (8.000) 1.300 1.200 19.689 (984) (2.405) (3.077) (6.000) (4.000) (7.920)

Saldo em 31/12/X1

5.593

3 MUDANAS OCORRIDAS COM A LEI N 11.638/07.

Com a promulgao da Lei n 11.638/07, em 28 de dezembro de 2007, que altera, revoga e introduz novos dispositivos Lei das Sociedades por Aes (Lei n 6.404/76), especificamente em relao ao captulo XV, que trata de assuntos de natureza contbil, assim sendo manifestamos algumas consideraes preliminares quanto aplicao dessa nova Lei. O principal objetivo da nova Lei, que entrou em vigor em 1 de janeiro de 2008, que teve sua origem com o projeto de Lei n 3.741/2000, a atualizao das regras contbeis brasileiras e aprofundar a harmonizao dessas regras com os pronunciamentos internacionais, em especial os emitidos pelo International Accouting Standards Board (IASB), por meio dos International Financial Reporting Standards (IFRS). Apresentaremos nesse momento alguns pontos considerados por ns de grande relevncia e as principais destacamos logo a seguir: 1)As companhias devero informar atravs de Notas Explicativas, nas demonstraes financeiras encerradas em 31 de dezembro de 2007, os eventos mencionados na nova Lei, que tero reflexos no exerccio de 2008, e demais efeitos relevantes sobre o patrimnio dos exerccios de 2007 e 2008. 2)Substituio da Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos DOAR, pela Demonstrao dos Fluxos de Caixa DFC (art. 176, IV). 3)A Demonstrao de Valor Adicionado DVA, passa a ser obrigatria, no conjunto das demonstraes financeiras, no que concerne a sua elaborao e divulgao (art. 176, V). 4)Segregao entre a forma de escriturao mercantil e a contbil, desde que aps a apurao do lucro para efeito de tributao, sejam realizados os ajustes necessrios, para que as demonstraes financeiras sejam elaboradas de acordo com a Lei n 6.406/76 e os Princpios Fundamentais de contabilidade. Essas demonstraes devero ser auditadas por auditores independentes, devidamente registrados na CVM, conforme art. 177, 2, II da Lei 11.638/07. 5)Criao de 02 (dois) novos grupos de contas, conforme art. 178, 1, ?c? e 2, ? d?): * Ativo Permanente, a conta de bens intangvel e alteraes produzidas pela Lei n 11.638/07, dentre as quais

* Patrimnio Lquido, a conta de Ajustes de Avaliao Patrimonial. 6)Determinou novos critrios para a classificao e avaliao das aplicaes em instrumentos financeiros, em especificamente os derivativos, conforme (art. 183, VIII e art. 184, III). Em consonncia com as regras internacionais de contabilidade esses instrumentos financeiros so classificados em 03(trs) categorias: 6.1)o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociao de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e riscos similares; 6.2)o valor presente lquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou 6.3)o valor obtido por meio de modelos matemtico-esttisticos de precificao de instrumentos financeiros. 7)A Lei introduziu o conceito de Ajuste a valor presente para as operaes ativas e passivas de longo prazo e para as relevantes de curto prazo, que devero ser realizadas de acordo com as Normas Internacionais, conforme (art. 183, VIII e art. 184, III). 8)O ordenamento jurdico obriga as empresas a realizar, periodicamente, a anlise para verificar o grau de recuperao dos valores registrados no ativo imobilizado, intangivel e no diferido (art. 183, 3). 9) Houve alterao no critrio de avaliao de coligadas, pois no balano patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas sobre cuja administrao tenha influncia significativa, ou de que participe com 20%(vinte por cento) ou mais do capital votante, em controladas e em outras sociedades que faam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum, sero avaliados pelo mtodo da equivalncia patrimonial. (art. 248). 10)Criao de Reservas de Incentivos Fiscais, com a contabilizao sendo realizada diretamente no resultado do exerccio, como estabelece a norma internacional (art. 195 A). 11)Faculdade das companhias fechadas que podero optar por observar as normas sobre demonstraes financeiras expedidas pela CVM para as companhias abertas. 12)As sociedades de grande porte, assim definidas, aquelas que possuem um ativo total superior a 240 milhes ou receita bruta superior a 300 milhes, a obrigatoriedade de manter a escriturao e de elaborar as demonstraes financeiras de acordo com a Lei Societria.

13)A Lei n 11.638/07, conforme estabelecido no seu art. 9, determinou que a referida lei ter eficcia a partir do primeiro dia til seguinte ao da sua publicao, ou seja, 01 de janeiro de 2008. 14)A Lei tambm estabelece novas regras para as reservas de reavaliao, conforme determina o art. 6, onde os saldo existentes nas reservas de reavaliao devero ser mantidos at sua efetiva realizao ou estornados at o final do exerccio social em que esta lei entra em vigor. 15)A Lei n 11.638/2007, estabeleceu tambm, a contabilizao a valor de mercado dos ativos e passivos em reorganizaes (incorporao, fuso e ciso, que envolvam partes independentes e vinculadas transferncia de controle. Com a nova determinao, reorganizaes societrias de partes independentes (cujo conceito no previsto na Lei das S/A, utilizadas como meio de aquisio do controle de uma empresa, devem observar a esta forma de contabilizao.

Considerando as novas mudanas determinadas pela Lei n 11.638/07, os novos conceitos e os novos controles que devero ser adotados pelas empresas, entendemos importante, que as Entidades enquadradas nas novas regras, se preparem para os ajustes necessrios decorrentes dessas alteraes.

Bibliografia

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HEITOR FERREIRA ESTEVES JUNIOR

CONTABILIDADE E ANLISE DE DEMONSTRAES CONTBEIS DVA e DLPA

PROJETO DE PESQUISA DO 5 PERIODO DO CURSO DE GRADUAO EM ENGENHARIA DE PRODUO DA PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE MINAS GERAIS. Jose Guilherme Chaves Alberto

BELO HORIZONTE 2010