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"CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR: NOVAS REGRAS E TRANSPARÊNCIA EM QUESTÃO" Maria Rejane Bitencourt Machado

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"CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR: NOVAS REGRAS E

TRANSPARÊNCIA EM QUESTÃO"

Maria Rejane Bitencourt Machado

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CURRICULUM

• Economista, Contadora, especialista em DireitoTributário e em Políticas Públicas Sociais.

• Consultora da Empresa BM- Apoio em AdministraçãoLtda, especializada em apoio administrativo paraentidades do terceiro setor.

• Escritora do Livro Entidades Beneficentes deAssistência Social, 1ª. , 2ª. E 3ª. Edição, pela editoraJuruá de Curitiba, PR.

• Site: www.bm-administracao.com.br• E-mail: [email protected]• Telefones: (51) 3059.1136 – 3059.1137

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Livro

• Entidades Beneficentes de Assistência Social - Contabilidade, Obrigações Acessórias e Principais - Atualizada pela Lei 12.101/09 e Decreto 7.237/10Maria Rejane Bitencourt Machado, 3ª Edição - Revista e Atualizada, 210 pgs.Publicado em: 15/9/2010ISBN: 978853623125-9Preço: R$ 49,90

http://www.jurua.com.br/shop_item.asp?id=21922

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PETER DRUCKER E O TERCEIRO SETOR

• Nos últimos quarenta anos nenhum programa que tentou lidar com problema social por intermédio da ação do governo apresentou resultados significativos nos EUA. Órgãos independentes sem fins lucrativos apresentaram resultados impressionantes. Escolas públicas nas partes pobres de certas cidades – têm-se deteriorado a um ritmo alarmante. Escolas dirigidas pela Igreja (especialmente nas escolas pertencentes a dioceses católicas) têm obtido êxito surpreendente nas mesmas comunidades e com crianças vindas de lares desfeitos. Os únicos resultados bem-sucedidos contra o alcoolismo e as drogas foram conseguidas por organizações autônomas... Incentivar a criação de organizações comunitárias autônomas no setor social é, portanto, um passo importante para fazer com que o governo passe a ter um bom desempenho... o Estado necessita de um “Terceiro Setor”. Ele precisa de um setor social autônomo. (DRUCKER, 2002, p. 76)

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TERCEIRO SETORFigura 1 – Demonstrativo da Interação Entre os Três Setores

SETOR PÚBLICO – (ESTADO)

Tem as ações organizadas e delimitadas por um arcabouço legal. É dotado de poderes em face da sociedade, para que possa atuar em seu benefício, devendo ter sua atuação dirigida a todos os cidadãos.

SETOR PRIVADO – (MERCADO)

Tem como objetivo a troca de bens e serviços que busca o lucro e sua maximização.

TERCEIRO SETOR

(público, porém privado)

É composto de organizações privadas de fins não econômicos, que visam o atendimento de necessidades coletivas da sociedade cf. art. 44 do Código Civil brasileiro (Lei 10.825, de 22.12.2002).

Pertencem ao Terceiro Setor: associações, fundações, organizações religiosas, organizações sindicais e os partidos políticos.

A existência dos três setores é indispensável para a sociedade, visto que interagem entre si e um supre as necessidades do outro, buscando a harmonia entre ambos e reconhecendo a impossibilidade de atingirem seus objetivos de forma isolada.

Fonte: Autoria própria, 2006.

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Base Legal –CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL DE 1988.

• CF- Art. 150. Sem prejuízo de outras garantiasasseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aosEstados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

• VI - instituir impostos sobre:• a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;• b) templos de qualquer culto;• c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,

inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

• d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

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Base Legal-CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL - CTN-

• Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

• IV - cobrar imposto sobre:• a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos

outros;• b) templos de qualquer culto;• c) o patrimônio, a renda ou serviços de partidos

políticos e de instituições de educação ou de assistência social, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo;

• c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 104, de 10.1.2001)

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Art. 14. do CTN -O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes

requisitos pelas entidades nele referidas

• I – não distribuírem qualquer parcela de seupatrimônio ou de suas rendas, a qualquertítulo; (Redação dada pela Lcp nº 104, de10.1.2001)

• II - aplicarem integralmente, no País, os seusrecursos na manutenção dos seus objetivosinstitucionais;

• III - manterem escrituração de suas receitas edespesas em livros revestidos de formalidadescapazes de assegurar sua exatidão.

• § 1º Na falta de cumprimento do dispostoneste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, aautoridade competente pode suspender aaplicação do benefício.

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Conceito de Imunidade Tributária

• Pode-se concluir, portanto, que imunidade tributáriarepresenta a exclusão da competência da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituirtributos relativos a determinados atos, fatos e pessoas,previstos na Lei Maior.

Tal exclusão consiste na limitação constitucional aopoder estatal de tributar, resultando na impossibilidade dese criar impostos, delimitando o campo tributário. Assim,por entender relevantes à sociedade as atividadesdesenvolvidas por determinadas entidades, o legisladorconstituinte as exclui do alcance da competência outorgadaàs pessoas políticas, que as habilitam à instituição deimpostos incidentes sobre seu patrimônio, renda ouserviços.

• (Sitio da – Rebrates - Artigo “Sua ONG-” )

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CF DO BRASIL DE 1988Seção IX

DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA.

• Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,operacional e patrimonial da União e das entidades daadministração direta e indireta, quanto à legalidade,legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções erenúncia de receitas, será exercida pelo CongressoNacional, mediante controle externo, e pelo sistema decontrole interno de cada Poder.

• Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física oujurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicosou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta,assuma obrigações de natureza pecuniária.(Redação dadapela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).

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DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA.• NATUREZA, COMPETÊNCIA E JURISDIÇÃO.• Art. 1º Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo,

compete, nos termos da Constituição Federal e na forma da legislaçãovigente, em especial da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992:

• I – julgar as contas de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ouprivada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,bens e valores públicos ou pelos quais a União responda ou que, emnome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária, bem comodaqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade deque resulte dano ao erário, de acordo com os arts. 188 a 220;

• Art. 5º A jurisdição do Tribunal abrange:• I – qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,

arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valorespúblicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta,assuma obrigações de natureza pecuniária;

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DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA.

• A fiscalização contábil, financeira,orçamentária, operacional e patrimonial daAdministração Pública também alcançará aaplicação dos Incentivos Fiscais, Subvenções,Contribuições, Auxílios e DoaçõesGovernamentais.

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CONCEPÇÃO, NATUREZA E OBJETO DA

CONTABILIDADE

• A contabilidade é uma ciência social aplicada, seu objeto deestudo é comportamento patrimonial da azienda. Nacontabilidade, para cada débito existe um crédito nomesmo valor; este é o princípio das partidas dobradas, queteve sua origem na idade média, conforme Sà (2008):

• O nascimento dos registros em partida dobrada, adimite-se tenha sido na Itália (...) entre 1250 e 1280 d. C., na regiada Toscana (...) Como ciência a contabilidade solidificou-sea partir do século XVIII, “ O que significa, comocomportamento da riqueza aziendal, o que poderepresentar, o evidenciado pelo informe da escrita contábil,esse, sim, é o objetivo cientifico da contabilidade.(Pgs. 23 e29)

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CONCEPÇÃO, NATUREZA E OBJETO DA CONTABILIDADE

• O professor Antônio Lopes de Sá (...) dá uma noção histórica dosurgimento da contabilidade como ciência e de seu objetivoespecífico, ou seja, demonstrar com fidedignidade as variações dopatrimônio aziendal e deixar claro, nas demonstrações contábeis, oporquê e como estas variações ocorreram. Portanto, acontabilidade tem por obrigação demonstrar com transparênciatodos os atos e fatos ocorridos.

• Aziendas são, portanto sistemas organizados que visam atingir umfim qualquer. São aziendas: a casa de comércio, a indústria, aprestadora de serviços, o nosso lar, a prefeitura, as empresas detransporte, os hospitais, etc., porque em todas elas há umafinalidade há ser atingida e para isto existem pessoas que secercaram de elementos materiais próprios para o fim que fosseatingido. (SÀ, 2005, p.32).

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ESCRITURAÇÃO DE SUAS RECEITAS E DESPESAS EM

LIVROS REVESTIDOS DE FORMALIDADES CAPAZES DE ASSEGURAR SUA EXATIDÃO

• Dos livros contábeis, os obrigatórios, são: o LivroDiário, onde todas as ocorrências dos fatoscontábeis são lançadas em ordem cronológica, eestão descritos a data, a conta contábil, ohistórico e o valor do lançamento; o outro livro éo Razão, este tem as mesmas informações doanterior, mas o que os difere é que oslançamentos, além da ordem cronológicaaparecem, individualizadas e em ordemnumérica conforme o elenco de contas daentidade.

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CFC- Conselho Federal de Contabilidade-Através das NBC Ts- Normas Brasileiras de

Contabilidade Técnicas

• Todas as comuns as outras pessoas jurídicas.

• Mais as específicas destas entidades:

• NCB T 10.19- Entidades sem finalidade de lucros;

• NBC T 10.4- Fundações;

• NBC T 19.4 - Subvenções e verbas publicas

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AS NORMAS CONTÁBEIS

• 10.19.2 - DO REGISTRO CONTÁBIL• 10.19.2.1 - As receitas e despesas devem ser reconhecidas, mensalmente,

respeitando os Princípios Fundamentais de Contabilidade, em especial os Princípios da Oportunidade e da Competência.

• 10.19.2.2 - As entidades sem finalidade de lucros devem constituir provisão em montante suficiente para cobrir as perdas esperadas, com base em estimativas de seus prováveis valores de realização, e baixar os valores prescritos, incobráveis e anistiados.

• 10.19.2.3 - As doações, subvenções e contribuições para custeio são contabilizadas em contas de receita. As doações, subvenções e contribuições patrimoniais, inclusive as arrecadadas na constituição da entidade, são contabilizadas no patrimônio social.

• 10.19.2.4 - As receitas de doações, subvenções e contribuições para custeio ou investimento devem ser registradas mediante documento hábil.

• 10.19.2.5 - Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, superávit ou déficit, de forma segregada, quando identificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde, assistência social,

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AS NORMAS CONTÁBEIS

• técnico-científica e outras, bem como, comercial, industrialou de prestação de serviços.

• 10.19.2.6 - As receitas de doações, subvenções econtribuições recebidas para aplicação específica, medianteconstituição ou não de fundos, devem ser registradas emcontas próprias segregadas das demais contas da entidade.

• 10.19.2.7 - O valor do superávit ou déficit do exercício deveser registrado na conta Superávit ou Déficit do Exercícioenquanto não aprovado pela assembléia dos associados eapós a sua aprovação, deve ser transferido para a contaPatrimônio Social (Conselho Federal de Contabilidade)

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AS NORMAS CONTÁBEIS

• 10.19.3 - DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS• 10.19.3.1 - As demonstrações contábeis que devem ser

elaboradas pelas entidades sem finalidade de lucrossão as determinadas pela NBC T 3 - Conceito,Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura dasDemonstrações Contábeis, e a sua divulgação pela NBCT 6 - Da Divulgação das Demonstrações Contábeis.

• 10.19.3.2 - Na aplicação das normas contábeis, emespecial a NBC T 3, a conta Capital deve ser substituídapor Patrimônio Social, integrante do grupo PatrimônioLíquido, e a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados porSuperávit ou Déficit do Exercício.

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AS NORMAS CONTÁBEIS• 10.19.3.3 - As demonstrações contábeis devem ser complementadas por

notas explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações:• a) o resumo das principais práticas contábeis;• b) os critérios de apuração das receitas e das despesas, especialmente

com gratuidades, doações, subvenções, contribuições e aplicações de recursos;

• c) as contribuições previdenciárias relacionadas com a atividade assistencial devem ser demonstradas como se a entidade não gozasse de isenção, conforme normas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);

• d) as subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos e as responsabilidades decorrentes dessas subvenções;

• e) os fundos de aplicação restrita e responsabilidades decorrentes desses fundos;

• f) evidenciação dos recursos sujeitos a restrições ou vinculações por parte do doador;

• g) eventos subseqüentes à data do encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da entidade;

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AS NORMAS CONTÁBEIS• h) as taxas de juros, as datas de vencimento e as

garantias das obrigações a longo prazo;

• i) informações sobre os tipos de seguro contratados;

• j) as entidades educacionais, além das notasexplicativas, devem evidenciar a adequação dasreceitas com as despesas de pessoal, segundoparâmetros estabelecidos pela Lei das Diretrizes eBases da Educação e sua regulamentação (ou seja porníveis)

• k) as entidades beneficiadas com isenção de tributos econtribuições devem evidenciar suas receitas com esem gratuidade de forma segregada, e os benefíciosfiscais gozados. (Conselho Federal de Contabilidade)

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OBRIGAÇÕES CONTÁBEIS

• Outro evento que estas entidades, por não terem finseconômicos e por terem imunidade tributária, muitas vezesse esquecem é que necessitam espelhar a realidade desuas instituições através de suas contabilidades, dentre ositens esquecidos propositalmente ou não muitas vezes estáa depreciação, que, segundo a alteração Lei 11.638/2007que alterou a Lei 6.404/76, é obrigatória, conforme o art.183, inciso VIII, § 3º: “Revisados e ajustados os critériosutilizados para determinação da vida útil econômicaestimada e para cálculo da depreciação, exaustão eamortização.” Depreciação: Fenômeno contábil queexpressa a perda de valor que os valores imobilizados deutilização sofrem no tempo, por força de seu emprego nagestão; perda de valor pelo uso. (SÀ, 2005, p.137)

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TRATAMENTO DIFERENCIADO E SPED CONTÁBIL

• A partir de 2007, a Receita Federal do Brasil- RFB instituiu atravésda Portaria RFB Nº 2.521, de 29 de dezembro de 2008, oacompanhamento econômico-tributário diferenciado das pessoasjurídicas. Este tratamento diferenciado nada mais é do que umafiscalização mais constante e acirrada sobre as empresas eentidades. O SPED contábil também é uma exigência para asempresas optantes pelo sistema de Lucro Real, mas ainda nãoexigido para as entidades imunes e isentas, ao contrário dotratamento diferenciado que as inclui.

• SPED contábil: É a substituição da escrituração em papel pelaEscrituração Contábil Digital - ECD, também chamada de SPED-Contábil. Trata-se da obrigação de transmitir em versão digital osseguintes livros: I - livro Diário e seus auxiliares se houver; II - livroRazão e seus auxiliares, se houver; III - livro Balancetes Diários,Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dosassentamentos neles transcritos.-<http://www1.receita.fazenda.gov.br/sped-contabil/o-que-e.htm>

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ERRO E FRAUDE• Tanto o erro quanto a fraude são atos ilícitos.

A diferença é que o erro, mesmo decorrendo de negligência, imperícia ou imprudência, é cometido por ato involuntário ou por ignorância e a fraude por ato voluntário e premeditado, conforme Sá e Hoog (2008): “A fraude é um ato doloso cometido de forma premeditada, planejado, com a finalidade de obter proveito com o prejuízo de terceiros” (2008, p.19).

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ERRO E FRAUDE

• A fraude é sempre um delito, é um “Fato que a lei declara de forma expressa como sendo punível por ser crime, do tipo doloso como: roubo, fraude, estelionato, apropriação indevida de recursos, ou qualquer tipo e crime contra a ordem tributária” (SÁ, HOOG. 2008. P.19)

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ERRO E FRAUDE

• Tanto o erro como a fraude cometida por um profissional da área contábil tem participação direta ou indireta de quem o contratou, pois este torna-se corresponsável por quem contrata. Legalmente não basta dizer “meu contador errou”,

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RESPONSABILIDADE SOBRE OS ERROS E/ OU FRAUDES

• As fraudes em geral, possuem, direta ou indiretamente, também como co-responsáveis os que negligenciam na supervisão ou no controle. Um presidente, diretor ou chefe que não exerce a sua presença no controle, é conivente com as falhas do mesmo. (2008, p 37)

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Assim dispõe a Lei nº 9.790/99:

• Art. 13. Sem prejuízo da medida a que se refere o artigo 12 desta Lei, havendo fundados indícios de malversação de bens ou de recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização representação ao Ministério Público, à Advocacia Geral da União, para que requeiram ao juízo competente a decretação de indisponibilidade dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, além de outras medidas consubstanciadas na Lei nº 8429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 64, de 18 de maio de 1990.§ 1º. O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts 822 e 825 do Código de Processo Civil.§ 2. Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.§ 3º Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das atividades sociais da organização parceira.

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Desconsideração de uma contabilidade

• Uma contabilidade pode ser desconsiderada,quando o fisco entender que esta não espelha arealidade da azienda ( empresa, entidade oupessoa física).

• No caso de uma entidade imune, quando acontabilidade é desconsiderada, ela perde estacondição.

• Quando uma contabilidade é desconsiderada, ofisco presume o lucro arbitrado e sobre elecalcula os impostos e contribuições, para efetuaros lançamentos.

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COMO UMA CONTABILIDADE PODE SER DESCONSIDERADA?

• - Quando não se utilizar de documentoshábeis para a contabilização de atos e fatos;

• Quando não cumprir a normas contábeis;

• Quando não cumprir a lei 6.704/76, alteradapela Lei 11.638/07.

• Quando não cumprir o RIR- Regulamento doimposto de renda.

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Alertas:Pequenos detalhes que muitas vezes passam despercebidos no dia a dia, e, que podem comprometer a

fidedignidade de uma contabilidade

• Aceitação de simples recibos em vez de exigirnotas fiscais:

• Os lançamentos contábeis devem serefetuados, através de documentos hábeis, ouseja, revestido de formalidades como: CNPJ,endereço, discriminação dos itens comprados.

• Aceitação deste tipo de documento, podelevar uma contabilidade a ser totalmentedesconsiderada

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O art. 9º., inciso IV, parágrafo único diz que:

• § 1º O disposto no inciso IV não exclui aatribuição, por lei, às entidades nele referidas,da condição de responsáveis pelos tributosque lhes caiba reter na fonte, e não asdispensa da prática de atos, previstos em lei,assecuratórios do cumprimento de obrigaçõestributárias por terceiros.

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No Caso de perda de Imunidade

• A Receita Federal do Brasil, lançará os débitos deimpostos e algumas das contribuições, ( ITR, IR,CSLL) referente aos últimos 5 anos, o mesmocom a Receita Fazendária Estadual em termos deIPVA, e do município em caso de ISSQN, ITBI eIPTU, responsabilizando, a diretoria estatutária dainstituição, a instituição, o contador eadministradores, podendo indisponibilizar osbens dos mesmos para saldar as dívidas detributos.

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Destacando a importância do profissional contábil neste contexto, citamos:

• Destacando a importância do profissionalcontábil neste contexto, citamos:

• O profissional contábil, aqui, deixa de ser ummero fornecedor de informações sobre débitoe crédito, e passa a ser o responsável pelabusca de soluções, que pode ir desde o melhormétodo de avaliação dos custos até ametodologia do gerenciamento dos demaisserviços. (Machado, 2008, p.135).

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Conclusão

• Se uma entidade prestar serviços nas áreas de assistência social, saúde e/ou educação e não souber demonstrar em sua contabilidade e em seus relatórios de prestações de contas, o que fez, para quem fez e como fez, é como se nada tivesse feito.

Maria Rejane Bitencourt Machado